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Batalha Espiritual

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Judaísmo messianico

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  • espiritual

    batalha

    Shaul Bentsion

  • A T E N O :

    ESTE LIVRO NO GRATUITO

    Como funciona?

    Trabalhamos com base na confiana, crendo que as pessoas sero ntegras perante o Criador dos cus e da terra.

    Esta obra funciona base de doaes.

    Voc quem decide quanto o livro vale, ou quanto deseja doar para manter a obra operante, e faz uma doao para a obra dentro das suas possibilidades.

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    expressamente proibida a comercializao ou impresso em larga escala

    sem o expresso consentimento do autor da obra.

  • pgina 2

    D E D I C A T R I A

    Aos seguidores de Yeshua

    que vivem (ou vivero) nos tempos finais,

    pois em muito se intensificar a batalha espiritual

    nos dias que antecedem o retorno de nosso Mashiach

  • pgina 3

    N D I C E

    Introduo ...................................................................................................................................... 05

    Conhecendo o Inimigo

    A Criao: Revendo nossos Conceitos .............................................................................................9

    Criao e Batalha Espiritual ..............................................................................................................12

    O Esgotamento da Luz .................................................................................................................... 20

    Outros Homens? .............................................................................................................................. 22

    Porque Satan Caiu ........................................................................................................................... 25

    A segunda queda dos anjos

    A Narrativa da Segunda Queda....................................................................................................... 37

    A Reao dos Arcanjos ................................................................................................................... 44

    A Punio da Segunda Queda ......................................................................................................... 47

    O Esprito do Falso Mashiach ..........................................................................................................50

    Satan e os Anjos da Segunda Queda ..............................................................................................56

    Os tipos de demonios

    Os Seirim ......................................................................................................................................... 64

    Os Shedim ........................................................................................................................................ 67

    Alukot .............................................................................................................................................. 69

    Mazikim ............................................................................................................................................ 72

    Irim (Sentinelas) .............................................................................................................................. 74

    Ruchot-Raot ..................................................................................................................................... 76

    Tipos de Ruchot-Raot ...................................................................................................................... 82

  • pgina 4

    Confronto com as trevas

    Klipot ............................................................................................................................................... 85

    Entre Klipot e Sefirot ...................................................................................................................... 95

    Identificando as Klipot ....................................................................................................................97

    Concluso ........................................................................................................................................ 116

    Estratgias

    Estratgias para confrontar o inimigo ........................................................................................... 119

    Armadura de Elohim ...................................................................................................................... 120

    Primeira Ttica ............................................................................................................................... 128

    Segunda ttica ................................................................................................................................ 131

    Terceira Ttica ................................................................................................................................ 132

    Quarta ttica .................................................................................................................................. 133

    Os Servos de Satan ........................................................................................................................ 135

    A Ordem dos Ataques ................................................................................................................... 135

    Os sapatos das Boas Novas do Shalom. ....................................................................................... 137

    O Cinturo da verdade .................................................................................................................. 138

    A Couraa da Justia ...................................................................................................................... 140

    O Capacete da Salvao ................................................................................................................. 141

    Armas na mo ................................................................................................................................ 143

    O Escudo da F............................................................................................................................... 145

  • pgina 5

    Introduo

    ara que ns possamos entrar no campo da batalha espiritual,

    preciso conhecer muito bem o inimigo. Est uma estratgia

    de guerra muito importante para qualquer batalha: se no se

    conhece seu inimigo, no se estuda o inimigo, mais difcil combat-lo.

    111

    P

    C O N H E C E N D O

    O I N I M I G O

  • pgina 6

    O objetivo desta obra nos aprofundarmos em nosso conhecimento

    sobre o nosso inimigo espiritual, para que possamos compreender

    como o reino das trevas e tambm quais s~o e porque s~o os

    seus objetivos reino das trevas. Ao fazermos isso, seremos mais

    capazes de nos protegermos.

    Uma pequena introduo sobre o assunto pode ser encontrada em

    Guilyana/Apocalipse 12:

    07. Ento houve guerra no cu: Micha'el e os seus anjos

    batalhavam contra o drago. E o drago e os seus anjos

    batalhavam,

    08. mas no prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou no cu.

    09. E foi precipitado o grande drago, a antiga serpente, que se

    chama o Enganador e Satan, que engana todo o mundo; foi

    precipitado na terra, e os seus anjos foram precipitados com ele.

    10. Ento, ouvi uma grande voz no cu, que dizia: Agora chegado

    o livramento, e o poder, e o reino do nosso Elohim, e a autoridade

    do seu Mashiach; porque j foi lanado para baixo o Acusador de

    nossos irmos, o qual diante do nosso Elohim os acusava dia e

    noite.

    Observamos aqui que h uma guerra espiritual como pode ser visto

    nestes versos. Evidentemente que esta guerra espiritual ver a vitria

    de Michael, que um dos chamados prncipes dos anjos, tambm

    popularmente conhecido como arcanjo. Ele o arcanjo chefe das

    hostes celestiais dos anjos de guerra. Continuando no texto, temos:

    11. E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu

    testemunho; e no amaram as suas vidas at a morte.

  • pgina 7

    Neste versculo n~o h| referncia a Michael e as suas hostes pois os

    anjos n~o sofrem a morte fsica, e portanto s~o incapazes de amar a

    vida at a morte. Isto algo tipicamente humano.

    Quem so estes ento que preferem a morte a se dobrarem ao inimigo

    e que batalham contra o inimigo? A resposta est em:

    17. E o drago irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra aos

    demais filhos dela, os que guardam as Mitzvot (mandamentos) de

    Elohim, e mantm o testemunho de Yeshua.

    No s ter o testemunho de Yeshua, mas tambm guardar os

    Mandamentos de Elohim. Estes so aqueles que prevaleceram contra o

    inimigo.

    Ento existe tambm uma participao do ser humano nesta batalhas

    espiritual. uma batalha entre Michael (acompanhado dos anjos do

    Eterno) e os anjos cados, controlados por este drago que os lidera.

    Veremos a seguir quem este drago.

    A primeira pergunta que nos fazemos : Como seria o papel do ser

    humano nesta guerra? Se olharmos para Daniel 10:

    12. Ento me disse: No temas, Daniel, porque desde o primeiro dia

    em que aplicaste o teu corao a compreender e a humilhar-te

    perante o teu Elohim, so ouvidas as tuas palavras; e eu vim por

    causa das tuas palavras.

    13. Mas o prncipe do reino da Prsia me resistiu vinte e um dias, e

    eis que Michael, um dos primeiros prncipes, veio para ajudar-me,

    e eu fiquei ali com os reis da Prsia.

    Vemos aqui o que acontece: Daniel fez algo que influenciou esta

    guerra. Havia uma batalha entre o anjo que vinha trazer a resposta a

    Daniel e uma potestade do reino da prsia.

  • pgina 8

    Mas o que foi afinal, que Daniel fez?

    Se olharmos nos versos seguintes, temos:

    2. Naqueles dias eu, Daniel, estive triste por trs semanas.

    3. Alimento desejvel no comi, nem carne nem vinho entraram na

    minha boca, nem me ungi com ungento, at que se cumpriram as

    trs semanas.

    O que Daniel fez?

    Daniel orou e jejuou! E est| uma das frmulas interessantes e

    importantes para que se combata o inimigo. Temos tambm em

    Zechariyah/Zacarias 3:

    2. Mas YHWH disse a Satan: YHWH te repreenda, Satan, sim, o

    YHWH, que escolheu Yerushalayim, te repreenda; no este um

    tio tirado do fogo?

    Aqui Satan tinha vindo acusar ao Cohen Hagadol (o sumo sacerdote)

    da poca. Podemos ver claramente o elemento acusa~o na batalha

    espiritual.

    Vemos tambm mais um elemento desta luta em Yehud/Judas 1:

    09. Mas quando Micha'el, chefe dos anjos, discutindo com o

    Acusador, disputava a respeito do corpo de Moshe, no ousou

    pronunciar contra ele juzo de maldio, mas disse: O Senhor te

    repreenda.

    Aqui fica clara a funo de Satan enquanto acusador. Tudo isto ser

    tpico do nosso estudo presente. Por enquanto, nos importante

    compreendermos que:

    Existe um inimigo poderoso, e precisamos conhec-lo.

  • pgina 9

    A batalha espiritual entre anjos, porm conta com a participao do

    ser humano.

    A Criao: Revendo nossos

    Conceitos

    Antes de entrarmos na quest~o do que fazer, realmente necess|rio

    conhecer melhor o inimigo. E para isto, vamos ter que deixar de lado

    alguns conceitos que so comuns em nossa atual compreenso.

    Conceitos esses que muitas vezes se baseiam mais na nossa cultura do

    que em elementos bblicos propriamente ditos.

    Neste estudo iremos aprender que muitas coisas e muitos conceitos

    tm de ser desafiados e mudados, a partir da melhor compreenso dos

    textos Bblicos em questo.

    Temos alguns textos nos profetas que falam de Satan. Mas, antes de

    entrar nestes textos, vamos { Tor| para algo que passa meio

    despercebido das pessoas, em Bereshit/Gnesis 1:

    01. No princpio criou Elohim os cus e a terra.

    02. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do

    abismo; e a Ruach de Elohim se movia sobre a face das guas.

  • pgina 10

    H alguns conceitos interessantes aqui:

    Que abismo era este, que havia no principio da cria~o?

    Havia trevas no inicio da cria~o?

    Repare que muitas vezes acabamos lendo mais do que a Bblia nos diz,

    mesmo em textos simples. A Bblia diz que o Eterno disse haja luz, e

    houve luz. A Bblia diz apenas que houve luz. A maioria das pessoas

    logo pensa que toda a luz foi criada nesse momento. Mesmo se

    fssemos supor que essa uma interpretao vlida, ela ainda assim

    interpretativa, pois a Bblia jamais afirma tal coisa! A Bblia jamais

    afirma que toda a luz foi criada naquele momento nico. A Bblia jamais

    afirma que no havia luz antes daquele momento.

    Veremos a seguir essa hiptese, alm de no ser a nica possvel, a

    menos provvel. Teoricamente, se absolutamente toda a luz tivesse

    vindo a existir apenas naquele momento, o texto de Gnesis/Bereshit

    teria seu sentido totalmente prejudicado.

    Para entendermos a raz~o, tomemos como exemplo o frio. O frio

    existe apenas com a ausncia do calor. O frio s pode ser definido

    pela ausncia do calor. Se o calor no existisse, no existiria o frio, do

    ponto de vista fsico! Afinal, o frio definido a partir da ausncia de

    algo que existe, que o calor. Se o calor n~o existisse - como o frio

    poderia ser a ausncia de alguma coisa que n~o existe?

    Se uma coisa n~o existe, ela n~o pode estar ausente!

