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O cenário financeiro dos Municípios brasileiros em final de mandato Coletiva de Imprensa

Balanço da CNM sobre arrecadação

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Page 1: Balanço da CNM sobre arrecadação

O cenário financeiro dos

Municípios brasileiros em final de

mandato

Coletiva de Imprensa

Page 2: Balanço da CNM sobre arrecadação

O Problema

O sinal vermelho está aceso para os municípios brasileiros

neste final de gestão dos atuais prefeitos.

É um ano atípico, de encerramento dos mandatos.

O cenário atual vai complicar muito a gestão municipal.

Page 3: Balanço da CNM sobre arrecadação

O Problema

A CNM promoveu um amplo estudo para identificar quais

são as razões das dificuldades financeiras enfrentadas

pelos municípios:

•Queda das transferências da União em razão da fraca atividade econômica e políticas de desoneração de impostos.

•Represamento de restos a pagar da União destinados aos municípios devido à contingenciamento do Tesouro.

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O Problema

Impacto financeiro de legislações nacionais como o Piso

nacional do magistério e o aumento real do salário

mínimo.

Omissão das demais esferas governamentais na sua responsabilidade sobre o financiamento da saúde.

Sub-financiamento dos programas federais executados pelos municípios.

Page 5: Balanço da CNM sobre arrecadação

O Tamanho do Problema

Estimativas da CNM indicam queda da receita de FPM e

CIDE da ordem de R$ 9 bilhões devido às seguintes razões:

•Desaceleração da atividade econômica – R$ 6,9 bilhões

•Desonerações do IPI – R$ 1,5 bilhões

•Redução das alíquotas da CIDE – R$ 595 milhões.

Estoque de Restos a Pagar da União em favor dos

Municípios soma R$ 18,7 bilhões, sendo que R$ 7,5

bilhões se referem a projetos em execução e não foram

pagos ainda.

Page 6: Balanço da CNM sobre arrecadação

O Tamanho do Problema

Em 2012 as políticas públicas e legislações aprovadas no Congresso Nacional impactaram fortemente as despesas dos municípios.

– Política de aumento real do salário mínimo

Impacto de R$ 2,85 bilhões

– Piso Nacional do Magistério

Impacto de R$ 5,4 bilhões

Page 7: Balanço da CNM sobre arrecadação

O Tamanho do Problema

Em resumo, em 2012 o total de frustração das receitas

será de R$ 9 bilhões.

O aumento das despesas juntamente com o não

pagamentos dos restos a pagar somam R$ 15,8 bilhões

Portanto, um rombo total de R$ 24,8 bilhões que

equivale a 6,8% de toda a receita disponível dos

municípios neste ano, que deve chegar a R$ 364 bilhões

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Redução de Receitas

As estimativas de arrecadação também despencaram neste ano, devido às políticas anticiclícas adotadas para combater a crise econômica mundial que está chegando ao Brasil com força. A principal transferência da União para os municípios, o FPM, teve as seguintes estimativas revistas:

Projeções (em R$ milhões) LOA 2012

Nova Proj.

Gov. Fed.Proj. CNM

Proj. Gov. -

LOA

Proj. CNM -

LOA

Receitas primárias da União

IPI 51.453 47.676 47.000 -3.777 -4.453

Imposto sobre a Renda 275.154 252.986 244.000 -22.168 -31.154

CIDE - Combustíveis 9.836 2.879 2.879 -6.956 -6.956

Transferências para Municípios

FPM 76.753 70.656 68.385 -6.097 -8.368

IPI - Exportação 5.145 4.768 4.700 -378 -445

CIDE - Combustíveis 713 209 209 -504 -504

Page 9: Balanço da CNM sobre arrecadação

A reestimativa de receita do FPM deste ano vai sofrer uma redução drástica. Teremos um queda real de 1% em relação a 2011, o que pode complicar muito o fechamento de contas no final deste exercício.

Em 2012 o FPM chegou a R$ 65,6 bilhões.

Redução de Receitas

Meses 2008 2009 2010 2011 2012 2012 / 2011

Janeiro 5.352.476 5.303.679 4.356.278 6.196.954 5.805.834 -6,3%

Fevereiro 5.854.097 4.917.353 5.277.537 6.623.322 6.991.576 5,6%

Março 4.591.183 3.923.170 3.900.170 4.289.949 4.738.480 10,5%

Abril 5.287.923 4.660.765 4.646.504 5.642.863 5.934.018 5,2%

Maio 5.522.448 5.510.437 5.696.298 6.446.528 6.612.973 2,6%

Junho 4.726.223 4.737.690 4.943.662 5.809.731 5.638.662 -2,9%

Julho 4.258.209 3.626.507 3.634.902 4.934.303 4.192.736 -15,0%

Agosto 5.187.514 4.212.504 4.869.546 5.071.058 4.626.596 -8,8%

Total 40.780.075 36.892.105 37.324.899 45.014.708 44.540.873 -1,1%

Tabela do FPM com os valores brutos e corrigidos pelo IPCA dos anos de 2008 a 2012

Valores expressos em R$ mil

Page 10: Balanço da CNM sobre arrecadação

Alerta importante

•O FPM tem uma sazonalidade muito acentuada, e os próximos

dois meses (setembro e outubro) tradicionalmente são meses de

baixa arrecadação. Portanto, teremos dias difíceis pela frente.

