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O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO Pastor Daniel de A. Durand (bacharel em teologia pela FAK). Procurando ser o mais bíblico possível, venho aqui transmitir aquilo que as Escrituras narram sobre tal experiência relatada pelos pentecostais como “batismo com o Espírito Santo”. Tento aqui evitar ser tendencioso aos pensamentos pentecostais ou tradicionais sobre assunto. Mas, vejo que possa ajudar a esclarecer sobre o assunto a todos aqueles que buscam um pentecostalismo ou continuísmo moderado.  A ORIGEM DA DOUTRINA DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO  A palavra “batismo” tem o sentido de mergulho, imersão, é uma comparação feita pelo profeta João Batista ao que ele fazia com as pessoas quando eram imersas em águas pelo batismo para arrependimento, criado por ele próprio. Referindo-se ao messias ele afirmou: Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo . (Mt.3.11). Para entendermos o batismo com o Espírito Santo, temos que verificar a comparação que João Batista faz entre o batismo com água para o arrependimento e o batismo com o Espírito Santo. Ele trabalhava o arrependimento das pessoas, a mudança de suas vidas, mas as águas pouco fariam essa mudança, pois eram externas. Quando falou do messias prometido, João Batista mostra que ele seria superior. Isto é, que faria muito mais do que mergulhar pessoas em águas, muito mais do que um banho exterior, mas um mergulho em um ambiente do Espírito Santo. Obviamente, pelo contexto, para realizar o mesmo fim: o arrependimento (cf. Mc.1.4). Já não um arrependimento exterior, mas interior, por ser agora de ação divina na alma humana promovendo a sua conversão. Cujo autor seria o messias: Jesus. Por obra do instrumento do Espírito Santo. Conseqüentemente, batizaria com fogo, isto é, com juízo, os réprobos, os que não crêem para salvação, os não conversos. O versículo 12 João explana o batismo “com fogo” comparando a um hábito comum da palestina quando o homem do campo colhia “o seu trigo no celeiro”. Já a palha, era o bagaço do trigo moído na eira que, quando jogado ao ar, o vento separava a palha do trigo e depois era varrida e jogada ao fogo. O trigo seria justamente aqueles que, por resultado do batismo de Jesus (com o Espírito Santo), são conversos, transformados.  Assim, o batismo com o Espírito Santo, em primeiro lugar, é a obra de conversão, de arrependimento, na vida do pecador rendido aos pés de Cristo. Onde o Espírito Santo passa a fazer morada. Quando o messias começa o seu ministério pelo qual João Batista havia revelado que ele batizaria com o Espírito Santo, tal profecia não se cumpriu logo. Era necessário que o messias cumprisse o seu ministério terreno, fosse morto pelos pecados (cf. Is.53.5-7), ressuscitasse, para garantir a justificação dos eleitos (cf. Rm.4.25), para que depois disso feito, os seus escolhidos pudessem receber essa promessa. Jesus falou que a conversão

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O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTOPastor Daniel de A. Durand (bacharel em teologia pela FAK).

Procurando ser o mais bíblico possível, venho aqui transmitir aquilo que as Escrituras

narram sobre tal experiência relatada pelos pentecostais como “batismo com o   EspíritoSanto”. Tento aqui evitar ser tendencioso aos pensamentos pentecostais ou tradicionaissobre assunto. Mas, vejo que possa ajudar a esclarecer sobre o assunto a todos aquelesque buscam um pentecostalismo ou continuísmo moderado.

 A ORIGEM DA DOUTRINA DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

 A palavra “batismo” tem o sentido de mergulho, imersão, é uma comparação feita pelo

profeta João Batista ao que ele fazia com as pessoas quando eram imersas em águas pelobatismo para arrependimento, criado por ele próprio. Referindo-se ao messias ele afirmou:“Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim émais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com oEspírito Santo e com fogo”. (Mt.3.11).

