52
& 120 Abril Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul BENS SERVIÇOS MARKETING Presença no mercado fortalecida com o omnichannel GIRO PELO ESTADO Varejistas gaúchos traçam estratégias para elevar o consumo local Entrevista MARCO CAVALCANTI, DIRETOR-ADJUNTO DE ESTUDOS E POLÍTICAS MACROECONÔMICAS DO IPEA, FALA SOBRE O AJUSTE INEFICIÊNCIA TRIBUTÁRIA AMEAÇA A COMPETITIVIDADE DOSSIÊ O fogão nos permitiu controlar o fogo e aprimorar a gastronomia TRIBUTOS

BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

& 120

Abri

l

Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul

BENS SERVIÇOS

markEtiNg Presença no mercado fortalecida com

o omnichannel

giro pElo EStado Varejistas gaúchos traçam estratégias

para elevar o consumo local

Entrevista Marco caValcanti, Diretor-aDjunto De estuDos e Políticas MacroeconôMicas Do iPea, fala sobre o ajuste

ineficiência tributária ameaça a competitividade

doSSiê o fogão nos permitiu controlar o fogo

e aprimorar a gastronomia

triB

uto

S

Page 2: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma
Page 3: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

pala

vra d

o p

res

iden

te

3

Abri

l 201

5

120

luiz carlos bohnPresidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac

Julia

na M

osc

ofia

n/Fe

co

rcio

-RS

A queixA dA clASSe eMPReSARiAl sobre a tributação é antiga, mas nunca foi tão pertinente quanto no momento atual. O ponto inicial dessa discussão precisa passar, obrigatoriamente, pelo retorno decorrente da arrecadação. Esse é um aspecto essencial para que as críticas sejam compreendidas a partir de seu viés mais crucial: os tributos pagos no país não revertem em serviços e infraestrutura compatíveis com os valores arrecadados.

Basta observar a carga tributária de países com infraestrutura irretocável, como a Dinamarca, que tem a mais elevada do mundo, muito superior à brasileira. Lá, os impostos correspondem a mais de 48% do Produto Interno Bruto (PIB) dinamarquês. Aqui, temos uma carga tributária de 33,77%, pouca coisa inferior à alemã, de 36,68%. O retorno dos tributos pagos, é até óbvio dizer, não se compara.

Nossas estradas, nossa educação, o sistema de saúde e a segurança estão muito distantes do que encontramos na Alemanha. Porém,

a carga tributária é compatível. O que isso quer dizer? Quer dizer que além dos valores que pagamos em impostos, temos que arcar com custo do que deveria ser feito e não foi. Assim, pagamos educação, saúde e segurança privada, além de sofrermos com os altos cus-tos logísticos e até com perdas decorrentes da falta de estrutura. Portanto, temos uma carga tributária de fato, a paga em impostos, taxas e contribuições, e outra carga indireta. Fatalmente, no Brasil, o custo tributário, somado aos aportes necessários para que tenhamos as mais básicas condições produti-vas, eleva a carga para muito mais do que foi divulgado. Embora seja difícil de mensurar, não resta dúvida de que o custo passa dos 40%, podendo chegar aos mesmos níveis dos da Dinamarca.

Para debater essa importante questão, que mina a competitividade das empresas brasileiras, a Fecomércio-RS fará seis encontros em cidades gaúchas neste ano para aprofundar o conhecimento sobre esse vilão da nossa produtividade e do nosso desenvolvimento.

onde vão parar os nossos impostos?

Page 4: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

especial / tributos

revista bens & serviços / 120 / abril 2015

sum

ário

26

o brasil possui uma das

maiores cargas tributárias

do mundo, um peso

compartilhado por todos

os brasileiros, mas que,

por conta da

complexidade burocrática,

impacta ainda mais sobre

o ambiente de negócios

36

economia

24

nichotendências

sofisticação do mercado de

consumo leva boutiques de

carnes, com cortes nobres e

diferenciados, à ascensão

12

aumento da longevidade

desafia o mercado a

oferecer produtos e

serviços específicos

desvalorização do real

frente ao dólar coloca em

evidência alguns setores e

prejudica outros

Page 5: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

5

Abri

l 201

5

120

Esta revista é impressa com papéis com a certificação FSC® (Forest Stewardship Council), que garante o manejo social, ambiental e economicamente

responsável da matéria-prima florestal.

Selo FSC

PubliCação mEnSal do SiStEma FEComérCio-rS FEdEração do ComérCio dE bEnS E dE SErviçoS do EStado do rio GrandE do Sulavenida alberto bins, 665 – 11º andar – Centro – Porto alegre/rS – brasil

CEP 90030-142 / Fone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br – [email protected]

www.revista.fecomercio-rs.org.br

Presidente:luiz Carlos bohn

Vice-Presidentes: luiz antônio baptistella, andré luiz roncatto, levino luiz Crestani,ademir José da Costa, alécio lângaro ughini, arno Gleisner, diogo

Ferri Chamun, Edson luis da Cunha, Francisco José Franceschi, ibrahim mahmud, itamar tadeu barboza da Silva, ivanir antônio Gasparin, João

Francisco micelli vieira, Joel vieira dadda, leonardo Ely Schreiner, marcio Henrique vicenti aguilar, moacyr Schukster, nelson lídio nunes, ronaldo

Sielichow, Sadi João donazzolo,Júlio ricardo andriguetto mottin, Zildo de marchi, leonides Freddi, Paulo roberto diehl Kruse, adair umberto mussoi, élvio

renato ranzi, manuel Suarez, Gilberto José Cremonese, ivo José Zaffari

diretores: Walter Seewald, Jorge ludwig Wagner, antonio trevisan, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio müller, Cladir olimpio bono, daniel amadio,

davi treichel, denério rosales neumann, denis Pizzato, dinah Knack, Eduardo luiz Stangherlin, Eduardo luís Slomp, Eider vieira Silveira, Elenir luiz bonetto, Ernesto alberto Kochhann, élio João Quatrin, Gerson nunes lopes, Gilberto

aiolfi, Gilmar tadeu bazanella, Giraldo João Sandri, Guido José thiele, isabel Cristina vidal ineu, Jaucílio lopes domingues, João antonio Harb Gobbo,

Joel Carlos Köbe, Josemar vendramin, José nivaldo da rosa, liones oliveira bittencourt, luciano Stasiak barbosa, luiz Caldas milano, luiz Carlos dallepiane, luiz Henrique Hartmann, marcelo Francisco Chiodo, marice Fronchetti, mauro Spode, nerildo Garcia lacerda, olmar João Pletsch, Paulo roberto Kopschina,

remi Carlos Scheffler, rogério Fonseca, Silério Käfer, Sueli morandini marini, alberto amaral alfaro, aldérico Zanettin, antônio manoel borges dutra, antônio

odil Gomes de Castro, ary Costa de Souza, Carina becker Köche, Carlos alberto Graff, Celso Fontana, Cezar augusto Gehm, Clori bettin dos Santos, daniel miguelito de lima, daniel Schneider da Silva, Eliane Hermes rhoden, Elvio morceli Palma, Erselino achylles Zottis, Flávia Pérez Chaves, Francisco

amaral, Gilda lúcia Zandoná, Henrique José Gerhardt, Jamel Younes, Jarbas luff Knorr, Jolar Paulo Spanenberg, José lúcio Faraco, Jovino antônio demari, leomar rehbein, luciano Francisco Herzog, luiz Carlos brum, marcelo Soares

reinaldo, marco aurélio Ferreira, miguel Francisco Cieslik, nasser mahmud Samhan, ramão duarte de Souza Pereira, reinaldo antonio Girardi, régis luiz Feldmann, ricardo Pedro Klein, Sérgio José abreu neves, valdir appelt, valdo

dutra alves nunes, vianei Cezar Pasa

conselho Fiscal: luiz roque Schwertner, milton Gomes ribeiro, rudolfo José müssnich, Hildo luiz Cossio, nelson Keiber Faleiro, Susana Gladys

Coward Fogliatto

delegados rePresentantes cnc: luiz Carlos bohn, Zildo de marchi, andré luiz roncatto, ivo José Zaffari

conselho editorial: Júlio ricardo andriguetto mottin, luiz Carlos bohn e Zildo de marchi

assessoria de comunicação: aline Guterres, Camila barth, Caroline Santos, Catiúcia ruas, Fernanda romagnoli, liziane de Castro, luana trevisol e

Simone barañano

coordenação editorial: Simone barañano

Produção e eXecução: temática Publicações

edição: Fernanda reche (mtb 9474)

cheFe de rePortagem: marina Schmidt

rePortagem: Cláudia boff, diego Paiva de Castro e marina Schmidt

colaboração: amanda Gomes, Edgar vasques, ludmila Cafarate, Kátia Souza e João Pierotto

edição de arte: Silvio ribeiro

diagramação: Camilla moura e Silvio ribeiro

reVisão: Flávio dotti Cesa

imagem de caPa: ©iStock.com/ruslan Grechka

tiragem: 21,1 mil exemplares

é permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo.

seção página

030608121417182224263234363840434447484950

Palavra do Presidente

Sobre / Empreender

Notícias & Negócios

Tendências

10 Passos / Pesquisa de mercado

Opinião

Entrevista

Giro pelo Estado

Nicho

Especial / tributos

Saiba Mais

Sesc

Economia

Senac

Dossiê / Fogão

Visão Econômica

Nicho / boutiques de carne

Pelo Mundo

Visão política

Monitor de Juros

Dicas do Mês

Page 6: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

sobr

e

6

Abri

l 201

5

120

Empreender

“Entendemos que existe uma alternativa ao que o

mercado de trabalho tenta nos vender: 8 horas de

trabalho diárias por um salário X, que pode ser alto

ou baixo, e com férias anuais. Nós acreditamos que a

vida é muito curta para passarmos mais da metade

dela atrás de uma cadeira de escritório fazendo algo

simplesmente por causa do dinheiro e da sobrevivên-

cia pessoal. Entendemos que empreender é a melhor opção de vida.

Você pode gerar empregos, desenvolver soluções para problemas da

nossa sociedade, aproveitar mais a vida e ter flexibilidade de trabalhar

onde quiser, mesmo que inicialmente exija um esforço bem maior do

que o normal. Acreditamos que gerar emprego é melhor do que ter um

emprego. Acreditamos que empreender é muito mais seguro que ter

um emprego, porque empreender só depende de nós. Empreender é ir

muito além do que criar um negócio ou ganhar algum dinheiro, empre-

ender é ter paciência e perseverança. Para empreender é fundamental

saber administrar, planejar e organizar bem.”

Marcos Eduardo, empreendedor e fundador do portal Mentalidade Empreendedora

Muitas coisas não ousamos empreender por parecerem difíceis; entretanto, se são difíceis é porque não ousamos empreendê-las.“

sênEca Filósofo durante o Império Romano

Trabalhar o dia inTeiro ou meio

período? pensar sozinho ou em equipe?

planejamenTo ou inTuição? não exisTem

resposTas cerTas para o sucesso.

empreender é saber decidir o que é melhor

em cada siTuação. o que funciona hoje

pode não servir para amanhã

Arq

uivo

pes

soa

l

©iS

tock

.com

/Shi

rono

sov

“Ser um empreendedor é executar os sonhos, mesmo que haja riscos. É enfrentar os problemas, mesmo não tendo forças. É caminhar por lugares desconhecidos, mes-mo sem bússola. É tomar a atitude que ninguém tomou. É ter a consciência de que quem vence sem obstáculos triunfa sem glória. É não esperar uma herança, mas construir uma história...”

augusto cury, no livro Dez leis para ser feliz

Page 7: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma
Page 8: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

8

Abri

l 201

5

120

notícias negócios&Ed

ga

r Va

sque

iSto

ck.c

om/L

ond

oney

e

Fecomércio-rS diSponibiliza e-cpF com deSconto Até 30 de abril, data que encerra a Declaração do Imposto

de Renda 2015, a Fecomércio-RS oferece desconto de 26% na aquisição do e-CPF. Além disso, o Certificado Digital

no Cartão Inteligente terá validade de 3 anos. O valor passa de R$ 270 para R$ 200 para quem acessar o site www.

certisign.com.br/ir. Após a aquisição do e-CPF, a validação pode ser feita na Fecomércio-RS, Sindilojas Porto Alegre,

Sindilojas Santa Rosa, Sindilojas Gravataí ou Sindilojas Osório.

BC exige novas regras de transações via Cartão de Créditoa fim de supervisionar o mercado de transações via cartões de crédito ou débito, o Banco Central do Brasil (BC) instituiu novas regras que estão em período de implementação desde 2014 e serão obrigatórias até 2017. A iniciativa exige mais

segurança para os usuários do serviço (empresários e consumidores), visto que tratam de gestão de risco, prevenção à lavagem de dinheiro, controles internos, ouvidoria e auditoria interna. Todas as empresas deverão adotar o padrão Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (Cosif), que apresenta os critérios e procedimentos contábeis a serem ob-servados pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BC. A adaptação das lojas ao novo padrão deve encarecer a contabilidade – por necessitar de mais pessoas, processos e sistemas de in-formação – e, conforme o BC, deve durar entre um ano e um ano e meio.

Page 9: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

9

Abri

l 201

5

120

procon pode receber denúnciaS via redeS móveiS

Aproveitando a mobilidade para ampliar seus serviços e facilitar a

comunicação com a população, o Procon de Porto Alegre criou

um aplicativo que funciona via sistema iOS ou Android. O app foi

desenvolvido pelo POA Digital, divisão voltada às ações digitais da

prefeitura da capital, e pela Procempa, empresa de tecnologia do

governo municipal. Por meio do aplicativo, os usuários poderão fazer

denúncias sobre produtos e estabelecimentos da cidade, além

de saber mais sobre os serviços do Procon, como o ranking que

apresenta as empresas e o número de reclamações contra elas.

espaço sindiCal

projeto do SindilojaS vale do taquari

percorre cidadeS da região O projeto

Atitudes Vencedoras, realizado pelo Sindilojas

Vale do Taquari, através de uma equipe de

pesquisadores, está percorrendo cidades do

local. O objetivo é entrevistar consumidores

e vendedores sobre a situação do comércio

em suas cidades. Os quesitos avaliados são:

atendimento, criatividade e inovação.

Divulgação/Sindilojas Gravataí

geStão de equipeS de venda é diScutida no

SindilojaS porto alegre Na primeira edição

do Café com Lojistas de 2015, em março, o

assunto abordado foi a gestão de equipes

de venda. Na ocasião, o empresário, escritor

e especialista em varejo Eduardo Tevah

apresentou uma reflexão sobre o tema.

O encontro destacou a importância de

motivar e capacitar equipes de venda para

melhor atender ao cliente.

interauto 2015 traz lançamentoS O Centro

de Interação e Relacionamento com a Indústria

de Autopeças do Brasil (Interauto 2015), promo-

vido pelo Sincopeças-RS, reunirá profissionais e

empresários do setor para troca de informações

e lançamentos de indústrias do segmento.

O evento acontecerá em maio, em Porto Alegre.

FeComérCio-rs sedia enContro Com emBaixadores de 29 paíseso Sistema Fecomércio-RS recebeu embaixadores de 29 países para um almoço de negócios, em 11 de março. Representantes da África do Sul, Angola, Bielorrússia, Botsuana, Burkina Faso, Burundi, Cama-rões, Costa do Marfim, Egito, Gabão, Honduras, Iraque, Jamaica, Lí-bia, Malásia, Marrocos, Mauritânia, Moçambique, Myanmar, Nicará-gua, Nigéria, Quênia, República do Congo, Senegal, Sudão, Tanzânia, Tunísia, Zâmbia e Zimbábue estiveram presentes. O evento, que objetivou a parceria entre o Estado e os países visi-tantes, foi aberto pelo vice-presidente e coordenador do Conselho de Comércio Exterior, Arno Gleisner. Também foi apresentado o funcio-namento do Sistema, que incentiva a comunidade gaúcha através da promoção do desenvolvimento e empreendedorismo.