Redução de Receitas

Page 11: Balanço da CNM sobre arrecadação

Sazonalidade do FPM

Sazonalidade do FPM

0,80000

0,85000

0,90000

0,95000

1,00000

1,05000

1,10000

1,15000

1,20000

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Page 12: Balanço da CNM sobre arrecadação

Restos a Pagar – OGU 2012

Outro fato que prejudica muito as atuais administrações

são os RESTOS A PAGAR inscritos no Orçamento Geral da

União (OGU) destinados aos municípios e que não são

reconhecidos pelo governo.

Inúmeros projetos, obras e equipamentos foram prometidos e muitos em fase de execução estão pendentes de pagamento, complicando a vida dos gestores. São ao todo 4.091 municípios e cerca de 1.636 devem deixar

restos a pagar..

Page 13: Balanço da CNM sobre arrecadação

Restos a Pagar – OGU destinados aos

Municípios

Restos a pagar vigêntes no exercício de 2012 com fa vorecimento a Municípios:

Ano Emissão Empenho

RAP Inscrito RAP Pago RAP - Não Pago

2002 3.396.830 - -

2003 15.903.339 80.257 -

2004 43.365.972 1.795.007 -

2005 69.826.679 3.801.946 -

2006 137.499.646 9.822.449 -

2007 981.162.886 113.176.954 -

2008 1.663.598.427 232.647.866 -

2009 4.132.891.692 786.873.203 -

2010 6.195.568.257 1.027.371.760 -

2011 11.382.527.991 3.730.253.736

Total 24.625.741.720 5.905.823.177 18.719.918.543

Page 14: Balanço da CNM sobre arrecadação

RAP de 2010 – Risco de cancelamento

Alerta importante:

•Dos empenhos inscritos no ano de 2010 e que estão sob

risco de cancelamento por parte do governo federal, 92% já

tiveram a contratação celebrada e 84% já estão em fase de

execução, somando R$ 760 milhões que podem ser

cancelados a qualquer momento.

Page 15: Balanço da CNM sobre arrecadação

RAP de 2010 – Risco de cancelamento

RAP de 2010 com possibilidade de cancelamento por t ipo de despesa

Tipo RP Inscrito % Nº Empenhos %

Aquisição de Equipamento 2.652.553 0,3% 18 0,7%

Obra 561.378.782 73,8% 2.004 73,7%

Subtotal (obra + equipamento) 564.031.335 74,2% 2.022 74,3%

Custeio 6.058.441 0,8% 30 1,1%

Não identificado 133.307.327 17,5% 470 17,3%

Não pesquisado 56.860.847 7,5% 198 7,3%

Total geral 760.257.949 100,0% 2.720 100,0%

Page 16: Balanço da CNM sobre arrecadação

• O comportamento da arrecadação neste ano se assemelha à

situação ocorrida em 2009.

• A estimativa para o Fundeb/2012, publicada em dezembro/2011,

era de R$ 104,9 bilhões, com a complementação da União,

correspondente a 10% desse montante, de R$ 10,4 bilhões,

somando R$ 115,3 bilhões.

• O MEC ainda não divulgou as novas estimativas do Fundeb, mas,

considerando o cenário da crise financeira, espera-se uma queda

de cerca de 15%.

• Confirmado esse cenário, o Fundeb sofrerá uma perda que pode

variar em torno R$ 17,0 bi só considerando a contribuição de

Estados e Municípios.

O Fundeb

Page 17: Balanço da CNM sobre arrecadação

• Com a arrecadação em queda e a redução da contribuição

ao Fundo, por consequência, será refeito o cálculo do valor

aluno/ano em cada Estado e da Complementação da União

com base na realidade fiscal atual do país.

• O valor mínimo nacional, inicialmente previsto em

R$ 2.096,00 também será diminuído, o que afeta os nove

Estados que recebem recursos federais no Fundo – AL, AM,

BA, CE, MA, PA, PB, PE e PI, refletindo nas finanças de 1.755

municípios.

O Fundeb

Page 18: Balanço da CNM sobre arrecadação

• Muitos municípios já vinham verificando que as contas do

Fundeb não correspondiam às projeções feitas para 2012.

• Essa realidade obriga a revisão do planejamento e do

orçamento municipal, pois impacta na gestão e na

continuidade das políticas na área de educação.

• As contas municipais, especialmente as da Educação, têm

estreita relação com o pagamento da folha do magistério.

Qual é o impacto da crise?

