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Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia Agosto 2012 Solteira – e em dúvida? T undra Liberdade de 8 C onsciência Herói ou Rebelde? 24 M ichael B. C zechowski: 26 Casamento no Céu Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia pela

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Ó r g ã o I n t e r n a c i o n a l d o s A d v e n t i s t a s d o S é t i m o D i a

Agosto 2012

Solteira – e em dúvida?Tundra

Liberdadede8

Consciência Herói ou Rebelde?

24 Michael B. Czechowski:

26 Casamentono Céu

Ó r g ã o I n t e r n a c i o n a l d o s A d v e n t i s t a s d o S é t i m o D i a

pela

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www.adventistworld.orgOnline: disponível em 13 idiomas

3 N O T Í C I A S D O M U N D O

3 Notícias Breves 6 Notícia Especial 10 Igreja de Um Dia

11 S A Ú D E N O M U N D O

Vitamina B12

A R T I G O D E C A P A

16Viajando pela Tundra

Por Carolyn StuyvesantObtendo a resposta divina numa missão que ela jamais teria escolhido.

8 V I S Ã O M U N D I A L

Liberdade de Consciência Por Ted N. C. Wilson Ela é tão importante que Jesus morreu para

preservá-la.

12 D E V O C I O N A L

O Cinto da Verdade Por Dick Stenbakken Não estamos totalmente vestidos sem ele.

14 V I D A A D V E N T I S T A

Falar o que Desejar, Sem Perder a Cabeça

Por Karen Birkett Green Pense primeiro; só então fale.

22 C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

Ser Mordomo é umPrivilégio Por A. Rahel Schafer Somos os mordomos de Deus.

24 A D V E N T I S T A

Michael Belina Czechowski Parte 1 Por Nathan Gordon Thomas Ele tinha uma mensagem; se a igreja não o

apoiasse, ele a levaria assim mesmo.

21 E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

Dependendo do Senhor

26 R E S P O S T A S A P E R G U N T A S B Í B L I C A S

Casamento no Céu

27 E S T U D O B Í B L I C O

Compreendendo a Vontade de Deus

28 T R O C A D E I D E I A S

S E Ç Õ E S

Agosto 2012

Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. V. 8, Nº 8, Agosto de 2012.

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No dia 1º de junho, três adventistas moldávios foram mortos num acidente que envolveu o micro-ônibus em que viajavam. O veículo colidiu com um caminhão numa estrada da zona rural. O motorista do caminhão também morreu.

As vítimas são: Tatiana Catana e Viorica Ciobanu, jovens musicistas; Olga Ientimir, esposa de um dos músicos e mãe de Adrei Ientimir, músico e passageiro, que teve uma perna e braço quebrados entre outros ferimentos. A tragédia também tirou a vida de Artur Barba, 12 anos, que não era adventista, mas tocava na orquestra.

A equipe de resgate e oito carros de emergência chegaram à cena do acidente e transportaram onze dos músicos feridos para o hospital; quatro deles ainda estavam em condições críticas dias após o acidente. O país ficou chocado com a gravidade do acidente e a mídia local noticiou os detalhes durante vários dias.

O grupo era da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Ivanovca Noua e retornava de um funeral realizado na cidade de Ialoveni.

No dia 4 de junho, mil e quinhentas pessoas se reuniram na capela adventista em Ivanovca Noua para se despedir dos que pereceram. Os músicos das cidades vizinhas também prestaram homenagem às vítimas.

Moldova, oficialmente República da Moldova, é um país no interior da Europa Oriental localizado entre a Romênia e a Ucrânia. Sua popula-ção é de 4,1 milhões de habitantes e, segundo as estatísticas da Igreja, há ali 10.748 adventistas e aproximadamente 150 congregações.– Brent Burdick, Divisão Euro-Asiática, e equipe da Adventist World.

Eruditos Adventistas Planejam Nova Série do Comentário Bíblico

Mais de 60 participantes entre administradores e teólogos se reuniram nas terras bíblicas para compartilhar ideias e estratégias sobre a nova série do Comentário Bíblico Adventista, a qual se chamará Comentário Bíblico Internacional Adventista do Sétimo Dia (CBIASD).

O editor responsável pelo projeto é o doutor Jacques Doukhan, professor de hebraico e exegese do Antigo Testamento no Seminário Teológico Adventista da Andrews University em Berrien Springs, Michigan (EUA). O evento foi realizado entre os dias 6 a 11 de junho no Kibbutz Maagan, na costa sul do Mar da Galileia.

“Estamos aqui para desfrutarmos da terra onde Jesus andou, mais uma vez, experimentarmos o sabor da terra da promessa. Estamos aqui, também, para pensar, refletir e esclarecer nossas respostas para as questões hermenêuticas e metodológicas relacionadas ao nosso projeto.

N O T Í C I A S D O M U N D ONada é mais comum no mundo do culto e da educação adventista do

que a lembrança de que os crentes têm a obrigação de compartilhar as boas-novas da salvação e redenção final por meio de Jesus Cristo.

Antes de entrarmos nas águas batismais, no dia do nosso batismo, nos falaram das responsabilidades como testemunhas do Seu poder e amor. Quando emergimos de um rio ou do tanque batismal, totalmente mo-lhados, fomos instados a falar do evangelho. Desde aquele dia, em centenas de sermões, ouvimos o imperativo “vão e façam discípu-los de todas as nações” (Mt 28:17).

Emolduramos a divulgação das boas-novas como resposta obediente à comissão dada por Cristo. Por isso, temos investido em seminários, treinamentos e estágios para tornar mais tolerável ao que parece uma tarefa indesejada.

Porém, o cristianismo bíblico conhece pouco dessa sensação de obrigação, na qual, como estudantes de Shakespeare, vamos “rastejando como caracol, sem vontade para a escola”. Uma alegria irreprimível permeia as páginas do Novo Testamento: sentimos que era mais difícil para aqueles crentes se manter em silêncio do que falar abertamente sobre o Nome acima de todos os nomes.

Onde está a diferença? Eles falavam do encontro pessoal que tiveram com Jesus; palavras de admiração, louvor e testemu-nho brotavam de seus lábios como “uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (Jo 4:14), como Ele prometera. Revelavam a amizade que tinham com Aquele que tornara todas as coisas possíveis, inclusive o testemunho.

Ao ler os artigos impressionantes sobre testemunho nesta edição da Adventist World, ore por tal encontro com o Salvador que renove a história que temos o privilégio de contar. Nenhuma técnica de seminário ou de abordagem memorizada terá metade do poder convincente do testemunho que

começa com: “Deixa-me contar pra você o que Jesus fez por mim.”

“Nem Tente Me Impedir”

Músicos Adventistas

Acidente na MoldovaMorrem em

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N O T Í C I A S D O M U N D O

Porém, o mais importante é que esta-mos aqui não apenas para nos encontrar, mas para nos reaproximar do Senhor que realiza e realizará todos os nossos grandes sonhos”, disse Doukhan.

Ele apresentou o comitê executivo que planejou e administrará o projeto. Os membros do comitê são os pro-fessores: Fernando Canale, Richard Davidson, Jiri Moskala, Teresa Reeve e Tom Shepherd, todos do Seminário Teológico Adventista da Andrews; Paul Petersen, da Faculdade de Ciências e Artes da Andrews; Kwabena Donkor e Ekkehardt Mueller, diretores associados do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral; Ed Zinke, ex-diretor associado do BRI e conselheiro da Adventist World; e Scott Cady, represen-tante da Pacific Press, editora do novo comentário.

Baseando seu devocional em Eclesiastes 7:8, Doukhan falou sobre a necessidade da linguística e exegese, mas com oração e o Espírito Santo, e que

nenhum estudante deve desconsiderar a importância imperiosa do tempo gasto estudando a Palavra de Deus para uma exposição adequada do texto.

Davidson, professor de interpreta-ção do Antigo Testamento no seminário da Andrews, instou com os partici-pantes para que respeitem sua própria finitude e a autoridade incontestável das Escrituras enquanto trabalham no co-mentário, tendo em mente as palavras de Isaías: “A este eu estimo: ao humilde e contrito de espírito, que treme diante da minha palavra” (Is 66:2, NVI).– Lael O. Caesar, editor associado da Adventist World, informa de Israel

Presidente do Quênia Inaugura Nova Biblioteca da Universidade

A Igreja Adventista do Sétimo Dia foi elogiada no dia 28 de maio por sua posição de liderança na promoção da educação de qualidade no Quênia e em todo o continente africano. O presi-dente do Quênia, Mwai Kibaki, fez essa declaração na inauguração da Biblio-teca Judith Thomas da Universidade Adventista da África (AAU), em Ongata Rongai, Nairóbi.

“Felicito a Universidade Adventista da África por defender o carro chefe do pilar social, facilitando e promovendo a educação”, disse Kibaki.

Ted N. C. Wilson, presidente da Associação Geral, recebeu o chefe de estado queniano na Colina Adventista, onde se localiza a Divisão Centro-Leste Africana, destacando o compromisso de equipar a universidade e capacitá-la a oferecer educação de alta qualidade como defendido pelas crenças adventis-tas universais no contexto da educação.

“A Igreja Adventista do Sétimo Dia crê e permanece comprometida em oferecer uma educação social, moral e espiritualmente enriquecedora. A inauguração desta maravilhosa biblioteca é uma prova deste objetivo”, enfatizou Wilson.

O evento foi também prestigiado por administradores locais, políticos e ministros, incluindo Sam Ongeri, pastor adventista do sétimo dia; a ministra da educação, Margaret Kamar; e o membro do parlamento George Saitoti, que também é ministro da segurança inter-na. (Tragicamente, poucos dias após o evento, o Sr. Saitoti sofreu ferimentos fatais em um acidente com helicóptero.)

A pedra fundamental da Biblioteca Judith Thomas, um prédio de três andares, foi lançada em 2005, pelo, então, vice-presidente do Quênia, Moody Awori, com um milhão de dólares

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PAINEL DE ERUDITOS: Painel de líderes no primeiro dia da conferência de planejamento do novo Comentário Bíblico Interna-cional Adventista do Sétimo Dia, reunido na região da Galileia, em Israel. Da esquerda: Ranko Stefanovic, Gerald Klingbeil, Roy Gane e Jacques Doukhan

Presidente do Quênia fala na inauguração da Biblioteca Judith Thomas da Universidade Adventista da África. Em seguida está Ted N. C. Wilson (direita), presidente da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia.

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ex-presidente da Associação Geral, agora aposentado, recebeu a Ordem Real Norueguesa de Mérito, uma das mais altas honras reais outorgadas a civis, entregue por Vollebæk em nome do Rei Harald V da Noruega. A Ordem de Mérito foi fundada pelo Rei Olav V, pai de Harald, em 1985 e é conferida a estrangeiros e cidadãos noruegueses como recompensa por excelentes serviços prestados à Noruega ou à humanidade.

Paulsen disse aos presentes durante a reunião campal no Norwegian Junior College, que a curta explicação dada pelo palácio real sobre o motivo de ele ter sido nomeado comandante da Ordem Real Norueguesa de Mérito, significa muito para ele: “Serviço para o bem da humanidade.”

“O que importa é o que fizemos pelo nosso próximo”, disse Paulsen em seu discurso. Ele parafraseou as palavras de Jesus em Mateus 25: “Eu estava na prisão, e você não me visitou. Estava lutando contra HIV/AIDS, por que você me evitou?” Paulsen declarou, então, o que pode muito bem ser chamado de filosofia do seu ministério – “Servir ao Senhor não tem a ver com o que dize-mos; mas com o modo como tratamos os outros”.

Mark Finley, ex-vice-presidente mundial da Igreja, representou a Associação Geral na cerimônia. Ele leu a carta do atual presidente da AG, pastor Ted N. C. Wilson, agradecendo Paulsen por sua notável liderança. “Seu compromisso inspirou a Igreja em sua missão de revelar o amoroso

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PAULSEN É HOMENAGEADO: Jan Paulsen, ao lado do Bispo Ole Christian Kvarme (esquerda) e Knut Vollebæk, embaixador para as Minorias Nacionais, após receber a Ordem Real Norueguesa de Mérito na reunião campal da Associação Norueguesa Oriental, no Norwegian Junior College (Tyrifjord Videregående Skole).

iniciais doados por Judith, filantropa americana. O milhão adicional foi arrecadado por meio de um livro de ouro, projeto iniciado por James Cress, ex-secretário da Associação Ministerial da Associação Geral (AG), com sub-venção da própria AG, completando os seis milhões para o valor final do projeto.

A biblioteca dispõe do Centro de Pesquisa Ellen G. White que abrigará uma coleção especial de livros relacionados ao patrimônio da Igreja Adventista e do Centro de Herança Africana com relevante literatura, arte e artefatos culturais, assim como outros materiais para auxiliar pesqui-sas sobre a África.

“A biblioteca está conectada a vários bancos de dados que oferecem acesso ao texto completo de milhares de jornais e livros com o objetivo de enriquecer a pesquisa estudantil”, acrescentou o vice-chanceler Brempong Owusu-Antwi.

A biblioteca está equipada com in-ternet por fibra óptica, possibilitando o acesso sem fio (Wi-Fi) em todas as áreas do campus universitário, oferecendo acesso à informação e recursos.– Milton Nyakundi, Centro de Mídia Adventista, informa de Ongata Rongi, Nairobi, Quênia

Ex-presidente da AG Recebe Honra Norueguesa

Foi uma reunião de amigos de longa data – Pastor Jan Paulsen, adventista do sétimo dia, norueguês e dois líderes cívicos, o embaixador Knut Vollebæk e Ole Christian Kvarme, bispo da Igreja Luterana em Oslo, Noruega.

O encontro do dia 2 de junho foi um evento festivo. Paulsen,

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caráter de Cristo a todos os povos”, dizia a carta de Wilson.

O bispo Kvarme, uma das pessoas por trás da nomeação de Paulsen para a honra, conheceu o líder adventista durante o diálogo bilateral entre a Fundação Luterana Mundial e a Igreja Adventista do Sétimo Dia, realizado entre 1994 e 1998, onde Kvarme e Paulsen fizeram parte das respectivas delegações.

