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AVALIAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL NOS PARQUES ESTADUAIS EM GOIÁS UTILIZANDO TÉCNICAS DE GEOPROCESSAMENTO Paulo Rafael Alves¹, Amarildo Rosa de Oliveira Júnior 2 , Camila Rodrigues Cunha 3 , Amanda Dias França 4 ¹Secretaria Estadual de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos SEMARH/GO Goiânia, GO Tel.: (62) 3265-1338 E-mail: [email protected] ² , 3, 4 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás - IFG Goiânia, GO Tel.: (62) 3287-8400 E-mail: [email protected], Tel.: (62) 32060694 E-mail: [email protected] Tel.: (62) 3289-7264 E-mail: [email protected] Resumo. Este trabalho evidencia técnicas de geoprocessamento mais adequadas para identificar, quantificar e avaliar a cobertura vegetal dos Parques Estaduais em Goiás. O trabalho foi desenvolvido em etapas, inicialmente, as imagens brutas do sensor TM, tomadas a bordo do satélite Landsat 5, foram pré-processadas, sendo utilizadas as técnicas de correção atmosféricas, em seguida foram feitos o registro das imagens, e depois sendo feitos índices espectrais, sendo ele o NDVI (Normalized Difference Vegetation Index) para a identificação da intensidade da vegetação. Em seguida, foi utilizada a classificação supervisionada para delimitar as classes de vegetação existentes e comparação destas classes com os índices espectrais. Os produtos obtidos pelo NDVI e pela Classificação Supervisionada, ambos os formatos denominados de “raster” foram convertidos para o formato vetorial shapefile (ESRI). Os resultados dos índices espectrais mostraram que o Parque Estadual do Araguaia, Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco e Parque Estadual da Mata Atlântica, todos com o somatório das três classes (densa, esparsa e rala) obtiveram um índice acima de 80% de vegetação. Palavras-chave: índices espectrais, shapefile, vegetação, quantificar 1. Introdução Aproximadamente 70% da superfície terrestre são recoberta com vegetação. Além disso, a vegetação é um dos mais importantes componentes dos ecossistemas (Weiers,2004). A área atual do Estado de Goiás abrange 34.128.950,00 ha (341.289,50 Km²) e de toda esta extensão apenas 4,78% de seu território é protegido por UC, sendo que 1,72% federais, 3,05% estaduais e 0,01% municipais. Destas, apenas 0,91% são de Proteção Integral e 3,87% são de Uso Sustentável, o que permite concluir que em Goiás predominam as UC de Uso Sustentável (CAMPOS E CASTRO, 2009). Atualmente, alguns trabalhos científicos avaliaram a situação da cobertura vegetal dos Parques Estaduais em Goiás e ainda esses parques não possuem dados quantitativos desta cobertura vegetal. Diante deste contexto este trabalho tem como objetivo identificar, quantificar e avaliar a cobertura vegetal existentes nos Parques Estaduais do Estado de Goiás. A metodologia aplicada para a identificação, quantificação e avaliação da cobertura vegetal é feita através da utilização de sensores orbitais, o uso de imagens Landsat 5 sensor TM (Thematic Mapper). 514

AVALIAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL NOS PARQUES … · espectrais, sendo ele o NDVI (Normalized Difference Vegetation Index) para a identificação da intensidade da vegetação. Em

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AVALIAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL NOS PARQUES ESTADUAIS EM

GOIÁS UTILIZANDO TÉCNICAS DE GEOPROCESSAMENTO

Paulo Rafael Alves¹, Amarildo Rosa de Oliveira Júnior2, Camila Rodrigues Cunha3, Amanda

Dias França4

¹Secretaria Estadual de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos – SEMARH/GO

Goiânia, GO

Tel.: (62) 3265-1338 E-mail: [email protected]

², 3, 4Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás - IFG

Goiânia, GO

Tel.: (62) 3287-8400 E-mail: [email protected],

Tel.: (62) 32060694 E-mail: [email protected]

Tel.: (62) 3289-7264 E-mail: [email protected]

