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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E TESTES PSICOMÉTRICOS ° Psicometristas defendem: avaliação psicológica testes psicológicos - Porém, hoje avaliar = quantificar é possível avaliar sem quantificar? - Nossa disciplina é de Medida em Psicologia (mensuração em Psicologia): Psicometria. - Testes psicológicos Avaliação psicológica Atitude humana de avaliar. 1. AVALIAÇÃO: atitude inerente à vida humana - Métodos e Técnicas de descrever e classificar (interpretar) o comportamento dos outros para incluir em categorias e daí fazer inferências, organizar expectativas e agir/adequar-se aos outros. - Atividade necessária para o ajuste ao meio

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E TESTES PSICOMÉTRICOS Psicometristas defendem: avaliação psicológica testes psicológicos - Porém, hoje avaliar = quantificar

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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E TESTES PSICOMÉTRICOS

° Psicometristas defendem: avaliação psicológica testes psicológicos

- Porém, hoje avaliar = quantificar é possível avaliar sem quantificar?

- Nossa disciplina é de Medida em Psicologia (mensuração em Psicologia): Psicometria.- Testes psicológicos Avaliação psicológica Atitude humana de avaliar.

1. AVALIAÇÃO: atitude inerente à vida humana - Métodos e Técnicas de descrever e classificar (interpretar) o comportamento dos outros para incluir em categorias e daí fazer inferências, organizar expectativas e agir/adequar-se aos outros.- Atividade necessária para o ajuste ao meio p/ sobreviver: ação natural da vida.

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E TESTES PSICOMÉTRICOS°AVALIAÇÃO: atitude inerente à vida humana- Observação casual, baseada no senso comum e na aprendizagem social, pela qual cada um decodifica e categoriza comportamentos (próprios e dos outros) nos diversos contextos.-“...avaliamos continuamente o comportamento de todo mundo dentro de um sistema de expectativas.” (Pasquali, cap. 1, p.15).

- mas, quantificar a vida/natureza é inerente ao humano? É uma forma histórica de se relacionar com os outros/natureza?

2. AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: avaliação científica necessária à vida humana atual (mais complexa).

- Observação Científica: não-casual, confiável, válida e rigorosa (“mais verdadeira”?)

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E TESTES PSICOMÉTRICOS

°AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA:- R. Primi (Temas de Avaliação Psicológica, 2005): busca sistemática de conhecimento a respeito do funcionamento psicológico em situações específicas, útil para orientar ações e tomadas de decisão.

- Mas: a) essa complexidade não se deve a uma experiência histórica do tempo? Exigência de decisões rápidas e com menor custo, subjugando rapidamente os outros (necessidade econômica e de controle social) a necessidade dessa avaliação é uma demanda histórica.

b) Responder CIENTIFICAMENTE o que fazer com os outros também não é uma necessidade produzida historicamente?

- Qual lugar na sociedade deve ocupar? Investir na educação regular/especial? Contratar/demitir? Internar?

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E TESTES PSICOMÉTRICOS

°AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA:

b) Responder CIENTIFICAMENTE o que fazer com os outros também não é uma necessidade produzida historicamente?

- A ciência daria os PARÂMETROS para responder essas questões e o PERITO seria o PSICÓLOGO.

- Não haveria aí SEMPRE uma dimensão política? Como viver em sociedade/como viver com o outro? o ato do psicólogo como ato político: obriga-o a pensar sobre os efeitos de seus atos.

3. TESTES PSICOLÓGICOS: uma das técnicas de avaliação psicológica

- Historicamente: reducionismo da Avaliação Psicológica aos Testes prejuízo para avaliação (deixa de ser multifacetada) e crítica aos testes levou ao desprestígio de todos os processos avaliativos.

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E TESTES PSICOMÉTRICOS

-Testes não por mero acaso histórico tomaram a cena da Avaliação Psicológica: encarnam o ideal de cientificidade (objetivo, controlável, quantificável).

- Argumento de que a Avaliação Psicológica nasce do desejo de formas objetivas, práticas de avaliar ante complexificação do cotidiano e inevitável atividade categorizadora: desprestígio das avaliações sensíveis à subjetividade do avaliador.

- Teste: uma ferramenta neutra que pode ser mal utilizada (Anastasi e Urbina, 2000, p.17)?

- Pressuposto dos testes: é possível quantificar os processos psicológicos e “em uma situação de teste, a única variável independente é freqüentemente o indivíduo [as magnitudes do atributo] que está sendo testado” (Anastasi e Urbina, 2000, p.20).

