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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Engenharia de Computação ANDREZA MOREIRA DA SILVA AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA PARA IMPLANTAÇÃO DE ERP EM GRANDE ESCALA PARA PEQUENAS EMPRESAS Itatiba 2012

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Engenharia de Computação

ANDREZA MOREIRA DA SILVA

AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA PARA IMPLANTAÇÃO

DE ERP EM GRANDE ESCALA PARA PEQUENAS

EMPRESAS

Itatiba

2012

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ANDREZA MOREIRA DA SILVA – RA: 002200800272

AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA PARA IMPLANTAÇÃO

DE ERP EM GRANDE ESCALA PARA PEQUENAS

EMPRESAS

Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso, do curso de Engenharia de Computação da Universidade São Francisco, sob orientação do Prof. Esp. Ricardo Cesar Boaretto, como exigência para conclusão do curso de graduação.

Orientador: Prof. Esp. Ricardo Cesar Boaretto

Itatiba

2012

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Agradeço a Deus por estar comigo sempre e

a todos aqueles que me incentivaram

para a conclusão deste projeto.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ser meu companheiro e sempre estar presente na minha vida!

Agradeço aos meus pais por me mostrarem a importância dos estudos.

Agradeço em especial meu grande amigo Rubens Benavides Abreu que me

entendeu e me apoiou quando mais precisei.

Agradeço a todos meus professores que fizeram parte da minha história durante

esses cinco anos, em especial o professor Esp. Ricardo Cesar Boaretto que me ajudou no

desenvolvimento deste trabalho.

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“O que sabemos é uma gota; o que

ignoramos é um oceano” – Isaac Newton

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RESUMO

Atualmente o termo tecnologia se tornou referência de qualidade de serviços e

produtos. Uma empresa que não se enquadra ou não acompanha os avanços tecnológicos,

visivelmente apresenta problemas operacionais e administrativos. O Governo brasileiro é

uma das maiores empresas que está em constante busca por meios tecnológicos com a

finalidade de facilitar a fiscalização em todas as empresas do país, desde as micro e

pequenas até as multinacionais.

Diante disto, o problema encontrado por muitas empresas (principalmente para as

micro e pequenas) para conseguir acompanhar as atualizações do Governo são as

ferramentas de softwares, que permitam a estas cumprirem com as exigências do fisco

brasileiro, constantemente atualizadas.

Visando colocar esta gama de empresas em conformidade com o fisco brasileiro, bem

como, em melhores condições competitivas no mercado em que atuam, este trabalho

apresenta uma proposta de solução tecnologia em torno de uma solução de ERP Web.

Palavras-chave: sistemas ERP web, micro e pequenas empresas.

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ABSTRACT

Nowadays the term technology has become a benchmark of quality services and

products. A company that does not fit or does not follow the technological advances, clearly

presents operational and administrative problems. The Brazilian government is one of the

largest companies that is in constant search for technological means in order to facilitate

monitoring in all companies of the country, from the Micro and Small to multinationals.

Given this, the problem encountered by many companies (especially for micro and

small) to keep up with the updates of the Government are the software tools, enabling these

comply with the requirements of the Brazilian tax authorities, constantly updated.

Aiming to put this range of companies in accordance with Brazilian tax authorities, as

well as in better competitive conditions in the market in which they operate, this paper

proposes a technology solution around an ERP solution Web.

Key words: ERP web, small business.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Evolução e o Aperfeiçoamento do ERP ............................................................... 16

Figura 2 - Exemplo funcionalidade do SPED ....................................................................... 27

Figura 3 - Exemplo funcionalidade NF-e .............................................................................. 29

Figura 4 - Exemplo DANFE .................................................................................................. 30

Figura 5 - Tela da NotaSoft Dzyon ....................................................................................... 32

Figura 6 - Tela NFe+ da Zipline ........................................................................................... 33

Figura 7 - Proposta do Projeto ............................................................................................. 34

Figura 8 - Exemplo de Cloud Computing ............................................................................. 37

Figura 9 - Modelo de Software como Serviço (SaaS) ........................................................... 40

Figura 10 - Exemplo benefícios de SaaS em sistemas corporativos .................................... 41

Figura 11 - Logo Google Docs e ferramentas ...................................................................... 42

Figura 12 – Logo ERP Web OpenBravo .............................................................................. 43

Figura 13 - Logo ERP Microsoft Dynamics AX ..................................................................... 44

Figura 14 - Exemplo E-Learning .......................................................................................... 47

Figura 15 - Logo Moodle ...................................................................................................... 48

Figura 16 – Site Moodle ....................................................................................................... 48

Figura 17 - Inteface para Login ............................................................................................ 49

Figura 18 - Links para acesso as matérias e atividades ....................................................... 49

Figura 19 - Exemplo de funcionalidades do Moodle ............................................................. 50

Figura 20 - Links para Download ou Upload de atividades................................................... 50

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Representação das Pequenas Empresas ........................................................... 20

Tabela 2 - Participação das MPEs na economia do Brasil ................................................... 21

Tabela 3 - Obrigações Acessórias ....................................................................................... 25

Tabela 4 - Redução de custos nas transações do comércio on-line ..................................... 46

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ASPs -Application Service Providers

BI -Business Intelligence

CRM -Customer Relationship Management

ERP -Enterprise Resource Planning

MPE -Micro e Pequenas Empresas

MRP -Material Requirement Planning

MRP II -Manufacturing Resource Planning

NF-e -Nota Fiscal Eletrônica

RIS -Serviço de Instalação Remota

SaaS -Software as a Service

Sefaz -Secretaria da Fazenda

SPED - Sistema Público de Escrituração Digital

SRF -Secretaria da Receita Federal

SUFRAMA -Superintendência da Zona Franca de Manaus

TED -Transferência Eletrônica Disponível

TI -Tecnologia da Informação

WWW -World Wide Web

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 13

2.OBJETIVO........................................................................................................................ 13

3.METODOLOGIA ............................................................................................................... 14

4.RESULTADOS ESPERADOS .......................................................................................... 14

5.DESENVOLVIMENTO ...................................................................................................... 14

5.1.A história do ERP ........................................................................................................... 14

5.2.A importância do ERP para as organizações ................................................................. 16

5.3.TI dentro das pequenas empresas ................................................................................. 17

5.4.Necessidades da TI nas pequenas empresas ................................................................ 18

5.5.Por que investir na informatização de pequenas empresas ........................................... 20

5.6.Os problemas enfrentados pelas pequenas empresas para informatização ................... 21

5.7.Principais obrigações fiscais das MPE ........................................................................... 22

5.8.Obrigações acessórias das MPE ................................................................................... 23

5.9.SPED – Sistema Público de Escrituração Digital ........................................................... 26

5.10.Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) ....................................................................................... 28

5.10.1.Softwares gratuitos para emissão de NF-e................................................................ 31

5.10.1.1.NotaSoft ................................................................................................................. 31

5.10.1.2.NFe+ ...................................................................................................................... 32

6.PROPOSTA DE UMA SOLUÇÃO ERP WEB PARA MPEs ............................................. 33

6.1.Ferramenta Web ............................................................................................................ 35

6.2.Cloud Computing ........................................................................................................... 37

6.2.1.SaaS - Software as a Service - Software como serviço ............................................... 38

6.2.2.Benefícios do SaaS para Sistemas Corporativos ........................................................ 40

6.2.3.Exemplos de SaaS...................................................................................................... 41

6.2.3.1.Google ..................................................................................................................... 41

6.2.3.2.Microsoft SkyDrive e Office Online ........................................................................... 42

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6.2.4. Exemplo de ERP Web - Cloud Computing .................................................................. 42

6.2.4.1.Openbravo ERP Web ............................................................................................... 43

6.2.4.2.Microsoft Dynamic AX .............................................................................................. 43

6.2.4.3.Tiny ERP .................................................................................................................. 44

6.3. Sistema de Comércio Eletrônico (e-commerce) .......................................................... 45

6.3.1. Estrutura e-Learning ................................................................................................... 46

6.3.1.1.Moodle ..................................................................................................................... 47

6.4. Serviços de Contabilidade .......................................................................................... 51

7.CONCLUSÃO ................................................................................................................... 53

8.REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 54

APÊNDICE A – FERRAMENTA WEB ERP (Exemplo)....................................................... 58

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1. INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, a tecnologia tornou-se ferramenta essencial para se obter sucesso em

diversas áreas no mercado global.

Visando reduzir a sonegação e consequentemente aumentar a arrecadação para os

cofres públicos, o governo brasileiro tem investido intensamente em tecnologia da

informação, informatizando o cumprimento de obrigações fiscais acessórias.