“Esses encontros nos uniu e desenvolveu nossa amizade”, disse Kvarme. Ele observou que Paulsen foi fundamental no desenvolvimento de instituições educacionais na África Ocidental. Sua contribuição para a Universidade Adventista Babcock, não somente a tornou respeitada na Nigéria, mas, também, conhecida em toda a região. O bispo mencionou ainda a iniciativa de Paulsen em estabelecer uma resposta da IASD à epidemia de HIV/AIDS por meio da fundação do Ministério Adventista Internacional, com sede na África do Sul, assim como a cooperação com a Organização Mundial de Saúde, num esforço de alcançar as Metas de Desenvolvimento do Milênio.

“Você executou sua liderança como adventista comprometido, cristão evangélico devoto e distinto cidadão internacional da Noruega”, disse Kvarme.– Por Tor Tjeransen, União Norueguesa

Recentemente, às 7h da manhã, uma enfermeira e dois obreiros saíram

de um furgão numa feira e montaram mesas, bancos de plástico e dois toldos vermelhos.

O trio, que usava camisetas verme-lhas com detalhes brancos, montou seu estande não para vender produtos ou bugigangas como os vendedores ambu-lantes ao redor deles, mas para oferecer avaliação de saúde.

Esse ministério de tempo integral, denominado “Esperança sobre Rodas”, funciona cinco dias por semana, oferecendo avaliações básicas de saúde para quem está sofrendo com graves problemas. Com a elevação do índice de obesidade, alguns ficam surpresos ao saber que podem sofrer de diabetes.

A equipe tem um negócio de sucesso. Nas duas ou três horas seguintes dezenas de pessoas visitaram o estande, onde é oferecido exame de sangue para dosagem de glicose, verificação da pressão arterial e do índice da massa muscular. Na sequencia, eles visitam os lares das pessoas que frequentam o estande regularmente, conferindo se falaram com seu médico sobre o proble-ma ou se ajustaram sua dieta conforme

as orientações recebidas. Lançado em fevereiro, esse minis-

tério é uma operação possível devido a um presente extraordinário doado em 2007 à Associação Geral. Um dízimo multimilionário denominado “dízimo extraordinário” possibilitou a criação de projetos mundiais, especialmente na janela 10/40 um retângulo geográfico no Hemisfério Oriental.

É estimado que mais de 60 por cento da população mundial viva nessa região, onde menos de dois por cento é cristã.

No ano passado, líderes da igreja local na península da Malásia, localiza-da na janela 10/40, tiveram a ideia do ministério médico móvel após ouvirem sobre uma iniciativa similar nas cidades de Nova Iorque (EUA) e Sidney (Austrália). Enquanto alguns ministérios possuem grandes ônibus, que atendem os pacien-tes em seu interior, “Esperança sobre Rodas” funciona num furgão, o que torna possível a entrada em mercados, feiras, centros comerciais e escolas.

“Estamos tentando criar uma consciência sobre a Igreja Adventista do Sétimo Dia”, disse Leong Fai, presidente da Missão Peninsular da IASD, com cerca de 5.200 membros.

Adventistas levam “Esperança sobre Rodas” às feiras livres e acompanham os participantes com visitas.

N O T Í C I A S D O M U N D O

Ansel Oliver, informa da Grande Kuala Lumpur, Malásia, para a Rede Adventista de Notícias

na Malásia

Ministério Médico Móvel Prioriza Região Urbana

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A IASD é pouco conhecida aqui, mesmo entre os que são familiarizados com outras denominações protestantes. A missão está na Grande Kuala Lumpur, capital federal e a cidade mais populosa da nação, com mais de 1,6 milhão de pessoas.

A Malásia é um país do sudoeste asiático economicamente forte, grande exportador de energia, óleo de palma e componentes de computadores. A religião oficial é o islamismo, da qual 60 por cento da população é adepta. Cerca de 20 por cento dos cidadãos são budis-tas e os cristãos representam menos de dez por cento da população.

“Antes do ‘Esperança sobre Rodas’, muita gente não conhecia a Igreja Adventista como a conhecem em Pe-nang”, afirmou Fai, moradora de uma ilha a cerca de 320 quilômetros ao nor-te, onde está o Hospital Adventista Pe-

nang que possui uma famosa padaria. O pão da marca “Adventista” é encontrado nas lojas da Grande Kuala Lumpur.

Sunny Tan, pastor que faz parte da equipe do “Esperança sobre Rodas”, disse: “Se alguém conhece a Igreja Adventista, geralmente é por causa do pão. Estamos tentando chegar às pesso-as de todas as maneiras possíveis.”

A equipe frequentemente usa as igre-jas da região para realizar o treinamento culinário mensal. Nos mercados, os membros da equipe e voluntários suge-rem aos visitantes que assistam às aulas de culinária para aprender como fazer refeições mais saudáveis e atraentes.

Tan informou que a equipe já tra-balhou no distrito de Puchong por dois meses. Normalmente, eles atuam nas feiras uma a duas vezes por semana, de três a seis meses, montando o estande em locais diferentes, cinco dias por semana.

Ele disse que frequentemente encontram membros de gangues extorquindo os vendedores do mercado, mas quando descobrem que eles são uma instituição de caridade não mexem com eles.

Quando entram numa área nova, a equipe admite que, às vezes, são neces-sárias novas estratégias. Tan menciona que certa vez tiveram que incluir na equipe um pastor local usando roupas comuns. Os clientes do mercado can-sados das equipes muito bem vestidas, que se assemelham com tantas equipes do marketing direto, perguntavam o que estavam vendendo. “Não estamos vendendo nada”, disse o pastor para atenuar o ceticismo deles. “Entre e faça uma avaliação de saúde gratuita.”

A equipe começou seu planejamen-to no mês de setembro do ano passado, criando uma logomarca e contratando um artista para personalizar o furgão. A inspiração para o nome da equipe: a cozinha móvel da Pizza Hut. “Eles tinham um ditado popular aqui: ‘Quente sobre Rodas’, assim escolhemos ‘Esperança sobre Rodas’ porque é isso que oferecemos”, disse Christina Joseph, 24 anos, enfermeira da equipe.

Pouco antes das 8h da manhã, Ronald Longgou, terceiro membro da equipe, já se abanava com sua prancheta devido à temperatura próxima aos 29o centígrados, típico do ar úmido da região próxima ao equador. É aí que Sharon Pfeiffer, 54 anos, vem para a sua segunda visita semanal. Não é incomum as pessoas visitarem o estande do “Esperança sobre Rodas” até seis vezes consecutivas por semana.

“Só vi esse estande na semana passada e gostei da organização”, disse Pfeiffer. “Fiquei tão impressionada que convidei minha amiga”, disse ela, apontando para uma idosa senhora chinesa. Pfeiffer contou que sua família tem história de derrames cerebrais e ela quer aprender como diminuir os riscos de sofrer o mal. ■

N O T Í C I A S D O M U N D O

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VERIFICANDO A PRESSÃO (acima, à esquerda) : Christina Joseph, enfermeira, verificando a pressão arterial na feira, na Grande Kuala Lumpur, Malásia. Ela faz parte do “Esperança sobre Rodas”, ministério médico móvel da Igreja Adventista. “ESPERANÇA SOBRE RODAS” (abaixo, à esquerda): Sunny Tan retira equipamento do furgão “Esperança sobre Rodas”. O ministério funciona em mercados locais, feiras e outros. EXAMES DE SAÚDE (direita): Ronald Longgou ajuda à voluntária a realizar o exame de massa muscular do corpo. Ele é um dos três membros da equipe que oferece à comunidade a avaliação de saúde e visitas subsequentes, cinco dias por semana.

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No sábado, 28 de abril, milhares de adventistas do sétimo dia e convidados foram agraciados

pelo terceiro Festival de Liberdade Religiosa, realizado anualmente pelos líderes da Igreja e jovens da União Dominicana, em Santo Domingo, República Dominicana. Os jovens prepararam, com muito esmero, um programa com cenas bíblicas da igreja no Gênesis e no Novo Testamento que enfatizava a liberdade religiosa.

A liberdade religiosa e de consciência são dons de Deus – dons centrados na livre escolha. Esses dons são importantes para todas as pessoas do mundo, eles são parte integrante do nosso testemu-nho, das boas novas e do dom supremo que é o próprio Jesus.

Liberdade Religiosa e a Sociedade Secular

Alguns dias antes do festival em Santo Domingo, estive presente com mais oitocentas pessoas ao sétimo Congresso da Associação Internacional de Liberdade Religiosa, em Punta Cana, onde oficiais do governo, líderes religio-sos e convidados de todo o mundo se reuniram para debater e promover melhor compreensão do assunto no contexto da sociedade secular. No mun-do onde várias regiões se tornam cada vez mais seculares, os desafios à liberda-de religiosa estão se multiplicando.

Os adventistas do sétimo dia sempre abraçaram a liberdade religiosa como parte integrante de suas crenças, história e missão. Ela faz parte do DNA de nossa Igreja. Uma vez que na Bíblia a liberda-de religiosa e a liberdade de escolha são imperativas, nós nos identificamos com os crentes que por muitos séculos lutaram contra as restrições e persegui-ções religiosas.

A liberdade religiosa é uma liberda-de fundamental – um direito humano básico. Ela preserva o foco sobre opor-

verdade. Mas ninguém deve ser forçado a aceitar esse testemunho. Jesus nunca usou Seus poderes para impor Seus ensinos. Até Seus discípulos mais próximos tinham liberdade para deixá-Lo (Jo 6:67).

Jesus preparou Seus discípulos para enfrentar perseguição, mas Ele nunca permitiu que eles perseguissem ou se vingassem dos outros. Ao con-trário, Ele lhes disse: “Quando forem perseguidos num lugar, fujam para outro” (Mt 10:23).* Em lugar de usar a violência, Jesus disse aos discípulos que amassem a seus inimigos – prática confirmada outra vez em 1 Coríntios 4:12 e 13: “Quando somos amaldiçoa-dos, abençoamos; quando perseguidos, suportamos; quando caluniados, respondemos amavelmente.”

Abordagem sobre o Secularismo

O movimento mundial na direção do secularismo é um processo neutro e pragmático; o secularismo moderado de hoje pode se tornar um poder ideologicamente agressivo e coercivo amanhã. É certo que isso não significa que todo secularismo moderado atual se tornará extremo no futuro, mas

tunidades individuais e pessoais e, ao mesmo tempo, é útil para o bem estar das sociedades e das nações. Onde quer que seja honrada e protegida, haverá justiça, paz e um progresso inevitável da cultura.

Além disso, a liberdade religiosa e de consciência é fundamentada na Bíblia. Liberdade de consciência é um dom de Deus, nosso Criador e Salvador. Ele nos criou com liberdade de escolha (veja Gn 2:16, 17). Ela é parte importante da dignidade humana. Ela foi a expressão do grande amor de Deus e não existe amor verdadeiro sem a liberdade para escolher amar.

A Assinatura de Deus

A liberdade religiosa leva à assina-tura do amor de Deus, e desempenha uma parte no grande conflito entre Deus e Satanás, entre o bem e o mal. No coração do livro de Apocalipse – Apocalipse 13 e 14 – os poderes do mal são descritos como opressores, perseguindo e matando aqueles que se recusam a adorá-los (Ap 13:14-17). Em contraste, o poder de Deus pro-clama sua fé em Jesus – mas não força ninguém a adorá-Lo. Os cristãos sempre testificaram de Jesus como a

Por Ted N. C. Wilson

deLiberdadeConsciência

Equlibrando Secularismo com o Direito de Adorar

V I S Ã O M U N D I A L

8 Adventist World | Agosto 2012

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relembra que a história ilustra ampla-mente essa tendência.

É bom lembrar que em muitos países do ocidente, o secularismo tem sido por séculos uma reação ao domínio da religião. Esse é o caso da Europa, como também da Austrália e Américas do Norte e do Sul, diferindo no grau. Nesses lugares, o secularismo está progredindo da postura moderada para uma forma mais radical. Quando ele atinge o nível do governo nacional e é investido de poder político, muitas vezes, resulta na exclusão gradual da religião na vida pública.

No entanto, esse processo não é universal. Em algumas partes do mun-do, os esforços para impor um modelo de sociedade e governo secularizado falharam e, falharam dramaticamente. Essa é também uma reação não contra a religião, mas contra o processo de secularização.

O secularismo extremo não é irreversível. Quando ele usa o poder estatal para preencher sua agenda antir-religiosa, produz reação nas pessoas de fé. Exemplos de secularismo agressivo inclui a remoção forçada de artefatos religiosos históricos de praças públicas. Também, impõe a prática do aborto em

Equlibrando Secularismo com o Direito de Adorar

instituições religiosas, mesmo quando essa prática agride a consciência dos praticantes; e, retira a licença das agên-cias cristãs de adoção se não colocarem em suas listas de possíveis pais adotivos, casais do mesmo sexo. O secularismo não tem apenas o cristianismo como alvo, mas também outros credos. Uma ação muito noticiada na França exige que os muçulmanos que frequentam escolas públicas ou deixem de usar seus hijabs islâmicos, ou paguem para frequentar escolas particulares.

Nessa e em outras instâncias, o estado secular não é mais religiosamente neutro, mas aderiu ao extremo secu-larismo ideológico que não respeita a liberdade religiosa.

Estado Religioso ou Agressivamente Secular?

Alguns crentes que se sentem ame-açados pelo secularismo são tentados a estabelecer um estado religioso, ou, pelo menos, um que seja mais amigável com sua religião. A história tem mostrado que o primeiro-passo mais comum em direção a esse objetivo é um partido político/religioso que trabalha para conseguir o consenso público para um governo religioso.

Mais uma vez, podemos aprender muito com o passado. Ao longo dos séculos, a religião era o centro das sociedades humanas. Era o ponto de referência de todas as coisas – ciência, arte, filosofia, política e economia. Porém, a sociedade inspirada por ela não foi modelo de liberdade religiosa.

