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P or trás de simples objetos do nosso dia-a-dia, como um simples clipe de papel, existem pesquisas que embasaram tais invenções. A cidade de Bauru se destaca no turismo científico pelas universidades e hospitais que atraem pesquisadores ou pessoas que buscam tratamen- to médico. A Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) em associação com o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (Centrinho) reali- zam diversas pesquisas que têm aplicação direta na sociedade. A Universidade Estadual Paulis- ta também mantém esse papel social por meio do Centro de Psicologia Aplicada, que ofe- rece tratamento gratuito para a população. Outros exemplos de hospitais são o Hospital Lauro de Souza Lima, referência em ações contra a hanseníase, e o Instituto Brannemark, que tem sede internacional em Bauru. Associar estudos com as ne- cessidades práticas é um desa- fio das pesquisas aplicadas, mé- todo de descoberta que busca um resultado concreto. O Big Bang mostra esse universo por detrás das invenções. Nas se- ções Saúde, Educação, Ciência e Meio Ambiente é fácil perce- ber como as pesquisas aplica- das fazem parte da nossa vida A dedicação a pesquisas pode começar desde cedo. A pré- iniciação científica é uma das formas de entrar nesse mundo já no ensino médio. A FOB e o Centrinho oferecem esse programa que busca incen- tivar jovens pesquisadores. Porém as invenções não se li- mitam às instituições. Numa ini- Editorial Página 2 Expediente Reportagem Adriana Salgado Aline Pádua Alisson Lopes Bárbara Figueiredo Jéssica Godoy Laís Semis Lydia Rodrigues Tiago Zenero Thais Perregil Samantha Andrade Professor Responsável Ângelo Sottovia Aranha MTB 12870 Renata Malta MTB 34600 FAAC/UNESP Novembro, 2011 (14) 31036063 Índice “O que é Pesquisa?” Descubra na página 3 “No mundo da lua.” Página 12 “O mundo sustentável por trás das universi- dades.” Página 9 “Pré- iniciação científica possi- bilita contato com pesquisa durante ensino médio.” Página 4 Quiz! “Hanseníase – um surgimento antigo, uma realidade atual.” Página 7 “Aerodesign dá asas às pesquisas aeronáuticas no câmpus”. Página 11 ciativa particular, o engenheiro mecânico bauruense Marcos Camerini e seu sócio desenvol- veram um andador para pessoas com dificuldade de caminhar. Esse suplemento pretende mostrar como métodos cien- tíficos como esses vêm suprir nossas necessidades diárias e melhorar nossa qualidade de vida. Numa comparação à te- oria que explica o surgimento do universo, o Big Bang mos- tra as pesquisas que originaram objetos, tratamentos e projetos decisivos em nosso cotidiano. 1-Que órgãos são respon- sáveis por financiar pes- quisas acadêmicas? a) CNPq, Unesp, Pibic b) FAPESP, Pibic, CNPq c) Unesp, USP, FAPESP 2 – Qual plano é uma ação de planejamento que visa resolver problemas sociais da Cidade? a) Planos diretores Participativos b) Planos Diretores Executivos c) Planos Diretores Deliberativos 3- Qual é o segundo país com maior incidência de Hanseníase? a) Angola b) Argentina c) Brasil 4 – De onde veio a in- spiração para �arcos a �arcos Camerini criar o Andante? a) Suíça b) Suécia c) Dinamarca 5- Qual foi o astrônomo responsável por criar o modelo heliocêntrico? a) Galileu Galilei b) Copérnico c) Johannes Kepler Respostas 1-b 2-a 3-c 4-b 5-b 6-a 6- A Estação Hidromete- orológica foi desenvolvida por: a) José Carlos Toledo Veniziani Junior b) Jozrael Henriques Rezende c) Dalva �aria de Castro Vitti

Big bang

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Suplemento produzido para a disciplina de Jornalismo Impresso II, 2011, do curso de Jornalismo da Unesp, câmpus Bauru, sob a orientação do Prof. Dr. Angelo Sottovia Aranha

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Por trás de simples objetos do nosso dia-a-dia, como um

simples clipe de papel, existem pesquisas que embasaram tais invenções. A cidade de Bauru se destaca no turismo científico pelas universidades e hospitais que atraem pesquisadores ou pessoas que buscam tratamen-to médico. A Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) em associação com o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (Centrinho) reali-zam diversas pesquisas que têm aplicação direta na sociedade. A

Universidade Estadual Paulis-ta também mantém esse papel social por meio do Centro de Psicologia Aplicada, que ofe-rece tratamento gratuito para a população. Outros exemplos de hospitais são o Hospital Lauro de Souza Lima, referência em ações contra a hanseníase, e o Instituto Brannemark, que tem sede internacional em Bauru. Associar estudos com as ne-cessidades práticas é um desa-fio das pesquisas aplicadas, mé-todo de descoberta que busca um resultado concreto. O Big

Bang mostra esse universo por detrás das invenções. Nas se-ções Saúde, Educação, Ciência e Meio Ambiente é fácil perce-ber como as pesquisas aplica-das fazem parte da nossa vida A dedicação a pesquisas pode começar desde cedo. A pré-iniciação científica é uma das formas de entrar nesse mundo já no ensino médio. A FOB e o Centrinho oferecem esse programa que busca incen-tivar jovens pesquisadores. Porém as invenções não se li-mitam às instituições. Numa ini-

Editorial

Página 2

Expediente

ReportagemAdriana SalgadoAline PáduaAlisson LopesBárbara FigueiredoJéssica GodoyLaís SemisLydia RodriguesTiago ZeneroThais PerregilSamantha Andrade

Professor ResponsávelÂngelo Sottovia AranhaMTB 12870Renata MaltaMTB 34600

FAAC/UNESPNovembro, 2011(14) 31036063

Índice“O que é Pesquisa?”Descubra na página 3

“No mundo da lua.” Página 12

“O mundo sustentável por trás das universi-

dades.”Página 9

“Pré- iniciação científica possi-

bilita contato com pesquisa durante

ensino médio.” Página 4

Quiz!

“Hanseníase – um surgimento antigo, uma realidade atual.” Página 7

“Aerodesign dá asas às pesquisas aeronáuticas no câmpus”. Página 11

ciativa particular, o engenheiro mecânico bauruense Marcos Camerini e seu sócio desenvol-veram um andador para pessoas com dificuldade de caminhar. Esse suplemento pretende mostrar como métodos cien-tíficos como esses vêm suprir nossas necessidades diárias e melhorar nossa qualidade de vida. Numa comparação à te-oria que explica o surgimento do universo, o Big Bang mos-tra as pesquisas que originaram objetos, tratamentos e projetos decisivos em nosso cotidiano.

1-Que órgãos são respon-sáveis por financiar pes-quisas acadêmicas?

a) CNPq, Unesp, Pibicb) FAPESP, Pibic, CNPq c) Unesp, USP, FAPESP

2 – Qual plano é uma ação de planejamento que visa resolver problemas sociais da Cidade?a) Planos diretores Participativosb) Planos Diretores Executivosc) Planos Diretores Deliberativos

3- Qual é o segundo país com maior incidência de Hanseníase?

a) Angolab) Argentinac) Brasil

4 – De onde veio a in-spiração para �arcosa �arcos Camerini criar o Andante?

a) Suíçab) Suéciac) Dinamarca

5- Qual foi o astrônomo responsável por criar o modelo heliocêntrico?

a) Galileu Galileib) Copérnicoc) Johannes Kepler

Respostas 1-b 2-a 3-c 4-b 5-b 6-a

6- A Estação Hidromete-orológica foi desenvolvida por:a) José Carlos Toledo Veniziani Juniorb) Jozrael Henriques Rezendec) Dalva �aria de Castro Vitti

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Educação

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O turismo científico é o principal responsável por trazer pessoas a Bauru

Adriana Salgado

A principal atividade fo-mentadora do turismo

em Bauru é o turismo científi-co. A cidade abriga duas uni-versidades estaduais e vários hospitais com forte foco em pesquisas e atendimento de anomalias. Com isso, atrai um grande número de pessoas para

o município em busca de trata-mento e também para estudo.

O turismo científico é parte do turismo cultural, mas o seu interesse está na realização de estudos e pesquisas científi-cas, na troca de experiências culturais e educacionais com o objetivo de aumentar o ní-

vel do aprendizado. É uma forma de turismo preocupada em observar o objeto de es-tudo sem destruí-lo ou alte-rá-lo de forma predadora. De acordo com pesquisas reali-zadas pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empre-sas, o perfil daqueles que re-alizam o turismo cientifico é o de jovens de 18 a 25 anos, de classe média ou média alta.