Os problemas, que algumas empresas enfrentam com tais mudanças, são o choque

operacional e a falta de capital para acompanhar e cumprir as regras estabelecidas pelo

fisco brasileiro. Para as grandes empresas, que tem um capital elevado, o caminho para se

adquirir uma ferramenta de software operacional é mais fácil além do que, em sua maioria,

já possuem sistemas ERP atualizados e prontos para atenderem as exigências do Governo.

Ao contrário disto, muitas das pequenas e micro empresas não possuem sequer

sistema para emissão de nota fiscal, que há pouco tempo também se tornou um processo

eletrônico, devendo cumprir também normas estabelecidas pela legislação tributária

nacional.

Analisando essa carência no mercado nacional, observa-se que há uma grande faixa

de pequenas empresas desamparadas pela tecnologia, que necessitam de um sistema ERP

para com isso, conseguirem um melhor gerenciamento e controle de seu de negócio e

colocar-se em condições de atender as exigências legais do governo brasileiro.

Por fim, este trabalho apresentará um estudo relacionado a estes problemas, com

uma proposta tecnológica para sanar a demanda mencionada anteriormente.

2. OBJETIVO

Este trabalho tem como objetivo realizar um estudo de plataformas de hardware e

software de aplicativos ERP oferecidos na Nuvem (SaaS), com a finalidade de propor uma

solução de ferramenta de software, voltada para micro e pequenas empresas, estando

disponível para planejamento e execução em um projeto posterior de implementação.

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3. METODOLOGIA

Visando fundamentar a solução a ser apresentada, serão realizados estudos

bibliográficos sobre sistemas web, Cloud Computer, ERP, legislação de obrigações

tributárias acessórias do Brasil e a dificuldade enfrentada por micro e pequenas empresas

para atendê-las.

Após essa pesquisa, será efetuada uma analise de como todas essas tecnologias

juntas, poderão prover uma solução que atenda em grande escala micro e pequenas

empresas, no atendimento de suas necessidades de gestão, juntamente com o atendimento

das obrigações acessórias do fisco brasileiro.

4. RESULTADOS ESPERADOS

Após a realização dos estudos, espera-se apresentar uma visão tecnológica de

solução de sistema ERP, voltada para micro e pequenas empresas, apresentando as

principais vantagens e a visão ampla que o projeto abrirá para esse mercado. Além disso,

expor as facilidades operacionais, agilidade em realizar processos complexos e uma

retaguarda preparada para atender as mudanças do Governo brasileiro.

5. DESENVOLVIMENTO

5.1. A história do ERP

Antes de começar a expor as principais funções de um sistema ERP (Enterprise

Resource Planning), é necessário entender como o mesmo surgiu e qual seu principal

objetivo.

Segundo Barreto (2011), no final da década de 50, quando nascia o conceito

tecnológico, a tecnologia existente era de Mainframes, que foram utilizados para executar os

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primeiros passos dos sistemas de gestão (na época o controle de estoque, que acabou se

tornando a atividade pioneira da interseção entre gestão e tecnologia). Essa tecnologia era

cara, porém os resultados eram satisfatórios, pois o tempo utilizado para realizá-los era

menor do que se realizados manualmente.

No início da década de 70, com os avanços tecnológicos e o crescimento econômico,

surgiu a necessidade de acrescentar processos que pudessem conversar entre si,

possibilitando planejamentos e tomadas de decisão, baseando-se nessas informações

surgiram então, os MRP (Material Requirement Planning), que eram pacotes prontos e

integrados, responsáveis pelo controle de insumos e processos de produção. (Barreto,

2011).

Conforme Haberkorn (2007, p.14) com o passar dos anos, seguindo a evolução

tecnológica e a mudança de Mainframes para servidores conectados por redes, os MRP

evoluíram para MRP II (Manufacturing Resource Planning), que eram responsáveis pelo

controle de outras atividades como mão de obra e maquinários. Nessa mesma década,

foram acrescentados aos MRP II novos sistemas, já conhecidos pelo termo módulos do

pacote de gestão.

Na prática, o MRP II já poderia ser chamado de ERP pela abrangência de controles e

gerenciamento. Porém, não se sabe ao certo quando o conjunto de sistemas ganhou essa

denominação.

O termo ERP ganhou força no mercado na década de 90 devido à evolução

tecnológica e as mudanças de gerenciamento, após essa fase as vendas e distribuição de

pacotes ERP cresceram e ganharam fama no mercado nacional e internacional.

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Fonte: Silva, 2004, p.15

Figura 1 - Evolução e o Aperfeiçoamento do ERP

5.2. A importância do ERP para as organizações

Os sistemas ERP crescem a cada dia no mercado nacional e internacional visando

buscar melhorias e inovar recursos disponíveis.

Segundo Padilha e Martins (2005), a importância de um sistema ERP dentro de uma

corporação é incontável. Para começar, esses sistemas promovem um conjunto de

informações rápidas e dinâmicas, fornecendo aos administradores ferramentas competitivas

e eficientes para tomada de decisões e resolução rápida de problemas. Por essas

características, essa ferramenta se tornou ativo indispensável para administração e

realização de tarefas diárias, processos e como um dos pontos mais importantes

atualmente, o cumprimento das obrigações acessórias estabelecidas pelo Governo

brasileiro.

Administrar um sistema ERP não é tarefa fácil, e por esse motivo, acabou se tornando

uma ferramenta com custo muito elevado e acessível apenas para grandes corporações.

Essas empresas estão sempre mais preparadas e atualizadas no mercado, ganhando mais

confiança e credibilidade, devido à eficiência na realização dos processos. (Padilha e

Martins, 2005).

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Analisando esse fato, é possível observar, que as micro e pequenas empresas não se

prepararam da mesma forma que as grandes, perdendo oportunidades de negócio e a

possibilidade de um melhor crescimento.

Baseando-se nessas informações, o enfoque do trabalho será direcionado a esse

grupo de empresas que, por sua vez, possuem poucos recursos (seja de capital ou de

desenvolvedores de sistemas) para investimentos em TI, visando atender estas

necessidades de negócio.

5.3. TI dentro das pequenas empresas

Segundo Prates e Ospina (2004), não existem muitos estudos realizados, que

analisem o desempenho da Tecnologia da Informação dentro das pequenas empresas,

especialmente em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil.

Prates e Ospina (2004 apud Thong 2001, p.148), "enquanto a literatura de Sistemas

de Informação tem identificado fatores potenciais para o sucesso da implementação de TI,

nenhuma pesquisa tem investigado a importância relativa destes fatores no contexto das

pequenas empresas".

Diversas características diferenciam as pequenas empresas das médias e grandes

corporações, porém, pode-se perceber sem grande esforço que os recursos de TI

oferecidos às mesmas é bastante reduzido (Prates e Ospina 2004).

Conforme El-Manaki (1990), as pequenas organizações absorvem novas tecnologias

de forma lenta e limitada nos seus processos administrativos ou de produção.

Ainda para El-Manaki (1990), um dos principais motivos para que isto ocorra é a falta

de tecnologia específica para a pequena empresa. O uso de ferramentas de apoio de

decisão para a pequena empresa é fator diferencial e deve ser levado em conta. Esses

sistemas são itens de primeira necessidade para profissionais, cujas decisões definem os

destinos de produtos e serviços e, em consequência, o êxito ou o fracasso das

organizações.

No Brasil, sob o aspecto de tecnologias de informação, o cenário não é dos melhores.

Conforme pesquisa realizada pela Microsoft, citada por Silva (1997), 58% das pequenas

empresas que não possuem computadores acreditam que a informática não é necessária;

5% nem sabem os motivos pelos quais não se automatizam; e 11% alegaram estar

providenciando a compra de computadores.

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Estatísticas do Sebrae (2000) mostram que 30% das micros e pequenas empresas

estão totalmente informatizadas. Destas, 45% não possuem acesso à Internet e 55% não

possuem computadores ligados em rede. Analisando estatisticamente esses números,

pode-se afirmar que existe informatização apenas de processos operacionais isolados da

empresa. Desses sistemas de informação não se pode extrair informações relevantes para a

tomada de decisão, nem do ambiente interno da empresa e muito menos do seu ambiente

externo.

Para Saviani (1995), a informática nas pequenas empresas não tem a mínima visão

de como produzir informações, sejam elas gerenciais ou não.

Mesmo assim, algumas das pequenas empresas, propelidas pela competitividade, estão

optando por informatizar seu negócio. Cerca de 80% das pequenas empresas

informatizadas, atribuem o grau de 'muito importante' ao uso de computadores na empresa.