Se, o estado dá a uma religião o privilégio da posição oficial, a igualdade civil não é possível. A vida se torna pesadelo para aqueles que acreditam ou têm prática diferente. Por exemplo, que tipo de sociedade condenaria o cidadão à morte por apostasia – por ter mudado de religião? Uma sociedade secula-rizada ou religiosa. Infelizmente, tal

violação frontal aos direitos humanos é completamente legal em alguns países, inclusive fazendo parte da constituição e código penal.

Como membros de uma religião minoritária, os Adventistas do Sétimo Dia devem ficar alertas quando mo-vimentos religiosos em suas cidades abraçam métodos políticos. A história registra os efeitos desastrosos para a liberdade religiosa quando igreja e estado se unem.

Jesus disse: “Meu reino não é deste mundo” (Jo 18:36). Nenhum país do mundo pode ter a pretensão de ser o “reino de Deus”. Qualquer governo humano, por melhor que seja, será imperfeito ao tentar estabelecer a paz protegendo a liberdade de direito de todos. Porém, quando o estado se faz “santo”, são plantadas as raízes da per-seguição. Quando ele se torna “divino”, trai os seus propósitos.

Liberdade Fundamental Se me pedissem para escolher

entre o estado religioso e o estado extremamente secular, não conseguiria escolher nem um nem outro. Já vimos a liberdade religiosa ser negada pelos dois tipos. Minha escolha deve ser sempre pelo estado onde a liberdade religiosa é descrita como fundamental e tenha a condição legal do direito humano protegido.

O estado secular pode ter o apoio dos crentes enquanto este não se opõe aos princípios de sua fé. Os cristãos de-vem obedecer às autoridades e respeitar o Estado. Entretanto, quando há confli-to entre a fé em Jesus e as reivindicações do Estado, temos um mandado maior: “É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens!” (At 5:29).

A maior parte do que chamamos de “sociedades seculares” ainda são espaços abertos onde pessoas com opiniões diferentes podem expressar seu ponto

F O T O : P A U L L O W R Y Agosto 2012 | Adventist World 9

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de vista. Esse “espaço aberto” produz tensões e, em tal contexto, os que nada dizem se arriscam a não ter nada a dizer.

Ao enfrentarmos a questão de como viver num contexto secular (com todas as suas tensões) e ainda ser fieis aos princípios e crenças cristãs, temos de aceitar essa tensão entre o secularismo e a religião como parte de uma sociedade livre. Devemos aceitar os desafios e en-contrar respostas adequadas seguindo a direção de Deus.

Tensão Gera OportunidadesÀ medida que surgem as tensões,

haverá oportunidades de compartilhar nossa fé e princípios. Se o secularismo ideológico e intolerante atacar nossa fé, devemos permanecer convictos e fieis. Não podemos nos intimidar ou desistir. Devemos encarar o desafio com as armas cristãs da esperança, paciência, perseverança e amor.

Envolvamo-nos completamente com forte compromisso e ação pessoal para viver uma vida que promova a liberdade religiosa e de consciência. Falemos e defendamos nossa posição de modo agradável, com convicção e pai-xão. Busquemos sabedoria de Deus para realizar a grande tarefa de defender a liberdade religiosa, angariando o apoio do governo e líderes civis, bem como do público em geral.

Especialmente, encorajemos nossos jovens a se unir na constante vigilância e ação pela liberdade religiosa e de consciência para todos. Esse é um pre-sente de Deus para nós e temos o grande privilégio de receber e partilhar. ■

*Todos os textos bíblicos foram extraídos vda Nova Versão Internacional.

Igreja de Um DiaSizinda, Zimbábue

Os voluntários gastaram três dias para construir a Igreja de Um Dia em Sizinda, Zimbábue. No primeiro dia, eles levantaram a estrutura de aço, apertaram todos os parafusos e começaram a trabalhar no telhado. No segundo dia, terminaram de colocar as vigas e parafusaram a placa de metal do teto. Como haviam deixado as peças do cume do telhado no campo, três homens retornaram no dia seguinte para

terminar o trabalho. Todos os dias, membros locais

trabalhavam por algum tempo auxi-liando aos voluntários. Entretanto, um homem vestindo macacão cor de laranja trabalhava o dia todo.

Quando os voluntários termina-ram o cume do telhado, dois deles colocaram as ferramentas de volta no caminhão enquanto Bobby, o terceiro voluntário, saiu para cumpri-mentar o homem de macacão laranja.

Após breve cumprimento e aperto de mão o homem perguntou ao Bobby: “Posso contar-lhe uma história?”

“É claro!” Respondeu Bobby.“Em 1964, comecei a orar para

que Deus nos ajudasse a construir uma casa de oração em nossa aldeia. Fiz essa oração, todos os dias, por muitos anos, mas nada aconteceu. Continuamos nos reunindo debaixo desta árvore.

“Em 1994, porém, um anjo me apareceu em sonho e disse que a igreja estava chegando. Assim, orei com frequência ainda maior que antes, e, nós mesmos, começamos a construir uma igreja rústica de tijolos.

“Três anos atrás, tive outro sonho, e este se repetiu várias vezes. Vi um anjo que tinha vindo aqui e estava construindo esta igreja de aço para nossos membros.”

Robin, um dos voluntários, uniu-se a Bobby e ouviu o homem continuar sua história... “Sabe”, seguiu ele falando, “fiquei observando o senhor e o grupo enquanto construíam este prédio. É exatamente igual ao do meu sonho.”

Houve uma breve pausa, enquanto o homem tentava encontrar as palavras certas. Então, falou: “O senhor é o anjo do meu sonho. Muito obrigado! Obrigado por esse presente maravilhoso. Por favor, posso apertar sua mão?”

Enquanto voltava para o caminhão com Robin, Bobby enxugou uma lágrima e disse calmamente: “Robin, na minha vida já fui chamado de várias coisas, mas esta foi a primeira vez que me chamaram de anjo.”

Ted N. C. Wilson é presidente da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia em Silver

Spring, Maryland, EUA.

A Igreja de Um Dia é um programa de colaboração entre a Igreja Adventista do Sétimo Dia, Adventist-laymen’s Services e Industries (ASI) [Federação de Empresários Adventistas] e Maranatha Volunteers International. Estas histórias chegam até você, todos os meses, por meio de Dick Duerksen, o “Contador de Histórias” de Maranatha.

COOPERANDO COM DEUS: O voluntário B o b b y W i l l i a m s (direita) ao lado do

homem que orou para que Deus provi-denciasse um prédio para a igreja em sua aldeia. RESPOSTA À ORAÇÃO: Essa Igreja de Um Dia em Sizinda, Zimbábue, é o testemunho da fidelidade de seus membros.

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Sou ovolactovegetariano há muitos anos; no entanto, exames de sangue recentes apontaram uma baixa taxa de vitamina B12. Na verdade, como ovos esporadicamente, mas mesmo assim, fiquei surpreso. Jamais pensei que ovolactovegetarianos tivessem falta de vitamina B12.

Sua pergunta é pertinente à todos os vegetarianos e também às pes-soas que se sentem protegidas por

consumir um pouco de produtos lác-teos ou até peixe. O Departamento de Saúde da Associação Geral recomenda uma dieta vegetariana bem balanceada – para àqueles que vivem em regiões do mundo onde há abundância de frutas frescas, grãos, castanhas e vegetais.

A vitamina B12 não é encontrada na dieta totalmente vegetariana, a não ser pela contaminação do solo ou esterco. Muitos se referem à dieta Edênica; in-felizmente, fomos privados dessa dieta desde a Queda, já que a árvore da vida é agora uma especiaria que esperamos ter no Céu. É altamente recomendado e amplamente praticado pelos que têm uma dieta baseada em plantas, conhecidos como “veganos”, o uso de suplementos de vitamina B12. Somente o leite de soja, fortificado com B12 é equivalente ao leite e seus derivados.

É interessante que os participantes do atual Estudo Adventista de Saúde, conduzido pela Universidade de Loma Linda, Califórinia, EUA, descobriram que os ovolactovegetarianos ingerem mais vitamina B12 do que os não vegetarianos; e os veganos ingerem mais vitamina B12 que os pescovegeta-rianos (que não comem carne, exceto peixe). Uma vez que a diferença é bem pequena entre todos os tipos de vegetarianos, não é possível determi-nar se uma dieta é superior à outra, embora todos os vegetarianos tenham vantagens sobre os não vegetarianos em quase todas as categorias exami-nadas. O estudo ainda está inconcluso e a pergunta: “Qual é a melhor dieta vegetariana?” ainda não pode ser respondida com autoridade, segundo os resultados do estudo obtidos até o momento.

Teoricamente, os que são ovo-lactovegetarianos não precisam de suplemento. Mas é perigoso ser quase “vegano” e não adotar a precaução dos veganos mais modernos que usam pro-dutos fortificados com vitamina B12.

Também existe a doença chamada anemia perniciosa, onde a absorção da vitamina B12 é deficiente. À medida que envelhecemos nossa capacidade de absorção diminui. Isso significa que até os suplementos de vitamina B12 podem não ser totalmente absor-vidos. Há tipos de suplementos de B12 que podem ser absorvidos pela mucosa da boca e os de forma injetável. Se você for idoso, a simples suposição de que sua dieta é deficiente pode não estar correta. A anemia perniciosa deve ser considerada e você deve receber tratamento específico.

Segundo o Estudo Adventista de Saúde 2 (EAS2), a maioria dos ovo-lactovegetarianos estão tomando duas porções equivalentes a laticínios por dia, que são dois copos de leite de 250 ml ou o equivalente de seus derivados.

Quando discutimos acerca da supe-rioridade de um tipo de dieta vegetaria-na sobre a outra, entramos no terreno de opiniões e não de fatos concretos. Talvez todos os argumentos cessem quando as pesquisas forem concluídas. Não chegamos lá ainda.

Numa época em que a epidemia de obesidade é crescente em todo o mundo, às vezes, como adventistas, es-tamos mais preocupados com diferentes micronutrientes do que em tirar nossas crianças do sofá para alguma atividade, e reduzir o valor calórico de sua ali-mentação e o alto índice de alimentos refinados.

Os maiores problemas que atingem nosso mundo são o excesso de calorias, exercício inadequado e, muito sal e gordura. Recomendamos uma dieta simples, centrada na variedade e quan-tidade suficiente de alimentos integrais e não processados. ■

Allan R. Handysides e Peter N. Landless

Você está ingerindo o suficiente?

VitaminaB12

Allan R. Handysides, médico ginecologista, é diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral.

Peter N. Landless, médico cardiologista nuclear, é diretor associado do Departamento de Saúde da Associação Geral.

F O T O S : D A V E V A S A N T

S A Ú D E N O M U N D O

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Se pedissem a você para descrever um centurião ou soldado romano, por onde começaria? Sua atenção seria atraída para o brilho do peitoral de metal? Talvez,

você começaria a descrição pelo inconfundível capacete com decorações de bronze e plumas coloridas. Porém, Paulo inicia sua descrição da armadura do cristão em Efésios 6:10 a 18 pelo cinto da verdade. “Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça” (Ef 6:14).*

O Cinto Romano Por que Paulo começou com um item tão simples e

comum como o cinto? Muitos de nós temos todos os tipos de cintos em nosso armário, ou em nossos jeans, saias ou calças. Afinal, os cintos são tão simples, tão insignificantes. Qual é a importância do cinto? Era assim que eu pensava antes da mi-nha pesquisa revelar que o cinto militar romano, o cingulum (cíngulo) ou cingulum militare, era um dos acessórios mais valiosos do soldado romano.

O cíngulo media cerca de seis centímetros de largura, geralmente com uma fivela de bronze elaborada e uma espiga de cerca de quatro centímetros que atravessava a fivela. O cinto do soldado novo ou de baixo escalão normalmente era simples e sem adornos. No entanto, quanto mais tempo fosse dedicado ao serviço, mais diferente e elaborada era a decora-ção do seu cinto. Os centuriões graduados usavam couraças de bronze fixadas aos cintos, que essencialmente cobriam toda a superfície além da espiga.

Arqueólogos descobriram em escavações cintos e couraças que apresentam grande variedade de modelos e decorações. Os centuriões altamente graduados usavam couraças de-coradas com nigela, um tipo de esmalte preto com o que se preenchia os baixos relevos encravados nas couraças de bron-ze. O bronze e a nigela podiam ser lixados no mesmo nível e geralmente o bronze era prateado, produzindo algo similar a um cloisonné de beleza impressionante.

O cinto do militar romano era tão diferente que o solda-do, mesmo que só com a túnica e sem a armadura, podia ser reconhecido instantaneamente. O cinto por si só identificava quem ele era. Quando um soldado era castigado com trabalho

Por Dick Stenbakken

CINTOO

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A N T O N K U C H E I M E I S T E R

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extra (esta é uma forma de disciplina bem antiga), muitas vezes tinha que permanecer em guarda vestindo apenas a túnica, sem o cinto. A túnica era semelhante a uma camiseta longa, até a altura dos joelhos, de modo que usá-la sem o cinto característico a tornava semelhante à roupa de mulher. Isso era altamente vergonhoso e humilhante para o soldado.

Se o soldado se envolvesse em problemas realmente sérios, seu comandante tirava-lhe o cinto, o que significava que o soldado não mais pertencia à legião e não era digno de ser identificado como soldado. Assim, o cíngulo era realmente uma peça muito importante no uniforme do soldado romano.

Mais que um Acessório da Moda

Mas, o cíngulo era muito mais que um enfeite. Ele tinha múltiplas funções tanto vitais como funcionais. Ele circun-dava a armadura mantendo-a perto do corpo, garantindo melhor proteção. Também, ajudava a evitar esfolamento da pele como resultado do uso da armadura frouxa. O cinto era usado apertado para ser efetivo. Note que Paulo diz que o cinto é para ser “usado na cintura”. Ele seria sem utilidade se usado apenas como ornamento. Além disso, ao segurar a armadura junto ao corpo, o cinto também segurava a correia de couro do ombro onde o gladius, ou pequena espada romana e sua bainha ficavam suspensas. Aquela correia era firmemente presa sob o cinto e mantinha a espada à mão para uso imediato.