©iS

tock

.com

/LD

Pro

d

Sindimulher homenageia público Feminino

A comissão formada por empresárias associa-

das ao Sindilojas Gravataí realizou, em março,

eventos em homenagem ao Dia Internacio-

nal da Mulher. O objetivo do Sindimulher foi

destacar a importância da mulher no mundo

contemporâneo. Para isso, o papel feminino na

transformação e no desenvolvimento de uma

sociedade mais justa e igualitária foi incentivado.

O sindicato também promoveu em sua sede, no

mesmo mês, a 1ª Mostra SindiMulher, que exibiu

trabalhos artísticos de mulheres da cidade.

e-FeComérCio permite Criação de lojas virtuais por empresas

o lançamento do novo serviço e-Fecomércio, desenvolvido pela en-tidade em parceria com a Traycom-merce, pretende ampliar o universo de empresas de todos os setores e portes do país com acesso às vanta-gens do mundo virtual. A ferramenta

possibilita a criação de lojas virtuais a baixo custo, com um passo a passo para a inserção de textos, fotos e vídeo de cada produto. Na pá-gina, é possível criar diferentes layouts com vários elementos visuais. Os valores mensais têm como média R$ 79,90 para a inclusão de 100 produtos à venda e R$ 424,15 para incluir até 3 mil produtos. Acesse o site www.e-fecomercio.com.br e saiba mais.

Page 10: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

10

Abri

l 201

5

120

três perguntas

Gustavo Cerbasi é especialista em finan-

ças comportamentais, consultor e escritor.

Com mais de 1,6 milhão de livros vendidos

no Brasil e no exterior, é referência brasileira

em finanças pessoais e dos pequenos ne-

gócios (www.maisdinheiro.com.br).

em tempoS de aperto econômico, como oS em-

preSárioS podem melhorar oS reSultadoS? A reco-

mendação para que tanto os empresários quanto as

famílias atravessem com maior tranquilidade períodos

de crise é reduzir gastos fixos. O ideal é buscar maior

eficiência e giro de estoques, enxugar linhas de produ-

tos e serviços menos rentáveis e cativar com descontos

os raros clientes que pagam à vista.

aS FamíliaS eStão maiS endividadaS e peSSimiStaS

em relação ao conSumo, é poSSível reverter

eSSe quadro? É possível, mas não recomendável.

A incerteza leva a uma postura mais conservadora,

pensando mais antes do consumo, o que é saudável

para que não se criem problemas para meses mais

difíceis que podem vir adiante. Isso não significa que

o comércio deve assumir o ônus da crise. Devemos

dançar como toca a música. No lugar do estímulo a

compras de grande valor a prazo (que tira liberdade

das famílias no futuro), é saudável promover compras

de menor valor, pagamentos à vista, estímulo para

que o cliente retorne no próximo mês.

neSte momento, quaiS São oS melhoreS inveS-

timentoS para manter a rentabilidade? Crise é

sinônimo de oportunidade. Por mais que bens, ativos e

ações estejam baratos, não podemos desprezar o fato

de que o governo, ao subir a taxa Selic para perto dos

13% ao ano, está nos convidando a encostar o dinhei-

ro na renda fixa. Os ganhos voltaram aos níveis mais

altos, e devem ser aproveitados. É na crise que surgem

ótimos negócios, como empresas ou imóveis vendidos

abaixo do preço. Em tempos turbulentos e de juros

altos, a melhor estratégia é manter o dinheiro em renda

fixa enquanto oportunidades são garimpadas.

notícias negócios&D

ivul

ga

çã

o/M

ais

Din

heiro

omC diz que é tempo de FaCilitar o ComérCio

deputados aprovam terCeirização irrestritadepois de aprovar o Projeto de Lei (PL) 4330/04 no início de abril, a Câmara dos Deputados voltou a avaliar pontos polêmicos da legislação que trata da terceirização e apro-vou a emenda aglutinativa que permite a contratação de terceirizados para as atividades-fim, reduz o prazo de espe-ra entre a demissão de um funcionário e a sua contratação como Pessoa Jurídica (PJ) e define regras para recolhimento de encargos trabalhistas. O texto final, aprovado por 230 vo-tos favoráveis e 203 contrários, no dia 22 de abril, permite, ainda, a subcontratação de serviços por parte de empresas terceirizadas (hoje denominada quarteirização). Em relação às garantias previstas aos trabalhadores, o projeto de lei es-tipula que a empresa contratante fiscalizará a terceirizada e deverá reservar 4% do valor do serviço para quitar dívidas trabalhistas com os empregados terceirizados. O PL segue agora para apreciação no Senado; porém, o presidente da Casa, senador Renan Calheiros, (PMDB) antecipou que não haverá pressa na votação.

©iS

tock

.com

/Yur

i de acordo com o diretor geral da Organização Mundial de Comér-cio (OMC), Roberto Azevedo, es-tamos em um momento propício para investir em temas impor-tantes e no favorecimento do co-mércio mundial. Ele afirma que, até julho, os países e membros da OMC apresentarão um programa

com medidas que facilitem a iniciativa, que deve ser dis-cutida em dezembro, na conferência da organização.Azevedo destaca que os três temas mais importantes para o Brasil são relacionados à agricultura, como subsídios internos, acesso a mercados e subsídios a importação. O embaixador admite que há dificuldades para fomentar o comércio mundial e diz que serão necessárias propostas criativas o suficiente para superá-las. Além disso, o dire-tor enfatiza que todos os países devem estar preparados para negociações.

Page 11: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

11

Abri

l 201

5

120 .com

Acompanhe a análise do cientista político da Fecomércio-RS, Rodrigo Giacomet, sobre a economia

atual. No canal do Youtube você encontra esse e outros vídeos sobre diversos temas. Acesse em http://www.

youtube.com/user/videosfecomerciors

Bndes vai estimular negóCios a nova função do Banco Nacional de Desenvol-vimento Econômico e Social (BNDES) é estimular negócios e originar operações. O Ministério da Fa-zenda definiu que o papel do banco, na nova con-formação da política econômica, não será mais o de financiador de projetos de longo prazo a juros subsidiados. A partir de agora, o BNDES participa do financiamento com uma pequena fatia, dando um “selo de qualidade” ao investimento e ajudan-do as empresas a emitir debêntures. A mudança fará com que o BNDES, em vez de substituir o mer-cado de capitais, ajudará a desenvolvê-lo, encer-rando o ciclo de expansão da instituição federal apoiada em recursos do Tesouro Nacional.

Pep

o Ke

rschn

er/S

efa

z-RS

governo do rs instala Fórum soBre imposto de Fronteiraem 23 de março ocorreu o primeiro encontro que discutiu o impacto da alí-quota diferenciada de Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermu-nicipal e de Comunicação (ICMS) na economia gaúcha. O secretário da Fazen-da, Giovani Feltes, coordenou a reunião, que contou com entidades empresa-rias. O Diferencial de Alíquota (Difa), conhecido como Imposto de Fronteira, vigora desde 2009 e representa 5% a mais na alíquota de ICMS sobre produtos de outros estados. O varejo gaúcho pretende revogar essa medida por considerar que ela não favorece o mercado interno. Um dos objetivos da atividade foi a composição de um fórum, instituído pelo governador José Ivo Sartori e que conta com repre-sentantes da Fecomércio-RS. De acordo com o presidente da entidade, Luiz Carlos Bohn, o fórum incentiva a transparência na divulgação dos dados e na apuração do impacto financeiro no que se refere ao recolhimento do Diferencial de Alíquota (Difa) de ICMS nas compras de fora do Estado. Bohn enfatiza que a duração deste grupo de discussões deve ter um prazo estipulado, e não ser indeterminado como foi previsto, já que o setor empresarial necessita de uma resposta rápida do Poder Executivo.

analiStaS projetam inFlação Superior a 8% para

2015 A previsão para inflação (IPCA) neste ano foi ele-

vada para 8,2% pelos analistas de mercado, segundo

o Boletim Focus de 2 de abril. O grupo que semanal-

mente se reúne para avaliar os indicadores econô-

micos do país tem elevado, a cada nova reunião, a

projeção para o IPCA. A projeção de alta tem sido

recorrente há 14 semanas. Há um mês, a perspectiva

era de 7,77%. Para 2016, os analistas mantiveram a

previsão de inflação em 5,6%. Segundo o mesmo

relatório, a tendência apontada pelos analistas é a

de que o PIB brasileiro sofra retração de 1,01% em

2015. Para o ano que vem a previsão é mais otimista

e indica alta do PIB de 1,1%.

Page 12: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

12

Abri

l 201

5

120

tendências

o país hoje caminha na direção con-trária. Seguindo as tendências mundiais, estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram uma in-versão na pirâmide etária da população nas últimas décadas. Com isso, há uma queda na taxa de natalidade e o aumento da qualidade e da expectativa de vida. Para os especialistas, é preciso estar preparado para lidar com essas mudanças, que geram desafios e oportunidades às empresas.

Em 1950, o número de pessoas com 60 anos ou mais era de 204 milhões (8,1% da população mundial, de 2,4 bilhões

Se até a década de 1980 o BraSil era conSiderado “jovem”,

©iStock/lisa Fx

udanças demográficas

no Brasil exigem que

as empresas estejam

preparadas para lidar com

uma população mais idosa

m

terceira idade gera oportunidades

texto cláudia Boff

Page 13: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

13

Abri

l 201

5

120

de habitantes). Nos anos 2000, conforme o IBGE, a parcela de idosos já chegava a 610 milhões (10% do total populacio-nal). Mas o recorde de envelhecimento, segundo projeções da Divisão de População da Organização das Nações Unidas (ONU), ocorrerá em 2019, quando será alcançada a marca de 1 bilhão de habitantes idosos, de um total mundial de 7,6 bilhões de pessoas (13,5% deles com idade avançada).

No Brasil, esse fenômeno é observado desde a década de 1960, com a diminuição da fecundidade, associada a fe-nômenos como a urbanização, industrialização, inserção da mulher no mercado de trabalho e avanços da medicina, entre outros. Desde então, o envelhecimento da população brasileira tem sido contínuo e progressivo. Em cinco déca-das, o número de brasileiros mais velhos aumentou mais de seis vezes. A projeção do IBGE é de que em 2025 o país terá 16 vezes mais idosos do quem em 1950, quando o número de pessoas com 60 anos ou mais no Brasil correspondia a 3,5% da população (de 5,9 milhões de habitantes).

Reflexos das mudanças

Para a PwC, empresa de auditoria e consultoria, as mu-danças demográficas se refletem em alterações no poder eco-nômico, escassez de recursos ou mudanças de normas sociais. Uma das causas é a industrialização acelerada, em que atual-mente mais de 85% da população vive em cidades com mais de 20 mil habitantes, conforme o Censo de 2010. Até 2050, a população urbana do mundo deverá crescer 72%.

O sócio e líder da PwC Brasil para a região Sul, Carlos Bie-dermann, diz que o Brasil deve estar atento às oportunida-des e desafios gerados por essas megatendências: “Esse novo público deixa o mercado de trabalho formal a partir dos 50 anos, mas quer se manter em plena atividade”. Um dos pon-tos, segundo ele, é a abertura de alternativas de consumo. “Há oportunidades em turismo, saúde e beleza, entre outros serviços”, exemplifica o profissional, citando a existência de um consumidor diferenciado. “Ele é mais seletivo, mais cui-dadoso e muitas vezes compra por paixão, pois quer curtir essa etapa da vida ao máximo.”

Novas tecnologias, associadas à resistência de entender e aceitar alguns processos em “tempos modernos”, costumam atrapalhar o consumo dos mais velhos. Ao estudar este públi-co, a Nielsen Brasil aponta que há uma grande dificuldade das

A gerente de Previdência da Icatu Seguros, Cláudia Pic-cinini, vê as mudanças demográficas como uma oportu-nidade de crescimento em todo o sistema securitário. “As pessoas estão tendo menos filhos e vivendo mais”, analisa. Essa nova realidade traz como desafio a criação de uma cultura de economia: “Deve-se ser um poupador desde o início da vida, e isso envolve uma educação financeira”. Além de seguros, a empresa oferece para esse público uma assistência de qualidade de vida, que prevê orientações e descontos especiais em convênios e serviços diversos.

Diante do envelhecimento da população, aliado à as-censão de doenças crônicas e complicações, a Unimed do Brasil criou, em 2011, o Comitê de Atenção Integral à Saúde para elaboração e disseminação de diretrizes e protocolos. “Ele trabalha com a Atenção Primária, que oferece um cuidado integral, com foco na pessoa, durante todo o seu ciclo de vida, considerando o histórico fami-liar, comunitário e regional do usuário”, conta o diretor de Marketing e Desenvolvimento, Edevard José de Araújo, citando que os idosos não representam o maior número de usuários, mas são os que identificam mais gastos.

novas opções de mercado

empresas em lidar com a terceira idade, que busca conforto e bem-estar na hora da compra. Se por um lado as empresas devem estar atentas para atender às demandas geradas pela idade, como necessidades nutricionais especiais e até mes-mo limitações físicas, Biedermann alerta que esse público também gosta de consumir produtos e marcas feitos para os jovens. “Muitas pessoas chegam nessa faixa etária em plena atividade, com boa cabeça, capacidade física, condição finan-ceira e mais tempo livre”, ressalta ele, lembrando que o poder aquisitivo delas também está crescendo, devido à diminuição de gastos com a família.

Outro desafio apontado pelo sócio-líder da PwC Brasil é a criação de vagas de trabalho e a prestação de serviços de profissionais mais experientes. “O mercado deve gerar opor-tunidades para essas pessoas, que nem sempre estão inte-ressadas em uma alta remuneração. Elas querem se manter ativas e produtivas, interagindo com outras pessoas.”

Page 14: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

14

Abri

l 201

5

120

10 p

ass

os

Pesquisa de mercado

Informações estratégIcas

uer um norte para o seu negócio? Faça pesquisa de mercado!

É ela quem vai apontar o melhor caminho a seguir, o preço

ideal a ser aplicado e, principalmente, o que o seu público-alvo

espera da sua empresa

QDefina o público-alvo

a pesquisa deve contemplar a

necessidade de informação da

empresa. o Sebrae-RS, ao de-

finir o passo a passo para abrir

um negócio, elenca alguns

questionamentos que devem

ser feitos pelo empreendedor,

como identificar a viabilidade

do empreendimento, local e

perspectivas de mercado. a

pesquisa levará às definições.

eStabeleça objetivoS

Sabendo que foco dará à pes-

quisa, estabeleça objetivos

claros, como, por exemplo, a

aceitação do público-alvo a

um produto ou serviço, a me-

lhor localização para a em-

presa e o melhor preço a ser

aplicado, entre outros pontos

específicos do ramo. antes de

começar, é preciso definir o

que se quer descobrir.

1 2

Page 15: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

15

Abri

l 201

5

120

Defina a amoStRa

a amostra é uma parcela da

população com a qual se faz

uma pesquisa a partir de um

universo previamente defini-

do. na pesquisa qualitativa

não é necessário quantificar

essa amostra, pois o estudo

possui um caráter subjetivo. já

na pesquisa quantitativa, por

amostragem, é o contrário. a

quantidade é determinante.

eStRutuRe a coleta De DaDoS

Reúna dados já disponíveis

em diversas fontes, como in-

ternet, livros, jornais, revistas,

associações e outras pesqui-

sas já realizadas. esse material

deve complementar o que

será levantado pela sua pes-

quisa, de fato. Depois, os da-

dos poderão ser comparados

e fortalecidos com as duas

abordagens adotadas.

monte o QueStionáRio

tendo estabelecido o método

e a amostra, é preciso verificar

quais são as questões a serem

feitas. monte um esquema de

formulários, com questionário,

roteiro das entrevistas e o formu-

lário de avaliação. esses docu-

mentos vão orientar a pesquisa

e ajudarão a fazer com que

siga uma lógica positiva na

condução dos trabalhos.

eScolha um métoDo

para realizar a sua pesquisa es-

colha o método mais adequa-

do. o estudo pode ser quanti-

tativo ou qualitativo. a pesquisa

quantitativa busca identificar

dados objetivos como quan-

tas pessoas estão dispostas

a comprar um produto. já a

quantitativa tenta compreen-

der qual é o novo produto de

que os clientes precisam.