A Universidade Estadu-al Paulista é responsável por atrair novos estudantes para a cidade,todos os anos. Cerca de 950 vagas são abertas anu-almente nos cursos de gradu-ação. A universidade também conta também com um forte programa de pós-graduação que traz a Bauru diversos

pesquisadores. Além disso, a Unesp é vinculada ao Hospital Estadual que atende pacientes não só do município como de outras regiões. Há também em Bauru, um campus da Uni-versidade de São Paulo que oferece um programa de pós-graduação bastante concei-tuado, atraindo estudantes de diversas partes do país. A Usp também mantêm um Hospi-tal de reabilitação de anoma-lias craniofaciais; o Centri-nho, um dos maiores centros de referência da América do Sul no tratamento de anoma-lias craniofaciais congênitas.

Outros hospitais e clínicas especializadas trazem muitas pessoas à cidade: Hospital Lauro de Souza Lima, espe-

cializado em hanseníase, o Instituto Brannemark, sede in-ternacional, Hospital de Base, Hospital Prontocor, Hospi-tal Beneficência Portuguesa.

As áreas de interesses dos pesquisadores não se restrin-gem somente a assuntos li-gados à saúde, o Zoológico de Bauru tem parcerias com universidades e instituições para a realização de estudos científicos. Segundo o dire-tor do zoológico Luiz Antô-nio Pires, “a maior parte das pesquisas dentro do zoológico é realizada por universidades de outras cidades. Já tivemos estudos feitos pela Unesp de Rio Claro e de Assis, pela USP de Botucatu”, enumera.

Universidades e hospitais atraem pessoas de todo o país

A receita do soro caseiro é bem simples: uma porção

de água, uma de sal e uma de açúcar. Por trás desse proces-so aparentemente tão simples, se esconde um pensamento al-tamente complexo e especiali-zado, de origem popular, que tem uma fórmula extremante eficaz no combate à desidrata-ção. Pode não parecer, mas o soro caseiro, assim como tantos outros itens e objetos de nosso dia-a-dia, teve origem em uma pesquisa aplicada. Assim como o telefone, a lâmpada, a caneta esferográfica e o clipe de papel. Você pode estar se perguntan-do: mas afinal, o que é pesquisa?

O professor de Teorias e Mé-todos de Pesquisa em Comuni-

cação da Unesp de Bauru, João Winck, explica que “pesquisa é todo o tipo de curiosidade sistematizada a que se aplica um método de descoberta”. Winck ressalta que são três os métodos de descoberta: a pes-quisa de base, a pesquisa espe-cializada e a pesquisa aplicada.

Na pesquisa de base o pes-quisador usa o pensamen-to articulado para descobrir pressupostos, por exemplo, a física quântica e a matemática puras que buscam uma lei ge-ral da natureza. Já a especiali-zada faz uso dos pressupostos estabelecidos nas pesquisas de base e lhes dão uma aplica-ção. Tomemos como exemplo um pesquisador especializa-

do em resistência de materiais que aplica em seus estudos os preceitos da física e matemá-tica puras. Por sua vez, a pes-quisa aplicada, que deu origem aos objetos e itens citados no início da matéria, utiliza a pes-quisa especializada e a aplica a determinado universo. Esse tipo de pesquisa, como expõe o professor, busca sempre um resultado concreto e palpável.

“Todas as coisas que exis-tem são fruto de pesquisa”, afirma Winck. “Na verdade, quase sempre, as coisas que existem, sejam elas objetos abstratos ou não, são deri-vados de uma pesquisa. Não existe invenção sem pensa-mento sistematizado”, ressalta.

“Todas as coisas que existem são fruto de pesquisa”

Mas afinal, o que é pesquisa?

Aline Pádua

A FAPESP apóia a pesquisa científica e tecno-lógica por meio de Bolsas e Auxílios à Pesquisa que contemplam todas as áreas do conhecimento. As Bolsas se destinam a estudantes de graduação e pós-graduação; e os Auxílios, a pesquisadores com titulação mínima de doutor, vinculados a ins-tituições de ensino superior e de pesquisa paulistas. Em 2011, a FAPESP já investiu mais de R$ 447 milhões em bolsas, auxílios e pro-gramas de pesquisa no Brasil e no exterior.

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico é uma agência do Mi-nistério da Ciência e Tecnologia destinada ao fomento da pesquisa científica e tecnológica e à for-mação de recursos humanos para a pesquisa no país. A comunidade científica e tecnológica do país participa de sua gestão e política por meio dos Comitês de Assessoramento e da Comis-são de Assessoramento Técnico-Científico.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior desempenha papel fundamental na expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu em todos os estados da Federação.As ativida-des da CAPES podem ser agrupadas nas seguintes linhas de ação:avaliação da pós-graduação stricto sensu; acesso e divulgação da produção científica; investimentos na formação de recursos de alto nível no país e exterior;promoção da cooperação científica internacional; indução e fomento da formação inicial e continuada de professores para a educação básica.

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reira: “eu acho que vou ten-tar entrar em odonto, mas eu tenho interesse também por biomedicina e fisioterapia”.

A contribuição não se res-tringe ao desenvolvimento acadêmico das estudantes, o retorno para a sociedade está entre as metas do programa que é integrado com a clíni-ca do Centrinho. O HRAC atende diversos tipos de mal-formações craniofaciais, a re-abilitação dos pacientes é um processo longo que exige uma equipe interdisciplinar, pon-tua Prof.ªTerumi. Os alunos da Pré-Iniciação desenvolvem atividades que contribuem para as várias etapas dessa re-cuperação. Eles atuam desde o “desenvolvimento de progra-mas que facilitem a vinda dos pacientes para o tratamento”, como explica a aluna Isabel da pesquisa em assistência social; até “ajudando a pessoa a vol-tar a ter o sorriso dela”, como ilustram as meninas do labora-tório de prótese odontológica.

reabilitação das malformações craniofaciais. Orientadas pelas professoras Terumi Okada Osa-wa e Maria Parolo Ribeiro, elas aprendem a fazer moldeiras, guias cirúrgicos e outros tipos

de próteses que auxiliam no tratamento odontológico.

A presidente da Comissão de Pesquisa do Centrinho, Maria Inês Krook, aponta que a idade dos participantes “influencia de forma totalmente positiva, uma

Educação

Página 4

Pré-iniciação científica possibilita contato com pesquisa duranteo ensino médio

Estudantes da rede pública realizam pesquisas no câmpus da USP em Bauru

Lydia Rodrigues

Com uma rotina diferente da maioria dos colegas,

estudantes dedicam 8 horas semanais ao mundo da pes-quisa científica. O projeto de Pré-Iniciação Científica da USP-Bauru envolve 28 alunos distribuídos entre 15 projetos de pesquisa realizadas no Hos-pital de Reabilitação de Ano-malias Craniofaciais (Cen-trinho), informa o assessor de imprensa Tiago Rodellas.

A assistente social Maria Inês Gândara Graciano desen-volve com a estudante Isabel Cássia Soares dos Santos um desses projetos de pesquisa. “Fiquei sabendo através da coordenação da minha escola “Prof. Morais Pacheco”, o que me levou a participar foi o in-teresse que sempre tive pelos estudos e a vontade de saber como era fazer pesquisas e, poder me aprimorar para um futuro próximo”, conta Isabel.

Graciano explica que essa pesquisa tem como objetivo analisar os indicadores sociais

do estudo socioeconômico realizado por assistentes so-ciais da saúde. A pesquisa já foi concluída, agora a estu-dante é encarregada de fazer a inserção desses dados coletados e organizá-los e criar gráficos para possibili-tar a aplicação dessa análise. Além disso, ela destaca que “dar oportunida-de de participação em pesquisa para jovens entre 15 e 18 anos de escola pública é de extrema importância no sen-tido de despertá-los e incentivá-los para a convivência com procedi-mentos científicos”. É nessa faixa de idade que se encon-tram Natália Fidêncio Nas-cimento e Josiane Pereira Gonçalves. Elas atuam no projeto “A prótese odontoló-gica e a prótese extra-oral na

vez que é nessa fase que os alunos procuram nortear seus pensamentos quanto à escolha futura de sua profissão”. A ini-ciativa possibilita aos jovens da rede pública acesso aos

laboratórios de pes-quisa da USP, além da oportunidade de

c o n v i v e r e m com univer-sitários e pes-

quisadores que possam despertar

os seus talentos, completa Krook. Com didática

e paciência, Natália expõe suas ativida-

des: “a gente aprendeu a recortar e vazar para

fazer a moldeira para a prótese, agora a gente está

aprendendo a fazer um guia cirúrgico”, explica mostran-do cada peça e os aparelhos envolvidos nos processos.

