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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE AGRONOMIA
MAURÍCIO DA FRÉ
AVALIAÇÃO DA GERMINAÇÃO, VIABILIDADE E VIGOR DE
SEMENTES DE Calophyllum brasiliense Camb.
FLORIANÓPOLIS/SC
2010
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MAURÍCIO DA FRÉ
AVALIAÇÃO DA GERMINAÇÃO, VIABILIDADE E VIGOR DE
SEMENTES DE Calophyllum brasiliense Camb.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo pelo Curso de Agronomia da Universidade Federal de Santa Catarina.
ORIENTADORA e SUPERVISORA: Profª. Rosete Pescador
FLORIANÓPOLIS – SC Novembro, 2010/2
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, pela força e proteção, permitindo a concretização deste trabalho.
Aos meus pais Celestino e Terezinha, pelo apoio e dedicação em toda a minha vida,
por terem orientado minha formação, pelo incentivo e compreensão especialmente nesta
etapa.
À minha irmã Larissa, pelo apoio, carinho e confiança.
À minha orientadora professora Dra. Rosete Pescador, obrigado pelo voto de
confiança, ensinamentos e pelo incentivo para continuar seguindo em frente.
À professora Dra. Cileide M. M. Coelho Arruda de Souza, pelo aprendizado e
conhecimentos repassados durante a realização deste trabalho.
À Doutoranda Francine Lunardi Farias, pelo auxílio e pelas contribuições dadas no
Laboratório de Fisiologia do Desenvolvimento e Genética Vegetal.
Ao técnico Luiz Carlos da Silva, pela ajuda na realização das atividades desenvolvidas
no Laboratório de Sementes.
Aos integrantes Felipe, Ricardo e Fernando do NDPT (Núcleo de Pesquisas em
Florestas Tropicais) pelo apoio nas idas à campo para a coleta de sementes.
À colega de graduação Daniela Schmitz, pelo auxílio nas análises estatísticas.
Aos professores do Curso de Agronomia, por terem contribuído na minha formação
profissional.
Aos colegas e amigos do Curso, pela amizade, apoio, oportunidade de aprendizado e
pelos momentos de descontração e alegria.
À todos que, de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho.
Muito Obrigado!
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RESUMO O interesse pela análise de qualidade de sementes florestais nativas cresceu significativamente nos últimos anos, devido aos incentivos às atividades de reflorestamento e a conservação de espécies. Para verificar a qualidade de sementes é necessário analisar uma série de fatores, que se enquadram no: potencial fisiológica, pureza física, genética e sanitária. Com o objetivo de avaliar a qualidade de sementes de Calophyllum brasiliense, procedeu-se a realização de testes de germinação, condutividade elétrica, tetrazólio e histoquímicos para detectar a presença de amido e lipídios. Identificou-se o início da formação da parte aérea, comprimento e características das plântulas e também a quantificação do peso de mil sementes. As sementes utilizadas foram coletadas no Parque Florestal do Córrego Grande, Florianópolis – SC. Para os testes, algumas sementes foram coletadas das árvores e outras colhidas no solo. Para o teste de germinação foi realizado com as sementes coletadas do solo e procedeu-se o teste com o uso de: 200 sementes com tegumento e 200 sementes sem tegumento. No teste de tetrazólio foi utilizado concentrações de 0,1% e 0,5% da solução de tetrazólio para cada uma das duas amostras de sementes, ou seja, coletados das árvores e do solo. No teste de condutividade elétrica a condutividade da solução foi verificada nos seguintes tempos: 0, 1, 2, 4, 6 e 24 horas. Na avaliação dos testes histoquímicos foram utilizados os corantes Lugol e Sudam III, para a detecção respectivamente de amido e lipídios. Para a determinação do comprimento e algumas características foram avaliadas as primeiras 10 plântulas germinadas para o lote de sementes com e sem tegumento. Para determinar o PMS foram utilizadas oito repetições contendo 50 sementes cada. O tratamento com tegumento apresentou melhores resultados quanto ao teste de germinação sendo assim com estes resultados concluímos que esta amostra possui maior potencial germinativo. Juntamente com o teste de germinação o tempo para formação da parte aérea foi avaliado. O tempo para a formação ocorreu aos nove dias de cultura com o aparecimento da plúmula. Na avaliação do comprimento das plântulas germinadas, o lote de sementes com tegumento apresentou maiores tamanhos para as características avaliadas, portanto, conclui-se que esta amostra possui maior vigor do que a amostra de sementes sem tegumento. De acordo com o teste de condutividade elétrica o lote de sementes analisado foi considerado de alto vigor. No teste de tetrazólio as sementes retiradas das árvores apresentaram maior viabilidade, em relação às que foram colhidas no chão. Este teste mostrou-se muito eficiente para diferenciar as duas amostras de sementes. Os testes histoquímicos avaliaram qualitativamente a presença de amido e lipídios nas sementes. O peso de mil sementes foi de 1784,35 gramas.
Palavras-chave: Calophyllum brasiliense, espécie florestal nativa, vigor de sementes.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 01: Planta de Olandi (Calophyllum brasiliense ) no Parque Ecológico do Córrego Grande, Florianópolis – SC ......................................................................................................31
Figura 02: Frutos de Olandi (Calophyllum brasiliense ) desprovidos de exocarpo e mesocarpo.................................................................................................................................32
Figura 03: Semente de Olandi (Calophyllum brasiliense) após a retirada do endocarpo. ......32
Figura 04: Teste de germinação de sementes contendo tegumentos de Olandi (Calophyllum brasiliense). ..............................................................................................................................33
Figura 05: Teste de germinação de sementes sem o tegumento de Olandi (Calophyllum brasiliense). ..............................................................................................................................34
Figura 6: Sementes de Calophyllum brasiliense em câmara de germinação sob condições de 25ºC de temperatura e 100% de umidade em papel germitest. ................................................34
Figura 07: Plântulas de Olandi (Calophyllum brasiliense) com o primeiro primórdio foliar expandido e adquirindo coloração verde na parte aérea...........................................................36
Figura 08: Sementes de Calophyllum brasiliense em água destilada como solução de embebição.................................................................................................................................37
Figura 09: Semente de Olandi (Calophyllum brasiliense) com ausência parcial do tegumento. ................................................................................................................................38
Figura 10: Categorias de sementes de (Calophyllum brasiliense) para interpretação do teste de tetrazólio. .............................................................................................................................39
Figura 11: Teste de germinação de sementes de Olandi (Calophyllum brasiliense) do tratamento com tegumento na avaliação final. .........................................................................44
Figura 12: Germinação de sementes de Calophyllum brasiliense Camb. com tegumento até o estádio de plântula. A – protrusão da raiz primária, B – alongamento da raiz primária e desenvolvimento da plúmula, C –D – alongamento do epicótilo, E – aparecimento de raizes secundárias, F - primórdios foliares em fase de expansão. ......................................................44
Figura 13: Sementes germinadas de Olandi (Calophyllum brasiliense) com o aparecimento da plúmula ao 9º dia de cultura. ...............................................................................................45
Figura 14: Média dos valores de condutividade elétrica (µS/cm/g) de sementes de Olandis (Calophyllum brasiliense) por diferentes tempos de embebição..............................................47
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Figura 15: Taxa de condutividade elétrica (µS/cm/g) em sementes de Olandis (Calophyllum brasiliense) por cada hora de embebição. ................................................................................48
Figura 16: Categorias de sementes Olandi (Calophyllum brasiliense) após tratadas com tetrazólio de 0,1% do lote de sementes coletado no solo (Aumento de 1,5X). ......................50
Figura 17: Categorias de sementes Olandi (Calophyllum brasiliense ) após tratadas com tetrazólio de 0,5% do lote de sementes coletado no solo (Aumento de 1,5X). ......................51
Figura 18: Categorias de sementes Olandi (Calophyllum brasiliense) após tratadas com tetrazólio de 0,1% do lote de sementes coletado das árvores (Aumento de 1,5X)...................52
Figura 19: Categorias de sementes Olandi (Calophyllum brasiliense) após tratadas com tetrazólio de 0,5% do lote de sementes coletado das árvores. (Aumento de 1,5X)..................53
Figura 20: Tecido cotiledonar submetido à coloração com Lugol e detectada a pesença de amido (aumento de 1,5X). ........................................................................................................56
Figura 21: Tecido cotiledonar submetido à coloração com Sudan III e detectada a presença de lipídios (aumento de 1,5X). .................................................................................................57
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Média de plântulas normais (PN %), plântulas anormais (PA %), sementes com radícula desenvolvida (RD %), sementes duras (SD %) e sementes mortas (SM %) de Calophyllum brasiliense. ..........................................................................................................42
Tabela 02: Tamanhos médios da raiz primária (cm), do epicótilo, da parte aérea e comprimento total das plântulas de Olandi de sementes com e sem tegumentos (Calophyllum brasiliense). ..............................................................................................................................46
Tabela 03: Porcentagem de embriões incluidos em cada uma das sete categorias de sementes Olandi (Calophyllum brasiliense ) após tratadas com tetrazólio de 0,1% 05% de concentração. Tratamentos: Solo = sementes coletadas no solo abaixo da copa das árvores. Árvores = sementes coletadas nas árvores. ...............................................................................................54
Tabela 04:. Porcentagem de sementes viáveis para o teste de tetrazólio a 0,1 e 05% de Olandis (Calophyllum brasiliense)...........................................................................................54
Tabela 05: Peso médio de 50 sementes de Calophyllum brasiliense. .....................................57
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LISTA DE ABREVIATURAS
Af – Clima tropical úmido Am – Clima de monção Aw – Clima tropical com estação seca de inverno Cfa - Clima temperado úmido com verão quente Cwa - Clima temperado úmido com inverno seco e verão quente Cwb - Clima temperado úmido com inverno seco e verão temperado C.V. – Coeficiente de variação BOD – Biochemical Oxygen Demand (Demanda Bioquímica de Oxigênio) DAP – Diâmetro de altura ao peito NPK – Nitrogênio, fósforo e potássio PMS – Peso de mil sementes RAS – Regras para Análises de Sementes UFLA – Universidade Federal de Lavras
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................11 2 OBJETIVOS ........................................................................................................................13 2.1 OBJETIVO GERAL...........................................................................................................13 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................................13 3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................14 4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...........................................................................................15 4.1 ESPÉCIE ENVOLVIDA NO ESTUDO ............................................................................15 4.1.1 Descrição taxonômica e ocorrência natural ................................................................15 4.1.2 Descrição botânica.........................................................................................................16 4.1.3 Biologia reprodutiva e fenologia ..................................................................................16 4.1.4 Condições edafoclimáticas ............................................................................................17 4.1.5 Produção de mudas .......................................................................................................17 4.1.6 Produtos e utilizações ....................................................................................................18 4.2 TESTES PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE SEMENTES ..............................19 4.2.1 Teste de germinação ......................................................................................................21 4.2.1.1 Germinação de Calophyllum brasiliense Camb. ..........................................................23 4.2.1.2 Alguns fatores que atuam no processo da germinação de C.brasiliense......................24 4.2.2 Teste de condutividade elétrica ....................................................................................25 4.2.3 Teste de tetrazólio..........................................................................................................26 4.3 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE SEMENTES ...................................................................29 4.3.1 Composição química de sementes de C. brasiliense....................................................29 4.4 DETERMINAÇÕES ADICIONAIS ..................................................................................30 4.4.1 Peso de mil sementes .....................................................................................................30 5 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................31 5.1 TESTE DE GERMINAÇÃO..............................................................................................32 5.2 TEMPO PARA FORMAÇÃO DA PARTE AÉREA E AVALIAÇÕES DE COMPRIMENTO DE CARACTERÍSTICAS DAS PLÂNTULAS .......................................35 5.3 TESTE DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA ...................................................................36 5.4 TESTE DE TETRAZÓLIO................................................................................................38 5.5 TESTES HISTOQUÍMICOS .............................................................................................40 5.6 DETERMINAÇÃO DO PESO DE MIL SEMENTES ......................................................40 6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................................42 6.1 TESTES DE GERMINAÇÃO ...........................................................................................42 6.2 TEMPO PARA FORMAÇÃO DA PARTE AÉREA E AVALIAÇÕES DE COMPRIMENTO DE CARACTERISTICAS DAS PLÂNTULAS .......................................45 6.3 TESTE DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA ...................................................................47 6.4 TESTE DE TETRAZÓLIO................................................................................................49 6.5 TESTES HISTOQUÍMICOS .............................................................................................56 6.6 DETERMINAÇÃO DO PESO DE MIL SEMENTES ......................................................57 7 CONCLUSÃO......................................................................................................................58
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8 CONSIDERAÇÔES FINAIS..............................................................................................59 REFERÊNCIAS .....................................................................................................................60
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1 INTRODUÇÃO
A espécie arbórea, Calophyllum brasiliense Cambessèdes, pertence à família
Clusiaceae e dependendo da região onde se encontra, é conhecida popularmente como: olandi,
olandim, guanandí, guanandi-amarelo, guanandi-carvalho jacareúba, bálsamo-jacareúba,
jacareíba, cedro-mangue, cedro-do-pântano, entre outros (LORENZI, 1998).
