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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS Avaliação do status de zinco e da expressão gênica de metalotioneínas em pacientes com aterosclerose tratados com rosuvastatina PAULA CRISTINA SILVEIRA DIAS Orientadora: Prof a . Lucia de Fátima Campos Pedrosa Schwarzschild Co-orientadora: Prof a . Adriana Augusto de Rezende Natal/RN 2011

Avaliação do status de zinco e da expressão gênica de ... · (CA), além da análise do consumo alimentar dos pacientes. ... (CT) e LDL-c (p

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

Avaliação do status de zinco e da expressão gênica de metalotioneínas em

pacientes com aterosclerose tratados com rosuvastatina

PAULA CRISTINA SILVEIRA DIAS

Orientadora: Profa. Lucia de Fátima Campos Pedrosa Schwarzschild

Co-orientadora: Profa. Adriana Augusto de Rezende

Natal/RN 2011

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PAULA CRISTINA SILVEIRA DIAS

Avaliação do status de zinco e da expressão gênica de metalotioneínas em

pacientes com aterosclerose tratados com rosuvastatina

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós Graduação em Ciências

Farmacêuticas como requisito para

obtenção do título de mestre.

Natal/RN 2011

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COLABORADORES

Profa Adriana Augusto de Rezende – UFRN

Profa . Karine Cavalcanti Maurício de Sena – UFRN

Profa. Dulcinéia Saes Parras Abdalla – USP

Profª. Tereza Neuma de Castro Dantas - Departamento de Engenharia Química – UFRN

Dra. Maria Sanali Moura de Oliveira Paiva – HUOL - UFRN

Profª Diana Quitéria Cabral Ferreira – Universidade Potiguar (UNP), Mestre pelo Programa de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas – UFRN

Bolsistas de Iniciação Científica do Curso de Nutrição - UFRN:

Caroline Medeiros Machado Heliane Moura Neidjany Patrícia Lima Torres Renata Nayane Fernandes dos Santos

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ser minha força em cada momento vivido e por me permitir tantas conquistas; Aos meus pais, Laise, funcionária apaixonada e dedicada a esta universidade, que é a maior incentivadora dos seus três filhos; e Carlos, por todo amor e dedicação em tudo que sempre precisei no período do mestrado e em todos os momentos; Ao meu irmão, Carlos, mestre, doutorando desta universidade e professor universitário. Meu exemplo; À Larissa, minha irmã querida, pelo apoio e por dividir tantos momentos de alegria; Ao meu noivo, Beto, por todo amor e paciência. Obrigada por me “adular” e me apoiar sempre; À minha orientadora, Profa. Lúcia Pedrosa, uma grande pesquisadora apaixonada pelo que faz e que é um verdadeiro exemplo de dedicação. Obrigada pelo incentivo, dedicação, apoio e cobranças que contribuíram para o meu crescimento pessoal e profissional; À Profa. Adriana, por ter dado a oportunidade de conhecer e aprender sobre biologia molecular e por sua dedicação em todos os momentos; À Profa. Karine Sena, que foi a mentora do projeto inicial que deu origem ao presente trabalho e que é um verdadeiro anjo em minha vida, antes como professora e orientadora durona, ainda na graduação, e hoje como amiga e incentivadora que sempre me apoiou e ajudou em minhas inseguranças e deslizes. Obrigada por tudo; À Profa. Tereza Neuma de Castro Dantas do Departamento de Engenharia Química da UFRN, por ter disponibilizado o laboratório para realização das análises de zinco; À Dra. Maria Sanali, do setor de hemodinâmica do Hospital Universitário Onofre Lopes – HUOL-UFRN, pela colaboração no projeto, especialmente na seleção dos pacientes; Às bolsistas de iniciação científica, Carol, Patrícia, Heliane e Renata, por toda dedicação ao trabalho e por todos os momentos de alegria, correria, sono, fome compartilhados. Sem vocês nada seria possível. À Diana, companheira de mestrado, pelos aprendizados compartilhados; À Profa. Vivian pela contribuição na etapa da determinação do gene referência;

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Aos colegas do Laboratório Muldisiciplinar, que tanto me ajudaram, entendendo minhas limitações e sempre me atendendo com paciência. Obrigada a Freire, Felipe, Raul, Melina, Gustavo e Marcela, especialmente Gustavo pela imensa contribuição no desenho dos primes e Marcela pelo apoio diário em todas as minhas atividades no Laboratório de Biologia Molecular; Às colegas nutricionistas do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel pela força e torcida. Elisa e Ada, minhas chefes, agradeço pela compreensão quanto aos horários e escalas; E as colegas “novatas” obrigada por me “socorrerem” quando precisei, me substituindo com dedicação; Aos funcionários do Programa de Pós Graduação em Ciência Farmacêuticas e do Laboratório Multidisicplinar; Aos funcionários do Natal Hospital Center pela colaboração na coleta de sangue na fase inicial do projeto; À Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte (FAPERN) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) pelo apoio financeiro A todos os pacientes.

Muito Obrigada!!!

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DIAS, PCS. Avaliação do status de zinco e da expressão gênica de metalotioneínas em pacientes com aterosclerose tratados com rosuvastatina. [Dissertação]. Mestrado em Ciências Farmacêuticas – Universidade Federal do Rio Grande do Norte; 2011. 90p.

RESUMO

O estudo teve como objetivo avaliar o status de zinco por meio da ingestão dietética, zinco no plasma e nos eritrócitos e a expressão gênica das metalotioneínas em pacientes com aterosclerose em uso de rosuvastatina. A pesquisa envolveu 27 pacientes adultos e idosos de ambos os sexos com aterosclerose que foram tratados com rosuvastatina (10mg/dia) durante 4 meses. Foi realizada a dosagem do perfil lipídico, glicemia, AST e ALT, proteína C reativa ultrasensível (PCRus), zinco plasmático e eritrocitário e expressão gênica das metalotioneínas 1 e 2. Realizou-se a avaliação do índice de massa corporal (IMC) e circunferência abdominal (CA), além da análise do consumo alimentar dos pacientes. A maioria dos pacientes avaliados apresentou sobrepeso, tanto antes como após o tratamento, sem diferença significativa entre os tempos do estudo. Identificou-se que a CA foi reduzida significativamente no grupo (p<0,05) após a intervenção. A maioria dos pacientes tinha ingestão abaixo da recomendação de calorias e fibras e acima do recomendado de proteínas. As gorduras mono e poliinsaturadas foram adequadas para a maioria dos pacientes, no entanto, a gordura saturada e colesterol foram consumidos em excesso por grande parte dos indivíduos. O consumo de zinco foi inadequado, constatando-se 100% de inadequação no sexo masculino e 84% no feminino. Após o tratamento com a rosuvastatina houve redução significativa do colesterol total (CT) e LDL-c (p<0,01) e não foram observadas alterações no HDL-c e triacilglicérides. Foi verificada também a redução da glicemia (p<0,05) e da PCRus (p<0,01). As análises não demonstraram diferenças significativas nas concentrações de zinco no plasma nem nos eritrócitos antes e após o tratamento com rosuvastatina. Houve, após o tratamento, redução do gene MT1F (p<0,05) sem, no entanto, ocorrer alteração significativa do gene MT2A. O tratamento com rosuvastatina foi efetivo na redução do CT e LDL-c, bem como promoveu a redução do marcador inflamatório PCRus. O zinco no plasma e nos eritrócitos não foi alterado pelo uso da medicamento e houve uma redução do gene MT1F, possivelmente em função da redução da inflamação. A maioria dos pacientes apresentou consumo inadequado de zinco e esta inadequação não teve relação com os parâmetros do mineral no plasma ou nos eritrócitos nem com a expressão gênica das metalotioneínas. Descritores: Aterosclerose; rosuvastatina; zinco; metalotioneínas.

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DIAS, PCS. Evaluation of the zinc status and the metallothionein gene expression in patients with atherosclerosis treated with rosuvastatin. [Dissertation]. Masters Degree in Pharmaceutical Sciences – Universidade Federal do Rio Grande do Norte; 2011. 90p.

ABSTRACT

The study had as objective to evaluate the zinc status by means of dietary intake, zinc in plasma and in erythrocytes and the metallothionein gene expression in patients with atherosclerosis in use of rosuvastatin. The research involved 27 adult and elderly patients of both genders with atherosclerosis that were treated with rosuvastatin (10mg/day) during 4 months. We performed the dosage of lipids, glucose, AST and ALT, ultrasensitive C-reactive protein (hsCRP), plasmatic and erythrocyte zinc and 1 and 2 metallothionein gene expression. The assessment of body mass index (BMI) and abdominal circumference (AC) was performed, besides the analysis of dietary intake of patients. The majority of the evaluated patients presented overweight, before and after the treatment, with no significant difference between the times of the study. It was identified that the AC was significantly reduced in the group (p<0.05) after the intervention. The majority of the patients had intake below the recommendation of calories and fibers and above recommendation of proteins. The mono and polyunsaturated fats were adequate for the majority of the patients, however, the saturated fat and cholesterol were consumed in excess by a great part of the individuals. The intake of zinc was inadequate, being noticed an inadequacy of 100% in the male gender and of 84% in the female. After the treatment with rosuvastatin there was a significant reduction in the total cholesterol (TC) and LDL-c (p<0.01) and no alterations were observed in the HDL-c and triacylglycerols. It was also verified that the reduction of glycemia (p<0.05) and of hsCRP (p<0.01). The analysis did not demonstrate significant differences in the plasmatic and erythrocyte zinc concentration after the treatment. There was, after the treatment, reduction of the MT1F gene (p<0.05) without, however, occurring significant alterations in the MT2A gene. The treatment with rosuvastatin was effective in the reduction of TC and LDL-c, and promoted the reduction of inflammatory marker hsCRP. The zinc in the plasma and erythrocyte was not altered by the use of the medication and there was a reduction in the MT1F gene, possibly due to the reduction of inflammation. The majority of patients presented inadequate intake of zinc and this inadequacy did not have relation with the mineral parameters in plasma and erythrocytes or with the metallothionein gene expression. Keywords: Atherosclerosis; rosuvastatin, zinc, metallothionein.

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LISTA DE ABREVIATURAS

Lp(a) Lipoproteína (a) ALT Alanina Aminotransferase AST Aspartato Aminotransferase CA Circunferência Abdominal c-DNA DNA complementar CT Colesterol Total DCV Doença Cardiovascular DM2 Diabetes Tipo 2 DRI Dietary Reference Intakes HAS Hipertensão Arterial Sistêmica HDL Lipoproteína de alta densidade HMG-CoA Hidroxi-metil glutaril coenzima A IAM Infarto Agudo do Miocárdio IDL Lipoproteína de densidade intermediária IFN- a Interferon alfa IL-1 Interleucina - 1 IL-6 Interleucina - 6 IL-8 Interleucina - 8 IMC Índice de Massa Corpórea JUPITER Justification for the Use of Statins in Primary Prevention:

An Intervention Trial Evaluating Rosuvastatin LDL Lipoproteínas de baixa densidade MT Metalotioneína MT 1 Metalotioneína 1 MT 2 Metalotioneína 2 NCEP III National Cholesterol Education Program's III PCRus Proteína C reativa ultra-sensível PPAR Receptores ativados por proliferadores de peroxissoma RDA Recomendações Dietéticas Adequadas RNA Ribonucleic Acid SBC Sociedade Brasileira de Cardiologia TG Triglicérides TNF-a Fator de Necrose Tumoral alfa t-PA Plasminogênio tipo tecidual VLDL Lipoproteína de densidade muito baixa Zip14 Transportador de zinco número 14

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Sequências dos iniciadores e sondas utilizados nas reações de PCR em tempo real ...... 34

Tabela 2 - Características gerais dos pacientes com aterosclerose tratados com rosuvastatina ...... 37

Tabela 3 - Avaliação antropométrica dos pacientes com aterosclerose tratados com Rosuvastatina ......................................................................................................................... 38

Tabela 4 - Consumo médio de energia, macronutrientes e fibras dos pacientes com aterosclerose tratados com rosuvastatina ......................................................................................................