5

3

6

4

Page 16: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

Pesquisa de mercado10 passos

16

Abri

l 201

5

120

pRoDuza um RelatóRio

o relatório final consiste na aná-

lise da pesquisa a partir dos re-

sultados observados. nele, de-

vem constar as respostas para

os objetivos definidos no início

da pesquisa, a partir da apre-

sentação detalhada de suas

descobertas. a análise ajudará

no planejamento e na imple-

mentação de ações que con-

tribuirão com o seu negócio.

apliQue a peSQuiSa

é importante que a pesquisa

seja realizada de forma bem-

educada, prezando pela im-

parcialidade. para o entrevis-

tado, é preciso deixar claro o

objetivo da pesquisa e o tem-

po de duração. o perfil do

pesquisador tem que ser asser-

tivo, para transmitir segurança

ao entrevistado, deixando-o à

vontade para participar.

tome a DeciSão

com essas orientações,

você poderá tomar deci-

sões mais acertadas, seja

para abrir um novo negócio

ou para desenvolver ações

para a estrutura já existente.

as pesquisas de mercado

podem e devem ser refei-

tas pontualmente, ou quan-

do surge um novo produto

ou serviço a explorar.

tabule oS DaDoS

para tabular os dados da pes-

quisa você poderá utilizar siste-

mas que facilitem essa tabula-

ção: o excel é um software de

fácil manuseio para a tabu-

lação dos dados. inicie pela

primeira pergunta do questio-

nário, computando a quanti-

dade de respostas para cada

alternativa apresentada, e as-

sim sucessivamente.

9

7

10

8

Page 17: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

opi

niã

o

17

Abri

l 201

5

120

Há décadas o Brasil vive uma epidemia silenciosa – acidentes de trânsito. Ocorrem danos materiais e pessoais, morrem pessoas e famílias inteiras desaparecem. Parece que aprendemos a tolerar com indiferença este gravíssimo problema.

Entre tantos fatores de risco que promovem esta verdadeira epidemia, destacamos, a nosso juízo, os dois principais causadores dos acidentes de trânsito: falta de infraestrutura urbana e rodoviária e, fundamentalmente, a falta de educação e conscientização dos nossos motoristas, amadores e profissionais.

Não podemos esquecer que compartilhamos os espaços públicos com automóveis, caminhões, ônibus, motos, bicicletas, pedestres e carroças, entre outros. Para se ter uma ideia da carência da infraestrutura, somente no Estado do Rio Grande do Sul, entre os 12.000 km de rodovias estaduais e federais, apenas 592 km são duplicados, representando 4,7 % do total.

O Banco Mundial recomenda que uma rodovia com 5.000 veículos para cada 24 horas VDM (volume diário médio) já exige duplicação do trecho medido. O aumento da frota no RS nos últimos cinco anos foi de 22%, ou seja, 1.100 mil veículos, totalizando

6 milhões de veículos circulando pelas nossas estradas e rodovias. A precária sinalização, as invasões nas faixas de domínio, comércio à beira das rodovias, árvores e outros obstáculos contribuem também para as ocorrências, quando o motorista perde o controle do seu veículo, ou seja, não temos áreas de escape.

Sem dúvida nenhuma, apesar do acima relatado, o motorista é o principal causador dos acidentes, começando pela sua formação, que carece de mais horas de prática no trânsito urbano e rodoviário. Quando da obtenção da sua primeira licença para dirigir por 12 meses, ainda se nota certo cuidado para o não cometimento de infrações. No entanto, quando o mesmo recebe a CNH que o habilita para o volante, a sua tendência é de dominar o veículo, quase sempre em alta velocidade. Por isso que as estatísticas de mortes no trânsito mostram que a maior parte dos acidentes ocorrem dos 18 aos 24 anos.

Leis mais severas, campanhas continuadas de educação para o trânsito e conscientização dos motoristas para o cumprimento das normas de trânsito, apesar das dificuldades e carências de infraestrutura, são os melhores caminhos para se evitarem os acidentes de trânsito.

João Pierottoadministrador de empresas, palestrante e consultor técnico em logística

ACIDENTES DE TRÂNSITO, POR QUE ACONTECEM?

div

ulg

ão

/se

tec

erg

s

Page 18: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

entrevista

18

Abri

l 201

5

120

Marco Antônio Cavalcanti

Page 19: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

19

Abri

l 201

5

120

Estamos vivEndo um ano Em quE tanto EmprEsários

quanto consumidorEs Estão bastantE pEssimistas. o quE

Essa informação transmitE sobrE a nossa Economia? De fato, vivemos um momento muito complicado, não é à toa que tanto empresários e consumidores estão com baixa confiança, que atingiu níveis muito baixos, mais baixos do que no auge da crise em 2009. Este ano já começou de for-ma muito complicada e a tendência é que continue com a situação muito difícil. O reflexo bate na confiança. Por que há tanta insegurança quanto ao momento atual e ao curto

e médio prazos? Esses indicadores não refletem a visão do país em longo prazo. Podemos ser confiantes no longo pra-zo, mas pessimistas no curto prazo. Se olharmos para o lado das empresas, durante algum tempo tivemos a produção crescendo a taxas elevadas. Vivemos a década de 2000 de forma bastante favorável. Mas a década de 2000 não surgiu do nada, foi antecipada pela década de 1990, onde muitas realizações ocorreram. Em primeiro lugar, o Plano Real, que permitiu uma estabilidade e um ambiente de negócios

ideia de ciclo, na economia, pressupõe prosperidade no ponto alto e o declínio

posteriormente. em períodos de crise, como o de 2008, busca-se nas medidas

anticíclicas fugir da fase ruim. essa foi a aposta do brasil e deu certo por um

tempo, explica o diretor adjunto de estudos e políticas macroeconômicas do

instituto de pesquisa econômica aplicada (ipea), marco antônio cavalcanti

foto

s: t

hia

go

ro

drig

ues/

ipe

a

aCiClo eConômiCo

brasileiro

Page 20: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

entrevista

20

Abri

l 201

5

120

mais propícios para planejamento no longo prazo. Até então as pessoas pensavam no curtíssimo prazo. Com a estabiliza-ção começamos a pensar mais à frente, abriu-se espaço para ampliar crédito e os consumidores puderam fazer compras a crédito com expectativa de custos previsíveis. Ou seja, a popu-lação teve acesso a bens que não tinha antes. Foi um primeiro momento importante. Depois veio a responsabilidade fiscal e o câmbio flutuante. As metas de inflação, fiscal e o câmbio flu-tuante compuseram o importante tripé macroeconômico. Isso foi no final de 1990 e início de 2000. Em 2000 tivemos mais dois movimentos: a política de inclusão social (já tinha sido favore-cida pelo controle da inflação) e o crédito, que foi aumentando bastante na década de 2000, em parte devido ao controle da inflação e por transformações legais, como no caso do crédito consignado e da nova lei de falência. Então, todo o ambiente fez com que se tivesse a expansão do crédito, criando um ambien-te de negócios estável. Com a inclusão social, grandes camadas foram agregadas ao mercado consumidor, houve aumento do estímulo ao consumo e à produção das empresas. Esse ambien-te doméstico foi favorecido pelo ambiente externo. Até 2007 a economia no mundo todo estava pujante, a China crescia forte-

mente, elevando os preços de exportação e aumentando a ren-da dos exportadores. Esse aumento da renda é um ganho de produtividade da economia, baseado em um ambiente estável de negócios, crédito e cenário internacional favorável. Aí veio a crise e interrompeu esse ciclo.

mas Em um primEiro momEnto o EnfrEntamEnto da cri-

sE foi visto como positivo. os mEcanismos dE combatE

foram insuficiEntEs? O mundo todo começou a passar por dificuldades, ainda vivemos consequência dessas crises. Os Estados Unidos são o país que se recuperou mais rapida-mente agora, mas demorou para começar a se recuperar. O governo brasileiro, a partir de movimentos fiscais, ten-tou manter o movimento da economia em níveis razoáveis, mas esse mecanismo se esgotou. Não apenas se esgotou como começou a ser usado em excesso. Vieram o déficit, o aumento da dívida e a inflação foi elevada. O crédito já cresceu muito, e não cresce mais muito fortemente. O ciclo se esgotou em alguma medida. No movimento de inclusão social, ainda que tenhamos muito mais a incluir, sabemos que a política de redistribuição de renda tem que tirar de um setor para passar para outros. Pode-se, por exemplo, aumentar a tributação para distribuir. Só que a tributação já está num nível muito alto e está virando um empecilho. Não dá mais para sustentar acréscimos de inclusão social. A dívida pública também não pode ser elevada porque no

Marco Antônio Cavalcanti

“Os mecanismos anticíclicos geraram

desequilíbrio na economia. Agora, o

governo está tentando resolver esses

desequilíbrios por meio do ajuste fiscal e monetário.”

Page 21: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

21

Abri

l 201

5

120

a 10% de todos os investimentos feitos na economia. E no momento interromperam-se vários investimentos, e toda a cadeia de fornecedores está sendo afetada por isso. É um efeito em cadeia.

como contornar um cEnário Em quE as maiorEs Em-

prEsas do país, principalmEntE na árEa dE infraEstrutura,

Estão compromEtidas com acusaçõEs dE corrupção?

Temos que partir do pressuposto de que a investigação vai ter impacto positivo para o país. O Brasil, institucionalmen-te, está avançando. De fato é um absurdo pensarmos que o dinheiro vem sendo desviado. Tem um aspecto positivo. Isso me leva a crer que são benefícios no longo prazo. No curto prazo, talvez algumas dessas empresas não consigam operar como vinham fazendo. Mas não tem muito como fugir disso, porque não existem tantas empresas para substituir essas. Vamos sofrer no curto prazo fortemente, mas eu acredito que haverá um reflexo positivo no longo prazo. Considero que os recursos serão mais bem usados a partir desse momento.

qual é a saída para a crisE Econômica? Bom, estamos em um momento complicado em que alguns ajustes estão sendo feitos. A esperança é que os ajustes sejam implementados na quantidade e na rapidez esperada. O ajuste, se feito de for-ma adequada, vai sanar as contas públicas, impactar nos ju-ros da dívida pública e nos juros da economia. Isso atenuaria parte do problema e lançaria bases para crescer. Mas existe a questão política, e tudo depende de negociações.

momento não temos um problema grave de dívida elevada, mas em longo prazo teremos um problema fiscal que tem a ver com a previdência social. Ainda que no curto prazo não tenhamos problema fiscal iminente, temos que levar em consideração que vamos ter problema no futuro com a gestão previdenciária.

os movimEntos fiscais do govErno para EnfrEntar a

crisE são justamEntE o quE agora nos coloca a nE-

cEssidadE dE ajustE? Os mecanismos anticíclicos geraram desequilíbrio na economia. Agora, o governo está tentan-do resolver esses desequilíbrios por meio do ajuste fiscal e monetário. Além de as medidas adotadas para o comba-te à crise não serem mais funcionais e não poderem ser mais usadas, ainda precisamos resolver os desequilíbrios gerados. A economia não está crescendo e o mercado de trabalho – que não está mal, já que a taxa de desemprego ainda é baixa, mas vinha em tendência de melhora – agora começou a piorar, e está havendo uma deterioração forte nos indicadores. Isso tudo gera um ambiente de negócios incerto. Para completar, a instabilidade política está ge-rando um problema econômico, como a corrupção na Pe-trobras, que é uma empresa importante e que corresponde

“Temos que partir do pressuposto de que a

investigação da corrupção vai ter impacto positivo

para o país. O Brasil, institucionalmente, está

avançando.”

Page 22: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

22

Abri

l 201

5

120

giR

o p

elo e

stado Consumo

arejistas gaúchos apostam

em campanhas, cursos, entre

outras ações, para atrair o

consumo dentro das próprias

cidades, valorizando o

comércio local

Vdo aumento do preço da luz e

dos alimentos, entre outras commodities, traz reflexos negati-vos para o comércio e serviços. Segmentos como o de vestuá-rio, da alimentação e da construção civil, assim como o ramo automobilístico, reclamam da queda do movimento nas lojas e, consequentemente, das vendas. Para driblar a situação, va-rejistas gaúchos estão apostando em campanhas, cursos e na informação para fomentar o consumo dentro das cidades, va-lorizando o potencial de cada região.

O presidente do Sindilojas de Gravataí, José Rosa, conta que a reclamação de colegas do comércio tem sido frequente, devi-do ao baixo consumo. “Chegamos a um momento em que só vai sobreviver quem for profissional e estiver preparado”, alerta o dirigente. Com 30 anos de experiência no mercado varejis-ta, ele aconselha os empresários a se manterem dedicados aos

O desaquecimentO da ecOnOmia, decOrrente da alta de impOstOs,

unindo forças para reaquecer o comércio

©istock.com/Gedhau67

Page 23: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

23

Abri

l 201

5

120

clientes. “O jeito é enxugar ao máximo, pois no ano que vem teremos eleições municipais e Olimpíadas. Aí o foco do consu-midor muda totalmente”, opina.

No universo de serviços relacionados a carros, motos e bici-cletas, entre outros, a situação não parece diferente. Conforme o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Veículos e de Peças e Acessórios para Veículos no Estado do Rio Grande do Sul (Sincopeças-RS), Gerson Nunes Lopes, há reflexos sig-nificativos da crise do país em diferentes setores. “O segmento sente a diminuição da margem nas vendas, o crescimento dos estoques e das demissões.” Para reverter esse cenário, Lopes conta que as empresas do setor estão trabalhando com diver-sas ações, que vão desde promoções, descontos e condições fa-cilitadas para incentivar a retomada do consumo. “Elas estão se esforçando para que isso aconteça. Apoiamos as iniciativas, abrindo uma ampla discussão a respeito.”

Campanhas e CapaCitações

Uma das ações tradicionais em Gravataí é a campanha Compre e concorra, do Sindilojas do município. Realizada anu-almente, desde 2011, a iniciativa incentiva o consumo local, premiando tanto quem compra como quem vende produtos. A edição deste ano deve ser lançada no final de abril e sorteará dois automóveis Fiat Uno zero quilômetro. “Vendedores e con-sumidores concorrem com cupons distribuídos nas lojas con-veniadas, em compras a partir de R$ 50”, explica o presidente da entidade. O sorteio será realizado no dia 16 de setembro, na sede do Sindilojas de Gravataí, dentro das comemorações pelos seus 52 anos. As lojas conveniadas recebem kits com cartazes, cupons, sacolas e urnas para divulgação da campanha. “A ideia é fomentar o comércio tanto em Gravataí como em Glorinha”, reforça José, contando que a ação já se tornou referência em outros estados. “Além de divulgar a entidade, colaboramos com as empresas e ganhamos novos associados”, ensina.

Para manter os empresários informados e auxiliá-los na gestão de seus negócios, o Sincopeças realiza workshops, cursos para vendedores – dentro do Programa Senac de Gratuidade – e eventos com palestras de interesse para o setor. “Esses serviços dão suporte ao segmento. O trabalho associativista é feito em âmbito nacional e inclui a atuação na câmara setorial que re-presenta as empresas de autopeças”, completa Lopes, citando que a entidade também busca ações de fomento ao comércio.