TESTES PSICOLÓGICOS: DEFINIÇÃO

° DIFICULDADE EM CONCEITUAR TESTES PSICOLÓGICOS:

1. Descritivamente: “é um procedimento sistemático para observar o comportamento e descrevê-lo com a ajuda de escalas numéricas ou categorias fixas” (Cronbach, citado por Pasquali, 2003, p18).

- Realização de tarefas previamente definidas, numa situação geralmente artificializada – em que o desempenho (comportamento) é “observado, descrito e julgado”, utilizando-se números.

2. Em termos de objetivo: medir diferenças entre indivíduos ou entre as reações do mesmo em situações diferentes.

- Testes são construídos a partir de uma amostra representativa da população sobre a qual se observa uma amostra representativa do comportamento dos sujeitos amostrais.

TESTES PSICOLÓGICOS: DEFINIÇÃO

° DIFICULDADE EM CONCEITUAR TESTES PSICOLÓGICOS: - Mas, afinal o que é um teste psicológico?

a) Psicometria Clássica (TCT): medida objetiva e padronizada de um conjunto (amostra) de comportamentos/tarefas que serve para prever ou representar outros comportamentos (presentes ou futuros) - posição monista.

b) Psicometria Moderna (TRI): medida objetiva e padronizada de um conjunto de comportamentos/tarefas que representa fisicamente os processos mentais (atributos psicológicos, traços latentes, construto), de modo que se possa prever desempenhos em outras situações - posição dualista.

- Necessidade de estabelecer empiricamente relação entre atributo e comportamentos que o representam.

TESTES PSICOLÓGICOS: BREVE HISTÓRICO

1880 – Década de F. Galton (1822-1911):

- Quanto mais íntegros os sentidos, mais capacidade de conhecimento (melhor as operações mentais).

a) impacto ainda hoje na medida das sensações (funções mentais inferiores: sensação, percepção...);

b) escalas de atitudes para avaliar reações do sujeito durante o teste;

c) contribuições à estatística (precursor da correlação de Pearson).

1890 – Década de J. Cattel (1860-1944):

- Também medida das diferenças individuais pelo exame sensorial (acreditava mais “precisos”).

- 1º a usar expressão “teste mental”.

TESTES PSICOLÓGICOS: BREVE HISTÓRICO

1900 – Década de A. Binet (1857-1911):

- Crítica às medidas sensoriais e a especificidade dos testes mentais: interessava era medir as funções mentais superiores (em especial, a inteligência) e de modo mais geral.

- Escala Binet e Simon, 1905 (julgamento, compreensão, raciocínio...).- Nos EUA, base dos testes de QI.

1900 – Década de C. Spearman (1863-1945):

- Mesma época de Binet.

- Fundamentos estatísticos da Psicometria clássica: Fator Geral de inteligência.

TESTES PSICOLÓGICOS: BREVE HISTÓRICO

1910-1930 – A era dos testes de inteligência:- Escala Binet-Simon; Fator G (Spearman), - Teste de QI:

- W. Stern, 1912: QI = - Lewis Terman, 1916: 100 x e classificação quanto ao

resultado no teste de QI:> 140: Genialidade120-140: Inteligência muito superior110-120: Inteligência superior90-110: Inteligência normal (ou média)80-90: Embotamento70-80: Limítrofe50-70: Cretino20-50: Imbecil< 20: Idiota

TESTES PSICOLÓGICOS: BREVE HISTÓRICO

1910-1930 – A era dos testes de inteligência:- Teste de QI

- D. Weschler, 1939: QI de desvio baseado no escore zz= , onde x: valor; : média; : desvio padrão.

(desvio-padrão é uma medida de dispersão: quantifica a dispersão de eventos sob distribuição normal)

TESTES PSICOLÓGICOS: BREVE HISTÓRICO

1910-1930 – A era dos testes de inteligência:

- 1ª Guerra, 1916: seleção rápida, eficiente, coletiva para o Exército Americano.- 1920: profusão de testes psicológicos.

1930 – Década da Análise Fatorial:- Crítica culturalista aos testes;- Reação da psicometria com a reformulação da tese do Fator G Fatores Específicos- Possibilitada pelo desenvolvimento da análise fatorial.

TESTES PSICOLÓGICOS: BREVE HISTÓRICO

1940-1980 – A era da Sistematização:

- 2ª Guerra: aperfeiçoamento de novos testes coletivos.