5.4. Necessidades da TI nas pequenas empresas

Para se desenvolver um produto voltado às pequenas empresas, o mesmo deve

respeitar a alguns pré-requisitos: custo, tempo e qualidade.

Silva (1997) afirma que as pequenas empresas brasileiras são muito perceptíveis no

que diz respeito a custos. Das pequenas empresas não informatizadas, 41% afirmam que o

motivo pelo qual não informatizam seus processos é por não ter condições de investimento.

Outro grande problema com relação aos custos é a avaliação do preço da nova tecnologia.

Os três, segundo Souza Neto (1998), são o custo de desenvolvimento, o preço de mercado

e a receita esperada.

A questão do tempo é considerada por El-Manaki (1990) como uma das barreiras que

as pequenas empresas encontram para incorporar tecnologias informatizadas em seus

processos internos. As pequenas empresas são muito dinâmicas e seus processos, muitas

vezes, mais eficazes do que de grandes corporações, por esse motivo, a implantação de

soluções de TI não pode levar muito tempo para ser desenvolvido e implantado. Segundo

Penteado (1996), não são apenas as grandes empresas que têm pressa de informatizar

seus processos, as pequenas também.

Se os quesitos de custo e tempo forem solucionados, ainda assim, a pequena

empresa deve atentar-se a questão da qualidade nos seus sistemas de informação. Se o

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termo qualidade for definido como adequação ao uso (Paladini, 1997), um sistema de

informação deve ser adequado às necessidades da pequena empresa.

Muitas das pequenas empresas não possuem uma hierarquia de trabalho, ou seja, o

proprietário/gerente, além de supervisionar os processos, assume papéis operacionais no

dia-a-dia da empresa. Dessa forma, o sistema de informação deve possuir características ao

mesmo tempo estratégicas, táticas e operacionais, de acordo com Prates e Ospina (2004

apud Thong 2002).

Além dos fatores de custo, processos e tempo, as pequenas empresas ainda possuem

a dura carga de ter que cumprir com as regras do fisco brasileiro.

De acordo com Tauhata (2011), o fisco brasileiro “aperta cada vez mais o cerco” das

empresas brasileiras, independente de seu porte.

Segundo Sebrae (2003), a carga tributária brasileira, está entre um dos itens que

constituem umas das maiores dificuldades, encontradas pelas pequenas empresas.

Enquanto o Brasil possui uma das menores cargas fiscais para profissionais de alta renda, segundo estudo da empresa de consultoria internacional UHY, as pessoas com baixa renda e as micro e pequenas empresas que não podem fazer parte do Simples Nacional estão a sofrer com a alta carga tributária imposta a elas. Empresas fecham a portas ou pedem falência judicialmente porque não conseguem cumprir o recolhimento de tributos, DCI – SP (2011).

Ressaltando as informações fornecidas pelo DCI – SP (2011), confirma-se que uma

das dificuldades das pequenas empresas é justamente cumprir com as obrigações

acessórias e o pagamento e recolhimento de impostos.

A falta de informatização e integração dos sistemas gerenciais de uma empresa pode

desencadear sérios problemas tributários. Segundo Scaravelli (2012), sócio-fundador e

Diretor Comercial da Mega Sistemas Corporativos, “...empresas com baixa automatização

ou que utilizam softwares ineficientes, correm mais riscos na hora de recolher os seus

impostos”.

Erros nos cálculos dos tributos a serem pagos, eventuais perdas de prazos na entrega

das obrigações, além de maior dificuldade em acompanhar as constantes alterações nas

legislações do seu segmento, são alguns dos percalços mais comuns enfrentados pelos

empresários que não se preocuparam em investir em tecnologia, destaca Scaravelli (2012).

Além de possibilitar uma maior facilidade no gerenciamento dos aspectos tributários, é

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importante que o software escolhido pela empresa, possibilite a interface de todas as

atividades da companhia, a transparência da estratégia de negócios e a eficiência em todos

os processos envolvidos em sua rotina de produção.

5.5. Por que investir na informatização de pequenas empresas

Segundo o Sebrae (2012), no Brasil existem 5,1 milhões de empresas. Desse total,

98% são micro e pequenas empresas (MPEs). Os pequenos negócios (formais e informais)

respondem por mais de dois terços das ocupações do setor privado. Ainda de acordo com

informações fornecidas pelo Sebrae (2012), pode-se classificar as empresas conforme o

número de empregados ou com o faturamento bruto anual.

A tabela a seguir mostrará a representação das pequenas empresas por faturamento

anual:

Tabela 1 - Representação das Pequenas Empresas

Classificação Receita operacional bruta anual

Microempresa Menor ou igual a R$ 2,4 milhões

Pequena empresa Maior que R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16 milhões

Média empresa Maior que R$ 16 milhões e menor ou igual a R$ 90 milhões

Média-grande empresa Maior que R$ 90 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões

Grande empresa Maior que R$ 300 milhões

Fonte: Sebrae (2012)

As MPE’s representaram no ano de 2010, 40% dos salários pagos no Brasil (SEBRAE,

2012).

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Tabela 2 - Participação das MPEs na economia do Brasil

Participação das MPE na economia (em %) Ano do dado Brasil Fonte

No PIB (%) 1985 20% Sebrae NA

No faturamento das empresas (%) 1994 28% Sebrae NA

No número de empresas exportadoras (%) 2010 61% Funcex

No valor das exportações brasileiras (%) 2010 1% Funcex

Na massa dos salários das empresas (%) 2010 40% RAIS

No total de empregados com carteira das empresas (%) 2010 52% RAIS

No total de pessoas ocupadas em atividades privadas (%) 1999 67% Sebrae SP

No total de empresas privadas existentes no País (%) 2010 99% RAIS

Fonte: Sebrae (2012)

Consolidando todas essas informações, pode-se verificar que as pequenas empresas

são muito importantes para o desenvolvimento econômico brasileiro. Mesmo estando à

frente de muitas representações, as MPE não possuem o apoio necessário para

continuarem ativas no mercado, não resistindo ao primeiro ano de atividade.

5.6. Os problemas enfrentados pelas pequenas empresas para

informatização

Conforme Silva (2003), as pequenas empresas não sobrevivem ao seu primeiro ano

de existência, em razão da falta de planejamento e visão de negócio, ou seja, de

ferramentas gerenciais, que favoreçam a manutenção da empresa.

A causa dessa carência se resume ao alto custo desses mecanismos de infraestrutura

gerencial (que pode ser suprimida por meio de soluções de baixo custo e de ferramentas,

que facilitem de forma análoga as de alta complexidade, encontradas na concorrência no

mercado). A criação de um ERP acessível a essas jovens empresas, que não dispõem de

recursos o bastante para adquirirem o software completo e caro, resultaria no aumento da

probabilidade de vida dessas sociedades.

O maior dos problemas muitas vezes não está na capacidade administrativa que a

mesma possui, mas sim nas exigências governamentais que implicam em sérios problemas.

O governo brasileiro não faz restrições para solicitar documentações eletrônicas às

empresas e muitas vezes, por esse fato, as MPE’s não conseguem cumprir as obrigações.

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Consolidando as dificuldades citadas, as pequenas empresas, em sua maioria nunca

se encontram preparadas para cumprir as regras estabelecidas pelo fisco brasileiro, ou seja,

quando estas são avisadas do ato, muitas vezes o tempo estabelecido já passou, deixando-

as desamparadas, arcando com sérias consequências (principalmente financeiras).

Ainda para Silva (2003), as pequenas empresas são visadas pelo fisco, da mesma

maneira que as grandes empresas. Antigamente, as pequenas empresas sentiam-se

protegidas pelo seu grande número no mercado e a incapacidade do Governo de realizar

fiscalizações em suas operações. Porém, essa antiga realidade mudou. Com a criação de

arquivos eletrônicos, o Governo encontrou uma forma de obrigar todas as empresas, sem

restrições, a cumprir essas obrigações, deixando dessa forma, as pequenas empresas sem

saída e correndo sérios riscos.

5.7. Principais obrigações fiscais das MPE

As micro e pequenas empresas, consideradas fundamentais para a economia

nacional, costumam passar por uma série de dificuldades, gerando uma realidade

desestimulante para empresários desses negócios. Muitas dessas dificuldades estão

relacionadas à carga tributária do país.

Conforme Machado, Guimarães e Ribeiro (2007, p.2), uma pesquisa do "Doing

Business in 2006", feito pelo Banco Mundial (Bird), o Brasil ocupou a 155ª posição no

quesito "tempo gasto com o pagamento de tributos". No quesito "facilidade no pagamento de

tributos" o Brasil ocupa a 140ª posição, revelando, de forma categórica, que a burocracia

fiscal prevalece. Grande parte dessa burocracia surge no âmbito das chamadas obrigações

acessórias.