Outra aposta do Sindilojas Gravataí é a Escola de Varejo, que conta com uma programação de sete cursos, com temas como liderança, fidelização de clientes e negociação em ven-das. As formações, voltadas aos associados, começam em 15 de abril, com o curso Empreendedorismo de sucesso, ministrado por profissionais do Senac e Sebrae. “São oportunidades de quali-ficação que mostram que o desenvolvimento de competências gera resultados”, afirma o gerente-executivo, Rodrigo Silva.

Com o intuito de fomentar as vendas no comércio da região metropolitana de Porto Alegre, o Sindilojas Canoas lançará em maio o Cartão Rede de Descontos. O benefício ofertará descon-tos especiais aos associados da entidade em diversos es-tabelecimentos. A listagem de conveniados abrange lojas e serviços do comércio, cultura, lazer, educação e saúde, entre outros. Os empresários também poderão oferecer o cartão aos seus funcionários, dependentes e clientes. A iniciativa também proporcionará o aumento da visi-bilidade do comércio local, a ampliação da carteira de clientes, a divulgação da marca e também a utilização dos descontos das empresas credenciadas. Outra inicia-tiva do sindicato é o prêmio Selo de Qualidade no Aten-dimento, que reconhecerá as empresas que se destacam com boas práticas de atendimento ao cliente. O progra-ma também promove a qualidade no comércio de bens e serviços de Canoas, por meio do incentivo à capacitação. Três workshops já foram realizados pelo Senac Canoas com a finalidade de sensibilizar e qualificar as empre-sas. Entre abril e maio, membros da comissão avaliadora realizarão visitas técnicas às 50 lojas participantes, a fim de fazer um diagnóstico com base em critérios como a abordagem e condução do atendimento e vendas, apre-sentação pessoal da equipe, fachadas, letreiros, vitrines e ambiente de loja. Em julho, o selo será concedido às empresas que atingirem a pontuação determinada.

cartão e selo de qualidade

div

ulg

ão

/sin

dilo

jas

ca

noa

s

Page 24: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

24

Abri

l 201

5

120

nic

ho Boutiques de carne

aconchegante são os pon-tos fortes das boutiques de carne, a nova tendência do ramo de açougues no Rio Grande do Sul e no Brasil. A moderni-zação, agregando valor ao negócio, surge como boa alter-nativa para atrair consumidores de bom poder aquisitivo e afasta os estabelecimentos da forte concorrência dos super-mercados. Mesmo com o freio ao consumo decorrente da recessão econômica, quem ingressou no segmento aposta em uma clientela cativa.

No bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, há pouco mais de um ano e meio a Premium foi inaugurada, adminis-trada por Dirceu Dornelles Pons e seus três filhos. A família,

Atendimento personAlizAdo, quAlidAde comprovAdA no produto e Ambiente

sofisticação alcançou

o churrasco. lojas

especializadas surgem em

várias cidades, aliando carnes

de primeira, vinhos, cervejas

artesanais e acessórios

A

Açougue sofisticAdo

©istock.com/Jag cz

Page 25: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

25

Abri

l 201

5

120

com tradição pecuarista, procurou suprir carência no varejo local em termos de carne qualificada, ganhando clientela de maior exigência. “O pessoal hoje se interessa pela raça do animal, sua idade e procedência”, explica Pons. “Trazemos carne da região da Campanha, com grande diferencial no que diz respeito à alimentação dos animais abatidos: eles não recebem suplementação no coxo, só recebem pasto, o que resulta em um sabor diferenciado.”

A casa oferece todos os artigos relativos ao churrasco, além de vinhos, cervejas artesanais, geleias, temperos e do-ces caseiros. O público consumidor pertence, em sua maio-ria, às classes A e B. “Ainda estamos em fase de captação de clientela, mas as primeiras impressões são muito boas. Acredito que a partir de dois anos e meio ou três de ativi-dade teremos retorno do investimento inicial, se o cenário voltar à normalidade”, conta o proprietário. “A recessão prejudica. Na área de alimentação, o cidadão não deixa de comprar, mas reduz o número de churrascos na semana.”

Os produtos mais requisitados são cortes de costela, pica-nha e vazio, na linha de churrasco, ou filé, alcatra e carne mo-ída com gordura mínima, na linha de cozinha. O manejo re-quer atenção máxima. “Prezamos pela qualidade, não apenas no momento em que a mercadoria chega do frigorífico for-necedor, mas dentro da loja monitoramos validade, aspecto e intercorrências que podem acontecer em itens perecíveis. Praticamos o prazo de 30 dias de validade na carne resfriada, antecipando em um mês o período preconizado pelo frigorífi-co, que é de 60 dias. Nossa ruptura é de 1%”, comenta Pons.

Público Procura novidade

Ex-representante de laboratório farmacêutico, Alex Se-bem abriu a boutique de carnes Sal Grosso, em Canoas, em junho de 2014. A inspiração veio de São Paulo, onde elas já existem às dezenas. Depois de uma pesquisa de mercado própria, ele abriu seu negócio apostando em um consumi-dor de cortes especiais que valoriza o atendimento. “Na ci-dade, somente um supermercado apresenta produtos com qualidade semelhante, mas lá a fila é grande, às vezes não se encontra o que se procura, e aqui conheço as pessoas pelo nome e posso fazer indicações”, lembra.

Seu foco é oferecer opções para qualquer tipo de refei-ção, atraindo também clientes da classe C com as chuletas e

guizados de primeira. Quem ganha mais prefere as carnes nobres e sempre procura novidades, como as linguiças re-cheadas. A Sal Grosso comercializa também cortes de porco e frango, bem como espetos, facas, tábuas e arroz e feijão, entre outros itens. “Até dezembro do ano passado as coisas estavam indo bem em termos de rentabilidade. Tínhamos boas perspectivas para o futuro, mas o trimestre inicial de 2015 tem sido fraco”, lamenta o empresário. “O valor da car-ne subiu de 15 a 20%, encareceu o frete, e o poder de compra das pessoas reduziu com a inflação e o aumento da energia elétrica. Não estou repassando os aumentos na íntegra, pois ainda estou amadurecendo o negócio”, diz.

Para tornar o nome da loja conhecido, Sebem conta com o boca a boca, site, as redes sociais e carro de som. No ve-rão passado, abriu loja em Atlântida por 90 dias, empatando ganhos e despesas. Em 36 meses, prevê o retorno do investi-mento inicial. “Vivemos um momento de transição, em que é difícil ganhar dinheiro”, argumenta. Com quatro funcio-nários, ele recebe carnes três vezes por semana e esforça-se para escalonar bem os pedidos. “Minha carteira de clientes está em formação, então acabo sempre tendo uma ruptura maior pela dificuldade em mensurar a demanda”, relata. No dia a dia, o empresário desenvolve a sua sensibilidade.

Premium, de Porto Alegre: qualidade na

carne e atendimento personalizado

Page 26: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

especial

26

Abri

l 201

5

120

entravena competição

empresarial

carga tributária paga no brasil é considerada alta, complexa

e ineficiente pela classe empresarial, e gera um impacto ainda

mais prejudicial para toda a sociedade na medida em que não é

revertida em serviços públicos de qualidade e amplo acessoa

Depende. Se o volume despeja-do gota a gota for retido em um grande reservatório plane-jado para o abastecimento futuro, é uma situação positiva. Agora, se cada uma das milhares de gotas se perderem, seja pela falta de um recipiente que permita o armazenamento ou porque o reservatório está cheio a ponto de transbordar, aí estamos diante de um caso clássico de desperdício.

O mesmo ocorre com os impostos pagos no Brasil. Só que estamos falando de uma imensa torneira que goteja R$ 50.523,40 por segundo – de acordo com o Impostômetro. Em apenas um minuto, o total passa dos R$ 3 milhões. Em uma hora, supera R$ 181 milhões. E assim, o Brasil arrecada mais de R$ 4,3 bilhões por dia. Em 2014, o montante arrecadado no ano chegou a R$ 1,85 trilhão. É algo bom ou ruim? Depen-de, igualmente, do uso que se faz desses recursos.

Para dimensionar o impacto dos tributos é padrão com-parar o montante arrecadado por um país com a riqueza ge-

texto Marina Schmidt

imagem de abertura ©iStock.com/Ruslan Grechka

UMa toRneiRa Soltando UMa Gota d’áGUa poR SeGUndo é alGo boM oU RUiM?

trib

uto

s

Page 27: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

tributos

27

Abri

l 201

5

120

rada, o Produto Interno Bruto (PIB). A relação de um dado para o outro apresenta o quanto os tributos representam, percentualmente, do PIB. Essa é a lógica por trás do conceito de carga tributária. Os dados mais recentes disponibilizados pela Receita Federal são de 2013 e revelam que, naquele ano, a carga tributária chegou a 33,77% – conforme o PIB revisado recentemente pelo IBGE. Ou seja, dos R$ 5,157 trilhões do PIB, R$ 1,741 trilhão foi obtido com a arrecadação tributária. “É como se trabalhássemos um terço do ano para o governo”, compara o economista da Fecomércio-RS, Marcelo Portugal.

“O agravante”, acrescenta, “é que competem às empre-sas outras despesas, inclusive para compensar faltas estru-turais, muitas vezes.” Por isso, a questão tributária no Brasil não pode ser vista apenas pelo prisma do montante pago. A complexidade do sistema tributário e a compensação de deficiências estruturais também entram na conta das em-presas. É o chamado Custo Brasil. “No final, se colocar na

ponta do lápis, as empresas terão trabalhado praticamente o ano inteiro para bancar essa conta. O lucro vai ser relativo a apenas alguns dias de trabalho”, contextualiza.

Portugal caracteriza a política tributária do país como cara, complexa e de baixo retorno. “Pagamos mais impostos do que praticamente todos os países da América Latina. Em média, a carga tributária na região é de 21,3% do PIB, nós estamos mais de 10% acima disso”, adverte. “Nossa arreca-dação está no patamar de países como a Alemanha, em que a carga tributária é um pouco maior do que a nossa, porém com retorno em serviços públicos incomparável ao nosso.”

Noção histórica e efeito político

Pagar impostos é uma lógica decorrente da “necessida-de de se manter uma espécie de ‘fundo’ para a realização de objetivos comuns a toda a sociedade”, explica o cientista

Page 28: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

especial

28

Abri

l 201

5

120

político e consultor da Fecomércio-RS, Rodrigo Giacomet. Um dos primeiros pensadores que se dedicaram ao tema foi Thomas Hobbes, que, em 1651, no livro Leviatã, começou a explicar essa necessidade. “Nessa obra, Hobbes formula a primeira teoria do ‘Contrato Social’, que se resume na re-núncia do homem às condições vividas no estado de nature-za, em troca de segurança mútua e, posteriormente, de ou-tros benefícios da vida em sociedade, como a infraestrutura, as leis e os serviços públicos essenciais”, acrescenta.

Assim, surgiu a ideia do Estado como garantidor de segu-rança, direitos fundamentais e contratos. E em decorrência dessa lógica, surgiu o conceito de governo capaz de atender a esses preceitos. “Em que pese durante séculos a sociedade tenha atribuído aos seus governantes poderes divinos, na se-gunda metade do segundo milênio os cidadãos passaram a perceber que seus governantes não somente eram desprovidos de divindades como também eram suscetíveis a todos os erros de avaliação e desvios de comportamento comuns aos seres humanos”, estabelece Giacomet. “Essa consciência, que é um dos reflexos do Iluminismo, foi muito importante para que a

sociedade começasse a se questionar sobre o uso do dinheiro público e reivindicar uma relação mais justa com o Estado.”

O acompanhamento tanto do custo tributário quanto do retorno da arrecadação levou as sociedades a acompanha-rem e compararem o nível da carga tributária. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) usa a margem aproximada de 36%. “Esse percentual é similar ao pago pelos alemães, oito pontos superior ao americano, e o dobro da carga paga pelos japoneses. A pergunta que os bra-sileiros se fazem é muito simples: por que a infraestrutura e os serviços públicos brasileiros são inferiores aos oferecidos nesses países?”, pontua o cientista político.

Giacomet destaca que o evidente déficit na qualidade e na abrangência dos serviços públicos no Brasil foi a causa das ma-nifestações de 2013, e justifica a declarada e recente insatisfa-ção popular. “Em 2015, a certeza de que os desvios de dinheiro promovidos pela corrupção estão fora de controle e a percep-ção da diferença entre o que foi proposto pela presidente du-rante as eleições e o que vem sendo praticado pelo seu segundo governo completam a carga de indignação dos brasileiros.”

Com esse pano de fundo, o governo tem que enfrentar a in-satisfação popular e a instabilidade política, dificultando ainda mais que a reforma tributária avance no país. “Em 2015 esta questão é impensável”, sustenta o economista Marcelo Portu-gal. Para ele, o comportamento do governo é errático tanto na tributação quanto no gasto. Nesse aspecto, há momentos em que ocorre a expansão dos gastos, com posterior redução, in-terferindo negativamente no ambiente de negócios. “O Finan-

div

ulg

ão

/Ga

ndra

Ma

rtins

ad

vog

ad

os

Temos estagnação, inflação, corrupção, falta de vontade,

política tributária inadequada, e o ajuste trará aumento do

custo tributário.

”“

ives GaNdra MartiNs

professor universitário e jurista

o brasil arrecada

r$ 50.523,40 por segundo

Page 29: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

tributos

29

Abri

l 201

5

120

ciamento Estudantil (Fies) consumia R$ 1 bilhão há sete anos, mas em cinco passou para R$ 14 bilhões. O governo percebeu que gastou demais e agora quer passar de R$ 14 bilhões para R$ 4 bilhões, só que alguém investiu pensando no Fies.”

O pacote de desonerações é outro foco de críticas do econo-mista. “Queremos desoneração horizontal, para todo mundo. Ou seja, uma medida que reduza a carga tributária para todos”, pleiteia. Portugal aponta que este é o caminho para minimizar o peso atual da carga tributária. “O dia em que vier a reforma tributária tem que ser de uma forma que simplifique o sistema, mas que desonere para todo mundo. Da forma como está, esse procedimento afeta a competição na economia.”

icMs, o Maior e Mais coMplexo tributo

A complexidade tributária do Brasil, que leva empresas a investirem mais de duas mil horas de trabalho apenas para concretizar o pagamento dos impostos, fica evidente na ar-recadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e

sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação (ICMS).

“O ICMS aparece nos três setores (indústria, comércio e ser-viços), só não no agronegócio”, detalha o advogado tributarista Rafael Borin, explicando que esse tributo é arrecadado pelos estados, mas que parte dele (25%) retorna para os municípios. “O ICMS sempre vai ter a principal atenção por parte dos es-tados. Toda vez que o Estado concede benefício fiscal, afeta os municípios”, descreve. O fato de cada estado ter autonomia para definir suas alíquotas, buscando a competitividade frente aos demais, abriu margem para a chamada guerra fiscal entre os estados. “As empresas que têm operação em todos os esta-dos precisam conhecer as 27 legislações vigentes no país. Sem sombra de dúvida, é, hoje, o imposto mais difícil de calcular, por sua abrangência”, esclarece.