    No difcil percebermos, pela lgica mais elementar, que s pode

    estar ausente ou presente alguma coisa que existe, o que pelo

    menos j existiu um dia.

    A Bblia fala que havia trevas. Como podemos definir trevas?

  • pgina 11

    Como ausncia de luz! Ou seja, as trevas tambm existem com

    base em um referencial. Da mesma forma que o frio existe com base

    no referencial calor; as trevas existem com base no referencial

    que a luz.

    Se a luz n~o tivesse sido criada ainda, logo as trevas n~o poderiam

    existir, deixando o texto bblico sem sentido, se a toda e qualquer que

    jamais existiu fosse criada ali naquele momento.

    Alguns podem alegar: Ent~o voc est| contradizendo o que diz a

    Bblia? N~o!

    Como foi dito anteriormente, o problema que estamos desafiando

    um conceito que embutimos na Bblia e que n~o percebemos que o

    fizemos. Quando olhamos para o versculo 3 de Bereshit/Gnesis 1,

    lemos assim:

    E disse Elohim: haja [toda a] luz [do universo] e houve [toda a]

    luz [do universo].

    Ora, mas a Bblia no diz isso diz apenas haja luz, e houve luz no

    h| a palavra toda, muito menos a express~o do universo!

    E mais: Sabemos ainda que o Eterno luz. Ora, se Ele luz, ento isso

    confirma a tese de que alguma luz tambm j existia, pois Ele j existia.

    Repare que o relato de Bereshit/Gnesis muito mais complexo do que

    parece.

    Outro texto frequentemente mal traduzido :

    2. E a terra era sem forma [tohu] e vazia [vevohu];

    Para os termos hebraicos utilizados originalmente, fazem com que as

    pessoas tenham muita dificuldade na tradu~o. Tohu vevohu

  • pgina 12

    significa literalmente catica e disforme [ou desolada, destruda,

    acabada etc.]. Com isto, a terra era caos e desola~o j| seria a

    melhor traduo.

    Porm, o termo hait|, usado para se referir { terra, n~o significa

    necessariamente ser. Pode significar tambm estar ou ainda

    tornar-se.

    N~o difcil percebermos que uma leitura ainda melhor aqui seria a

    terra estava em caos e desola~o.

    Diante disso, comeamos a entender porque que alguns testes de

    carbono 14 e outras pesquisas geolgicas noticiam que a Terra tem

    bilhes de anos. No necessariamente isto contradiz a Bblia, pois esta

    diz que a terra estava catica e desolada.

    Criao e Batalha Espir i tual

    Qual a relao disto com o tema batalha espiritual?

    Vamos usar dois textos bastante conhecidos, bem como bastante

    interessantes, como Yeshayahu/Isaias 14:

    12. Como caste desde o cu, brilhante [Heilel], filho da alva [ben

    Shachar]! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as

    naes!

    13. E tu dizias no teu corao: Eu subirei ao cu, acima das estrelas

    de Elohim exaltarei o meu trono, e no monte da congregao me

    assentarei, aos lados do norte.

  • pgina 13

    14. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao

    Altssimo.

    Devemos entender que frequentemente os profetas pronunciavam

    juzo sobre os prncipes das naes. Isto , sobre as foras espirituais

    que estavam por detrs dos governantes. Pela prpria seqncia do

    texto, vemos que este um momento em que o profeta comea a falar

    para a potestade que estava por trs do rei de Bavel (Babilnia), pois

    evidentemente no era o rei humano de Bavel (Babilnia) que desejava

    subir acima das estrelas, acima do trono do Eterno, ou mesmo ser

    semelhante ao prprio Eterno.

    Da mesma forma que no texto de Yehezkel/Ezequiel 28, o profeta no

    est falando diretamente ao rei de Tiro, mas sim potestade que

    estava por detrs dele. Afinal, o rei humano de Tiro jamais foi anjo,

    muito menos ainda esteve no Gan Eden (jardim do den):

    12. Filho do homem, levanta uma lamentao sobre o rei de Tiro, e

    dize-lhe: Assim diz o Adonai YHWH: Tu eras o selo da medida, cheio

    de sabedoria e perfeito em formosura.

    13. Estiveste no den, jardim de Elohim; de toda a pedra preciosa

    era a tua cobertura: sardnica, topzio, diamante, turquesa, nix,

    jaspe, safira, carbnculo, esmeralda e ouro; em ti se faziam os teus

    tambores e os teus pfaros; no dia em que foste criado foram

    preparados.

    14. Tu eras o keruv ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte

    santo de Elohim estavas, no meio das pedras afogueadas andavas.

    15. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste

    criado, at que se achou iniqidade em ti.

  • pgina 14

    Esses dois relatos se referem Satan, ao inimigo. O primeiro deles

    chama o inimigo de Heilel Ben Shachar, que significa literalmente

    portador de luz, filho da manh~, embora alguns tenham traduzido

    equivocadamente como estrela da manh~.

    Mas, no hebraico, Heilel n~o estrela. A palavra correta para estrela

    cochav. A palavra Heilel o portador de luz e Ben Shachar filho

    da manha. Aqui vemos que a confus~o de se chamar tanto Yeshua

    quanto Satan de estrela da manha surge apenas devido a uma

    traduo equivocada.

    Vimos ento que Satan era uma criatura, chamada de portadora de

    luz. Em Yov/J 38 temos uma dica interessante:

    4. Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se

    tens inteligncia.

    5. Quem lhe ps as medidas, se que o sabes? Ou quem estendeu

    sobre ela o cordel?

    6. Sobre que esto fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua

    pedra de esquina,

    7. Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e

    todos os filhos de Elohim jubilavam?.

    Quando a Tor e o Tanach falam nos benei Elohim h uma referncia

    aos seres celestiais, o que chamamos de anjos, embora quando

    assim o fazemos j| estamos designamos uma fun~o que n~o

    necessariamente todos eles o tm. Anjo vem do grego angellos

    que significa mensageiro termo que aparece na Septuaginta como

    tradu~o do hebraico malach (enviado/mensageiro).

    Porm, a Bblia no chama todos os seres celestiais de mensageiros.

    Outros termos s~o encontrados, como bnei Elohim (filhos de

  • pgina 15

    Elohim), haelohim (os poderosos), ou ainda haeliyonim (os

    elevados). Acabamos, por conven~o, adotando o termo anjo para

    nos referirmos a todos esses seres. Porm, devemos entender que isso

    apenas uma conveno, e que nem todos tm a funo de

    mensageiros.

    Reparem na passagem bblica acima que havia estrelas da alva

    mencionadas por J/Yov e que as mesmas cantavam, e os anjos

    louvavam e jubilavam. Ento J/Yov faz uma distino entre as

    estrelas da alva e o resto dos anjos. E se juntarmos isso com a

    referncia a Heilel, percebemos que estes anjos _ alguns dos quais so

    chamados de estrelas da manh~ _ s~o anteriores { cria~o da terra, e

    que j louvavam ao Eterno nessa poca. Vemos ainda, apenas a ttulo

    de curiosidade, que havia estrelas antes da criao da terra.

    A referncia {s estrelas da manh~ se deve, como j vimos em nosso

    estudo sobre Cu, porque as estrelas s~o as habitaes dos anjos.

    Eles ali habitam, e no em outro local metafsico. O chefe dos anjos

    seria identificado com as prprias estrelas, o que seriam uma

    referncia aos chamados arcanjos ou prncipes dos anjos.

    Portanto, Heilel Ben Shachar seria um dos prncipes dos anjos, ou um

    dos chefes dentre os anjos.

    Retornando ao texto de Yeshayahu/Isaias 14 temos:

    13. E tu dizias no teu corao: Eu subirei ao cu, acima das estrelas

    de Elohim exaltarei o meu trono, e no monte da congregao me

    assentarei, aos lados do norte.

    14. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao

    Altssimo.

  • pgina 16

    Este arcanjo em particular quis ser maior do que os demais arcanjos.

    Ele quis ser especial, se achava maior. Ele muito certamente tinha

    algum tipo de funo especial, caso contrrio, ele no seria to

    orgulhoso.

    Na express~o exaltarei o meu trono vemos que o trono j| existia,

    pois no foram usadas expresses como criarei o meu trono ou

    organizarei o meu trono que poderiam dar a entender o

    planejamento para um trono futuro. A expresso clara ao afirmar que

    j havia um trono e, com isto, havia um reino implantado, onde ele j

    governava sobre alguma coisa.

    Isto algo muito importante para que possamos entender o contexto

    existente.

    Em Yehezkel/Ezequiel 28 temos:

    14. Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no

    monte santo de Elohim estavas, no meio das pedras afogueadas

    andavas.

    Na parte Tu eras keruv, ou querubim no portugus. Este termo

    significa prximo, pois est talvez a categoria mais elevada dos

    anjos, por ser a mais prxima do Eterno. Dizem nossos sbios que eles

    s~o completamente feitos de fogo; e, por isto, ele era o portador da

    luz.

    Aonde era o trono de Heilel?

  • pgina 17

    Quando um judeu lesse a passagem no monte santo de Elohim,

    estavas, a interpreta~o judaica correta sobre a localiza~o do monte

    kadosh s pode ser o monte Sio, que conhecido como monte do

    Senhor. O trono de Heilel era no monte santo do Eterno naquela

    poca.

    Claramente a Terra j existia em Gnesis/Bereshit 1; e esta Terra tinha

    um governante que era um representante do prprio Eterno, um anjo

    do prprio Eterno, chamado de Heilel Ben Shachar.

    Vejam que isto um conceito muito diferente do que ns estamos

    acostumados.

    Ele era perfeito, por que foi criado sem pecado (versculo 12 Tu eras o

    selo da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura), cujo

    trono foi estabelecido pelo Eterno.

    Vemos sua ratificao desta posio em Curintayah Beit/2 Corntios

    4:4:

    no qual o deus deste sculo [alma no aramaico] cegou os

    entendimentos dos incrdulos, para que lhes no resplandea a luz

    das Boas Novas da glria do Mashiach, o qual a imagem de

    Elohim.

    A palavra aramaica Alma possui um conceito muito diferente do que

    estamos familiarizados. Normalmente, pode ser traduzida por: sculo,

    mundo. Isto uma dificuldade tanto no hebraico como no aramaico,

    pois tanto o termo hebraico Olam ou o aramaico Alma pode ser

    referir ainda a: totalidade da criao, totalidade do mundo ou a um

    tempo ou a um sculo.

    Alm da famosa expresso Lolam, abrevia~o Lolam vaed que

    significa literalmente at o mundo vindouro. Atualmente, mesmo

    nos meios judaicos, tal expresso traduzida como eternidade.

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    Porm, esse conceito atual de eternidade no pensamento semita

    primitivo no existia, e provm do contato com outras culturas.

