Avaliação da calibração de esfigmomanometros

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TCC apresentado avaliando a calibração dos aparelhos de aferição de pressão arterial na cidade de Imperatriz - MA.

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Modelo de Trabalho de Concluso de Curso

1

TALITA LIMA PINHOLevantamento estatstico dos esfigmomanmetros utilizados no municpio de Imperatriz - MA.CURSO DE FARMCIA

FACULDADE DE IMPERATRIZ

IMPERATRIZ

2007

TALITA LIMA PINHO Levantamento estatstico dos esfigmomanmetros utilizados no municpio de Imperatriz - MA.Monografia de Concluso de Curso apresentada ao Curso de Farmcia da Faculdade de Imperatriz em cumprimento s exigncias para a obteno do titulo de Graduao em FarmciaOrientador: Prof. MSc Alexandre Batista Penido

Imperatriz2007

TaLiTa LImA PINHOLevantamento estatstico dos esfigmomanmetros utilizados no municpio de Imperatriz - MA.Imperatriz, 01 de Dezembro de 2007.BANCA EXAMINADORA

_______________________________________

Prof. MSc Alexandre Batista Penido

Orientador FACIMP

_______________________________________

Prof. AldaExaminadora Interna FACIMP _______________________________________Prof. Marbenha

Examinadora Interna FACIMPDEDICATRIA AGRADECIMENTOS

SUMRIO

LISTA DE FIGURAS..................................................,,,,,,,,..................8

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS..............................................9

LISTA DE TABELAS...........................................................................

RESUMO..............................................................................................10

ABSTRACT..........................................................................................11

1INTRODUO.............................................................................12

2REVISO DA LITERATURA.......................................................15

2.1PRINCPIO ATIVO........................................................................................17

2.2PRESCRIO DO MEDICAMENTO............................................................21

2.3NEGLIGNCIA EM FERIADOS PROLONGADOS .....................................23

2.4CONSUMO AUMENTA DESCONTROLADAMENTE .................................26

3MATERIAIS E MTODOS...........................................................30

4RESULTADOS ............................................................................32

4.1DISTRIBUIO DA VENDA DOS ANTICONCEPCIONAIS DE EMERGNCIA CLASSIFICADOS ENTRE GENRICOS, SIMILARES E TICOS.........................................................................................................33

4.2DISTRIBUIO DAS VENDAS DOS ANTICONCEPCIONAIS DE EMERGNCIA POR FAIXA ETRIA...........................................................33

4.3VARIAO DE PREO DOS ANTICONCEPCIONAIS DE EMERGNCIA COMERCIALIZADOS NOS ESTABELECIMENTOS VISITADOS...................................................................................................34

4.4VERIFICAO DO PRAZO DE VALIDADE DOS ANTICONCEPCIONAIS DE EMERGNCIA COMERCIALIZADOS NOS ESTABELECIMENTOS VISITADOS..................................................................................35

4.5USURIOS DOS ANTICONCEPCIONAIS DE EMERGNCIA E A POSOLOGIA RESPEITADA.................................................................35

4.6COMERCIALIZAO DOS ANTICONCEPCIONAIS DE EMERGNCIA COM PRESCRIO MDICA36

4.7INDICAO DAS PLULAS DO DIA SEGUINTE........................................37

4.8ORIENTAO ADEQUADA QUANTO AO USO DOS ANTICONCEPCIONAIS DE EMERGNCIA........................................................................37

4.9OCORRNCIA DA PRTICA DE SUBSTITUIO DE MEDICAMENTOS NA VENDA POR PARTE DOS BALCONISTAS..........................................38

4.10PERODO EM QUE O ESTABELECIMENTO COMERCIAL VISITADO AUMENTA SUAS VENDAS.........................................................................39

5DISCUSSO................................................................................40

6CONCLUSO..............................................................................42

7REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS............................................44

LISTA DE FIGURAS

1.33

2.34

3.34

4.35

5.36

6.36

7.37

8.38

9.38

10.39

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AVCAcidente vascular cerebral

HASHipertenso arterial sistmica

INMETROInstituto nacional de metrodologia

IPEMSInstituto de pesos e medidas estaduais

MAMaranho

PAPresso arterial

PADPresso arterial diastlica

PASPresso arterial sistlica

PCRProtena C reativa

RBMLQRede brasileira de metrodologia legal e qualidade

SBHSociedade brasileira de hipertenso

LISTA DE SMBOLOS

cmCentmetros

mmHgMilmetros de mrcurio

mmMilmetro

%Porcentagem

LISTA DE tabelasTabela 1.Dimenses recomendadas da bolsa inflvel do manguito (American Heart Association)P.

Tabela 2.Classificao da PA e da HASP.

resumo O municpio de Imperatriz-MA possui vrios estabelecimentos de sade, onde a aferio da presso arterial uma prtica rotineira, sendo essencial para o diagnstico de hipertenso arterial. Diante disto, o presente trabalho objetivou verificar a calibrao dos esfigmomanmetros, qual o tipo de aparelho mais utilizado, a presena dos aparelhos peditricos e os conhecimentos gerais sobre a aferio pelos profissionais que a realizam. Os dados foram coletados de junho a outubro de 2007 em estabelecimentos de sade (postos de sade, hospitais e drogarias) onde se realiza a aferio de presso arterial, utilizou-se de questionrios com 21 questes de mltipla escolha, devidamente acompanhado de um termo de consentimento que foi entregue a 60 profissionais destes estabelecimentos para que os mesmos respondessem. Aps anlise dos dados, verificou-se que 100% dos estabelecimentos que utilizam aparelhos do tipo anaerides disseram ter seus aparelhos calibrados, porm nenhum destes apresentou qualquer documento que comprovasse a calibrao. Dos entrevistados, 71,6% utilizam aparelhos anerides, 21,8% automtico e 6,6% mercrio. Quanto aos aparelhos peditricos, 80% no possuem o mesmo e em 20% dos estabelecimentos havia este aparelho, sendo estes ltimos, somente enfermarias de hospitais. Quanto prtica de aferio, 95% relataram ter certeza de seus resultados e 5% disseram no ter. Alm disso, 100% relataram saber a classificao dos nveis de presso arterial em adultos e 58% em crianas, sendo que 42% no souberam a classificao dos valores para crianas. Desta forma, notrio que h necessidade de uma fiscalizao com maior vigor por parte das autoridades responsveis, j que nenhum dos estabelecimentos apresentou qualquer documento que comprovasse a calibrao dos seus aparelhos. Alm disso, tambm de grande importncia a presena de aparelhos peditricos nos estabelecimentos de sade, para que se tenham condies de avaliar corretamente a presso arterial de crianas. A presena de tcnicos capacitados para aferio indispensvel nos vrios mbitos da sade, pois o valor exato da presso arterial importante para tratamentos em longo prazo, pr-operatrio e, principalmente, diagnstico da hipertenso arterial.

ABSTRACT

Key words:

1. INTRODUO1. INTRODUO O corpo humano constitudo por vrios sistemas, esqueltico, articular, muscular, circulatrio, nervoso, digestrio, respiratrio, urinrio, genital, endcrino, sensorial e tegumentar, todos exercendo funes especficas para manter o funcionamento normal do organismo.

Em nosso estudo destacaremos o sistema circulatrio, este que mantm a funo bsica de transportar nutrientes e oxignio s clulas. O mesmo um sistema fechado, sem comunicao com o exterior, constitudo por tubos, no interior dos quais circulam humores. Os tubos so os vasos e os humores so o sangue e a linfa. O corao um rgo central que funciona como uma bomba contrtil-propulsora por onde os humores circulam atravs de seus vasos. um rgo muscular oco, sua cavidade subdividida em quatro cmaras (dois trios e dois ventrculos), entre estes orifcios com dispositivos orientadores da corrente sangunea que so as valvas. O sangue que passa por estes vasos exerce uma presso contra suas paredes, denominada de presso arterial (PA).

Quando a PA se eleva, devido os vasos nos quais o sangue circula se contrarem, desencadeada a hipertenso arterial sistmica (HAS), uma patologia que vem crescendo alarmantemente nos ltimos anos e se caracteriza por valores da PA acima de 140 por 90 de mmHg. Isto devido a diversos fatores como, alimentao desregulada, obesidade, sedentarismo, estresse, herana gentica, doenas que levam como causa secundria a HAS bem como o prprio envelhecimento populacional.

A HAS uma patologia que vem sendo diagnosticada tanto em adultos, geriatras e crianas. Este diagnstico deve ser feito atravs de aferies contnuas durante uma semana, preferindo-se o mesmo horrio para sua realizao, e de preferncia que sejam realizadas pelo mesmo profissional e seus valores se encontrarem sempre elevados.

Para se conceder um diagnstico preciso ao paciente importante que alm das observaes j citadas, outras medidas sejam tomadas pelo profissional que for realizar as aferies, deve-se sempre pedir ao paciente que se sente e espere por pelo menos 15 minutos aps sua chegada, perguntar se o mesmo se encontra com a bexiga cheia, se fez uso de bebidas alcolicas, caf ou fumou, pois se o mesmo se encontrar com algum desses itens no se encontra apto para a realizao da aferio, assim alterando seus valores reais. O paciente no momento da aferio deve se encontrar sentado em repouso, mantendo os braos apoiados na altura do precrdio e os ps no cho, estar com a bexiga vazia, e no ter feito uso de bebidas alcolicas, caf ou ter fumado cigarros.

