70
Victor Manuel Brizida Garcia Neto AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA DOS PLAYGROUNDS DAS ESCOLAS DE UMA CIDADE DE MÉDIO PORTE NO SUL DO BRASIL Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo Escola Paulista de Medicina para obtenção do Título de Mestre em Ciências São Paulo, Brasil 2016

AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA DOS PLAYGROUNDS DAS …criancasegura.org.br/wp-content/uploads/2016/12/TESE-VICTOR-FORMA... · Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo –

  • Upload
    ngokien

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Victor Manuel Brizida Garcia Neto

AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA DOS PLAYGROUNDS DAS ESCOLAS

DE UMA CIDADE DE MÉDIO PORTE NO SUL DO BRASIL

Tese apresentada à Universidade Federal

de São Paulo – Escola Paulista de

Medicina para obtenção do Título de

Mestre em Ciências

São Paulo, Brasil

2016

Victor Manuel Brizida Garcia Neto

AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA DOS PLAYGROUNDS DAS ESCOLAS

DE UMA CIDADE DE MÉDIO PORTE NO SUL DO BRASIL

Tese apresentada à Universidade Federal

de São Paulo – Escola Paulista de Medicina

para obtenção do Título de Mestre em

Ciências

Orientador:

Profa. Dra. Simone de Campos Vieira Abib

São Paulo

2016

Garcia Neto, Victor Manuel Brizida Avaliação da segurança dos Playgrounds das escolas de uma

cidade de médio porte no sul do Brasil. /Victor Manuel Brizida Garcia Neto.-- São Paulo, 2016.

xii, 57f.

Tese (Mestrado) – Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciência Cirúrgica Interdisciplinar.

Título em inglês: Playgrounds safety assessment in schools of a

medium-sized city on Southern Brazil.

1. Trauma. 2. Playground. 3. Acidentes. 4. Crianças. 5. Quedas.

iii

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA CIRÚRGICA

INTERDISCIPLINAR

Chefe do Departamento: Prof. Dr. José Luiz Martins

Coordenador do Curso de Pós-Graduação: Prof. Dr. Gaspar de Jesus Lopes Filho

iv

Victor Manuel Brizida Garcia Neto

AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA DOS PLAYGROUNDS DAS ESCOLAS

DE UMA CIDADE DE MÉDIO PORTE NO SUL DO BRASIL

BANCA EXAMINADORA:

Presidente: Profa. Dra. Simone de Campos Vieira Abib

MEMBROS EFETIVOS:

Profa. Dra. Renata Waksman

Profa. Dra. Maria Coralia Pauleto

Prof. Dr. José Luiz Martins

MEMBRO SUPLENTE:

Prof. Dr. Ivan Hong Jun Koh

v

Dedicatória

Aos meus pais, Maria Cristina e Paulo, e ao meu irmão Vinícius, que

personificam os meus sentimentos mais sinceros de amor.

vi

Agradecimentos

À minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Simone de Campos Vieira Abib, pela ideia

inicial do projeto, por transmitir o entusiasmo com a realização de pesquisas que

objetivam aumentar a segurança das crianças e pela disponibilidade e paciência

durante a elaboração do estudo;

À Prof.ª Gianni Santos por sua ajuda essencial;

Aos Docentes do Programa de Ciência Cirúrgica Interdisciplinar por acreditar

e incentivar a pesquisa na área de cirurgia;

À equipe administrativa, especialmente à Mônica Noleto, pelo apoio e

profissionalismo;

Aos colegas entrevistadores, fundamentais na execução da coleta de dados,

agradeço pelo empenho;

Aos meus queridos amigos Cassius Martins e Camila Naif por me receberem

em sua casa em São Paulo com todo carinho durante esses dois anos;

Ao Dr. Ênio Paulo Araújo por garantir minha tranquilidade nas minhas viagens

a São Paulo, cuidando dos meus pacientes. Mais do que isso, por representar para

mim um exemplo de competência, ética e responsabilidade, tanto na carreira de

cirurgião pediátrico, quanto como cidadão.

vii

Sumário

Dedicatória ......................................................................................................... v

Agradecimentos ................................................................................................. vi

Lista de Tabelas ................................................................................................. ix

Lista de Abreviaturas e Símbolos ....................................................................... x

Resumo .............................................................................................................. xi

Abstract .............................................................................................................. xii

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 1

1.1 Objetivos ................................................................................................ 4

2. REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................... 5

2.1 Histórico ................................................................................................. 5

2.2 Panorama mundial ................................................................................. 5

2.3 Superfície e altura de queda .................................................................. 7

2.4 Lesões mais comuns: faturas de extremidade e TCE ............................ 9

2.5 Cultos envolvidos ................................................................................... 12

2.6 Panorama brasileiro ............................................................................... 13

3. MÉTODOS .................................................................................................. 16

4. RESULTADOS ............................................................................................ 20

4.1 Dados sobre as atividades nas escolas ................................................. 20

4.2 Dados gerais sobre o playground ........................................................... 23

4.3 Avaliação das condições físicas dos playgrounds ................................. 24

4.4 Diferenças na altura de queda e nas superfícies entre as escolas

públicas e privadas ...............................................................................

26

5. DISCUSSÃO ............................................................................................... 28

5.1 Balanços ................................................................................................ 35

5.2 Escorregadores ...................................................................................... 36

viii

5.3 Carrosel, roda ou gira-gira ...................................................................... 36

5.4 Gangorras .............................................................................................. 37

6. CONSIDERAÇÕES GERAIS ....................................................................... 38

7. CONCLUSÕES ............................................................................................ 39

8. REFERÊNCIAS ........................................................................................... 40

Anexos

Apêndice

Bibliografia Consultada

ix

Lista de Tabelas

Tabela 1 Principais mecanismos de queda na infância ................................ 13

Tabela 2 Distribuição das escolas de acordo com a administração .............. 20

Tabela 3 Presença de supervisão das atividades ........................................ 21

Tabela 4 Existência de estratégias de prevenção de acidentes ................... 22

Tabela 5 Existência de estratégias de ação após acidentes ........................ 22

Tabela 6 Programa de manutenção dos brinquedos .................................... 23

Tabela 7 Número de brinquedos do playground .......................................... 23

Tabela 8 Composição da superfície do playground ..................................... 24

Tabela 9 Condições gerais dos brinquedos ................................................. 25

Tabela 10 Comparação dos índices de adequação da superfície e altura de

queda entre escola públicas e privadas .........................................

26

Tabela 11 Comparação dos resultados da nossa amostra com o S.A.F.E

Model (2008) .................................................................................

27

x

Lista de Abreviaturas e Siglas

ABNT Associação Brasileira de Normas e Técnicas

CDC Center For Disease Control and Prevention

CPSC Consumer Product Safe Comission

CSA Canadian Standards Association

DATASUS Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde

HIC Head Injury Criterion

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INMETRO Instituto Nacional de Metrologia

MPF Ministério Público Federal

NEISS National Electronic Surveillence System

NPPS National Program for Playground Safety

ONG Organização Não Governamental

OR Odds Ratio

Pnad Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio

PROTESTE Associação Brasileira de Defesa do Consumidor

SIH Sistema de Informações Hospitalares

SUS Sistema Único de Saúde

TCE Traumatismo Crânio Encefálico

xi

Resumo

Introdução: Lesões decorrentes de acidentes em playgrounds são comuns na

infância e, de acordo com estudos prévios, sua gravidade tem sido subestimada.

Grande parte dos acidentes ocorre no período escolar. No Brasil, a principal causa de

morte em crianças com mais de um ano está relacionada a causas externas. Entre

1998 e 2012, estima-se que lesões ocorridas durante atividades em playgrounds

resultaram em 6.218 internações e em 45 mortes. Objetivo: Avaliar a segurança dos

playgrounds das escolas da cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Métodos:

Estudo transversal, observacional e descritivo. 64 escolas da cidade de Pelotas foram

visitadas. Durante as visitas foram realizadas entrevista com professor responsável e

avaliação das condições físicas dos playgrounds, de acordo com questionário

previamente formulado. Variáveis analisadas: caracterização da escola, presença de

instrumentos de coleta de dados e registro de acidentes, fluxo de atendimento nos

acidentes, treinamento de supervisores e estratégias de prevenção, cronograma de

manutenção das áreas de lazer e dos brinquedos, avaliação da superfície e dos

brinquedos segundo as regras da ABNT. Resultados: Das 64 escolas selecionadas,

1 desistiu de participar da pesquisa e 4 fecharam. Das 59 escolas que completaram a

avaliação, 42,4% eram particulares, 37,3 municipais, 13,6% estaduais e

6,8%filantrópicas. 50% responderam possuir registro dos acidentes, 92,7% relataram

que todas as atividades eram supervisionadas. 65,6% responderam ter estratégias de

prevenção de acidentes. Dos 92,7% que relataram possuir estratégia de ação após

acidentes, 78% relataram ligar para os pais e 7% ligar para o SAMU. 44% não

apresentava nenhum programa de manutenção dos equipamentos. 24,5%

apresentavam areia como superfície do parquinho, 14,3% grama, 18,4% concreto

10,2 pedra brita, 4,1% grama sintética, 2% borracha e 26,5% terra batida. 94% das

escolas apresentaram inadequações na constituição ou profundidade da superfície.

39,6% dos parquinhos apresentavam brinquedos com partes danificadas; 50%

apresentavam partes enferrujadas e 14,6% apresentavam lascas de madeira. 93,5%

apresentavam altura máxima de queda inferior a 2 m. Conclusões: A avaliação das

condições de segurança dos playgrounds das escolas da cidade de Pelotas mostrou

alto índice de inadequação nos principais critérios avaliados.

Palavras-chave: trauma, playground, acidentes, crianças, quedas

xii

Abstract

Introduction: Injuries caused by accidents in playgrounds are common in childhood

and according to previous studies have their severity underestimated. A large amount

of these accidents occurs during school time. In Brazil, the leading cause of death

among children over one year is due with external causes. Between 1998 and 2012, it

is estimated that playground related injuries resulted in 6218 hospitalizations and 45

deaths. Objectives: To assess the safety of playgrounds in schools located in the city

of Pelotas, Rio Grande do Sul. Methods: Cross-sectional observational descriptive

study. Sixty-four schools in the city of Pelotas were visited. During these visits an

interview with the teacher in charge and an evaluation of the maintenance conditions

of the playgrounds were performed, following a previously designed questionnaire.

Variables analyzed: school characterization, presence of data collection instruments

and accident record, accident response flow, supervisor training and prevention

strategies, schedule of maintenance of play areas and toys, evaluation of surface and

toys according to ABNT rules. Results: Of the 64 selected schools, one withdrew from

the study and 4 closed. Of the 59 schools assessed, 42.4% were private, 37.3%

municipal public, 13.6% state public and 6.8% philanthropic. Fifty percent affirmed

registering the accidents, 92.7% reported that all activities were supervised and 65.6%

informed having accident prevention strategies. Of the 92.7% that affirmed having

prevention strategies, 78% stated calling the parents and 7% calling the emergency

ambulance service (SAMU). 44% did not have a maintenance program for playground

equipment. Regarding playground surfaces, 24.5% used sand, 14.3% grass, 18.4%

concrete, 10.2% stone gravel, 4.1% synthetic grass, 2% rubber and 26.5% packed dirt.

94% of the schools showed inadequacies in composition or depth of the surface. 39.6%

of the playgrounds had equipment with damaged parts, 50% with rust and 14.6% had

wood fibers. 93.5% had maximal fall height less than 2 meters. Conclusions: The

assessment of safety conditions of the school’s playgrounds in the city of Pelotas

revealed a high number of inadequacies in the main criteria evaluated.