    A razo para tal dificuldade est no fato de que, no pensamento

    semita, o termo mundo n~o era pensado sem que se fosse

    considerada a realidade presente. N~o se pensava em um mundo,

    diferentes pocas. Pensava-se em algo como cada poca tem o seu

    mundo. Pensava-se que uma nova poca representaria um novo

    olam/alma, isto , o mundo era condicionado ao fator tempo. Este

    um conceito um tanto estranho para ns que estamos acostumados

    com a estrutura de pensamento grego, e razo pela qual s vezes

    difcil traduzirmos a expresso em questo.

    No versculo acima, Satan denominado como o deus deste sculo

    ou, como algumas tradues tratam, como o prncipe deste mundo.

    Rav. Shaul est fazendo uma referncia, uma aluso, justamente a

    este fato.

    H inclusive outro jogo de palavras - pois um dos nomes pelos quais

    Satan conhecido Samael (veremos isso mais adiante), que significa

    literalmente deus da cegueira ou o deus cego - pois no jogo de

    palavras de Rav. Shaul este o deus que cegou o entendimento. O

    nome Samael usado extensamente na literatura judaica.

    Antes de Gnesis/Bereshit, antes do principio tal qual ns conhecemos,

    a Terra j existia e era governada por este arcanjo, assim como outras

    regies, outros mundos, estrelas etc., eram governados por outros

    destacamentos por seres celestiais. Isto permite at a admisso da

    tese de vidas em outros planetas inclusive, embora no seja o escopo

    deste estudo.

    Muito provavelmente o que deve ter acontecido que o homem era a

    criao mais especial do Eterno, como dizem os sbios judeus que os

  • pgina 19

    homens, em uma srie de questes, so superiores aos anjos, como

    confirmado tambm pelos Ketuvim Netsarim (Novo Testamento).

    Havia seres humanos, com o governo de Heilel como representante do

    Eterno na Terra. S que em um dado momento, ele se envaideceu com

    aquilo. E, muito provavelmente, conforme alguns indcios, este passou

    a ser adorado pelos habitantes primitivos da Terra. Tanto ele quis ser

    adorado, quanto tambm o quiseram os anjos que lhe haviam sido

    destacados.

    Certamente, se as Escrituras dizem que levou um tero dos anjos dos

    cus, havia um destacamento muito especial para nosso planeta, que

    era uma criao especial do Eterno.

    Dizem os sbios que Yerushalayim (Jerusalm), onde h o monte Sio,

    seria o centro do Universo. Se tomarmos isto como fato, podemos

    entender por que o arcanjo quer governar est regio, pois o centro

    do Universo. Seria o local onde o Eterno estabeleceria toda a sua

    glria.

    Em um dado momento, este ser decidi que ele no quer mais seguir a

    nada. No quer mais ser representante de nada ou de ningum. Ele

    passa a ser conhecido como um ttulo de aquele que sem senhor.

    Ele passa a se auto denominar como aquele que sem senhor. Ele

    acha, ento, que ele no precisa dar satisfaes a ningum e no h

    ningum acima dele. Ele se envaidece com a quantidade de anjos que

    estavam servindo sob o comando dele e, provavelmente, se envaidece

    tambm com os homens que vinham e prestavam reverncia nesta

    gerao pr Adam, passando a receber adorao.

    Isto d| origem semita primitiva de um termo chamado Belial, o qual

    passa a ser conhecido como tal. O termo significa literalmente aquele

    que n~o tem [Beli] acima [al]

  • pgina 20

    Como percebemos, a questo geogrfica de extrema importncia.

    Pelo que vimos, podemos logo perceber que o culto a Belial surgiu na

    regio de kenaan, em uma gerao pr-admica. Isso explica o porqu

    de, dentro tantos lugares, dentre tantas possibilidades, Satan se

    importa tanto com aquele lugar.

    Por que que ele se importa tanto ao ponto de estabelecer uma

    mesquita para ele prprio, naquele local?

    Justamente porque o principio da sua adorao era ali e ele sabe que

    ali o centro do universo, espiritualmente falando. naquele local que

    se estabelecer o trono de Elohim em Seu retorno.

    O essencial da idia de Belial a nega~o da sua miss~o dada atravs

    autoridade do Eterno a ele.

    O Esgotamento da Luz

    Num dado ponto, o que acaba acontecendo obviamente com qualquer

    portador de luz longe da Fonte da Luz?

    Obviamente temos as fontes da luz, o qual a Cabala chama de luzes

    supernais que seriam os ter pilares do Eterno, o qual assunto para

    outro estudo.

    O que acaba acontecendo com uma sefir que no brilha mais? Forma-

    se uma kipl|, uma casca, sobre aquela fonte de luz ou aquele vazo

    que reflete a luz. Isto , a sefir comea a ficar opaca e perder luz.

  • pgina 21

    justamente por isto que ele conhecido na literatura judaica por

    Samael, o deus da cegueira, ou deus cego.

    Em um dado momento, essa casca acaba gerando escurido,

    obviamente. A luz se esvai e ento temos a escurido. Assim,

    conseguimos voltar a questo inicial de Gnesis/Bereshit 1 que fala que

    a Terra estava catica e desolada.

    Isto d a entender justamente que a Terra foi palco de alguma(s)

    guerra(s) espiritual(ais), culminando no destronar de Samael. E,

    certamente, ele no ficou nem um pouco satisfeito com a situao.

    E interessante aqui, entrando um pouco no ramo da especula~o,

    quando lemos em Ezequiel 28:

    13. Estiveste no den, jardim de Elohim; de toda a pedra preciosa

    era a tua cobertura: sardnica, topzio, diamante, turquesa, nix,

    jaspe, safira, carbnculo, esmeralda e ouro; em ti se faziam os teus

    tambores e os teus pfaros; no dia em que foste criado foram

    preparados.

    Aqui temos uma suposio acerca das pedras preciosas que existem na

    Terra e a cito aqui claramente como hiptese da literatura judaica

    sem avaliar se a mesma ou no verdadeira. Por esta hiptese, um dos

    motivos pelos quais a Terra cheia de pedras preciosas que tais

    pedras sejam um resqucio, como que runas das gloriosas construes

    em pedras preciosas que havia durante o reinado de Samael. Ou

    talvez, a composio qumica e geolgica da terra j tivesse o

    propsito de fornecer matria-prima para os palcios que nela seriam

    construdos?

    Poderamos imaginar, se continuarmos em tal suposio, que teriam

    havido templos, ptios, fontes, jardins etc., que o Eterno teria criado,

    ou dado a incumbncia aos anjos e/ou aos homens de criarem e que,

  • pgina 22

    no momento de uma guerra ou destruio de tudo aquilo, estes teriam

    se tornado uma massa disforme e, a partir desta, voc teria est|

    origem relatada em Bereshit/Gnesis 1.

    Talvez possamos mergulhar ainda mais fundo na especulao - e no

    h nada de errado em especularmos, desde que saibamos os limites de

    uma especulao e no a transformemos em verdade absoluta. Ser

    que as extines em massa de algumas espcies poderiam ser um fruto

    no mundo material dessas batalhas espirituais ocorridas nos tempos

    antigos? Repare que a Bblia revela muito pouco a respeito desse

    tempo primordial, e a est o perigo do desenvolver uma viso religiosa

    que feche os olhos para os avanos do conhecimento cientfico pois

    quase sempre essa viso religiosa estar pautada, na melhor das

    hipteses, em uma possvel leitura, dentre inmeras ou, na pior das

    hipteses, em meras especulaes.

    Outros Homens?

    fato que, por exemplo, como em Gnesis/Bereshit, atravs da

    cronologia temos:

    O Eterno cria Adam, cria Chav, esto no Gan Eden;

    Depois so levados para fora do Gan Eden;

    Em Gnesis/Bereshit 4, Chav d a luz a Havel e Cayin;

    Quando Cayin mata Havel, temos em Gnesis/Bereshit 4 :

    14. Eis que hoje me lanas da face da terra, e da tua face me

    esconderei; e serei fugitivo e vagabundo na terra, e ser que todo

    aquele que me achar, me matar.

  • pgina 23

    Como seria possvel algum matar Cayin, no versculo acima, se havia

    a Terra teria sido criada naquele momento?

    Por esta viso, no tnhamos apenas Adam (Ado), Chav (Eva) e Cayin

    (Caim), pois Havel (Abel) havia sido morto?

    Se pensarmos no pressuposto anterior, quem mataria Cayin no seriam

    as criaturas celestiais, pois elas no precisariam achar a Cayin. Elas

    sabiam onde ele estava.

    O que se percebe que no havia outros irmos ainda naquela poca.

    Pela leitura tradicional, no haveria mais ningum alm dos 4

    mencionados.

    Pelo paradigma da suposio de que toda a criao ocorreu no relato

    de Gnesis/Bereshit, s teramos os pais para o assassinarem, pois

    seriam apenas os trs existentes naquele momento.

    A nica explicao que faz sentido a de que havia outras pessoas

    nesta Terra.

    Adam foi o primeiro desta nova criao que o Eterno realizou. No foi a

    primeira criao cronologicamente falando, ficando bem evidente

    neste texto bblico. A literatura judaica tradicional vai na mesma

    direo, havendo ainda alguns que defendem um gap temporal em

    Gnesis/Bereshit 1 e 4.

    Portanto, como havia homens nesta Terra, com quem est claro que o

    Eterno no estabelecia relacionamento, conclumos que estes eram os

    antigos servos de Samael. Alguns chegam a dizer que poderiam ser

    seres sem a Ruach Elohim (o Esprito de Elohim), embora a novamente

    caiamos no campo das suposies. No possvel sermos dogmticos

    quanto a esses outros homens que existiam na terra.

    possvel que haja outras explicaes, mas no apenas importante

    entendermos que eles existiam, como ainda entendermos que o relato

  • pgina 24

    da criao em Bereshit (Gnesis) claramente no um relato da

    totalidade das coisas, no que diz respeito terra.

    Algum poderia perguntar se isso contradiz Ruhomayah (Romanos)

    5:12, que afirma que o pecado entrou no mundo por meio de um

    homem. preciso entender, como expliquei anteriormente, que o

    conceito de mundo no pensamento semita est| associado a uma

    poca. Ali|s, como vimos anteriormente, a prpria express~o alma

    pode ser traduzida como sculo. No difcil percebermos que

    Ruhomayah (Romanos) 5:12 no lida com a totalidade do pecado -

    explico: O versculo nada diz sobre, por exemplo, o pecado de Samael

    e de outros anjos.

    De forma anloga, o texto de Ruhomayah (Romanos) 5:12 se refere ao

    incio do pecado nesta poca. Isso tambm no difcil de ser

    percebido uma vez que entendamos o conceito da palavra alma, que

    aparece no original aramaico.