Para a realizao desta aferio encontram-se vrias apresentaes de aparelhos de presso, coluna de mercrio j sem grande utilizao podendo encontra estes mais em hospitais, automtico ou digital muito utilizado para medida da PA em casa pelo prprio paciente e o esfigmomanmetro (manguito), com o auxilio do estetoscpio denominado de anerides.

Se o aparelho utilizado for do tipo aneride devem-se usar manguitos adequados circunferncia do brao do paciente ou se no for possvel deve-se realizar a correo atravs de tabelas prprias, aferir a PA por duas vezes com intervalo de no mnimo 5 minutos, inflar o manguito 20 a 30 mmHg aps o desaparecimento do pulso radial e medir a presso arterial sistlica (PAS), com o primeiro som de korotkoff e a presso artria diastlica (PAD) com o desaparecimento do som.

Devido grande prevalncia do diagnstico de HAS em crianas e adolescentes abaixo dos 18 anos, os profissionais que realizam esta prtica devem estar atentos e usar as tabelas especiais para o diagnstico da hipertenso nesta faixa etria ou se possvel aparelhos especficos para estes.

Tabela 1 - Dimenses recomendadas da bolsa inflvel do manguito (American Heart Association)

FONTE: III Consenso Brasileiro de Hipertenso Arterial.

Outro fator importante a se analisar a capacidade e o conhecimento dos profissionais que realizam as aferies para conceder um possvel diagnstico, pois importante destacar que mesmo realizada corretamente e se diagnosticada uma HAS o paciente deve ser encaminhado a um clnico especialista para que se possa confirmar o diagnstico.

O profissional deve conhecer a definio e a classificao dos nveis de presso arterial, para assim classificar e enquadrar corretamente o paciente diante de sua real situao.

A qualidade dos esfigmomanmetros usados para conceder o diagnstico de grande importncia, o mesmo deve se encontrar em condies ideais para que seja utilizado. Sua calibrao deve estar dentro do prazo de validade (1 ano), pois este ato de calibrao do aparelho determinado pelo Instituto Nacional de Metrodologia (INMETRO) este rgo tem a funo de garantir a qualidade dos diversos produtos que esto no mercado brasileiro, assim quando a utilizao de um produto pode comprometer a segurana ou a sade do consumidor, o INMETRO ou rgo regulamentador pode tornar compulsria a avaliao da conformidade desse produto, assim aumentando a confiana de que o produto est de acordo com as normas e com os regulamentos tcnicos aplicveis.

O INMETRO atravs da portaria n 24, de fevereiro de 1996, aprovou o regulamento tcnico metrolgico que estabelece as condies a que devem satisfazer os esfigmomanmetros mecnicos e se fez obrigatrio que todos os aparelhos, novos ou em uso, devero passar, a cada ano, por uma verificao peridica. A regulamentao prev ainda a possibilidade de verificao eventual a pedido do detentor do instrumento, aps o conserto e/ou manuteno do mesmo ou quando o INMETRO julgar necessrio.

O ato de calibrao dos esfigmomanmetros tem que se tornar realidade nas instituies que oferecem este servio, pois se as mesmas no o fizerem anualmente como determinado, os resultados ali obtidos deixam de serem reais, assim concedendo resultados falsamente positivos ou negativos, onde ambos so prejudiciais causando danos muitas vezes irreparveis aos pacientes, logo a importncia da calibrao destes aparelhos.

Uma aferio de PA errada ocorre atravs das ms condies que os esfigmomanmetros se encontram e devido desqualificao dos profissionais que realizam o procedimento. Entretanto se o erro for por parte dos aparelhos, isso se d devido a no calibrao dos mesmos ou at mesmo a calibrao atrasada. Esta no calibrao pode ocorrer devido falta de informao, por parte das autoridades governamentais, deste tipo de servio oferecido pelo INMETRO e por irresponsabilidade por parte dos profissionais que concedem este servio (aferio de PA).

A armazenagem incorreta destes instrumentos pode acarretar na desqualificao dos mesmos para aferio da PA. Os esfigmomanmetros podem estar sendo submetidos a altas temperaturas, o que pode leva a sua descalibrao. Alm disso, o manuseio inadequado dos aparelhos pelos profissionais outro fator preponderante a ser considerado, quando se trata da conservao destes.

A falta de fiscalizao das autoridades responsveis talvez um dos fatores determinantes para a provvel ausncia de aparelhos calibrados nos estabelecimentos de sade a serem estudados.

Diante da grande quantidade de unidades de sade no municpio de Imperatriz MA, 1 hospital municipal, 1 hospital estadual alem de 14 particulares, 17 postos de sade, 59 farmcias e 2.439 leitos hospitalares onde a grande maioria oferece este servio houve a grande necessidade da realizao deste estudo. Com isto objetivando verificar o tipo de aparelhos mais utilizados nestes estabelecimentos de sade, a calibrao deste, a presena de aparelhos peditricos, avaliar o conhecimento dos profissionais quanto tcnica de aferio da PA, bem como correlacionar um determinado perfil da populao que mais procura este tipo de servio.

2. REVISO DA LITERATURA2. REVISO DA LITERATURA

2.1 Sistema circulatrio

Segundo Guyton & Hall (2002), a funo da circulao atender as necessidades dos tecidos, transportar os nutrientes para os mesmos, transportar os produtos de excreo para o descarte, conduzir hormnios de uma parte do corpo outra e de forma geral, manter um ambiente apropriado, em todos os lquidos dos tecidos do corpo, para as condies timas de sobrevivncia e de funcionamento das clulas.

A circulao est dividida em circulao sistmica e circulao pulmonar. Devido ao fato de que a circulao sistmica supre de sangue todos os tecidos do corpo, exceto os pulmes, ela chamada tambm de grande circulao, ou circulao perifrica. Embora os vasos sangneos, de cada tecido do corpo, considerados separadamente tenham suas prprias caractersticas especiais alguns princpios gerais, da funo vascular, aplicam-se em todas as partes da circulao (Guyton & Hall,2002).2.2 Vasos sangneosDe acordo com Schoen & Cotran (2000), os componentes bsicos das paredes dos vasos sangneos consistem em clulas endoteliais, clulas musculares lisas e matriz extracelular, incluindo elementos elsticos, colgeno e proteoglicanos. Estes componentes dispem-se em camadas concntricas a ntima (adjacente luz), a mdia e a adventcia (externa).

Moore (1994) diz que, h 3 tipos de vasos sangneos: artrias, veias e capilares. Conforme Schoen & Cotran (2000), as artrias so divididas em 3 tipos, com base no seu tamanho e nas suas caractersticas estruturais: (1) as artrias de grande calibre ou elsticas, incluindo a aorta e seus principais ramos; (2) artrias de calibre mdio ou musculares, que compreendem outros ramos da aorta (como artrias coronrias e renais), tambm chamadas artrias distribuidoras; (3) artrias de pequeno calibre (geralmente com dimetro < 2mm), que, em sua maior parte, seguem o seu trajeto na substncia dos tecidos e rgos. As arterolas so os menores ramos das artrias (em geral, com dimetros de 20 a 100 micrmetros). As alteraes no estado de contrao do msculo liso da mdia das arterolas produzem ajustes dramticos no dimetro da luz, que regulam a presso arterial sistmica e influenciam significativamente e distribuio do fluxo sangneo entre os vrios leitos capilares.

Segundo Schoen & Cotran (2000), os capilares tm aproximadamente o dimetro de um eritrcito (7 a 8 micrmetros) e apresentam paredes finas. Como cada arterola d origem a numerosos capilares, o leito capilar possui uma grande rea de corte transversal total, e o fluxo sangneo muito lento, de modo anlogo diminuio da velocidade do fluxo observada nas largas regioes de um rio. Os capilares, revestidos por clulas endoteliais, sao sustentados, no lado externo, por uma fina membrana basal, com ausncia da mdia. O fluxo lento, a grande rea de superfcie e as paredes finas de apenas uma clula de espessura tornam os capilares ideais para rpida troca de substncias difusveis entre o sangue e os tecidos. A estrtura dos capilares varia em diferentes locais, particularmente no que concerne ao grau de continuidade do endotlio e da membrana basal.

O sangue que retorna dos leitos capilares para o corao flui inicialmente para as vnulas ps-capilares e, em seguida, seqencialmente, atravs de vnulas coletoras e veias pequenas, mdias e grandes. As vnulas ps-capilares representam um importante ponto de intercmbio entre a luz dos vasos e os tecidos circundantes (Schoen & Cotran, 2000).

Schoen & Cotran (2000) relatam que, as veias so vasos de maior calibre, porm de paredes finas, com membrana elstica interna pouco definida e mdia no to bem desenvolvida quanto a das artrias. Em seu conjunto, as veias possuem grande capacidade; com efeito, cerca de dois teros do sangue sistmico encontram-se na circulao venosa. As veias tm relativamente pouco suporte e, assim, ficam predispostas a dilatao irregular, compresso e fcil penetrao por tumores e processos inflamatrios.

