Biofísica Da Membrana Celular

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Aula basica de biofisica da membrana, estrutura e funcionamento

Citation preview

  • BIOFSICA DA MEMBRANA

    CELULAR Prof. Jlio Csar Tolentino

  • Todas as criaturas vivas so constitudas de clulas pequenas unidades envolvidas por membranas e preenchidas por uma soluo

    aquosa de agentes qumicos, dotadas com uma extraordinria capacidade de reproduo.

    (Bruce Alberts, 1999)

  • A membrana celular define os

    limites da clula e com isso,

    mantm as diferenas de

    composio entre os meios

    intra e extracelular.

    Funo: promover, de forma

    seletiva, trocas entre os meios

    intra e extra celular, e manter

    molculas como protenas e

    pequenos solutos, no interior

    da clula.

    (Fonte: http://1.bp.blogspot.com).

    Fonte: Garcia, E. A. C. Vasconcelos, C. M. L . 2009, pg. 8.

  • A membrana serve como uma barreira de

    permeabilidade;

    Permite que a clula mantenha a composio

    citoplasmtica diferente da composio do

    fluido extracelular.

    A composio da membrana tem sido estudada

    a partir das propriedades fsicas, discutiremos

    a evoluo dos principais modelos da

    membrana celular.

  • Gorter & Grendel (1925) propuseram o primeiro

    modelo estrutural para a membrana biolgica.

    Mostrou que o contedo lipdico das membranas

    ocupava uma rea duas vezes maior que a superfcie da

    clula.

    Modelo de membrana celular proposto por Gorter & Grendel (1925).

    Fonte:GARCIA, E.A.C., 2002.p.5.

  • Danielli & Davson (1935) propuseram a participao de

    protenas na membrana.

    A membrana seria composta por 40 a 50% de lipdios e 50

    a 60% de protenas.

    Modelo de membrana celular proposto por Danielli & Davson (1935)

    Fonte:GARCIA, E.A.C., 2002.p.5

  • Stein & Danielli (1956) - presena

    de poros hidroflicos formados

    por protenas atravessando toda

    a extenso da bicamada lipdica.

    Esse poro foi idealizado para

    justificar a comunicao da

    clula com o meio externo.

    Neste modelo no h contato

    para poro polar da bicamada

    lpdica com o meio extracelular,

    ou com o citoplasma, a bicamada

    lipdica fica blindada pela

    protena.

    Modelo de membrana celular proposto por Stein & Danielli (1956)

  • Lucy & Glauert (1964) propuseram que a membrana

    celular seria formada por micelas lipdicas (arranjo

    esfrico de lipdios), recoberta por protenas.

    No h comunicao entre os meios extra e intra

    celular.

    Modelo de membrana celular proposto por Lucy & Glauert (1964)

    Fonte: Garcia, E. A. C. 2000 (pg. 5).

  • Benson (1966) membrana formada por uma matriz

    protica com lipdios mergulhados nessa matriz.

    No h canais transmembranas.

    Fonte: Garcia, E. A. C. 2000 (pg. 5).

  • O atual Modelo o do mosaico fluido proposto por Singer & Nicolson, em 1972.

    Modelo constitudo de

    uma bicamada lipdica; Protenas inseridas:

    intrnseca - permite comunicao do citoplasma com o meio extracelular;

    extrnseca - de superfcie. Fonte: Garcia, E. A. C. 2000 (pg. 6).

  • O modelo prev:

    Passagem seletiva de ons pelas protenas intrnsecas (atravessam toda a espessura da membrana), que so chamadas de canais.

    Liberdade de movimento das protenas na bicamada

    lipdica. Distribuio aleatria de componentes moleculares

    na membrana.

  • O modelo prev :

    Distribuio no aleatria das protena na

    membrana.

    Contatos moleculares quase permanentes.

    Domnios de membrana: difuso limitada,

    reorganizao dinmica.

    Plataformas lipdicas.

    Protenas so importantes elementos

    estruturais.