Borin comenta que existe uma regra nacional que diz que todo o estado que quiser conceder benefício tem que seguir requisitos, e um desses requisitos é pedir autorização do Con-faz para estabelecer a alíquota ou os benefícios. “O estado tem

o peso do ajuste

O ano de 2015 está marcado pelo ajuste fiscal. Para atingi-lo, alguns tributos foram majorados, muitos passando a valer a partir de junho. As alíquotas elevadas devem gerar até o final do ano um aumento de R$ 25,95 bilhões para os cofres públi-cos, calcula o economista Marcelo Portugal, com base em informações da Receita Federal. Confira as principais mudanças:

tributo

ipi Cosméticos

piS/Cofins importação

ioF – Crédito pessoa Física

piS/Cofins – Cide Combustíveis

Contribuição previdenciária

sobre Faturamento

efeito em 2015

R$ 381,41 milhões

R$ 694 milhões

R$ 7,38 bilhões

R$ 12,18 bilhões

R$ 5,35 bilhões

efeito anual

R$ 653,85 milhões

R$ 1,19 bilhão

R$ 8,31 bilhões

R$ 14,07 bilhões

R$ 12,80 bilhões

alteração

equiparação do atacadista a industrial, para efeitos de

incidência do imposto*

Restabelecimento da carga tributária original (antes da

exclusão do iCMS da base) por meio da elevação das

alíquotas das contribuições para 11,75%*

aumento da alíquota de ioF incidente sobre crédito da

pessoa Física de 1,5% ao ano para 3% ao ano, mantido o

adicional de 0,38% por operação, adotada em substituição

da CpMF, por ocasião de sua extinção

estabelecimento das alíquotas ad rem do piS/Cofins e da

Cide Combustíveis (atualmente zeradas) para R$ 0,22 para

a gasolina e R$ 0,15 para o diesel

as empresas passarão a recolher 4,5% e 2,5% do faturamen-

to em substituição ao recolhimento de, respectivamente, 2%

e 1%, a título de contribuição para a previdência*

*a partir de junho/2015 / Fonte: Receita Federal do brasil

Page 30: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

especial

30

Abri

l 201

5

120

que comunicar a todos os demais o benefício que pretende dar, para que os representantes estaduais concordem ou não.” O Confaz, que deveria evitar a ocorrência da guerra fiscal, acaba se abstendo. Dessa forma, os benefícios não são contestados.

“O Rio Grande do Sul sempre respeitou muito a regra na-cional de não fazer a guerra fiscal, sempre agiu conforme a lei, respeitou a Constituição, mas na prática isso só gerou prejuízo para as nossas empresas. O que importa manter o respeito às normas se suas empresas estão sucateadas?”, questiona Borin. “O problema da guerra fiscal é a falta de

fiscalização e de cumprir a lei”, consolida. “Os estados deve-riam ser prejudicados quando praticassem a guerra fiscal, deixando de receber recursos.”

“Se um Estado concede um benefício de forma unilate-ral, os estados prejudicados têm que entrar com Ação Direta de inconstitucionalidade (Adin), só que demora tanto tempo para ser julgada, que enquanto o processo tramita a empre-sa já está há meses se beneficiando de impostos”, critica, sobre a morosidade do Judiciário em avaliar a questão.

Na coNtraMão

Para o presidente do IBPT, João Eloi Olenike, o Brasil está na contramão do que os demais países têm praticado. “O que te-mos sentido é que o nosso governo faz de tudo para que o Bra-sil continue não desenvolvido e tenha recessão econômica”, diz. “No mundo, a tendência é de incentivar o crescimento e o lucro para só depois tributar o ganho”, esclarece. “Já no Brasil, temos uma tributação antecipada, que é em cima do fatura-mento. Ou seja, a forma de tributação é muito forte em cima do empresariado por conta da antecipação tributária.”

Olenike argumenta que o certo seria fazer a tributação após o lucro obtido. “O faturamento não é lucro, é venda. Nesse caso, mesmo que ele não tenha resultado econômico tem que pagar o imposto. Para colocar o custo tributário no preço, o produto fica mais caro, a venda é menor e a atividade econômica é me-nor do que deveria.” Como efeito, “o governo, ao investir nesse sistema tributário, ao invés de enriquecer as empresas, acaba indo pelo lado contrário”.

O presidente do IBPT não vê saída em curto espaço de tem-po para o problema dos tributos. “O Congresso não está muito preocupado. Na verdade, é conivente com a situação, porque também precisa da arrecadação”, critica. “O horizonte não é otimista. Não temos projeto sério de reforma ou de diminui-ção.” Segundo cálculos do IBPT, mais de 50% do que poderia ser o lucro das empresas é destinado aos tributos.

Gestão da arrecadação

O que é mais prejudicial para o país: a má administração dos tributos arrecadados ou a corrupção? “Problemas não são comparáveis. A má administração e a corrupção produzem os mesmos resultados para o cidadão, e são problemas endêmicos

contribuição dos tributos por categoria

Os tributos sobre bens e serviços e sobre a folha de salários são os que mais pesam na arrecadação

A fatia arrecadada em cada esfera governamental:

tipo 2013

tributos sobre bens e serviços 51,27%

tributos sobre a folha de salários 24,98%

tributos sobre a renda 18,11%

tributos sobre a propriedade 3,92%

tributos sobre transações financeiras 1,69%

outros tributos 0,03%

união – 68,93%

municípios – 5,79%

estados – 25,28%

Fonte: Receita Federal (dados de 2013)

Page 31: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

tributos

31

Abri

l 201

5

120

do setor público brasileiro”, avalia o cientista político Rodrigo Giacomet. “Ambos geram desperdício de dinheiro e diminui-ção do capital social existente entre a população.”

No momento, tanto um aspecto quanto o outro têm sido debatido pela sociedade. Porém, as denúncias de corrupção geram um descrédito que acaba por dificultar a melhor ad-ministração política. “Os governos, quando estão envolvidos em denúncias de corrupção, perdem a razão nesse debate, e não conseguem implementar reformas administrativas que aumentem a produtividade, melhorando as entregas que são feitas ao cidadão. Portanto, a reforma administrativa é a mais urgente das reformas que o Brasil precisa”, pontua Giacomet.

Quando fala em reforma administrativa, o cientista político tem em mente a diminuição dos custos do trabalho no setor público, o aumento da produtividade dos servidores e a quali-dade das entregas que são feitas à população, além da diminui-ção da burocracia, aumento da transparência e da utilização dos recursos e ampliação da participação da sociedade civil nas atividades públicas. “Concomitantemente, essa mesma refor-ma poderia aumentar o controle e a punição aos servidores que praticam desvios e diminuir os incentivos à corrupção”, acrescenta. “Se o governo reduzir os esforços concentrados na produção direta de bens e serviços públicos, e se especializar na gestão dos contratos que firma com o setor privado, os incenti-vos à corrupção no setor público reduzirão sensivelmente.”

O jurista Ives Gandra Martins avalia que o cenário tributá-rio no Brasil está pior. “Temos estagnação, inflação, corrupção, falta de vontade, política tributária inadequada, e o que ao meu ver é pior é que o ajuste pode trazer aumento do custo tribu-tário”, elenca. O ajuste, avalia Gandra Martins, está sendo feito pelo lado errado. “Não se fala em corte na própria carne.”

QueM paGa a coNta?

“Embora a principal queixa quanto à alta carga tributária parta das empresas, quem paga a conta, no final, é a socieda-de, por meio dos consumidores”, esclarece Marcelo Portugal. Recentemente, todas as empresas foram obrigadas a detalhar na nota fiscal o total pago em impostos pelos consumidores. Porém, são poucas as pessoas que observam essa informação. O economista defende que se faça uma campanha destacando para a população quem paga a conta no final. O imposto é alto para a empresa e precisa ser repassado no preço final.

div

ulg

ão

/ibpt

João eloi oleNike

presidente do ibpt

O horizonte não é otimista. Não temos projeto sério

de reforma ou de diminuição de tributos.

”““Uma das bandeiras da Fecomércio-RS é a racionalização

dos tributos, e buscamos isso lutando pela simplificação do sistema de arrecadação, motivo pelo qual, neste ano, o foco do evento Giro pelo Rio Grande é a Reforma Tributária”, afirma o presidente da entidade, Luiz Carlos Bohn. “Sabe-mos que até a reforma virar realidade ainda vamos trilhar um longo caminho, mas é nosso papel discutir as mudanças necessárias e instigar o setor empresarial a ter este tema como uma de suas principais pautas. É de conhecimento que esse é um problema estrutural, ou seja, político e adminis-trativo. A arrecadação tributária do Brasil é suficiente; toda-via, a ineficiência da administração desses recursos culmina na baixa prestação de serviços públicos que recebemos”, acrescenta Bohn.

O governo brasileiro investe mal o que arrecada em saú-de e educação, áreas que representaram 12,1% das despe-sas primárias em 2012. Porém, o Brasil foi um dos últimos colocados em pontos no Pisa-Matemática no mesmo ano e um dos países com maior índice de mortalidade infantil em 2011. “Estamos longe de nos conformar com esta realidade, pelo contrário, devemos cada vez mais unir esforços, discu-tindo os desafios para implementar essas mudanças.”

Page 32: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

saiba

32

Abri

l 201

5

120

mais

liderança / Pesquisa revela Possível Postura dos jovens líderesBuscando entender o pen-samento dos futuros gesto-res em relação ao mercado de trabalho, o Núcleo Brasi-leiro de Estágios (Nube) per-guntou a um grupo de apro-ximadamente 20 mil jovens (de 15 a 26 anos) como eles se comportariam caso fossem líderes. O resultado do questionamento evi-dencia uma grande preocupação com cobranças, mas sem deixar de aten-tar também ao bom humor e simpatia – opção escolhida por 56,17% dos participantes. Entre as quatro alternativas, a segunda postura mais votada (31,83%) foi a do líder exigente, porém educado. Apenas 7,4% dos entrevis-tados acreditam que seriam instigantes, constantemente oferecendo bo-nificações compatíveis ao desempenho dos funcionários, enquanto 4,6% ficariam neutros, permitindo à equipe fazer suas próprias escolhas.

mais & menos

BelezaO comércio do setor de Higiene Pessoal,

Perfumaria e Cosméticos (HPPC) cresceu

11% em 2014, segundo dados da As-

sociação Brasileira de Higiene Pessoal, Per-

fumaria e Cosméticos (ABIHPEC). O país já

possui o terceiro maior mercado do mundo,

ficando atrás apenas dos EUA e da China.

poupançaEm março, a poupança registrou a

maior retirada mensal líquida de recursos

da história. As retiradas somam r$ 11,44 bilhões a mais do que os

depósitos. O principal motivo dos saques

é o aumento da taxa de juros básicos,

que atualmente está em 12,75% ao ano

– a maior em seis anos.

veículosA Associação Nacional dos Fabricantes de

Veículos Automotores (Anfavea) prevê que-

da de 13,2% nas vendas de veículos

em 2015. No início do ano, as montadoras

projetavam estabilidade no setor. Mas a

estimativa mudou devido ao fraco desem-

penho no primeiro trimestre deste ano, que

registrou queda de 17% nas vendas em

relação ao mesmo período de 2014.

mercadoA busca por pesquisas de mercado aumen-

tou 150% em 2015. Os dados são da

Hibou, empresa especializada em monito-

ramento comercial. Metade das pesquisas

encomendadas visam a resgatar clientes

que as empresas brasileiras perderam com

a crise econômica.

supermercadosOs supermercados gaúchos faturaram

r$ 24,1 bilhões em 2014.

O valor indica um crescimento de 3,44%

em relação ao ano anterior. Os dados são

da Associação Gaúcha de Supermercados

(AGAS), que ouviu as 251 maiores empresas

do setor supermercadista do Estado.

longevidade / jovens não têm interesse na longevidade

um estudo da Zhuo Consulto-ria e Giacometti Comunicação, realizado com mais de mil en-trevistados, apontou que 39% dos jovens (de 20 a 35 anos) gostariam de viver apenas en-tre 76 e 85 anos, mesmo ten-do sido provado que o homem é capaz de chegar aos 120. O grupo de 36 a 55 pensa pareci-do: 41% se encaixam na mesma categoria, não desejando pro-longar sua existência. O mesmo vale para as pessoas de 56 a 69 anos, 42% das quais não têm in-

teresse pela longevidade. Já 34% de quem tem mais de 70 anos adoraria viver de 86 a 95 anos. Na média geral, a maioria dos entrevistados (40%) acredita que, nem se quisessem, viveriam além de 85 anos. Intitulada de A perspectiva da longevidade e o impacto na sociedade, a pesquisa foi conduzi-da nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre.

©iS

tock

.com

/Ric

h Vi

nta

ge

©iS

tock

.com

/Yur

i Arc

urs

Page 33: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

33

Abri

l 201

5

120

consumo / Poucos brasileiros associam Promoções a resPeito ao clienteo estudo As empresas que mais respeitam o consumidor no Brasil, conduzido pela Shopper Experience em parceria com a revista Consumo Moderno, revelou que somente 5% dos compradores brasileiros conside-ram promoções, brindes, ofertas, sorteios e descontos como uma forma de apreço ao cliente. Segundo os coordenadores da pesquisa, o consumo consciente, uma prática hoje em desenvolvimento no país, foi a principal motivação para o resultado. Compuseram a análise os depoimentos de cerca de 10 mil homens e mulheres maiores de 18 anos, provenientes das classes A, B, C e D e moradores de São Paulo (capital e interior), Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília e Goiânia.

emprego / dicas Para fazer uma boa contrataçãorecrutar o candidato ideal para preencher uma vaga em sua empresa não é fácil. Pen-sando nisso, a Stato, consultoria especializa-da em gestão de carreira, formulou sete dicas para auxiliar os gestores a aperfeiçoarem os processos seletivos. Veja abaixo!

empreendedorismo / índice mostra crescimento

sustentável para pequenas empresas Segundo o Indicador Global do Empreendedorismo (GEI),

balanço semestral promovido pela Enterpreneurs’ Organization, 2015 está sendo um ano melhor para as pequenas empresas no mundo. Os 5.868 entrevistados,

originários de 46 países, afirmaram terem – na comparação com 2014 – criado mais empregos em

tempo integral (passando de 55% a 56%, com previsão de alcançar 66% nos próximos seis meses) e obtido

acesso facilitado a capital (33% a 36%). Por outro lado, o aumento nas receitas diminui de 68% para 67%. O

número de empreendedores que declarou contar com disposição para iniciar uma empresa foi de 84% a 90%. Mundialmente, 83% dos gestores mostram-se otimistas

quanto à economia, acreditando na manutenção ou melhoria da conjuntura em seu país.

©iS

tock

.com

/Peo

ple

Ima

ges

1. Informe-se sobre as razões para a

contratação – é uma substituição ou

aumento de pessoal?

2. Pense cuidadosamente nas habilidades

exigidas pela posição.

3. Antes de sair procurando por alguém novo,

verifique se existem candidatos em potencial

dentro da própria empresa.

4. Elabore uma estratégia de busca,

considerando suas limitações orçamentárias,

complexidade da vaga e quantidade de perfis

similares no mercado.

5. Realize entrevistas profundas e separe a

análise técnica da comportamental.

6. Vá além da primeira impressão: confira

referências profissionais antes da contratação.

7. Ofereça um salário, bônus e benefícios

coerentes ao nível de capacitação

do profissional.

Page 34: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

34

sescAb

ril 2

015

120

ircuito de corridas, dia do

desafio e Jogos comerciários

são alguns dos proJetos

desenvolvidos pelo sistema

fecomércio-rs/sesc no estado

e que integram a campanha

move Brasil

Cgrupos sociais e voluntários

de diversas partes do Brasil em prol da qualidade de vida. No Estado, o Sistema Fecomércio-RS/Sesc, em parceria com os Ministérios do Esporte e da Saúde e entidades, como a Associação Cristã de Moços e os Atletas pela Cidadania, quer aumentar o número de praticantes de esportes até 2016. A campanha Move Brasil, criada em 2012, incentiva a mobi-lização da sociedade, que pode auxiliar nas atividades ou mesmo participar das ações oferecidas gratuitamente.

