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Faculdades Integradas Fafibe Curso de Ciências Biológicas Apis mellifera: reprodução, polinização e produção de mel. Graduando: Renan Gomes Carvalho Orientador: Wellington Marcelo Queixa Moreira Bebedouro (SP) -2010-

Biologia Da APIS

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Apicultura

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  • Faculdades Integradas Fafibe

    Curso de Cincias Biolgicas

    Apis mellifera: reproduo, polinizao e produo de mel.

    Graduando: Renan Gomes Carvalho

    Orientador: Wellington Marcelo Queixa Moreira

    Bebedouro (SP)

    -2010-

  • 2

    Faculdades Integradas Fafibe

    Curso: Cincias Biolgicas

    Graduando: Renan Gomes Carvalho

    Trabalho de Concluso de Curso

    apresentado as Faculdades Integradas

    FAFIBE, sob a orientao do Prof. Ms.

    Wellington Marcelo Queixa Moreira, para

    obteno de titulo de Bacharelado e

    Licenciatura em Cincias Biolgicas.

    Banca Examinadora

    __________________________________________

    Prof. Ms. Wellington Marcelo Queixa Moreira

    __________________________________________

    Prof. Ms Joaquim Ozrio Manoel de Souza Pinto

    __________________________________________

    Prof. Ms. Evaldo Guimares

    -2010-

  • 3

    A minha me Eliana e meu pai Ednazio, ao meu av Eduardo Soares (in

    memorian) a quem devo todo meu apoio e interesse pelas abelhas.

  • 4

    AGRADECIMENTOS

    Agradeo a minha me Eliana Soares Carvalho que proporcionou tudo que eu

    precisava para a realizao deste curso.

    Agradeo ao meu pai Ednazio Gomes Carvalho por ter contribudo junto a

    minha me e proporcionando a personalidade e perseverana que carrego.

    Agradeo ao meu av Eduardo Soares Ruiz, por despertar o meu interesse

    pelas abelhas e, alm disso, me direcionar todo seu conhecimento e assegurar

    meu bom desempenho.

    Agradeo ao meu orientador Wellington Marcelo Queixa Moreira, pela ateno

    e dedicao ao meu trabalho.

    Agradeo a DEUS por ter estado ao meu lado todo este tempo e por pessoas

    to importantes ao meu lado que garantiram minha realizao pessoal dando-

    me foras para eu conseguir meu sonho.

  • 5

    No h nada impossvel, porque os sonhos

    de ontem so as esperanas de hoje e

    podem converter-se em realidade amanh.

    (Autor Desconhecido)

  • 6

    RESUMO

    CARVALHO, Renan. G. Apis mellifera: Reproduo, polinizao e produo de mel.

    Bebedouro, 2010. Trabalho de concluso de Curso de Bacharelado em Cincias Biolgicas,

    Faculdades Integradas Fafibe.

    As abelhas so insetos sociais que vivem em colnia. So conhecidas h

    mais de 40.000 anos e as que mais auxiliam para a polinizao, ajudando a

    agricultura, produo de mel, gelia real, cera, prpolis. Pertencentes ao gnero

    Apis. Abelha a denominao comum de vrios insetos que pertencem

    ordem Hymenoptera, da superfamlia Apoidea, subgrupo Anthophila,

    aparentados das vespas e formigas. A Apis mellifera, oriunda do Velho Mundo,

    criada em larga escala para a produo de mel, cera e prpolis. As espcies de

    abelhas nativas no possuem ferro, a maioria destas pertence tribo

    Meliponini. A palavra sociedade na ecologia significa: tipo de relao

    ecolgica estabelecida entre seres de mesma espcie que se auxiliam

    mutuamente e vivem separados anatomicamente. Existem mais de 20 mil

    espcies de abelhas conhecidas. Muitas espcies de abelhas vivem sozinhas. A

    fmea fecundada constri ninhos no cho e coloca seus ovos. Na maioria das

    vezes, elas morrem antes que os filhotes tenham atingido a forma adulta. A

    espcie de abelhas mais conhecidas so Apis mellifera, que vivem em

    sociedade. Nessa espcie existem as seguintes castas: a das rainhas, a das

    operrias e a dos zanges. A rainha a fmea frtil, e ela pode botar at mil

    ovos por dia. Os zanges so os machos frteis. As operrias so fmeas

    estreis (no podem se reproduzir).

