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+ VADSON BASTOS DO CARMO AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA RENOVÁVEL DE BIOMASSAS ALTERNATIVAS PARA GERAÇÃO DE ELETRICIDADE CAMPINAS 2013

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VADSON BASTOS DO CARMO

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA RENOVÁVEL DE

BIOMASSAS ALTERNATIVAS PARA GERAÇÃO DE

ELETRICIDADE

CAMPINAS

2013

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA

VADSON BASTOS DO CARMO

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA RENOVÁVEL

DE BIOMASSAS ALTERNATIVAS PARA GERAÇÃO DE

ELETRICIDADE

Tese apresentada à Faculdade de Engenharia Química da

Universidade Estadual de Campinas como parte dos

requisitos exigidos para obtenção do título de Doutor, na

Área de ENGENHARIA QUÍMICA.

Orientadora: Profa. Dra. KATIA TANNOUS

Este exemplar corresponde à versão final da tese

defendida por Vadson Bastos do Carmo e

orientado pela Profa. Dra.Katia Tannous

CAMPINAS

2013

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RESUMO

Este trabalho teve por objetivo avaliar a eficiência energética renovável de fontes alternativas de

biomassas como matérias-primas em processos de geração de energia integradas a produção de

etanol de cana-de-açúcar para utilização no período de entressafra desta matéria-prima ou de

forma independente através de uma usina termelétrica. As fontes de biomassa analisadas foram as

seguintes: resíduos agroindustriais (casca de arroz, madeira jequitibá-rosa, madeira caixeta),

resíduos urbanos (poda de árvores e fibra de coco) e plantios e florestas energéticas (capim-

elefante e eucalipto). As eficiências energéticas relativas das biomassas foram determinadas a

partir de uma usina termoelétrica de referência, considerando-se a mesma potência de 1MW, a

eficiência do processo de termoconversão e os índices emergéticos consolidados para esta

avaliação energética e emergética, usando-se a Análise Envoltória de Dados (DEA). O plantio de

capim-elefante e a floresta energética de eucalipto apresentaram os melhores índices de eficiência

renovável relativa, iguais a 1, sendo estes iguais ao bagaço de cana-de-açúcar em substituição

desta materia-prima para obtenção de 7.776 kWh/ano de bioenergia, com sustentabilidade. O uso

de biomassas alternativas para geração de energia elétrica na substituição do uso de combustíveis

fósseis em unidades geradoras convencionais por uma usina termelétrica movida a biomassa,

pode mitigar 96.733 quilotoneladas de CO2 durante a expectativa de operação da planta,

contribuindo para a redução de emissões de gases do efeito estufa e a geração de energia mais

limpa e renovável.

Palavras-chaves: Eletricidade, Biomassa, Fontes Renováveis, Emergia de Biomassa, Energia,

Fontes Alternativas

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ABSTRACT

This study aimed to evaluate the efficiency of renewable energy from alternative sources of

biomass as raw materials in processes of power generation integrated production of ethanol from

sugarcane for use in the off-season this raw material or form independent through a

thermoelectric plant. The sources of biomass were analyzed as follows: agroindustrial waste (rice

husk, jequitibá rosa and caixeta woods), municipal waste (pruning trees and coconut fiber) and

florest and energy plantations (elephant grass and eucalyptus). The relative efficiency renewable

energy of biomass were determined from a reference power plant, considering the same power of

1MW and the efficiency of the thermal conversion process were then consolidated in an emergy

index for this energy and emergy evaluation, using the Data Envelopment Analysis (DEA).

Planting of elephant grass and eucalyptus energy forests showed the best indexes on relative

renewable efficiency, equal to 1, which they are equal to the sugarcane bagasse, in substitution of

this raw material to obtain 7,776 kWh/year of bioenergy with sustainability. The use of

alternative biomass for power generation in the replacement of fossil fuels in conventional

generating units powered by a thermoelectric plant biomass can mitigate 96,733 kilotonnes of

CO2 over the expected plant operation, contributing to the reduction of greenhouse gases

emissions and generation of cleaner and renewable energy.

Keywords: Electricity, Biomass, Renewable Sources, Emergy of Biomass, Energy, Alternatives

Sources

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SUMÁRIO

Resumo vii

Abstract viii

Índice de Figuras xv

Índice de Tabelas xvii

Abreviaturas e Siglas xix

Nomenclatura xxi

Capítulo 1 - Introdução e Justificativa 1

Capítulo 2 - Revisão da Literatura 5

2.1. Cenário mundial e nacional referente à energia 5

2.2. Biorrefinaria 7

2.3. Processos tecnológicos para conversão de biomassa 14

2.3.1 Plataforma química: Hidrólise química ácida ou básica 16

2.3.2. Plataforma biotecnológica: Hidrólise enzimática 18

2.3.3 Plataforma termoquímica: Pirólise e gaseificação 19

2.3.4 Plataforma termoquímica: Combustão para geração de energia 20

2.4. Matérias-primas alternativas para geração de bioenergia no Brasil 23

2.4.1 Espécies de biomassa de resíduos florestais 25

2.4.2 Espécies de biomassa de resíduos agroindustriais 25

2.4.3 Espécies de biomassa de resíduos urbanos 26

2.4.4 Espécies de biomassa de plantios e florestas energéticas 27

2.5. Fluxo Energético Renovável dos Processos de Produção de Biocombustíveis 28

2.6. Análise Emergética em Sistema Produtivos 30

Capítulo 3 - Materiais e Métodos 36

3.1. Materiais usados 36

3.2. Estudos de Caso 37

3.2.1. Caso 1: Usina de produção integrada de etanol e bioenergia 38

3.2.2 Caso 2: Usina autônoma de geração de bioenergia 39

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3.3. Metodologia 40

3.3.1 Determinação da massa das biomassas avaliadas para geração de eletricidade 40

3.3.2 Determinação da produtividade das biomassas avaliadas para geração de eletricidade 41

3.3.3 Determinação de Indicadores Emergéticos 42

3.3.4 Eficiência relativa através da Análise Envoltória de Dados - AED 45

3.3.4.1 Metodologia adotada para a determinação da Eficiência Renovável Relativa (EERR)

mediante planilha de dados e software DEAOS 45

Capítulo 4 - Resultados e Discussão 51

4.1. Determinação da quantidade de massa das biomassas avaliadas 51

4.2. Determinação dos indicadores emergéticos 51

4.3. Resultados da eficiência relativa através da Análise Envoltória de Dados - DEA 56

4.4. Estudo de Caso 1: Produção integrada de etanol e bioenergia

56

3

4.5. Estudo de Caso 2: Produção independente de bioenergia 64

Capítulo 5 – Conclusões 66

Referências Bibliográficas 69

Apêndices 83

Apêndice 1: Cálculo da quantidade de massa de biomassa para geração de energia 85

Apêndice 2: Diagramas e cálculos para os fluxos e indicadores emergéticos das biomassas 86

Anexo 1: Usina de referência para produção integrada de etanol e energia 146

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DEDICATÓRIA

“Às minhas energias renováveis desta

vida: Mariana e Lucas Bastos”.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, senhor do universo e dos homens, que me proporcionou os meios para o

atingimento de mais um objetivo de vida.

Aos meus pais, Vadison e Ivone, arautos de todas as etapas de minha vida, detentores de

sabedorias e exemplos vivos de educação e entusiasmo.

A minha esposa Joceli e meus filhos Mariana e Lucas que partilharam, com compreensão

e incentivos, parte de suas vidas nesta empreitada.

A minha orientadora, Profa. Dra. Katia Tannous, pela orientação e confiança durante

todas as etapas deste trabalho.

Aos professores, colegas e funcionários da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da

UNICAMP, pela convivência, conhecimentos e disposição oferecida em distintos momentos

desta jornada.

Ao Sr. José Luiz Olivério, Vice Presidente de Tecnologia e Desenvolvimento da Dedini

S.A. – Indústrias de Base, pela oportunidade e privilégio de conviver com sua sabedoria sobre o

setor sucro-energético.

Ao Prof. Dr. Enrique Ortega Rodrígues, da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA)

da UNICAMP, pela introdução ao mundo da emergia e desenvolvimento sustentável.

Ao Rodrigo Allegretti Artioli, aluno de IC da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da

UNICAMP pelo apoio técnico na modelagem do DEA.

E, finalmente, à minha família, amigos, colegas e a todos que direta ou indiretamente

contribuíram para a realização deste projeto.

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 2.1: Fontes de obtenção do etanol de 1ª geração ............................................................... 11

Figura 2.2: Produtos químicos obtidos a partir do etanol (cadeia Alcoolquímica) ........................ 12

Figura 2.3: Processo de produção de etanol de 2ª geração............................................................ 13

Figura 2.4: Processos tecnológicos de conversão da biomassa ..................................................... 15

Figura 2.5: Produção integrada de biocombustíveis e energia renovável ...................................... 15

Figura 2.6: Fluxograma do processo de hidrólise DHR–Dedini Hidrólise Rápida ........................ 17

Figura 2.7: Hidrólise Enzimática ................................................................................................. 18

Figura 2.8: Processo de Pirólise Rápida integrada à Gaseificação ................................................ 20

Figura 2.9: Diagrama genérico de um processo emergético ......................................................... 32

Figura 3.1: Usina de produção de etanol e bioenergia de referência ............................................. 38

Figura 3.2: Usina geradora de energia elétrica movida a diesel .................................................... 40

Figura 3.3: Diagrama da emergia para a geração de eletricidade a partir de biomassas ................ 43

Figura 3.4: Variáveis para determinação da Eficiência Energia Renovável Relativa ................... 46

Figura 3.5: Software DEAOS com dados avaliados ..................................................................... 50

Figura 4.1: Diagrama emergético geral para uso de biomassa na geração de bioenergia ............... 52

Figura 4.2: Diagrama emergético do ciclo de produção do Eucalipto ........................................... 53

Figura 4.3: Esquema de usina proposta de produção integrada de etanol e energia elétrica .......... 64

Figura 4.4: Esquema de usina termoelétrica proposta movida a biomassa .................................... 65

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 2.1: Geração de energia elétrica no mundo por fonte ........................................................ 06

Tabela 2.2: Produção de biomassa por capacidade instalada no Brasil ......................................... 24

Tabela 2.3: Energia renovável x energia fóssil de matérias-primas para a produção de etanol ...... 29

Tabela 2.4: Transformidade de matérias primas e energia de diferentes processos ....................... 33

Tabela 3.1: Poder calorífico superior (PCS) e poder calorífico inferior (PCI) das biomassas........ 37

Tabela 3.2: Produtividade das biomassas avaliadas ..................................................................... 42

Tabela 3.3: Dados (entrada e saída) para cálculo da eficiência renovável relativa ........................ 47

Tabela 4.1: Fluxo e índices emergéticos do ciclo de produção do eucalipto ................................. 54

Tabela 4.2: Indicadores emergéticos de processos – fluxos emergéticos (seJ/ha.ano) ................... 55

Tabela 4.3: Resultados dos pesos e da eficiência para cada biomassa .......................................... 56

Tabela 4.4: Ranking das biomassas de acordo com a eficiência ................................................... 57

Tabela 4.5: Resultados obtidos pelo software DEAOS ................................................................ 57

Tabela 4.6a: Modelagem da EERR através do DEA (casca de arroz) ........................................... 58

Tabela 4.6b: Modelagem da EERR através do DEA (fibra de coco)) ........................................... 59

Tabela 4.6c: Modelagem da EERR através do DEA (poda de árvore)) ........................................ 59

Tabela 4.6d: Modelagem da EERR através do DEA (jequitibá rosa) ........................................... 60

Tabela 4.6e: Modelagem da EERR através do DEA (caixeta) ...................................................... 60

Tabela 4.6f: Modelagem da EERR através do DEA (eucalipto) ................................................... 61

Tabela 4.6g: Modelagem da EERR através do DEA (capim-elefante) ......................................... 61

Tabela 4.6h: Modelagem da EERR através do DEA (bagaço de cana) ......................................... 62

Tabela 4.7: Frequência de referência na eficiência energética renovável relativa ......................... 63

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABRAF Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

ANFAVEA Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CEASA Central de Abastecimento Sociedade Anônima

CENBIO Centro Nacional de Referência em Biomassa

CCR Modelo Charles, Coopers e Rhodes – Retorno Constante de Escala

DEA Data Envelopment Analysis - Análise Envoltória de Dados

DEAOS Data Envelopment Analysis On Line

DHR Dedini Hidrólise Rápida

DMU Data Making Unit – Unidade Tomadora de Decisão

EPE Empresa de Pesquisa Energética

GEE Gases do Efeito Estufa

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPCC Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas

LCA Life Cycle Analysis - Análise do Ciclo de Vida

MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

PBI Produção Interna Bruta

PROÁLCOOL Programa Nacional do Álcool

REN 21 Renewables Global Status Report

UNICA União da Indústria de Cana-de-Açúcar

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NOMENCLATURA

E Energia elétrica gerada [kWh]

EER Índice de Intercâmbio Emergético [ - ]

EERR Eficiência energética Renovável Relativa [ - ]

EIR Índice de Investimento Emergético [ - ]

ELR Razão de Carga Ambiental [ - ]

EYR Razão do Rendimento Emergético [ - ]

F Contribuições Totais de Recursos da Economia [sej/J]

H Quantidade de Horas de Operação [h/ano]

I Contribuições Totais de Recursos da Natureza [sej/ha.ano]

M Contribuições de Materiais [sej/J]

N Contribuições de Recursos Não-Renováveis da Natureza [sej/ha.ano]

PCS Poder Calorífico Superior [kcal/kg]

P Potência Elétrica Gerada [kW]

R Contribuições de Recursos Renováveis da Natureza [sej/J]

% R Porcentagem de Renovabilidade [%]

Tr Transformidade [sej/J]

Y Contribuições de Recursos da Natureza e Economia [sej/J]

Símbolos Gregos

Eficiência da tecnologia de conversão de biomassa [sej/J]

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Capítulo 1 - INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

As nações têm se preocupado em conciliar o crescimento econômico associado ao

desenvolvimento social e ambiental. Esta preocupação já era observada por Schumpeter em 1911

(SCHUMPETER, 1982), através da sua Teoria de Desenvolvimento Econômico. O vetor

essencial para o desenvolvimento é a inovação, tendo como agente central, o empreendedor,

capaz de fornecer ao mercado novos produtos ou processos mediante inovação através de

combinações mais eficientes para os fatores de produção.

De acordo com Leite (1990), o conteúdo energético nas diversas fontes de biomassas

assim como os seus diversos produtos e subprodutos derivados como florestas e plantios

energéticos, resíduos florestais, resíduos animais, resíduos agroindustriais e resíduos urbanos,

pode ser diretamente liberada por meio da combustão ou convertida, através de diferentes

processos químicos, bioquímicos e termoquímicos, transformadas em energia e em produtos

energéticos de natureza distinta, tais como carvão vegetal, etanol, gases combustíveis e de

síntese, óleos vegetais combustíveis e outros produtos químicos.

Cortez (2010) ressalta que, sendo o conteúdo energético um destes fatores de produção e,

com a sua importância para os setores produtivos e dependência atual das fontes de energia fóssil

(petróleo, carvão mineral e gás natural), torna-se essencial a substituição por combustíveis e

vetores energéticos com baixos teores de carbono, como no caso das biomassas lignocelulósicas,

que emitem menos gases poluentes, sendo fundamental para as novas gerações.

Para que ocorra esta substituição são necessárias novas tecnologias capazes de suprir

energia tanto para os setores produtivos quanto para os transportes e urbanos.

Neste contexto, Pandey (2008) visualiza a importância da inovação dos processos que

utilizam energia proveniente de fontes não renováveis, com a substituição por novos processos de

fontes renováveis, como a biomassa, solar, eólica, geotérmica e hidrogênio.

Já existem tecnologias alternativas, utilizando fontes renováveis, que estão disponíveis

comercialmente, podendo substituir de imediato as fontes de energia fósseis, como por exemplo,

a geração de energia térmica e elétrica através da conversão termoquímica.

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2

Dentre as alternativas de fontes renováveis de energia, o uso da biomassa pode

desempenhar um caminho virtuoso no desenvolvimento sustentável, além de fornecer energia em

curto prazo, pode contribuir com a redução das emissões de gases poluentes e do efeito estufa,

bem como a redução de resíduos agrícolas, industriais e urbanos.

O Brasil, neste contexto, tem liderado iniciativas, que demonstram esta tendência

potencial na mudança de sua matriz energética. É neste contexto que este trabalho baseia-se na

avaliação da eficiência energética renovável de fontes alternativas de biomassa para a produção

de bioenergia, tanto de forma integrada ao processo de produção de biocombustíveis quanto de

forma independente através de uma planta térmica autônoma. Com isso, este trabalho foi

organizado da seguinte maneira:

No capítulo 2 apresentar-se-á uma revisão da literatura, sendo discorridos os cenários

mundial e nacional de energia abordando o aumento das energias renováveis e a

importância da bioenergia na matriz energética. A biorrefinaria como agente de

transformação dos diversos tipos de processos de conversão da biomassa: química,

biotecnológica e termoquímica. A rota escolhida para o desenvolvimento desta

pesquisa, o processo de conversão de biomassa através da combustão, é destacado

como processo para geração de energia. Também são apresentadas alternativas de

biomassa usadas como fontes ou matérias-primas para a geração de bioenergia. Em

seguida, são discorridas as definições utilizadas para análises da energia e emergia

usados como referência para as avaliações do ciclo de produção de biocombustíveis e

bioenergia;

No capítulo 3 serão apresentados os materiais e métodos contendo a descrição de

duas plantas industriais usadas como referências para a conversão das biomassas

escolhidas para este estudo, a memória de cálculo para avaliação para cada tipo de

biomassa para a geração de energia elétrica de 1MW, fluxo emergético e eficiência

energética renovável relativa a partir da análise envoltória de dados (DEA) em duas

plataformas (DEOS e planilha excel) para comparação dos resultados.

Os estudos de caso foram: produção integrada de biocombustíveis e bioenergia em

usinas produtoras de etanol e energia em período de entressafra da cana-de-açúcar e

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em planta térmica independente para substituição de combustíveis fósseis na geração

de energia elétrica;

No capítulo 4 são apresentados e discutidos os resultados obtidos da avaliação

energética e emergética de cada biomassa e a comparação entre o conjunto de

variáveis analisadas, incluindo a obtenção e análise dos indicadores emergéticos:

transformidade, renovabilidade e rendimento emergético, como subsídios para

escolha de biomassas alternativas para produção de bioenergia nos casos estudados.

Ao final do trabalho serão apresentadas as conclusões das avaliações energética e

emergética de cada alternativa de biomassa estudada, sendo descrita uma proposta para possível

uso de fonte renovável de energia em substituição de uma fonte não-renovável ou fóssil nos casos

avaliados, destacando os benefícios ambientais, incluindo a mitigação de gases do efeito estufa e

descentralização da geração de energia.

Além disso, consta neste trabalho, projeções de novos projetos, Apêndices e Anexos,

materiais complementares ao escopo desta tese.

Objetivo Geral

Esta pesquisa tem como objetivo geral avaliar matérias-primas alternativas para a geração

de energia elétrica renovável em processo integrado à produção de etanol de cana-de-açúcar no

período de entressafra da cana-de-açúcar, bem como em uma pequena usina termoelétrica

independente, com o aproveitamento das seguintes fontes de biomassa: resíduos agroindustriais

(casca de arroz, jequitibá-rosa e caixeta), resíduos urbanos (fibra de coco e poda de árvores) e

plantios e florestas energéticas (capim-elefante e eucalipto).

Objetivos Específicos

1) Escolha e levantamento da disponibilidade setorial das biomassas alternativas para o

estudo em questão;

2) Identificação do ciclo emergético de biomassas alternativas, considerando os recursos

nas etapas da cadeia antrópica: os recursos renováveis, os recursos não-renováveis, os

materiais e os serviços;

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3) Determinação e comparação dos índices emergéticos para cada biomassa,

estabelecendo os fluxos emergéticos e índices de emergia como: Tr (Transformidade);

EYR (Rendimento em Emergia); %R (Renovabilidade);

4) Determinação da Eficiência Energética Renovável Relativa - EERR, avaliadas pela

Análise Envoltória de Dados (DEA) e modelo desenvolvido por Charles, Coopers e

Rhodes (CCR).

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Capítulo 2 - REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Cenário mundial e nacional referente à energia

No novo cenário mundial, com intensa competição por riquezas, as nações e populações

têm destacado a importância pelos recursos escassos de água, alimentos, materiais e energia. A

energia desenvolve um papel muito importante para os sistemas produtivos e urbanos, sendo

fundamental a sua disponibilidade para a economia local e global.

Como recurso escasso, pois a maior quantidade de energia atual é gerada por recursos não

renováveis, como petróleo, carvão mineral e gás natural, a busca de alternativas para a sua

geração, enfatizando fontes de recursos renováveis, como biomassa, emerge como essencial para

manutenção e ampliação dos sistemas produtivos e urbanos.

Biomassa como fonte de matéria-prima pode gerar um combustível ou bioenergia que

pode ser utilizada nos três estados da matéria: sólido (resíduos florestais, agroindustriais, e pellets

de madeira), gasoso (biogás, gás de síntese) e líquido (metanol, etanol e biodiesel). A bioenergia

é definida como todo processo que converte energia solar em energia química, por meio da

fotossíntese realizada pelos vegetais, assim considerados biomassa (EPE, 2012).

O impasse atual é a conciliação entre o desenvolvimento com suprimento de energia

baseado principalmente em fontes de combustíveis fósseis como o carvão mineral, petróleo, gás

de xisto e gás natural, e uma matriz energética mais limpa, com suprimento de energia baseado

em fontes alternativas com menos impacto ambiental.

Um destes impactos ambientais é o elevado volume de Gases do Efeito Estufa (GEE)

provocado pela emissão de carbono. Os GEE são compreendidos pelos gases metano (CH4),

óxido nitroso (N2O), monóxido de carbono (CO) e óxidos de nitrogênio (NOx), com fatores de

emissão extremamente reduzidos. Considerando-se o processo de combustão a partir de

combustíveis fósseis, inclui-se ainda o dióxido de carbono (CO2) e óxidos de enxofre que são

emitidos ao meio ambiente.

Neste sentido, busca-se a “limpeza” da matriz energética com a utilização de fontes

renováveis e a diversidade pesquisando-se diversas alternativas de fontes de energia (, 2012).

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Com relação a geração de energia elétrica, pode-se notar na Tabela 2.1, que as fontes

térmicas convencionais representam a principal fonte de energia elétrica no mundo, alcançando

mais de 66% da matriz.

Tabela 2.1: Geração de energia elétrica no mundo por fonte

TIPO TWh %

TÉRMICA CONVENCIONAL 12660 66,7

HIDRELÉTRICA 3151 16,6

NUCLEAR 2562 13,5

BIOMASSA 266 1,4

EÓLICA 266 1,4

GEOTÉRMICA 57 0,3

SOLAR 19 0,1

TOTAL 18980 100,0

Fonte: (EPE, 2013)

Já com relação à matriz energética nacional, o cenário é bem mais adequado a tendência

de uma matriz mais limpa e diversificada, pois 85% da energia elétrica gerada no Brasil é de

origem renovável, sendo 76,9% de usinas hidrelétrica, 6,8% de biomassas e 0,9% de eólicas

(EPE, 2013)

De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a capacidade de geração de

energia elétrica no Brasil em 2012 aumentou 3,9% em relação a 2011, passando a gerar 552,5

TWh. No entanto, este aumento foi acompanhado de um aumento na participação de energias não

renováveis de 16,75% em 2012 em relação a 2011 com 11,9% , devido ao aumento da utilização

de usinas termelétricas movidas a combustíveis fósseis (EPE, 2013).

Para modificar esta situação, o Brasil conta com um grande potencial para aumentar a

proporção de energia renovável proveniente de biomassa e tornar a matriz energética ainda mais

limpa, pois possui o maior programa de energia renovável em operação no mundo, o qual utiliza

etanol a partir da cana-de-açúcar como combustível em substituição a gasolina.

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A cadeia produtiva sucro-energética, que contempla desde o plantio da cana-de-açúcar até

a produção de etanol, açúcar e geração de energia, representa uma alternativa para o aumento da

participação de energia renovável e suprimento da demanda de energia carburante.

A produção agrícola nacional de cana-de-açúcar na safra 2011/12 foi de 560.993.790

toneladas, proporcionado a produção de 35.993.790 toneladas de açúcar e 22.736.540 de m3 de

etanol (MAPA, 2013). A produção mundial de etanol em 2011 foi de 86,1 bilhões de litros,

enquanto a produção de etanol no Brasil foi de 20,7 bilhões de litros (REN 21, 2012).

No Brasil o processo de produção de etanol de cana-de-açúcar contempla o

aproveitamento energético de um subproduto ou resíduo, o bagaço da cana, o qual é utilizado em

seus processos de conversão para geração de energia térmica na forma de vapor superaquecido e

elétrica. No entanto, esta fonte de biomassa somente tem fornecimento no período da safra da

cana-de-açúcar, estimada entre 180 a 210 dias/ano. Dependendo da usina, no período da

entressafra, os equipamentos e instalações da usina e da geradora de energia ficam parados ou em

manutenção e deixam de gerar os seus produtos convencionais: açúcar, etanol e a própria energia,

que é consumida ou exportada para a rede de energia.

Um exemplo deste potencial foi apresentado por OLIVERIO et al. (2010), considerando

uma usina convencional com operação de 180 dias no ano, com moagem de cana-de-açúcar de

2.160.000 t/ano (moagem de 500 ton. de cana-de-açúcar/h ou 12.000 t de cana-de-açúcar/dia),

gerando uma potência excedente de 50,7 MW ou 219.024 MWh/ano.

Por isso, para a geração de energia elétrica adicional no período da entressafra da cana-de-

açúcar com uma biomassa alternativa como resíduo agroindustrial, urbano ou plantio específico,

deve ser considerado as suas características energéticas, sua disponibilidade e o processo de

conversão utilizado.

2.2.Biorrefinaria

Apesar da expressiva importância da cadeia produtiva petroquímica, representante de uma

parcela significativa da produção nacional com 23,1% do Produto Interno Bruto (PIB),

produzindo insumos para outros setores produtivos (ex.: setor têxtil, de embalagens,

automobilístico e eletroeletrônico), esta possui uma grande desvantagem, que é a dependência de

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fonte de recursos não renováveis. Isso reforça a busca por fontes de recursos oriundas de recursos

renováveis (NAKANO, 2006), como por exemplo, as biorrefinarias.

A biorrefinaria pode ser denominada como complexos industriais, que produzem

matérias-primas, produtos químicos e energia a partir de biomassa.

Estas formas de bioenergia podem substituir as rotas tecnológicas tradicionais procedentes

de fontes fósseis e com mais carbono para uma energia mais limpa e renovável. Como no caso do

eteno, produzido a partir de etanol de cana-de-açúcar (BRASKEM) e o bio-plástico (PHB)

produzido a partir de um micro-organismo no processo de fermentação do caldo da cana-de-

açúcar.

Na geração de biocombustíveis, o Brasil utiliza a cana-de-açúcar como matéria-prima

para a produção de etanol mediante açúcares fermenticíveis por leveduras que convertem a

sacarose em etanol (LIMA, 2002).

Já o biodiesel é produzido por meio de uma reação de esterificação, isto é, reação entre o

óleo vegetal ou ácido graxo (origem vegetal ou animal) e um álcool (etanol ou metanol) com a

utilização de um catalisador (Metilato de sódio) na faixa de temperatura de 40 oC – 70

oC, faixa

de tempo de 40 min – 70 min, na pressão atmosférica.(OLIVÉRIO et al., 2010a). O óleo mais

utilizado tem sido o de soja, que pode reagir com o metanol ou etanol para a obtenção do

biodiesel (éster) e glicerina como subproduto.

