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ANDRÉ MEDINA COELI EGREJA AVALIAÇÃO CLÍNICA DA RELAÇÃO ENTRE A LARGURA E A ESPESSURA DO TECIDO QUERATINIZADO GENGIVAL 2008

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ANDRÉ MEDINA COELI EGREJA

AVALIAÇÃO CLÍNICA DA RELAÇÃO ENTRE A LARGURA E A ESPESSURA

DO TECIDO QUERATINIZADO GENGIVAL

2008

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

André Medina Coeli Egreja

AVALIAÇÃO CLÍNICA DA RELAÇÃO ENTRE A LARGURA E A

ESPESSURA DO TECIDO QUERATINIZADO GENGIVAL

Rio de Janeiro

2008

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ANDRÉ MEDINA COELI EGREJA

AVALIAÇÃO CLÍNICA DA RELAÇÃO ENTRE A LARGURA E

A ESPESSURA DO TECIDO QUERATINIZADO GENGIVAL

Dissertação apresentada ao curso de mestrado profissionalizante em Odontologia da Universidade Veiga de Almeida, como parte dos requisitos para obtenção do grau de mestre em Odontologia, área de concentração em Periodontia.

Orientadora: Prof. Alessandra Areas e Souza Co-orientador: Prof. Sérgio Kahn

Rio de Janeiro

2008

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA SISTEMA DE BIBLIOTECAS Rua Ibituruna, 108 – Maracanã 20271-020 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 2574-8845 Fax.: (21) 2574-8891

FICHA CATALOGRÁFICA

FICHA CATALOGRÁFICA

Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Setorial Tijuca/UVA

E32a Egreja, André Medina Coeli Avaliação clínica da relação entre a largura e a espessura do tecido queratinizado gengival / André Medina Coeli Egreja, 2008.

55p. ; 30 cm. Dissertação (Mestrado) – Universidade Veiga de

Almeida, Mestrado em Odontologia, Periodontia, Rio de Janeiro, 2008.

Orientação: Alessandra Areas e Souza Co-orientação: Sérgio Kahn

1. Periodontia. 2. Gengivas. I. Souza, Alessandra Areas (orientadora). II. Universidade Veiga de Almeida, Mestrado em Odontologia, Reabilitação Oral. III. Título.

CDD – 617.632

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ANDRÉ MEDINA COELI EGREJA

AVALIAÇÃO CLÍNICA DA RELAÇÃO ENTRE A LARGURA E A ESPESSURA DO TECIDO QUERATINIZADO GENGIVAL

Dissertação apresentada ao curso de mestrado profissionalizante em Odontologia da Universidade Veiga de Almeida, como parte dos requisitos para obtenção do grau de mestre em Odontologia, área de concentração em Periodontia.

Aprovada em 14 de Março de 2008

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________

Prof. Dr. Antonio Carlos Canabarro Andrade Júnior Universidade Veiga de Almeida - UVA

Rio de Janeiro – RJ

___________________________________________________________________ Prof. Dr. Carlos Marcelo da Silva Figueredo

Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ Rio de Janeiro – RJ

___________________________________________________________________ Prof. Dr. Eduardo Seixas Cardoso

Universidade do Grande Rio - UNIGRANRIO Rio de Janeiro – RJ

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Dedico este trabalho aos meus pais Paulo e

Vera pela presença, carinho e apoio em todos

momentos de minha vida, e à minha esposa

Caroline pelo companheirismo, estímulo e

compreensão em todos os momentos,

principalmente naqueles em que a privei de

minha companhia.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus “segundos” pais Miki e Erlindo, por possibilitarem a realização deste

curso.

Ao meu irmão, amigo e orientador Sérgio Kahn, pelo apoio, incentivo e

orientação não só na execução deste trabalho, como na minha vida profissional.

Ao eterno mestre Walter Augusto Soares Machado, por seus ensinamentos e

pela grande amizade.

Ao eterno chefe e professor Joel Alves da Silva Júnior, pelo incentivo e apoio

durante toda a minha vida profissional.

Ao professores João Galan Júnior, Gustavo de Deus e Denise Côrtes pelos

ensinamentos ministrados e pela colaboração prestada na execução deste

trabalho.

Aos meus colegas de turma, pela amizade construída durante o curso.

Ao meu grande amigo Gerson Hayashi de Almeida, pela ajuda na realização

desta dissertação.

Ao Diretor da Odontoclínica Central do Exército, Cel Claudino de Sousa Parteira,

pelo incentivo na realização deste curso.

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RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar se existe uma correlação positiva entre a

largura da faixa de gengiva e sua espessura. Foram examinados os caninos,

incisivos laterais e centrais superiores direitos de 60 pacientes, 30 homens e 30

mulheres, com idade entre 20 e 35 anos. Utilizando-se um espaçador endodôntico

com cursor de borracha e um paquímetro digital de 0,01 mm de resolução, foram

obtidos os valores da largura da faixa de gengiva e da espessura gengival. Foi

observado que o incisivo lateral é o elemento dentário que apresenta a maior média

da faixa de gengiva (5,54 mm), seguido do incisivo central (4,63 mm) e do canino

(4,32 mm). A média da espessura gengival foi maior no incisivo central (1,17 mm),

seguido do incisivo lateral (1,04 mm), e do canino (0,87 mm). Não foi verificada

diferença estatísticamente significante entre as médias da largura da faixa de

gengiva e espessura gengival entre homens e mulheres. Indivíduos que realizaram

ou não tratamento ortodôntico não apresentaram diferença estatisticamente

significante entre as médias da largura da faixa de gengiva e espessura gengival nos

dentes avaliados. Foi observada uma correlação positiva entre a espessura gengival

e a largura da faixa de gengiva no canino superior (Pearson r = 0,398, P < 0,05),

incisivo lateral superior (Pearson r = 0,369, P < 0,05), e no incisivo central superior

(Pearson r = 0,492, P < 0,05).

Unitermos: Biótipo periodontal; Espessura gengival; Largura da faixa de

gengiva

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ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate whether there is a positive correlation

between gingival width and gingival thickness. Right upper canines, lateral and

central incisors of 60 patients (30 male and 30 female) ranging from 20 to 35 years of

age were examined. Gingival width and gingival thickness were measured with an

endodontic finger spreader attached to a rubber stopper and quantified with a caliper

of 0.01mm resolution. It was observed that lateral incisor is the dental element that

presents the greatest average gingival width (5.54 mm), followed by central incisor

(4.63 mm) and canine (4.32 mm). Average gingival width was greater in central

incisor (1.17 mm), followed by lateral incisor (1.04 mm), and canine (0.87 mm). There

was no statistically significant difference between the averages of gingival width and

gingival thickness among males and females. No difference was observed between

individuals who did or did not undergo orthodontic treatment on the averages of

gingival width and gingival thickness. A positive correlation was observed between

gingival thickness and gingival width in canine (Pearson r = 0.398, P < 0.05), lateral

incisor (Pearson r = 0.369, P < 0.05), central incisor (Pearson r = 0.492, P < 0.05).

Key words: Periodontal phenotype, Gingival thickness, Gingival width

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SUMÁRIO

RESUMO ABSTRACT 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ ......... 10

2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................... 13

3 OBJETIVO .................................................................................................... ....... 26

4 HIPÓTESES .................................................................................................... ..... 27

5 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 28

5.1 POPULAÇÃO ESTUDADA ............................................................................... 28

5.2 PARÂMETROS CLÍNICOS ............................................................................... 28

5.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................... 33

6 RESULTADOS .................................................................................................... 34

6.1 LARGURA DA FAIXA DE GENGIVA ................................................................. 34

6.2 ESPESSURA GENGIVAL .............................................................................. .... 36

6.3 CORRELAÇÃO ENTRE A LARGURA DA FAIXA DE GENGIVA E A

ESPESSURA GENGIVAL ................................................................................... .... 39

7 DISCUSSÃO ................................................................................................... ..... 42

8 CONCLUSÃO .................................................................................................... .. 46

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 47

ANEXO .................................................................................................... ................ 50

ANEXO A – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ..................... 51

APÊNDICES .................................................................................................... ....... 52

APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .......... 53

APÊNDICE B – LISTA DE MATERIAIS UTILIZADOS ............................................ 55

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1 INTRODUÇÃO

O periodonto é caracterizado pelo conjunto de tecidos localizados

imediatamente em volta dos dentes, que mantém e suportam estes dentes em

posição. É composto pela gengiva, cemento radicular, ligamento periodontal e osso

alveolar. Do ponto de vista anatomofuncional o periodonto pode ser dividido em dois

tipos: periodonto de proteção e periodonto de inserção ou sustentação. A gengiva

por desempenhar o papel de proteção do órgão dentário, forma o periodonto de

proteção. Já o cemento radicular, o ligamento periodontal e o osso alveolar

executam o papel da sustentação do órgão dentário, compondo, portanto o

periodonto de inserção (LINDHE, 2005).

