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AVALIAÇÃO DA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DA CATINGUEIRA (Caesalpinia pyramidalis Tul.) EM SUBSTRATO DE COMPOSTAGEM ORGÂNICA
CURSO: AGROECOLOGIA
TURMA: 2009/2 NOITE
DISCÍPLINA: PRODUÇÃO DE MUDAS NATIVAS
PROFESSOR E ORIENTADOR: FREDERICO CAMPOS PEREIRA
ALUNO: VANDERLEI ARAÚJO DE LIMA
AVALIAÇÃO DA GERMINAÇÃO DE SEMENTES
DA CATINGUEIRA (Caesalpinia pyramidalis Tul.) EM
SUBSTRATO DE COMPOSTAGEM ORGÂNICA
Picuí-PB, 27 de Dezembro de 2011.
AVALIAÇÃO DA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DA CATINGUEIRA
(Caesalpinia pyramidalis Tul.) EM SUBSTRATO DE COMPOSTAGEM
ORGÂNICA
AUTOR: Vanderlei Araújo de Lima*
ORIENTADOR: Frederico Campos Pereira**
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo avaliar a germinação de sementes da
catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tul.) em substrato de compostagem orgânica
observando o IVG – Índice de velocidade de Germinação, sua evolução em viveiros de
mudas de plantas nativas do semiárido nordestino, realizado no município de Picuí -
Paraíba. Foram estudados dois tratamentos, duas termoterapia: T1: 100% extrato de
alho / termoterapia -4°C, T2: 100% extrato de nim indiano / termoterapia 49°C e T3:
100% testemunhas foram feito doze repetições por tratamento onde cada repetição com
dez sementes.
ABSTRACT
This study aims to evaluate the germination of seeds of catingueira (Caesalpinia
pyramidalis Tul.). Composting organic substrate in observing the IVG - Germination
Speed Index, its evolution in nurseries of native plants of semi-arid Northeast, held in
the city of Picuí - Paraiba. We studied two treatments, two thermotherapy: T1: 100%
garlic extract / thermotherapy -4 ° C, T2: 100% Indian neem extract / thermotherapy 49
° C and T3: 100% done witnesses were twelve replicates per treatment with each
repetition with ten seedsm.
PALAVRAS-CHAVE: Plantas nativas. Composteira orgânica. Germinação de sementes.
KEYWORDS: Native plants. Organic compost.
Germination of seeds.
*Graduando em Tecnólogo em Agroecologia, Instituto de
Educação, Ciências e Tecnologia da Paraíba – IFPB
Campos Picuí - PB. Rua Projetada s/n, Bairro Cenecista
CEP 58187, Picuí-PB.
E-mail: [email protected]
**Prof. AGROECOLOGIA - IFPB Campus Picuí - PB. Rua
Projetada s/n Bairro Cenecista CEP 58187-000, Picuí - PB.
0XX (83) 96180144
Especialista em Biomas da Caatinga
Doutorando em Recursos Naturais UFCG - C. Grande - PB
E-mail: [email protected]
1 INTRODUÇÃO
Com o aumento da preocupação dos problemas ambientais e a necessidade de
recuperação de áreas degradadas têm aumentado o interesse sobre o conhecimento das
espécies nativas brasileiras. Um dos grandes problemas na recomposição de florestas
nativas é a produção de mudas de espécies que possam suprir programas de
reflorestamento. Apesar dos esforços e dos conhecimentos já acumulados sobre essas
espécies, muitos questionamentos ainda existem e pouco se sabe sobre elas.
Nos plantios em áreas degradadas, de uma forma geral, têm-se preferido mudas
produzidas em sacos plásticos, de grande volume, às produzidas em tubetes, alegando-
se para tal as maiores dimensões das mudas produzidas nestes recipientes os que
acarretariam maior sobrevivência e crescimento inicial após o plantio. Esta preferência
pode ser devido à baixa qualidade da mudas produzidas em tubetes ou pela falta de
conhecimento necessário para a produção de mudas de alta qualidade.
Entre os fatores que influenciam a produção de mudas de espécies florestais, destacam-
se, além das sementes, os substratos e os recipientes utilizados, os quais vão refletir
diretamente na qualidade do produto final. O tamanho do recipiente e o tipo de substrato
são os primeiros aspectos que devem ser investigados para garantir a produção de
mudas de boa qualidade. O tamanho do recipiente deve ser tal que permita o
desenvolvimento do sistema radicular sem restrições significativas, durante o período de
permanência no viveiro. Da mesma forma o substrato exerce uma influencia marcante
na arquitetura do sistema radicular.