Conforme artigo publicado por Freitas (2012), o sistema tributário se resume em

complexo, burocrático, gigantesco, moroso e ineficiente. Ainda de acordo com Freitas

(2012), o aspecto mais intrigante do sistema tributário é sua extrema complexidade, pois,

existem aproximadamente 61 impostos de contribuições e 95 obrigações.

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5.8. Obrigações acessórias das MPE

As obrigações acessórias ou deveres instrumentais são as relações jurídicas de cunho

não patrimonial. Segundo o Código Tributário Nacional em seu art. 113 § 2 citado por

Caliendo (2004, p.941) é a obrigação do contribuinte em fazer ou não fazer determinado ato

no interesse da entidade tributante. Assim, constitui fato gerador da obrigação acessória

qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de

ato, que não constitua a obrigação principal (exemplo: apresentação de declarações,

preenchimento de guias, escrituração de livros, formulários virtuais, etc.).

O descumprimento de obrigação acessória sujeita o infrator à multa ou outras

penalidades, de acordo com a legislação tributária nacional.

Conforme informações extraídas do SEBRAE (2009), as microempresas e empresas

de pequeno porte estão obrigadas a cumprir algumas das seguintes obrigações acessórias:

I – Livro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a sua

movimentação financeira e bancária;

II – Livro Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados

os estoques existentes no término de cada ano-calendário, quando

contribuinte do ICMS;

III – Livro Registro de Entradas, modelo 1 ou 1-A, destinado à

escrituração dos documentos fiscais relativos às entradas de mercadorias

ou bens e às aquisições de serviços de transporte e de comunicação

efetuadas a qualquer título pelo estabelecimento, quando contribuinte do

ICMS;

IV – Livro Registro dos Serviços Prestados, destinado ao registro dos

documentos fiscais relativos aos serviços prestados sujeitos ao ISS, quando

contribuinte do ISS;

V – Livro Registro de Serviços Tomados, destinado ao registro dos

documentos fiscais relativos aos serviços tomados sujeitos ao ISS;

VI – Livro de Registro de Entrada e Saída de Selo de Controle, caso

exigível pela legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

VII – Livro Registro de Impressão de Documentos Fiscais, pelo

estabelecimento gráfico para registro dos impressos que confeccionar para

terceiros ou para uso próprio;

VII – Livros específicos pelos contribuintes que comercializem

combustíveis;

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VIII – Livro Registro de Veículos, por todas as pessoas que interfiram

habitualmente no processo de intermediação de veículos, inclusive como

simples depositários ou expositores, SEBRAE (2009).

Segundo Azevedo e Mariano (2012, p. 50), os contribuintes sofrem com a diversidade

de obrigações acessórias e as suas variadas formas de entrega e muitas vezes a entrega

dos arquivos acabam sendo redundantes, pois o contribuinte necessita atender diversas

esferas governamentais, Federais, Estaduais e municipais segundo conforme tabela a

seguir:

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Tabela 3 – Exemplos de Obrigações Acessórias

TABELA DE OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS – FEDERAIS

DCTF - Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais

DIPJ - Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica

DIRF - Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte

DNF - Demonstrativo de Notas Fiscais

Manad – Manual Normativo de Arquivos Digitais

PER/DComp - Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação

TABELA DE OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS – ESTADUAIS

DAC – Declaração de Atividade do Contribuinte

DAM – Documento de Arrecadação Municipal

Dapi – Declaração de Apuração de Informação do ICMS

Declan – Declaração Anual do IPM (Índice de Participação do Município)

DIC – Declaração de Informações do Contribuinte

DIEF – Declaração de Informações Econômica Fiscais

Dime – Declaração de ICM e do movimento econômico

Dipam – Declaração de Índice de Participação dos Municípios

DMA – Declaração de Apuração Mensal

DPI – Declaração Periód ica de Informações

Emissão de notas fiscais

Escrituração de livros fiscais

GIA- Guia de Informações de Apurações do ICMS

GIM – Guia de Informações Mensais

TABELA DE OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS – MUNICIPAIS

DES – Declaração Eletrônica de Serviço

DFMS – Declaração Fiscal Municipal de Serviço

DIEF – Declaração de Informações Econômica Fiscais

DMS – Declaração Mensal Serviço

DS – Declaração de Serviço

GISS – Guia de Imposto sobre serviço

GissOnline – Guia de Imposto de sobre Serviço Online

ISS – Imposto sobre Serviço

ISSQNDec – Software

Fonte: Azevedo e Mariano (2012, p. 36).

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De acordo com Sandrini (2012), os empresários brasileiros gastam em média 2.600

horas para calcular os impostos a serem pagos. Os dados apontam também que os

complexos sistemas fiscais brasileiros podem prejudicar decisões de investimentos das

empresas, pois reduzem a eficiência dos mercados e limitam o investimento em

infraestrutura, educação e outros serviços públicos.

Diante dessa dificuldade, a maioria das empresas acabam não prestando contas de

suas operações acessórias ao fisco brasileiro e muitas vezes sem perceber deixando de

pagar impostos, acarretando em sonegação.

5.9. SPED – Sistema Público de Escrituração Digital

Para Duarte (2009, p.68) o grande desafio dos órgãos fiscais brasileiros é aumentar a

“presença fiscal”, onde os índices apontam 5 milhões de empresas legalmente constituídas

e 10 milhões de empresas informais.

Com a finalidade de obter um controle maior sobre as empresas, o governo utiliza a

tecnologia da informação para criar uma inteligência fiscal, com a finalidade de realizar

tarefas de controle em larga escala, afirma Duarte (2009, p.68).

Para dar esse passo importante, o governo deu início ao chamado SPED (Sistema

Público de Escrituração Digital), sendo mesmo hoje composto por três grandes ferramentas,

a “Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), Escrituração Contábil Digital (ECD) e Escrituração Fiscal

Digital (EFD)”. (Duarte 2009, p.68).

A Escrituração Fiscal Digital - EFD é um arquivo digital, que se constitui de um conjunto de escriturações de documentos fiscais e de outras informações de interesse dos fiscos das unidades federadas e da Secretaria da Receita Federal do Brasil, bem como de registros de apuração de impostos referentes às operações e prestações praticadas pelo contribuinte. Receita Federal (2012).

Conforme Duarte (2009, p.68 apud Receita Federal), o projeto SPED, consiste na

alteração da forma como as empresas atualmente realizam o cumprimento das obrigações

acessórias transmitidas pelos contribuintes às administrações tributárias. “Os livros e

documentos contábeis e fiscais em papel serão substituídos por documentos eletrônicos

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com certificação digital, garantindo assim a sua autoria, integridade e validade jurídica.”

(Duarte 2009, p.68 apud Receita Federal).

Conforme Azevedo e Mariano (2012, p. 49), o projeto SPED irá alterar a forma como

os contribuintes realizam o cumprimento das obrigações acessórias, substituindo a emissão

de livros e documentos contábeis e fiscais em papel por documentos eletrônicos, e deverão

ser validados com a utilização da certificação digital.

Fonte: http://www.gestaosolution.com.br/index.php?origem=noticias_corpo&id=19

Figura 2 - Exemplo funcionalidade do SPED

O SPED é composto por três grandes subprojetos: Escrituração Contábil Digital,

Escrituração Fiscal Digital e a NF-e Ambiente Nacional.

A figura 2 apresenta resumidamente o processo, desde a criação do layout até a

entrega do mesmo em um dos Servidores do Sefaz.

Para que o contribuinte possa entregar o arquivo SPED, é necessário o

desenvolvimento de um layout disponibilizado pela Receita Federal, onde será gerado um

arquivo TXT com a consolidação de todos os documentos dos livros de entrada e saída do

período solicitado.

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Após a geração do arquivo TXT, o contribuinte deverá ter em seu computador o

software, também disponibilizado pela Receita, devidamente instalado em sua máquina local

para a importação do arquivo.

Com a importação, o sistema deverá informar se as informações geradas estão de

acordo com o layout, caso esteja correto, o responsável ou representante legal da empresa

emissora do arquivo, deverá enviar eletronicamente as informações para o servidor do seu

Estado.

5.10. Nota Fiscal Eletrônica (NF-e)

Nota Fiscal Eletrônica segundo Duarte (2009, p.74), trata-se de um documento

eletrônico que contém dados do contribuinte, do destinatário e a operação que será

realizada. Esse documento deve ser enviado a Secretaria da Fazenda (SEFAZ) e validado

eletronicamente através de um certificado digital do remetente.

