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AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS EM PLATAFORMA CAD Alexandre Caram e Silva

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AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICASEM PLATAFORMA CAD

Alexandre Caram e Silva

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

ESCOLA DE ENGENHARIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE ESTRUTURAS

"AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS EM PLATAFORMA CAD"

Alexandre Caram e Silva

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de "Mestre em Engenharia de Estruturas".

Comissão Examinadora: ____________________________________ Prof. Dr. José Ricardo Queiroz Franco DEES - UFMG - (Orientador) ____________________________________ Prof. Dr. Armando Cesar Campos Lavall DEES - UFMG ____________________________________ Prof. Dr. Gustavo de Souza Veríssimo UFV

Belo Horizonte, 08 de abril de 2008

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a todos que contribuíram direta ou indiretamente para conclusão

desse trabalho. Primeiramente à Deus que permitiu a conclusão e realização desse

sonho. Agradecimentos especiais à minha família pelo suporte e incentivo, à Cynthia

Barros pelo apoio e compreensão, ao Professor e Orientador José Ricardo Queiroz

Franco pela oportunidade a mim concedida e, à Regina Célia Guedes Leite pelos

conhecimentos de programação transmitidos, essenciais ao desenvolvimento e

conclusão do que vem a seguir.

Alexandre Caram e Silva

Aluno do Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Estruturas da UFMG

Fevereiro/2008

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ii

RESUMO

Neste trabalho, desenvolveu-se uma aplicação Add-on para palataforma CAD

(AutoCAD), com o objetivo de integrar o dimensionamento e o detalhamento de uma

ligação rígida viga-pilar constitida de perfis I de aço. O foco do trabalho é a integração

de fases do processo de projeto de uma estrutura metálica. Além do dimensionamento e

detalhamento da ligação propriamente dita, a aplicação desenvolvida faz também a

verificação dos esforços resistentes de perfis soldados e laminados conforme a última

revisão da NBR8800.

O sistema foi desenvolvido utilizando o paradigma da POO e possui uma interface

amigável com o usuário, para automatizar a coleta de dados da análise estrutural e

executar o dimensionamento de um perfil “I” e de sua ligação rígida com pilar. O

ambiente gráfico escolhido para detalhamento foi a plataforma AutoCAD, por ser

bastante difundida nos escritórios de projetos estruturais. A automação das fases

mencionadas do processo, através das tecnologias CAD/CAE, foi realizada com o

desenvolvimento de um sistema, onde foram criadas bibliotecas de classes dinâmicas na

forma de Plug-Ins do AutoCAD. O aplicativo CAE foi desenvolvido usando o ambiente

de programação do Borland Delphi em Pascal. A interface entre os sistemas CAE e

CAD foram programadas em C++, com auxílio da API (Application Program Interface)

denominada ObjectARX (Autocad Runtime eXtension). As fases do processo são

integradas com parâmetros passados através de arquivos texto no formato ASCII, de

forma a garantir a concepção de um projeto de estrutura metálica seguro e confiável. Em

decorrência da reusabilidade e modularidade do código desenvolvido em programação

orientada a objetos, novos tipos de detalhamento poderão ser futuramente criados e

incorporados ao sistema sem grandes dificuldades.

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iii

ABSTRACT

This paper deals with techniques of Object Oriented Programming (OOP) applied to the

development of routines that offer automation in the execution of the process of steel

structures projects. The main purpose of this project is the automation of phases of the

process, basically combining the levels related to the analysis, dimensioning, and design

of steel structures.

The system was developed using the OOP paradigm which allows a user-friendly

interface to automatize data gathering from structural analysis to perform the

dimensiong of an “I” profile and its rigid connection with a column, according to the

new ABNT (Associaçao Brasileira de Nomas Técnicas) NBR 8800. The AutoCAD

programming environment has been chosen because of its great acceptance into the

structural design offices. The automation of the mentioned phases of the process using

CAD/CAE technologies was achieved with the development of a computer system,

where dynamic libraries classes were created as AutoCAD Plug-ins. The interface

between the CAD/CAE systems were developed through an API (Application Program

Interface) called ObjectARX (Autocad Runtime eXtension).

The phases in the process are automatized using parameters passed through the ASCII

text files format, in order to assure a structural design completely safe and reliable. Due

to the reusability and modularity of the code, developed in Object Oriented

Programming, dimensioning and desinging new other profile can easily be created and

incorporated to the system with no major problems.

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SUMÁRIO

Apresentação

1 Introdução .................................................................................................... 8

1.1 Considerações Gerais – Histórico .............................................................. 8

1.2 Motivações e Objetivos............................................................................... 10

1.3 Projeto Estrutural – Processo e automação................................................. 11

1.4 Resumo do Conteúdo do Trabalho.............................................................. 14

2 Módulo CAE - Dimensionamento de perfis I e ligações rígidas segundo NBR8800:2008................................................. 16

2.1 Visão Geral................................................................................................. 16

2.2 Fluxo de dados do aplicativo desenvolvido.......................................... 18

2.3 Principais funções implementadas no aplicativo CAE .............................. 18

2.4 Propriedades geométricas dos perfis I........................................................ 20

2.4.1 Área Bruta ...................................................................................... 21

2.4.2 Momentos principais de Inércia...................................................... 21

2.4.3 Raio de giração............................................................................... 22

2.4.4 Módulo de Resistência Elástico...................................................... 22

2.4.5 Constante de torção........................................................................ 22

2.4.6 Módulo de Resistência Plástico...................................................... 23

2.4.7 Constante de empenamento da seção transversal........................... 23

2.5 Verificação da resistência de perfis I segundo a norma NBR8800............ 24

2.5.1 Dimensionamento à tração............................................................... 24

2.5.2 Dimensionamento à compressão...................................................... 26

2.5.2.1 Fator de redução associado à resistência à compressão 26

2.5.2.2 Cálculo do fator de red. associado à flambagem local - Q 29

2.5.3 Dimensionamento ao Momento Fletor........................................... 32

2.5.3.1 Resistência ao momento fletor em relação eixo x-x (MRd,x) 32

2.5.3.2 Resistência ao momento fletor em relação eixo y-y (MRd,y) 35

2.5.4 Dimensionamento ao esforço cortante.............................................. 37

2.5.5 Dimensionamento aos esforços combinados..................................... 39

Page 7: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

2

2.6 Dimensionamento das ligações rígidas Viga-Pilar....................................... 41

2.6.1 Introdução.......................................................................................... 41

2.6.2 Esforços nas mesas das vigas............................................................ 42

2.6.3 Verificação da efetividade da mesa à compressão............................ 42

2.6.4 Verificação da mesa à tração............................................................. 43

2.6.5 Verificação da alma ao cisalhamento local....................................... 43

2.6.6 Verificação da solda das mesas com a chapa de extremidade ......... 44

2.6.7 Verificação da solda da alma da viga com chapa de extremidade... 44

2.6.8 Esforços atuantes nos parafusos...................................................... 45

2.6.9 Verificação da chapa de extremidade.............................................. 47

2.6.10 Verificação dos parafusos................................................................ 47

2.6.11 Uso do aplicativo CAE para dimensionamento da ligação.............. 48

3 Módulo CAD-Aplicativo para detalhamento da ligação rígida 50

3.1 Visão Geral ................................................................................................. 50

3.2 Diagrama de Fluxo ...................................................................................... 53

3.3 Escopo Conceitual ...................................................................................... 54

3.4 Implementação do aplicativo...................................................................... 55

3.5 Comandos do aplicativo...................................................................... 65

4 Exemplo prático e comparativo com a NBR8800/86 67

4.1 Introdução...................................................................................................... 67

4.2 Cálculo das Propriedades Geométricas.......................................................... 68

4.3 Cálculo e comparativo da resistência do perfil I .......................................... 69

5 Considerações finais 73

5.1 Introdução...................................................................................................... 73

5.2 Conclusões .................................................................................................... 74

5.3 Sugestões para trabalhos futuros.................................................................... 75

6 Referências Bibliográficas 77

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3

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 — Etapas do processo na execução de um projeto estrutural........ 11

Figura 2 — Fluxo de dados entre as etapas de um projeto estrutural..... 13

Figura 3 — Foco do trabalho....................................................................... 14

Figura 4 — Aplicativo CAE dentro do contexto de um projeto estrutural

integrado assistido por computador......................................... 16

Figura 5 – Arquivo de entrada de dados automatizada............................... 17

Figura 6 — Dimensões básicas do perfil I................................................... 20

Figura 7 — Interface de entrada de dados inicial......................................... 20

Figura 8 — Propriedades calculadas............................................................ 21

Figura 9 — Verificação do esforço de tração.............................................. 25

Figura 10 — Verificação do esforço de compressão................................... 31

Figura 11 — Dimensionamento à flexão em relação ao eixo x-x................ 35

Figura 12 — Dimensionamento à flexão em relação ao eixo y-y................ 36

Figura 13 — Dimensionamento ao esforço cortante.................................... 39

Figura 14 — Verificação aos esforços combinados..................................... 40

Figura 15 — Modelo de Ligação Rígida...................................................... 41

Figura 16 — Dimensionamento da ligação rígida....................................... 48

Figura 17 – Arquivo de saída com os dados da ligação calculada.............. 49

Figura 18 — Aplicativo CAD dentro de um proj. estrutural automatizado. 50

Figura 19 — Áreas retangulares de hachura (1 a 8)..................................... 62

Figura 20 — Detalhamento da ligação rígida gerado automaticamente

pelo programa.......................................................................... 66

Figura 21 — Dimensões do Perfil I............................................................. 67

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LISTA DE TABELAS Apresentação Tabela 1 — Valores de χ em função do índice de esbeltez 27

Tabela 2 — Coeficientes de flambagem 28

Tabelas 3 — Tamanho mínimo da perna de uma solda de filete – dw 45

Page 10: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS Apresentação Letras romanas Maiúsculas

Ae — área líquida efetiva da seção transversal

Ag — área bruta da seção transversal

AMB — área teórica da face de fusão

An — área líquida da barra

Aw — área efetiva de cisalhamento; área efetiva da solda; área da alma

Cb — fator de modificação para diagrama de momento fletor não uniforme.

Ct — coeficiente de redução usado no cálculo de área líquida efetiva

Cw . — constante de empenamento da seção transversal

E — módulo de elasticidade tangente do aço

FRd — força resistente de cálculo

G — módulo de elasticidade transversal do aço,igual a 0,38E

I — momento de inércia

Ief — momento de inércia efetivo

IT — momento de inércia à torção uniforme da seção de aço

Ix,Iy — momentos de inércia da seção transversal em relação aos eixos x e y.