O contato com esse universo inusitado influencia Josiane na escolha da car-

Lydia Rodrigues

PET, uma possibilidade para aprender a pesquisar

O projeto pensa os cursos de graduação desde a ditadura

Alisson Lopes e Thais Perregil

Em 1979 nascia o Progra-ma de Educação Tutorial,

PET, idealizado pelo Ministé-rio da Educação. O Programa foi criado para apoiar ativida-des acadêmicas que integram

ensino, pesquisa e extensão possibilitando ao aluno pas-sar por todos os estágios da faculdade. O PET é formado por um grupo de alunos tuto-riais sob a orientação de um

professor tutor e desenvolve atividades extracurriculares para complementar a for-mação acadêmica, no qual o estudante e o professor tutor recebem apoio financeiro de acordo com a Política Nacio-nal de Iniciação Científica.

Segundo o professor An-tonio Francisco Magnoni, tutor do PET de Rádio e TV do câmpus de Bauru da Uni-versidade Estadual Paulista, Unesp, “o projeto tem vá-rios objetivos. O grupo pode abordar tanto o projeto peda-gógico completo de um deter-minado curso, como aspectos específicos considerados frá-geis para tentar reforçá-los. O Programa, na verdade, é um grupo de controle que ajuda a desenvolver estraté-gias de melhoria de ensino”.

O grupo busca alunos que estejam dispostos a apren-der, informar e repassar no-vos conhecimentos para os demais estudantes, já que

eles também atuam como professores, afirma o coor-denador Antonio Magnoni. O grupo deve ter capacida-de de tutorar as atividades pedagógicas do curso. Além dos alunos, o projeto busca apoio de outros professo-res e profissionais do meio.

O participante do PET de Mecânica do câmpus da Unesp de Guaratinguetá, Alisson Furigo, demonstra sua satisfação em partici-par do programa, “uma vez membro, os discentes têm acesso a informações e a ex-periências e aprendizados que muito provavelmente os outros alunos não terão. Par-ticularmente tenho interesse maior nas atividades de ex-tensão, pois sinto que retri-buo para a comunidade o que ela me proporciona na facul-dade, sendo esta pública”.

Para ingressar em um PET e preciso passar pelo pro-cesso seletivo, o qual é de

responsabilidade de cada grupo. Não há um modelo de seleção restrito para um grupo já consolidado. Cabe aos cursos superiores apre-sentarem bom desempenho acadêmico e cumprir suas obrigações e deveres para com o grupo e a instituição.

O PET trabalha com os três principais pilares da educação, se estruturan-do a partir deles. Todos os programas precisam reali-zar um numero mínimo de atividades anualmente, di-vididas entre esses pilares. As atividades realizadas precisam ser documenta-das em relatórios enviados às comissões que avaliam os grupos. As reuniões fei-tas pelos membros também devem ser relatadas, cons-tando em atas e pautas. To-dos os documentos devem ser arquivados para avalia-ção, além da prestação de contas do uso do dinheiro.

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SIMTVD, um dos projetos realizados pelo PET de Rádio e Tv

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rente de fissura labiopalatina e o de identificar a ocorrência de fatores que possam interfe-rir no processo de confecção, adaptação e manutenção da prótese”, afirma Homero. O estudo foi feito com trinta pa-cientes, sendo crianças entre seis e quartorze anos, com fis-sura de lábio e palato operada que ficaram com alteração na fala após a cirurgia e estavam utilizando a prótese enquanto aguardavam uma nova ope-ração. Os benefícios obtidos

Saúde

Página 5

PESP, analisa e compara resul-tados com e sem a prótese de palato. Os participantes foram os mesmos da pesquisa ante-rior. Ela explica que o aspecto da fala analisado foi a hiperna-salidade, a voz fanhosa, e que a fala desses pacientes foi gra-vada e entregue para três fono-audiólogas experientes. “Elas não tinham informações sobre a pesquisa, não sabiam se os pacientes estavam com ou sem a prótese de palato e julgaram se eles apresentavam ou não

Odonto e fonoaudiologia pesquisam juntas prótese de palato O “Centrinho” é o local de encontro desses profissionais em Bauru

Bárbara Figueiredo e Jéssica Godoy

Referência na America Latina, o Hospital de Re-

abilitação de Anomalias Cra-niofaciais da Universidade de São Paulo, Centrinho”, é res-ponsável pela restituição de portadores de fissuras labiopa-latais e malformações cranio-faciais, e oferece tratamentos de audição e visão subnormal. O Hospital tem mais de 56 mil pacientes matriculados, que são atendidos pelo SUS.

Além de promover um tratamento especializado, mé-dicos, professores e alunos universitários, vinculados ao Centrinho, trabalham em con-junto para desenvolver uma série de pesquisas. Uma delas é sobre a prótese de palato. O cirurgião dentista do Hospital e mestrando da Faculdade de Odontologia da USP, Homero Carneiro Aferri, declara que a prótese já existe há um tempo, porém seu estudo se caracteri-zou por aprimorar as técnicas de confecção e avaliar a sua aplicação em crianças. “Os ob-jetivos da pesquisa foram o de determinar as etapas e o tem-po para confecção da prótese em crianças com insuficiência velofaríngea, problema decor-

foram um aumento da “pro-dutividade”, uma melhoria no atendimento aos pacien-tes do setor em que trabalha.

A função da fonoaudio-logia também é fundamen-tal. A fonoaudióloga e pes-quisadora pelo programa

de Mestrado de Fonoau-diologia da FOB (USP), Ra-quel Rodrigues, trabalha em conjunto com a odontologia com o intuito de melhorar a fala dos pacientes. A pesquisa, com apoio financeiro da FA-

A importância do sorrisoCuidados com o principal cartão de visitas se tornam mais desenvolvidos e específicos

Thais Perregil

Muito se discute atual-mente sobre a impor-

tância do sorriso. Seja no trabalho, seja na saúde, sorrir ajuda a conquistar oportuni-dades e dá uma sensação de bem estar. É provado cientifi-camente que as pessoas felizes e que sorriem adoecem menos porque mantém os hormônios que previnem os quadros de estresse e depressão em alta. Devido a tantos benefícios, ter um sorriso saudável e bo-nito é a meta de muita gente.

Com o aumento da preocu-pação para cuidar da saúde den-tária, eleva também o número de pesquisas de especialistas na área para resolver e melho-

rar as técnicas odontológicas. Grande parte dessas pesquisas acontece nas universidades e, no caso de Bauru, o principal foco de pesquisas é a USP (Universidade de São Paulo) por meio da Faculdade de Odontologia de Bauru, FOB.

Uma das áreas mais pro-curadas pelos pacientes é a de implantes, geralmente para reverter os reflexos de pro-blemas antigos. Nessa linha, está a pesquisa do professor doutor do departamento de Estomatologia da FOB, Pau-lo Perri, que trabalha com Implantes e Biomateriais.

Segundo o professor, “tra-dicionalmente, as pesquisas

internacionais, por similari-dade, eram utilizadas como base dos materiais nacionais, mas, nos últimos anos, quan-do houve maior organização das empresas nacionais, acen-tuou-se o interesse na com-provação científica própria, o que julgo correto”. Perri ainda afirma que as incontáveis pes-quisas nessa área beneficiam a população, já que esta rece-be um produto de qualidade.

Para resolver problemas de má formação, pesquisadores da universidade buscam outras formas de tratamento. É o caso do professor doutor Rogério Buchaim, do departamento de Ciências Biológicas. Ele fez

melhorar a saúde bucal e des-cobrir novas técnicas que bene-ficiem a população. Com eles, os alunos de universidades, principais centros de pesqui-sas, também se inserem nesse mundo, podendo descobrir um talento e uma vocação que es-tavam adormecidos até então.

parte de uma pesqui-sa que envolveu o teste de um biomaterial a s s o c i a d o ao alcoo-lismo em ratos. A pes-quisa, que durou seis anos, já está completa e disponível no mercado. Ela teve parceria com pesquisa-dores do curso de Odontolo-gia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araçatuba. Foram descobertas novas res-postas para o ramo de enxertos.

