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Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) Disciplina: Direitos Humanos Aula-tema 03: A Evolução dos Direitos Fundamentais: Direitos Econômicos e Sociais e os Novos Direitos da Solidariedade NOME JOSÉ EDUARDO VAZ RA 7246603356 Atividade de Autodesenvolvimento Anhanguera Educacional 2014

Ava Tema 3 3ano 2014

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  • Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)

    Disciplina: Direitos Humanos

    Aula-tema 03: A Evoluo dos Direitos Fundamentais: Direitos Econmicos e

    Sociais e os Novos Direitos da Solidariedade

    NOME JOS EDUARDO VAZ

    RA 7246603356

    Atividade de Autodesenvolvimento

    Anhanguera Educacional

    2014

  • Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)

    Disciplina: Direitos Humanos

    Aula-tema 03: A Evoluo dos Direitos Fundamentais: Direitos Econmicos e

    Sociais e os Novos Direitos da Solidariedade

    Atividade de Autodesenvolvimento

    Trabalho desenvolvido para a disciplina Direitos Humanos, apresentado Anhanguera Educacional como exigncia para a avaliao na Atividade de Autodesenvolvimento, sob orientao do(a) tutor(a) (inserir nome completo).

    Anhanguera Educacional

    2014

  • Consideraes Iniciais

    A civilizao humana, desde os seus primrdios, at o perodo atual, passou por inmeras fases, cada uma com suas peculiaridades, com seus pontos negativos e positivos, de modo que as evolues cientficas, tecnolgicas, polticas, econmicas, sociais e jurdicas so muitas vezes lentas e graduais.

    A evoluo histrica dos direitos inerentes pessoa humana tambm lenta e gradual. No so reconhecidos ou construdos todos de uma vez, mas sim conforme a prpria experincia da vida humana em sociedade, por isto de extrema importncia, para entender seu significado atual compreender como eles foram observados em eras passadas para eliminar os erros e aperfeioar os acertos.

    Discute-se na doutrina a respeito da terminologia correta para designar os direitos essenciais a pessoa humana. Fala-se, como exemplo em, direitos humanos, direitos morais, direitos naturais, direitos pblicos subjetivos, direitos dos povos, liberdades pblicas e direitos fundamentais, analisar-se- o contedo de cada um a destas expresses explicado as razes pelas quais se escolhe uma ou outra terminologia para identificar esses direitos.

    Tenta-se encontrar j na Idade Antiga, na Idade Mdia e no incio da Idade Moderna, alguns resqucios de tais direitos assim com algumas idias que pudessem fundamentar a existncia de tais direitos posteriormente.

    Analisa-se tambm a influncia das Revolues inglesa, francesa e americana no reconhecimento e na positivao dos direitos essenciais a pessoa humana, para ento discutir a respeito das dimenses ou como grande parte da doutrina entende geraes de direitos fundamentais.

    A doutrina constitucional reconhece trs dimenses de direitos fundamentais, entretanto, alguns constitucionalistas propem uma quarta dimenso no existindo, entretanto um reconhecimento constitucional positivo de sua existncia, nem uma concordncia quanto ao seu real contedo.

    Falar-se- sobre cada uma dessas "dimenses" de direitos fundamentais sempre ressaltando que o transito de uma dimenso a outra no significa que tais direitos deixam de existir, mas sim que surgem direitos novos ou perspectivas novas sobre direitos j reconhecidos, sempre objetivando uma maior proteo pessoa humana.

    2. A IMPORTNCIA DA ANLISE HISTRICA PARA A CONCRE TIZAO DOS DIREITOS CONSIDERADOS ESSENCIAIS A PESSOA HUMAN A.

    A civilizao humana, desde os seus primrdios at a poca atual percorreu um longo caminho, passando por inmeras transformaes, sejam

  • elas sociais, polticas, religiosas ou econmicas. Sendo indispensvel o estudo da histria para compreender como estes processos ocorreram, como se chegou ao estgio atual.

    A cincia jurdica como condicionada a existncia de vida humana em sociedade tambm passou por inmeras modificaes, enormes avanos e infelizes retrocessos que muitas vezes acabaram com inmeros sculos de lutas e esperanas por um mundo mais justo. Sendo necessrio o uso da histria para a melhor compreenso destes fenmenos.

    Percebe-se, portanto a importncia do estudo da histria para a compreenso do mundo jurdico, ainda mais quando tratar-se daqueles direitos essenciais a pessoa humana, ou seja. No ser possvel compreender os direitos humanos e os direitos fundamentais sem relacion-los a histria., pois estes no surgem como uma revelao, como uma descoberta repentina de uma sociedade, de um grupo ou de indivduos mas sim foram construdos ao longo dos anos, frutos no apenas de pesquisa acadmica, de bases tericas, mas principalmente das lutas contra o poder. Nesse sentido Norberto Bobbio (1992, p. 5) afirma que:

    Os direitos do homem, por mais fundamentais que sejam, so direitos histricos, ou seja, nascidos em certas circunstncias, caracterizados por lutas em defesa de novas liberdades contra velhos poderes, e nascidos de modo gradual, no todos de uma vez e nem de uma vez por todas.

