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BECo com Saída 2.6 A Adoração ao Santíssimo Sacramento Um encontro com “Jesus Escondido”

BECo 2.6 compreensão

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BECo com Saída 2.6 A Adoração ao Santíssimo

SacramentoUm encontro com “Jesus Escondido”

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ENCONTRO 1. CompreensãoFrancisco (um dos três pastorinhos de Fátima) passava muito tempo a fazer companhia ao “Jesus Escondido” no sacrário… “O Senhor nosso Deus é o único Senhor; amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças. O segundo [mandamento] é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que estes.» (Mc 12, 29-31). Assim resumiu Jesus o “essencial” de toda a Lei: amar a Deus… no próximo! Ora, é aqui que encaixa igualmente a compreensão do verdo “adorar” quando aplicado a Deus: adorar a Deus é reconhecê-lo naquilo que Ele é (reconhecê-lO como Deus), como o Criador e o Salvador, o Senhor e o Mestre de tudo o que existe, o Amor in�nito e misericordioso. “Adorarás o senhor teu Deus, e só a ele prestarás culto” (Lc 4,8), diz Jesus, citando o Deuteronómio (6,13). Este é o “primeiro e maior” mandamento. Adorar a Deus é também reconhecermos o “pequeno nada” que somos como criaturas, reconhecermos que nada existe a não ser por vontade de Deus, que é n’Ele que tudo o que existe vai ”beber” a “razão última” da sua existência. Adorar a Deus é, como Maria no Magni�cat, louvá-lO, exaltá-lO e humilhar-se a si mesmo, confessando com gratidão que Ele fez grandes coisas e que o Seu nome é Santo (e que, por isso, não deve ser “invocado em vão”). A adoração exige amor extremo, sem reservas, fazendo com que a pessoa seja levada a reverenciar a Deus com orações sinceras, com uma devoção pura e com a honra (solenidade) devida.

A adoração do Deus único liberta o homem de se fechar em si mesmo,da escravidão do pecado e da idolatria do mundo.”

(Catecismo da Igreja Católica, nºs. 2096 e 2097).

Porque adoramos a Deus?Adoramos a Deus porque Ele existe e porque o respeito e a adoração são a respostaapropriada à Sua manifestação e à Sua presença. «Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a Eleprestarás culto.» (Mt 4, 10) A adoração de Deus serve também o ser humano, pois liberta-oda escravidão dos poderes deste mundo. Onde Deus já não é adorado ou não éconsiderado o Senhor da vida e da morte, ocupam outros o Seu lugar e a dignidade humanaé colocada em risco. (YouCat, pergunta 353)

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Assim, sempre que estivermos perante o Santíssimo Sacramento, esteja Ele exposto ou no sacrário, devemos colocar-nos numa atitude de despojamento, de recolhimento, desilêncio… e professarmos a fé na Sua presença no pão e no vinho que para nós são Corpo e Sangue de Jesus Cristo. Por isso, uma das mais simples, mais belas e mais antigas orações que costumam ser recitadas nestes “encontros especiais” com Jesus diz o seguinte:

“Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos; peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam…”

2. Como adorar?

Quando estamos em adoração, estamos a reconhecer Jesus como nosso único Senhor e Salvador. Estar em adoração é despojar-se de si e entregar-Se totalmente a Ele. É fazer-se humilde, como os três reis magos, e entregarmos a Jesus tudo o que temos de mais valor. É dizer sempre "Onde está o Rei? Viemos adorá-lo!" (Mt 2,2). É assumirmos que somos pecadores e dizermos humildemente, como o cego de Jericó:

"Jesus, �lho de David, tem compaixão de mim!" (Mc 10,47) e con�ar na sua misericórdia. É louvar a Deus por todas as graças que Ele derrama na nossa vida: “Hossana ao Filho de David! Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor! Hossana nas alturas!” (Mt 21,9).