- 2 tendências:

a) síntese;

b) crítica: variadas, destaca-se início da teoria do traço latente (precursor da TRI – Psicometria moderna).

1980 – A era da Psicometria Moderna (TRI):

- Não substitui toda a psicometria clássica nem está totalmente desenvolvida.

TIPOS DE TESTES PSICOLÓGICOS

° VÁRIAS FORMAS DE CLASSIFICAR OS TESTES:

- Quanto a:

1. A Objetividade (psicométrico; projetivos/impressionista)

2. O construto (aptidão geral; psicomotricidade, personalidade...)

3. A forma de resposta (verbal, papel-e-lápis, por computador...)

⁰ Testes segundo a forma:

- Mais popular: lápis-e-papel (aplicação coletiva, fácil correção)

- Caminha-se para uso do computador:

TIPOS DE TESTES PSICOLÓGICOS

° VÁRIAS FORMAS DE CLASSIFICAR OS TESTES:° Testes segundo a forma:

- Uso do computador:

a) como APLICADOR de teste: - Vantagens: apresenta o teste com mais qualidade e clareza,

repete sem cansar; segue o ritmo do testando; evita interferências; rapidez na aplicação, correção e interpretação; registros legíveis e motiva o testando;

- Desvantagens: em aspectos não-mecânicos (observação e integrar dados observados na interpretação) é inferior ao aplicador humano.

TIPOS DE TESTES PSICOLÓGICOS

° Testes segundo a forma:- Uso do computador:

b) na testagem “adaptativa” (EXECUTOR/“CRIADOR” de teste):

- “Cria” testes individualizados a partir de um banco de dados, evitando decorar.

- Banco de itens: novos são comparados e classificados quanto aos parâmetros (dificuldade, discriminação, chute...)

- Dá-se comando ao computador: teste com X itens de traço latente Y, dificuldade Z, amplitude A e discriminação B.

TIPOS DE TESTES PSICOLÓGICOS: segundo a objetividadePSICOMÉTRICO PROJETIVO/IMPRESSIONISTA

Descrição Numérica (Teoria da medida) Descrição lingüística Análise Estatística Análise QualitativaMedir atributos que possuem magnitudes/ dimensões

Caracterizar subjetividade/personalidade

Padronização rigorosa da aplicação e interpretação

Tarefas não-estruturadas interpretadas pelo aplicador

Interpretação objetiva, mecânica, segundo normatizações: mesmo escore independente do avaliador.

Interpretação subjetiva

Resposta com escolha forçada, logo restrita.

Resposta livre/ambígua, maior possibilidade de aparecer outros comportamentos.

Foco no Produto/resultado Foco no processoPsicólogo: fotógrafo Psicólogo: artistaCrítica: artifício estatístico, não atinge a subjetividade

Crítica: farsa, arbitrário, interpretacionismo

TESTES PSICOLÓGICOS: parâmetros

° Parâmetros de um Teste Psicológico:

1. PADRONIZAÇÃO: uniformidade dos procedimentos de aplicação e interpretação (normatização) do teste, a fim de que os desempenhos sejam comparáveis.

1.1. Procedimentos uniformes: instruções, materiais, tempo, interação, ambiente...

- Não pode haver emergências na testagem. (Anastasi e Urbina, 2000, p.26).

1.2. Normas: os sujeitos serão comparados ao escore do indivíduo “médio”/“normal”, tanto nos testes de aptidão quanto nos de personalidade. (Anastasi e Urbina, 2000, p.20)

- Devem vir especificadas no manual.

TESTES PSICOLÓGICOS: parâmetros

° Parâmetros de um Teste Psicológico:

2. Fidedignidade (precisão):

- Consistência dos resultados obtidos (é uma medida de algo?)

- Deve vir especificado no manual o método e o coeficiente de precisão obtidos nos estudos amostrais.

3. Validade:

- O teste mede o que pretende? (esse algo medido é o que queremos medir?)

- Deve vir especificado no manual o método e o coeficiente de precisão obtidos nos estudos amostrais.

USO DOS TESTES PSICOLÓGICOS

° Cuidado no uso dos testes:

- Uso indiscriminado (escolhido para fim ou sujeito diferente do que foi planejado; mal aplicado, interpretado ou usado repetidamente) desrespeita os direitos dos testandos e a invalida o teste.

- Efeito do Treinamento sobre os testes: depende da características de cada um, histórico educacional, natureza e tipo e intensidade do treinamento

- Os de histórico ruim, beneficiam-se mais

- Quanto mais restrito ao conteúdo específico do teste, menos provável afetar o domínio (desempenho de critério).