O olandí é uma árvore nativa do Brasil perenifólia, heliófita ou de luz difusa que em
média pode atingir de 5 a 20 m e tem ocorrência em diversos biomas como: Floresta
Atlântica, Amazônica, Pantanal e em alguns locais de mata ciliar da vegetação de domínio do
Cerrado, estando sempre ligada a solos com drenagem deficiente (LORENZI, 1998;
MARQUES et al., 2000).
Dentre as utilidades, desta espécie destaca-se a produção de madeira para construção
civil, naval, de móveis e de barris para vinho, entre outros. Também é muito utilizada como
ornamental no paisagismo em geral. O mel que é produzido a partir das flores desta árvore é
de ótima qualidade e os frutos podem servir como alimento para a fauna. (LORENZI, 1998;
CARVALHO, 1994). Possuem também, finalidades medicinais, da casca pode-se obter o
“bálsamo de landim” usado contra úlceras e tumores (BRANDÃO, 1991 apud CARVALHO,
1994). Alguns compostos extraídos desta planta possuem propriedades anti-HIV (HERTA-
REYES, 2004).
Na literatura, são poucas as informações que temos sobre análises de sementes de
espécies florestais nativas e a espécie C. brasiliense é uma delas. Estudos feitos por Oliveira,
et al. em 1996, informaram que no RAS (Regras para Análise de Sementes) apenas 0,1% das
espécies relatadas são de espécies florestais nativas (OLIVEIRA et al, 1996).
A utilização de sementes de qualidade genética, física, sanitária e fisiológica é
fundamental para o sucesso de uma atividade agrícola. O conhecimento do poder germinativo,
da pureza, dos mecanismos de acúmulo de reservas, bem como a vigor do lote de sementes
analisado, tem grande importância, pois, com estes dados temos uma estimativa do potencial
de desempenho das sementes à campo (TUNES et al, 2008; FERREIRA; BORGHETTI,
2004).
A viabilidade, medida principalmente através do teste de germinação, e o vigor são os
dois principais parâmetros avaliados para se determinar o nível de qualidade das sementes
(POPINIGIS, 1977).
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Os testes de vigor podem ser feitos a partir de métodos diretos ou indiretos. Como
exemplos de métodos indiretos, que são feitos em laboratório, pode-se citar os testes de
tamanho das sementes, peso unitário das sementes, velocidade de germinação, tetrazólio,
condutividade elétrica, envelhecimento acelerado entre outros (MARCOS FILHO et al, 1987).
Assim, diante do exposto, o presente trabalho tem como objetivo avaliar em
Laboratório de Análise de Sementes, sementes de Calophyllum brasiliense, determinando
através de testes de germinação, vigor a qualidade das sementes e testes histoquímicos para
fazer uma análise qualitativa da composição química das mesmas.
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2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar em laboratório, sementes de Calophyllum brasiliense, determinando através de
testes de germinação, vigor a qualidade das sementes e testes histoquímicos para fazer uma
análise qualitativa da composição química das mesmas.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Realizar o teste de germinação em sementes com e sem o tegumento, para
determinar o potencial máximo de germinação da amostra de sementes, e
diferenciar a qualidade das diferentes amostras de sementes;
• Proceder o teste de condutividade elétrica para avaliar o vigor da amostra de
sementes;
• Realizar o teste de tetrazólio em sementes coletadas no solo e nas árvores a fim de
considerá-lo como referência para determinação da viabilidade das sementes;
• Identificar o período para a formação da parte aérea, ou seja, aparecimento da
plúmula;
• Medir o comprimento da: raiz primária, epicótilo, parte aérea e comprimento total
das plântulas para avaliar o vigor das diferentes amostras de sementes;
• Através de testes histoquímicos avaliar a presença de amido e lipídios na
composição das sementes para fazer uma análise qualitativa dos componentes
químicos da semente;
• Determinar o peso de mil sementes para verificar o estado de maturidade e de
sanidade;
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3 JUSTIFICATIVA
Considerando os interesses econômicos e de conservação de espécies, como o
Calophyllum brasiliense, somente nas últimas décadas as pesquisas na área de sementes de
espécies arbóreas nativas foram intensificadas. No RAS (Regras para Análise de Sementes)
que é uma literatura especializada nesta área de análises apenas 0,1% das espécies relatadas
são de espécies arbóreas florestais nativas. Mediante estes dados, pode-se ter uma noção do
quanto esta área está carente de informações (OLIVEIRA et al, 1996).
Esta falta de informações, sobre espécies florestais nativas pode ser fator decisivo para
o início de uma atividade de reflorestamento. Como o conhecimento destas espécies nativas é
reduzido, os produtores rurais optam por utilizar em reflorestamentos espécies exóticas mais
conhecidas como o Pinus elliottii e Eucaliptus spp. As pesquisas de espécies florestais nativas
devem ser intesificadas, pois, além do alto valor comercial e da elevada produtividade,
espécies como C. brasiliense, servem como habitat natural de diversas espécies da fauna e
flora, preservando assim a diversidade (NAVARRO, 2007).
Segundo Marcos Filho et al., (1987) a análise de sementes com uma interpretação
correta de resultados é a maneira mais segura de identificar a qualidade de um lote de
sementes. De acordo com estas análises e interpretações, os agricultores e produtores têm a
oportunidade de adquirirem sementes de qualidade e que, em condições de campo apresentam
plantas vigorosas, uniformes e com boa produtividade.
Conforme Pinã-Rodrigues, (1988) testes de vigor como o de tetrazólio não tem sido
muito utilizado em espécies florestais, entretanto, a sua utilização se justifica por ser um teste
rápido e eficiente. Considerando que muitas espécies florestais têm um período de germinação
demorado, este teste é um meio de termos resultados da viabilidade e vigor das sementes em
um tempo reduzido.
A germinação de sementes também é influenciada pelos compostos de reserva,
portanto, o conhecimento da composição química, bem como, da quantidade destes
compostos na semente como o amido, que possui grande fonte de carbono, essencial para o
bom desenvolvimento da plântula (FERREIRA; BORGHETTI, 2004).
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4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 ESPÉCIE ENVOLVIDA NO ESTUDO
4.1.1 Descrição taxonômica e ocorrência natural
A espécie arbórea Calophyllum brasiliense Cambessèdes, de acordo com o sistema de
classificação de Cronquist, obedece à seguinte hierarquia:
Divisão: Magnoliophyta (Angiospermae)
Classe: Magnoliopsida (Dicotiledonae)
Ordem: Theales
Família: Clusiaceae (Guttiferae) (CARVALHO, 1994).
A origem da palavra, Calophyllum significa “folha bonita” e brasiliense a “do Brasil”
(FERREIRA, 1975).
Esta espécie dependendo da região onde se encontra apresenta diferentes nomes
vulgares. Na Amazônia esta espécie é conhecida como jacareúba, no estado de São Paulo
como: pau-de-maria, lantim, mangue-seco, oanandí, inglês. Em outras regiões também pode
ser chamada de pindaíva, gulanvim-carvalho, cedro-do-pântano entre outros. Em Santa
Catarina é conhecida como: olandí, olandim, landim, guanandi (CARVALHO, 1994).
O nome comum “guanandi” tem sua origem na língua tupi do termo gwanã’di que tem
o significado “o que é grudento”, termo provavelmente oriundo do látex amarelo-esverdeado
que esta planta produz (FERREIRA, 1975).
Em outros países, como no México a espécie C. brasiliense tem como nome popular
bari. Em países da América Central é cedro maria, na Costa Rica; maria, em Porto Rico; santa
maría, em Honduras e na Nicaraguá; ocuje, em Cuba. Nos países sulamericanos é conhecida
como cachicamo e garrapato, na Colômbia; alfaro, no Peru; maría, no Equador; palo maría, na
Bolívia; cojón, na Venezuela; e arary, no Paraguai (CARVALHO, 1994).
Segundo Carvalho, (1994) a ocorrência desta espécie está entre as latitudes 18º N
(Porto Rico) a 28º10’S (Brasil, em Santa Catarina) podem ser encontradas em diversos países
da América Central e do Sul, dentre eles Porto Rico, Costa Rica, Jamaica, Cuba, Equador,
Bolívia, Colômbia, Paraguai, Peru e no Brasil em diversos estados como: Amazonas, Pará,
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Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e
Distrito Federal.
A distribuição desta espécie ocorre em diversos habitats tanto em mata
permanentemente inundada, inundáveis em alguns períodos, mas sempre ligada a condições
de boa umidade do solo (CARVALHO, 1994). Portanto, podem ocorrer em biomas como as
florestas higrófilas, florestas Atlântica, Amazônica, Pantanal e em alguns locais de mata ciliar
da vegetação de domínio do Cerrado (REITZ et al. 1978).
4.1.2 Descrição botânica
O olandí é uma árvore perenifólia que em média pode atingir de 5 a 20 m de altura e
20 a 50 cm de diâmetro de altura ao peito (DAP). Na região Amazônica pode atingir 40 m de
altura e 150 cm de DAP, na idade adulta. Apresenta um tronco reto e cilíndrico, sua copa é
larga, arredondada, densa e com folhagem verde escura (CARVALHO, 1994; LORENZI,
1998).
As folhas desta planta são simples, opostas, elípticas, com nervuras laterais muito
próximas, o tamanho delas varia entre 5 a 15 cm de comprimento por 3 a 7 cm de largura
(CARVALHO, 1994).
As flores brancas são reunidas em curtos racemos axilares que variam entre 2,5 a 6 cm
de comprimento, ordenadas em címulos trifloros e apresentam duas formas: masculina e
hermafrodita ou bissexuais na mesma árvore (CARVALHO, 1994).
O fruto do C. brasiliense é do tipo drupa globosa carnosa, indeiscente, de cor verde
com uma polpa muito oleaginosa medindo entre 19 a 25 mm de diâmetro e sua semente,
também globosa, apresenta coloração castanha e com dimensão de diâmetro variando entre 14
a 22 mm (CARVALHO, 1994).