Kx — comprimentos de flambagem conforme Tabela 2

Ky — comprimentos de flambagem conforme Tabela 2

Kz — comprimentos de flambagem conforme Tabela 2

Lx — comprimentos de flambagem conforme Tabela 2

Ly — comprimentos de flambagem conforme Tabela 2

Kz — comprimentos de flambagem conforme Tabela 2

Mcr — momento fletor de flambagem elástica

Mpl — momento fletor de plastificação da seção

Mr — momento fletor correspondente ao início do escoamento da seção

MRd,x, MRd,y — momentos fletores resistentes de cálculo em torno dos eixos x e y

Nc,rd — força normal de compressão resistente de cálculo

Ne — força axial de flambagem elástica

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Nex — flambagem por flexão em relação ao eixo central de inércia x-x

Ney — flambagem por flexão em relação ao eixo central de inércia y-y

Nez — flambagem por torção em relaç

Nrd . — força normal resistente do cálculo

Nsd — força normal solicitante de cálculo

Nt,Rd — força normal de tração resistente do cálculo

Pdc — força de compressão atuante na mesa de ligação rígida

Pdt — forca de tração atuante na meda ligação rígida

Q . — coeficiente de flambagem local.

Qdp — esforço adicional de tração de cálculo atuante no parafuso em decorrência do efeito alavanca

Tdp — esforço de tração de cálculo atuante no parafuso

Vd — força cortante de cálculo

Vpl — força cortante correspondente à plastificação da alma por cisalhamento

VRd — força cortante resistente ao cálculo

X — fator de redução associados à resistência à compressão

Wef — módulo de resistência elástico efetivo

Wx, Wy — módulo de resistência elásticos em relação aos eixos x e y.

Zx,Zy — módulo de resistência plástico em relação aos eixos x e y

Letras romanas Minúsculas

a — distancia em geral; distância entre enrijecedores transversais.

bef — largura efetiva

bf — largura da mesa

d — diâmetro em geral; altura da seção transversal

dp — diâmetro do parafuso

dw — tamanho mínimo da perna de uma solda de filete

e — comprimento dos entalhes feitos na alma para execução da soldas das

mesas

fr — tensão residual em geral tomada com 30% de fu

fu — resistência à ruptura do aço a tração

fy — resistência ao escoamento de aço a tensão normal

fw — resistência mínima à tração

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kc — parâmetro de ajuste da resistência para perfis soldados

lx — comprimento de flambagem em relação ao eixo x

ly — comprimento de flambagem em relação ao eixo y

np — número total de parafusos da ligação

rx — raio de giração

ry — raio de giração

tf — espessura da forma de aço

tw — espessura da alma

Letras gregas

α — coeficiente relacionado à curva de dimensionamento à compressão;

coeficiente relacionado ao efeito Rüsth

ß — fator de redução

δ — fator de contribuição do aço; deslocamento, flecha

γa — peso específico do aço; coeficiente de ponderação de resistência.

λo — índice de esbeltez reduzido

λp — parâmetro de esbeltez correspondente à plastificação

λr — parâmetro de esbeltez corespondente ao início do escoamento

λx — esbeltez em relação ao eixo x-x

λy — esbeltez em relação ao eixo y-y

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1

INTRODUÇÃO

1.1 Considerações Gerais – Histórico

Desde o aparecimento dos primeiros computadores até os dias atuais a arte de projetar

estruturas tem passado por grandes transformações. No início pequenos programas eram

desenvolvidos para auxiliar os engenheiros em cálculos matemáticos de pequeno e

médio porte, devido às limitações de hardware existentes na época. Embora muito no

início, era o começo da utilização da tecnologia CAE (Computer Aided Engineering).

Com o passar dos anos, os computadores passaram por grandes evoluções de capacidade

de armazenamento e velocidade de processamento, tornando possível realizar cálculos

cada vez mais complexos com tempo de resposta cada vez menor.

A partir do surgimento de plataformas CAD (Computer Aided Design) essas novas

ferramentas, gradativamente, substituíram a prancheta, caneta e papel, transferindo o

desenvolvimento do projeto para o computador, permitindo assim a impressão direta do

projeto, ganhando-se tempo, precisão e praticidade. Dentre esses softwares, o mais

difundido entre os engenheiros de estruturas continua sendo o AutoCAD (AUTODESK,

2008). A plataforma CAD passou a ser utilizada em parceria com outros softwares com

finalidades diversas. Programas comerciais como SAP e ANSYS são exemplos da

utilização dessa plataforma para oferecer uma conectividade gráfica ao usuário, que tem

como principal objetivo o cálculo estrutural para obtenção de diversos tipos de esforços,

para o dimensionamento de estruturas. Essa interface gráfica amigável com o usuário é

um dos principais avanços que a plataforma CAD oferece no campo da Engenharia

Estrutural.

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Nos últimos anos ficou consolidada a utilização da programação orientada a objetos na

codificação de algorítmos para sistemas computacionais e ainda para as fases de análise

e de projeto de software. Esse paradigma de programação permite o reaproveitamento

de códigos e o acréscimo de novas implementações, além da complementação de

códigos por outros programadores.

O AutoCAD é um software com arquitetura aberta para extensões com a utilização de

AutoLISP, ADS e Visual Basic, mas sua ferramenta de extensão mais poderosa ainda é

o AutoCAD Runtime Extension – o Object ARX (AUTODESK, 2005 e

MCAULEY,2000), uma interface para programação de Aplicativos (Application

Programming Interface - API), baseado na linguagem C++, amplamente utilizada ao

longo desse trabalho.

Apesar dos vários avanços alcançados com o aparecimento de ferramentas no mercado

que buscam otimizar a etapa de detalhamento de estruturas metálicas, o procedimento

ainda é muito demorado e pode ser amplamente automatizado.

Embora o objetivo dessa dissertação não seja a análise estrutural para obtenção de

esforços solicitantes, a automação das fases dimensionamento e detalhamento de

estruturas metálicas requerem o uso de interfaces de comunicação entre si e com

aplicativos de análise para importação/exportação e manipulação de dados comuns a

essas etapas. Assim, o aplicativo, produto desse trabalho, possui módulos interligados

para executar o dimensionamento de ligações metálicas a partir de dados da análise

estrutural (sistema CAE) e para executar o detalhamento gráfico dessas ligações

(sistema CAD)

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10

1.2 Motivações e Objetivos

O foco principal desse trabalho é a integração entre fases do projeto de estruturas

metálicas, mais especificamente de ligações metálicas. O objetivo é o desenvolvimento

de um produto, aplicativo computacional, para integrar processos e melhorar a

produtividade, a qualidade e a confiabilidade do projeto final.

Percebe-se que hoje em dia os projetos de edificações em estruturas de concreto já

possuem ferramentas genéricas bastante avançadas de projeto assistido por computador.

Dentre eles destacam-se hoje o Eberick (AltoQi Informática, 2007) e o TQS (TQS

Informática, 2007), os quais possuem ferramentas de modelagem, análise,

dimensionamento e detalhamento, integradas num processo que vai desde a concepção

inicial do projeto até a etapa final de organização dos desenhos das peças.

Por outro lado, os projetos em estruturas metálicas, ainda se apresentam num estágio

embrionário de automação de suas etapas, sendo muitas vezes necessária a utilização de

diversos softwares diferentes para se chegar ao final do processo.

Paralelamente, a revisão da Norma Brasileira de Dimensionamento de Estruturas

Metálicas, a NBR8800, está na sua etapa de conclusão. Nesse novo contexto, equações

foram reformuladas, novos conceitos inseridos e várias mudanças realizadas, que

implicarão na necessidade de revisão dos aplicativos (softwares) existentes para

dimensionamento de estruturas metálicas.

Identificada essa necessidade de automação e atualização nesse segmento, surgiu o

interesse e a motivação para realização desse trabalho que visa contribuir de um modo

geral para o aprimoramento da Engenharia de Estruturas, focando-se principalmente na

melhoria da qualidade e confiabilidade dos projetos de estruturas metálicas.

O objetivo será então utilizar a programação orientada a objetos (POO), em linguagem

C++ utilizando a API ObjectARX, para programar o “software” AutoCAD de forma a

automatizar as etapas do processo de dimensionamento e detalhamento de estruturas

metálicas.

Page 16: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

11

1.3 Projeto Estrutural – Processo e automação

A execução de um projeto estrutural, que consiste de várias etapas, está sendo

gradativamente automatizada, conforme dito anteriormente. Durante a elaboração de um

projeto pode-se distinguir várias etapas, dentre elas a modelagem, a análise, o

dimensionamento e o detalhamento.

FIGURA 1 – Etapas do processo na execução de um projeto estrutural.

A modelagem trata da geração de dados, de forma a se obter um modelo estrutural

teórico (numérico ou gráfico) que se aproxime ao máximo da estrutura real a ser

dimensionada. A etapa de modelagem, inicialmente feita através de dados numéricos de

coordenadas e carregamentos, hoje cedeu espaço para a entrada gráfica através de

“linhas”, que representam elementos de barra, por exemplo. Hoje em dia é possível

encontrar modeladores bastante eficientes tanto no mercado como no meio acadêmico.

A etapa de análise trata da obtenção dos esforços solicitantes e deslocamentos na

estrutura em função do modelo definido. Essa etapa também já se encontra bem

resolvida e na maioria das vezes perfeitamente integrada à modelagem da estrutura.

Vale lembrar que antigamente existiam os pré-processadores, que eram modeladores

numéricos, e os processadores, que faziam a análise, obtendo os deslocamentos e

esforços solicitantes, e ambos eram aplicativos completamente distintos. Hoje já

Modelagem

Usuário

Análise

Dimensionamento

Detalhamento

Page 17: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

12

existem softwares livres e comerciais como o SAP e o ANSYS, em que esses módulos

vêm integrados num único aplicativo, realizando a análise e dimensionamento com

bastante eficiência e confiabilidade.

Dessa forma percebe-se que o fluxo de dados entre essas duas etapas encontra-se

plenamente automatizado, como mostra a figura 1, onde o usuário se encontra no centro

das decisões, fazendo o lançamento da estrutura, dos carregamentos e das condições de

contorno da estrutura.

Cumpridas as etapas de modelagem e análise, os aplicativos em geral retornam os

resultados ao usuário, que se encarrega da avaliação dos esforços obtidos para em

seguida fazer interativamente o dimensionamento das peças. Assim, através de

aplicativos de dimensionamento de perfis, ligações, chapas de base, dentre outros, o

usuário é obrigado a fazer o fluxo de informações percorrer entre os aplicativos até o

dimensionamento final de todas as peças.

Na fase seguinte o usuário finaliza o projeto realizando desenhos técnicos em

plataforma CAD, com as informações coletadas na etapa de dimensionamento. O fluxo

completo de informações do processo pode assim ser ilustrado como na figura 1.

Dentro de uma definição mais ampla, o objetivo desse trabalho é o de fazer com que o

fluxo de informações tenha um trajeto semelhante àquele apresentado na figura 02, que

consiste basicamente em automatizar as etapas do processo através da passagem

automática de dados entre os aplicativos.

Essa transferência de dados apesar de poder ser feita internamente em um só aplicativo

fechado, pode ser feita também através de um framework1, como no trabalho de

LEITE(2007), ou diretamente sob o comando do usuário através de arquivos externos

(geralmente arquivos texto) de comunicação entre os aplicativos. Este segundo

procedimento será o modelo adotado nesse trabalho, pois permite uma maior

flexibilidade na transferência dos dados, podendo ser utilizado juntamente com outros

programas existentes.