Entretanto, para fins de avaliação do comportamento do periodonto quando

submetido à injúria física, química ou bacteriana, ou ainda durante manipulação

cirúrgica, a composição dos tecidos periodontais é avaliada em um outro aspecto.

Nestes casos, a largura da faixa de gengiva, assim como a espessura gengival

juntamente com a espessura óssea são os parâmetros observados. Baseado nestes

três parâmetros classifica-se o biótipo periodontal (MAYNARD & WILSON, 1980;

SEIBERT & LINDHE, 1989; KAO & PASQUINELLI, 2002).

Diversos autores (MAYNARD & WILSON, 1980; SEIBERT & LINDHE, 1989;

EGER et al., 1996; MÜLLER & EGER, 1997; MÜLLER et al., 2000b; KAO &

PASQUINELLI, 2002) descreveram classificações distintas de biótipos periodontais

propondo um agrupamento entre a largura da faixa de gengiva, espessura gengival

e espessura óssea.

A classificação de Maynard & Wilson (1980) separa os tipos de periodonto em

quatro grupos. No primeiro e no terceiro grupo os indivíduos apresentam largura da

faixa de gengiva de 3 a 5 mm e espessura gengival normal. A espessura óssea é a

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variante, pois é normal no grupo I e fina no grupo III. No segundo e no quarto grupo

os indivíduos apresentam largura da faixa de gengiva menor que 2 mm e espessura

gengival fina. Novamente a espessura óssea é a variante, pois é normal no grupo II

e fina no grupo IV. Seibert & Lindhe (1989) classificaram o periodonto em duas

categorias: plano-espesso e festonado-delgado. A classificação de Müller & Eger

(1997) não considera a espessura óssea, entretanto leva em conta o formato da

coroa dentária. Nesta classificação os indivíduos avaliados são separados em três

grupos. Os grupos A e C diferem pela forma da coroa dentária (o grupo C possui a

coroa dentária mais quadrada), entretanto os indivíduos apresentam largura e

espessura gengival semelhantes. Nos grupos A e C os indivíduos apresentam

largura e espessura gengival menor que dos pacientes do grupo B. Müller et al.

(2000b) propuseram 03 tipos de biótipo periodontal: A1, A2 e B. Os pacientes do

grupo A1 apresentam largura e espessura da faixa de gengiva menor que os do

grupo A2 que apresentam largura e espessura da faixa de gengiva menor que os do

grupo B. Kao & Pasquinelli (2002) classificam o periodonto em dois tipos, fino e

espesso. O periodonto fino apresenta tecido mole friável e delicado, faixa de gengiva

estreita e osso subjacente fino caracterizado por fenestração e deiscência. O

periodonto espesso apresenta tecido mole fibroso e denso, faixa larga de gengiva e

osso subjacente espesso resistente ao traumatismo mecânico.

Diferentes biótipos periodontais apresentarão comportamentos distintos

quando submetidos à injúria e/ou manipulação cirúrgica (KAO & PASQUINELLI,

2002). Periodontos finos em pacientes que apresentam periodontite normalmente

apresentam recessões gengivais, já periodontos mais espessos tendem a

apresentar fibrose, edema e bolsa periodontal (KAO & PASQUINELLI, 2002). A

manipulação cirúrgica de tecidos muito finos é descrita como mais difícil (CAMPOS,

2005). Cirurgias periodontais visando recobrimento radicular em tecidos mais finos

parecem apresentar menor previsibilidade (HARRIS, 1997; BALDI , 1999), entretanto

não existe um consenso na literatura sobre como classificar o periodonto em fino ou

espesso expressando esta classificação em milímetros (HWANG & WANG, 2006). Pacientes que apresentam espessura gengival mais fina também apresentam

espessura da mucosa palatina fina, e pacientes que apresentam espessura gengival

mais grossa também apresentam espessura da mucosa palatina grossa (MÜLLER et

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al., 2000b), o que mostra que o biótipo periodontal influencia diretamente em

cirurgias que envolvam remoção de enxerto da mucosa palatina.

Conforme pode ser observado, apesar dos diferentes critérios para

classificação dos biótipos periodontais, grupos que apresentam largura ampla da

faixa de gengiva também apresentam gengiva espessa. Da mesma maneira, os

grupos que apresentam largura reduzida da faixa de gengiva também apresentam

espessura gengiva fina. O objetivo deste trabalho é avaliar se há uma correlação

positiva entre a largura da faixa de gengiva e sua espessura, isto é, se a medida que

a largura da faixa de gengiva aumenta a espessura gengival também aumenta.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Atualmente, o estudo do biótipo periodontal tem exercido grande

aplicabilidade tanto na etiologia como na terapêutica periodontal. Para

caracterização do biótipo periodontal têm sido avaliadas a largura da faixa de

gengiva, a espessura gengival e a espessura óssea.

Bowers (1963) realizou uma pesquisa para avaliação clínica da largura da

faixa de gengiva inserida. Foram examinados 160 pacientes de idades diversas,

todos apresentando periodonto clinicamente saudável. A mensuração da largura da

faixa de gengiva inserida foi realizada com a utilização de uma sonda periodontal e

uma lupa. A ordem de grandeza das medidas era na casa de 1 mm. Observou-se

que a largura da faixa de gengiva inserida variou de paciente para paciente, e de

dente para dente. Esta dimensão era maior na maxila que na mandíbula. A faixa de

gengiva inserida variou de 1 a 9 mm, sendo que o dente que apresentou a maior

média da largura da faixa de gengiva inserida foi o incisivo lateral superior. A menor

média foi observada no primeiro pré-molar inferior. Pouca alteração na dimensão da

faixa de gengiva inserida foi observada entre pacientes adultos de faixa etária

diferentes. Homens e mulheres apresentaram largura da faixa de gengiva inserida

semelhantes. Observando outros oitenta pacientes com má posição dentária, o autor

observou que dentes vestibularizados apresentavam faixa de gengiva inserida mais

estreita que dentes homólogos em posição normal, assim como dentes lingualizados

apresentavam faixa de gengiva inserida mais larga que dentes homólogos em

posição normal.

Ainamo & Löe (1966) observaram o periodonto de proteção da face vestibular

de 1497 dentes em três grupos de pacientes: crianças com idade entre três e 10

anos, adultos com idade entre 21 e 27, e entre 29 e 72 anos. As medidas foram

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aferidas com uma sonda periodontal com marcações de 1 em 1 mm. Analisando a

largura da faixa de gengiva inserida, observou-se que esta faixa variava de dente

para dente tanto na maxila quanto na mandíbula. Na dentição decídua, a área que

apresentou a faixa mais larga de gengiva inserida foi a dos incisivos, e a de faixa

mais estreita foi a dos molares, mais precisamente a região do primeiro molar

decíduo, tanto na maxila quanto na mandíbula. Na maxila a faixa de gengiva inserida

variou entre 1 e 7 mm e na mandíbula entre 1 e 4 mm. Na dentição permanente, a

área de maior faixa de gengiva inserida foi a dos incisivos, e a de menor faixa a do

primeiro pré-molar, tanto na maxila quanto na mandíbula. Na maxila a faixa de

gengiva inserida variou entre 1 e 7 mm e na mandíbula entre 1 e 6 mm.

Ainamo & Talari (1976) avaliaram a relação da largura da faixa de gengiva

inserida com a idade. Quarenta pacientes (20 homens e 20 mulheres) com idade

entre 20 e 30 anos e 40 pacientes (20 homens e 20 mulheres) com idade entre 39 e

51 anos participaram desta pesquisa. A linha mucogengival mandibular de cada

paciente foi localizada com a ajuda de um corante a base de iodo e marcada com

pequenos pedaços de metal no centro da face vestibular de cada dente.

Radiografias foram realizadas para a determinação da distância entre a junção

cemento-esmalte e a linha mucogengival, e a distância entre a base da mandíbula e

a linha mucogengival em cada dente. Observou-se que a média da largura da faixa

de gengiva inserida não variou entre os sexos, mas foi maior no grupo de faixa etária

mais avançada. As médias da distância entre a linha mucogengival e a base da

mandíbula foram semelhantes em ambas as faixas etárias, o que sugeriu que a

posição da linha mucogengival se mantém constante durante toda a vida.