4.1.3 Biologia reprodutiva e fenologia
Devido à ampla área de ocorrência desta planta, a floração é variável. O começo da
floração inicia gradativamente a partir dos três anos de idade, em plantios onde as condições
edáficas e hídricas, são tidas como ideais. Entretanto, normalmente a floração e a frutificação
têm início aos dez anos de idade (CARVALHO, 1994).
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Devido a diferentes fatores, a floração ocorre em diferentes épocas: de setembro a
outubro no Distrito Federal, de novembro a junho no estado de São Paulo, de janeiro a março
no Paraná. Sendo assim, a frutificação pode ocorrer nos diferentes meses. Em Santa Catarina,
local onde foram coletadas as sementes para realização deste trabalho, a frutificação ocorre
nos meses de julho à novembro (CARVALHO, 1994).
De acordo com Carvalho, (1994) a dispersão das sementes de olandi pode ser
zoocórica ou hidrocórica. Na dispersão zoocórica destacam-se os morcegos frugíveros
(quiroptecórica) e as aves (ornitórica), como a gralha azul, entre outros pássaros. Os morcegos
frugívoros, depois de ingerirem os frutos acabam regurgitando as sementes limpas em outros
locais, contribuindo muito para a disseminação das sementes. Considerando que o olandi é
uma espécie que tem ocorrência em planícies inundadas, matas ciliares, terras de igapós a
dispersão hidrocórica também é relevante.
4.1.4 Condições edafoclimáticas
A condição climática para a ocorrência e bom desenvolvimento do olandi está
naquelas que apresenta a seguinte classificação segundo Köppen: Af, Am, Aw, Cwa, Cwb e
também o tipo climático Cfa que ocorre no litoral de Santa Catarina. Em altitudes de até 1200
m acima do mar e locais com precipitação média anual de 1000 mm a 2800 mm e
temperaturas médias anual entre 20ºC a 26,5ºC. Quanto as condições edáficas o olandi ocorre
em solos de drenagem deficiente, com textura arenosa a franca, e ácidos com valores de pH
entre 4,5 a 6,0 (CARVALHO, 1994).
4.1.5 Produção de mudas
Normalmente a coleta das sementes de olandi é feita em florestas de árvores nativas,
pois, ainda não existem programas desenvolvidos para a produção de sementes. As sementes
devem ser preferenciamente coletadas nas árvores, entretanto, as que forem encontradas no
chão não precisam necessariamente ser descartadas (FILHO et al, 2007).
Em Santa Catarina, nos chamados “olandizais”, locais com solos brejosos ou muito
úmidos, onde a espécie é dominante, é possível coletar no solo, frutos e sementes
despolpados, pela ação dos morcegos (CARVALHO, 1994).
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Para a extração da semente é necessário a maceração, para redução da casca do fruto
que é bem espessa (LORENZI, 1998).
O fruto do olandi apresenta uma camada de endocarpo muito espessa, e isto impede a
embebição das sementes para que ocorra o processo da germinação. Esse tipo de barreira é
limitante para a germinação e a homogeneidade das plântulas e está relacionado ao tempo de
formação das mudas (NERY et al, 2007).
Para a realização da semeadura, segundo Lorenzi, (1998), pode-se utilizar um
substrato organo-argiloso. As sementes devem ser cobertas com o substrato cerca de 1 a 2 cm
e pode ser utilizado uma cobertura plástica para acelerar a germinação (FILHO et al, 2007).
A germinação é do tipo criptohipógea, ou seja, nas espécies com este tipo de germinação
os cotilédones não saem de dentro do tegumento da semente e permanecem no interior do
mesmo até o final do processo de germinação. As espécies com esse tipo de germinação são
também hipógeas, ou seja, durante o processo de germinação os cotilédones permanecem no
solo ou na superfície do mesmo (BRASIL, 2009b).
A germinação desta espécie ocorre entre 8 e 145 dias após a semeadura. A utilização
de sementes sem o tratamento prévio de remoção da barreira física que é formada pelo
endocarpo, pode demorar até seis meses para germinar (CARVALHO, 1994).
A repicagem das plântulas pode ser feita de uma a quatro semanas após o
aparecimento do hipocótilo e quando já estão formadas duas folhas cotiledonares.
Transferindo as plântulas para tubetes, o substrato utilizado pode ser uma mistura bem
diversificada, como por exemplo: casca de arroz carbonizada, moinha de carvão vegetal,
vermiculita, serragem, bagaço de cana, areia, turfa ou fibras de coco, composto orgânico
(FILHO et al, 2007).
As mudas devem ficar protegidas em ambiente com sombreamento de 50% de
intensidade luminosa, com irrigações controladas e adubações de NPK. Esta fase é
denominada de berçário. De uma forma geral, após 30 dias no berçário, podem ser
transferidas para uma estufa maior, até atingirem 20 cm de altura, estando prontas para o
plantio em local definitivo (FILHO et al, 2007).
4.1.6 Produtos e utilizações
Considerando a importância da utilização da madeira de olandi, na fabricação de
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canoas, mastros e vergas de navios, em 1810, sua exploração foi considerada monopólio do
Governo Imperial e instituida como a primeira madeira de lei do Brasil, em 7 de janeiro de
1835 (LORENZI, 1998).
A utilização da madeira desta espécie é a mais diversificada possivel. Pode ser usada
tanto na construção civil, como naval, para assoalhos, marcenaria e carpintaria (LORENZI,
1998). Devido a grande qualidade da madeira também é utilizada na fabricação de barris para
envelhecimento de vinhos (LOUREIRO & SILVA 1969).
O papel produzido através da celulose desta madeira é de ótima qualidade pois ela
possui um bom comprimento de fibras ( PAULA, 1982; CHIMELO, et al. 1976).
Como outros subprodutos do olandi podemos citar a extração de resina que tem um
enorme poder medicinal utilizado na veterinária na forma de emplastro para relaxamento dos
tendões em eqüinos (CORREIA, 1984).
Na medicina popular tradicional na América Latina o látex extraído do tronco é
conhecido popularmente como “bálsamo-de-landim’’ utilizado como medicamento para
problemas de reumatismo, tumores e úlceras crônicas e também usos anti-sépticos
(BRANDÃO, 1991).
Das folhas e da entrecasca pode ser feito um chá usado principalmente para tratar
problemas gástricos e hepáticos, mas seu uso também é reconhecido como antiinflamatório e
contra varizes e hemorróidas (GUARIM, 1987).
4.2 TESTES PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE SEMENTES
A utilização de sementes de qualidade genética, física, sanitária e fisiológica é
fundamental para o sucesso de uma atividade agrícola. O conhecimento do poder germinativo,
da pureza, dos mecanismos de acúmulo de reservas, e a vigor do lote de sementes analisado,
têm grande importância, pois, com estes dados temos uma estimativa do potencial de
desempenho das sementes à campo (TUNES et al, 2008; FERREIRA; BORGHETTI, 2004).
A viabilidade, medida principalmente através do teste de germinação e dos testes de
vigor são os principais parâmetros avaliados para se determinar o nível de qualidade das
sementes (POPINIGIS, 1977). Estes testes de vigor têm sido utilizados principalmente para
complementar as informações fornecidas pelo teste de germinação (MARCOS FILHO et al,
1987).
20
De acordo com Marcos Filho et al, (1987) os testes de vigor são classificados em
métodos diretos e indiretos.
Métodos diretos são aqueles que visam simular as condições de campo em laboratório,
ou realizado diretamente no campo. Como vantagem deste método cita-se a análise das
sementes em laboratório com características semelhantes às condições encontradas por elas no
campo. Entretanto, algumas disparidades são encontradas, destacando-se a grande variação de
resultados obtidos em diferentes laboratórios e as dificuldades para sua padronização, entre
outros (MARCOS FILHO et al, 1987).
Como exemplo de métodos diretos, podemos citar: crescimento das plântulas, peso da
matéria seca das plântulas, teste de frio (Cold test), velocidade de emergência das plântulas,
porcentagem de emergência das plântulas (MARCOS FILHO et al, 1987).
Os métodos indiretos são realizados em laboratório e avaliam os atributos das sementes
relacionados indiretamente com o vigor. Este método relaciona os resultados obtidos com o
comportamento das plântulas em campo, com a resistência às condições de armazenamento e com o
desenvolvimento de plântulas, entre outros (MARCOS FILHO et al, 1987).
De acordo com Marcos Filho et al, (1987) os testes de vigor feitos a partir de métodos
diretos podem ser: físicos, fisiológicos, bioquímicos e de resistência.
Os testes físicos envolvem as características morfológicas ou físicas das sementes que
podem estar ligadas ao vigor. Testes de tamanho, peso unitário, densidade, coloração de sementes
e o teste de raios X são alguns exemplos de testes físicos (MARCOS FILHO et al, 1987).
Os testes fisiológicos determinam a atividade fisiológica da semente que tem relação
direta com o nível de vigor. São exemplos destes testes a classificação do vigor das plântulas,
a primeira contagem do teste de germinação, a velocidade de germinação, a transferência de
matéria seca e o teste de exaustão (MARCOS FILHO et al, 1987).
Os testes bioquímicos visam avaliar alterações bioquímicas nas sementes que
influenciam sobre o vigor. Alguns exemplos destes testes são: o teste de respiração, de
tetrazólio, de condutividade elétrica, da atividade da descarboxilase do ácido glutâmico
(ADAG), dos ácidos graxos livres e dos aldeídos voláteis (MARCOS FILHO et al, 1987).
Os testes de resistência avaliam o comportamento das sementes quando submetidas a
condições desfavoráveis. Os testes de germinação à baixa temperatura, imersão em água
quente, teste de submersão, imersão em soluções tóxicas à semente e envelhecimento
acelerado, são alguns exemplos de testes de resistência (MARCOS FILHO et al, 1987).
21
4.2.1 Teste de germinação
O teste de germinação objetiva obter informações de um lote de sementes e determinar
a quantidade de sementes vivas que são capazes de produzir plântulas normais sob condições
ambientais favoráveis (POPINIGIS, 1977; MARCOS FILHO et al, 1987). Este teste é muito
importante, pois, além de ser utilizado para fazer comparações da qualidade de sementes de
diferentes lotes, pode também estimar o valor para semeadura em campo (BRASIL, 2009).
Este teste deve ser feito em condições controladas de umidade, temperatura, oxigênio,
substrato, luz entre outros tratamentos, para que o ambiente em que as sementes estão, seja o
mais favorável possível a sua germinação (POPINIGIS, 1977).
Segundo as especificações das Regras para Análise de Sementes, é necessário para a
realização deste teste a quantidade de 400 sementes, em quatro repetições de 100
(POPINIGIS, 1977).
O substrato utilizado deve manter uma disponibilidade de água e aeração adequada,
pois, o fornecimento de água é essencial para que a semente germine normalmente e a
ausência de aeração é prejudicial, pois dificulta a respiração da mesma (POPINIGIS, 1977;
MARCOS FILHO et al, 1987).
A temperatura favorável para a germinação varia muito entre as espécies. Para o caso do C.
brasiliense, estudos feitos por Ferreira et al, (2007), concluiram que a temperatura ótima para a
germinação está na faixa de 25ºC a 30ºC ou de temperatura alternada de 20-30ºC.
A luz é essencial para a germinação de muitas espécies de sementes. Nos testes de
germinação em laboratórios a luz artificial deve atender as necessidades das sementes quanto
ao comprimento de onda e intensidade (MARCOS FILHO et al, 1987). Entretanto, no caso da
espécie de estudo Calophyllum brasiliense, Ferreira et al, (2007) concluiram que as sementes
germinaram melhor em ambientes com pouca luminosidade.