A funo das artrias transportar o sangue para os tecidos, sob alta presso. Por essa razo, as artrias tm paredes vasculares resistentes e o sangue flui, rapidamente, nas artrias enquanto que as arterolas so os ltimos ramos pequenos do sistema arterial, atuando como vlvulas controladoras, atravs das quais o sangue liberado para os capilares. A arterola tem parede muscular forte, que pode fechar completamente a arterola, ou pode dilat-la, por vrias vezes, em relao ao seu dimetro, tendo assim a capacidade de alterar intensamente o fluxo sanguneo, para os capilares, em resposta s necessidades dos tecidos, j a funo dos capilares realizar a troca de lquidos, nutrientes, eletrlitos, hormnios e outras substncias entre o sangue e o lquido intersticial. Para desempenhar esse papel, as paredes dos capilares so muito delgadas e tm inmeros e minsculos poros capilares, permeveis gua e a outras pequenas substncias moleculares As vnulas coletam o sangue dos capilares; gradualmente, as vnulas unem-se, formando veias progressivamente maiores (Guyton & Hall,2002).

Segundo Guyton & Hall (2002), as veias atuam como condutos para o transporte do sangue dos tecidos de volta ao corao; igualmente importante, elas tambm atuam como reservatrio de sangue. Devido ao fato de a presso, no sistema venoso, ser muito baixa, as paredes venosas so delgadas. Mesmo assim, so suficientemente musculares para se contrair, ou se expandir, e, assim atuam como reservatrio controlvel de sangue extra, em quantidades pequenas ou grandes, dependendo das necessidades da circulao.

Cerca de 84% do volume sangneo total ficam na circulao sistmica e 16% no corao e nos pulmes. Dos 84% da circulao sistmica, 64% esto nas veias, 13% nas artrias e 7% nas arterolas e capilares sistmicos. O corao contm 7% do sangue e os vasos pulmonares 9% (Guyton & Hall,2002).2.3 Presso arterial e hipertenso arterial 2.3.1 Presso arterial

Conforme Guyton & Hall (2002), a presso sangnea significa a fora exercida pelo sangue contra qualquer unidade de rea da parede vascular.

Diversos sistemas contribuem para a regulao da presso arterial. Um desses, o sistema barorreceptor, exemplo simples e excelente de um mecanismo de controle. Nas paredes da bifurcao das artrias cartidas, no pescoo e, tambm, na croa da aorta, no trax, existem muitos receptores neurais, chamados barorreceptores, que so estimulados pela distenso (estiramento) da parede arterial. Quando a presso arterial aumenta at valores muito altos, os barorreceptores enviam barragens de impulsos para o bulbo enceflico. A, esses impulsos inibem o centro vasomotor, o que, por sua vez, diminui o nmero de impulsos transmitidos pelo sistema simptico para o corao e para os vasos sanguneos. A falta desses impulsos produz diminuio da atividade de bombeamento do corao, alm de dilatar os vasos sanguneos perifricos, permitindo, assim, a maior facilidade com que o sangue flui pelos vasos. Ambos os efeitos baixam a presso arterial para o seu valor normal. Inversamente, a reduo da presso arterial relaxa os receptores de estiramento, permitindo que o centro vasomotor fique mais ativo que o comum, fazendo, ento, com que a presso arterial aumente em direo ao seu valor normal (Guyton & Hall (2002)).

De acordo com Guyton & Hall (2002), o sistema renal e de lquidos corporais para o controle da presso artria simples: quando o organismo contm lquido extracelular em quantidade excessiva, ocorre aumento do volume sanguneo e elevao da presso exerce efeito direto sobre os rins, que passam a excretar o excesso de lquidos extracelular, com a conseqente normalizao da presso. Por sua vez, a elevao da presso exerce efeito direto sobre os rins, que passam a excretar o excesso de lquido extracelular, com a conseqente normalizao da presso.

Guyton & Hall (2002), dizem que alm de sua capacidade de controlar a PA atravs de alteraes no volume de lquidos extracelular, os rins tambm dispem de outro poderoso mecanismo para controlar a presso. Trata-se do sistema renina angiotensina. A renina uma pequena enzima liberada pelos rins quando a presso arterial cai para nveis excessivamente baixos. Por sua vez, eleva a PA de diversas maneiras, ajudando, assim, a corrigir a queda da presso.

Hoffman (2006) diz que, a PA elevada provoca alteraes patolgicas na vasculatura e hipertrofia do ventrculo esquerdo. Em conseqncia, a hipertenso constitui a principal causa de acidente vascular cerebral, representa um importante fator de risco para a coronariopatias e suas conseqentes complicaes, isto , infarto do miocrdio e morte sbita cardaca, e constitui tambm um importante fator contribuinte nas insuficincias cardaca e renal e aneurisma dissecante da aorta. 2.3.2 Hipertenso arterial

Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertenso (SBH), 2001, a hipertenso, ou presso alta, existe quando a presso, medida vrias vezes em consultrio mdico, igual a 140 por 90 mmHg ou maior. Isso acontece porque os vasos nos quais o sangue circula se contraem e fazem com que a presso do sangue se eleve. Para entendermos melhor, podemos comparar o corao e os vasos a uma torneira aberta ligada a vrios esguichos. Ao fecharmos a ponta dos esguichos, a presso ir subir. Da mesma maneira, quando o corao bombeia o sangue e os vasos esto estreitados, a presso dentro dos vasos aumenta.

O Ministrio da Sade define a Hipertenso Arterial Sistmica (HAS) como uma doena crnica, no transmissvel, de natureza multifatorial, assintomtica (na grande maioria dos casos) que compromete fundamentalmente o equilbrio dos mecanismos vasodilatadores e vasoconstritores, levando a um aumento da tenso sangunea nos vasos, capaz de comprometer a irrigao tecidual e provocar danos aos rgos por eles irrigados

A hipertenso definida, de modo convencional, como uma elevao duradoura da presso arterial maior ou igual a 140/90 mmHg um critrio que caracteriza um grupo de pacientes cujo o risco de doena cardiovascular relacionada com a hipertenso alto o suficiente para merecer ateno mdica (Hoffman 2006).

Conforme Benowitz (2003) a HAS a doena cardiovascular mais comum. A prevalncia varia com a idade, a raa, a educao e muitas outras variveis. A HAS quando, persistente, danifica os vasos sanguneos renais, cardacos e cerebrais e resulta em aumento na incidncia de insuficincia renal, coronariopatias, insuficincia cardaca e acidente vascular cerebral (AVC).

Fuchs (2004) diz que, HAS fator de risco maior para doenas decorrentes de aterosclerose e trombose, as quais se exteriorizam, predominantemente, por acometimento isqumico cardaco, cerebral, vascular perifrico e renal. tambm a causa da cardiopatia hipertensiva. Por decorrncia do comprometimento cardaco, hipertenso tambm se associa a insuficincia cardaca.

Segundo Achuti (1998), 13 milhes de pessoas tem HAS se considerar cifras de PA > 160 e/ou 95 mmHg, 30 milhes se considerar cifras entre 140-159 e/ou 90-94 mmHg e 15 milhes nem sabem que so hipertensos.

De acordo com Rosa et al. (2006), considerando-se somente a faixa geritrica, a prevalncia da HAS gira ao redor de 50% a 70%, respectivamente, a partir dos 60 a 70 anos de idade. Tais ndices refletem particularmente o aumento da presso arterial sistlica relacionado idade, que torna a hipertenso sistlica isolada o diagnstico mais comum (65% dos hipertensos idosos).

Conforme as Diretrizes Brasileiras de Hipertenso Arterial (2002), a presso arterial (PA), em indivduos maiores que 18 anos, classificada da seguinte forma:Tabela 2 Classificao da PA e da HAS

FONTE: IV Diretrizes Brasileiras de Hipertenso Arterial, 2002. 2.3.2.1 Fatores de risco para HAS

O Ministrio da Sade (2001) adverte que a maioria das pessoas que tm presso alta no se queixa de nada. Por isso chama-se a presso alta de assassina silenciosa. s vezes, dor de cabea, tontura e mal-estar podem acontecer em quem tem presso alta, mas comum que, quando a pessoa sente alguma coisa diferente a presso alta j danificou o seu organismo. A nica maneira de saber se a presso est normal medi-la. O ideal medir a presso pelo menos a cada seis meses ou com intervalo mximo de um ano. Assim, quando a doena aparece, logo se faz o diagnstico.

A sociedade brasileira de hipertenso (SBH) destaca que 60 a 80 % dos hipertensos so sedentrios, 66% so obesos, 50% tem hiperinsulinemia, 40% tm colesterol alto, 15% tm diabetes e 40% possui apnia do sono; destacando estes, como os principais fatores de risco para HAS.

Segundo Benowitz (2003), em geral, a elevao da PA causada por uma combinao de vrias anormalidades (multifatorial). Evidncias epidemiolgicas indicam que herana gentica, o estresse psicolgico e outros fatores ambientais e dietticos (maior ingesto de sal e ingesto diminuda de potssio ou de clcio) podem talvez contribuir para o desenvolvimento da HAS. No ocorre HAS em populaes com baixas ingestes dirias de sdio. E hereditariedade da PA estimada em cerca de 30%. Mutaes em vrios genes tm sido associadas a diversas causas raras de HAS. As variaes funcionais do gene do angiotensinognio parecem contribuir para alguns casos de hipertenso essencial.