40

Tabela 5 - Perfil lipídico, glicemia, PCR-us, AST e ALT dos pacientes com aterosclerose tratados com rosuvastatina .....................................................................................................

44

Tabela 6 - Distribuição dos pacientes com Aterosclerose tratados com rosuvastatina, de acordo

com a classificação do perfil lipídico .................................................................................... 45

Tabela 7 – Concentrações de zinco plasmático e eritrocitário e variação de expressão de mRNA

dos genes MT1F e MT2A dos pacientes com aterosclerose tratados com rosuvastatina ......... 46

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fluxograma de arrolamento dos pacientes ................................................................... 27

Figura 2 - Fluxograma das atividades realizadas durante o estudo com os pacientes com aterosclerose tratados com rosuvastatina .......................................................................................

28

Figura 3 - Separação do sangue total coletado, de acordo com as análises realizadas durante o estudo com os pacientes com aterosclerose tratados com rosuvastatina .........................................

29

Figura 4- Distribuição dos pacientes com Aterosclerose tratados com rosuvastatina, de acordo com o a classificação do IMC .......................................................................................................

39

Figura 5 - Distribuição dos pacientes com Aterosclerose tratados com rosuvastatina, de acordo com a CA .............................................................................................................................

39

Figura 6 - Distribuição dos pacientes com aterosclerose tratados com rosuvastatina, de acordo com a adequação do consumo de calorias, macronutrientes, fibra e colesterol total .......................

41

Figura 7 - Prevalência de inadequação da ingestão bruta de zinco, nos pacientes com Aterosclerose tratados com rosuvastatina, gênero masculino .........................................................

42

Figura 8 - Prevalência de inadequação da ingestão ajustada de zinco, nos pacientes com Aterosclerose tratados com rosuvastatina, gênero masculino .........................................................

42

Figura 9 - Prevalência de inadequação da ingestão bruta de zinco, nos pacientes com Aterosclerose tratados com rosuvastatina, gênero feminino ...........................................................

43

Figura 10 - Prevalência de inadequação da ingestão ajustada de zinco, nos pacientes com Aterosclerose tratados com rosuvastatina, gênero feminino ............................................................

43

Figura 11 – Expressão gênica de metalotioneínas (MT1F e MT2A) em relação ao gene de referência β-actina ...........................................................................................................................

46

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13

1.1 ATEROSCLEROSE.................................................................................................. 14

1.2 ZINCO: ASPECTOS GERAIS E RELAÇÃO COM ESTATINAS .......................... 17

1.3 METALOTIONEÍNAS: INTERAÇÕES METABÓLICAS COM O ZINCO,

INFLAMAÇÃO E ATEROSCLEROSE ........................................................................

20

2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 23

2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 24

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 24

3 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 25

3.1 PROTOCOLO EXPERIMENTAL ............................................................................ 26

3.2 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA ..................................................................... 30

3.3 AVALIAÇÃO DIETÉTICA ....................................................................................... 30

3.4 ANÁLISES DO PERFIL LIPÍDICO, GLICEMIA E ENZIMAS HEPÁTICAS....... 31

3.5 ANÁLISE DA PROTEÍNA C REATIVA ULTRA-SENSÍVEL (PCR-US) ............. 32

3.6 DETERMINAÇÃO DE ZINCO NO PLASMA E NOS ERITROCITOS................ 32

3.7 ANÁLISE DA EXPRESSÃO GÊNICA DE METALOTIONEÍNAS ...................... 33

3.7.1 Isolamento e quantificação do RNA total ........................................................... 33

3.7.2 Análise da expressão de RNA pela PCR em Tempo Real ................................. 33

3.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA ........................................................................................ 35

4 RESULTADOS ………………………………………………………………...….. 36

4.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA AMOSTRA ...................................................... 37

4.2 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA …………………………………………….. 38

4.3 ANÁLISE DA DIETA ……………………………………………………………… 40

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4.4 ANÁLISES DO PERFIL LIPÍDICO GLICEMIA, PCR-US E ENZIMAS

HEPÁTICAS ....................................................................................................................

44

4.5 ANÁLISE DE ZINCO NO PLASMA E NOS ERITRÓCITOS E EXPRESSÃO

GÊNICA DAS METALOTIONEÍNAS 1 E 2 ............................................…………….

45

5 DISCUSSÃO……...……………………………………………...………………….. 47

6 CONCLUSÕES ……………………………………………………………………… 53

REFERÊNCIAS……………………………………………………………………….. 55

ANEXOS

APÊNDICES

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INTRODUÇÃO

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1 INTRODUÇÃO

1.1 ATEROSCLEROSE

A aterosclerose é uma doença inflamatória crônica de origem multifatorial que

ocorre em resposta à agressão endotelial, acometendo principalmente a camada íntima de

artérias de médio e grande calibre. A doença inicia precocemente sendo considerada uma

enfermidade inflamatória e não somente uma acumulação crônica de lipídios na parede

arterial. O processo inflamatório crônico pode resultar de oxidação de lipoproteínas de baixa

densidade (LDL), infecção crônica e Espécies Reativas de Oxigênio (EROs) (GROBBEE;

BOTS, 2004, PAOLETTI et al, 2004; SBC, 2007).

Várias são as hipóteses que explicam os processos associados ao desenvolvimento

da aterosclerose. A hipótese da resposta à injúria aponta a lesão vascular como o evento

inicial do processo de aterosclerose. Em contraste, a teoria da resposta à retenção coloca as

interações entre as lipoproteínas e a matriz como o ponto crítico da aterosclerose, enquanto

que a hipótese da modificação oxidativa ressalta a importância da oxidação da LDL como o

principal fator desencadeante da doença. Embora as diferentes teorias direcionem mecanismos

diversos para explicar a aterosclerose, existem pontos comuns, como por exemplo, o

envolvimento da inflamação e a lipoproteína LDL, como partícula central no processo

(SCHOEN, 2005).

Uma das hipóteses para formação da placa aterosclerótica é a agressão ao

endotélio vascular, devido a fatores de risco tais como: elevação de lipoproteínas aterogênicas

(LDL, da lipoproteína de densidade intermediária-IDL, lipoproteína de densidade muito

baixa-VLDL, remanescentes de quilomícrons), hipertensão arterial e/ou tabagismo. Como

conseqüência da disfunção endotelial a camada íntima torna-se mais permeável às

lipoproteínas plasmáticas favorecendo a retenção das mesmas no espaço subendotelial. Uma

vez retidas, as partículas de LDL sofrem oxidação, tornando-se imunogênicas. O depósito de

lipoproteínas na parede arterial ocorre de maneira proporcional à concentração dessas

lipoproteínas no plasma (SBC, 2007).

Além do aumento da permeabilidade às lipoproteínas, outra manifestação da

disfunção endotelial é o surgimento de moléculas de adesão leucocitária na superfície

endotelial, processo estimulado pela presença de LDL oxidada. As moléculas de adesão são

responsáveis pela atração de monócitos e linfócitos para a parede arterial. Induzidos por

proteínas quimiotáticas, os monócitos migram para o espaço subendotelial onde se

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diferenciam em macrófagos, que por sua vez captam as LDL oxidadas. Os macrófagos

repletos de lípides são chamados células espumosas e são o principal componente das estrias

gordurosas, lesões macroscópicas iniciais da aterosclerose (SBC, 2007).

Alguns mediadores da inflamação estimulam a migração e proliferação das

células musculares lisas da camada média arterial que ao migrar para a íntima, passam a

produzir citocinas, fatores de crescimento e matriz extracelular que formará parte da capa

fibrosa da placa aterosclerótica. Esta placa é constituída por elementos celulares, componentes

da matriz extracelular e núcleo lipídico. As placas estáveis caracterizam-se pelo predomínio

de colágeno, organizado em capa fibrosa espessa, escassas células inflamatórias e núcleo

lipídico de proporções menores. As instáveis apresentam atividade inflamatória intensa,

especialmente nas suas bordas laterais, com grande atividade proteolítica, núcleo lipídico

proeminente e capa fibrótica tênue. A ruptura desta capa expõe material lipídico altamente

trombogênico, levando à formação de um trombo sobrejacente. Este processo, também

conhecido por aterotrombose, é um dos principais determinantes das manifestações clínicas

da aterosclerose (SIQUEIRA; ABDALLA; FERREIRA, 2006; SBC, 2007).

A aterosclerose é uma das principais causas de morte no ocidente, incluindo o Brasil,

no qual a mortalidade por doenças do aparelho circulatório, entre 1990 e 2004 apresentou um

crescimento acentuado nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, em ambos os gêneros e

em menor grau nas regiões Sudeste e Sul (BRASIL, 2006). Em 1994 as doenças do aparelho

circulatório representavam 32% das morbidades, reduzindo para 28% em 2005, no entanto,

permanecendo como principal morbidade neste período (GOIS; VERAS, 2010). É importante

destacar a transição demográfica, epidemiológica e nutricional pelo qual o Brasil passa com

ênfase no marcante aumento na prevalência de obesidade nos diversos subgrupos

populacionais, associado a uma alta incidência de doenças cardiovasculares, influenciando

desta maneira, no perfil de morbi-mortalidade das populações (KAC; VELÁSQUEZ-

MELÉNDEZ, 2003).

Um estudo com 516 pacientes idosos em São Paulo identificou complicações da

aterosclerose em 110 destes pacientes sendo 29,6% das complicações encontradas entre os

homens e 17,9% entre as mulheres, verificando-se que o risco foi significativamente maior

nos homens. Os fatores de risco analisados foram gênero, hipertensão arterial sistêmica,

dislipidemia, diabetes, obesidade e tabagismo (ALENCAR et al, 2000).

Reis, Cordeiro e Cury (2006) avaliaram os registros de 2056 pessoas que tiveram

morte súbita, submetidas necropsia no Sistema de Verificação de Óbitos da Faculdade de

Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP) e verificaram que o Infarto Agudo do

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Miocárdio (IAM) foi a principal causa de morte, tendo a aterosclerose como doença de base

associada em 80% dos casos.

Dentre os fatores de risco para doenças cardiovasculares estão a

hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, tabagismo, hipertensão arterial, excesso de peso e

história familiar de cardiopatia isquêmica (SBC, 2007).

De acordo com o National Colesterol Education Program (NCEP III,2002)

existem diferentes marcadores de risco coronariano, classificados com relação aos hábitos de

vida (obesidade, sedentarismo e dieta aterogênica) e com os fatores de risco emergentes,

incluindo os de natureza lipoprotéica, como a lipoproteína (a) [(Lp(a)] e a lipoproteína de

baixa densidade (LDL) oxidada.

Nos últimos anos, observou-se um marcante aumento na prevalência de obesidade

nos diversos subgrupos populacionais para quase todos os países latino-americanos. Dentro

desse contexto, a obesidade se consolidou como agravo nutricional associado a uma alta

incidência de doenças cardiovasculares, câncer e diabetes, influenciando desta maneira, no

perfil de morbi-mortalidade das populações (KAC; VELÁSQUEZ-MELÉNDEZ, 2003).

O acúmulo de gordura no abdômen constitui-se em fator de risco independente

para doenças cardiovasculares, hipertensão arterial e alterações metabólicas, como

intolerância à glicose. Dessa forma, o diagnóstico de obesidade abdominal pode subsidiar a

identificação de indivíduos sob risco de doenças crônicas. Devido à sua alta correlação com a

quantidade de tecido adiposo visceral, a circunferência abdominal (CA) é a medida

antropométrica preferencialmente usada para estimar o acúmulo de gordura abdominal

(OLIVEIRA; VELÁSQUEZ-MELÉNDEZ e KAC, 2007).

Fatores metabólicos também são considerados no desenvolvimento da

aterosclerose, como a resistência à insulina e as concentrações de homocisteína; os

marcadores de inflamação, como a proteína C-reativa de alta sensibilidade (PCR-us),

incorporada na IV Diretriz Brasileira de Prevenção da Aterosclerose como fator agravante de

risco (SBC, 2007).