O coordenador da secretaria-executiva do Move Brasil, Eduardo Uhle, explica que a campanha trabalha com alguns pilares. “Buscamos facilitar o acesso ao esporte, construin-do uma rede de parceiros, que oferece uma diversidade de práticas, com preços baixos e em locais diversificados”, afirma. O movimento, segundo ele, conta nacionalmente com “movedores” que se identificam com a causa e pro-

A prátiCA de exerCíCios físiCos está mobilizAndo empresAs,

mobilização em prolDe mais saúDe

Claiton dornelles/bbC fotografias

Page 35: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

35

Abri

l 201

5

120

SuceSSo no Santa Maria SeSc circo Com lotação

máxima nos espetáculos, o santa maria sesc Circo

movimentou a região Centro-oeste do estado, de 12

a 17/04. A primeira edição do evento contou com

atrações nacionais e internacionais, além de oficinas,

mostra fotográfica e palestras, em locais como escolas,

calçadão e espaços sesc. realizado pelo sistema

fecomércio-rs/sesc, em parceria com a prefeitura

e apoio da Aliança francesa, o evento incentiva a

formação de núcleos e grupos para essa prática

artística milenar. Alguns destaques foram os espetáculos

Rigoletto, da companhia francesa l’ inopinée, e o

argentino Dos Plazas, da companhia Circo social del

sur, apresentados nos dias 16 e 17/04.

inScriçõeS para o Dia Do DeSafio As cidades

gaúchas interessadas em participar do dia do desafio

2015 podem se inscrever até o dia 27/04. A iniciativa,

promovida pelo sistema fecomércio-rs/sesc, propõe

que as pessoas interrompam suas atividades para a

prática de 15 minutos de qualquer atividade física. basta

preencher o formulário oficial enviado pelo sesc às

prefeituras. mais informações em www.sesc-rs.com.br.

movem projetos voltados à comunidade. “Queremos que a população veja o exercício físico como algo prazeroso, que pode melhorar a qualidade de vida e promover o desenvol-vimento social.”

Trabalho em rede

Desde a criação da campanha, em 2012, o número de parti-cipantes, em diferentes frentes, vem crescendo. Segundo Uhle, o Move Brasil possui uma rede de 32 movedores. “A cada dia mais pessoas querem colaborar. Começamos com sete mem-bros-fundadores e hoje já são 40”, comemora o também técnico do Sesc-SP. Em 2014, foram realizadas ações globais em even-tos como o Dia Mundial da Atividade Física (6/04), Dia Mundial da Saúde (7/04) e na Semana Move Brasil (21 a 28/09).

No Rio Grande do Sul, um dos “movedores” é o Sistema Fecomércio-RS/Sesc, que oferece um leque variado de ações, desde dança, palestras, jogos de diversas modalidades espor-tivas, passeios ciclísticos e atividades ligadas a caminhada, corrida e ginástica. No calendário deste ano estão programa-ções como o Circuito Sesc de Corridas, que conta com 14 eta-pas, em diversos municípios do Estado – iniciado em Osório, no dia 8 de fevereiro –, até 6 de dezembro (final estadual, em Porto Alegre), o Dia do Desafio, marcado para 27 de maio, e os Jogos Comerciários, entre outros.

CombaTe ao sedenTarismo

De acordo com pesquisa feita pelo Instituto IPSOS, o se-dentarismo atinge 70% das mulheres brasileiras. “Buscamos reverter esse quadro, evitando que a situação se aproxime ao alto grau de obesidade e doenças associadas, observadas nos Estados Unidos”, alerta Uhle. Como o país sediou a Copa do Mundo Fifa 2014 e receberá os Jogos Olímpicos no pró-ximo ano, ele acredita ser um momento propício para que a população aproveite as competições para se tornar mais saudável a partir da prática de esportes e atividades físicas.

Interessados em participar da campanha (instituição pública, privada ou pessoa física), segundo Uhle, devem divulgá-la publicamente. “Quem se identificar com a cau-sa deve assumir compromissos e participar ativamente das ações em sua região”, convida. Mais informações no endere-ço www.movebrasil.org.br.

agenDa De eventos

29/abr a 5/Jununidade Sesc de Saúde preventiva em alegrete

De 29/04 e 5/06, a Unidade sesc de saúde pre-

ventiva (Ussp) disponibilizará à comunidade

exames gratuitos, como mamografias, ultrassom,

citopatológicos de colo de útero e oftalmológicos,

entre outros. o atendimento ocorrerá de segunda

a sexta-feira, das 8h às 12h, e das 13h às 17h, na

praça osvaldo aranha, em alegrete.

8 a 31/Maio10º festival palco Giratório Sesc/poa

espetáculos teatrais, de dança, circo, intervenções

artísticas, oficinas e momentos de reflexão prometem

movimentar a capital de 8 a 31/05. a 10ª edição do

Festival palco giratório sesc/poa ocorre em diferen-

tes espaços da cidade. as programações podem ser

conferidas em www.sesc-rs.com.br/palcogiratorio.

Page 36: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

36

Abri

l 201

5

120

Economia

A valorização do dólar no mundo todo ga-nhou força ainda maior no Brasil, em virtude da deterioração dos fundamentos econômicos locais: aumento da inflação, pio-ra das contas públicas, baixo nível de investimento. Os dados revelam que, ainda que mais tarde do que a indústria, os servi-ços (no sentido amplo, incluindo o comércio) já não mostram a mesma pujança de outrora: em 2014, os números do PIB reve-laram um crescimento de apenas 0,7%. O mercado de trabalho não é mais capaz de gerar novos postos na mesma medida que em momentos anteriores e, portanto, não cria novos consumi-dores. Além disso, o crédito ficou mais caro e restrito.

O dólar vive um processo de alta perante todas as moedas, decorrente do movimento de recuperação da economia norte-americana. “Uma economia que cresce atrai capital, especial-mente quando é um ambiente de baixo risco, como é o caso dos Estados Unidos. Além disso, o país terminou o III Quantitative Easing, uma política monetária expansionista do Banco Cen-tral americano que injetava mensalmente bilhões de dólares

A previsão do tempo pArA o comércio em 2015 é sombriA.

fortalecimento da moeda

norte-americana, combinado

com o aumento da inflação

no brasil e a retração nos

investimentos, é um freio ao

comércio. as atividades ligadas

ao lazer e entretenimento são

as que mais perdem

o

Dólar em alta, comércio preocupaDo

©istock.com/porco rex

Page 37: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

37

Abri

l 201

5

120

na economia mundial, bem como há a perspectiva de elevação de juros nos EUA, o que por sua vez já aumenta o rendimento dos treasures (títulos do Tesouro)”, analisa a economista da Fe-comércio, Patrícia Palermo.

É difícil projetar uma perspectiva no momento, segundo a especialista. Os Estados Unidos passam por um processo de recuperação estável e sem pressões inflacionárias relevantes de curto prazo. “Isso faz com que a decisão de aumentar juros não seja urgente na agenda do FED, mas o mesmo já avisou que acompanha com atenção a evolução do cenário vigente, dando sinais de que pode vir a aumentar os juros no segundo semes-tre. Entretanto, esta elevação pode ser adiantada devido ao mercado de trabalho aquecido, ou postergada devido à queda de preços”, explica. “É difícil precisar o quanto dessa perspec-tiva já está embutida na cotação atual do dólar.”

Conforme Patrícia, tanto o comércio quanto os serviços vem sendo impactados pelo cenário econômico vivido pelo Brasil. “A moeda nacional somatiza a deterioração dos funda-mentos econômicos”, diz. “Se há atividades que naturalmen-te estão mais protegidas em ambientes de baixo crescimento (caso de gêneros alimentícios, medicamentos e combustíveis), outras devem sofrer mais.”Atividades ligadas a lazer e entre-tenimento, cuidados pessoais de toda ordem e vestuário ten-dem a repercutir de maneira mais intensa a diminuição da ati-vidade, pois também são elas que mais crescem em períodos de prosperidade. “O mercado de trabalho mostrando indícios de retração, os juros altos e a baixa confiança também são ele-mentos que prejudicam a venda de imóveis, bem como de mó-veis e eletrodomésticos”, observa.

Nem toda empresa viverá crise

Nem toda empresa vivenciará um cenário de crise em 2015. Mesmo na estagnação do ano passado, várias conse-guiram bons resultados. “Quem cresceu capturou uma par-cela de mercado de um concorrente”, avalia a economista. No cenário atual, Patrícia considera fundamental apostar em atendimento e relacionamento com o cliente, uma vez que reconquistá-lo é muito mais caro do que conquistar um cliente novo. “E num tempo de redes sociais, perder um consumidor pode significar perder milhares em termos potenciais. Outra questão relevante é não descuidar do flu-xo de caixa e manter estoques adequados”, completa.

João Pedro Florence, administrador da rede de lojas Malt Store, em Porto Alegre, sentiu o reflexo na alta do dólar. Ele trabalha com cerca de 400 rótulos de cervejas importadas e nacionais, e tanto as primeiras quanto as se-gundas tiveram alta nos preços, já que grande parte dos insumos para a fabricação das cervejas artesanais no Brasil vêm do exterior. “Temos negociado preço com os fornece-dores, mas acredito em alta até a metade do ano. Assim, es-tamos enxugando o número de rótulos com os quais traba-lhamos para melhor equacionarmos as finanças”, conta.

Outra ação da Malt Store para manter as vendas é re-duzir as margens de lucro em determinadas marcas, apos-tar em vendas associadas e outras promoções. “O cliente percebe o aumento, principalmente nas importadas, mas quem realmente gosta da cerveja importada continua com o hábito. Não houve queda no faturamento, porque temos alternativas de vendas. Alguém que vai fazer uma viagem para o estrangeiro pode não ir nesse momento, mas não deixará de consumir algo que realmente goste na nossa faixa de preços”, relata.

Na análise do presidente do Sindicato dos Hotéis, Ba-res e Restaurantes da Região das Hortênsias, Fernando Boscardin, o crescimento da moeda americana ainda não gerou o lucro esperado na Serra. “Evidentemente, já ou-vimos relatos de pessoas que trocaram Bariloche ou os Estados Unidos e decidiram vir para a Serra gaúcha, mas o ganho ainda é pequeno”, diz. “Em princípio, o dólar alto nos ajuda, na medida em que os Estados Unidos deixam de ser destino atrativo para compras, mas precisamos de ajuda das companhias aéreas também. Há promoções de passagem de ida e volta para a América do Norte por pre-ço muito menor do que uma ida ao Nordeste. Não adianta os hotéis reavaliarem seus custos e baixarem preços, em virtude da redução do poder de compra do turista brasi-leiro, sem essa contrapartida.”

A expectativa da entidade, representativa de 165 esta-belecimentos, é de 5% a 10% de aumento na demanda, des-de que o câmbio não encareça muitos produtos no Brasil. “Se o custo de vida sobe muito, o brasileiro perde o poder de viajar. Na Páscoa, por exemplo, já percebemos que o perfil de cliente mudou. Recebíamos muitos visitantes das classes C e D, mas o feriadão atraiu pessoas com melhor situação financeira”, observa.

Page 38: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

38

seNACAb

ril 2

015

120

com a 10ª Feira de Oportunidades, que ocorrerá de 4 a 8 de maio em todo o Estado. Mais de 100 mil pessoas deverão ser capacitadas gratuitamente em palestras, oficinas e workshops capilari-zados nos mais de 60 pontos de atendimento da institui-ção, atingindo os municípios de todas as regiões.

Com o tema “Aprender é mudar”, o evento lembra a necessidade de adaptações a novas realidades. “As pesso-as precisam se educar, se apropriar de novas competên-cias, porque o mundo do trabalho evolui continuamente. É preciso encarar a mudança como geração de oportu-nidades, e devemos estar preparados”, explica o diretor regional do Senac-RS, José Paulo da Rosa.

O senac cOntinua dandO O exemplO de prOmOçãO da qualificaçãO prOfissiOnal

Qualificação para o trabalho

eira de OpOrtunidades chega à

sua décima ediçãO,

prOmOvendO a educaçãO

para O trabalhO. mais de

100 mil pessOas deverãO ser

beneficiadas cOm a iniciativa

f

div

ulg

ão

/se

nac

-rs

Page 39: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

39

Abri

l 201

5

120

faculdade senac porto alegre inscreve para cur-

so de pós-graduação para quem deseja iniciar uma

especialização ainda este ano, a faculdade senac

porto alegre está com cinco opções de cursos, com

início das aulas previsto para maio. O programa oferece

uma rede de descontos para aqueles que trabalham

no comércio de bens e serviços. além disso, também

disponibiliza financiamento total dos cursos, por meio de

convênio com a caixa econômica federal. Os interessa-

dos podem optar pelos seguintes cursos: especialização

em comunicação e marketing estratégico; Gestão de

negócios; computação nas nuvens; segurança da

informação e Gestão de moda. mais informações pelo

site www.senacrs.com.br/pos.

senac gramado marca presença na 25ª festa da

colônia O senac Gramado celebra junto à popula-

ção os 100 anos do município. a unidade irá participar

da 25ª festa da colônia, com diversas oficinas abertas

aos visitantes que serão mediadas pela docente neusa

maria Boeira. este ano, o evento ocorre entre os dias 16

de abril e 23 de maio, no expogramado (av. Borges de

medeiros, 4111). mais informações podem ser obtidas

pelo telefone (54) 3286-4445.

agenda de eventos

Ao longo das nove edições, 373.167 mil pessoas passa-ram pelo evento, que exige apenas a doação de um quilo de alimento não perecível ou de uma peça de roupa como requisito para a inscrição.

Para o diretor regional, a educação é o maior desafio nacional. “O Brasil precisa se qualificar na área, tendo em vista que, em todos os indicadores de avaliação da quali-dade de nossa educação, estamos muito abaixo da média mundial”, diz.

No último teste de raciocínio Pisa (Programa Inter-nacional de Avaliação de Alunos, da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), aplicado a jovens de 15 anos de 65 países, o Brasil ficou na 59ª colo-cação. “Nossa média de anos de estudo é de 7,2 anos por pessoa, abaixo da Argentina, com 9 anos, e muito abaixo da Coreia do Sul, com 15 anos. Nossa população não tem nem o Ensino Fundamental concluído, e precisaremos de muito tempo para mudar essa realidade”, conta.

Nesse contexto, a educação profissional é importan-tíssima. “A qualificação para o trabalho, o ato de se apro-priar de competências básicas nesse âmbito, pelo menos resolve no curto prazo a deficiência da educação de baixa qualidade”, pondera.

Segundo relata, há vários casos de pessoas que parti-ciparam de palestras na feira e mudaram sua realidade a partir do contato com diferentes opções de cursos de qualificação até então desconhecidos. “O público é bas-tante heterogêneo, abarcando desde jovens no Ensino Médio, vivenciando período de difíceis escolhas, aos apo-sentados que decidem enveredar por outros caminhos na maturidade.”

As pessoas não precisam ficar atreladas às profissões tradicionais, o Código Brasileiro de Ocupações já conta com 2.500 afazeres. “Na feira, se discutem alternativas e escu-tamos outros relatos de modo a evidenciar a dinamicidade do mundo do trabalho. Muitos trabalhadores já mudaram a sua trajetória em virtude desse evento”, conclui.

Todas as atividades geram um certificado de parti-cipação que pode ser retirado depois da feira. Mais in-formações sobre datas, horários e conteúdos das pales-tras, com a programação completa de todas as unidades envolvidas, estão disponíveis para consulta no site www.senacrs.com.br/feiradeoportunidades.

20/abr a 26/Junvestibular de inverno 2015

estão abertas as inscrições para o vestibular

de inverno 2015, da faculdade senac de

porto alegre (r. coronel genuíno, 130 – centro

histórico). a prova ocorrerá no dia 28 de junho,

das 13h às 16h. Mais informações pelo site

www.senacrs.com.br/vestibular.

5 a 20 maiounidade móvel do senac em são Borja

a unidade móvel do senac estará, de 5 a 8 de

maio, na feira de oportunidades do senac são

borja. Já de 9 a 20 do mesmo mês serão ministra-

dos cursos e oficinas de informática. as atividades

são gratuitas e ocorrerão na praça Xv de novem-

bro. Mais informações no site www.senacrs.com.

br/saoborja ou pelo telefone (55) 3431-6775.