Caesalpinia pyramidalis Tul. É uma espécie de ampla dispersão no Nordeste
semiárido, podendo ser encontrada em diversas associações vegetais, crescendo bem nas
várzeas úmidas, aonde chega a atingir mais de 10 m e poucos centímetros de diâmetro
na base. Ocorrem nos Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, sendo considerada endêmica da caatinga. Essa
espécie é uma planta característica da caatinga que vegeta em lugares pedregosos. A
madeira é recomendada para lenha, carvão e estaca. É uma das plantas sertanejas cujos
gomos brotam nas primeiras manifestações de umidade, portanto é uma anunciadora do
período das chuvas.
A compostagem é o processo de transformação de materiais grosseiros, como
palhada e estrume, em materiais orgânicos utilizáveis na agricultura. Este processo
envolve transformações extremamente complexas de natureza bioquímica, promovidas
por milhões de microorganismos do solo que têm na matéria orgânica in natura sua
fonte de energia, nutrientes minerais e carbono.
Foto 1: Composteira orgânica doméstica
Por essa razão uma pilha de composto não é apenas um monte de lixo orgânico
empilhado ou acondicionado em um compartimento. É um modo de fornecer as
condições adequadas aos microorganismos para que esses degradem a matéria orgânica
e disponibilizem nutrientes para as plantas.
O tratamento sanitário de sementes é considerado uma das medidas mais
recomendadas por controlar doenças na fase que antecede à implantação da cultura,
possibilitando um menor uso de defensivos químicos, evitando problemas graves de
poluição do ambiente (MACHADO, 2000). Uma das formas de diminuir a intensiva
aplicação de fungicidas são a utilização de métodos alternativos de controle
fitossanitário (CAMPANHOLA, 2003), como o controle biológico e extratos vegetais
no tratamento de sementes.
Apesar de a termoterapia ser uma técnica eficiente de erradicação de patógenos
em sementes, necessita ainda ser mais bem estudada e aperfeiçoada, principalmente
com relação às temperaturas de exposição e ao teor de água das sementes (BR-IRGA
409 e INEA YERBAL), bem como no seu efeito na qualidade fisiológica das Sementes.
O presente trabalho teve como objetivo avaliar a germinação de sementes da
Catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tul.) e a influência da interação do substrato
orgânico procedentes de composteira de lixo doméstico e o desenvolvimento de mudas
de Catingueira visando aumentar a produção de mudas no viveiro em regiões da
caatinga. Principalmente no município de Picuí-Paraíba. Visando a preservar o nosso
bioma.
A SEMENTE
A semente é um óvulo que após ser fecundado e desenvolvido, constitui a
unidade de dispersão de dois grandes grupos vegetais: as gimnospermas e as
angiospermas. O primeiro grupo, cujos exemplos mais marcantes são os pinheiros,
produz sementes nuas (sem fruto) e o segundo grupo, predominante na flora brasileira,
tem suas sementes protegidas pelos frutos. Já a Catingueira (Caesalpinia pyramidalis
Tul.) é uma leguminosa da Família Caesalpinaceae.
Foto 1: Sementes da Catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tul.)
A semente possui um envoltório externo (casca ou tegumento), o hilo (cicatriz
deixada pelo tecido que unia o óvulo à parede do ovário; internamente, um embrião e o
endosperma (tecido para nutrição do embrião).
GERMINAÇÃO DA SEMENTE
A germinação ocorre quando o embrião, contido dentro de uma semente, começa a se
desenvolver, rompendo a casca da mesma, dando origem a uma plântula. Para que isso ocorra
são necessárias algumas condições, como por exemplo, temperatura, luz, oxigênio e umidades
ideais.
Foto 3: Muda: T1 - Fitossanitário (tratamento com extrato de alho);
- Termoterapia (Quebra de dormência) – 4 °C / 20 min.
Foto 3: Muda: - Fitossanitário (tratamento com extrato de nim indiano);
- Termoterapia (Quebra de dormência) 49 °C / 20 min.
Foto 4: Muda: Testemunha.