No tratamento da aterosclerose, ressalta-se a necessidade de uma abordagem

multifatorial e simultânea em relação aos fatores de risco, priorizando-se inicialmente a

mudança do estilo de vida, incluindo a terapia nutricional, a atividade física, a abstenção do

tabagismo, associadas ou não ao tratamento farmacológico específico. Na abordagem clínica

medicamentosa, normalmente o mais recomendado é o uso de estatinas, inibidores da enzima

HMG-CoA redutase, que bloqueiam a biossíntese do colesterol, além de ter efeitos na função

vasomotora do endotélio e na inflamação e trombose. As estatinas, com sua função na

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redução do colesterol, têm sido associada com uma expressiva diminuição da morbidade e

mortalidade cardiovascular para pacientes em prevenção primária ou secundária da doença

coronariana (BALLANTYNE, 1998).

O mecanismo de ação das estatinas para obtenção da redução do colesterol se

deve a inibição reversível e competitiva da enzima HMGCoA redutase, por meio de uma

afinidade destes fármacos com o sítio ativo da enzima (FONSECA, 2005). Além da

diminuição do colesterol sérico, as estatinas apresentam efeitos pleiotrópicos que incluem

ação reguladora na função endotelial, aumento da estabilidade de placas ateroscleróticas,

diminuição do estresse oxidativo, da inflamação e da diminuição da resposta trombogênica

(ROSENSON, 2004; CAMPO; CARVALHO, 2007). As estatinas também podem reduzir a

PCR, o que explicaria o possível efeito antiinflamatório desta classe de medicamentos

(MINAME; SANTOS, 2009)

O estudo JUPITER (Justification for the Use of Statins in Primary Prevention: An

Intervention Trial Evaluating Rosuvastatin) demonstrou que em se tratando de prevenção

primária, o tratamento de pacientes aparentemente saudáveis com estatinas reduz a cerca de

metade seus riscos de morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares. Os pacientes

com baixas concentrações de LDL, porém, com níveis de PCR-us ≥2 mg/L que foram tratados

com rosuvastatina, tiveram redução significativa dos eventos cardiovasculares (RIDKER et al,

2007).) Outro estudo verificou que o tratamento com rosuvastatina (10mg/dia) por 3 meses

reduziu os valores de colesterol total, triglicérides, LDL; aumentou moderadamente o HDL;

além de reduzir também os marcadores de inflamação e estresse oxidativo (GÓMEZ-

GARCÍA et al, 2009).

Os efeitos adversos das estatinas são raros e há poucos relatos dos mais graves

como hepatite, miosite e rabdomiólise são ainda mais incomuns (SBC, 2007). Apesar das

potenciais interações entre as estatinas e alguns fármacos de uso rotineiro na prática clínica,

os efeitos adversos são relativamente raros (FONSECA, 2005).

3.2 ZINCO: ASPECTOS GERAIS E RELAÇÃO COM ESTATINAS

O zinco tem função estrutural e/ou funcional em metaloenzimas e

metaloproteínas, portanto, quase toda sinalização e caminhos metabólicos depende de pelo

menos uma, e muitas vezes de várias destas proteínas zinco-dependentes (BEATTIE ;

KWUN, 2004). Este mineral participa de reações do metabolismo celular, incluindo processos

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fisiológicos, tais como função imune, defesa antioxidante, crescimento e desenvolvimento

(MCCALL; HUANG e FIERKE, 2000).

O papel antioxidante do zinco é fundamentado nos mecanismos de proteção

contra depleção de vitamina E, estabilização de membranas, restrição da produção de radicais

livres endógenos, manutenção das concentrações tissulares de metalotioneína e contribuição

para a estrutura da enzima antioxidante extracelular superóxido-dismutase (DISILVESTRO,

2000). Estas funções atribuídas ao zinco podem sugerir uma ação no processo atergênico,

especialmente na manutenção da integridade endotelial. O efeito protetor do zinco no

endotélio vascular, também tem sido reconhecido pela participação na atividade do NF-kB,

das enzimas caspase e da óxido nítrico sintetase (BEATTIE; KWUN, 2004).

A recomendação nutricional diária - Recommended Dietary Allowance (RDA) -

de zinco, para a população sadia adulta corresponde a 11 mg para homens, e 8 mg para

mulheres. A RDA significa a quantidade do elemento suficiente para atingir as necessidades

nutricionais de 97 a 98% de um grupo de pessoas (INSTITUTE OF MEDICINE, 2001). As

principais fontes de zinco, tanto em relação ao conteúdo como biodisponilidade, são os

produtos de origem animal e alguns crustáceos, principalmente ostra, carne bovina, peixes e

aves (PEDROSA; COZZOLINO, 2001; GIBSON et al, 2008).

O zinco plasmático está ligado principalmente à albumina, α2- macroglobulina e

aminoácidos, especialmente histidina e cisteína. Apresenta uma dinâmica rápida, que o

mantém sob controle homeostático diante de fatores como estresse, infecção, catabolismo e

hormônios (HAMBIDGE, 2003). O zinco eritrocitário é um índice que reflete alterações em

médio e longo prazo nos estoques de zinco no organismo, devido à meia - vida longa (120

dias) dos eritrócitos (SEKLER et al, 2007).

A avaliação do estado nutricional em relação ao zinco compreende medidas do

consumo alimentar, concentrações de zinco no plasma, nos leucócitos, neutrófilos, eritrócitos

e na urina. Como complemento, existem parâmetros funcionais, como a análise da atividade

de metaloenzimas tais como anidrase carbônica, fosfatase alcalina, superóxido dismutase,

metalotioneinas e carboxipeptidases. (PERETZ et al, 1991).

Normalmente, usa-se mais de um biomarcador para avaliação do estado

nutricional do zinco, no entanto, a maioria apresenta limitações de natureza metodológica, ou

em função do controle homeostático (HAMBIDGE, 2003; SANTOS, SARDINHA e COLLI,

2005). O zinco apresenta mecanismos de regulação que envolve a participação da membrana

plasmática e de compartimentos intracelulares. No estado de hipozincemia, os estoques de

zinco são mobilizados para manter as necessidades das vias metabólicas desses

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compartimentos. Por ouro lado, diante do excesso deste mineral, os íons podem ser retidos

por proteínas que compratimentalizam o zinco, caracterizando um mecanismo protetor

(SEKLER et al, 2007).

O mecanismo homeostático é assegurado pela participação das proteínas

transportadoras, especializadas na captação, no efluxo e na compartimentalização o que

assegura a manutenção das concentrações intracelulares a adequada distribuição nos tecidos

(DEVIRGILIIS et al, 2007).

Os transportadores de zinco são categorizados em duas famílias de genes, a Solute

Carrier Family (SLC30A), sendo mais comumente referidas como ZnT ou CDF (Cation

Diffusion Facilitatior) e a Solute Carrier Family (SLC39A) ou Zrt-, Irt-like protein (ZIP)

(LIUZZI; COUSINS, 2004). Os transportadores da família ZIP são responsáveis pelo influxo

de zinco do meio extracelular para o citosol, ou do lúmen para compartimentos os

intracelulares. Os transportadores ZnT mobilizam o zinco na direção oposta, ou seja, facilita o

efluxo de zinco do citosol para o meio extracelular e o transporte mineral citosólico entre as

organelas (KAMBE et al, 2004).

A deficiência de zinco comumente acompanha algumas doenças crônicas

considerando sua funcionalidade abrangente em nos sistemas orgânicos. Apesar de o zinco ter

efeito protetor no endotélio vascular, o papel da sua deficiência no desenvolvimento da

aterosclerose ainda apresenta controvérsias. Estudos clínicos e epidemiológicos tem sugerido

que baixas concentrações de zinco estão associadas com doença arterial coronariana assim

como também alterações cardíacas em humanos tem sido associadas com a diminuição sérica

de selênio e zinco, e concentrações elevadas de cobre. Estudo recente não demonstrou relação

entre a concentração de zinco no soro e presença e gravidade da DAC, no entanto, este

demonstrou associação entre a excreção urinária de zinco (24h) e a predominância e

gravidade de DAC (HAMBIDGE, 2003; KOSAR et al, 2006; GIANNOGLOU;

KONSTANTINOU e KOVATSI, 2010).

Estudo com ratos consumindo dieta deficiente em zinco sugeriu um aumento dos

lipídios plasmáticos e indução ao estresse oxidativo relacionada com a modificação da

expressão e atividade dos receptores ativados por proliferadores de peroxissoma (PPAR).

Após suplementação com zinco observou-se uma diminuição dos lipídios do plasma em

relação ao grupo controle, porém sem melhorar significativamente outros marcadores. Os

autores enfatizam a importância do zinco para a prevenção de doenças cardiovasculares em

populações com ingestão deficiente deste mineral (REITERER et al, 2005).

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A suplementação do zinco na prevenção e/ou tratamento das doenças

cardiovasculares ainda é controversa. Doses maiores do que 100mg zinco/dia estão associadas

com uma significativa redução nas concentrações de colesterol total, no entanto, em pessoas

saudáveis, pode contribuir para redução do HDL no plasma. Já em indivíduos com condições

conhecidas por alterar a homeostase do zinco (diabetes mellitus e doença renal), há um

aumento do HDL (FOSTER; PETOCZB e SAMMANA, 2010).

Os estudos que investigam a relação do zinco com as estatinas são restritos.

Pacientes dislipidêmicos tratados por 4 meses com sinvastatina e atorvastatina tiveram uma

diminuição significativa do colesterol total, LDL, zinco sérico, cobre, ceruloplasmina e PCR

em relação ao grupo controle (GHAYOUR-MOBARHAN et al, 2005). Já o tratamento com

fluovastatina (40mg/dia – 12 semanas) resultou em elevação significativa das concentrações

de zinco e cobre eritrocitários em pacientes hipercolesterolêmicos. (YILMAZ et al, 2004).

Resultado semelhante foi demonstrado no estudo de Leonhardt et al (1997) que avaliaram

efeito da fluvastatina (40mg/dia) sobre cobre, zinco, selênio e magnésio após tratamento de 8

semanas e verificou uma redução significativa apenas do zinco, nos pacientes

hipercolesterolêmicos.

1.3 METALOTIONEÍNAS: INTERAÇÕES METABÓLICAS COM O ZINCO,

INFLAMAÇÃO E ATEROSCLEROSE

As metalotioneínas (MT) são proteínas de baixo peso molecular e com elevado

conteúdo de cisteína, em sua maioria, intracelulares mas em alguns organismos podem ser

encontradas no meio extracelular como plasma e líquido cérebro-espinhal (BLINDAUER;

LESZCZYSZYN, 2010). Estas proteínas tem importante papel na desintoxicação de metais

pesados, na remoção de radicais livres, na regulação intracelular da concentração de zinco

(BETTIE et al, 1998) e como citoprotetores que promovem a sobrevivivência das células

(BLINDAUER; LESZCZYSZYN, 2010).

As isoformas MT-1 e MT-2 são expressas na maioria das linhas de cultura de

células, tipos celulares, órgãos e tecidos com expressão mais elevada no tecido hepático e são

consideradas proteínas de manutenção da homeostase do zinco (ANDREWS, 2000; HAQ,

MAHONEY; KOROPATNICK, 2003). A expressão das isoformas MT-3 e MT-4 é mais

limitada, sendo a MT-3 expressa principalmente em neurônios, como também nas células da

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glia e a isoforma MT-4 é encontrada nas células do tecido epitelial escamoso estratificado

(CARPENE; ANDREANI; e ISANI, 2007).

Em situações de baixa quantidade de zinco disponível no organismo e da

solicitação deste mineral para incorporação nas proteínas zinco-dependentes, ocorre a

liberação do zinco da metalotioneína, como parte do controle homeostático (MARET, 2000).