Page 40: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

40

Abri

l 201

5

120

dossiê / Fogão

pão caseiro, o bolo e o almoço

de domingo têm em comum mais

do que o talento do cozinheiro.

são alimentos preparados

com carinho, quando bons

ingredientes e aptidão culinária

se juntam ao calor do fogão

OUm dos eletrodomésticos mais presentes

nos domicílios é o fogão, que junto com a geladeira forma a dupla indispensável do ambiente. E é fácil entender por quê: ambos existem para conservar alimentos, no caso da geladeira, e para aprimorar o preparo dos alimentos, no caso do fogão. Mas vamos nos ater ao ponto quente dessa relação.

Desde os primórdios, o homem descobriu no fogo um grande aliado. Nos dias e noites frios, é o calor dele que garante o conforto térmico, além de prover iluminação e proteção contra o ataque de predadores. Depois disso, foi impossível viver sem o fogo, mas o uso dele foi se aprimo-rando com o passar dos anos. Primeiro, vieram tentativas de controlá-lo. Os primeiros fogões, rudimentares ainda, eram formados por um pequeno buraco no solo. Ali era aceso o fogo para o cozimento de alimentos em panelas. Ainda as-

É difícil imaginar uma cOzinha sem ele.

O cOraçãO da sua cOzinha

©istock.com/chandler Photo

Page 41: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

41

Abri

l 201

5

120

sim, a chama era de difícil controle. Para resolver a situa-ção, pedras começaram a ser usadas como suporte para as panelas, equilibrando o calor transmitido para os utensílios utilizados para o cozimento.

Com o passar dos anos, os fogões passaram a ser cons-truídos. O material inicialmente usado foi o barro. O apri-moramento foi recorrente até o desenvolvimento do fogão de metal, o mais eficiente até então. Claro que o modelo era ainda muito simples em comparação com os modelos mais modernos utilizados atualmente; porém, o fogão de metal ainda está presente na casa de muitas pessoas ao redor do mundo. Aliás, ainda é vendido em lojas especializadas e até pela internet. É o famoso fogão a lenha, utilizado especial-mente na cultura gaúcha.

O fogão a lenha ficou vinculado à vida tranquila do campo, aos momentos de aconchego e até a sabores. O exemplo mais clássico da importância dada ao fogão ou forno a lenha é a produção de pizzas. Há quem sacramente que, se não for feita em forno a lenha, não é a mesma coi-sa. É por isso que o fogão a lenha ainda tem uma aceitação tão grande até hoje.

Fogão a gás

A nova fase dos fogões começou com a Revolução Indus-trial, no século 19, que inaugurou um período de inovações recorrentes. A grande característica da era industrial foi o uso de energia térmica aplicada a uma série de maquinários. Esse tipo específico de energia era gerado pelo calor, e o uso do vapor nos processos produtivos foi o grande trunfo da época. Os fogões, logicamente, não fugiriam dessa caracte-rística. Passaram a ser fabricados como grandes móveis com um compartimento para o fogo e, muitas vezes, com uma caldeira para armazenamento de água quente.

No século 20, os fogões geravam fogo a partir da lenha ou do carvão, mas logo seriam substituídos pelos fogões a naf-ta (decorrente da refinação do petróleo), porém ainda sem uso doméstico. Estes eram mais vinculados aos modelos in-dustriais. Mas a inovação estava iniciada. Do petróleo veio, mais tarde, o gás de cozinha, que passou a fazer parte da vida das pessoas de maneira abrangente. O fogão a gás eliminou a necessidade da queima de biomassa e tornou a rotina das famílias mais prática. Embora seus perigos sejam bastante

TipOs de fOgões

©is

toc

k.c

om

/s-c

Pho

to

©is

toc

k.c

om

/exc

elle

nt P

hoto

©is

toc

k.c

om

/s-c

Pho

to©

isto

ck.

co

m/W

icki5

8

do

vulg

ão

/ro

dria

ço

Diversos tipos de fogão são encontrados no mer-cad, desde o tradicional fogão de piso até o moderno cookto. As variações de função, tamanho, design e po-tência também apresentam uma vasta gama de pro-dutos ao consumidor, que tem a opção de escolher o mais adequado para a sua rotina.

Fogão de piso – É o modelo tradicional e

o mais encontrado nas lojas. ele é fácil de

instalar, funciona a gás, conta com um

ou dois fornos embutidos e geralmente

tem de 4 a 6 bocas.

Fogão de

embutir – esse

modelo possui praticamente as

mesmas características do fogão

de piso, sendo ideal para cozinhas

planejadas, já que necessita de

uma base (bancada ou móvel)

que o sustente.

Fogão de mesa ou cooktop – exigindo pouco espaço na

cozinha, este fogão é constituído

apenas pelos queimadores

(variam entre 1 e 6). além dos que

funcionam a gás, existem ainda o

cooktop – ou também chamado dominó – elétrico e o por indução,

cujos funcionamentos dispensam a chama.

Fogão industrial – com grande

porte e alta potência, este

modelo possui de 4 a 8 bocas

e pode ter forno embutido. O

modelo é utilizado para cozinhar

por longos períodos em lugares

como fábricas, restaurantes, escolas, hospitais e hotéis.

Fogão a lenha – ideal para

lugares e estações com

temperaturas baixas, esse

fogão, além de possibilitar um

cozimento homogêneo dos

alimentos, aquece o ambiente

em que se encontra.

Page 42: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

42

Abri

l 201

5

120

dossiê / Fogão

curiOsidades

Pioneiro O registro mais antigo de que

se tem notícia de um fogão

a gás no Brasil é do ano 1901.

O primeiro comprador do modelo

foi o governo de são Paulo, que o

instalou no palácio oficial. somente

27 anos foi importada dos estados

unidos a primeira geladeira elétrica

para o Brasil.

Chama azula chama do fogão é azul basicamen-

te porque a queima do combustível

resulta em gás carbônico e água. ao

aquecermos um material, as molécu-

las entram em um estado de agitação,

porque estão absorvendo energia,

mas depois decaem, emitindo ener-

gia – no caso, em forma de fótons, a

partícula da luz.

Fogão de lenhadominando os mistérios do fogão

e da vida, maria stella libanio

christo reuniu uma coleção

de cadernos de receitas das

bisavós mineiras e escreveu o livro

Fogão de Lenha (ed. Vozes – 1ª

edição de 1977), uma obra que

apresenta três séculos de tradições

gastronômicas de minas gerais.

42

Abri

l 201

5

120

©is

toc

k.c

om

/dut

chy

)

©is

toc

k.c

om

/hul

tona

rchi

ve

conhecidos, a exemplo do risco de explosões de botijões de gás, controlado com medidas de segurança específicas.

Hoje, um novo tipo de fogão está ganhando espaço nas cozinhas: é o fogão elétrico, feito de várias placas de resistên-cias, acopladas sobre uma caixa de metal. Entre as novidades, há os fogões mistos, que utilizam tanto as placas de resistên-cia quanto o gás, mas é pouco utilizado atualmente. Entre as modalidades de fogões elétricos, há os que possuem as placas instaladas em cima de um forno e há os fogões elétricos de mesa, desvinculados dos fornos.

soFistiCação aliada à segurança

Cozinhar sem fogo. Essa é uma das vantagens do cooktop com funcionamento elétrico ou por indução, produtos ino-vadores não só pelo design moderno, mas também pelas fa-cilidades que oferecem ao consumidor. Também chamado de dominó, a tecnologia desse fogão é mais segura que ou-tras formas de cozimento por calor, já que dispensa o uso da chama e reduz acidentes, como queimaduras e incêndios.

Além disso, ele ocupa pouco espaço na cozinha e proporcio-na um cozimento rápido e uniforme, pois seus controles de temperatura são precisos e totalmente digitais.

Feitos de vitrocerâmico, os cooktops por indução possuem uma tecnologia ainda pouco usada nas cozinhas que permite a geração de calor através de um campo magnético, o qual oscila em uma frequência capaz de gerar correntes induzidas em ob-jetos ferromagnéticos. Para cooktops por indução magnética, as panelas de ferro fundido são ideais, já que elas serão transfor-madas na única fonte de calor e, assim, cozinharão o alimento. Já os fogões dominó elétricos funcionam por meio de uma re-sistência elétrica, que aquece tudo ao seu redor.

Se outros modelos de fogão, como o de piso e o de embu-tir, dispõem de recursos variados, o cooktop não fica atrás. A maioria deles vem com timer ou um queimador de alta po-tência, ideal para preparar pratos que envolvem mais volu-me de alimento. A quantidade de queimadores varia de 1 a 6. No caso do cooktop dominó, a combinação entre diferentes modelos é extensa e o consumidor pode personalizar o seu próprio fogão.

Page 43: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

vis

ão e

conôm

ica

43

Abri

l 201

5

120

NormAlmeNte, A iNflAção se AcelerA em fases de crescimento rápido da economia, quando a expansão da oferta não consegue dar conta de satisfazer o crescimento da demanda. como resultado, os preços sobem. Vale também o oposto. em períodos de estag-nação da atividade econômica, a inflação fica perto de zero ou mesmo negativa (deflação), tal como ocorre na europa atualmente.

mas a História já nos mostrou, contudo, que pode haver também uma combinação pouco usual de estagnação econômica com inflação elevada. Nos anos 60 e 70, os países desenvol-vidos passaram por esse fenômeno. A econo-mia não crescia por limitações de oferta. mas, em vez de tomar medidas para a ampliação da oferta, como o aumento do investimento produtivo e em infraestrutura e de incentivo a produtividade, os governos tentavam forçar uma aceleração do crescimento através de políticas de dinheiro fácil, ampliando o crédi-to ao consumo e aumentando o gasto público. o resultado foi um crescimento próximo de zero e a aceleração da inflação. Esse fenôme-no acabou batizado de “estagflação” por um deputado do parlamento inglês, iain macleod, que se tornaria ministro da fazenda em 1970.

Os dados recentes mostram que a “estagfla-ção” voltou a aparecer no Brasil em 2014 e, provavelmente, continuará conosco em 2015.

No ano passado a inflação atingiu 6,4% e o PIB cresceu apenas 0,1%. Para este ano, a es-timativa do nosso Banco Central é o que o PIB cresça -0,5% e a inflação atinja 7,9%. O Brasil repetiu, ao longo do primeiro governo da presidente Dilma, o mesmo erro do passado, tentando crescer por injeções maciças de de-manda, principalmente via gastos públicos. Nossa limitação de crescimento não ocorre por falta de demanda, como ocorre na euro-pa atualmente. Na europa, há infraestrutura e mão de obra qualificada, mas não há o âni-mo que estimule os gastos dos consumidores. No Brasil, o problema é o oposto. Precisamos que o governo concentre sua atuação nas condições de oferta: privatização, melhoria da educação básica, simplificação do sistema tributário, aumento da eficiência dos servi-ços públicos de saúde e segurança, etc. em seu segundo governo, a presidente Dilma deu um primeiro passo correto ao optar pelo ajuste fiscal. Falta dar agora o segundo passo, anunciando políticas de cunho microeco-nômico que incentivem o investimento, a inovação e a produtividade. O ajuste fiscal é importante para conter a inflação e manter o nosso grau de investimento, mas precisa-mos de reforma tributária, liberalização do mercado de trabalho e serviços públicos de qualidade para voltar a crescer.

Marcelo PortugalConsultor Econômico da Fecomércio-RS

Lúc

ia S

imo

n

Estagflação

Page 44: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

44

Abri

l 201

5

120

marketing

çOnipresenca para atrair cliente

abriram formas de os consumidores interagirem durante o processo de compra dos seus bens de consumo. Eles querem mais conteúdo, mais participa-ção, mais informações. Os canais de propaganda e venda (e-commerce, lojas físicas, redes sociais) precisam convergir e dialogar entre si para que haja melhor experiência de aqui-sição dentro, fora, antes e depois da loja. É o marketing omni channel. O desafio para o varejo é colocá-los dentro de uma lógica que melhor atenda ao processo todo, convergindo em uma mensagem uniforme e atrativa.

As novAs tecnologiAs (tAblets, celulAres, computAdores)

inserção de novas tecnologias

no mundo competitivo

criou uma série de novas

oportunidades para o varejo

inovar nas vendas

A

©istockphoto/violetkaipa

Page 45: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

45

Abri

l 201

5

120

O professor Rubens Sant’Anna, da ESPM Sul, é assertivo: não há fórmula pronta para uma excelente abordagem em todos os canais. O varejista precisa entender como o cliente se comporta em seu processo de compra, o que varia con-forme cada categoria de produto. “Numa loja de vestuário, por exemplo, quanto mais informação uma consumidora tiver na hora da escolha, maior é a chance de ela adquirir bens inter-relacionados”, comenta. “Nos Estados Unidos, algumas lojas criaram curadorias que oferecem ao shopper composições enquanto ele escolhe algo, seja online ou na loja física. Ele pode procurar cores, receber sugestões, provar o produto e decidir comprar em casa.”

Todas as empresas devem investir em inovação, desde que mantenham em dia as atividades essenciais, o arroz com feijão. Segundo Sant’Anna, o melhor plano de aborda-gem omni channel é fazer um projeto-piloto de baixo custo, com assessoria de empresa conhecedora de e-commerce e comportamento digital. “Tudo parte de bom planejamento para identificar o que a empresa pretende com a expansão de canais, se quer aumentar visibilidade, melhor divulgar seus produtos, aumentar taxa de conversão. O importan-te é não pensar os canais de forma isolada. O e-commerce deve ajudar a trazer o cliente para a loja”, diz. Na visão dele, o maior problema é a falta de informação, há muitos lançamentos e o varejista revende-os sem uma lógica. “A plataforma digital deve pos-sibilitar ao cliente ter mais informação sobre os produtos e ter orientação”, afirma. Ao pequeno varejo, o professor recomenda a busca de uma forma mais seletiva de criar valor para o negócio, fugindo da conquista de clientes ape-nas pela conveniência.

AlinhAmento de estrAtégiAs

A loja de moda esportiva Centauro já oferece um aten-dimento multicanal aos clientes, que podem comprar nas mais de 180 lojas físicas da rede, por meio do e-commerce, do televendas e também em algumas lojas, em quiosques cha-mados de “estoque estendido”, nos quais se compram pro-dutos complementares a uma atividade, como acessórios e aparelhos para musculação. “Nosso cliente pode trocar nas lojas físicas os produtos comprados no site, e estamos agora iniciando testes com um programa de coalizão que vai per-mitir aos consumidores acumular pontos nas compras on e offline e trocar por produtos nos dois canais. A integração completa de estoques e serviços em lojas de todos com o e-commerce acontecerá até 2016”, anuncia o diretor de marke-ting do Grupo SBF, Artur Silva.

Há mais de dez anos em operação, o portal da loja repre-senta hoje 14% do faturamento do Grupo SBF. A expectativa para 2015 é de um faturamento de R$ 550 milhões. Para su-portar o crescimento previsto, a empresa deverá investir R$ 30 milhões em infraestrutura. A estratégia para os próximos anos é continuar a focar em rentabilidade e geração de cai-xa, não simplesmente em crescimento acelerado. As redes sociais são consideradas um termômetro importante de in-teração e proporcionam um diálogo com os nossos clientes.

Na Centauro,

cliente pode trocar nas

lojas físicas produtos

comprados online

divulgação/grupo sbF

Page 46: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

46

Abri

l 201

5

120

marketing“São fundamentais para que a gente entenda como estão os ní-veis de satisfação e serviço prestado”, conta Silva.