Para o pleno aproveitamento da biomassa em termos energéticos, é importante dispor de

tecnologia e equipamentos capazes de produzirem energia necessária para suprir os processos

produtivos e gerar excedentes para o fornecimento interno ou para a rede de distribuição de

energia elétrica. É o caso das novas usinas de açúcar e etanol, onde a biomassa pode ser

queimada diretamente em caldeiras de alta pressão (maiores do que aprox. 100 kgf/cm2)

compondo sistemas de cogeração de energia, com turbo-geradores a vapor, que são capazes de

gerar a energia suficiente para os processos de produção de etanol, açúcar e ainda vender o

excedente de energia elétrica às distribuidoras de energia (ex.: CPFL).

Quanto à possibilidade dos produtos obtidos, existe uma grande variedade, desde o

aproveitamento integral da biomassa, destacando as cadeias sucroquímica e alcoolquímica, até a

geração de produtos para o abastecimento da cadeia de alimentos e petroquímica (BASTOS,

2007).

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O Brasil está inserido no setor sucro-energético desde o século XIV com o ciclo da cana-

de-açúcar, tendo o primeiro engenho instalado no Brasil já em 1534, o engenho dos Erasmos, na

cidade de São Vicente/SP. Neste primeiro ciclo, a cana-de-açúcar era matéria-prima para

produção do alimento açúcar (CHRISTOFOLETTI e MELLO, 2011).

Em 1931, o presidente Getúlio Vargas, com o objetivo de reduzir a dependência externa

de combustíveis e derivados de petróleo, em meio a crise mundial, assinou o Decreto nº 19.717,

que permitiu a adição de 5% de etanol à gasolina, o que também ajudou o setor sucroalcooleiro a

utilizar os excedentes de sua produção (BNDES, 2008).

Na década de 1970, após a crise do petróleo, foi introduzido o Programa do Álcool

Combustível - PROALCOOL, que estabeleceu a cana-de-açúcar como provedora de combustível

carburante alternativo à gasolina oriunda do petróleo, incluindo o desenvolvimento de motores de

combustão interna com possibilidade de uso do etanol exclusivamente, E100 (BNDES, 2008).

A partir do ano 2000, alguns fatos marcaram a introdução de um novo ciclo para o

aproveitamento da cana-de-açúcar: as novas leis ambientais nos Estados Unidos e Europa, o

início da produção de etanol a partir do milho nos EUA, o início do mercado de crédito de

carbono e a assinatura do protocolo de Quioto por diversos países (BNDES, 2008).A partir de

2003, houve a introdução dos automóveis com motores, que permitiam usar a mistura etanol

hidratado e gasolina, além da adição de etanol anidro como aditivo à gasolina convencional na

proporção de 18% a 25%. Atualmente sendo responsáveis pela frota de 4 milhões de automóveis,

de um total de cerca de 22 milhões de automóveis no Brasil (BNDES, 2008).

Estes fatos modificaram o papel da cana-de-açúcar, que além de fornecedora de alimento

e combustível, também passou a ser fornecedora de matérias-primas para a produção de outros

produtos químicos, como o próprio etanol para a produção de eteno. O eteno é matéria-prima

para a produção de uma cadeia de produtos petroquímicos.

Em decorrência, há a sinalização do futuro deste setor sucro-energético com a necessidade

do desenvolvimento de novas tecnologias para aproveitamento da celulose como fonte de

açúcares para a produção do etanol de segunda geração e matéria-prima para a indústria química

e geração de energia.

Para isto, a preocupação ambiental com metas rígidas com relação às emissões de gases

do efeito estufa, que consolide um mercado de crédito de carbono mais maduro e promissor, deve

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ser prioridade declarada e cumprida pelos governos e empresas, principalmente dos países

desenvolvidos e emergentes.

A biorrefinaria pode representar uma alternativa relevante dentro do potencial nacional,

em especial, para atendimento crescente da demanda de combustíveis, energia e produtos não

fósseis. Uma grande vantagem no Brasil é a cadeia produtiva sucro-energética, que pode fabricar

combustível carburante, como o etanol anidro (99,8 0GL) e hidratado (96,4

0GL), além de que

pode gerar bioenergia e bioprodutos a partir de fontes agrícolas renováveis.

O Brasil, que é o maior produtor mundial de etanol de cana-de-açúcar, possui o menor

custo de produção em comparação com o etanol produzido a partir do milho (EUA) e outras

fontes como a beterraba (Europa). Para ilustrar esta vantagem competitiva, por exemplo, em

termos de custos, um litro do etanol fabricado no Brasil a partir da cana-de-açúcar, custa 28

centavos de dólar, contra 45 centavos de dólar do equivalente americano (ANDREOLLI e

SOUZA, 2007).

Nos últimos anos, o balanço entre importações e exportações de etanol voltou a ser

positivo e há clara tendência de que o Brasil deverá ser um significativo exportador desse

produto, devido às vantagens comparativas da produção no país e à adoção de programas de uso

do etanol combustível em diversos países como estratégia de melhoria ambiental e redução de

emissões (CARMO e TANNOUS, 2009).

Atualmente, no Brasil, a frota de veículos movidos à gasolina é aproximadamente 50%.

Nas vendas de veículos novos, 86,4% são veículos de combustível duplo ou flex-fuel. Destes

veículos, 88,1% utilizam etanol como combustível principal e, a gasolina passa a ser o

combustível alternativo (ANFAVEA, 2011).

No Brasil existe grande potencial de oportunidades a partir do uso da biomassa, em

especial, as cadeias sucro-álcoolquímica e ligno-celulósica. Para o aproveitamento da biomassa

nestas cadeias deve seguir os conceitos oriundos da cadeia petroquímica, utilizando tecnologias

similares a refinaria petroquímica. Neste sentido, a biorrefinaria conta com a vantagem da

utilização de matéria-prima e energia de fontes renováveis e de baixo impacto ambiental em

comparação com a refinaria petroquímica, que utiliza fontes fósseis e mais poluidoras (FRANCO

e GARZÓN, 2010).

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A Figura 2.1 mostra as distintas etapas para obtenção do etanol a partir de amiláceos e

gramíneas.

O primeiro é transformado em amido e depois em glicose, enquanto que no segundo é

extraída a sacarose e em seguida transformada no etanol.

No caso do etanol obtido a partir do amido provenientes dos grãos (milho, sorgo),

mostrado na Figura 2.1, conforme Dien (2004), as principais etapas do processo de produção de

etanol de milho são: moagem, cozimento, liquefação, sacarificação, fermentação e separação.

Figura 2.1: Fontes de obtenção do etanol de 1ª geração

(Fonte: Adaptado de BASTOS, 2007)

Amiláceos, grãos

(milho, sorgo)

*1

Amido Glicose Etanol

Gramíneas

(cana-de-açúcar)

*2

Sacarose

Glicose

Etanol

Frutose

Depois da etapa inicial, onde ocorre a moagem dos grãos, há a liquefação, onde os grãos

são misturados com água, são adicionadas as enzimas e nutrientes e são aquecidos para que o

amido seja liquefeito, obtendo-se o mosto.

Na etapa de fermentação, a glicose contida no mosto é transformada em etanol pela ação

da levedura Saccharomyces cerevisiae. O líquido produzido (mosto fermentado) é destilado,

retirando-se pelo topo da coluna, a mistura etanol/água de uma solução aquosa de sólidos, os

quais são retirados por fundo. A mistura etanol/água é retificada para eliminação da água e

obtenção do etanol. A vinhaça produzida segue para um conjunto de centrífugas (decantadores),

nas quais são separados os sólidos em suspensão (fibras, celulose) dos sólidos solúveis e

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dissolvidos (açúcares, proteínas), obtendo-se uma torta de sólidos úmida (que pode ser

recirculada no processo) e a parte restante (líquida) segue para evaporadores, nos quais é

produzido o xarope (com cerca de 50% de água contida no xarope).

O xarope é misturado a sólidos retirados na centrífuga e secado dando origem aos grãos

secos de destilaria com solúveis (DDGS - distillers dried grains with solubles), que é um sub-

produto deste processo. Este processo apresenta um rendimento industrial de 460 L de etanol

anidro e 380 kg de DDGS por cada tonelada de milho seco inserida no sistema. O DDGS é usado

como ração animal devido ao elevado teor de proteínas.

No caso das gramíneas, como a cana-de-açúcar, o caldo obtido da moagem contendo

sacarose é fermentado com levedura para a produção de glicose frutose, em seguida ocorre a

destilação obtendo-se o etanol e como subproduto a vinhaça.

Figura 2.2: Produtos químicos obtidos a partir do etanol (cadeia Alcoolquímica)

(Fonte: Adaptado de SCHUCHARDT, 2009)

Eteno

Propileno

Buteno

Etil benzeno

Cloreto de etila

Etileno diamina

Etilenoglicol

Oxido de etileno

Dietilenoglicol

Acetato de vinila

Polímeros

Copolímeros

Acetaldeído

'

Ácido acético

Anidrido acético

Produtos alcóolicos

Acetato de butila

Butiraldeído

Etilenoimina

piridinas

Ácido acético

Acetamida

Acetanilda

Cloreto de acetila

Anidrido acético

Dimetil acetamida

Acetato de celulose

esteres

Etanol

No caso da rota alcoolquímica pode-se citar a produção do eteno (Figura 2.2) obtido a

partir do etanol de cana-de-açúcar, usado como matéria-prima para produção de plásticos

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renováveis, como o propileno, butileno, etil benzeno, cloreto de etila, etileno diamina,

etilenoglicol, óxido de etileno, dietilenoglicol, acetato de vinila, polímeros e copolímeros.

Nesta rota alcoolquímica é possível a obtenção de diversos outros produtos químicos

como acetaldeído, ácido acético, anidrido acético, acetato de butila, butiraldeído, etilenoimina e

piridinas, assim como o ácido acético, percursor da acetamida, acetanilda, cloreto de acetila,

anidrido acético, dimetil acetamida, acetato de celulose e ésteres.

A partir da separação da decomposição de materiais celulósicos em lignina, celulose e

hemicelulose, podem ser obtidos diversos produtos, como xilitol e furfural, conforme mostrado

na Figura 2.3 (YANG, 2006).

Figura 2.3: Processo de produção de etanol de 2ª geração

(Fonte: adaptado de YANG, 2006)

A partir de cada um destes produtos obtidos diretamente do etanol (eteno, acetaldeído e

ácido acético), também podem ser obtidos outros produtos, conforme mostrado na Figura 2.2:

Lignina: potencial de produção de óleo, fenóis, ácido acético e a geração de

energia térmica e elétrica;

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Hemicelulose: pode-se obter principalmente o ácido acético, ácido urônico e

monossacarídeos (glicose, manose, arabionose, galactose e xilose), que por sua

vez podem gerar outros produtos químicos como furfural, sorbitol, manitol,

galactol, arabitol, xilitol, acetona, butanol e etanol;

Celulose: obtém-se a glicose e outros açúcares fermentativos transformados em

etanol ou outros produtos químicos, como por exemplo, o furfural e o butanol

(SCHUCHARDT, 2009; BASTOS, 2007).

Esta substituição de produtos químicos obtidos pela alcoolquímica pode ser viabilizada

desde que sejam considerados os aspectos ambientais e sociais, além dos econômicos,

priorizando-se a produção de produtos químicos mais sustentáveis.

2.3. Processos tecnológicos para conversão de biomassa

O Brasil tem um grande potencial para a geração de bioenergia como fornecedor de

matéria-prima (biomassa) pelas condições climáticas de solo, água e possuir áreas cultiváveis

adequadas para a produção de espécies específicas para uso energético e grande quantidade de

resíduos devido a sua extensa produção agroindustrial.

Para o aproveitamento deste potencial, é necessário que se tenha processos tecnológicos

que possibilitem a conversão da biomassa em biocombustíveis, bioenergia ou bioprodutos.

Esta conversão da energia química contida na biomassa pode ser transformada em energia

mecânica ou biocombustíveis sólidos, líquidos ou gasosos por meio de processos de conversão

físicos, químicos ou biológicos (MALÇA, 2003).

As fontes de biomassa podem ser processadas através de várias alternativas de rotas

tecnológicas como: fermentação, combustão, liquefação, pirólise, hidrólise, transesterificação e

gaseificação transformando-se em diversos tipos de bioenergia (calor, eletricidade,

biocombustível e bioprodutos).

Nesta direção, a obtenção de energia renovável e combustível pode ser dividida em três

plataformas: química, bioquímica e termoquímica.

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Neste estudo, as alternativas abordadas para a discussão estão concentradas no

aproveitamento do bagaço da cana-de-açúcar como material celulósico, como matéria-prima para

a produção de biocombustíveis, produtos e bioenergia.

Uma visão das alternativas dos processos tecnológicos para conversão de biomassa em

energia é mostrada na Figura 2.4.

Figura 2.4: Processos tecnológicos de conversão da biomassa

(fonte: CARMO e TANNOUS, 2009)

No caso do caldo, pode gerar açúcar, etanol e biodiesel renovável. No caso do bagaço,

além da geração de vapor e eletricidade, este pode ser transformado em etanol de segunda

geração através da hidrólise química ácida ou básica; hidrólise enzimática e através da

gaseificação, em gás de síntese (Figura 2.5).

Figura 2.5: Produção integrada de biocombustíveis e energia renovável

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Outra rota possível seria através da pirólise de matérias celulósicos é possível a produção

de bio-óleo e carvão vegetal.

A partir do gás de síntese, podem-se produzir diversos biocombustíveis e produtos

químicos que podem substituir as rotas convencionais de síntese destes produtos a partir da

cadeia petroquímica.

A seguir serão descritos exemplos de tecnologias em desenvolvimento em cada uma das

plataformas mencionadas de conversão de biomassa em biocombustíveis, energia e produtos

renováveis.

2.3.1 Plataforma química: Hidrólise química ácida ou básica

Um exemplo de processo de conversão de biomassa em biocombustíveis por meio da

hidrólise química é o caso do processo desenvolvido pela Dedini S.A. denominado Dedini

Hidrólise Rápida (DHR) patenteado nos Estados Unidos, sob o número 5.879.463 (ROSSEL,

2005).

A pesquisa abordou um pré-tratamento do bagaço da cana-de-açúcar para facilitar a

conversão em etanol, usando o processo Organosolv, que consiste em um solvente composto de

uma mistura de etanol-água e ácido sulfúrico diluído, como catalisador.

O processo DHR consiste em uma hidrólise ácida, integrado com a fermentação e

destilação, para a produção de etanol a partir de bagaço e palha de cana.

Este processo foi desenvolvido em 1997 em parceria entre a Dedini e a Copersucar, com o

apoio da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), sendo dividido em

três etapas:

a) Hidrólise de materiais celulósicos: consiste no processo de sacarificação, ou seja,

incorporação de água à celulose e à hemicelulose, transformando-as em açúcares

fermentescíveis;

b) Processo de fermentação: transforma os açúcares fermentescíveis em etanol;

c) Destilação: separa o etanol dos demais componentes do vinho obtido na

fermentação.

O bagaço é alimentado ao reator de hidrólise por meio de uma rosca cônica capaz de

aumentar a sua pressão para a pressão de vapor da mistura de reação (25-28 kgf/cm2). A mistura

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do bagaço com o ácido e solução quente permanece no reator a 180-200°C, tempo suficiente para

proporcionar a dissolução de lignina e da hidrólise da hemicelulose e celulose.

Figura 2.6: Fluxograma do processo de hidrólise DHR–Dedini Hidrólise Rápida

(fonte: ROSSEL, 2005)

Caldeira

Etanol

1a geraçãocaldo

Bagaço

Turbo-

geradorvapor eletricidade

Caldeira

Etanol

1a geraçãocaldo

Bagaço

Turbo-

gerador

Recuperação

do etanol,

solvente e

ácido sulfúrico

eletricidadeCaldeira

Etanol

1a geraçãocaldo

Bagaço

Turbo-

geradorvapor eletricidade

Caldeira

Etanol

1a geraçãocaldo

Bagaço

Turbo-

geradorRecuperação do

etanol, solvente e

ácido sulfúrico

eletricidade

Caldeira

Etanol

1a geraçãocaldo

Bagaço

vapor eletricidade

Etanol

2a geração

Biomassa

FlashdestilaçãoReator

Contínuo

DHR

Recuperação do etanol, solvente e ácido sulfúrico

O tempo de reação foi minimizado para limitar a degradação dos açúcares, principalmente

de glicose. A mistura da reação que sai do reator de hidrólise é rapidamente resfriado e

alimentado para uma coluna de destilação.

A lignina é separada a partir do licor, a qual é neutralizada com cal. Após a clarificação, o

licor hidrolítico está pronto para a fermentação. Este processo conseguiu os seguintes

rendimentos em escala de laboratório: sacarificação (88%), fermentação das hexoses (89%) e

destilação (99%). Com estes resultados obteve-se o rendimento de 109 litros de etanol por

tonelada de cana (ROSSEL, 2005).

Considerando-se o processo convencional, partindo-se de um hectare de plantio de cana e

a obtenção de 80 toneladas de cana-de-açúcar, obtém-se 80 litros de etanol, totalizando 6.400

litros de etanol por hectare.

Com a adição de uma planta de DHR e, partindo-se de 96 toneladas de cana integral,

incluindo o bagaço e a palha da cana, a partir do caldo, continua-se obtendo os 6.400 litros de

etanol, e mais 5.650 litros obtidos a partir da hidrólise do bagaço e palha da cana, resultando em

12.050 litros de etanol por hectare (ROSSEL, 2005).

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2.3.2. Plataforma biotecnológica: Hidrólise enzimática

A hidrólise enzimática busca o aproveitamento de todas as frações da matéria-prima

celulósica, ou seja, a celulose, a hemicelulose e a lignina, sendo a celulose a principal fonte de

açúcares fermentescíveis, pois é constituída de glicose facilmente fermentada por Saccharomyces

cerevisiae em processos convencionais de produção de etanol (GALBE and ZACCHI, 2010).

Figura 2.7: Hidrólise Enzimática

(fonte: adaptado de WARZWODA et al., 2006)

Neste processo de conversão dos materiais ligno-celulósicos em etanol, conforme

mostrado na Figura 2.7 são necessárias as seguintes etapas:

deslignificação do material ligno-celulósico para separação da lignina, que impede o

acesso aos açúcares fermentescíveis;

hidrólise enzimática através de enzimas que utilizam micro-organismos como os

cogumelos pertencentes aos gêneros Trichoderma, Penicillium, Aspergillus ou

Schizophyllum, ou ainda através de bactérias anaeróbicas pertencentes ao gênero

Clostridium, as quais celulases e xilanases; e

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a partir do vinho (hidrolisado) ocorre a fermentação alcoólica e a destilação para a

produção de etanol e resíduo (WARZWODA et al., 2006).

2.3.3 Plataforma termoquímica: Pirólise e gaseificação

Basicamente consiste na degradação térmica de material orgânico na ausência parcial ou

total de um agente oxidante, ocorrendo usualmente a partir de 400oC até a temperatura anterior a

gaseificação do material, com objetivo de obter produtos com maior densidade energética

(GOMEZ, 2009).

Atualmente, busca-se a obtenção de modificações na composição dos gases, líquidos e

sólidos produzidos, por meio do aumento das taxas de aquecimento e variações da temperatura

final de pirólise. Nesta tecnologia, depois da biomassa sofrer a combustão direta em processo de

conversão eficiente ou ainda, pelo gás de síntese obtido de sua gaseificação, pode alcançar

eficiências teóricas de conversão energética de 75% a 85%, baseada no poder calorífico inferior

dos energéticos (GOMES, 2011).

Este processo de pirólise rápida pode ser também um precursor de um processo de

gaseificação (Figura 2.8), o qual poderá atingir uma maior eficiência na conversão, podendo,

através da obtenção do gás de síntese obter produtos químicos, energia e combustíveis

(LUENGO et al., 2008).

Além da combustão direta da biomassa, outras tecnologias em desenvolvimento, como no

caso da gaseificação de biomassa integrada a células combustível podendo alcançar, mesmo que

teoricamente eficiência de conversão energética de 60%, (KINOSHITA et al., 2008).

Outras tecnologias em desenvolvimento como as microturbinas, podem alcançar

eficiência total na conversão maior que 80%, no caso de utilizada em sistemas de cogeração de

energia térmica e elétrica (LORA et al., 2008).

Os sistemas híbridos composto de células de combustível com turbinas a gás operando em

altas temperaturas demonstram as boas perspectivas para a geração de energia elétrica a partir de

biomassa, podendo alcançar eficiência da ordem de 70 a 80%. No entanto, ainda não existem

plantas comerciais que utilizem biocombustíveis em células a combustível, apenas testes de

laboratório, otimizações de algumas variáveis limitando-se a modelagem (LORA et al., 2008).

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Figura 2.8: Processo de Pirólise Rápida integrada à Gaseificação

(Fonte: Adaptado de ALLONSO-PIPPO et al., 2004)

Pirólise

rápida

Bio-óleo

Carvão

vegetal

Biomassa

Gaseificação Gás de síntese

Biocombustível

Energia elétrica

2.3.4 Plataforma termoquímica: Combustão para geração de energia

Das tecnologias utilizadas para geração de energia elétrica a partir da biomassa, pode-se

citar a combustão direta acoplada a um ciclo de vapor, ou a um ciclo combinado de vapor e gás,

além da gaseificação.

Como exemplo, os sistemas a vapor, que utilizam caldeiras e turbinas a vapor com

capacidade usual na faixa de 25 MW a 50 MW, uma vez que para uma maior potência seria

necessário uma elevada quantidade de biomassa, podendo ser inviabilizado devido à logística e

custos (WALTER e NOGUEIRA, 2008).

Pode-se citar a logística necessária para a geração de excedente de energia em uma usina

padrão, conforme citado por Oliverio et al. (2010) para gerar 50,7 MW são moídos 12.000 ton. de

cana-de-açúcar por dia, havendo a necessidade da movimentação de 211 caminhões

transportando e disponibilizando a biomassa requerida diariamente.

Estas tecnologias de combustão estão estabelecidas e disponíveis comercialmente tanto

nos países desenvolvidos como nos países emergentes como China, Índia e Brasil (REN 21,

2012).

O processo de conversão de biomassa para a geração de energia elétrica pode utilizar a

rota tecnológica da combustão através da queima da biomassa em caldeiras para produção de

energia térmica e geração de energia elétrica, por meio de turbo-geradores, completando o

denominado ciclo Rankine. Este ciclo pode ter a sua eficiência aumentada pelo aumento das

pressões de operação e maior eficiência das turbinas.

O ciclo Rankine envolve o aquecimento de água pressurizada com o vapor superaquecido

resultante, no qual é expandindo por um turbo-gerador, tornando-se vapor saturado ou

condensado, dependendo do tipo de turbina, para reciclagem parcial ou total para a caldeira.

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A troca de calor é usada em alguns casos para recuperar calor dos gases de combustão

para pré-aquecer o ar de combustão (pré-aquecedor), água de alimentação (economizador), e um

desgaseificador (desaerador) deve ser utilizado para remover o oxigênio dissolvido a partir de

água, antes de entrar na caldeira.

Nas aplicações usadas para gerar calor e energia são projetadas turbinas de contrapressão

ou de extração-condensação, nas quais o vapor é expandido para uma pressão acima ou abaixo da

pressão ambiente, respectivamente. O vapor que deixa a turbina de contrapressão é enviado para

o aquecimento na planta industrial e é condensado posteriormente. Em seguida, é parcialmente ou

completamente devolvido à caldeira em função da sua contaminação.

Outras tecnologias como o processo de gaseificação têm apresentado maiores eficiências

elétricas comparada com as tecnologias convencionais de caldeiras e turbinas a vapor em escalas

abaixo de 10 MW, porém ainda se encontram nos estágios piloto de desenvolvimento e

demonstração (REN 21, 2012).

Conforme Dermibas (2007), entre as tecnologias que possibilitam a conversão da

biomassa em combustíveis, cita-se a pirólise rápida obtida em um processo termoquímico que

consiste na degradação térmica da biomassa em ausência de ar (total ou parcial) a temperaturas

entre 352 e 6020C, transformando em um combustível sólido (carvão vegetal), líquido (bio-óleo)

e gasoso (gás). O rendimento destas frações depende da temperatura e do tempo de residência do

reator.

Cortez e Lora (2008), apresentaram um sistema de geração de energia via rota de

conversão termoquímica para pequenas escalas, temperaturas elevadas através da oxidação

parcial dos elementos combustíveis da biomassa com a produção de gás de síntese. A

gaseificação têm apresentado maiores eficiências elétrica comparada com as tecnologias

convencionais de caldeiras e turbinas a vapor em escalas abaixo de 10 MW, porém ainda

encontram-se nos estágios piloto de desenvolvimento.

Enquanto uma planta de gaseificação industrial convencional que utiliza combustíveis

fósseis necessita de até 150 hectares de área de terra e entre 2,5 a 15 quilo toneladas por dia de

matéria-prima (carvão ou coque de petróleo), as usinas de biomassa normalmente processam de

0,25 a 2 quilo toneladas de matéria-prima por dia e ocupam menos de 10 hectares (GTC, 2010).

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Yanli et al. (2010) avaliaram o potencial de fontes de biomassa (palha de plantações,

resíduos florestais, resíduo animal, resíduos sólidos e líquidos urbano) para geração de

eletricidade na China. Os autores consideraram como base para a conversão 0,56 kWh de

eletricidade para cada kg de biomassa processada em um gaseificador de pequena escala, obtendo

os seguintes resultados: resíduos florestais (2,32x1012

kWh), palhas de plantações (1,16x1012

kWh), resíduo animal (3,58x1011

kWh), resíduos líquidos orgânicos (5,26x1010

kWh) e resíduos

sólidos urbanos (1,10x1010

kWh). Com a utilização destas biomassas para geração de energia

poder-se-ia substituir o consumo de 4,90x108 t de carvão, e reduzindo 7,53x10

8 t de CO2, e

garantir a segurança energética do país em tempos de crise energética e mitigar o aquecimento

global.

Outro exemplo de aplicação na geração de energia a partir de biomassa é citado por

Prakash (1998). O autor avaliou o potencial de substituição de combustível fóssil (gasolina) e

energia elétrica, por combustível renovável (etanol) a partir de bagaço de cana-de-açúcar. Uma

planta industrial típica da Índia foi considerado, aplicando tecnologia de conversão por

combustão (turbinas a vapor a 4,5 MPa) e capacidade de produção de 100.000 litros por dia de

etanol. O bagaço de cana-de-açúcar foi obtido a partir de uma usina que processa 8000 t/dia de

cana-de-açúcar, gerando 0,31 kWh/kg de bagaço de cana.

Moreira (2000) descreveu o aumento da eficiência na geração de eletricidade a partir de

bagaço e da palha de cana-de-açúcar, usando caldeiras e turbinas a vapor, com a redução da

quantidade de vapor em processos de fabricação de etanol e açúcar. Em sua análise, o autor

observou que com a redução de 500 kg para 280 kg de vapor por tonelada de cana-de-açúcar

processada e eficiência global de 20% para a geração de energia elétrica obtida foi de 0,33

kWh/kg de bagaço de cana-de-açúcar.