Nesta condição, a oscilação da concentração sérica ou plasmática de zinco se deve à

redistribuição no plasma para o fígado, de acordo com o aumento da síntese hepática de

metalotioneína, ativada por interleucinas e glicocorticóides, secretados durante a resposta de

fase aguda (YUYAMA et al, 2005).

Estímulos como estresse oxidativo e inflamação parecem induzir o aumento da

expressão de metalotioneínas (ANDREWS, 2000). Na aterosclerose e no envelhecimento é

observado o aumento da expressão da MT, tendo em vista o processo inflamatório persistente

mediado por citocinas pró-inflamatórias que ocorre nesses casos (MOCCHEGIANI, 2002;

GIACCONI et al, 2007).

A inflamação, bem como agentes que desencadeiam o estresse oxidativo, induzem

uma resposta imune na qual os macrófagos produzem alguns citocinas, tais como IL-1, IL-6,

IFN-a, TNF-a, que, por sua vez, estão relacionados a uma nova síntese de MT no fígado e, ao

mesmo tempo, de uma alteração no estado de zinco (CUI et al, 1998). As citocinas

proinflamatórias levam a produção do transportador de zinco Zip14 e da MT, resultando em

um transporte aumentado do zinco por meio do Zip14 para células do fígado, onde o zinco é

armazenado na forma de MT. Em conseqüência desta translocação do zinco do plasma para o

fígado, há uma diminuição significativa no zinco plasmático durante a inflamação

(OVERBECK, RINK e HAASE, 2008).

A metalotioneina também está relacionada com a função imune, havendo aumento

da expressão gênica nos processos inflamatórios e no envelhecimento. Desta forma o zinco

passa a ter mais afinidade com estas proteínas em relação a outras dependentes de zinco, a

exemplo da timulina que é essencial no desenvolvimento e maturação dos linfócitos T

(MOCCHEGIANI et al, 2006).

Achados sugerem que em idosos e em doenças crônicas, o zinco não pode ser

transferido da metalotioneína para outras proteínas, sendo continuamente seqüestrado pela

MT, o que propicia uma baixa disponibilidade com subseqüente deficiência imunológica

(MOCCHEGIANI et al, 2006). Neste contexto, Mocchegiani (2002) encontrou uma redução

da expressão do gene da MT quando o processo inflamatório era reduzido, associado assim a

uma melhor disponibilidade do zinco e a resposta imune inata satisfatória.

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A deficiência do zinco e da metalotioneína, podem potencializar o estresse

oxidativo nas células endoteliais, e desde que esta alteração no zinco plasmático venha afetar

a condição do zinco endotelial, a deficiência deste mineral pode ser um fator de risco para

formação da placa aterosclerótica (HENNING et al, 1999). Bao et al (2008) concluíram que a

suplementação de zinco pode reduzir a produção de citocinas pró-inflamatorias como TNF-

alfa, IL-1 e IL-8, sugerindo assim, o zinco como recurso terapêutico em diversas doenças

causadas por estresse oxidativo, como por exemplo, a aterosclerose.

A relação do uso das estatinas com a metalotioneína ainda é pouco esclarecida.

Costarelli, et al (2008) avaliaram a modulação de genes relacionados ao metabolismo do

zinco em pacientes com aterosclerose tratados com estatina (atorvastatina ou sinvastatina), e

verificaram a expressão de diversos tipos de genes envolvidos no metabolismo lipídico, na

resposta ao estresse oxidativo e na inflamação. Entre os principais genes zinco-dependentes

que foram diferentemente regulados entre o grupo tratado com atorvastatina e o controle,

destacaram-se as metalotioneínas (MT1F e MT2A). Neste estudo também foi realizada a

análise da expressão gênica por QRT-PCR do gene da metalotioneína 2 (MT2A) e foi

verificada uma expressão aumentada deste gene.

Verificou-se resultado semelhante em outro estudo utilizando a técnica de

microarrays no qual os pacientes dislipidêmicos tratados com atorvastatina (20mg/dia – 4

semanas) tiveram, dos 240 genes, 48 regulados após 12h do início o tratamento e, entre estes,

as metalotioneinas 1 e 2 (MT1F e MT2A). Desta forma-se, verificou-se que a atorvastatina

tem efeito na expressão gênica logo após o início do tratamento e precede as alterações nos

lipídios plasmáticos (WIBAUT-BERLAIMONT et al, 2005).

A interação entre estatinas e zinco merece investigação diante da consideração

que alguns micronutrientes podem ser afetados significantemente por estes medicamentos

rotineiramente utilizados para o tratamento clínico da aterosclerose, especialmente estudos

utilizando a rosuvastatina que ainda são restritos.

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OBJETIVOS

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4 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o status de zinco e a expressão gênica das metalotioneínas (MT1F e MT2A)

em pacientes com aterosclerose tratados com rosuvastatina.

4.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS

- Avaliar os pacientes quanto à antropometria, perfil lipídico, glicemia e enzimas hepáticas e

PCR ultrasensível, antes e após o tratamento com rosuvastatina;

- Analisar a ingestão dietética dos pacientes em relação as calorias, macronutrientes e zinco;

- Medir as concentrações de zinco no plasma e nos eritrócitos antes e após o tratamento com

rosuvastatina;

- Avaliar a expressão gênica das metalotioneínas 1(MT1F) e 2(MT2A) antes e após o

tratamento com rosuvastatina;

- Verificar a relação entre a ingestão de zinco, os marcadores do status de zinco a expressão

gênica das metalotioneínas 1 e 2.

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MATERIAIS E MÉTODOS

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5 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 PROTOCOLO EXPERIMENTAL

O estudo é do tipo longitudinal, quase-experimental, com a amostra composta por

pacientes adultos e idosos com o diagnóstico clínico de doença arterial coronariana

submetidos à angioplastia, atendidos no Serviço de Hemodinâmica do Hospital Natal Hospital

Center, no período de janeiro de 2008 a abril 2009.

A pesquisa é um desdobramento do projeto “Efeito da suplementação com minerais

antioxidantes em pacientes com aterosclerose tratados com estatinas” que foi aprovado no

Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de São Paulo sob o número CAAE

0009.0.294.018-06-SISNEP e no Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário

Onofre Lopes (CEP-HUOL). O presente projeto também foi aprovado pelo CEP-HUOL, sob

protocolo de número 487/10 (ANEXO 1). Todos os pacientes assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido.

A amostra foi calculada utilizando como variável de base o colesterol plasmático

total, tendo em vista que os estudos com o zinco não representavam amostras consistentes,

com os níveis médios e as variações dos parâmetros utilizados. O poder estatístico utilizado

foi de 80%, totalizando a amostra mínima de 16 pacientes (ZAR, 1999).

Foram incluídos na pesquisa pacientes adultos e idosos de ambos os gêneros, com

diagnóstico de aterosclerose coronariana por angiografia com estenose > 70% em uma ou

mais artérias. Como critérios de não-inclusão, foram considerados a presença de complicações

cardíacas graves ou outras doenças como as hematológicas, auto-imunes, hepatopatias,

insuficiência renal, neoplasias, infecções associadas, pós-operatório, uso de antiácidos,

antibióticos e suplementos vitamínicos-minerais, etilismo e tabagismo atuais. O fluxograma

de arrolamento dos pacientes é demonstrado na FIGURA 1.

Os pacientes com aterosclerose foram tratados com rosuvastatina do Laboratório

Astra|Zeneca na dosagem de 10 mg/dia. A coleta de dados foi realizada no momento da

abordagem inicial (T0) e após 4 meses do tratamento (T1), havendo durante este período

retornos mensais para avaliação geral, bem como para aplicação dos recordatórios alimentares

(FIGURA 2). De acordo com o fluxograma de atividades, foi realizada coleta de sangue

(FIGURA 3), avaliação antropométrica e avaliação dietética. No momento da abordagem

inicial, foi preenchida uma ficha de acompanhamento individual com dados pessoais e

clínicos (APÊNDICE 1).

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Figura 1 - Fluxograma de arrolamento dos pacientes.

Fluxograma de arrolamento dos pacientes.

76 Pacientes Arrolados

44 Exclusões:Óbitos (3)

Desistências (11)

Não aceitaram participar (5)

Não atendiam aos critérios de inclusão (25)

32 pacientes

Perdas:Mdança de cidade (1)

Alergia (1)

Desistência (5)

Total da amostra

(27 pacientes)

:

Desistências (11)

Não aceitaram participar (5)

Não atendiam aos critérios de inclusão (25)

Perdas:Mdança de cidade (1)

Alergia (1)

Desistência (5)

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Tempo Inicial (T0)- SELEÇÃO DOS PACIENTES;

- Assinatura do TCLE

- Avaliação Antropométrica

- Avaliação dietética - recordatório 24 (1);

- Coleta de sangue

- Entrega do medicamento

10 Mês - Retorno 1- Avaliação Dietética - Recordatório 24h (2);

- Entrega do medicamento

20 Mês - Retorno 2- Avaliação Dietética - Recordatório 24h (3);

- Entrega do medicamento

30 Mês - Retorno 3- Avaliação Dietética - Recordatório 24h (4);

- Entrega do medicamento

Tempo Final (T1) - 40 mês- Avaliação Antropométrica

- Avaliação dietética - recordatório 24 (5);

- Coleta de sangue

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Figura 2 - Fluxograma das atividades realizadas durante o estudo com os pacientes com aterosclerose tratados com rosuvastatina.

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Figura 3 - Separação do sangue total coletado, de acordo com as análises realizadas durante o estudo com os pacientes com aterosclerose tratados com rosuvastatina.

Tubo sem anticoagulante(8,5mL)

Soro:Perfil lipídico

Glicose

ALT

AST

PCR

Separação do sangue total coletado, de acordo com as análises realizadas durante o estudo com os pacientes com aterosclerose tratados com rosuvastatina.

Sangue total (20mL)

Tubo desmineralizado com Citrato de Sódio

30%(7,5mL)

Plasma: zinco plasmático

Eritrócito: zinco eritrocitário

Tubo BD® com EDTA

Separação do sangue total coletado, de acordo com as análises realizadas durante o

Tubo BD® com EDTA (4mL)

Leucócitos:Extração do RNA

total

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3.2 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

A avaliação antropométrica foi feita por meio do Índice de Massa Corpórea

(IMC), que corresponde à razão do peso pela altura ao quadrado (Peso/Altura²), recomendado

pela Organização Mundial de Saúde (WHO, 1998). Para mensuração da massa corporal,

utilizou-se uma balança digital Tanita®, Modelo MEA – 03140, com capacidade para 150 kg

e precisão de 100 gramas, estando os indivíduos descalços e com o mínimo possível de roupa

e adereços.

A estatura foi aferida em centímetros, com auxílio de estadiômetro, da marca

Sanny® com comprimento de 2,20m. Os indivíduos foram medidos descalços em posição

ortostática, com os olhos no plano Frankfört, com as costas e a parte posterior dos joelhos

encostados à parede. O estado nutricional antropométrico foi classificado conforme Quadro 1

(ANEXO 2).

Foi realizada também a avaliação da circunferência da cintura, utilizando-se uma

fita métrica extensível e inelástica com 200 cm de comprimento, com precisão de 0,1cm. A

medida foi feita, posicionando-se a fita na menor curvatura localizada entre o último arco

costal e a crista ilíaca, estando o paciente com os braços soltos ao longo do corpo. A medida

foi feita duas vezes e a partir da média obtida foi feita a classificação de acordo com o quadro

2 (ANEXO 2).

3.3 AVALIAÇÃO DIETÉTICA

A dieta dos pacientes foi avaliada utilizando a média de consumo dos cinco

Recordatório de 24 horas, registrados em formulário específico (APÊNDICE 2). Os pacientes

foram orientados para informar ao pesquisador a quantidade e tipo de alimentos e bebidas

consumidos no dia anterior. Para auxiliar na estimativa das porções e uso de utensílios, foi

utilizado um Registro Fotográfico de Alimentos e Utensílios, elaborado com base na literatura

(ZABOTTO, 1996).