Junto com esses profes-sores, há centenas de outros pesquisadores que buscam

A prótese de palato consiste num aparelho bucal re-movível, que possui uma porção anterior, uma in-termediária e uma faríngea. A prótese deve ser feita respeitando as diferenças anatômicas individuais de cada paciente. Ela é desenvolvida em três etapas.

a hipernasalidade”, afirma. Como resultado, a maioria

dos pacientes deixou de apre-sentar a hipernasalidade com o uso da prótese, de forma tem-porária, enquanto a cirurgia é aguardada. “Para a população, a pesquisa trouxe dados que comprovaram o beneficio da prótese para o tratamento da fala de pacientes com fissura labiopalatina, especialmente com relação a uma das altera-ções de fala mais evidente: a voz fanhosa”, finaliza Raquel.

A porção anterior é similar a uma prótese convencional, que pode ser uma prótese parcial removível, uma prótese total, uma sobredentadura ou uma placa acrílica.

A porção intermediária é a confec-ção de uma extensão da parte anterior em direção à faringe, percorrendo todo o palato mole em sua região central.

Após a adaptação do paciente ao uso das porções anterior e intermediária, é realizada a confecção do bulbo faríngeo, que consiste na parte que irá preencher o espaço presente na velofarínge durante a fala.

A prótese é indicada a pacientes com fissura con-gênita ou adquirida, que não podem, ou não que-rem, ser submetidos a uma operação cirúrgica.

O benefício da prótese é dar condições para que o paciente elimine as alterações de fala. O palato mole do paciente é mais curto, por isso ele não consegue evitar que o ar escape para o nariz durante a fala, deixando-a fa-nhosa. A prótese vai evitar esse escape de ar.

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Saúde

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Hanseníase – uma doença antiga, uma realidade atual

Jéssica Godoy

Lepra e hanseníase: mesma doença?

Assim como escritos de 3000 anos a.C. no Egito

relatavam casos de pessoas com sintomas de lepra; na Bí-blia, são encontradas diversas passagens fazendo menção à doença. Filmes de época hollywoodianos também re-trataram o tema, mesmo que não a colocando como foco-central, como em As Cruza-das. Mas afinal, existe diferen-ça entre lepra e hanseníase?

Por sua ocorrência histórica, há um estigma que acomete o termo “lepra”, tornando-o pe-jorativo e até mesmo precon-ceituoso. Na época, as pessoas que sofriam da moléstia eram excluídas do convívio social, isoladas em abrigos-colônia, devido à facilidade de contágio.

A partir da década de 70, com os avanços no trata-mento, Abraão Rotberg ins-tituiu o termo “hanseníase” como substituto de “lepra”, com o objetivo de reduzir o preconceito e incentivar a po-pulação na procura pelo diag-nóstico precocemente. Apesar dos esforços, a “lepra” ainda é reproduzida hoje em dia.

O Brasil e a doença

A doença é provocada pelo bacilo Mycobacterium leprae,

que se trata de uma bactéria. No Brasil, o primeiro caso registrado da doença data de 1697. Atualmente, o país é o segundo maior país em núme-ro de casos, só perdendo para a Índia. A cada ano há, em média, a ocorrência de 40.000 novos casos confirmados. De acordo com o Ministério da Saúde, de 2005 a 2009 o nú-mero caiu quase 12.000 casos. Das cinco regiões geográficas do país, as regiões Sul e Sudes-te apresentam índice controla-do, diferentemente das demais (Norte, Nordeste e Centro-Oeste) que são consideradas hiperendêmicas. Apesar des-ses números, é importante frisar que, no Brasil, é ofere-cido o tratamento da doença pela rede pública de saúde.

Com isso, é recomenda-do pelo Ministério da Saú-de que, ao diagnosticar um caso de hanseníase, todos os contatos/familiares devem ser registrados e examina-dos dermatologicamente, o que geralmente não acontece por falta de conscientização, seja por parte dos pacien-tes, seja dos profissionais.

Por ser uma doença em que o período de incubação é lon-go, o exame deve ser feito uma vez por ano por vários anos.

O Instituto Lauro de Souza Lima (ILSL) foi criado em 1933 como asilo-colônia Ay-

morés e só em 1989 recebeu o nome que leva hoje. Localiza-do em Bauru (350km de SP) é referência na área de Derma-tologia Geral, com ênfase em hanseníase pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, Ministério da Saúde e Organi-zação Mundial da Saúde, ór-gão vinculado a ONU. Na ci-dade, entre 2005 a 2009 foram detectados 84 novos casos.

Por que saber disso é importante para mim?

Devido aos números eleva-dos de casos no país e a preo-cupação no controle e preven-ção da doença, a pergunta “O que leva o indivíduo no diag-nóstico tardio da doença?” foi chave para a responsável pela pesquisa, a Mestre pela Unesp/FMB/Botucatu No-êmi Galan, tendo como Co-ordenador Geral Dr. Marcos Virmond, Diretor do ILSL.

Tratam-se de duas pesqui-sas. A primeira começou em 2009 e tem previsão de tér-mino para este ano, Repre-sentações Sociais em Hanse-níase, que, de maneira geral, objetiva analisar o conceito coletivo do contágio, dos sinais, dos sintomas da do-ença e do tratamento dessa doença, procurando fornecer subsídios para intensificar a precocidade do diagnóstico e tratamento, visando analisar a contribuição de metodolo-gias de ensino/aprendizagem para a formação de recursos nas ações em hanseníase. A segunda, Análise da metodo-logia construtivista no con-trole da hanseníase, começou em 2010 e irá até o ano que vem; procura analisar a con-tribuição de metodologias de ensino/aprendizagem para a formação de recursos nas ações em hanseníase. Essas pesquisas pretendem medir o controle da doença em nível nacional, incentivar o trata-mento dos profissionais de saúde e reestruturar os cur-rículos escolares, ampliar a divulgação sobre a doença, questionar o acesso ao servi-

ço público de saúde e oferecer subsídios para ser ampliado à prevenção de outras doen-ças como Dengue, AIDS, tuberculose, obesidade e de “acidentes” como gra-videz precoce, também negligenciadas pelo SUS.

Noemi explica que o tratamento tardio pode trazer consequências, tanto para quem teve a doença e desconhe-ce, ou não procurou tratamento, quanto para quem está sau-dável e não apresenta a doença. Isso porque a pessoa que não se tra-ta tem mais chances de desenvolver incapacidades físicas (como pelo acometi-mento neural de mãos, pés e face), além do fato de ser uma doença infectoconta-giosa, a transmissão de a doença se dá por vias aéreas superiores de pessoas contaminadas para saudáveis. “A pesquisa é interes-sante tanto para a população quanto para a elaboração de políticas públi-cas de saúde, para terem o conheci-mento do motivo desse diagnós-tico tardio. E, assim, ela-borar métodos para rever-ter/melhorar essa situação”, esclarece a pesquisadora.

Trajetória da pesquisa Para as pesquisas, é reali-

zado um estudo multicêntrico em Rondonópolis/MT, na bus-ca por explicações pelo alto índice endêmico na região.

Esses estudos baseiam-se em representação social, com o objetivo de conhecer as ideias coletivas formadas a respeito da doença, genéti-cos e imunohistoquímicos, ou seja, relacionados com a rea-ção imunológica que cada in-divíduo apresenta quando en-tra em contato com o bacilo da hanseníase; algumas pessoa reagem bem e o sistema

ILSL é referência e desenvolve pesquisas que procuram não só combater, mas também previnir

imunológico não deixa o ba-cilo se proliferar. Já outros indivíduos não têm essa mes-ma resposta imune, tornan-do-se indivíduos com muitos bacilos. O estudo e a coleta de informações, por meio de entrevistas realizadas com os cidadãos que contraiam a do-ença, mostraram o desprepa-ro dos profissionais de saúde na suspeita dela. “As decla-rações obtidas nos revelaram uma frequência elevadíssima da idéia de que a hanseníase é sinônimo de lepra, induzin-do-os à negação da doença e ao medo e isso também pode ser motivo de demora no diagnóstico”, conta Noemi.

As pesquisas são financia-das por orgãos do governo.

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Saúde

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Em busca de qualidade de vidaAdriana Salgado

Surge em 1973 na Funda-ção Educacional de Bauru

o Centro de Psicologia Apli-cada (CPA) com o intuito de realizar pesquisa e socializar a produção científica. O cen-tro também tem o objetivo de “dar condições para rea-lização de atividades de en-sino (estágios), pesquisa e extensão”, esclarece Telma Ribeiro, psicóloga do CPA.