Cada soldado romano também carregava um punhal uti-Litário do lado, chamado pugio, que ficava preso diretamente no cíngulo. O punhal era usado em lutas de corpo a corpo e nenhum soldado estava pronto para o trabalho se ele não estivesse no cinto.

Os soldados de baixo escalão tinham entre cinco a oito correias anexadas ao cinto, que pendiam até a altura dos joelhos. As correias tinham de 2,5 a 4 centímetros. Esse grupo de correias era conhecido como sporran. Quando a armadura romana deixou de ser do estilo de rede de metal que ia apenas até a cintura, os soldados adicionaram um sporran como um peso extra para prevenir que a túnica fosse

levantada pelo vento, servindo como âncora sempre que eles se sentassem. Na realidade, a proteção oferecida pelo sporran era mínima, mas sua presença tinha valor emocional, pois as pontas de metal presas a cada correia tinham o objetivo de fazer barulho, servindo como um tipo de reforço psicológico, enquanto os soldados marchavam para a batalha.

Lições a Serem Aprendidas Obviamente, o cinto romano servia para vários propósitos

vitais, muito além dos cintos comuns que temos hoje. Não admira que Paulo comece sua descrição da armadura com o cinto da verdade. Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14:6). Imagine isso. Jesus quer nos envolver como um forte cinto e nos manter juntos a Ele em todas as batalhas da vida. Ele quer estar “bem atado” a nossa vida, não quer ser apenas um mero acessório, vagamente relacionado conosco. Quando permitimos que Ele seja nossa verdade essencial, podemos ser claramente identificados pelos que nos cercam como Seus seguidores, assim como os soldados romanos eram identificados por seu cíngulo.

A verdade de Deus não é um mero adorno. Jesus, a verdade viva, é a praticidade funcional para nossa existência em tudo o que fazemos e somos. Ele nos ajuda a estar bem equipados para enfrentarmos nosso inimigo espiritual.

Uma coisa importante é lembrar de que o cinto não deve ser usado como arma, causando dano e destruição. Ao contrário, ele é parte de toda a armadura que oferece força, prontidão, beleza e estabilidade a vida pessoal. Paulo mostrou sabedoria quando iniciou com o cinto da verdade e somos sábios quando o usamos em nossa cintura diariamente.

Como está seu cinto hoje? ■

Dick Stenbakken se aposentou como diretor do Ministério de Capelania Adventista da Associação Geral. Ele escreve de Loveland, Colorado, EUA.

Jesus quer nos circundar como um cinto forte. erdade

F O T O : D I C K S T E N B A K K E N Agosto 2012 | Adventist World 13

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Relacionamentos familiares – particularmente entre pais e filhos – são os laços mais íntimos

e próximos que temos. No entanto, é natural que os conflitos surjam dentro da estrutura familiar. Eles podem surgir a partir de coisas simples como a toalha deixada no chão, ou de algo complexo como as finanças. Independente da origem, há sempre o potencial para que uma discordância chegue a níveis explosivos.

O conflito, embora sendo às vezes o precursor da disfunção familiar, separação e até divórcio, é também parte inevitável da existência humana. Portanto, é difícil acreditar em pessoas que dizem: “Nós nunca discutimos. Concordamos em tudo.” Os que fazem tal afirmação dão motivos para descon-fiança de que uma das partes pode estar ocultando seus verdadeiros sentimentos só para “manter a paz”. O perigo disso é que quando as pessoas abafam con-tinuamente suas emoções, o resultado final é muito pior do que se o problema tivesse sido abordado apropriadamente no momento em que ocorreu.

Muitas vezes vemos o conflito como algo negativo, e fazemos todo o possível para evita-lo. Entretanto, há alguns aspec-tos positivos no conflito e, se abordado da maneira correta, esses “baques do cami-nho” podem fortalecer o relacionamento.

Aspectos Positivos do Conflito 1. Os conflitos apresentam mais de

uma visão da situação que pode resultar em melhores soluções.

2. Os conflitos podem fornecer informações sobre os sentimentos da esposa ou de outros membros da famí-lia, resultando em melhor compreensão entre eles.

3. Os conflitos desenvolvem a autoconfiança e a autoconsciência, se você for capaz de formular e livremente expressar seu ponto de vista.

4. Os conflitos, se abordados devi-damente, podem demonstrar métodos

é a que facilmente nos faz vítimas de métodos inapropriados de solução. Considere as seguintes abordagens inapropriadas e inúteis:

1. Falar palavrão. Isso transforma a discussão em

ataque pessoal, em vez de uma tentativa madura de tentar abordar e resolver os problemas.

2. Ficar histérico. Em lugar de discutir calmamente

o problema, a pessoa histérica assume um comportamento destrutivo como ameaçar, acusar, gritar, se irritar e ser excessivamente defensiva. Essa atitude contribui apenas para alienar a outra parte e agravar a situação.

3. Trazer o passado à tona. Serve somente para aumentar a

Por Karen Birkett Green

Resolvendo conflitos familiares de maneira cristocêntrica

adequados para resolver problemas e pode comunicar a regra de que discor-dar é normal.

5. Quando os conflitos são abor-dados e resolvidos, podem resultar num senso de realização, compreensão mútua e paz. Somos capazes de avançar sem lidar constantemente com questões não resolvidas.

Abordagens Inapropriadas na Resolução de Conflitos

Quando nos confrontamos com divergências, é muito fácil nos envol-vermos em práticas inapropriadas na tentativa de resolver os problemas. Em lugar de tentar resolvê-los, muitas vezes tentamos provar que nosso ponto de vista é a única solução, e essa atitude

V I D A A D V E N T I S T A

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tensão e pode desviar a atenção do assunto, deixando ainda mais distante a solução do problema atual.

4. Exagerar.Quando usamos frases como “você

está sempre atrasado” ou “você nunca liga”, realmente precisamos fazer uma pausa para considerar se isso é realmen-te verdade ou exagero. Usar afirmações generalizadas só serve para inflar a situação fora das proporções.

5. Usar o silêncio/ignorar. Recusar a falar – não apenas sobre

o conflito –, mas não falar de jeito nenhum, é o maior dos equívocos. Essa abordagem só enfurece a outra pessoa e esconde pensamentos e sentimentos que provavelmente serão liberados mais tarde, de maneira explosiva.

6. Tornar-se fisicamente agressivo. A agressão física é o motivo mais

sério de preocupação. Ela introduz uma dinâmica perigosa e violenta ao rela-cionamento no qual a pessoa se torna o agressor e a outra a vítima. Tal postura torna o conflito muito mais difícil de ser resolvido e ameaça todo o futuro da relação, além de ser inaceitável.

O Melhor Caminho Então, como podemos resolver um

conflito? A resolução apropriada de um conflito honra a Deus e respeita os direitos, opiniões e sentimentos da outra pessoa. A seguir estão algumas ideias para resolver apropriadamente um conflito:

1. Defina a problema. Quando o problema está claramente definido, mantém a discussão no assunto tornan-do a conversa produtiva.

2. Ouça atentamente e com mente aberta. Muitas vezes, numa situação de conflito, estamos tão concentrados em provar nosso ponto que falhamos em ouvir atentamente e com mente aberta ao que a outra pessoa está dizendo. Assim, perdemos a oportuni-dade de obter outra solução para o problema.

palavras ponderadas e calmas podem dissipar situações difíceis.

À medida que lutarmos contra nossa propensão de envolver em abordagens conflitantes e não saudáveis, a Palavra de Deus nos conduzirá à autoconsciência por meio da entrega a Ele. Precisamos clamar como o salmista: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações” (Sl 139:23). As palavras que falamos são meros reflexos do que está no coração (Mt 12:34). Quando permitirmos que Deus sonde o nosso coração, Ele mos-trará as coisas que nos machucam e que nos fazem explodir de raiva.

Muitas vezes os conflitos parecem ser insuperáveis e falham todas as nossas tentativas de resolvê-los. Nesses momentos, não devemos nos envergo-nhar de pedir conselho a um pastor de confiança ou a um conselheiro cristão que tenha condição de oferecer uma perspectiva imparcial. A Bíblia declara: “Sem diretrizes a nação cai; o que a salva é ter muitos conselheiros” (Pv 11:14).

Somos nós que estabelecemos as condições de um relacionamento saudável em nossa família. O modo como reagimos a conflitos serve como testemunho não apenas para nossos filhos, mas para os outros.

Esforcemos para resolver os conflitos à maneira de Deus, assim poderemos honrá-Lo e glorificá-Lo em todas as coisas. ■

*Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.

3. Faça perguntas esclarecedoras. Quando ouvimos atentamente, sem dúvida surgirão perguntas. Esclarecer os pontos demonstra à outra pessoa que você realmente está ouvindo e que valoriza sua informação.

4. Reafirme o que a outra pessoa disse. Uma vez que você esclareceu o assunto e sente que tem clara com-preensão do ponto de vista da outra pessoa, repita a opinião do outro com suas palavras. Isso não apenas assegura que você realmente compreendeu sua perspectiva, mas demonstra respeito ao ponto de vista da outra pessoa.

5. Não interrompa. Quando outra pessoa está falando, cuidado para não interromper. Se você tem medo de esquecer, anote seus pensamentos e os exponha quando for sua vez de falar. Por sua vez, a outra pessoa deverá repe-tir as mesmas etapas compreendendo seu ponto de vista.

6. Trate os outros com respeito. Ao ouvir e apresentar seu ponto de vista deve fazê-lo com respeito pelos sentimentos e opinião da outra pessoa. Interromper, ignorar, gritar e depreciar ajuda pouco ou não resolve nada.

Honrando a Deus Como cristãos procuramos honrar

a Deus em todos os nossos relaciona-mentos. Às vezes nos esquecemos disso quando lidamos com os familiares e a complexidade de nossa relação com eles. Entretanto, a família é o maior presente que Deus nos deu, e tratá-la com amor e respeito resultam em grande honra a Deus. O modo como abordamos o conflito só é positivamente impactado quando temos consciência de que nosso comportamento está honrando a Deus.

Em Provérbios 15:1, Ele nos lembra de que: “A resposta calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida desperta a ira.” O tom da nossa voz e as palavras que usamos ao falar, têm grande impac-to sobre nossos resultados. Voz suave e

Karen Birkett Green é conselheira e escritora freelance e reside em Charlotte, Carolina

do Norte, Estados Unidos. Ela e o esposo Xavier são os fundadores do ZavKay Family Services, organização dedicada ao fortalecimento das famílias e igrejas.

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Durante três anos, quase todos os dias, eu orei: “Oh, Deus, por favor, não me envie para o campo missio-nário – África, Índia, Nova Guiné ou qualquer outro

lugar – enquanto eu estiver solteira! Sim, Senhor, eu irei se realmente essa for a Tua vontade, mas eu sinceramente espero que não seja. Casada? Sim! Mil vezes, sim. Mas, solteira? É muita solidão. E quem iria me encontrar?” (Isso foi antes da liberação feminina, quando as mulheres gostavam de ser amadas, estimadas e protegidas pelos maridos.)

O que eu faria sozinha diante da chama bruxuleante de uma lâmpada a querosene, noite após noite? Quem ficaria comigo nos momentos de perigo? Sim, eu sabia que Deus cuida das pessoas. Ele as conforta, protege e ajuda – às vezes – já tinha observado, mas, parecia que nem sempre. Se alguém houvesse perguntado se eu acreditava que Ele sempre cuidaria de mim, certamente teria respondido: “Eu sei que Ele cuida”. Por algum motivo, porém, tudo isso ainda me deixava apreensiva.

Partindo para o AlaskaCerto dia, recebi uma carta do Alaska escrita por minha

irmã Elizabeth. Meu cunhado, Dr. Harvey Heidinger, acrescen-tara umas poucas linhas: “Se você for corajosa e rica o suficiente (eu não era nem uma coisa nem outra), nós podemos arran-jar uma viagem para você visitar algumas aldeias no interior.”

A verdadeira mensagem da carta indicava que no início de julho estariam se mudando de Anchorage e em pouco tempo, sem dúvida, seriam missionários no Oriente por quatro ou cinco anos, e se eu realmente os quisesse visitar, melhor que fosse logo.

Imediatamente comecei a trabalhar nos dias de folga e fazer algumas horas extras para ganhar dinheiro e alguns dias livres. Aquela ideia de ser “corajosa” ficou em minha mente. Onde eu ficaria se fosse para as aldeias? Eu não era rica. Como eu viajaria pelo interior sem dinheiro?

De repente, ficou claro. Essa era a minha chance! Quando me deitava na cama, noite após noite, decidi ser corajosa suficiente para ir para o interior do Alasca. Eu iria tão longe e independente quanto pudesse e descobriria o que Deus faria comigo então. Será que Ele cuidaria realmente de mim?

“Sim, eu vou”, escrevi para Elizabeth e Harvey. “Não sou rica e talvez nem corajosa, mas quero fazer a viagem para o interior. Podem planejar tudo por mim como acharem melhor”. Eu sabia que essa viagem seria num avião bem pequeno. Eu não gostava de aviões. Escrevi algo como um testamento, caso eu não voltasse; fiz uma boa faxina em meu apartamento e, finalmente, viajei seis horas de avião de Los Angeles a Anchorage.

F O T O : J E R E M Y S A U S K O J U S

Por Carolyn Stuyvesant

A R T I G O D E C A PA

16 Adventist World | Agosto 2012

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Na chegada Harvey disse: “Planejamos uma grande viagem para você. O hospital do governo para nativos quer que você acompanhe um bebê de volta para casa numa aldeia. O piloto está indo amanhã à tarde (sexta-feira). Você pode parar em Nondalton ou Newhalen. Então, pode visitar outras aldeias e voltar na terça-feira. Como você está acompanhando o paciente, é gratuito.”

Onde eu ficaria por quatro ou cinco dias? Ninguém parecia saber. Depois de poucas horas de sono, levantei numa manhã nublada de sexta-feira para arrumar as poucas posses. Uma troca de roupa, um saco de dormir, uma pequena caixa com alimentos – foi tudo o que levei.

A Aventura Começa Perto das três da tarde, as coisas começaram a acontecer.