“O maior desafio da mega store foi entender as pecu-liaridades dos canais e o que procura o cliente que busca cada um deles”, relata o executivo. “Para isso, criamos uma operação exclusiva para o e-commerce, que hoje conta com mil pessoas, e demos liberdade para que pudesse crescer de maneira independente, porém, alinhada à estratégia do Grupo SBF.” Houve ainda grande investimento em equipe, softwares, centro de distribuição e logística. “Agora, estamos buscando evoluir internamente, visando a um melhor ali-nhamento de estratégias de precificação e de marketing em todas as plataformas, pois a dinâmica de realização de cam-panhas promocionais é bastante diferente nos mundos on e off line”, compara Silva.

tecnologiA pArA o Big dAtA

No Shopping Iguatemi de Porto Alegre, a abordagem omni channel tornou-se uma necessidade: todo consumidor é considerado multicanal. “Reunimos 300 lojas, mas não re-alizamos as vendas, então nosso papel é ser um facilitador de acesso do nosso cliente ao varejo, do telefone até as re-des sociais”, declara a gerente de marketing, Cíntia Marques.

divulgação/shopping iguatemi

A conversão de tecnologias, contudo, é um obstáculo. “Ain-da temos dificuldades em fazer todas as formas de contato convergirem e estar tudo integrado em um sistema de Big Data”, diz. O treinamento e o alinhamento dos funcionários responsáveis pelo contato com os consumidores também exigem esforço. “Precisamos ter uma forma única de ser Iguatemi e de interagir com o shopper. Nossa equipe conta com mais de 20 pessoas e temos treinamentos sistemáticos sobre diretrizes de atendimento. Queremos ser mais ágeis em todas as plataformas, pois o tempo é um dos bens mais preciosos das pessoas”, conta. As solicitações ou reclama-ções são respondidas no menor tempo possível.

O investimento na interação tem sido crescente. “Es-tamos desenvolvendo um aplicativo para o pagamento da taxa de estacionamento e já implementamos ações digitais bem presentes”, garante Cíntia. O Iguatemi promove, por exemplo, a Quarta de Estilo na terceira semana de cada mês. Enquanto as namoradas fazem compras, os seus parceiros podem ficar jogando em um aplicativo desenvolvido espe-cialmente para entretê-los. E mais: o app permite o acúmulo de pontos para se trocar por benefícios nas lojas. “Isso era inimaginável há apenas dois anos. Cada vez mais nossos mo-vimentos precisam prever recursos para o desenvolvimento de inciativas assim”, resume.

Cíntia, do

Iguatemi: tempo

é bem precioso

para o cliente

Page 47: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

47

Abri

l 201

5

120

pelo mundoNOVIDADE EM FECHADURAS A Imab, empresa paulista especializa-da na confecção de fechaduras, lançou um novo modelo de produto com

funcionamento por meio de código QR. Para destrancar portas equipa-das com o iQR01, basta efetuar uma leitura ótica utilizando os códigos específico destas. Eles podem ser impresso em papel ou transportados

em um suporte digital, como tablets, smartphones e outros. O procedimen-to é descomplicado, seguro e barato, uma vez que é totalmente livre de

fios, não exige mudanças estruturais na porta e necessita de um consumo energético quase

nulo. Ainda permite ao usuário escolher qualquer tipo de maçaneta, uma vantagem

muitas vezes inexistente nos demais métodos. Os acessos são configurados por um

software simples, facilitando o uso mesmo aos leigos em informática.

JOGOS DE TABULEIRO PARA GATOS A empresa

brasileira Pet Games, voltada à fabricação de artigos

inovadores para melhorar a qualidade de vida dos

animais de estimação, criou recentemente um jogo de

tabuleiro exclusivo aos bichanos. Batizado de Cat

Pizza, consiste em uma caça ao tesouro: o objetivo é

alcançar os petiscos ou ração escondidos dentro de uma

caixa. Vários animais podem brincar simultaneamente e são quatro os níveis de dificuldade. Segundo os

desenvolvedores do produto, através do jogo, pretende-se resgatar instintos naturais

perdidos pelos gatos quando estes são criados dentro de ambientes fechados e limitados, bem como

estimular a atividade física. Para ser implementado, o projeto demandou um

investimento de R$ 10 mil e aproximadamente quatro

meses de trabalho.

Rep

rod

uçã

o/J

osh

Re

nouf

De

sign

Rep

rod

uçã

o/P

et G

am

es

CAFÉ PRONTO AO DESPERTAR Muitas pessoas têm o hábito de tomar café pela manhã. Embora seja uma boa maneira de começar o dia, nem todos tem tempo para prepará-lo. Tendo

isto em mente, o designer britânico Joshua Renouf criou o Barisieur, um relógio despertador passível de ser programado para deixar o café pronto de 5 a 30 minutos antes ou depois do usuário acordar. Munido de um compartimento refrigerado, o leite pode ser estocado e mantido fresco no equipamento por longos períodos de tempo. O projeto faz parte do trabalho de conclusão de curso realizado por Renouf ao término de sua

graduação na Nottingham Trent University. Por ser apenas um protótipo, não há um valor exato de venda, mas estima-se que

custará cerca de £ 250 quando passar a ser comercializado.

Page 48: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

vis

ão p

olitica

48

Abri

l 201

5

120

Há duas edições, utilizei esta coluna para falar sobre a responsabilidade que os governos têm de coordenar investimentos públicos entre as gerações, portanto, em um largo espaço de tempo. Agora, volto a falar sobre o mesmo assunto, mas com um enfoque conjuntural, para tentar mostrar como conjuntura e História se articulam.

Em todos os países, o governo federal dispõe de recursos públicos que podem ser utilizados para influenciar variáveis econômicas e, assim, enfrentar ou postergar crises. Quando as enfrenta logo, gasta menos energia. Quando posterga o enfrentamento, permite que as crises se aprofundem e gasta mais recursos. O governante utiliza esse tipo de ferramenta quando decide reajustar ou não as tarifas públicas, gastar mais ou menos dinheiro em benefícios sociais ou investimentos ou aumentar impostos, apenas para citar alguns casos.

No Brasil, o governo federal postergou todas as medidas que eram necessárias para enfrentar a crise das contas públicas e de crescimento econômico, quando pode, para vender aos brasileiros a ilusão de um país que crescia cada vez mais, econômica e socialmente, durante as eleições. Comprou esse pacote uma parcela da população que, em sua maioria, mora em regiões distantes

dos grandes centros e dispõe de níveis de renda e escolaridade inferiores. Ou seja, o governo obteve mais um mandato, mas não conquistou os formadores de opinião pública.

Quando se inicia 2015, a realidade é outra. Os problemas econômicos de inflação, déficit das contas públicas, baixo crescimento e instabilidade política se revelam nas diversas pesquisas de opinião, que demonstram uma queda vertiginosa do percentual de brasileiros que aprova o governo: aproximadamente 13%, o que é muito diferente da maioria obtida nas urnas, há alguns meses. Isso ocorre porque é justamente a parcela da população que mais apoiou a reeleição a que mais sofre com a postergação do enfrentamento da crise.

Essa escolha, governamental, de postergar o enfrentamento da crise permitiu que ela se agravasse fortemente. A maioria da população, assim como quem escreve este texto, espera que este mesmo governo possa contornar a crise e entrar em uma fase de crescimento e estabilidade, o que é bom para todos. Caso isso não aconteça, os custos não serão pagos por pessoas que interlocutores estatais costumam chamar de “elite branca”, mas sim, as próximas gerações, independentemente de cor, opinião política ou origem social.

RodRigo giacometConsultor Político da Fecomércio-Rs

arq

uivo

/Fe

co

rcio

-Rs

Escolhas govErnamEntais E o custo dE

postErgar crisEs

Page 49: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

49

Abri

l 201

5

120

monitor de juros mensal

O Monitor de Juros Mensal é uma publicação que objetiva auxiliar as empresas no processo de tomada de

crédito, disseminando informações coletadas pelo Banco Central junto às instituições financeiras.

O Monitor compila as taxas de juros médias (prefixadas e ponderadas pelos volumes de concessões na primeira

semana do mês) praticadas pelos bancos com maior abrangência territorial no Rio Grande do Sul, para seis

modalidades de crédito à pessoa jurídica.

Capital de Giro Com prazo até 365 dias

Cheque espeCial

anteCipação de Faturas de Cartão de Crédito

no

tas

Capital de Giro Com prazo aCima de 365 dias

Conta Garantida

desConto de Cheques

Na modalidade de capital de

giro com prazo até 365 dias, houve

elevação das taxas médias de

concessão no início do mês na maior

parte das instituições. Citibank e HSBC

permanecem nas primeiras posições,

seguidos por Caixa e Santander.

O Bradesco passou a ter a

média mais elevada da modalidade

em março.

A modalidade de cheque

especial, caracterizada por

relativa estabilidade nas taxas

da maioria das instituições, foi

marcada, no início de março,

pela continuidade na trajetória de

elevação na média de concessão

do Banco Safra, que se afasta das

primeiras posições.

Na modalidade de antecipação de

faturas de cartão, o Banco Safra

registrou leve aumento em

sua taxa média em março,

porém permanece com folga

na primeira posição. De modo

geral, não houve alterações

significativas nas outras

posições da modalidade.

Na modalidade de capital de

giro com prazo mais longo,

após ausência de informação

em fevereiro, o Citibank

retorna ao ranking na primeira

posição em março, seguido

pelo HSBC. Itaú e Bradesco

permanecem com as médias

mais elevadas da modalidade.

Na modalidade de conta

garantida, Banco do Brasil e HSBC

permanecem com as menores

médias de concessão em março.

O Banco Safra, que já apresentava

a média mais alta, por sua vez,

registrou nova elevação, afastando-

se ainda mais de seus

concorrentes na modalidade.

Na modalidade de desconto

de cheques, como é de

costume, não houve

mudanças relevantes nas

taxas médias de concessão.

O Banco Safra apresentou

elevação sutil, no entanto

permanece com a média mais

baixa da modalidade.

1) A fonte das informações utilizadas no Monitor de Juros Mensal é o Banco Central do Brasil, que as coleta das instituições financeiras. Como cooperativas de crédito efinanceiras não prestam essa classe de informações ao Banco Central, elas não são contempladas no Monitor de Juros Mensal2) As taxas apresentadas referem-se ao custo efetivo médio das operações, incluindo encargos fiscais e operacionais incidentes sobre elas3) Período de coleta das taxas de juros: 2/3/2015 a 6/3/2015.

Instituição

Instituição

Instituição

Instituição

Instituição

Instituição

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

FEV

1,39

1,41

2,04

2,05

1,98

1,74

2,47

2,35

FEV

8,67

9,15

9,47

9,95

8,74

11,28

12,71

FEV

1,13

2,36

2,29

2,99

2,92

3,68

FEV

1,88

1,71

1,72

2,11

1,92

2,24

2,27

FEV

2,29

2,38

2,56

3,20

4,04

3,64

6,11

Citibank

HSBC

Caixa

Santander

Banco Safra

Banco do Brasil

Itaú

Bradesco

Caixa

Banco do Brasil

Itaú

Bradesco

Banco Safra

HSBC

Santander

Banco Safra

Santander

Banco do Brasil

Bradesco

HSBC

Itaú

Citibank

HSBC

Caixa

Banco Safra

Banco do Brasil

Santander

Itaú

Bradesco

Banco do Brasil

HSBC

Santander

Itaú

Bradesco

Citibank

Banco Safra

Banco Safra

Santander

Caixa

HSBC

Itaú

Banco do Brasil

Bradesco

MAR

1,51

1,86

2,09

2,15

2,29

2,40

2,47

2,50

MAR

8,67

9,17

9,60

10,04

10,11

11,34

12,72

MAR

1,28

2,25

2,52

2,94

3,05

3,65

MAR

1,57

1,62

1,82

1,98

2,05

2,08

2,26

2,34

MAR

2,32

2,41

2,76

3,14

4,30

4,37

8,78

MAR

1,94

2,34

2,44

2,68

2,91

2,95

3,22

FEV

1,82

2,30

2,44

2,65

3,01

2,89

3,15

É permitida a reprodução total ou parcial deste conteúdo, elaborado pela Fecomércio-RS, desde que citada a fonte. A Fecomércio-RS não se responsabiliza por atos/interpretações/decisões tomados com base nas informações disponibilizadas por suas publicações.

/ março 2015

Page 50: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma

50

Abri

l 201

5

120

DICAS DO MÊSFILM

E

UM cLássIco qUE nUnca dEIxa dE EnsInar Negócios, estratégias,

equilíbrio e sabedoria. Esses são alguns dos valores que o espectador pode

aprender assistindo ao clássico O Poderoso Chefão, filme norte-americano

de 1972, baseado no livro homônimo escrito por Mario Puzo e dirigido por Francis Ford Coppola. A obra narra a

história da família Corleone, de 1945 a 1955, cujo chefe é Don Vito Corleone

(Marlon Brando). O padrinho, como ele é conhecido, possui muitos aliados e

inimigos igualmente numerosos. Por ser uma figura respeitada em Nova York, onde mora a família italiana, ele é re-

quisitado por vários amigos e familiares a fazer favores e oferecer proteção. Na

trama, os problemas começam para Vito quando uma família rival, encabeçada por Phillip Tattaglia (Victor Rendina) e seu filho Bruno (Tony Giorgio), preten-de estabelecer um grande esquema de vendas de narcóticos na cidade, mas

exige permissão e proteção política de Vito para agir. Don Corleone odeia esta ideia, pois está satisfeito em operar com jogo, mulheres e proteção. Inicia-se aí uma disputa mortal entre as máfias.

Ficha técnicaTíTulo: O Poderoso Chefão

Gênero: Crime, drama

Direção: Francis Ford Coppola

roTeiro: Mario Puzo e Francis Ford Coppola

Duração: 177 Minutos

a EconoMIa no novo MILênIo Considerado uma obra fundamental para quem quer entender a desigual-dade social no novo milênio, o livro O capital no século XXI, do francês Thomas Piketty, foi alvo de manchetes e colheu comentários e elogios de diversos ganhadores do Prêmio Nobel. Apesar de aclamado, o livro também é polêmico, porque apresenta ideias para compensar o abismo entre as classes sociais. O estudo é fruto de 15 anos de pesquisas, que remontam a dados do século 18. A partir disso, a obra trata do crescimento econômico e da difusão do conhecimento que impediram que fosse concretizado o cenário apocalíptico previsto por Karl Marx, no século 19. Referência entre os

estudos econômicos, o livro contribui para reno-var a compreensão sobre o capitalismo ao co-locar sua contradição fundamental na relação entre o crescimento econômico e o rendimento do capital. O capital no século XXI nos obriga a

refletir profun-damente sobre as questões mais prementes de nosso tempo.

Ficha técnicaTíTulo: O capital no século XXI

auTor: Thomas Piketty

eDiTora: Intrínseca

ano: 2014

livro

Divulgação/Paramount

GEstão dE cLIEntEs na paLMa da Mão O aplicativo Gestão Clientes proporciona que o empresário tenha o controle das vendas e centralize os dados de todos os seus clientes na tela do seu tablet ou smarthphone. Além dis-so, ele facilita a organização de oportunidades

e a coordenação de equipes, estimulando a obtenção de resultados.O Gestão Clientes funciona como uma solução eficaz para auxiliar equipes de venda a organizar dados de clientes – informações de contato, anotações e arquivos –, acompanhar o status das propostas que estão sendo trabalhadas e, assim, melhorar seu desempenho. A ferramenta deixa as informações acessíveis a toda a equipe de forma centralizada, de modo que os dados podem ser atualizados a qualquer momento. O aplicativo tem custo e para smarthphones deve ser adquirido através dos sistemas Android ou iOS. A ferramenta é compatível também com navegadores Internet Explorer (aci-ma da versão 8), Firefox, Google Chrome e Safari.

Div

ulg

açã

o/Ed

itora

Intrí

nsec

aapLIcatIvo

©iS

toc

k.c

om

/Ge

be

r86

Page 51: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma
Page 52: BENS SERVIÇOS 120fecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista120.pdf · especial / tributos revista bens & serviços / 120 / abril 2015 sumário 26 o brasil possui uma