Para entendermos o batismo com o Espírito Santo, temos que verificar a comparação queJoão Batista faz entre o batismo com água para o arrependimento e o batismo com oEspírito Santo. Ele trabalhava o arrependimento das pessoas, a mudança de suas vidas,mas as águas pouco fariam essa mudança, pois eram externas. Quando falou do messiasprometido, João Batista mostra que ele seria superior. Isto é, que faria muito mais do que

mergulhar pessoas em águas, muito mais do que um banho exterior, mas um mergulho emum ambiente do Espírito Santo. Obviamente, pelo contexto, para realizar o mesmo fim: oarrependimento (cf. Mc.1.4). Já não um arrependimento exterior, mas interior, por seragora de ação divina na alma humana promovendo a sua conversão. Cujo autor seria omessias: Jesus. Por obra do instrumento do Espírito Santo. Conseqüentemente, batizariacom fogo, isto é, com juízo, os réprobos, os que não crêem para salvação, os nãoconversos. O versículo 12 João explana o batismo “com fogo”  comparando a um hábitocomum da palestina quando o homem do campo colhia “o seu trigo no celeiro”. Já a palha,era o bagaço do trigo moído na eira que, quando jogado ao ar, o vento separava a palha

do trigo e depois era varrida e jogada ao fogo. O trigo seria justamente aqueles que, porresultado do batismo de Jesus (com o Espírito Santo), são conversos, transformados. Assim, o batismo com o Espírito Santo, em primeiro lugar, é a obra de conversão, dearrependimento, na vida do pecador rendido aos pés de Cristo. Onde o Espírito Santopassa a fazer morada.

Quando o messias começa o seu ministério pelo qual João Batista havia revelado que elebatizaria com o Espírito Santo, tal profecia não se cumpriu logo. Era necessário que omessias cumprisse o seu ministério terreno, fosse morto pelos pecados (cf. Is.53.5-7),ressuscitasse, para garantir a justificação dos eleitos (cf. Rm.4.25), para que depois disso

feito, os seus escolhidos pudessem receber essa promessa. Jesus falou que a conversão

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de Pedro aconteceria futuramente (cf. Lc.22.31,32). Por isso, no fim de seu ministérioterreno, Jesus declara aos seus primeiros discípulos: “... Paz seja convosco! Assim como oPai me enviou, eu também vos envio. E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes:Recebei o Espírito Santo”. (Jo.20.21,22). A palavra “recebei”, do grego “lambano”, quer

dizer literalmente “pegar ”. Na Bíblia de Estudo King James Atualizada comenta: “Essa nãofoi uma antecipação do Pentecostes (At.2.1-21), mas uma dádiva real do Espírito Santocom o objetivo de capacitar os discípulos, para o ministério a seguir”. (p.2058). E no

Comentário Bíblico de Mattew Henry diz: “Assim como o sopro do Todo-Poderoso deu vidaao homem e deu início ao mundo antigo, também o sopro do poderoso Salvador deu vidaaos seus ministros e deu início a um mundo novo, Jó 33.4 (versão RA)”. (p.1074).  O fatode Jesus ter soprado sobre os discípulos era um símbolo que ele estava fazendo daentrega do Espírito Santo para eles, por ter a palavra “espírito” nas línguas hebraicas egregas o significado de “vento”, “fôlego de ar”, “hálito”. Além de propriamente “mente”,

“espírito”, “temperamento”, e tantos outros significados que as línguas originais dão. 

Entretanto, em outro momento, ele promete aos seus seguidores: “Eis que envio sobre vósa promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos depoder ”. (Lc.24.49). E estando com seus discípulos ele diz ainda: “mas recebereis poder, aodescer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém comoem toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra ” ( At.1.8). Fazendo uma relaçãoentre as passagens supracitadas entendo que o que aconteceu em Pentecostes foi umaextensão do que aconteceu quando Jesus apareceu a eles ressuscitado. Sendo:

No primeiro momento (Jo.20.21,22), uma obra de arrependimento, de conversão. Pois, oEspírito Santo é dado aos apóstolos. Isso significa que eles foram transformados (Tt.3.5).Devemos considerar o fato de que a presença do Espírito Santo dentro do ser humanoenvolve a conversão deste. A Bíblia diz: “Porei dentro de vós o meu Espírito e farei queandeis nos meus estatutos, guardeis os meus  juízos e os observeis”. (Ez.36.27). Ora,Jesus não passaria 40 dias ainda com pessoas não transformadas, (cf. At.1.3). Temos aquiuma evidência da conversão dos apóstolos antes do Pentecostes. Vejamos esta outrapassagem: “Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras”

(Lc.24.45). Em Atos 26.18 fala algo semelhante referindo-se a conversão: “para lhesabrires os olhos e os converteres das trevas para a luz...”. Temos ainda esta declaração dePaulo: “nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhesnão resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus ”.(2Co.4.4).