1 O framework é um aplicativo que tem por objetivo gerenciar o fluxo de dados entre diferentes aplicati-vos, formatando dados, passando variáveis e auxiliando na integração da etapas de um processo.

Page 18: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

13

FIGURA 2 – Fluxo de dados entre as etapas de um projeto estrutural.

Analisando-se o dia-a-dia dos escritórios de projeto, percebe-se que o grande gargalo na

execução dos projetos encontra-se nas etapas de dimensionamento e detalhamento das

peças estruturais e suas ligações.

Como já existem vários aplicativos, que integram com segurança e dinamismo as etapas

de modelagem e análise, e também já é possível integrar processos por meio de um

framework, este trabalho se foca nos processos de dimensionamento e detalhamento

(Fig. 3), sem deixar de lado a comunicabilidade com as outras etapas do processo como

um todo.

Foram criados aplicativos, seguindo os paradigmas da POO, que efetuam o

dimensionamento e detalhamento de perfis I, soldados ou laminados, e de uma ligação

rígida. Outros tipos de seções e de ligações, poderão ser futuramente incorporados em

função das técnicas de programação orientada a objetos utilizadas na implementação

dos algorítmos de dimensionamento e detalhamento. As técnicas utilizadas permitem o

reaproveitamento de códigos e a expansão do sistema para incorporar novos

desenvolvimentos.

Usuário / Framework

Modelagem

Análise

Dimensionamento

Detalhamento

Page 19: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

14

FIGURA 3 – Foco do trabalho.

1.4 Resumo do Conteúdo do Trabalho

O Escopo desse trabalho é dividido basicamente em três partes, CAE, CAD e

Automação.

No capítulo dois será abordado inicialmente a parte referente a CAE – Computer Aided

Engineering, que trata da parte de cálculo da resistência de perfis I e de ligações rígidas

com pilares e seus respectivos dimensionamentos. Nesse capítulo são apresentados

conceitos e equações básicas para obtenção das propriedades geométricas dos perfis I

que serão amplamente utilizados no cálculo da resistência dos perfis. Serão revistas

também todas as equações referentes ao dimensionamento de perfis I e dos elementos

que compõe a ligação rígida, já tendo em vista a revisão da NBR8800. Durante o

desenvolvimento do aplicativo (software) CAE, procurou-se gerar um sistema com uma

interface simples e familiar aos engenheiros de estruturas, para tornar o uso do

aplicativo fácil e rotineiro, deixando a parte complexa e pesada para ser resolvida

Usuário / Framework

Modelagem

Análise

Dimensionamento

Detalhamento

Page 20: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

15

internamente pelo programa. São coletados dados essenciais à análise estrutural dos

elementos, tais como esforços solicitantes e geometria básica da seção transversal,

podendo ser inseridos de forma manual, através de caixas de diálogo, ou automatizada

através da leitura e importação de dados de arquivo texto. Nesse capítulo são

apresentadas também as principais funções de dimensionamento criadas para

verificação da resistência dos perfis I e da ligação rígida.

O capitulo três tratará da parte de tecnologia CAD – Computer Aided Design, onde são

apresentados conceitos utilizados no desenvolvimento de um aplicativo capaz de ler os

dados gerados pelo aplicativo CAE, mostrando as classes e funções criadas, o fluxo de

atividades e o funcionamento do sistema que gera de forma automatizada o

detalhamento da ligação rígida entre viga e pilar metálico.

No decorrer do capitulo dois e três serão também apresentados os procedimentos

utilizados para a automação dos dois processos CAD/CAE, ilustrando a forma de

transferência das variáveis, que permite a integração dos processos através de interfaces

amigáveis.

No capítulo quatro será feito um exemplo numérico das equações de dimensionamento

de perfis I utilizando-se as equações revisadas da nova NBR8800 e comparando

rapidamente os resultados com os valores de resistência obtidos utilizando-se a

NBR8800:1986.

No capítulo cinco serão apresentadas as considerações finais, contendo conclusões sobre

as tecnologias desenvolvidas e os aplicativos gerados. Além disto, trabalhos futuros

serão propostos no sentido de complementar o processo de automação de projetos de

estruturas metálicas, o que poderá em um futuro breve trazer uma importante

contribuição para o aprimoramento da Engenharia de Estruturas no Brasil.

Page 21: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

16

2

MÓDULO CAE - DIMENSIONAMENTO DE PERFIS I E

LIGAÇÕES RÍGIDAS SEGUNDO NBR8800:2008

2.1 Visão Geral

Conforme o esquema na figura 4 mostra, o aplicativo CAE, desenvolvido como parte

deste trabalho, atua exclusivamente na execução do dimensionamento. Entretanto, para

que o processo como um todo seja eficiente e automatizado, interfaces de conectividade

entre as etapas de análise e detalhamento tiveram que ser desenvolvidas.

FIGURA 4 – Aplicativo CAE dentro do contexto de um projeto estrutural integrado

assistido por computador.

Usuário / Framework

Modelagem

Análise

Dimensionamento

Detalhamento

Page 22: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

17

Uma forma de comunicação entre o aplicativo de dimensionamento e a etapa de análise

é através de uma interface para importação de dados por meio da leitura de um arquivo

texto gerado por um aplicativo externo. Esse arquivo texto pode também ser gerado pelo

usuário, utilizando um editor de texto qualquer. Uma amostra de um arquivo de dados

lido pelo aplicativo pode ser visto na figura 5.

FIGURA 5 – Arquivo de entrada de dados automatizada.

Em decorrência da revisão da NBR8800 de 1986, cuja publicação está prevista para

entrar em vigor em 2008, os critérios de dimensionamento adotados nesta dissertação e

implementados no aplicativo serão todos revistos e aplicados com base nas novas

equações para verificação da resistência de perfis I Soldados ou Laminados. As

propriedades geométricas da seção transversal, necessárias ao dimensionamento e

verificação da resistência do perfil serão calculadas internamente pelo aplicativo e

ficarão disponibilizadas para o detalhamento. O cálculo das ligações rígidas e

verificação de seus elementos também seguirão os mesmos critérios, sendo verificadas

conforme preceitos da nova NBR8800.

Page 23: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

18

Ao término do dimensionamento, um arquivo texto será gerado com o resultado obtido

de forma a permitir uma conexão segura com a etapa de detalhamento (CAD), que

poderá ser executado pelo aplicativo CAD desenvolvido como parte desse trabalho e

apresentado no capitulo 3 ou por qualquer outro aplicativo disponível.

2.2 Fluxo de dados do aplicativo desenvolvido

O aplicativo CAE desenvolvido tem o seguinte fluxo de dados:

Entrada Dados Via Usuário Entrada Dados/Esforços Via Arq. Externo

Entrada Esforços Via Usuário

Cálculo das propriedades geométricas

Dimensionamento aos esforços normais (tração e compressão), ao momento fletor, ao

esforço cortante e aos esforços combinados

Dimensionamento Ligação Rígida

Saída para detalhamento (CAD externo)

2.3 Principais funções implementadas no aplicativo CAE

O desenvolvimento do aplicativo CAE, implementado em Pascal, utilizando-se da API

gráfica do Borland Deplhi 7, deu origem à criação de diversas funções e procedimentos

ilustradas a seguir. Os procedimentos, controlam o comportamento da interface

interagindo com o usuário, fazendo a coleta de dados e controlando o comportamento

do aplicativo. As funções criadas processam as equações de dimensionamento

propriamente ditas, retornando os valores de resistência obtidos.

Page 24: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

19

Principais funções criadas:

Page 25: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

20

2.4 Propriedades geométricas dos perfis I

As propriedades geométricas dos perfis I são calculadas no aplicativo tomando-se por

base dimensões comerciais básicas fornecidas pelos fabricantes, conforme ilustrado na

figura abaixo.

d

bf

tf

tw

x

y FIGURA 6 – Dimensões básicas do perfil I.

Na interface do aplicativo desenvolvido essas medidas são inseridas no respectivos

campos, em milímetros, conforme ilustrado na figura 7.

FIGURA 7 – Interface de entrada de dados inicial.

Page 26: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

21

2.4.1 Área Bruta

A área bruta do perfil I calculada pelo aplicativo é determinada por:

)2(2 fwffg tdttbA ⋅−⋅+⋅⋅= (2.1)

2.4.2 Momentos principais de Inércia

Os momentos de inércia em relação aos eixos X e Y são dados respectivamente por:

12)2(

)2/2/(212

23

23

fwfff

ffxx

tdttdtb

tbI

⋅−⋅+−⋅⋅⋅+

⋅⋅= (2.2)

12)2(

122

33wfff

yy

ttdbtI

⋅⋅−+

⋅⋅= (2.3)

Após a entrada de dados o aplicativo calcula Ag, Ixx e Iyy e mostra os resultados na caixa

de interface conforme mostra a figura 8.

FIGURA 8 – Propriedades calculadas.

Page 27: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

22

Essas propriedades podem ser ajustadas pelo usuário e as demais propriedades seguintes

serão calculadas com base no valor informado.

2.4.3 Raio de giração

O Raio de giração rx e ry em relação aos eixos principais de inércia são definidos

respectivamente a seguir:

g

xxx A

Ir = (2.4) ;

g

yyy A

Ir = (2.5)

2.4.4 Módulo de Resistência Elástico

Os Módulos de resistência elástico Wx e Wy são:

dIW xx

x⋅

=2

(2.6) ; f

yyy b

IW

⋅=

2 (2.7)

2.4.5 Constante de torção

A constante de torção J para um perfil I é:

3)2(

32 33

wfff ttdtbJ

⋅⋅−+

⋅⋅= (2.8)

Page 28: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

23

2.4.6 Módulo de Resistência Plástico

Da mesma forma Zx e Zy são definidos como:

4)2(

)(2

wffffx

ttdtdbtZ

⋅⋅−+−⋅⋅= (2.9)

4)2(

2

22wfff

y

ttdbtZ

⋅⋅−+

⋅= (2.10)

2.4.7 Constante de empenamento da seção transversal

A constante de empenamento Cw é dada por:

4)( 2tfdI

C yyw

−⋅= (2.11)

Page 29: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

24

2.5 Verificação da resistência de perfis I segundo a norma NBR8800

A norma NBR8800 propõe novas equações para dimensionamento de estruturas de aço

e estruturas mistas aço-concreto, conforme discutido de forma sucinta nos itens a seguir.

2.5.1 Dimensionamento à tração

De uma maneira geral o índice de esbeltez no dimensionamento à tração deve ser

inferior a 300.

300≤=x

xx r

lλ (2.12) ; 300≤=

y

yy r

lλ (2.13)

onde:

lx = comprimento destravado em relação ao eixo X ly = comprimento destravado em relação ao eixo Y

a) Para escoamento da seção bruta:

1,

a

ygRdt

fAN

γ⋅

= (2.14)

onde: 1,11 =aγ em condições normais de uso (Tabela 3 NBR8800) e,

fy = Tensão de escoamento do aço.

b) Para ruptura da área líquida:

2,

a

ueRdt

fANγ⋅

= (2.15)

onde: 35,12 =aγ em condições normais de uso (Tabela 3 NBR8800),

fu = Tensão de ruptura do aço e,

Page 30: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

25

nte ACA ⋅= (2.16)

onde:

An = Área liquida da Barra Ct = Coeficiente de redução da área líquida da barra.