Os alimentos e/ou preparações informados pelos pacientes foram convertidos em

medidas caseiras e posteriormente em peso (gramas). Os alimentos e/ou preparações sem

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relatos de medidas caseiras relatadas, tiveram suas quantidades reproduzidas no Laboratório

de Técnica Dietética do Departamento de Nutrição-UFRN. As dietas foram analisadas pelo

software Virtual Nutri Plus 2.0 complementado com alimentos provenientes de tabelas

nacionais e internacionais.

Para avaliar a adequação da ingestão de energia, macronutrientes e fibra foram

consideradas as recomendações dietéticas da IV Diretriz Brasileira sobre dislipidemias e

prevenção de aterosclerose (SBC, 2007), preconizada para o tratamento de

hipercolesterolemia.

As recomendações de ingestão de zinco consideradas foram 9,4mg/dia e

6,8mg/dia para homens e mulheres, respectivamente, que são utilizadas como meta de

ingestão para avaliação de grupos em indivíduos saudáveis, proposta pela National Academy

of Sciences (DRIs, 2001). Foram consideradas estas recomendações por não existir na

literatura uma proposta para pacientes com doenças cardiovasculares.

Os dados dietéticos, para serem avaliados quanto a adequação, foram ajustados

pela ingestão de energia total através do método residual (WILLETT; HOWE e KUSHI;

1997) e pela variação intra-individual (SLATER; MARCHIONI e FISBERG, 2004).

3.4 ANÁLISES DO PERFIL LIPÍDICO, GLICEMIA E ENZIMAS HEPÁTICAS

As análises bioquímicas foram realizadas no Laboratório de análises Clínicas do

Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL)/UFRN. O soro dos pacientes foi separado por

centrifugação a 3500 rpm durante 15 minutos a 4°C, utilizando a centrífuga Sigma® 2K15

(Alemanha). As análises foram feitas no equipamento Analisador Imunoquímico da marca

Olympus®, modelo AU400e (EUA), utilizando kits comerciais do laboratório Olympus®.

Foram realizadas as análises do perfil lipídico, glicemia, Aspartato Aminotransferase

(AST) e Alanina Aminotransferase (ALT). O perfil lipídico foi determinado pelas

concentrações de Colesterol Total (CT), Triacilgliceróis, Lipoproteína de Alta Densidade

(HDL) e Lipoproteína de Baixa Densidade (LDL), sendo esta última calculada pela equação

de Friedwald (SCB, 2007). Os valores de referencia considerados para glicemia, AST e ALT

foram os propostos pelo Laboratório Olympus®, e para o perfil lipídico, os valores de

referência propostos pela SBC (2001) e NCEP III (2002).

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3.5 ANÁLISE DA PROTEÍNA C REATIVA ULTRA SENSÍVEL (PCR-us)

As concentrações de PCR-us (mg/L) foram quantificadas no soro em níveis de

ultra-sensibilidade utilizando-se o kit C-reactive protein (CRP-hs 13927) da BioSystems S.A®

(Costa Brava, Barcelona), seguindo as orientações do fabricante. As análises foram realizadas

no laboratório Alexander Fleming, da rede privada de prestação de serviços em Natal/RN,

utilizando o aparelho Roche Hitachi - 917® (Roche Diagnostics Division, Alemanha).

3.6 DETERMINAÇÃO DE ZINCO NO PLASMA E NOS ERITROCITOS

A determinação de zinco no plasma e no eritrócito foi realizada por

espectrofotometria de absorção atômica, utilizando-se o equipamento SPECTRA VARIAN

AA-240, do Centro de Tecnologia/NTI, NUPEG 20, Engenharia Química da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), calibrado nas seguintes condições de trabalho:

comprimento de onda 231,9nm, fenda 1,0 nm, amperagem 5,0mA, fator de expansão 1,0 e

fluxo da amostra 3mL/min. Como padrão foi utilizada a solução de zinco Tritisol da Merck,

definindo-se os pontos na curva, nas concentrações de 0,0; 0,1; 0,2; 0,3; 0,5 e 1,0 µg/mL. As

curvas foram preparadas para a leitura da concentração de zinco no plasma e eritrócito, com

adição de glicerol na concentração de 5% para aceite da média. As análises foram realizadas

em duplicata, estabelecendo-se um coeficiente de variação inferior a 5%. O controle de

reprodutibilidade do método foi feito utilizando o material certificado SERONORMTM Trace

Elements Serum L-1 (Noruega), referência 201405, lote JL4409.

A determinação da concentração de zinco no plasma foi realizada segundo o

método proposto por Rodrigues et al (1989). Alíquotas de 600µL de cada amostra de plasma

foram preparadas diluindo-se em água deionizada, na proporção de 1:4 e aspiradas

diretamente na chama do aparelho. Os resultados estão expressos em µg Zn/dL.

A determinação de zinco no eritrócito foi feita de acordo com Whitehouse et al,

(1982), seguindo a padronização de metodologia feita no Laboratório Multidisciplinar por

Sena et al (2005). Uma alíquota de 300µL de eritrócito foi diluída com água ultra-pura (Milli-

Q) na proporção de 1:3 e em seguida pipetados 300µL deste lisado (lisado 1), em triplicata,

para uma diluição subsequente na proporção de 1:9 (lisado 2). Após homogeneização, as

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amostras do lisado 2 foram lidas diretamente em chama. Os resultados estão expressos em µg

Zn/mL e µg de Zn/g Hb, considerando a referência de 40-44 µg de Zn/g Hb para o zinco

eritrocitário e 70-110 µg Zn/mL para o zinco plasmático (GIBSON, 1990).

A concentração de hemoglobina no eritrócito foi determinada com a finalidade de

expressar os resultados em termos de massa de zinco/massa de hemoglobina. Para estas`

análises os kits de regentes da LABTEST® foram utilizados. Uma alíquota de 300µL do

eritrócito foi diluída na proporção 1:3 em água ultra-pura. Em tubos de ensaio foram

pipetados 5 mL do reagente de cor (RCOR CAT 43), previamente preparado conforme

instruções do fabricante, adicionando-se 20µL da amostra do lisado, em triplicata. As

amostras foram homogeneizadas em agitador mecânico e as leituras realizadas por

espectrofotometria, utilizando o aparelho RA-50 Chemistry System, Bayer Diagnostica®. Os

resultados foram expressos em g/dL.

3.7 ANÁLISE DA EXPRESSÃO GÊNICA DE METALOTIONEÍNAS

3.7.1 Isolamento e quantificação do RNA total

As análises foram realizadas no Laboratório de Biologia Molecular do Programa

de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas, da UFRN. O RNA total foi extraído do

sangue total periférico, coletado com anticoagulante etilenodiaminotetracético (EDTA),

utilizando o kit Qiamp RNA Blood Mini Kit® (Qiagen, Alemanha) no máximo até 4 horas

após a coleta do sangue. O material obtido foi armazenado no freezer - 80°C até a sua análise.

O RNA total extraído foi quantificado por absorbância 260nm (A260nm) e o grau

de pureza realizado pela razão das absorbâncias a 260 e 280nm (A260/A280) avaliado através

de espectrofotometria utilizando o espectrofotômetro Cirrus 80MB (FEMTO, São Paulo,

Brasil) (SAMBROOK et al, 2001). A razão das absorbâncias foi considerada se estivesse

entre 1,8 e 2,1 (SAMBROOK et al, 1989; MANCHSTER, 1996).

3.7.2 Análise da expressão de RNA pela PCR em Tempo Real

A síntese do cDNA a partir do RNA total foi realizada utilizando-se o kit High

Capacity cDNA Reverse Transcription, de acordo com a metologia descrita pelo fabricante

Page 37: Avaliação do status de zinco e da expressão gênica de ... · (CA), além da análise do consumo alimentar dos pacientes. ... (CT) e LDL-c (p

(Applied Biosystem, Foster City, CA, EUA) em termociclador MyCiclerTM (Bio Rad,

Hercules, CA, EUA). O cDNA obtido foi armazenado a –20°C.

Foram utilizados quatro genes de referência (18S ribossomal, β-actina, ubiquitina-

c e GAPDH) para determinar qual seria o gene de escolha como referência para o estudo de

expressão (TABELA 1). Para este cálculo de estabilidade da expressão gênica de cada gene

foi utilizado o software GENORM (http://medgen.ugent.be/~jvdesomp/genorm/) que

demonstrou a seguinte ordem de estabilidade: β-actina, 18S, GAPDH e Ubiquitina-C. Diante

do exposto, o gene mais estável foi a β-actina, sendo desta forma, utilizado como controle

endógeno (ANEXO 3).

Para a amplificação pela Reação em Cadeia de Polimerase em tempo real (QRT-

PCR) dos genes em estudo e do gene de referência foram utilizados iniciadores e sondas,

marcadas com fluoróforo, selecionados com o auxílio do programa Primer Express® (Applied

Biosystems, Foster City, CA, EUA) com base nas seqüências gênicas disponíveis no banco de

dados do NCBI (www.ncbi.nlm.nih.gov) e apresentadas na tabela 1.

Tabela 1- Sequências dos iniciadores e sondas utilizados nas reações de PCR em tempo real.

Gene (Nº de acesso – genbank)

Iniciadores

MT1F (NM_005949)

5’ TGCGCCGCTGGTGTCT 3’ 5’ GACGCCCCTTTGCAAACA3’

CTCCTGCTGCCCCGTGGGC

MT2A (NM_005953)

5’ GCCCCGCTCCCAGATG3’ 5’ GGTCACGGTCAGGGTTGTACA3’

AAAGAACGCGACTTCCACAAACCTGGA

β-actina (NM_001101. 3)

5’ TGGCACCACACCTTCTACAATG 3’ 5’ TCTCAAACATGATCTGGGTCATCT 3’

5’ FAM CACCCCGTGCTGCTGACCGA TAMRA3’

18S (NM_003286. 2)

5’ GGCGTCCCCCAACTTCTTA 3’ 5’ GGGCATCACAGACCTGTTATTG 3’

5’ FAM TGGCGTTCAGCCACCCGAGATT TAMRA3’

UBC (NM_021009. 4)

5’ ATTTGGGTCGCAGTTCTTG 3’ 5’ TGCCTTGACATTCTCGATGGT 3’

5’ FAM GTGATCGTCACTTGACAA TAMRA3’

GAPDH (NM_002046.3)

5’GGAAGGTGAAGGTCGGAGTCA3’ 5’CTGGAAGATGGTGATGGGATTTC3’

5’VIC CATGGCACCGTCAAGGCTGAGAACG TAMRA3’

Os cDNAs dos genes MT1F e MT2A foram amplificados pela QRT-PCR por

meio do equipamento Real Time ABI 7500 fast (Applied Biosystem, Foster City, CA, EUA).

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As reações foram preparadas em placas de polipropileno específicas (Applied

Biosystems®) e cada reação continha 1µL de cDNA do paciente, 5,0µL de TaqMan Fast

Universal PCR Master Mix, 3,0µL do primer forward e primer reverse de cada gene de

estudo, sendo completado com água ultra-pura para um volume final de reação de 10µL.

Todas as reações foram realizadas em duplicata, sendo um poço da placa destinado ao

controle negativo da reação. Foram realizadas amplificações conjuntas de cada um dos genes

de estudo e do gene constitutivo na mesma placa. A medida da expressão do mRNA dos

genes MT1F e MT2A foi obtida em relação ao gene de referência, pela diferença entre o Ct

do gene alvo e o Ct do gene constitutivo:

∆Ct = (Ct gene alvo – Ct controle endógeno)

Com o objetivo de avaliar a variação da expressão no T1 (pós tratamento) em

função do T0 (pré-tratamento) foi utilizado o parâmetro ∆∆Ct calculado para cada indivíduo

em função da média do ∆Ct encontrada para o grupo T0, através da fórmula:

∆∆Ct = (∆Ct paciente – média ∆Ct T0)

Os dados de ∆∆Ct foram transformados em escala logarítmica (2-∆∆Ct) para

comparar dados de expressão entre os tempos estudados.