Alguém me entregou o bebê nativo, de dez meses de idade, e um saco de papel com fraldas e mamadeiras. Uma etiqueta nas costas do bebê continha seu nome: Ester.1 Também dizia “pneumonia”, “10 meses”, e “Nondalton”. Mas eu não tinha apenas uma criança. Havia três – O bebê, de 10 meses; e, João e Alice, de 9 anos – todos nativos.

Voamos sobre a água de azul-pálido e encapelada de Cook Inlet. No horizonte, estavam as montanhas em vários tons de azul-escuro. Nuvens brancas, cinzas e lilases pairavam

entre as montanhas, empurrando umas às outras e subindo alto no céu azul. A neve se agarrava ao topo das montanhas, bem abaixo das nuvens. Os raios de sol eram filtrados pelas nuvens, resultando em sombras azuis e prateadas nos picos e nas baías. Fomos em frente até voarmos sobre a Península Kenai. Ali, castigados pelo clima, os abetos se estendem por quilômetros e quilômetros de pântano e os alces correm sobre a lama e ao longo da tundra.

As crianças estavam em silêncio, falando apenas quando se fala mais alto que o barulho do motor. Comecei a pensar em Deus, o Deus que fez a água, as árvores e o céu. O mundo parecia bem organizado lá de cima. Senti remorso de testar a Deus. Mas, eu queria saber. Será que Ele me conhecia?

Pouco depois, Arnold, nosso piloto, estava nos levando sobre as águas outra vez. Queria que você tivesse visto a paisagem do modo como estava naquele dia: calma, silente, tranquila em sua solidão. Viramos na direção das montanhas mais uma vez, encontramos o Rio Newhalen, e o seguimos por vários quilômetros entre os picos cobertos de neve. Nenhuma casa, estrada ou carro à vista.

Finalmente, circulamos e pousamos com estardalhaço na água em Nondalton. Duas dúzias de nativos vieram correndo e eu entreguei meu indiozinho e Alice. Quase quatrocentos quilômetros da linha do trem ou da estrada! Certamente Deus

Solteira – e em dúvida?Tundrapela

Agosto 2012 | Adventist World 17

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Essa era a minha chance! Quando me deitava na cama, noite após noite, decidi ser CORAJOSA suficiente para ir para o interior do Alasca.

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estava ali. Mas, e mais longe dali – o que Ele faria comigo? Quando decolamos, seguimos o Rio Newhalen outra vez,

cruzando mais tundra coberta por abeto até o Lago Iliamna, com mais de 160 quilômetros de cumprimento. Um pouco depois, Arnold, que levava tanto correspondência como crianças, disse: “Onde você planeja passar a noite?”

“Acho que na escola ou fora na tundra”, respondi casual-mente. Pousamos na água perto da casa do piloto, cerca de doze quilômetros da aldeia de Newhalen. A esposa de Arnold veio nos buscar com um micro-ônibus. Ali havia apenas algumas trilhas para passar de carro.

Arnold decolou mais uma vez para entregar a correspon-dência. Naomi, sua esposa, me levou para sua casa. Ela disse que a escola estava fechada e não era seguro dormir na tun-dra. “Se você quiser, pode dormir em nossa cabine de visitas”, ela ofereceu. Embora ainda houvesse a luz do dia, já estava ficando tarde e eu, agradecida, aceitei a oferta.

À mesa de jantar, comemos uma lata da minha comida vegetariana. Toda a família estava feliz de ter alternativa para a carne seca de alce. A sobremesa foi torta de limão. Pensei: “Estranho, eles ficaram tão felizes com as coisas que eu trouxe. Será que Deus sabia que eles estavam enjoados de carne de alce? É claro que sim! E a torta de limão – claro, Ele sabe que é minha preferida. Ela já estava pronta e na geladeira quando cheguei”.

As crianças cantarolavam trechos de “Deus tem o mundo todo, em Suas mãos”. Deus realmente deve estar dizendo algo para mim, eu refletia o tempo todo. O vaso de fúcsias – uma das minhas flores preferidas – iluminava a sala de estar.

Ao me deitar naquela noite, fiquei pensando: Como posso ficar longe das pessoas? O teste nunca vai funcionar porque eu sempre, sempre tenho gente comigo. Então caí num sono agitado e acordei ainda agitada.

Descobertas Logo após o café da manhã, as três crianças entraram

correndo… “Nós achamos um ninho de passarinho”, disseram gritando com entusiasmo. “Vem rápido pra ver! Ele está na parte de cima dos juncos que estão na água”. “Como vocês chegaram lá?” perguntei. “Com o barco de borracha. É bem pertinho”, explicou Kathy, de 11 anos. Ela, sua amiga Jeannine e eu, entramos silenciosamente no barco e remamos com cuidado os poucos metros até o ninho redondo de barro, esculpido para ficar alguns centímetros acima da água. Joe, de seis anos e Dick, de nove, já haviam chegado em seus barcos e estavam se esforçando para ficar em silêncio. Chegamos perto o suficiente para ver dois ovos do tamanho dos de galinha que estavam sobre a grama, bem embaixo do ninho. O olhar preocupado de uma gaivota observava de longe, tão gracioso que parecia irreal.

Remando de volta à praia, vimos três andorinhas árticas, totalmente brancas, mergulhando a procura de peixes enquanto a cauda bifurcada parecia cortar o céu. Um grande

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Tundrapela

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se como um deles. Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé? … Portanto, não se preocupem com o amanhã” (Mt 6:28-34).

Agora, cerca de dois mil anos mais tarde, eu podia ouvir Sua doce voz a sussurrar: “Carolyn, veja como as flores crescem. Não fique ansiosa.”

Pouco depois, estávamos voando mais uma vez em direção à margem do rio e de volta para casa. Enquanto voávamos sobre o lago com a aparência de vidro, sentimentos de culpa continuavam a me atacar. Por que eu continuava testando Deus para saber se Ele me conhecia? Os pássaros, as flores e até as ágatas às margens das ilhas falavam dAquele que conhece e cuida. Não foi Ele quem inspirou Davi a escrever: “Para onde poderia eu escapar do teu Espírito? Para onde poderia fugir da tua presença? Se eu subir aos céus, lá estás; … Se eu subir com as asas da alvorada e morar na extremidade do mar, mesmo ali a tua mão direita me guiará e me susterá” (Sl 139:7-10).

Não queria ser incrédula, mas queria saber. Contudo, ali estavam montanhas sobre montanhas às margens da tundra, onde quase ninguém morava e eu estava desfrutando de cada momento. Eu tinha tentado me perder, mas não consegui. Tinha tentado me meter em dificuldades, mas sem sucesso. Que Deus gentil e compassivo!

Naquela noite, fiz uma longa caminhada entre pancadas de chuva. Todo o azul havia se transformado em cinza. O forte vento encapelava as águas do lago. A névoa escondeu as montanhas nevadas. Um silêncio úmido invadiu o local. Um silêncio que provoca em nós um senso de isolamento. Um silêncio que parece nos deixar longe de tudo. Ele acinzentou as casas. Diminuiu o movimento dos mergulhões que se abrigaram nos ninhos. Abafou o grito curto da gaivota. Seria esse o glorioso Lago Iliamna de apenas algumas horas atrás? Sim, era o mesmo lago. Eram os mesmos pássaros, musgos, as mesmas montanhas. Pensei: Esse mundo cinzento é sustentado por Ele e também por Suas grandes e bondosas mãos. Fui cedo para cama aquela noite e, no dia seguinte, acordei para um dia ainda mais cinzento.

O dia passou. Eu desejava saber, saber com certeza, se Deus cuidaria realmente de mim – só de mim – sozinha nos lugares mais remotos. No entanto, parecia indelicado, até errado, pedir mais.

Naquela tarde, Naomi me levou à casa da professora da escola, quase cinco quilômetros de distância. A professora era uma mocinha vivaz, cujo esposo havia ido para a costa pescar junto com todos os homens e a maioria das mulheres do local. Suas filhinhas, Martha e Shirley, eram tão vivazes quanto a mãe. “Venha ficar aqui comigo”, disse Trish, “Quando meu marido não está eu durmo aqui embaixo, assim você pode dormir lá em cima. É tão bom ter alguém por perto. Estou feliz por você ter vindo.”

“perna-amarela” gritou na direção do horizonte quando, involuntariamente, o assustei para fora do pântano. As pala-vras de Jesus vieram à minha mente: “Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas?” (Mt 6:26).2

Pássaros – gaivotas, andorinhas e pernas-amarelas. Todos cuidados pelo Pai celestial. “Ele tem o mundo todo em Suas mãos”, as crianças continuavam cantando.

De volta à “casa”, Naomi sugeriu que todos nós devíamos ir de avião a uma ilha, visitar uma mulher nativa que tivera bebê havia cinco dias. Por via aérea é praticamente o único meio de viajar naquela região. As crianças estavam felizes em poder ir a algum lugar.

Voamos baixo sobre algumas ilhas e finalmente pousamos ao lado de uma pequena aldeia. Minha irmã havia enviado uma caixa com roupas de bebê para serem doadas, e foi com considerável alegria que a dei de presente para essa mãe e seu lindo bebê recém-nascido.

Ó Deus, o Senhor estava lá naquela ilha pequena e total-mente solitária com aquela mulher Inuíte, seu bebê e a outra criança, cujo marido passa a maior parte do tempo pescando. O Senhor até enviou roupinhas para o bebê!

Embora estivesse ameaçando chover, decolamos. Outra vez passamos sobre samambaias e musgos e, pousamos perto de uma praia pedregosa. Se você se impressiona com coisas grandes, veja no horizonte as altas montanhas azuis cobertas de gelo; se é inspirado por coisas pequenas, olhe para o coração das flores cor-de-rosa do cranberry aos seus pés; se fica emocionado com a tranquilidade, tudo é bem tranquilo; se fica exultante com o barulho, o inquieto “perna-amarela” quebrará o silêncio grasnindo 108 vezes por minuto. Sim, o vento vai uivar e as ondas vão quebrar e a chuva irá cantar no Lago Iliamna.

Se você necessitar de uma canção, ouvirá as lindas pala-vras ecoando ao longo da praia, “Deus tem a chuva e o vento em Suas mãos … Deus tem o mundo em Suas mãos”. Minhas mãos. Tão pequenas. É por isso que não consigo entender quão grandes são as mãos do meu Pai?

As flores da tundra são encantadoras. Há pequenas flores brancas em formato de estrelas que nascem no meio da gra-ma. Os cranberries são abundantes. As dogwoods anãs, com cerca de oito centímetros de altura, florescem entre o musgo. “Veja como as flores do campo crescem”, disse Jesus para uma multidão de pessoas que questionava o que Deus faria por elas (Mt 6:28). Ele realmente se importava? Ele realmente sabia que elas necessitavam de roupa? Indagavam. Quase sem fôlego, o povo esperava. Por que Jesus indicou os lírios do campo, os lírios que ninguém havia plantado ou que rara-mente eram percebidos por alguém? Sua voz doce e melodio-sa continuava: “Eles não trabalham nem tecem. Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-

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O Chamado Já eram nove e meia, o sol se punha quando voltamos

para a casa de Trish. Ela era uma mãe jovem e animada que, com certeza, era uma verdadeira enciclopédia sobre os problemas, provações, alegrias e tristezas de ser professora em uma aldeia Inuíte. Conversamos até meia noite. Uma das suas loirinhas ainda tinha cicatrizes de um encontro que tivera com um de seus huskies (cachorro).

De repente, Trish se levantou e disse: “Falta um minuto para a meia-noite, vamos ver o tempo.” O cinza havia desa-parecido. O céu estava azul do lado nordeste. Fragmentos de nuvens vermelhas lembravam que o sol havia se posto havia pouco tempo e que nasceria outra vez, dali a duas horas e meia. Silêncio lindo, espaçoso; céu macio e maravilhoso; à distância, as majestosas montanhas nevadas; perto de nós, o gorjeio dos pássaros. Havia uma empolgação camuflada nesse crepúsculo da meia-noite que me tirou o sono. Por que deveria resistir à sonolência? Simplesmente precisava. Quando finalmente subi os degraus e deitei, os pardais estavam cantando suas melodias matinais. Pardais à uma da manhã na tundra! Eu não dormi. Fiquei deitada, acordada e ouvindo um pardal que quebrava o silêncio com sua canção – o pardal que se assentara na alta árvore na janela próxima à minha cama. Eu pensava como Deus havia sustentado tanta beleza em Suas mãos por séculos, e como Seu braço permanece incansável. Mas eu ainda queria saber sobre mim. E Deus em relação a mim? Deixaria Ele que visse um pouco mais? Então, fiz o que não pretendia. Dormi.

Enquanto dormia, parecia que estava caminhando pela vasta e plana tundra. Com uma mochila nas costas e totalmente sozinha. Caminhei, caminhei e caminhei. As montanhas nevadas à distância esculpiam as bordas do glorioso céu alaranjado e carmesim. Eu continuava caminhando. Nenhuma casa. Nenhum carro. Caminhei centenas de quilômetros. Distante, muito distante. Impressionada com o mistério, o glamour me silencia. Sem me cansar, apenas caminhando.

Foi quando ouvi uma voz à esquerda, levemente atrás. Era uma linda e suave voz que dizia: “Carolyn!” Parei rapida-mente e virando para a esquerda, vi uma cruz com talvez três metros de altura a poucos metros fora da trilha, e sobre ela, a silhueta escura de um Homem.

Estranho que não O tenha visto quando passei por aqui, pensei, aproximando um pouco mais perto. O brilho alaran-jado do céu iluminou o local. Parei. Sozinha. Com Ele, Jesus.

Admirada, esperei. Estranho que Ele me chamasse. Estranho que

Ele chamara o meu nome. Será que eu estava realmente sozinha com

Ele? Olhei em todas as direções. Não havia ninguém em volta. Só Jesus. Ele

estava lá. Eu estava lá. Estávamos juntos – só nós dois. Ele disse suave e ternamente:

“Carolyn, Eu morri por você. Eu estarei ao seu lado até aos confins da Terra.”