Como as forças de tração serão transmitidas por ligações rígidas através de soldas e

parafusos, teremos Ct = 1,00 e portanto Ae = An.

Para o tipo de ligação proposto nesse trabalho, admite-se que não são feitos furos na

seção transversal do perfil I. Uma chapa de extremidade é soldada ao perfil e a ligação é

feita por meio dessa chapa. Assim não há redução da área da seção transversal e Ae = An

= Ag. Assim,

2,

a

ugRdt

fAN

γ⋅

= (2.17)

Para dimensionamento do perfil ao esforço de tração deve-se preencher o campo de

“Tração” no painel de “esforços solicitantes" e pressionar o botão “calcula” conforme

indicado na caixa de interface da figura 9.

FIGURA 9 – Verificação do esforço de tração

Page 31: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

26

2.5.2 Dimensionamento à compressão

A NBR8800 determina que o índice de esbeltez de barras comprimidas seja inferior a

200, ou seja:

200≤⋅

=x

xxx r

lkλ (2.18) ; 200≤⋅

=y

yyy r

lkλ (2.19)

A força axial de compressão resistente de cálculo de uma barra, associada aos estados

limites últimos de instabilidade por flexão, por torção ou flexo-torção e de flambagem

local, é definida pela NBR8800 pela seguinte expressão:

1,

a

ygRdc

fAQN

γχ ⋅⋅⋅

= (2.20)

onde:

χ é o fator de redução associado à resistência à compressão,

Q é o fator de redução total associado à flambagem local.

2.5.2.1 Fator de redução associado à resistência à compressão

Na última revisão da NBR8800, foi introduzida uma curva única de flambagem na

compressão, onde o cálculo do fator de redução χ é dado por:

20658,0 λχ = para 5,10 ≤λ (2.21)

20

877,0λ

χ = para 5,10 >λ (2.22)

onde,

Page 32: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

27

e

yg

NfAQ ⋅⋅

=0λ (2.23)

Tabela 1 – Valores de χ em função do índice de esbeltez 0λ

A força axial de flambagem elástica - Ne – depende do eixo considerado e é dada pelas

equações que seguem:

a) para flambagem por flexão em relação ao eixo central de inércia x-x:

2

2

)( xx

xex LK

IEN

⋅⋅⋅

(2.24)

Page 33: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

28

b) para flambagem por flexão em relação ao eixo central de inércia y-y:

2

2

)( yy

yey LK

IEN

⋅⋅=π

(2.25)

c) para flambagem por torção em relação ao eixo longitudinal z:

⋅+

⋅⋅⋅

⋅= JGLK

CEr

Nzz

wez 2

2

20 )(1 π

(2.26)

onde KxLx , KyLy são comprimentos de flambagem conforme Tabela 1.

TABELA 2 – Coeficientes de flambagem.

Nos elementos contraventados, o coeficiente de flambagem por flexão deve ser tomado

igual a 1,0, a menos que se demonstre que pode ser utilizado um valor menor.

Page 34: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

29

2.5.2.2 Cálculo do fator de redução associado à flambagem local - Q

O fator de redução total associado à flambagem local é dado pelo produto entre os

fatores de redução devido à flambagem dos elementos que compõem a seção

transversal. Os elementos podem ser do tipo AA (Apoiado-Apoiado) ou AL (Apoiado-

Livre), conforme ilustra a figura abaixo.

Para os elementos AA da seção calcula-se Qa e para os elementos AL calcula-se Qs.

sa QQQ ⋅= (2.27)

a) Cálculo de Qa para elementos de um perfil I (Alma):

1=aQ , para yw

f

fE

ttd

⋅≤⋅−

49,12

(2.28a)

g

wefga A

tbbAQ

⋅−−=

)(, para

yw

f

fE

ttd

⋅>⋅−

49,12

(2.28b)

onde:

⋅−−⋅⋅⋅=

ywf

a

ywef f

Ettd

cfEtb

/)2(192,1 (2.29)

onde:

ca = 0,34

Page 35: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

30

b) Cálculo de Qs para elementos AL de um perfil I (Elementos que compõe a mesa):

Perfis I Laminados:

1=sQ , para yf

f

fE

tb

⋅≤⋅

56,02 (2.30a)

Ef

tb

Q y

f

fs ⋅

⋅⋅−=2

74,0415,1 , para yf

f

y fE

tb

fE

⋅≤⋅

<⋅ 03,12

56,0 (2.30b)

2

2

69,0

⋅⋅

⋅=

f

fy

s

tb

f

EQ , para yf

f

fE

tb

⋅>⋅

03,12

(2.30c)

Perfis I Soldados:

1=sQ , para cyf

f

kfE

tb

⋅≤⋅

64,02 (2.31a)

Ekf

tb

Qc

y

f

fs ⋅

⋅⋅

⋅−=2

65,0415,1 , para cycy kf

Etf

bfkf

E⋅≤

⋅<⋅ 17,1

264,0 (2.31b)

2

2

90,0

⋅⋅

⋅⋅=

f

fy

cs

tb

f

kEQ , para cyf

f

kfE

tb

⋅>⋅

17,12

(2.31c)

onde

wfc ttd

k)2(

4⋅−

= , sendo 76,035,0 ≤≤ ck (2.32)

Page 36: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

31

Usando-se o aplicativo para dimensionamento do perfil ao esforço de compressão deve-

se preencher o campo de “Compressão” no painel de “esforços solicitantes" com o

respectivo valor em kN. Os comprimentos de flambagem definidos em 2.5.2.1 e

apresentados na tabela 1 também devem ser preenchidos. Posteriormente pressiona-se o

botão “calcula” conforme indicado na figura 10.

FIGURA 10 – Verificação do esforço de compressão.

Page 37: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

32

2.5.3 Dimensionamento ao Momento Fletor

O momento fletor resistente de cálculo, MRd, para efeito desse trabalho é calculado

conforme o anexo G da nova NBR8800, sendo aplicável à vigas não esbeltas. As etapas

de dimensionamento e suas formulações são apresentadas a seguir.

2.5.3.1 Resistência ao momento fletor em relação eixo x-x (MRd,x)

Para assegurar a validade da análise elástica,

1,

5,1

a

yxxRd

fWM

γ⋅⋅

≤ (2.33)

De forma geral MRd,x é cálculado segundo a seguinte curva de dimensionamento:

Para verificação à Flambagem Lateral com torção (FLT):

1,

a

plxRd

MM

γ= , para pλλ < (2.34a)

11, )(

a

pl

pr

prplpl

a

bxRd

MMMM

CM

γλλλλ

γ≤

−⋅−−⋅= , p/ rp λλλ ≤< (2.34b)

11,

a

pl

a

crxRd

MMM

γγ≤= , para rλλ > (2.34c)

onde:

Cb é dado conforme 5.4.2.3 da nova NBR8800 ou tomado a favor da segurança igual a 1

yb rL /=λ , onde Lb é o omprimento destravado da barra (2.35)

yp fE /76,1 ⋅=λ (2.36)

y

w

ty

tyr I

CIr

II 21

1

2711

38,1 ββ

λ⋅⋅

++⋅⋅⋅

⋅⋅= , onde

t

xry

IEWff

⋅−=

)(1β (2.37)

Page 38: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

33

yxpl fZM ⋅= (2.38)

xryr WffM ⋅−= )( , onde yr ff ⋅= 3,0 (2.39)

⋅⋅+⋅⋅

⋅⋅⋅=

w

bt

y

w

b

ybcr C

LIIC

LIEC

M2

2

2

039,01π

(2.40)

Para verificação à Flambagem Local da Alma (FLA):

1,

a

plxRd

MM

γ= , para pλλ < (2.41a)

−⋅−−⋅=

pr

prplpl

axRd MMMM

λλλλ

γ)(1

1, , para rp λλλ ≤< (2.41b)

1,

a

crxRd

MM

γ= , para rλλ > (2.41c)

onde:

wf ttd /)2( ⋅−=λ (2.42)

yp fE /76,3 ⋅=λ (2.43)

yr fE /70,5 ⋅=λ (2.44)

yxpl fZM ⋅= (2.45)

xyr WfM ⋅= (2.46)

=crM Viga esbelta (Ver anexo H da nova NBR8800) (2.47)

Page 39: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

34

Para verificação à Flambagem Local da Mesa (FLM):

1,

a

plxRd

MM

γ= , para pλλ < (2.48a)

−⋅−−⋅=

pr

prplpl

axRd MMMM

λλλλ

γ)(1

1, , para rp λλλ ≤< (2.48b)

1,

a

crxRd

MM

γ= , para rλλ > (2.48c)

onde:

ff tb ⋅= 2/λ (2.49)

yp fE /38,0 ⋅=λ (2.50)

)/(83,0 ryr ffE −⋅=λ , para perfis laminados

)/(95,0 rycr ffkE −⋅⋅=λ , para perfis soldados

(2.51a)

(2.51b)

yxpl fZM ⋅= (2.52)

xryr WffM ⋅−= )( (2.53)

xcr WEM ⋅⋅

= 2

69,0λ

, para perfis laminados

xc

cr WkE

M ⋅⋅⋅

= 2

90,0λ

, para perfis soldados

(2.54a)

(2.54b)

Usando-se o aplicativo para dimensionamento do perfil ao esforço de flexão em relação

ao eixo principal de inércia, o eixo x-x, deve-se inicialmente informar os dados da barra.

Na guia de valores a serem informados estão o comprimento destravado Lb e o

coeficiente de correção do momento fletor Cb. Feito isso, basta informar o esforço

atuante e pressionar o botão “calcula” indicado na figura 11.

Page 40: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

35

FIGURA 11 – Dimensionamento à flexão em relação ao eixo x-x.

2.5.3.2 Resistência ao momento fletor em relação eixo y-y (MRd,y)

Para assegurar a validade da análise elástica,

1,

5,1

a

yyyRd

fWM

γ⋅⋅

≤ (2.55)

Para verificação à Flambagem Local da Mesa (FLM):

1,

a

plyRd

MM

γ= , para pλλ < (2.56a)

−⋅−−⋅=

pr

prplpl

ayRd MMMM

λλλλ

γ)(1

1, , para rp λλλ ≤< (2.56b)

1,

a

cryRd

MMγ

= , para rλλ > (2.56c)

onde:

Page 41: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

36

ff tb ⋅= 2/λ (2.57)

yp fE /38,0 ⋅=λ (2.58)

)/(83,0 ryr ffE −⋅=λ , para perfis laminados

)/(95,0 rycr ffkE −⋅⋅=λ , para perfis soldados

(2.59)

(2.60)

yypl fZM ⋅= (2.61)

yyr WfM ⋅= (2.62)

ycr WEM ⋅⋅

= 2

69,0λ

, para perfis laminados

yc

cr WkE

M ⋅⋅⋅

= 2

90,0λ

, para perfis soldados

(2.63a)

(2.63b)

Para calcular o esforço resistente ao momento fletor em relação ao eixo de menor

inércia, o eixo y-y, deve-se proceder de maneira análoga ao cálculo do momento fletor

em relação ao eixo x-x, conforme indicado na figura 12.

