33

Auto teoria revolucionaria

Embed Size (px)

DESCRIPTION

A auto-teoria revolucionaria é o prazer de reconquistar sua própria mente das alienações do nosso tempo. Ela é a teoria da pratica que busca colocar o mundo das angustias, dos falsos conflitos, das separações, da autoridade, da miséria cotidiana de ponta a cabeça e em seu lugar tornar concreto e possível à realização dos nossos desejos individuais e coletivos. É ela é o principio, meio e fim da autentica revolução.

Citation preview

14

Pensar subje amente é usar a sua vida – como ela é agora e como você quer que ela seja – como o centro das suas re xões. Essa auto-centralização a (você no centro de suas questões) se complementa por uma con nua inves sobre as externalidades: todas as falsas questões, falsos con os, falsos problemas, falsas iden e falsas dicotomias.

As pessoas são impedidas de perceberem a totalidades da sua existência c quando são conduzidas a opinar cada pormenor: as fu lidades espetaculares, falsas controvérsias e falsos escândalos. Você é a favor ou contra os sindicatos, da bomba atômica, das câmeras nas salas de aula? Qual a sua opinião sobre a legalização da maconha, sobre a redução maioridade penal, o casamento gay, a vida extraterrestre e o aumento da taxa SELIC?

Todas são falsas questões, a única pergunta que nos interessa é como vivemos. Um velho ditado judeu já dizia: “Se você tem apenas duas alterna as, então escolha a terceira”. Essa alterna va possibilita ao sujeito buscar uma nova per a do problema. Nós podemos subverter ambos os lados de um falso con o, tendo a nossa “terceira escolha”,

VI

15

colocando assim a situação a par r da subje vidade revolucionaria.

Estar consciente da terceira escolha é recusar-se a escolher entre duas supostas oposições, de fato iguais, polaridades que tentam de elas mesmas como a totalidade de uma situação. Em sua forma mais simples, essa percepção é expressa por um trabalhador que levado a julgamento por assalto a mão armada é ques “O senhor se declara culpado ou inocente?”. “Sou desempregado” ele responde. Um exemplo de um falso problema é aquela tradicional e idiota pergunta “Qual a sua de vida?”. Ela coloca um conceito abstrato de “vida” que apesar do seu uso comum nas conversas do dia-a-dia, nada tem a ver com a vida real, porque ignora o fato de que “viver“ é o que estamos fazendo agora.

Na falta de uma real vida em comunidade, as pessoas se agarram a todo de falsa iden social, conforme o papel que o individuo desempenha no espetáculo (no qual as pessoas comtemplam e consomem imagens do que a vida deveria ser e assim esquecem de como viver para si mesmos). Essas iden sociais podem ser étnica (“Sul Americano”), racial (“Negro”), residencial (“Nordessexual (“Gay”), cultural (“Hipster”) e assim por diante, mas todas possuem raízes em um desejo comum: estar associado

uma relação material direta com milhões de pessoas: na verdade com a grande parte da população mundial. Eles produzem a minha vida e eu ajudo a produzir as suas. Nesse ponto de vista as iden dades não representam

ado nenhum sobre como eu vivo. Imagine agora o quanto de potencialidade e cria de alguém está atualmente preso nessa vida frustrada em que esses milhões de trabalhadores que por não controlarem suas vidas, por não serem senhores das suas escolhas estão submeentregarem aquilo que produzem, aquilo que fazem, o tempo que se dedicam, seus conhecimentos, a sua vida a outra pessoa ou a uma forma de viver que não é ditada por ele. Aqui começamos a descobrir uma verdadeira iden odo mundo que estão lutando para reconquistar suas vidas, nós nos encontramos.

Todo dia somos levados a escolher entre dois lados de um falso con ito. Governos, ins tuições de caridade, associações pro ssionais e todo po de propagandistas adoram nos apresentar escolhas que não são escolha alguma. Eles gostariam de nos fazer acreditar que essas são as únicas alterna as, nos deixando assim uma ilusão. A

do momento em que eles controlarem as escolhas que percebemos como disponíveis para nós, eles também controlarão resultado.

17

O que nos importa não é que paremos de consumir ou que se consuma as coisas “certas”, na verdade é que a sua vida se resume ao consumo: de produtos, de ideias, de posturas, de sen tos, de lugares etc. Somos assim, conv em expectadores de nossas próprias vidas, porque nos tornamos escravos de nossas falsas escolhas.

22