KEY WORDS: child, accidents, wound and injuries, accidental falls

1

1. INTRODUÇÃO

O brincar e o jogar são indispensáveis à saúde física, emocional e intelectual

da criança. Sempre estiveram presentes em qualquer povo, desde os mais remotos

tempos. Através deles, a criança desenvolve a linguagem, o pensamento, a

socialização, a iniciativa e a autoestima, preparando-se para ser um cidadão capaz

de enfrentar desafios e participar da construção de um mundo melhor (CAMPOS,

2012).

A idade pré-escolar é considerada um período crítico para estabelecer um estilo

de vida saudável, como por exemplo a prática de atividades físicas através das

brincadeiras. A atividade física é importante no desenvolvimento de habilidades

motoras e sociais, assim como no ganho de massa óssea e muscular (BARBER,

2013). Crianças não são adultos pequenos; assim, suas habilidades físicas e

cognitivas, graus de dependência, atividade e comportamento mudam gradativamente

conforme elas crescem. Nesse sentido, a curiosidade e o desejo de experimentar nem

sempre correspondem à capacidade de entender ou de se precaver de perigos

(BARTLETT, 2002).

Lesões não intencionais, atualmente, constituem a principal causa de

morbidade e mortalidade entre crianças nos Estados Unidos. O Center For Disease

Control and Prevention (CDC), considera os acidentes com crianças um dos

problemas mais subestimados pela saúde pública (LEUNG, 2011). Quedas causaram

2,3 milhões de atendimentos em emergências americanas no ano de 2002

(BRANSON, 2012). Acidentes causam mais mortes em crianças de 1 a 14 anos do

que as próximas cinco causas de morte somadas.

No Brasil, a principal causa de morte em crianças com idade a partir de um ano

também está relacionada à causas externas. A avaliação do número de internações

hospitalares e mortes de crianças com idade até 9 anos no Brasil no período de 1998

a 2012 mostra que foram registradas 6.218 internações e 45 mortes devido a

acidentes com equipamentos de playground em todo o país. Os dados são do Sistema

de Informações Hospitalares (SIH), obtidos via Departamento de Informática do SUS

(DATASUS).

2

Em 2013, a Organização não governamental (ONG) Criança Segura – Safe

Kids Brasil juntamente com a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Associação

Brasileira de Defesa do Consumidor (PROTESTE) se associaram para realizar uma

pesquisa com o objetivo de elaborar um banco de dados permanente sobre lesões

não intencionais pediátricas. Foi realizado um estudo prospectivo em cinco hospitais

da cidade de São Paulo no período de 4 meses. Estudou-se 916 casos, dentre os

quais, 8,5% foram considerados graves (ABIB, 2013).

O desenvolvimento de produtos destinados ao público infantil deve

necessariamente considerar aspectos físicos e cognitivos próprios de cada faixa

etária. Dentre os mais diversificados produtos disponibilizados exclusivamente às

crianças, destacam-se os equipamentos para playgrounds, os quais nem sempre são

planejados, desenvolvidos e produzidos dentro desses princípios. Considerando que

as atividades desenvolvidas nos playgrounds ocorrem a partir da interface dos

usuários com os brinquedos, é natural observar o quanto esses produtos podem ser

perigosos, uma vez que possibilitam a ocorrência de acidentes, com diferentes graus

de intensidade (DAHROUJ, 2006).

Em 1995, o CDC formulou o National Program for Playground Safety (NPPS),

na Universidade de Iowa, Estados Unidos, que consistiu num programa para promover

segurança e prevenir acidentes. No ano seguinte, o NPPS publicou o Plano de Ação

Nacional para Prevenção de Acidentes em Playgrounds, baseado em quatro pilares:

supervisão das atividades, equipamentos adequados para cada faixa etária, superfície

de queda adequada e plano de manutenção dos equipamentos. Esse modelo de

avaliação ficou conhecido como S.A.F.E Model® (OLSEN, 2008).

Acabar com a ocorrência de quedas e acidentes na infância é improvável,

independente da intensidade das estratégias de prevenção. Entretanto, acidentes são

eventos compreensíveis, previsíveis e passíveis de prevenção. Não são eventos

aleatórios que simplesmente acontecem. Podemos buscar os fatores de risco

modificáveis no sentido de minimizar o número de acidentes e a gravidade desses

(BRITTON, 2005). O fato de aceitarmos com naturalidade e de, inclusive,

subestimarmos a gravidade dos acidentes que ocorrem durante atividades

recreacionais representa um desafio adicional àqueles que trabalham na prevenção

de acidentes (MACKAY, 2003).

3

Diante da magnitude das lesões decorrentes de acidentes e quedas nos

playgrounds e sabendo que grande parte desses acidentes ocorre no ambiente

escolar, justifica-se a realização de um estudo para avaliar as condições físicas dos

parquinhos das escolas, assim como a maneira como as instituições de ensino

trabalham a questão dos acidentes que ocorrem no período escolar.

Conforme já mencionado, acidentes em parquinhos resultam em um grande

número de atendimentos de urgência e emergência em todo o mundo. Com efeito, os

resultados dos estudos acerca desses atendimentos revelam que a gravidade das

lesões decorrentes de acidentes em playgrounds tem sido muito subestimada. Essas,

parecem ser mais severas quando comparadas com as lesões decorrentes de outros

mecanismos de trauma. Intervenções em escolas podem reduzir os riscos de

acidentes, aumentando assim os benefícios associados às atividades recreacionais

(PHELAN, 2001).

O conhecimento desses dados possibilitará a avaliação do panorama atual da

segurança dos nossos playgrounds, fornecerá dados importantes para o

desenvolvimento de políticas públicas no sentido de fiscalizar a adequação dos

equipamentos, assim como o desenvolvimento de estratégias de prevenção

específicas para a população brasileira.

4

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Principal

a) Avaliar as condições de segurança dos playgrounds das escolas da cidade de

Pelotas.

1.1.2 Objetivos Secundários

a) Avaliar a qualidade do registro dos acidentes ocorridos na escola;

b) Identificar a existência de estratégias tanto de prevenção quanto de ação após a

ocorrência de acidentes nas escolas;

5

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Histórico

Estudos sobre a preocupação com a segurança dos playgrounds iniciaram na

cidade de Sheffield, no Reino Unido, nos anos 1970, quando a pesquisadora Cynthia

Illingworth publicou um artigo sobre lesões ocorridas em parquinhos. Identificaram-se

medidas para aumentar a segurança, motivando a introdução de padrões de

segurança em vários países (NORTON, 2004).

Com o aumento da população urbana, os playgrounds transformaram-se nos

locais mais comumente utilizados para brincadeiras. Eles se originaram no final do

século XIX para oferecer às crianças oportunidades de brincar em meio a uma

sociedade industrializada (MAHADEV, 2004).

2.2 Panorama mundial

Anualmente, 211.000 atendimentos de emergência são realizados nos Estados

Unidos decorrentes de acidentes em playgrounds. O conhecimento detalhado desses

acidentes, ou seja, como e onde a criança se acidentou, possibilita o desenvolvimento

de estratégias de prevenção mais eficazes. De acordo com a National Electronic

Surveillence System (NEISS), organização que coleta dados de lesões ocorridas em

playgrounds, 70% dos acidentes ocorrem em espaços públicos, 35% levaram a lesões

consideradas severas e 17 acidentes resultaram em óbitos. Entre as crianças com até

4 anos de idade a lesão mais comum foi traumatismo crânio-encefálico (TCE), já dos

5 aos 14 anos as fraturas de extremidades foram mais comuns (MACK, 1997).

No Canadá, ocorrem em torno de 30 mil atendimentos por ano pelo mesmo tipo

de evento. Estima-se que do total de crianças atendidas por acidentes em

playgrounds, 2500 sejam admitidas com lesões graves (BRANSON, 2012). Na cidade

6

de Ontário, quedas em playgrounds representam a segunda maior causa de

hospitalização por trauma em atividades de recreação (FIISEL, 2005).

Com o objetivo de acessar a segurança dos playgrounds de Chicago, nos

Estados Unidos, 500 parquinhos foram avaliados em 4 categorias: adequação por

faixa etária, superfície de queda, manutenção dos equipamentos e ambiente físico.

Destes, 55% foram considerados inseguros. A principal falha encontrada foi na

avaliação da superfície, a qual era composta por material inadequado, ou com material

adequado, porém, em profundidade insuficiente (ALLEN, 2013).

Hudson e Thompson, em 2004, identificaram 4 fatores relacionados com

acidentes em playgrounds: supervisão das atividades, equipamentos adequados para

as diferentes faixas etárias, superfície de queda e manutenção dos equipamentos e

da superfície. Esses quatro elementos interagem entre si para criar um ambiente de

maior segurança e consistem nos pilares do S.A.F.E Model® (Supervision, Age-

appropriate design of equipment, Fall surfacing e Equipment and surfacing

maintenance). Supervisão qualificada é um elemento considerado crucial pelas

autoras para garantir a segurança do ambiente de recreação. Os supervisores devem

se movimentar ativamente pelo ambiente, ter acesso visual permanente às atividades

e identificar comportamentos arriscados. As crianças precisam brincar em

equipamentos desenvolvidos para suas necessidades e habilidades de acordo com

sua faixa etária. Conforme o guia publicado pela Consumer Product Safety Comission

(CPSC) em 1997, os equipamentos devem ser fabricados separadamente para

atender às necessidades de crianças entre 2 a 5 anos e entre 6 a 12 anos. Apenas

9% dos playgrounds americanos obedecem à essa instrução. O terceiro ponto

avaliado pelo S.A.F.E Model® é a superfície de queda, a qual deveria obedecer a

quatro pontos, para ser considerada adequada: material apropriado, altura de queda

adequada, profundidade adequada e posição adequada. Os materiais adequados

incluem: areia, pedra brita, lascas de madeira e borracha. Já os inadequados

consistem em concreto, asfalto, terra batida, barro e grama. Dos parquinhos

americanos estudados pelas autoras, 97% utilizavam materiais adequados na

superfície; entretanto, apenas 34% deles possuíam a profundidade estabelecida pelas

normas. Finalmente, o último item avaliado foi a manutenção dos equipamentos, pois

sem inspeção rotineira e manutenção adequada haverá deterioração dos materiais,

acarretando no aumento do risco de acidentes.

7

No ano de 2008, as mesmas autoras publicaram um artigo com sugestões para

formular e implementar um plano efetivo de prevenção de acidentes em playgrounds.

O plano deveria incluir: treinamento dos supervisores e orientação das crianças;

sistema de relato de acidentes; documentação das lesões e avaliações anuais.

Em abril de 2002 foi publicado um conjunto de estratégias de prevenção de

acidentes em playgrounds. As ações incluíam: redução da altura máxima de queda

para 1,5m, equipamentos adequados para cada faixa etária, atividades

permanentemente supervisionadas por adultos, utilização de materiais na superfície

de queda que sejam capazes de absorver impactos, tais como areia, lascas de

madeira e borracha (Canadian Pediatric Society, 2002).

Para avaliar o efeito da utilização de equipamentos de playgrounds

considerados seguros pelos padrões da Canadian Standards Association (CSA) na

diminuição dos índices de acidentes, foi realizado um estudo. De um total de 136

escolas cujos parquinhos foram considerados inseguros, 86 tiveram seus

equipamentos substituídos por outros, considerados seguros. Essas escolas

formaram o grupo de intervenção. As 225 escolas cujos playgrounds foram

considerados seguros e não necessitaram troca de equipamentos, constituíram o

grupo de controle. O índice de acidentes no grupo de intervenção diminuiu de 2,61

acidentes por 1000 estudantes por mês para 1,68 acidentes por 1000 estudantes por

mês após a troca de equipamentos, concluindo que os padrões sugeridos pela CSA

representam uma ferramenta efetiva para identificar equipamentos inseguros e que a

substituição por equipamentos adequados é capaz de diminuir o número de acidentes

(HOWARD, 2005).