    Repare quanta coisa inferida dos textos bblicos pela cultura

    normativa sem que de fato esteja escrita. Para ns, basta nos atermos

    exclusivamente leitura do texto. Temos que tomar o cuidado de no

    partirmos para a eisegese, que o inserir nossas prprias concluses

    dentro do texto, fazendo-o dizer muito mais do que ele

    verdadeiramente diz. Podemos sim interpretar um texto, mas devemos

    separar o que interpretao do que escrito de fato.

  • pgina 25

    Porque Satan Caiu

    Ora, qual foi o problema de Samael? O que poderia ter levado um

    arcanjo a se rebelar contra Elohim?

    O problema muito mais simples do que poderamos supor: O

    problema principal foi o orgulho, que foi seguido pelos cimes.

    J vimos anteriormente como os relatos profticos falam do desejo de

    Satan de ser maior do que todos os seus semelhantes, querendo

    superar at o prprio Elohim. Em Chochmat Shlomo (Sabedoria de

    Salomo), livro que figura dentre os chamados apcrifos judaicos

    (embora estejam nos cnons mais primitivos) diz que:

    por cimes ou inveja de Satan que a morte entrou no

    mundo e os que pertencem a Satan prov-la-o.

    A partir do cime de Satan, h o relato da tentativa dele de desvirtuar

    aquela nova criao do Eterno no Gan Eden.

    At hoje temos nas religies primitivas so encontrados livros que

    fazem invoca~o de Belial como sendo senhor dos demnios.

    Na Enciclopdia Judaica, acerca de Belial, temos a seguinte

    contextualiza~o, dentro do testamento dos doze patriarcas que

    esto nos comentrios Talmdicos:

    Nos testamentos dos doze patriarcas, Belial o arquiinimigo

    do qual emanam os sete espritos de seduo que afligem o

    homem no seu nascimento, que se apoderam do seu

    nascimento. (Reuven 2, Levi 3, Zevulum 9, Dan 1, Naftali 2,

  • pgina 26

    Binyamin 6 e 7), a fonte da imundcia e da mentira (Reuven 4

    e 6, Shimon 5, Yissachar 6 e 7, Dan 5, Asher 1 e 3), o esprito

    das trevas (Levi 19, Yossef 7 e 20); Ele, assim como

    Azazel,ser oposto e acorrentado pelo Mashiach (Levi 18);

    E ser jogado no lago de fogo para sempre. (Yehud 15) E as

    almas capturadas por ele, sero arrancadas do seu poder.

    Em outra obra, A ascens~o de Yeshayahu, Belial identificado como

    o prprio Samael (Malkira [Dan 5], possivelmente Malach Ra = O Anjo

    Maligno [N. do T: Ou Melech Ra = Rei Maligno] e tambm chamado de

    anjo da anomia [N. do T: oposi~o { Tor|])

    Isto parece familiar?

    O Talmud Bavli falando sobre Samael em Bereshit Rab| 19 diz que

    Samael o senhor dos satanim, os inimigos, e ele era um prncipe

    poderoso dos anjos do cu. A tradio judaica confirmando justamente

    isto.

    H uma meno aqui a outro demnio que ns vamos falar depois, que

    seria Lilith, que seria a esposa de Samael. Lilith mencionada na Bblia

    bem como na cultura babilnica.

    H no Judasmo tradicional uma controversa questo sobre Lilith ser a

    primeira esposa de Adam, mas s algumas correntes do Judasmo

    dizem isto. Particularmente no acreditamos nisto, pois seria uma

    abominao. Creio que a questo fuja ao objetivo deste livro.

  • pgina 27

    Voltemos questo do pecado primordial do orgulho. Como ele era o

    representante do Eterno e o governante da regio mais importante de

    toda a criao, e como governava um tero dos anjos, se entendermos

    que havia homens na terra naquela poca, certamente o cortejavam,

    assim como o faziam os seus anjos comandados. No difcil

    entendermos porque ele passa a se sentir importante demais. E a partir

    da comea o grande problema.

    Justamente uma das praticas que ele incentivava, segundo Sefer

    Yovelim (Jubileus) que diz assim sobre eles:

    ...ento eles fizeram para si imagens de fundidas, as quais

    adoraram, cada um o dolo que havia fundido para si. Pois os

    espritos malignos sobre seu prncipe Mastema, o desviaram para o

    pecado e para a imundice.

    Ent~o foi Samael que comeou a difundir a idolatria. Ele obviamente

    encorajava seus sditos a terem alguma forma de representao dele.

    Isto explicaria porque h, nas culturas primitivas da chamada pr-

    histria, vrias tentativas do ser humano de representar os seres

    celestiais.

    E h| coisas interessantes, entrando novamente no campo da

    especula~o: v|rias culturas milenares tm representaes de

    drages, que nos levam a concluir que, das duas uma: ou num dado

    momento existiu, como alguns acreditam, um animal que era

    semelhante a um drago, ou tais representaes poderiam vir da

    tradi~o de geraes e geraes representando Samael.

    Yovelim (Jubileus) afirma que esses anjos levaram o homem idolatria.

    Com a destruio do reinado das trevas sobre o monte santo e sobre a

    Terra, Samael foi destronado e o Eterno comea a preparar o Seu

    Reinado.

  • pgina 28

    como se, aps essa batalha na Terra nas suas geraes primitivas, o

    Eterno dissesse: agora Eu mesmo governarei sobre a Terra.. Assim, o

    Eterno estabelece o Gan Eden (Paraso) e gera uma gerao de

    homens Sua prpria imagem e semelhana (espiritualmente) para

    com Ele reinar a partir do Gan Eden.

    Aqui entramos, portanto, na segunda motiva~o de Samael, que o

    cime dessa nova criao do Eterno. Vale ressaltar que at o momento,

    o homem no era uma criatura muito importante, do ponto de vista da

    conjuntura da oposio entre os poderes celestiais.

    Este cime de Samael pode ser por v|rios motivos: primeiro pode ser

    pela importncia que o Eterno deu ao homem, que passou a ser o

    centro da cria~o. Samael pode ter pensando: Que aud|cia do Eterno

    colocar como governante aqueles seres desprezveis!

    Um segundo motivo de cime pode estar no fato de que este novo

    homem feito, espiritualmente, imagem e semelhana do Eterno,

    adorava exclusivamente a Ele. Samael queria ser adorado tambm por

    aquela gerao do Gan Eden.

    Um terceiro motivo pode ter sido por conta do fato do Eterno atribuir

    a outros anjos a tarefa de cuidar de sua nova criao especial, por

    exemplo.

    Pode ser que um dos motivos acima tenha sido o verdadeiro. Pode ser

    que fosse uma combinao de todos. Pode ser ainda algo muito

    diferente. Mas o importante : Essencialmente, h o cime.

    Ele ento passa, de gerao em gerao, a tentar destruir o homem de

    diversas maneiras.

    E, obviamente, o que ele quer voltar a estabelecer seu trono no

    monte sagrado, e ser adorado pelos homens. O trono dele

  • pgina 29

    anteriormente era o trono de um governo representativo, autorizado

    pelo Eterno aos seus arcanjos para governarem em Seu nome. A

    vaidade de Satan o consumiu, e evidentemente ele agora deseja um

    trono absolutamente desengajado de qualquer propsito. Ele quer ser,

    em termos bem simples, a maior autoridade do universo.

    H| um outro relato em Yovelim (Jubileus) que diz o esprito de

    Mastema n~o reinara sobre eles, falando da gera~o de Avraham

    Avinu:

    O esprito de Mastema no reinara sobre eles, ou sobre a tua

    semente, para te fazer desviar do Eterno, que teu Elohim agora e

    para sempre. E que seja o Elohim por ti um Pai e que tu possas ser

    como um primognito para Ele e que Ele possa ser um Pai para teu

    povo para sempre.

    Temos aqui tambm o texto de Lucas 10:

    18 Respondeu-lhes ele: Eu via Satan, como raio, cair do cu.

    19 Eis que vos dei autoridade para pisar serpentes e escorpies, e

    sobre todo o poder do inimigo; e nada vos far dano algum.

    Como dissemos no estudo em Apocalipse/Guilyana, serpentes e

    escorpies s~o poderes espirituais e nada tem a ver com o que

    feito nos EUA, onde h igrejas e cultos de pessoas que trazem

    serpentes e escorpies para pisarem em cima.

    O texto aqui sobre poderes espirituais cados, da mesma forma que

    Satan caiu como raio do cu.

    Voltando para a batalha espiritual, se formos para Apocalipse/Guilyana

    12:

  • pgina 30

    07 Ento houve guerra no cu: Micha'el e os seus anjos batalhavam

    contra o drago. E o drago e os seus anjos batalhavam,

    08 mas no prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou no cu.

    09 E foi precipitado o grande drago, a antiga serpente, que se

    chama o Enganador e Satan, que engana todo o mundo; foi

    precipitado na terra, e os seus anjos foram precipitados com ele.

    A express~o antiga serpente ou antigo, no aramaico e hebraico

    tem a expresso becadmim/becadma entendido como nos

    primrdios.

    Aps isto, h a grande vitria:

    10 Ento, ouvi uma grande voz no cu, que dizia: Agora chegado

    o livramento, e o poder, e o reino do nosso Elohim, e a autoridade

    do seu Mashiach; porque j foi lanado para baixo o Acusador de

    nossos irmos, o qual diante do nosso Elohim os acusava dia e

    noite.

    11 E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu

    testemunho; e no amaram as suas vidas at a morte.

    Aps temos a expresso no aramaico Akel Kartsa, ondel Akel

    acusador e Kartsa devorador ou destruidor, que juntos formam

    a express~o aquele que acusa para destruir o qual seria

    figurativamente como um advogado de acusa~o, ou um

    promotor.

    Esta a dupla funo dele: acusar para destruir. Acusar tanto no

    sentido de dizer ao Eterno o quanto o ser humano falho, como temos

    em J/Yov; mas tambm a idia de blasfmia, como na carta Yehud

    (Judas), onde no ousou preferir uma blasfmia contra os filhos de

    Israel. Tambm h est idia de blasfemar ou proferir maldies.

  • pgina 31

    E esse devorador ou destruidor, aquele que est pronto para

    arregaar com tudo, quer vingana. Ele entende que, uma vez que

    o reino dele foi arrasado pelo Eterno, ele tambm o direito ou o poder

    para fazer o mesmo com o reino do Eterno.

    Aqueles que venceram, diz o texto, venceram pelo sangue do Cordeiro

    e pela palavra do seu testemunho. O que esta Palavra? Para os

    leitores do primeiro sculo, no haveria dvida: a Tor.

  • pgina 32

    pesar da queda dos anjos ser assunto conhecido, pouca gente

    sabe que a narrativa bblica nos d a entender que houve uma

    segunda queda.