No segundo momento (Lc.24.49; At.1.8), os apóstolos são “revestidos”, trata-se de um“entrar” (como numa roupa), “vestir”, “vestir -se”  (significado grego do verbo “enduo”); depoder, força, habilidade (significado grego do substantivo “dunamis”). Como está nostextos: “revestidos [enduo] de poder [dunamis]” e “recebereis poder [dunamis]”. 

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 UM CONFLITO TEOLÓGICO E POSSÍVEIS RESPOSTAS

Em Atos 1.5 o escritor do NT trás um conflito quando encontramos o relato de que Jesus

ressurreto declara aos seus discípulos: “Porque João, na verdade, batizou com água, masvós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias”.  Aqui, Lucasassocia o batismo com o Espírito Santo citado em Mateus 3.11 ao advento do dia dePentecostes e não leva em conta o relato de João 20.21,22. Como explicar isso? Bom,vejamos as opções:

1) O batismo com o Espírito Santo é uma obra estritamente ligada ao novo

nascimento. Essa opção entra em conflito com as passagens de Lucas 24.49 e Atos1.8. A conversão dos apóstolos ocorre quando Jesus aparece ressuscitado dando-lheso Espírito Santo, conforme vimos anteriormente. E os demais discípulos que estavam

presentes no dia de Pentecostes? Eles provaram tanto do novo nascimento aoreceberem o Espírito Santo como do revestimento de poder. Com suas devidasevidências.

2) Jesus falou alegoricamente em João 20.21,22. Pouco provável. Levando emconsideração a estrutura exegética do texto e seu contexto.

3) Tratava-se de uma preparação para o que iria acontecer dias depois na festa de

Pentecostes. Como alguém que termina uma formatura, mas só é tido formalmentecomo formado quando passa pela cerimônia de graduação. Pouco provável tambémpelos mesmos motivos da opção 2.

4) Eles receberam o Espírito Santo após a ressurreição de Jesus e no dia dePentecostes formalizou-se com a descida do Espírito Santo na Terra. Essa opçãoé relevante. Pois, Jesus prometeu que quando fosse para o Pai, ele enviaria oConsolador (cf. Jo.16.7).

5) Jesus deu aos apóstolos uma porção do Espírito Santo, para que no dia de

Pentecostes fosse recebido plenamente.  Essa opção também é relevante. Pormotivos que veremos mais adiante.

6) Eles já estavam com o Espírito Santo, lhes restava serem batizados “com”  o

Espírito Santo. Essa opção também é relevante uma vez que os apóstolos já recebemo Espírito Santo como vimos anteriormente.

7) O Batismo com o Espírito Santo é uma obra dupla, tanto de conversão quanto de

recebimento ou revestimento de poder. Verdade, esse fato ocorreu em Atos 10.44-48. Onde as pessoas tanto se converteram como receberam o revestimento de poder.Lembrando que a maioria dos 120 discípulos que estavam reunidos em Pentecostesnão esteve no momento onde Cristo soprou sobre os apóstolos dando-lhes o EspíritoSanto. Isso significa que esses provaram das duas experiências ao mesmo tempo. Jáos apóstolos receberam o Espírito Santo por ocasião da manifestação do Cristoressurreto. E depois, em Pentecostes eles são revestidos de poder na descida doEspírito Santo a Terra.

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O batismo com o Espírito Santo foi e é uma experiência que o cristão tem com Jesus: Noprimeiro momento, o recebimento do Espírito Santo em sua vida, vindo-lhe oarrependimento e a conversão (cf. At.8.15-17). E no segundo momento, um vestir-se depoder, força e habilidade para fins proveitosos no reino de Deus. E podendo acontecer

tudo ao mesmo tempo, como vemos em todo o livro de Atos dos Apóstolos.