2.3 Superfície e altura de queda

A segurança das crianças nos playgrounds resulta de uma complexa interação

entre diversos fatores. Acredita-se que o tipo de superfície e a altura dos

equipamentos estejam entre os principais. Possivelmente, sempre ocorrerão quedas

nesses ambientes, pois a exploração faz parte do instinto da criança; dessa forma, os

playgrounds têm o desafio de manterem-se ao mesmo tempo atrativos e seguros

(MOTT, 1997).

8

No ano de 1996, Chalmers publicou um estudo de caso-controle, que avaliou a

altura de queda e o tipo de superfície como fatores de risco para lesões em quedas

ocorridas em playgrounds. Das 300 crianças com menos de 14 anos que sofreram

quedas em parquinhos, 110 precisaram de atendimento médico e foram considerados

os casos e 190, não apresentaram lesões com necessidade de atendimento de

urgência e formaram o grupo controle. A lesão mais frequente nos casos ocorreu nos

membros superiores, em 76%. Dessas, 59% eram fraturas. Em contraste, 28% dos

controles não apresentaram lesões. Nos controles, o local mais comum de lesão foram

os membros inferiores, que apresentaram, na maioria dos casos, apenas pequenas

contusões. As quedas de alturas superiores a 1,5m representaram aumento de 4

vezes no risco de lesões. As superfícies consideradas mais seguras foram as

compostas por areia ou borracha. O estudo salienta a importância da profundidade

adequada das superfícies.

Outro estudo também investigou a segurança de diferentes superfícies

utilizadas em parquinhos e a altura dos equipamentos. Neste, foram avaliadas 330

crianças entre 0 e 14 anos, todas elas vítimas de alguma lesão decorrente de

atividades em playgrounds e levadas à unidades de emergência. Os dados do

prontuário hospitalar permitiram a identificação do tipo de lesão. Esses foram

correlacionados com os dados obtidos através de avaliação das condições físicas dos

parquinhos. Houve mais lesões em ambientes com superfície de concreto em

comparação com ambientes com superfície composta por lascas de madeira ou

borracha. A diferença foi estatisticamente significativa. Borracha foi o material

associado a menor índice de lesões, representando risco duas vezes menor do que

superfícies com lascas de madeira e cinco vezes menor do que as feitas de concreto.

O estudo também confirmou a relação diretamente proporcional entre altura dos

equipamentos e ocorrência de fraturas (MOTT, 1997). Há relatos de ocorrência de

seis vezes mais acidentes em superfícies constituídas por asfalto quando comparados

com superfícies de areia ou de borracha (SOSIN, 1993).

Embora 85% das escolas australianas nas quais ocorreram fraturas de

extremidades possuíssem materiais adequados na superfície, em apenas 4,5% o

material estava disposto na profundidade adequada (SHERKER, 2005). A

profundidade considerada segura varia na literatura entre 15 e 30 cm. A Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) preconiza profundidade mínima de 30 cm para

9

materiais soltos e unitários. A NPPS também sugere profundidade mínima de 30 cm

para materiais soltos e de 20 cm para materiais unitários (PARK, 2010).

As condições do local, a superfície de queda e cada brinquedo do playground

devem obedecer a rigorosos padrões de segurança. Para isso, foi desenvolvida uma

tabela com uma lista de verificação de acordo com as normas da CSA. A avaliação

objetiva responder à duas perguntas: qual a severidade da lesão que pode ocorrer

nesse parquinho e qual a melhor estratégia para tornar esse espaço adequado e

seguro (HOWARD, 2005).

2.4 Lesões mais comuns: fraturas de extremidades e TCE

As fraturas distais dos membros superiores constituem a principal lesão

traumatológica na criança que se acidenta em parquinhos. Quando a criança cai do

brinquedo com o braço estendido, o impacto e as propriedades mecânicas da

superfície de queda e da mão da criança contribuirão para a ocorrência da fratura. Os

diferentes materiais que compões as superfícies dos playgrounds têm sua capacidade

de absorção de impacto testadas e classificadas de acordo com o Head Injury Criterion

(HIC). O HIC foi desenvolvido pela indústria automobilística utilizando dados de

indivíduos na idade adulta e poderia não representar a melhor maneira de avaliar a

relação das superfícies e a ocorrência de fraturas de extremidades em crianças.

Entretanto, na ausência de critérios específicos para a faixa etária pediátrica e para

equipamentos de playground, o HIC permanece como medida padrão.

O HIC consiste em uma medida de probabilidade de TCE resultante de um

determinado impacto. A variável é calculada a partir do histórico aceleração/tempo

registrado por um acelerômetro posicionado no centro de um dispositivo com o

formato da cabeça de um homem adulto.

10

𝐻𝐼𝐶 = (𝑡2 − 𝑡1) [1

(𝑡2 − 𝑡1) ∫ 𝑎(𝑡)𝑑𝑡

𝑡2

𝑡1

]

2,5

t1 tempo inicial

t1 tempo inicial

t2 tempo final

a(t) aceleração

Os guias de segurança atuais são baseados principalmente na prevenção de

TCE. Estudos epidemiológicos fornecem informações conflitantes sobre a

possibilidade de prevenção de fraturas com a utilização de diferentes materiais nas

superfícies dos parquinhos (NORTON, 2004). Um estudo mediu o efeito de diferentes

materiais sobre os membros superiores durante impacto das mãos durante a queda.

Dos materiais avaliados, o melhor desempenho foi obtido pela areia, com redução de

24% do impacto quando comparado com uma superfície de concreto, por exemplo.

Concluiu-se que embora as superfícies que absorvam impacto diminuam a ocorrência

de traumas cranianos, as fraturas parecem estar mais relacionadas à altura de queda

(CHOI, 2014). Existem razões biomecânicas que explicam a baixa proteção das

superfícies de queda para ocorrência de fraturas de extremidades. Os modelos

experimentais sugerem que as superfícies utilizadas absorvem adequadamente

impacto de quedas da própria altura, mas falham em absorver impactos de quedas de

alturas superiores, resultando em fraturas (CHOI, 1998).

Durante cinco anos, na cidade de Cardiff, no Canadá, foram registrados 473

acidentes em playgrounds. A idade média das crianças envolvidas foi de 6,9 anos e

não ocorreu nenhum caso de TCE grave. Todavia ocorreram 146 fraturas, a maior

parte delas nos membros superiores. O estudo concluiu que a utilização de superfícies

capazes de absorver impacto diminuiu a ocorrência de traumas cranianos graves,

entretanto a quantidade de fraturas não diminuiu (NORTON, 2004).

As características das fraturas causadas por acidentes envolvendo crianças

foram estudadas e publicadas em 2005. Das 2001 fraturas avaliadas, 390 (19,5%)

ocorreram em parquinhos. A razão entre sexos masculino feminino foi de

11

aproximadamente 2:1. As fraturas que acometeram os membros superiores

representaram 92,8% dos casos analisados. Destas, 43,8% foram supracondilares

(MAHADEV, 2004).

Com o objetivo de correlacionar a gravidade das fraturas de extremidades com

determinados fatores de risco foi publicada uma série de 267 pacientes com fraturas

decorrentes de quedas em parquinhos, avaliados prospectivamente. O estudo

concluiu que a altura limítrofe para os brinquedos deveria ser de 1,5 m para

equipamentos destinados a crianças de 2 a 5 anos e de 2m para crianças de 5 a 12

anos. Além disso, mostrou que a supervisão das atividades por adultos diminui a

ocorrência de fraturas. Por último, estabeleceu que a ocorrência de fraturas é

inversamente proporcional ao índice de massa corporal da criança, sendo assim mais

frequente a ocorrência de fraturas em crianças obesas (LAM, 2013).

Uma avaliação dos playgrounds de uma determinada região de Filadélfia, nos

Estados Unidos, correlacionou a ocorrência de quedas com ocorrência de fraturas

supracondilares de úmero. Entre 1998 e 2006 houve 695 fraturas supracondilares de

úmero, 74 delas após quedas em playgrounds. O resultado do estudo mostrou que as

crianças residentes em áreas consideradas menos seguras apresentaram 4,7 vezes

mais risco de sofrer fraturas de úmero (PARK, 2010).

Estudos de laboratório mostraram que um TCE potencialmente fatal tem menos

chance de ocorrer quando o pico de aceleração sobre a calota craniana durante o

impacto não excede em 200 vezes a aceleração da gravidade. O teste mais utilizado

para avaliar as propriedades de absorção de impacto de cada material consiste no

estudo da queda de um dispositivo de metal com formato semelhante ao crânio de um

adulto e na medida da aceleração máxima durante o impacto. Esse método, adotado

pela American Society for Testing and Material e pela Consumer Product Safety

Comission, tem sido usado para classificar as superfícies em seguras ou não seguras

(BALL,1991).

Quedas nas quais o primeiro impacto ocorre sobre a cabeça são raras em

parquinhos. Publicou-se em 2001 um estudo que questionou a aplicabilidade da

aceleração máxima na prevenção de lesões graves em parquinhos. Avaliou-se

também, a altura dos equipamentos e a superfície de queda. Dois hospitais infantis

colaboraram com o estudo. Durante as consultas, os pais preenchiam um formulário

12

descrevendo as circunstâncias dos acidentes. Os formulários foram revisados para

identificar crianças entre 1 e 14 anos que sofreram acidentes em playgrounds. As

famílias dessas crianças foram contatadas por telefone e convidadas a responder um

questionário. Além disso, a estrutura física do parquinho foi avaliada conforme os

padrões da CSA. Os dados foram cruzados e concluiu-se que as superfícies

consideradas inadequadas aumentaram em 2,3 vezes a chance de alguma lesão

grave (p<0,04). Os acidentes que envolveram alturas de queda superior a 2m,

comparado com a altura de 1,5m, apresentaram risco de 2,56 vezes maior de chance

de lesão grave (p<0,001). O estudo não conseguiu comprovar a relação entre o valor

de aceleração máxima com a gravidade das lesões (LAFOREST, 2001).

2.5 Custos envolvidos

No estado de Vitoria, localizado no sudoeste da Austrália, 6% de todos os

atendimentos de trauma infantil são relacionados com acidentes em playgrounds. As

despesas médicas anuais com o tratamento dessas lesões chegam a 7,9 milhões de

dólares australianos (SHERKER, 2003).

No ano de 2000, o tratamento de quedas na população infantil acarretou gasto

de 10 bilhões de dólares, nos Estados Unidos (FINKLESTEIN, 2007).

Um estudo prospectivo avaliou fraturas ocorridas durante atividades em

playgrounds entre os anos de 2005 e 2006, em Singapura. As fraturas de antebraço

foram as mais comuns. De acordo com os resultados, o custo médio por paciente

tratado ambulatorialmente foi de 485,71 dólares americanos. Para os pacientes que

necessitaram internação hospitalar, a média de custo por paciente foi de 2357,14

dólares americanos. O estudo ressalta a potencial economia que estratégias de

prevenção poderiam proporcionar, se aplicadas corretamente (LEUNG, 2011).

13

2.6 Panorama brasileiro

Nos últimos dez anos, ocorreu um aumento de 17 pontos percentuais do

número de crianças de 4 a 5 anos matriculadas na educação básica no Brasil.

Segundo levantamento da ONG Todos Pela Educação, divulgado no dia 19 de abril

de 2016, o número subiu de 72,5% em 2005, para 89,1% em 2014. Também houve

avanço constante nos últimos dez anos no acesso à educação básica para as crianças

e jovens entre 4 e 17 anos, passando de 89,5% para 93.6%, entre 2005 e 2014.