Oliverio et al. (2010b) apresentaram a eficiência de um sistema de geração de energia

(etanol e energia elétrica), a partir da cana-de-açúcar no Brasil, considerando um processamento

de 2,16 Mt de cana-de-açúcar por ano (12 kt /dia), com uso de caldeiras do Tipo Mono Tubo ou

Single Drum de 10 MPa e temperatura de 530ºC, capacidade para gerar 69,9 MW de potência e

excedente de 50,7 MW, obtiveram 0,50 kWh de eletricidade para cada kg de bagaço de cana-de-

açúcar.

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Os resultados obtidos no processo de conversão de biomassa em eletricidade via

combustão com ciclo a vapor pelos trabalhos obtidos por PRAKASH (1998) e Oliverio et al.

(2010b), mostraram uma evolução no rendimento de kWh/t de biomassa e ficaram próximos dos

resultados obtidos via turbina a gás acoplada a gaseificação, ainda na fase de desenvolvimento

(MOREIRA, 2000). Isto também corrobora com Seabra (2008) e Seabra et al. (2010), que

conclui em seu trabalho que somente a tecnologia de conversão de biomassa convencional

através de ciclos a vapor é que está disponível comercialmente e ainda tem bastante potencial no

Brasil.

2.4. Matérias-primas alternativas para geração de bioenergia no Brasil

De acordo com a EPE (2013), em 2012, o Brasil gerou 592,8 TWh de eletricidade, sendo

constituída de: 455,6 TWh gerados por hidrelétricas, 46,8 TWh por gás natural, 40,3 TWh por

biomassa, 19,6 TWh por derivados de petróleo, 16,0 TWh por nuclear, 9,5 TWh por carvão e

derivados, e 5,5 TWh por eólica. Nesta composição obtêm-se 501,4 TWh (84,6%) gerados a

partir de fontes renováveis.

Estes dados foram menores do que os obtidos em 2011, que alcançou 88,9% da geração

de eletricidade a partir de fontes renováveis. Esta redução da participação de fontes renováveis

aconteceu, principalmente, devido às condições hidrológicas desfavoráveis e pelo aumento da

geração de energia elétrica por usinas térmicas que utilizam combustíveis fósseis (EPE, 2013).

Conforme o Plano Nacional de Energia para 2030, o aproveitamento do potencial de

biomassas no Brasil deve ser reforçado com a geração de alternativas de fontes renováveis e

geração distribuída de energia, que preservem a perenidade dos recursos naturais e humanos com

processos de produção permitindo a descentralização e a fixação das populações nas áreas rurais,

com geração de emprego, renda e qualidade de vida (EPE, 2013).

A distribuição da geração de energia elétrica a partir das biomassas é de 81,9% para o

bagaço da cana-de-açúcar seguida pelo licor negro, oriundo do processo de produção da indústria

de papel e celulose com 13,4%, 3,7% dos resíduos da madeira, 0,7% do biogás e 0,3% para a

casca de arroz.

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Segundo dados da ANEEL (2013), conforme dados apresentados na Tabela 2.2, a

capacidade instalada na matriz de energia elétrica no Brasil é de 134 GW, sendo que 8,5%

fornecida por biomassa.

Tabela 2.2: Produção de biomassa por capacidade instalada no Brasil

(Fonte: ANEEL, 2013)

BIOMASSA PRODUÇÃO NACIONAL (%)

Bagaço da cana-de-açúcar 81,9

Licor negro 13,4

Madeira 3,7

Biogás 0,7

Casca de arroz 0,3

Para aumentar a geração de energia com mais alternativas, Bazmi (2011), refere-se aos

sistemas de geração de energia descentralizados e de pequena escala emergentes beneficiando a

utilização de mais de uma fonte de energia. Os sistemas de geração de energia podem ser

comparados por indicadores de eficiência energética, como kWh de eletricidade excedente gerada

por tonelada de biomassa processada.

Na busca de fontes alternativas de biomassa para a geração de energia elétrica, os

principais fatores que devem ser considerados e avaliados estão relacionados com a condição da

redução dos custos de transporte e estocagem da matéria-prima.

Neste sentido, podem-se avaliar fontes de biomassas que já tenham os seus custos de

transporte absorvidos por outros produtos, como geralmente acontece no caso dos alimentos, por

exemplo, o bagaço da cana-de-açúcar, que já teve o seu custo de transporte da matéria-prima, no

caso a cana-de-açúcar, absorvido pelos outros produtos fabricados na usina: açúcar e etanol

(BON et al., 2010).

Outros exemplos destes custos que já foram considerados por outros produtos obtidos

pelo mesmo processo produtivo a ser mencionado é a casca de arroz, que já teve seu custo

absorvido pela produção de arroz, assim como a serragem, que já teve o seu custo de transporte

viabilizado pela madeira processada e vendida (MACEDO, 2001).

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2.4.1 Espécies de biomassa de resíduos florestais

Os resíduos florestais são aqueles materiais que permanecem no campo após as colheitas

(10 a 12% do total de biomassa produzida), resíduo proporcionado pelos processos de produção

da indústria moveleira, que utilizam madeira como matéria-prima; dos resíduos provenientes dos

cultivos destinados à produção de lenha ou carvão vegetal; e dos resíduos das florestas nativas

(ABRAF, 2013).

Somente na Amazônia Legal foram identificadas 2.226 empresas madeireiras em

funcionamento em 2009, as quais extraíram aproximadamente 14.200.000 m3 de madeira em tora

nativa, equivalente a 3.500.000 árvores, tendo o estado do Pará 47% desta extração. Deste

volume foi produzido 5.800.000 m3 de madeira processada e 8.300.000 m

3 de resíduos da

produção. Destes resíduos, somente 2.700.000 m3 foram aproveitados para a geração de energia.

A quantidade restante, 1.600.000 m3

foram aproveitados na produção de carvão vegetal,

2.000.000 m3

tiveram aproveitamentos diversos e 2.100.000 m

3 foram considerados resíduos sem

nenhum aproveitamento, sendo abandonados ou queimados como entulho (SFB, 2010a).

Um exemplo de como os resíduos de biomassa podem gerar energia elétrica de forma

independente e autônoma em relação ao uso de combustíveis fósseis, pode ser visto no projeto

implantado na Vila Porto Alegre do Curumu/Ilha de Marajó município de Breves, contendo 80

casas e, aproximadamente, 400 habitantes demandando 200 kW por mês.

Este município tinha como principal atividade econômica, o uso de madeira com

procedência certificada pelo IBAMA, para fabricação de cabos e bases para vassouras, gerando

um resíduo (serragem) de 2 toneladas por hora, desperdiçadas a cada dia. Com a implantação do

projeto de uso deste resíduo para a geração de energia, estes 200 kW foram obtidos por geradores

que consumiam 22.000 litros de óleo diesel por mês, suprindo a necessidade de energia da

população do município (COELHO, 2006).

2.4.2 Espécies de biomassa de resíduos agroindustriais

Com relação a principal fonte de biomassa proporcionada por resíduo agroindustrial, a

cana-de-açúcar está concentrada no Brasil, nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, onde também

existe a maior concentração de usinas produtoras de açúcar, etanol e eletricidade, além do maior

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consumo interno destes itens produzidos (UNICA, 2009). A produção total de cana-de-açúcar na

safra 2009/2010 teve o total de 603.056.367 toneladas no Brasil, sendo que 542.824.960

toneladas (90,01%) estão concentradas na região Centro-Oeste, Sul e Sudeste (MAPA, 2013).

Com a estimativa de que dois terços da cana-de-açúcar são transformados em resíduos, ou seja,

palha e bagaço têm-se 402.037.578 toneladas destes resíduos gerados no Brasil e de 361.883.667

toneladas na região Centro-Oeste, Sul e Sudeste.

No caso da casca de arroz, outro resíduo agroindustrial, tem-se a produção total no Brasil

de 9.447.257 toneladas de arroz em casca em uma área plantada de 2.409.589 hectares, com um

rendimento médio de 6.525 kg por hectare, referentes ao ano de 2006. Com a estimativa de que a

casca de arroz representa 22% deste total, portanto 503.109,58 toneladas deste resíduo são

geradas no Brasil (IBGE, 2013).

2.4.3 Espécies de biomassa de resíduos urbanos

Um tipo de resíduo urbano que pode ser aproveitado como fonte de biomassa alternativa é

a poda de árvores urbanas. Em levantamento realizado pelo CENBIO em 2007, 70 % dos

municípios descartavam os seus resíduos de poda de árvores em lixões ou aterros sanitários.

Segundo Cortez (2011), o resíduo proveniente das podas de árvores é composto, essencialmente

de materiais lignocelulósicos, por casca, galhos, ponteiros e folhas.

Cortez (2011) estudou a aplicação de podas de árvores para obtenção de energia elétrica.

O autor usou da tecnologia de combustão via ciclo Rankine, em uma caldeira com capacidade de

produzir 20 t/h de vapor, com pressão de 42 kgf/cm2, temperatura de 420

oC, turbina com pressão

de 45 bar, temperatura de 450oC, com potência máxima de 1700 kW e fator de capacidade de 0,9

(7884 horas/ano), obtendo 12.063 MWh/ano de energia elétrica excedente a partir de 40 kt/ano de

resíduo de poda de árvores (equivalente a 0,30 kWh/kg de poda de árvores).

O aproveitamento deste tipo de resíduo urbano tem como objetivo, além da possível

geração de energia, retirar as partes das árvores que podem colocar em risco os habitantes do

município, em relação à eliminação de partes danificadas ou mortas ou que interfiram nas

edificações ou equipamentos urbanos, além da poda de formação, importante para o

desenvolvimento da árvore (CORTEZ, 2011).

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Como exemplo do potencial energético deste tipo de resíduo urbano pode-se citar o caso

no município de Pato Branco, no estado do Paraná, que, com uma área de 71,23 km2 e possuindo

10.000 árvores no município, gerava 6.000 toneladas de resíduo de poda de árvores por ano. Esta

quantidade de biomassa é suficiente para abastecer uma caldeira de leito fluidizado e suprir uma

fábrica com produção de 60.000 toneladas de ração por ano (MACCARINI, 2007).

Outro tipo de resíduo urbano é o coco-da-baía (verde), provocado pelo consumo da água

contida neste fruto e o seu descarte inteiro (epicarpo, mesocarpo e endocarpo), nos centros

urbanos, que teve sua produção total do Brasil na safra de 2010 de 1.891.687 t, com uma área

plantada de 276. 616 hectares (IBGE, 2010).

Segundo levantamento realizado pelo CENBIO (2012) a partir de dados fornecidos pelo

IBGE (2009), a região nordeste gerou a energia de 318.877,31 MWh/ano, representando 67,8%

do potencial energético a partir a partir da biomassa casca de coco.

2.4.4 Espécies de biomassa de plantios e florestas energéticas

As culturas agrícolas destinadas especificamente para geração de energia são divididas em

florestas e plantios energéticos. Florestas energéticas são usadas para culturas lenhosas, produção

de madeira (silvicultura). Ex.: eucalipto e pinus, enquanto o plantio é usado para culturas perenes

destinadas a produção de madeira, sendo culturas não-lenhosas (ex. gramíneas: capim-elefante,

cana-de-açúcar).

Embora as biomassas a partir de resíduos apresentem atrativos em função dos custos, a

alternativa de plantações específicas de florestas para uso energético tem sido bem avaliada,

principalmente no Brasil, pelo baixo custo das plantações de madeira e elevado aumento da

produção da indústria de celulose. A cada momento torna-se mais necessário o aumento das

florestas energéticas, que são cultivadas com o destino específico para a geração de energia. O

setor de maior produção e consumo destas florestas é o de papel e celulose.

A produção nacional de papel, em 2010, foi de 9.800.000 de toneladas, sendo 4.800.000

destinadas às embalagens e 4.000.000 toneladas destinadas à impressão. Já a produção nacional

de celulose foi de 14.100.000 toneladas em 2010, colocando o Brasil no quarto lugar no ranking

mundial de produtores de celulose. Desta quantidade produzida, 8.800.000 toneladas foram

destinadas às exportações, atingindo o valor de US$ 4.800 milhões (ABRAF, 2013).

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Estas florestas energéticas, principalmente com o cultivo de Eucaliptus e pinus, têm a

finalidade de substituir tanto o carvão mineral e carvão vegetal proveniente de florestas nativas,

quanto na geração direta de energia térmica e elétrica por meio de processos de conversão

disponíveis. Em 2010, as florestas energéticas cultivadas no Brasil totalizaram 6.510.693

hectares, sendo 73% correspondente ao plantio de Eucalyptus (ABRAF, 2013). Dos 4.754.334

hectares de Eucalyptus cultivados no Brasil, 1.400.000 hectares foram cultivados no Estado de

Minas Gerais (ABRAF, 2013).

Outra fonte alternativa de matéria-prima, segundo SILVA (2012), é o plantio específico

para fins energéticos de espécies como a gramínea capim-elefante, que apresenta um grande

potencial para geração de energia, pois além de poder ser cultivado em diferentes regiões e

pequenas propriedades rurais, possui perenidade e permite a colheita em até noventa dias após a

semeadura. Além disso, a sua produtividade chega a quarenta toneladas por hectare de área de

terra cultivada. Esta capacidade de produção em ciclos de curta duração e com a produtividade de

aproximadamente o dobro da biomassa produzida pela madeira de Eucaliptus, torna o capim-

elefante uma próspera opção de plantio energético (ZANETTI et al., 2010).

2.5. Fluxo Energético Renovável dos Processos de Produção de Biocombustíveis

A geração de energia elétrica usando como matéria-prima biomassa tem como

características principais, a baixa densidade e a diversidade de sua localização, demandando

investimentos para a sua coleta e transporte para a sua estocagem, além do fato das tecnologias de

conversões convencionais apresentarem necessidade de economia de escala. Quanto maior a

capacidade da tecnologia aplicada, maior a eficiência de conversão e menor o investimento por

unidade de insumo (MACEDO, 2001).

Tendo como ponto central o aspecto do desenvolvimento econômico e social,

considerando que este esteja em equilíbrio com a questão ambiental, é essencial que os

investimentos e as rotas tecnológicas levem em consideração a escassez e preservação de

recursos naturais, assim como o desenvolvimento de processos que usem materiais e energia de

fontes renováveis.

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Neste sentido, inovações tecnológicas que procuram reduzir o consumo de energia e água

são exemplos para esta nova tendência para o desenvolvimento de produtos, como no caso da

produção de etanol de cana-de-açúcar, que disponibiliza atualmente, tecnologias com estes

propósitos em todas as etapas do processo produtivo, desde o preparo e recepção da cana-de-

açúcar na usina, até na geração de vapor e energia elétrica como excedente para ser vendida a

rede.

Para as alternativas de matérias-primas para produção de etanol, a cana-de-açúcar tem o

melhor índice de renovabilidade no processo de produção. Observa-se na Tabela 2.3, que é

favorável a produção de etanol produzido a partir da cana-de-açúcar em comparação a produção

do mesmo a partir do milho (EUA) e beterraba (União Européia), enquanto que os resíduos ligno-

celulósicos apresentam grande potencial em termos da energia renovável que é gerada em relação

à energia fóssil que é consumida para a sua produção (MACEDO et al., 2008).

Tabela 2.3: Energia renovável x energia fóssil de matérias-primas para a produção de etanol

(*Estimativa teórica, processo em desenvolvimento)

MATÉRIA-PRIMA

DE FONTE RENOVÁVEL

RAZÃO ENTRE ENERGIA

RENOVÁVEL E ENERGIA FÓSSIL

Cana-de-açúcar 9,3

Milho 0,6 – 2,0

Trigo 0,97 – 1,11

Beterraba 1,2 – 1,8

Mandioca 1,6 – 1,7

Resíduos lignocelulósicos 8,3 – 8,4*

Fontes: BNDES (2008) e GOLDEMBERG et al. (2008b)

Os fluxos energéticos dos processos de produção de biocombustíveis são considerados em

três níveis:

energia gasta com combustíveis e energia elétrica consumida na produção agrícola,

produção industrial e transportes;

energia gasta para a produção de outros insumos para a etapa agrícola e industrial, e

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energia gasta para a produção e manutenção de equipamentos, instalações e edificações.

Estes fluxos energéticos de consumo de energia são relacionados com a energia renovável

produzida através do balanço energético e da relação energia renovável dos produtos e energia

fóssil consumida com os insumos (MACEDO et al., 2008).

A estimativa teórica citadas nas referências BNDES (2008) e GOLDEMBERG et al.

(2008a) não contempla o tipo de processo que supostamente estaria em desenvolvimento.

Para que o Brasil aproveite as vantagens comparativas, é necessário que existam

competências tecnológicas e de gestão para o desenvolvimento de novos processos e produtos. É

com este propósito que a análise da eficiência energética renovável de outras fontes alternativas

de biomassa, possibilita subsídios para a escolha mais adequada como alternativa para

substituição de fontes fósseis ou com maior custo energético.

Os conteúdos energéticos de consumo de energia são baseados na relação da energia

renovável gerada pelos produtos e energia fóssil consumida com os insumos para a sua produção.

De acordo com Prakash (1998), esta relação também pode ser descrita pela energia líquida (N),

como sendo a energia total produzida (G) pelo combustível durante a combustão menos o total de

energia gasta nos processos para a sua produção (F), ou seja, N = G – F.

Conforme Malça (2003), na perspectiva agrícola, o indicador de eficiência é mostrado

através da utilização de energia fóssil, podendo esta ser medida pela relação da energia total

disponibilizada pelo biocombustível produzido (MJ) por unidade de superfície cultivada

(hectare).

Esta análise energética é mostrada juntamente com a análise emergética, na forma de Joules

por hectare.ano, permitindo avaliar o conteúdo energético de cada biomassa em uma mesma base

de comparação.

2.6. Análise Emergética em Sistema Produtivos

A análise emergética é um método que pode ser usado para a avaliação energética de

diferentes processos ou sistemas, permitindo incluir aspectos relativos às mudanças ambientais e

utilização de recursos naturais do seu ciclo de vida. Como ciclo de vida de um produto considera-

se a soma da energia total, direta ou indiretamente incorporada nas formas de energia renovável e

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não renovável dos materiais (equipamentos, instalações, insumos), trabalho humano e da natureza

(sol, chuva, vento) necessários para produzir um dado bem ou serviço, sendo expressa em

equivalente de Joules de energia solar (seJ/J) (ODUM, 1996; BASTIANONI, 2005; ZHANG,

2010).

Segundo Odum (1996), a análise emergética interpreta o grau de dependência ou não de

um sistema quanto à necessidade dos recursos da economia e da natureza, realizando um

diagnóstico dos sistemas ou processos que são mais sustentáveis. Os recursos naturais (I) são

classificados em renováveis (R) e não renováveis (N), e os recursos da economia (F), são

classificados em materiais (M) e serviços (S), conforme mostrado na Figura 2.9.

Os recursos renováveis (R) são provenientes do fluxo de energia que conduz os processos

químicos e biológicos da natureza (sol, chuva, vento).

Os recursos não-renováveis (N) são o estoque de energia e matéria-prima como os

minerais, solo e combustíveis fósseis, consumidos nos processos de formação geológica.

Os recursos da economia (F) são formados pela energia dos combustíveis, bens e serviços

oriundos das atividades humanas e a somatória das emergia dos recursos utilizados é a emergia

total (Y).

A energia produzida pelo sistema produtivo, na forma de produtos é denominada (E).

Após a construção do diagrama sistêmico (Figura 2.9) que represente o processo ou

sistema escolhido, é elaborada uma tabela para organização dos dados de cada linha dos fluxos de

entrada do diagrama para avaliação dos fluxos de energia em unidades por ano e, com as

transformidades de cada item, convertidas em uma unidade padrão (seJ/ano).

A somatória das emergias provenientes dos recursos naturais e da economia (Y) pode ser

analisada pelos indicadores de processos emergéticos. Os indicadores emergéticos utilizados por

Odum (1996) são:

Transformidade (Tr): emergia total / energia do produto;

Razão de Rendimento Emergético (EYR): emergia total/emergia da economia;

Razão de Investimento Emergético (EIR): emergia da economia/emergia da natureza);

Razão da Carga Ambiental (ELR): emergia recursos não-renováveis/emergia recursos

renováveis;

Porcentagem de Renovabilidade (%R): emergia dos recursos renováveis/emergia total), e

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Razão de Intercâmbio Emergético (EER): emergia cedida/emergia recebida.

A transformidade (Tr), como principal indicador emergético, é descrito como a razão

entre a emergia acumulada ou incorporada necessária para fabricação de um produto e a energia

contida no produto gerado. Sua unidade de medida é em sej/J (emergia por unidade de energia).

Este parâmetro representa o esforço da natureza e ambiente em termos emergéticos para a

produção de um produto ou processo. A transformidade depende dos processos envolvidos na

execução do sistema produtivo, podendo variar de acordo com as energias incorporadas na

produção. Quanto menor o valor, menos esforço da natureza, que varia de 1,0 sej/J para o Sol até

1,0E+15 sej/J para formação de espécies biológicas (ODUM, 1996; ALBUQUERQUE, 2012).

Figura 2.9: Diagrama genérico de um processo emergético

(fonte: ODUM, 1996)

Na Tabela 2.4 estão mostrados exemplos de valores de Tr para alguns sistemas de geração

de eletricidade usando matérias-primas fósseis e renováveis, que são capazes de gerarem energia:

sólido (carvão), gás (gás natural) e líquidos (etanol, petróleo, diesel e água).

De acordo com Zhang (2010) os valores das transformidades dependem das fontes e dos

processos de produção envolvidos e esta afirmação é também demonstrada pelos valores obtidos

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por Bastianoni e Marchettini (1996) ao obterem valores distintos de transformidades para o etanol

produzido a partir da cana-de-açúcar: 1,03x105 sej/J no Brasil; 1,40x10

5 sej/J na florida (EUA) e

9,30x104 sej/J na Louisiana (EUA), assim como por diferente fonte de biomassa como no caso da

Itália, a partir de uva (7,62x105 sej/J).

Tabela 2.4: Transformidade de matérias primas e energia de diferentes processos

Matéria-Prima Transformidade (sej/J) Referência

Carvão 6,72 x 104

Zhang (2010)

Gás Natural 4,84 x 104

Diesel 6,6 x 104

Cana-de-açúcar 2,4 x 104

Etanol de cana-de-açúcar – Brasil 1,03 x 105

Bastianoni e

Marchettini

(1996)

Etanol de cana-de-açúcar – Luisiana 9,30 x 104

Etanol de cana-de-açúcar – Florida 1,40 x 105

Hidroelétrica de Belo Monte 1,35 x 104 Morelli (2010)

Hidroelétrica de Tucuruí 6,49 x 104

Wittmann e

Bonilla (2009),

Os valores de Tr obtidos pela energia renovável gerada pelas hidrelétricas são menores do

que os obtidos pelos combustíveis fósseis. Isto pode ser visto pelos resultados da transformidade

obtidos por Morelli (2010) e Wittmann e Bonilla (2009), calculado para as usinas de Belo Monte,

localizada no Município de Altamira, no Estado do Pará, Brasil, e da usina de Tucuruí, no

Município de Tucuruí, Estado do Pará, Brasil, de 1,35x104 sej/J e 6,49x10

4 sej/J,

respectivamente.

Corsini et al. (2011) utilizou indicadores de emergia para medir o uso de recursos naturais

oriundos de fontes renováveis (N), não-renováveis (N) e da economia (F) na geração de energia

elétrica a partir de resíduos agrícolas (Usina autônoma de produção de etanol) e resíduos urbanos

(Estação de Tratamento de Esgoto – ETE) e obtendo resultados que demonstraram a vantagem da

usina autônoma em relação à ETE no que tange ao melhor aproveitamento dos recursos naturais

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(R e N), com a menor transformidade (usina autônoma = 2,12 x 105 sej/J e ETE = 3,05 x 10

5

sej/J) e maior rendimento emergético (EYR da usina autônoma = 1,67; EYR da ETE = 1,39).

Outro indicador importante é o Razão de Rendimento Emergético (EYR), que indica a

contribuição da emergia proveniente do sistema de produção para a economia, que consome o

produto ou serviço. Quanto maior o valor do índice, melhor é o sistema de produção (ORTEGA,

2013).

Brown e Ulgiati (2004) descreveram o EYR como sinalizador da capacidade do sistema

produtivo na exploração dos recursos naturais e da economia local, transformando-os em

produtos. Se o valor de EYR for próximo a um, o sistema consome tanta emergia quanto a que

disponibiliza à economia. Valores de EYR menores de 2 são indicativos de baixo impacto

ambiental. Pela experiência dos autores acreditam que valores de EYR menores que 5 são

indicativos de fontes secundárias de energia e materiais primários como aço e cimento. Fontes

primárias de energia possuem geralmente EYR maior que 5. Além disso, processos que tem

produtos com EYR com valores menores do que 2, provavelmente não contribuem o suficiente

para ser considerada uma fonte de energia e agem mais como produtos de consumo ou etapas de

transformações.

Odum (1996) obteve EYR na ordem de 6 para o petróleo dos EUA (1991), enquanto que o

petróleo do Alaska foi de 11 e do Oriente Médio teve valor de 13,1. No caso do etanol de cana-

de-açúcar, Bastiononi e Marchettini (1996), apresentaram o valor de 1,62.

Segundo Yang et al. (2011), o EYR é usado para estimar a dependência do processo em

relação a insumos adquiridos e para mostrar a contribuição ambiental na economia da região,

observou que quanto maior o valor desse índice, maior o retorno obtido por unidade de emergia

investido. Isto mostra a habilidade do sistema em explorar e tornar disponíveis (na forma de

produtos) recursos locais através do investimento em recursos externos da economia. Esse índice

é muito importante, pois na atual conjuntura econômica mundial de energia fóssil e minerais,

indica que o uso de menos energia provinda dessas fontes será mais vantajoso no futuro devido à

sua escassez.

Conforme Brown e Ulgiati (2004), a porcentagem de Renovabilidade (%R) expressa o

valor porcentual de recursos renováveis utilizados para a produção de um produto ou processo.

Quanto maior o valor, maior a renovabilidade do processo ou sistema avaliado e preservação dos

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recursos naturais em longo prazo. Somente sistemas ou processos de produção com uma alta

porcentagem de emergia renovável prevalecerão ao estresse do mercado atual, enquanto aqueles

que utilizam alta porcentagem de recursos não-renováveis (fósseis), certamente entrarão em

declínio.

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Capítulo 3 - MATERIAIS E MÉTODOS

Neste capítulo são descritos os materiais, planta industrial de referência, cálculos e

métodos realizados para obtenção dos dados e metodologia utilizada para avaliação da eficiência

energética renovável relativa de diversas biomassas sendo estas em grande parte estudadas no

Laboratório de tecnologia de partículas e processos multifásicos/FEQ/UNICAMP.

3.1. Materiais usados

As matérias-primas escolhidas para o desenvolvimento deste trabalho foram escolhidas

levando-se em consideração a capacidade instalada de geração de energia elétrica no Brasil

conforme Tabela 2.2 (ANEEL, 2013).

Os dados experimentais foram obtidos a partir de Farias (2012) e Lourenço (2012), com

as seguintes biomassas: bagaço da cana-de-açúcar (Saccharum officinarum Linnaeus), casca de

arroz (Oryza sativa Linnaeus), resíduos agroindustriais da madeira caixeta (Tabebuia cassiniodes

Lam.) e da madeira jequitibá rosa (Cariniana legalis (Mart.) Kuntze); dos resíduos urbanos: poda

de árvores, fibra de coco (Cocos nucifera); e floresta energética – cultura agrícola de produtos

lenhosos ou silvicultura: eucalipto.

No caso do plantio energético, que são provenientes de culturas não-lenhosas, foi

utilizado o capim-elefante, com dados obtidos por Silva (2012).