Goaslind et al. (1977) examinaram o periodonto de 10 indivíduos do sexo

masculino com idade entre 25 e 36 anos. Utilizando uma sonda periodontal

adaptada a um cursor de acrílico e a um sensor eletrônico digital, os autores

puderam mensurar a espessura da gengiva livre e da gengiva inserida da face

vestibular dos elementos 12,13,16, 23, 25, 32, 33, 36, 43 e 45. As medidas eram

obtidas através da perfuração da gengiva com a sonda e a precisão das medidas

variava na casa de 0,1 mm. Os autores observaram que a espessura gengival variou

entre indivíduos e entre as diferentes áreas da boca. Foram achadas espessuras de

gengiva livre entre 0,53 e 2,62 mm e de gengiva inserida entre 0,43 e 2,29 mm. Na

mandíbula, a espessura da gengiva livre e da gengiva inserida aumentava de

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anterior para posterior. Na maxila a espessura da gengiva livre aumentava de

anterior para posterior e a espessura da gengiva inserida se mantinha constante.

Quanto a largura da faixa de gengiva, percebeu-se que ela variou entre 0,5 e 8 mm.

Esta faixa tendia a diminuir de largura de anterior para posterior. Existiu uma relação

direta entre a espessura da gengiva livre e da profundidade de sondagem. Foi

observada uma relação inversamente proporcional entre a espessura gengival e a

largura da faixa de gengiva, pois a medida que a espessura gengival aumentava em

sentido posterior a largura da faixa de gengiva diminuía.

Miyasato et al. (1977) submeteram 16 indivíduos a rigoroso controle de placa

e posteriormente seis destes indivíduos a total ausência de higiene oral por 25 dias.

Foi verificado que áreas com 1 mm ou menos de faixa de gengiva inserida ou 2 mm

ou mais não apresentaram diferença entre si quanto aos sinais clínicos de

inflamação gengival (sangramento à sondagem e alteração da coloração da

gengiva) tanto no período de rigoroso controle de placa quanto no período de

ausência de higiene oral.

Ainamo (1978) pesquisou sobre a influência da idade na localização da linha

mucogengival. Quarenta pacientes (20 homens e 20 mulheres) com idade entre 21 e

30 anos e 40 pacientes (20 homens e 20 mulheres) com idade entre 39 e 51 anos

participaram deste estudo. A linha mucogengival maxilar de cada paciente foi

localizada com a ajuda de um corante a base de iodo e marcada com pequenos

pedaços de metal no centro da face vestibular de cada dente. Radiografias foram

realizadas para a verificação da distância entre o assoalho da cavidade nasal e a

linha mucogengival em cada dente. Como as médias desta distância não variou

entre os dois grupos de faixas etárias diferentes, a autora concluiu que a posição da

linha mucogengival tende a ser constante durante toda a vida.

Dorfman (1978) avaliou a relação da movimentação ortodôntica dos incisivos

inferiores com a largura da faixa de gengiva. Foram observados 1162 pacientes.

Fotografias intra-orais foram utilizadas para avaliar a largura da faixa de gengiva pré

e pós-tratamento. Radiografias cefalométricas serviram para avaliar o tipo de

movimentação ortodôntica realizada nos incisivos inferiores, se para lingual ou

vestibular. Devido ao próprio autor ter considerado que o método de avaliação da

largura da faixa de gengiva utilizado neste estudo era falho, somente os pacientes

que tiveram modificações evidentes na faixa de gengiva foram avaliados (total de 24

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pacientes). Foi constatado que nos casos onde os incisivos foram vestibularizados

houve diminuição da largura da faixa de gengiva. Quando estes foram lingualizados

observou-se um aumento na largura da faixa de gengiva.

Maynard & Wilson (1980) descreveram quatro tipos de periodonto. O

periodonto tipo I apresentava espessura do tecido queratinizado e do processo

alveolar normal ou “ideal”, e largura do tecido queratinizado de 3 a 5 mm

aproximadamente. A palpação revelava um periodonto espesso. O periodonto tipo II

apresentava espessura do tecido queratinizado reduzida e do processo alveolar

normal, e largura do tecido queratinizado menor que 2 mm. A palpação revelava um

osso subjacente de espessura razoável. O periodonto tipo III apresentava espessura

do tecido queratinizado normal e do processo alveolar reduzida, e largura do tecido

queratinizado de 3 a 5 mm aproximadamente. As raízes dentárias poderiam ser

palpadas. O periodonto tipo IV apresentava espessura do tecido queratinizado e do

processo alveolar reduzida, e largura do tecido queratinizado menor que 2 mm.

Segundo os autores o periodonto ideal, de tipo I, tudo poderia sofrer, o periodonto

tipo II poderia conservar-se, o tipo III poderia sofrer com movimentos ortodônticos de

vestibularização, e o tipo IV seria de risco para problemas mucogengivais.

Mazeland (1980) observou a relação da largura da faixa de gengiva com a

altura do processo alveolar na maxila e na mandíbula, assim como a relação da

largura da faixa de gengiva com a dimensão vertical da face. Participaram do estudo

32 mulheres entre 18 e 35 anos e 30 homens entre 23 e 30 anos. A largura da faixa

de gengiva foi mensurada nos incisivos centrais e laterais inferiores e superiores

utilizando uma sonda periodontal. A altura dos processos alveolares da região

anterior de maxila e mandíbula, assim como a dimensão vertical da face, foram

medidas através de uma radiografia cefalométrica de perfil. Os resultados mostraram

que os homens apresentavam maior largura da faixa de gengiva que as mulheres.

Houve relação direta entre a largura da faixa de gengiva e a altura dos processos

alveolares na mandíbula e maxila, o que também ocorreu em relação à dimensão

vertical da face.

Ainamo et al. (1981) avaliaram a largura da faixa de gengiva inserida em

pacientes com média de idade de 23, 43 e 65 anos. A faixa de gengiva inserida era

mensurada através de radiografias onde se media a distância entre a junção

cemento-esmalte e junção mucogengival, marcada previamente à realização das

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radiografias com fios metálicos. Os autores observaram que a largura da faixa de

gengiva inserida não variava entre homens e mulheres. A largura da faixa de

gengiva inserida aumentava significantemente entre 23 e 43 anos, e continuava a

aumentar, em uma quantidade menos significativa até os 65 anos de idade.

Coatoam et al. (1981) observaram as modificações nas dimensões das

coroas clínicas e da largura da faixa de gengiva dos caninos, incisivos laterais e

centrais superiores e inferiores de cem pacientes com idade entre 14 e 16 anos

submetidos à tratamento ortodôntico. Foram utilizadas fotografias intra-orais,

modelos de estudo e radiografias cefalométicas para avaliar a largura da faixa de

gengiva, a altura das coroas clínicas e a posição vestíbulo-lingual dos dentes antes

e após a realização do tratamento ortodôntico. Foi constatado um aumento médio da

coroa clínica de todos os dentes anteriores avaliados. Nos dentes que sofreram

vestibularização houve uma diminuição da faixa de gengiva. Caninos, incisivos

laterais e centrais inferiores e incisivos laterais superiores foram os dentes que mais

comumente sofreram este tipo de movimento. Em alguns dentes vestibularizados

houve total perda da faixa de gengiva, fato este mais comum nos dentes que

possuíam menos de 2 mm de faixa de gengiva. Nos dentes que sofreram

lingualização houve um aumento da faixa de gengiva, aumento este maior nos

dentes que possuíam menos de 2 mm do que nos que possuíam mais de 2 mm de

largura da faixa de gengiva. Caninos e incisivos centrais superiores foram os dentes

que mais comumente sofreram este tipo de movimento.

Wennström & Lindhe (1983) estudaram em cães a relação da ausência da

faixa de gengiva inserida com a inflamação gengival. Sete cães foram incluídos

neste estudo. Para a realização da pesquisa os cães tiveram suas arcadas dentárias

divididas em quatro partes, previamente diferenciadas através de procedimentos

cirúrgicos ressectivos e de enxertia. A primeira hemi-arcada não foi manipulada

cirurgicamente e apresentava ampla faixa de gengiva inserida e ausência de perda

de inserção. A segunda, após cirurgia, não apresentava faixa de gengiva inserida e

não apresentava perda de inserção. A terceira, após manipulação cirúrgica, não

possuía faixa de gengiva inserida e apresentava perda de inserção. A quarta,

também operada, apresentava ampla faixa de gengiva inserida e perda de inserção.

Após 40 dias de um regime de acúmulo de placa bacteriana observou-se clínica e

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histologicamente que não havia diferença nos níveis de inflamação entre as hemi-

arcadas que possuíam ampla ou nenhuma faixa de gengiva inserida.

Kennedy et al. (1985) realizaram um estudo com 32 pacientes que

apresentavam mínima faixa de gengiva inserida na superfície vestibular em dentes

homólogos. Todos os pacientes receberam como tratamento instrução de higiene

oral, raspagem e alisamento radicular. Em um lado da arcada a largura da faixa de

gengiva inserida foi aumentada com a colocação de um enxerto gengival livre. O

outro lado da arcada serviu como controle. Os pacientes receberam consultas de

manutenção de três a seis meses. Após seis anos ambos os lados apresentavam

saúde periodontal sem sinais de perda de inserção. Pacientes que não participaram

adequadamente das consultas de manutenção apresentaram uma maior perda de

inserção e maiores sinais de inflamação no lado que não recebeu enxerto gengival

livre. Os autores concluíram que é possível manter a saúde periodontal e os níveis

de inserção clínica mesmo nos casos de uma mínima ou nenhuma faixa de gengiva

inserida.