    Estruturao dinmica.

  • PERCENTUAL PROTENAS E LIPDEOS NA MEMBRANA

    Os lipdios formam o grupo bioqumico em maior quantidade na membrana.

    A quantidade varia de acordo com o tipo celular entre 50-80% do total dos componentes.

    Porm a membrana mitocondrial interna possui apenas 30%.

    O segundo grupo bioqumico em quantidade encontrado nas membranas o grupo das protenas, varia de 20 a 80% na composio total.

    So elas que especificam a funo das membranas e consequentemente das clulas em questo, so os componentes ativos da membrana (receptores, enzimas transportadoras, entre outros).

  • A quantidade dos componentes da membrana variam de organismo para organismo, bem como entre as diferentes organelas presentes na clula.

    Na bainha de mielina humana a proporo de lipdios e protenas difere da do fgado de rato.

    No fgado de rato a porcentagem por peso de 45% de protenas, 27% de fosfolipdios 19% de esterol.

    Na bainha de mielina humana esses valores sero 30% para protenas, 30% para os fosfoslpidios e 25% para os esterois.

  • As molculas lipdicas so

    anfipticas, possuem :

    hidroflica ou polar (solvel

    em meio aquoso)

    hidrofbica ou apolar

    (insolvel em gua, porm

    solvel em lipdios e

    solventes orgnicos),

    composta pelas duas cadeias

    de cidos graxos.

    A maior parte dos sabes e

    detergentes so feitos de

    compostos que contm esse

    tipo de molcula.

    Molcula de fosfolipdio. Fosfatidilcolina,representada esquematicamente (esquerda) e modelo espacial (esquerda). (Fonte: http://html.rincondelvago.com).

  • Segundo estudos de Rouser 1968,

    existem trs tipos de lipdios na

    membrana :

    1) Esterides

    colesterol

    2) Fosfolipdios

    3) Glicolipdios

    Fonte: Garcia, E. A. C. 2000 (pg. 6).

    Representao da molcula de colesterol interposta entre os fosfolipdios de membrana. (Fonte:http://www.ar.geocities.com).

  • Os fosfolipdeos possuem uma cabea polar e duas caudas apolares;

    Os glicolipdeos exercem o papel de proteo da membrana plasmtica em condies adversas, como em pH baixo;

    O colesterol o componente responsvel pelo aumento da permeabilidade das duplas camadas lipdicas, tornando-a menos sujeita a deformaes e, assim, diminuindo a sua permeabilidade (ALBERTS, 2010, p. 618).

    O colesterol um componente de extrema importncia das membranas, principalmente

    da membrana plasmtica, pois ele vai influenciar na sua fluidez

  • Acidos Graxos Os cidos graxos constituem-se em valiosas fontes de

    alimento, uma vez que ao serem quebrados podem

    produzir mais que o dobro de energia utilizvel, quando

    comparado peso por peso com a glicose.

    As membranas que envolvem todas as clulas, separando suas organelas internas do meio extracelular, so

    compostas de fosfolipdios.

    As camadas lipdicas podem combinar-se cauda a cauda na gua, formando uma bicamada lipdica, que por sua

    vez constitui-se em uma importante montagem, que

    estruturalmente constitui a base estrutural de todas as

    membranas celulares.

  • A temperatura influncia na

    composio da membrana

    A fluidez da membrana controlada por diversos fatores fsicos e qumicos. Essa fluidez

    entre outros fatores depende tambm da

    temperatura. Em temperatura elevada a

    membrana se torna mais fluida, quando a

    temperatura baixa a membrana torna-se

    menos fluida.

  • Controlada por fatores fsicos e qumicos:

    Temperatura : quanto mais alta ou baixa, mais ou menos

    fluida ser a membrana, respectivamente.

    O nmero de duplas ligaes nas caudas hidrofbicas

    dos lipdios : quanto maior o nmero de insaturaes,

    mais fluida a membrana.