- Pode afetar a validade do teste.

USO DOS TESTES PSICOLÓGICOS

° Cuidado no uso dos testes:

- Familiaridade com o teste (ou itens): melhora o desempenho no teste, afetando a validade.

- Instrução em Habilidades Cognitivas Amplas (programa educativo): desenvolver habilidades, hábitos de trabalho e estratégias de resolução de problemas.

- melhora o desempenho no teste, sem afetar a validade do teste, e no critério.

PSICOMETRIA: definição

° MAS, O QUE É PSICOMETRIA?

a) Sentido Restrito: testes/escalas psicológicas.

b) Sentido Amplo: ramo da psicologia que se vale do número (da quantificação) para representar os fenômenos psicológicos Medida em Psicologia (ciências psicossociais)

Psicometria Teoria da Medida.

- Porém, especialidade da psicologia e não da estatística

“um bom psicometrista, sobretudo prático, não necessita ser um exímio estatístico. Ele deve ser, sim, um exímio conhecedor da

teoria psicológica” (Pasquali, 2003, p.12).

PSICOMETRIA: teoria da medida

° TEORIA DA MEDIDA:

- Discussão epistemológica em torno da utilização do símbolo matemático/número no estudo científico dos fenômenos naturais.

- Estuda o uso do número na descrição dos fenômenos empíricos: os diferentes fenômenos empíricos são os objetos das diversas ciências que possuem dimensões.

- Interface entre matemática e ciência: conhecimentos com estruturas epistemológicas distintas.

PSICOMETRIA: teoria da medida

Ciência MatemáticaObjeto (referente) Fenômenos Naturais

(da realidade)Símbolo Numérico (conceito abstrato)

Metodologia Observação Sistemática e Controle

Dedução

Verdade Fato Teorema (postulado)Critério de Verdade Teste Empírico Consistência Interna do

ArgumentoCerteza Relativa (erro) Absoluta

Adaptada da Tabela 2-1, p.24, Pasquali, 2003.

- Ciência Empírica: utiliza da linguagem matemática para expressar (observar, descrever) seu objeto de estudo (fenômenos naturais).

- Vantagens da medida: precisão (pode-se estabelecer intervalo de confiabilidade para o resultado) e simulação (produzir experimentos).

PSICOMETRIA: teoria da medida

° QUESTÕES BÁSICAS PARA O USO DA MEDIDA:

1. Problema da Representação: é legítimo expressar as propriedades dos fenômenos empíricos por meio de números?

- Reposta é afirmativa quando forem preservadas as propriedades estruturais do número e as características dos atributos (dimensões descontínuas/discretas) dos fenômenos empíricos (isomorfismo).

- Pressupõem-se equivalência de forma entre natureza e sistema lógico matemático.

PSICOMETRIA: teoria da medida

° QUESTÕES BÁSICAS PARA O USO DA MEDIDA:

2. Problema da Unicidade da Representação: o número é a melhor forma de representar as propriedades dos objetos empíricos para obter conhecimento sobre eles?

- Quantitativista respondem afirmativamente, mas a representação numérica tem níveis diferentes de qualidade/precisão de acordo com as propriedades do número que são conservadas (Escala de Medida utilizada).

- São as características do objeto empírico que permitem estabelecer quais propriedades numéricas são conservadas.

PSICOMETRIA: teoria da medida

° QUESTÕES BÁSICAS PARA O USO DA MEDIDA:3. Problema do Erro: o erro encontrado nessa medida é

aceitável?- Toda medida contém erro (deve vir acompanha o indicador de erro provável).- Teoria da Medida utiliza o número “estatístico”

Número Matemático Número EstatísticoUnívoco (pontual) Intervalar

Invariância (não há interseção)

Variância (Erro)

Relaciona o número com ele mesmo

Relaciona o número com fenômenos empíricos

PSICOMETRIA: teoria da medida

° TIPOS DE ERRO: - Medir é estabelecer correspondência entre os pontos do objeto empírico e os do instrumento de medida correspondência se faz num intervalo.- Quanto menor erro, menor o intervalo.

a) Erro de Observação: precisão instrumental; diferenças pessoais; sistemáticos e aleatório (sem causas identificáveis/imprevisível, logo, por definição, impossibilidade de se chegar a erro zero)

b) Erro de Amostragem: não-representatividade da amostra.