Resumo. Este trabalho evidencia técnicas de geoprocessamento mais adequadas para

identificar, quantificar e avaliar a cobertura vegetal dos Parques Estaduais em Goiás. O

trabalho foi desenvolvido em etapas, inicialmente, as imagens brutas do sensor TM, tomadas

a bordo do satélite Landsat 5, foram pré-processadas, sendo utilizadas as técnicas de correção

atmosféricas, em seguida foram feitos o registro das imagens, e depois sendo feitos índices

espectrais, sendo ele o NDVI (Normalized Difference Vegetation Index) para a identificação

da intensidade da vegetação. Em seguida, foi utilizada a classificação supervisionada para

delimitar as classes de vegetação existentes e comparação destas classes com os índices

espectrais. Os produtos obtidos pelo NDVI e pela Classificação Supervisionada, ambos os

formatos denominados de “raster” foram convertidos para o formato vetorial shapefile

(ESRI). Os resultados dos índices espectrais mostraram que o Parque Estadual do Araguaia,

Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco e Parque Estadual da Mata Atlântica, todos com

o somatório das três classes (densa, esparsa e rala) obtiveram um índice acima de 80% de

vegetação.

Palavras-chave: índices espectrais, shapefile, vegetação, quantificar

1. Introdução

Aproximadamente 70% da superfície terrestre são recoberta com vegetação. Além

disso, a vegetação é um dos mais importantes componentes dos ecossistemas (Weiers,2004).

A área atual do Estado de Goiás abrange 34.128.950,00 ha (341.289,50 Km²) e de toda

esta extensão apenas 4,78% de seu território é protegido por UC, sendo que 1,72% federais,

3,05% estaduais e 0,01% municipais. Destas, apenas 0,91% são de Proteção Integral e 3,87%

são de Uso Sustentável, o que permite concluir que em Goiás predominam as UC de Uso

Sustentável (CAMPOS E CASTRO, 2009).

Atualmente, alguns trabalhos científicos avaliaram a situação da cobertura vegetal dos

Parques Estaduais em Goiás e ainda esses parques não possuem dados quantitativos desta

cobertura vegetal.

Diante deste contexto este trabalho tem como objetivo identificar, quantificar e avaliar a

cobertura vegetal existentes nos Parques Estaduais do Estado de Goiás. A metodologia

aplicada para a identificação, quantificação e avaliação da cobertura vegetal é feita através da

utilização de sensores orbitais, o uso de imagens Landsat 5 sensor TM (Thematic Mapper).

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2. Materiais e Método

A área de estudo deste trabalho são os Parques

Estaduais em Goiás, que totalizam10 parques resultando

em uma área 1.161,055 Km², sendo o maior deles de

571,95 Km² o Parque Estadual Terra Ronca e o menor

deles com 1,56 Km² o Parque Estadual Telma Ortegal. A

Fig.1 mostra a localização dos Parques Estaduais em

Goiás.

Neste trabalho foram utilizados dados vetoriais

(formato shapefiles), imagem de satélite Landsat 5 sensor

TM Georreferenciada do ano de 2010 fornecidos pela

Coordenação de Geoprocessamento da SEAGRO

(Secretaria de Agricultura de Goiás), dados vetoriais com

o perímetro dos Parques Estaduais fornecidos pela

Figura 1. Localização da Área de Estudo SEMARH-GO (Secretaria Estadual de Meio Ambiente e

dos Recursos Hídricos). Foram utilizados os softwares

ENVI 4.6 para a correção atmosférica destas imagens e o software ArcGIS 9.3 (ESRI –

Environmental Systems Research Institute) para todas as outras etapas de processamento e

análise das imagens. As operações envolvidas nesta metodologia são apresentadas na Fig. 2.

Figura 2. Roteiro Metodológico das Atividades Realizadas

3. Resultados e Discussão

Os parques que tiveram maiores índice proporcionais com relação área total foram:

Parque Estadual do Araguaia, Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco e Parque Estadual

da Mata Atlântica, todos com o somatório das três classes (densa, esparsa e rala) obtiveram

um índice acima de 80% de vegetação. Na Tab.1, são mostrados os valores resultantes do

NDVI. Na Fig. 3, são mostrados os perímetros dos Parques Estaduais em Goiás por meio de

Cartas-Imagens do satélite LANDSAT 5, sensor TM.

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Tabela 1. Resultado do fatiamento do NDVI (Km²)

Veg.