 AS EVIDÊNCIAS DO REVESTIMENTO OU RECEBIMENTO DE PODER

O credo pentecostal comumente declara que a evidência “inicial” do revestimento de poderé o falar em outras línguas ou línguas desconhecidas, diferentes, estranhas. O que bitolaos cristãos a terem que falar línguas de qualquer jeito para que se comprove que foram“batizados com o Espírito Santo”. O fato é que nem Pedro, nem Tiago, nem João, nemPaulo, nenhum dos outros apóstolos e escritores do NT alegaram isso por escrito comonorma da igreja.

O que temos pelo apurado que fazemos do advento da descida do Espírito Santo sobre aigreja de Jesus na narrativa de Lucas, quando escreve Atos dos Apóstolos capítulo 2.1-14,é que não há apenas uma evidência, mais várias. Confira comigo a seguir:

1  – Ser cheio do Espírito Santo: “Todos ficaram cheios do Espírito Santo”. (v.4a). Sercheio, do grego “pletho”: preencher, ser completado, ser preenchido. Concordando com oque falei anteriormente explicando sobre o conflito de Atos 1.5 com Jo.20.22 na opção 5.Paulo faz menção desse enchimento do Espírito fazendo comparação com o vinho: “E não

vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Efésios5.18). Na escolhas dos diáconos, foi posto como requisito essa evidência: “Mas, irmãos,escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aosquais encarregaremos deste serviço”. ( At.6.3).

2  – Falar em língua diferente: “e passaram a falar em outras [heteros] línguas [glossa]”.

(v.4b). O substantivo grego “glossa” de suas definições primárias, tem uma definição

interessante, que é “dialeto diferente dos usados por outras nações”.  Acompanhada dapalavra grega “heteros” que poder ser definida como “diferente” facilita ainda mais a

conclusão de que essa evidência não se trata de um falar em línguas de outras nações.Nesse momento não. Em Marcos 16.16 diz: “Estes sinais hão de acompanhar aqueles quecrêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas”. Essa expressão final(sublinhada) reafirma minha interpretação. Vem do grego “kainos glossa”, onde “kainos” se

define como: “NOVA - recentemente feita, fresca, recente, não usada, não surrada”  etambém: “de um novo tipo, sem precedente, nova, recente, incomum, desconhecida”. 

3  –  Falar em língua estrangeira: “os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua[dialektos] materna?” (v.8).  Esse outro substantivo grego “dialektos” tem um significadomais costumeiro e usual para se referir a idiomas de outras nações. O léxico grego Strong

define como “língua ou a linguagem própria de cada povo”. 

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4  – Derramar de coração: “Outros, porém, zombando, diziam: Estão embriagados!” (v.13).Essa observação de terceiros foi feita em outra narrativa bíblica quando Ana orava a Deuspedindo-lhe um filho. Em 1 Samuel 1.10-15 podemos observar que algo semelhanteacontecia com os discípulos naquele fatídico dia de Pentecostes. No verso 15 a resposta

de Ana a acusação do sacerdote de “embriagues” é salutar ao nosso estudo. Ela declarou:“venho derramando a minha alma perante o SENHOR”. 

5  – Ousadia e confiança no falar de Jesus: “Então, se levantou Pedro, com os onze; e,erguendo a voz...” (v.14a). Pedro havia negado Jesus três vezes. Mas, nesse momento,sua palavra não é mais de negação. Porém de confissão de fé, ousadia, confiança.

6  –  E ainda, quando pregava a multidão que atentamente o ouvia naquele dia dePentecostes, o apóstolo Pedro fez menção a uma profecia de Joel que estava secumprindo naquele dia. Pois ele disse: “Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do

profeta Joel: E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espíritosobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões,e sonharão vossos velhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramareido meu Espírito naqueles dias, e profetizarão”. (At.2.16-18). Observe que há mais outrasevidências do batismo com o Espírito Santo com revestimento de poder nesse texto, quesão: profecias, visões e sonhos. E que no advento do Espírito Santo em Pentecostesnão são narradas por Lucas.