O bagaço da cana-de-açúcar foi proveniente da usina São José S/A Açúcar e Álcool, do

município de Rio das Pedras, São Paulo (FARIAS, 2012).

O resíduo urbano da fibra de coco foi coletado em áreas de lazer de Campinas/SP e sua

fibra foi fornecida gentilmente pelo Laboratório de Embalagens de Alimentos da Faculdade de

Engenharia de Alimentos FEA/UNICAMP (FARIAS, 2012).

Os resíduos das madeiras caixeta e jequitibá rosa foram fornecidos pela indústria

moveleira Dalben, sediada no município de Campinas, São Paulo (FARIAS, 2000).

Os dados referentes ao resíduo urbano da poda de árvores foram obtidos a partir de Cortez

(2011).

O detalhamento destas biomassas pode ser encontrado nas referências acima citadas.

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Os dados experimentais de propriedade térmica e poder calorífico superior (PCS) usados

neste trabalho (Tabela 3.1) foram obtidos por Cortez (2011), Silva (2012), Farias (2012) e

Lourenço (2012) e o poder calorífico inferior (PCI) foram calculados a partir da Equação 1 (LA

SCALLA et al., 20102):

PCI(kcal/kg) = poder calorífico superior − (calor latente da água x molécula de água x %H)

portanto PCI = PCS – [600 x (9 x H/100) ] (1)

onde o calor latente da água é a energia absorvida/kg de água para atingir a temperatura de

evaporação (hlv = 600 kcal/kg ) e o H é o teor de Hidrogênio (%) contido na biomassa.

Os teores de Hidrogênio considerados foram: bagaço de cana-de-açúcar: 5,9% (SEYE et

al., 2003); casca de arroz: 5,8% (PAULA, 2001); Fibra de coco: 6,74% (FIGUEIREDO, 2011);

resíduo das madeiras Jequitibá-rosa e Caixeta: 6% (KLOCK, 2005).

Tabela 3.1: Poder calorífico superior (PCS) e poder calorífico inferior (PCI) das biomassas

Biomassas PCS (MJ/kg)

Base seca

PCI (MJ/kg)

Base seca

PCI (kcal/kg)

Base seca Referência

Poda de árvores - 9,00 2150 CORTEZ (2011)

Capim-elefante 18,44 17,14 4094 SILVA (2012)

Bagaço de cana-de-açúcar 18,07 16,73* 3995

FARIAS (2012)

Casca de arroz 15,56 14,25* 3403

Resíduo de caixeta moída 18,84 17,45* 4168

Resíduo de jequitibá-rosa 18,88 17,50* 4180

Casca de coco 17,91 16,39* 3914

Eucalipto 19,76 18,11 4326 LOURENÇO (2012)

* Calculados a partir da Equação (1) e dados dos autores das referências indicadas

3.2. Estudos de Caso

Dois estudos de casos foram realizados os quais se basearam na produção integrada de

etanol e bioenergia (caso 1) e a produção independente de bioenergia (caso 2).

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A rota tecnológica escolhida para a avaliação dos casos foi a combustão (termoquímica),

usando vapor para suprir caldeiras e turbo-geradores para a geração de eletricidade. Esta

tecnologia evita a necessidade de novos investimentos em equipamentos, pois já são utilizadas

nas usinas existentes no Brasil.

3.2.1. Caso 1: Usina de produção integrada de etanol e bioenergia

Na Tabela 3.1 é apresentado um esquema de uma usina industrial de geração de energia

elétrica integrada à produção de etanol e açúcar que foi utilizada como referência.

Figura 3.1: Usina de produção de etanol e bioenergia de referência

(fonte: OLIVERIO et al., 2010b)

Esta usina utiliza como fonte de biomassa o próprio resíduo do processo de obtenção do

etanol e açúcar, o bagaço da cana-de-açúcar. Portanto, esta matéria-prima somente está

disponível no período da safra da cana-de-açúcar.

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Nesta usina a potência gerada com o aproveitamento do bagaço de cana-de-açúcar é capaz

de suprir as necessidades de energia do processo de produção de etanol e gerar excedente, ou

seja, a partir de 500 t/h de processamento de moagem da cana-de-açúcar, são gerados 136,8 t/h de

bagaço de cana-de-açúcar que alimentam uma caldeira e produz 170 t/h de vapor.

O vapor superaquecido é conduzido para um turbo-gerador e gera a potência de 69,9 MW,

sendo 19,2 MW são destinados aos processos de produção de etanol e 50,7 MW são excedentes

para fornecimento à rede de distribuição de energia elétrica.

A proposta apresentada é a utilização de outra fonte de biomassa para o período de

entressafra da cana-de-açúcar como alternativa para a geração adicional de energia elétrica

excedente, podendo ser disponibilizada à rede de distribuição e como fonte de geração de receita

para a usina, aproveitando o período que usualmente somente é gerado despesas com manutenção

e reformas dos equipamentos e instalações.

3.2.2 Caso 2: Usina autônoma de geração de bioenergia

O segundo estudo de caso (Figura 3.2) é referente a uma planta geradora de eletricidade

independente.

Para tal foi utilizado uma planta em operação pelo CEASA (CEASA, 2012), unidade de

Campinas/SP/Brasil, em substituição ao combustível fóssil (óleo diesel). As condições

operacionais desta usina são descritas a seguir.

A usina apresenta uma potência de 1800 kW para operação de 60 horas mensais ou 720

horas anuais, com geração diária de 1.200 kWh ou 432000 kWh/ano. Para esta geração há um

consumo de 20.000 litros de diesel/mês. É composta por um tanque de armazenamento de óleo

diesel com capacidade de 15000 L. Possui 6 alternadores de 300 kW de potência, sendo que

opera com 4 e 2 ficam de back-up. Esta usina funciona de segunda e sexta-feira, no horário das

18:00h. as 21:00h., tendo um consumo anual de 240000 L de óleo diesel.

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Figura 3.2: Usina geradora de energia elétrica movida a diesel

(fonte: CEASA, 2012)

3.3. Metodologia

3.3.1 Determinação da massa das biomassas avaliadas para geração de eletricidade

Para a determinação da conversão energética das biomassas foi considerada a tecnologia

de combustão em caldeiras e geração de eletricidade por meio de turbo gerador e turbinas, via

ciclo de Rankine, considerando-se os respectivos poder calorífico inferior (Tabela 2) das

biomassas pesquisadas, com a eficiência de conversão (ŋ) de 30%. Para a determinação da massa

de biomassa necessária para a geração de 1 MW foi utilizada a Equação 2 (CENBIO, 2012 e La

SCALIA et al,2012), considerando a operação de uma planta térmica, trabalhando 24 horas por

dia e 360 dias por ano, com um fator de capacidade operacional de 0,90, totalizando 7776 horas,

ou seja, a operação nos 360 dias do ano é da planta térmica proposta, em um caso 180 dias no

período de safra da cana em uma usina integrada de produção de etanol e energia mais 180 dias

com a utilização de um biomassa alternativa, justamente no período da entressafra. E a outra

proposta, 360 dias de operação em uma usina térmica autônoma com biomassa alternativa.

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As condições de operação pressupostas para a potência de 1000 kW, operada 7776 h/ano

(360 dias x 24 h. x 0,90), sendo 5 dias de paradas, operando 24 horas por dia e 90% de

capacidade operacional, com rendimento da tecnologia de conversão de 30%, haverá a geração de

7.776.000 kWh de energia elétrica.

E = P x H = m x PCI x C x (2)

onde: E = Energia elétrica gerada (kWh)

P = Potência elétrica gerada (kW)

m = massa de biomassa requerida (kg/ano)

PCI (biomassa) = Poder calorífico da biomassa (kcal/kg)

C = conversão de kcal para kWh = 860

= Rendimento da tecnologia de conversão

H = quantidade de horas de operação anual (h)

A memória de cálculo está apresentada no Apêndice 1.

3.3.2 Determinação da produtividade das biomassas avaliadas para geração de eletricidade

Para o cálculo da produtividade das biomassas avaliadas foi adaptada a metodologia

adotada pelo CENBIO (2012), na qual são usados, para o cálculo de resíduos agrícolas, índices

de resíduos específicos para cada tipo de biomassa, considerando-se a produção média anual (kg)

e a área colhida de cada cultura anual (ha) nas cinco regiões do Brasil (Tabela 3.2).

A seguir são descritas as memórias de cálculos para as produtividades calculadas

considerando-se os seguintes índices:

1) Casca de arroz

a. Índice do resíduo 30% do peso total do arroz com casca

2) Fibra de coco

a. Índice do resíduo 60% do total do coco

3) Resíduos de madeira

a. Índice do resíduo 50% do total da madeira

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No caso do plantio energético (capim-elefante) e floresta energética (eucalipto), foram

utilizados dados da literatura conforme mostrados na Tabela 3.2. Nesta tabela são apresentadas,

para cada biomassa, o valor da produtividade, o cálculo usado para a sua obtenção e as

referências usadas.

Tabela 3.2: Produtividade das biomassas avaliadas

UTD Biomassa Produtividade

(kg/ha.ano) Cálculo Referências

1 casca de arroz 1238 4127 kg/ha x 0,30 IBGE (2010)

2 fibra de coco 4131 6885 kg/ha x 0,60 IBGE (2010)

3 poda de árvore 258 (7000000 kg/ano)/27100 ha CORTEZ (2011)

4 resíduo jequitibá

rosa

5425 [(21,70 m3/ha.ano) x (0,50 g/cm3)] x 0,50 CARVALHO (2005)

5 resíduo caixeta 4604 [(23,61 m3/ha.ano) x (0,39 g/cm3)] x 0,50 NOLASCO e VIANA (2004)

6 eucalipto 25420 (41 m3/ha.ano) x (0,62 g/cm3) CENBIO (2012)

7 capim-elefante 40000 Produtividade da cultura ZANETTI et al.(2010)

8 bagaço de cana 11700 (0,134 t de bagaço) x 87,1 tc/ha MACEDO et al.( 2008)

3.3.3 Determinação de Indicadores Emergéticos

A avaliação emergética foi desenvolvida em diferentes etapas.

Em primeiro lugar, foi elaborado, conforme Odum (1996), um diagrama detalhado do

sistema produtivo (Figura 3.3), com o objetivo de identificar as principais contribuições para os

fluxos de entrada e saída de energia e materiais.

Estas contribuições foram representadas por símbolos a fim de identificar os processos e

fluxos de energia e materiais, permitindo a compreensão do sistema avaliado.

Os primeiros dados implementados são relativos à contribuição da Natureza (I), onde

inclui os recursos naturais renováveis (R) e os não-renováveis (N). Depois são listados os

recursos da economia (F), divididos em materiais (M) e serviços (S). No final tem-se o total de

emergia (Y) utilizado pelo sistema adotado, que é a soma de I com F.

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Listados estes recursos foram feitas as conversões respectivas de cada fluxo de entrada

para fluxos de emergia solar equivalente através da multiplicação com o fator de conversão em

unidade padrão consultadas em tabelas de transformidade (ZHANG, 2010).

Figura 3.3: Diagrama da emergia para a geração de eletricidade a partir de biomassas

Com isso foi possível calcular os fluxos emergéticos escolhidos para este estudo sendo

estes: Renovabilidade (%R), Transformidade inversa (Tri), e Razão do Rendimento Emergético

(EYR), conforme as Equações 3 a 5.

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Transformidade reversa (Trr) = E/Y (3)

onde: Tr = Transformidade (sej/J)

f = fluxo de entrada (kg, L, kWh/m2, h, USD, R$, J)

E = Energia produzida (J)

Y = ∑ f.Tr = Emergia total (sej/J)

Renovabilidade (%R) = 100 R / Y (4)

onde: R = Recursos renováveis usados no ciclo de produção (%)

Y = Emergia total (sej/J)

Razão do Rendimento Emergético (EYR) = Y / F (5)

onde: Y = Emergia total (sej/J)

F = Recursos econômicos utilizados no ciclo de produção

Importante destacar que todos os valores levantados para os fluxos de entradas de

materiais e energia foram quantificados em termos anuais por hectare, considerando-se a

produção da cultura agrícola.

Os dados de consumo de energia (fluxo de entrada) foram obtidos de Pereira (2008), os

referentes aos Recursos Renováveis e Serviços, de Agostinho (2009) e os dados referentes aos

Materiais, de Moreira et al. (2005).

As fontes de biomassa que são geradas a partir de resíduos (agroindustriais e urbanos)

apresentam a mesma sequência de processos que são similares nos diagramas emergéticos, assim

como para os processos de geração a partir de florestas (eucalipto) e plantios (capim-elefante)

energéticos.

Todavia, estão demonstrados no Apêndice 2 o detalhamento da elaboração de cada etapa

dos fluxos emergéticos das biomassas avaliadas.

Também é ressaltado que, conforme Van den Bergh e Verbruggen (1999), os aspectos que

envolvem a sustentabilidade diferem entre regiões e países, pois são dependentes da tecnologia

disponível aplicada e das características geográficas, incluindo o clima e tipo de solo, além da

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disponibilidade e custo da terra e a produtividade no caso de plantios e florestas dedicadas à

geração de energia.

Para a realização dos cálculos deste trabalho, que envolve as características geográficas e

climáticas, foram consideradas as latitudes e longitudes referentes à região de Campinas,

Latitude: 22.88; Longitude: 47.08, pois tanto os resíduos agroindustriais (bagaço de cana-de-

açúcar) e resíduos das indústrias moveleiras (caixeta e jequitibá-rosa) utilizados, assim como as

florestas energéticas de eucalipto e os resíduos urbanos (fibra de coco e poda de árvores), estão

localizadas na região de Campinas. No caso do bagaço de cana-de-açúcar, foi proveniente de

Piracicaba e o eucalipto (grande concentração em Mogi Mirim), ambas as cidades pertencentes à

região de Campinas.

3.3.4 Eficiência relativa através da Análise Envoltória de Dados - AED

Com os fluxos e indicadores emergéticos conhecidos, utilizou-se a análise envoltória de

dados para cálculo da eficiência energética renovável relativa.

A Análise Envoltória de Dados (AED) – Data Envelopment Analysis(DEA) é um método

não paramétrico de análise de eficiência de uma unidade ou processo, alternativa aos métodos

estatísticos tradicionais, que permite a estimativa da eficiência relativa mediante comparação

entre as unidades operacionais ou processos produtivos (CHARNES et al., 1978; BANKER et

al., 1984; GOMES e MANGABEIRA, 2001; ZHANG et al., 2008).

O modelo AED escolhido para este trabalho foi o de Retorno Constante de Escala

(Constant Returns to Scale – CCR), desenvolvido por Charnes, Coopers e Rhodes (1978), pois o

objetivo foi minimizar as quantidades de massa de biomassa por hectare e transformidade,

maximizando os dados de saída referente à renovabilidade e rendimento emergético, compondo-

se assim, a eficiência energética renovável da unidade tomadora de decisão.

Cada fonte alternativa de biomassa foi tomada como uma Unidade Tomadora de Decisão

(UTD). Isto significa que para cada biomassa avaliada, foram comparados os resultados da

relação entre os seus dados de saída e entrada em relação aos dados de saída e entrada das outras

unidades (UTD), formando-se a eficiência relativa. Neste modelo a eficiência de uma UTD é a

maior relação da produtividade entre as saídas e entradas no conjunto de UTDs avaliadas, sendo

considerada eficiente a que apresentar a melhor relação (saída j)/(entrada i).

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As variáveis selecionadas para o modelo (Figura 3.4), são compostas de entradas (x1 e x2)

e saídas (y1 e y2), sendo estas representativas no processo de geração de energia renovável e

sustentável. A variáveis escolhidas para este estudo foram: massa de biomassa requerida,

transformidade, renovabilidade e razão do rendimento emergético.

Figura 3.4: Variáveis para determinação da Eficiência Energética Renovável Relativa

entradas saídas

x1: Massa (ton./ ano)

x2: Transformidade - Tr (sej/J)

y1: Renovabilidade - %R (%)

y2: Rendimento Emergético - EYR

processamento

EERRResultados

(valores de 0 – 1)

As definições das variáveis estão apresentadas a seguir.

x1 – Massa (M): quantidade de biomassa requerida para a geração. Esta quantidade demonstra

o quanto o local ou região deverá fornecer a matéria-prima para a geração da energia desejada;

x2 – Transformidade (Tr): A transformidade (Tr) é um índice que permite avaliar a emergia de

um processo produtivo em uma base comum (Equação 3), a energia solar, considerando todos os

insumos do processo, incluindo a energia de diferentes tipos (ex.: recursos naturais, materiais e

serviços);

y1 – Porcentagem de Renovabilidade (%R): porcentagem da emergia total (Equação 4)

utilizada em um processo, que depende de fontes renováveis. Somente processos com alta

porcentagem de renovabilidade são ecologicamente sustentáveis (não é condição única);

y2 – Razão do Rendimento Emergético (EYR): é a relação entre o rendimento de emergia de

um produto e a emergia gasta no processo para produzi-lo (Equação 5). Este indicador reflete a

eficiência do sistema no uso de insumos da natureza em relação aos insumos que são comprados

da economia local (ORTEGA, 2013).

3.3.4.1 Metodologia adotada para a Determinação da Eficiência energética Renovável

Relativa (EERR) mediante Planilha de dados (Excel) e software DEAOS

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Uma matriz com os dados de entrada e saída foi elaborada para cada unidade tomadora de

decisão, conforme apresentada na Tabela 3.3.

Tabela 3.3: Dados (entrada e saída) para cálculo da eficiência energética renovável relativa

(*Memória de cálculo apresentada no Apêndice 1)

Biomassa UTD

Entrada Saída

x1

M (t/ano)

x2

Tr (sej/J)

y1

%R (%)

y2

EYR ( - )

Casca de arroz 1 6550 9,84x10+05 9,35 1,13

Fibra de coco 2 8618 7,04x10+04 34,04 1,52

Poda de árvore 3 10368 6,16x10+05 11,43 1,17

Resíduo de madeira de jequitibá-rosa 4 5333 2,38x10+05 7,17 1,08

Resíduo de madeira caixeta 5 5350 1,84x10+05 10,95 1,12

Eucaliptus grandis 6 5152 2,12x10+04 16,56 1,51

Capim-elefante 7 5446 1,34x10+04 19,99 1,32

Bagaço da cana-de-açúcar 8 5580 3,45x10+04 24,99 1,35

Legenda: M = Massa de biomassa; Tr = Transformidade; %R = Renovabilidade; EYR = Razão do Rendimento Emergético

A determinação do EERR foi feito inicialmente com uma planilha de dados (Microsoft

Excel 2007), onde foram inseridas as entradas e saídas para cada biomassa (UTD) de acordo com

a Tabela 3.3.

Comparativamente, foi realizada a programação linear para o processamento de cada

unidade relativa ao conjunto de unidades avaliadas e cálculo do EERR (Eficiência energética

Renovável Relativa) das biomassas utilizando o software Data Envelopment Analysis On Line

(DEAOS, 2013).

Aplicação do DEA em Planilha Excel

No modelo em estudo, desejou-se minimizar as entradas de modo que a eficiência

energética renovável relativa fosse a maior possível, sendo esta variável entre 0 e 1. Para facilitar

o entendimento dos cálculos foi escolhida uma biomassa como exemplo (casca de arroz) e assim

é apresentada a memória de cálculo para obtenção desta eficiência.

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O modelo CCR tem como fundamento principal para um sistema com duas entradas e

duas saídas, a equação 6:

max 𝜃 = 𝑢1𝑦1 + 𝑢2𝑦2

𝑣1 𝑥1 + 𝑣2 𝑥2 (6)

sendo θ a eficiência energética renovável relativa (EERR) de cada unidade tomadora de decisão

(UTD) e, u e v são os pesos ótimos para cada UTD em estudo, que devem ser maiores ou iguais a

zero. As variáveis x e y correspondem aos parâmetros escolhidos variando de 1 a 2, entradas e

saídas.

A variáveis escolhidas para este estudo foram: massa de biomassa requerida (x1),

transformidade (x2), renovabilidade (y1) e razão do rendimento emergético (y2).

A equação 6 deve seguir algumas restrições para que o modelo possa ser aplicado de

maneira correta, sendo estas de duas formas. A primeira delas (equação 7) é garantir que o

denominador seja igual a 1.

𝑣1 𝑥1 + 𝑣2 𝑥2 = 1 (7)

A segunda (equação 8) é garantir que o valor dessa razão seja menor ou igual a 1.

𝑢1𝑦1 + 𝑢2𝑦2

𝑣1 𝑥1 + 𝑣2 𝑥2 ≤ 1 (8)

Como foi definido pela equação 7 que o denominador deve apresentar valor unitário, a

eficiência da biomassa é calculada pela equação 9:

max 𝜃 = 𝑢1𝑦1 + 𝑢2𝑦2 ( 9)

Pela condição retratada na equação 8, o valor do denominador deve ser maior ou igual ao

valor encontrado no numerador, conforme apresentado na equação 10:

𝑢1𝑦1 + 𝑢2𝑦2 ≤ 𝑣1 𝑥1 + 𝑣2 𝑥2 (10)

Para o caso da casca de arroz, foi possível montar o seguinte sistema de equações e

inequações (11 a 24), sendo que as equações 20 a 24 são as cinco condições previamente

estabelecidas. Os dados para compor este conjunto de equações estão apresentados na Tabela 3.3.

𝑀𝑎𝑥 𝜃 = 9,35 𝑢1 + 1,13 𝑢2 (11)

6550 𝑣1 + 9,84 × 105 𝑣2 ≥ 9,35 𝑢1 + 1,13 𝑢2 (12)

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8618 𝑣1 + 7,04 × 104 𝑣2 ≥ 34,04 𝑢1 + 1,52 𝑢2 (13)

10368 𝑣1 + 6,16 × 105 𝑣2 ≥ 11,43 𝑢1 + 1,17 𝑢2 (14)

5333 𝑣1 + 2,38 × 105 𝑣2 ≥ 7,17 𝑢1 + 1,08 𝑢2 (15)

5350 𝑣1 + 1,84 × 105 𝑣2 ≥ 10,95 𝑢1 + 1,12 𝑢2 (16)

5152 𝑣1 + 2,12 × 104 𝑣2 ≥ 16,56 𝑢1 + 1,51 𝑢2 (17)

5446 𝑣1 + 1,34 × 104 𝑣2 ≥ 19,99 𝑢1 + 1,32 𝑢2 (18)

5580 𝑣1 + 3,45 × 104 𝑣2 ≥ 24,99 𝑢1 + 1,35 𝑢2 (19)

1ª. Condição: 6550 𝑣1 + 9,84 × 105 𝑣2 = 1 (20)

2ª. Condição: 𝑣1 ≥ 0 (21)

3ª. Condição: 𝑣2 ≥ 0 (22)

4ª. Condição: 𝑢1 ≥ 0 (23)

5ª. Condição: 𝑢2 ≥ 0 (24)

Para resolver esse sistema foi utilizado a ferramenta Solver do Excel versão 2007. Como critério

de resultado foi colocado que a célula que continha a fórmula de eficiência (equação 6) deveria

ser maximizada, sendo as células variáveis aquelas correspondentes aos pesos ótimos. Além

disso, foi preciso habilitar o solver para assumir um modelo linear para que os resultados fossem

condizentes com o modelo CCR.

Os resultados dos pesos ótimos de entrada (u1 e u2) e saída (v1 e v2), bem como a eficiência

relativa máxima para essa biomassa foram:

𝑣1 = 0,000153

𝑣2 = 0

𝑢1 = 1,04 × 10−14

𝑢2 = 0,5209

max 𝜃 = 0,5886

Para as outras biomassas, a estrutura do sistema foi semelhante, alterando-se apenas a

fórmula de eficiência e os valores dos coeficientes acompanhando os pesos.

Aplicação do DEA no Software DEAOS

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O software DEAOS.com é um aplicativo que permite avaliar eficiência relativa com

modelos de análise Envoltória de Dados (DEA) sem uma profunda compreensão dos seus

cálculos matemáticos, sendo este de acesso livre (demo). Neste estudo foram utilizados os dados

de entrada e saída apresentados na Tabela 3.3 com prioridade as entradas, e retorno constante de

escala (CRS), com objetivo de comparar com os resultados obtidos através da modelagem

realizada em planilha excel como apresentada anteriormente. A Figura 3.5 mostra a interface de

acesso na internet do software DEAOS.

Figura 3.5: Software DEAOS com dados avaliados

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Capítulo 4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Determinação da quantidade de massa das biomassas avaliadas

Na análise do potencial energético foi considerado um processo de conversão com

tecnologia disponível no mercado, sendo determinadas as quantidades de biomassas necessárias

para a geração de 1MW de potência e 7776 MWh de energia elétrica no ano. Para estes cálculos

foram necessários os valores do Poder Calorífico Inferior (PCI) de cada biomassa avaliada, os

quais estão apresentados na Tabela 3.1.

O conteúdo emergético está diretamente relacionado com o PCI e a produtividade da

biomassa. Os valores de PCI das biomassas variaram de 9,00 MJ/kg (poda de árvores) a 18,11

MJ/kg (eucalipto), com um valor médio de 15,82 MJ/kg. Estes valores são considerados baixos

quando comparados com os valores dos PCI dos combustíveis fósseis como o do óleo diesel

(42,29 MJ/kg), porém não inviabiliza a sua utilização com a devida compensação em termos de

quantidades para a geração da mesma energia.

A massa, primeiro parâmetro avaliado, foi determinante para identificação do

aproveitamento do uso da terra, mostrando que as biomassas necessitam de 5152 t/ano.ha

(eucalipto) a 10368 t/ano.ha (poda de árvore), respectivamente, tendo uma média de 6184

t/ano.ha. Esta quantidade média é maior e próximo ao valor obtido pelo bagaço da cana-de-

açúcar, que é de 5580 t/ano.ha, conforme mostrado na Tabela 3.3 e memória de cálculo

apresentada no Apêndice 2.

4.2. Determinação dos indicadores emergéticos

A partir do diagrama do fluxo emergético geral do plantio da biomassa, apresentado na

Figura 2.6, foi derivado os fluxos emergéticos para cada tipo de biomassa avaliada.

A Figura 3.3 mostra o diagrama da emergia para a geração de eletricidade a partir de

atividades agroindustriais e urbanas, apresentando as fontes de energia e recursos naturais

necessários (sol, chuva, solo) assim como os materiais e serviços utilizados da economia

(combustíveis fósseis, bens econômicos e serviços).

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Os recursos e energia transformam estes insumos, através da coleta, transporte e

processamento industrial (caldeiras e geradores), em energia elétrica que poderá ser

disponibilizada para a sociedade.

Além da geração direta, os resíduos destas atividades agroindustriais e urbanas, também

podem receber materiais (combustíveis e bens econômicos) e coproduzir mais energia elétrica,

por meio da coleta, transporte e transformação industrial dos resíduos destas atividades, conforme

demonstrado na Figura 3.3.

Em seguida, foram avaliadas as transformidades que são usadas para conversão do fluxo

de energia e recursos em fluxo de emergia, mostrando a relação total de emergia utilizada e a

energia do produto que foi gerada e tendo como unidade sej/J ou sej/kg. Os fluxos emergéticos

foram analisados com cada biomassa individualmente, aplicando-se as equações 3, 4 e 5 para os

cálculos da transformidade, renovabilidade e rendimento emergético, conforme são mostrados na

Figura 4.1.

