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INFORMATIVO DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO ES FILIADO À INTERSINDICAL Nº 957 10/10/2016 A 24/10/2016 Bancários fazem greve histórica para resistir ao arrocho CORREIO BANCÁRIO ESPECIAL BALANÇO GREVE 2016 ASSEMBLEIA QUE DECIDIU PELO FIM DA GREVE CONTOU COM MAIS DE 400 PESSOAS l Reajuste de 8% e abono de R$ 3.500,00 em 2016; l Reposição da inflação (INPC/IBGE) mais 1% de aumento real em 2017 para os salários e todas as verbas. l PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 2.183,53 limitado a R$ 11.713,59. Se o total ficar abaixo de 5% do lu- cro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 25.769,88; l PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividi- do linearmente para todos, limitado a R$ 4.367,07. l Antecipação da PLR – 1ª parcela paga até dez dias após assinatura da CCT. Regra básica: 54% do salário re- ajustado em setembro/2016, mais fixo de R$ 1.310,12, limi- tado a R$ 7.028,15 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro. Parcela adicional equivalente a 2,2% do lucro líquido do 1° semestre/2016, limitado a R$ 2.183,53. l PLR 2017 – Para PLR e antecipação - mesmas regras, com reajustes dos valores fixos e limites pelo INPC/IBGE de setembro/2016 a agosto/2017, acrescido de aumento real de 1%, com pagamento final até 01/03/2018. N o Estado, a adesão chegou a 80% das uni- dades e superou o recorde de 348 agências paradas alcançado em 2015. O destaque, porém, foi para a mobilização da categoria, que enfrentou de cabeça erguida as ameaças de arro- cho proferidas pelos banqueiros e pelo governo, numa negociação dura. A greve foi encerrada após assembleia re- alizada na noite do dia 06 de outubro, no Centro Sindical dos Bancários, que reuniu mais de 400 profissionais de bancos públicos e privados. A proposta da Fenaban foi aprovada por maioria, mas sofreu críticas. O Acordo será bianu- al e prevê reajuste de 8% para salário em 2016, mais abono de R$3,5 mil, 15% de aumento no va- le-alimentação, 10% no vale-refeição e no auxílio creche/babá. Para 2017, a garantia é de inflação (INPC/IBGE) mais 1% de aumento real nos salários e demais verbas. A CCT será assinada no dia 13 de outubro, às 16 horas, em São Paulo. “Essa proposta é insuficiente diante do lu- cro dos bancos. Mas enfrentamos um sistema fi- Foram 31 dias de paralisação e 359 agências fechadas no Espírito Santo. Os números fizeram da greve de 2016 a maior desde 2004. nanceiro fortalecido, apoiado por um governo fe- deral ilegítimo que queria impor à categoria uma derrota exemplar para a classe trabalhadora, e re- sistimos firmemente. Outros ataques estão por vir, como a reforma da previdência, a terceirização, o congelamento dos gastos públicos e a retirada de direitos, que também precisarão de nossa luta”, destacou Idelmar Casagrande, diretor do Sindi- bancários/ES, que compõe o Comando Nacional. Mesmo com um acordo aquém das expec- tativas, os bancários avaliam que, sem a pressão da greve, seria impossível fazer avançar as con- quistas. Como vitória dessa mobilização destaca- -se o abono integral dos dias parados. “Todos os que fizeram greve, saíram do pon- to e construíram os piquetes foram essenciais. Não fosse essa coragem e disposição de luta, estaríamos com um acordo pior, como os banqueiros queriam. Saímos dessa paralisação com a cabeça erguida”, disse Jonas Freire, coordenador geral do Sindicato. l Piso portaria após 90 dias – R$ 1.487,83. l Piso escritório após 90 dias – R$ 2.134,19. l Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.883,01 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa). l Auxílio-refeição – R$ 32,60. l Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 565,28. l Auxílio-creche/babá: filhos até 71 meses, R$ 434,17; filhos até 83 meses, R$ 371,43. l Gratif. compensador de cheques – R$ 165,65. l Requalificação profissional – R$ 1.457,68. l Auxílio-funeral – R$ 978,08. l Indenização por morte ou incapacidade decor- rente de assalto – R$ 145.851,00. l Ajuda deslocamento noturno – R$ 102,09. l Vale-Cultura, de R$50,00, mantido até 31/12/16. l 2017 – Valores vigentes em 31/08/17 serão reajusta- dos pelo INPC/IBGE de 09/2016 a 08/2017, acrescido de aumento real de 1%. HISTÓRICO DAS NEGOCIAÇÕES l A 1º proposta da Fenaban veio em 29 de agosto, na 4ª rodada de negociação. Previa índice de 6,5%, mais abono de R$ 3 mil. No dia 1º de setembro a categoria rejeitou a proposta em assembleias em todo o país. l 6 de setembro foi o primeiro dia de greve, que contou com adesão de 255 agências no Estado. l No dia 09 de setembro os bancos elevaram a pro- posta inicial para 7% de reajuste e R$ 3,3 mil de abono, que foi rejeitada pelo Comando Nacional. l Duas novas rodadas aconteceram nos dias 13 e 15 de setembro, sem avanços. l Na rodada do dia 27 e 28 de setembro, a Fenaban apresentou modelo de acordo bianual, com índice de 7% para salários e demais verbas em 2016, mais abono de R$ 3,5 mil; e inflação (INPC) mais 0,5% para 2017. A proposta também foi rejeitada. l A proposta final veio apenas no trigésimo dia da greve. Sérgio Cardoso PROPOSTA DOS BANCOS CB 957 - ESPECIAL BALANÇO GREVE - OUTUBRO 2016.indd 1 11/10/2016 17:05:51