    A colocao do problema boa ou m deixa claramente intuir que o filo do discurso subseqente destino da razo republicana em torno dos direitos fundamentais se localiza no terreno da histria poltica, isto , no locus globalizante onde se procuram captar as idias, as mentalidades, o imaginrio, a ideologia dominante a conscincia coletiva, a ordem simblica e a cultura poltica.

    Os direitos essenciais a pessoa humana nascem das lutas contra o poder, das lutas contra a opresso, das lutas contra o desmando, gradualmente, ou seja, no nascem todos de uma vez, mas sim quando as condies lhes so propcias, quando passa-se a reconhecer a sua necessidade para assegurar a cada indivduo e a sociedade um existncia digna.

    Entende-se necessrio um estudo histrico a respeito dos direitos essenciais a pessoa humana para entender como, quando, em que contexto, eles surgiram para a humanidade. Ainda busca-se explicar a sua positivao dentro de um sistema jurdico, sendo, portanto aceitos frente ao poder poltico e independentes da vontade destes.

    2.1 Sobre a Questo Terminolgica.

    A doutrina constitucional tem utilizado inmeras expresses para identificar, nomear os direitos essenciais pessoa humana, tais como direitos naturais, direitos pblicos subjetivos, liberdades pblicas, direitos morais,

  • direitos dos povos, direitos humanos e direitos fundamentais. Utilizar-se- no presente trabalho, as duas ltimas expresses, a primeira para designar tais direitos antes de sua positivao pelas constituies e a segundo para identificar o seu reconhecimento dentro de um ordenamento jurdico especfico, sendo necessrio, entretanto um breve conceito das demais expresses e a explicitao dos motivos de sua no utilizao.

    Com relao ao termo direitos naturais, esta identificada com o jus-naturalismo, como se tais direitos fossem fruto de uma revelao, no levando em conta a sua construo histrica. Essa expresso esta situada em momentos histricos anteriores, as primeiras Declaraes do Sculo XVIII utilizavam-na para identificar os direitos essenciais pessoa humana. Esta terminologia, portanto antiquada e est praticamente em desuso, sendo utilizada apenas quando do estudo deste perodo.

    A expresso direitos pblicos subjetivos surge com a inteno de delimitar os direitos considerados essenciais pessoa humana dentro de um marco positivista (PREZ LUO, 1999, p. 33) estando presa ao conceito de Estado Liberal atuando como um limite ao poder poltico, mas no nas relaes entre particulares (MARTNEZ, 1999, p. 28) no conseguindo abranger, portanto, grande parte das situaes em que necessrio reivindicar tais direitos.

    A doutrina francesa utiliza-se da expresso liberdades pblicas compreendendo aqui no apenas aquelas ligadas ao Estado, mas tambm, com relao aos particulares, sendo pblicas porque esto protegidas pelo Direito (ISRAEL, 2005, p. 14), entretanto, esta expresso no consegue abranger os direitos sociais e econmicos, por isso entende-se no ser adequado o seu uso, assim como, liberdades fundamentais, outro termo utilizado pelos franceses no consegue abranger tais direitos.

    O Direito anglo-saxo utiliza-se da nomenclatura direitos morais que possui uma conotao jusnaturalista, estando presa a uma idia de Estado Liberal dificultando os direitos de participao poltica, assim como os direitos sociais, culturais e econmicos (MARTNEZ, 1999, p. 35).

    Utiliza-se a expresso direitos dos povos para designar aqueles a direitos que os povos tm de determinar seu destino, no campo poltico, social, cultural, econmico, o direito de se relacionar com outros Estados, direito a paz, no abrangendo, entretanto os direitos da pessoas como individuais, concretas, insubstituveis (MIRANDA, 2000, p. 68).

    Entende-se, que as expresses acima citadas restringem o alcance dos direitos considerados essenciais pessoa humana. No se trata de ficar preso a lngua, mas de adequ-la ao caso concreto. Ao utilizar tais expresses estar-se-ia fazendo o contrrio tentando reduzir a prtica a conceitos terminolgicos o que poderia causar prejuzos imensos a proteo e ao reconhecimento de tais direitos.

  • Devido importncia e maior utilizao das expresses direitos humanos e direitos fundamentais, analisar-se a se o significado de cada uma delas em tpico especfico para uma melhor compreenso do tema.

    2.2 A Relao entre os Direitos Humanos e os Direit os Fundamentais.

    Embora alguns autores entendam que as palavras direitos humanos e direitos fundamentais so sinnimos, parte da doutrina entende que existem entre elas algumas diferenas sendo necessrio conceituar cada uma delas para ento chegar-se as suas diferenas.