Então, acordei. Eram duas da manhã. Um brilhante amanhecer podia ser visto pelas portas

de vidro duplo. Fiquei ali deitada até às 7 horas, silente, impressionada, pensando em Jesus que morreu

por mim – que estaria comigo até aos confins da Terra. Comigo! Ele morreu por mim! Ele estaria comigo até aos

confins da África, Ásia, Nova Guiné, qualquer lugar, todos os lugares, comigo!

Dois mil anos atrás Jesus disse: “E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mt 28:20). Isso foi escrito para você e para mim. Por que eu não acreditei?

Na segunda-feira, voamos de volta para Anchorage. Algumas pessoas voltam das férias com bonecas esquimós e marfim. Eu trouxe duas frases comigo, queimando em meu coração para sempre: “Carolyn, Eu morri por você” e “Estarei com você até aos confins da Terra”.

Precioso, precioso tesouro do coração de Deus para o meu. Essa experiência aconteceu em agosto de 1963, quando eu

tinha 33 anos de idade. Quarenta e nove anos depois, estou maravilhada como o Salvador esteve com esta mulher solteira e cuidou dela durante dez anos na África e viajando ao redor do mundo por três vezes. Se você é solteira e questiona o seu lugar nos sonhos de Deus – confie em Jesus. Ele nunca deixará você. Ele nunca me deixou. ■

1 Os nomes da maioria das pessoas neste artigo foram trocados para proteger sua privacidade. 2 Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.

Carolyn Stuyvesant foi missionária em países estrangeiros por muitos anos. Atualmente desfruta sua aposentadoria em Loma Linda, Califórnia, EUA.

Ele estava lá. Eu estava lá. Estávamos juntos – só nós DOIS.

Tundrapela

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Os Adventistas do Sétimo Dia acreditam que Ellen G. White (1827-1915) exerceu o dom de profecia bíblico durante mais de setenta anos de ministério público. Esse texto foi extraído do livro The Upward Look, página 147.

Por Ellen G. White

As ricas bênçãos

do Céu estão prontas

para serem derramadas sobre nós.

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Há um alto padrão a ser alcançado por nós. Não estamos avançando como é nosso privilégio avançar. Como podemos usar os talentos que Deus nos concedeu em questões temporais e não em Seu

serviço? Não deveríamos ter maior interesse nas coisas eternas do que nas coisas relativas à nossa vontade temporal?

Ouvimos do desejo expresso por esposos e famílias de aceitarem a ver-dade. Está certo; deve ser um desejo proeminente. Mas estamos cumprindo todo o nosso dever? Estamos avançando como deveríamos? Não estamos muito aquém de realizar nosso trabalho em curso? Não seja um surdo espiritual. Gostamos de observar os bebês e os ouvir falar com sua lingua-gem característica. Porém, seria repugnante se essa postura permanecesse até a criança ter dois anos de idade. Portanto, o cristão deve crescer. Ser

conforme a Cristo, não disforme. Sinta-se como se estivesse ancorado nEle. Que haja solidez para as irmãs que estão sozinhas. Evite a frivolidade e mantenha vigilância constante.

As ricas bênçãos do Céu estão prontas para serem derramadas sobre nós. Não seja egoísta. Para muitas, a única religião é: Eu e minha família. Não saem do seu caminho para ajudar e abençoar mais ninguém. Nesse caso, Deus não as pode abençoar. É quando nos despojamos de nós mesmos que Deus nos abençoa. Ele quer que nos libertemos do próprio eu. Aquilo que semear isso também colherá. Se semear egoísmo, colherá egoísmo, ou seja, isso estará atado em você. Liberte-mo-nos de nós mesmos e falemos das misericórdias e das bênçãos de Deus.

Que as irmãs percebam que se não têm um esposo de quem depender, podem depender mais profundamente de Deus. Cada uma de nossas irmãs pode ser uma missionária ativa e levar luz a cada reunião. Estamos agindo como se tivéssemos sido chamadas das trevas para a maravilhosa luz? Ou como se estivéssemos carregando sozinhas um pesado fardo? Devemos falar da luz e orar pela luz, e a luz virá. Ah! se as mulheres da igreja pudessem simplesmente mostrar que Deus pode trabalhar por meio delas. Foi Maria Madalena quem pregou sobre Jesus ressurreto...

Há as mais ricas bênçãos para aquelas que enfrentam os conflitos mais difíceis, pois Cristo está presente para ajudar na provação. Todavia, temos que estar despi-dos de todo egoísmo; que estejamos familiarizados com o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e, certamente, nos tornaremos mais e mais semelhantes a Jesus até a coroa da imortalidade ser colocada sobre nossa cabeça. ■

A autora do artigo de capa deste mês serviu a Deus em vários continentes do mundo, mesmos sendo solteira.

Dependendo do

Qualquer um pode servir a Deus – qualquer um.

E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

Agosto 2012 | Adventist World 21

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Muitos cristãos quando ouvem a palavra mordomia, associam com a imagem de Deus exigindo dez por cento de toda sua renda. Embora Deus espere que

o dinheiro que nos deu seja usado com responsabilidade, a figura bíblica da mordomia é muito mais ampla e muito mais positiva. O ano sabático em Levítico 25 inclui os recursos am-bientais, dinheiro/posses e tempo/oportunidades, destacando os princípios de mordomia que devem permear nossa vida e coração. Aqui está uma série de aspectos importantes sobre a mordomia bíblica:

1. Cuidado da terra, nossa principal responsabilidade: “A própria terra guardará um sábado para o Senhor. Durante seis anos semeiem as suas lavouras … Mas no sétimo ano, a terra terá um sábado de descanso, um sábado dedicado ao Senhor… Não colham o que crescer por si” (Lv 25:2-5).*

A instituição do ano sabático começa com o lembrete de que os seres humanos devem cuidar da Terra. Fomos criados à imagem de Deus e Ele pode até nos considerar o clímax da criação, mas nosso objetivo não é exaltar a nós mesmos ou explorar os recursos do meio ambiente sob nosso domínio. De fato, os seres humanos devem viver como representantes de Deus na Terra, administrando-a como Ele faria se estivesse em nosso lugar. O verbo hebraico em Gênesis 1:26-28 não dá permissão para abuso, mas ordena que a administração da criação de Deus seja justa e sábia. Gênesis 2:15 confirma esses princípios de mordomia ambiental usando os verbos hebraicos relativos ao cuidado humano com o jardim que normalmente é associado ao cuidado que o sacerdote dedica-va ao templo.

Quando os animais necessitam de cuidado, Jesus nos instruiu a cuidar deles, até mesmo no sábado, que normal-mente seria considerado trabalho (Mt 12:11; Lc 13:15; 14:4). Os seres humanos são responsáveis pelo estado da Terra e de todas as criaturas que vivem nela (Rm 8:19; Ap 11:18).

2. As pessoas (e os animais) são mais importantes do que o lucro: “Vocês se sustentarão do que a terra produzir no ano de descanso, você, o seu escravo, a sua escrava, o traba-lhador contratado e o residente temporário que vive entre

vocês, bem como os seus rebanhos e os animais selvagens de sua terra. Tudo o que a terra produzir poderá ser comido” (Lv 25:6, 7).

O ano sabático não apenas impõe descanso para a terra, mas o seu produto durante aquele tempo devia ser doado a todos os que estavam em necessidade ou oprimidos, incluin-do os animais. Assim, ajudar os pobres é mais importante para Deus que ganhar dinheiro ou acumular bens. Em Deuteronômio 26:12-14 o povo devia inclusive doar seus dízimos para os pobres e famintos.

Jesus reforça o objetivo da lei mudando interpretações em Mateus 23:23, quando declara que a justiça e a misericórdia são inseparáveis do dízimo aceitável. Paulo afirma que não nos tornaremos necessitados se ajudarmos ao necessitado, e que devemos doar tanto quanto nos for possível, não apenas o que for solicitado (2Co 8:12-14).

3. Toda vantagem neste mundo é apenas temporária: “Vocês poderão perguntar: ‘Que iremos comer no sétimo ano, se não plantarmos nem fizermos a colheita?’ Saibam que Eu lhes enviarei a Minha bênção no sexto ano, e a terra produzirá o suficiente para três anos” (Lv 25:20, 21).

O ano do jubileu era um tipo especial de ano sabático, quando os escravos eram libertados e a terra voltava para o seu dono original. Os que viviam da terra, no entanto, preo-cupavam-se mais com sua sobrevivência durante esse período sem a atividade agrícola do que durante o ano sabático típico. Assim, Deus lembra aos israelitas que Ele prometeu abençoar e sustentar os que fielmente seguissem Suas leis e deixassem a terra descansar. A linguagem aqui é semelhante a Malaquias 3:8-12, onde Deus promete derramar bênçãos sobre todos os que devolverem fielmente seus dízimos a Ele. Confiar em Deus, portanto, envolve abrir mão não apenas de posses e dinheiro, mas de nosso tempo e de oportunidades de progre-dir (três anos fora da agricultura, libertar todos os escravos, retornar qualquer terra adquirida, etc.).

No Novo Testamento, a igreja percebeu o valor desses princípios e tentou aplicá-los o tempo todo, repartindo todas as coisas, ajudando aos necessitados e apoiando a libertação

MORDOMOAo Senhor Pertence a Terra e Tudo que Nela Existe”

N Ú M E R O 2 1C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

Ser

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de escravos (At 2:42-46; 4:34, 35; 5:14-16; Gl 3:28; Cl 3:11; Fm 15-17).

4. Tudo o que possuímos pertence a Deus: “A terra não poderá ser vendida definitivamente, porque ela é Minha” (Lv 25:23).

Embora seja crucial detalhar os requerimentos da mordomia concernentes ao meio ambiente, dinheiro, posses, tempo e oportunidades – o princípio mais importante é que a Terra e tudo o que há nela, pertencem a Deus. Muitas vezes pensamos que apenas o dízimo deve ser devolvido a Deus (Lv 27:30), mas, na realidade, tudo o que temos pertence a Ele (Sl 24:1; 1Cr 29:14). De fato, até o nosso corpo não nos pertence mais quando nos unimos a Cristo e somos compra-dos pelo Seu sangue (1Co 6:15-20).

5. A mordomia é o apelo final para nos alegrarmos na redenção: “Temam o Deus de vocês. Eu sou o Senhor, o Deus de vocês. . . que os tirou da terra do Egito para dar-lhes a terra de Canaã e para ser o seu Deus” (Lv 25:17, 38).

A realidade é que nós somos privilegiados em poder praticar a mordomia. Deuteronômio 14:22-29 nos convida a levar com alegria os dízimos e as ofertas a Deus, pois esse é o objetivo – devolver a Deus parte do que Ele nos confiou, enchendo nosso coração com um espírito de gratidão e alegria para com Ele que nos resgatou da destruição e que nos concede tantas coisas boas.

Além disso, Deus pede que usemos esses dons para pro-mover o evangelho e ajudar aos necessitados. Nossa gratidão pela redenção conduz outros a essa mesma redenção, espa-lhando as boas novas e apressando o retorno de Jesus. Assim como o dízimo sustentava os sacerdotes no Antigo Testamen-to (Nm 18:26; 1Cr 31:4-6), ao ajudarmos na manutenção dos que ministram o evangelho é como se estivéssemos mantendo o próprio Deus (2Co 8; 1Co 9:8-14), e devemos nos alegrar pelo privilégio de poder participar (Rm 15:26).

Recentemente, tenho atravessado o centro da cidade de Chicago. Ao ver tantas pessoas desabrigadas e feridas me lembrei de quão abençoada e rica eu sou. No entanto, como cristãos mesmo que perdêssemos nossa casa e todas as nossas posses, ainda seríamos ricos no Senhor. Somos sempre os mordomos de Deus com nosso tempo e nossas oportunidades, dando cada momento ao nosso Salvador que deu tudo por nós. ■

A. Rahel Schafer é professora adjunta do departamento de religião na Universidade Andrews, Berrien Springs, Michigan, EUA. Uma de suas paixões, junto com seu esposo

Kirk, é subir montanhas e liderar o grupo jovem da igreja.

MORDOMO é um PrivilégioPor A. Rahel Schafer

Somos despenseiros de Deus, responsáveis a Ele pelo uso apropriado do tempo e das oportunidades, capacidades e posses, e das bênçãos da Terra e dos recursos que Ele colocou

sob o nosso cuidado. Reconhecemos o direito de propriedade da parte de Deus por meio de fiel serviço a Ele e dando ofertas para a proclamação de Seu evangelho e para a manutenção e o crescimento de Sua igreja. A mordomia é um privilégio que Deus nos concede para desenvolvimento no amor e para vitória sobre o egoísmo e a cobiça. O mordomo se regozija nas bênçãos que advêm aos outros como resultado de sua fidelidade. (Gn 1:26-28; 2:15; 1Cr 29:14; Ag 1:3-11; Ml 3:8-12; 1Co 9:9-14; Mt 23:23; 2Co 8:1-15; Rm 15:26, 27.) – Crenças Fundamentais dos Adventistas do 7o Dia, No 21

Ao Senhor Pertence a Terra e Tudo que Nela Existe”

M O R D O M I A

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A princípio, os crentes adventistas o apoiavam sem perceber que ele aceita-va seus recursos enquanto proclamava a

doutrina adventista do sétimo dia.Em 1856, as reuniões evangelísticas realizadas

por Tiago White numa tenda em Perry’s Mills, Nova Iorque, atraíram a atenção de Michael Czechowski. Batizado no ano seguinte em Findlay, Ohio, esse ex-padre e revolucionário começou carreira tão extensa como pregador que sua igreja, às vezes, relutava em apoiá-lo. Os historiadores divergem sobre sua pessoa. Czechowski era um obstinado rebel-de adventista do sétimo dia ou um herói nacionalista polonês?

Padre InquietoNascido na Polônia em setembro de 1818, Czechowski foi

educado até 1835 na importante cidade sulista de Kraków. O sermão eloquente pregado por um padre franciscano o in-fluenciou a trabalhar para a igreja. Ele foi para o monastério franciscano em Stopnica, o primeiro entre vários em que es-tudou. Mas, algum tempo depois de ser ordenado, na capital, Varsóvia, concluiu que aquilo que pensava ser uma devoção verdadeira por parte do clero, não passava de total hipocrisia. Czechowski se envolveu em movimentos reformistas na-cionais escapando por pouco de ser preso pelas autoridades russas que ocupavam aquela parte de seu país natal.