    222

    A

    A S E G U N D A

    Q U E D A D O S

    A N J O S

  • pgina 33

    A Bblia nos revela duas situaes de pecado de anjos. A primeira

    refere-se { rebeli~o dos anjos com Samael, e que foi mencionada

    anteriormente.

    A segunda, menos conhecida, ser abordada em duas partes:

    Primeiramente, os eventos que levaram segunda queda e quem

    esteve na liderana desta, Mais adiante estudaremos sobre a natureza

    espiritual desses anjos cados, para que possamos entender como eles

    agem e quais so os seus objetivos.

    Ns temos trs fontes que falam muito fortemente desta segunda

    queda dos anjos: a fonte primaria o Sefer Chanoch (Livro de Enoque)

    que citado por Yehuda como sendo uma profecia, e era

    evidentemente citado com Escritura. Considerando suas abundantes

    citaes e referncias no chamado "Novo Testamento", hoje a maior

    parte dos acadmicos entende que de fato esse livro tinha enorme

    importncia no Judasmo do primeiro sculo. Semelhantemente, o livro

    citado entre as obras cannicas tambm por alguns lderes nazarenos

    histricos importantes, tais como com Hegsipo ou Clemente.

    Sabe-se ento que era um livro que detinha autoridade de cnon e, por

    uma serie de questes, acabou caindo do favor de alguns grupos

    religiosos. Do ponto de vista do Judasmo tradicional e normativo,

    apesar das histrias do Sefer Chanoch permanecerem em outras obras,

    caiu de popularidade por profetizar fortemente acerca do Ben Adan

    o Filho do homem, e obviamente que isto trazia um desconforto, pois o

    Cristianismo j crescia e era uma ameaa exatamente na poca em que

    o cnon judaico foi fechado.

    Para a Igreja Romana, o livro era desconfortvel, pois o Sefer Chanoch

    fortemente favorvel obedincia Tor e isto tambm no foi bem

    visto numa poca em que a f estava, por assim dizer, sendo

    desjudaizada e os mandamentos perdiam sua importncia teolgica.

  • pgina 34

    Mas, como disse, a histria desses anjos cados tambm preservada,

    em igual teor, mas no igual em detalhamento, em outras fontes. Por

    exemplo, existe uma obra muito importante que a Colet}nea de

    Hagadot que foi organizada no inicio do sculo XX por um judeu

    chamado Louis Ginsberg, menciona o relato dos anjos cados.

    Temos tambm o Midrash de Azaz'el e Shemichazah, encontrado no

    Zohar, onde praticamente h um relato paralelo a Chanoch, alm de

    outras referncias da literatura judaica.

    Em outras palavras: Mesmo que o Judasmo tradicional no reconhea

    o Sefer Chanoch com um status de livro inspirado, como reconheciam a

    maioria dos judeus daquela poca (o que evidenciado pelos achados

    histricos e arqueolgicos dos essnios e dos nazarenos, por

    exemplo), este relato em particular (acerca dessa queda dos anjos)

    uma unanimidade em todos os crculos judaicos. Ou seja, a fonte pode

    ser diferente, mas a histria a mesma.

    Em Gnesis/Bereshit 6 temos:

    1. E aconteceu que, como os homens comearam a multiplicar-se

    sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas,

    2. Viram os filhos de Elohim que as filhas dos homens eram

    formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que

    escolheram.

    3. Ento disse YHWH: No contender a minha Ruach para sempre

    com o homem; porque ele tambm carne; porm os seus dias

    sero cento e vinte anos.

    4. Havia naqueles dias Nefilim habitavam na terra; e tambm

    depois, quando os filhos de Elohim entraram s filhas dos homens

  • pgina 35

    e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na

    antiguidade, os homens de fama.

    5. E viu YHWH que a maldade do homem se multiplicara sobre a

    terra e que toda a imaginao dos pensamentos de seu corao era

    s m continuamente.

    6. Ento arrependeu-se YHWH de haver feito o homem sobre a

    terra e pesou-lhe em seu corao.

    7. E disse YHWH: Destruirei o homem que criei de sobre a face da

    terra, desde o homem at ao animal, at ao rptil, e at ave dos

    cus; porque me arrependo de os haver feito.

    8. Noach, porm, achou graa aos olhos de YHWH.

    Temos aqui uma clara associao entre a iniqidade e maldade que

    crescia na terra com a existncia dos nefilim. O termo nefilim

    significa literalmente gigante. A Tor| nos diz que os nefilim eram

    filhos dos filhos de Elohim [Bnei Elohim] com as mulheres da Terra.

    O terno Bnei Elohim um termo que nas Escrituras aplicado quase

    que exclusivamente aos anjos. Portanto, eram anjos que vieram

    Terra, adquiriram forma fsica e se profanaram com as mulheres.

    O interessante que at mesmo Yeshua comenta que aos anjos no foi

    dado esse tipo de unio carnal, quando os tsedukim (saduceus)

    perguntam a Ele sobre a ressurreio e Ele diz que na ressurreio no

    seramos dados em casamento porque todos seriam como os anjos.

    Ou seja, os anjos no foram criados com esta finalidade, e muito menos

    ainda com a finalidade de se contaminarem com outra espcie, a saber,

    com as mulheres dos seres humanos.

    Sabemos que os anjos eram capazes de assumir a forma fsica de

    homens e se comportarem como tais, conforme vemos, por exemplo,

  • pgina 36

    no relato de Bereshit/Gnesis 18, onde os anjos comem com Avraham

    (Abrao). Mesmo assim, uma habilidade dada com o propsito

    especfico de interagir com a humanidade a pedido de Elohim, e no

    algo dado para que os anjos buscassem experimentar da carnalidade.

    No , portanto, difcil compreendermos a ira de Elohim para com

    esses anjos. Em sendo espirituais, trocaram sua glria pelo prazer

    carnal.

    Se olharmos para dois textos no Ketuvim Netzarim, os denominados

    "Novo Testamento", em Yehuda 1, no mesmo texto que fala de

    Chanoch fala:

    06. aos anjos que no guardaram o seu principado, mas deixaram a

    sua prpria casa, ele os tem reservado em prises eternas na

    escurido para o juzo do grande dia,

    Isto uma referncia direta a estes anjos, pois menciona os anjos que

    deixaram suas habitaes, ou seja, deixaram as habitaes nas regies

    celestiais. N~o o caso dos anjos que se rebelaram com Samael, mas

    sim anjos que se rebelaram nesse exato momento, tal como a Tor

    assim o descreve.

    Em 2 Pedro/Kefah Beit 2:

    04 Porque se Elohim no poupou a anjos quando pecaram, mas

    lanou-os no Tachti e os entregou aos abismos da escurido,

    reservando-os para o juzo;

    O Tachti seria o nvel mais baixo do She'ol ou Lugar dos Mortos.

    Obviamente, a Morte significa um afastamento da Fonte da Vida

    que o Eterno; e o local onde a habitao do trono de Satan

    chamado de Tachti, ou algumas tradues o chamam de t|rtaro.

  • pgina 37

    o ultimo nvel do She'ol e onde os anjos foram jogados. H, inclusive,

    uma referncia a isto no Sefer Chanoch.

    A Narrativa da Segunda Queda

    Esses anjos que participaram na segunda queda faziam parte de um

    destacamento especial: eram conhecidos Sentinelas. Eles tinham por

    objetivo vigiar a Terra; haviam sido apontados com o objetivo de serem

    uma espcie de supervisores da cria~o do Eterno. Seu objetivo era

    assegurar o shalom na Terra, cuidar dos seres humanos, como que

    pastores, zelando por seu desenvolvimento espiritual, conforme relata

    Yovelim/Jubileus 4:15-16:

    ... nos seus dias os anjos de YHWH desceram sobre a terra,

    aqueles que so chamados Sentinelas, para que pudessem instruir

    os filhos dos homens, e para que trouxessem justia e retido

    sobre a terra.

    Porm, os anjos no cumpriram sua misso. Segundo o Sefer Chanoch,

    temos a partir do capitulo 6:

    1 E sucedeu que, quando os filhos dos homens haviam se

    multiplicado, naqueles dias lhes nasceram filhas belas e graciosas.

    2 E os anjos, os filhos do cu, as viram e cobiaram, e disseram uns

    aos outros: "Vinde, escolhamos esposas para ns dentre os filhos

    dos homens e geremos filhos."

  • pgina 38

    Aqui uma observao: algum pode se perguntar: Afinal de contas, por

    que que os anjos decidiriam, de uma hora para a outra, se unirem s

    mulheres? O que teria acontecido que eles se unissem as mulheres?

    Existem duas possveis explicaes a isto: uma delas, se olharmos

    apenas para a narrativa do Sefer Chanoch de que as mulheres eram

    muito formosas e os anjos cobiaram pelas suas belezas.

    Contudo, no livro de Louis Ginsberg, que comentamos anteriormente,

    chamado de Lendas dos Judeus, compreendemos que a tradi~o

    judaica indica que quando a gerao do dilvio comeou a praticar a

    idolatria, Elohim teria ficado profundamente entristecido. Ento dois

    anjos, Shemichaza e Azazel, teriam dito: Senhor do mundo,

    aconteceu exatamente como ns havamos previsto na criao, que os

    homens se corromperam, como havamos dito a Ti, de por que se

    ocupar com os homens. A isto, Elohim teria respondido o que ser|

    do mundo sem o homem? Ao que os anjos teriam afirmado:

    ocuparemos ns mesmos o mundo e o dominaremos e n~o haver|

    mais iniqidade conceda a ns permisso para habitarmos entre os

    homens e ns santificaremos o Teu Nome.

    Por essa verso, o Eterno teria concedido o desejo desses anjos e, ao

    fazer isto, teria o prprio Eterno alertado que os anjos poderiam ser

    corrompidos. Eles, porm, no se preocuparam com isso teriam

    descido e depois de ver a beleza das mulheres, teriam se enamorado

    delas.

    Embora o Sefer Chanoch no mencione este suposto detalhe prvio,

    ele tambm no o contradiz. No h como dizermos o que realmente

    ocorreu com certeza. S sabemos que essa segunda queda de alguma

    forma se associa aos anjos terem cobiado as mulheres.

    Uma obra crist~, denominada O Conflito de Ad~o e Eva com Satan,

    aproximadamente do sculo V, oferece uma leitura curiosa sobre como

  • pgina 39

    teria se processado o intercurso: Ao invs dos anjos terem tomado a

    forma de homens (embora pudessem faz-lo, como vimos na Tor),

    eles teriam possudo os corpos dos descendentes de Cayim. A cpula

    em meio possesso demonaca no idia sem precedentes

    sabemos que at os dias de hoje ocorrem em locais onde h prtica de

    magia negra. No podemos afirmar que foi necessariamente assim que

    ocorreu, mas certamente uma idia possvel.

    E por fim temos este relato da tradio judaica que seria o prprio

    Eterno que teria os transformado em seres carnais.