Densa

Veg.

Esparsa

Veg.

Rala

Solo

Exposto

Outros

Valores

Área Total

(Km²)

P.E. Terra Ronca 33,21 69,61 118,35 157,90 164,33 543,43

P.E. Serra Dourada 43,69 44,31 32,36 60,77 87,99 269,13

P.E. Serra de Caldas 0,003 0,32 2,80 20,41 97,15 120,71

P.E. do Araguaia 13,90 14,74 8,18 2,40 5,39 44,61

P.E. de Paraúna 2,36 4,06 3,65 4,77 16,76 31,6

P.E. Altamiro de

Moura Pacheco

19,41 2,74 2,21 1,75 4,28 30,39

P.E. dos Pirineus 4,25 0,84 1,88 3,85 16,56 27,40

P.E. da Serra de

Jaraguá 4,02 2,03 2,85 5,66 12,12 26,70

P.E. Mata Atlântica 3,61 1,19 2,55 0,71 0,77 8,85

P.E. Telma Ortegal 0,004 0,004 0,0042 0,12 1,24 1,50

Os parques que tiveram maiores índices de vegetação utilizando a Classificação

Supervisionada foram: Parque Estadual da Mata Atlântica com 98% de vegetação (densa,

esparsa e rala) e Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco com 82% de vegetação (densa,

esparsa e rala). Na Tab. 2, são mostrados os valores resultantes da classificação

supervisionada.

Tabela 2. Resultado da Classificação Supervisionada por classe/parque (Km²)

Vegetação Vegetação

Esparsa

Vegetaçã

o Rala

Solo

Exposto

Outros

Valores

Área

Total

(Km²) Densa

P.E. Terra Ronca 42,96 67,53 234,05 165,04 59,96 569,56

P.E. Serra

Dourada 45,38 2,59 63,67 105,05 - 216,69

P.E. Serra de

Caldas - -

19,76 101,84 - 121,60

P.E. do Araguaia 14,55 13,78 9,38 4,55 4,39 46,65

P.E. de Paraúna 2,93 3,19 6,12 8,20 12,85 33,29

P.E. Altamiro de

Moura Pacheco 18,24 5,46 2,09 1,65 3,94 31,38

P.E. dos Pirineus 5,07 1,38 2,99 18,40 - 27,85

P.E. da Serra de

Jaraguá 7,96 1,31 2,23 16,28 - 27,80

P.E. Mata

Atlântica 3,81 1,36 2,43 0,12 - 7,72

P.E. Telma Ortegal 0,01 0,15 0,88 - 0,48 1,69

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Figura 3. Carta-Imagem LANDSAT 5 do ano de 2010 dos Parques Estaduais em Goiás

4. Conclusões

Neste trabalho foram utilizadas técnicas de geoprocessamento, com o intuito de

analisar a situação ambiental dos Parques Estaduais no Estado de Goiás, no ano de 2010.

Os resultados mostraram que três (3) Parques Estaduais possuem cobertura vegetal

acima de 80% de sua área total.

Outros trabalhos devem ser realizados utilizando os valores de reflectância da

vegetação com o NDVI, pois diversos autores citam a importância desta técnica relacionada

ao estudo da cobertura vegetal.

Os dados vetoriais do perímetro dos Parques Estaduais possuem várias generalizações

cartográficas o que resultou na omissão de algumas classes e inclusão em outras.

Referências

CHAVEZ, P.S. An improved dark-object subtraction technique for atmospheric scattering

correction of multispectral data. Remote Sensing of Environment, New York, v.24, n.3, p.459-

79, 1988.

CAMPOS, Agostinho Carneiro; CASTRO, Selma Simões de. aspectos da legislação

ambiental no estado de goiás e a distribuição espacial das unidades de conservação no

cerrado goiano. Disponível em:

<http://www.geo.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/trabalhos_completos/eixo12/001.pdf>. Acesso em: 30 out. de 2011.

WEIERS, S.; BOCK, M.; WISSEN, M and G. Rossner. Mapping and Indicator Approaches

for the Assessment of Habitats at Different Scales using Remote Sensing and GIS Methods,

Landscape and urban Planning, 2004, 67:43-65.

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