Os equipamentos e materiais necessários para a realização do teste de germinação
segundo Popinigis, (1977) e Marcos Filho et al, (1987) são: germinadores que possuam
condições controladas de umidade, temperatura e luminosidade; substrato, sendo que, no caso
desta espécie foi utilizado o papel mata borrão; pinças, necessárias para remover sementes e
plântulas; destilador de água, para obtenção de água destilada para umedecer o substrato e
lápis tinta para identificar no papel mata-borrão as devidas repetições.
As interpretações do teste são efetuadas após um período determinado pelas RAS,
22
conforme a espécie em questão. Normalmente são feitas duas contagens de plântulas
germinadas. A primeira objetiva reduzir o número de plântulas no substrato sendo retiradas
apenas as plântulas consideradas normais. Na última contagem todas as plântulas são
avaliadas e classificadas como normais ou anormais e as sementes não germinadas também
são avaliadas (POPINIGIS, 1977).
No RAS não existem especificações para a espécie Calophyllum brasiliense, quanto ao
período para a realização das contagens de sementes germinadas. Consequentemente, o teste
de germinação do experimento que foi realizado, teve como uma das principais finalidades,
estabelecer os períodos adequados para realização da primeira e da última contagem da
germinação das sementes.
As estruturas essenciais que a plântula necessita para continuar o seu desenvolvimento
e formar uma planta normal são: sistema radicular (raiz primária e em certos gêneros raízes
seminais); parte aérea (hipocótilo, epicótilo, mesocótilo (Poaceae); gemas terminais;
cotilédones (um ou mais) e coleóptilo em Poaceae (BRASIL, 2009a).
Classificamos como normais as plântulas que apresentarem potencial para crescer e se
desenvolver dando origem a plantas normais quando desenvolvidas em condições favoráveis
(BRASIL, 2009a; POPINIGIS, 1977).
De acordo com Brasil, (2009a) as plântulas para serem consideradas normais devem
estar relacionadas com alguma das seguintes categorias:
• Plântulas intactas onde todas as estrututas essenciais estão bem desenvolvidas
completas e sadias;
• Plântulas com pequenos defeitos, mas que conservam as estruturas essenciais quando
comparadas com plantas completamente sadias e apresentam um desenvolvimento
satisfatório e equilíbrado;
• Plântulas com infecção secundária por fungos ou bactérias, mas que não sejam as
sementes a fonte de infecção e apresentem todas as estruturas essenciais.
As plântulas anormais são aquelas que mesmo sob condições favoráveis de
crescimento não possuem capacidade de continuar o seu desenvolvimento e formar plantas
adultas normais. Segundo Brasil, (2009a) elas podem ser classificadas como:
• Plântulas danificadas, ou seja, com alguma estrutura essencial ausente ou
danificada que impede o desenvolvimento;
• Plântulas deformadas, com desenvolvimento fraco, distúrbios fisiológicos, ou
23
estruturas essenciais deformadas;
• Plântulas deterioradas, com alguma estrutura essêncial infectada ou muito
deteriorada resultado de uma infecção primária.
Na interpretação dos testes, os principais tipos de sementes não germinadas segundo
Brasil, (2009a) são classificadas como:
• Duras - as sementes que não conseguem absorver água e ainda no final do teste
possuem aparência de recém colocadas no substrato, isto é, não intumescidas;
• Dormentes - são consideradas as sementes que mesmo que sob condições
favoráveis e absorvendo água não germinam e nem apodrecem;
• Mortas - são as sementes geralmente amolecidas, atacadas por microorganismos e
que não conseguem germinar;
• Vazias - as sementes que estão completamente vazias ou tem apenas algum tecido
residual.
• Sem embrião - contêm o embrião em formação ou tecido gametofítico nas quais
não existe, aparentemente, a cavidade embrionária ou o embrião.
• Danificadas por insetos - possuem larvas ou mostram evidências de ataque de
insetos afetando a sua capacidade germinativa.
A informação dos resultados deve ser dada em porcentagem de plântulas normais,
plântulas anormais, sementes duras, dormentes e mortas. Deve ser feita a média das quatro
repetições de 100 sementes sendo que a soma das porcentagens deve totalizar 100%
(BRASIL, 2009a).
4.2.1.1 Germinação de Calophyllum brasiliense
Nery et al (2007) cita que a germinação das sementes de olandi é identificada como do
tipo hipógea, com emergência vertical ereta e plântula criptocotiledonar. Para permitir a
germinação é necessário fazer a remoção do endocarpo que apresenta uma espessa camada de
esclerênquima. Este endocarpo forma uma barreira que não permite a embebição da semente
impedindo a hidratação dos cotilédones e do eixo embrionário (Nery, et al. 2007).
As sementes de inúmeras espécies florestais, em especial, as nativas como é o caso do
C. brasiliense, que apresentam germinação lenta. De acordo com trabalhos de Nery et al.,
(2007), a protusão da radícula das sementes demora entre 18 a 20 dias. O desenvolvimento da
24
plúmula ocorre em 28 dias e do epicótilo ocorre aos 26. O tempo necessário, para o
desenvolvimento destas estruturas essenciais da planta, indicam o quanto a germinação desta
espécie é considerada lenta.
4.2.1.2 Alguns fatores que atuam no processo da germinação de Calophyllum brasiliense.
Estudos feitos por Ferreira et al. (2007) através de experimentos, avaliaram o efeito
das diferentes temperaturas, das diferentes intensidades de luz e quantidades de teor de água
no substrato sobre a ecofisiologia da germinação das sementes de Calophyllum brasiliense
(FERREIRA et al., 2007).
Com os resultados deste trabalho foi concluido que a temperatura ótima para a
germinação do C. brasiliense está na faixa de 25ºC a 30ºC e de temperatura alternada de 20-
30ºC (FERREIRA et al, 2007). Esta faixa de temperatura é semelhante aos dados encontrados
por Aguiar et al, (1993) para um grande número de outras espécies arbóreas tropicais e sub-
tropicais.
Quanto à relação do teor de água no substrato, os úmidos e muito úmidos foram os
mais apropriados à germinação das sementes (FERREIRA et al, 2007). Isto está de acordo
com Lorenzi, (1998) que cita que a ocorrêcia natural desta espécie é preferêncialmente de
locais úmidos e brejosos. Neste mesmo experimento, em substrato com menor teor de água as
sementes iniciaram a germinação, mas devido à menor quantidade de água o sistema radicular
foi afetado e acabou ocasionando a morte das plântulas (FERREIRA et al, 2007).
Ferreira et al., (2007) concluiu em seu trabalho que as sementes de olandi germinaram
em uma ampla faixa de incidência de luz. Entretando, a maior quantidade de sementes
germinadas foi no ambiente sem luz. O resultado com maior germinação no ambiente sem luz
está relacionado a aspectos ecológicos desta espécie, pois sendo uma espécie do grupo
sucessional de clímax ela apresenta condições de germinação em locais de baixa
luminosidade (CARVALHO, 1994).
Morandi et al. (2009) também descreveu em seu trabalho, sobre germinação e
desenvolvimento inicial de Calophyllum brasiliensis em diferentes níveis de sombreamento.
Os tratamentos foram avaliados com os seguintes níveis de sombreamento: pleno sol, 30%,
50%, 70% e 90% de sombreamento.
Nos resultados do trabalho de Morandi et al. (2009) o tratamento com 90% de
sombreamento registrou os maiores picos de germinação no 17º dia após a semeadura, e
25
obtendo o maior índice de germinação que foi de 60,8%. A menor germinação foi verificada
para o tratamento a pleno sol com apenas 40% de sementes germinadas. Sendo assim, este
trabalho também está de acordo com estudos de Lorenzi, (1998) que informam que o olandi
se adapta melhor em ambientes semi-sombreados.
Alvarenga et al. (2007) realizou estudos sobre a influência do grau de umidade na
germinação de sementes de C. brasiliense. As sementes de olandi que apresentavam no teste
os seguintes graus de umidade: 46% (umidade inicial), 37%, 32%, 28% não tiveram o
desempenho fisiológico afetado e o percentual de germinação destas sementes atingiu valores
que variam entre 93% a 77%.
Entretanto, as sementes que possuiam grau de umidade inferior a 21%, sofreram uma
redução na germinação atingindo somente 72% de sementes germinadas. As sementes que
tiveram o grau de umidade reduzido até 9% apresentaram valores muito menores de
germinação, apenas 14%. Estes dados indicam o quanto estas sementes são sensíveis a
dessecação, por serem recalcitrantes, e como a umidade das sementes tem influência direta na
germinação (ALVARENGA et al., 2007).
4.2.2 Teste de condutividade elétrica
Um dos métodos mais rápidos e eficientes utilizado para avaliação de vigor de
sementes é o teste de condutividade elétrica. Este teste pode ser conduzido pelo método mais
usual que é conhecido por condutividade de massa ou sistema de copo ou optar por uma
segunda alternativa que é a avaliação individual de sementes (VIEIRA; CARVALHO, 1994).
O teste de condutividade elétrica baseia-se no princípio de que o vigor está relacionada
à integridade do sistema de membranas celulares (MARCOS FILHO et al., 1987). Durante o
processo de embebição das sementes ocorre liberação de solutos citoplasmáticos de maneira
proporcional à desorganização das membranas. Sendo assim, quanto mais às membranas
estiverem desestruturadas e possuírem células danificadas, mais exsudados serão liberados,
aumentado assim a condutividade da solução, indicando que estas sementes têm baixo vigor.
Baixa condutividade da solução de embebição indica que as sementes são de alta qualidade e
vigor; soluções com alta condutividade, ou seja, maior saída de solutos sugere menor vigor
das sementes (VIEIRA; CARVALHO, 1994).
Segundo Marcos Filho et al, (1987) o teste de condutividade elétrica apresenta grande
26
sucesso na avaliação de vigor, do potencial de armazenamento e do potencial de emergência
de sementes de inúmeras espécies de grandes culturas, como por exemplo: soja, milho e
ervilha.
Para espécies florestais nativas os testes de condutividade elétrica realizados por Dutra
et al, (2007) com a espécie Senna siamea (Lam.) e por Cherobini, (2006) com as espécies
nativas Cedrela fissilis (Vell.), Schizolobium parahyba (Vell.), Enterolobium contortisiliquum
(Vell.) e Sesbania virgata Poir, foram muito eficientes para determinar a qualidade fisiológica
das sementes.
No teste de condutividade elétrica segundo Marcos Filho et al, (1987) deve ser testado
quatro repetições de 25 sementes. Entretanto, Vieira e Carvalho, (1994) indicam a preferência
de testar quatro repetições de 50 sementes, pois assim reduz o erro experimental.
Segundo Vieira e Carvalho, (1994) após a pesagem das repetições, feitas com muita
precisão, a quantidade de água destilada ou deionizada para a embebição das sementes é de 75
ml, podendo as repetições serem colocadas na câmara germinadora sob temperatura
controlada de 25ºC.
A leitura do condutivímetro segundo Marcos Filho et al. (1987) e Vieira e Carvalho,
(1994) deve ser realizada após 24 horas, entretanto, Dutra et al. (2007), Dias et al. (1996),
Vanzolini e Nakagawa, (1999) também realizaram a leitura do condutivímetro em períodos
mais curtos de embebição como por exemplo 3, 6, 9, 12, 15, 18 e 21 horas.
O resultado final obtido no condutivímetro é expresso em (µS/cm). Porém para que o
valor final fique expresso com relação ao peso da amostra, o resultado indicado no
condutivímetro deve ser divido pelo peso em gramas da amostra. Sendo assim, o resultado
final será expresso em, µS/cm/g (VIEIRA; CARVALHO, 1994).