Idade e presena de co-morbidades, como diabetes melito ou eventos cardiovasculares prvios, aumentam o risco basal, determinando que a repercusso da elevao da PA seja mais acentuada. Presena de diabetes melito ou evento vascular prvio conferem risco equivalente quele de aumento de 10 anos na idade de indivduos sem essas condies (Fuchs, 2004).

Rosa et al.relata que as principais condies que influenciam no prognstico do paciente hipertenso so: presso arterial sistmica (PAS) e presso arterial diastlica (PAD) elevadas, homens com mais de 55 anos, mulheres com mais de 65 anos, tabagismo, dislipidemias, histria familiar de doena cardiovascular, obesidade visceral, protena C reativa (PCR) elevada, diabetes mellitus e leses em rgos alvos (hipertrofia ventricular esquerda, espaamento carotdeo mdio intimal, placas carotdeas etc.).2.3.2.2 Dados epidemiolgicos da HAS

Vrios estudos em diversas cidades brasileiras j demonstraram a alta prevalncia da HAS entre a populao do pas. Shirassu ey al. (2001) detectou 32% de prevalncia bruta em So Paulo, SP; Freitas et al. (2001) detectou 35,1% em Catanduva, SP; Medina et al. (1998) detectou 30,8% em Pres. Venceslau, SP; Rego et al. (1990) detectou 22,3% em So Paulo, SP; Fuchs et al. (2001) detectou 24% em Porto Alegre, RS; Trindade et al. (1998) detectou 21,9% em Passo Fundo, RS; Duncan et al. (1993) detectou 15% em Porto Alegre, RS; Lolio et al. (1990) detectou 28,3% em Araraquara, SP; Rego et al. (1990) detectou 11,6% em So Paulo, SP; Rouquayrol et al. (1987) detectou 7,8% em Fortaleza, CE; Klein e Arajo (1985) detectou 10,1% em Volta Redonda, RJ;

Os mais acometidos deste mal os idosos, pois as altas de envelhecimento populacional, aliadas elevada prevalncia de hipertenso nesta camada da populao, tornam a hipertenso do idoso foco de interesse crescente. A PAS isolada o diagnstico mais prevalente nesta faixa etria. A hipertenso (at os 18 anos) definida atravs do aumento das PAS e PAD a partir do percentil 95 da distribuio pressrica para cada sexo, faixa etria e altura. A prevalncia de hipertenso em crianas e adolescentes gira ao redor de 2% a 13%, e tem aumentado nos ltimos anos em virtude da elevao nas taxas de obesidade e hbitos de vida adversos nesta faixa etria. A identificao de causas secundrias deve ser motivo de enfoque, particularmente para crianas com nveis pressricos acima de 20 mmHg do percentil 95 para altura e faixa etria. Em particular, o uso de drogas ilcitas, homnios esterides, hormnio do crescimento, anabolizantes, anticoncepcionais e lcool devem ser questionados. J as implicaes do aumento pressrico na populao feminina dizem respeito em particular menopausa, ao uso de contraceptivos e gravidez, de acordo com Rosa et al. (2006). 2.4 Aferio e diagnstico da PA

Rosa et al.(2006),diz que, para uma medida correta da presso arterial alguns pontos devem ser considerados, como: 1) posicionamento do paciente sentado em repouso por dois a cinco minutos , mantendo os braos apoiados na altura do precrdio e os ps no cho; 2) evitar ingesto de caf, cigarro e esvaziar a bexiga antes do procedimento; 3) utilizar manguitos adequados circunferncia do brao do paciente ou alternativamente usar tabelas prprias de correo; 4) mensurar a presso por duas vezes, com intervalos de dois minutos; 5) mensurar a presso aps um e cinco minutos na posio ortosttica em paciente novos ou sob risco de hipotenso postural; 6) inflar o manguito 20 a 30 mmHg aps o desaparecimento do pulso radial e medir a PAS com o primeiro som de korotkoff e a PAD com o desaparecimento do som; 7) usar tabelas especiais para o diagnsticos da hipertenso em pacientes baixo dos 18anos.

Segundo as Diretrizes Brasileiras de Hipertenso Arterial (2002), deve-se verificar se o equipamento est em boas condies de uso, explicar o procedimento de verificao da presso ao paciente, deixar o paciente descansar de 05 a 10 minutos e certificar-se de que ele: no est com a bexiga cheia, no praticou exerccios fsicos, no ingeriu bebidas alcolicas, caf, alimentos ou fumou at 30 minutos antes da medida. Em seguida, colocar o paciente em posio confortvel, localizar a artria braquial por palpao, colocar o manguito adequado firmemente, cerca de 2 a 3 cm acima da fossa ante-cubital, centralizando a bolsa de borracha sobre a artria braquial, manter o brao do paciente na altura do corao, posicionar os olhos no mesmo nvel da coluna de mercrio ou do mostrador do manmetro aneride, palpar o pulso radial, inflar o manguito at o desaparecimento do pulso e estimar o nvel da presso sistlica, desinflar rapidamente e aguardar 1 minuto antes de inflar novamente.

Conforme Silva, para a medida da PA o indivduo pode estar sentado ou deitado de acordo com a necessidade. O local do brao onde o aparelho ser colocado deve estar sem vesturio. O brao deve estar em suave flexo, abduzido e relaxado. O aparelho dever ser colocado (2,5cm) acima da dobra interna do cotovelo; o estetoscpio posicionado nos ouvidos e a campnula na artria da dobra interna do cotovelo. Insufle o manguito at aproximadamente 180 mmHg, e aps, desinsufle gradativamente o aparelho e acompanhe com estetoscpio a oscilao do som na artria braquial, do mais forte at desaparecer. Neste momento so registradas respectivamente as presses: sistlica (mxima) e diastlica (mnima), atravs da visualizao no aparelho dos valores pressricos no momento da percepo do som na artria e quando ele desaparecer. Com os aparelhos de leitura digital, utiliza-se apenas o envolver do brao com o aparelho e a insuflao, que interrompida por um sinal sonoro e em seguida o prprio aparelho desinsufla e, indica a medida nos seu visor.

A medida da presso arterial pelo mtodo indireto com tcnica auscultatria o procedimento mais utilizado na prtica clnica para o diagnstico da hipertenso arterial e avaliao da eficcia do tratamento (Jnior et al.1996)

De acordo com Jnior et al (1996), o diagnstico de hipertenso arterial um ato mdico que, baseado num procedimento relativamente simples, a medida da PA, envolve a grande responsabilidade de decidir se um paciente normotenso ou hipertenso. As conseqncias de um diagnstico errneo so desastrosas. O diagnstico de normotenso, num hipertenso, ir priv-lo dos benefcios do tratamento, ao passo que o de hipertenso, num normotenso, ir submet-lo aos malefcios do tratamento desnecessrio. O diagnstico em hipertenso arterial baseado na anamnese, exame fsico e exames complementares que auxiliam na realizao do diagnstico da doena propriamente dita, sua etiologia, grau de comprometimento de rgos-alvo e na identificao dos fatores de risco cardiovascular associados.

Na prtica clnica, o diagnstico da hipertenso arterial realizado atravs da medida indireta da presso arterial, empregando esfigmomanmetro e tcnica auscultatria com estetoscpio. importante destacar que a monitorizao ambulatorial da presso arterial um mtodo auxiliar til em hipertenso, mas no est indicada no diagnstico de rotina da HAS. A medida da presso procedimento simples, porm sujeito a vrios fatores de erro. Assim, para medida precisa da PA e, conseqentemente, diagnstico correto da hipertenso, muito importante adotar os cuidados e critrios, descritos abaixo, relacionados ao observador, paciente, ambiente, equipamento e tcnica.

O observador que efetua a medida da presso arterial deve estar treinado para a realizao do procedimento a fim de evitar: a) preferncia por valores de presso arterial terminados com dgitos zero ou cinco. A leitura dos valores deve refletir, precisamente, a escala do manmetro que possui nmeros terminados pelos dgitos zero, dois, quatro, seis, oito e dez; b) leitura errnea dos valores da escala, devido posio incorreta dos olhos. Os olhos do observador devem estar posicionados ao nvel do topo da coluna de mercrio ou incidir, diretamente, sobre o mostrador do manmetro aneride para permitir correlao exata entre o som auscultado e o valor correspondente na escala graduada. c) presso excessiva sobre o diafragma do estetoscpio que pode deformar a artria braquial e ocasionar alterao do som auscultado. d) inflao excessiva da bolsa de borracha que pode causar dor e levar a leituras falsamente elevadas; e) deflao muito rpida que pode ocasionar leitura, falsamente, baixa para a presso sistlica e, falsamente, elevada para diastlica; e f) mos e equipamentos excessivamente frios que podem levar a alterao da presso arterial pela reao ao frio.