- Teoria do Erro: tentativa de limitar o erro, considerando que a seqüência de um evento aleatório teria zero como média, distribuída numa curva normal e variância 1.

PSICOMETRIA: teoria da medida

° TIPOS DE ERRO:

Exemplos de Erro de Observação:- Erro de benevolência: tomar o sujeito acima do que são o

contrário: erro de severidade).- Erro de tendência central: concentrar os sujeitos na avaliação

média.- Efeito de Halo: avaliam conforma a impressão.- Erro de contraste: o avaliador se coloca como ponto de referência

para avaliar (avaliando de modo oposto ao que faria consigo).- Erro do tipo lógico: julgar que dois traços do indivíduo têm

relação e avaliar do mesmo modo.- Erro de Proximidade: julga que dois traços têm relação

hierárquica e avalia conforme a proximidade.

PSICOMETRIA: teoria da medida

° PROPRIEDADES (AXIOMAS) BÁSICAS DO SISTEMA NUMÉRICO:

a) Identidade: número é idêntico a si e somente a si

- Reflexividade: nº são idênticos ou diferentes (a = a ou b a)

- Simetria: se a = b b = a.

- Transitividade: se a = b e b= c a = c.

b) Ordem: todo nº é diferente de outro, sendo um maior que outro (podem ser posto numa seqüência).

- Assimetria: a > b, então a b

- Transitividade: a > b e b > c, então a > c

- Conectividade: a > b ou b > a

- Ordem-denso: intervalo entre dois números inteiros não é vazio.

PSICOMETRIA: teoria da medida

° PROPRIEDADES (AXIOMAS) BÁSICAS DO SISTEMA NUMÉRICO:

c) Aditividade: a soma de dois números, excetuado o zero, produz outro com as mesmas propriedades, mas em grau maior.

- Comutatividade: ordem dos nº não altera o resultado a adição a + b = b + a.

- Associatividade: ordem de associação não altera resultado da adição (a + b) + c = a + (b + c).

ATENÇÃO !Para haver medida propriamente dita, ao menos identidade e

ordem devem ser preservadas (quanto mais propriedades conservadas, mais seguro da legitimidade se está).

PSICOMETRIA: teoria da medida

° ESCALAS DE MEDIDA:

- Dependendo da quantidade de propriedades (axiomas) do sistema numérico que a medida salva, há diferentes escalas de medida.

- Quanto mais salva, maior isomorfismo número–procedimento empírico (mais próximo da escala métrica);

- 5 elementos do número para determinar a Escala de Medida: identidade, ordem, aditividade (origem e intervalo) e unidade de medida.

- A cada escala correspondem estatísticas apropriadas: escala superior pode usar as da inferior (não vice-versa), mas sabendo que são menos eficientes (haverá perda de informação).

PSICOMETRIA: teoria da medida

° ESCALAS DE MEDIDA:

1. ESCALA NOMINAL: salva só o axioma de identidade.

- Não é propriamente medida/medida precária: trata-se de classificação (diferenças qualitativas e não quantitativas)

- Número como nome: rótulo/etiqueta, que pode ser substituído por qualquer outro traço, aplicado ao objeto.

- Exigência única: relação unívoca entre o símbolo e o objeto identificado (axioma de identidade).

- Ex.: categorizar quanto a sexo, cor da pele, profissão, dividir em grupos...

- Estatísticas de freqüência: contagem, percentagem, proporção, moda (nº que ocorre com mais vezes)...

PSICOMETRIA: teoria da medida

° ESCALAS DE MEDIDA:2. ESCALA ORDINAL: além da identidade, conserva axioma de ordem -Número representa a posição do objeto relativamente a alguma característica ordem dos números reflete ordenação das características (atributos) do objeto.

-Há ordem (nº maior que o outro), mas não há intervalos iguais entre os números.

-A origem (ponto zero do atributo) pode ser natural ou não (existir ou não um zero absoluto da propriedade mensurada).

- Ex.: 1º, 2º e 3º lugar numa corrida não possuem necessariamente a mesma diferença de tempo; grau de escolaridade; num teste de inteligência, percentil 50 não significa 2 vezes mais inteligência que o 25.

° ESCALAS DE MEDIDA:

2. ESCALA ORDINAL:-Estatísticas Não-Paramétricas (números não são adicionáveis): mediana (valor que divide a distribuição em partes iguais), correlação de Spearman, ordem percentílica...

ATENÇÃO !