Figura 4.1: Diagrama emergético geral para uso de biomassa na geração de bioenergia

Solatividades

agrícolas

Biomassa

Chuva

Bens

econômicosCombus-

tíveis

Processos

geológicos

SolosBens

água

Escoamento

superficial

de água

transporte,

processa-

mento

Caldeira +

Turbo-

Gerador

Resíduos

$

Serviços

BioEnergia

Diagrama de Emergia - Sistema de produção de energia da biomassa

$

$

Resíduos

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O diagrama do fluxo emergético de cada biomassa é derivado do fluxo mostrado na

Figura 4.2 como no caso do diagrama emergético para o ciclo de produção do eucalipto.

Este diagrama representa todas as etapas do ciclo de produção da biomassa para a

produção de energia, contemplando o ciclo emergético, ou seja, desde o uso dos recursos

naturais, entre eles o sol e a chuva, passando pelos processos geológicos e uso da água e do solo,

processos e atividades agrícolas, transporte e processamento industrial da biomassa, até a geração

de bioenergia e fornecimento para a sociedade.

O diagrama mostrado na Figura 4.2 também apresenta, em cada etapa, a origem de

resíduos, tanto na etapa do plantio da cultura quanto no processamento industrial.

Figura 4.2: Diagrama emergético do ciclo de produção do Eucalipto

Sol Plantio de

Eucalipto

Chuva

Bens

econômicosCombus-

tíveis

Processos

geológicos

SolosBens

água

Escoamento

superficial

de água

transporte,

processa-

mento

Caldeira +

Turbo-

Gerador

Resíduos

$

Serviços

BioEnergia

$

$

Resíduos

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Os fluxos emergéticos do ciclo de produção do Eucalipto são mostrados na Tabela 4.1.

Tabela 4.1: Fluxo e índices emergéticos do ciclo de produção do eucalipto

I Total da Natureza 2,54x1015

sej/ha.ano

R Renováveis da Natureza 2,13x1015

sej/ha.ano

N Não-Renováveis da Natureza 4,01x1014

sej/ha.ano

F Totais da Economia 5,87x1015

sej/ha.ano

M Materiais 5,29x1014

sej/ha.ano

S Serviços 5,34x1015

sej/ha.ano

Y TOTAIS (I+F) 8,41x1015

sej/ha.ano

Com os dados do fluxo emergético mostrado na Figura 4.2, foram calculados os

indicadores emergéticos e estão apresentados na Tabela 4.2: Indicadores emergéticos de

processos – fluxos emergéticos (seJ/ha.ano).

Os fluxos e indicadores emergéticos para cada biomassa de forma detalhada são

mostrados no Apêndice 2.

Na Tabela 4.2 são resumidos os fluxos emergéticos das fontes alternativas de biomassa

analisadas.

Nesta análise observa-se que os valores de transformidades (Tr) foram menores para o

plantio energético do capim-elefante (Tr = 1,34x104 sej/J) e pela floresta energética do eucalipto

(Tr = 2,12x104 sej/J) enquanto que o maior valor foi o da poda de árvores (Tr = 6,16x10

5 sej/J).

Dentre as alternativas de biomassas analisadas a fibra de coco destaca-se das outras fontes de

biomassa de origem residual (Tr = 7,04x104 sej/J).

Estes valores de transformidade para a geração de energia a partir de biomassas podem ser

comparados com outros sistemas de produção de eletricidade como os resultados obtidos por

Morelli (2010), para a hidrelétrica de Belo Monte (1,3x104 sej/J), por Wittmann e Bonilla (2009)

em Tucuruí (1,65x104 sej/J) e o resultado obtido por Zhang (2010) para a geração de eletricidade

(1,59x105 sej/J), mostrando que as biomassas: capim-elefante (1,34x10

4 sej/J), eucalipto

(2,12x104 sej/J) e fibra de coco (7,04x10

4 sej/J) apresentaram resultados superiores ou próximos

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aos valores obtidos pelo bagaço de cana-de-açúcar (3,45x104 sej/J), conforme dados mostrados

na Tabela 4.2.

Tabela 4.2: Indicadores emergéticos de processos – fluxos emergéticos (seJ/ha.ano)

Símbolo

Definição

Fórmula Casca de

arroz

Fibra de

coco

Poda d-

árvores

Jequitibá-

rosa Caixeta Eucalipto

Capim-

elefante

Bagaço de

cana-de-

açúcar

Y Emergia utilizada Y = R+N+F 1,74x1016 4,76x1015 1,42x1016 2,26x1016 1,48x1016 9,74x1015 9,77x1015 6,76x1015

E Valor calórico E = PCI x P 1,76x1010 6,77x1010 2,32x1009 9,49x1010 8,03x1010 4,60x1011 6,85x1011 1,96x1011

Tr Transformidade Y/E 9,84x1005 7,04x1004 6,16x1005 2,38x1005 1,84x1005 2,12x1004 1,34x1004 3,45x1004

Ren Renovabilidade (R)/Y 9,35 34,04 11,43 7,17 10,95 16,56 19,99 24,99

EYR Saldo emergético Y/(M e S) 1,13 1,52 1,17 1,08 1,12 1,51 1,32 1,35

Legenda: Y = Emergia utilizada no processo; E = Energia do produto obtido; Tr = Transformidade; Ren = Renovabilidade;

EYR = Razão do Rendimento Emergético; PCI = Poder Calorífico Inferior; P = Produtividade da biomassa

Quando comparadas as transformidades com as de outros combustíveis fósseis como:

carvão (4,00x1004

sej/J), gás natural (4,80x1004

sej/J) e diesel (5,50x1004

sej/J), as matérias-

primas capim-elefante (1,34x1004

sej/J) e eucalipto (2,12x1004

sej/J) apresentaram melhores

resultados, indicando um menor custo emergético e uma maior sustentabilidade.

Com relação aos resultados obtidos pelas biomassas avaliadas pelo EYR, os valores foram

maiores de 1 e abaixo de 2, demonstrando um rendimento favorável com baixo impacto

ambiental. Os valores de EYR obtidos variaram de 1,08 a 1,52 com uma média de 1,28. Este

valor médio está próximo ao obtido por Zhang e Long (2010), para a produção de eletricidade a

partir de resíduos de aterros sanitários na China que foi de 1,36.

Isto pode ser interpretado como favorável para o uso de recursos locais, como no caso dos

resíduos e plantios energéticos avaliados, ou seja, mostram que os processos de geração de

energia com as biomassas avaliadas, oferecem uma contribuição à economia local, produzindo

mais emergia do que a necessária para a sua produção.

Os resultados obtidos em relação à porcentagem de renovabilidade (%R) nos processos de

produção de energia a partir das biomassas avaliadas variaram de 7,17% (resíduo de madeira

jequitibá-rosa) a 34,04% (fibra de coco), com uma média de 16,75%, apresentando um indicador

importante para avaliação do uso de recursos renováveis, tendo em vista que na utilização de

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recursos fósseis, a renovabilidade é zero. Os valores obtidos para o resíduo urbano fibra de coco

(34,04%) ficou próximos aos de Zhang e Long (2010), para a cana-de-açúcar (30,9%).

4.3. Resultados da eficiência relativa através da Análise Envoltória de Dados - DEA

Considerando-se que a eficiência energética renovável relativa (EERR) é um indicador em

que os recursos (xk) são usados para gerar os produtos (yk), a fronteira da eficiência pode ser

definida como as mínimas quantidades de entradas (xk) utilizadas para obtenção da máxima

quantidade de saídas (yk), sendo que k varia de 1 a 8.

Após a análise emergética estes indicadores foram avaliados a partir do cálculo da EERR,

usando-se a relação insumos e produtos da Análise Envoltória de Dados (DEA), assim, os dados

de entradas (massa e transformidade) e de saídas (renovabilidade e rendimento emergético), os

quais são apresentados na Tabela 3.3.

Utilizando-se a metodologia proposta foram calculados os valores ótimos para a eficiência

energética renovável relativa de cada uma das oito (8) biomassas as outras biomassas avaliadas

conforme aplicação da Equação 6, tendo os seguintes resultados obtidos na Tabela 4.3.

Tabela 4.3: Resultados dos pesos e da eficiência para cada biomassa

Biomassa v1 v2 u1 u2 Max θ

Casca de Arroz 1,53 x 10-4 0 1,04 x 10-14 5,21 x 10-1 5,89 x 10-1

Fibra de Coco 1,16 x 10-4 0 2,59 x 10-2 0 8,82 x 10-1

Poda de árvore 0,96 x 10-4 0 0 3,29 x 10-1 3,85 x 10-1

Jequitibá 1,87 x 10-4 0 0 6,39 x 10-1 6,91 x 10-1

Caixeta 1,87 x 10-4 0 0 6,38 x 10-1 7,14 x 10-1

Eucalipto 1,72 x 10-4 5,28 x 10-6 2,45 x 10-2 3,93 x 10-1 1

Capim-elefante 1,57 x 10-4 0,16 x 10-6 5,00 x 10-2 4,64 x 10-13 1

Bagaço de cana 1,25 x 10-4

8,69 x 10-6

4,00 x 10-2

0 1

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Na Tabela 4.4 mostram-se as biomassas organizadas em ordem decrescente de eficiência

energética renovável relativa.

Tabela 4.4: Ranking das biomassas de acordo com a eficiência

Ranking

Biomassa Colocação Eficiência

Bagaço de cana 1 1

Capim-elefante 1 1

Eucalipto 1 1

Fibra de coco 2 0,8820

Resíduo de caixeta 3 0,7143

Resíduo de jequitibá rosa 4 0,6910

Casca de arroz 5 0,5886

Poda de árvores 6 0,3850

Aplicando o software DEAOS obtiveram-se os resultados apresentados na Tabela 4.5 e

estão de acordo com os dados obtidos em planilha excel.

Tabela 4.5: Resultados obtidos pelo software DEAOS

As Tabelas 4.4 e 4.5 mostram o ranking de eficiência energética renovável relativa entre

as biomassas avaliadas, mostrando que as biomassas 6 (eucalipto) e 7 (capim-elefante)

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apresentaram à eficiência máxima relativa (1) equivalente a biomassa 8 (bagaço da cana-de-

açúcar).

Quanto maior o valor da EERR, melhor a eficiência energética renovável devido ao uso

de uma menor quantidade de recursos naturais (biomassas), verificado pela menor quantidade de

massa e menor valor da transformidade. Por outro lado, quanto maior a porcentagem de

renovabilidade e razão do rendimento emergético, maior a quantidade de recursos renováveis

utilizados para a geração da energia, ou seja, menos esforço da natureza para a produção da

matéria-prima utilizada.

Dentre as três biomassas com eficiência máxima, observa-se que a menor quantidade de

biomassa necessária para a geração de 7776 MWh foi do Eucaliptus Grandis com 5152 t/ano

(Apêndice 1).

Entre as biomassas escolhidas a poda de árvores, apesar de ser de alto conteúdo ligno-

celulósico, teve a menor eficiência energética renovável relativa. Associado a isto, observa-se que

o fator predominante nesta análise foi a quantidade de massa necessária (10368 t/ano) para gerar

os 7776 MWh.

Na Tabela 4.6 são mostrados os resultados de EERR obtidos através com o uso do

software Microsoft Excel, sendo exemplificado através das equações 3 a 24.

Tabela 4.6a: Modelagem para análise da energia renovável relativa através do DEA (casca de

arroz)

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Tabela 4.6b: Modelagem para análise da energia renovável relativa através do DEA (fibra de

coco)

Tabela 4.6c: Modelagem para análise da energia renovável relativa através do DEA (poda de

árvores)

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Tabela 4.6d: Modelagem para análise da energia renovável relativa através do DEA (jequitibá

rosa)

Tabela 4.6e: Modelagem para análise da energia renovável relativa através do DEA (caixeta)

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Tabela 4.6f: Modelagem para análise da energia renovável relativa através do DEA (eucalipto)

Tabela 4.6g: Modelagem para análise da energia renovável relativa através do DEA (capim-

elefante)

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Tabela 4.6h: Modelagem para análise da energia renovável relativa através do DEA (bagaço de

cana-de-açúcar)

O resíduo agroindustrial do bagaço da cana-de-açúcar, o capim-elefante e o eucalipto

apresentaram eficiência máxima (1,00) seguidos do resíduo urbano da fibra de coco (0,89), sendo

estas consideradas as biomassas mais eficientes e as que mais contribum para a geração de

energia renovável em termos de uso de recursos naturais.

Os cálculos efetuados pelo software Microsoft Excel demonstraram a mesma sequência de

classificação das eficiências relativas entre as biomassas avaliadas em relação aos resultados

obtidos com o uso do software DEAOS no que se refere às biomassas mais eficientes.

Nestes valores destacam-se o plantio energético de capim-elefante e a floresta energética

de eucalipto, com eficiências equivalentes ao do bagaço de cana-de-açúcar e, em relação aos

resíduos, o resíduo urbano da fibra de coco é que apresentou o melhor resultado.

A Tabela 4.7 mostra os resultados da eficiência relativa (EERR) obtidos pela análise

envoltória de dados usando o software DEAOS, além das unidades de referência e suas

respectivas frequências. Entende-se por referência as UTDs eficientes que servem de

benchmarking para as não eficientes pois estão na fronteira de eficiência. Frequência é a

quantidade que uma unidade eficiente é usada para comparação com a unidade não eficiente.

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Observa-se neste conjunto de dados que a Unidade tomadora de decisão (UTD) eucalipto

tem a maior frequência como referência (5), seguida da fibra de coco (1), capim-elefante (1) e

bagaço da cana-de-açúcar (1).

Tabela 4.7: Frequência da eficiência energética renovável relativa

Biomassas (UTD) Eficiência

(EERR)

Unidades de

referência

(UTD)

Frequência*

Bagaço da cana-de-açúcar 1,00 8 2

Capim-elefante 1,00 7 1

Eucaliptus Grandis 1,00 6 6

Fibra de coco 0,89 6,8 0

Resíduo de madeira caixeta 0,71 6 0

Resíduo de madeira Jequitibá-rosa 0,69 6 0

Casca de arroz 0,59 6 0

Poda de árvore 0,39 6 6

*Calculados a partir do software DEAOS (2013)

Esta análise mostrou que outras fontes de biomassas apresentaram desempenhos

compatíveis com os obtidos pelo bagaço de cana-de-açúcar em termos de renovabilidade e tem

potencial para substituí-lo no período de entressafra ou mesmo de forma independente, com mais

sustentabilidade.

4.4. Estudo de Caso 1: Produção integrada de etanol e bioenergia

Com o uso de uma biomassa alternativa ao bagaço de cana-de-açúcar no período de

entressafra. Os melhores resultados obtidos pela avaliação foi o eucalipto, onde seriam

necessárias 5.152 t/a e com capim-elefante 5.446 t/a para a geração de um adicional de 7.776

MWh de energia elétrica. Esta energia seria suficiente para suprir a necessidade de uma

comunidade de 3055 habitantes, tendo em vista o consumo per capita de 2545 kWh/ano em 2012

(EPE, 2013).

Um esquema da planta industrial integrada proposta está apresentado na Figura 4.3, a qual

mostra os fluxos para o período da safra da cana-de-açúcar, que utiliza o bagaço da própria cana-

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de-açúcar processada e o fluxo para o período de entressafra que poderá utilizar biomassa

alternativa, podendo utilizar, além de resíduos agroindustriais ou urbanos disponíveis, culturas

complementares.

Figura 4.3: Esquema de usina proposta de produção integrada de etanol e energia elétrica

Para operação da planta no período de entressafra, aproveita-se toda a infraestrutura

instalada de utilidades e serviços e, com adaptações para o manuseio e transporte da biomassa

alternativa, pode-se gerar excedente para fornecimento a rede de distribuição de energia elétrica.

4.5. Estudo de Caso 2: Produção independente de bioenergia

Para avaliação da geração de energia elétrica de forma independente foi realizada em

substituição a um combustível fóssil (óleo diesel) por biomassa alternativa.

Após levantamento das disponibilidades locais de resíduos urbanos, foi identificado, no

município de Campinas, Estado de São Paulo, que o CEASA Campinas possuía uma quantidade

expressiva de armazenamento de coco para distribuição na região: 10.600,700 t/a de coco

armazenados no período de um ano. Além disso, a fibra de coco apresenta um poder calorífico

inferior de 16,39 MJ/kcal e um valor de transformidade de Tr = 7,04x10+04

, demonstrando

características adequadas quando aos aspectos energéticos e emergéticos.

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Se esta quantidade de coco fosse armazenada e distribuída na região, após o consumo da

água, retornando a sua origem, ou seja, para o próprio CEASA de Campinas, viabilizaria a

quantidade anual necessária para a geração de 28.800 kWh/ano.

Figura 4.4: Esquema de usina termoelétrica proposta movida a biomassa

Com a substituição de uma usina geradora movida à óleo diesel por uma usina

termoelétrica à biomassa, há mitigação de 0,622 t de CO2/ano, pois a emissão da bioeletricidade é

de 0,268 t de CO2/ano e o fator de emissão do óleo diesel é de 0,89 t de CO2/ano. Neste caso, na

geração de 7.776 MWh/ano, haverá a mitigação de 4.837 t de CO2/ano ou de 96.733 toneladas de

CO2 durante a expectativa de 20 anos de operação da planta industrial (BATISTA et al., 2009)

(SOARES et al., 2009).

Para este caso analisado, a Figura 4.4 mostra a planta termoelétrica proposta, a qual é

composta de equipamento para preparo da biomassa, caldeira para geração de vapor com

separação das cinzas, limpeza dos gases e particulados através de ciclone que separa a lama que é

conduzida para a lagoa de tratamento e o ar limpo que é liberado, em seguida o vapor

superaquecido é transferido para a turbina a vapor acoplada a gerador, condensador com

separação de água resfriada para ser conduzida à lagoa de tratamento de água e reuso, e a água

quente a ser desaerada e bombeada para retornar para a caldeira.

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Capítulo 5 - CONCLUSÕES

Como descrito no capítulo 2, a biorrefinaria oferece oportunidades para a produção de

novos produtos, combustíveis e energia a partir de fontes renováveis e os processos de conversão

em desenvolvimento: químicos, biotecnológicos e termoquímicos, avançando no sentido de

proporcionar uma cadeia produtiva menos dependente das fontes não renováveis e fósseis

Dos processos de conversão de biomassa, a termoquímica, em especial, a combustão

através de ciclos de vapor, foi o processo escolhido para este estudo, pois é uma tecnologia

disponível em escala comercial, comparadas com as outras rotas de conversão (química e

biotecnológica), além de ter apresentado rendimentos compatíveis de geração de energia (kWh/t

de biomassa processada).

Ainda neste capítulo, foram apresentadas fontes de biomassas alternativas para a geração

de energia destacando-se os resíduos de processos agroindustriais, resíduos urbanos, plantios e

floresta energética como potenciais para a descentralização e dependência de fontes fósseis de

energia. Em seguida, foram abordados aspectos importantes para as análises energéticas

destacando-se o uso da emergia e seus indicadores relacionados à renovabilidade e

sustentabilidade de processos de produção.

No capítulo 3 foram apresentados os materiais, métodos e os estudos de casos estudados:

a substituição do bagaço de cana-de-açúcar como matéria-prima para geração de energia em

usinas com produção integrada de etanol e energia; e a substituição do óleo diesel como

combustível para geração de energia em pequenas plantas geradoras autônomas. Nos métodos

utilizados foram considerados os aspectos relacionados ao melhor aproveitamento do uso da

terra, ou seja, a menor quantidade de massa de biomassa por hectare, e suas características

relacionadas ao uso de recursos naturais e renováveis, expressos em indicadores emergéticos,

buscando-se avaliar indicadores que valorizassem os aspectos relativos a sustentabilidade do uso

de recursos naturais e renováveis, para tanto recorreu-se ao método da emergia.

Finalizando a metodologia, recorreu-se à análise envoltória de dados para calcular a

eficiência energética renovável relativa entre as biomassas avaliadas.

No capítulo 4 foram apresentados e discutidos os resultados obtidos pelos cálculos da

envoltória de dados (DEA), que identificou as biomassas eficientes, onde pode-se concluir que,

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para o caso 1 (usina com produção integrada de etanol e energia elétrica), a substituição do

bagaço da cana-de-açúcar, poderá ser feita com maior desempenho energético e emergético para

as biomassas na seguinte ordem: capim-elefante, eucalipto e fibra de coco as quais apresentaram

a eficiência s renovável relativa similar ou próxima a do bagaço da cana-de-açúcar.

No caso 2 (Usina autônoma de geração de bioenergia), tendo em vista a escassez de áreas

rurais para plantios energéticos em regiões metropolitanas, no caso avaliado no município de

Campinas (Estado de São Paulo), a fibra de coco, sendo um resíduo urbano, apresentou a melhor

alternativa para a substituição, que, devido aos seus indicadores emergéticos e energéticos, a sua

localização e sua quantidade disponível, destacam-se frente às alternativas analisadas.

Os resultados obtidos mostraram que há potencialidades de matérias-primas alternativas

de biomassas mais sustentáveis, que podem contribuir com a redução dos impactos ambientais

provocados pelo uso de recursos fósseis para geração de energia.

O propósito deste estudo corrobora com a busca de alternativas para o aumento da

proporção de energia renovável proveniente de biomassa, tornando a matriz energética brasileira

ainda mais limpa e renovável. Com isto, ocorre a mitigação das emissões de GHG pela

substituição do uso de combustível fóssil nas usinas integradas e termoelétricas convencionais

facilitando o uso de fontes alternativas locais com a descentralização da geração de eletricidade a

partir das biomassas disponíveis, proporcionando uma maior sustentabilidade nos sistemas

produtivos e urbanos pelo uso de energia de fontes renováveis.

Sugestões para trabalhos futuros

Estes resultados não esgotam a necessidade de continuidade de estudos que busquem as

vantagens comparativas de alternativas para a geração de energia renovável e incluem a

necessidade da identificação do teor de possíveis resíduos e subprodutos como cinzas e outros

produtos oriundos da queima das biomassas com as devidas análises de possíveis problemas de

corrosão e desgaste nos equipamentos do processo de produção de energia.

Também se torna presente à necessidade do desenvolvimento de metodologias para

medição do teor de carbono renovável, possibilitando a identificação de combustíveis produzidos

com recursos e fontes renováveis, assim como em metodologias para a medição de emissões de

CO2 considerando-se, além das propriedades químicas e físicas para cada tipo de biomassa,

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questões relacionadas ao uso do solo, clima, temperatura e região. Isto poderá ajudar na

elaboração de políticas de incentivos para combustíveis que possam reduzir o aquecimento

global.

Outra frente para trabalhos futuros pode estar relacionada com a análise do processo de

recepção e tratamento das biomassas para melhor aproveitamento energético nas caldeiras,

considerando-se aspectos relativos à umidade, conservação, armazenamento e transporte das

biomassas, assim como o aproveitamento de outros resíduos orgânicos que possam ser

processados pela biodigestão de resíduos sólidos.

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APÊNDICES

Apêndice 1: Cálculo da quantidade de massa de biomassa para geração de energia

Apêndice 2: Diagramas e cálculos para os fluxos e indicadores emergéticos das biomassas

A. Diagramas e tabelas do fluxo emergético da casca de arroz

B. Diagramas e tabelas do fluxo emergético da fibra de coco

C. Diagramas e tabelas do fluxo emergético da poda de árvores

D. Diagramas e tabelas do fluxo emergético do resíduo do jequitibá-rosa

E. Diagramas e tabelas do fluxo emergético do resíduo da caixeta

F. Diagramas e tabelas do fluxo emergético do eucalipto

G. Diagramas e tabelas do fluxo emergético do capim-elefante

H. Diagramas e tabelas do fluxo emergético do bagaço da cana-de-açúcar

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APÊNDICE 1: CÁLCULO DA QUANTIDADE DE MASSA DE BIOMASSA

PARA GERAÇÃO DE ENERGIA

Base de cálculo: 1 MW de potência; 1 ano de operação

A partir da Equação 3: P = M x PCI x / H , para o cálculo da massa de biomassa requerida tem-se:

M (t) = Eg (MWh) x fator de conversão kcal/h para kWh / PCI (kcal/kg) x ɳ

onde:

M = massa de biomassa requerida (t)

Eg = energia gerada (MWh) = P (MW) x H (h) = 7776

P = potência gerada (MW) = 1

H = horas de operação da planta industrial (ano) = 7776

fator de conversão kcal/kg para kWh/kg = 860

PCI = biomassa (kcal/kg )

ɳ = rendimento do processo de conversão = 0,30

Substituindo-se em cada biomassa avaliada temos:

UTD 1 (casca de arroz)

Massa de casca de arroz (t/ano) = (7776 x 860 ) / 3403 x 0,30 = 6550 t/ano

UTD 2 (fibra de coco)

Massa de fibra de coco (t/ano) = (7776 x 860 ) / 3914 x 0,30 = 5695 t/ano

UTD 3 (poda de árvores)

Massa de poda de árvores (t/ano) = (7776 x 860 ) / 2150 x 0,30 = 10368 t/ano

UTD 4 (resíduo de madeira jequitibá rosa)

Massa e resíduo de madeira jequitibá rosa (t/ano) = (7776 x 860 ) / 4180 x 0,30 = 5333 t/ano

UTD 5 (resíduo de madeira caixeta)

Massa de resíduo de madeira caixeta (t/ano) = (7776 x 860 ) / 4168 x 0,30 = 5348 t/ano

UTD 6 (eucalipto)

Massa de eucalipto (t/ano) = (7776 x 860 ) / 4326 x 0,30 = 5153 t/ano

UTD 7 (capim-elefante)

Massa de capim-elefante (t/ano) = (7776 x 860 ) / 4094 x 0,30 = 5445 t/ano

UTD 8 (bagaço de cana-de-açúcar)

Massa de bagaço de cana-de-açúcar (t/ano) = (7776 x 860 ) / 3995 x 0,30 = 5580 t/ano

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APÊNDICE 2: DIAGRAMAS E CÁLCULOS PARA OS FLUXOS E

INDICADORES EMERGÉTICOS DAS BIOMASSAS

a. Diagrama emergético para o ciclo de produção do resíduo de casca de arroz.

Bens

econômicosCombus-

tíveis

Bens

coleta,

transporte

Caldeira +

Turbo-

Gerador

Resíduos

$

Serviços

BioEnergia

Sistema de produção de energia a partir de

resíduos de atividades agrícolas

$

$*Resíduo

Casca-de-arroz

Biomassa: casca de arroz

Inputs

R (Renováveis)

1 Radiação do Sol

Radiação solar Média anual (kWh/m2.dia) = 4.90 x 360 d. = 1768 kWh/m

2.ano

(SOLAR ENERGY, 2013)

Albedo = 0,32 (NASA, 2013)

Latitude: 22.88; Longitude: 47.08;

Energia (J) = (radiação solar anual média) * (1 – albedo)

= (1768 kWh/ m2.ano) x (3,6x10

+6 J/kWh) x (1,0x10

+4 m

2 / ha)x(1 – albedo) =

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87

= 4,33x10+13

J/ha.ano

Transformidade = 1 sej/J (definição) (ODUM, 1996) (ORTEGA, 2011)

2 Chuva

Latitude: 29.35.12 sul; Longitude: 51.22.32 oeste

Precipitação anual = 1482 mm/m2

= 1,482 m3/m

2 (WOLLMANN e SARTORI, 2010)

Evapotranspiração = 1035 mm/m2 = 1,035 m

3/m

2 (0,72) (EMBRAPA, 2013)

Energia da chuva = Energia Livre de Gibbs = 5,0x10+3

J/kg (AGOSTINHO, 2009)

Densidade da água = 1,0x10+3

kg/m3

Energia (J)= (precipitação) * (evapotranspiração) * (energia da chuva) * (densidade)

= (1,482 m3/m

2) * (0,72) * (5000 J/kg) *(1,0x10

+4 m

2/ha)(1,0x10

+3- kg/m

3)

= 5, 33x10+10

J/ha.ano

Transformidade = 3,0x10+4

sej/J (PEREIRA, 2008)

N (Não renováveis)

3 Perdas de solo

Perda de solo = arroz = 25 t/ha.ano (ORTEGA, 2013)

Matéria Orgânica = 4% (solo agrícola fértil)

Energia da matéria orgânica = 5400 kcal/kg m.o.)