O ambiente onde se realiza a medida da presso deve ser calmo e ter temperatura agradvel. Quando a medida realizada em locais, como Pronto-Socorro ou em campanhas em Shopping Centers, prefervel alertar o paciente para que confirme a medida em outra situao do que firmar o diagnstico, exceto em situaes de emergncia hipertensiva. O paciente deve permanecer em repouso 5 a 10 minutos, antes da medida da presso, depois de ter esvaziado a bexiga. Deve-se evitar atividade fsica, alimentao, fumo, ingesto de bebida alcolica ou caf pelo menos 30 minutos antes da medida. importante indagar o paciente sobre ingesto de drogas que interferem com os mecanismos de regulao da presso. A posio recomendada para medida da presso a sentada, com o tronco recostado e relaxado no encosto da cadeira, as pernas relaxadas sem cruzar, com o brao em que o manguito ser colocado ao nvel do corao, livre de roupas, a palma da mo voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido. A medida da presso na posio ereta til para identificao de hipotenso postural (Jnior et al. 1996).2.4.1 Tipos de aparelhos para aferio da PA

A interpretao correta dos nveis pressricos refora o emprego de tcnicas e aparelhos adequados e medidas seriadas. Atualmente, existe uma maior tendncia ao uso de aparelhos do tipo anerides que, contrrio aos de mercrio, requerem uma inspeo mais regular (Rosa et.al,2006).

De acordo com o Ministrio da Sade (2001), existem diferentes aparelhos de medida de presso. Os mais comuns so os anerides, que so portteis e parecem um relgio com ponteiro. Nos hospitais, geralmente so utilizados os aparelhos de coluna de mercrio com rodzios. Atualmente, tambm so muito utilizados os aparelhos automticos, principalmente para medida da presso em casa. Esses novos equipamentos permitem que a pessoa mea a prpria presso. Todos esses aparelhos so bons, desde que a calibrao seja verificada a cada seis meses ou, no mnimo, a cada ano. Deve-se usar a braadeira de acordo com o tamanho do brao do indivduo. Braos mais finos precisam de braadeiras mais estreitas, e braos largos, como de pessoas obesas, necessitam de braadeiras mais largas. Os aparelhos que medem a presso pelo dedo ou pelo pulso ainda no so considerados confiveis.

Trabalho realizado por Silva,destaca que utiliza-se para a mensurao da PA o aparelho denominado esfigmomanmetro (manguito), com o auxlio de outro equipamento denominado estetoscpio. Os dois formam o conjunto tcnico para aferio da PA. Os aparelhos de presso podem ser encontrados em vrias apresentaes: porttil, de coluna de mercrio fixo ou mvel e digitais.2.4.2 INMETRO

O Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial - Inmetro - uma autarquia federal, vinculada ao Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior, que atua como Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial (Conmetro), colegiado interministerial, que o rgo normativo do Sistema Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial (Sinmetro).

Objetivando integrar uma estrutura sistmica articulada, o Sinmetro, o Conmetro e o Inmetro foram criados pela Lei 5.966, de 11 de dezembro de 1973, cabendo a este ltimo substituir o ento Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM) e ampliar significativamente o seu raio de atuao a servio da sociedade brasileira. No mbito de sua ampla misso institucional, o Inmetro objetiva fortalecer as empresas nacionais, aumentando sua produtividade por meio da adoo de mecanismos destinados melhoria da qualidade de produtos e servios.

Sua misso promover a qualidade de vida do cidado e a competitividade da economia atravs da metrologia e da qualidade.

Dentre as competncias e atribuies do Inmetro destacam-se:

Executar as polticas nacionais de metrologia e da qualidade;

Verificar a observncia das normas tcnicas e legais, no que se refere s unidades de medida, mtodos de medio, medidas materializadas, instrumentos de medio e produtos pr-medidos;

Manter e conservar os padres das unidades de medida, assim como implantar e manter a cadeia de rastreabilidade dos padres das unidades de medida no Pas, de forma a torn-las harmnicas internamente e compatveis no plano internacional, visando, em nvel primrio, sua aceitao universal e, em nvel secundrio, sua utilizao como suporte ao setor produtivo, com vistas qualidade de bens e servios;

Fortalecer a participao do Pas nas atividades internacionais relacionadas com metrologia e qualidade, alm de promover o intercmbio com entidades e organismos estrangeiros e internacionais;

Prestar suporte tcnico e administrativo ao Conselho Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial - Conmetro, bem assim aos seus comits de assessoramento, atuando como sua Secretaria-Executiva;

Fomentar a utilizao da tcnica de gesto da qualidade nas empresas brasileiras;

Planejar e executar as atividades de acreditao de laboratrios de calibrao e de ensaios, de provedores de ensaios de proficincia, de organismos de certificao, de inspeo, de treinamento e de outros, necessrios ao desenvolvimento da infra-estrutura de servios tecnolgicos no Pas; e

Coordenar, no mbito do Sinmetro, a certificao compulsria e voluntria de produtos, de processos, de servios e a certificao voluntria de pessoal.

A calibrao dos esfigmomanmetros se insere entre as principais responsabilidades do Inmetro. Tanto que, por entender a necessidade de resguardar a sade do cidado, garantindo medies fidedignas, o Inmetro aprovou atravs da Portaria Inmetro n. 24, de 22 de fevereiro de 1996, o Regulamento Tcnico Metrolgico que estabelece as condies a que devem satisfazer os esfigmomanmetros mecnicos do tipo aneride, destinados a medir a presso arterial, um dos sinais vitais do ser humano (Inmetro, 1998).

Atravs desta Portaria, os fabricantes ou importadores de esfigmomanmetros do tipo aneride devem submeter seus produtos ao controle metrolgico, definido no Regulamento Tcnico, abrangendo as seguintes etapas:

Apreciao tcnica de modelo cada fabricante ou importador de esfigmomanmetro deve submeter aprovao do Inmetro cada modelo fabricado ou importado, sendo que nenhuma modificao pode ser feita sem autorizao do Inmetro, no esfigmomanmetro cujo modelo tenha sido aprovado;

Verificao inicial deve ser feita em todos os esfigmomanmetros fabricados, nas dependncias dos fabricantes ou outro local a critrio do Inmetro, antes de sua colocao em uso;

Verificao peridica deve ser realizada uma vez por ano, de preferncia nas dependncias dos rgos da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade RBMLQ (IPEMs Institutos de Pesos e Medidas Estaduais) ou em local designado pelo Inmetro;

Verificao eventual deve ser realizada por solicitao do detentor do instrumento, aps o conserto e/ou manuteno do mesmo ou quando o Inmetro julgar necessrio. 2.4.3 Calibrao dos aparelhos de aferio da PAConforme Jnior et al (1996), o esfigmomanmetro aneride ou de coluna de mercrio so os aparelhos empregados para a medida da presso arterial. fundamental que estejam, devidamente, calibrados para que a medida seja correta. A verificao da calibrao deve ser realizada, pelo menos, a cada 6 meses. A verificao da calibrao do aparelho de coluna de mercrio efetuada atravs da inspeo visual do nvel de mercrio, em relao escala da coluna de vidro, estando o manguito desinsuflado. Quando o nvel de mercrio coincide com o valor zero da escala o aparelho est calibrado. Quando a borda do menisco da coluna de mercrio estiver abaixo ou acima do valor zero h necessidade de colocar ou retirar mercrio do reservatrio. A verificao da calibrao do manmetro aneride exige a realizao do teste de calibrao contra aparelho de coluna de mercrio. Neste teste, emprega-se conector em forma de Y, ligado numa extremidade ao tubo de borracha do aparelho de coluna de mercrio, na outra extremidade ao tubo de borracha do manmetro aneride a ser testado e na terceira extremidade pra de borracha que ser utilizada para inflar o sistema. O sistema deve ser inflado at ultrapassar 250 mmHg da escala de vidro do aparelho de coluna de mercrio e ao se proceder a deflao, verifica-se a correspondncia de valores na escala dos dois manmetros de 50 em 50 mmHg. Caso a diferena entre as duas escalas seja 3 mmHg (1% da escala total) em qualquer um dos valores, considera-se o aparelho descalibrado. Esta verificao da calibrao tem sido negligenciada pelos mdicos. Mion & Pierin (dados no publicados) avaliaram 524 esfigmomanmetros (61% de coluna de mercurio e 39% aneride) e verificaram que 59% dos anerides e 35% dos aparelhos de coluna de mercrio estavam descalibrados, evidenciando que a verificao da calibrao e manuteno dos aparelhos no est sendo realizada com a freqncia necessria (Jnior et.al,1996)

Segundo Jnior et al. (1996) alm dos cuidados com a calibrao, a coluna de mercrio deve ser inspecionada, periodicamente, para identificao de sinais de oxidao e sujidade. A obstruo do filtro do topo da coluna pode levar a leituras incorretas, devido dificuldade de elevao durante a inflao do sistema e pode ocasionar oscilao excessiva quando do fechamento da vlvula, requerendo limpeza ou troca peridica. Outro aspecto importante em relao ao equipamento o manguito porque a largura da bolsa inflvel do manguito, tambm, pode ser fonte de erro na medida da presso arterial. Assim, quando a bolsa inflvel estreita em relao circunferncia do brao do paciente, a leitura de presso pode ser falsamente elevada, levando ao diagnstico errneo de hipertenso arterial. Por outro lado, quando a bolsa larga, a leitura pode ser falsamente baixa, levando ao diagnstico errneo de normotenso. A relao recomendada entre a largura da bolsa e a circunferncia do brao do paciente de 0,4. Assim, a largura da bolsa inflvel deve ser 40% da circunferncia do brao, ou seja, a relao entre a largura da bolsa inflvel e a circunferncia do brao do paciente deve ser 1:2. Alm disso, o seu comprimento deve corresponder a 40% da circunferncia do brao e o seu comprimento deve envolver, pelo menos, 80% do brao.