De forma a colocar as pes-quisas em prática, o Centro oferece tratamento gratuito para a população. “Basica-mente o que é oferecido são psicoterapias individuais, de casal e grupais, para crian-ças, adolescentes e adultos. Também são oferecidos al-guns projetos específicos, como para o desenvolvimento de bebês, orientações voca-cionais, orientação para apo-

sentadoria, dentre outros. Os atendimentos variam quanto à duração: alguns têm prazo de-terminado, limites de sessões, e outros não. Os atendimen-tos são realizados uma vez por semana”, explica Telma.

“Compromisso de prestar atendimento às maiorias desprivilegiadas da população, na promoção da Saúde Mental.” Telma Ribeiro

PesquisaAs pesquisas realizadas no centro buscam agregar novos conhecimentos à ciência psicológica e responder às deman-das da sociedade. Elas também estão “ligadas ao programa de pós-graduação da Faculdade de Ciências da UNESP de Aprendizagem e Desenvolvimento, e outras ligadas ao curso de graduação em Psicologia”, esclarece Telma.

AlunosO CPA dá a oportunidade aos alunos de psicologia co-locarem na prática aquilo que aprendem por meio de um estágio supervisionado. Tratamento

Para receber tratamento gra-tuito no CPA, os interessa-dos devem preencher uma ficha de inscrição que é for-necida com hora marcada, o agendamento pode ser feito pelo telefone (14) 31036090.

Veículo multifuncional sustentável visa público específicoCom uma grande inspiração e idéias inovadoras, empresa de Bauru é a única a desenvolver andador para

pessoas com dificuldades 3 em 1Samantha de Andrade

Empresa da região, a Tryor foi criada com o objetivo

de produzir veículos inteligen-tes e ecologicamente corretos. Foi em uma observação co-tidiana que Marco Camerini, engenheiro projetista do an-dador, e seu sócio resolveram desenvolver uma pesquisa para criar um meio para que pessoas com dificuldades de locomoção pudessem ter mais conforto.

A inspiração, além da obser-vação de Marco da dificuldade das pessoas para se levantarem e fazerem movimentos, de certa forma, complicados, foi um an-dador sueco que oferecia um sis-tema diferente onde não havia a cadeira, apenas as rodas - alguns com duas outros com quatro.

Diante disso, começou um processo de estudo e desenvol-vimento da pesquisa feita de forma independente. Diferente-mente das outras, essa pesquisa não foi voltada para o mercado. “Eu nunca fiz uma pesquisa pro-curando se tinha mercado pra

isso, eu não fui por aí, fiz o sis-tema contrário. Eu via o pesso-al andando com aquele anda-dor sem roda e que geralmente é pessoa de idade ou com pro-blema físico, ter que levantar com as costas curvadas e ai me perguntei: Como é que o cara pode andar, justamente com esse problema?”, conta Marco.

O resultado foi um veícu-lo único e com patente mun-dial. Ele tem funções além da de andador, como cadeira para descanso e cadeira de transporte temporária com assento confortável. É de fá-cil transporte e com material leve desenvolvido para não fazer volume, sendo possível guardar em qualquer pequeno espaço. A única limitação é quanto à mobilidade em pisos como pedra ou paralelepípedo.

O “andante” como é chama-do na empresa, tem três versões e já foi doado para instituições de caridade, asilos e hospitais.

Medidas:- Largura: 65 cm (Standard e Hospitalar) 55 cm (leve)- Altura: 95 cm (Regulável)- Comprimento: 76 cm (35 cm dobrado)-Capacidade máxima: uma pessoa com até 105 kg- Aros 6” - Disponível na cor preta- Peso: de 8 a 10 Kg, de-pendendo do modelo

1- Sistema com quatro rodas que garante estabilidade e facilidade de movimento; 2- Freios que garantem firmeza como apoio; 3- Para ambientes internos e externos 4- Três versões com diferentes tamanhos e acabamento: Standart, Leve e Hospitalar 5- Assento confortável para descanso 6-Dobrável para facilitar seus transportes e armazenamen-tos

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Os chamados Alagados Construídos são alternativa ao tratamento de esgotoLaís Semis

A população mundial po-derá enfrentar problemas

de escassez de água num fu-turo muito próximo. Devido ao grande desperdício, degra-dação dos recursos hídricos e ausência de infra-estrutura sanitária para preservação da água, são necessárias solu-ções emergenciais. Entre as alternativas de baixo custo para parte desse problema, estão os alagados construí-dos, desenvolvidos em Bauru no loteamento Joaquim Gui-lherme e no Jardim Botânico.

Além de reaproveitar águas que seriam desperdiçadas, os alagados construídos apre-sentam as vantagens de terem custos de implantação e manu-tenção reduzidos, terem gran-

de durabilidade e de se tratar de um processo sem odor.

O desenvolvimento dos projetos na cidade foi acom-panhado por um grupo de estudos da Unesp especiali-zado no assunto, com linhas de pesquisa em Arquitetura, Engenharia e Biologia. “A equipe multidisciplinar foi constituída desde o início para poder viabilizar as pes-quisas e ações do grupo que atua nas áreas de tratamento de águas residuárias por Ala-gados Construídos, Paisagis-mo em Alagados Construídos, Ecologia e Educação Am-biental”, conta a pesquisadora professora de Arquitetura e Urbanismo, Marta Enokibara.

No caso do Jardim Botâni-

co, todo o esgoto é tratado pelo sistema de alagado construído. “É um processo bem simples, mas muito eficiente”, explica o Eng. Agr. Luiz Carlos de Almei-da Neto, diretor do Jardim Botâ-nico. E a água tratada ainda serve para irrigação local e se integra facilmente à paisagem ao entor-no, formando um espaço para a Educação Ambiental e lazer.

A recuperação da água passa por apenas dois processos: um físico, baseado na filtragem das águas com a utilização de areia e pedras, e outro biológico, envol-vendo a decomposição de maté-ria orgânica e bactérias e a absor-ção de nutrientes pelas plantas aquáticas que cobrem o tan-que dos Alagados Construídos.

Tanque do alagado construído coberto por taboas

O falso-jaborandi é tam-bém conhecido como aperta-ruão. Essa se-

mente contém um óleo rico em uma substância chamada safrol. Na medicina popular, essa plan-ta é usada no tratamento de do-enças do fígado, vesícula e baço, explica Márcia Clélia Leite Marcellino, professora do cur-so de Farmácia da Universida-de do Sagrado Coração (USC). “Os livros de Van Den Berg também apontam que o uso me-dicinal do falso-jaborandi tem sido relatado em doenças gine-cológicas e em desordens intes-tinais”, completa Márcia Clélia.

A influência de diferentes co-lheitas e dosagens de nitrogênio no teor e rendimento de óleo es-sencial e safrol no aperta-ruão vem sendo pesquisada por Ma-ria Izabela Ferreira, estudante de agronomia da Universidade Estadual Paulista (UNESP); “nosso trabalho buscou forne-cer essas informações para a re-gião de Botucatu, estabelecen-do as condições mais adequadas para o cultivo e a colheita”. Os resultados indicaram que os estágios de colheita e as doses de nitrogênio aplicadas podem alterar o metabolismo da es-pécie, melhorando a produção de óleo essencial. Maria Izabe-la iniciou esse trabalho ainda

na graduação orientada pelo professor Lin Chau Ming e, em 2010, foi premiada no 28º Congresso Internacional de Horticultura realizado em Lis-boa, Portugal. “Essa pesquisa foi o início da minha forma-ção acadêmica e foi muito im-portante para despertar meu

interesse pelas plantas medi-cinais”, comenta a mestranda.

Em relação ao prêmio con-quistado e ao apoio à pesquisa na universidade, Ming pontua que o investimento de recursos públicos na educação contri-bui para melhorar a qualidade de vida de todos e para a capa-

citação dos “futuros professo-res e pesquisadores do Brasil”.

Como essa planta age como inseticida, Maria Izabela des-taca sua importância no con-trole de algumas pragas e doenças da agricultura. As téc-nicas para a obtenção do óleo são relativamente simples, o

que torna o aperta-ruão uma alternativa economicamen-te viável para os produtores rurais. Além disso, a espécie apresenta alto rendimento de óleo essencial, de forma que seu cultivo “represen-ta uma alternativa de ren-da para os agricultores fa-miliares”, comenta Ming.