BANCÁRIOS DO ES INFORMATIVO DO SINDICATO …...l Na rodada do dia 27 e 28 de setembro, a Fenaban apresentou modelo de acordo bianual, com índice de 7% para salários e demais verbas

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INFORMATIVO DO

SINDICATO DOS

BANCÁRIOS DO ES

FILIADO À

INTERSINDICAL

Nº 957

10/10/2016 A

24/10/2016

Bancários fazem greve histórica para resistir ao arrocho

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BANCÁRIOESPECIAL BALANÇO GREVE 2016

ASSEMBLEIA QUE DECIDIU PELO FIM DA GREVE CONTOU COM MAIS DE 400 PESSOAS

lReajuste de 8% e abono de R$ 3.500,00 em 2016;l Reposição da infl ação (INPC/IBGE) mais 1% de

aumento real em 2017 para os salários e todas as verbas.l PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 2.183,53

limitado a R$ 11.713,59. Se o total fi car abaixo de 5% do lu-cro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 25.769,88;

l PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividi-do linearmente para todos, limitado a R$ 4.367,07.

l Antecipação da PLR – 1ª parcela paga até dez dias após assinatura da CCT. Regra básica: 54% do salário re-ajustado em setembro/2016, mais fi xo de R$ 1.310,12, limi-tado a R$ 7.028,15 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro. Parcela adicional equivalente a 2,2% do lucro líquido do 1° semestre/2016, limitado a R$ 2.183,53.

l PLR 2017 – Para PLR e antecipação - mesmas regras, com reajustes dos valores fi xos e limites pelo INPC/IBGE de setembro/2016 a agosto/2017, acrescido de aumento real de 1%, com pagamento fi nal até 01/03/2018.

No Estado, a adesão chegou a 80% das uni-dades e superou o recorde de 348 agências paradas alcançado em 2015. O destaque,

porém, foi para a mobilização da categoria, que enfrentou de cabeça erguida as ameaças de arro-cho proferidas pelos banqueiros e pelo governo, numa negociação dura.