Um estudo inédito no Brasil, desenvolvido por Abib e colaboradores (2013),

observou associação de quedas com a idade da criança, idade do responsável entre

18 e 25 anos, escolaridade da criança e local de moradia em região periférica. Todas

essas associações apresentaram significância estatística. Abaixo apresenta-se tabela

com descrição dos principais tipos de quedas identificados (Tabela 1).

Tabela 1 – Principais mecanismos de queda na infância

n %

Da própria altura

Escada

Berço

Playground

Trocador

Sofá

Janela, terraço, sacada

Muro

Cama de adulto

Laje

Outros

Total

176

72

45

32

32

18

10

7

6

6

38

443

39,7

16,3

10,2

7,2

7,2

4,1

2,3

1,6

1,4

1,4

8,8

100

A ONG Criança Segura – Safe Kids Brasil está presente no Brasil desde 2001.

Sua missão maior é promover a prevenção de acidentes em crianças e adolescentes

de 0 a 14 anos. Até 2013, já contabilizava a redução de 35% de acidentes, o que

14

significa mais de 6000 vidas salvas. A Criança Segura faz parte da Safe Kids

Worldwide, presente em 24 países, nos cinco continentes. Foi fundada em 1987, pelo

cirurgião pediátrico Martin Eichelberger, e nos Estados Unidos já conseguiu redução

de 54% de mortalidade por acidentes nessa faixa etária (ABIB, 2013).

Desde 2008, segundo o Ministério da Saúde, quase 4 mil crianças menores de

14 anos foram internadas no Sistema Único de Saúde (SUS) devido a quedas

ocorridas em parquinhos. No período de 2008 a 2013 foram registrados 18 casos

fatais.

Em 18 de julho de 2014, o presidente do Instituto Nacional de Metrologia

(INMETRO) disponibilizou a análise do impacto regulatório para equipamentos de

playground em consulta pública. O INMETRO propôs articulação com entidades que

demonstrassem interesse no tema. A demanda pelo parecer do INMETRO foi

solicitada pela Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente da Prefeitura de São

Paulo, no ano de 2012. Na análise do problema, foram avaliadas diversas fontes de

dados, entre as quais os dados de internações hospitalares do DATASUS e de uma

pesquisa realizada junto a creches e pré-escolas sobre acidentes em playgrounds. Foi

estimado um nível de risco médio para o uso desses brinquedos, demonstrando que

há de fato um problema a ser tratado. Porém, a maior parte dos acidentes, segundo a

percepção dos usuários, seria consequência da manutenção e do uso inadequados.

Tendo em vista que o problema identificado estaria no uso e na manutenção

dos equipamentos, e como o INMETRO não possui competência legal para

regulamentar esses aspectos, foram consideradas como opções apenas medidas não

regulatórias, tais como: campanha educativa, realizada, a princípio, por meio de

distribuição de cartilhas orientando o uso seguro do produto e a manutenção em

playgrounds, e a Recomendação Técnica, contendo orientações quanto à fabricação

e instalação dos equipamentos, fundamentada nas normas técnicas da ABNT para

playgrounds. As duas medidas seriam adotadas conjuntamente, considerando o fato

de não serem mutuamente excludentes e terem baixo custo de implantação.

A pesquisa que originou esses dados foi realizada entre dezembro de 2013 e

janeiro de 2014. O universo amostral foi composto por 23.861 unidades de ensino

infantil, identificadas por meio do cadastro da Relação Anual de Informações Sociais.

Foram entrevistadas 212 unidades. Destas, 32 informaram a ocorrência de algum

15

acidente em playground. A soma total da quantidade de acidentes foi de 114. As

unidades de ensino foram questionadas sobre as causas mais frequentes desses

acidentes. A maioria, 62%, relatou que o motivo mais frequente seria o mau uso do

equipamento. O defeito do produto não foi apontado como a causa por nenhum dos

entrevistados.

Com base nesses dados, o INMETRO, surpreendentemente, concluiu que

embora existam problemas com os equipamentos de playground, a causa principal

dos acidentes seria o uso inadequado por parte das crianças. Concluiu ainda, que um

programa de avaliação da conformidade para os equipamentos não seria capaz de

reduzir o risco de acidentes. Todos esses dados estão disponíveis no Anexo da

Portaria INMETRO nº338/2014.

Recentemente, o Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação civil

pública para que o INMETRO regulamentasse, com base na norma da ABNT, de

forma obrigatória, a fabricação de equipamentos e brinquedos voltados a espaços de

recreação infantil, como parques e playgrounds. Essa ação foi motivada por um ofício

encaminhado pela ONG Criança Segura ao MPF, no qual solicita a adoção de

medidas que determinem aos órgãos competentes a obrigatoriedade de realizar a

certificação compulsória dos parquinhos infantis. Esse documento faz parte da

campanha “Quero meu parquinho seguro”, com início no ano de 2016.

16

3. METODOS

Trata-se de um estudo transversal observacional e descritivo. Este, foi

desenvolvido no município de Pelotas, localizado na região sul do estado do Rio

Grande do Sul, há 250 Km da capital, Porto Alegre (Figura 1). Pelotas possui uma

área de 1610 km2, população de 327.000 habitantes no ano de 2010, sendo a terceira

mais populosa do estado.

Figura 1 – Localização da cidade de Pelotas.

17

A população é formada por 173.880 mulheres e 153.898 homens. Estima-se

que 95,7% dos habitantes sejam alfabetizados. A população de indivíduos com idade

entre 1 e 14 anos é de 40.748 habitantes (12%). A população urbana representa

93,3% dos habitantes (IBGE, 2010).

A amostra foi selecionada entre as escolas localizadas na cidade de Pelotas,

que ofereciam educação infantil.

O cálculo amostral foi realizado com o intuito de estimar a porcentagem de

escolas cujos playgrounds estivessem em desacordo com as normas de segurança

preconizadas pela ABNT. Supondo que a porcentagem de escolas em desacordo

fosse de 65% e considerando erro amostral (margem de erro) de 10%, nível de

confiança de 95% e tamanho populacional de 225 escolas (Secretaria Municipal do

Ensino e do Desporto de Pelotas-RS), seria necessário investigar no total cerca de 64

escolas (ALLEN, 2013; GUANATILAKA, 2004; EHRLICH, 2013; CHALMERS, 2001).

As escolas foram sorteadas e visitadas durante o mês de dezembro de 2015.

Durante a visita ocorreu entrevista com o diretor ou professor responsável pela escola,

assim como avaliação do espaço físico dos playgrounds. A entrevista e a avaliação

foram feitas através do preenchimento de questionário previamente elaborado, em

anexo. Os entrevistadores eram 3 estudantes do quarto ano da faculdade de

medicina, os quais foram treinados durante a realização de um estudo piloto que

avaliou 5 escolas. Os dados do estudo piloto não foram incluídos neste trabalho.

O estudo foi aprovado pela Secretaria Municipal de Educação e Desporto de

Pelotas e pela 5ª Coordenadoria Regional de Educação do Estado do Rio Grande do

Sul (ANEXOS). Também foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa CEP-

UNIFESP pelo parecer de número 49602715.8.0000.5505 do dia 05/11/2015

(ANEXO).

Foi aplicado Termo de consentimento livre e esclarecido em todas as escolas

visitadas (ANEXO).

O questionário aplicado (ANEXO), apresenta-se dividido em três partes, quais

sejam:

O questionário aplicado (ANEXO), apresenta-se dividido em três partes, quais

sejam:

18

Parte 1:

a) características gerais da escola: tipo de administração, número de alunos

b) presença de estratégias de prevenção de acidentes, estratégias de ação

após a ocorrência de acidentes, instrumento de registro dos acidentes, e existência

de cronograma de manutenção dos equipamentos de playground;

Parte 2: adequação do ambiente e dos brinquedos às normas ABNT vigentes.

Avaliou-se:

a) Dados sobre a superfície do parquinho (constituição e profundidade). A ABNT

preconiza utilização de areia ou borracha na profundidade mínima de 30 cm no

caso da utilização de areia.

b) Número de brinquedos existentes e orientação de faixa etária nos brinquedos.

Foram escolhidos os brinquedos mais frequentemente encontrados nos

parquinhos, conforme descrição abaixo:

Balanços: Os principais requisitos de segurança para os balanços, segundo a

ABNT são:

Distância do assento ao solo, que não deve ser maior do que 35 cm;

Espaço entre os assentos de no mínimo 20 cm e

No máximo dois assentos por coluna.

Escorregadores: abaixo serão listados os principais requisitos de segurança

para os escorregadores, segundo a ABNT:

Altura máxima de 2 metros;

Seção inicial com comprimento maior do que 35 cm e

Proteção lateral

Carrossel, roda ou gira-gira: abaixo seguem os três principais requisitos de

segurança, segundo a ABNT:

Distância entre assento e o solo menor do que 40 cm;

Ausência de inclinação no eixo e

Diâmetro inferior a 2 m

19

Gangorras: os quesitos de segurança avaliados foram:

Altura de queda inferior a 1 m e

Presença de apoio para os pés.

Parte 3: avaliação das condições gerais dos parquinhos, como por exemplo presença

de ferrugem, lascas de madeiras, partes quebradas.

Os dados foram analisados no programa SPSS versão 19.

20

4. RESULTADOS

De acordo com dados analisados, das 59 escolas visitadas, 25 escolas (42,4%)

eram particulares, 22 (37,3%) municipais, 8 (13,6%) estaduais e 4 (6,8%)filantrópicas

(Tabela 2).

Inicialmente foram selecionadas 64 escolas para amostragem, no entanto, uma

delas desistiu de participar da pesquisa, e outras quatro foram fechadas.

Com relação ao número de alunos, 19 (32,2%) escolas tinham até 50 alunos,

16 (27,1%) entre 51 e 100 alunos, 17 (28,8%) entre 101 e 500 alunos e 7 (11,9%)

mais de 501 alunos.

Tabela 2 – Distribuição das escolas de acordo com a administração

4.1 Dados sobre as atividades nas escolas

Quando questionados sobre a existência de algum instrumento de relato de

acidentes na escola, 50% dos entrevistados responderam afirmativamente. Em todos

esses casos, foi relatado registro dos acidentes em um livro ata, porém não havia

referências à gravidade e ao destino final do aluno.

Administração n/total %

Particular

Pública

Municipal

Estadual

Filantrópica

25/59

34/59

22/59

8/59

4/59

42,4

27,3

13,6

6,8

21

Com relação à supervisão das atividades desenvolvidas nos playgrounds,

92,7% responderam que todas as atividades são realizadas com supervisão de pelo

menos uma pessoa (Tabela 2).

Tabela 3 – Presença de supervisão das atividades

Supervisão n/total %▪

Sim

1 pessoa

2 pessoas

mais de 2 pessoas

Não

51/55

19/51

26/51

6/51

4/55

92,7

37,3

51

9,8

7,3

Também foi investigada a existência de estratégias de prevenção de acidentes

(Tabela 4) e estratégias de ação após a ocorrência de acidentes (Tabela 5). Dentre

as escolas avaliadas, 65,5% (36) responderam que existia estratégia de prevenção.

Dessas, 66,6% (24) relataram realização de cursos de primeiros socorros e cursos

ministrados pelo Corpo de Bombeiros. 92,7% (51) das escolas responderam possuir

estratégia de ação após acidentes. Essa estratégia, na maioria das vezes, consistia

em ligar para os pais em 78,4% (40) ou em ligar para o Serviço de Atendimento Móvel

de Urgência (SAMU) em 7,8% (4).