3.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Na avaliação dos resultados, os dados foram apresentados como média ± desvio

padrão, quando apropriado e, para a comparação das médias entre os grupos (T0 vs T1), foi

utilizado o teste “t” de Student para amostras pareadas com distribuição normal e o teste de

Wilcoxon para comparar variáveis que tiveram a distribuição assimétrica. A verificação da

normalidade dos parâmetros foi feita a partir do teste de Kolmogorov-sminorv. Para avaliar o

grau e o tipo do relacionamento entre as variáveis métricas estudadas foi utilizado o

coeficiente de correlação linear ou correlação de Pearson. Para todos os testes utilizados, foi

considerado o nível de significância de 5%.

Page 39: Avaliação do status de zinco e da expressão gênica de ... · (CA), além da análise do consumo alimentar dos pacientes. ... (CT) e LDL-c (p

RESULTADOS

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4 RESULTADOS

4.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA AMOSTRA

O estudo foi realizado com uma amostra de 27 pacientes, com predominância do

sexo masculino (59,3%) e com idade média de 60,9 ±9,37. A maioria dos pacientes relatou

história de tabagismo e etilismo, e quanto à presença de doenças crônicas, a hipertensão foi a

mais freqüente. Todos os pacientes relataram o uso de medicamentos e, entre os mais

utilizados, destaca-se os antihipertensivo, antiagregante plaquetários e hipolipemiante

(TABELA 2).

Tabela 2 - Características gerais dos pacientes com aterosclerose tratados com rosuvastatina.

Características gerais Frequência (n=27)

% n Sexo Masculino 59,3 16 Feminino 40,7 11 Estilo de vida Tabagismo 70,4 19 Etilismo 55,6 15 Presença de Doenças Crônicas Hipertensão 96,3 26 Diabetes 25,9 7 Uso de Medicamentos Anti-hipertensivo 100 27 Antiagregante plaquetário 100 27 Hipolipemiante 48 13

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4.2 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

Durante o tratamento não houve diferença significativa em relação ao peso e IMC

dos pacientes. A maioria apresentava sobrepeso nos dois períodos avaliados (TABELA 3 e

FIGURA 4).

Quando avaliados por gênero antes do tratamento, observou-se sobrepeso em

56,25% dos homens e, após tratamento, 50% ainda apresentava a mesma classificação. Houve

ainda uma elevação do percentual de pacientes do gênero masculino com obesidade grau I.

No gênero feminino foi observado um percentual igual para eutrofia e sobrepeso (36,4%) e

após o tratamento, 45,5% das mulheres estavam com sobrepeso. Ressalta-se que, durante os 4

meses de tratamento dos pacientes, não houve intervenção dietética, tendo em vista o objetivo

de avaliar a ingestão habitual dos pacientes.

Tabela 3 - Avaliação antropométrica dos pacientes com aterosclerose tratados com Rosuvastatina.

Variáveis Pré-tratamento (T0)

(n=27) Pós-tratamento (T1)

(n=27) p valor

Peso (kg) IMC (kg/m2) CA (cm)

68,82 ± 14,99 27,63 ± 4,64 98,37 ± 10,57

68,66 ± 14,68 27,57 ± 4,43 96,99 ± 10,66

0,732 0,739 0,023*

Dados expressos em Média ± Desvio Padrão (DP) IMC: Índice de Massa Corporal; CC: Circunferência Abdominal Teste Estatístico - Teste T Student (*p<0,05)

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Figura 4- Distribuição dos pacientes com Aterosclerose tratados com rosuvastatina, de acordo com o a classificação do IMC.

A circunferência abdominal teve uma redução significativa (TABELA 3). A maioria

dos pacientes foi classificado como risco muito elevado para complicações relacionadas à

obesidade (FIGURA 5). Na análise dos dados por gênero, verificou-se que as mulheres

apresentaram risco elevado ou muito elevado e, após o tratamento, foi constatada uma

redução da CA, no entanto, ainda permaneceram classificadas com risco de complicações. No

gênero masculino, a maioria também apresentava riscos (elevado ou muito elevado) de

complicações relacionadas à obesidade. No entanto, houve um aumento de 31,25% para

37,7% de homens classificados fora do risco estimado pela CA.

Figura 5 - Distribuição dos pacientes com Aterosclerose tratados com rosuvastatina, de acordo com a CA.

29,6

48,2

11,1 11,1

25,9

48,2

14,8

11,1

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Eutrofia Sobrepeso Obesidade I Obesidade II

% d

e P

acie

ntes

Pré-tratamento (T0)

Pós-tratamento (T1)

18,5

29,6

51,9

22,225,9

51,9

0

10

20

30

40

50

60

70

Sem Risco Risco Elevado Risco Muito Elevado

% d

e P

acie

ntes

Pré-tratamento

Pós-tratamento

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4.3 ANÁLISE DA DIETA

Considerando as recomendações nutricionais e os valores médios de calorias e

nutrientes, a dieta apresentou deficiência de calorias e fibras. O consumo de proteínas foi

acima do recomendado, no entanto, observou-se uma ingestão adequada de carboidratos,

gordura total, gordura poliinsaturada, monoinsaturada, saturada e colesterol (TABELA 4).

Tabela 4 - Consumo médio de energia, macronutrientes e fibras dos pacientes com aterosclerose tratados com rosuvastatina.

Variáveis Recomendação a Ingestão habitual ajustada (n=25)b

Energia (kcal/dia)

Carboidrato (%)

Proteína (%)

Gordura Total (%)

G. Polinsaturada (%)

G. Monoinsaturada (%)

Gordura Saturada (%)

Colesterol (mg)

Fibra Total (g)

1728,5

50-60

15

25-35

≤10

≤20

≤7

<200

20-30

1507,05 ± 410,00

57,64 ± 7,10

18,68 ± 2,64

25,19 ± 5,21

7,40 ± 1,42

7,47 ± 1,87

6,92 ±1,28

191,84 ±89,03

15,58 ± 3,87

Dados expressos em Média ± Desvio Padrão (DP) a SBC (2007) b 2 pacientes apresentaram ingestão energética inferior a 500kcal, e foram excluídos (Willett, Howe e Kush, 1997)

Na distribuição percentual dos pacientes segundo a adequação da dieta, observou-se

uma adequação das gorduras poli e monoinsaturadas na maioria dos pacientes. Por outro lado,

em relação à gordura saturada, verificou-se um consumo elevado em 12 pacientes. Destaca-se

ainda que 13 indivíduos tiveram ingestão inadequada de colesterol (48%). O consumo de

proteínas ficou acima do recomendado em 84% dos pacientes e quase toda amostra (96%)

apresentou consumo inadequado de fibra. (FIGURA 6)

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Figura 6 - Distribuição dos pacientes com aterosclerose tratados com rosuvastatina, de acordo com a adequação do consumo de calorias, macronutrientes, fibra e colesterol total.

Os dados de ingestão de zinco estão apresentados por gênero, tendo em vista as

distinções de recomendação. A maioria dos pacientes teve um consumo de zinco inadequado

conforme demonstrada nas figuras 7, 8, 9 e 10. Após ajuste do consumo de zinco, a

prevalência de inadequação foi de 100% nos homens e 84% nas mulheres.

Os pacientes que apresentavam zinco nos plasma abaixo do valor de referencia (70µg

Zn/dL) tinham ingestão média de zinco significativamente menor (p=0,04) do que aqueles

com concentrações adequadas de zinco no plasma.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100%

de

Pac

ient

es

Abaixo

Adequado/ideal

Acima

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Figura 7 - Prevalência de inadequação da ingestão bruta de zinco, nos pacientes com Aterosclerose tratados com rosuvastatina, gênero masculino. Figura 8 - Prevalência de inadequação da ingestão ajustada de zinco, nos pacientes com Aterosclerose tratados com rosuvastatina, gênero masculino.

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Figura 9 - Prevalência de inadequação da ingestão bruta de zinco, nos pacientes com Aterosclerose tratados com rosuvastatina, gênero feminino.

Figura 10 - Prevalência de inadequação da ingestão ajustada de zinco, nos pacientes com Aterosclerose tratados com rosuvastatina, gênero feminino

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4.4 ANÁLISES DO PERFIL LIPÍDICO GLICEMIA, PCR-US E ENZIMAS HEPÁTICAS

O tratamento com a rosuvastatina, como esperado, provocou uma redução significativa

do colesterol total e LDL sem, no entanto, alterar triglicérides e HDL. Observa-se ainda que a

glicemia e PCR-us diminuíram significativamente e não houve alteração das enzimas

hepáticas (TABELA 5).

Tabela 5 - Perfil lipídico, glicemia, PCR-us, AST e ALT dos pacientes com aterosclerose tratados com rosuvastatina.

Variáveis Pré-tratamento (T0) Pós-tratamento (T1) p valor

Colesterol Total (mg/dL) 186,93 ± 49,99

141,89 ± 37,69

0,000**

Triacilglicérides(mg/dL) 186,7 ± 140,75

139,07 ± 58,24

0,079

HDL (mg/dL) 38,26 ± 9,82

40,19 ± 12,25

0,159

LDL (mg/dL) 116,28 ± 43,23

73,90 ± 29,72

0,000**

Glicemia (mg/dL) 123,2 ± 55,59 111,81 ± 47,11 0,012*

PCR-us (mg/dL) 0,528 ± 0,46 0,169 ± 0,152 0,000**

AST (U/dL) 23,78 ± 13,19 21,41 ± 6,76 0,501

ALT (U/dL) 29,59 ± 20,57 28,11 ± 16,82 0,389

Valores expressos em Média ± Desvio Padrão (DP) Testes estatísticos: Teste de Wilcoxon - Colesterol Total, HDL, Glicemia, AST e ALT -/ Teste T – Student - PCR-us, LDL e Trigicérides *p<0,05 **p<0,01 Valores de referência: Glicemia - ≤100mg/dL (SBC,2007) AST - 13-39 U/dL / ALT - 7-52 U/dL (Laboratório Olympus®) PCRus - >0,3mg/dL (risco alto) / 0,1 – 0,3mg/dL (risco moderado) / <0,1mg/dL (risco baixo) (BioSystems S.A®) Colesterol Total - <200 mg/dL (ótimo), 200-239 mg/dL (limítrofe), ≥240 mg/dL (alto) Triacilgliceróies - <150 mg/dL (ótimo), 150-200 mg/dL (limítrofe), 201-499 mg/dL (alto), ≥500 mg/dL (muito alto) HDL- <40 mg/dL (baixo), >60 mg/dL (alto) LDL- <100 mg/dL (ótimo), 100-129 mg/dL (desejável), 130-159 mg/dL (limítrofe), 160-189 mg/dL (alto), ≥190mg/dL (muito alto)

Ao avaliar os resultados do perfil lipídico em comparação à classificação proposta pela

SBC (2001), observa-se que ocorreu uma alteração satisfatória para a maioria dos pacientes,

principalmente em relação ao CT, LDL e TG (TABELA 6).

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Tabela 6 - Distribuição dos pacientes com Aterosclerose tratados com rosuvastatina, de

acordo com a classificação do perfil lipídico.

Perfil Lipídico

Categoria

Pré-Tratamento (T0)

n %

Pós-Tratamento (T1)

n % CT (mg/dL)

Ótimo Limítrofe Alto

19 3 5

70,4 11,1 18,5

26 0 1

96,3 0

3,7 LDL (mg/dL)a

Ótimo Limítrofe Desejável Alto Muito alto

10 7 4 2 3

38,5 26,9 15,4 7,7 11,5

23 3 0 1 0

85,2 11,1

0 3,7 0

HDL (mg/dL)

Baixo Desejável Alto

16 10 1

59,3 37 3,7

16 9 2

59,3 33,3 7,4

Triglicérides (mg/dL)

Ótimo Limítrofe Alto Muito alto

13 5 8 1

48,2 18,5 29,6 3,7

15 9 3 0

55,6 33,3 11,1

0 FONTE: SBC (2001) a n=26

4.5 ANÁLISE DE ZINCO NO PLASMA E NOS ERITRÓCITOS E EXPRESSÃO GÊNICA

DAS METALOTIONEÍNAS 1 E 2

Os pacientes tratados com estatina durante os 4 meses não apresentaram diferenças

significativas nos parâmetros de zinco. De acordo com os valores de referência de zinco no

plasma e nos eritrócitos para adultos saudáveis (GIBSON, 1990), os pacientes não

apresentaram deficiência de zinco (TABELA 7).