A greve foi encerrada após assembleia re-alizada na noite do dia 06 de outubro, no Centro Sindical dos Bancários, que reuniu mais de 400 profissionais de bancos públicos e privados.

A proposta da Fenaban foi aprovada por maioria, mas sofreu críticas. O Acordo será bianu-al e prevê reajuste de 8% para salário em 2016, mais abono de R$3,5 mil, 15% de aumento no va-le-alimentação, 10% no vale-refeição e no auxílio creche/babá. Para 2017, a garantia é de inflação (INPC/IBGE) mais 1% de aumento real nos salários e demais verbas. A CCT será assinada no dia 13 de outubro, às 16 horas, em São Paulo.

“Essa proposta é insuficiente diante do lu-cro dos bancos. Mas enfrentamos um sistema fi-

Foram 31 dias de paralisação e 359 agências fechadas no Espírito Santo. Os números fizeram da greve de 2016 a maior desde 2004.

nanceiro fortalecido, apoiado por um governo fe-deral ilegítimo que queria impor à categoria uma derrota exemplar para a classe trabalhadora, e re-sistimos firmemente. Outros ataques estão por vir, como a reforma da previdência, a terceirização, o congelamento dos gastos públicos e a retirada de direitos, que também precisarão de nossa luta”, destacou Idelmar Casagrande, diretor do Sindi-bancários/ES, que compõe o Comando Nacional.

Mesmo com um acordo aquém das expec-

tativas, os bancários avaliam que, sem a pressão da greve, seria impossível fazer avançar as con-quistas. Como vitória dessa mobilização destaca--se o abono integral dos dias parados.

“Todos os que fizeram greve, saíram do pon-to e construíram os piquetes foram essenciais. Não fosse essa coragem e disposição de luta, estaríamos com um acordo pior, como os banqueiros queriam. Saímos dessa paralisação com a cabeça erguida”, disse Jonas Freire, coordenador geral do Sindicato.

l Piso portaria após 90 dias – R$ 1.487,83.l Piso escritório após 90 dias – R$ 2.134,19.l Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.883,01

(salário mais gratifi cação, mais outras verbas de caixa).l Auxílio-refeição – R$ 32,60.l Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 565,28.l Auxílio-creche/babá: fi lhos até 71 meses, R$

434,17; fi lhos até 83 meses, R$ 371,43.l Gratif. compensador de cheques – R$ 165,65.l Requalifi cação profi ssional – R$ 1.457,68.l Auxílio-funeral – R$ 978,08.l Indenização por morte ou incapacidade decor-

rente de assalto – R$ 145.851,00.l Ajuda deslocamento noturno – R$ 102,09.l Vale-Cultura, de R$50,00, mantido até 31/12/16.l 2017 – Valores vigentes em 31/08/17 serão reajusta-

dos pelo INPC/IBGE de 09/2016 a 08/2017, acrescido de aumento real de 1%.

HISTÓRICO DAS NEGOCIAÇÕESl A 1º proposta da Fenaban veio em 29 de agosto, na 4ª

rodada de negociação. Previa índice de 6,5%, mais abono de R$ 3 mil. No dia 1º de setembro a categoria rejeitou a proposta em assembleias em todo o país.

l 6 de setembro foi o primeiro dia de greve, que contou com adesão de 255 agências no Estado.

l No dia 09 de setembro os bancos elevaram a pro-posta inicial para 7% de reajuste e R$ 3,3 mil de abono, que foi rejeitada pelo Comando Nacional.

l Duas novas rodadas aconteceram nos dias 13 e 15 de setembro, sem avanços.

l Na rodada do dia 27 e 28 de setembro, a Fenaban apresentou modelo de acordo bianual, com índice de 7% para salários e demais verbas em 2016, mais abono de R$ 3,5 mil; e infl ação (INPC) mais 0,5% para 2017. A proposta também foi rejeitada.

l A proposta fi nal veio apenas no trigésimo dia da greve.