Em outubro de 1843, decidiu visitar Roma para protestar contra a corrupção do clero. Chegou em outubro de 1844 e sua visita ao papa Gregório XVI não foi muito bem sucedida. Viajou para Paris e descobriu que o clero francês não era diferente do polonês. As frequentes decepções com as pessoas o ajudaram a confirmar seu compromisso com a direção de Deus por meio da Bíblia. Sua inquietação zelosa por integridade social, suas aulas de estudo da Bíblia, reforma da temperança e os grupos de melhoramento da saúde social não agradavam àqueles cujas práticas egoístas ele icomodava. Cerca de um ano após tal reforma, ele foi preso devido às atividades políticas.

Libertado, viajou para Londres na companhia de amigos em busca de segurança. Porém, depois de alguns meses voltou a Paris para trabalhar pelos imigrantes poloneses. Mais uma vez se envolveu em atividades políticas, enquanto no seu país seus compatriotas eram afligidos pelo domínio da Rússia, Prússia, Áustria e poderes de particionamento. O vigário irre-freável chegou a organizar um exército de “libertação” para a Polônia. Mas, como a maioria dos movimentos nacionalistas poloneses da época, sua iniciativa foi um terrível fracasso. Ele retornou a Paris e trabalhou até 1849, quando certas autori-dades religiosas o expulsaram como perturbador da paz.

Troca de Votos Após quinze meses, Czechowski trocou seus votos de celi-

bato pelos do matrimônio. Em setembro de 1850, ele renun-ciou ao sacerdócio se casando com Marie Vigínia Delavouet. Mudou-se para Londres para escapar da perseguição, e mais tarde, seguiu com a esposa para Nova Iorque. Chegou em 1851 na feliz terra da liberdade onde não teria de preocupar-se com antigos perseguidores. Viveu e trabalhou na América do Norte pelos próximos treze anos. Com quatro dólares no bolso, procurou trabalho e após três dias, foi contratado por uma fábrica de tijolos em Nova Jérsei. O trabalho duro e pesado foi demasiado para ele. Um amigo lhe emprestou dinheiro para chegar até Montreal, Canadá, onde encontrou trabalho menos árduo como encadernador de livros, no qual já tinha experiência. Em três meses comprou sua própria loja, mas em 1852 o fogo destruiu aquela parte da cidade. Então, a Baptist Home Missionary Society (Sociedade Batista Missionária) o convidou para trabalhar entre os franco- canadenses, no Condado de Clinton, norte de Nova Iorque. Eles ficaram muito orgulhosos de ter um homem com tanta cultura, a quem consideravam nobre de nascimento, que fa-lava sete idiomas e pregava com zelo infatigável. Seu trabalho é lembrado como bem sucedido, convertendo muitas pessoas do catolicismo, sua antiga religião, mudando o Condado de Clinton para melhor.

Michael

Adventista do Sétimo Dia herói ou rebelde?

PorNathan Gordon Thomas

CzechowskiBelina

Parte 1

F O T O C O R T E S I A D O P A T R I M Ô N I O L I T E R Á R I O D E E L L E N W H I T E

H E R A N Ç A A D V E N T I S T A

24 Adventist World | Agosto 2012

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Votos Outra Vez Porém, havia muito mais para Czechowski do que

ajudar os batistas do Condado de Clinton, como aprendeu quando Tiago White veio pregar em sua cidade. Sua sede constante pela verdade fez com que aceitasse a mensagem do evangelho para o seu tempo e passou a ser parte da igreja remanescente de Deus. Ele se alegrou com a notícia do breve retorno de Jesus e se converteu à fé Adventista do Sétimo Dia. Pouco depois foi batizado em uma campal, em Findlay, Ohio, para onde havia se mudado e partiu para Battle Creek, Michigan, sede da denominação Adventista do Sétimo Dia. Mais uma vez se estabeleceu como encadernador de livros. Conheceu Tiago e Ellen White, que lhe deram as boas vindas a Battle Creek impressionados tanto por sua personalidade como por sua espiritualidade. Nunca haviam visto um converso para o Adventismo como ele. Concordaram em financiar uma viagem missionária para que ele voltasse ao norte de Nova Iorque para pregar a “verdade presente” aos antigos amigos.

Czechowski tinha ainda pendências no Condado de Clinton. Devia para seus antigos patrocinadores, os batistas. Na verdade, ainda devia 50 dólares da casa e lote que havia comprado quando morava lá. Tiago e Ellen deram cinco dólares cada e outros membros da igreja o ajudaram a pagar suas dívidas.

Czechowski trabalhou no norte de Nova Iorque com muito sucesso entre os que falavam francês. Tiago White testificou do seu valor escrevendo que “a providência o colocou entre nós”.* Junto com outro pastor que falava francês, ele conseguiu organizar uma associação ali, mas quase que repentinamente decidiu partir para a cidade de Nova Iorque para trabalhar entre os vários grupos étnicos. Ele não era fazendeiro, explicou, havia cumprido sua missão no norte de Nova Iorque e não conseguia manter sua família onde estava.

Czechowski Continua se MudandoO pastor White parecia compreender. Ele e Ellen conti-

nuaram a ajudar a Czechowski e sua família com dinheiro. Entretanto, após Ellen receber uma visão no dia 3 de Agosto de 1861 sobre o equivoco de sua mudança, as coisas muda-ram um pouco. Foi mostrado a Ellen que ele não procurou conselho sobre a mudança e seguiu apenas a sua opinião. Mas Czechowski continuou organizando pequenos grupos de poloneses, franceses, alemães, suecos e ingleses em con-gregações que chamava de igrejas. Tiago White o aconselhou a voltar e trabalhar em Vermont, norte do estado de Nova Iorque até que um sistema mais organizado fosse estabelecido

na cidade de Nova Iorque. Tornava-se claro que embora houvesse pontos positivos Czechowski não era administrá-vel. No entanto, ele se mudou para Vermont onde o pastor D. T. Bourdeau encontrou uma casa. Enquanto trabalhava ali, escreveu sua autobiografia na esperança de que renderia algum dinheiro. Isso não aconteceu. Estando alienado do apoio da Igreja pela sua falta de habilidade administrativa e por não ouvir o conselho de ninguém, Czechowski partiu para a Europa por conta própria no dia 14 de maio de 1864 para realizar o grande desejo de levar a nova fé aos conter-râneos europeus. Trabalhou ali por doze anos. A princípio, os cristãos adventistas o ajudaram sem saber que ele estava usando seus recursos para proclamar a doutrina adventista do sétimo dia.

Começou pela Itália. Mudou-se para a Suíça, onde no dia 7 de fevereiro de 1866 batizou os primeiros dois europeus convertidos ao Adventismo do Sétimo Dia nas águas geladas do Lago Neuchâtel. Em junho, relatou o apoio de sete evange-listas em sua missão europeia. Mas, seu grande sucesso e fonte de fracasso seria Tramelan, local da primeira igreja adventista na Europa.

Albert Vuilleumier, que havia apresentado algumas das primeiras palestras de Czechowski, descobriu uma revista Review and Herald no seu quarto, copiou o endereço e escre-veu para Uriah Smith, editor da revista. Os líderes da igreja na América ficaram surpresos ao descobrir que havia adventistas do sétimo dia na Europa, ao mesmo tempo Vuilleumier e sua igreja de fala francesa souberam com espanto da existência de adventistas do sétimo dia em outro lugar. Embora Czechowski tivesse levado a verdade até eles, nunca mais conseguiram confiar no homem que fizera segredo sobre a existência dessa denominação. Não muito depois os cristãos adventistas descobriram que ele estava pregando sobre o sábado do sétimo dia e deixaram de apoiá-lo. Por essas razões, ou talvez por outra motivação da qual não podemos ter certeza, esse homem singular escolheu continuar sua história enigmática partindo para a Hungria em 1869. ■[continua na revista de outubro]

* Tiago White, Review and Herald, 30 de dezembro de 1858.

Nathan Gordon Thomas é doutor e professor emérito do Pacific Union College, Angwin, Califórnia, EUA. [[email protected]].

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Frequentemente ouço essa pergunta feita por solteiros e, às vezes, por alguém

casado. Os solteiros querem saber porque,

se não houver casamento no Céu, querem se casar e

ter filhos aqui. Não tenho certeza por que os que já são casados fazem essa pergunta, mas na maioria dos casos parece que gostariam

de continuar seu relacionamento no Céu. (Porém, em casos, não veem a hora de se libertar do relacionamento!) A resposta, muito clara na Bíblia, parece criar um problema teológico.

1. A Resposta de Jesus: Os saduceus fizeram essa per-gunta a Jesus esperando refutar a doutrina da ressurreição. Eles apresentaram um caso hipotético baseado na lei bíblica do leviriato – onde o irmão de um homem que morreu sem ter filhos, devia se casar com a viúva para ter filhos e preservar a genealogia do irmão morto (veja Dt 25:5 e 6). Os saduceus falaram de sete irmãos que, em cumprimento da lei, tiveram que se casar com a mesma mulher porque nenhum deles teve filhos com ela. E perguntaram a Jesus: “Na ressurreição, de quem ela será esposa, visto que os sete foram casados com ela?” (Mc 12:23).* Essa foi uma tentativa de lançar dúvida sobre a doutrina da ressurreição.

Jesus os chamou de ignorantes: eles não conheciam o que as Escrituras ensinavam sobre a ressurreição, muito menos o poder de Deus que é capaz de trazer o morto de volta à vida. Então, Ele abordou a premissa implícita na questão. Os saduceus pensavam que a vida após a ressurreição seria uma continuação da vida como a conhecemos agora. Jesus os surpreendeu destacando um elemento importante de descontinuidade: “Quando os mortos ressuscitam, não se casam nem são dados em casamento, mas são como os anjos nos céus” (verso 25). Segundo Lucas, Jesus esclareceu o pensamento dizendo que “Não se casarão nem serão dados em casamento… pois são como os anjos. São filhos de Deus, visto que são filhos da ressurreição” (Lc 20:35, 36). Na ressurreição as pessoas não se casarão, porque na ausência da morte não há necessidade de perpetuar a raça humana por meio da reprodução. Nesse sentido, os seres humanos serão como os anjos, que não se casam porque não morrem.

2. Implicações Teológicas: A resposta de Jesus cria um dilema teológico na mente de alguns: Se o casamento, como o sábado, foi instituído antes da entrada do pecado, por que seria incompatível com a vida na nova Terra? Isso não sugere que o pecado arruinou uma instituição divina de forma irreparável e que o plano divino para a humanidade foi arruinado pelo mal?

Essas perguntas são importantes e merecem ser comen-tadas, mesmo que não possamos dar todas as respostas. Para abordar a questão teológica levantada aqui tenho que assumir que Deus, originalmente, não havia planejado que o casamento fosse uma instituição social permanente ou eterna. Essa ideia parece ser sugerida no Gênesis. O casamento tinha duas funções claras e intimamente relacionadas: procriação e companheirismo. A procriação tinha um objetivo muito específico – “Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra!” (Gn 1:28) – inferindo que na ausência da morte, uma vez que o objetivo fosse alcançado, não haveria mais procriação. Essa ideia foi confirmada por Jesus em Sua resposta aos saduceus.

Como uma expressão de companheirismo o casamento foi na ausência do pecado transcendido por uma profunda comunhão e união com Deus. Provavelmente a intenção nunca tenha sido de que o círculo do companheirismo fosse o casamento, mas o relacionamento com a família cósmica de Deus. É para essa experiência profunda – e no presente, misteriosa – que Jesus Se referiu quando disse que os ressurretos “são filhos de Deus, visto que são filhos da ressurreição” (Lc 20:36, NIV). Essa é a referência da vida familiar que é infinitamente mais profunda do que o casamento, enriquecendo-nos de tal maneira que não pode-mos nem sequer começar a imaginar. Nossos entes queridos alcançarão a dimensão cósmica na pureza do amor altruísta.

Sinta-se livre para discordar de mim. ■

* Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.

Ángel Manuel Rodríguez, após servir por muitos anos como diretor do Instituto de Pesquisa Bíblica, está aposentado e mora no Texas, EUA.

Haverá casamentos

no Céu?

CéuCasamento

no

R E S P O S T A S A P E R G U N T A S B Í B L I C A S

26 Adventist World | Agosto 2012

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Você já se deparou com uma decisão muito importante a ser tomada e imaginou como entender a vontade de Deus? Qual a diferença entre o impulso humano para

fazer algo e a convicção divina de que deve fazê-lo? É possível distinguir sua própria vontade da vontade de Deus em algu-ma situação? Este estudo bíblico mostrará princípios bíblicos que oferecem respostas para essas perguntas. Aprenderemos como discernir a voz de Deus e a compreender Seus planos para nossa vida.

1 Leia sobre a experiência de Jesus no Getsêmani em Mateus 26:36 a 42 e compare com João 8:29. Que atitude de Jesus O preparou para compreender a vontade do Pai? Jesus desejava fazer a vontade do Pai, mesmo que esta confli-tasse com a Sua vontade. O Salvador estava comprometido a agradar a Deus em todas as circunstâncias da vida.

Se quisermos muito que as coisas sejam da nossa maneira, Deus permitirá que assim seja. Mas não experimentaremos a alegria de conhecer a vontade de Deus. Para compreender a Sua vontade, devemos submeter nossa opinião própria e as coisas que desejamos, e seguir na direção que Ele indicar, fazendo tudo o que Ele pedir.

2 Leia João 14:26; 16:13 e 2 Timóteo 3:16. Que dois guias divinos nos ajudarão a tomar decisões? Deus não nos deixou sozinhos no processo de tomar decisões. Ele nos deu o testemunho do Seu Espírito Santo e o testemu-nho da Sua Palavra. Quando buscamos a vontade de Deus com o desejo de agradá-Lo, o Espírito Santo nos guiará. O Espírito Santo, muitas vezes, nos guia por meio da Palavra de Deus, a Bíblia; de fato, o Espírito nunca nos leva a fazer nada que seja contrário à Palavra de Deus. Embora a Bíblia não aborde diretamente o nosso problema específico, oferece-nos princípios que nos ajudam no processo de tomar decisões. Quando nos deparamos com uma decisão, o Espírito Santo nos ajudará a discernir os princípios bíblicos em resposta às nossas orações que impactará nossas decisões.