Segundo Marques (2010, p.65) Nota Fiscal Eletrônica é um documento fiscal

utilizado para registrar operações sujeitas a cobrança de impostos. A emissão de Nota

Fiscal Eletrônica é obrigatória toda vez que uma empresa efetua uma venda. A não emissão

da Nota Fiscal Eletrônica é sonegação e a empresa estará sujeita as penalidades da lei. A

nota também é obrigatória para o transito da mercadoria, caso a mesma não seja

apresentada, a mercadoria pode ser apreendida pelos órgãos de fiscalização, tanto

estaduais quanto municipais ou federais afirma Marques (2010, p.65).

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Fonte: http://www.gestaosolution.com.br/index.php?origem=noticias_corpo&id=19

Figura 3 - Exemplo funcionalidade NF-e

O processo de emissão de nota fiscal eletrônica começa com a geração do

documento em arquivo TXT ou XML. Após a geração do documento, o mesmo deverá ser

validado em um software específico em um dos Servidores da Receita Federal. Caso os

dados estejam de acordo com o layout e entre as conformidades exigidas para emissão da

nota fiscal, a mesma é assinada eletronicamente com a utilização de assinatura digital, em

seguida, o arquivo é transmitido e retornado ao contribuinte com a DANFE (Documento

Auxiliar de Nota Fiscal Eletrônica).

Para o emitente circular com a mercadoria, o mesmo deverá imprimir um “espelho”

da NF-e em papel A4, denominado DANFE. O documento deverá conter um código de

barras com o número identificador da NF-e, afirma Duarte (2009, p.75).

A Nota Fiscal Eletrônica tem como objetivo a implantação de um modelo nacional de

documento fiscal eletrônico para a substituição da sistemática atual de emissão do

documento fiscal em papel que atualmente acoberta as operações com mercadorias entre

empresas (modelos 1 e 1-A), reduzindo custos, simplificando as obrigações acessórias dos

contribuintes e permitindo, ao mesmo tempo, o acompanhamento em tempo real das

operações comerciais pelo Fisco.

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Fonte: http://www.foxsolution.com.br/NotaFiscalEletronicaObjetivo.aspx

Figura 4 - Exemplo DANFE

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Conforme Maciel (2011), atualmente existe mais de 620 mil empresas usuárias e mais

de 2,6 bilhões de notas fiscais eletrônicas emitidas, pelos dados de maio de 2010, o modelo

digital já responde por algo superior a 98% de todo o volume de notas emitidas no País.

5.10.1. Softwares gratuitos para emissão de NF-e

5.10.1.1. NotaSoft

A nota fiscal eletrônica tornou-se item obrigatório dentro das corporações. Segundo

Soares (2010), a produtora nacional de Software Dzyon disponibilizou gratuitamente um

aplicativo para emissão de NF-e baseado em Cloud Computing. O aplicativo é conhecido

como NotaSoft e todo seu processamento de dados ocorre na Web. Esse software é uma

simplificação do NFe Corporate que a Dzyon oferece para grandes corporações por conta

da sua alta capacidade de processamento.

De acordo com Nokawa (2010), CEO da Dzyon, o NotaSoft é voltado

especificamente para Pequenas Empresas que não possuem recursos para investimento

em ferramentas de mercado, como é o caso da NF-e.

Para que a empresa possa utilizar a ferramenta, basta entrar na Web, baixar alguns

aplicativos, preenche-los e encaminhar para validação da NF-e. A partir desse

procedimento, a empresa poderá gerar a DANFE (Documento Auxiliar da Nota Fiscal

Eletrônica). Uma das principais vantagens para utilização do NotaSoft é que o mesmo

permite digitação ou importação de dados da nota fiscal a partir de vários layouts de

arquivos, inclusive de ERPs. A aplicação, segundo Nokawa (2010), gerencia todos os

processos legais, desde a assinatura digital do arquivo até a transmissão para a Sefaz e o

retorno do protocolo de autorização ou rejeição.

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Fonte: http://www.notasoft.com.br/notasoft/demonstracao

Figura 5 - Tela da NotaSoft Dzyon

Para que o usuário possa utilizar a emissão da nota fiscal eletrônica utilizando

ferramenta NotaSoft, o mesmo necessita realizar um cadastro com os dados da empresa,

após esse processo, baixar o aplicativo na máquina, preencher e realizar a validação no

servidor em Nuvem da Dzyon onde ocorrerá a validação dos dados. Uma opção bastante

interessante para pequenos empreendedores.

5.10.1.2. NFe +

O sistema NFe + de emissão de nota fiscal eletrônica foi desenvolvido pela empresa

Zipline e está disponível para utilização gratuita com limitação de 15 notas emitidas por mês.

As vantagens dessa ferramenta com relação a NotaSoft é que o usuário não necessita

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baixar nenhum aplicativo na máquina local, porém o NFe+ limita o usuário a emissão de

apenas 15 notas por mês.

Fonte: http://www.nfemais.com.br/

Figura 6 - Tela NFe+ da Zipline

Para utilizar a ferramenta, o usuário necessita realizar um cadastro online através da

interface disponibilizada pela Zipline. Após a realização do cadastro o sistema já estará

disponível para uso.

6. PROPOSTA DE UMA SOLUÇÃO ERP WEB PARA MPEs

Após diversas analises das principais dificuldades enfrentadas pelas pequenas

empresas, ficou evidente que hoje o governo e a fiscalização, juntamente com seus

métodos informatizados para recolhimento dos impostos e obrigações acessórias, dificultam

a operação das MPEs. Contudo, as pequenas empresas não estão preparadas para

atenderem a esta exigência do fisco brasileiro.

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A figura a seguir apresenta uma visão geral da proposta da solução de ERP Web.

Fonte: Autor

Figura 7 - Proposta do Projeto

A figura anterior apresenta o ERP Web sendo executado em um servidor de aplicação,

acessado através da internet.

A parte de uso do cliente (frontoffice) é composta por módulos de uso diário do

negócio (Compras, Vendas, Contabilidade, Estoque, Faturamento e Financeiro).

Na retaguarda (backoffice), encontram-se os módulo do ERP a serem utilizados pelo

Escritório Contábil (Contabilidade, Livro Fiscal, Ativo Fixo e Obrigações Acessórias), cujo

serviço foi contratado juntamente com direito de uso do software (vide capítulo “6.4”).

Finalmente, observa-se a integração entre o frontoffice e backoffice, na qual, o

primeiro, na própria operação do negócio, gera automaticamente informações para o

segundo, através das configurações padrão, pré-realizadas pelo escritório de contabilidade.

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Nos próximos itens, serão analisadas as tecnologias mais relevantes que darão

suporte a solução proposta.

6.1. Ferramenta Web

Um sistema que permita atender a todas as necessidades das micro e pequenas

empresas em grande escala, baseando-se na tecnologia oferecida atualmente, deverá ser

via Web.

No ano de 2004, a empresa O´Reilly Media, criou o termo Web 2.0 com a finalidade de

designar um conjunto de ferramentas que pudessem inovar o mundo da informática. A idéia

da Web 2.0 surgiu com a finalidade de fazer o usuário interagir diretamente na rede,

compartilhar conteúdos para fins de trabalhos ou lazer. Com isso, abriram-se portas e

surgiram novas oportunidades para se ampliar os meios de negócios, formas de trabalho e

comunicação social (ARAÚJO, 2011).

Quando se fala em Web lembra-se em seguida de WWW (World Wide Web). A tão

conhecida WWW foi criada por Tim Berners-Lee, um estudante que frustrado com a

dificuldade de acesso simultâneo e de encontrar seus documentos por estarem em

diferentes bases de dados em diferentes máquinas, decidiu trabalhar na busca de uma

forma de resolver este problema. Não só conseguiu resolver seu problema pessoal, como

também desenvolveu uma maneira de chegarmos a todas as nossas informações de forma

direta e simples.

Hoje a Web é sinônimo de facilidade de acesso, trabalho remoto e outras infinidades

de funções que a mesma oferece ao mercado.

Baseando-se nessas informações, a idéia de um sistema via Web atende as

primícias de um sistema que suporte acessos simultâneos, facilidades de acesso, uma vez

que o usuário possua Internet no local que se deseja realizar a conexão e dados atualizados

em tempo real, melhorando a operabilidade de milhares de empresas no mundo todo.

A idéia de desenvolver uma ferramenta ERP Web para atender em grande escala

milhares de pequenas empresas espalhadas pelo Brasil, vai de encontro com as vantagens

de se alcançar diversos lugares, que podem ser definidos nesse caso como Pequenas

Empresas, onde a empresa deverá preocupar-se apenas com a Internet e um browser.