Quaisquer umas dessas evidências podem confirmar que um cristão tenha passado pelo

revestimento de poder. Não é necessário que aconteça todas as evidências. Pois nãoexiste nenhuma norma por escrito no NT que diga que assim aconteça. Nem mesmo noPentecostes ocorreram todas as evidências, como vimos acima. Em Atos 10.44-48 há aocorrência em que a evidência foi “falar em língua diferente” e “magnificar a Deus”, masnão fala se houve as outras evidências. O mesmo também ocorre no caso de algunsdiscípulos de Apolo que não conheciam o Espírito Santo. Então Paulo ora para eles serembatizados com o Espírito Santo e revestidos de poder. Porém, as evidências foram: “falar

em língua diferente” e “profetizar” (cf.  At.19.1-6). E há caso que as pessoas receberam oEspírito Santo e foram revestidos de poder ao mesmo tempo, mas Lucas não expõe comdetalhes quais foram as evidências (cf. At.8.4-19). Na Bíblia de Estudo King Jamescomenta Atos 8.16: “Em Atos, o recebimento do Espírito Santo tem como evidência iniciala manifestação de algum dom do Espírito. (p.2087).

Enfim, o batismo com o Espírito Santo tanto está ligado ao arrependimento, à conversãoquanto ligado ao vestir-se de poder, força e habilidade (cf. At.11.15,16; 15.8) e por issodeve ser buscado por cada cristão. Onde as evidências são várias e que podem serpercebidas pela Igreja e também pelos descrentes que determinada pessoa provou de talexperiência. Sem falar da evidência da conversão, do arrependimento, que é o abandonoda vida mundana, largar uma vida de prática do pecado (1Jo.3.9). Evidência de ter

recebido o Espírito Santo (cf. Rm.8.9; 1Co.6.18,19).

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 BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO É FALAR EM LÍNGUAS?

“Têm todos dons de curar? Falam todos em outras línguas? Interpretam-nas todos?”

(1Co.12.30).

 A formulação dessa pergunta nasce daquilo que foi normatizado no pentecostalismo queas “línguas estranhas” ou “línguas diferentes” é o batismo com o Espírito Santo. Entretanto,brilhantemente o apóstolo Paulo responde e quebra essa padronização pentecostalusando a figura de retórica da interrogação. Pois, Paulo aqui “encerra uma conclusão

evidente” (Hermenêutica  – editora Vida, por E. Lound / P. C. Nelson, página 87). QuandoEle pergunta: “Falam todos em outras línguas?” Equivale a dizer que nem todos falam em

outras línguas.

Talvez os pentecostais vão dizer que nesse texto as línguas estão como dom e as línguasque ocorrem no batismo com o Espírito Santo é a evidência do batismo. Isto é, existem aslínguas como sinal do batismo com o Espírito Santo e o dom de línguas. Bom, hácontroversa aqui. Qual a base bíblica que faz essa diferença? Ou qual a base bíblica quediga que uma língua é sinal e a outra é dom? Ora, está também nas evidências do batismocom o Espírito Santo com revestimento de poder o “profetizar ”,  conforme já vimosanteriormente. E profetizar é relatado como dom também (cf. Rm.12.6). Enfim, a Bíblia nãofaz essa distinção.

Portanto, o batismo com o Espírito Santo com revestimento de poder não é exatamente enem unicamente falar em outras línguas, existem outras evidências como já vimos aqui. Asnovas línguas ou línguas diferentes normatizadas como “evidência inicial” é um dogma dopentecostalismo. E não uma norma bíblica.

HÁ TRÊS BATISMOS?

Não exatamente. O batismo nas águas é símbolo da conversão e batismo com o EspíritoSanto é a conversão propriamente dita; seguida de recebimento de poder (Atos 1.8) ourevestimento de poder (Lc.24.49). Separamos os acontecimentos para estudarmosdetalhadamente cada momento.