- Em geral, medida em ciências psicossociais é ordinal com origem não-natural atributos dos fenômenos psicossociais tem magnitudes, o que permite estabelecer uma ordem, mas não se pode determinar o ponto zero (ausência completa do atributo). Ex.: inteligência.

PSICOMETRIA: teoria da medida

PSICOMETRIA: teoria da medida3. ESCALA INTERVALAR: além dos axiomas de identidade, ordem, conserva intervalos iguais entre os números da medida - Os intervalos entre os números são iguais.- Mas, não há origem natural (não há zero absoluto): números refletem os intervalos entre as propriedades, mas não a quantidade de cada uma (não se pode multiplicar ou dividir os números).

- Zero: ponto arbitrário.- Ex.: Entre 10° e 20° e entre 30° e 40° a diferença é de 10°, mas 30° não é o dobro de 15°; ademais 0° não quer dizer ausência de temperatura.-Estatísticas Paramétricas: média, desvio-padrão, análise de variância...

4. ESCALA DE RAZÃO: conserva todos os axiomas (identidade, ordem, intervalos iguais e origem natural).- Escala Métrica: todas as estatísticas.

PSICOMETRIA: teoria da medida

° FORMAS DE MEDIDA: forma de atribuir dado número a certa propriedade.Tipos:

1. MEDIDA FUNDAMENTAL (DIRETA):

- Quando a propriedade dos objetos empíricos tem unidade-base natural específica ou representação extensiva (suas dimensões podem ser associadas), basta contar as unidades (ex.: tamanho é a soma de X unidades de comprimento) - Refere-se a objetos que podem ser somados. - Instrumento utilizado possui a mesma quantidade padronizada do que se quer medir: medida direta (ex. balança possui unidades de kg).

PSICOMETRIA: teoria da medida

° FORMAS DE MEDIDA: forma de atribuir dado número a certa propriedade.

Tipos:

2. MEDIDA DERIVADA (INDIRETA):

- Mede-se indiretamente ao se estabelecer relação com medidas extensivas.

- Depende de prova empírica de que o atributo é afetado independentemente por duas ou mais componentes (que permitem medida fundamental).

- Ex.: Velocidade =

PSICOMETRIA: teoria da medida

3. MEDIDA POR TEORIA (INDIRETA): - Praticamente, todas as medidas em Ciências Psicossociais.- Não se aplicam requisitos anteriores, sendo medidas com base em leis ou teorias.3.1. Por Lei: lei estabelece empiricamente relações sistemáticas (covariância) entre variáveis estruturalmente diferentes.

- Ex.: Lei do Reforço (aumento da freqüência da Resposta pela incidência de Estímulo Reforçador).

3.2. Por Teoria: apenas hipóteses teóricas, postulados ou axiomas, relacionam os atributos a fenômenos da realidade, ainda sem demonstração empírica.

- Ex.: Teoria dos testes psicológicos: resposta/comportamento do sujeito e critério (expressa comportamento futuro, na TCT; traço latente, na TRI).

PSICOMETRIA: exercícios

° Atribua V ou F para os itens verdadeiros ou falsos, respectivamente. Justifique os que julgou falso. 1. ( ) Os escores brutos de um teste de inteligência foram 20 e 40.

Podemos dizer que o segundo tem o dobro de inteligência do primeiro.

2. ( ) A medida de atributos psicológicos permite estabelecer uma origem natural (ponto zero absoluto).

3. ( ) Um fenômeno não precisa conservar todos os axiomas numéricos para se obter mensurações úteis.

4. ( ) Ao utilizar a escala de razão temos certeza absoluta que a medida do fenômeno empírico está correta.

5. ( ) O Teste de QI de Terman ( ) é uma medida da inteligência que se vale da escala nominal.

6. ( ) O Teste de QI de desvio é uma medida da inteligência que se vale da escala intervalar.

PSICOMETRIA: exercícios

° Atribua V ou F para os itens verdadeiros ou falsos, respectivamente. Justifique os que julgou falso. 7. ( ) Um teste de personalidade que se utiliza de descrições de

situações concretas em relação às quais o sujeito deve se posicionar é uma medida direta (fundamental) do atributo personalidade.

8. ( ) Ao construir um instrumento de medida devo primeiro determinar quais as propriedades do sistema numérico quero preservar e depois verificar quais as propriedades do atributo se adéquam.

9. ( ) Um item de um teste classifica os sujeito quanto ao estado civil. Trata-se de um nível nominal de medida.

10.( ) Os testes psicométricos tem como metas a objetividade e neutralidade.