    A gelia real o nico alimento da abelha rainha, durante toda a sua

    vida, um produto natural produzido pelas abelhas jovens para alimentar a sua

    rainha, que contm grandes quantidades de vitaminas, enzimas, minerais e

    substncias essenciais nos processos de regenerao das clulas orgnicas.

  • 7

    As operrias encarregam-se da higiene da colmia, garantem o alimento

    e a gua de que a colnia necessita coletando plen e nctar, produzem cera

    com o qual constroem os favos, alimentam a rainha os zanges e as larvas, e

    tambm cuidam da defesa da famlia, resumidamente as operrias respondem

    por todo o trabalho empreendido na colmia, elas nascem 21 dias aps a

    postura do ovo e podem viver at seis meses, em situaes excepcionais de

    pouca atividade, o seu ciclo de vida normal no ultrapassa aos 60 dias.

    Palavra Chave: Reproduo, polinizao, produo de mel, Apis mellifera.

  • 8

    ABSTRACT

    CARVALHO, Renan. G. Apis mellifera: Reproduction, pollination and honey

    production. Bebedouro, 2010. Work completion of the B.Sc. in Life Sciences, Faculdades

    Integradas Fafibe.

    Honeybees are social insects that live in colonies. They are known for

    more than 40,000 years and that more help for pollination, helping agriculture,

    production of honey, royal jelly, wax, propolis. Belonging to the genus Apis.

    Bee is the common name of several insects belonging to the order

    Hymenoptera, superfamily Apoidea, Anthophila subgroup, related to wasps

    and ants. Apis mellifera, originated in the Old World, created largely for the

    production of honey, beeswax and propolis. The species of native bees do not

    sting, most of these belong to the tribe Meliponini.

    The word ecology in society means: type of ecological relationship

    established between beings of the same species that help one another and live

    separated anatomically. There are over 20,000 known species of bees. Many

    species of bees live alone. The fertilized female builds nests on the ground and

    lays her eggs. Most often, they die before they reach the young adult form. The

    best known species of bee is Apis mellifera, which lives in society. In this

    species there are the following varieties: the queens, the workers and the

    drones. The queen is a fertile female, and she can put up to a thousand eggs per

    day. The drones are fertile males. The workers are sterile females (they can not

    reproduce).

    Royal jelly is the only food of the queen bee throughout her life, is a

    natural product produced by young bees to feed their queen, which contains

    large amounts of vitamins, enzymes, minerals and essential substances in the

    processes of cell regeneration organic.

    The workers are in charge of the hive hygiene, ensure food and water

    needs of the colony to collect pollen and nectar, produce wax to build the

    combs, feed the queen, the drones and larvae, and also take care of the family

    rights.

    Summarized the workers are in charge of all the work undertaken in the

    hive, they are born 21 days after laying the egg can live up to six months in

    exceptional situations of little activity, their normal life cycle does not exceed

    60 days.

    Key words: Reproduction, pollination, honey production, Apis mellifera.

  • 9

    SUMRIO

    Pg.

    1. Introduo..............................................................................................12

    2. Reviso da Literatura.............................................................................14

    2.1 Reproduo .....................15

    2.2 Os Zanges .....................17

    2.3 As Operrias ...........18

    2.4 A Rainha ............................................................................20

    2.5 A Cera ................................................................................22

    2.6 Prpolis ..............................................................................23

    2.7 Gelia Real .........................................................................25

    2.8 O Mel ................................................................................. 27

    2.9 Polinizao ........................................................................ 30

    3.0 Consideraes Finais ................................................................................33

  • 10

    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 Ciclo de desenvolvimento do Zango ............. 18