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Segundo Souza (2012), a primeira observação que devemos fazer com relação ao

uso da Web como forma de trabalho é a diminuição dos custos de implementação. Com a

redução dos custos, o empreendedor que investe nesta tecnologia, poderá utilizar o capital

para outras finalidades dentro do seu negócio.

Em outras palavras, as pequenas empresas não possuem muitos recursos e muitas

vezes o faturamento já possui um destino certo, portanto qualquer economia pode ser muito

significativa.

Ainda de acordo com Souza (2012), a diminuição dos custos está diretamente ligada

as facilidades que o sistema Web fornece, entre eles a falta de preocupação com a estação

de trabalho, desde que suportem a execução de um Browser (navegador) de internet que

seja compatível, a não preocupação com problemas técnicos, servidores, backup,

disponibilidade do serviço, administração e atualização. O cliente deverá preocupar-se

apenas com a disponibilidade da internet. Além das vantagens apresentadas, vale destacar

também a facilidade de acesso da ferramenta, uma vez que a mesma é Web, seu acesso

pode ser feito de qualquer ambiente que possua internet e suporte a execução de um

navegador.

Ressaltando as observações feitas por Souza (2012), as ferramentas Web são um

trunfo para o sucesso, uma vez que milhares de pequenas empresas não possuem sequer

ferramentas básicas para o uso de um sistema, um ERP Web atenderia todas as

necessidades, já que o mesmo não precisa estar instalado localmente necessitando de

equipamentos específicos, não necessita de suporte local, ou seja, o custo de um

funcionário para suporte e atualização do software não se faz necessário, uma vez que o

software está em um servidor na nuvem. O usuário não deverá se preocupar em realizar

backups e constantes manutenções.

Todas essas características geram custos altos para uma empresa, e no caso das

pequenas empresas que são frágeis e qualquer custo desde mão de obra ou equipamentos

causam impactos significantes, essas informações devem ser rigorosamente levadas em

conta.

Uma das grandes vantagens de um ERP Web, além de facilitar o acesso dos clientes

em qualquer estação de trabalho que possua um navegador e internet, é atender

simultaneamente uma quantidade grande de usuários.

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6.2. Cloud Computing

De acordo com (Sosinsky, 2011, p.55), Cloud computing é o conceito simples de

transferir para a nuvem os mesmos dados, serviços e aplicativos, que atualmente estão

armazenados nos computadores ou servidores de TI. Não se trata de uma nuvem no céu e

sim de uma rede de servidores em todo o mundo.

Segundo Taurion (2009), é uma maneira bastante eficiente de utilizar melhor os

recursos computacionais. Além disso, uma nuvem computacional é um ambiente

redundante (capacidade de um sistema superar falhas computacionais com a adição de

componentes espelhos) e resiliente por natureza, que pode ser definido como a capacidade

de um sistema de informação continuar a funcionar corretamente, apesar do mau

funcionamento de um ou mais dos seus componentes. A figura 4 mostra dispositivos,

aplicações, banco de dados e servidores sendo movidos para nuvem no sentido de

armazenar suas informações em data centers espalhados pelo mundo.

Fonte: http://www.winky.net/what-is-the-cloud

Figura 8 - Exemplo de Cloud Computing

Conforme Taurion (2009, p.24), Computação em Nuvem trata-se de um passo muito

importante para a evolução de informações compartilhadas, aproveitando-se melhor os

recursos computacionais. Todos os recursos, antes estáticos, hoje podem ser

dinamicamente compartilhados e acessados através do conceito de Virtualização.

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Computação em Nuvem surgiu com a evolução tecnológica e a demanda do mercado

fez com que a necessidade de disponibilizar recursos dinâmicos se tornasse fato a ser

pensado e implementado por diversas corporações, completa Taurion (2009, p.24).

Embora possa parecer revolucionário, o conceito de Computação em Nuvem é um passo evolutivo na eterna busca pelo compartilhamento e consequentemente maior aproveitamento dos recursos computacionais. Taurion (2009, p.24).

De acordo com Taurion (2009, p.25), “Computação em Nuvem é, portanto, uma

maneira bastante eficiente de maximizar e flexibilizar os recursos computacionais”.

6.2.1. SaaS - Software as a Service - Software como serviço

“SaaS é um modelo que entrega software como serviço, de forma diferente do modelo

tradicional, no qual a empresa adquire uma licença de uso e instala o software nos seus

próprios servidores, em SaaS a aplicação está prevista para o cliente através de uma

interface (um navegador, geralmente)” (SOSINSKY, 2011).

Conforme Veras (2012, p.196), software como serviço, trata-se de uma modalidade de

serviços de nuvem, onde aplicativos que são utilizados por uma grande quantidade de

usuários, são fortemente convidados a se hospedarem nesse ambiente como forma de

alternativa ao processamento e armazenamento local. Esses aplicativos são

disponibilizados em forma de serviço por provedores e acessados pelos clientes por

aplicações como o browser. “Todo o controle e gerenciamento da rede, sistemas

operacionais, servidores e armazenamento é feito pelo provedor de serviço” (VERAS, 2012).

Ainda para Veras (2012, p.196), SaaS trata-se de uma espécie de evolução do

conceito ASPs (Application Service Providers), que nada mais era do que o fornecimento de

aplicativos “empacotados” aos usuários de negócios pela internet. A chegada dos aplicativos

SaaS, fazem com que sejam aproveitados os benefícios da centralização através de

arquiteturas únicas e que possam atender não apenas um, mas sim diversos usuários, além

de disponibilizar e levar experiências ricas em recursos que possam competir diretamente

com aplicativos on-premise (instalados no local). Alguns aplicativos SaaS são

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disponibilizados diretamente pelo seu próprio fornecedor, muitas vezes tais aplicativos são

parte de uma plataforma unificada.

Veras (2012, p.196) observa ainda que diferentemente da forma ou modelo de

licenciamentos únicos (normalmente utilizados para softwares instalados localmente), os

aplicativos SaaS em sua maioria são vendidos quase sempre de acordo com um modelo de

assinatura, ou seja, os clientes pagam uma taxa contínua para uso do aplicativo. Existem

diversos planos que são disponibilizados com a finalidade de se atender a diversos tipos de

usuários e também aplicativos. Alguns dos provedores de Serviços SaaS realizam suas

cobranças por taxas fixas, permitindo ao usuário acesso ilimitado e alguns recursos do

aplicativo ou todos, dependendo do plano e em outras situações, cobram taxas variáveis

baseadas no uso do usuário.

Transformando a maneira como o software é comercializado, também não são mais

necessários os contratos de manutenção, pois estas atividades ficam a cargo do provedor e

não mais da empresa. A principal vantagem é que o usuário passa apenas a usar software,

sem se preocupar com as atividades de instalação, correções e evoluções. As aplicações

são acessíveis a partir de diversos dispositivos (um navegador web, por exemplo).

A computação em nuvem é interessante por vários fatores, iniciando pela simplicidade

de acesso (tudo que você precisa é de um navegador), a facilidade de gestão (um usuário

com pouca experiência é capaz de operar um modelo baseado em saas) e o investimento é

reduzido. Esse conceito é aplicado para hardware e software de sistemas fornecidos pelos

prestadores de cloud computing, completa Sosinsky (2011).

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Fonte: http://www.askm.com.br/v2/site/servicos.php

Figura 9 - Modelo de Software como Serviço (SaaS)

6.2.2. Benefícios do SaaS para Sistemas Corporativos

O SaaS pode agregar muitos valores a diversas empresas, de todos os portes, para

que as mesmas deixem de enfrentar grandes riscos nas aquisições de softwares.

“Tradicionalmente, tem sido uma grande responsabilidade a implantação de sistemas

de software de larga escala, críticos para o negócio, como os pacotes de aplicativos de ERP

e CRM”. Veras (2012, p.197).

Veras (2012, p.197) ainda reforça que esses sistemas podem custar fortunas para sua

implantação em empresas de grande porte, onde os maiores custos agregados são pagos

no primeiro momento em licenciamentos e infraestrutura, além de necessitarem de muitos

profissionais e consultores para sua implantação.

Para Veras (2012, p.197), o consumo de tempo, de custos de manutenção e equipe de

uma implantação, representam um risco significativo para empresas de qualquer porte,

principalmente para as empresas de pequeno porte, pois com tantos custos e exigências, os

mesmos tornam-se inacessíveis.

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Fonte: http://www.liveroute.net/what-is.html

Figura 10 - Exemplo benefícios de SaaS em sistemas corporativos

6.2.3. Exemplos de SaaS

6.2.3.1. Google

Segundo Leonardo (2009), a empresa Google investiu nessa tecnologia,

transformando ferramentas Desktop em ferramentas Web, mais conhecidos hoje no

mercado como Google Docs.