    Qualquer dessas leituras seria possvel de se encaixar com o relato do

    Sefer Chanoch.

    Como so detalhes muito incertos, estamos relatando as diferentes

    vertentes de pensamento sobre elas, e cada um pode entender da

    forma que lhe fizer mais sentido, pois no algo que muda muita coisa

    dentro do contexto geral do estudo. Continuemos a leitura do Sefer

    Chanoch:

    3 E Shemichazah, que era o lder deles, disse a eles: "Temo que vs

    no concordeis de fato em fazer tal coisa, e que eu sozinho tenha

    que pagar a punio de um grande pecado."

    Aparece aqui j um segundo anjo que vamos falar, que Shemichaza,

    que significa o meu nome forte. O nome pode dar um indcio de ser

    um anjo com um ego bastante inflado.

    Aqui, o texto diz que os anjos esto reunidos querendo tomar para si

    mulheres e Shemichaza diz algo como: tudo bem, mas eu n~o vou

    fazer isto sozinho. Continuemos:

    4 E todos eles responderam a ele e disseram: "Ns faremos um

    juramente, e nos obrigaremos por maldies para no

    abandonarmos este plano, mas para fazermos tal coisa."

  • pgina 40

    5 Ento eles fizeram juramento juntos e se obrigaram por

    maldies sobre ele.

    6 E eles eram ao todo duzentos, eu desceram nos dias de Yared ao

    cume do monte Hermon, e eles o chamaram de monte Hermon,

    porque haviam jurado e se obrigado por maldies sobre ele.

    7 E estes so os nomes dos seus lderes: Shemichazah, o lder deles,

    Ar'tekif, segundo a partir dele, Ram'tel, terceiro a partir dele,

    Kokav'el, quarto a partir dele, Tami'el, quinto a partir dele, Ram'el,

    sexto a partir dele, Dani'el, stimo a partir dele, Zik'el, oitavo a

    partir dele, Barak'el, nono a partir dele,

    8 Azaz'el, dcimo a partir dele, Hermoni, dcimo-primeiro a partir

    dele, Matr'el, dcimo-segundo a partir dele, Anan'el, dcimo-

    terceiro a partir dele, Situa'el, dcimo-quarto a partir dele,

    Shimsh'el, dcimo-quinto a partir dele, Sahr'el, dcimo-sexto a

    partir dele, Tam'el, dcimo-stimo a partir dele, Tur'el, dcimo-

    oitavo a partir dele, Yam'el, dcimo-nono a partir dele, Zohari'el,

    vigsimo a partir dele. Estes so os seus chefes das dezenas.

    Eram vinte anjos, dispostos uma certa ordem (ranking), e o lder deles

    era Shemichaza. J no captulo 7, lemos:

    1 E todos os outros junto com eles tomaram para eles mulheres

    dentre todas, e cada um escolheu para si uma, e eles comearam a

    coabitar com elas, e a se profanarem com elas, e eles ensinaram a

    elas magia e encantamentos, e o cortar razes, e as tornaram

    familiarizadas com as plantas.

    Aqui est a origem da bruxaria, que foi ensinada aos homens por esses

    anjos. fato que alguns desses anjos eles comearam a ensinar s

    mulheres que tomaram por esposas alguns poderes espirituais.

  • pgina 41

    Comearam a ensinar-lhes segredos, encantamentos e, obviamente,

    tudo que havia de maligno e proibido visto que os anjos eram

    conhecedores tanto do bem quanto do mal.

    Os anjos tm um conhecimento do mundo espiritual que muito

    distinto do nosso e absolutamente superior ao nosso. E eles sabiam,

    dentre outras coisas, como manipular o mundo espiritual.

    Ensinaram os anjos s mulheres a manipular o nosso mundo fsico a

    partir do mundo espiritual. E aqui foi a origem da magia e da bruxaria

    nessa gerao de homens criados aps o Gan Eden:

    2 E elas engravidaram, e geraram grandes gigantes, cuja altura era

    de trs mil cbitos, e no havia nascido na terra filhos de fora

    equiparvel deles.

    3 E eles devoravam tudo o que os homens produziam. E quando os

    homens no mais conseguiram lhes prover,

    4 os gigantes se voltaram contra eles e devoraram a humanidade.

    5 E eles comearam a pecar contra aves, e feras, e rpteis, e peixes,

    e a devorar a carne um do outro, e a beber o sangue.

    6 E a terra apresentou acusao contra os transgressores da Tor

    acerca de todas as coisas que eram feitas sobre ela.

    Vale aqui uma observao:

    Estes cbitos aqui evidentemente no so a mesma unidade de medida

    descrita na Tor. Devemos considerar no apenas as diferentes

    unidades de medida adotadas nos diferentes sculos, como tambm

    devemos considerar o fato de que a traduo do hebraico para o

    grego/aramaico e posteriormente para o etope provavelmente

  • pgina 42

    responsvel pela falta de clareza concernente real altura dos

    gigantes.

    Felizmente, a Bblia preserva a altura dos gigantes em outros relatos.

    Pela historia de David e Goliat (Golias), temos que os gigantes

    deveriam ter de trs a seis metros de altura; Certamente que, por sua

    estatura, rapidamente os nefilim se tornaram extremamente

    poderosos sobre os homens.

    Esses filhos dessas mulheres com os Sentinelas se tornaram

    poderosos pela sua fora fsica e comearam a demandar recursos das

    naes, sendo insaciveis, o que acabou gerando toda a questo

    presente na narrativa acima. provvel que tenham dado origem,

    inclusive, a rituais de canibalismo naquela gerao.

    A razo de sua insaciabilidade, fora o seu tamanho descomunal, no

    dita. Podemos apenas especular. Meu palpite (e deixo claro ser esta

    apenas uma suposio) de que talvez pela prpria aberrao de seu

    nascimento, sua vida possusse certa fragilidade, visto que foi vida

    gerada por esses anjos, que no tinham todo o domnio sobre a vida e

    a criao da mesma, que o Eterno tem.

    interessante observar que esse palpite no seria estranho,

    considerando que at hoje vemos que espcies hbridas possuem

    algumas fragilidades e/ou limitaes em sua constituio fsica. Talvez

    a dos nefilim estivesse no sentido da preservao da homeostase de

    seus corpos. Continuemos no captulo 8:

    1 E Azaz'el ensinou aos homens a fazerem espadas de ferro, e facas,

    e escudos, e peitorais de bronze, e os fez conhecerem os metais

    que so escavados da terra, e a arte de trabalhar o ouro, e o

    conhecimento da prata, e braceletes, e ornamentos, e o

    conhecimento do antimnio, e da sombra dos olhos, e de todo tipo

    de pedras preciosas, e todas as tinturas coloridas.

  • pgina 43

    2 E eis que se levantou grande iniqidade, e sendo mpios, foram

    desviados, e se tornaram corruptos em todos os seus caminhos.

    Aqui j temos uma men~o a Azazel, que o terceiro anjo sobre o qual

    vamos falar nesta parte do estudo. Azazel, que mencionado inclusive

    na Tor (vide Lv. 16:8,10,26) juntamente com Heilel/Samael e

    Shemichaza, formam a trade ou trindade do mal.

    O termo Azazel vem da raiz az que significa fora ou coragem,

    o que poderia significar algo como o El forte ou o El corajoso,

    embora alguns interpretem como arrogante contra El.

    Todas essas referncias se encaixam bem, pois Azazel era um

    comandante das foras angelicais, comandava muitas tropas de anjos,

    e certamente foi tomado pela arrogncia de seu ego, a ponto de se

    insurgir contra o Eterno.

    Vimos at aqui que os trs anjos, esses trs chefes, tinham algo em

    comum: a arrogncia, a mania de grandeza e o orgulho. Isto nos

    mostra qual pode ser uma das principais origens e fonte do mal, e nos

    alerta para estarmos em constante viglia de nossos prprios egos.

    Naquela gerao pr-diluviana, Azazel ensinou os homens a

    guerrearem, e as mulheres a seduzirem, como forma de exercer algum

    tipo de domnio sobre os homens. Continuemos:

    3 Shemichazah ensinou encantamentos, e o cortar razes, Hermoni

    o desfazer encantamentos, Barak'el ensinou os sinais de troves,

    Kokav'el as constelaes das estrelas, Zik'el os sinais de luz, Ar'tekif

    os sinais da terra, Shimsh'el os sinais do sol, e Sahri'el os sinais da

    lua. E eles comearam a revelar estes segredos s suas esposas.

    4 E como parte da humanidade estava perecendo na terra, eles

    pranteavam, e o seu pranto subiu at o cu.

  • pgina 44

    Aqui vemos que esses anjos ensinaram a fazer e desfazer, isto ,

    essencialmente magia.

    Aqui vemos tambm a origem da astrologia, isto , do imaginar que os

    astros poderiam ter alguma influencia sobre o destino dos homens, e

    as praticas de adivinhaes correlatas.

    Vale ressaltar que, como vimos anteriormente, os

    corpos celestiais so governados pelos anjos. Assim

    sendo, a astrologia seria, de certa forma, uma

    idolatria indireta aos prprios anjos.

    Os sinais da terra representam a adorao aos

    elementos da terra, tais como o pantesmo, a

    bruxaria, entre outros. Isto tambm foi ensinado

    quela gerao por intermdio desses anjos cados.

    A Reao dos Arcanjos

    O Sefer Chanoch, no captulo 9, nos apresenta a reao dos demais

    arcanjos de Elohim:

    1 E ento Micha'el, Uri'el, e Gavri'el olharam para baixo, desde o

    Santurio Celestial, e viram o quanto de sangue era derramado

    sobre a terra, e toda terra estava coberta de transgresso da Tor

    e de violncia de modo que o pecado operava sobre ela.

  • pgina 45

    2 E ao ouvirem [o pranto], os quatro foram e disseram entre eles:

    "A voz e o choro dos filhos dos homens perecendo alcana os

    portes do cu.

    3 E agora perante vs, os santos do cu, as almas dos homens

    fazem petio e dizem: "Levai nossa causa perante o El-Elyon."

    4 E Refa'el e Micha'el disseram ao Adon HaOlam: "Nosso Grande

    Adon, Tu s o Adon HaOlam, Adonei HaAdonim, Elohei HaElohim,

    Melech HaM'lachim, e Elohim HaOlam, o trono da Tua glria

    permanece por todas as geraes dos sculos, e o Teu Nome

    sagrado e glorioso e bendito por todos os sculos!

    5 Tu fizeste todas as coisas, e tu tens poder sobre todas as coisas: e

    todas as coisas so reveladas e abertas perante a Tua viso, e Tu

    vs todas as coisas, e nada pode se ocultar de Ti.