O safrol, um dos compo-nentes químicos presentes no óleo do aperta-ruão, tem aplicação como fragrância em ceras de assoalho, po-madas, sabões, detergentes e produtos de limpeza. Se-gundo o professor Ming, a proposta de fazer um tra-balho com o aperta-ruão que atenda ao interesse da sociedade se deve ao fato do óleo essencial e o safrol terem diversas aplicações na indústria farmacêuti-ca e na indústria química.

O uso do aperta-ruão é também uma forma susten-tável de obtenção de óleo essencial e safrol, porque se substitui a canela de sassa-frás que era a antiga fonte dessa substância. O profes-sor Ming conta que antes “as pessoas cortavam a ár-vore da canela de sassafrás porque o óleo se encontra no tronco dela, em um pro-cesso que matava a árvore, o que foi proibido depois”.

Planta é usada na agricultura e nas indústrias química e farmacêutica

Pesquisa busca aumentar produção de óleo do falso-jaborandi

Ramo com flores de onde originarão frutos e sementes em torno de um eixo central

Lydia Rodrigues

Meio Ambiente

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Alagados muito bem-vindos

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Meio Ambiente

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O mundo sustentável por trás das universidadesProjetos de extensão auxiliam no ecossistema, na política e no social na região de Jaú

Tiago Zenero

A mídia passou a utilizar com muita frequência a

palavra “sustentabilidade”. Há aqueles especialistas que afir-mam estarmos vivendo a era sustentável. De certa forma, sustentabilidade virou moda, mais pelo soar das sílabas do que pelo seu significado, que profundamente, são pou-cos que realmente conhecem.

O desenvolvimento sus-tentável tem como base não esgotar os recursos naturais e preservar a natureza para as gerações futuras. Tal defi-nição surgiu pela Comissão Mundial sobre Meio Am-biente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas com o objetivo de harmonizar dois interesses antigamente considerados opostos: o de-senvolvimento econômico e a preservação ambiental.

Sustentabilidade, portan-to, é mais do que apenas uma moda passageira, e é por isso que, hoje em dia, o núme-ro de ONGs que cuidam do meio ambiente é crescente.

Tal prática, porém, está presente não apenas em gran-des organizações. Jovens que cursam “meio ambiente e re-cursos hídricos” na Faculdade

de Tecnologia de Jaú desen-volvem pesquisas aplicadas que visam preservar a natu-reza e a contribuição social.

O coordenador do curso, Jozrael Rezende, comenta que entre 2001 e 2011 ele auxiliou no desenvolvimento de qua-tro projetos, que tinham como objetivo principal a gestão, o planejamento e o gerencia-mento ambiental.

Em um dos pro-jetos, Jozrael res-salta a ocupação das margens da hi-drovia Tietê – Pa-raná, para isso, ele comenta que era necessário “consi-derar o uso múltiplo das águas; os riscos ambientais dos empreendi-mentos implantados as mar-gens; os limites da capacidade de suporte dos ecossistemas e a legislação ambiental pertinen-te”. Dessa forma, as pesquisas atuam tanto na parte ambien-tal, quanto no processo social e político do local envolvido.

Outra área de atuação que o coordenador pontua é quan-to a vazão do Rio Jaú; “com-paramos seu pulso com as va-zões de outros rios e com as

previstas pela metodologia da Regionalização Hidrológica do Estado de São Paulo”. Ele explica que isso foi necessá-rio para estabelecer áreas de reflorestamento nas margens.

Já a engenheira agrimenso-ra e professora do curso, Dalva Vitti, ressalta que ainda está no início do desenvolvimento de seu projeto, o qual consiste

na obtenção de cur-vas chaves de dois córregos no muni-cípio de Jaú. “Cur-va chave é a rela-ção entre altura da lâmina d’água e va-zão de um córrego, serve para conhe-cimento da dispo-nibilidade de água

superficial nas respectivas bacias hidrográficas”, explica.

Os projetos não param por aí. O também professor da faculdade José Carlos To-ledo Veniziani Junior expli-ca que desenvolve pesquisas relacionadas ao clima. “Não é função nossa realizar pre-visão do tempo, mas apenas constatar a ocorrência de fenômenos atmosféricos e suas intensidades”, completa.

Ele também destaca uma

pesquisa sobre o uso de sof-twares livres de geoprocessa-mento na pesquisa ambiental. As informações obtidas po-dem oferecer subsídios para o planejamento ambiental tanto rural quanto urbano e a importância do projeto “está ligada a utilização de softwa-res livres ou de domínio pú-blico, que diminuem muito o custo da implantação dessa tecnologia, responsável pela popularização, que permite pequenas empresas, ONGs, prefeituras de pequenas cida-des utilizarem essa tecnolo-gia”, complementa Veniziani.

As contribuições não se restringem aos docentes, alu-nos do curso participam ativa-mente de todos os projetos. A discente do segundo semestre, Laura Rodrigues, enfatiza a importância de projetos na área de meio ambiente; “as pesquisas ajudam não só na sustentabilidade, mas também na conscientização da popula-ção sobre as causas e efeitos do que pode ocorrer com o planeta no futuro”. Ela com-plementa que “os projetos são uma forma de ajudar o ecos-sistema e também o próximo”.

“Os projetos são uma forma de ajudar o ecossistema e também o próximo”

Pesquisa de design aposta na reutilização de material descartadoProjeto estimula a economia solidária e sustentável

Aline Pádua

Baseado no tripé pesqui-sa, extensão e eco de-

sign, o Laboratório de De-sign Solidário, da UNESP de Bauru, trabalha com a reutilização de resíduos sóli-dos na composição artesanal e com a economia solidária, por meio da qualificação do artesanato das comunidades.

“Nós fazemos experi-

mentações com os materiais residuais no desenvolvimento de peças de design”, expli-ca o professor coordenador do projeto Claúdio Roberto y Goya. “Trabalhamos com EVA, vinilona de banner e chapas de raio X na confec-ção de luminárias, utilizamos garrafas pets e embalagens metalizadas na montagem de

bolsas. Os tecidos também são matéria-prima, um

material que não tem reciclagem e que nós utilizamos para fa-zer colares, almofa-das e pufs”, destaca.

A aluna de design, Natália de Toledo, explica que “o obje-

tivo principal do laboratório é trabalhar com as comunida-des e resgatar sua cultura, a fim de desenvolver a criação de um artesanato diferencia-do por demonstrar a iden-tidade de cada uma delas”.

Natália ainda ressalta que em cada comunidade é de-senvolvido um projeto es-pecifico, que toma por base o material residual dispo-nível, buscando potenciali-zar o que eles já produzem.

Um dos projetos comu-nitários desenvolvidos re-centemente pelo LabSol foi realizado no Mato Grosso do Sul, com o atendimento de seis comunidades. “Nós tra-balhamos com mulheres que

faziam o tosquio de carneiros e produziam pelego e edre-dons, mas que sentiam a necessida-de de de-senvolver peças pe-quenas para levar em feiras da região”, destaca Goya. “Nós desenvolvemos chaveiros, travesseiros e objetos de de-coração, em parceira com es-sas comunidades”, ressalta.

Para a aluna Maria Basílio, “é uma experiência completa-mente diferente. E o mais in-teressante é que a gente apren-de a fazer coisas que nunca imaginou que desse para fazer com um material que já era

considerado lixo”. Já a aluna Ana Carolina Toyama diz que “ir até as comunidades e não só ensinar o que a gente acha que é certo, mas trabalhar e apren-der com o que elas mesmas já produzem” é o que faz do projeto uma iniciativa única.

Projeto: Logística ambiental

Desenvolvido por: Jozrael

Objetivos: desenvolver sistemas logísticos reversos, visando melhorar a eficácia dos sistemas de coleta sele-tiva e adequar a destinação de resíduos em Jaú e região

Projeto: Obtenção de curvas chaves dos córregos dos Pires e Santo Antônio.

Desenvolvido por: Dalva

Objetivos: Definir a possi-bilidade de captar água para abastecimento com base na curva chave e na legislação vigente

Projeto: Uso de softwares livres de geoprocessamento na pesquisa ambiental

Produzido por: José Carlos

Objetivos: Facilitar e in-centivar o uso de técnicas de geoprocessamento a partir de informações georreferen-ciadas com latitude e lon-gitude para contribuir com o planejamento ambiental

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Meio Ambiente

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As cidades são de todos Planos Diretores Participativos orientam o poder público de forma democrática

Laís Semis

A participação dos morado-res no planejamento das

cidades é garantida pelo Es-tatuto da Cidade, que também prevê cidades sustentáveis. Sendo assim, desde 1997 o curso de Arquitetura e Urba-nismo da Unesp Bauru pesqui-sa a viabilidade de Planos Di-retores Populares nos Bairros.