Wennström (1987) monitorou por cinco anos 26 sítios vestibulares com faixa

de gengiva inserida menor que 1 mm e 12 sítios vestibulares com faixa de gengiva

inserida maior que 1 mm. Foi observado que em pacientes que mantêm um controle

de placa adequado, a ausência de uma faixa adequada de gengiva inserida não

parece acarretar necessariamente em perda de inserção.

Seibert & Lindhe (1989) definiram os biótipos periodontais classificando-os em

duas categorias: plano-espesso e festonado-delgado. O periodonto festonado-

delgado responderia com recessão gengival à injúria. O periodonto plano-espesso

apresentaria resposta hiperplásica à injúria.

Olsson et al. (1993) estudaram a relação entre a forma da coroa dentária dos

dentes anteriores superiores e as características morfológicas da gengiva. Cento e

oito pacientes caucasianos entre 16 e 19 anos de idade participaram do estudo.

Foram observados a forma da coroa, a espessura gengival, a largura da faixa de

gengiva, a curvatura cervical da gengiva, o comprimento das papilas, e a

profundidade de sondagem. A espessura gengival foi medida no ponto equivalente

ao fundo do sulco gengival com uma agulha de 0,4 mm de diâmetro associada a um

cursor endodôntico e posteriormente mensurada em um microscópio ótico com

magnificação de 25 vezes. Analisando os achados constatou-se que os pacientes

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que apresentavam dentes mais quadrados possuíam larga faixa de gengiva, papilas

mais curtas, curvatura gengival cervical menos acentuada e maior profundidade de

sondagem. Os pacientes que apresentavam dentes mais alongados possuíam

estreita faixa de gengiva, papilas mais alongadas, curvatura gengival cervical mais

acentuada e menor profundidade de sondagem. Não houve diferença estatística

significante em relação à espessura gengival nos dois grupos.

Eger et al. (1996) fizeram uma pesquisa onde foram avaliados: a eficácia de

um ultra-som na avaliação da espessura gengival, diferença na espessura da

gengiva em pacientes de faixas etárias diferentes, relação entre espessura gengival,

largura da faixa de gengiva, profundidade de sondagem, recessão gengival e forma

da coroa dentária. O ultra-som, que possui margem de mensuração de 0,1 mm, foi

comparado com um alargador endodôntico com cursor de silicone, aferido também

de 0,1 em 0,1 mm, na avaliação da espessura gengival em cinco hemi-mandíbulas

de porco. Não houve diferença estatisticamente significante entre as medidas

obtidas com os dois métodos, o que confirmou a confiabilidade do uso do ultra-som

para determinar espessuras gengivais. Não houve diferença na média da espessura

gengival entre pacientes com idade variando de 20 a 25 anos, 40 a 45 anos e 55 a

60 anos. Constatou-se que existem biótipos periodontais distintos, onde espessura

gengival, largura da faixa de gengiva, profundidade de sondagem e recessões

gengivais estão correlacionadas.

Müller & Eger (1997) avaliaram o biótipo gengival de 42 pacientes do sexo

masculino com idade entre 20 e 25 anos. Foram avaliadas a faixa de gengiva,

espessura gengival, relação entre largura e altura das coroas dentárias,

profundidade de sondagem e recessões gengivais dos pré-molares, caninos e

incisivos inferiores e superiores. A espessura da gengiva pôde ser avaliada com o

uso de um ultra-som que tinha uma margem de mensuração de 0,1mm.

Considerando a relação entre faixa de gengiva, espessura gengival e relação entre

largura e altura dos dentes superiores anteriores três grupos de características

distintas foram estabelecidos e denominados de fenótipos periodontais A, B e C.

Para os autores o termo “fenótipo” era mais completo que “biótipo” pois além da

característica genética do periodonto os fatores ambientais também influenciariam

na característica do mesmo. O grupo A, representado por 28 indivíduos, apresentava

espessura gengival média de 0,81 mm, 1,12 mm e 1,13 mm nos caninos, incisivos

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laterais e incisivos centrais superiores respectivamente; faixa de gengiva média de

3,73 mm, 4,59 mm e 4,18 mm nos caninos, incisivos laterais e incisivos centrais

superiores respectivamente; e as coroas apresentavam um formato alongado. O

grupo B, representado por nove pacientes, apresentava espessura gengival média

de 1,24 mm, 1,31 mm e 1,79 mm nos caninos, incisivos laterais e incisivos centrais

superiores respectivamente; faixa de gengiva média de 6,09 mm, 6,41 mm e 6,22

mm nos caninos, incisivos laterais e incisivos centrais superiores respectivamente; e

as coroas apresentavam um formato quadrado. O grupo C, representado por cinco

pacientes, apresentava espessura gengival média de 0,75 mm, 1,03 mm e 1,23 mm

nos caninos, incisivos laterais e incisivos centrais superiores respectivamente; faixa

de gengiva média de 3,47 mm, 3,04 mm e 2,75 mm nos caninos, incisivos laterais e

incisivos centrais superiores respectivamente; e as coroas apresentavam um formato

quadrado.

Becker et al. (1997) analisaram 111 crânios secos para avaliação do biótipo

ósseo da região anterior da maxila e da mandíbula. Todos os crânios deveriam

possuir os seis dentes anteriores superiores e inferiores. Três avaliadores

observaram toda a amostra e classificaram os biótipos ósseos em plano, festonado e

amplamente festonado. Houve concordância estatística entre os avaliadores quanto

à classificação do biótipos ósseo dos crânios. Foi observado que o grupo de crânios

classificados como amplamente festonado apresentava uma média de deiscências

ósseas de 1,2 por crânio observado, enquanto que os grupos classificados como

festonado ou plano apresentavam uma média de deiscências ósseas de 0,5 por

crânio observado. A média das fenestrações ósseas foi igual para os três grupos: 3,5

por crânio observado. Os autores observaram ainda que a média da distância entre

as cristas ósseas interproximal e vestibular era de 4,1 mm, 2,8 mm e 2,1 mm para os

grupos de crânios amplamente festonados, festonados e planos respectivamente.

Harris (1997) realizou um estudo comparando a efetividade de membranas

reabsorvíveis e do enxerto de tecido conjuntivo no tratamento de recessões

gengivais. Vinte pacientes foram selecionados, sendo divididos em dois grupos. Em

cada paciente foi tratada uma única recessão. O grupo A foi tratado com enxerto de

tecido conjuntivo associado a um retalho em papila dupla e o grupo B foi tratado com

a técnica de regeneração tecidual guiada com membranas reabsorvíveis. O autor se

preocupou em medir a espessura gengival de todos os dentes com recessão com

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uma sonda periodontal. Espessuras menores que 0,5 mm foram consideradas finas.

No grupo A os pacientes com gengiva fina obtiveram cobertura média de 100 % da

raiz e os pacientes com gengiva espessa obtiveram cobertura média de 95,9 % da

raiz. No grupo B os pacientes com gengiva fina obtiveram cobertura média de 26,7

% da raiz e os pacientes com gengiva espessa obtiveram cobertura média de 95,9 %

da raiz. Concluiu-se que a técnica de regeneração tecidual guiada com membranas

absorvíveis para cobertura radicular deve ser evitada quando o tecido gengival que

irá recobrir a membrana for muito fino.

Müller et al. (1998) trataram 32 recessões gengivais classe I e II de Miller de

23 pacientes com idade variando entre 22 e 73 anos. A espessura gengival foi

mensurada com ultra-som no cruzamento do ponto médio da recessão com a base

do sulco gengival em cada sítio operado. Os enxertos foram removidos do palato e

tinham espessura entre 1,5 a 2,0 mm. Após um ano de observação a média da

espessura gengival dos sítios tratados aumentou de 0,8 para 1,5mm. Os autores

concluíram que a espessura gengival pode dobrar após cirurgia de enxerto de tecido

conjuntivo subepitelial.