Um outro exemplo de uso de computação em nuvem é o Google AppEngine, o qual

permite que o desenvolvedor crie sua própria aplicação sem necessidade de possuir

infraestrutura e software específicos para isso.

Todo tratamento é feito na nuvem e a aplicação resultante também é projetada para

rodar especificamente no Google.

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Fonte: http://google.com.br

Figura 11 - Logo Google Docs e ferramentas

6.2.3.2. Microsoft SkyDrive e Office Online

A Microsoft SkyDrive se trata de um disco rígido virtual, ou seja com esse serviço o

usuário pode armazenar seus arquivos nos servidores da Microsoft e poderá acessá-los de

qualquer local a partir de um computador ou dispositivo conectados a Internet, afirma

Cavalcante (2012). Com esse serviço, o usuário dispõe de 7GB para armazenar quaisquer

tipos de arquivos.

Uma facilidade notada, pois com essa ferramenta os usuários podem realizar edições

nos documentos, caso os mesmos tenham sido criados através de uma das ferramentas do

pacote Office, por exemplo, Excel, Word ou Power Point, uma vez que são disponibilizadas

nas versões online, completa Cavalcante (2012).

Para usufruir dessa ferramenta, o usuário necessita apenas de uma conta usuário e

senha da Microsoft, baixar e instalar a ferramenta na máquina local.

6.2.4. Exemplo de ERP Web - Cloud Computing

Pode-se encontrar alguns softwares ERP Web OpenSource, onde não se tem licença

de uso do software e o mesmo pode ser customizado pelos próprios colaboradores da

empresa que está implantando a solução.

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6.2.4.1.Openbravo ERP Web

Guevara (2008) define o ERP Openbravo como se tratando de uma solução ERP de

código aberto, projetado especificamente para as PME. Desenvolvido em um ambiente

baseado na Web, inclui muitas funcionalidades robustas. Dentre elas pode-se destacar a

gestão financeira, prestação de serviços e gestão de produção. Além disso, essa mesma

aplicação integra o resto das áreas, começando com um alcance de gestão direta ajudando

seus clientes com CRM (Customer Relationship Management) e BI (Business Intelligence).

Além de oferecer muitas ferramentas, a interface do Openbravo faz com que o usuário

se sinta trabalhando em um ambiente Desktop.

Fonte: http://manualesopenbravo.blogspot.com.br/

Figura 12 – Logo ERP Web OpenBravo

6.2.4.2.Microsoft Dynamic AX

De acordo com Marques, Nascimento e Sá (2009, p.1), o Microsoft Dynamic AX se

trata de um produto com grandes recursos tecnológicos e extremamente produtivo, porém

apesar de possuir muitos recursos, é uma ferramenta pouco conhecida no Brasil pela falta

de literatura no idioma português.

Microsoft Dynamic AX é um ERP mundial de propriedade da Microsoft que

tradicionalmente os aplicativos precisam ser instalados em cada computador individual

dentro de uma rede.

No Brasil, a empresa XPTA pertencente ao grupo YKP, declarou em junho de 2012, a

disponibilidade do software de gestão empresarial ERP Microsoft Dynamic AX em cloud

computing na modalidade de SaaS.

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"A meu ver, a nuvem é, provavelmente, a geração tecnológica mais

importante daqui para frente para os próximos 10 anos" – e a empresa está se movendo para pegar um pedaço maior da torta de nuvem, com a introdução do Microsoft Dynamics AX 2012 como solução de ERP da Microsoft Cloud.(Ballmer – CEO da Microsoft).

... a utilização desta nova arquitetura de solução é muito simples. Todos os usuários autorizados podem, com um notebook com acesso à Internet, obter todas as informações de gestão de qualquer área de sua empresa, independentemente do local onde é feito o acesso. “O cliente irá trabalhar num ambiente seguro e confiável, com todos os requisitos de governança de que dispõe a plataforma...”, acrescenta Vilas (2012).

Fonte: http://blog.bhsolutions.com/index.php/2011/08/dynamics-ax-going-to-the-cloud/

Figura 13 - Logo ERP Microsoft Dynamics AX

6.2.4.3.Tiny ERP

O Tiny trata-se de um ERP Web que integra diversas ferramentas que podem auxiliar

na solução dos principais problemas de gestão em uma pequena empresa.

A empresa que deseja utilizar as funcionalidades disponibilizadas pelo Sistema Tiny,

deverá submeter-se a um processo de contratação bastante simples e totalmente online.

Existem módulos que são disponibilizados gratuitamente pelo Tiny, algumas delas são o

Controle Financeiro, Pedidos de Vendas e Controle de Estoques.

A forma operacional do sistema é bem semelhante com a proposta realizada neste trabalho,

porém a Tiny não disponibiliza módulos contábeis e fiscais, o que acaba deixando seus

usuários sem a retaguarda da contabilidade, item muito importante.

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Mais detalhes sobre a utilização da ferramenta Tiny ERP Web está disponibilizada no

Apêndice A na página 50.

6.3. Sistema de Comércio Eletrônico (e-commerce)

Dentro do modelo de negócio correspondente a proposta tecnológica deste trabalho,

visando obter o retorno sobre o investimento para a empresa fornecedora do ERP Web, este

deverá ser comercializado, através de e-commerce, possibilitando a sua venda em escala.

De acordo com Pinho (2010, p.210), “As empresas têm de se preparar para enfrentar

o impacto da espantosa evolução do número de usuários da Internet no comércio de

produtos e das transformações advindas do comércio eletrônico mundial”. Com base na

afirmação de Pinho (2010, p.210), as empresas devem estar preparadas para enfrentar a

grande quantidade de usuários que utilizam a ferramenta Internet. A idéia de um ERP online

que atenda em grande escala diversas pequenas MPEs, deverá atender a grande demanda

de usuários que poderão utilizar a ferramenta como forma de trabalho.

Ainda conforme Pinho (2010, p.211), “O comércio eletrônico é a mais recente e

promissora aplicação criada com a TI, [...]”. Para Pinho (2010, p.211), o comércio eletrônico

não se restringe apenas as facilidades de compra e venda de produtos, mas também para

comunicação entre clientes e fornecedores, pode ser utilizada para fins de propaganda e

marketing e um dos itens mais importantes, a realização de transações comerciais.

A busca de um sistema de comércio eletrônico para a implantação de um Software

ERP Web, pode ser resumido também com a economia que essa ferramenta gera em

diversos processos. A idéia é comercializar a ferramenta ERP Web como um produto,

gerarão custos baixos, o que reflete diretamente na cobrança desse serviço posteriormente.

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Tabela 4 - Redução de custos nas transações do comércio on-line

Negócios e Serviços

Reduções de custo (%)

Atendimento ao cliente 10 a 50

Pedidos on-line 50 a 96

Serviços bancários 88

Venda de passagem aérea 87

Venda de software 97 a 99

Fonte: Adaptado de Numomura e Fernandes, 1999a: 89.

Pinho (2010 apud Gonçalves, 1998, p.45), revela o que denominou de “10

Mandamentos do Varejo Virtual”, um item interessante que reforça as vantagens da

comercialização de software por meio de loja virtual:

Nem todos os tipos de produtos são passíveis de comercialização pela Internet. Aqueles com base em informação, como os softwares e publicações, e os já tradicionalmente comercializados por marketing direto seriam os de mais fácil aceitação na nova mídia; Pinho (2010 apud Gonçalves, 1998, p.45).

6.3.1. Estrutura e-Learning

Na proposta de solução apresentada neste trabalho, a existência de uma ferramenta

de e-Learning é fundamental, pois os usuários do ERP Web deverão aprender a utilizá-lo,

sem a necessidade de um treinamento presencial. Além disso, deverão solucionar as suas

dúvidas posteriores, através deste recurso. Caso isso não seja possível, entrarão em

contato com o suporte, através de e-mail.

Lima e Capitão (2003 apud Learframe, 2000, 2001, p.37), “classificam o e-Learning

como ‘aprendizagem baseada na tecnologia eletrônica’, ou seja, consideram todas as vias

eletrônicas possíveis na distribuição de conteúdos de aprendizagem [...]”.

Ainda para Lima e Capitão (2003, p. 35), e-Learning apresenta diversos significados

dependendo da área onde se apresenta além de diferentes versões de quem a define,

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porém encontram-se cinco diferentes visões, porém uma das definições citadas encaixa-se

na elaboração deste projeto:

“O e-Learning abrange um amplo conjunto de aplicações e processos tais como

‘aprendizagem baseada na Web’, ‘aprendizagem baseada no computador’, [...]”. “O

conteúdo é distribuído via Internet, Intranet/ Extranet (LAN/WAN) [...]”. (Lima e Capitão 2003

apud ASTD, 2002a, p.35).