4.2.3 Teste de tetrazólio
A busca por métodos rápidos para determinar a viabilidade de sementes é reconhecido
desde o final do século 19. No ano de 1949, foi desenvolvido por Lakon um teste bioquímico
rápido e eficiente, que ficou conhecido como teste de tetrazólio. Este teste atualmente é muito
utilizado para estimar a viabilidade bem como a vigor das sementes (DELOUCHE et al.,
1976; MARCOS FILHO et al., 1987; VIEIRA; CARVALHO, 1994).
O teste de tetrazólio baseia-se na alteração da coloração dos tecidos vivos das
27
sementes quando entra em contato com uma solução de cloreto de 2,3,5-trifenil tetrazólio. A
atividade das enzimas desidrogenases, particularmente a desidrogenase do ácido málico, que
atua no processo de respiração, reduz o sal para uma substância de cor vermelha, estável e
não-difusível denominada Formazan. Portanto, quando o sal de tetrazólio é reduzido isto
indica que ocorreu atividade respiratória nas mitocôndrias significando que as células e
tecidos estão viavéis. Quando os tecidos não adquirem coloração, significa que eles não são
viáveis (DELOUCHE et al., 1976; MARCOS FILHO et al, 1987; VIEIRA; CARVALHO,
1994).
Este teste pode ser dividido nas seguintes etapas: preparo das soluções, pré-
condicionamento das sementes, preparo das sementes, desenvolvimento da coloração,
avaliação das sementes e interpretação dos resultados (MARCOS FILHO et al., 1987).
Dependendo da espécie em estudo, do método de preparo das sementes, e da
permeabilidade do tegumento, existe uma variação na concentração do sal de tetrazólio
empregado no teste (MARCOS FILHO et al., 1987).
Em espécies florestais Mendonça et al., (2006) utilizaram tratamentos com as
concentrações de 0,075, 0,1, 0,5 e 1% , em sementes de Lafoensia pacari St. Hil.
Concentrações de 0,05; 0,075 e 0,1% do sal de tetrazólio foram utilizadas por Valadares et al
(2009) na espécie florestal nativa Poecilanthe parviflora e também por Fogaça et al, (2006)
em sementes de Gleditschia amorphoides Taub.
As concentrações citadas são as mais utilizadas em estudo para diversas espécies. A
preferência por menores concentrações deve-se ao fato do preço elevado deste sal, bem como,
facilita a visualização dos distúrbios de coloração dos tecidos e a identificação das injúrias.
(MARCOS FILHO et al., 1987).
Conforme o RAS, (2009) este teste deve ser realizado com 400 sementes fisicamente
puras subdivididas em quatro repetições de 100 sementes ou oito repetições de 50. Marcos
Filho et al, (1987) e Vieira e Carvalho, (1994) sugerem que em trabalhos de pesquisa e em
análises para fins de identificação pode ser utilizada 100 sementes divididas em duas
repetições de 50 sementes cada.
Antes da instalação do teste é desejável e necessário fazer o pré-condicionamento das
sementes, ou seja, a embebição em água ou colocá-las em ambiente úmido. Este
procedimento é necessário pois, com as sementes amolecidas a retirada do tegumento é
facilitada, ocorrendo a ativação de enzimas e uma melhor penetração do sal de tetrazólio
28
desenvolvendo assim uma coloração mais nítida e evidente (DELOUCHE et al., 1976;
MARCOS FILHO et al., 1987).
Com a finalidade de facilitar à penetração do tetrazólio a remoção do tegumento deve
ser feita após a embebição. A remoção do tegumento deve ser efetuada cuidadosamente, com
o auxilio de pínças ou com os dedos, evitando assim de causar injúrias ao embrião
(DELOUCHE et al., 1976; MARCOS FILHO et al., 1987).
Para desenvolver a coloração as sementes devem ser imersas na solução de tetrazólio e
mantidas em um germinador ou câmara a temperatura de 30º a 40º para que a reação ocorra
mais rapidamente. Esta coloração deve ocorrer no escuro, pois a luz pode provocar alteração
da coloração da solução levando a erros de interpretação de resultados (MARCOS FILHO et
al., 1987; BRASIL, 2009).
Terminado o período de imersão das sementes na solução de tetrazólio, as mesmas são
retiradas da solução e lavadas em água corrente. Na sequência, as sementes são imersas em
água ou colocadas sobre um papel úmido, para evitar que fiquem ressecadas até o momento
das avaliações (MARCOS FILHO et al., 1987, BRASIL, 2009).
Cada semente deve ser examinada individualmente, sendo necessário o conhecimento
morfológico da semente. Durante a avaliação devem ser consideradas principalmente as
seguintes características da semente: cor, turgescência dos tecidos, localização de manchas,
fraturas e lesões (MARCOS FILHO et al., 1987).
Os tecidos sadios apresentam coloração vermelha brilhante ou rosa brilhante e os
tecidos mortos são descoloridos; entretanto, deve-se tomar cuidado com a intensidade de
coloração. Tecidos que apresentam coloração vermelho-grená não indicam tecidos vigorosos,
mas sim tecidos que apresentam deterioração. Isto se deve ao fato de que no início do
processo de deterioração as membranas estão mais permeáveis permitindo assim uma maior
quantidade de penetração da solução de tetrazólio (MARCOS FILHO et al., 1987).
Para Vieira e Carvalho, (1994) e Marcos Filho et al. (1987) a determinação da
viabilidade ou vigor das sementes pode ser realizada, separando-as em classes. Os autores
sugeriram oito classes. As sementes que se identificam com as classes 1 a 5 são consideradas
viáveis e as sementes das classes 6 a 8, não são viáveis.
Conforme Pinã Rodrigues e Santos (1988), o teste de tetrazólio não tem sido muito
utilizado em espécies florestais, entretanto, a sua utilização se justifica por ser um teste rápido
e eficiente. Considerando que muitas espécies florestais têm um período de germinação
29
demorado, este teste é um meio de termos resultados da viabilidade e vigor das sementes em
um tempo reduzido.
4.3 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE SEMENTES
De acordo com Carvalho e Nakagawa, (2000) o conhecimento da composição química
de sementes é de interesse da tecnologia de sementes, pois tanto a vigor quanto o potencial de
armazenamento de sementes são influênciados pelo teor dos compostos presentes.
As principais substâncias de reserva nas sementes são carboidratos, proteínas e lipídios
sendo que a proporção desta composição pode variar de espécie para espécie e até entre
espécies de uma mesma família (AGUIAR et al., 1993).
Os carboidratos mais importantes encontrados em sementes são o amido, a celulose,
hemicelulose, as pentosanas, as dextrinas e os açúcares. Os carboidratos sob a forma de amido
é o principal material de reserva nas sementes cultivadas. Os açúcares representam apenas
uma pequena porcentagem dos carboidratos presentes na semente e podem ser encontrados
como monossacarídeos (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).
Os lipídios na forma de triacilgliceróis são amplamente distribuídos como reservas de
carbono e energia química em sementes embora eles possam ser encontrados em todos os
tecidos vegetais. Nas sementes, os locais de armazenamento de lipidios são os cotilédones ou
o endosperma (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).
As proteínas são os componentes básicos de toda célula viva portando são essenciais
em todas as sementes, entretanto ocorrem em menor proporção que os carboidratos e lipídios.
As maiores concentrações de proteínas estão localizadas no embrião, contudo podem ser
encontradas em todos os outros tecidos da semente (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).
4.3.1 Composição química de sementes de C. brasiliense.
Sementes de Calophyllum brasiliense analisadas na Costa Rica apresentaram as
seguintes quantidades: de lipídeos de 38% a 39% , de carboidratos de 24% a 26%, de proteína
7% a 8 % e 28% de teor de água (NERY et al, 2007).
Nery et al., (2007) em trabalho feito na UFLA também analisou a composição química
de sementes maduras de C. brasiliense. Os valores que foram encontrados foram semelhantes
30
às do estudo feito na Costa Rica.
A umidade das sementes analisadas era de 45,6%, com relação ao extrato etéreo
apresentaram 24,5±0,85% sendo assim ela pode ser considerada como uma semente
oleaginosa. O principal componente de reserva, o amido, apresentou 10,6±1,02% dos
constituintes da semente. Com relação a fibra bruta e proteína bruta apresentaram,
respectivamente, 3,34±0,14% e 6,8±0,25%. A quantidade de açúcares solúveis totais
representou 2,27±0,05%, dividindo esta quantidade em açúcares não-redutores e redutores os
autores obtiveram amostras a quantidade de 1,76±0,05% e 0,42±0,01% respectivamente
(NERY et al, 2007).
4.4 DETERMINAÇÕES ADICIONAIS
4.4.1 Peso de mil sementes
Quantificar o peso de mil sementes de uma amostra é um dado importante, pois
obtemos informações sobre a qualidade das sementes, ou seja, o estado de maturidade e
sanidade, proporcionando também ter uma noção do tamanho das sementes (BRASIL, 2009;
MARCOS FILHO et al., 1987).
Partindo do conhecimento do peso de mil sementes é possivel realizar o cálculo de
densidade de semeadura, o número de sementes por embalagem e também o peso da amostra
de trabalho para análise de pureza, quando a espécie em estudo não estiver relatada no RAS
(BRASIL, 2009; MARCOS FILHO et al., 1987).
31
5 MATERIAL E MÉTODOS
Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Análise de Sementes, localizado
no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis –
SC.
As sementes de Calophyllum brasiliense foram coletadas em populações nativas do
Parque Ecológico do Córrego Grande, Florianópolis – SC. Estas sementes encontravam-se
embaixo das copas dos olandis, como também em árvores próximas. A maioria dos frutos
coletados estavam despolpados restando dele o endocarpo e a semente objeto do presente
estudo.
Figura 01: Planta de Olandi (Calophyllum brasiliense ) no Parque Ecológico do Córrego Grande, Florianópolis – SC
32
Figura 02: Frutos de Olandi (Calophyllum brasiliense ) desprovidos de exocarpo e mesocarpo.
Dos frutos coletados que ainda estavam com a polpa, percebeu-se após a retirada do
endocapo, que a maioria estava necrosado.
Figura 03: Semente de Olandi (Calophyllum brasiliense) após a retirada do endocarpo.
5.1 TESTES DE GERMINAÇÃO
Foram realizados dois testes de germinação com as sementes de C. brasiliense. No
primeiro teste foram utilizadas sementes com o tegumento preservado e no segundo teste
33
sementes sem o tegumento. Para cada um dos testes foram utilizadas 200 sementes,
representantes de quatro repetições, sendo portanto cada uma composta por 50 sementes.
No preparo das sementes foi retirado cuidadosamente o endocarpo dos frutos,
deixando apenas a semente. Para o tratamento sem o tegumento, o mesmo foi retirado
manualmente, com cuidado para evitar danos ao embrião.
Em laboratório, o método utilizado para o experimento teve início com a hidratação
com água destilada do papel germitest numa bandeja, em quantidade suficiente para umedece-
lo. Sobre o papel germiteste, com auxílio de uma pinça foram colocadas as sementes,
dispostas em 5 linhas e 10 colunas, como mostra nas Figuras 4 e 5.
Figura 04: Teste de germinação de sementes contendo tegumentos de Olandi (Calophyllum brasiliense).
34
Figura 05: Teste de germinação de sementes sem o tegumento de Olandi (Calophyllum brasiliense).
Colocadas as sementes, cada papel germitest foi cuidadosamente enrolado e
identificado com o número da repetição e levado à câmara de germinação, na posição vertical,
onde permaneceram sob condições controladas, com 25ºC de temperatura e 100% de umidade
relativa do ar.