Sérgio Cardoso

PROPOSTA DOS BANCOS

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CENAS DA GREVE

Bancários fortalecemdefesa da Caixa 100%Pública em greve históricaA defesa da Caixa 100% Pública marcou

a assembleia que finalizou a Campa-nha Salarial 2016 com a aceitação das

propostas específicas da Caixa. Os bancários disseram sim para a proposta, mas sem dei-xar de pontuar críticas à direção do banco, agora gerido pelo governo que, custe o que custar, quer fazer valer um ajuste fiscal sobre os direitos trabalhistas.

Durante a assembleia, a categoria afirmou a necessidade de articular uma li-nha de ação imediata para os ataques dis-parados pelo governo golpista de Michel Te-mer contra os trabalhadores e, de maneira efetiva, contra a Caixa. A garantia de abono aos dias parados motivou a aceitação da proposta pelos bancários capixabas, que de forma intensa estiveram mobilizados duran-te a greve.

“Nossa organização e resistência pre-

cisa ser creditada aos bancários e bancárias que participaram dos piquetes e plenárias e toparam conversar com a população nas ruas, numa demonstração inequívoca de que é a luta coletiva que garante nossos direitos”, avalia Rita Lima, diretora do Sindicato e ban-cária aposentada da Caixa.

Apesar dos 31 dias de paralisação e da extensa cobertura midiática de crimina-lização do movimento, a greve teve apoio e adesão espontânea de centenas de bancários no Estado e contou com a solidariedade da população.

“Tivemos a oportunidade de conver-sar com muitos clientes durante a greve, que se mostraram compreensivos com a luta dos bancários, com a situação econômica do povo brasileiro e preocupados com o avanço da pauta conservadora no Congresso”, relata o bancário André Tosta.

A resistência aos avanços do governo golpista sobre os direitos dos trabalhadores deu o tom da mobilização nacional e local. As ameaças simbolizadas pela PEC 241, de con-gelamento dos gastos públicos por 20 anos, pela Reforma da Previdência e pela PL 4330, que instaura a terceirização sem limites, exi-gem dos trabalhadores uma preparação para os embates vindouros.

“Com a greve mandamos um recado para o governo e para os bancos, vamos re-sistir de forma organizada aos ataques aos direitos dos brasileiros como resistimos du-rante a greve, sabendo que precisamos de mobilização total nos próximos anos, pois os conservadores colocam em risco a existência da categoria bancária” avalia Renata Garcia, diretora do Sindicato dos Bancários.

NA ASSEMBLEIA, GRANDE MAIORIA DOS BANCÁRIOS DA CAIXA APROVOU PROPOSTAS

Defesa de direitos deuo tom da greve 2016

PRINCIPAIS CONQUISTAS

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NO BB os bancários fizeram plenária de mobilização na Pio XII. No Bandes teve piquete histórico, com mais de 60 pessoas.

l PLR social - conquistamos a distribuição igualitária entre todos os empregados de 4% do lucro líquido da Caixa, de acordo com as regras do ACT;

l Incentivo à formação: conquistamos 1600 bolsas acadêmicas (300 para graduação, 500 para pós-graduação e 800 para idiomas);

l Licença-amamentação: conquistamos dois (2) descansos diários de meia hora para mãe com filho de idade inferior a 12 mesesAu-sências permitidas: liberação que pode variar de seis a oito horas para levar dependente com deficiência a profissional de saúde, com comprovação de até 48h após;

l Vale cultura: renovação da distribuição do vale cultura para empregados com Remu-neração Base igual ou inferior a 8 salários mínimos;

l Caixa executivo: criação de Comissão Paritária para discussão do aprimoramento do RH 184 no que se refere aos caixas;

l GT paritário: criação de um grupo de traba-lho paritário para discutir critérios de desco-missionamento no prazo de 36 dias.

PELA PRIMEIRA vez, as duas superintendências da Caixa (SR Sul e SR Norte) foram fechadas.