Conforme Lima e Capitão (2003, p. 37-38), “Teoricamente, o e-Learning apresenta

qualquer tipo de aprendizagem que tenha subjacente uma rede Internet, Intranet (LAN) ou

Extranet (WAN), para a distribuição de conteúdos, a interação social e o apoio na

aprendizagem, [...]”.

Fonte: http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/2896/1/06MariaGomes.pdf

Figura 14 - Exemplo E-Learning

Como proposta de ferramenta de e-learning é apresentado a seguir o Moodle.

6.3.1.1.Moodle

De acordo com Rice (2011), a ferramenta Moodle é um sistema aberto líder em

gerenciamento de fonte de aprendizagem. Professores podem utilizar a ferramenta para

gerenciar atividades, tornando-as mais enriquecidas. Um curso pode consistir em diversas

aulas com uma série de lições incluindo materiais para leitura, testes, pesquisas e projetos e

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elementos sociais que estimulem a interação e grupo de trabalho entre os alunos.

Fonte: https://moodle.org/

Figura 15 - Logo Moodle

Ainda para Rice (2011), o moodle é uma ferramenta relativamente fácil de ser utilizada

e instalada e foi projetado para ser intuitivo de usar. Diversas instituições brasileiras utilizam

a ferramenta Moodle para gerenciar as atividades de seus alunos.

O Moodle é um Course Management System (CMS), também conhecido como

Learning Management System (LMS) ou Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Ele é um

aplicativo web gratuito que os educadores podem utilizar na criação de sites de aprendizado

eficazes.

Fonte: https://moodle.org/

Figura 16 – Site Moodle

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Para acessar o ambiente Moodle, o aluno ou professor necessita de um usuário e

senha. Após esse processo, o usuário do sistema deverá logar no ambiente através da

interface de acesso.

Fonte: https://moodle.org/

Figura 17 - Inteface para Login

Após efetuar o login no sistema, o usuário poderá visualizar todas as atividades

compartilhadas entre alunos e professores.

Fonte: https://moodle.org/

Figura 18 - Links para acesso as matérias e atividades

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A figura 15 trata-se de uma demonstração das funcionalidades disponibilizadas pelo

sistema Moodle.

Fonte: https://moodle.org/

Figura 19 - Exemplo de funcionalidades do Moodle

Fonte: https://moodle.org/

Figura 20 - Links para Download ou Upload de atividades

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A figura 17 demonstra a facilidade do aluno para se comunicar com o professor. O

aluno pode postar suas atividades através de upload. Com esse sistema, os professores

conseguem administrar as atividades da classe, sem a necessidade de entrega de trabalhos

impressos.

6.4. Serviços de Contabilidade

Tendo em vista garantir a organização dos dados gerados pelas transações efetuadas

através do ERP Web, além do direito de uso do ERP Web, a sua contratação dará direito ao

cliente a um serviço mensal de contabilidade.

Contabilidade é um procedimento de registro organizado de todas as transações

efetuadas pela empresa, é uma ferramenta indispensável para a gestão dos negócios.

Conforme Silva (2012), contabilidade pode ser definida como sendo uma “ciência

social cujo objetivo é identificar, registrar, demonstrar e analisar todos os fatos econômicos e

financeiros que afetam direta ou indiretamente o patrimônio de uma entidade (...)”.

A contabilidade tem grande importância para qualquer tipo de empresa,

independentemente do seu porte, seguimento ou tipo de formação tributária (SILVA, 2012).

O objetivo da contabilidade pode ser resumido no fornecimento de informações econômicas para vários usuários como: Investidores, Fornecedores, Bancos, Governo, Sindicatos, Funcionários (SILVA, 2012).

Para Primak (2009), todas as mudanças dos Órgãos Governamentais seguem para

uma nova era na contabilidade, a chamada Contabilidade Digital. A principal idéia para esse

novo conceito de contabilidade é que as informações estejam fáceis e disponíveis para que

as esferas do Governo possam consulta-las a qualquer momento, (PRIMAK, 2009).

Essa prática já está tomando forma com o Projeto SPED (Sistema Público de Escrituração Digital). Este projeto afirma que a partir do não de 2009 as empresas que possuem o regime de tributação na sua forma de lucro real estão obrigadas a encaminhar a um “imenso repositório de informações”, suas informações contábeis. Não demorara muito para que todas as empresas sejam quais forem seus portes, ramos de atividade ou formas de apuração/tributação estarão sendo obrigadas a participarem deste projeto (PRIMAK 2009).

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Na proposta tecnológica deste trabalho, caso o cliente que contratou o ERP Web seja

fiscalizado, como todo o registro contábil foi realizado enquanto a operação do negócio

ocorria, bastará solicitar as funcionalidades que geram os arquivos de obrigações

acessórias em entregá-los ao fisco. No caso de não ser fiscalizado, o próprio escritório de

contabilidade gerará e enviará ao fisco os arquivos correspondentes às obrigações

acessórias, conforme solicita a legislação tributária nacional.

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7. CONCLUSÃO

O desenvolvimento desta monografia demonstrou as dificuldades das pequenas

empresas em se adequarem as normas do Governo brasileiro e estarem atualizadas e

preparadas para cumprirem com as obrigações acessórias. Percebe-se que existe uma

grande carência de ferramentas no mercado que possam dar suporte a essas categorias de

empresas com preços e formas acessíveis.

Com as tecnologias de Cloud Computing, o desenvolvimento de uma ferramenta ERP

Web possibilita atender em larga escala micro e pequenas empresas, para que possam

cumprir com as obrigações acessórias exigidas pelo governo brasileiro, além de possibilitar

ferramentas para uma gestão profissional e competitiva.

Em paralelo, a ferramenta também disponibiliza acesso e tecnologia para os

escritórios de contabilidade trabalharem na retaguarda da solução, possibilitando a

realização dos serviços contábeis correspondentes as operações realizadas.

Finalmente, a utilização de um ERP Web oferecido através de SaaS, juntamente com

o serviço de contabilidade agregado, possibilita a implementação de um modelo de negócio

em larga escala para atendimento de micro e pequenas empresas, possibilitando um lucro

que justifique o investimento dos fornecedores de TI e do serviço contábil.

O detalhamento do custo e prazos de desenvolvimento e/ou implantação das

tecnologias mencionadas nesta monografia, bem como a sua respectiva análise de custo x

benefício e retorno sobre o investimento, constituem escopo de trabalhos futuros.

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APÊNDICE A – FERRAMENTA WEB ERP (Exemplo)

Com diversas pesquisas realizadas, encontra-se ferramentas ERP Web

disponibilizadas na internet com diversos módulos e modelos.

Um exemplo que pode demonstrar de forma mais clara e abrangente a ferramenta

proposta na monografia, é o ERP Tiny.

O ERP Tiny trata-se de um ERP Web onde o usuário realiza um cadastro

selecionando o tipo de produto que o mesmo deseja utilizar. Todos os processos e

procedimentos são realizados através da Internet.

Figura 1: Tela do ERP Web Tiny

A ferramenta apresentada como melhor exemplo não inclui o módulo de

Contabilidade, o que na proposta deste trabalho trata-se de um braço importante para seu

bom funcionamento.

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Figura 2: Módulos disponibilizados pelo ERP Tiny

Para o usuário começar a utilizar a ferramenta, é necessário realizar um cadastro

online como demonstra a Figura 3:

Formas de pagamentos disponibilizadas pelo Tiny aparecem como primeira opção

antes do usuário realizar seu cadastro.

Figura 4: Planos do Tiny

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Para exemplificar e demonstrar a ferramenta, será utilizado o módulo gratuito.

Figura 5: Cadastro para adesão da ferramenta.

Após o preenchimento dos dados corretamente, o software já libera para o usuário as

ferramentas para que comece a trabalhar.

Um item importante que se observa na realização do cadastro, é o segmento da

empresa. Essa informação é muito importante, uma vez que o próprio ERP pode ter

configurações padronizadas do sistema para ajudar o usuário na realização de suas tarefas.

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Após a conclusão do cadastro, o software direciona o usuário para a tela de login:

Figura 6: Iniciando acesso no sistema

Após a realização do login com usuário e senha, a tela inicial do Tiny é disponibilizada.

A ferramenta apresenta uma tela organizada e fácil de ser manipulada, o que facilita a

sua utilização não dependendo de suporte local.

Figura 7: Tela de administração dos módulos ERP Tiny