Figura 6: Sementes de Calophyllum brasiliense em câmara de germinação sob condições de 25ºC de temperatura e 100% de umidade em papel germitest.
As avaliações foram feitas até 35 dias após a implantação do experimento. O
acompanhamento da germinação ocorreu para os dois tratamentos nos seguintes dias após a
implantação: 5º, 9º, 12º, 15º, 19º, 22º, 26º, 30º e 35º. Em cada dia avaliado, foi registrada a
quantidade de sementes germinadas. Foram consideradas como germinadas as sementes que
apresentavam a radícula e a plúmula desenvolvida. As sementes germinadas permaneceram
no papel germiteste para posterior medição do comprimento da radícula, da parte aérea, do
epicótilo e comprimento total das plântulas. Os resultados finais dos testes foram expressos
em porcentagem de número de plântulas normais (sementes germinadas), plântulas anormais,
sementes com radícula desenvolvida, sementes duras e sementes mortas.
35
O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado com quatro
repetições, cada uma com 50 sementes. Os dados obtidos no testes germinação foram
submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de
probabilidade de erro.
5.2 PERÍODO PARA FORMAÇÃO DA PARTE AÉREA E AVALIAÇÕES DE
COMPRIMENTO DE CARACTERÍSTICAS DAS PLÂNTULAS
Concomitante ao teste de germinação das sementes, com tegumento e sem o
tegumento, foi identificado o tempo para o início da formação da parte aérea e também feitas
medições de algumas características das plântulas formadas.
O tempo percorrido para a formação da parte aérea das primeiras sementes germinadas
foi registrada, quando a plúmula já estava desenvolvida.
Quanto às características das plântulas foram medidas: o tamanho da raiz primária, do
epicótilo, da parte aérea e comprimento total de cada plântula.
Com auxílio de uma régua de graduação em centímetros, a medição dos
comprimentos, das plântulas foi definida da seguinte maneira:
• da ponta da raíz até o colo da plântula, como a raiz primária;
• do colo da raiz até a primeira inserção de folhas cotiledonares, como epicótilo;
• do colo da plântula até o topo da folha primária, como comprimento da parte
aérea;
• e da ponta da raiz primária ao topo da folha primária, como comprimento total da
plântula.
Todas as avaliações de tamanho das plântulas foram realizadas quando o primeiro
primórdio foliar ficou completamente expandido e começou a adquirir coloração verde. As
plântulas foram retiradas do teste de germinação à medida que atingiam este estádio de
desenvolvimento.
A tomada das medidas das plântulas ocorreram em diferentes períodos, devido a
desuniformidade da germinação das sementes. Entretanto, para os dois testes de germinação a
primeira avaliação de medida dos comprimentos ocorreu no 20º dia, quando o primeiro
primórdio foliar ficou completamente expandido e começou a adquirir coloração verde
36
(Figura 07).
As dez primeiras plântulas retiradas de cada repetição de cada um dos testes de
germinação foram utilizadas para a análise estatística.
Figura 07: Plântulas de Olandi (Calophyllum brasiliense ) com o primeiro primórdio foliar expandido e adquirindo coloração verde na parte aérea.
O experimento foi conduzido no delineamento inteiramente casualizado com 4
repetições com 10 plântulas cada. Os tratamentos avaliados são: com e sem tegumento cada
um com quatro repetições e com dez plântulas retiradas por repetição para análise. Os dados
obtidos foram sumetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste
Tukey a 5% de probabilidade de erro.
5.3 TESTE DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA
Neste teste foi determinado o vazamento de solutos e sua relação com a vigor das
sementes de C. brasilense. Os equipamentos utilizados foram: um condutivímetro Modelo
MB-11P-Marte, germinador de câmara com a temperatura de 25ºC e umidade relativa do ar
de 100%, balança de precisão, béquers de 250 ml, pinças, peneira e água destilada.
37
Figura 08: Sementes de Calophyllum brasiliense em água destilada como solução de embebição.
O procedimento inicial para a realização do teste de condutividade foi a medida de massa
de 26g de sementes para cada uma das quatro repetições. Conhecido o peso das amostras, as
sementes foram colocadas em béquers de 250 ml contendo 75 mL de água destilada. Antes de
serem levadas ao germinador de câmara, as amostras foram agitadas suavemente e na sequência
realizada a primeira medição da condutividade, ou seja, no tempo 0h.
A leitura da condutividade elétrica ocorreu em diferentes tempos de embebição; no
início do teste e após 1, 2, 4, 6 e 24 horas. Concluídos cada período de embebição as
repetições foram retiradas do germinador de câmara e novamente agitadas suavemente. Na
sequência, foi realizada a leitura do condutivímetro que expressa os dados em µS/cm.
Para que o valor final fique expresso com relação ao peso da amostra, o resultado
indicado no condutivímetro foi divido pela massa em gramas da amostra. Sendo assim, o
resultado final expresso em, µS/cm/g.
Conhecidos os valores de condutividade elétrica em µmhos/cm/g, foi calculado a taxa
de condutividade elétrica por tempo de embebição. Esta taxa foi obtida, calculando a
diferença entre dois períodos de embebição, ou seja, o tempo de embebição de 2 horas pelo
tempo de embebição anterior, que neste caso é 1 hora.
Com o valor desta taxa por tempo de embebição foi calculada também a taxa da
condutividade elétrica para cada hora. Para isso, dividiu-se a taxa obtida da diferença de dois
períodos de embebição pelo número de horas que decorreram entre os tempos de embebição.
Foram feitos dois gráficos: um representando o aumento da liberação de solutos na
solução pelos determinados períodos de embebição avaliados e outro representando a taxa de
condutividade elétrica em µmhos/cm/g por cada hora.
38
5.4 TESTE DE TETRAZÓLIO
As sementes de C. brasiliense passaram por embebição direta em água destilada por
24 horas, estando acondicionadas em beckers de 600 ml e mantidas em câmara de germinação
tipo BOD na ausência de luz e sob temperatura constante de 25ºC.
Na sequência, o tegumento (Figura 09) das sementes foi removido manualmente e
feita à separação dos cotilédones com o auxílio de bisturi.
Figura 09: Semente de Olandi (Calophyllum brasiliense ) com ausência parcial do tegumento.
Para o processo de coloração foram utilizadas quatro repetições com 25 sementes (embriões)
para cada um dos tratamentos. Os quatro tratamentos avaliados foram os seguintes: sementes
coletadas no solo utilizando as concentrações de 0,1 e 0,5% de tetrazólio e sementes coletadas nas
árvores utilizando também as concentrações de 0,1 e 0,5% de tetrazólio.
As duas metades dos embriões foram submetidas à coloração de tetrazólio, entretanto,
para a avaliação final apenas uma metade foi analisada.
Os embriões foram acondicionados em beckers de 100 mL, onde foi adicionado o
volume de 25 ml de solução de 2,3,5 trifenil cloreto de tetrazólio quantidade esta suficiente
para cobrir todas as sementes.
A coloração ocorreu em período de 3 horas em câmara a 30ºC, na ausência de luz.
Após o período de coloração, as soluções foram drenadas e os embriões lavados em água
destilada e mantidos imersos em água destilada até o momento da avaliação.
Cada embrião foi analisado individualmente e avaliados de acordo com a coloração
39
dos tecidos e ocorrência de danos (quanto à localização e tamanho), a interpretação foi feita
com auxílio de lupa modelo Glass Magnifying Ø 90 mm.
Considerou-se na diferenciação de cores de tecidos embrionários, os seguintes critérios
estabelecidos por Delouche et al., 1976; Marcos Filho et al., 1987) para o teste de tetrazólio:
vermelho brilhante ou rosa (tecido vivo vigoroso) e branco ou amarelado (tecido morto).
Cada embrião foi analisado e identificado individualmente em uma das sete categorias
conforme mostrado na Figura 10 criadas com base em trabalho de Delouche, (1976). As
categorias criadas foram às seguintes:
• Categoria 1: todo o embrião com coloração vermelha.
• Categoria 2: pequenas áreas não-coloridas nas laterais do cotilédone e demais
regiões com coloração vermelha.
• Categoria 3: pequena área não colorida no centro do cotilédone e demais regiões
com coloração vermelha.
• Categoria 4: menos de 50% de áreas descoloridas nas laterais e no centro do
cotilédone.
• Categoria 5: mais de 50% de áreas descoloridas nas laterais e no centro do
cotilédone.
• Categoria 6: eixo-embrionário completamente descolorido.
• Categoria 7: embrião completamente descolorido.
Figura 10: Categorias de sementes de Calophyllum brasiliense para interpretação do teste de tetrazólio.
Após a identificação e inclusão dos embriões nestas categorias, procedeu-se a
40
classificação. Os embriões identificados nas categorias 1, 2 ,3 e 4, foram classificados como
viáveis e os identificados nas categorias 5 , 6 e 7 como inviáveis.
Concluída a classificação dos embriões, para os que foram classificados nas categorias
viáveis 1, 2, 3, e 4, foi feita a soma por repetição e então calculada a média de sementes
viáveis na amostra expressando seu valor em percentagem.
No dia seguinte à análise e inclusão dos embriões nas categorias descritas, foi retirado
um embrião de cada categoria, dos quatro tratamentos e fotografados em um estereoscópio
Olympus SZH-10, equipado com câmera.
O experimento foi conduzido no delineamento inteiramente casualisado e a análise em
esquema bifatorial. O fator A da análise foi considerado como o local da coleta das sementes,
ou seja, no solo ou nas árvores, e o fator B foi considerado como as diferentes concentrações
da solução de tetrazólio utilizadas, ou seja, 0,1 e 0,5 %. Também foi analisada a interação
desses fatores. Os dados obtidos no teste de tetrazólio foram submetidos à análise de variância
e as médias foram comparadas pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade de erro.
5.5 TESTES HISTOQUÍMICOS
As sementes de C. brasiliense foram submetidas a testes histoquímicos para identificar
a presença de amido e lipídios. O procedimento de coloração das sementes teve início com o
seccionamento longitudinal, feito manualmente e com auxílio de bisturi. As sementes foram
submetidas à coloração com os corantes Lugol e Sudan III.
Para a detecção de lipídios nas sementes foram colocadas gotas do corante Sudan III,
cujo mecanismo de reação é por dissolução do corante nos lipidios, originando uma
coloração alaranjada. Após o período de coloração com o Sudan III as sementes foram
analisadas em estereoscópio equipado com câmera e em seguida fotografadas.
Para a detecção de amido foram colocadas gotas do corante Lugol na semente. O amido
presente principalmente nos cotilédones das sementes reage com o componente iodo da solução
de Lugol, apresentando uma coloração azul intensa. Após o período de coloração com o Lugol as
sementes foram analisadas em estereoscópio equipado com câmera e em seguida fotografadas.
5.6 DETERMINAÇÃO DO PESO DE MIL SEMENTES
41
Para a realização da determinação do peso de mil sementes foram retiradas
manualmente do lote de sementes 8 repetições contendo 50 sementes cada e em seguida estas
foram pesadas.
Os resultados foram expressos calculando-se a variância, o desvio padrão e o
coeficiente de variação dos valores obtidos das pesagens, da seguinte maneira:
Variância = n (∑ x²) – (∑ x)² n (n-1) Onde: x = peso de cada repetição;
n = número de repetições; ∑ = somatório;
Desvio padrão (S) = Coeficiente de variação (CV) = S x 100 Onde x = peso médio de 50 sementes; O resultado do teste foi obtido pela multiplicação da média do peso das repetições das 50 sementes do lote por 20.