FIGURA 12 – Dimensionamento à flexão em relação ao eixo y-y.

Page 42: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

37

2.5.4 Dimensionamento ao esforço cortante

Em seções I fletidas em relação ao eixo central de inércia perpendicular à alma (Eixo

xx), a força cortante resistente de cálculo,VRd, é dada por:

1a

plRd

VV

γ= , para pλλ < (2.64a)

1a

plpRd

VV

γλλ

⋅= , para rp λλλ ≤< (2.64b)

1

2

24,1a

plpRd

VV

γλλ

⋅= , para rλλ > (2.64c)

onde:

wf ttd /)2( ⋅−=λ (2.65)

yvp fEk /10,1 ⋅⋅=λ (2.66)

yvr fEk /37,1 ⋅⋅=λ (2.67)

ywpl ftdV ⋅⋅⋅= 60,0 (2.68)

Para:

+=

2)/(55

00,5

hakv

, para 3>ha

, ou

2

)/(260

>

wthha

(2.69a)

, para todos os outros casos (2.69b)

onde:

a é a distância entre as linhas de centro de dois enrijecedores transversais adjacentes;

Page 43: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

38

Em seções I fletidas em relação ao eixo yy, a força cortante resistente de cálculo é:

1a

plRd

VV

γ= , para pλλ < (2.70a)

1a

plpRd

VV

γλλ

⋅= , para rp λλλ ≤< (2.70b)

1

2

24,1a

plpRd

VV

γλλ

⋅= , para rλλ > (2.70c)

onde:

ff tb ⋅= 2/λ (2.71)

yvp fEk /10,1 ⋅⋅=λ , com kv = 1,2 (2.72)

yvr fEk /37,1 ⋅⋅=λ , com kv = 1,2 (2.73)

yffpl ftbV ⋅⋅⋅⋅= 260,0 (2.74)

O aplicativo desenvolvido calcula também o esforço cortante utilizando-se das equações

acima descritas. Para tanto, deve-se informar distância entre as linhas de centro de dois

enrijecedores transversais adjacentes, conforme indicado na figura 13, além de informar

a magnitude dos esforços cortantes.

Page 44: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

39

FIGURA 13 – Dimensionamento ao esforço cortante.

2.5.5 Dimensionamento aos esforços combinados

Para a atuação simultânea da força axial de tração ou de compressão e de momentos

fletores, deve ser obedecida a limitação dada pelas seguintes equações de interação:

00,198

,

,

,

, ≤

+⋅+

yRd

ySd

xRd

xSd

Rd

Sd

MM

MM

NN

, para 2,0≥Rd

Sd

NN

(2.75)

00,12 ,

,

,

, ≤

++

⋅ yRd

ySd

xRd

xSd

Rd

Sd

MM

MM

NN

, para 2,0<Rd

Sd

NN

(2.76)

O aplicativo faz as verificações descritas nas equações 275. e 2.76 acima, desde que

informados corretamente todos os parâmetros necessários ao cálculo individual de cada

esforço resistente.

Page 45: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

40

A figura 14 ilustra uma verificação aos esforços combinados feita com o aplicativo.

FIGURA 14 – Verificação aos esforços combinados.

Page 46: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

41

2.6. Dimensionamento das ligações rígidas Viga-Pilar

2.6.1. Introdução

Para que uma ligação seja considerada rígida, o ângulo entre os elementos estruturais

que se interceptam deve permanecer praticamente o mesmo ou com uma rotação

máxima de 10% em relação a uma ligação rotulada após a aplicação dos esforços

solicitantes.

Neste estudo, admite-se o modelo sugerido no Volume II da Bilbiografia técnica para o

desenvolvimento da construção metálica do CBCA (Centro Brasileiro da Construção em

Aço), que consiste em uma chapa de extremidade soldada no início/fim da viga, com

furos para parafusá-la posteriormente diretamente na mesa de uma coluna, procurando

adaptar as equações sugeridas no manual àquelas pertinentes à nova NBR8800.

A figura 15 ilustra o modelo típico da ligação rígida a ser trabalhada.

ba

e1 e2

d

bf

tf

tw

e

t

d''

d'Nd

Vd

Md

x

FIGURA 15 – Modelo de Ligação Rígida.

Page 47: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

42

2.6.2. Esforços nas mesas das vigas

O processo de dimensionamento realizado pelo aplicativo parte da hipótese que o

momento fletor atuante na viga é transferido através de esforços de tração e compressão

nas mesas, das vigas sem considerar a resistência da alma.

A força de tração na viga será resistida apenas pelas mesas, ao passo que a força

cortante será resistida pela alma.

Assim,

a) Esforço máximo na mesa tracionada:

2'SdSd

dtN

dM

P += (2.77)

b) Esforço máximo na mesa comprimida:

2'SdSd

dcN

dM

P −= (2.78)

2.6.3. Verificação da efetividade da mesa à compressão

Para que a mesa seja considerada totalmente efetiva na compressão não deve haver a

ocorrência de flambagem local (Qs = 1) e, portanto, as equações 2.30a e 2.31a devem

ser atendidas, respectivamente, para perfis I laminados ou soldados.

Page 48: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

43

2.6.4. Verificação da mesa à tração

Na verificação da mesa tracionada as equações 2.79 e 2.80 deverão ser atendidas,

considerando a área da mesa tracionada, At. Assim:

1,

a

ytRdtdt

fANP

γ⋅

=< (2.79)

2,

a

utRdtdt

fANPγ⋅

=< (2.80)

onde fft tbA ⋅=

2.6.5. Verificação da alma ao cisalhamento local

Na verificação da alma ao cisalhamento local, a força cortante de cálculo (Vd) deverá ser

inferior à força resistente ao cisalhamento (FRd,w), tomando-se a área liquida a ser

soldada da alma. Assim:

1,

6,0

a

ywwRdd

fAFV

γ⋅⋅

=< (2.81)

onde wfw tetdA ⋅−⋅−= )2( , para

=e comprimento total dos entalhes feitos na alma para execução da solda das mesas.

Page 49: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

44

2.6.6. Verificação da solda das mesas com a chapa de extremidade

A solda das mesas com a chapa de extremidade deverá ser de entalhe de penetração total

onde, a força de tração Pdt dada em 2.82 deve ser inferior à resistência à tração da solda

FRd,w, conforme a equação a seguir:

1,

a

ywwRddt

fAFP

γ⋅

=< (2.82)

onde ffw tbA ⋅=

2.6.7. Verificação da solda da alma da viga com a chapa de extremidade

A solda deverá resistir à força cortante Vd (Eq. 2.83) e a uma parcela da tensão normal

da mesa (Eq. 2.84).

)2(21 etfdV

F dSd −⋅−⋅

= (2.83)

22

2tw

bftfP

detfdF dt

Sd ⋅⋅

⋅−⋅−

= (2.84)

22

21 SdSdSd FFF += (2.85)

e, portanto

2,

6,0

w

wwwRdwSd

fAFlF

γ⋅⋅

=<⋅ (2.86)

Page 50: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

45

onde:

A área efetiva da solda (Aw) é calculada como o produto do comprimento efetivo da

solda (lw) pela espessura da garganta efetiva.

A garganta efetiva de uma solda de filete é igual à menor distância medida da raiz à face

plana teórica da solda, ou seja, dw sen45o. Assim,

www ldA ⋅⋅= 707,0

=wf 41,5 kN/cm2 para eletrodos E60xx e =wf 48,5 kN/cm2 para eletrodos E70xx e,

=2wγ 1,35 para combinações normais

TABELA 3 – Tamanho mínimo da perna de uma solda de filete – dw

2.6.8. Esforços atuantes nos parafusos

Os esforços atuantes nos parafusos são basicamente três: A força cortante, apresentada

na eq. 2.87, o força normal de tração (Eq. 2.88) e força adicional de tração devido ao

efeito alavanca na chapa da ligação (Eq. 2.89).

p

ddp n

VV = (2.87)

onde:

np é o número total de parafusos da ligação

Page 51: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

46

Considerando a ligação simétrica em reação ao eixo x-x, conforme a figura 15 o número

de parafusos tracionados, aqueles na mesa superior, é metade do total de parafusos.

Pode-se dizer então que:

2/p

dtdp n

PT = (2.88)

A força adicional devido ao efeito alavanca é dado por:

´´a

MbTQ dp

dpα−⋅

= (2.89)

onde:

2´ pd

aa += e 2

´ pdbb −=

33,5

2yftp

M⋅⋅

O percentual de plastificação da placa deve variar entre 0 e 100% e é dado por

α

α

δα

MMbTdp

−⋅=

´ (2.90)

Com pdp ´−

=δ , onde p é a largura tributária para cada parafuso dada por Lt1+ Lt2

+<

2

21

1p

t db

e

L ;

+<

2

2

2 pt db

eL

onde e1, e2, b são as distancias ilustradas na figura 15.

Page 52: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

47

2.6.9. Verificação da chapa de extremidade

Uma vez garantido que 0<α<1, o momento solicitante de cálculo é menor que o

momento resistente αδM , sendo suficiente fazer a verificação da chapa ao esforço

cortante, fazendo-se:

1

6,0

a

yMBRddpdp

fAFQT

γ⋅⋅

=<+ (2.91)

onde

tpAMB ⋅⋅= 67,0

2.6.10. Verificação dos parafusos

Na verificação à tração pura temos:

updpdp fAQT ⋅⋅⋅<+ 75,075,0 (2.92)

onde

Ap = Área do parafuso

fu = Tensão de ruptura do aço do parafuso

Na verificação à tração com cisalhamento:

dpupdpdp VfAQT ⋅−⋅⋅<+ 93,169,0 (2.93)

Na verificação ao cisalhamento:

updp fAV ⋅⋅⋅< 42,065,0 (2.94)

Page 53: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

48

2.6.11. Uso do aplicativo CAE para dimensionamento da ligação

Uma vez realizada a verificação aos esforços combinados com pleno sucesso a guia de

dimensionamento da ligação rígida fica disponível para entrada de dados.

Os dados devem ser preenchidos pelo usuário e a verificação utilizando-se as equações

de 2.6.2 a 2.6.10 será automaticamente realizada informando ao usuário o sucesso ou

insucesso de cada item.

O processo é iterativo e os valores de chapa e parafusos podem ser arbitrados pelo

usuário, acima dos valores mínimos necessários.

Fixando-se um diâmetro superior ao mínimo para uma chapa, o valor necessário do

diâmetro do parafuso automaticamente diminuirá, e vice-versa.

A figura 16 ilustra o processo.

FIGURA 16 – Dimensionamento da ligação rígida.

Page 54: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

49

Uma vez concluída a última etapa de dimensionamento, o aplicativo gera

automaticamente um arquivo de saída em formato texto, com todos os parâmetros

necessários para o detalhamento em plataforma CAD, conforme ilustra a figura a seguir.