Baldi et al. (1999) avaliaram a influência da espessura do retalho no grau de

recobrimento de recessões gengivais utilizando a técnica cirúrgica do retalho

reposicionado coronariamente. Dezenove pacientes apresentando recessões classe

I ou II de Miller participaram do estudo. Em cada paciente foi tratada apenas uma

recessão. Para cada cirurgia foi utilizado um retalho trapezoidal que na sua porção

mais coronária era de espessura total, e a partir da junção mucogengival era dividido

rente à cortical óssea para deixar o periósteo aderido. Após a dissecção total do

retalho sua espessura era medida com um especímetro de Iwansson no ponto médio

entre a base do retalho e a junção mucogengival. O retalho era então suturado

coronariamente. Em 11 pacientes o retalho tinha espessura menor que 0,8 mm e em

oito pacientes maior ou igual a 0,8mm. Três meses após a cirurgia foi constatado

que os pacientes que tinham espessura de retalho maior ou igual a 0,8 mm

apresentaram cobertura total de suas recessões gengivais. Os pacientes que tinham

espessura de retalho menor que 0,8 mm apresentaram cobertura parcial de suas

recessões gengivais. Os autores concluíram que a espessura do retalho influenciou

no sucesso do recobrimento radicular.

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Müller et al. (2000a) realizaram novo estudo sobre fenótipo gengival em uma

população de 40 indivíduos, 21 mulheres e 19 homens entre 19 e 30 anos de idade.

Foram avaliadas a faixa de gengiva de todos os dentes, espessura gengival em

todos os dentes pela vestibular e pela lingual, relação entre largura e altura das

coroas dentárias dos pré-molares, caninos e incisivos superiores, profundidade de

sondagem e recessões gengivais de todos os dentes. A espessura da gengiva pôde

ser avaliada com o uso do mesmo ultra-som que tinha margem de mensuração de

0,1 mm. As mulheres apresentaram espessura da mucosa mastigatória mais fina

que os homens. Não houve diferença significante na espessura da mucosa

mastigatória entre fumantes e não fumantes. Na maxila o canino foi o dente que

apresentou na média a menor espessura gengival e o terceiro molar a maior

espessura gengival. Na mandíbula o incisivo central foi o dente que apresentou na

média a menor espessura gengival e o terceiro molar a maior espessura gengival. A

mucosa mastigatória palatina apresentou espessura de duas a três vezes maior que

a mucosa mastigatória vestibular.

No mesmo ano Müller et al. (2000b) publicaram uma continuação do estudo

anterior. Analisando os dados obtidos na mesma amostra, três grupos de fenótipos

periodontais distintos foram estabelecidos. O grupo A1, representado por 14

indivíduos, apresentava espessura gengival média de 0,63 mm, 0,71 mm e 0,81 mm

nos caninos, incisivos laterais e incisivos centrais superiores respectivamente; faixa

de gengiva média de 3,36 mm, 3,68 mm e 3,35 mm nos caninos, incisivos laterais e

incisivos centrais superiores respectivamente; e as coroas apresentavam um formato

alongado. O grupo A2, representado por 15 pacientes, apresentava espessura

gengival média de 0,67 mm, 0,74 mm e 0,96 mm nos caninos, incisivos laterais e

incisivos centrais superiores respectivamente; faixa de gengiva média de 4,27 mm,

5,13 mm e 4,67 mm nos caninos, incisivos laterais e incisivos centrais superiores

respectivamente; e as coroas apresentavam um formato alongado. O grupo B,

representado por 11 pacientes, apresentava espessura gengival média de 0,81 mm,

1,20 mm e 1,29 mm nos caninos, incisivos laterais e incisivos centrais superiores

respectivamente; faixa de gengiva média de 5,09 mm, 6,59 mm e 5,27 mm nos

caninos, incisivos laterais e incisivos centrais superiores respectivamente; e as

coroas apresentavam um formato quadrado. Os autores observaram ainda que a

espessura da mucosa mastigatória do palato acompanhava o fenótipo da gengiva

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inserida, isto é, pacientes que apresentavam espessura gengival mais fina também

apresentavam espessura da mucosa palatina fina, e pacientes que apresentavam

espessura gengival mais grossa também apresentavam espessura da mucosa

palatina grossa.

Kao & Pasquinelli (2002) relataram dois tipos básicos de tecido gengival:

tecido gengival fino e tecido gengival espesso. As características do tecido gengival

fino eram: tecido mole e osso de arquitetura festonada; tecido mole friável e

delicado; faixa de gengiva estreita; e osso subjacente fino caracterizado por

fenestração e deiscência. As características do tecido gengival espesso eram: tecido

mole e osso de arquitetura plana; tecido mole fibroso e denso; faixa larga de

gengiva; e osso subjacente espesso resistente ao traumatismo mecânico. Os

autores levantaram a hipótese de um mesmo paciente poder apresentar em

diferentes áreas da boca tipos distintos de tecido gengival.

Vandana & Savitha (2005) avaliaram a espessura gengival de 32 pacientes

(16 homens e 16 mulheres). A medição da espessura gengival foi realizada através

de perfuração gengival com uma sonda periodontal. Foi avaliada a espessura

gengival vestibular de caninos e incisivos maxilares e mandibulares em três pontos:

na base das papilas mesial e distal e no centro do dente no ponto médio entre a

margem gengival e a junção mucogengival. Os resultados mostraram que as

pacientes do sexo feminino apresentavam periodonto mais fino que os do sexo

masculino, que o periodonto era mais fino na maxila do que na mandíbula, e que os

pacientes mais jovens apresentavam periodonto mais espesso.

Campos (2005) relatou que em pacientes com periodonto fino é mais comum

haver danos teciduais durante procedimentos cirúrgicos que resultariam em uma pior

cicatrização com conseqüente dano ao resultado estético final. Durante os

procedimentos cirúrgicos poderia haver: remoção de fragmentos de periósteo

durante a divisão do retalho; perfuração do retalho com afastador ou bisturi;

dilaceração do retalho pela agulha e pelo fio durante a execução dos nós cirúrgicos.

Hwang & Wang (2006), realizaram uma revisão sistemática sobre o efeito da

espessura do retalho gengival nas cirurgias de recobrimento radicular. Inicialmente

os autores mostraram estudos relatando que retalhos espessos tenderiam a uma

melhor cicatrização por três motivos: possuiriam maior volume de matriz extracelular

e colágeno, o que dificultaria a contração tecidual cicatricial; possuiriam maior

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vascularização, o que permitiria uma maior perfusão de oxigênio para os tecidos e

uma melhor eliminação de produtos tóxicos; possuiriam camada de queratina mais

espessa, o que permitiria uma maior resistência à injúria. Posteriormente os autores

buscaram uma relação direta entre espessura de retalho e sucesso no recobrimento

radicular. Para tal foi feita uma busca com as palavras chave: “recession”, “gingival

thickness”, “tissue thickness”, “root coverage” nas revistas “Journal of

Periodontology”, “Journal of Clinical Periodontology”, “Journal of Dental Research”,

“Journal of Periodontal Research”, “International Journal of Periodontics Restorative

Dentistry” entre janeiro de 1960 a janeiro de 2006. Para comporem a revisão

sistemática os artigos deveriam atender aos seguintes critérios de inclusão: relatar o

número de recessões tratadas e o tipo (classificação de MILLER, 1985); relatar a

medida da espessura gengival pré-operatória em um local fixo e predeterminado;

descrever o procedimento cirúrgico realizado para o recobrimento radicular; possuir

no mínimo três meses de controle pós-operatório; relatar a média da cobertura

radicular obtida; possuir um número de pacientes que possibilitasse a realização de

uma análise estatística plausível; detalhar a análise estatística adotada. Quinze

estudos foram selecionados, porém apenas 4 relacionavam a espessura do tecido

gengival com o grau de recobrimento radicular obtido. Os demais (11 estudos)

avaliavam apenas a espessura gengival no pré e pós-operatório. Nenhum estudo

dividiu os grupos de tratamento baseados na espessura gengival. Observou-se uma

grande variação no ponto anatômico de eleição para a medição da espessura

gengival e nas técnicas cirúrgicas utilizadas. Não houve um consenso sobre como

classificar o periodonto em fino ou espesso expressando essa classificação em

milímetros. Os autores concluíram que devido ao limitado número de estudos e as

variações nos tipos de cirurgias utilizadas no tratamento das recessões gengivais,

nas medidas da espessura gengival, nas análises estatísticas, ficava difícil obter

uma evidência concreta sobre a relação entre a espessura do retalho gengival no

recobrimento radicular. Um estudo específico para avaliar a relação entre a

espessura gengival e o grau de recobrimento radicular deveria ser realizado.

Katranji et al. (2007) estudaram a espessura das corticais ósseas vestibulares

e linguais em 28 cadáveres. As áreas de observação foram divididas em três: área

de molares, pré-molares e dentes anteriores. Era realizado um retalho de espessura

total e os dentes eram extraídos cuidadosamente com fórceps e alavancas. As

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corticais ósseas eram medidas com um paquímetro digital. Na maxila as médias da

espessura da cortical vestibular foram de 2,23, 1,62 e 1,59 mm nas regiões de

molares, pré-molares e dentes anteriores respectivamente. Na mandíbula as médias

da espessura da cortical vestibular foram de 1,98, 1,20 e 0,99 mm nas regiões de

molares, pré-molares e dentes anteriores respectivamente. Na maxila as médias da

espessura da cortical lingual foram de 2,35 mm, 2 e 1,95 mm nas regiões de

molares, pré-molares e dentes anteriores respectivamente. Na mandíbula as médias

da espessura da cortical lingual foram de 2,51, 1,92 e 1,24 mm nas regiões de

molares, pré-molares e dentes anteriores respectivamente. Foi evidente que nas

regiões de pré-molares e dentes anteriores a média da espessura das corticais

ósseas eram superiores na maxila que na mandíbula, entretanto este achado não foi

evidente na região de molares.