42
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
6.1 TESTES DE GERMINAÇÃO
Os resultados referentes ao percentual de germinação utilizando lotes de sementes com
o tegumento e sem o tegumento estão na Tabela 1.
Tabela 1: Média de plântulas normais (PN %), plântulas anormais (PA %), sementes com radícula desenvolvida (RD %), sementes duras (SD %) e sementes mortas (SM%) de Calophyllum brasiliense.
Teste de Germinação Amostra PN % PA % RD % SD % SM %
Com tegumento 46 a 0 a 13 a 30 a 11 a Sem tegumento 30 b 0 a 12 a 50 b 8 a
C.V.% 18,44 0 27,32 12,90 31,05 Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
Quanto à análise de porcentagem de plântulas normais germinadas ocorreram
diferenças significativas entre as amostras de sementes submetido ao tratamento com
tegumento, em relação ao tratamento sem tegumento. Sendo assim, a amostra de sementes
submetidas ao tratamento com tegumento apresentou melhor resultado de germinação,
portanto, é o mais indicado para a germinação de sementes de Callophyllum brasiliense.
O resultado do coeficiente de variação que estima a confiabilidade do experimento
para a análise de porcentagem de plântulas normais foi de 18,44%. Valor este que pode ser
considerado adequado por se tratar de uma espécie ainda pouco estudada em relação a testes
de germinação.
No teste de germinação para o tratamento sem tegumento, no local em que as
sementes ficaram depositadas, ficou aderido ao papel germiteste uma goma-resina
esverdeada. Esta goma-resina também foi relatada em trabalhos de Nery et al., (2007) e ainda
não se tem estudos sobre se ela apresenta alguma substância que pode influenciar
negativamente na germinação das sementes.
A quantidade de plântulas normais germinadas para o tratamento com tegumento não
diferiu muito do que foi apresentado em trabalho de Ferreira et al., (2007) sobre ecofisiologia
43
da germinação de sementes de C. brasiliense.
Estudo de Ferreira et al., (2007) encontraram, nas condições de ausência de luz e
temperatura à 25ºC, ou seja, nas mesmas condições de realização deste experimento, a
porcentagem de germinação de plântulas normais foi de 45,45% resultado muito semelhante
aos 46% obtidos neste trabalho.
Em relação à análise de sementes duras, no tratamento com tegumento obteve-se uma
porcentagem menor de sementes duras em relação ao tratamento sem tegumento, ocorrendo
também diferenças significativas e com um coeficiente de variação de 12,90%, que também
pode ser considerado adequado.
Não foram encontradas nas avaliações plântulas anormais no teste de germinação.
Sobre a quantidade de sementes mortas não houve diferenças significativas entre os
tratamentos.
Quanto à porcentagem de sementes com a radícula desenvolvida também não houve
diferenças significativas entre os dois tratamentos. A porcentagem de sementes com a radícula
em desenvolvimento encontradas na avaliação final, tanto para o tratamento com o tegumento
e sem o tegumento é considerável e indica que a duração do teste de germinação para esta
espécie deve ser superior ao período de 35 dias de cultura utilizados neste trabalho.
Sendo assim, se estas sementes conseguissem germinar e fossem classificadas como
normais teria-se um aumento do número de sementes germinadas, superando até as
porcentagens de germinação encontrados por Ferreira et al., (2007).
Segundo Medeiros e Abreu, (2005) algumas espécies nativas como o Machaerium
stipitatum (DC.). Vogel, Drimys brasiliensis Miers e Syagrus romanzoffiana (Cham.)
Glassman, demoram mais de 40 dias e no caso de Psidium cattleianum Sabine, chega até 90
dias para ser realizada a última contagem do teste de germinação. Desta forma para o
Callophyllum brasilense também deve-se deixar um tempo maior do que 35 dias para fazer a
contagem final do teste de germinação devido que na análise final do teste realizado neste
trabalho foram encontradas muitas sementes com a radícula em pleno desenvolvimento.
Na Figura 11 podemos observar o teste de germinação com tegumento na última
avaliação do teste de germinação. Na Figura 12 pode-se observar a germinação das sementes
do tratamento com o tegumento e os diferentes estádios de desenvolvimento das plântulas.
44
Figura 11: Teste de germinação de sementes de Olandi (Calophyllum brasiliense) do tratamento com tegumento na avaliação final.
Figura 12: Germinação de sementes de Calophyllum brasiliense com tegumento até o estádio de plântula. A – protrusão da raiz primária, B – alongamento da raiz primária e desenvolvimento da plúmula, C –D – alongamento do epicótilo, E – aparecimento de raízes secundárias, F - primórdios foliares em fase de expansão.
45
6.2 PERÍODO PARA FORMAÇÃO DA PARTE AÉREA E AVALIAÇÕES DE
COMPRIMENTO DE CARACTERÍSTICAS DAS PLÂNTULAS
O período para formar a parte área demorou nove dias, após a implantação do
experimento, tanto para o tratamento de sementes com o tegumento e para o sem tegumento.
O aparecimento da plúmula desenvolvida foi o momento em que se considerou como efetuada
a germinação da semente. Na Figura 13 pode-se observar a plúmula desenvolvida aos nove
dias no teste de germinação com tegumento.
Figura 13: Sementes germinadas de Olandi (Calophyllum brasiliense) com o aparecimento da plúmula ao 9º dia de cultura.
O período de formação da parte aérea diferiu muito do que foi relatado nos estudos de
Nery et al., (2007). Segundo eles o desenvolvimento da plúmula ocorreu aos 28 dias.
Entretanto, a porcentagem de sementes que apresentaram a plúmula desenvolvida aos
nove dias no teste de germinação com tegumento foi de apenas 8% e no teste de germinação
sem tegumento, foi somente 2%.
Observou-se que a desuniformidade de tempo para a formação da parte aérea foi muito
grande, pois sementes com até 35 dias de cultura, ou seja, na última avaliação do teste de
germinação, era possível observar a presença da plúmula. Isto pode ser devido ao fato de que
as sementes foram coletadas de árvores de diferentes procedências, podendo assim ter
diferenças na capacidade de germinação.
Neste teste confirma-se que as sementes de Calophyllum brasiliense apresentam dormência
física imposta pelo endocarpo do fruto, como também já havia sido relatado por Carvalho, (1994),
visto que as sementes iniciaram a sua germinação, mesmo que desuniformemente, logo quando
46
foram submetidas a condições favoráveis de temperatura, luz e umidade.
Sementes de Calophyllum brasiliense por pertencerem ao estágio sucessional de
clímax apresentam sementes grandes pois necessitam de grande quantidade de reserva para a
sua emergência (MEDEIROS, 2004; CARVALHO, 1994). Suas sementes têm vida curta e
são recalcitrantes como relatado em trabalho de Nery et al., (2007) portanto a germinação
deve iniciar em um curto período.
A variação da biologia reprodutiva encontrada nos olandis no Parque Ecológico do
Córrego Grande foi grande, ou seja, foram encontradas árvores em floração, com frutos e
outras em início de brotação.
Concluiu-se que para as sementes coletadas no solo apresentaram diferenças de dias
ou até meses devido às variações da biologia reprodutiva. Sendo assim estas sementes
coletadas podem ter sofrido diferentes adversidades de campo afetaram seu poder germinativo
determinando então a desuniformindade da germinação.
Os tamanhos médios da raiz primária, do epicótilo, da parte aérea e comprimento total
das plântulas para as dez primeiras plântulas de cada repetição, utilizando os lotes de
sementes com o tegumento e sem o tegumento estão expressos na Tabela 02.
Tabela 02: Tamanhos médios da raiz primária (cm), do epicótilo, da parte aérea e comprimento total das plântulas de Olandis de sementes com e sem tegumentos (Calophyllum brasiliense).
Comprimento
Tratamento Da raiz Do epicótilo Da parte aérea Total
Sementes com tegumento
6,365 a 3,285 a 9,2575 a 15,6225 a
Sementes sem tegumento
3,9125 b 2,7625 a 7,3175 b 10,98 b
C.V. % 8,78 10,23 6,61 5,36
Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
Quanto à análise do comprimento de algumas características das plântulas normais que
foram retiradas do teste de germinação ocorreram diferenças significativas sobre o
comprimento da raiz, da parte aérea e comprimento total das plântulas entre os dois lotes de
sementes analisados. Para o comprimento do epicótilo não houve diferenças significativas.
Os resultados dos coeficientes de variação encontrados nas quatro análises foram
47
baixos por isso indicam que este experimento é muito confiável.
A amostra de sementes submetidas ao tratamento com tegumento apresentou maior
tamanho para as características avaliadas e com as diferenças significativas encontradas para
três das quatro características, afirma-se que esta amostra possui maior vigor sobre a amostra
de sementes sem tegumento.
6.3 TESTE DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA
Os resultados do teste de condutividade elétrica podem ser observados na Figura 14,
os quais mostram a quantidade de solutos lixiviados liberados pelas sementes durante os
períodos de embebição. Quanto maior forem estes valores, menor é a vigor dessas sementes.
Pode-se observar na Figura 14 que durante o decorrer dos diferentes períodos de
embebição começou a aumentar a condutividade elétrica (expressa em µS/cm/g) da solução
devido à liberação de solutos das membranas deterioradas.
Figura 14: Média dos valores de condutividade elétrica (µmhos/cm/g) de sementes de Olandis (Calophyllum brasiliense) por diferentes tempos de embebição.
Até o momento da última avaliação, ou seja, 24 horas a condutividade ainda não tinha
se estabilizado. Entretanto, fazendo uma análise dos períodos de embebição em relação à taxa
de condutividade em µmhos/cm/g calculada para cada hora podemos observar que a taxa de
liberação de solutos diminuiu (Figura 15).
48
Estes valores mostram que provavelmente a liberação de solutos das sementes está
perto de cessar indicando que as membranas deterioradas já liberaram todos os seus solutos.
Figura 15: Taxa de condutividade elétrica (µmhos/cm/g) em sementes de Olandis (Calophyllum brasiliense) por cada hora de embebição.
Na literatura não existem muitos estudos sobre testes de condutividade elétrica para
avaliação de vigor de espécies florestais nativas. Segundo Vieira e Carvalho, (1994) as
espécies que apresentam a maior quantidade de informações são sementes de culturas de
lavouras como: feijão, soja, ervilha e milho.
Existe grande dificuldade de fazer comparações entre sementes de diferentes espécies,
pois não se dispõe de parâmetros de comparações. Esta dificuldade existe até entre mesmas
espécies, pois diferença de metodologia como utilização de diferentes e volumes e qualidade
de água, tamanhos de recipiente de embebição utilizado podem influenciar diretamente nas
interpretações.
Contudo, fazendo um comparativo com outra espécie florestal nativa em teste com
metodologia muito semelhante à utilizada neste trabalho, Cherobini, (2006) encontrou, com o
Schizolobium parahyba (Vell.) a condutividade elétrica de 12, 9,3 e 6,0 µS/cm/g para cada um
dos tratamentos estudados e com auxílio de outros testes de vigor considerou que as sementes
apresentavam alta qualidade fisiológica.
Cherobini, (2006) em estudos com outras espécies, os valores de condutividade
elétrica encontrados variaram muito chegando a valores de 107 µS/cm/g para Cedrela fissilis
e 28 µS/cm/g para Sesbania virgata. Fazendo um comparativo destes exemplos acima com as
49
sementes de Calophyllum brasiliense que apresentou condutividade máxima de 6,5 µS/cm/g
pode-se considerar como uma amostra de sementes com alta vigor.