Ao categorizar os pacientes com deficiência de zinco verifica-se que antes do

tratamento, 41% (n=11) apresentavam zinco no plasma abaixo do valor de referência e 22,2%

(n=6) apresentavam redução do zinco nos eritrócitos. Após o tratamento não houve mudança

no zinco no eritrócito, no entanto, no plasma, 23% (n=7) apresentavam concentrações abaixo

de 70 µg Zn/mL.

A avaliação da expressão gênica dos genes MT1F e MT2A, das metalotioneínas 1 e 2

respectivamente, é demonstrada na tabela 7 e na figura 11. Houve uma redução significativa

na expressão do gene MT1F durante os 4 meses de tratamento, sem no entanto, haver

alteração do gene MT2A.

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1,22

0,9

1,06*0,98

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

2

MT1F MT2A

Exp

ress

ão R

elat

iva Pré-tratamento

(T0)

Pós-tratamento (T1)

Uma relação inversa foi demonstrada entre mRNA MT1F com zinco eritrocitário

após o tratamento (r=-0,43, p=0,043) e entre mRNA MT2A e zinco eritrocitário antes do

tratamento (r=-0,57, p=0,001).

Tabela 7 – Concentrações de zinco no plasma e eritrócito e variação de expressão de mRNA

dos genes MT1F e MT2A dos pacientes com aterosclerose tratados com rosuvastatina.

Variáveis Pré-tratamento (T0)

Pós-tratamento (T1)

p valor

Zinco Plasmático (µg/dL)

77,07 ± 18,44

81,90 ± 16,17

0,091

Zinco Eritrocitário (µg/g Hb)

50,93 ± 13,91

52,68 ± 15,54

0,331

MT1F (2-∆∆CT)

1,22±0,40 1,06±0,31 0,043*

MT2A (2 -∆∆CT)

0,90±0,28 0,98±0,30 0,113

Valores Expressos em Média ± Desvio Padrão (DP) Teste estatístico - Teste T – Student ∆∆CT = (∆CT pacientes – média do ∆CT do grupo T0) Valores de referência: Zinco eritrocitário - 40-44 µg de Zn/g Hb; Zinco plasmático – 70-110 µg Zn/dL (GIBSON, 1990),

Figura 11 – Expressão gênica de metalotioneínas (MT1F e MT2A) em relação ao gene de referência β-actina.

Teste T – Student *P<0,05

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DISCUSSÃO

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5 DISCUSSÃO

Em relação ao estilo de vida, a maioria dos pacientes apresentava fatores de risco

independentes e fortes preditores para aterosclerose, como tabagismo, etilismo, hipertensão

arterial e diabetes (VAN DER MEER et al, 2003; ALISSA et al, 2006). A estimativa do risco

de doença aterosclerótica resulta da somatória dos riscos somada à potencialização ocasionada

por sinergismos entre estes. Neste estudo 81,48% dos pacientes apresentavam mais de 2

fatores de risco para doença aterosclerótica (SBC, 2007).

Outro fator de risco importante a ser considerado na aterosclerose é o excesso de

peso registrado na maioria dos pacientes. O risco relativo para doença arterial coronária

(DAC) aumenta significativamente em adultos, quando o IMC aumenta de 21 para 29 kg/m²

(GOMES et al, 2010). O excesso de peso associado ao acúmulo de gordura na região

mesentérica, denominada obesidade central está associado ao maior risco de doença

aterosclerótica do que a adiposidade periférica. Uma das causas do sobrepeso e da obesidade

está relacionada ao aumento significativo na ingestão de gordura e açúcares e com a

diminuição do consumo de fibra e de carboidratos complexos (DA CRUZ et al, 2004; SBC,

2007; FANTUZZI; MAZZONE, 2007).

O desenvolvimento da aterosclerose em decorrência da obesidade tem sido

elucidado considerando a inflamação sistêmica e as alterações na pressão arterial, no

metabolismo da glicose, de lipídios e na secreção de adipocitocinas (FANTUZZI;

MAZZONE, 2007; KATAGIRI; YAMADA e OKA, 2010).

Observa-se que a maioria dos pacientes teve consumo de energia abaixo das

necessidades estimadas. O princípio fundamental para manter um balanço energético é que as

mudanças nos depósitos de energia se equilibrem com a diferença entre ingestão e o dispêndio

(BARRETO et al, 2005). Considerando que não houve intervenção dietética nos pacientes, a

baixa ingestão calórica e o excesso de peso verificado, especula-se que provavelmente o

consumo alimentar relatado não representara a dieta habitual antes ao surgimento da doença.

Deve-se considerar as limitações do método Recordatório 24 horas que requer memória do

entrevistado, de forma que a idade e nível de escolaridade podem interferir nos resultados.

Além disso, podem ocorrer sub-relatos na avaliação do consumo alimentar, tanto em relação

às porções quanto nos alimentos, sendo mais comum em mulheres (SCAGLIUSI; LANCHA

JÚNIOR, 2003).

A ingestão de macronutrientes foi considerada adequada para carboidratos e

gorduras totais e um pouco acima do recomendado para proteínas. De acordo com os tipos de

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gordura, obteve-se também uma ingestão média adequada de gordura monoinsaturada, poli e

saturada o que representa um fator protetor fundamental para a redução do risco

cardiovascular (SANIBAL et al, 2009). É importante especular se esta adequação pode estar

relacionada as mudanças recentes nos hábitos alimentares, em função do descobrimento da

doença.

A média de consumo de colesterol apresentou-se abaixo do recomendado,

entretanto 48% dos pacientes tiveram consumo elevado de colesterol. Sabe-se a gordura da

dieta influencia diferentemente os valores de lipídicos plasmáticos, em especial a

colesterolemia podendo atuar como coadjuvante da ação das estatinas (SBC, 2007).

Outro nutriente, bastante explorado no contexto das doenças crônicas é a fibra da

dieta, considerada inversamente associada com o risco da aterosclerose (GIUNTINI;

LAJOLO e MENEZES, 2003; BUIL-COSIALES et al, 2009). Os dados de inadequação no

consumo de fibra obtidos neste estudo corroboram com os estudos brasileiros conduzidos com

adolescentes, adultos e idosos saudáveis em São Paulo e Rio Grande do Sul (MATTOS;

MARTINS, 2000; MADRUGA; ARAÚJO e BERTOLDI, 2009).

Alguns dos mecanismos propostos para a ação da fibra referem-se a diminuição

da hiperglicemia pós-prandial e da concentração de colesterol. A ação hipoglicemiante está

relacionada à redução na taxa de absorção da glicose alimentar, e em relação ao colesterol, a

fibra atua no seqüestro de ácidos biliares no duodeno, que aumenta sua excreção e leva à

maior conversão do colesterol hepático em ácidos biliares, reduzindo a concentração intra-

hepática de colesterol (FERNANDES et al, 2006).

Os micronutrientes, especificamente aqueles com função antioxidante, necessitam

ser investigados nas doenças crônicas. As vitaminas A, E e C, e os minerais zinco e selênio

podem inibir processos pró-oxidativos e pró-aterogênicos na parede endotelial e prevenir a

aterosclerose e suas manifestações clínicas (BRESSAN et al, 2009). O zinco, além do

envolvimento na redução do estresse oxidativo, tem função de inibição na apoptose e na

inflamação (TOMAT, DE LOS ÁNGELES COSTA, e ARRANZ, 2010).

A prevalência de inadequação da ingestão de zinco foi elevada no estudo, devido

a redução do consumo de alimentos fontes na dieta habitual, possivelmente em função da

exclusão de certos grupos alimentares, especialmente os alimentos de origem animal, que são

fontes de zinco, uma vez que estes também são fontes de colesterol e gordura saturada. Nota-

se ainda um baixo consumo dos alimentos integrais nos registros alimentares.

Alissa et al (2006) demonstraram ingestão adequada de zinco em pacientes com

doenças cardiovasculares, e, achados semelhantes foram demonstrados em mulheres obesas

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de Teresina – PI (ROCHA et al, 2010). Já em pacientes brasileiros com Insuficiência Renal

Crônica (MAFRA et al, 2004) e em pacientes com diabetes tipo 2 (YOON, 2008), a ingestão

de zinco foi deficiente.

A ingestão deficiente de zinco não refletiu nos parâmetros de zinco no plasma e

nos eritrócitos. Diversos fatores podem levar à deficiência de zinco, entre os quais o consumo

inadequado, no entanto, o organismo é capaz de se adaptar redução da ingestão de zinco,

utilizando mecanismos homeostáticos o que oculta sinais de deficiência (YUYAMA et al,

2005).

Os resultados comprovam a efetividade da rosuvastatina na redução do colesterol

total e LDL. Efeitos semelhantes foram encontrados com a mesma dosagem de rosuvastatina

(10mg), entretanto, acrescidos de outros benefícios como elevação do HDL e a redução dos

triglicérides, não observados em nossos pacientes (OLSSON; MCTAGGAT e RAZA, 2002;

DENARDI; SALGADO e MOREIRA, 2009). A redução de cerca de 50% do LDL esta em

concordância com os estudos JUPITER e METEOR que utilizaram dosagens mais elevadas

de rosuvastatina, 20mg e 40mg respectivamente. A rosuvastatina pode ter grande impacto na

prevenção e tratamento da aterosclerose devido também aos seus efeitos pleiotróficos como a

redução da geração de oxi-LDL em função da sua ação antioxidante (SHISHEHBOR;

HAZEN, 2009; BOTS et al, 2009; HOFNAGEL et al, 2007).

Além do tratamento medicamentoso, a terapia nutricional complementa a conduta

terapêutica a ser adotada na prevenção e/ou tratamento das dislipidemias. Para alcançar esse

objetivo, os pacientes devem ser informados sobre a importância da adesão à dieta, a

necessidade na mudança de estilo de vida (SBC, 2007).

Acrescido ao efeito hipolipemiante, as estatinas atuam na redução do estresse

oxidativo e na inibição da resposta inflamatória, já constatada por meio da medida de a PCR-

us, em pacientes com doença cardiovacular (HORIUCHI, HIRAYAMA e SODA, 2010;

YLMAZ et al, 2004).

A PCR-us foi significativamente reduzida nos pacientes após o tratamento com a

rosuvastatina. Antes desta intervenção os elevados valores observados eram indicadores de

risco elevado aos pacientes. Outros autores também demonstraram redução da PCR e, assim

como nossos resultados, a rosuvastatina (20mg) provocou redução de 37% na PCR-us em

pacientes em prevenção primária de doença cardiovascular (SHISHEHBOR; HAZEN, 2009;

NISSEN et al, 2004).

A avaliação do status de zinco compreende o consumo alimentar e as medidas no

plasma e eritrócitos. Estes biomarcadores não foram alterados em resposta ao tratamento com

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rosuvastatina, dados contrários aos estudos com sinvastatina, atorvastatina e fluvastatina nos

quais se contatou redução tanto no plasma como no eritrócito (YIAMAZ et al, 2004;

LEONHARDT et al, 1997; GHAYOUR-MOBARHANAN et al, 2005)

A média de zinco no plasma e nos eritrócitos dos pacientes estava adequada tanto

antes como após o tratamento, corroborando com Alissa et al (2006), que investigaram

também pacientes com aterosclerose. Já no estudo de Kazemi-Bajestani et al (2007) não

foram demonstradas alterações nas concentrações séricas de zinco em pacientes Iranianos

com doença cardiovascular.