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3 OBJETIVO

O objetivo deste trabalho foi avaliar se em caninos, incisivos laterais e

incisivos centrais superiores direitos há uma correlação positiva entre a largura da

faixa de gengiva e sua espessura.

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4 HIPÓTESES

HO – Não existe uma correlação positiva entre a espessura gengival e a

largura da faixa de gengiva nos grupos dentais (caninos, incisivos laterais e centrais

superiores direitos).

H1 – Existe uma correlação positiva entre a espessura gengival e a largura da

faixa de gengiva nos grupos dentais (caninos, incisivos laterais e centrais superiores

direitos).

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5 MATERIAIS E MÉTODOS

5.1 POPULAÇÃO ESTUDADA Sessenta pacientes, a despeito do sexo, com idade entre 20 e 35 anos, sem

recessões gengivais, apinhamento dentário ou restaurações extensas nos dentes

anteriores superiores, sem doenças sistêmicas de risco estabelecido para doença

periodontal (ex: diabetes mellitus, AIDS), sem histórico de periodontite, sem relato de

cirurgia oral nos dentes anteriores superiores, que não estejam fazendo uso de

medicamentos que possam alterar os tecidos periodontais, como Ciclosporina,

Fenitoína ou bloqueadores dos canais de cálcio, foram incluídos neste estudo.

Os pacientes foram triados entre pacientes encaminhados para tratamento

odontológico na Faculdade de Odontologia da Universidade Veiga de Almeida. Os

selecionados assinaram termo de consentimento livre e esclarecido, contendo

informações sobre motivo, riscos e benefícios do procedimento a ser executado

(apêndice A).

O presente estudo foi submetido ao comitê de ética em pesquisa da

Universidade Veiga de Almeida, segundo as normas do Conep, resolução 196/96 do

Ministério da Saúde, e aprovado segundo resolução número 95/08 do Comitê de

Ética em Pesquisa da Universidade Veiga de Almeida (anexo A).

5.2 PARÂMETROS CLÍNICOS Foram avaliados os caninos, incisivos laterais e centrais superiores direitos

dos pacientes. Os seguintes parâmetros clínicos foram registrados por um único

examinador:

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o Largura da Faixa de Gengiva (LFG): distância entre a margem

gengival e a linha mucogengival no ponto médio da face vestibular dos

dentes.

o Profundidade de Sondagem (PS): distância entre a margem

gengival e o fundo do sulco gengival no ponto médio da face vestibular

dos dentes.

o Espessura Gengival (EG): no ponto médio entre a margem

gengival e a linha mucogengival no ponto médio da face vestibular dos

dentes.

As medidas de Profundidade de Sondagem (PS) foram realizadas com uma

sonda periodontal de 15 mm*. As medidas da Largura da Faixa de Gengiva (LFG) e

Espessura Gengival (EG) foram realizadas com um espaçador endodôntico** com

cursor de borracha e um paquímetro digital¥ de 0,01 mm de resolução

(BITTENCOURT et al., 2006).

Para determinar a posição correta da linha mucogengival, foi utilizada solução

de iodoτ como corante (BITTENCOURT et al., 2006). A aplicação desta solução

permitia que a linha mucogengival adquirisse um tom castanho, tornando evidente

assim a sua localização (Fig. 1 e 2).

Fig. 1 - Gengiva previamente à aplicação do iodo.

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Fig. 2 - Linha mucogengival após a aplicação do iodo.

Após a correta identificação da linha mucogengival era obtida a medida da

largura da faixa de gengiva no ponto médio da face vestibular do dente. A ponta do

espaçador endodôntico era posicionada na linha mucogengival e a borda inferior do

cursor de borracha era posicionada sobre a margem gengival (Fig. 3).

Fig.3 - Obtenção da medida da largura da faixa de gengiva

Para obtenção da espessura gengival, a ponta do espaçador endodôntico era

posicionada no ponto médio entre a margem gengival e a linha mucogengival no

ponto médio da face vestibular do dente. Perfurava-se a gengiva introduzindo o

espaçador endodôntico até que houvesse o toque de sua ponta no osso subjacente.

Empurrava-se o cursor até sua borda inferior tocar à superfície gengival (Fig. 4 e 5).

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Fig. 4 – Posicionamento da ponta do espaçador endodôntico.

Fig. 5 – Obtenção da medida da espessura gengival.

O cursor de borracha no momento da obtenção das medidas da largura da

faixa de gengiva e da espessura gengival era imobilizado com o auxílio de uma

pinça hemostática curva para fixação da sua posição correta (Fig. 6).

Fig. 6 – Imobilização do cursor de borracha.

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O espaçador era então levado ao paquímetro digital para obtenção da

medida. O resultado da medida aparecia no display do paquímetro digital (Fig. 7 e 8)

. Fig. 7 – Obtenção da medida no paquímetro digital.

Fig. 8 – Medida obtida no display do paquímetro digital

Para obter tais medidas, os pacientes foram anestesiados previamente às

medições com infiltração local de Lidocaína 2% com epinefrina 1:1000000. ∫

Pacientes que apresentaram gengivite ou controle de placa bacteriana

inadequado receberam um tratamento constituído de instruções de higiene oral,

raspagem supragengival e polimento coronário 28 dias antes do exame para

obtenção das medições clínicas.

Todos os pacientes foram encaminhados para tratamento odontológico na

instituição, sendo que isso não fazia parte do objetivo deste estudo.

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5.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA Para avaliar a relação entre as médias da largura da faixa de gengiva entre os

dentes anteriores superiores foi utilizado o teste ANOVA associado ao teste de

Bonferroni para Comparações Múltiplas. Os mesmos testes foram empregados para

avaliar a relação entre as médias da espessura gengival entre os dentes anteriores

superiores.

O teste t Student para amostras não pareadas com correção de Welchs foi

utilizado para comparar a largura da faixa de gengiva entre os sexos masculino e

feminino, assim como a espessura gengival entre homens e mulheres.

Repetiu-se teste t Student para amostras não pareadas com correção de

Welchs para comparar a largura da faixa de gengiva entre indivíduos que sofreram e

não sofreram tratamento ortodôntico, assim como para comparar a espessura

gengival entre os mesmos indivíduos.

Foi utilizado o teste de correlação de Pearson para avaliar a relação entre a

largura da faixa de gengiva e a espessura gengival nos dentes anteriores superiores.

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6 RESULTADOS

6.1- LARGURA DA FAIXA DE GENGIVA Dentre todos os indivíduos examinados neste estudo, a largura da faixa de

gengiva do incisivo central superior variou de 2,23mm a 6,38mm. No incisivo lateral

superior esta medida variou de 3,32mm a 9,12mm, e no canino superior variou de

1,36mm a 7,67mm. A média da largura da faixa de gengiva observada foi de:

4,62mm para o incisivo central superior, 5,54mm para o incisivo lateral superior e

4,32mm para o canino superior. (Tabela 1 e 2)

Tabela 1. Valores mínimo, médio e máximo da largura da faixa de gengiva nos

dentes anteriores superiores.

Largura da Faixa de Gengiva (mm) Dente

Canino Incisivo Lateral Incisivo Central

Mínimo 1,36 3,32 2,23

Mediana 4,33 5,37 4,76

Máximo 7,67 9,12 6,38

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0 2 4 6 8 10 1202468

1012141618

Faixa de gengiva (mm)

Canino

0 2 4 6 8 10 1202468

101214161820

Núm

ero

de a

mos

tras

Lateral

0 2 4 6 8 10 120

2

4

6

8

10

12

Central

Tabela 2. Média, desvio padrão e erro padrão das medidas da largura da faixa de

gengiva dos dentes anteriores superiores dos 60 pacientes examinados

Largura da Faixa de Gengiva (mm) Dente

Média Desvio Padrão Erro Padrão

Canino 4,32 1,329 0,1715

Incisivo Lateral 5,54 1,089 0,1406

Incisivo Central 4,62 1,021 0,1318

A maioria dos valores encontrados para a largura da faixa de gengiva se

concentrou próximo à média e não nas extremidades. (Gráfico 1)

Gráfico 1. Distribuição dos valores de largura da faixa de gengiva

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Não houve diferença estatisticamente significante entre as médias da largura

da faixa de gengiva do canino superior e do incisivo central superior. Entretanto

houve diferença estatística entre as médias de canino superior e incisivo lateral

superior, e entre as médias do incisivo lateral superior e incisivo central superior.