22

Tabela 4 – Existência de estratégias para prevenção de acidentes

Prevenção n/total %

Sim

Curso oferecido pelo corpo de

bombeiros

Curso de primeiros socorros

Palestras

Cuidado ativo

Não

36/55

7/36

17/36

3/36

9/36

19/55

65

19,4

47,2

8,3

25

34,5

Tabela 5 – Existência de estratégias de ação após acidentes

Ação após acidentes n/total %

Sim

Ligar para os pais

Ligar para o SAMU

Conduzir vítima à UBS

Ligar para o Plano de Saúde

Prestar primeiros socorros na

escola

Não

51/55

40/51

4/51

4/51

2/51

1/51

4/55

92,7

78,4

7,8

7,8

3,9

2

7,3

Analisando a manutenção dos equipamentos, verificou-se que 44,4% (24

escolas) não apresentaram nenhum programa de manutenção dos playgrounds. Dos

55,6% (30) que responderam haver programa de manutenção, 90% disseram que a

própria escola é responsável pela avaliação das condições dos brinquedos (Tabela

5).

23

Tabela 6 – Programa de manutenção dos brinquedos

4.2 Dados gerais sobre o playground

A maioria das escolas avaliadas neste estudo apresentaram 5 ou mais

brinquedos no playground (Tabela 7). No entanto, 15,3% (9) das escolas não

possuíam áreas com playground.

Tabela 7 – Número de brinquedos do Playground

Manutenção n/total %

Não

Sim

Revisão pelos professores

Troca anual de brinquedos

Acionar Secretaria Municipal de

Educação

24/54

30/54

27/30

2/30

1/30

44,4

55,6

27,3

6,7

3,3

Número de brinquedos n/total %

1

2

3

4

4 ou mais

Nenhum

Fechado por reforma

4/59

4/59

5/59

5/59

31/59

9/59

1/59

6,8

6,8

8,5

8,5

52,5

15,3

1,7

24

Nas avaliações em relação à estrutura dos playgrounds, observou-se que

24,5% (12 escolas) apresentavam areia como superfície do parquinho, 14,3% (7

escolas) grama, 18,4% (9 escolas) concreto 10,2% (5 escolas) pedra brita, 4,1% (2

escolas) grama sintética, 2% (1 escola) borracha e 26,5% (13 escolas) terra batida

(Tabela 8).

Tabela 8 – Composição da superfície do Playground

No que diz respeito à orientação da utilização dos brinquedos pela faixa etária,

constatou-se que nenhuma das 49 escolas apresentava este requisito.

4.3 Avaliação das condições físicas dos playgrounds

Em relação a avaliação das condições físicas dos playgrounds das escolas

observou-se que 39,6% (19) dos parquinhos apresentavam brinquedos com partes

quebradas; 50% (24) apresentavam partes enferrujadas e 14,6% apresentavam

lascas de madeira (Tabela 9).

Material n/total %

Terra batida

Areia

Concreto

Grama

Pedra brita

Grama sintética

Borracha

13/49

12/49

9/49

7/49

5/49

2/49

1/49

26,5

24,5

18,4

14,3

10,2

4,1

1,7

25

Tabela 9 – Condições gerais dos brinquedos

A avaliação dos balanços identificou que 65% das escolas apresentavam

distância inadequada do assento ao solo, ou seja, maior do que 35 cm. Já os espaços

entre os assentos estavam adequados em 86,2% das escolas. Além disso, 52,8%

apresentava mais de dois assentos por coluna.

Com relação aos escorregadores, 93,5% das escolas apresentavam

brinquedos com a altura adequada, que seria inferior a 2 m. 37% das escolas

apresentavam a seção inicial menor do que 35 cm e 95% dos escorregadores

apresentavam proteção lateral adequada.

Foram avaliadas as rodas ou gira-gira, também chamados de carrossel.

Destes, 71,4% apresentavam distância entre o solo e o assento maior que a

preconizada, de 40 cm. Entretanto o diâmetro do brinquedo estava adequado em

92,9% das escolas.

Finalmente, foram avaliadas as gangorras. 27,3% apresentavam brinquedos

com altura superior a recomendada, de 1metro. Ainda, 84,8% não apresentavam

apoio para os pés.

Condições n/total %

Partes quebradas

Sim

Não

Presença de ferrugem

Sim

Não

Presença de lascas de madeira

Sim

Não

19/48

29/48

24/48

25/48

7/48

41/48

39,6

60,4

50

50

14,6

85,4

26

4.4 Diferenças na altura de queda e nas superfícies entre as escolas públicas e

privadas

Identificamos que nas escolas públicas 91,7% apresentavam altura máxima de

queda menor ou igual a 2 metros. Nas escolas privadas, esse índice chegou a 95,5%.

Essa diferença não foi estatisticamente significativa. Utilizamos o teste exato de Fisher

(Tabela 10)

Com relação ao material da superfície, nas escolas públicas houve 19,2% de

adequação e nas escolas privadas, 34,8%. Essa diferença não foi significativa do

ponto de vista estatístico.

Tabela 10 – Comparação dos índices de adequação da superfície e altura de queda entre escolas

públicas e privadas

Escolas públicas Escolas privadas

Sim Não Sim Não

Material Adequado 5/26 (19,2%) 21/26 (80,8%) 8/23 (34,8%) 15/23 (65,2%)

Altura de queda inferior

a 2 m 22/24 (91,7%) 2/24 (8,3%) 21/22 (95,5%) 1/22 (4,5%)

27

Tabela 11 – Comparação dos resultados da nossa amostra com o S.A.F.E Model (2008)

S.A.F.E Model (2008) PRESENTE ESTUDO

Sim Não Sim Não p

Separação dos brinquedos por

faixa etária 74% (47) 26% (17) 0 100% (49) p < 0,001

Superfície composta por material

adequado 49% (31) 51% (33) 26% (13) 73% (36) p = 0,003

Altura máxima inferior a 2 metros 63% (40) 27% (24) 87% (49) 13% (49) p = 0,001

Profundidade superior a 30 cm 31% (20) 69% (44) 6% (3) 94% (46) p < 0,001

28

5. DISCUSSÃO

Das escolas estudadas, 15,3% não ofereciam playground, o que evidencia a

ausência nessas instituições de um ambiente específico para o desenvolvimento das

atividades de recreação. Assim, é provável que ocorram em locais impróprios, sem

condições de segurança adequadas, aumentando o risco de acidentes.

Metade das escolas não possuía registro de acidentes. A ausência de

informações sobre os acidentes prejudica tanto a identificação dos riscos aos quais

as crianças são expostas durante as atividades, quanto a elaboração de estratégias

de prevenção específicas para cada escola. Das instituições de ensino que relataram

possuir instrumento de registro de acidentes, a grande maioria apenas anotava o

nome do aluno, a data do acidente e a hora da ocorrência. Não havia referências ao

tipo ou à gravidade do evento. La Flamme, Menckel e Aldenberg publicaram em 1997,

um estudo que avaliou as características das lesões ocorridas nas escolas. O

conhecimento acumulado resultou na formulação de um instrumento de relato de

acidentes.

As autoras explicam que a utilização de instrumentos de relato de acidentes

possibilita três ações importantes: selecionar medidas específicas para aumentar a

segurança de cada escola, determinar padrões particulares de lesão que podem variar

entre as instituições e definir as necessidades de pesquisa e estudo para o futuro.

Dois fatores devem ser considerados na elaboração de uma ferramenta de

relato de acidentes. Primeiro, deve haver um formulário específico; segundo, a

existência de um canal de comunicação através do qual as informações sobre os

acidentes pudessem chegar aos administradores, pois sabendo as circunstâncias que

envolvem acidentes, poderiam desenvolver e implementar ações de prevenção.

Infelizmente, mesmo em locais com segurança adequada ocorrerão acidentes. Toda

equipe da escola deve estar preparada para lidar com situações de urgência e

emergência; dessa forma, as escolas devem desenvolver planos para situações desse

tipo (OLSEN, 2008).

Supervisão das atividades de recreação por pessoas qualificadas constitui um

dos pilares da prevenção de acidentes. A literatura é rica em dados que sustentam a

importância da supervisão para diminuir riscos em playgrounds. Das escolas

29

avaliadas, 92,7% relataram que as atividades desenvolvidas são permanentemente

supervisionadas. Estudos conduzidos por Bell, em 1986, e por Coppens, em 1991,

revelaram que a falta de supervisão em playgrounds estava associada a maiores

índices de acidentes.

O S.A.F.E Model® destaca que a presença e habilidade do supervisor são

elementos cruciais para um ambiente de recreação seguro. Supervisão não é a

simples presença de um adulto no local, mas sim de um profissional com capacidade

de reconhecer riscos em potencial ao observar as atividades desenvolvidas. Para isso,

os supervisores devem receber treinamento que forneça informações que incluam:

fundamentos para um trabalho de supervisão adequado, tipos de lesões que podem

ocorrer nos playgrounds e a importância de técnicas de supervisão adequadas. A

definição consistente de supervisão está relacionada a comportamento de atenção

(observar e ouvir) e proximidade (toque ou estar ao alcance).

A supervisão deve ser constante e não intermitente. Entretanto, as pessoas que

cuidam de crianças têm um espectro muito amplo de padrões de supervisão; desde o

zelo total até a negligência no cuidado (ABIB, 2013). A presença de professores

supervisionando as atividades diminui a ocorrência de comportamentos arriscados (La

FLAMME, 1997). Além disso, as lesões decorrentes de acidentes em playgrounds

adequadamente supervisionados são menos graves (LAM, 2013).

Uma pesquisa da ONG Criança Segura – Safe Kids Brasil mostrou que 90%

dos acidentes ocorreram enquanto as crianças estavam com as mães, confirmando a

importância e necessidade de supervisores com treinamento adequado (ABIB, 2010).

Um componente vital para garantir a segurança em playgrounds consiste em

atividades educacionais que envolvam as crianças. Elas devem entender a

importância de brincar de maneira segura e as regras para uso do parquinho. Apenas

três escolas avaliadas neste estudo relataram oferecer palestras aos alunos como

forma de orientá-los e educá-los com relação à prevenção de acidentes, destacando

que existe muito espaço para utilização dessa abordagem no nosso meio.

Em 2001, Heck, Collins e Peterson, publicaram um estudo que resultou de

atividades com crianças da primeira e segunda séries do ensino fundamental, durante

as quais uma professora ensinava aos alunos como se comportar de maneira segura

nos parquinhos. Após a atividade, ela propôs uma recompensa para as crianças caso

30

elas adotassem o comportamento aprendido durante as aulas. Nas semanas

seguintes, observou-se diminuição dos comportamentos arriscados.

Quando perguntadas se existia alguma estratégia de ação após a ocorrência

de acidentes, 92,7% das escolas responderam afirmativamente. Dessas, 78,4%

responderam que a estratégia consistia em comunicar os pais por telefone e apenas

uma escola respondeu que os funcionários realizaram curso de primeiros socorros.

Os dados apontam que o entendimento do termo estratégia de ação após a ocorrência

de acidentes não é bem compreendido pelos diretores, visto que comunicar os pais

do acidente ocorrido não é suficiente para garantir um bom atendimento. Percebemos

durante o estudo a necessidade do desenvolvimento de um plano concreto de

prevenção e também de como agir no manejo dos acidentes decorrentes de lesões

não intencionais ocorridas nos playgrounds das escolas.

Estudos indicam que 30% dos acidentes em playgrounds tem como causa

principal a falta de manutenção adequada (THOMPSON, 1998). Sem inspeção e

reparo adequados, qualquer material vai se deteriorar e aumentar os riscos de

acidentes. Caso o fabricante não ofereça recomendações com relação a periodicidade

de inspeção e manutenção, um programa deve ser desenvolvido com base na

frequência de uso dos equipamentos. Parquinhos frequentemente utilizados por um

grande número de crianças necessitam inspeções mais frequentes. Um procedimento

simples e eficaz é a utilização de listas de verificação. Todos os defeitos encontrados

devem ser prontamente reparados.