3. Quando é que se adora Deus/Jesus?

A adoração exprime-se nas diversas formas de devoção eucarística:na Celebração Eucarística: no momento da transubstanciação (mudança da substância do pão e vinho na substância do corpo e sangue de Jesus Cristo no acto da consagração) e da elevação;na exposição do Santíssimo Sacramento: quando o corpo de Cristo (Eucaristia) é exposta num ostensório (“Sagrada Custódia”);na visita ao Sacrário: nos momentos em que a Igreja está aberta, quando visitamos Jesus presente no sacrário para nossa adoração;na genu�exão (acto de ajoelhar) diante do Sacrário: dobrar o joelho até ao chão ao passar em frente ao Santíssimo Sacramento quando estiver exposto ou no sacrário é um sinal claro de adoração/respeito profundo pela Sua presença;na adoração da Cruz: especialmente em Sexta-Feira Santa, na Celebração da Paixão, em que a Liturgia nos convida a uma especial veneração/adoração da Cruz de Jesus, cuja morte nesse dia se recorda de forma mais particular/intensa.

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4. “Adoração do Santíssimo Sacramento”. O que é? Como organizar/preparar?

O Rito da Exposição e Bênção do Santíssimo Sacramento, previsto no Ritual Romano (ver, a este respeito, http://www.liturgia.pt/rituais/CultoEucaristico.pdf, as páginas 76 e seguintes), consta de duas formas: a exposição simples e a exposição solene. Diferem-se porque a simples é feita com o Santíssimo no cibório (recipiente usado na liturgia para guardar hóstias eucarísticas), enquanto a solene é feita com o Santíssimo no ostensório (ou custódia, é uma peça de ourivesaria usada em actos de culto para expor solenemente a hóstia consagrada sobre o altar ou para a transportar solenemente em procissão).

A exposição simples pode ser feita por um sacerdote, por um diácono, ou, em casos extraordinários, por um leigo (Ministro Extraordinário da Comunhão). Sendo feita por um leigo, este não dá a bênção, terminando o rito com a mera reposição. A exposição solene só pode ser feita por um sacerdote ou por um diácono.

5. Qual o “esquema habitual” de uma Adoração do Santíssimo Sacramento?

Em ambas as formas atrás apontadas, segue-se sempre o mesmo esquema: (1) exposição, (2) adoração, (3) bênção, (4) reposição.

1. Exposição: o ministro (Sacerdote, Diácono ou Ministro Extraordinário da Comunhão) abre o sacrário e todos se ajoelham, em adoração ao Santíssimo Sacramento. Entoa-se um canto eucarístico, enquanto o ministro coloca o Santíssimo Sacramento no ostensório (“Sagrada Custódia”), e este em local bem visível a todos, em cima do altar.

2. Adoração: A adoração é livre e feita por cada um dos �éis: pode-se �car em silêncio, ler o Evangelho ou um livro de orações/espiritualidade. Pode-se também rezar um ofício da Liturgia das Horas, mas nunca celebrar a Eucaristia. Finda a adoração, o ministro aproxima-se do altar para a Bênção do Santíssimo Sacramento.

3.  Bênção: Todos cantam, de joelhos, diante do Santíssimo Sacramento, um hino eucarístico. No �m do cântico, e após recitadas algumas orações próprias deste momento, o ministro abençoa a assembleia com o Santíssimo Sacramento. Em seguida, podem-se fazer algumas preces.

4.  Reposição: Finda a bênção (e as preces, se existirem), o ministro toma o Santíssimo Sacramento e coloca-o novamente no Sacrário, enquanto se pode cantar um canto eucarístico.

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MUITO IMPORTANTE!: A exposição solene é feita SEMPRE por um Sacerdote, Diácono ou Ministro. TODO ESTE ESQUEMA/PROPOSTA DEVE SER COMBINADO Extraordinário da Comunhão, pelo que ANTECIPADAMENTE COM O TEU PÁROCO pois será da sua responsabilidade indicar quem será o Presidente na Celebração.

6. Desa�oUma vez que esta proposta de re�exão/formaçãosobre a Adoração do Santíssimo Sacramentoculminará na respectiva celebração, propomos aoAnimador que distribua as seguintes questões pelosseus jovens, pedindo-lhes que re�ictam nelas de modoa que, no dia da Celebração da Adoração do SantíssimoSacramento, eles as tragam consigo e possam, dessemodo, fazer este “exercício de re�exão” diante doSantíssimo Sacramento. (ver página seguinte)

ALGUMAS QUESTÕES PARA A REFLEXÃO PESSOAL DIANTE DO SANTÍSSIMO Imagina que é Jesus, presente no Santíssimo Sacramento, quem te faz as seguintes perguntas… o que Lhe responderias? Ora ouve o que Ele te diz…

Tens algum pedido em favor de alguém?Se sim, diz-me o que desejas que eu lhe faça. Pede muito. Não receies pedir. Conversa comigo, simples e francamente, sobre os pobres que gostarias de consolar, sobre os doentes que vês sofrer, sobre os desencaminhados que tanto desejas ver no caminho certo.