(Tabela 3)

Tabela 3. Comparação das médias da largura da faixa de gengiva utilizando o teste

de Bonferroni para comparações múltiplas.

Dentes Diferença entre as médias

P

Canino X Incisivo Lateral 1,22 P < 0.001 *

Canino X Incisivo Central 0,298 P > 0.05 **

Incisivo Lateral X Incisivo Central 0,917 P < 0.001 * * significante ** não significante

Não houve diferença estatisticamente significante (p > 0,05) entre a largura da

faixa de gengiva de homens e mulheres.

Indivíduos que realizaram ou não tratamento ortodôntico não apresentaram

diferença estatisticamente significante (p > 0,05) entre as médias da largura da faixa

de gengiva do canino superior, incisivo lateral superior e do incisivo central superior.

6.2- ESPESSURA GENGIVAL

Quanto à espessura gengival, observou-se que a espessura gengival do

incisivo central superior variou de 0,73mm a 1,69mm. No incisivo lateral superior

esta medida variou de 0,61mm a 1,79mm, e no canino superior variou de 0,34mm a

1,62mm. A média da espessura gengival obtida foi de: 1,17mm para o incisivo

central superior, 1,04mm para o incisivo lateral superior e 0,87mm para o canino

superior. (Tabela 4 e 5)

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Tabela 4. Valores mínimo, médio e máximo da espessura gengival nos dentes

anteriores superiores.

Espessura da Gengiva (mm) Dente

Canino Incisivo Lateral Incisivo Central

Mínimo 0,34 0,61 0,73

Mediana 0,85 1,05 1,15

Máximo 1,62 1,79 1,69

Tabela 5. Média, desvio padrão e erro padrão das medidas da espessura gengival

dos dentes anteriores superiores dos 60 pacientes examinados

Espessura da Gengiva (mm) Dente

Média Desvio Padrão Erro Padrão

Canino 0,87 0,2749 0,03549

Incisivo Lateral 1,04 0,2363 0,03051

Incisivo Central 1,17 0,2026 0,02615

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0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1 ,8 2,002468

101214161820

Espessura (mm)

Canino

0 ,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1 ,8 2,002468

10121416182022

Núm

ero

de A

mos

tras

Lateral0,2 0 ,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8

0

2

4

6

8

10

12

14

Central

A maioria dos valores encontrados para a espessura gengival se concentrou

próximo à média e não nas extremidades. (Gráfico 2)

Gráfico 2. Distribuição dos valores de espessura gengival

Houve diferença estatisticamente significante entre as médias da espessura

gengival dos três dentes anteriores superiores. (Tabela 6)

Tabela 6. Comparação das médias da espessura gengival utilizando o teste de

Bonferroni para comparações múltiplas.

Dentes Diferença entre as médias

P

Canino X Incisivo Lateral 0,17 P < 0.001 *

Canino X Incisivo Central 0,29 P < 0.001 *

Incisivo Lateral X Incisivo Central 0,12 P < 0.05 * * significante

Não houve diferença estatisticamente significante (p > 0,05) entre a

espessura gengival de homens e mulheres.

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Indivíduos que realizaram ou não tratamento ortodôntico não apresentaram

diferença estatisticamente significante (p > 0,05) entre as médias da espessura

gengival do canino superior, incisivo lateral superior e do incisivo central superior.

6.3- CORRELAÇÃO ENTRE A LARGURA DA FAIXA DE GENGIVA E A

ESPESSURA GENGIVAL

Após aplicação do teste de correlação de Pearson para avaliação da

correlação da largura da faixa de gengiva e da espessura gengival pode-se observar

que existe uma correlação estatisticamente significante de 0,398 no canino superior,

portanto uma correlação positiva entre a largura da faixa de gengiva e a espessura

gengival. (Tabela 7 e Gráfico 3)

Tabela 7. Avaliação da correlação entre a largura da faixa de gengiva e a espessura

gengival no canino superior.

Dente Pearson P

Canino 0,398 P < 0.05 *

* significante

Correlação - Canino

00,20,40,60,8

11,21,41,61,8

0 2 4 6 8 10

Largura da Faixa de Gengiva

Espe

ssur

a da

Gen

giva

Gráfico 3. Avaliação da correlação entre a largura da faixa de gengiva e a espessura gengival no

canino superior.

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Existiu uma correlação estatisticamente significante de 0,369 no incisivo

lateral superior, e novamente pode-se observar uma correlação positiva entre a

largura da faixa de gengiva e a espessura gengival. (Tabela 8 e Gráfico 4)

Tabela 8. Avaliação da correlação entre a largura da faixa de gengiva e a espessura

gengival no incisivo lateral superior.

Dente Pearson P

Incisivo Lateral 0,369 P < 0.05 *

* signifcante

Correlação - Incisivo Lateral

00,20,40,60,8

11,21,41,61,8

2

0 2 4 6 8 10

Largura da Faixa de Gengiva

Esp

essu

ra d

a G

engi

va

Gráfico 4. Avaliação da correlação entre a largura da faixa de gengiva e a espessura gengival no

incisivo lateral superior.

No incisivo central superior houve uma correlação estatisticamente

significante de 0,492, mostrando uma correlação positiva entre a largura da faixa de

gengiva e a espessura gengival. (Tabela 9 e Gráfico 5)

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Tabela 9. Avaliação da correlação entre a largura da faixa de gengiva e a espessura

gengival no incisivo central superior.

Dente Pearson P

Incisivo Central 0,492 P < 0.05 *

* significante

Gráfico 5. Avaliação da correlação entre a largura da faixa de gengiva e a espessura gengival no

incisivo central superior.

Correlação - Incisivo Central

00,20,40,60,8

11,21,41,61,8

0 2 4 6 8

Largura da Faixa de Gengiva

Esp

essu

ra G

engi

val

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7 DISCUSSÃO

O periodonto de proteção ou gengiva é classicamente subdividido em três

áreas topográficas: a gengiva livre, a gengiva inserida e a gengiva interdentária. A

área composta pela gengiva livre e pela gengiva inserida, compreendida entre a

margem gengival e a linha mucogengival é conhecida como “faixa de gengiva”. A

largura da faixa de gengiva é variável entre indivíduos e entre os diversos elementos

dentários presentes na arcada dentária (BOWERS, 1963; AINAMO & LÖE, 1966).

Analisando a largura da faixa de gengiva vestibular nos dentes anteriores

superiores, foi observado que o incisivo lateral é o elemento dentário que apresenta

a maior faixa de gengiva, com uma largura média de 5,54 mm, seguido do incisivo

central, com largura média de 4,63 mm. O canino apresenta a menor média na

largura da faixa de gengiva dos dentes anteriores superiores, 4,32 mm. Não foi

observada diferença estatísticamente significante entre as médias da largura da

faixa de gengiva do canino e do incisivo central, entretanto a faixa de gengiva do

incisivo lateral foi significativamente maior que a faixa de gengiva do canino e do

incisivo central.

Estudos anteriores realizados por Bowers (1963) e Müller & Eger (1997)

encontraram achados semelhantes, onde o incisivo lateral e o canino apresentaram

respectivamente a maior e a menor média da largura da faixa de gengiva entre os

dentes anteriores superiores. BOWERS (1963) observou as seguintes médias da

largura da faixa de gengiva inserida: canino, 3,7 mm; incisivo central, 4,6 mm;

incisivo lateral, 5,0 mm. MULLER & EGER (1997) encontraram as seguintes médias

da largura da faixa de gengiva: canino, 4,21 mm; incisivo central, 4,44 mm; incisivo

lateral, 4,80 mm.

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Em concordância com Bowers (1963), Ainamo & Talari (1976), Ainamo et al.

(1981), nesta avaliação observou-se que não existe diferença estatisticamente

significante na largura da faixa de gengiva entre homens e mulheres. Entretanto

Mazeland (1980) relatou que indivíduos do sexo masculino apresentam maior

largura da faixa de gengiva que indivíduos do sexo feminino.

A espessura da faixa de gengiva também varia entre indivíduos e entre os

dentes (GOASLIND et al., 1977). Para a mensuração da espessura gengival podem

ser usados dois métodos: invasivo e não-invasivo. Para realização do método não

invasivo utiliza-se um ultra-som específico (EGER et al., 1996; MÜLLER & EGER,

1997; MÜLLER et al., 1998; MÜLLER et al., 2000a; MÜLLER et al., 2000b). O

método invasivo depende da penetração de algum instrumento na gengiva para

obter a medida de sua espessura. Goaslind et al. (1977) e Vandana & Savitha

(2005) utilizaram uma sonda periodontal para obter a medida da espessura gengival.