A literatura aponta para a frequência de manutenção inadequada dos

brinquedos feitos de madeira e metais, tendo em vista que os resultados da

deterioração desses materiais representam maiores riscos para os usuários quando

comparados à brinquedos feitos de plástico, por exemplo (HUDSON, 2004). Na nossa

amostra, 40% dos parquinhos apresentava brinquedos com partes quebradas, 50%

apresentava equipamentos enferrujados e 15% apresentava lascas de madeira,

confirmando os dados de estudos prévios.

Quase metade das escolas visitadas (44%) relatou que não há nenhum

programa de manutenção dos equipamentos dos parquinhos. Das escolas que

responderam ter programas de manutenção, 90% disseram que a avaliação das

condições físicas dos equipamentos é feita pelos próprios professores, duas escolas

31

afirmaram trocar anualmente os brinquedos e uma relatou que aciona a Secretaria

Municipal de Educação para eventuais reparos. Conclui-se que além de grande parte

das escolas não apresentar programas de manutenção dos equipamentos, a presença

de brinquedos danificados em grande parte das instituições aponta para a ineficácia

dos programas existentes.

Superfícies de queda feitas de materiais adequados também são fatores

capazes de alterar o risco de lesões graves. As quedas sobre materiais capazes de

absorver impacto determinam chance menor de TCE grave (Criança Segura – Safe

Kids Brasil, 2016). Para ser considerada adequada e segura, a superfície deve ser

capaz de atenuar o impacto de acordo com o padrão de medida do HIC. A maior parte

das lesões graves, ocorre nas quedas em materiais rígidos, como o concreto, asfalto

e terra batida (BRANSON, 2012).

Existem dois tipos de apresentação dos materiais considerados adequados

para a instalação na superfície dos playgrounds: materiais unitários (colchões de

borracha) ou materiais soltos (areia, lascas de madeira). Grama não é considerada

como material adequado, visto que suas propriedades de absorver impacto perdem-

se muito rapidamente com o uso e sofrem muita alteração de acordo com as

condições climáticas (HUDSON, 1999).

Das escolas avaliadas, apenas 24% apresentava superfície composta por areia

e 2% por borracha, ambos materiais adequados. Lascas de madeira, também

considerado material adequado, não esteve presente em nenhuma escola . Esses

dados mostram que 74% da amostra estava inadequada do ponto de vista da

superfície de queda, índice extremamente elevado e preocupante que aponta na

direção do alto risco para ocorrência de acidentes com lesões graves nesses locais.

Nas escolas em desacordo, 26% apresentavam terra batida e 18% concreto. Nenhum

desses materiais oferecem segurança já que não absorvem adequadamente o

impacto de quedas, aumentando risco para ocorrência de TCE e fraturas de

extremidades.

Ocorrem seis vezes mais fraturas em superfícies de asfalto ou concreto quando

comparamos com superfícies compostas por areia (SOSIN, 1993). A análise do fluxo

de energia dissipada durante o impacto do braço estendido com diferentes materiais

após a queda, mostrou que quando compostas por areia ou lascas de madeira, devido

32

a capacidade desses materiais em absorver grande parte da energia resultante do

impacto, ocorrem menos fraturas de extremidades (DAVIDSON, 2013).

Apesar de ser considerada adequada na absorção do impacto, a borracha tem

a desvantagem do alto custo para compra e instalação (GUANATILAKA, 2004). Isso

pode justificar o fato de ser pouco frequente na nossa amostra, estando presente em

apenas uma escola particular.

Para garantir as propriedades adequadas de proteção e absorção de impacto,

é fundamental que além da utilização de material adequado, este esteja disposto na

profundidade adequada. A profundidade mínima adequada, de acordo com as normas

da ABNT é de 30 cm, para todos os materiais.

Nesse sentido, das escolas que apresentavam material adequado na superfície

(26% do total), apenas 16% apresentava profundidade igual ou superior a 30 cm.

Somando as escolas com material inadequado na superfície com as escolas que

possuem material adequado, porém em profundidade insuficiente chegamos ao

alarmante índice de 94% de inadequação. Esse dado encontra correspondentes na

literatura. Um estudo desenvolvido na Austrália detectou 95,5% de inadequação da

superfície nos parquinhos onde ocorreram fraturas de extremidades (SHERKER, ver

ano).

Motivados pelo baixo índice de adequação dos playgrounds com relação à

profundidade das superfícies, Guatinalaka et al. (2012), conduziram um estudo que

avaliou o desempenho das superfícies quando em profundidades inferiores a 20 cm.

Materiais adequados na profundidade de até 8cm apresentam HIC elevado,

evidenciando a incapacidade de absorção de impacto. Entre 8 e 20 cm os índices

mantiveram-se elevados para HIC, mas próximos ao limite aceitável. O trabalho

conclui recomendando profundidade mínima de 20 cm. Considerando esse índice na

nossa amostra a proporção de escolas inadequadas continuaria elevada pois apenas

uma escola apresentava profundidade entre 20 e 30 cm.

Grande parte das superfícies é composta por material solto. Com o uso

frequente, ocorre deslocamento do material e assim, deterioração da profundidade.

Caso as orientações dos fabricantes não estejam disponíveis para a adequada

periodicidade de manutenção da profundidade das superfícies, um cronograma

individualizado deve ser criado de acordo com o uso do playground. Áreas localizadas

33

debaixo dos balanços e na saída dos escorregadores são as mais sensíveis (U.S.

CONSUMER PRODUCT SAFETY COMISSION, 2015).

Outro critério fundamental para garantir segurança nos parquinhos é a altura

máxima de queda. Das escolas visitadas, 93,5% apresentavam altura máxima de

queda inferior a 2 m, estando assim em conformidade com a medida preconizada pela

ABNT. Entretanto, analisando os brinquedos individualmente de acordo com as

normas da ABNT, que fixam altura máxima para gangorras em 1 m, encontramos

27,3% de inadequação.

Alturas superiores a 1,5m aumentam em duas vezes o risco de lesão grave,

independentemente do material utilizado na superfície (MACARTHUR, 2000). Um

estudo de casos e controles publicado em 1996, mostrou Odds Ratio (OR) de 4,14

para lesões graves após quedas de alturas superiores a 1,5 m (CHALMERS, 1996).

Em Singapura, as especificações para equipamentos de playground desenvolvidas

pelas instituições locais utilizam os limites de 1,5 m para crianças em idade pré-escolar

e de 2 m para crianças em idade escolar (LAM, 2013). A Canadian Paediatric Society

segue as mesmas recomendações. Na Austrália e na Nova Zelândia, a altura máxima

de queda preconizada é de 2,5 m, para todas as faixas etárias (SHERKER, 2005).

A altura de queda e a superfície interagem intimamente para estabelecer um

ambiente de recreação seguro. A utilização de superfícies capazes de absorver

impacto teve como objetivo inicial diminuir os riscos de TCE. Embora a literatura seja

rica em dados que mostraram a queda do índice de TCE após a utilização de

superfícies adequadas, o risco de fraturas de extremidades não diminuiu na mesma

proporção. Acredita-se que o risco de fraturas esteja mais relacionado com a altura

de queda (MOTT, 1997). Existem explicações biomecânicas para explicar a baixa

proteção das superfícies com relação às fraturas. Modelos experimentais de braços e

antebraços sugerem que as superfícies absorvem adequadamente impactos

decorrentes de quedas da própria altura e com direção predominante vertical.

Entretanto, em quedas de alturas maiores a superfície não é capaz de atenuar todos

os componentes de força, resultando em fraturas (CHOI, 2014).

Inicialmente, tínhamos a intenção de avaliar o número, tipo e a gravidade dos

acidentes ocorridos nas escolas, porém, a ausência de dados confiáveis não permitiu

esta avaliação.

34

Percebe-se que no presente estudo, a amostra é formada por escolas cujos

playgrounds apresentam sérios problemas relacionados à superfície, a qual na grande

maioria não é composta por material adequado, nem disposto na profundidade

recomendada, aumentando a chance de lesões cranianas. Identificamos ainda, 30%

de inadequação da altura máxima, número significativo e preocupante, tendo em vista

a estreita relação de alturas excessivas com ocorrência de fraturas de extremidades.

No presente estudo, comparamos os índices de adequação da superfície do

parquinho e da altura de queda entre as escolas públicas e as escolas privadas. Não

foram encontradas diferenças com significância estatística, provavelmente devido ao

tamanho da amostra. Entretanto, os dados apontaram para uma tendência de maior

inadequação nas escolas públicas, especialmente na avaliação das superfícies de

queda. Das escolas públicas visitadas, 80,8% apresentavam material inadequado na

superfície, contra 65,2% de inadequação nas escolas privadas.

Essa tendência de maior inadequação em instituições públicas corrobora com

os resultados de dois estudos disponíveis na literatura. O primeiro, realizado em

Atenas, na Grécia, foi um estudo de caso-controle que comparou as lesões

consequentes de acidentes em playgrounds públicos e privados. Identificou-se Odds

Ratio (OR) 8 vezes maior para a ocorrência de TCE e OR 4 vezes maior para a

ocorrência de fraturas de extremidades nos parquinhos públicos (PETRIDOU, 2002).

O segundo estudo, realizado no Canadá, consistia num programa de substituição dos

equipamentos considerados inseguros pelos padrões da CSA. Antes da substituição

dos brinquedos, o índice de acidentes nas escolas públicas era maior do que nas

escolas particulares. A partir da troca dos equipamentos considerados inseguros, essa

diferença deixou de ser significativa (MACPHERSON, 2010). Vale ressaltar que a

qualidade da supervisão é um pilar importante na prevenção, em conjunto com tais

medidas.

Das escolas avaliadas, nenhuma indicava para qual faixa etária os brinquedos

estavam destinados.

De acordo com o S.A.F.E Model®, o segundo pilar da segurança nos

playgrounds consiste na utilização de brinquedos desenvolvidos especificamente para

cada faixa etária. Sugere-se que o parquinho seja dividido em duas áreas distintas. A

primeira para crianças entre 2 e 5 anos e a segunda entre 6 e 12 anos. É impossível

35

o mesmo brinquedo oferecer as mesmas condições de segurança ao ser utilizado por

uma criança de 2 e por outra de 12 anos. Além disso, quando não há separação por

faixa etária, a probabilidade de uma criança menor utilizar os brinquedos destinados

às crianças mais velhas aumenta e com isso aumenta também o risco de acidentes.

Um estudo canadense mostrou que apenas 9% dos parquinhos apresentavam sinais

indicativos de faixa etária adequada nos brinquedos (HUDSON, 2004). Outro

levantamento, na cidade de Chicago, nos Estados Unidos, identificou apenas 25%

dos parquinhos com separação das áreas de acordo com a faixa etária (ALLEN, 2013).

A tabela 11mostra a comparação dos dados obtidos no presente estudo com

os dados publicados em 2008 pelas autoras do programa S.A.F.E Model®.

A comparação entre os dois estudos mostra diferenças importantes. Tanto na

avaliação da separação dos brinquedos por faixa etária, quanto na profundidade da

superfície, quase a totalidade das escolas avaliadas na cidade de Pelotas

apresentavam inconformidades com os padrões preconizados no Brasil. Ainda, os

índices de inadequação são muito mais elevados do que os encontrados no trabalho

australiano. O material utilizado na superfície também apresenta taxas menores de

conformidade quando comparadas com o estudo das autoras do S.A.F.E Model®.

Entretanto, encontramos comparativamente maior porcentagem altura superior ao

limite de 2 m no estudo de Hudson et al., mas os índices encontrados na nossa

amostra também são elevados e preocupantes. Todas as diferenças foram

estatisticamente significantes.