    Quadro 2 - Ciclo de desenvolvimento da Operria ........ 19

    Quadro 3 Ciclo de desempenho de tarefas pela Operria ........................... 20

    Quadro 4 Ciclo de desenvolvimento da Rainha .......... 21

  • 11

    LISTA DE FIGURA

    FIGURA 01 - Fase de crescimento da Apis mellifera................................... 16

    FIGURA 02 Colmia da abelha Apis mellifera ......................................... 24

    FIGURA 03 Favo de Mel da abelha Apis mellifera ................................... 29

  • 12

    1.1 - Introduo

    As abelhas so um dos principais grupos de polinizadores das regies

    tropicais. Contribuem muito para a natureza, e atravs da polinizao, aumenta

    a produo de frutos, em alguns ecossistemas a abelha responsvel por 90%

    da polinizao e isso crucial para a manuteno desses ecossistemas

    (STORER, 1998).

    O processo de polinizao constitui uma das mais fortes ligaes entre

    plantas e animais. O fluxo gnico entre membros de uma populao vegetal

    depende do raio de alcance do polinizador, distribuio espacial da planta e da

    biologia floral. A maior eficincia das abelhas como polinizadores se d, tanto

    pelo seu nmero na natureza, quanto por sua melhor adaptao s complexas

    estruturas florais como, por exemplo, peas bucais e corpos adaptados para

    coletar o nctar das flores e coletar plen, respectivamente (STORER, 1998).

    A polinizao representa atualmente um fator de produo fundamental

    na conduo de muitas culturas agrcolas ao redor do mundo. Esta pode ocorrer

    na prpria planta, onde o gro de plen transportado para o estigma da flor ou

    ainda, com a transferncia dos gros de plen da antera de uma flor para o

    estigma de outra flor da mesma espcie, mas de ps diferentes com interveno

    de agentes polinizadores. A ligao que as abelhas e as plantas possuem, geram

    sucesso na polinizao cruzada para os vegetais, com isso gera aumento das

    espcies proporcionando novas combinaes e o aumento da produo de

    frutos e sementes. As abelhas naturalizadas dependem da vegetao nativa para

    a sobrevivncia dos seus enxames e para garantir a reserva do mel e do plen.

    (STORER, 1998).

    O conhecimento dos processos reprodutivos e produo de mel por

    abelhas (Apis mellifera) inicial para a maior apreciao das funes,

    organizao e funcionamento da colmia; utilizao dos produtos fabricados a

  • 13

    partir de ingredientes retirados da natureza e modificados pelas abelhas para

    desenvolvimento da colmia (STORER, 1998).

  • 14

    2.0 - Reviso da literatura

    A abelha-europeia (Apis mellifera) uma abelha social, cujas operrias

    medem de 12 mm a 13 mm de comprimento e apresentam plos do trax mais

    escuros. Antes da introduo das abelhas africanas no Brasil, as subespcies

    responsveis pela produo melfera no pas eram: a alem [Apis mellifera

    mellifera L. (Hymenoptera: Apidae)] e a italiana [Apis mellifera ligustica

    Spinola (Hymenoptera: Apidae)], introduzidas por volta do sculo XVII, muito

    mansas mas com produtividade no compatvel com o que ofereciam as

    floradas da regio. (WIESE 1984).

    Foi introduzida no Brasil em 1839, para suprir apirios na produo de

    mel e cera. Tambm chamada de abelha-alem, abelha-comum, abelha-da-

    europa, abelha-de-mel, abelha-domstica, abelha-do-reino, abelha-escura,

    abelha-europa, abelha-preta e oropa. (WIESE, 1984).

    Mel, prpolis e um exemplo de organizao social o que as abelhas

    generosamente oferecem ao homem. A abelha comum ocidental, a Apis

    mellifera, originria da sia e da Europa e foi introduzida na Amrica por

    ingleses e espanhis.