FIGURA 17 – Arquivo de saída com os dados da ligação calculada

O Aplicativo CAD desenvolvido em ObjectARX, será apresentado no capítulo 3.

Page 55: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

50

3

MÓDULO CAD – APLICATIVO PARA DETALHAMENTO DA

LIGAÇÃO RÍGIDA

3.1 Visão Geral

O aplicativo CAD desenvolvido neste trabalho atua exclusivamente no detalhamento,

conforme ilustra a figura 18. Entretanto, da mesma forma que o módulo CAE, para que

o processo seja eficiente e automatizado, ele deve conter interfaces de conectividade

com o aplicativo de dimensionamento que executa a etapa anterior.

FIGURA 18 – Aplicativo CAD dentro de um projeto estrutural automatizado.

Usuário / Framework

Modelagem

Análise

Dimensionamento

Detalhamento

Page 56: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

51

A interface entre os módulos de dimensionamento e de detalhamento é feitaa por um

arquivo texto gerado pelo aplicativo CAE de dimensionamento. Essa conectividade

pode ser feita de forma mais automatizada através de um framework ou diretamente

através do usuário atuando na plataforma CAD.

O aplicativo de detalhamento usa o AutoCAD 2006 como plataforma gráfica . Essa

plataforma foi escolhida pela experiência bem sucedida no desenvolvimento de outros

aplicativos CAD uttilizando essas mesmas tecnologias de programação, tais como: o

Modelador 3D de Malard e Hutner (1998), análise e pós-processamento de vasos de

pressão de Balabram (2000), o Premold de Guedes(2002), dentre outros.

O AutoCAD tem uma arquitetura aberta baseada em um sistema de manipulação de

banco de dados, que possibilita o desenvolvimento de novos aplicativos, que o utilizam

como plataforma gráfica. Os aplicativos compatíveis com o AutoCAD podem ser

desenvolvidos com auxílio de várias ferramentas de programação, tais como: AutoLISP,

VisualLisp, ADS, ADSRX, ObjectARX, etc. Dentre essas, a ferramenta que oferece

melhor potencial é a API ObjectARX.

A filosofia de Análise Orientada a Objetos e Programação Orientada a Objetos (AOO e

POO), utilizada em todo o projeto, com suas características modulares, oferecem

vantagens importantes no desenvolvimento de software quando comparadas à

programação estruturada (procedural). As principais vantagens da POO são a

portabilidade, reusabilidade, confiabilidade e facilidade de manutenção de programas

complexos. A aplicação de conceitos como a abstração e o encapsulamento de dados

(implantados por meios de objetos, classes e métodos), herança (hierarquia de classes) e

polimorfismo (possibilidade de usar interfaces idênticas com diferentes

implementações), acentuam o diferencial positivo do paradigma da POO.

O ObjectARX possibilita a aplicação dos conceitos de POO e dos recursos de

linguagem C++, através do compilador Visual C++ 6.0 da Microsoft, o qual permite

acoplar ao desenvolvimento interfaces visuais mais agradáveis ao usuário através das

bibliotecas de classe MFC.

Page 57: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

52

O ObjectARX é uma ferramenta que possibilita a manipulação de dados diretamente em

seu banco de dados. Isso é feito através de bibliotecas de classes e métodos utilizados na

concepção do AutoCAD e disponibilizados aos desenvolvedores. Através da

implementação de códigos em C++ foram criadas novas entidades gráficas tais como

linhas (AcDbLine), círculos (AcDbCircle) e cotas (AcDbDimensionStyleRecord), que

inseridas dentro do banco de dados do AutoCAD se tornam entidades para a criação de

desenhos técnicos.

Page 58: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

53

3.2 Diagrama de Fluxo

O aplicativo CAD tem o seguinte diagrama de fluxo:

Arquivo de dados gerado Arquivo de dados gerado por outro

aplicativo CAE (Cap. 2) aplicativo ou por um framework

Leitura do arquivo de entrada

Conversão do arquivo texto em variáveis numéricas

Passagem de parâmetros para desenho de parte da ligação

Abertura do Banco de Dados do AutoCAD para gravação

Criação de uma entidade (AcDbLine, AcDbCricle, etc)

Inclusão nova da entidade no Banco de Dados

Fecha o Banco de Dados

Finaliza o desenho

Page 59: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

54

3.3 Escopo Conceitual

A partir da especificação de requisitos gerais e específicos para detalhamento da ligação

rígida, e pela própria característica da POO, a organização e divisão do

desenvolvimento em classes e funções é, de certa forma, imediata e necessária.

Principais funções criadas:

Na implementação de cada comando, que gera automaticamente um desenho técnico

com os dados obtidos na etapa de dimensionamento, estas funções foram organizadas e

reutilizadas da seguinte maneira:

Page 60: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

55

3.4 Implementação do aplicativo

Os parâmetros gerados pelo aplicativo CAE são lidos através da função nativa do C++

fgets que gera uma string a partir da leitura de um arquivo texto, e tem o seguinte

formato:

char *fgets(char *string, int n, FILE *stream) onde, string Variável que armazena os dados n Numero máximo de caracteres stream Nome do arquivo a ser lido Em seguida os dados lidos são convertidos de char para double para que possam ser

processadas as operações matemáticas necessárias. A função nativa do C++ strcpy

executa essa função e tem o seguinte formato:

double atof(const char *string) onde, string Variável a ser convertida De posse das variáveis necessárias para o inicio do detalhamento, são acionadas

repetitivamente as funções descritas em 3.3, iniciando-se pela criação das layers de

desenho a serem utilizados através da criação de vários AcDbLayerTableRecord.

O código apresentado a seguir ilustra o método utilizado para atuar dentro do Banco de

Dados do AutoCAD para criação de uma nova layer

void CriaLayer(char* NomeDoLayer, char* CorDoLayer, char* LinhaDoLayer)

{

//Abre Banco de dados

AcDbLayerTable *pLayerTable;

AcDbLinetypeTable *pLtTable;

AcDbDatabase *pWDB = acdbHostApplicationServices()->workingDatabase();

pWDB->getSymbolTable(pLayerTable,AcDb::kForWrite);

pWDB->getSymbolTable(pLtTable,AcDb::kForRead);

AcDbLayerTableRecord *pLayerTableRecord = new AcDbLayerTableRecord();

Page 61: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

56

//Cria o layer se ele não existir

if (!pLayerTable->has(NomeDoLayer))

{

//Valida Linha do layer e captura o ID

if (!pLtTable->has(LinhaDoLayer))

{

pLtTable->close();

pWDB->loadLineTypeFile(LinhaDoLayer,"caram.lin");

pWDB->getSymbolTable(pLtTable,AcDb::kForRead);

}

AcDbObjectId LtId;

pLtTable->getAt(LinhaDoLayer,LtId);

//Valida Cor do layer e captura Codigo da Cor

AcCmColor AcCor;

if (accmGetColorFromACIName(AcCor,CorDoLayer)!=Acad::eOk)

{

accmGetColorFromACIName(AcCor,"White");

acutPrintf("\nLayer criado na cor Default <White>.");

}

//Cria o layer com os parametros passados

pLayerTableRecord->setName(NomeDoLayer);

pLayerTableRecord->setColor(AcCor);

pLayerTableRecord->setLinetypeObjectId(LtId);

pLayerTable->add(pLayerTableRecord);

}

// Fecha banco de dados

pLayerTable->close();

pLtTable->close();

pLayerTableRecord->close();

}

Page 62: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

57

Utilizando-se da função apresentada são gerados automaticamente as layers “Layer 01”,

“Layer 02”, “Layer 03”, “Títulos”, “Eixos”, “Cotas”, “Hachura”.

Em seguida tem início o desenho do perfil I. No código implementado é necessário

apenas informar as dimensões bf, tf, d, tw do perfil e as coordenadas x,y de inserção do

desenho no ModelSpace.

O código a seguir insere no Banco de Dados do AutoCAD uma entidade do tipo

AcDbPolyline que faz o contorno do perfil I com os parâmetros passados.

AcDbObjectId DesenhaPerfil(double x, double y, double bf, double tf, double d,

double tw)

{

//Cria os vértices do perfil

AcGePoint2d v1 = AcGePoint2d(x,y);

AcGePoint2d v2 = AcGePoint2d(x+bf,y);

AcGePoint2d v3 = AcGePoint2d(x+bf,y+tf);

AcGePoint2d v4 = AcGePoint2d(x+bf/2+tw/2,y+tf);

AcGePoint2d v5 = AcGePoint2d(x+bf/2+tw/2,y+d-tf);

AcGePoint2d v6 = AcGePoint2d(x+bf,y+d-tf);

AcGePoint2d v7 = AcGePoint2d(x+bf,y+d);

AcGePoint2d v8 = AcGePoint2d(x,y+d);

AcGePoint2d v9 = AcGePoint2d(x,y+d-tf);

AcGePoint2d v10 = AcGePoint2d(x+bf/2-tw/2,y+d-tf);

AcGePoint2d v11 = AcGePoint2d(x+bf/2-tw/2,y+tf);

AcGePoint2d v12 = AcGePoint2d(x,y+tf);

/Abre o Banco de Dados do AutoCad

AcDbBlockTable *pBlockTable ;

AcDbBlockTableRecord *pBlockTableRecord;

acdbHostApplicationServices()->workingDatabase()->

getSymbolTable(pBlockTable, AcDb::kForRead);

Page 63: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

58

pBlockTable->getAt(ACDB_MODEL_SPACE,

pBlockTableRecord,AcDb::kForWrite);

//Cria Polyline com o contorno do perfil e insere no banco de dados

AcDbPolyline *pPerfil = new AcDbPolyline(12);

pPerfil->addVertexAt(0,v1);

pPerfil->addVertexAt(1,v2);

pPerfil->addVertexAt(2,v3);

pPerfil->addVertexAt(3,v4);

pPerfil->addVertexAt(4,v5);

pPerfil->addVertexAt(5,v6);

pPerfil->addVertexAt(6,v7);

pPerfil->addVertexAt(7,v8);

pPerfil->addVertexAt(8,v9);

pPerfil->addVertexAt(9,v10);

pPerfil->addVertexAt(10,v11);

pPerfil->addVertexAt(11,v12);

pPerfil->addVertexAt(12,v1);

pPerfil->setLayer("Layer 03");

AcDbObjectId PerfilId;

pBlockTableRecord->appendAcDbEntity(PerfilId, pPerfil);

//Fecha entidades e banco de dados

pPerfil->close();

pBlockTable->close();

pBlockTableRecord->close();

//retorna id

return PerfilId;

}

Page 64: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

59

Em seguida é criada e adicionada ao banco de dados do AutoCAD outra entidade do

tipo AcDbPolyline, dessa vez com as variáveis necessárias a geração gráfica do

contorno da chapa. São elas x, y, a, b, bf e d.