PROTESTO contra a instransigência dos banqueiros, na Reta da Penha.

BANCÁRIOS de Cachoeiro em ato nas agências do Centro.

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BANCÁRIOS DO BB VOTAM A FAVOR DA APROVAÇÃO DO ACORDO ESPECÍFICO

Também foi aprovado na assem-bleia que encerrou a greve dos bancá-rios e das bancárias o desconto de 1% sobre o salário reajustado de outubro de 2016. O desconto assistencial é uma forma solidária da categoria financiar a luta coletiva.

Durante a Campanha Nacional, os gastos do Sindicato aumentam em função dos investimentos na greve e nas atividades que a precedem, como o congresso estadual, regional e nacional da categoria, além das ações de mobi-lização e de divulgação da Campanha como assembleias, produção de mídia e publicação de editais. O desconto se faz necessário para ajudar a cobrir es-sas despesas.

“Muitos torcem o nariz quando ouvem falar do desconto assistencial, mas é preciso compreendê-lo. Nin-guém se opõe a receber os benefícios conquistados durante a Campanha Nacional. O desconto nada mais é do que uma forma de contribuir solida-riamente com a luta coletiva da ca-tegoria após um momento de grande dedicação para obter conquistas”, diz Jonathas Corrêa, diretor de finanças do Sindicato dos Bancários/ES.

O direito de oposição ao des-conto assistencial é garantido median-te entrega de requerimento individual e assinado, onde deve constar nome, qualificação, agência/departamento, matrícula, número da CTPS e nome da empresa em que trabalha. O requeri-mento deve ser entregue até o dia 24 de outubro das 9 às 17h30, na sede ou subsedes do Sindicato, podendo ser en-viado pelo Correio nos municípios onde não há sede ou subsedes.

FOTOS SÉRGIO CARDOSO

Apesar de ter sido aprovado no dia 06 de outubro, o Acordo específico do BB, adi-tivo à Convenção Coletiva de Trabalho,

foi criticado pela ausência de solução para pontos centrais da minuta específica, dentre eles, o Plano de Cargos e Salários, Lateralida-de (substituição), melhores condições de tra-balho com o fim das metas e do assédio moral.

“O Banco do Brasil novamente se nega a fazer um acordo que contemple a maior parte do funcionalismo, jogando para as me-sas temáticas as principais reivindicações da categoria — mesas que, historicamente, são pouco eficientes, e que não fazem avançar as negociações, protelando a resolução dos pro-blemas”, critica a diretora do Sindicato dos Bancários/ES, Evelyn Flores.

Nas cláusulas salariais o banco irá se-guir o negociado com a Fenaban, em acordo

bianual que prevê reajuste de 8% mais abono de R$ 3.500 (pago em parcela única), reajuste de 15% para vale-alimentação e de 10% no va-le-refeição e auxílio-creche/babá em 2016, e reposição integral da inflação pelo INPC, mais 1% de aumento real em 2017.

Mesmo com críticas, o saldo de mobili-zação foi considerado positivo. “Conseguimos consolidar a paralisação em vários setores, mobilizando inclusive parte da categoria que não aderia ao movimento, como a Superin-tendência. Mostra que os trabalhadores com-preendem a importância de fortalecer nossa unidade para preservar direitos e resistir aos ataques que estão para além da luta corpo-rativa, como a ameaça da privatização, da terceirização, da reforma da previdência e o ajuste fiscal”, conclui o diretor do Sindibancá-rios, Thiago Duda.