Durante a inflamação ou infecção ocorre uma redistribuição interna do zinco, na

qual há perda do mineral de alguns tecidos como plasma e acúmulo em outros, como fígado

(HENNIG et al, 1999). As citocinas proinflamatórias levam a produção do transportador de

zinco Zip14 e da Metalotioneína (MT), resultando em um transporte aumentado do zinco por

meio do Zip14 para células do fígado, onde o zinco é armazenado na forma de MT. Em

conseqüência desta translocação do zinco do plasma para o fígado, pode haver uma

diminuição significativa no zinco plasmático (OVERBECK, RINK e HAASE, 2008).

Os efeitos da rosuvastaina em relação a expressão gênica das MT representa um

foco de pesquisa, até o momento não explorado, o que certifica a originalidade e relevância do

nosso protocolo de pesquisa no âmbito da interação fármacos-nutrientes e da aplicabilidade

dos resultados na conduta clínica e especificamente, nutricional. A expressão gênica da

metalotiomeína 1 (MT1F) foi reduzida significativamente após o tratamento, o que não foi

observado no gene da metalotioneína 2 (MT2A). Aumento da expressão do gene MT2A tem

sido constatada em pacientes com aterosclerose tratados com atorvastatina e sinvastatina

(COSTARELLI et al, 2008).

Em conjunto com a redução da Metalotioneína 1, obtivemos uma redução da

PCR-us e uma tendência ao aumento do zinco no plasma e nos eritrócitos após o tratamento

com rosuvastatina. Explica-se assim o efeito antiinflamatório da estatina promovendo uma

redução do estresse oxidativo, com diminuição da produção de radicais livres e

conseqüentemente, menor expressão da MT1F. Neste contexto, Mocchegiani (2002)

encontraram expressão do gene da MT reduzida quando o processo inflamatório diminuía,

associado assim a uma melhor disponibilidade do zinco e a resposta imune inata satisfatória.

A ingestão de zinco não teve correlação com a expressão das metalotioneínas.

Este dado difere de outro em que a expressão do mRNA MT2A em linfócitos T foi

significativamente reduzida em indivíduos com ingestão deficiente de zinco, e aumentada

após a adequação da dieta, no entanto, as concentrações de zinco no plasma foram mantidas

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(ALLAN et al, 2000). Esta sensibilidade da MT às mudanças na ingestão de zinco foi também

relatada por Sulivan, Burnett e Cousins (1998) em monócitos, ao avaliarem homens adultos

submetidos a suplementação de zinco (50mg/d) e Aydemir et al (2006), em leucócitos com

homens jovens suplementados com 15mg/dia de zinco. Entretanto, resultados contraditórios

foram observados por Cragg et al (2005) que não demonstram alteração do mRNA da

metalotioneína de monócitos humanos após a suplementação (15mg) com este mineral.

Ressalta-se que a expressão de MT foi determinada por Liu et al (2007) e, estes

autores demonstraram correlação entre a expressão no sangue e nos tecidos hepático e renal,

de forma que a expressão da MT no sangue pode refletir a expressão em outros tecidos, como

rins e fígado.

Uma relação inversa foi demonstrada entre mRNA MT2A e zinco nos eritrócitos antes

do tratamento (r=-0,57, p=0,001) e entre mRNA MT1F e o zinco eritrocitário após o

tratamento. Uma maior expressão do gene MT2A em relação às concentrações reduzidas de

zinco no eritrócito pode ser explicada como uma resposta da necessidade de captação de

formas orgânicas de Zn para manutenção das concentrações séricas (SUHY et al, 1999). Em

relação ao gene MT1F, a diminuição da expressão diante da redução da inflamação parece

também contribuir para o mesmo mecanismo.

Em geral os estudos com expressão dos genes das metalotioneínas tem demonstrado

comportamentos semelhantes para as isoformas 1 e 2, entretanto, diferentes genes da MT

podem ser induzidos por fatores distintos, de forma que o gene MT2A é expresso em função

de razões fisiológicas como a homeostase de zinco, e por sua vez os genes da metalotioneína

1 são expressos em resposta à toxicidade de metais e estresse oxidativo (VARSHNEY et al,

1986; RICHARDS; HEGUY e KARIN, 1984).

Com base neste estudo sugere-se que os genes da Metalotioneína são induzidos por

diferentes fatores, sendo necessários estudos das isoformas da MT para identificação das

funções específicas na homeostase do zinco e nos processos inflamatórios.

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CONCLUSÕES

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6 CONCLUSÕES

� A rosuvastatina melhorou o perfil lipídico dos pacientes, com redução de colesterol

total e LDL, podendo ser confirmada como antiaterogênica;

� O tratamento promoveu melhora da inflamação, demonstrada pela redução da PCR-us;

� A rosuvastatina não provocou alteração nas concentrações de zinco

no plasma, nem nos eritrócitos dos pacientes; no entanto, a expressão do gene da

metalotioneína 1 foi reduzida após o tratamento;

� Com a redução da Metalotioneína 1 e da PCR-us, além de uma tendência ao aumento

do zinco no plasma e nos eritrócitos em alguns pacientes, após o tratamento com

rosuvastatina, sugere-se que o efeito antiinflamatório da estatina influencia a

expressão da MT1F, com conseqüente manutenção de concentrações adequadas de

zinco, mesmo diante da baixa ingestão.

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REFERÊNCIAS

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ANEXOS

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ANEXO 1: Parecer do Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes

(HUOL) para o projeto “Efeito da suplementação com minerais antioxidantes em pacientes

com aterosclerose tratados com estatinas”

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ANEXO 2: Classificação do Índice de Massa Corporal e Circunferência Abdominal

Índice de Massa Corporal (IMC)

kg/m²

Diagnóstico do Estado Nutricional

Antropométrico

≥ 40,0 Obesidade grau III

35,0 – 39,9 Obesidade grau II

30,0 – 34,9 Obesidade grau I

25,0 – 29,9 Pré-obeso

18,5 – 24,9 Eutrofia

17,0 – 18,4 Magreza grau I

16,0 – 16,9 Magreza grau II

< 16,0 Magreza grau III

Fonte: World Health Organization (1998).

Quadro 1 - Classificação do Índice de Massa Corporal

Gênero Risco de complicações metabólicas relacionadas à obesidade

Elevado Muito Elevado

HOMEM ≥ 94 cm ≥ 102 cm

MULHER ≥ 80 cm ≥ 88 cm

Fonte: World Health Organization (1998).

Quadro 2 - Classificação do Risco para complicações metabólicas relacionadas à obesidade de acordo com a Circunferência da Abdominal.

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ANEXO 3: Resultados dos testes dos genes de referência utilizando o software Genorm

Código dos Pacientes testados

Genes de Referências Avaliados Normalisation Factor

18S UBC B-ACT GAPDH

47 3,44E-02 8,39E-08 2,47E-05 1,42E-07 0,7898

47 2,59E-02 6,94E-08 2,67E-05 1,76E-07 0,7917

472 2,62E-02 9,05E-08 3,07E-05 9,83E-08 0,6861

472 3,08E-02 8,67E-08 2,15E-05 1,34E-07 0,7123

63 4,91E-02 2,04E-07 4,69E-05 1,29E-07 1,0648

63 4,52E-02 1,79E-07 4,78E-05 2,44E-07 1,2907

632 3,99E-02 1,55E-07 2,93E-05 1,59E-07 0,9105

632 3,91E-02 1,26E-07 3,29E-05 3,10E-07 1,1762

65 3,55E-02 1,05E-08 4,50E-05 1,93E-07 1,0794

65 3,53E-02 9,16E-09 5,36E-05 2,43E-07 1,2321

652 2,36E-02 7,76E-09 2,89E-05 1,40E-07 0,7308

652 2,17E-02 8,73E-09 3,36E-05 1,79E-07 0,8094

69 4,97E-02 2,04E-07 4,56E-05 2,22E-07 1,2697

69 4,41E-02 2,08E-07 5,55E-05 2,49E-07 1,3544

692 3,31E-02 8,78E-08 2,29E-05 1,31E-07 0,7408

692 2,64E-02 1,09E-07 2,04E-05 1,47E-07 0,6860

80 3,92E-02 2,04E-07 3,94E-05 1,31E-07 0,9373

80 3,77E-02 2,08E-07 3,24E-05 2,19E-07 1,0288

802 5,38E-02 8,78E-08 4,43E-05 7,83E-08 0,9131

802 6,05E-02 1,09E-07 4,05E-05 1,36E-07 1,1076

40 3,22E-02 2,25E-07 6,68E-05 1,81E-07 1,1667

40 3,41E-02 1,94E-07 1,01E-04 2,81E-07 1,5832

402 4,53E-02 1,46E-07 4,03E-05 1,04E-07 0,9195

402 3,95E-02 1,06E-07 3,65E-05 1,64E-07 0,9865

44 3,74E-02 2,75E-07 8,77E-05 2,90E-07 1,5712

44 5,00E-02 2,59E-07 9,21E-05 4,68E-07 2,0645

442 4,18E-02 1,25E-07 2,91E-05 1,16E-07 0,8304

442 3,74E-02 8,99E-08 3,11E-05 1,86E-07 0,9585

58 3,55E-02 5,06E-09 3,82E-05 1,12E-07 0,8519

58 3,22E-02 4,98E-09 3,77E-05 1,69E-07 0,9422

582 1,30E-02 8,71E-10 2,66E-05 1,30E-07 0,5681

582 3,41E-02 4,33E-09 3,54E-05 1,51E-07 0,9063

62 6,05E-02 1,61E-07 5,20E-05 2,00E-07 1,3689

62 5,23E-02 1,45E-07 6,42E-05 2,42E-07 1,4911

622 3,06E-02 8,26E-08 2,18E-05 1,22E-07 0,6937

622 2,69E-02 7,56E-08 2,62E-05 1,79E-07 0,8016

68 4,29E-02 6,60E-09 4,43E-05 1,50E-07 1,0507

68 4,29E-02 6,50E-09 3,92E-05 2,06E-07 1,1204

682 4,91E-02 1,06E-08 4,63E-05 1,20E-07 1,0377

682 5,00E-02 9,68E-09 5,16E-05 2,28E-07 1,3382

M < 1,5 1,055 2,108 1,054 1,082

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APÊNDICES

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APÊNDICE 1: Ficha de Acompanhamento individual dos Pacientes

Universidade de São Paulo Faculdade de Ciências Farmacêuticas Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos

FICHA DE ACOMPANHAMENTO No

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Data: Nome: Data de Nascimento: Idade: Sexo: M ( ) ( ) F Endereço: Nº Apto: Bairro: Cidade: Tel: Profissão: HISTÓRIA E DIAGNÓSTICO CLÍNICO / QUEIXAS ATUAIS Diagnóstico clínico: História clínica / Queixas atuais: Data da angioplastia: DOENÇAS ASSOCIADAS: Diabetes Tipo 1 Hipertensão Diabetes Tipo 2 Dislipidemias Doença Renal Obesidade Hipo/Hipertireoidismo Hepatopatia Outras: MEDICAÇÕES: HÁBITOS DE VIDA: Tabagismo: Etilismo: Atividade física Alimentação

• Quantas refeições • Local • Quem prepara

Atv. Ocupacional:

Atv. Lazer:

Atv. Doméstica:

Sono:

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA Data/Parâmetros Peso Estatura IMC CA

Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciências da Saúde

Departamento de Nutrição

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Cateterismo Cardíaco Data:

DATAS DOS RETORNOS

Datas

1ª Coleta Retorno 1 Retorno 2 Retorno 3 2ª Coleta

Local

AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA: Exames Data 1 Resultados (T0) Data 2 Resultados (T1)

Triglicerídios Colesterol Total HDL LDL Glicemia de jejum AST ALT

PCR-US

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APÊNDICE 2: Ficha de registro do Recordatório Alimentar de 24

RECORDATÓRIO DE 24 HORAS No______ Paciente:________ Data:_______/______/_______ Dia da Semana:_____________________

HORÁRIO/ REFEIÇÃO

ALIMENTO/PREPARAÇÃO QUANTIDADE (Medida Caseira)