Energia (J) = (perda de solo) x (% matéria orgânica) x (energia matéria orgânica)

= (25t/ha.ano) x (1,0x10+3

kg/t) x (0,04 m.o.) x (5400 kcal/kg m.o.) x (4186

J/kcal)

= 2,26x1010

J/ha.ano

Transformidade = 1,24x105 sej/J (PEREIRA, 2008)

S (Serviços)

4 Mão-de-obra simples – colheita

Número de funcionários = 10 (AGOSTINHO, 2009)

Horas trabalhadas/homem = 318

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88

Consumo energético = 3200 kcal/dia por homem

Consumo (J) = (número de funcionários) x (consumo energético/dia) x (número horas

trabalhadas/ano)/(4186 J/kcal)

= (número de horas/homem) x (3,2x 03 kcal/dia) x (4186 J/kcal)

= 4,26x10+09

J/ ha.ano

Transformidade = 2,80x106 sej/J (AGOSTINHO, 2009)

5 Despesas Administrativas – agrícolas

Despesas (J) = 1,95x 02 U$/ha.ano (BROWN e ULGIATI, 2004)

= 2,44x 01 U$/t

= 1,95x102 U$/ha.ano

Transformidade = 3,7x1012

sej/J (AGOSTINHO, 2009)

6 Impostos e Taxas – agrícola

Despesas (J) = 3,85x101 U$/ha.ano (BROWN e ULGIATI, 2004)

= 4,81x10-1

U$/tbiomassa

= 3,85x101 U$/ha.ano

Transformidade = 4,82x1012

sej/J (COMAR, 1998)

7 Mão-de-obra – fixa

Número de Funcionários = 20 homem/ha.ano

Consumo energético = 2500 kcal/dia

Conversão de unidades J/kcal= 4186

Biomassa processada = 7952 t/a = 22,09 t/dia

Produtividade da biomassa = 0,93 t/ha

Consumo (J) = (no. funcionários) x (consumo energético) x conversão de unidade

x (biomassa processada) / produtividade da biomassa

= (... funcionários) x (2,5 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal) x (biomassa

processada (t/dia)) / produtividade da biomassa (t/ha)

= 4,97 x 109 J/ha

Transformidade = 2,80x10+06

sej/J (AGOSTINHO, 2009)

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89

8 Mão-de-obra temporária

Número de Funcionários = 10 homem/ha.ano

Consumo energético = 2500 kcal/dia

Conversão de unidades J/kcal = 4186

Biomassa processada = 7952 t/a = 22,09 t/dia

Produtividade da biomassa = 0,93 t/ha

Energia (J) == (... funcionários) x (2,5 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal) x (biomassa

processada (t/dia)) / produtividade da biomassa (t/ha)

= 2,49 x 109J/ha.ano

Transformidade = 2,80 x 106 sej/J (AGOSTINHO, 2009)

9 Impostos e Taxas – indústria

Despesas (J) = 1,42 U$/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 4,82x1012

sej/J (COMAR, 1998)

10 Transporte – usina (J)

Consumo (plantio a indústria) = 36,6 L gasolina/ha.ano

(MOREIRA et al., 2005)

Massa específica do combustível = 7,42 x 10-1

kg/L

Energia do combustível = 10000 kcal/kg (AGOSTINHO, 2009)

Conversão de unidades J/kcal= 4186

Consumo (L) = (consumo) x (massa específica do combustível) x (energia do

combustível)

= (36,6 L/ha.ano) x (7,42 x 10-1

kg/L) x (1 x 104 kcal/kg) x (4186 J/kcal)

= 1,14 x 109 J/ha.ano

Transformidade = 6,60 x 104 sej/J (ORTEGA, 2012)

M (Materiais)

11 Mudas

Consumo de sementes = 125 kg/ha (EMBRAPA, 2005)

Reforma da lavoura = 20% = 0,20 (SÃO PAULO, 2011)

Energia da matéria orgânica = 5400 kcal/kg semente)

Conversão de unidades J/kcal= 4186

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90

Consumo (kg) = (consumo) x (% da reforma) x (Energia da matéria orgânica)

= (125) x (0,20) x 5400 x 4186 = 5,65 x 108 J/ha

Transformidade = 5,0 x 105 sej/J (ORTEGA, 2002)

12 Inseticida (L)

Consumo = 1,16 L/ha.ano no plantio (AGOSTINHO, 2009)

Reforma da lavoura = 20%

Consumo (kg) = [(consumo) – (% reforma x consumo)] x (densidade do inseticida)

x (4186) J/kcal) = (1,16 L/ha.ano) x (20%) x (0,99 g/cm3) x (4186)

= 3,85 x 103 J/ha.ano

Transformidade = 1,97 x 106 sej/J (ORTEGA, 1998)

13 Nitrogênio (kg)

Consumo = 26,27 kg/ha.ano (AGOSTINHO, 2009)

Consumo (kg) = (consumo)

= (26,27 g/ha.ano) x (1 x 103 g/kg)

= (26,27) x (1 x 103) = 2,6 x 10

4 kg/ ha.ano

Transformidade = 6,38 x 109 sej/J (WITTMANN E BONILLA, 2009)

14 Fósforo (kg)

Consumo = 92,02 kg/ha.ano (AGOSTINHO, 2009)

Transformidade = 6,55 x 1012

sej/J (PEREIRA, 2008)

15 Potássio (kg)

Consumo = 82,41 kg/ha.ano (AGOSTINHO, 2009)

Transformidade = 2,92 x 1012

sej/J (PEREIRA, 2008)

16 Calcário (kg)

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91

Consumo = 796,63 kg/ha.ano (AGOSTINHO, 2009)

Transformidade = 2,48 x 1010

sej/kg (PEREIRA, 2008)

17 Implementos agrícolas – equipamentos de aço (kg)

Peso = 4,33 kg/ha.ano (inclui implementos, tratores e transp..de insumos e de

trabalhadores)

Consumo (kg) = 4,33 kg/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

18 Pneus – agrícola (kg)

Peso = 1,18 kg/ ha.ano (inclui implementos, tratores e transp..de insumos e de

trabalhadores)

Consumo (kg) = 1,18 kg/ ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 1,79 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

19 Caminhão para transporte da biomassa (kg)

Peso = 6,46 x 10-2

kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = (....kg/ tbiomassa) x (....tbiomassa/ha)

= (6,46 x 10-2

kg/ tbiomassa) x (24,16 tbiomassa/ha)

= 1,56 J/ha.ano

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

20 Pneus – transporte da biomassa (kg)

Peso = 2,46 x 10-2

kg/ tbiomassa

Consumo (kg) = 1,97 J/ ha.ano

Transformidade = 1,79 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

21 Diesel - transporte da biomassa (L)

Consumo = 0,53 L diesel/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = (consumo) x (densidade) x (energia do diesel)

Consumo (kg) = (...L/ tbiomassa) x (8,4 x 10-1

kg/L) x (1 x 10-4

kcal/kg) x (4186

J/kcal)

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92

Transformidade = 5,50 x 104 sej/L (MOREIRA et al., 2005)

22 Equipamentos industriais (kg)

Peso = 5,06 x 10-2

kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = 1,2225 kg/ ha.ano

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg (MOREIRA et al., 2005)

23 Insumos industriais (kg)

Peso = 1,17 kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = (....kg / tbiomassa) x (....tbiomassa / ha)

Consumo (kg) = (1,17 kg / tbiomassa) x (24,16 tbiomassa / ha)

Consumo (kg) = 28,67 kg / ha.ano

Transformidade = 3,80 x 1012

sej/kg (BASTIANONI et al., 2005)

24 Infra-estrutura (U$)

Investimentos = 2,31 x 10-1

U$ / tbiomassa

Investimentos = ( ....U$ / tbiomassa) x ( .... tbiomassa / ha)

= (2,31 x 10-1

) x (24,16)

= 5,58096 U$ / ha.ano)

Transformidade = 3,18 x 1012

sej / U$ (ORTEGA, 2002)

25 Emergia total (Y)

Somatória de todas as emergias do processo

= 1,75x10+16

sej/ha.ano

Outputs

26 Energia produzida (E)

Produção da biomassa (kg) = (kg/ha)

= 1238 kg/ha

PCI - Poder Calorífico Inferior da Biomassa (kcal / kg) = 3403

Fator de conversão de Kcal para J = 4186

Energia produzida (J) = (produção da biomassa) x (PCI da biomassa) x (J/kcal)

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93

= 1,76 x 1010

J / ha.ano

Cálculos dos índices emergéticos (casca de arroz):

Porcentagem de Renovabilidade (R) = 100 x R/Y = 9,65%

Transformidade (Tr) = Y/E = 1,75x10+16

sej/ha.ano / 1,76x10+10

J / ha.ano

= 9,91x10+5

sej/J

Razão do Rendimento Emergético (EYR) = Y/F = 1,14

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94

b. Diagrama emergético para o ciclo de produção do resíduo de casca de coco (fibra)

Bens

econômicosCombus-

tíveis

Bens

coleta,

transporte

Caldeira +

Turbo-

Gerador

Resíduos

$

Serviços

BioEnergia

Sistema de produção de energia a partir de

resíduos de atividades agrícolas

$

$*Resíduo

Casca-de-coco

Biomassa: fibra de coco

Inputs

R (Renováveis)

1 Radiação do Sol

Radiação solar Média anual (kWh/m2.dia) = 4.90 x 360 d. = 1768 kWh/m

2.ano

(SOLAR ENERGY, 2013)

Albedo = 0,32 (NASA, 2013)

Latitude: 22.88; Longitude: 47.08;

Energia (J) = (radiação solar anual média) * (1 – albedo)

= (1768 kWh/ m2.ano) x (3,6 x 10

+6 J/kWh) x (1,0 x10

+4 m

2 / ha)x (1 –

albedo)

= 4,33 x10+13

J/ha.ano

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95

Transformidade = 1 sej/J (definição) (ODUM, 1996) (ORTEGA, 2011)

2 Chuva

Precipitação anual = 1424,5 mm = 1,4245 m2 (CEAGRI, 2013)

Evapotranspiração = 1035 mm = 1,035 m2 (0,72) (ORTEGA, 2011)

Energia da chuva = Energia Livre de Gibbs = 5,0 x10+3

J/k (AGOSTINHO, 2009)

Densidade da água = 1,0 x10+3

kg/m3

Energia (J) = (precipitação) * (evapotranspiração) * (energia da chuva) * (densidade)

= (1,425 m2) * (0,72) * (5000 J/kg) *(1,0 x10

+4 m

2/ha)(1,0 x10

+3- kg/m

3)

= 5, 13x10+10

J/ha.ano

Transformidade = 3,0 x10+4

sej/J (PEREIRA, 2008)

N (Não renováveis)

3 Perdas de solo

Perda de solo = árvores frutíferas = 0,9 t/ha.ano (ORTEGA, 2013)

Matéria Orgânica = 4% (solo agrícola fértil)

Energia da matéria orgânica = 5400 kcal/kg m.o.)

Energia (J) = (perda de solo) x (% matéria orgânica) x (energia matéria orgânica)

= (0,9 t/ha.ano) x (1,0 x10+3

kg/t) x (0,04 m.o.) x (5400 kcal/kg m.o.) x (4186 J/kcal)

= 8,13 x 108 J/ha.ano

Transformidade = 1,24 x 105 sej/J (PEREIRA, 2008)

S (Serviços)

4 Mão-de-obra simples – colheita

Número de funcionários = 10 (AGOSTINHO, 2009)

Horas trabalhadas/homem = 318

Consumo energético = 3200 kcal/dia por homem

Consumo (J) = (número de funcionários) x (consumo energético/dia) x (número horas

trabalhadas/ano)/(4186 J/kcal)

= (número de horas/homem) x (3,2 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal)

= 4,26x10+09

J/ ha.ano

Transformidade = 2,80 x 106 sej/J (AGOSTINHO, 2009)

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96

5 Despesas Administrativas – agrícolas

Despesas (J) = 1,95 x 102 U$/ha.ano (BROWN e ULGIATI, 2004)

= 2,44 x 101 U$/t

= 1,95 x 102 U$/ha.ano

Transformidade = 3,7 x 1012

sej/J (AGOSTINHO, 2009)

6 Impostos e Taxas – agrícola

Despesas (J) = 3,85 x 101 U$/ha.ano (BROWN e ULGIATI, 2004)

= 4,81 x 10-1

U$/tbiomassa

= 3,85 x 101 U$/ha.ano

Transformidade = 3,7 x 1012

sej/J (COHEN, 2006)

7 Mão-de-obra – fixa

Número de Funcionários = 20 homem/ha.ano

Consumo energético = 2500 kcal/dia

Conversão de unidades J/kcal = 4186

Biomassa processada = 8618 t/a = 23,94 t/dia

Produtividade da biomassa = 6,30 t/ha

Consumo (J) = (no. funcionários) x (consumo energético) x conversão de unidade x

(biomassa processada) / produtividade da biomassa

= (no. funcionários) x (2,5 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal) x (biomassa processada (t/dia))

/ produtividade da biomassa (t/ha)

= (20) x ( 2500) x (4186) x (8618) / (6,30) = 2,86 x 1011

J

Transformidade = 2,80x10+06

sej/J (AGOSTINHO, 2009)

8 Mão-de-obra temporária

Número de Funcionários = 10 homem/ha.ano

Consumo energético = 2500 kcal/dia

Conversão de unidades J/kcal = 4186

Biomassa processada = 8618 t/a = 23,94 t/dia

Produtividade da biomassa = 6,30 t/ha

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97

Energia (J) == (... funcionários) x (2,5 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal) x (biomassa

processada (t/dia)) / produtividade da biomassa (t/ha)

= 3,98 x 108 J/ha.ano

Transformidade = 2,80 x 106 sej/J (AGOSTINHO, 2009)

9 Impostos e Taxas – indústria

Despesas (J) = 1,42 U$/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 3,70 x 1012 sej/U$ (COHEN, 2006)

10 Transporte – usina (J)

Consumo (plantio a indústria) = 36,6 L gasolina/ha.ano

Massa específica do combustível = 7,42 x 10-1

kg/L

Energia do combustível = 10000 kcal/kg (AGOSTINHO,2009)

Conversão de unidades J/kcal= 4186

Consumo (L) = (consumo) x (massa específica do combustível) x (energia do

combustível)

= (36,6 L/ha.ano) x (7,42 x 10-1

kg/L) x (1 x 104 kcal/kg) x (4186 J/kcal)

= 1,14 x 109 J/ha.ano

Transformidade = 6,60 x 104 sej/J (ORTEGA, 2012)

M (Materiais)

12 Inseticida (L)

Consumo = 1,16 L/ha.ano no plantio (AGOSTINHO, 2009)

Reforma da lavoura = 20%

Consumo (kg) = (consumo) x (% reforma) x (densidade do inseticida) x (4186

J/kcal) = (4,00 L/ha.ano) x (20%) x (0,99 g/cm3) x (4186)

= 9,61 x 102 J/ha.ano

Transformidade = 2,72 x 106 sej/J (WITTMANN E BONILLA, 2009)

13 Nitrogênio (kg)

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98

Consumo = 26,27 kg/ha.ano (EMBRAPA, 2005)

Consumo (kg) = (consumo)

= (26,27 g/ha.ano) x (1 x 103 g/kg)

= (26,27) x (1 x 103) = 2,63 x 10

4 kg/ ha.ano

Transformidade = 6,38 x 109 sej/J (WITTMANN E BONILLA, 2009)

14 Fósforo (kg)

Consumo = 92,02 kg/ha.ano (AGOSTINHO, 2009)

Transformidade = 6,55 x 1012

sej/J (PEREIRA, 2008)

15 Potássio (kg)

Consumo = 82,41 kg/kg (AGOSTINHO,2009)

Transformidade = 2,92 x 1012

sej/J (PEREIRA, 2008)

16 Calcário (kg)

Consumo = 796,63 kg/ha.ano (AGOSTINHO, 2009)

Transformidade = 2,48 x 1010

sej/kg (PEREIRA, 2008)

17 Implementos agrícolas – equipamentos de aço (kg)

Peso = 4,33 kg/ha.ano (inclui implementos, tratores e transp..de insumos e de

trabalhadores)

Consumo (kg) = 4,33 kg/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

18 Pneus – agrícola (kg)

Peso = 1,18 kg/ ha.ano (inclui implementos, tratores e transp..de insumos e de

trabalhadores)

Consumo (kg) = 1,18 kg/ ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 1,79 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

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99

19 Caminhão para transporte da biomassa (kg)

Peso = 6,46 x 10-2

kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = (....kg/ tbiomassa) x (....tbiomassa/ha)

= (6,46 x 10-2

kg/ tbiomassa) x (24,16 tbiomassa/ha)

= 1,56 J/ha.ano

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

20 Pneus – transporte da biomassa (kg)

Peso = 2,46 x 10-2

kg/ tbiomassa

Consumo (kg) = 1,97 J/ ha.ano

Transformidade = 1,79 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

21 Diesel - transporte da biomassa (L)

Consumo = 0,53 L diesel/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = (consumo) x (densidade) x (energia do diesel)

Consumo (kg) = (...L/ tbiomassa) x (8,4 x 10-1

kg/L) x (1 x 10-4

kcal/kg) x (4186 J/kcal)

Transformidade = 5,50 x 104 sej/L

22 Equipamentos industriais (kg)

Peso = 5,06 x 10-2

kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)Consumo

(kg) = 1,2225 kg/ ha.ano

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg

23 Insumos industriais (kg)

Peso = 1,17 kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = (....kg / tbiomassa) x (....tbiomassa / ha)

Consumo (kg) = (1,17 kg / tbiomassa) x (24,16 tbiomassa / ha)

Consumo (kg) = 28,67 kg / ha.ano

Transformidade = 3,80 x 1012

sej/kg (BASTIANONI et al., 2005)

24 Infra-estrutura (U$)

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100

Investimentos = 2,31 x 10-1

U$ / tbiomassa

Investimentos = ( ....U$ / tbiomassa) x ( .... tbiomassa / ha)

= (2,31 x 10-1

) x (24,16)

= 5,58096 U$ / ha.ano)

Transformidade = 3,70 x 1012

sej / U$ (COHEN, 2006)

25 Emergia total (Y)

Somatória de todas as emergias do processo = 6,04 x10+15

sej/ha.ano

Outputs

26 Energia produzida (E)

Produção da biomassa (kg) = (kg/ha)

= 4131 kg/ha

PCI - Poder Calorífico Inferior da Biomassa (kcal / kg) = 3914

Fator de conversão de Kcal para J = 4186

Energia produzida (J) = (produção da biomassa) x (PCI da biomassa) x (J/kcal)

= 1,20 x 1010

J / ha.ano

Cálculos dos índices emergéticos (fibra de coco):

Porcentagem de Renovabilidade (%R) = 100 x R/Y = 34,04%

Transformidade (Tr) = Y/E = 7,04x10+04

sej/J

Razão do Rendimento Emergético (EYR) = Y/F = 1,52

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101

c. Diagrama emergético para o ciclo de produção da poda de árvores.

Bens

econômicosCombus-

tíveis

Bens

coleta,

transporte

Caldeira +

Turbo-

Gerador

Resíduos

$

Serviços

BioEnergia

Sistema de produção de energia a partir de

resíduos de atividades agrícolas

$

$*Resíduo

Poda-de-árvores

Biomassa: poda de árvores

Inputs

R (Renováveis)

1 Radiação do Sol

Radiação solar Média anual (kWh/m2.dia) = 4.90 x 360 d. = 1768 kWh/m

2.ano

(SOLAR ENERGY, 2013)

Albedo = 0,32 (NASA, 2013)

Latitude: 22.88; Longitude: 47.08;

Energia (J) = (radiação solar anual média) * (1 – albedo)

= (1768 kWh/ m2.ano) x (3,6 x10

+6 J/kWh) x (1,0 x10

+4 m

2 / ha)x (1

– albedo)

= 4,33 x10+13

J/ha.ano

Transformidade = 1 sej/J (definição) (ODUM, 1996) (ORTEGA, 2011)

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102

2 Chuva

Precipitação anual = 1424,5 mm = 1,4245 m2 (CEAGRI, 2013)

Evapotranspiração = 1035 mm = 1,035 m2 (0,72) (ORTEGA, 2011)

Energia da chuva = Energia Livre de Gibbs = 5,0 E+3 J/kg (AGOSTINHO,2009)

Densidade da água = 1,0 x10+3

kg/m3

Energia (J) = (precipitação) * (evapotranspiração) * (energia da chuva) * (densidade)

= (1,425 m2) * (0,72) * (5000 J/kg) *(1,0 x10

+4 m

2/ha)(1,0 x10

+3- kg/m

3)

= 5, 13x10+10

J/ha.ano

Transformidade = 3,0 x10+4

sej/J (PEREIRA, 2008)

N (Não renováveis)

3 Perdas de solo

Perda de solo = árvores frutíferas = 0,9 t/ha.ano (ORTEGA, 2013)

Matéria Orgânica = 4% (solo agrícola fértil)

Energia da matéria orgânica = 5400 kcal/kg m.o.)

Energia (J) = (perda de solo) x (% matéria orgânica) x (energia matéria orgânica)

= (0,9 t/ha.ano) x (1,0 x10+3

kg/t) x (0,04 m.o.) x (5400 kcal/kg m.o.) x (4186 J/kcal)

= 8,13 x 108 J/ha.ano

Transformidade = 1,24 x 105 sej/J (PEREIRA, 2008)

S (Serviços)

4 Mão-de-obra simples – colheita

Número de funcionários = 10 (AGOSTINHO, 2009)

Horas trabalhadas/homem = 318

Consumo energético = 3200 kcal/dia por homem

Consumo (J) = (número de funcionários) x (consumo energético/dia) x (número horas

trabalhadas/ano)/(4186 J/kcal)

= (número de horas/homem) x (3,2 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal)

= 4,26x10+09

J/ ha.ano

Transformidade = 2,80 x 106 sej/J (AGOSTINHO, 2009)

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103

5 Despesas Administrativas – agrícolas

Despesas (J) = 1,95 x 102 U$/ha.ano (BROWN e ULGIATI, 2004)

= 2,44 x 101 U$/t

= 1,95 x 102 U$/ha.ano

Transformidade = 3,7 x 1012

sej/J (AGOSTINHO, 2009)

6 Impostos e Taxas – agrícola

Despesas (J) = 3,85 x 101 U$/ha.ano (BROWN e ULGIATI, 2004)

= 4,81 x 10-1

U$/tbiomassa

= 3,85 x 101 U$/ha.ano

Transformidade = 3,7 x 1012

sej/J (COHEN, 2006)

7 Mão-de-obra – fixa

Número de Funcionários = 20 homem/ha.ano

Consumo energético = 2500 kcal/dia

Conversão de unidades J/kcal = 4186

Biomassa processada = 8618 t/a = 23,94 t/dia

Produtividade da biomassa = 6,30 t/ha

Consumo (J) = (no. funcionários) x (consumo energético) x conversão de unidade x

(biomassa processada) / produtividade da biomassa

= (no. funcionários) x (2,5 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal) x (biomassa processada

(t/dia))/ produtividade da biomassa (t/ha)

= (20) x ( 2500) x (4186) x (8618) / (6,30) = 2,86 x 1011

J

Transformidade = 2,80x10+06

sej/J (AGOSTINHO, 2009)

8 Mão-de-obra temporária

Número de Funcionários = 10 homem/ha.ano

Consumo energético = 2500 kcal/dia

Conversão de unidades J/kcal = 4186

Biomassa processada = 8618 t/a = 23,94 t/dia

Produtividade da biomassa = 6,30 t/ha

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104

Energia (J) == (... funcionários) x (2,5 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal) x (biomassa

processada (t/dia)) / produtividade da biomassa (t/ha)

= 3,98 x 108 J/ha.ano

Transformidade = 2,80 x 106 sej/J (AGOSTINHO, 2009)

9 Impostos e Taxas – indústria

Despesas (J) = 1,42 U$/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 3,70 x 1012 sej/U$ (COHEN, 2006)

10 Transporte – usina (J)

Consumo (plantio a indústria) = 36,6 L gasolina/ha.ano

Massa específica do combustível = 7,42 x 10-1

kg/L

Energia do combustível = 10000 kcal/kg (AGOSTINHO,2009)

Conversão de unidades J/kcal= 4186

Consumo (L) = (consumo) x (massa específica do combustível) x (energia do

combustível)

= (36,6 L/ha.ano) x (7,42 x 10-1

kg/L) x (1 x 104 kcal/kg) x (4186 J/kcal)

= 1,14 x 109 J/ha.ano

Transformidade = 6,60 x 104 sej/J (ORTEGA, 2012)

M (Materiais)

12 Inseticida (L)

Consumo = 1,16 L/ha.ano no plantio (AGOSTINHO,2009)

Reforma da lavoura = 20%

Consumo (kg) = (consumo) x (% reforma) x (densidade do inseticida) x (4186

J/kcal) = (4,00 L/ha.ano) x (20%) x (0,99 g/cm3) x (4186)

= 9,61 x 102 J/ha.ano

Transformidade = 2,72 x 106 sej/J (WITTMANN E BONILLA, 2009)

13 Nitrogênio (kg)

Consumo = 26,27 kg/ha.ano (EMBRAPA, 2005)

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105

Consumo (kg) = (consumo)

= (26,27 g/ha.ano) x (1 x 103 g/kg)

= (26,27) x (1 x 103) = 2,63 x 10

4 kg/ ha.ano

Transformidade = 6,38 x 109 sej/J (WITTMANN E BONILLA, 2009)

14 Fósforo (kg)

Consumo = 92,02 kg/ha.ano (AGOSTINHO, 2009) Transformidade

= 6,55 x 1012

sej/J (PEREIRA, 2008)

15 Potássio (kg)

Consumo = 82,41 kg/kg

(AGOSTINHO,2009) Transformidade = 2,92 x 1012

sej/J (PEREIRA, 2008)

16 Calcário (kg)

Consumo = 796,63 kg/ha.ano (AGOSTINHO, 2009)

Transformidade = 2,48 x 1010

sej/kg (PEREIRA, 2008)

17 Implementos agrícolas – equipamentos de aço (kg)

Peso = 4,33 kg/ha.ano (inclui implementos, tratores e transp..de insumos e de

trabalhadores)

Consumo (kg) = 4,33 kg/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

18 Pneus – agrícola (kg)

Peso = 1,18 kg/ ha.ano (inclui implementos, tratores e transp..de insumos e de

trabalhadores)

Consumo (kg) = 1,18 kg/ ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 1,79 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

19 Caminhão para transporte da biomassa (kg)

Peso = 6,46 x 10-2

kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

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106

Consumo (kg) = (....kg/ tbiomassa) x (....tbiomassa/ha)

= (6,46 x 10-2

kg/ tbiomassa) x (24,16 tbiomassa/ha)

= 1,56 J/ha.ano

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

20 Pneus – transporte da biomassa (kg)

Peso = 2,46 x 10-2

kg/ tbiomassa

Consumo (kg) = 1,97 J/ ha.ano

Transformidade = 1,79 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

21 Diesel - transporte da biomassa (L)

Consumo = 0,53 L diesel/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = (consumo) x (densidade) x (energia do diesel)

Consumo (kg) = (0,53 L/ tbiomassa) x (8,4 x 10-1

kg/L) x (1 x 10-4

kcal/kg) x (4186

J/kcal)

Transformidade = 5,50 x 104 sej/L

22 Equipamentos industriais (kg)

Peso = 5,06 x 10-2

kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = 1,2225 kg/ ha.ano

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg

23 Insumos industriais (kg)

Peso = 1,17 kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = (....kg / tbiomassa) x (....tbiomassa / ha)

Consumo (kg) = (1,17 kg / tbiomassa) x (24,16 tbiomassa / ha)

Consumo (kg) = 28,67 kg / ha.ano

Transformidade = 3,80 x 1012

sej/kg (BASTIANONI et al., 2005)

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107

24 Infra-estrutura (U$)

Investimentos = 2,31 x 10-1

U$ / tbiomassa

Investimentos = ( ....U$ / tbiomassa) x ( .... tbiomassa / ha)

= (2,31 x 10-1

) x (24,16)

= 5,58096 U$ / ha.ano)

Transformidade = 3,70 x 1012

sej / U$ (COHEN, 2006)

25 Emergia total (Y)

Somatória de todas as emergias do processo = 1,20x10+16

sej/ha.ano

Outputs

26 Energia produzida (E)

Produção da biomassa (kg) = (kg/ha)

= 258 kg/ha

PCI - Poder Calorífico Inferior da Biomassa (kcal / kg) = 2150

Fator de conversão de Kcal para J = 4186

Energia produzida (J) = (produção da biomassa) x (PCI da biomassa) x (J/kcal)

= 2,32x109J / ha.ano

Cálculos dos índices emergéticos (poda de árvores):

Porcentagem de Renovabilidade (%R) = 100 x R/Y = 11,43%

Transformidade (Tr) = Y/E = 6,16x10+06

sej/J

Razão do Rendimento Emergético (EYR) = Y/F = 1,17

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108

d. Diagrama emergético do ciclo de produção do resíduo da caixeta

Bens

econômicosCombus-

tíveis

Bens

coleta,

transporte

Caldeira +

Turbo-

Gerador

Resíduos

$

Serviços

BioEnergia

Sistema de produção de energia a partir de

resíduos de atividades agrícolas

$

$*Resíduo

Serragem

Caixeta

Biomassa: resíduo da madeira caixeta

Inputs

R (Renováveis)

1 Radiação do Sol

Radiação solar Média anual (kWh/m2.dia) = 4.90 x 360 d. = 1768 kWh/m

2.ano

(SOLAR ENERGY, 2013)

Albedo = 0,32

Latitude: 22.88; Longitude: 47.08; (NASA, 2013)

Energia (J) = (radiação solar anual média) * (1 – albedo)

=(1768 kWh/ m2.ano) x (3,6 x10

+6 J/kWh) x (1,0 x10

+4 m

2 / ha)x (1

– albedo)

= 4,33 x10+13

J/ha.ano

Transformidade = 1 sej/J (definição) (ODUM, 1996) (ORTEGA, 2011)

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109

2 Chuva

Precipitação anual = 1424,5 mm = 1,4245 m2 (CEAGRI, 2013)

Evapotranspiração = 1035 mm = 1,035 m2 (0,72) (EMBRAPA, 2013)

Energia da chuva = Energia Livre de Gibbs = 5,0 E+3 J/kg [53]

Densidade da água = 1,0 x10+3

kg/m3

Energia (J) = (precipitação) * (evapotranspiração) * (energia da chuva) * (densidade)

= (1,425 m2) * (0,72) * (5000 J/kg) *(1,0 x10

+4 m

2/ha)(1,0 x10

+3- kg/m

3)

= 5, 13x10+10

J/ha.ano

Transformidade = 3,0 x10+4

sej/J (PEREIRA, 2008)

N (Não renováveis)

3 Perdas de solo

Perda de solo = floresta natural = 0,1 t/ha.ano (ORTEGA, 2013)

Matéria Orgânica = 4% (solo agrícola fértil)

Energia da matéria orgânica = 5400 kcal/kg m.o.)