3 Que promessas tranquilizadoras e de esperança Deus nos dá em Tiago 1:5 e 1 João 5:14 e 15 em relação ao processo de tomada de decisão?Quando buscamos compreender a vontade de Deus em oração,

Ele promete nos dar sabedoria. Em oração, reconhecemos nossa total dependência de Deus.

4 Quando não temos certeza do caminho no qual Deus nos está guiando, como muitas vezes Deus nos guia? Leia Provérbios 15:22 e 23:12. Muitas vezes Deus nos guia a amigos bons e cristãos para nos dar conselhos sábios. Às vezes precisamos de uma perspectiva ou visão mais amplas, que podem ser oferecidas por um amigo, pastor, professor ou confidente.

5 Para tomarmos decisões sábias, devemos ob-servar como Deus está guiando e atentarmos para as portas abertas pela Sua providência. Leia Provérbios 23:26 e compare os princípios ali encontrados com os da experiência do apóstolo Paulo ao pregar o evangelho em 2 Coríntios 2:12 a 14. Como Paulo sabia o modo como Deus queria que ele agisse? Ao observarmos cuidadosamente a direção de Deus, também poderemos vê-Lo abrindo e fechando portas. Isso nos ajudará a discernir Sua vontade.

6 Que princípios de João 12:35 você descobre ao conhecer a vontade de Deus? Quão importante é obedecer o desejo de caminhar na luz que Ele nos oferece hoje, para que saibamos para onde Ele nos levará no futuro?A fidelidade em “caminhar na luz” que Deus nos dá hoje é uma das melhores maneiras de assegurar-nos que compreenderemos Sua vontade no futuro. Se falharmos em viver de acordo com a luz que Ele tem nos dado hoje, podemos ficar confusos quanto a discernir Seus caminhos e acabamos “caminhando nas trevas”.

Ao nos comprometermos a fazer tudo o que Deus pedir em nossa vida e desejarmos agradá-Lo em todas as coisas – orando, estudando Sua Palavra, procurando conselhos sábios e atentando para as portas abertas pela Sua providência – podemos confiar que Ele nos guiará. Ele não nos deixa sozinhos no processo de tomar decisões. O Espírito Santo nos dará uma convicção profunda e saberemos em que direção seguir. Ele prometeu nos guiar e podemos confiar em Sua Palavra (Sl 32:8; Is 58:11). ■

Por Mark A. Finley

E S T U D O B Í B L I C O

Compreendendo

VontadeDeus

dea

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(AW-dezembro 2011), me despertou o desejo de comentar o que ele sugere: “Dê atenção aos mais jovens. Sorria para eles e os chame pelo nome.”

Ontem mesmo, meu esposo se lembrou da experiência que teve com o pastor Neal Wilson. Ele (Neal) era o presidente da Igreja no Egito, e visitava o Colégio do Oriente Médio. Após ter apresentado a mensagem musical no culto da igreja, Minas (meu esposo) se encontrou com o Pr. Wilson no refei-tório, que o cumprimentou dizendo: “Como vai você, Minas?” Aquilo foi muito importante para Minas naquele tempo e ainda é até hoje (meu esposo já passa dos 80 anos de idade). Minas ficou feliz em receber atenção especial

Baforadas de Cigarro Estou escrevendo a respeito do artigo dos Drs. Allan R. Handysides e Peter N. Landless “Baforadas de Cigarro” (AW-maio). Pense bem, qual seria a reação do mundo se cada adventista declarasse oposição à indústria do cigarro e, por extensão, protestasse à indústria de bebida alcoólica, da pornografia, os políticos, etc. Ellen G. White nos adverte que devemos ser cuidadosos com o que dizemos em público, para que nossas palavras não se voltem contra nós.

Julie ThomsenEstados Unidos

Andando Segundo a Palavra Foi muito oportuno o artigo de Ted N. C. Wilson “Andando Segundo a Palavra” (AW-março). Ele enfatiza que não precisamos dos recursos conve-nientes do movimento chamado “igreja emergente” para manter os jovens na fé - “insistindo que batalhassem pela fé de uma vez por todas confiada aos santos” (Judas 3, NVI)- como demonstrou a pesquisa realizada em 2010 pelo

Departamento de Avaliação e Eficácia da Associação Geral. Temos uma teologia sólida, consistente e, mais importante, bíblica. Se ela for usada pelos jovens, associada ao método de Cristo, estare-mos prontos para a missão. Estaremos prontos para o reavivamento e reforma!

Kevin William KossarPonta Grossa, Paraná, Brasil

Louvado seja o Senhor pelo artigo “An-dando Segundo a Palavra”. Sem dúvida, essa é uma grande obrigação.

Múltiplos pensamentos vêm à mi-nha mente que requerem meus comen-tários sobre o artigo, mas irei me abster. Uma coisa está em meu coração: Se o Pr. Wilson pudesse realizar anualmente uma reunião, convidando todos os di-retores de jovens das associações. Essas reuniões ofereceriam encorajamento, perspectiva global, aconselhamento, resposta a perguntas, estabeleceria uma visão, etc. O artigo é maravilhoso, mas será lido por quantos líderes?

Vince OnkobaÁfrica

Rede de ApoioTenho muita estima pela Adventist World e frequentemente releio as edições antigas. O artigo de Ted N. C. Wilson, intitulado “Rede de Apoio”

Cartas

Temos uma teologia sólida, consistente e, mais importante, bíblica.

– Kevin William Kossar, Ponta Grossa, Paraná, Brasil

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do pastor que o reconheceu e o chamou pelo nome.

Nossos jovens precisam muito de tal atenção hoje. Com todas as atrações oferecidas pelo mundo, devemos demonstrar muito carinho e tornar as nossas igrejas mais atrativas do que as atrações do mundo.

Kamly M.Beirute, Líbano

A Favorita A Adventist World é uma das minhas revistas preferidas. Nossa igreja em Makadara tem distribuído exemplares dessa revista para pessoas não adventis-tas e, algumas delas, nos dizem que são realmente abençoadas ao lerem. Deus abençoe.

Edwin OkiyaMakadara, Quênia

Como enviar as Cartas: Por favor envie para letters@ adventistworld.org. As cartas devem ser escritas com clareza, contendo, no máximo, 100 palavras. Inclua em sua carta o nome do artigo e a data da publicação. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde está escrevendo. As cartas serão editadas por questão de espaço e clareza. Nem todas as cartas enviadas serão publicadas.

– Pastor Kris Oberg, durante sessão da Associação Geral de 2010 em Atlanta, Geórgia, Estados Unidos.

A igreja deve transformar a cultura, não ser guiada por ela.

RESPOSTA: Em Buenos Aires, Argentina, membros e parte do equipamento de rádio da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Belém. Todos os sábados, das 21 às 22 horas, eles transmitem o programa Compartilhando Esperança que pode ser ouvido pelo site www.radioescobar.com.ar. Da esquerda para a direita: Gabriela, Jorge Fernando (proprietário da rádio), Rosita, Marcelo e Adela.

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Três fatores de risco com alta probabilidade de resultar em câncer:

1. inatividade

2. obesidade

3. fumo

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Fonte: American Cancer Society/Vibrant Life

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T R O C A D E I D E I A S

Por favor, ore pelo meu casamento. Meu esposo e eu estamos lutando para perdoar e esquecer erros do passado e seguir em frente.

Anônimo, Estados Unidos

Já faz algum tempo que estou doente. Os médicos fizeram sua parte; agora quero que Jesus me toque. Ele é o Grande Médico.

Jonathan, Nigéria

Por favor, ore por meus estudos. Finalmente passei! Ore, também, pela situação financeira da minha família.

Nirina, Madagáscar

Por favor, ore por mim, por um emprego seguro para que nossa família possa ter estabilidade financeira.

Joan, Quênia

Tiago S. White, esposo de Ellen G. White e cofundador da Igreja Adventista do Sétimo Dia, morreu em Battle Creek, Michigan (EUA), no dia 6 agosto de 1881.

White relatou que seu pai era des-cendente de um dos passageiros que vieram da Inglaterra para os Estados Unidos no Mayflower, chegando em 1620. Ele era o quinto de nove filhos, e devido a problemas de saúde só foi possível ir para escola aos 19 anos de idade. Durante sua vida recebeu apenas vinte e nove semanas de educação formal.

Tiago White publicou a primeira edição da Present Truth [Verdade Presente] (precursora da Revista Adventista e Adventist World) em 1849 e foi o primeiro editor da Signs of the Times (1874). Foi, também, presidente da Associação Geral por dez anos.

NissoPenseQuando eu era pastor em Dakota do Sul, Estados Unidos, tive uma experiência interessante:

Após o culto, certo sábado, duas pessoas visitantes pediram para conversar comigo em particular. A primeira disse que aquele havia sido o culto mais importante e agradável, e a igreja mais amiga entre às que frequentou por muito tempo.

A outra pessoa disse que essa era a igreja mais fria e indiferente que já conhecera, e que aquele era o pior sábado que ela tivera em meses.

Sentei-me no escritório por alguns minutos, sem saber o que pensar. Então, dei uma boa gargalhada. Talvez sem imaginar, nós criamos nossas próprias realidades!

– Pastor Greg Wellman, British Columbia, Canadá

Fonte: Universidade da Califórnia, em Riverside/Men’s Health

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■ Permita que outro carro entre na sua frente no transito.

Faça o Bem e Sinta-se Bem

■ Recolha o lixo.■ Ouça a um amigo ou colega.

Realizar cinco atos de bondade por dia pode melhorar seu índice de felicidade em 40 por cento. E, além do mais, é de graça!

GRATIDÃOOração

Anos

30 Adventist World | Agosto 2012

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5OA T É P A L A V R A S

Moro numa área que tem 14 municí-pios e, somente, duas escolas sabatinas filiais e três igrejas organizadas. Amo pregar. Por favor, ore por nossa emisso-ra de rádio FM.

Obuli, Uganda

■ Oséias sabia o que aconteceria após seu casamento com Gomer, mesmo assim, foi obediente a Deus. Embora Gomer fosse infiel, ele a aceitou de volta porque a amava. Devido ao seu próprio sofrimento, ele pode compreender a infidelidade do ser humano para com Deus. A história de Oséias mostra o insondável amor de Deus por nós.

– Dana, Southampton, Bermuda

■ Gosto de José, filho de Jacó. Embora tenha passado por altos e baixos na vida, continuou a representar bem o seu Deus. No final, ficou claro que Deus tinha um plano para ele. Essa história me anima a permanecer fiel a Deus mesmo enfrentando provações.

– Mirlene Andre, Baltimore, Maryland, Estados Unidos

■ A determinação e a fé de Ester me inspiram todos os dias. Ela é o exemplo de mulher para nós. Embora possuísse grande beleza exterior, era firme em seus princípios, tomou decisões sábias e se dispôs a defender seu povo e a testemunhar sobre seu Deus.

– Lucila, Taquara, Brasil

Da próxima vez, diga-nos em 50 palavras ou menos qual seu hino predileto. Envie sua resposta para: [email protected]. Escreva na linha do assunto “50 Palavras ou mais”. Certifique-se de inlcluir a cidade e país da onde você está escrevendo.

MeuPersonagem Bíblico

Preciso de ajuda para registrar minha empresa. Devido à corrupção desenfre-ada, necessito da ajuda de Deus.

Anônimo, Zâmbia

EditorAdventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.

Editor Administrativo e Editor ChefeBill Knott

Editor AssociadoClaude Richli

Gerente Internacional de PublicaçãoChun, Pyung Duk

Comissão EditorialTed N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley-Hardy; Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan; Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian, acessor legal.

Comissão Coordenadora da Adventist World Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Kenneth Osborn; Guimo Sung; Chun, Pyung Duk, Han, Suk Hee

Editores em Silver Spring, Maryland, EUALael Caesar, Gerald A. Klingbeil (editores associados), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Wilona Karimabadi, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran

Editores em Seul, Coreia do SulChun, Pyung Duk; Chun, Jung Kwon; Park, Jae Man

Editor On-lineCarlos Medley

Coordenadora Técnica e de RevisãoMerle Poirier

ColaboradorMark A. Finley

ConselheiroE. Edward Zinke

Administrador Financeiro Rachel J. Child

Assistentes Administrativos Marvene Thorpe-Baptiste

Assistente do Editor Chefe Gina Wahlen

Comissão Administrativa Jairyong Lee, chair; Bill Knott, secretary; P. D. Chun, Karnik Doukmetzian, Suk Hee Han, Kenneth Osborn, Juan Prestol, Claude Richli, Akeri Suzuki, Ex-officio: Robert Lemon, G. T. Ng, Ted N. C. Wilson

Diretor de Arte e DiagramaçãoJeff Dever, Brett Meliti

ConsultoresTed N. C. Wilson, Robert E. Lemon, G. T. Ng, Guillermo E. Biaggi, Lowell C. Cooper, Daniel R. Jackson, Geoffrey Mbwana, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Blasious M. Ruguri, Benjamin D. Schoun, Ella S. Simmons, Alberto C. Gulfan Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, John Rathinaraj, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Bruno Vertallier, Gilbert Wari, Bertil A. Wiklander.

Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638

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Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos Estados Unidos.

V. 8, Nº 8

“Eis que cedo venho…”Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.

Preferido

Agosto 2012 | Adventist World 31

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Uma Família. Um Mundo. Adventist World.

Hebert Blomstedt é maestro de renome internacional. Já foi maestro titular da orquestra Staatskapelle Dresden (uma das orquestras mais antigas do mundo, fundada em 1548), da Sinfônica de São Francisco, da Sinfônica NHK (Tóquio, Japão) e muitas outras orquestras de prestígio.

Todos os meses a Adventist World chega às mãos do maestroHerbert Blomstedt lê a Adventist World

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