Durante a sua formação a semente perde umidade, o que evita a germinação dentro do
fruto ou junto ao corpo da planta-mãe, bem como sua deterioração pelo ataque de
microrganismos. Essa redução no teor de umidade faz com que o embrião tenha seu
metabolismo reduzido, aguardando condições favoráveis para que ele se desenvolva e origine
uma nova planta.
PREPARO DO SUBSTRATO
Para o sucesso na semeadura, há a necessidade do controle de todas as etapas
que envolvem a produção e o preparo do substrato, a qualidade, a calibração, a
combinação dos componentes utilizados, além dos atributos físicos desejáveis ao
substrato produzido. Além disso, a escolha dos recipientes utilizados, bem como o
preparo da sementeira e a forma de semeadura, se direta ou indireta, devem ser
definidos no início do processo.
Foto 2: Experimento totalmente casualizado.
2 MATERIAS E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no viveiro florestal provisório do IFPB – Instituto de
Educação, Ciências e Tecnologia da Paraíba / Campus: Picuí - PB. As sementes
utilizadas no experimento foram provenientes de frutos de catingueira, coletadas em
árvores-matrizes, de ocorrência espontânea, no Sítio Tanque de Areia município de
Picuí – PB, em Agosto de 2011. As matrizes foram devidamente referenciadas com o
aparelho receptor GPS, para ter um acompanhamento posteriormente. As espécies
selecionadas foram as que apresentaram boa condição fitossanitária e boa produção de
sementes. As sementes foram beneficiadas e em seguidas semeadas uma semente em
cada recipiente.
O trabalho foi produzido com substrato: Tabela 1 - 90% Substrato de
composteira de lixo orgânico doméstico, 10% esterco bovino.
Processo de compostagem orgânica → a produção no Brasil de composto a
partir de restos vegetais e do lixo doméstico é normatizada pelo Ministério da
Agricultura através da Instrução Normativa nº 23 de 31 de agosto de 2005, que
estabelece a classificação dos fertilizantes orgânicos. Por especificação desta instrução,
os adubos provenientes da compostagem de resíduos são classificados na classe C,
abrigando as seguintes especificações: Tabela 2.
Foram 120 recipientes (sacola plástica) com apenas uma semente
respectivamente: T1 tratamento fitossanitário com extrato de alho e a termoterapia
(quebra de dormência a -4°C) e tratamento fitossanitário, 2º com tratamento
fitossanitário com extrato de nim indiano, e a termoterapia (quebra de dormência a 49
°C), 3º testemunhas semeada sem processamento.
O teste de germinação foi realizado em 03 tratamentos com 03 repetições
cada, instalado em Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC), sendo feita a
contagem das sementes germinadas durante 20 dias. O índice de velocidade de
germinação IVG foi obtido através da fórmula de Maguire (1962), citado por Silva e
Nakagawa [1]. As médias de germinação tiveram seus valores em porcentagem
transformados em arco seno √%100para a normalização de sua distribuição
(BARTLETT, 1947), citado por [2]. A análise estatística foi feita por meio da análise de
variância e as médias foram comparadas pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade,
utilizando-se o programa Assistat versão 7.6 Beta.
[1] SILVA, J.B.C.; NAKAGAWA, J. Estudo de fórmulas para cálculo da velocidade de germinação. Informativo ABRATES, Londrina, v.5, n.1, p.62-73, 1995.
[2] ANDRADE, A. C. S.; PEREIRA, T. S. Efeito do substrato e da temperatura na germinação e no vigor de sementes de cedro – Cedrela odorata L. (Meliácea). Revista Brasileira de Sementes, vol. 16, n. 1, p. 34-40, 1994.
TABELA 1 Valores de índice de velocidade de germinação (IVG) sob substratos para
catingueira
Substrato IVGSubstrato de composto orgânico + esterco bovino
0,98 a
TABELA 2 Processo de compostagem orgânica
Garantia Composto orgânico tipo CUnidade (Max.) % 50Nitrogênio total (min.) % 1Carbono orgânico 15Ph (min.) 6,5Relação C/N (Max.) 18Relação CTC/C (min.) 20
Tabela 3 - Médias em percentagem de germinação de sementes sob diferentes
tratamentos e quebra de dormência.
Tratamentos/ quebram de dormências % de germinação
Extrato de alho/ quebra de dormência - 4° C – 20 min.
98,00%
Extrato de nim indiano/ quebra de dormência 49°C – 20 min.