Acordo do BB nãocontempla pontoscentrais da minuta

CLAUSULADAS:l Manutenção do programa de PLR atual, incluindo os

funcionários cedidos à APABB na parcela variável do Módulo BB;

l Extensão do horário para amamentação ao funcioná-rio pai de família monoparental e ao funcionário com união estável homoafetiva;

l Ampliação da ausência autorizada para doação de san-gue: 1 dia por ano, quando doação a parentes enfermos;

l Ausência autorizada para Aquisição, Manutenção ou Reparo de Ajudas Técnicas aos funcionários com de-ficiência: ampliação para duas jornadas;

l Ausências autorizadas para acompanhar filho ou de-pendente - menores de 14 anos ou com deficiência - a consulta/tratamento médico e odontológico também poderão ser utilizadas para tratamento psicológico, vacinas e reuniões escolares;

l Serão instituídas Mesas Temáticas sobre Prevenção

VEJA AS PROPOSTAS ESPECÍFICAS DO BANCO DO BRASIL

de Conflitos, Saúde no Trabalho e Igualdade de Opor-tunidades, com prazo de 180 dias para conclusão a partir da data da instalação. Na mesa de Prevenção de Conflitos poderão ser discutidos eventuais confli-tos decorrentes de implantação de soluções digitais, ajustes de estrutura e acesso ao histórico de ausên-cias dos funcionários;

l Será reajustado para R$ 200 mil o valor da indeni-zação por morte ou invalidez decorrente de assalto;

NÃO CLAUSULADAS:l Alteração nos módulos básico e avançado para fun-

ções de gerência média, possibilitando até 795 novas promoções;

l Será ampliada a inclusão das mulheres nas funções gerenciais;

l Será mantida a verba 226 – Ajuste no Plano de Fun-ções – na folha de pagamento dos funcionários em caso de reestruturações;

Desconto assistencial é forma solidária de contribuir com a greve

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VITÓRIARua Wilson Freitas, 93, Centro, Vitória/ES, CEP 29016-340

SUBSEDESCOLATINA - Rua Geraldo Pereira, 194 - Sl 406 e 408, Centro, CEP 29700-130

CACHOEIRO - Rua Coronel Francisco Braga, 71, Ed. Itapoã - Sala 1105, Cen-tro, CEP 29300-220

LINHARES - Rua Capitão José Maria, 1388, Ed. Monsarás - Sl 201, Centro, CEP 29900-903

ENDEREÇOS

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BANCÁRIOMala Direta Postal

Básica9912258789/2014-DR/ESSINDIBANCÁRIOS-ES

... CORREIOS ...CO

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BANCÁRIO

www.bancarios-es.com.br

Informativo do Sindicato dos Bancários do Espírito SantoRua Wilson Freitas, 93, Centro, Vitória/ES - 29016-340 Tel: (27) 3331-9999 Colatina (3722-2647), Cachoeiro (3522-7975) e Linhares (3371-0092)

Coordenador Geral: Jonas Freire SantanaDiretor de Imprensa: Carlos Pereira de AraújoEditores: Bruna Mesquita Gati - MTb 3049-ES, Elaine Dal Gobbo - MTb 2381-ES, LudmilaPecine - MTb 2391-ES e Haroldo Ferreira Lima - MTb 2886-ES

Estagiária: Júlia ZumerleEditoração: Jorge Luiz R. da Costa - MTb 041/96 -ESImpressão: Grafi ta - Gráfi ca e EditoraE.mail: [email protected]: 10.000 exemplaresDistribuição gratuita

Banestianos ampliam direitos em Acordo específi co

Os bancários do Bandes aprovaram as propostas apresentadas pelo banco na assembleia realizada na noite de quinta--feira (6) e finalizaram uma greve histórica para os empregados do banco capixaba.

De forma contundente, os bancários do Bandes aderiram à mobilização nacio-nal e fizeram valer as propostas da Fena-ban, a manutenção dos benefícios do Acor-do Coletivo 2015/2016 e a inclusão no ACT 2017/2018 da cláusula referente ao início do estudo de revisão do PGC até agosto de 2018. A direção do Bandes tentou reprimir os trabalhadores chamando a Polícia para conter a greve, mas a ação só fez aumentar a resistência dos bancários.