O procedimento ideal para evitar este tipo de erro o uso de manguito adequado circunferncia do brao de cada paciente6. No entanto, este mtodo exige que o mdico, antes da medida da presso, mea a circunferncia do brao do paciente com fita mtrica, consulte a tabela para identificar o tipo de manguito adequado e instale o manguito selecionado no aparelho de presso. Alm de no ser prtico, este mtodo oneroso porque o mdico deveria possuir manguitos de vrios tamanhos, pois o manguito padro disponvel no comrcio que possui 12 cm de largura estaria indicado, somente, para braos com circunferncia de 30 cm. Outro procedimento, mais simples e prtico, empregado para minimizar este tipo de erro corrigir a leitura obtida com manguito padro, segundo as tabelas de correo disponveis.

Para facilitar ainda mais este procedimento Mion e cols 1986 (citado por Jnior et al., 1996) desenvolveram fita de correo da presso que contm, numa escala superior, os valores de correo a serem somados ou subtrados da leitura obtida para presso sistlica e numa escala inferior para diastlica. Assim, ao se colocar o manguito no brao do paciente so identificados os valores a serem somados ou subtrados da leitura obtida da presso sistlica e diastlica. Esta fita de correo da presso apresentada em forma de fita adesiva para ser utilizada com manguito padro com bolsa de 12 cm de largura e 23 cm de comprimento.

O sistema de vlvula e tubos de borracha, tambm necessita checagem peridica para identificar envelhecimento da borracha, vazamentos nas conexes ou furos nas extenses. Este sistema deve possibilitar inflao rpida e deflao gradual. Os aparelhos automticos podem apresentar imprecises mais facilmente que os anerides e os de coluna de mercrio e o seu uso rotineiro no indicado para profissionais da rea da sade. Esses aparelhos podem ser teis para os pacientes hipertensos controlarem sua presso em casa (Jnioe et.al.1996).

Um estudo exploratrio feito por Jnior et al (2002) relata que, esfigmomanmetro tipo aneride foi o equipamento de uso rotineiro mais apontado (67,8%) e apenas 14,6% indicaram o de coluna de mercrio; o automtico foi pouco mencionado (1,8%). Quando a referncia foi a dois tipos, 413 (77,8%) usavam aneride e coluna de mercrio. A calibrao do aparelho em perodo inferior a um ano foi mencionada por 35,7%, enquanto que 32,3% s calibravam quando o aparelho apresentava defeito e 11,9% nunca calibravam.

3. MATERIAL E MTODOS3- MATERIAIS E MTODOS

Muitos fatores so essenciais para que uma medio da PA seja correta, entretanto o fator crucial para que essa medio oferea valores fidedignos a utilizao do esfigmomanmetro devidamente calibrado. Diante disto houve a necessidade da realizao deste estudo que visa obteno de dados quanto ao tipo de aparelho mais utilizado, calibrao destes aparelhos, e a presena de aparelhos peditricos nos estabelecimentos de sade do municpio de Imperatriz - MA.

Para a realizao deste estudo, primeiramente realizou-se uma pesquisa sobre o tema (Reviso Bibliogrfica) assim obtendo-se informaes sobre assunto abordado.

Uma pesquisa de campo tambm foi realizada atravs de questionrio de 21 questes de mltipla escolha (conforme anexo A), com o objetivo de se ter informaes sobre a verificao da calibrao dos esfigmomanmetros, a presena de aparelhos peditricos, qual o tipo de aparelho mais utilizado para realizao desta prtica, o conhecimento dos profissionais quanto tcnica de aferio da PA, bem como tambm correlacionar um determinado perfil da populao que mais procura este tipo de servio. Acompanhado tambm de um termo de consentimento que o participante teve que assinar se comprometendo em participar desta, o termo de consentimento foi devidamente esclarecido ao participante quanto a sua importncia.

Os locais onde se realizou a pesquisa foram s unidades de sade onde se tem uma maior procura deste tipo de servio pela populao como, postos de sade, drogarias, consultrios peditricos e enfermarias de hospitais.

Os entrevistados foram os vrios profissionais da sade que prestam este tipo de servio (aferio da PA populao). Farmacuticos, mdicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem entre outros que por ventura realizarem esta pratica.

Foram entrevistados 60 profissionais, em um perodo de junho a outubro de 2007, onde estes responderam o questionrio assim concedendo informaes sobre o aparelho utilizado e a tcnica usada na aferio da PA e assinaram um termo de consentimento se responsabilizando em participar da pesquisa. Para a realizao da pesquisa utilizou-se um questionrio que o participante respondeu, com isto utilizando papel A4 e caneta esferogrfica e um termo de consentimento que o mesmo teve que assinar. Na elaborao deste questionrio (anexo A), utilizou computador programa Microsoft Word, impressora HP deskjet 350 e papel A4.

Os dados obtidos na pesquisa foram tratados de forma estatstica onde se elaborou grficos no programa Excel, assim apresentando as respostas concedidas pelos participantes. Onde todas as respostas foram tratadas e discutidas diante do que foi apresentado pelos participantes da mesma. 4. RESULTADOS E DISCUSSES4 - RESULTADOS e discusses4.1 Identificao da Populao EntrevistadaQuanto populao estudada, caracterizou-se a mesma quanto ao sexo e ao grau de instruo. Quanto ao sexo, observou-se que 65% dos entrevistados eram do sexo feminino e 35% do sexo masculino, conforme grfico 1. Este dado vem confirmar uma crescente participao da mulher no mercado de trabalho, inclusive na rea de sade, como tem se observado nos ltimos anos.

Grfico 1 - Sexo da populao entrevistadaQuanto ao grau de instruo (grfico 2), 56,6% tinham o ensino mdio, seguido do ensino superior com 28,4% e, logo aps, ensino fundamental com 15%. Observou-se que a maioria dos entrevistados possuem o ensino mdio, isso deve-se ao fato de que os profissionais de sade que tem aferido a PA dos pacientes so tcnicos de enfermagem, balconistas de drogarias e os agentes de postos de sade, que no foram capacitados para isto e exercem tal funo nica e exclusivamente por sua experincia profissional adquirida ao longo do tempo. Desta forma, os profissionais de sade de nvel superior no esto participando ativamente do processo de diagnstico da HAS. Os entrevistados de nvel fundamental que aferem a PA dos pacientes o fazem pelo mesmo motivo dos entrevistados com ensino mdio: experincia adquirida com o tempo de trabalho.

Grfico 2- Grau de Instruo da populao entrevistada

4.2 Instituies EntrevistadasAs drogarias correspondem a 48,3% das instituies entrevistadas (grfico 3), sendo a maioria. Isso se deve ao fato de que h um grande nmero destes estabelecimentos no municpio de Imperatriz e, por isso, h grande procura da populao quanto ao servio de aferio da PA nestes locais, alm disso foram as drogarias que tiveram o maior ndice de aceitao para participar da pesquisa. As drogarias que rejeitaram participar o fizeram porque no ofereciam o servio de aferio ou naquele momento (devido a aparelhos descalibrados) ou de maneira alguma.Logo aps as drogarias, tm-se as unidades hospitalares (enfermarias) com 28,3% (grfico 3), sendo todas de hospitais particulares do municpio. Nas enfermarias se encontrou grande dificuldade para realizao da pesquisa, pois os profissionais (enfermeiros e tcnicos de enfermagem) sempre estavam bastante ocupados ou tinham receio quanto ao que os donos dos hospitais poderiam pensar a respeito da pesquisa, mesmo se esclarecendo que o termo de consentimento impedia a divulgao dos nomes dos participantes. Neste local, foram entrevistadas apenas duas enfermeiras de nvel superior, sendo o restante tcnicas de enfermagem.

Os postos de sade corresponderam a 21,6% (grfico 3) das instituies. Nestes observou-se a maior dificuldade quanto aceitao da pesquisa, pois muitos recusaram-se participar alegando que no eram concursados pelo municpio e temiam perder o emprego, mesmo com a explicao de que o termo de consentimento no permitia que fosse divulgado a identidade dos participantes. Nos postos de sade a maioria dos entrevistados foram agentes de sade e apenas duas enfermeiras. Este dado comprova que profissionais que no so preparados para aferir a PA esto realizando esta prtica e, provavelmente, sem conhecimento tcnico algum sobre o assunto.Por ltimo, das instituies entrevistadas 1,8% foram consultrios peditricos (grfico 3), o que corresponde a apenas uma mdica que entregou o questionrio respondido. Outros mdicos pediatras at aceitaram participar do estudo, porm no entregaram o questionrio respondido.