Energia (J) = (perda de solo) x (% matéria orgânica) x (energia matéria orgânica)

= (0,1 t/ha.ano) x (1,0 x10+3

kg/t) x (0,04 m.o.) x (5400 kcal/kg m.o.) x (4186 J/kcal)

= 9,04 x 107 J/ha.ano

Transformidade = 1,24 x 105 sej/J (PEREIRA, 2008)

S (Serviços)

4 Mão-de-obra simples – colheita

Número de funcionários = 10 (AGOSTINHO, 2009)

Horas trabalhadas/homem = 318

Consumo energético = 3200 kcal/dia por homem

Consumo (J) = (número de funcionários) x (consumo energético/dia) x (número horas

trabalhadas/ano)/(4186 J/kcal)

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110

= (número de horas/homem) x (3,2 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal)

= 4,26x10+09

J/ ha.ano

Transformidade = 2,80 x 106 sej/J (AGOSTINHO, 2009)

5 Despesas Administrativas – agrícolas

Despesas (J) = 1,95 x 102 U$/ha.ano (BROWN e ULGIATI, 2004)

= 2,44 x 101 U$/t

= 1,95 x 102 U$/ha.ano

Transformidade = 3,7 x 1012

sej/J (AGOSTINHO, 2009)

6 Impostos e Taxas – agrícola

Despesas (J) = 3,85 x 101 U$/ha.ano (BROWN e ULGIATI, 2004)

= 4,81 x 10-1

U$/tbiomassa

= 3,85 x 101 U$/ha.ano

Transformidade = 3,7 x 1012

sej/J (COHEN et al., 2006)

7 Mão-de-obra – fixa

Número de Funcionários = 20 homem/ha.ano

Consumo energético = 2500 kcal/dia

Conversão de unidades J/kcal = 4186

Biomassa processada = 5350 t/a = 14,8 t/dia

Produtividade da biomassa = 0,46 t/ha

Consumo (J) = (no. funcionários) x (consumo energético) x conversão de unidade x

(biomassa processada) / produtividade da biomassa

= (no. funcionários) x (2,5 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal) x (biomassa processada (t/dia))

/ produtividade da biomassa (t/ha)

= (20) x ( 2500) x (4186) x (5350) / (0,46) = 2,43 x 1012

J

Transformidade = 2,80x10+06

sej/J (AGOSTINHO, 2009)

8 Mão-de-obra temporária

Número de Funcionários = 10 homem/ha.ano

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111

Consumo energético = 2500 kcal/dia

Conversão de unidades J/kcal = 4186

Biomassa processada = 5350 t/a = 14,8 t/dia

Produtividade da biomassa = 0,46 t/ha

Energia (J) == (10 funcionários) x (2,5 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal) x (14,8 biomassa

processada (t/dia)) / 0,46 produtividade da biomassa (t/ha)

= 3,37 x 109 J/ha.ano

Transformidade = 2,80 x 106 sej/J (AGOSTINHO, 2009)

9 Impostos e Taxas – indústria

Despesas (J) = 1,42 U$/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 3,70 x 1012

sej/U$ (COHEN et al., 2006)

10 Transporte – usina (J)

Consumo (plantio a indústria) = 36,6 L gasolina/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Massa específica do combustível = 7,42 x 10-1

kg/L

Energia do combustível = 10000 kcal/kg (AGOSTINHO, 2009)

Conversão de unidades J/kcal= 4186

Consumo (L) = (consumo) x (massa específica do combustível) x (energia do

combustível)

= (36,6 L/ha.ano) x (7,42 x 10-1

kg/L) x (1 x 104 kcal/kg) x (4186 J/kcal)

= 1,14 x 109 J/ha.ano

Transformidade = 6,60 x 104 sej/J (ORTEGA, 2012)

M (Materiais)

12 Inseticida (L)

Consumo = 1,16 L/ha.ano no plantio (AGOSTINHO, 2009)

Reforma da lavoura = 20%

Consumo (kg) = (consumo) x (% reforma) x (densidade do inseticida) x (4186

J/kcal) = (4,00 L/ha.ano) x (20%) x (0,99 g/cm3) x (4186)

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112

= 9,61 x 102 J/ha.ano

Transformidade = 2,72 x 106 sej/J (WITTMANN E BONILLA, 2009)

13 Nitrogênio (kg)

Consumo = 26,27 kg/ha.ano (EMBRAPA, 2005)

Consumo (kg) = (consumo)

= (26,27 g/ha.ano) x (1 x 103 g/kg)

= (26,27) x (1 x 103) = 2,63 x 10

4 kg/ ha.ano

Transformidade = 6,38 x 109 sej/J (WITTMANN E BONILLA, 2009)

14 Fósforo (kg)

Consumo = 92,02 kg/ha.ano (AGOSTINHO, 2009)

Transformidade = 6,55 x 1012

sej/J (PEREIRA, 2008)

15 Potássio (kg)

Consumo = 82,41 kg/kg (AGOSTINHO, 2009)

Transformidade = 2,92 x 1012

sej/J (PEREIRA, 2008

16 Calcário (kg)

Consumo = 796,63 kg/ha.ano (AGOSTINHO, 2009)

Transformidade = 2,48 x 1010

sej/kg (PEREIRA, 2008)

17 Implementos agrícolas – equipamentos de aço (kg)

Peso = 4,33 kg/ha.ano (inclui implementos, tratores e transp..de insumos e de

trabalhadores)

Consumo (kg) = 4,33 kg/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

18 Pneus – agrícola (kg)

Peso = 1,18 kg/ ha.ano (inclui implementos, tratores e transp..de insumos e de

trabalhadores)

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113

Consumo (kg) = 1,18 kg/ ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 1,79 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

19 Caminhão para transporte da biomassa (kg)

Peso = 6,46 x 10-2

kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = (....kg/ tbiomassa) x (....tbiomassa/ha)

= (6,46 x 10-2

kg/ tbiomassa) x (24,16 tbiomassa/ha)

= 1,56 J/ha.ano

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

20 Pneus – transporte da biomassa (kg)

Peso = 2,46 x 10-2

kg/ tbiomassa

Consumo (kg) = 1,97 J/ ha.ano

Transformidade = 1,79 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

21 Diesel - transporte da biomassa (L)

Consumo = 0,53 L diesel/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = (consumo) x (densidade) x (energia do diesel)

Consumo (kg) = (...L/ tbiomassa) x (8,4 x 10-1

kg/L) x (1 x 10-4

kcal/kg) x (4186

J/kcal)

Transformidade = 5,50 x 104 sej/L (PEREIRA, 2008)

22 Equipamentos industriais (kg)

Peso = 5,06 x 10-2

kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = 1,2225 kg/ ha.ano

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

23 Insumos industriais (kg)

Peso = 1,17 kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)Consumo

(kg) = (....kg / tbiomassa) x (....tbiomassa / ha)

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114

Consumo (kg) = (1,17 kg / tbiomassa) x (24,16 tbiomassa / ha)

Consumo (kg) = 28,67 kg / ha.ano

Transformidade = 3,80 x 1012

sej/kg (BASTIANONI et al., 2005)

24 Infra-estrutura (U$)

Investimentos = 2,31 x 10-1

U$ / tbiomassa

Investimentos = ( ....U$ / tbiomassa) x ( .... tbiomassa / ha)

= (2,31 x 10-1

) x (24,16)

= 5,58096 U$ / ha.ano)

Transformidade = 3,70 x 1012

sej / U$ (COHEN et al., 2006)

25 Emergia total (Y)

Somatória de todas as emergias do processo = 1,30425x10+16 sej/ha.ano

Outputs

26 Energia produzida (E)

Produção da biomassa (kg) = (kg/ha)

= 4604 kg/ha

PCI - Poder Calorífico Inferior da Biomassa (kcal / kg) = 4168

Fator de conversão de Kcal para J = 4186

Energia produzida (J) = (produção da biomassa) x (PCI da biomassa) x (J/kcal)

= (4604) x (4168) x (4186)

= 8,03 x 1010

J / ha.ano

Cálculos dos índices emergéticos (resíduo da madeira caixeta):

Porcentagem de Renovabilidade (%R) = 100 x R/Y = 10,95%

Transformidade (Tr) = Y/E = 1,84x10+05

sej/J

Razão do Rendimento Emergético (EYR) = Y/F = 1,12

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115

e. Diagrama emergético para o ciclo de produção do resíduo do jequitibá rosa

Bens

econômicosCombus-

tíveis

Bens

coleta,

transporte

Caldeira +

Turbo-

Gerador

Resíduos

$

Serviços

BioEnergia

Sistema de produção de energia a partir de

resíduos de atividades agrícolas

$

$*Resíduo

Serragem

Jequitiba

Biomassa: resíduo da madeira jequitibá-rosa

Inputs

R (Renováveis)

1 Radiação do Sol

Radiação solar Média anual (kWh/m2.dia) = 4.90 x 360 d. = 1768 kWh/m

2.ano

(SOLAR ENERGY, 2013)

Albedo = 0,32 (NASA, 2013)

Latitude: 22.88; Longitude: 47.08;

Energia (J) = (radiação solar anual média) * (1 – albedo)

= (1768 kWh/ m2.ano) x (3,6 x10

+6 J/kWh) x (1,0 x10

+4 m

2 / ha)x (1 – albedo)

= 4,33 E+13 J/ha.ano

Transformidade = 1 sej/J (definição) (ODUM, 1996) (ORTEGA, 2011)

2 Chuva

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116

Precipitação anual = 1424,5 mm = 1,4245 m2 (CEAGRI, 2013)

Evapotranspiração = 1035 mm = 1,035 m2 (0,72) (EMBRAPA, 2013)

Energia da chuva = Energia Livre de Gibbs = 5,0 x10+3

J/kg [53]

Densidade da água = 1,0 x10+3

kg/m3

Energia (J) = (precipitação) * (evapotranspiração) * (energia da chuva) * (densidade)

= (1,425 m2) * (0,72) * (5000 J/kg) *(1,0 x10

+4 m

2/ha)(1,0 x10

+3- kg/m

3)

= 5, 13x10+10

J/ha.ano

Transformidade = 3,0 x10+4

sej/J (PEREIRA, 2008)

N (Não renováveis)

3 Perdas de solo

Perda de solo = floresta natural = 0,1 t/ha.ano (ORTEGA, 2013)

Matéria Orgânica = 4% (solo agrícola fértil) (ORTEGA, 2013)

Energia da matéria orgânica = 5400 kcal/kg m.o.) (ORTEGA, 2013)

Energia (J) = (perda de solo) x (% matéria orgânica) x (energia matéria orgânica)

= (0,1 t/ha.ano) x (1,0 x10+3

kg/t) x (0,04 m.o.) x (5400 kcal/kg m.o.) x (4186 J/kcal)

= 9,04 x 107 J/ha.ano

Transformidade = 1,24 x 105 sej/J (PEREIRA, 2008)

S (Serviços)

4 Mão-de-obra simples – colheita

Número de funcionários = 10 (AGOSTINHO, 2009)

Horas trabalhadas/homem = 318

Consumo energético = 3200 kcal/dia por homem

Consumo (J) = (número de funcionários) x (consumo energético/dia) x (número horas

trabalhadas/ano)/(4186 J/kcal)

= (número de horas/homem) x (3,2 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal)

= 4,26E+09 J/ ha.ano

Transformidade = 2,80 x 106 sej/J (AGOSTINHO, 2009)

5 Despesas Administrativas – agrícolas

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117

Despesas (J) = 1,95 x 102 U$/ha.ano (BROWN e ULGIATI, 2004)

= 2,44 x 101 U$/t

= 1,95 x 102 U$/ha.ano

Transformidade = 3,7 x 1012

sej/J (AGOSTINHO, 2009)

6 Impostos e Taxas – agrícola

Despesas (J) = 3,85 x 101 U$/ha.ano (BROWN e ULGIATI, 2004)

= 4,81 x 10-1

U$/tbiomassa

= 3,85 x 101 U$/ha.ano

Transformidade = 3,7 x 1012

sej/J (COELHO et al., 2006)

7 Mão-de-obra – fixa

Número de Funcionários = 20 homem/ha.ano

Consumo energético = 2500 kcal/dia

Conversão de unidades J/kcal = 4186

Biomassa processada = 5333 t/a = 14,8 t/dia

Produtividade da biomassa = 0,56 t/ha

Consumo (J) = (no. funcionários) x (consumo energético) x conversão de unidade x

(biomassa processada) / produtividade da biomassa

= (no. funcionários) x (2,5 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal) x (biomassa processada (t/dia))

/ produtividade da biomassa (t/ha)

= (20) x ( 2500) x (4186) x (5333) / (0,56) = 1,99 x 1012

J

Transformidade = 2,80x10+06

sej/J (AGOSTINHO, 2009)

8 Mão-de-obra temporária

Número de Funcionários = 10 homem/ha.ano

Consumo energético = 2500 kcal/dia

Conversão de unidades J/kcal = 4186

Biomassa processada = 5333 t/a = 23,94 t/dia

Produtividade da biomassa = 14,8 t/ha

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118

Energia (J) == (10 funcionários) x (2,5 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal) x (14,81

biomassa processada (t/dia)) / 0,56 produtividade da biomassa (t/ha)

= 2,77 x 109 J/ha.ano

Transformidade = 2,80 x 106 sej/J (AGOSTINHO, 2009)

9 Impostos e Taxas – indústria

Despesas (J) = 1,42 U$/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 3,70 x 1012 sej/U$ (COHEN et al., 2006)

10 Transporte – usina (J)

Consumo (plantio a indústria) = 36,6 L gasolina/ha.ano (PEREIRA, 2008) Massa

específica do combustível = 7,42 x 10-1

kg/L

Energia do combustível = 10000 kcal/kg (AGOSTINHO, 2009)

Conversão de unidades J/kcal= 4186

Consumo (L) = (consumo) x (massa específica do combustível) x (energia do

combustível)

= (36,6 L/ha.ano) x (7,42 x 10-1

kg/L) x (1 x 104 kcal/kg) x (4186 J/kcal)

= 1,14 x 109 J/ha.ano

Transformidade = 6,60 x 104 sej/J (ORTEGA, 2012)

M (Materiais)

12 Inseticida (L)

Consumo = 1,16 L/ha.ano no plantio (AGOSTINHO, 2009)

Reforma da lavoura = 20%

Consumo (kg) = (consumo) x (% reforma) x (densidade do inseticida) x (4186 J/kcal)

= (4,00 L/ha.ano) x (20%) x (0,99 g/cm3) x (4186)

= 9,61 x 102 J/ha.ano

Transformidade = 2,72 x 106 sej/J (WITTMANN E BONILLA, 2009)

13 Nitrogênio (kg)

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119

Consumo = 26,27 kg/ha.ano (EMBRAPA, 2005)

Consumo (kg) = (consumo)

= (26,27 g/ha.ano) x (1 x 103 g/kg)

= (26,27) x (1 x 103) = 2,63 x 10

4 kg/ ha.ano

Transformidade = 6,38 x 109 sej/J (WITTMANN E BONILLA, 2009)

14 Fósforo (kg)

Consumo = 92,02 kg/ha.ano (AGOSTINHO, 2009)

Transformidade = 6,55 x 1012

sej/J (PEREIRA, 2008)

15 Potássio (kg)

Consumo = 82,41 kg/kg (AGOSTINHO, 2009)

Transformidade = 2,92 x 1012

sej/J (PEREIRA, 2008)

16 Calcário (kg)

Consumo = 796,63 kg/ha.ano (AGOSTINHO, 2009)

Transformidade = 2,48 x 1010

sej/kg (PEREIRA, 2008)

17 Implementos agrícolas – equipamentos de aço (kg)

Peso = 4,33 kg/ha.ano (inclui implementos, tratores e transp..de insumos e de

trabalhadores)

Consumo (kg) = 4,33 kg/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

18 Pneus – agrícola (kg)

Peso = 1,18 kg/ ha.ano (inclui implementos, tratores e transp..de insumos e de

trabalhadores)

Consumo (kg) = 1,18 kg/ ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 1,79 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

19 Caminhão para transporte da biomassa (kg)

Peso = 6,46 x 10-2

kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)]

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120

Consumo (kg) = (....kg/ tbiomassa) x (....tbiomassa/ha)

= (6,46 x 10-2

kg/ tbiomassa) x (24,16 tbiomassa/ha)

= 1,56 J/ha.ano

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

20 Pneus – transporte da biomassa (kg)

Peso = 2,46 x 10-2

kg/ tbiomassa

Consumo (kg) = 1,97 J/ ha.ano

Transformidade = 1,79 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

21 Diesel - transporte da biomassa (L)

Consumo = 0,53 L diesel/ tbiomassa (PEREIRA, 2008) Consumo (kg)

= (consumo) x (densidade) x (energia do diesel)

Consumo (kg) = (...L/ tbiomassa) x (8,4 x 10-1

kg/L) x (1 x 10-4

kcal/kg) x (4186

J/kcal)

Transformidade = 5,50 x 104 sej/L (PEREIRA, 2008)

22 Equipamentos industriais (kg)

Peso = 5,06 x 10-2

kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = 1,2225 kg/ ha.ano

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

23 Insumos industriais (kg)

Peso = 1,17 kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = (....kg / tbiomassa) x (....tbiomassa / ha)

Consumo (kg) = (1,17 kg / tbiomassa) x (24,16 tbiomassa / ha)

Consumo (kg) = 28,67 kg / ha.ano

Transformidade = 3,80 x 1012

sej/kg (BASTIANONI et al., 2005)

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121

24 Infra-estrutura (U$)

Investimentos = 2,31 x 10-1

U$ / tbiomassa

Investimentos = ( ....U$ / tbiomassa) x ( .... tbiomassa / ha)

= (2,31 x 10-1

) x (24,16)

= 5,58096 U$ / ha.ano)

Transformidade = 3,70 x 1012

sej / U$ (COHEN et al., 2006)

25 Emergia total (Y)

Somatória de todas as emergias do processo = 1,07x10+16

sej/ha.ano

Outputs

26 Energia produzida (E)

Produção da biomassa (kg) = (kg/ha)

= 5425 kg/ha

PCI - Poder Calorífico Inferior da Biomassa (kcal / kg) = 4180

Fator de conversão de Kcal para J = 4186

Energia produzida (J) = (produção da biomassa) x (PCI da biomassa) x (J/kcal)

= 9,49 x 1010

J / ha.ano

Cálculos dos índices emergéticos (resíduo da madeira jequitibá-rosa):

Porcentagem de Renovabilidade (%R) = 100 x R/Y = 7,17%

Transformidade (Tr) = Y/E = 2,38x10+05

sej/J

Razão do Rendimento Emergético (EYR) = Y/F = 1,08

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122

f. Diagrama emergético para o ciclo de produção do eucalipto

Sol

Vento

Plantio do

Eucalipto

Chuva

Bens

econômicosCombus-

tíveis

Processos

geológicos

SolosBens

água

Escoamento

superficial

de água

transporte,

processa-

mento

Caldeira +

Turbo-

Gerador

Resíduo

(bagaço)

$

Serviços$

$

Resíduos

(palha)

Energia

Elétrica

Biomassa: eucalipto

Inputs

R (Renováveis)

1 Radiação do Sol

Radiação solar Média anual (kWh/m2.dia) = 4.90 x 360 d. = 1768 kWh/m

2.ano

(SOLAR ENERGY, 2013)

Albedo = 0,32 (NASA, 2013)

Latitude: 22.88; Longitude: 47.08;

Energia (J) = (radiação solar anual média) * (1 – albedo)

= (1768 kWh/ m2.ano) x (3,6 x10

+6 J/kWh) x (1,0 x10

+4 m

2 / ha)x (1 – albedo)

= 4,33 x10+13

J/ha.ano

Transformidade = 1 sej/J (definição) (ODUM, 1996) (ORTEGA, 2011)

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123

2 Chuva

Precipitação anual = 1424,5 mm = 1,4245 m2 (CEAGRI, 2013)

Evapotranspiração = 1035 mm = 1,035 m2 (0,72) (EMBRAPA, 2013)

Energia da chuva = Energia Livre de Gibbs = 5,0 x10+3

J/kg [53]

Densidade da água = 1,0 x10+3

kg/m3

Energia (J) = (precipitação) * (evapotranspiração) * (energia da chuva) * (densidade)

= (1,425 m2) * (0,72) * (5000 J/kg) *(1,0 x10

+4 m

2/ha)(1,0 x10

+3- kg/m

3)

= 5, 13x10+10

J/ha.ano

Transformidade = 3,0 x10+4

sej/J (PEREIRA, 2008)

N (Não renováveis)

3 Perdas de solo

Perda de solo = plantação florestal = 15 t/ha.ano

Matéria Orgânica = 4% (solo agrícola fértil) (ORTEGA, 2013)

Energia da matéria orgânica = 5400 kcal/kg m.o.)