    Alberts et al., 2004

  • Concentrao de colesterol : quanto mais colesterol,

    menos fluida.

    O colesterol, por ser menor e mais rgido, interage com

    os lipdios adjacentes, diminuindo a capacidade de

    movimentao.

    Tamanho da cauda do lipdio: quanto mais curta a

    cauda do fosfolipdio mais intensa ser a flexo da

    cauda e, portanto, maior a fluidez da membrana.

    Alberts et al., 2004

  • Funes dos Lipdios

    Glicolipdios Atuam no crescimento e

    desenvolvimento celular

    Fosfolipdios - Constituinte da bainha de mielina, da

    bile e surfactantes. Alm de reservatrios de

    mensageiros PIP e papel antignico

    Colesterol Funo estrutural, alm de fluidez da

    membrana

  • Os lipdeos so biomolculas insolveis em gua, muito solveis em solventes orgnicos, tal como o clorofrmio.

    Notoriamente, dentre as propriedades mais significativas dos lipdeos, esto suas propriedades hidrfobas.

    A estrutura de bicamada pode ser atribuda s propriedades especiais das molculas lipdicas, que fazem com que elas se agrupem espontaneamente em camadas duplas, mesmo sob condies artificiais simples.

    A formao das membranas uma conseqncia da natureza anfiptica

    A BICAMADA LIPDICA

  • As interaes hidrfobas so as principais foras

    diretoras da formao de bicamadas lipdicas.

    Alm disso, a fora atrativa de van der Waals entre as

    caudas hidrocarbonadas favorecem o empacotamento

    das caudas.

    Finalmente, h as atraes eletrostticas e as pontes de

    hidrognio entre as cabeas polares e molculas de

    gua.

    as bicamadas lipdicas so estabilizadas por todo o

    conjunto das foras que participam das interaes

    moleculares dos sistemas biolgicos.

  • Estas interaes hidrfobas tm trs

    conseqncias biolgicas significativas:

    (1) as bicamadas lipdicas tm uma tendncia

    inerente a serem extensas;

    (2) as bicamadas lipdicas tendem a fechar-se

    sobre si mesmas para que no haja bordas

    com cadeias hidrocarbonadas expostas, o que

    resulta na formao de compartimentos

    (3) as bicamadas lipdicas so auto-selantes

    porque um orifcio em uma bicamada

    energeticamente desfavorvel.

  • Protenas

    As protenas de membrana podem estar associadas a bicamada lipdica de duas formas:

    - Protenas perifricas: superfcie da membrana: se ligam por interaes polares ou eletrostticas as cabeas carregadas da bicamada lipdica (podem ser removidas, quando a fora inica do meio aumenta)

    - Protenas Integrais: dentro da bicamada: (mais difcil de serem removidas, geralmente com detergente ou sonicao que acabam desnaturando a protena)

  • As protenas integrais podem cobrir totalmente a membrana, ficar inteiramente dentro ou simplesmente se projetar na membrana.

  • Glicoprotenas

    Funcao: protege a celula contra agressoes fisicas e quimicas, retem nutrientes e enzimas em volta da celula e participa do reconhecimento intracelular, uma vez que diferentes celulas possuem diferentes glicocalix e diferentes glicidios

  • A BICAMADA LIPDICA

    A membrana plasmtica no uma estrutura esttica, os

    lipdios movem-se proporcionando uma fluidez

    membrana.

    1) Flip-Flop - o movimento de passagem de um lipdio

    de uma monocamada para outra. Ocorre raramente.

    Deve-se a baixa afinidade da cabea polar com as

    caudas de cido graxo, dificultando a passagem da

    cabea polar (hidroflica) dentro da regio apolar

    (hidrofbica) da bicamada lipdica.

    Fonte: Alberts et al., 2004.

  • A BICAMADA LIPDICA

    .

    Fonte: Alberts et al., 2004.

    Tipos de movimentos possveis realizados pelos fosfolipdios em uma bicamada lipdica.