Em relação à avaliação individual dos brinquedos, discutiremos cada um a

seguir:

5.1 Balanços

Mais da metade das escolas apresentou mais de dois assentos por coluna

(52,8%). A limitação do número de assentos por coluna tem por objetivo não

sobrecarregar a parte superior que sustenta os balanços e diminuir o trânsito de

usuários ao redor dos balanços em movimento.

36

A avaliação da distância do assento ao solo é uma medida da acessibilidade

do brinquedo. De acordo com a ABNT não deve superar 35 cm. Observou-se o

alarmante índice de 65% de inadequação nesse quesito. A distância superior a 35cm

dificulta a frenagem do balanço pelo usuário e também aumenta consideravelmente a

velocidade máxima e a altura de queda alcançadas.

A distância mínima entre os assentos tem como objetivo evitar possíveis

colisões entre os balanços quando ambos estiverem em movimento. Houve 13,8%

dos equipamentos com distância menor que a indicada, acarretando o aumento da

chance de choques entre os balanços.

5.2 Escorregadores

Apenas 6,5% dos escorregadores avaliados apresentavam altura máxima

superior à recomendada (2 metros). A proteção lateral esteve ausente em apenas

4,3%. Nesses dois primeiros critérios consideramos um bom índice de adequação.

Escorregadores devem oferecer uma seção inicial horizontal com comprimento

suficiente para permitir a transição segura da posição ereta para a sentada.

Identificamos 37% de inadequação. A falta de seção inicial com comprimento

adequado é preocupante, pois favorece o desequilíbrio do usuário antes de iniciar a

descida, aumentando a chance de quedas.

5.3 Carrossel, roda ou gira-gira

Identifica-se alta porcentagem de escolas (74%) com distância entre o assento

e o solo superior à preconizada. O objetivo dessa medida é garantir o acesso ao

assento de forma segura e permitir a frenagem do equipamento pelo usuário.

Nos demais quesitos não houve grandes índices de inadequação. A totalidade

das escolas oferecia equipamentos sem eixo inclinado e 7,1% extrapolaram o

diâmetro máximo permitido.

37

5.4 Gangorras

Novamente, números preocupantes. Quase 30% das gangorras apresentava

altura máxima superior à preconizada pela ABNT. Mais alarmante foi o dado de que

85% das gangorras da nossa amostra não oferecia apoio para os pés. A ausência do

apoio para os pés dificulta a estabilização da criança, facilitando a ocorrência de

quedas durante o uso.

38

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acreditamos que esse trabalho representa um passo inicial no conhecimento das

reais condições de segurança dos playgrounds brasileiros, na direção de formular

políticas públicas com objetivo de aumentar a conformidade com os padrões

preconizados, diminuindo a ocorrência de acidentes, os quais representam a

principal causa de mortalidade de criança na faixa etária escolar;

Apresentamos duas propostas de formulários. O primeiro para relato dos acidentes

ocorridos no ambiente escolar, objetivando a construção de um banco de dados

para futura elaboração de estratégias de prevenção específicas para o nosso meio;

o segundo, consiste em uma lista de verificação para guiar o programa de

manutenção do playground (os dois em anexo).

39

7. CONCLUSÕES

A avaliação das condições de segurança dos playgrounds das escolas da cidade

de Pelotas mostrou alto índice de inadequação nos principais critérios avaliados.

Encontramos 100% de inadequação na orientação por faixa etária nos brinquedos

e mais de 90% de inadequação na avaliação da superfície de queda;

Identificamos um sistema falho e ineficiente tanto no registro dos acidentes

ocorridos nas escolas, como nas ações executadas para manejar esses eventos

e no treinamento dos supervisores e manutenção das áreas de lazer e dos

brinquedos.

40

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Abib S. Lesões não intencionais pediátricas: estudo prospectivo em cinco hospitais

da cidade de São Paulo – fatores sociais e educacionais, gravidade e prevenção

[tese]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 2013.

Abib S, Françoia A, O’Reilly L. Acidentes com crianças: percepção e comportamento

das mães brasileiras [Internet], disponível em www.criancasegura.org.br. ONG

Criança Segura – Safe Kids Brasil, 2010.

Allen E, Hill A, Tranter E, Sheehan K. Playground safety and quality in Chicago.

Pediatrics. 2013 Fev;131(2):233-41.

Barber S, Jackson C, Akhtar S, Bingham D, Ainsworth H, Hewitt C, Richardson

G, Summerbell CD, Pickett KE, Moore HJ, Routen AC, O'Malley CL, Brierley

S, Wright J. “Pre-scholars in the playground” an outdoor physical activity intervention

for children aged 18 months to 4 years old: study protocol for a pilot cluster

randomized controlled trial. Trials. 2013 Out;9;14:326.

Bartlett S. The problem of children’s injuries in low income countries: a review.

Health Policy Plan, 2002 Mar;17(1):1–13.

Branson LJ, Latter J, Currie GR, Nettel-Aguirre A, Embree T, Hagel BE. The effect of

surface and season on playground injury rates. Paediatr Child Health. 2012

Nov;17(9):485-9.

Ball D, King K. Playground injuries: a scientific appraisal of popular concerns. J R

Soc Health. 1994 Ago;111(4):134-7.

Britton JW. Kids can’t fly: preventing fall injuries in children. WMJ. 2005

Jan;104(1):33-6.

41

Campos, MCRM. Atuação em psicopedagogia institucional: brincar, criar e aprender

em diferentes idades. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2012.

Canadian Pediatric Society. Playground Safety. Pediatr Child Health. 2002 Abr

7(4):259-68.

Chalmers D, Marshall S, Langley J, Evans M, Brunton C, Kelly A, Pickering A. Height

and surfacing as risk factors for injury in falls from playground equipment: a case-

control study. Inj Prev. 1996 Jun;2(2):98-104.

Choi W, Kaur H, Robinovitch SN. Measurement of the effect of playground surface

materials on hand impact forces during upper limb fall arrests. J Appl Biomech. 2014

Abr;30(2):276-81.

Choi W, Robinovitch SN. Prediction of upper extremity impact forces during falls on

the outstretched hand. J Biomech. 1998 Dez;31(12):1169-76.

Coppens N, Gentry L. Video analysis of playground injury risk situations. Res Nurs

Health. 1991 Abr;14(2):129-36.

Davidson P, Wilson S, Chalmers D, Wilson B, McIntosh A. Analysis of Energy Flow

During Playground Surface Impacts. J App Biomech. 2013;29:628-633.

Dahrouj L, Paschoarelli LC. Considerações sobre a segurança de playgrounds: uma

contribuição do design. 2006;15(2):1-18.

Fiissel D, Pattison G, Howard A. Severity of playground fractures: play equipment

versus standing height falls. Inj Prev. 2005 Dez;1(6):337-9.

Finklestein E, Corso P, Miller T. The incidence an economic burden of injuries in the

United States. J Epidemiol Community Health. 2007 Out;61:926.

42

Guanatilaka A, Sherker S, Ozzane-Smith J. Comparative performance of playground

surfacing materials including conditions of extreme non-compliance. Inj Prev. 2004

Jun;10:174-9. 2004.

Hashikawa AN, Newton MF, Cunningham RM, Stevens MW. Unintentional Injuries in

Child Care Centers in the United States: a Systematic Review. J Child Health Care.

2015 Mar;19(1):93-105.

Heck C, Collins J, Peterson J. Decreasing Children’s Risk Taking on the Playground.

J Appl Behav Anal. 2001;34(3):349-352.

Howard A, MacArthur C, Willan A, Rothman L. The effect of safer equipment on

playground injury rates among school children. CMAJ. 2005 Mai;172(11):1443-6.

Hudson S, Thompson D, Mack MG. The prevention of playground injuries. J Sch

Nurs. 1999 Ago;15(3):30-3.

Mahadev, A; Soon, MY H; Lam, KS. Monkey bars are for monkeys: a study on

playground equipment related extremity fractures in Singapore. Singapore Med J.

2004 Jan;45(1):9-13.

Leung, K W, Mahadev A. The cost of sustaining playground related extremity

fractures in Singapore. Injury, 2011 Abr;42(4):352-5.

DATASUS [internet]. Sistema de Informação Hospitalar Descentralizado. Avaiable

from: http://www2.datasus.gov.br/SIHD/.

Lam KY, Sumanth Kumar G, Mahadev A. Severity of playground-related fractures:

more than just playground factors? J Pediatr Orthop. 2013 Abr-Mai;33(3):221-6.

Laforest S, Robitaille Y, Lesage D, Dorval D. Surface Characteristics, equipment

height, and occurence and severity of playground injuries. Inj Prev. 2001

Mar;7(1):35-40.

43

Laflamme L, Menckel E, Aldenberg E. School-injury determinants and characteristics:

developing an investigation instrument from a literature review. Accid Anal Prev.

1997 Set;30(4):481-495.

Macarthur C, Hu X, Wesson D, Parkin P. Risk factors for severe injuries associated

with falls from playground equipment. Accid Anal Prev. 2000 Mai;32(3):377-82.

Olsen HM, Hudson SD, Thompson D. Developing a playground injury prevention

plan. J Sch Nurs. 2008 Jun;24(3):131-7.

MacKAY M. Playground injuries. Inj Prev. 2003 Set;9(3):194-6.

Macpherson A, Jones J, Rothman L, MacArthur C, Howard A. Safety standards and

socioeconomic disparities in school playground injuries: a retrospective cohort study.

BMC Public Health. 2010 Set 8;10:542.

Norton C, Nixon J, Sibert JR. Playground injuries to children. Arch Dis Child. 2004

Fev;89(2):103-8.

Mack MG, Hudson S, Thompson D. A descriptive analysis of children’s playground

injuries in the United States. Inj Prev. 1997 Jun;3(2):100-3.

Mott A, Rolfe K, James R, Evans R, Kemp A, Dunstan F, Kemp K, Sibert J. Safety of

surfaces and equipment for children in playgrounds. Lancet. 1997

Jun;249(9069):1874-6.

Park MJ, Baldwin K, Weiss-Laxer N, Christian JB, Mello MJ, Eberson C, Spiegel DA.

J Pediatr Orthop. 2010 Mar;30(2):101-5.

Petridou E, Sibert J, Dedoukou X, Skalkidis I, Trichopoulos D. Injuries in public and

private playgrounds: the relative contribution of structural equipment and human

factors. Acta Paediatr. 2002;91:691-7.

44

Phelan KJ, Khoury J, Kalkwarf HJ, Lanphear BP. Trends and patterns of playground

injuries in United States children and adolescents. Ambul Pediatr. 2001 Jul;1(4):227-

33.

Sherker S, Ozanne-Smith J, Rechnitzer G, Grzebieta R. Development of a

multidisciplinary method to determine risk factors for arm frcture in falls from

playground equipament. Injury Prevention. 2003 Set;9(3):279-83.

Sherker S, Short A, Ozzane-Smith J. The in situ performance of playground

surfacing: implications for maintenance and injury prevention. Int J Inj Contr Saf

Promo. 2005 Mar;12(1):63-6.

Sosin DM, Keller P, Sacks J, Kresnow M, van Dyck PC. Surface-specific fall injury

rates on Utah School Playgrounds. Am J Public Health. 1993 May;83:733-5.

ANEXO

1. Parecer do Comitê de Ética

2. APÊNDICE A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

O presente estudo tem o título de ‘Avaliação da segurança dos playgrounds

das escolas de uma cidade de médio porte no sul do Brasil’ e tem como objetivo avaliar

a segurança dos “playgrounds” das escolas da cidade de Pelotas. Para isso, serão

realizadas visitas a escolas municipais, estaduais e particulares, de ensino infantil e

fundamental, durante as quais serão aplicados questionários aos professores

responsáveis e haverá ainda medidas e avaliações nos parquinhos.