 A Bíblia nos fala que: “há um só Senhor, uma só fé, um só batismo”. (Efésios 4.5). Também diz: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um sóEspírito”. (1 Coríntios 12.13). E diz: “em quem também vós, depois que ouvistes a palavrada verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados como Santo Espírito da promessa”. (Efésios 1.13). E ainda diz: “porque todos quantos fostesbatizados em Cristo de Cristo vos revestistes”. (Gálatas 3.27). Portanto, o batismo: com

águas, com o Espírito Santo seguido do revestimento de poder, trata-se de uma mesma

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doutrina que tem desdobramentos diferentes: símbolo da conversão ou arrependimento,conversão e revestimento de poder.

 A ATUALIDADE DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO COM REVESTIMENTO DE

PODER

 A Palavra de Deus diz: “Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e paratodos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar ”.(At.2.39). Com essas palavras o apóstolo Pedro chega ao fim de sua pregaçãoabrangendo a todas as gerações de cristãos a promessa citada por ele do profeta Joel (cf.2.28,29), onde fala sobre o derramamento do Espírito. De fato, o batismo com o EspíritoSanto com revestimento de poder é uma promessa para todos os cristãos em todas asépocas. E negar as evidências do revestimento de poder venham a acontecer hoje édesconsiderar essa declaração de Pedro. E associar o batismo com o Espírito Santo

unicamente a conversão ficaria a dificuldade de ter que provar biblicamente isso.

O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO COM REVESTIMENTO DE PODER NA VIDA DOCRISTÃO E NA IGREJA LOCAL

 A vida do cristão batizado com o Espírito Santo em toda a sua plenitude (não só aconversão, mas o revestimento de poder) leva-o a sensíveis mudanças em seu cotidianodentro do corpo de Cristo, principalmente na igreja local. Sua participação, o serviço, otestemunho se tornam muito mais presentes nos trabalhos evangelísticos, sociais e de

discipulado de uma congregação.

 Aquele que foi batizado com o Espírito Santo sendo revestido de poder, seu envolvimentocom o reino de Deus se torna maior que o envolvimento com sua vida particular. Aconteceuma invertida de prioridades. Cujas espirituais vêem em primeiro lugar. Os dons espirituaissão manifestos em sua vida tendo um objetivo específico na igreja, no corpo de Cristo: “ Amanifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso”. (1Coríntios

12.7). Daí, ele não vai mais depender somente de talentos naturais para fazer a obra deDeus. Isso é muito edificante para a igreja local.

 A preservação disso tudo em sua vida é de vital importância. E assim como o cristão naconversão deve perseverar e desenvolver na salvação, o mesmo ocorre com orevestimento de poder. O cultivo contínuo da oração, da leitura da Palavra, da comunhãocom os santos, da santificação e da adoração lhe trará sustento necessário por toda acaminhada.

 A ORAÇÃO POR REVESTIMENTO DE PODER DEVE SER FEITA?

Como vimos aqui, na igreja de Atos, quando o Espírito Santo era dado, já acompanhava o

revestimento de poder. Hoje, na igreja pós-moderna, os fatos não ocorrem do mesmo jeito,Infelizmente. Esse assunto ficou por demais esquecido e até desacreditado pelos séculos

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seguintes da era apostólica. Atualmente as pessoas se entregam a Jesus, mas não vemosa manifestação de nenhum dom do Espírito ou evidência conforme ocorreram em Atos. Porisso, é necessário que se ore para que os crentes em Jesus sejam revestidos de poder. Eapenas ore, deixe que o Espírito de Deus faça a parte dele. O que está buscando: tenha fé

na promessa e busque com todo o coração. Se consagre ao Senhor, seja um cristão fiel,persevere na busca pelo revestimento de poder que Deus lhe ouvirá dos céus. E asevidências irão se manifestar. Quaisquer que sejam.

Obras consultadas:

Bíblia digital Online, versão 3.0 com léxico do grego e hebraico.Bíblia Almeida Revista e AtualizadaBíblia Almeida Revista e CorrigidaComentário Bíblico de Mattew Henry

Bíblia de Estudo King James Atualizada (em português)Hermenêutica – editora Vida, por E. Lound / P. C. Nelson