    A expresso direitos humanos tambm tem sido objeto de muita polmica. Devido amplitude do termo pode-se chegar a inmeras concluses que muitas vezes podem prejudicar o seu real significado e dificultar o reconhecimento e a proteo de tais direitos.

    Alguns doutrinadores de forte tendncia jusnaturalistas entendem que os direitos humanos so aqueles frutos da prpria qualidade de pessoa humana pelo fato dela pertencer a essa espcie. No lhes tirado a razo o, entretanto esta concepo pode restringir o seu significado, pois embora se entenda como verdadeira esta afirmao, ela exclui aqueles direitos decorrentes da evoluo histrica, social, poltico e econmica que a civilizao humana tem passado. Corre-se o risco, ao conceitu-los apenas segundo este contedo de no considerar os direitos oriundos das transformaes pelas quais a humanidade passa evitando assim o seu reconhecimento e sua proteo.

    Um conceito de direitos humanos deve, portanto reconhecer sua dimenso histrica deve reconhecer o fato que eles no foram revelados para a humanidade em um momento de luz, mas sim que foram construdos ao longo da histria humana, atravs das evolues, das modificaes na realidade social, na realidade poltica, na realidade industrial, na realidade econmica, enfim em todos os campos da atuao humana.

    Quanto aos direitos fundamentais, estes nascem a partir do processo de positivao dos direitos humanos, a partir do reconhecimento, pelas legislaes positivas de direitos considerados inerentes a pessoa humana. Neste sentido Jos Joaquim Gomes Canotilho (1998, p. 259):

    As expresses direitos do homem e direitos fundamentais so frequentemente utilizadas como sinnimas. Segundo a sua origem e significado poderamos distingui-las da seguinte maneira: direitos do homem so direitos vlidos para todos os povos e em todos os tempos; direitos fundamentais so os direitos do homem, jurdico-institucionalmente garantidos e limitados espacio-temporalmente. Os direitos do homem arrancariam da prpria natureza humana e da o seu carter inviolvel, intertemporal e universal; os direitos fundamentais seriam os direitos objetivamente vigentes numa ordem jurdica concreta.

  • A expresso direitos humanos tem sido utilizada pela doutrina para identificar os direitos inerentes pessoa humana na ordem internacional, enquanto que a expresso, direitos fundamentais refere-se a ordenamentos jurdicos especficos, ao reconhecimento de tais direitos frente a um poder poltico, geralmente reconhecidos por uma constituio.

    Pode-se considerar, portanto direitos humanos como aqueles direitos que buscam a proteo da pessoa humana tanto em seu aspecto individual como em seu convvio social, em carter universal (ANTUNES, 2005, p. 340), sem o reconhecimento de fronteiras polticas todas decorrentes de conquistas histricas e independentes de positivao em uma ordem especfica.

    Com relao ao termo "direitos fundamentais" este apenas surge para a humanidade quando positivados por um ordenamento jurdico especfico, geralmente garantidos em normas constitucionais frente a um Estado.

    O termo direitos fundamentais se aplica para aqueles direitos do ser humano reconhecidos e positivados na esfera do direito constitucional positivo de determinado Estado, ao passo que a expresso direitos humanos guardaria relao com os documentos de direito internacional, por referir-se quelas posies jurdicas que se reconhecem ao ser humano como tal, independentemente de sua vinculao com determinada ordem constitucional, e que, portanto aspiram validade universal, para todos os povos e tempos, de tal sorte que revelam um inequvoca carter supranacional.

    Utilizar-se a expresso direitos humanos para designar o momento em que estes surgiram ou foram reconhecidos pela comunidade humana e expresso direitos fundamentais para marcar a positivao destes direitos.

    Referncias

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    ANDRADE, Jos Carlos Vieira de. Os Direitos Fundamentais na Constituio Portuguesa de 1976. Coimbra: Almedina, 1998.

    ANTUNES, Ruy Barbedo. Direitos Fundamentais e Direitos Humanos: a questo relacional. Rev. Esc. Direito, Pelotas, v. 6, n. 1, p. 331-356, jan./dez., 2005.

    ARAGO, Selmo Regina. Direitos Humanos: do Mundo Antigo ao Brasil de Todos. 3.ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2001.

    ARAJO, Luiz Alberto David; NUNES JNIOR, Vidal Serrano. Curso de direito constitucional. 9 ed. So Paulo: Savaiva, 2005.

  • ARISTTELES. A Poltica. So Paulo: Nova Cultural, 2004.

    Bibliografia

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    FACHIN, Zulmar. Responsabilidade Patrimonial do Estado por Ato Jurisdicional. Rio de Janeiro: Renovar, 2001.

    MARTNEZ, Gregrio Peces-Barba; GARCIA, Eusbio Fernandez. Historia de los Derechos Fundamentales Tomo I: transito a la modernidad siglos XVI y XVII. Institutos de Derechos Humanos Bartolome de las Casas. Madrid: Universidad Carlos III de Madrid, 1998.