Acreditamos que o conhecimento da real situação dos “playgrounds” forneça

importantes dados para o desenvolvimento de estratégias que busquem diminuir o

número de acidentes ocorridos nesse ambiente.

O projeto conta com a autorização da Secretaria Municipal de Educação de

Pelotas e da 5ª Coordenadoria Regional de Educação.

Agora vou lhe informar sobre os direitos dos participantes:

a) Todas as informações obtidas nesse estudo, serão analisadas em conjunto com as de

outros voluntários, não sendo divulgado a sua identificação ou de outros participantes

em nenhum momento;

b) O sr. ou a sra. tem toda a liberdade de retirar o seu consentimento e deixar de participar

do estudo a qualquer momento sem penalização alguma;

c) O sr. ou a sra. tem garantia de que todos os dados obtidos a seu respeito só serão

utilizados nesse estudo;

d) O sr. ou a sra. não receberá nenhuma compensação financeira relacionada à sua

participação neste estudo. Da mesma forma, não terá nenhum despesa pessoal em

qualquer fase do estudo;

e) A qualquer momento, se for do seu interesse, poderá ter acesso a todas as

informações obtidas a seu respeito neste estudo, ou a respeito dos resultados gerais;

f) Quando o estudo for finalizado, o sr. ou sra. será informado sobre os principais

resultados e conclusões obtidas;

g) Em qualquer etapa do estudo, o sr. ou a sra. terá acesso aos profissionais

responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. O principal

investigador é o Victor Garcia Neto, que pode ser encontrado no consultório localizado

na Rua Santos Dumont, 172, sala 902, bairro centro, Pelotas. Os telefones para

contato são (53) 32255300 ou (53) 32259300. Se você tiver alguma consideração ou

dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em

Pesquisa (CEP) da Unifesp – Rua Botucatu, 572 – 1º andar – cj 14, (11)5571-1062,

FAX (11) 5539-7162 – E-mail [email protected].

h) Esse termo foi elaborado em duas vias devidamente assinadas, sendo que uma ficará

com o sr. ou sra. e a outra conosco.

Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li

ou que foram lidas para mim, descrevendo o estudo ‘Avaliação da segurança dos

playgrounds das escolas de uma cidade de médio porte no sul do Brasil’. Eu discuti

com Victor Garcia Neto sobre a minha decisão em participar desse estudo. Ficaram

claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem

realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de

esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha participação é isenta

de despesas. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar

meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem

penalidades ou prejuízos ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido.

Pelotas, ___/___/___

Nome do participante

____________________________________________________

Assinatura do participante

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária, o Consentimento Livre e

Esclarecido deste participante para a participação neste estudo. Declaro ainda que me

comprometo a cumprir todos os termos aqui descritos.

Pelotas, __/__/__

Pesquisador

APÊNDICE B

QUESTIONÁRIO

AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA DOS PLAYGROUNDS Nº :

CHECAGEM: 1.CHECADO 2. ESCOLA FECHOU

3. NÃO FOI ENCONTRADA

4. RECUSA Nº ESCOLA:

ADMINISTRAÇÃO 1. PRIVADA 2. MUNICIPAL 3. ESTADUAL NÚMERO

DE ALUNOS

PARTE I - DADOS SOBRE AS ATIVIDADES NA ESCOLA

Bom dia/ boa tarde. Meu nome é _____. Participo da pesquisa de mestrado da Escola Paulista de Medicina e estou desenvolvendo uma pesquisa sobre as condições de segurança dos playgrounds das escolas da cidade de Pelotas. Gostaria de falar um pouco com diretor/professor responsável. O(a) Sr(a). poderia me responder a algumas perguntas? Gostaria de esclarecer que os resultados desta pesquisa são confidenciais, e em nenhum momento seu nome será mencionado nos resultados.

NOME DO ENTREVISTADO:

_____________________________________________________________________

TELEFONE: ________________________________________________

CARGO NA ESCOLA: _________________________________

P.1 Existe algum instrumento de relato de acidentes na Escola?

1. Sim

2. Não

Se sim, qual? ______________________________________________________________________

P.2 Existe supervisão das atividades desenvolvidas no playground?

1. Sim

2. Não

Se sim. a) quem exerce? _____________________________________________________________

b) quantas pessoas por turno? __________________________________________________________

P.3 Existe alguma estratégia de prevenção de acidentes na escola?

1. Sim

2. Não

Se sim, qual? ______________________________________________________________________

P.4 Existe alguma estratégia de ação após acidente?

1. Sim

2. Não

Se sim, qual? ______________________________________________________________________

P.5 Existe algum programa de manutenção dos equipamentos de playground?

1. Sim

2.Não

Se sim, qual? ______________________________________________________________________

II – DADOS GERAIS SOBRE O PLAYGROUND

P.6 Quantos brinquedos existem?

1. Um 2. Dois 3. Três 99. Não há

4. Quatro 5. Cinco ou mais

P.7 Qual a superfície do playground

1.Areia 3. Concreto

2. Grama 4. Madeira

P.8 Qual a profundidade (no caso de areia)

______cm

P.9 Existe orientação de faixa etária nos brinquedos?

1.Sim 2. Não

III – DADOS SOBRE AS CONDIÇÕES DOS BRINQUEDOS

P.10 Partes quebradas?

1. Sim 2. Não

P.11 Presença de ferrugem?

1. Sim 2. Não

P.12 Presença de lascas de madeira?

1. Sim 2. Não

BALANÇOS

P.13 Distância do assento do solo

1. Menor ou igual a 35cm 2. Maior que 35cm

P.14 Espaço entre assentos

1. Maior ou igual a 20cm 2. Menor que 20cm

P.15 Quantos assentos por coluna?

1. Menor ou igual a 2 2. Mais que 2

ESCORREGADORES

P.16 Altura máxima

1. Menor ou igual a 2m 2. Maior que 2m

P.17 Seção inicial

1. Maior ou igual a 35cm 2. Menor que 35cm

P.18 Proteção lateral

1. Sim 2. Não

CARROSSEL/RODA

P.19 Distância entre solo e assento

1. Menor ou igual a 40cm

2. Maior que 40cm

P.20 Eixo inclinado

1. Sim

2. Não

P.21 Diâmetro

1. Menor ou igual a 2m

2. Maior que 2m

GANGORRA

P.22 Altura máxima de queda

1. Menor ou igual a 1m

2. Maior que 1m

P.23 Apoio para os pés

1. Sim 2. Não

AGRADEÇA E ENCERRE.

APÊNDICE C

FORMULÁRIO PARA RELATO DE ACIDENTES

FORMULÁRIO PARA RELATO DE ACIDENTES

DATA: HORA:

BLOCO A – IDENTIFICAÇÃO

1. NOME DA ESCOLA: 2. NOME DO RELATOR: 3. CARGO DO RELATOR 4. NOME DO ALUNO:

4.1. SEXO: ☐M ☐F 4.2.IDADE: 4.3. SÉRIE:

BLOCO B – CARACTERÍSTICAS DA OCORRÊNCIA 5. LOCAL DO ACIDENTE:

☐ SALA DE AULA ☐ PÁTIO ☐ PLAYGROUND ☐ QUADRA ESPORTIVA ☐ PISCINA ☐ REFEITÓRIO ☐ ESCADAS ☐ ÁREA EXTERNA (CALÇADA, RUA)

6. COMO OCORREU O ACIDENTE ☐ QUEDA DA PRÓPRIA ALTURA ☐ QUEDA NAS ESCADAS ☐ QUEDA DE SKATE ☐ QUEDA DE PATINS ☐ ACIDENTE COM BICICLETA ☐INGESTÃO OU ASPIRAÇÃO DE CORPO ESTRANHO ☐INTOXICAÇÃO ☐ QUEDA DE OUTRO NÍVEL ☐ MENOR QUE 1,5M ☐ ENTRE 1,5 M E 3 M ☐ MAIOR QUE 3 M

7. TIPO DE LESÃO ☐ ENTORSE ☐ FRATURA ☐ CORTE ☐CONTUSÃO ☐QUEIMADURA

☐ COLISÃO ENTRE COLEGAS ☐ PICADA OU MORDIDA DE ANIMAL ☐ DURANTE PRÁTICA DE ESPORTES ☐ QUEIMADURA POR CALOR ☐ QUEIMADURA ELÉTRICA /

CHOQUE ELÉTRICO ☐ SUFOCAMENTO ☐AFOGAMENTO ☐ ATROPELAMENTO ☐ OUTRO. QUAL?

☐ ABRASÃO ☐OUTRO. QUAL?

__________________________________________________________________________________________

8. PARTES DO CORPO LESIONADAS ☐ CABEÇA

☐ DENTES

☐ OLHOS

☐ PESCOÇO

☐ COSTAS

☐ TÓRAX

☐ ABDOME

☐ OMBROS

☐ BRAÇOS

☐ANTEBRAÇOS 9. ESTADO DE CONSCIÊNCIA

☐ ACORDADO

☐ AGITADO

☐ SONOLENTO

☐ NÃO ACORDA AO SER CHAMADO 10. SINAIS VITAIS

TEMPERATURA AXILAR: PRESSÃO ARTERIAL: FREQUÊNCIA CARDÍACA FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA

BLOCO C – CARACTERÍSTICAS DO LOCA 11. SUPERFÍCIE SOBRE A QUAL OCORREU O ACIDENTE

☐ AREIA

☐ CONCRETO

☐ LASCAS DE MADEIRA

☐ ASFALTO

☐ PEDRA BRITA

☐ BORRACHA

☐ GRAMA

☐ TERRA BATIDA

☐ OUTRO. QUAL?

________________________________________________________________ 12. PROFUNDIDADE DA SUPERFÍCIE

☐ MENOR DO QUE 30 CM

☐ MAIOR OU IGUAL A 30 CM DATA DA ÚLTIMA MANUTENÇÃO:

13. PRESENÇA DE SUPERVISÃO NO LOCAL?

☐ SIM

☐ NÃO SUPERVISOR TREINADO? ☐ SIM

☐NÃO DATA DO ÚLTIMO TREINAMENTO:

☐ PUNHOS

☐ MÃOS

☐ COXAS

☐ JOELHOS

☐ TORNOZELOS

☐ PÉS

☐ OUTRA. QUAL?

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________

PALIDEZ ☐SIM ☐NÃO

SUDORESE ☐SIM ☐NÃO

CIANOSE ☐SIM ☐NÃO

APÊNDICE D

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome da Escola: Data da inspeção: Inspeção realizada por:

LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA MANUTENÇÃO DOS PLAYGROUNDS

SUPERFÍCIE 1. Material da superfície 2. Profundidade da superfície em centímetros: 3. Data da última reposição de material na superfície:

☐Areia

☐ Borracha

☐Pedra brita

☐ Grama

☐ Terra batida

☐ Concreto

☐ Asfalto

☐ Lascas de madeira

MANUTENÇÃO GERAL

4. Partes quebradas ☐SIM ☐ NÃO

5. Ferrugem ☐SIM ☐ NÃO

6. Lascas de madeira ☐SIM ☐ NÃO

Bibliografia Consultada 1. DeCS – Descritores em Ciência da Saúde, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS),

BIREME, São Paulo, 2016.

2. Rother ET, Braga MER. Como elaborar sua tese- estrutura e referências. São

Paulo: Amélia Gasparini; 2005.

3. Universidade Federal de São Paulo – Biblioteca Antonio Rubino de Azevedo.

Normas para teses e dissertações. 2a ed. rev. e corrigida. São Paulo: 2015.