    Aqui cabe um pequeno parntesis interessante: Reparem como esses

    anjos, que na verdade so arcanjos ou chefes de anjos das mais altas

    ordens celestiais, entram na presena do Eterno em profunda

    reverncia e adorao a Ele.

    Isto algo que chama nossa ateno, pois s vezes comeamos a orar

    j| dizendo Senhor, faz isto... como se estivssemos falando com um

    amigo da esquina, e no com o Senhor do Universo!

    Ora, se os anjos, com seu profundo relacionamento e proximidade com

    o Eterno, tm esta postura de profunda reverncia ao falar com o

    Eterno, quo maior deve ser a nossa prpria reverncia a Ele.

    No estamos aqui propondo frmula de orao, mas procurando

    apenas aprender com a postura dos anjos sobre como podemos ter

    uma postura de maior humildade e reconhecimento perante Ele.

    Continuemos:

  • pgina 46

    6 Tu vistes o que Azaz'el tem feito, e como ele ensinou toda

    iniqidade na terra e revelou os segredos eternos que esto no

    cu, os quais os homens estavam praticando.

    Temos aqui um dos que mais aprontou, pois alm da guerra e da

    seduo, Azazel ensinou aos homens a transgredirem o culto ao

    Eterno, buscando uma relao com o mundo espiritual que era

    diferente daquela que o Eterno havia determinado.

    7 E Shemichazah, a quem Tu concedeste autoridade para reinar

    sobre seus companheiros.

    Temos dois anjos mencionados aqui, Shemichaza como lder e Azazel,

    como o pior dentre os demais:

    8 E eles foram at as filhas dos homens sobre a terra, e dormiram

    com as mulheres, e se profanaram, e revelaram a eles toda sorte de

    pecados.

    9 E as mulheres conceberam gigantes, e toda a terra est portanto

    repleta de sangue e iniqidade.

    10 E agora, eis que as almas daqueles que morreram esto

    pranteando e apresentando a sua causa aos portes do cu, e o seu

    lamento ascendeu, e no pode cessar por causa das obras de

    transgresso Tor que so operadas na terra.

    11 E Tu conheces todas as coisas antes de ocorrerem, e Tu vs tais

    coisas e Tu sofres, e Tu no nos disseste o que devemos fazer

    acerca destas."

    Os anjos vo buscar do Eterno a instruo de qual seria a punio por

    esta segunda queda.

  • pgina 47

    A ttulo de curiosidade, vale mencionar que um dos pecados adicionais

    ensinados pelos Sentinelas s mulheres (citado no captulo 68) o

    ensinamento de como a matarem seus bebes antes de nascerem.

    A Punio da Segunda Queda

    Continuando no captulo 10, temos o seguinte:

    1 Ento disse o El-Elyon, o Grande e Sagrado falou, e enviou Uri'el

    ao filho de Lamech

    2 e disse a ele: "Vai at Noach e diz a ele em Meu Nome: 'Esconda-

    te' e revela a ele que o fim se aproxima; que toda terra ser

    destruda, e um dilvio est por vir sobre toda a terra e destruir

    tudo o que nela est.

    3 E agora instui ao homem justo para que ele possa escapar, e ao

    filho de Lamech para preservar a sua alma para a vida, e escapar

    permanentemente. E dele ser plantada uma planta e a sua

    semente ser preservada por todas as geraes do mundo."

    4 E novamente YHWH disse a Refa'el: "Amarra a mos e o p de

    Azaz'el, e lana-o na escurido. E faz uma abertura no deserto, o

    qual em Dudael, e lana-o l dentro.

    5 E coloca sobre ele rochas duras e espinhosas, e cobre-o com

    escurido, e que ele l habite para sempre, e cobre a sua face para

    que no veja a luz.

    6 E no dia do grande juzo ele ser lanado no fogo.Nesta passagem

    Azazel amarrado por Refael e lanado no deserto.

  • pgina 48

    Por que seria Refael encarregado de prender Azazel?

    Afinal, Refael, segundo n~o apenas o relato bblico de Toviyah (Tobias)

    e a tradio judaica, mas tambm pela prpria etimologia de seu nome

    (cura de El), um arcanjo responsvel por ministrar cura aos homens.

    Justamente porque a obra de Azazel gerou toda uma nova gama de

    enfermidades espirituais sobre os homens. Este lidar com o mundo

    espiritual por uma via tortuosa diferente da questo da idolatria.

    Uma coisa o falso culto, j praticado anteriormente pelos homens.

    Outra, todavia, a manipulao das regies e poderes celestiais por

    meio de magia e bruxaria, que Azazel ensinou.

    Essa nova fonte de doenas espirituais surgiu pela abertura de um

    canal espiritual tortuoso. Isto demandava uma cura. E esta a razo

    pela qual a reao se deu atravs de Refael.

    Aps isto, Azazel colocado no deserto e coberto de rochas.

    justamente deste fato que se origina o ritual do dia de Kipur. Nele,

    atribuda a Azazel toda a iniqidade que lhe seria imputada. O rito de

    Kipur, com o lanamento do bode para Azazel, que se despencava nas

    duras rochas justamente no local onde Azazel fora preso. No

    ritual, o pecado do povo era imputado a Azazel atravs deste ato

    simblico, pois foi ele o principal responsvel pelo ensino da

    desvirtuao dos caminhos espirituais.

    O imputar o pecado a Azazel n~o era entendido como uma forma de

    livrar a responsabilidade do homem, nem tampouco era Azazel a fonte

    da expiao do pecado o pecado de Kipur era expiado atravs do

    sacrifcio do outro bode. Esse imputar o pecado a Azazel tem o sentido

    de reconhecer a co-responsabilidade de Azazel na culpa pela

    desvirtuao da humanidade.

  • pgina 49

    Vale ressaltar que a raz Az tambm usada para

    a palavra bode. Na cultura canania, e isso pode

    ser visto ao longo da Bblia, havia os chamados

    seirim, que eram demnios que tinham aparncia de

    bodes.

    possvel que na origem disso esteja o culto a

    Azazel. O interessante que, quando os cruzados,

    que haviam estado na regio de Israel na Idade

    Mdia, foram torturados para confessar seus supostos

    crimes contra a Igreja de Roma, alm das confisses

    esperadas, todos mencionaram um nome curioso:

    Bafomet.

    At hoje, alguns grupos que se dizem descendentes,

    dos cruzados, como maonaria, o rosa-crucianismo,

    entre outros, fazem juramentos no altar de Bafomet,

    representado por um bode. Curiosamente, muitas das

    representaes de Bafomet trazem em sua imagem um

    pentagrama, que um dos principais smbolos da

    bruxaria. E como vimos, de fato a bruxaria oriunda

    dos ensinamentos de Azazel.

    Continuando, o Eterno fala a Refael:

    7 E cura a terra que os anjos corromperam, e proclama a cura da

    terra, para que eles possam curar a praga, e para que nenhum dos

    filhos dos homens venha a perecer atravs de todas as coisas

    secretas que as Sentinelas revelaram e ensinaram aos seus filhos.

    8 E toda a terra se corrompeu atravs das obras que foram

    ensinadas por Azazel: a ele atribui todos os pecados."

  • pgina 50

    9 E a Gavri'el, YHWH disse: "Procede contra os bastardos e contra

    os perversos, e contra os filhos da prostituio: e destri os filhos

    das Sentinelas dentre os homens. Manda-os um contra o outro

    para que possam se destruir mutuamente em uma guerra de

    destruio: e eles no tero dias extensos.

    10 E nenhum dos pedidos que os pais deles fizerem ser concedido

    em favor deles. Pois eles esperam viver uma vida eterna, e que

    cada um deles viver quinhentos anos."

    Uma das coisas que o Sefer Chanoch nos revela que os Sentinelas

    tinham grande apreo por seus filhos, os Nefilim, e que tentaram pedir

    por eles, para que fossem livrados da destruio. Os pedidos, todavia,

    so negados.

    O Espr i to do Falso Mashiach

    O texto do Sefer Chanoch continua:

    11 E YHWH disse a Micha'el: "Vai, e informa a Shemichazah e a seus

    companheiros que se uniram s mulheres de modo a se

    profanarem com elas em toda a sua imundcia.

    12 E quando os filhos deles morrerem, e eles tiverem visto a

    destruio dos seus amados, amarra-os firmemente por setenta

    geraes nos vales da terra, at o grande dia do juzo e da

    consumao deles, at o juzo que permanente for consumado.

    13 Naqueles dias eles sero conduzidos ao abismo de fogo, e ao

    tormento e a priso na qual sero confinados permanentemente.

  • pgina 51

    14 E todo o que existir, que ser condenado e destrudo, ser ento

    amarrado junto a eles at a destruio de toda a sua gerao e, no

    momento do juzo que Eu proferirei, perecero por todas as

    geraes.

    15 E destri todos os espritos dos perversos e dos filhos das

    Sentinelas, porque fizeram mal humanidade.

    16 E destri o mal da face da terra e que toda obra maligna cesse. E

    que a planta da justia e da verdade aparea, e ela provar ser

    bendita. As obras da justia e da verdade sero plantadas em

    verdade e jbilo para sempre.

    17 E ento todos os justos escaparo, e eles vivero at gerarem

    milhares. E todos os dias de sua juventude e de sua idade avanada

    sero completados em shalom.

    18 E ento toda a terra ser preenchida de justia, e ser

    totalmente plantada de rvores e ser plenamente abenoada.

    19 E todas as rvores sero plantadas nela, e eles plantaro videiras

    nela. E a videira que eles plantarem produziro vinho em

    abundncia; e quanto a toda semente que semeada nela, cada

    medida gerar mil, e cada medida de oliva gerar dez pores de

    leo.

    20 E limpa tu a terra de toda opresso, e de toda injustia, e de

    todo pecado, e de toda iniqidade. E destri toda impureza que

    operada, removendo-a de sobre a terra.

    21 E todos os filhos dos homens se tornaro justos, e todas as

    naes oferecero reverncia e Me louvaro, e todos Me adoraro.

  • pgina 52

    22 E a terra ser purificada de toda profanao, e de todo pecado,

    e de toda punio, e de todo tormento, e Eu nunca mais enviarei

    [um dilvio] sobre ela de gerao a gerao para sempre.".

    Atentemos ao passuk (versculo) 12. O Sefer Chanoch diz que os demais

    Sentinelas tambm seriam amarrados, assim como Azazel. Portanto,

    Shemichaza e os demais tambm foram amarrados e aprisionados, por

    setenta geraes. Ora, se contarmos setenta geraes a partir de

    Chanoch, chegamos concluso que exatamente uma gerao aps

    Yeshua e os Emissrios!

    Depois disto, na septuagsima gerao, foram soltos os Sentinelas, isto

    , Azazel, Shemichaza e os demais anjos cados.

    Mas ser que temos alguma coisa que indique que, de fato, aps

    aquele momento, a iniquidade aumentou sobre a terra?