83,00%
Testemunhas 68,00%
EXPERIMENTO INTEIRAMENTE CASUALIZADO
TABELA – 4 QUADRO DE ANÁLISE
F.V. G.L. S.Q. Q.M. FTratamentos 2 45.00000 22.50000 19.4089 **Resíduo 27 31.30000 1.15926Total 29 76.30000
** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p <<. 01)
* significativo ao nível de 5% de probabilidade (. 01 = < p <. 05) ns não
significativo (p > ====. 05)
TABELA - 5
GL GLR F-crit F p2 27 5.4881 19.4089 <0.001
TABELA – 6 MÉDIAS E MEDIDAS
Médias de tratamento
1 9.80000 a2 8.30000 b3 6.80000 c
DMS = 1.19243 MG = 8.30000 CV% = 12.97216
As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si. Foi
aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade
DADOS
9 9 10 10 10 10 10 10 10 109 8 9 9 8 7 6 10 8 96 7 8 7 10 6 5 6 6 7
F.V. = Fonte de variação G.L. = Graus de liberdade
S.Q. = Soma de quadrado Q.M. = Quadrado médio
F = Estatística do teste F MG = Média geral
CV% = Coeficiente de variação em %
DMS = Diferença mínima significativa
DEMOSTRATIVO DE DADOS
Extrato do alho / quebra de dormêcia -4°C (20 min)
Extrato do nim indiano/ que-bra de dormêcia 49°C (20
min)
Testeasmunha
Série 1 0.98 0.83 0.68
10.00%
30.00%
50.00%
70.00%
90.00%
110.00%
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O IVG (Índice da Velocidade de Germinação) observe na Tabela 1, o substrato
de compostagem orgânica mais o esterco bovino apresentaram resultados satisfatórios e
influenciaram na germinação das sementes. O tempo de germinação foi de apenas 5 dias
após a semeadura introduzida nos devidos recipientes (sacolas plásticas).
A AGS (Avaliação de Germinação de Sementes), como pode ser visto na
Tabela 3, apresentaram diferenças significativas entre os tratamentos fitossanitários e
termotrópicos (quebras de dormências), mostrando dessa forma que os tratamentos e
quebras de dormências influenciaram na germinação das sementes. Ainda na Tabela 3
podemos observar que houve uma variação do comportamento germinativo, as sementes
reagiram diferentemente dependendo do tipo de tratamento e quebra de dormência, onde
observou que o melhor resultado foi obtido no tratamento com extrato de alho e quebra
de dormência a - 4 °C com 98,00 % e o pior resultado foi obtido nas testemunhas que
apenas apresentou 68,00 % sem nenhuma combinação com os outros tratamentos.
As sementes foram consideradas germinadas quando apresentaram
comprimento radicular maior ou igual a 02 mm. As plantas numa altura relativa 12 cm.
Os testes foram encerrados quando todas as sementes já haviam germinado ou quando
as remanescentes se apresentavam danificadas. As observações foram diárias e sempre
no horário as 17h00min
.
6 RESULTADOS
Caesalpinia pyramidalis Tul. (Catingueira)
Família - Caesalpinaceae
Germinação – 83,00 %
7 CONCLUSÃO
O trabalho desenvolvido no viveiro não começa com a semeadura nos canteiros
ou tubetes. Ele começa com a colheita das sementes e termina com o estabelecimento da
muda no campo.
O sucesso na produção das mudas no viveiro deve-se em grande parte ao
cuidado que se tem na escolha e preparo do substrato, à melhor forma de irrigar e
adubar as plântulas à correta manutenção das mudas até o seu envio para o campo. Não
menos importante é o cuidado no transporte das mudas e seu plantio.
Esperamos que todos os leitores deste artigo sintam-se motivados a levar
adiante a idéia de montar um viveiro florestal, fazendo dele uma atividade rentável e
ambientalmente importante.
O processo de desertificação do semiárido nordestino é realidade
principalmente na região do Seridó e Curimataú Paraibano. Com a extração da lenha das
nossas matas, manejo incorreto do solo oriundo da agricultura tradicional e precipitação
pluviométrica. São alguns fatores que contribuem para essa realidade. Mas ainda há
tempo para mudar, precisamos de políticas publicas e interação da sociedade em geral
para invertermos estas previsões catastróficas.
REFERENCIAS
CARNEIRO, J.G.A. Produção e Controle de Qualidade de Mudas Florestais. Curitiba: UFPR/FUPEF, 1995.
http://lixodomestico.net63.net/compostagem.php