    Para um homem do campo a apiculturta uma forma de renda e opo

    de ocupao para sua vida, alm de ser uma atividade de baixo custo se for

    comparado a outros trabalhos agrcola. Alm de gerar a possvel aquisio de

    bons lucros, as abelhas contribuem para o equilibrio do ecossitema e a

    manuteno da biodiversidade. A apicultura nos oferece varios produtos, e uma

    parte dela que esta sendo desenvolvida a fim de ajudar produtores nas suas

    culturas para o aumento da produo das mesmas (ARAUJO, 1982).

    Pois ela desperta grande interesse em ambas as partes da sociedade por

    se tratar de uma atividade que corresponde ao trip da sustentabilidade: o

    social, o econmico e o ambiental, o social por se tratar de uma forma de

    gerao e de grande ocupao que gera emprego no campo (ARAUJO, 1982).

  • 15

    O fator econmico, alm de gerar renda as famlias, h a possibilidade

    de obteno de bons lucros, e na questo ambiental pelo fato de as abelhas

    atuarem como polinizadores naturais de espcies nativas e cultivadas,

    preservando-as e conseqentemente contribuindo para o equilbrio do

    ecossistema e manuteno da biodiversidade (ARAUJO, 1982).

    Em condies favorveis, de intensa florada, as abelhas coletam e

    armazenam alimento, mas, em perodos de escassez de nctar, pode ocorrer a

    diminuio das suas atividades, ocasionando na reduo da postura da rainha e

    um desequilbrio da populao na colmia. Em tais circunstncias, essencial a

    interferncia do apicultor, sob o risco de perda de enxames ou enfraquecimento

    geral das colnias. Muitas dietas oferecidas s abelhas at suprem o valor

    nutritivo do plen, mas quando as abelhas tm uma livre escolha entre o plen

    e o substituto, elas geralmente tm maior preferncia pelo primeiro do que o

    segundo (CASTAGNINO, 2006).

    2.1 Reproduo

    As abelhas tm peas bucais apropriadas para sugar e mastigar, passa

    por metamorfose completa, desde a larva vermiforme, atravs de um estgio de

    pupa at o adulto voador. O sistema reprodutor vestigial nas operrias, mas

    altamente desenvolvido nas rainhas. Cerca de 7 dia aps a ecloso, uma jovem

    rainha acasala-se, a grande altitude, com um zango; os rgos copuladores

    deles so ento destacados para permanecer na bolsa genital dela at ser

    removido pelas operrias aps seu retorno colmia (STORER, 1998).

    Os espermatozides assim recebidos na espermateca da rainha devem

    servir para todos os ovos fecundados que ela ir ovipor. Os ovrios crescem,

    preenchendo o longo do abdmen e em um dia ou dois ela comea a ovipor.

    Ela pode controlar o processo de fecundao. Os vulos no fecundados

  • 16

    produzem zanges ou macho e vulos fecundados produzem fmeas. Na

    estao de abundncias do nctar, uma rainha pe at 1.000 ovos por dia,

    colocando cada um no fundo de uma clula (STORER, 1998).

    Cada larva tem cinco mudas e cresce; ento sua clula tampada com

    cera e a larva dentro tece um casulo fino. Ai como pupa, ela passa por

    metamorfose completa e finalmente corta a tampa da clula com suas

    mandbulas para emergir como uma abelha jovem (STORER, 1998).

    Figura 1. Fase de crescimento das abelhas Apis mellifera. Ilustrao: Camargo

    O zango expulso da colmia perto do inverno ou guando pouca

    comida, uma fmea acasala com vrios zanges, para que consiga guardar

    todo esperma que ir usar durante sua vida, o tempo de durao para uma

    abelha domstica seria de 5 anos e a solitria de alguns meses (STORER,

    1998).