Os procedimentos para geração da polyline chapa e para sua gravação no banco de

dados são similares aos descritos anteriormente para desenho do perfil, e a função criada

tem o seguinte formato:

AcDbObjectId DesenhaChapa(double x, double y, double a, double b, double bf,

double d)

O desenho técnico dos parafusos e seus eixos são inseridos de forma repetitiva através

do comando for onde são passadas as coordenadas de inserção através de AcGePoint3D,

que é uma classe do ObjectARX que representa um ponto qualquer dentro do

AutoCAD.

A função DesenhaParafuso criada, gera uma entidade AcDbCircle, que representa o

furo para parafusos, inserida no desenho através de um AcGePoint3D e de uma variável

do tipo double que armazena o diâmetro do furo.

O código é relativamente simples e tem o formato a seguir:

AcDbObjectId DesenhaParafuso(AcGePoint3d centro, double diametro)

{

//Abre o Banco de Dados do AutoCad

AcDbBlockTable *pBlockTable ;

AcDbBlockTableRecord *pBlockTableRecord;

acdbHostApplicationServices()->workingDatabase()-

>getSymbolTable(pBlockTable, AcDb::kForRead);

pBlockTable->getAt(ACDB_MODEL_SPACE,

pBlockTableRecord,AcDb::kForWrite);

Page 65: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

60

//Cria Entidade Parafuso e adicona no banco de dados

AcDbCircle *pParaf = new AcDbCircle(centro,AcGeVector3d(0,0,1),diametro);

pParaf->setLayer("Layer 01");

AcDbObjectId ParafId;

pBlockTableRecord->appendAcDbEntity(ParafId, pParaf);

//Fecha entidades e banco de dados

pParaf->close();

pBlockTable->close();

pBlockTableRecord->close();

//retorna id

return ParafId;

}

Já as linhas de eixo dos parafusos são criadas como entidades AcDbLine e tem sua layer

definido como “eixos”, criados com linhas dash-dot carregadas de um arquivo de linhas

externo.

O código é similar ao que cria parafusos, trocando-se a entidade AcDbCircle por

AcDbLine. Devem ser passados como parâmetros de entrada da função os pontos 3D

referentes ao início e fim da linha.

A função tem o seguinte formato:

AcDbObjectId DesenhaEixo(AcGePoint3d inicio, AcGePoint3d fim)

As cotas foram criadas com entidades derivadas de AcDbAlignedDimension. Além das

posições iniciais e finais da cota, é passado o ponto de inserção da linha de cota, ou seja,

o afastamento da cota do desenho cotado. Os parâmetros são passados através de

AcGePoint3d e o código tem o seguinte formato:

Page 66: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

61

AcDbObjectId Cota(AcGePoint3d PtoInic, AcGePoint3d PtoFim, AcGePoint3d

PtoInsert)

{

//Abre o Banco de Dados

AcDbBlockTable *pBlockTbl;

AcDbBlockTableRecord *pMS;

acdbHostApplicationServices ()->workingDatabase ()->getBlockTable

(pBlockTbl, AcDb::kForRead);

pBlockTbl->getAt(ACDB_MODEL_SPACE, pMS, AcDb::kForWrite);

//Cria uma dimension line alinhada com a entidade

AcDbAlignedDimension* pDim = new AcDbAlignedDimension();

pDim->setDimLinePoint(PtoInsert);

pDim->setXLine1Point(PtoInic);

pDim->setXLine2Point(PtoFim);

pDim->setLayer("Cotas");

// Adiciona a cota no Model Space

AcDbObjectId IdDim;

pMS->appendAcDbEntity(IdDim,pDim);

//Fecha o banco de dados

pDim->close();

pBlockTbl->close();

pMS->close();

// Retorna com sucesso

return IdDim;

}

Pontos 3D (ou 2D) são criados no AutoCad através da função nativa do ObjectARX

inline AcGePoint3d(double xx, double yy, double zz)

onde xx, yy, zz são obviamente as coordenadas do ponto

Page 67: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

62

Outro detalhe inserido no desenho é a hachura que representa a solda. Para gerar uma

entidade derivada de AcDbHatch é necessário definir o contorno no qual a hachura será

inserida. Inicialmente pensou-se em reutilizar a função já implementada DesenhaPerfil

para definir tal contorno. Entretanto, a hachura extrapolaria o contorno da chapa, o que

não era real. A saída encontrada foi gerar vários sub-contornos constituídos de

retângulos que definem trechos do contorno da hachura, e reutilizar essa função

passando as coordenadas das oito áreas de solda do perfil.

FIGURA 19 - Áreas retangulares de hachura (1 a 8)

Assim, foi criada a função Hatch_I que recebe as dimensões do perfil e a posição x,y de

inserção do desenho e transforma essas variáveis em coordenadas de cada uma das oito

sub-áreas a serem hachuradas.

A função Hatch_I aciona seguidamente oito vezes uma segunda função, criada com o

nome de HatchRet, que recebe os pontos 2d das coordenadas e cria as entidades

AcDbHatch mostradas na figura 19 Os pontos 2D são passados através de

AcGePoint2D.

Page 68: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

63

A função Hatch_I tem o seguinte formato:

void Hatch_I(double x, double y, double bf, double tf, double d, double tw)

{

HatchRet(AcGePoint2d(x,y),AcGePoint2d(x+bf,y),AcGePoint2d(x+bf,y),AcGePoint2d(x,y-5));

.

.

. }

A função HatchRet cria a entidade, gravando-a no banco de dados do autocad e

retornando o ObjectID de cada elemento, que é o numero de identificação do elemento

criado dentro do banco de dados.

O código que efetivamente cria as AcDbHatch é ilustrado a seguir:

AcDbObjectId HatchRet(AcGePoint2d Pto1,AcGePoint2d Pto2,AcGePoint2d Pto3,

AcGePoint2d Pto4)

{

//Abre o Banco de Dados

AcDbBlockTable *pBlockTbl;

AcDbBlockTableRecord *pMS;

acdbHostApplicationServices ()->workingDatabase ()->getBlockTable

(pBlockTbl, AcDb::kForRead);

pBlockTbl->getAt(ACDB_MODEL_SPACE, pMS, AcDb::kForWrite);

//Cria e configura Hachura

AcDbHatch* pHatch = new AcDbHatch();

AcGeVector3d normal(0.0, 0.0, 1.0);

pHatch->setNormal(normal);

pHatch->setElevation(0.0);

pHatch->setAssociative(Adesk::kFalse);

pHatch->setPattern(AcDbHatch::kPreDefined, "ANSI31");

pHatch->setHatchStyle(AcDbHatch::kNormal);

Page 69: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

64

// Define ptos de hachura

AcGePoint2dArray vertexPts;

AcGeDoubleArray vertexBulges;

vertexPts.setPhysicalLength(0).setLogicalLength(5);

vertexPts[0].set(Pto1.x, Pto1.y);

vertexPts[1].set(Pto2.x, Pto2.y);

vertexPts[2].set(Pto3.x, Pto3.y);

vertexPts[3].set(Pto4.x, Pto4.y);

vertexPts[4].set(Pto1.x, Pto1.y);

vertexBulges.setPhysicalLength(0).setLogicalLength(5);

for (int i = 0; i < 5; i++)

vertexBulges[i] = 0.0;

pHatch->appendLoop(AcDbHatch::kExternal, vertexPts, vertexBulges);

// Elabora hachura

pHatch->evaluateHatch();

pHatch->setLayer("Hachura");

// Adiciona Hachura no model space

AcDbObjectId IdHatch;

pMS->appendAcDbEntity(IdHatch,pHatch);

//Fecha o banco de dados

pHatch->close();

pBlockTbl->close();

pMS->close();

// Retorna com sucesso

return IdHatch;

}

Era necessário também indicar a espessura do cordão de solda, e os pontos de aplicação

conforme padrões internacionais. O mesmo mostrou-se com relação aos parafusos. Era

fundamental indicar no desenho seu diâmetro e o tipo de aço. Para tanto foram criadas

as funções DesenhaIndicador e IndicaSolda. Ambas criam entidades constituídas de

Page 70: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

65

AcDbPolyLine, AcDbCircle e AcDbText. Ambas têm a estrutura do código semelhante

àquelas apresentadas anteriormente e recebem as coordenadas x,y de cada ponto, além

do texto a ser escrito.

Ao final restou identificar o desenho com um título e isso foi feito através da função

apresentada a seguir que recebe as variáveis x,y para inserção do texto, além de um

ponteiro para o conteúdo do texto a ser escrito; e retorna o ObjectID da entidade

AcDbText adicionada ao banco de dados do AutoCAD.

AcDbObjectId Titulo(double x,double y,char* Texto)

Enfim, para concluir o desenho e colocá-lo de uma forma mais apresentável, o potencial

de reaproveitamento da POO foi fundamental. As funções criadas foram utilizadas e

reutilizadas várias vezes dentro do próprio programa. Elas podem ser reaproveitadas

também na implementação de outros tipos de ligação, como as ligações flexíveis entre

viga-pilar, por exemplo.

A Figura 20 mostra o detalhamento de uma ligação rígida feita de forma automatizada

pelo aplicativo plug-in que opera dentro do AutoCAD usando-se os comandos a seguir.

3.5 Comandos do aplicativo

Uma vez processado o cálculo do perfil e da ligação, os seguintes códigos digitados na

linha de comandos do AutoCAD fazem automaticamente os desenhos técnicos:

<st> Desenha a seção transversal

<vf> Desenha a vista frontal da ligação

<vl> Desenha a vista lateral da ligação

<formato> Desenha um formato (A4,A3,A2,A1,A0) para inserção dos desenhos

<ligrig> Desenha automaticamente a seção transversal, a vista lateral e a vista frontal

Page 71: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

66

FIGURA 20 – Detalhamento da ligação rígida gerado automaticamente pelo programa

Page 72: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

67

4

EXEMPLO PRÁTICO E COMPARATIVO COM A NBR8800/86

4.1 Introdução

Neste capítulo é apresentado um exemplo prático de verificação de uma barra que

compõe uma estrutura reticulada, de forma a comparar e validar os resultados

apresentados pelo aplicativo desenvolvido.

Também é feita uma análise comparativa entre os resultados obtidos pelo

processamento da estrutura pela NBR8800/86 e pelo uso das equações reformuladas em

sua revisão. Para fins de comparação entre os resultados será adotado no cálculo por

ambas as normas o mesmo valor do módulo de elasticidade E = 20500 kN/cm2

O exemplo prático a seguir trata da verificação da resistência do perfil I laminado com

as dimensões apresentadas na figura 21 (Perfil W200x19.3), bem como da verificação

da ligação rígida desse perfil com outro elemento.

203

102

6.5

5.8

x

yAÇO: ASTM A36

FIGURA 21 – Dimensões do Perfil I

Page 73: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

68

4.2 Cálculo das Propriedades Geométricas

Para as dimensões do perfil I ilustrado na figura 21 tem-se:

Da equação 2.1 tem-se 28,24=gA cm2 e das equações 2.2 e 2.3 calcula-se

1612=xxI cm4 e , 115=yyI cm4, valores exatamente iguais aqueles apresentados na

figura 08 e que se aproximam bastante dos fornecidos pelo fabricante 1686( =xxI

cm4 e 116=yyI cm4). Vale a pena ressaltar que essa pequena diferença nos valores encontrados se deve à

geometria irregular dos perfis laminados, e não apresenta diferenças relevantes nos

valores finais de resistência calculados.