Entretanto como também ocorre em outros testes, a utilização apenas do teste de
condutividade elétrica só permite comparações entre o potencial fisiológico dos lotes de
sementes avaliados. Para ter-se real avaliação do vigor das sementes analisadas é necessário
além do teste de condutividade elétrica um conjunto de informações obtidas através de mais
de um teste de vigor.
6.4 TESTE DE TETRAZÓLIO
Nas Figuras 16 e 17 estão representados respectivamente, para as concentrações de
0,1% e 0,5 % de solução de tetrazólio do lote de sementes coletado no chão, um embrião de
cada uma das sete categorias de viabilidade criadas, que foram as seguintes:
Viáveis:
1 - todo o embrião com coloração vermelha.
2 - pequenas áreas não-coloridas nas laterais do cotilédone e demais regiões com
coloração vermelha.
3 - pequena área não colorida no centro do cotilédone e demais regiões com coloração
vermelha.
4 - menos de 50% de áreas descoloridas nas laterais e no centro do cotilédone.
Inviáveis:
5 - mais de 50% de áreas descoloridas nas laterais e no centro do cotilédone.
6 - eixo-embrionário completamente descolorido.
7 - embrião completamente descolorido.
50
Figura 16: Categorias de sementes de Olandi (Calophyllum brasiliense) após tratadas com tetrazólio de 0,1% do lote de sementes coletado no solo (Aumento de 1,5X).
51
Figura 17: Categorias de sementes de Olandi (Calophyllum brasiliense) após tratadas com tetrazólio de 0,5% do lote de sementes coletado no solo (Aumento de 1,5X).
Nas Figuras 18 e 19 está representado respectivamente, para as concentrações de 0,1%
52
e 0,5 % de solução de tetrazólio do lote de sementes coletado nas árvores, um embrião de
cada uma das seis primeiras categorias de viabilidade criadas. Para a categoria 7 que inclui as
sementes com o embrião completamente descolorido não foi encontrada nenhuma semente
neste lote coletado das árvores.
Figura 18: Categorias de sementes de Olandi (Calophyllum brasiliense) após tratadas com tetrazólio de 0,1% do lote de sementes coletado das árvores (Aumento de 1,5X).
53
Figura 19: Categorias de sementes de Olandi (Calophyllum brasiliense) após tratadas com tetrazólio de 0,5% do lote de sementes coletado das árvores. (Aumento de 1,5X).
O procedimento de pré-condicionamento das sementes com embebição em água por
24 horas, com posterior retirada do tegumento, embora tenha sido uma operação delicada e
trabalhosa, foi essencial para reduzir o tempo necessário para os embriões adquirirem a
coloração adequada. A exposição à solução de tetrazólio nas duas concentrações de solução
por 3 horas a 30ºC no escuro foi considerado como adequada para avaliação da viabilidade de
sementes de Calophyllum brasiliense.
A secção longitudinal dos embriões foi muito importante para a penetração da solução
54
de tetrazólio nos tecidos. Contudo à inclusão dos embriões nas diferentes categorias foi um
pouco dificultada, devido à alguns danos causados pelo bisturi no momento da secção dos
embriões.
Na Tabela 03 está expressa a porcentagem de embriões incluidos em cada uma das
sete categorias criadas, para os quatro tratamentos.
Tabela 03: Porcentagem de embriões incluidos em cada uma das sete categorias de sementes Olandis (Calophyllum brasiliense ) após tratadas com tetrazólio de 0,1% 05% de concentração. Tratamentos: Solo = sementes coletadas no solo abaixo da copa das árvores. Árvores = sementes coletadas nas árvores.
Tratamentos Categoria Solo 0,1% Solo 0,5% Árvores 0,1% Árvores 0,5%
1 9 11 29 32 2 10 9 19 25 3 16 15 17 15 4 16 17 16 7 5 29 33 15 17 6 4 2 4 4 7 16 13 0 0
Na Tabela 04 estão os resultados do teste de tetrazólio para os quatro tratamentos
utilizados.
Tabela 04: Porcentagem de sementes viáveis para o teste de tetrazólio a 0,1 e 05% de Olandis (Calophyllum brasiliense).
Concentração 0,1% Concentração 0,5% Média Fator A
Local de coleta: solo 51 aA 52 aA 51,5 a
Local de coleta: Árvore
81 aA 79 aA 80,0 b
Média Fator B 66,0 a 65,5 a
Para o fator A e fator B médias seguidas pela mesma letra minúscula não difere estatisticamente pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Para a interação (AxB) médias seguidas pela mesma letra minúscula nas linhas e pela mesma letra maíuscula nas colunas, não diferem estatisticamente pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade de erro.
Observando a Tabela 04, o fator A que avalia o local de coleta, os dados indicam que
ocorreram diferenças significativas na análise. Sendo assim, as sementes coletadas das árvores
apresentaram maior viabilidade do que as sementes coletadas do chão.
55
As sementes coletadas no solo tiveram uma menor viabilidade, que pode ser devido ao
fato de estaram expostas há mais tempo sob adversidades no campo, o que pode ter causado
uma maior deterioração. Dentre estas adversidades que podem acelerar a deterioração cita-se:
temperaturas extremas, danificações por insetos, ataques por microorganismos, variações no
teor de umidade, entre outros.
Para o fator B que avalia as duas concentrações utilizadas não ocorreram diferenças
significativas. Sendo assim, as duas concentrações podem ser utilizadas neste teste.
Contudo a concentração de 0,5% da solução de tetrazólio permitiu uma coloração mais
nítida dos embriões quando comparada à concentração de 0,1%, facilitando então a análise
visual da viabilidade.
Entretanto a concentração de 0,1% tem ao seu favor o fato de que a quantidade de sal
de tetrazólio utilizada é menor e com isso diminuem-se os custos com este reagente.
Para o fator de interação (AxB) como todas as médias foram estatisticamente iguais,
pode-se inferir que não existe um método de coleta associado a uma concentração do sal de
tetrazólio que seja superior ao outro tratamento.
Conforme os resultados expressos na Tabela 04 observaram-se que os resultados
obtidos no teste de tetrazólio com o lote de sementes coletadas do solo não proporcionou
estimativas de viabilidade das sementes de Calophyllum brasiliense muito diferente dos
resultados expressos na Tabela 01, obtidos no teste de germinação para o tratamento com
tegumento que foi realizado com sementes deste mesmo lote.
Os resultados dos testes de tetrazólio e germinação geralmente coincidem, porém,
esses resultados podem apresentar diferenças, isto porque no teste de tetrazólio, não é
avaliado, por exemplo, possíveis infestações com patógenos no lote. Dessa forma, as
sementes que poderiam estar com sua sanidade prejudicada devido aos patógenos, no teste de
tetrazólio estas sementes são consideradas como viáveis e, como conseqüência, o teste de
tetrazólio pode apresentar resultados maiores.
O teste de tetrazólio por se tratar de um teste realizado em curto tempo e confiável na
análise de sementes, pois fornece informações da viabilidade em um período menor que o
teste de germinação, é recomendado para avaliação de várias espécies florestais, tais como,
Lafoensia pacari - mangaba-brava (Mendonça et al, 2006), Gleditschia amorphoides – sucará
(Fogaça et al., 2006), Parkia velutina - visgueiro (Mendes et al., 2009), Schizolobium
parahyba - guarupuvú e Enterolobium contortisiliquum - timbaúva (Cherobini, 2006), entre
56
estas o Calophyllum brasiliense.
A interpretação dos resultados obtidos neste trabalho permite inferir que o teste de
tetrazólio pode ser utilizado na determinação da viabilidade das sementes de Calophyllum
brasiliense.
6.5 TESTES HISTOQUÍMICOS
No teste histoquímico a presença de amido foi detectada pelo corante Lugol
principalmente nos cotilédones. Devido a reação com o amido os cotilédones adquiriram uma
coloração negra como podemos observar na Figura 20. O resultado deste teste vem a
confirmar o que Nery et al., (2007) relatou em seu trabalho, indicando que o amido é o
principal componente de reserva.
Figura 20: Tecido cotiledonar submetido à coloração com Lugol e detectada a pesença de amido (aumento de 1,5X).
A presença de corpos lipídicos foi detectada pelo teste histoquímico realizado com o
corante Sudam III. Os cotilédones adquiriram coloração alaranjada devido a reação do Sudam
III com ácidos graxos da semente. Pode-se observar na Figura 21 a semente depois da
coloração com este reagente. Nery et al., (2007) em seu trabalho também detectou a presença
de lipídios nas sementes e a quantidade deste constituinte das sementes foi de 39%.
Nas sementes de Calophyllum brasiliense foi identificado qualitativamente a presença
de lipídios e com os resultados da quantificação deste componente químico realizados por
Nery et al., (2007) podemos considerar que a semente desta espécie é oleaginosa.
Desta forma as sementes oleaginosas apresentam menor potencial de armazenamento
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devido à menor estabilidade química dos lipídios, portanto devem ser armazenadas com grau
de umidade inferior do que sementes amiláceas por exemplo. Sendo assim se as sementes
forem armazenadas em condições de umidade não adequadas podem apresentar menor
qualidade.
Figura 21: Tecido cotiledonar submetido à coloração com Sudan III e detectada a presença de lipídios (aumento de 1,5X).
6.6 DETERMINAÇÃO DO PESO DE MIL SEMENTES
O peso de mil sementes da espécie Calophyllum brasiliense é 1784,35g. Na Tabela 05
estão os pesos das amostras das oito repetições e a média.
Em trabalho de Carvalho (1994) o peso de mil sementes é de 2000g. Valor este que
não diferiu muito do que foi encontrado neste trabalho, sendo assim, podemos considerar que
esta amostra de sementes apresenta boa maturidade. O coeficiente de variação foi de 4,24 %
então pode-se dizer que o experimento é confiável.
Tabela 05: Peso médio de 50 sementes de Calophyllum brasiliense. Média
Peso (g) 89,2175
58
7 CONCLUSÃO
No teste de germinação a amostra de sementes com o tegumento apresentou melhor
potencial germinativo, sendo assim, indicado para a germinação de sementes de Callophyllum
brasiliense.
O período da formação da parte aérea ocorreu aos nove dias após a implantação do
experimento, entretanto a porcentagem de sementes com parte aérea foi muito baixa para os
dois tratamentos avaliados.
A amostra de sementes submetidas ao tratamento com tegumento apresentou maior
tamanho para as características avaliadas, portanto, conclui-se que esta amostra possui maior
vigor do que a amostra de sementes sem tegumento.
O teste de condutividade elétrica indicou que a amostra de sementes avaliada
apresenta alto vigor.
No teste de tetrazólio as duas concentrações utilizadas permitiram a avaliação da
viabilidade das sementes. Este teste mostrou-se muito eficiente para diferenciar as duas
amostras, sendo que a amostra de sementes coletada nas árvores apresentou maior viabilidade.
Os testes histoquímicos avaliar qualitativamente a presença de amido e lipídios nas
sementes.
Como determinação adicional o peso de mil sementes desta espécie é de 1784,35g.
59
8 CONSIDERAÇÔES FINAIS
No RAS, a escassez de estudos relacionados à análise de sementes de espécies
florestais nativas, mostra o quanto esta área carece de informações.
Sendo assim, o presente estudo contribui para aprofundar o conhecimento da
Calophyllum brasiliense, através da realização de testes para a avaliação da qualidade de
sementes desta espécie.
Os resultados obtidos mostram a importância dessas análises para diferenciação de
lotes de sementes de qualidade e alto vigor e que, em condições de campo apresentem plantas
vigorosas, uniformes e de boa produtividade.
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