Energia (J) = (perda de solo) x (% matéria orgânica) x (energia matéria orgânica)

= (15t/ha.ano) x (1,0 x10+3

kg/t) x (0,04 m.o.) x (5400 kcal/kg m.o.) x (4186 J/kcal)

= 1,36 x 1010

J/ha.ano

Transformidade = 1,24 x 105 sej/J (PEREIRA, 2008)

S (Serviços)

4 Mão-de-obra simples – colheita

Número de funcionários = 10 (AGOSTINHO, 2009)

Horas trabalhadas/homem = 318

Consumo energético = 3200 kcal/dia por homem

Consumo (J) = (número de funcionários) x (consumo energético/dia) x (número horas

trabalhadas/ano)/(4186 J/kcal)

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124

= (número de horas/homem) x (3,2 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal)

= 4,26x10+09

J/ ha.ano

Transformidade = 2,80 x 106 sej/J (AGOSTINHO, 2009)

5 Despesas Administrativas – agrícolas

Despesas (J) = 1,95 x 102 U$/ha.ano (BROWN e ULGIATI, 2004)

= 2,44 x 101 U$/t

= 1,95 x 102 U$/ha.ano

Transformidade = 3,7 x 1012

sej/J (AGOSTINHO, 2009)

6 Impostos e Taxas – agrícola

Despesas (J) = 3,85 x 101 U$/ha.ano (BROWN e ULGIATI, 2004)

= 4,81 x 10-1

U$/tbiomassa

= 3,85 x 101 U$/ha.ano

Transformidade = 3,7 x 1012

sej/J (COHEN et al., 2006)

7 Mão-de-obra – fixa

Número de Funcionários = 20 homem/ha.ano

Consumo energético = 2500 kcal/dia

Conversão de unidades J/kcal= 4186

Biomassa processada = 5152 t/a = 14,31 t/dia

Produtividade da biomassa = 25,42 t/ha

Consumo (J) = (no. funcionários) x (consumo energético) x conversão de unidade

x (biomassa processada) / produtividade da biomassa

= (... funcionários) x (2,5 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal) x (biomassa

processada (t/dia)) / produtividade da biomassa (t/ha)

= 2,29 x 109 J/tbiomassa x 25,42 t/ha = 1,18 x 10

8 J/ha

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125

Transformidade = 2,80x10+06

sej/J (AGOSTINHO, 2009)

8 Mão-de-obra temporária

Número de Funcionários = 10 homem/ha.ano

Consumo energético = 2500 kcal/dia

Conversão de unidades J/kcal = 4186

Biomassa processada = 5152 t/a = 14,31 t/dia

Produtividade da biomassa = 25,42 t/ha

Energia (J) == (... funcionários) x (2,5 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal) x (biomassa

processada (t/dia)) / produtividade da biomassa (t/ha)

= 5,89 x 107 J/ha.ano

Transformidade = 2,80 x 106 sej/J (AGOSTINHO, 2009)

9 Impostos e Taxas – indústria

Despesas (J) = 1,42 U$/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 3,70 x 1012

sej/U$ (COHEN et al., 2006)

10 Transporte – usina (J)

Consumo (plantio a indústria) = 36,6 L gasolina/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Massa específica do combustível = 7,42 x 10-1

kg/L

Energia do combustível = 10000 kcal/kg (AGOSTINHO, 2009)

Conversão de unidades J/kcal= 4186

Consumo (L) = (consumo) x (massa específica do combustível) x (energia do

combustível)

= (36,6 L/ha.ano) x (7,42 x 10-1

kg/L) x (1 x 104 kcal/kg) x (4186 J/kcal)

= 1,14 x 109 J/ha.ano

Transformidade = 6,60 x 104 sej/J (ORTEGA, 2012)

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126

M (Materiais)

11 Mudas (J)

Consumo 1700 unidades = 595000 J/ha (PEREIRA, 2008)

Reforma da lavoura = 20% = 0,20

Consumo (kg) = (consumo) x (% da reforma)

= (595000) * (0,20) = 119000 J/ha

Transformidade = 5,0 x 105 sej/J (PEREIRA, 2008)

12 Inseticida (L)

Consumo = 4,0 L/ha.ano no plantio (COELHO et al., 20013)

Reforma da lavoura = 20%

Consumo (kg) = (consumo) x (% reforma) x (densidade do inseticida) x (4186

J/kcal) = (4,00 L/ha.ano) x (20%) x (0,99 g/cm3) x (4186)

= 3,32 x 103 J/ha.ano

Transformidade = 2,72 x 106 sej/J (WITTMANN E BONILLA, 2009)

13 Nitrogênio (kg)

Consumo = 64,5 kg/ha.ano (COELHO et al., 20013)

Consumo (kg) = (consumo)

= (64,5 g/ha.ano) x (1 x 103 g/kg)

= (64,5) x (1 x 103) = 6,45 x 10

4 kg/ ha.ano

Transformidade = 6,38 x 109 sej/J (WITTMANN E BONILLA, 2009)

14 Fósforo (kg)

Consumo = 142,3 kg/ha.ano (COELHO et al., 20013)

Transformidade = 6,55 x 1012

sej/J (PEREIRA, 2008)

15 Potássio (kg)

Consumo = 89,0 kg/kg (COELHO et al., 20013)

Transformidade = 2,92 x 1012

sej/J (PEREIRA, 2008)

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127

16 Calcário (kg)

Consumo = 1500 kg/ha.ano (COELHO et al., 20013)

Transformidade = 2,48 x 1010

sej/kg (PEREIRA, 2008)

17 Implementos agrícolas – equipamentos de aço (kg)

Peso = 4,33 kg/ha.ano (inclui implementos, tratores, transp. insumos e de trabalhadores)

Consumo (kg) = 4,33 kg/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

18 Pneus – agrícola (kg)

Peso = 1,18 kg/ ha.ano (inclui implementos, tratores, transp. insumos e trabalhadores)

Consumo (kg) = 1,18 kg/ ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 1,79 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

19 Caminhão para transporte da biomassa (kg)

Peso = 6,46 x 10-2

kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = (....kg/ tbiomassa) x (....tbiomassa/ha)

= (6,46 x 10-2

kg/ tbiomassa) x (24,16 tbiomassa/ha)

= 1,56 J/ha.ano

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

20 Pneus – transporte da biomassa (kg)

Peso = 2,46 x 10-2

kg/ tbiomassa

Consumo (kg) = 1,97 J/ ha.ano

Transformidade = 1,79 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

21 Diesel - transporte da biomassa (L)

Consumo = 0,53 L diesel/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = (consumo) x (densidade) x (energia do diesel)

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128

Consumo (kg) = (...L/ tbiomassa) x (8,4 x 10-1

kg/L) x (1 x 10-4

kcal/kg) x (4186

J/kcal)

Transformidade = 5,50 x 104 sej/L (PEREIRA, 2008)

22 Equipamentos industriais (kg)

Peso = 5,06 x 10-2

kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = 1,2225 kg/ ha.ano

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

23 Insumos industriais (kg)

Peso = 1,17 kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = (....kg / tbiomassa) x (....tbiomassa / ha)

Consumo (kg) = (1,17 kg / tbiomassa) x (24,16 tbiomassa / ha)

Consumo (kg) = 28,67 kg / ha.ano

Transformidade = 3,80 x 1012

sej/kg (BASTIANONI et al., 2005)

24 Infra-estrutura (U$)

Investimentos = 2,31 x 10-1

U$ / tbiomassa

Investimentos = ( ....U$ / tbiomassa) x ( .... tbiomassa / ha)

= (2,31 x 10-1

) x (24,16)

= 5,58096 U$ / ha.ano)

Transformidade = 3,70 x 1012

sej / U$ (COHEN et al., 2006)

25 Emergia total (Y)

Somatória de todas as emergias do processo = 9,74x10+15

sej/ha.ano

Outputs

26 Energia produzida (E)

Produção de biomassa (kg) = (m3/ha) x (massa específica do eucaliptus grandis)

= (41 m3/ha) * (0,62 g/m

3) = 25420 kg/ha (MOREIRA et al., 2005)

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129

PCI - Poder Calorífico Inferior da Biomassa (kcal / kg) = 4326

(LOURENÇO, 2012)

Fator de conversão de Kcal para J = 4186

Energia produzida (J) = (produção da biomassa) x (PCI da biomassa) x (J/kcal)

= 4,60 x 1011

J / ha.ano

Cálculos dos índices emergéticos (Eucalipto):

Porcentagem de Renovabilidade (%R) = 100 x R/Y = 16,6%

Transformidade (Tr) = Y/E = 2,121x10+4

sej/J

Razão do Rendimento Emergético (EYR) = Y/F = 1,51

g. Diagrama emergético do ciclo de produção do capim-elefante

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130

Sol

Vento

Plantio do

capim-elefante

Chuva

Bens

econômicosCombus-

tíveis

Processos

geológicos

SolosBens

água

Escoamento

superficial

de água

transporte,

processa-

mento

Caldeira +

Turbo-

Gerador

Resíduo

(bagaço)

$

Serviços$

$

Resíduos

(palha)

Energia

Elétrica

Biomassa: capim-elefante

Inputs

R (Renováveis)

1 Radiação do Sol

Radiação solar Média anual (kWh/m2.dia) = 4.90 x 360 d. = 1768 kWh/m

2.ano

(SOLAR ENERGY, 20013)

Albedo = 0,32 (NASA, 2013)]

Latitude: 22.88; Longitude: 47.08;

Energia (J) = (radiação solar anual média) * (1 – albedo)

= (1768 kWh/ m2.ano) x (3,6 x10

+6 J/kWh) x (1,0 x10

+4 m

2 / ha)x (1 –

albedo)

= 4,33 E+13 J/ha.ano

Transformidade = 1 sej/J (definição) (ODUM, 1996) (ORTEGA, 2011)

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131

2 Chuva

Precipitação anual = 1424,5 mm = 1,4245 m2 (CEAGRI, 20130

Evapotranspiração = 1035 mm = 1,035 m2 (0,72) (EMBRAPA, 2013)

Energia da chuva = Energia Livre de Gibbs = 5,0 E+3 J/kg

(AGOSTINHO, 2009)

Densidade da água = 1,0 x10+3

kg/m3

Energia (J) = (precipitação) * (evapotranspiração) * (energia da chuva) * (densidade)

= (1,425 m2) * (0,72) * (5000 J/kg) *(1,0 x10

+4 m

2/ha)(1,0 x10

+3- kg/m

3)

= 5, 13x10+10

J/ha.ano

Transformidade = 3,0 x10+4

sej/J (PEREIRA, 2008)

N (Não renováveis)

3 Perdas de solo

Perda de solo = plantação florestal = 15 t/ha.ano (ORTEGA, 2013)

Matéria Orgânica = 4% (solo agrícola fértil)

Energia da matéria orgânica = 5400 kcal/kg m.o.)

Energia (J) = (perda de solo) x (% matéria orgânica) x (energia matéria orgânica)

= (15t/ha.ano) x (1,0 x10+3

kg/t) x (0,04 m.o.) x (5400 kcal/kg m.o.) x (4186 J/kcal)

= 1,36 x 1010

J/ha.ano

Transformidade = 1,24 x 105 sej/J (PEREIRA, 2008)

S (Serviços)

4 Mão-de-obra simples – colheita

Número de funcionários = 10 (AGOSTINHO, 2009)

Horas trabalhadas/homem = 318

Consumo energético = 3200 kcal/dia por homem

Consumo (J) = (número de funcionários) x (consumo energético/dia) x (número horas

trabalhadas/ano)/(4186 J/kcal)

= (número de horas/homem) x (3,2 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal)

= 4,26x10+09

J/ ha.ano

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132

Transformidade = 2,80 x 106 sej/J (AGOSTINHO, 2009)

5 Despesas Administrativas – agrícolas

Despesas (J) = 1,95 x 102 U$/ha.ano (BROWN e ULGIATI, 2004)

= 2,44 x 101 U$/t

= 1,95 x 102 U$/ha.ano

Transformidade = 3,7 x 1012

sej/J (AGOSTINHO, 2009)

6 Impostos e Taxas – agrícola

Despesas (J) = 3,85 x 101 U$/ha.ano (BROWN e ULGIATI, 2004)

= 4,81 x 10-1

U$/tbiomassa

= 3,85 x 101 U$/ha.ano

Transformidade = 3,7 x 1012

sej/J (COHEN et al., 2006)

7 Mão-de-obra – fixa

Número de Funcionários = 20 homem/ha.ano

Consumo energético = 2500 kcal/dia

Conversão de unidades J/kcal= 4186

Biomassa processada = 5446 t/a = 15,13 t/dia

Produtividade da biomassa = 40 t/ha

Consumo (J) = (no. funcionários) x (consumo energético) x conversão de unidade

x (biomassa processada) / produtividade da biomassa

= (... funcionários) x (2,5 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal) x (biomassa

processada (t/dia)) / produtividade da biomassa (t/ha)

= 20 x 2500 x 4186 x 15,13 / 40 = 7,92 x 107 J/ha

Transformidade = 2,80x10+06

sej/J (AGOSTINHO, 2009)

8 Mão-de-obra temporária

Número de Funcionários = 10 homem/ha.ano

Consumo energético = 2500 kcal/dia

Conversão de unidades J/kcal = 4186

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133

Biomassa processada = 5446 t/a = 15,13 t/dia

Produtividade da biomassa = 40 t/ha

Energia (J) == (... funcionários) x (2,5 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal) x (biomassa

processada (t/dia)) / produtividade da biomassa (t/ha)

= 3,96 x 107 J/ha.ano

Transformidade = 2,80 x 106 sej/J (AGOSTINHO, 2009)

9 Impostos e Taxas – indústria

Despesas (J) = 1,42 U$/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 3,70 x 1012 sej/U$ (COHEN et al., 2006)

10 Transporte – usina (J)

Consumo (plantio a indústria) = 36,6 L gasolina/ha.ano

(MOREIRA et al., 2005)

Massa específica do combustível = 7,42 x 10-1

kg/L

Energia do combustível = 10000 kcal/kg

(AGOSTINHO, 2009)

Conversão de unidades J/kcal= 4186

Consumo (L) = (consumo) x (massa específica do combustível) x (energia do

combustível)

= (36,6 L/ha.ano) x (7,42 x 10-1

kg/L) x (1 x 104 kcal/kg) x (4186 J/kcal)

= 1,14 x 109 J/ha.ano

Transformidade = 6,60 x 104 sej/J (ORTEGA, 2012)

M (Materiais)

11 Mudas

Consumo 6100 kg = 2.347.890 J/ha.ano (ZANETTI et al., 2010)

Reforma da lavoura = 20% = 0,20

Consumo (kg) = (consumo) x (% da reforma)

= (2347890) * (0,20) = 469578 J/ha.ano

Transformidade = 5,0 x 105 sej/J (PEREIRA, 2008)

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134

12 Herbicidas (L)

Consumo = 1,50 L/ha.ano = 451.666 (ZANETTI et al., 2010) Reforma

da lavoura = 20%

Consumo (kg) = (consumo) x (% reforma) x (densidade do inseticida) x (4186

J/kcal) = (1,50 L/ha.ano) x (0,20) x (0,99 g/cm3) x (4186)

= 1,24 x 103 J/ha.ano

Transformidade = 2,72 x 106 sej/J (WITTMANN E BONILLA, 2009)

13 Nitrogênio (kg)

Consumo = 100 kg/ha.ano (ZANETTI et al., 2010)

Massa específica = 1 x 103 g/kg

= (100 g/ha.ano) x (1 x 103 g/kg)

= (100) x (1 x 103) = 1,00 x 10

5 kg/ ha.ano

Transformidade = 6,38 x 109 sej/J (WITTMANN E BONILLA, 2009)

14 Fósforo (kg)

Consumo = 150 kg/ha.ano (ZANETTI et al., 2010)

Transformidade = 6,55 x 1012

sej/J (PEREIRA, 2008)

15 Potássio (kg)

Consumo = 180 kg/ha.ano (ZANETTI et al., 2010)

Transformidade = 2,92 x 1012

sej/J (PEREIRA, 2008)

16 Calcário (kg)

Consumo = 500 kg/ha.ano (ZANETTI et al., 2010)

Transformidade = 2,48 x 1010

sej/kg (PEREIRA, 2008)

17 Implementos agrícolas – equipamentos de aço (kg)

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135

Peso = 4,33 kg/ha.ano (inclui implementos, tratores e transp..de insumos e de

trabalhadores)

Consumo (kg) = 4,33 kg/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

18 Pneus – agrícola (kg)

Peso = 1,18 kg/ ha.ano (inclui implementos, tratores e transp..de insumos e de

trabalhadores)

Consumo (kg) = 1,18 kg/ ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 1,79 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

19 Caminhão para transporte da biomassa (kg)

Peso = 6,46 x 10-2

kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = (....kg/ tbiomassa) x (....tbiomassa/ha)

= (6,46 x 10-2

kg/ tbiomassa) x (24,16 tbiomassa/ha)

= 1,56 J/ha.ano

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

20 Pneus – transporte da biomassa (kg)

Peso = 2,46 x 10-2

kg/ tbiomassa

Consumo (kg) = 1,97 J/ ha.ano

Transformidade = 1,79 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

21 Diesel - transporte da biomassa (L)

Consumo = 0,53 L diesel/ tbioma (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = (consumo) x (densidade) x (energia do diesel)

Consumo (kg) = (...L/ tbiomassa) x (8,4 x 10-1

kg/L) x (1 x 10-4

kcal/kg) x (4186

J/kcal)

Transformidade = 5,50 x 104 sej/L (MOREIRA et al., 2005)

22 Equipamentos industriais (kg)

Peso = 5,06 x 10-2

kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

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136

Consumo (kg) = 1,2225 kg/ ha.ano

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg (MOREIRA et al., 2005)

23 Insumos industriais (kg)

Peso = 1,17 kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = (....kg / tbiomassa) x (....tbiomassa / ha)

Consumo (kg) = (1,17 kg / tbiomassa) x (24,16 tbiomassa / ha)

Consumo (kg) = 28,67 kg / ha.ano

Transformidade = 3,80 x 1012

sej/kg (BASTIANONI et al., 2005)

24 Infra-estrutura (U$)

Investimentos = 2,31 x 10-1

U$ / tbiomassa

Investimentos = ( ....U$ / tbiomassa) x ( .... tbiomassa / ha)

= (2,31 x 10-1

) x (24,16)

= 5,58096 U$ / ha.ano)

Transformidade = 3,70 x 1012

sej / U$ (COHEN et al., 2006)

25 Emergia total (Y)

Somatória de todas as emergias do processo = 9,77436x10+15

sej/ha.ano

Outputs

26 Energia produzida (E)

Produção de biomassa (kg) = 40 t/ha (ZANETTI et al., 2010)

PCI - Poder Calorífico Inferior da Biomassa (kcal / kg) = 4094

Fator de conversão de Kcal para J = 4186

Energia produzida (J) = (produção da biomassa) x (PCI da biomassa) x (J/kcal)

= (40000) x (4094) x (4186)

= 6,85 x 1011

J / ha.ano

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137

Cálculos dos índices emergéticos (capim-elefante):

Porcentagem de Renovabilidade (%R) = 100 x R/Y = 100 x (1,61x10+15

/ 9,74x10+15

) =

= 18,82%

Transformidade (Tr) = Y/E = 9,74x10+15

sej/ha.ano/4,60x10+11

J/ha.ano = 1,43x10+04

sej/J

Razão do Rendimento Emergético (EYR) = Y/F = 9,74x10+15

/ 6,44+15 = 1,30

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138

h. Diagrama emergético do ciclo de produção do bagaço de cana-de-açúcar

Biomassa: bagaço de cana-de-açúcar

Inputs

R (Renováveis)

1 Radiação do Sol

Radiação solar Média anual (kWh/m2.dia) = 4.90 x 360 d. = 1768 kWh/m

2.ano

(SOLAR ENERGY, 2013)

Albedo = 0,32 (NASA, 2013)

Latitude: 22.88; Longitude: 47.08;

Energia (J) = (radiação solar anual média) * (1 – albedo) =

= (1768 kWh/ m2.ano) x (3,6 x10

+6 J/kWh) x (1,0 x10

+4 m

2 / ha)x (1 – albedo)

= 4,33 x10+13

J/ha.ano

Transformidade = 1 sej/J (definição) (ODUM, 1996) (ORTEGA, 2011)

2 Chuva

Precipitação anual = 1424,5 mm = 1,4245 m2 (CEAGRI, 2013)

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139

Evapotranspiração = 1035 mm = 1,035 m2 (0,72) (EMBRAPA, 20130

Energia da chuva = Energia Livre de Gibbs = 5,0 Ex103 J/kg

(AGOSTINHO, 2009)

Densidade da água = 1,0 x10+3

kg/m3

Energia (J) = (precipitação) * (evapotranspiração) * (energia da chuva) * (densidade)

= (1,425 m2) * (0,72) * (5000 J/kg) *(1,0 x10

+4 m

2/ha)(1,0 x10

+3- kg/m

3)

= 5, 13x10+10

J/ha.ano

Transformidade = 3,0 x10+4

sej/J (PEREIRA, 2008)

N (Não renováveis)

3 Perdas de solo

Perda de solo = plantação florestal = 40 t/ha.ano (ORTEGA, 2013)

Matéria Orgânica = 4% (solo agrícola fértil)

Energia da matéria orgânica = 5400 kcal/kg m.o.)

Energia (J) = (perda de solo) x (% matéria orgânica) x (energia matéria orgânica)

= (40t/ha.ano) x (1,0 x10+3

kg/t) x (0,04 m.o.) x (5400 kcal/kg m.o.) x (4186

J/kcal)

= 3,62 x 1010

J/ha.ano

Transformidade = 1,24 x 105 sej/J (PEREIRA, 2008)

S (Serviços)

4 Mão-de-obra simples – colheita

Número de funcionários = 10 (AGOSTINHO, 2009)

Horas trabalhadas/homem = 318

Consumo energético = 3200 kcal/dia por homem

Consumo (J) = (número de funcionários) x (consumo energético/dia) x (número horas

trabalhadas/ano)/(4186 J/kcal)

= (número de horas/homem) x (3,2 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal)

= 4,26x10+09

J/ ha.ano

Transformidade = 2,80 x 106 sej/J (AGOSTINHO, 2009)

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140

5 Despesas Administrativas – agrícolas

Despesas (J) = 1,95 x 102 U$/ha.ano (BROWN e ULGIATI, 2004)

= 2,44 x 101 U$/t

= 1,95 x 102 U$/ha.ano

Transformidade = 3,7 x 1012

sej/J (AGOSTINHO, 2009)

6 Impostos e Taxas – agrícola

Despesas (J) = 3,85 x 101 U$/ha.ano (BROWN e ULGIATI, 2004)

= 4,81 x 10-1

U$/tbiomassa

= 3,85 x 101 U$/ha.ano

Transformidade = 3,7 x 1012

sej/J (COHEN et al., 2006)

7 Mão-de-obra – fixa

Número de Funcionários = 20 homem/ha.ano

Consumo energético = 2500 kcal/dia

Conversão de unidades J/kcal= 4186

Biomassa processada = 7285 t/a = 20,24 t/dia

Produtividade da biomassa = 24,40 t/ha

Consumo (J) = (no. funcionários) x (consumo energético) x conversão de unidade

x (biomassa processada) / produtividade da biomassa

= (20 funcionários) x (2,5 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal) x (biomassa

processada (t/dia)) / produtividade da biomassa (t/ha)

= 1,74 x 108 J/ha

Transformidade = 2,80x10+06

sej/J (AGOSTINHO, 2009)

8 Mão-de-obra temporária

Número de Funcionários = 10 homem/ha.ano

Consumo energético = 2500 kcal/dia

Conversão de unidades J/kcal = 4186

Biomassa processada = 7285 t/a = 20,24 t/dia

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141

Produtividade da biomassa = 24,40 t/ha

Energia (J) == (10 funcionários) x (2,5 x 103 kcal/dia) x (4186 J/kcal) x (biomassa

processada (t/dia)) / produtividade da biomassa (t/ha)

= 8,68 x 107 J/ha.ano

Transformidade = 2,80 x 106 sej/J (AGOSTINHO, 2009)

9 Impostos e Taxas – indústria

Despesas (J) = 1,42 U$/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 3,70 x 1012 sej/U$ (COHEN et al., 2006)

10 Transporte – usina (J)

Consumo (plantio a indústria) = 36,6 L gasolina/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Massa específica do combustível = 7,42 x 10-1

kg/L

Energia do combustível = 10000 kcal/kg (AGOSTINHO, 2009)

Conversão de unidades J/kcal= 4186

Consumo (L) = (consumo) x (massa específica do combustível) x (energia do

combustível)

= (36,6 L/ha.ano) x (7,42 x 10-1

kg/L) x (1 x 104 kcal/kg) x (4186 J/kcal)

= 1,14 x 109 J/ha.ano

Transformidade = 6,60 x 104 sej/J (ORTEGA, 2012)

M (Materiais)

11 Mudas

Consumo = 14 t/ha (PEREIRA, 2008)

Reforma da lavoura = 20% = 0,20

Consumo (kg) = (consumo) x (% da reforma)

Conversão kg/t = 1000

= (14) x (0,20) x (1000) = 2800 kg/ha

Transformidade = 7,50 x 1010

sej/J (PEREIRA, 2008)

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142

12 Corretivos (J)

Consumo = 400 kg/ha.ano no plantio (PEREIRA, 2008) Reforma da

lavoura = 20%

Energia do corretivo = 611 J/g

Consumo (kg) = (consumo) x (% reforma) x (energia do corretivo) x (4186 J/kcal)

= (400 kg/ha.ano) x (20%) x (611)

= 2,44 x 108 J/ha.ano

Transformidade = 2,72 x 106 sej/J (WITTMANN E BONILLA, 2009)

13 Nitrogênio (kg)

Consumo = 16 kg/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Conversão g/kg = 1000

Consumo (kg) = (consumo)

= (consumo g/ha.ano) x (1 x 103 g/kg) =

= (16) x (1 x 103) = 1,60 x 10

4 kg/ ha.ano

Transformidade = 6,38 x 109 sej/J (WITTMANN E BONILLA, 2009)

14 Fósforo (kg)

Consumo = 98 kg/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 6,55 x 1012

sej/J (PEREIRA, 2008)

15 Potássio (kg)

Consumo = 21 kg/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 2,92 x 1012

sej/J (PEREIRA, 2008)

16 Herbicidas (kg)

Consumo = 45 kg/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 2,48 x 1010

sej/kg (PEREIRA, 2008)

17 Implementos agrícolas – equipamentos de aço (kg)

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143

Peso = 4,33 kg/ha.ano (inclui implementos, tratores e transp..de insumos e de

trabalhadores)

Consumo (kg) = 4,33 kg/ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

18 Pneus – agrícola (kg)

Peso = 1,18 kg/ ha.ano (inclui implementos, tratores e transp..de insumos e de

trabalhadores)

Consumo (kg) = 1,18 kg/ ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 1,79 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

19 Caminhão para transporte da biomassa (kg)

Peso = 6,46 x 10-2

kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = 5,17 J/ha.ano

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg

20 Pneus – transporte da biomassa (kg)

Peso = 2,46 x 10-2

kg/ tbiomassa

Consumo (kg) = 1,97 J/ ha.ano (PEREIRA, 2008)

Transformidade = 1,79 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

21 Diesel - transporte da biomassa (L)

Consumo = 0,53 L diesel/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = (consumo) x (densidade) x (energia do diesel)

Consumo (kg) = (0,53 L/ tbiomassa) x (8,4 x 10-1

kg/L) x (1 x 10-4

kcal/kg) x (4186 J/kcal)

Consumo (kg) = 1,49 x 109 J/ha.ano

Transformidade = 5,50 x 104 sej/L (PEREIRA, 2008)

22 Equipamentos industriais (kg)

Peso = 5,06 x 10-2

kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

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144

Consumo (kg) = 4,5 kg/ ha.ano

Transformidade = 1,13 x 1013

sej/kg (PEREIRA, 2008)

23 Insumos industriais (kg)

Peso = 1,17 kg/ tbiomassa (PEREIRA, 2008)

Consumo (kg) = (....kg / tbiomassa) x (....tbiomassa / ha)

Consumo (kg) = (1,17 kg / tbiomassa) x (24,16 tbiomassa / ha)

Consumo (kg) = 28,67 kg / ha.ano

Transformidade = 3,80 x 1012

sej/kg (PEREIRA, 2008)

24 Infra-estrutura (U$)

Investimentos = 2,31 x 10-1

U$ / tbiomassa

Investimentos = ( ....U$ / tbiomassa) x ( .... tbiomassa / ha)

= 2,31 x 10-1

U$ / ha.ano)

Transformidade = 3,70 x 1012

sej / U$ (PEREIRA, 2008)

25 Emergia total (Y)

Somatória de todas as emergias do processo = 7,62x10+15

sej/ha.ano

Outputs

26 Energia produzida (E)

Produção de biomassa (kg) = (11,7 t/ha)

PCI - Poder Calorífico Inferior da Biomassa (kcal / kg) = 3995

Fator de conversão de Kcal para J = 4186

Energia produzida (J) = (produção da biomassa) x (PCI da biomassa) x (J/kcal)

= 1,96x1011

/ ha.ano

Cálculos dos índices emergéticos (bagaço de cana-de-açúcar):

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145

Porcentagem de Renovabilidade (%R) = 100 x R/Y = 24,99%

Transformidade (Tr) = Y/E = 3,45x10+4

sej/J

Razão do Rendimento Emergético (EYR) = Y/F = 9,74x10+15

/ 6,44+15 = 1,35

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146

ANEXO: USINA DE REFERÊNCIA PARA PRODUÇÃO INTEGRADA DE

ETANOL E ENERGIA

Características e condições de operação parâmetros unidade

Moagem anual de cana-de-açúcar 2.160.000 TCS

Moagem diária de cana-de-açúcar 500 TCD

Quantidade de bagaço gerado 136,8 t/h

Quantidade de bagaço queimado 130,3 t/h

Consumo de vapor no processo 300 kgv/tc

Pressão do vapor gerado 100 bar

Temperatura do vapor gerado 530 ºC

Vazão de vapor extraído a 2,5 bar 170 t/h

Vazão de vapor na válvula redutora de pressão 0 t/h

Vazão de vapor para turbo de condensação 118,7 t/h

Geração total de energia 69,9 MW

Consumo da planta 19,2 MW

Geração de excedente 50,7 MW

Fonte: (OLIVERIO et al., 2010)