E tu, não precisas de alguma graça?Diz-me abertamente que te reconheces orgulhoso, egoísta, inconstante, negligente…E pede-me, então, que Eu venha em teu auxílio nos poucos ou muitos esforços que fazes para te livrares dessas faltas. Não te envergonhes! Há muitos justos, muitos santos no céu, que tinham exactamente os mesmos defeitos que tu. Mas pediram com humildade, e… pouco a pouco viram-se livres deles. O que necessitas precisamente hoje? Que posso fazer por ti? Ah, se soubesses quanto Eu desejo ajudar-te!

Andas preocupado com algum projecto?Conta-me. O que é que te preocupa? Que pensas? Que desejas? Que posso Eu fazer pelo teu irmão, pela tua irmã, pelos teus amigos, pela tua família, pelos teus professores/patrões? E não queres fazer um favor aos amigos que amas, mas que talvez vivam sem jamais pensarem em Diz-me, em que se detém hoje, de maneira especial, a tua atenção?Que desejas mais vivamente? Quais os meios que tens para alcançar? Conta-me se não consegues fazer o que desejas e Eu te indicarei as causas do insucesso.

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Por acaso estás triste ou mal-humorado?

Conta-me com todos os pormenores o que te entristece. Quem te feriu? Quem ofendeu o teu amor próprio? Quem te desprezou? Conta-me tudo. Então, em breve, chegarás ao ponto de me dizer que imitando-me, queres perdoar tudo e de tudo te esqueceres. Difícil? Pois… mas é esse o caminho….

Acaso tens medo?

Sentes na tua alma melancolia e incerteza que, embora não justi�cadas, não deixam de ser dolorosas? Lança-te nos meus braços (já reparaste que estão sempre abertos?). Estou contigo, a teu lado. Vejo tudo, ouço tudo e, em momento algum te desamparo. Sentes frieza da parte de pessoas que antes te queriam bem e que agora, esquecidas, se afastam de ti apesar de não encontrares em ti motivo algum para isso? Pede por elas, pois se for isso o melhor para ti, Eu as trarei de volta a teu lado.

Não tens alguma alegria que possas partilhar Comigo?

Por que não me deixas tomar parte na tua vida com a força de um bom amigo? Conta-me o que desde ontem, desde a tua última visita, consolou e alegrou o teu coração. Talvez fossem surpresas agradáveis; talvez se tenham dissipado os teus negros receios; talvez tenhas recebido boas noticias, uma carta, uma demonstração de carinho; talvez tenhas conseguido vencer alguma di�culdade ou sair de algum apuro. Tudo é obra minha. Diz-me simplesmente, com sincera gratidão: “Obrigado, meu Amigo, obrigado!”

E não queres prometer-me alguma coisa?

Bem sabes que eu leio tudo o que está no teu coração. É fácil enganar os homens, mas a Deus não podes enganar. Fala-me, pois, com toda a sinceridade. Fizeste o propósito �rme de, no futuro, não te deixares vencer pelas tentações (sejam elas quais forem…), de não procurares a companhia das pessoas que perturbam a paz da tua alma? Serás novamente amável e condescendente para agradar àquela outra pessoa, a quem, por ter te ofendido, consideraste até hoje como inimiga?

Chegou a hora de regressares às tuas ocupações habituais: ao teu trabalho, à tua família, aos teus estudos; mas não esqueças esta agradável conversa que tiveste aqui, a sós comigo, no silêncio. Pratica tanto quanto possível o silêncio, a modéstia, o recolhimento, a serenidade e a caridade para com o teu próximo. E, se quiseres, procura-Me amanhã, numa Igreja, ou no silêncio do teu quarto… mas sempre com o coração mais amoroso, mais entregue a mim. No meu coração hás-de encontrar, em cada dia, um amor totalmente novo, novos benefícios e novas consolações. Vem que Eu aqui te espero”.

(Textos adaptados de “Uma visita ao Santíssimo Sacramento” – Editora Canção Nova)

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Santa Páscoa 2015