Os alunos já desenvolve-ram planos diretores para 7 re-giões de micro-bacias urbanas e bairros. O objetivo do Plano Diretor é orientar a atuação do poder público, “é uma ação de planejamento que visa re-solver problemas sociais, econômicos, ambientais e de estrutura urbana viária, tendo como base o Estatuto da Ci-dade”, explica o professor e

pesquisador José Xaides, do Departamento de Arquitetura.

Para que isso ocorra com a participação popular, os alu-nos, juntamente com a popu-lação e com as lideranças lo-cais das diferentes regiões da cidade, criaram as diretrizes projetuais que guiariam o Pla-no Diretor de cada bairro. A aluna do 10º termo de Arqui-tetura, Érica Papa, considera importante esse tipo de levan-tamento conjunto com a popu-lação por avaliar a opinião da comunidade em sua elabora-ção. “Ao contrário de muitos planos que são desenvolvidos a partir de alguma teoria e de-pois são simplesmente aplica-dos, sem considerar as parti-cularidades de cada região e

principalmente as necessida-des reais locais, o plano par-ticipativo, como o nome já diz, segue o caminho inverso, baseando-se na participação democrática”, comenta Érica.

Com baixos indicadores sociais, econômicos e am-bientais em Bauru, os bair-

Cultivo Sustentável?Professores e alunos levam novas técnicas para agricultores

Bárbara Figueiredo

Diante das mudanças cli-máticas e da escassez,

cada vez maior, de recursos, surge também a sustentabi-lidade voltada para a agri-cultura. De acordo com Luiz Alberto de Souza, mestrando em Ecologia e Desenvolvi-mento Sustentável, pela Uni-versidade Católica de Goiás, o desenvolvimento sustentável consiste em “o que produzir” e “como produzir” sem degra-dar o meio ambiente ao lon-go do tempo, de modo a não comprometer a capacidade de produção das próximas ge-rações. Esse conceito, então, passa a ser aplicado em diver-sas vertentes da ação huma-na, inclusive na agricultura.

Pensando em melhorar o cultivo e o plantio de comu-nidades rurais, foi criado, no Departamento de Ciências Biológicas da Faculdade de Ciências de Bauru, o grupo de pesquisa “Biologia Aplica-da à Agricultura”. Comanda-do pelos professores Aloísio Costa Sampaio e Terezinha

de Fátima Fumis, o grupo de pesquisa tem realizado estu-dos na Estação Experimental de São Manoel em parceria com produtores rurais. Seus trabalhos estão focados na produção de frutas, como cul-turas de abacaxi, maracujá, maçã, banana, abacate, goiaba e figo. Além dos professores da Unesp de Bauru, o grupo conta com a participação de professores da USC (Univer-sidade do Sagrado Coração) e de alunos de pós-graduação em horticultura da Faculda-de de Ciências Agronômi-cas, da Unesp de Botucatu.

A pesquisa aplicada está em andamento desde 2002, quando foi aprovada pela FA-PESP, originando a BauruFru-tas (Associação de Fruticulto-res de Bauru e Região). “O grupo também tem parceria com a Secretaria Municipal da Agricultura na transferência de tecnologia na produção de frutas para produtores rurais das comunidades próximas”, declara o professor Aloísio

Sampaio. Segundo ele, o cam-po demonstrativo com as frutas localiza-se no distrito de Tibi-riçá, mas há também vários assentamentos beneficiados, como o ‘Terra Nossa’, na divi-sa de Bauru com Pederneiras.

O objetivo do grupo é ten-tar viabilizar uma produção econômica e ambientalmente correta – sustentável – de cul-turas alternativas ao pequeno produtor rural e, por meio de técnicas modernas, conciliar produtividade e mercado. O grupo tem trabalhado, prin-cipalmente, com o uso de fi-torreguladores em frutíferas, avaliação de cultivares, ní-veis de adubação, entre ou-tras atividades de produção sustentável. De acordo com o especialista em Tecnologia em Agropecuária, pela Uni-versidade Estadual do Rio Grande do Sul, Clóvis Soa-res, a agricultura sustentável deve estar embasada nos pa-tamares da sustentabilidade. “A produção deve se carac-terizar por ser ambientalmen-

te correta, economicamente viável, socialmente justa e culturalmente preservada”, completa. Esse cultivo é apro-priado para a pequena pro-priedade rural na política de segurança alimentar e como fonte de complementação de renda na comercialização de excedentes não consumidos.

Segundo Luiz, deve-se

buscar a sustentabilidade eco-lógica da produção agrícola, substituindo a dependência de máquinas pesadas e insumos químicos por tração animal, rotação de culturas e de pas-tagens, conservação do solo, corretivos orgânicos e controle biológico de pragas, valorizan-do o conhecimento e a partici-pação da população rural local.

Novas técnicas investem na agricultura sustentável

ros Jaraguá, Santa Edwirges, Pousada da Esperança, Vila São Paulo, Jardim Nicéia e o Eixo Mary Dota/Aeroporto, além de micro-bacias como as dos córregos do Castelo, do Sobrado e da Grama passaram a contar com planos diretores populares adequados às suas

realidades. O projeto tem sido realizado com o apoio das li-deranças comunitárias de cada uma das regiões onde esses planos foram aplicados e dos gestores municipais. A fase de pesquisa do projeto encerrou-se em 2009, mas sua aplicação depende do poder público.

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Ciência

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Aerodesign dá asas às pesquisas aeronáuticas no câmpusAlunos de cinco cursos desenvolvem aeromodelo rádio controlado e buscam premiação internacional

Samantha de Andrade

O AeroDesign é um proje-to desenvolvido por es-

tudantes de cinco cursos com o objetivo de projetar e cons-truir uma aeronave rádio con-trolada capaz de carregar o maior peso possível. Estudan-tes de administração, design (desenho industrial) e en-

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mecânica, elétrica e de produção são responsáveis pela execução de pesquisas e testes para desenvolver tal projeto. Além dos alunos, o projeto é acompanhado por três professores sendo um da Instituição Toledo de Ensino que colabora tam-bém concedendo o labora-tório de fluidos para testes.

O projeto busca des-taque durante o evento estudantil organizado pela Sociedade de Engenheiros da

Mobilidade(SAE) Brasil, organi-zação sem fins lucrativos. que

anualmente re-aliza desde

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São José dos Campos, a competição SAE AeroDesign. São três classes de competi-ção: Open, Regular e Micro. São divisões de acordo com o número de regras ao qual o projeto deve atender. A Open é a que tem o menor número de regras a serem obedeci-das, o que leva à construção de aeroplanos de proporções maiores (variam em torno de 5m de envergadura); na Re-gular aumentam as regras, o que restringe mais o traba-lho dos projetistas limitando a envergadura do avião para cerca de três metros, e a clas-se Micro, na qual o avião é li-mitado a uma largura máximo que atinge um metro de asa.

A FEB conta com três equipes, uma para cada cate-goria, formada por 15 alunos cada. Desses quinze, dois

são pesquisadores e com o apoio do professor orientador de cada time todos os anos novas pesquisas são desen-volvidas com o objetivo de melhorar o desempenho na competição. “Este ano, pes-quisas como “Influência do número de compositores re-forçados com fibras de vidro e de carbono”, trabalhos com ligas de alumínio 70 e 75 com tratamento térmico T6 e com ligas 20 e 24 com tratamen-to T3 foram utilizados para melhorar o trem de pouso do avião”, explica o Prof. Dr. Carlos Alberto Soufen, um dos responsáveis pelo proje-to. As pesquisas fizeram parte do Simpósio de Iniciação da FATEC e geraram benefícios no aeroplano, devendo ser aplicadas de agora em diante.

A equipe chegou muito

perto do lugar mais alto da competição. O primeiro e o segundo lugares na classe Re-gular e o primeiro colocado na classe Aberta ganham o direito de representar o Brasil na competição em nível mun-dial Aero Design East, pro-movida pela SAE e realizada nos Estados Unidos. Bauru esteve sempre entre as 15 pri-meiras equipes na classe Re-gular durante todos os anos, conquistando este ano uma das melhores colocações por ter alcançado 3º lugar, diante das 71 concorrentes. A equi-pe Aerofeg de Guaratinguetá, também da Unesp, concorreu pela categoria Micro e alcan-çou o 2º lugar ganhando o di-reito de disputar o campeona-to mundial nos EUA em 2012.