    A resposta afirmativa. Pois esse libertar dessa gerao coincide

    exatamente coincide com a morte de Yaakov HaTsadik, o fim da

    gerao dos ltimos emissrios de Yeshua, e a destruio do Templo

    de Yerushalayim (Jerusalm). Vale at mesmo ressaltar que, desde tal

    momento, o ritual de envio do bode a Azazel n~o mais foi praticado,

    desde ento.

    E mais, Hegsipo, um dos primeiros seguidores de Yeshua, diz que:

    At aquele perodo [o final da vida dos primeiros

    Emissrios] a Assemblia permaneceu como uma virgem

    pura e incorrompida, pois se havia algumas pessoas

    dispostas a manipular a regra plena da proclamao da

    salvao, eles ainda andavam ocultados em lugares escuros

    de confinamento ou outros.

  • pgina 53

    Mas quando o bando sagrado dos Emissrios havia, de

    diversas formas, cessado de viver, ento a gerao de

    homens para quem havia sido confiado ouvir a sabedoria do

    Eterno com seus prprio ouvidos passou. Ento esta

    confederao de iniqidade se levantou atravs do engano de

    falsos mestres que, vendo que nenhum dos Emissrios

    sobrevivia mais, tentaram largamente erguerem suas cabeas

    em oposio proclamao da verdade, ao proclamarem um

    conhecimento que falsamente deram a si.

    Isto coincide com 2 Tessalonicenses - Tessalonissayah Beit, 2 que diz

    assim:

    07 Pois o mistrio da ira contra a Tor j opera; somente h um

    que agora o detm at que seja posto fora;

    Neste trecho, Shaul (Paulo) fala claramente de Yaakov HaTsadik,

    apesar de alguns autores afirmarem erroneamente que seriam o

    Esprito Santo. Yaakov HaTsadik, enquanto estava vivo, era respeitado

    como lder da kehil (assemblia) e perseverava por manter pura a f

    em Yeshua. O texto de Shaul (Paulo) continua:

    08 e ento ser revelado o inimigo da Tor, a quem o Senhor

    Yeshua matar como o sopro de sua boca e destruir com a

    manifestao da sua vinda;

    09 a esse inimigo da Tor cuja vinda segundo a eficcia de Satan

    com todo o poder e sinais e prodgios de mentira,

    10 e com todo o engano da oposio a Tor para os que morrem,

    porque no receberam o amor da verdade para serem salvos.

    Quem ento este inimigo da Tor no Sefer Chanoch?

  • pgina 54

    Ora, Yeshua nos revela em Matitiyahu (Mateus) 24 que os ltimos dias

    seriam como nos dias de Noach:

    37 Pois como foi dito nos dias de Noach, assim ser tambm a

    vinda do Filho do homem.

    Como vimos, nos dias de Noach, a prpria Tor nos revela que as

    Sentinelas causaram estragos inimaginveis. E o Sefer Chanoch nos

    revela que havia um que era conhecido como o inquo, aquele a

    quem a iniquidade fora imputada. Esse exatamente Azazel!

    No difcil percebermos que o esprito do Falso Mashiach, o chamado

    anti-cristo, exatamente o esprito de Azazel aquele que, desde o

    princpio, ensinou os homens a desvirtuarem a Tor e os caminhos

    celestiais!

    Podemos, portanto, perceber que a discuss~o de se o anti-cristo vir

    literalmente como homem, ou apenas a personificao de um poder,

    se torna secund|ria em relev}ncia. Afinal, Azazel, o esprito do falso

    mashiach, j est sendo adorado aqui e agora, e age em meio

    humanidade desde que foi libertado pouco aps a vinda de Yeshua.

    Ser coincidncia que Yeshua veio estabelecer um caminho de salvao

    para a humanidade imediatamente antes desses anjos serem

    novamente libertos de seus grilhes?

    No sabemos e nem esse o foco de nossa obra - se de fato Azazel

    tomar novamente a forma de um homem, ou se permanecer como

    uma espcie de iminncia parda por traz de um sistema poltico-

    religioso. Todavia, isto no muda a verdade que est por vir. A verdade

    que muito em breve viveremos o domnio e a fria de Azazel contra

    aqueles que se recusam a se dobrarem perante ele.

    Ser| que igualmente surpreendente que Azazel esteja por traz da

    bruxaria, das guerras e da seduo e que nos dias de hoje estejamos

  • pgina 55

    vendo cada vez mais permear de bruxaria, cada vez mais guerras e que

    a sexualidade esteja hoje atingindo seus nveis mais perversos? Ser

    coincidncia, ou ser um indcio de que nos aproximamos do pice do

    Reino de Azazel?

    No estudo dos Selos de Apocalipse/Guilyana, vimos como na ocasio da

    vinda de Yeshua at o final dos Emissrios, foi oferecido o Reino do

    Eterno a Israel. Caso no aceitassem, como de fato no aceitaram,

    seria oferecido de novo para outra gerao.

    Se Israel tivesse aceitado o Reino, o final do perodo das setenta

    geraes das sentinelas teria justamente coincidido com o Dia do

    Juzo, que anteceder o Reino de Yeshua.

    Se isso tivesse ocorrido, e se a oferta do Eterno tivesse sido aceita,

    ento as sentinelas no teriam tido liberdade para agir, pois seriam

    imediatamente julgadas ao final do perodo estipulado das setenta

    geraes. Como n~o houve a aceita~o do Reino, eles puderam sair

    aps o perodo das setenta geraes, graas a esse um intervalo entre

    a mensagem e a aceitao do Reino.

    Em outras palavras, se vemos o mal se alastrar novamente sobre a

    terra, s temos por culpar prpria teimosia do homem, que no se

    dispe a seguir os caminhos de Elohim.

    Podemos, portanto, dizer que estamos vivendo uma espcie de limbo

    espiritual (falando figurativamente, e aproveitando a figura de

    linguagem da palavra em questo) no sentido de que vivemos nesse

    hiato do tempo. Como vimos em nosso estudo de Guilyana

    (Apocalipse), por causa deste intervalo, a oferta do Reino ficou para

    ser aceita novamente, em um perodo posterior. Isso nos d a idia da

    responsabilidade que temos sobre ns.

  • pgina 56

    Satan e os Anjos da Segunda

    Queda

    No captulo 54, temos mais uma informao importante acerca do

    destino dos anjos da segunda queda:1

    4 E eu perguntei ao anjo de shalom que ia comigo, dizendo: "Para

    quem so preparadas essas cadeias?"

    5 E ele me disse: "Estas so preparadas para as hostes de Azaz'el,

    para que possam tom-los e lan-los no abismo da condenao

    completa, e eles cobriro suas mandbulas com pedras speras

    conforme YHWH Tseva'ot ordenara.

    6 E Micha'el e Gavri'el e Rafa'el e Penu'el os apreendero naquele

    grande dia, e os lanaro naquele dia na fornalha ardente, para

    que YHWH Tseva'ot se vingue deles por sua iniqidade em se

    tornarem sujeitos a Satan e desviarem os que habitam na terra.

    A partir do momento que estes anjos caram e se corromperam,

    segundo o Sefer Chanoch, eles se tornaram sujeitos a Satan. Ento,

    Heilel Ben Shachar acabou fazendo uma aliana com Shemichaza e

    com Azazel. Esses dois ltimos se tornaram servos de Heilel/Samael.

    Provavelmente, Samael os convenceu de que eles poderiam livrados

    da punio caso se aliassem a ele. Certamente, Samael mostrou a eles

    seu poderoso destacamento de anjos e props governarem juntos o

    mundo, como uma espcie de aliana governamental: Uma trindade ou

    trade de seres inquos que iriam governar o mundo.

    Podemos, portanto, perceber que aps a gerao dos emissrios de

    Yeshua, as hostes de Samael ganharam um reforo consider|vel dos

  • pgina 57

    Sentinelas e seus anjos. Mas, mesmo antes disso como veremos mais

    adiante os Nefilim j| estavam { disposi~o de Samael, pois n~o foram

    aprisionados juntamente como os Sentinelas.

    No capitulo 69, h a meno dos Sentinelas agindo depois do juzo de

    setenta geraes, isto , j no nosso tempo.

    1 E depois desse juzo eles os aterrorizaro e os faro tremer,

    porque revelaram isso queles que habitam sobre a terra.

    2 E eis os nomes daqueles anjos, e estes so os seus nomes: O

    primeiro deles Shemichazah, o segundo Ar'tekif, o terceiro

    Ramt'el, o quarto Kokav'el, o quinto Tami'el, o sexto Ram'el, o

    stimo Dani'el, o oitavo Ziki'el,o nono Barak'el, o dcimo Azaz'el, o

    dcimo-primeiro Hermoni, o dcimo-segundo Matr'el, o dcimo-

    terceiro Anan'el, o dcimo-quarto Sitwa'el, o dcimo-quinto

    Shimsh'el, o dcimo-sexto Sahr'el, o dcimo-stimo Tam'el, o

    dcimo-oitavo Tur'el, o dcimo-nono Yami'el, o vigsimo Zohari'el.

    3 E estes so os chefes de seus anjos e os seus nomes, e os chefes

    sobre cem e sobre cinqenta e sobre dez.

    4 O nome do primeiro Yekon, isto , aquele que desviou os filhos de

    Elohim, e os fez descer terra, e os desviou atravs das filhas dos

    homens.

    Estes j so anjos comandados destes anjos principais. Estes anjos

    tinham destacamentos com quantidades de 100, 50 e 10 anjos.

    Portanto, aqui j temos uma meno a uma outra srie de anjos que

    praticaram outras iniqidades. Yekon provavelmente quem teve a

    idia de descer a terra e tomar as filhas dos homens.

    5 E o segundo era chamado Asbe'el: ele deu aos santos filhos de

    Elohim conselho maligno, e os desviou para que profanassem seus

    corpos com as filhas dos homens.

  • pgina 58

    6 E o terceiro era chamado Gadre'el: foi ele quem mostrou aos

    filhos dos homens os golpes da morte, e desviou Chav, e mostrou

    aos filhos dos homens os instrumentos de morte, e o escudo e a

    cota de malha, e a espada para a batalha, e todas as armas de

    morte aos filhos dos homens.

    7 E de sua mo procederam contra aqueles que habitam na terra

    desde aquele dia e para sempre

    Vale aqui uma pequena observao: Quando o texto diz que

    Gadre'el "desviou Chav [Eva]", trata-se de uma expresso

    idiomtica que se refere ao fato de que este anjo teria desviado as

    mulheres de sua gerao.

    8 E o quarto era chamado Penemue: ele ensinou os filhos dos

    homens [as ervas] doces e amargas, e ensinou a eles todos os

    segredos de sua sabedoria.

    9 Ele ensinou os homens a escreverem com tinta e perg