Grfico 3 - Instituies Entrevistadas

4.3 Tipos de Aparelhos Utilizados

Tratando-se do tipo de aparelho utilizado (grfico 4) em cada instituio entrevistada, observou-se que a grande maioria utiliza o aparelho tipo anaeride 71,6% e este foi encontrado em todas as instituies entrevistadas, sendo um dado importante, uma vez que o presente trabalho tem este tipo de aparelho como objeto de trabalho. O aparelho automtico vem em seguida com 21,8% (grfico 4) e foi encontrado apenas em drogarias onde, segundo os participantes, faz-se somente um acompanhamento do paciente e atendimento de primeiro momento (ou seja, no se afere a PA para fins de diagnstico), devido facilidade de acesso s drogarias.Em 6,6% dos locais entrevistados h presena de aparelho tipo mercrio (grfico 4), sendo encontrado somente em enfermarias (unidades hospitalares) e em um posto de sade. Porm, no se observou a presena deste tipo de aparelho nos locais que alegaram sua presena, sendo isso um indcio de que os entrevistados podem ter se enganado quanto aos tipos de aparelhos.

Grfico 4 Tipos de Aparelhos Utilizados importante ressaltar que os dados seguintes so relacionados apenas ao aparelho do tipo anaeride.4.4 Presena de Aparelho Peditrico na Instituio EntrevistadaApenas 20% das instituies possuem aparelho peditrico (sendo um consultrio peditrico e algumas enfermarias de hospitais), enquanto 80% no relataram a presena do mesmo, conforme grfico 5.

Grfico 5 Presena de Aparelho Peditrico na Instituio EntrevistadaAlguns hospitais no possuem aparelhos peditricos, o que preocupante porque nmero de crianas que vem apresentando HAS vem aumentando bastante na atualidade. Isto ocorre devido ao estresse da vida moderna combinada com uma alimentao desregulada que leva ao aumento das gorduras no sangue (principalmente colesterol e triglicrides), o que leva ao desenvolvimento da HAS. Assim, h necessidade de que os estabelecimentos de sade do municpio de Imperatriz, que prestam o servio de aferio da PA, se adeqem realidade do mundo moderno, a fim de evitar maiores problemas.Todas as instituies que relataram a presena do aparelho peditrico disseram estar com os mesmos calibrados, porm no apresentaram nenhum documento que comprovasse tal informao. Os entrevistados alegaram que os aparelhos eram calibrados por terem sido adquiridos a menos de um ano.

4.5 Calibrao dos Aparelhos Para AdultosDas instituies entrevistadas, que possuem o aparelho tipo anaeride, 100% disseram estar com seus aparelhos calibrados. As instituies basearam-se no fato de que os aparelhos foram adquiridos a menos de um ano e, por isso, estariam aptos a serem utilizados. Outros disseram ter realizado a calibrao nos locais onde o mesmo havia sido adquirido (empresas do prprio municpio), fazendo uso da assistncia tcnica, onde cobrado um valor de R$ 20,00 (vinte reais). Entretanto a empresa que oferece o servio no fornece nenhum certificado de calibrao que tenha autorizao do INMETRO, conforme manda a lei (INMETRO n 24, de 22 de fevereiro de1996). Quanto ao tempo de calibrao dos aparelhos (grfico 7), 73% disseram t-lo feitos a menos de um ano, ainda baseado no fato de que os aparelhos foram adquiridos a menos de um ano e no h necessidade de se ter calibrado o mesmo. 20% dos participantes disseram ter calibrados seus aparelhos entre um a 2 anos e 7% declararam nunca terem realizado a calibrao, por julgar ainda no ser necessrio. Ressaltando que segundo o Ministrio da sade a calibrao dos aparelhos anerides deve ser feita de seis em seis meses ou pelo menos 1 vez ao ano. J o INMETRO regulariza que esta calibrao seja feita 1 vez ao ano ou quando se julgar necessrio seja pelo portador do aparelho ou pelo INMETRO.

Grfico 7 Tempo de Calibrao dos Aparelhos

4.6 Nmero de Aferies Realizadas Por Dia e Faixa Etria que Mais Procura o ServioDentre os entrevistados, 32% aferem a PA de 10 a 15 vezes por dia, 21% de 20 a 30 vezes por dia, 19% de 1 a 10 vezes por dia, 14% de 15 a 20 vezes e outros 14% mais de 30 vezes, como demonstra o grfico 8. Isso mostra o quanto grande a procura pelo servio de aferio da PA nos estabelecimentos de sade e, alm disso, mostra a necessidade de se ter aparelhos aptos para tal prtica, j que o diagnstico correto e precoce da HAS de vital importncia para o seguimento do paciente.

Grfico 8 Quantas Aferies So Realizadas Por Dia

A faixa etria da populao que mais procura o servio (grfico 9) maior que 40 anos, correspondendo a 68%. 30% compreendem a faixa etria entre 20 e 40 anos e 2% tem entre 1 e 10 anos (pacientes de consultrios peditricos). Desta forma, percebe-se que os pacientes mais idosos tm maior necessidade de acesso a este servio e com qualidade, uma vez que estes so mais propensos a desenvolverem a HAS.

Grfico 9 Faixa Etria da Populao Que Mais Procura o Servio

4.7 Como o Profissional de Sade Considera o Seu EsfigmomanmetroRestringindo-se aos aparelhos anaerides, 67% dos profissionais consideram o seu aparelho como bom, 19% consideram regular, 9% caracterizam como timo e 5% responderam que seu esfigmomanmetro ruim, conforme ilustrado no grfico 10. A opinio do profissional quanto ao seu instrumento de trabalho de inexorvel importncia, j que o mesmo que faz uso do esfigmomanmetro rotineiramente e, por isso, ele quem percebe primeiro quando o aparelho comea a apresentar problemas.Alm disso, muitas vezes necessrio que o profissional esteja apto a perceber erros provenientes do aparelho, a fim de evitar que seja feita uma aferio de PA errada e, conseqentemente sejam obtidos valores falsos negativos e/ou falsos positivos.

Grfico 10 Como o Profissional de Sade Considera Seu Esfigmomanmetro4.8 Conhecimentos Gerais dos Profissionais de Sade Quanto a Aferio da PA4.8.1 Anamnese, Posio e Cuidados Com o PacienteQuanto anamnese, 90% disseram no perguntar ao paciente se o mesmo est de bexiga vazia, e apenas 10% o fazem (grfico 11). Este um parmetro importante, j que segundo Junior et al 1996 recomenda-se que no momento da aferio da PA o paciente esteja de bexiga vazia, para que sejam evitados resultados falsos de elevao da PA. Outro ponto abordado, ainda em relao anamnese, foi se os profissionais perguntavam aos pacientes se o mesmo havia se deslocado ao local andando para aferir a PA. 88% relataram fazer esta pergunta e 12% no fazem (grfico 12). Este um fator importante, pois atividades fsicas (como uma caminhada) antes da aferio da PA podem causar elevao da mesma e resultar em valores falsamente elevados. Vale ressaltar que as instituies que no fazem esta pergunta so unidades hospitalares, que, na sua maioria, atendem pacientes internados.

Grfico 11 Profissionais Que Perguntam se o Paciente Est de Bexiga Vazia

Grfico 12 - Profissionais Que Perguntam se o Paciente Foi Andando Para o LocalEm relao aos cuidados que devem ser tomados com o paciente, foi abordado sobre o tempo que o profissional espera para aferir a PA e a posio do paciente durante a aferio. Pois segundo as Diretrizes Brasileira de Hipertenso Arterial (2006), recomenda-se que o paciente espere de 5 a 10 minutos sentado antes que sua PA seja aferida, para que o resultado obtido seja mais fidedigno e possibilite realizar um diagnstico de HAS corretamente. Dos entrevistados, 40% disseram que o paciente espera 5 minutos, 28% relataram esperar 10 minutos, outros 28% esperam 15 minutos e 4% aguardam mais que 30 minutos (grfico 13).

Grfico 13 Tempo Que o Profissional Espera Para Aferir a PA do Paciente Diante destes resultados, percebe-se que a maioria dos profissionais realizam o procedimento correto deixando os pacientes em repouso por volta de 5 a 10 minutos sendo este o tempo necessrio para a correta realizao da PA . Os profissionais que aguardam de 15 a 30 minutos o fazem sem necessidade, pois, como j foi esclarecido, so necessrios apenas de 5 a 10 minutos para que se realize a aferio. A espera de 30 minutos pode ser um motivo para que o paciente desista de verificar a PA que, em muitos casos, pode estar elevada.Quanto posio do paciente no momento da aferio, Rosa et al (2006) recomenda que este esteja sentado, com os ps no cho e com o brao na altura do corao, para que se obtenha um resultado mais preciso. Diante disto, 76% dos entrevistados disseram que os pacientes encontram-se sentados na posio correta, j 20% disseram que o mesmo se encontra em decbito dorsal (pacientes de unidades hospitalares) e 4% que o paciente est em posio ortosttica, de acordo com o grfico 14. Vale ressaltar que segundo Rosa et al (1996) a medida da PA na posio ortosttica pode ser feita em pacientes novos ou sob risco de hipotenso postural.