Classe Regular Aviões monomotores, com cilindrada padronizada em 10 cc (10 cm3 ou 0,61

in3). O regulamento impõe restrições geométricas, e este ano houve novas delimitações nas dimensões máximas das aeronaves, que devem ter com-partimentos de carga maiores. Os projetos da categoria devem ser capazes de decolar em uma distância máxima delimitada de 50m (era 61m em 2010).

Classe Aberta ou OpenOs aviões da categoria não têm restrições geométricas ou número de motores

instalados, desde que a soma das cilindradas dos motores esteja entre 10,65 cm3 (0.65 in3) e 15,07cm3 (0.92 in3). A distância de decolagem também é de 50m e as aeronaves devem ter instrumentos para medir tempo de vôo.

Classe MicroHá a opção de lançamento da aeronave à mão e o avião da categoria não tem

restrições geométricas e nem ao número de motores. Porém a equipe deve ser capaz de transportar a aeronave dentro de uma caixa de 0,175m³. As aeronaves podem usar motores elétricos e devem decolar em até 25m (30,5 m em 2010).

Regras para avaliação

A pontuação de cada bateria é a soma das pontuações do pro-jeto + pontuação do vôo. Competição de Projeto - as equipes apre-sentarão seus projetos e demonstrarão seus cálculos para determi-nar a carga útil máxima que o avião pode carregar bem como os diversos critérios utilizados para definição da aeronave. Competição de Voo - determina a carga máxima que cada avião pode carregar. A precisão do projeto (ou cálculos) é levada em conta no resultado, pela comparação entre a carga prevista e aquela realmente transportada em voo.Uma regra comum a todas as categorias é que tenham ou-tro tipo de propulsor, adicional ou auxiliar em vôo ou no solo. A única forma de propulsão do avião deve ser através do motor.

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Ciência

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No mundo da luaAlisson Lopes

A docente Rosa Maria Scalvi, da Universi-

dade Estadual Paulista, é responsável pelo pro-jeto “Ensino e Popula-rização da Astronomia: implantando uma oficina de construção de teles-cópios no Observatório Didático de Astronomia”. Essa pesquisa é res-ponsável pela aproxi-mação dos cidadãos de Bauru e região com os princípios astronômicos. Mediante isso, a pro-fessora concedeu uma entrevista esclarecen-do sobre o seu projeto.

Big Bang: Qual é o prin-cipal intuito apresentado nessa pesquisa e de que forma ela é desenvolvida?Rosa Scalvi: O projeto desenvolvido tem como principal objetivo promo-ver o ensino de astrono-mia junto aos professores e estudantes das escolas de ensino fundamental e médio de Bauru e região. Para isso, são promovi-dos cursos e oficinas des-tinados aos professores e o atendimento de visitas para observação do céu com telescópios e pales-tras, destinadas aos alu-nos. Além das escolas, o projeto busca também atender à população de Bauru e região, divulgan-do e popularizando a as-tronomia como ciência.

B.B: Quanto aos resulta-dos do projeto, o que tem sido obtido? Eles estão condizentes com as ex-pectativas da senhora?R.S.: No ano de 2010 o atendimento de escolas no Observatório ocorreu quase que diariamente, recebendo em torno de 150 estudantes por se-mana. Em 2011 a média de alunos no observató-rio tem sido em torno de 80, foi necessário dimi-nuir o número de escolas atendidas em função de meu afastamento para tratamento de saúde. A equipe do Observatório participou de eventos re-lacionados ao ensino de astronomia, ministran-do oficinas e palestras. Outro fator relevante é o atendimento ao públi-co aos sábados, quando um expressivo número de pessoas comparece ao observatório. Consi-dero que a procura pelas atividades do observa-tório está acima de mi-nhas expectativas, uma vez que nem mesmo tem sido possível atender toda a demanda, limita-da pela própria estrutura física do Observatório. Além dos resultados di-retamente relacionados aos estudantes de ensi-no fundamental e médio, as atividades do obser-vatório deram origem à

elaboração e aprovação de um curso de especia l iza-ção, intitulado, Ciências Na-turais: Abor-dagens no Mundo Con-temporâneo, a g r e g a n d o pesquisado-res e técnicos especia l iza-dos do Instituto de Pesquisas Meteoro-lógicas e docentes do Departamento de Física. Esse curso irá benefi-ciar diretamente profes-sores da rede pública e particular de ensino abordando temas rela-cionados à astronomia e ciências atmosféricas.

B.B.: Para o desenvol-vimento da pesquisa, quais foram os princi-pais métodos utilizados?R.S.: O projeto procu-ra aliar ensino, pesqui-sa e extensão, inserindo os alunos de graduação do câmpus de Bauru na preparação e execução das atividades. Além dis-so, o observatório já criou condições de pesquisa para o desenvolvimento de dissertações de mes-trado e tese de doutorado utilizando sua estrutura e atividades desenvolvidas nas suas dependências.

B.B.: Quais motivos in-fluenciaram para que o projeto fosse colocado à disposição da população?R.S.: A falta de locais des-tinados ao ensino, divul-gação e popularização de ciências em Bauru. No que diz respeito à Astronomia, até a criação do observa-tório, praticamente não existiam opções para os interessados nessa área. Assim, entendemos que é quase uma obrigação da Universidade desenvolver projetos voltados para a po-pulação promovendo uma ciência cidadã, que atin-ja todos os interessados e não somente uma parte específica da população.

B.B.: Como a senho-ra analisa a absorção da astronomia pelos ci-dadãos bauruenses?R.S.: Não só em Bauru, mas também em toda a re-gião, através das atividades do Observatório e do Ob-servatório Móvel, podemos verificar que a receptivida-de da população é muito grande. Em todas as situ-ações as pessoas elogiam e parabenizam a iniciativa da Unesp em disponibilizar acesso ao conhecimento em astronomia. A grande maioria das pessoas jamais teve acesso à observação do céu através de um te-lescópio e muitas chegam até mesmo a se emocionar quando conseguem ver de-

talhes da superfície lunar.B.B: E o estudo da as-tronomia no Brasil, como a senhora averigua?R.S.: A astronomia este-ve, por muitos anos, au-sente das salas de aula. Hoje essa situação é um pouco diferente, pois os conteúdos de astrono-mia são contemplados nas disciplinas de Físi-ca, no ensino médio, e Ciências, no ensino fun-damental. Porém, não existe ainda a disciplina especifica de Astrono-mia e acredito que um dos maiores problemas é a falta de formação dos professores em exercí-cio, uma vez que não ti-veram em seus cursos de graduação de origem, nem mesmo os formados em física, qualquer enfo-que para a astronomia. É preciso que a universida-de participe do proces-so de formação comple-mentar dos professores que se encontram em exercício no ensino fun-damental e médio e que preencha a lacuna exis-tente na formação dos futuros professores, em cursos de licenciaturas. O avanço da tecnologia e as novas descobertas acerca do universo de-vem ser discutidos jun-to aos professores para que os mesmos tenham segurança de abordarem tais temas em salas .

Observatório Móvel atrai moradores da cidade de Bariri - SP

Olho Vivo Você leitor sabe o que é Astronomia? Tem alguma dúvidas sobre esse as-sunto? Então embarque agora em uma viagem cósmica através dos séculos. Originalmente, a astronomia se baseava na pseudociência da Astro-logia baseada na observação de padrões regulares dos movimentos de ob-jetos celestiais visíveis, em especial o Sol, a Lua, estrelas, e os planetas. Foi durante o Renascimento que a Astronomia viveu sua era de maior expan-são. Nessa fase, Copérnico criou o modelo heliocêntrico, afirmando que a Terra gira-va ao redor do Sol. O modelo foi desenvolvido e corrigido por Galileu Galilei e Johan-nes Kepler, este responsável por descrever detalhadamente os movimentos dos planetas.Porém, foi na Idade Média que a astronomia sofreu grande repressão. Nesse período, astrô-nomos foram perseguidos pela Igreja Católica e obrigados a abandonarem seus estudos. Os anos passaram e a astronomia ganhou mais importância. No século XX, pro-vouaexistênciadenossagaláxia, aViaLáctea, e tambémaexistênciadeoutras.Desenvol-veu pesquisas para descobrir como o Universo surgiu, chegando à Teoria do Big Bang. A ânsia por desvendar os mistérios do Universo move os pesquisado-res. Mesmo com toda a tecnologia disponível, ainda sabemos muito pouco sobre ele.

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