Page 19: Balanço da CNM sobre arrecadação

• Como a receita do Fundeb sofrerá o impacto da crise, o

mínimo de 60% destinado à remuneração do magistério

também deverá ser recalculado.

• Com a crise, aumentam as dificuldades financeiras dos

Municípios em garantir o pagamento dos salários,

sobretudo, em relação ao piso nacional dos professores.

• Corre-se o risco de não haver condições de pagamento dos

salários e do 13º, pois 73% do Fundeb estão comprometidos

com a remuneração apenas dos professores.

• Todos são afetados com a queda na arrecadação, que tem

implicações para além do Fundeb.

Qual é o impacto da crise?

Page 20: Balanço da CNM sobre arrecadação

• A redução do Fundeb acontece em um ano importante de

fim de mandato. Por esta razão, o governo federal precisa

apresentar medidas para reposição dessas perdas.

• A complementação da União ao Fundeb é definida na

Constituição como “o mínimo” que o governo federal deve

adicionar aos recursos dos Fundos.

• Portanto, permanecer com os 10% estimados inicialmente -

R$ 10,4 bilhões - representa uma das saídas para que o

impacto da crise seja minimizado, pelo menos para os 9

Estados que recebem recursos federais no Fundeb.

Quais as propostas para o enfrentamento da crise?

Page 21: Balanço da CNM sobre arrecadação

O último ano de mandato

No último ano de mandato os prefeitos deverão atender a

uma série de exigências da legislação, como:

– Aumentar as despesas com pessoal nos últimos 180 dias;

– Receber transferências voluntárias a partir de 07 de julho até a data da eleição, ressalvados os recursos destinados a cumprir obrigação formal preexistente para a execução de obra ou serviço em andamento e com cronograma prefixado, e os destinados a atender situações de emergência e de calamidade pública;

Page 22: Balanço da CNM sobre arrecadação

O último ano de mandato

– Contrair obrigação de despesa nos dois últimos quadrimestres que não possa ser integralmente paga no exercício, a não ser que seja deixada disponibilidade de caixa suficiente para o seu pagamento.

– No último ano é fundamental garantir EQUILÍBRIO entre RECEITA E DESPESA!

– E o gestor deve atentar ainda para o CUMPRIMENTO DAS METAS FISCAIS!

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A opinião dos prefeitos(as)

A CNM promoveu uma pesquisa com 4.773 municípios (85,8%) para saber qual a situação em que as administrações estão neste momento.

UF MunicípiosMunicípios

Pesquisados% UF

Município

s

Municípios

Pesquisados%

AC 22 19 86,4% PB 223 187 83,9%AL 102 89 87,3% PE 184 148 80,4%AM 62 49 79,0% PI 224 166 74,1%AP 16 14 87,5% PR 399 386 96,7%BA 417 322 77,2% RJ 92 16 17,4%CE 184 149 81,0% RN 167 139 83,2%ES 78 59 75,6% RO 52 47 90,4%GO 246 220 89,4% RR 15 11 73,3%MA 217 153 70,5% RS 496 483 97,4%MG 853 764 89,6% SC 293 280 95,6%MS 78 74 94,9% SE 75 60 80,0%MT 141 126 89,4% SP 645 585 90,7%PA 143 107 74,8% TO 139 120 86,3%

BR 5.563 4.773 85,8%

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A opinião dos prefeitos(as)

532 municípios declararam estar com os salários atrasados o que representa 11,1%. A média de atraso é de 1,4 meses.

47,8% (2.284) indicam estar com atraso no pagamento dos fornecedores em média de 2,6 meses.

19% (906) dizem que ainda não conseguiram implantar o Piso Nacional do Magistério nos quesitos do salário base e da contratação do 1/3 das horas atividades.

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A opinião dos prefeitos(as)

80,2% (3.831) declaram que o impacto do aumento do salário mínimo nas suas despesas de pessoal, acarreta um maior comprometimento do percentual da despesa com pessoal em relação a sua receita corrente líquida.

74,7% (3.568) indicam que a queda de arrecadação do FPM deve influenciar negativamente no fechamento de suas contas no final do exercício.

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A opinião dos prefeitos(as)

46% (2.206) dizem que durante seu mandato tiveram problemas com os convênios celebrados com a União para a execução de obras e ou aquisição de equipamentos.

Destes 66% (1.435) indicam que poderão deixar restos a pagar no final deste exercício por conta do não pagamento por parte da União destes convênios.

44% (2.080) declara que deixará restos a pagar a descoberto no final deste ano em virtude da queda de arrecadação e dos convênios não pagos pela União.

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O Cenário Atual

Diante deste quadro, a CNM tem o dever de informar a sociedade sobre este contexto que não é nada animador para os atuais e futuros prefeitos e apelar

ao Governo Federal para que promova ações que possam atender as demandas urgentes dos municípios do brasil.

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Muito Obrigado!

Paulo Ziulkoski

Presidente da CNM

(61) 2101-6000

[email protected]