Além disso, caso o usuário julgue necessário os valores fornecidos pelo fabricante

poderão ser digitados nas guias correspondentes indicadas na figura 08. O cálculo das

propriedades seguintes será efetuado tendo em vista os valores fornecidos.

Da equação 2.4 e 2.5 obtêm-se os raios de giração 15,8=xr cm e 18,2=yr cm; e de

2.6 e 2.7 os módulos de resistência elásticos 8,158=xW cm3 e, 6,22=yW cm3. Já

para o módulo de resistência plástico, calculado conforme 2.9 e 2.10 tem-se

6,182=xZ cm3 e 4,35=yZ cm3. Já conforme 2.8 tem-se 1,3=tI cm4 e de 2.11

tem-se 11101=wC cm6.

Page 74: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

69

4.3 Cálculo e comparativo da resistência do perfil I

a) Resistência ao esforço normal de tração

Para verificação ao esforço resistente de tração utilizamos as equações 2.14 e 2.15 onde

temos o menor valor para 8,551, =RdtN kN igual ao valor calculado pelo aplicativo

conforme pôde ser visto na figura 09.

Conforme pode ser observado na mesma figura, o cálculo realizado pelas equaçoes da

NBR8800/86 indicaram uma resistência de projeto um pouco inferior àquela encontrada

pelo cálculo efetuado com o uso das novas equaçoes. A resistência calculada pela

NBR8800/86 foi 3,546, =RdtN kN.

b) Resistência ao esforço normal de compressão

Na verificação da resistência ao esforço de compressão para o perfil indicado

consideraremos os comprimentos de flambagem KxLx e KyLy iguais a 300 cm, por se

tratar aproximadamente de um pé-direito usual de pilares de edificações.

Para o cálculo do fator de redução associado à flambagem local, aplicando-se as

equações 2.28 tem-se Qa = 1 e conforme 2.28a, 2.28b. No cálculo de Qs tem-se

conforme 2.30a, 2.30b, 2.30c , o valor de Qs = 1

Assim Q = Qs. Qa = 1,0

Já no cálculo do fator de redução associado à resistência à compressão inicialmente

calcula-se os valores da carga axial de flambagem conforme 2.24, 2.25, 2.26, obtendo-

se 3623=exN kN, 259=eyN kN, 9116=ezN kN (com kz = 2).

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70

Assim temos para o índice de esbeltez reduzido (Eq. 2.23) respectivamente =0λ 0,41,

1,53 e 0,26.

Aplicando-se a equação 2.21 e 2.22 temos os valores do fator de redução associado à

resistência à compressão – χ – iguais a 0,93, 0,37 e 0,97.

Finalmente aplicando-se a Eq. 2.20 obtem-se o valor da carga de resistência à

compressão de cálculo 206, =RdcN kN, igual ao valor calculado pelo aplicativo e

apresentado na figura 10.

Ressalta-se que novamente o cálculo realizado pelas equações da NBR8800:1986

indicaram uma rêsistencia de projeto um pouco infeiror àquela encontrada pelo cálculo

efetuado com o uso das novas equações da NBR8800:2008. A resistência calculada pela

NBR8800/86 foi 171, =RdcN kN.

c) Resistência ao esforço de flexão em relação ao eixo x-x

Para o cálculo do momento fletor resistente à flexão em torno do eixo de maior inércia,

toma-se por base as equações descritas em 2.5.3.1

Pela equação 2.33, para se assegurar a validade da análise elástica,

5413, ≤xRdM kN.cm

No cálculo da flambagem local da alma e da flambagem local da mesa obteve-se

pλλ < e consequentemente 4150, =xRdM kN.cm em ambos os casos.

Já na verificação da flambagem lateral com torção, para um comprimento destravado de

300 cm obteve-se rp λλλ ≤< . Os valores obtidos aplicando-se as equaçoes 2.35 a

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71

2.37 foram 6,137=λ , 4,50=pλ e 8,163=rλ e das equaçoes 2.38 e 2.39 obtém-se

respectivamente Mpl = 4565 kN.cm e Mr = 2779 kN.cm e, substituindo esses valores em

2.34b tem-se finalmente 8,2899, =xRdM kN.cm.

Dessa forma o valor do momento fletor resistente de cálculo em relação ao eixo xx é

8,2899, =xRdM kN.cm, valor que muito se aproxima da cálculo sem

arredondamentos de 2900,2 kN.cm, conforme ilustrado na figura 11.

Novamente o cálculo realizado pela NBR8800:2008 indicou uma resistência de projeto

superior à resistência calculada pela NBR8800:1986, que foi 7,2813, =xRdM kN.cm.

d) Resistência ao esforço de flexão em relação ao eixo y-y

Na verificação da flambagem local da mesa pλλ < , e assim

5,8041,1/, == plyRd MM kN.cm.

Mas, no cálculo do momento fletor resistente em relação ao eixo de menor inércia, para

assegurar a validade da análise elástica, 5,770, ≤yRdM kN.cm, conforme eq. 2.55

Assim, chega-se ao valor final de 5.770, =yRdM kN.cm, valor muito próximo do

valor calculado sem arredondamentos , de 768.7 kN, mostrado na figura 12.

O valor obtido pelo cálculo usando-se a NBR8800/86 foi de apenas 2.634, =yRdM

kN.cm.

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72

e) Resistência ao esforço cortante

Para o cálculo do esforço cortante resistente de cálculo em relação ao eixo x,

considerando que não haverá uso de enrijecedores (a=300cm), tem-se pλλ < e

consequentemente 6,160=RdV kN, valor igual aquele apresentado no cálculo pelo

aplicativo mostrado na figura 13.

O valor calculado é novamente superior ao esforço cortante resistente de cálculo

8,148=RdV kN obtido com o uso da equações da NBR8800:1986.

No cálculo do esforço cortante resistente de cálculo em relação ao eixo y, tem-se

pλλ < e consequentemente 8,180=RdV kN conforme NBR8800:2008

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5

CONSIDERAÇÕES FINAIS

5.1 Introdução

Neste capítulo estão reunidas as conclusões sobre:

• O desenvolvimento da parte CAE constituída do aplicativo de dimensionamento

e verificação da resistência de Perfis I e ligações rígidas,

• O desenvolvimento da parte CAD constituída do detalhamento da ligação rígida

na plataforma gráfica do AutoCAD,

• Integração e automação da parte CAE/CAD,

• Automação de um projeto de cálculo estrutural com um todo.

Adicionalmente propõem-se, como sugestão para trabalhos futuros, aprimoramentos nos

aplicativos desenvolvidos, de forma a se obter no futuro um processo integrado mais

rico e completo.

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74

5.2 Conclusões

O desenvolvimento do aplicativo de dimensionamento de perfis I, implementado de

forma a se obter um cálculo assistido por computador (CAE – Computer Aided

Engineering) permite a análise de estruturas de forma rápida e confiável. A verificação

feita com base nas equações revisadas da NBR8800 tornou o aplicativo uma ferramenta

atualizada e até certo ponto pioneira, visto que os “softwares” existentes ainda

processam verificações com base em equações que se tornarão aos poucos

ultrapassadas.

O uso da programação orientada a objetos permitiu o reaproveitamento de várias partes

do código existente, tornando possível a verificação pelo aplicativo tanto pela

NBR8800:1986 quanto pela nova norma revisada.

Se comparado os resultados obtidos pelas duas normas, verifica-se que os esforços

resistentes calculados conforme a NBR8800:2008 foram um pouco maiores que aqueles

obtidos empregando-se as equações da NBR8800:1986. Na prática isso significa dizer

que um projeto realizado pela nova norma poderá ter, em alguns casos, perfis de menor

massa, tornado-se, portanto, mais econômico. As equações levaram de certa forma ao

aumento da resistência de projeto em quase todas as verificações realizadas, como se

pôde ver no capítulo 4.

Tendo em vista a questão da integração das etapas de um projeto estrutural, o aplicativo

mostra um comportamento satisfatório, apresentando conectividade com as etapas

anteriores e posteriores de projeto através de leitura e escrita de arquivos texto,

conforme havia sido planejado. Melhorias neste aspecto podem ser feitas gerando

arquivos de entrada e saída mais completos e compatíveis com outros aplicativos

comerciais e acadêmicos.

No desenvolvimento das equações de dimensionamento da ligação rígida foram

reformulados todos os passos de verificação sugeridos pela Bibliografia técnica para o

desenvolvimento da construção metálica do CBCA, adaptando-os para as equações

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revisadas da nova norma, e nesse aspecto o aplicativo mostra-se bastante estável,

efetuando cálculos de verificação com bastante rapidez e precisão.

O aplicativo de detalhamento da ligação rígida foi desenvolvido com sucesso utilizando-

se os paradigmas da POO e utilizando-se conceitos de engenharia de software através da

linguagem C++ e da API ObjectARX.

O sistema funcionou de maneira estável em todos os testes realizados, não apresentando

erros de ponteiro ou de qualquer outro gênero. Embora o aplicativo utilize e manipule o

banco de dados do AutoCAD utilizado com plataforma gráfica, o fluxo de dados

interno entre eles acontece sem maiores problemas, como era esperado tendo em vista a

linguagem de programação escolhida.

O bom desempenho do ObjectARX permite a construção do desenho técnico de

detalhamento em frações de segundo fornecendo toda a precisão disponível no

AutoCAD. Todas as ferramentas disponíveis no AutoCAD podem ser usadas para editar

os desenhos criados, uma vez que as entidades que os compõem são as entidades nativas

do AutoCAD inseridas no banco de dados de forma automatizada.

5.3 Sugestões para trabalhos futuros

O tipo de programação utilizada, a Programação Orientada a Objetos, permite a

expansibilidade e reusabilidade de todas as partes do código desenvolvido. Novos

aplicativos poderão ser gerados com rapidez e até mesmo o aplicativo existente poderá

ser melhorado a critério do usuário final.

A verificação da resistência de perfis com outras seções transversais poderá facilmente

ser implementada no aplicativo CAE desenvolvido com o objetivo de construir um

sistema mais completo e com mais opções para o usuário final. Da mesma forma, as

verificações de outros tipos de ligações podem seguir os primeiros passos deste trabalho

e terem suas equações atualizadas e implementadas. Podem ser também incorporadas as

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ligações flexíveis, soldadas ou aparafusadas, o dimensionamento de emendas, além de

vários outros avanços.

Uma vez implementadas a verificação de novas seções transversais de perfis e outros

tipos de ligação, os arquivo que permitem a conexão e integração das etapas CAE/CAD

deverão ser reescritos de forma mais completa, para que seja possível a passagem de

todas as variáveis necessárias para continuidade da automação do processo. Uma outra

possibilidade é a utilização de Banco de Dados externos que tenham mais recursos para

manipulação e gerenciamentos de dados.

Page 82: AUTOMAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS …

77

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