Grfico 14 Posio do Paciente no Momento da Aferio da PA4.8.2 Quantas Vezes a PA Aferida, Certeza dos Profissionais Quanto aos Seus Resultados e Manejo do Paciente Que Apresenta Valor Elevado de PASegundo Rosa et al para que um valor de aferio da PA seja liberado corretamente, necessrio que se faa a verificao duas vezes com intervalos de 2 minutos entre cada aferio, garantindo a qualidade do procedimento. A maioria dos entrevistados (68%), afirmaram realizar a aferio duas vezes, conforme a literatura. Em seguida, com 16%, vm os entrevistados que relataram verificar a PA apenas uma vez e, tambm com 16%, aqueles que aferem 3 ou mais vezes (grfico 15).

Grfico 15 Quantas Vezes Aferida a PA do PacienteA aferio da PA trs ou mais vezes no tem problema desde que os valores observados no sejam discrepantes, ou em casos de dvida do profissional quanto a PA do paciente. A aferio apenas uma vez um risco e deve ser evitada. Aferir a PA apenas uma vez torna o valor obtido muito menos seguro do que quele obtido quando a PA aferida duas vezes, pois em uma nica aferio no possvel perceber, por exemplo, problemas no aparelho ou na tcnica executada.Quanto certeza dos profissionais em relao aos valores obtidos por eles mesmos, 95% afirmaram ter certeza dos seus resultados e 5% disseram no ter certeza (grfico 16). Embora pequena, a taxa de profissionais que no tem certeza preocupa, visto a gravidade de um resultado de PA errneo. Dentre os profissionais que no tm certeza, um de nvel superior e exerce a funo h mais de um ano, ou seja, h bastante tempo este libera resultados de PA sem ter a devida certeza do resultado que obteve. O maior prejudicado so os pacientes, pois estes podem estar sofrendo de HAS e no saberem ou no ter a doena e a mesma ter sido diagnosticada de forma errada.

Grfico 16 Certeza Dos Profissionais Quanto aos Resultados de Sua AferioA literatura relata que para que seja diagnosticada uma HAS o paciente deve realizar medidas repetidas e reprodutivas durante, pelo menos, uma semana e de preferncia no mesmo horrio e pelo mesmo profissional, tomando-se todos os requisitos base antes do procedimento e todos os valores obtidos estejam acima de 130/90 mmHg. Quando se diagnostica uma HAS, o paciente deve ser encaminhado ao mdico para que este possa tomar as medidas cabveis.Desta forma, quanto ao manejo do paciente quando este apresenta valores elevados de PA na primeira aferio, 52% responderam que encaminham o paciente ao mdico, 33% aferem mais uma vez para ter certeza do resultado, 28% explicam que preciso aferir por uma semana para realmente poder se diagnosticar a HAS, 2% pedem ao paciente que volte outro dia e outros 2% indicam um medicamento (grfico 17). Poucos participantes agem de maneira correta, porm os que enviam o paciente ao mdico podem ser salvos porque na consulta clnica aquele profissional pode detectar que no h sentido em diagnosticar HAS, devido ao quadro clnico como um todo. Os que aferem mais uma vez para ter certeza quando obtm valores elevados repetidamente, simplesmente dizem ao paciente que o mesmo est com presso alta. Os 2% que pedem ao paciente para voltar outro dia e indicam o medicamento esto completamente errados demonstram completo despreparo para atender pacientes que desejem verificar a PA.

Grfico 17 Manejo do Paciente Que Apresenta Valor Elevado de PA na 1 Aferio4.8.3 Conhecimento Dos Nveis de PA em Adultos e CrianasTodos os participantes da pesquisa (100%) relataram saber os nveis de PA para adultos. Esse dado de grande valia, uma vez que necessrio que se conhea os valores corretos de PA para que, em casos de resultados elevados, haja condies de diagnstico correto de HAS.Quanto aos valores de referncia para PA em crianas, 58% disseram conhecer estes valores e 42% no sabem, conforme grfico 18. Isso mostra um certo despreparo dos profissionais de sade para atender a populao infantil quando se trata de PA e, como j foi dito, o nmero de crianas que esto desenvolvendo HAS vem aumentando bastante nos ltimos anos. Porm, como 80% das instituies no possuem aparelhos peditricos, no h preocupao do profissional em se informar sobre os nveis de PA em pacientes peditricos, j que no trabalha com essa populao no dia-a-dia.

Grfico 18 - Conhecimento dos Profissionais Quanto aos Nveis de PA em Crianas4.8.4 Tempo Que os Profissionais de Sade Realizam a Prtica de Aferio da PAA experincia do profissional que afere a PA de grande importncia, j que quanto maior o tempo que o mesmo realiza esta prtica, maior sua percepo quanto aos valores corretos e possveis erros durante o procedimento. Dos entrevistados, 47% aferem PA h 1 a 5 anos, 23% de 6 a 15 anos, 15% h mais de 20 anos e 15 % a menos de 1 ano (grfico 19). importante que a maioria dos profissionais tenham uma experincia grande neste servio e que aqueles que aferem a menos de 1 ano sejam supervisionados por algum de mais experincia, para que se evite erros e estes possam ser corrigidos a fim de evitar repeties.

Grfico 19 Tempo Que os Profissionais de Sade Realizam a Aferio da PA5. CONCLUSO5. CONCLUSO

A prtica de aferio da PA uma realidade na rotina diria dos estabelecimentos de sade no municpio de Imperatriz. Esta prtica realizada tanto para fins de diagnstico, como para acompanhamento de pacientes com HAS. Para execuo da tcnica, viu-se que necessria a presena de esfigmomanmetros calibrados e que ofeream todas as condies para uma aferio correta da PA.Observou-se no presente estudo, que todas as instituies entrevistadas, que utilizam aparelhos tipo anaeride, relataram ter seus aparelhos calibrados, no entanto, nenhuma delas mostrou qualquer documento que comprovasse tal informao. O INMETRO do municpio de Imperatriz (MA), que atende 21 municpios, no oferece o servio de calibrao dos aparelhos, alegando que este no procurado pelas entidades que fazem uso dos esfigmomanmetros e, portanto, no vivel trazer este tipo de assistncia aos estabelecimentos, pois se gastaria muito com pessoal, aparelhagem para calibrao, entre outros. Porm, o INMETRO de So Lus (MA) realiza a calibrao dos aparelhos, mas nenhum dos estabelecimentos de sade envia os seus aparelhos para esta cidade, a fim de que os mesmos sejam calibrados pelo rgo que acreditado para isso, o INMETRO.A fiscalizao sobre a calibrao dos esfigmomanmetros no existe em Imperatriz, o que facilita a manuteno da situao desfavorvel ao consumidor (pacientes), que passam a ter acesso a um servio de m qualidade quando se trata de aferio da PA. O INMETRO da cidade se restringe apenas ao controle de pesos e medidas e a ANVISA ou qualquer outro rgo vinculado sade tambm no tem nenhum tipo de ao nesse sentido. Um dos responsveis pelo INMETRO de Imperatriz deu a idia de se trazer profissionais capacitados de So Lus para realizar a calibrao desses aparelhos, pelo menos uma vez ao ano. Isto pode dar certo e algo que deve ser levado a srio, para tanto importante que as instituies de sade demonstrem interesse nisto.Diante disto, fica claro o descaso tanto das autoridades como dos profissionais e chefes dos estabelecimentos de sade de Imperatriz em relao calibrao dos esfigmomanmetros. A presena de aparelhos sem condies de uso nos postos de sade, enfermarias, consultrios peditricos e drogarias um problema de sade pblica muito srio. Isto porque a aferio errnea da PA pode levar a casos de pacientes hipertensos no serem tratados e/ou pacientes que no tem HAS fazerem uso de medicamentos anti-hipertensivos.Quanto presena de aparelhos peditricos nos locais de atendimento sade, observou-se um total descaso com os pacientes infantis nesta cidade, um fator preocupante, visto que os casos de HAS em crianas vm aumentando consideravelmente nos ltimos anos. Tambm se deve fazer o treinamento contnuo dos profissionais que aferem a PA no dia-a-dia, j que a maioria deles tem apenas formao tcnica, ou seja, no possuem nvel superior.Portanto, iminente a necessidade de ao fiscalizadora por parte dos rgos competentes e de uma campanha de conscientizao nos estabelecimentos de sade, a fim de mostrar a realidade do municpio e a importncia em se ter aparelhos calibrados que, consequentemente, ofeream condies para que profissionais capacitados possam realizar a aferio da PA corretamente. Alm disso, de inexorvel importncia a presena de aparelhos peditricos (tambm calibrados) que permitam a verificao de PA em crianas, tanto para diagnstico e acompanhamento de HAS, como para pr-operatrios e outros procedimentos mdicos.7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

PAD (mmHg)

( 140

( 180

160-179

Classificao da PA (> 18 anos)

O valor mais alto de sistlica ou diastlica estabelece o estgio do quadro hipertensivo. Quando as presses sistlica e diastlica situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para classificao do estgio.

Hipertenso

100-109

90-99

< 120

130-139

PAS (mmHg)

85-89

> 90

( 110

Estgio III (grave)

Sistlica isolada

Estgio II (moderado)

< 85

Estgio I (leve)

Limtrofe

Normal

tima

Classificao

< 80

140-159

< 130

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