“Após 31 dias de greve aprovamos um acordo que não contempla as reivindi-cações expressas pela minuta devido à in-transigência da direção da empresa, mas vencemos em termos organizativos. O pró-ximo ano exige mobilização contínua para obtermos as conquistas necessárias”, avalia Ivaldo Roza Albano, diretor do Sindicato.

Bandes fecha acordoapós intensa mobilização dos bancários

A adesão dos banestianos à greve possibilitou alcançar conquistas no Acordo es-

pecífico para 2016, como o com-promisso de mais contratações, a criação de um grupo de estudo para revisão da forma de contri-buição da Banescaixa e a per-missão para que os empregados participem de até dois processos seletivos internos.

Nas cláusulas salariais o banco seguirá a Fenaban, confor-me acordo bianual.

O Coordenador geral do Sindicato, Jonas Freire, salientou que as nego-ciações aconteceram num contexto de ataque aos trabalhadores e que a resistência dos ban-cários mostrou a força da categoria.

“O Banestes administra um patrimônio de mais de 20 bilhões, e vem tendo resultados positivos graças ao empenho e comprometi-mento de seus empregados. Por isso, avalia-

mos que a proposta ficou aquém do esperado, mas a participação dos bancários permitiu avanços, mostrou nossa força, por isso fomos vitoriosos diante de uma negociação dura, em que banqueiros e governos tentaram nos impor uma derrota. Mais do que nunca, precisamos da unidade contra as ameaças que estão a ca-minho”, conclui Jonas.

Mais contratações: a direção do Banestes garantiu que irá convocar uma nova turma de concursa-dos para 2016, e uma segunda turma até o início de 2017.

Auxílio Refeição/Cesta-alimentação: fl exibilização do fornecimento do quantitativo de tíquetes de auxílio-refeição, permitindo ao empregado a opção por número inferior a 22 mensais, convertendo os valores da cesta-alimentação, com prazo mínimo de opção por seis meses. Item válido a partir de janeiro de 2017.

Seleção Interna: manter política de seleção interna para a ocupação das funções de confi ança e grati-fi cadas, com permissão da participação do empregado em até dois processos seletivos distintos, simultaneamente, mesmo que compondo o cadastro de reserva de um deles; divulgação da pontuação fi nal obtida pelos candidatos clas-sifi cados para as vagas abertas em cadastro de reserva.

Banescaixa: constituição de grupo de estudos para análise de questões relativas aos benefícios e for-mas de contribuição da Caixa de Assistência, inclusive a possível alteração dos estatutos da Banescaixa, visando eleição de um membro do Conselho Deliberativo direta-

PARA JONAS FREIRE, A MOBILIZAÇÃO DEVE CONTINUAR

O QUE PREVÊ O ACORDO COM O BANESTES

mente pelos participantes titulares, em substituição ao Conselheiro de Administração do Banestes que integra aquele colegiado da Caixa de Assistência. O grupo de estudos será composto por dois representantes do Ba-nestes, dois do Sindicato e dois da Banescaixa.

Despesas decorrentes de acidente ou doença do trabalho: Manutenção da respon-sabilidade do Banestes sobre as despesas decorrentes de acidente ou doença do trabalho, exclusivamente para o empregado benefi ciado. Quando se tratar de tentativa e/ou sequestro para assalto ao banco envolvendo familiares de primeiro grau (pais, fi lhos e cônjuges) do empregado, a res-ponsabilidade do Banestes se estenderá a estes familiares.

Cursos de graduação e pós: Realização de estudos para implantação de política de incentivo ao fo-mento de cursos de graduação e pós-graduação, com im-plantação de até seis meses após a assinatura do acordo.

Banco de Horas: criar mesa temática para estudo de viabilidade quanto à regulamentação, para todos os efeitos, da condição do sábado como dia útil não tra-balhado e o domingo como dia de descanso remunerado.

Fotos Sérgio Cardoso

NO BANDES, GREVE FOI AMPLIADA APÓS REPRESSÃO

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