Olsson et al. (1993) utilizaram uma agulha de 0,4 mm de diâmetro associada a um

cursor endodôntico para o mesmo fim. Neste trabalho optou-se por a utilização de

um espaçador endodôntico com cursor de borracha associado a um paquímetro

digital com resolução de 0,01 mm para as medições, método este já executado

anteriormente no trabalho de BITTENCOURT et al. (2006). Eger et al., 1996 relatou

que não existe diferença estatisticamente significante entre as medidas obtidas com

o ultra-som e com o espaçador endodôntico.

Foi verificado neste estudo que o incisivo central é o elemento dentário que

possui a maior média de espessura de gengiva entre os dentes anteriores

superiores, seguido do incisivo lateral e do canino. A média da espessura gengival

encontrada na área do incisivo central foi de 1,17 mm, no incisivo lateral, 1,04 mm, e

no canino, 0,87 mm. Houve diferença estatística significante entre as médias da

espessura gengival dos três elementos dentários avaliados.

Müller & Eger (1997), assim como Müller et al. (2000a), em suas pesquisas

observaram resultados semelhantes. Nestes estudos também foi observado que o

incisivo central era o elemento dentário que apresentava maior espessura gengival e

o canino a menor espessura gengival entre os dentes anteriores superiores. As

médias da espessura gengival observadas por Müller & Eger (1997) foram: incisivo

central, 1,28 mm; incisivo lateral, 1,15 mm; canino, 0,9 mm. Müller et al. (2000a)

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encontraram no incisivo central uma média da espessura gengival de 1 mm, no

incisivo lateral uma média de 0,86 mm, e no canino uma média de 0,7 mm.

Dentre os indivíduos observados neste estudo, não foi verificada diferença

estatísticamente significante entre a espessura gengival de homens e mulheres, o

que contraria os achados de Müller (2000a) e Vandana & Savitha (2005), que

observaram que a espessura gengival é maior nos indivíduos do sexo masculino.

Alguns fatores podem influenciar na largura da faixa de gengiva e na

espessura gengival. Bowers (1963) observou que dentes vestibularizados

apresentavam faixa de gengiva inserida mais estreita que dentes homólogos em

posição normal, e que dentes lingualizados apresentavam faixa de gengiva inserida

mais larga que dentes homólogos em posição normal. Portanto, neste estudo, foram

excluídos pacientes com apinhamento dentário, que pudessem apresentar dentes

excessivamente lingualizados ou vestibularizados.

Bowers (1963), Ainamo & Talari (1976) e Ainamo et al. (1981) propuseram

que a largura da faixa de gengiva parece aumentar com a idade. Eger et al. (1996)

não observaram diferenças nas médias de espessura gengival entre indivíduos de

faixa etária variando entre 20 a 60 anos, entretanto Vandana & Savitha (2005)

relataram que a espessura gengival parece ser maior em indivíduos mais jovens.

Para evitar que mais uma variável influenciasse, optou-se por incluir neste estudo

apenas pacientes com idades variando entre 20 e 35 anos.

Dorfman (1978) e Coatoam et al. (1981) mostraram que dentes que sofrem

movimentos ortodônticos para a vestibular normalmente vão apresentar diminuição

da largura da faixa de gengiva, assim como dentes que sofrem movimentos

ortodônticos para a lingual normalmente vão apresentar aumento da largura da faixa

de gengiva. Uma amostra de vinte e oito indivíduos deste estudo havia sido

submetidos à tratemento ortodôntico. Como não era possível avaliar que tipo de

movimento ortodôntico havia sido aplicado nos dentes detes indivíduos foi realizado

uma análise estatística para avaliar se existia diferença na largura da faixa de

gengiva e na espessura gengival entre os indivíduos que tinham sido submetidos à

tratamento ortodôntico ou não. Como não houve diferença estatística entre os

grupos ficou evidente que o tratamento ortodôntico não influenciou nos resultados

deste estudo.

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Observando os caninos, incisivos laterais e centrais superiores verificou-se

uma correlação positiva entre a largura da faixa de gengiva e a espessura gengival

nos três grupos de dentes, ou seja, a medida que a largura da faixa aumenta a

tendência é que a espessura gengival também aumente, assim como a medida que

a largura da faixa diminui a tendência é que a espessura gengival também diminua.

Olsson et al. (1993) não encontraram em sua pesquisa relação estatísticamente

significante entre largura da faixa de gengiva e espessura gengival, entretanto Eger

et al. (1996), Müller & Eger (1997), Müller et al. (2000b) e Kao & Pasquinelli (2002)

mostraram que existem biotipos gengivais distintos. Pacientes que apresentam faixa

de gengiva reduzida também apresentam espessura gengival mais fina, assim como

pacientes que apresentam faixa de gengiva ampla também apresentam a gengiva

mais espessa. Portanto fica evidente também nestes estudos esta relação direta

entre a espessura gengival e a largura da faixa de gengiva.

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8 CONCLUSÃO

Dentro dos limites deste estudo, podemos concluir que houve uma correlação

positiva entre a espessura gengival e a largura da faixa de gengiva no canino

superior, incisivo lateral superior e no incisivo central superior.

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9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXO

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ANEXO A - APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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APÊNDICES

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APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM ODONTOLOGIA

CARTA PARA OBTENÇÃO DO CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Caro(a) Senhor(a) Eu, André Medina Coeli Egreja, Cirurgião Dentista, portador do CPF 074464527-14, RG 10479301-3 IFP-RJ, estabelecido na rua Cinco de Julho, 368/801, CEP 24220-111, na cidade de Niterói, cujo telefone de contato é 21-26118726, vou desenvolver uma pesquisa cujo título é “Avaliação clínica da relação entre a largura e a espessura do tecido queratinizado gengival”. Este estudo tem como objetivo observar a relação entre a largura da faixa de gengiva e a espessura gengival.

Necessito que o Sr(a). autorize a avaliação que consta de: um exame clínico onde sua gengiva será corada com iodo e perfurada para obtenção das medições básicas para a realização do estudo. Para evitar desconforto no momento do exame será realizada uma anestesia local infiltrativa na área a ser examinada. A sua participação nesta pesquisa é voluntária e a avaliação clínica não determinará qualquer risco. Além disso, sua participação é importante para o aumento do conhecimento a respeito das características gengivais, o que pode colaborar nos tratamentos periodontais, podendo beneficiar outras pessoas. Com relação ao procedimento em questão, não existe melhor forma de obter.

Informo que o Sr(a). tem a garantia de acesso, em qualquer etapa do estudo, sobre qualquer esclarecimento de eventuais dúvidas. Se tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Veiga de Almeida, situado na Rua Ibituruna 108 – Tijuca, fone 32343024 e comunique-se com a Profa. Dr. Mônica Medeiros de Britto Pereira.

Também é garantida a liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo.

Garanto que as informações obtidas serão analisadas em conjunto com outras pessoas, não sendo divulgada a identificação de nenhum dos participantes.

O Sr(a). tem o direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais das pesquisas e, caso seja solicitado, darei todas as informações que solicitar.

Não existirão despesas ou compensações pessoais para o participante em qualquer fase do estudo, incluindo exames e consultas. Também não há compensação financeira relacionada à sua participação. Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa.

Eu me comprometo a utilizar os dados coletados somente para pesquisa, e os resultados serão veiculados através de artigos científicos, em revistas especializadas e/ou em encontros científicos e congressos, sem nunca tornar possível a sua identificação. Em anexo, está o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, para ser assinado caso não tenha ficado qualquer dúvida.

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Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Acredito ter sido suficientemente informado a respeito do estudo “Avaliação clínica da relação entre a largura e a espessura do tecido queratinizado gengival”. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes.

Ficou claro, também, que a minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia do acesso aos resultados e de esclarecer minhas dúvidas a qualquer tempo. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidade ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido. ___________________________________Data_______/______/______ Assinatura do informante Nome: Endereço: RG. Fone: ( ) __________________________________ Data _______/______/______ Assinatura do(a) pesquisador(a)

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APÊNDICE B – LISTA DE MATERIAIS UTILIZADOS

* Hu-Friedy, Jacarepaguá, Rio de Janeiro, Brasil.

** Maillefer – Dentsply, Petrópolis, Brasil. ¥ Absolute, Mitutoyo Sul Americana, Suzano, Brasil τ Quimifarma, Rio de Janeiro, Brasil. ∫ DFL, Rio de Janeiro, Brasil.

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MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM ODONTOLOGIA

Rua Ibituruna 108, Tijuca Cep: 20271-020 Rio de Janeiro

Brasil

Tel: +55 21 2574-8871 Fax: +55 21 3234-3024

Arquivo digital de teses e dissertações

http://www.uva.br/cursos/mestrados

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