    Os acasalamentos so feitos em reas coletivas, porm os

    pesquisadores ainda no sabem a razo pelo qual o zango escolhe sua

    rea de acasalamento. Os dias de ecloso a rainha acasala-se com o zango

    em grande altitude, depois da unio destes os espermatozides so

  • 17

    destacados para ficar na bolsa genital dela at as operrias retirarem todos

    os espermas devem servir para todos os ovos fecundados posto pela

    rainha. Os ovrios vo crescendo e em um ou dois dias ela comea a

    ovipor, a rainha pode controlar o processo de fecundao. Durante dois

    dias as larvas so alimentadas com gelia real, mas aps isso as operrias

    e os zanges passam a ser alimentados por plen e mel, somente as larvas

    que viro a serem rainhas continuam a ser alimentadas por gelia real, no

    qual se desenvolvem diferentes ficando maiores. Uma rainha costuma

    viver de 5 a 6 estaes, e pode ovipor um milho de ovos, enquanto a

    operria vive apenas de 6 a 8 semanas, certas espcies, incluindo as

    domsticas, logo aps de se acasalar os zanges morrem, pois so feridos

    no meio do acasalamento por deixarem seus endfalos na abelha causando

    sua morte, em algumas espcies os zanges pode se acasalar com vrias

    fmeas e elas a mesma coisa, aps serem fecundados os espermatozides

    ficam guardados na espermateca que ser utilizado pela rainha durante

    toda sua vida (STORER, 1998).

    Quando oviporem os ovos em pequenas clulas eles so fecundados,

    neste caso originaro as fmeas, no caso da rainha so depositados nas

    clulas maiores que sero fecundados pelos espermatozides, que

    originar os machos, isso chamado de reproduo assexuada que no caso

    dos insetos muito comum (STORER, 1998).

    As abelhas melferas organizam-se em trs classes principais: as

    operrias, que providenciam a alimentao, a rainha que pes ovos e o

    zango, que se acasala com a rainha (STORER, 1998).

    2.2 OS ZANGES

    Os zanges so os machos da famlia, no realizam nenhum tipo de

    atividade dentro e nem fora da colmia, so maiores e mais pesados do que as

  • 18

    operrias, mas no ganham em nmeros de indivduos, estes so poucos dentro

    da colmia (PINHO, 1998).

    Eles nascem do ovo no fecundado, nas clulas maiores chamadas

    zanganeiras, e tem por funo somente fecundar a rainha virgem. Aps a

    fecundao eles morrem. Na falta de alimentos, principalmente nos finais de

    florada, so mortos pelas operrias, como forma de economia (PINHO, 1998).

    Quadro 1 - Ciclo de desenvolvimento para formao do zango das

    abelhas Apis mellifera. (PINHO, 1998. Adaptado de ZANON, 2005)

    CICLO DIAS

    Ovo 3

    Larva 6

    Pupa 14,5

    Nascimento 24

    2.3 AS OPERRIAS

    So as operarias que buscam o nctar, o plen a gua e a resina para o

    sustento da colmia. So as fmeas, mas no possuem o aparelho

    reprodutor desenvolvido. Na falta de rainha podem por ovos, mas desses

    nascem somente zanges. A larva que da origem a uma operria, depois

    do terceiro dia recebe somente mel e plen. A tarefa das operrias

    distribuda conforme sua idade. O plen, que trazido pelas campeiras nas

    patas traseiras, serve de alimento as abelhas adultas e aos filhotes, mas

    elas tambm trazem gua e resina para fechar as frestas da caixa. Essa

    resina misturada com saliva das abelhas resulta na chama prpolis

    (PINHO, 1998).

  • 19

    Quadro 2 - Ciclo de desenvolvimento para formao da operria Apis

    mellifera (PINHO, 1998. Adaptado de ZANON, 2005)

    CICLO DIAS

    Ovo 3

    Larva 6

    Pupa 12

    Nascimento 21

    Uma colmia no muito grande existe uma rainha e cerca de cem

    zanges e sessenta mil operrias. As operrias da colmia dividem o

    trabalho delas conforme sua idade. Sendo que as mais jovens dedicam-se,

    durante quatorze dias nutrio das larvas, dos zanges e da rainha, ao

    fim desse perodo, tornam-se coletoras (ou campineiras), trazendo

    alimento para dentro da colmia (PINHO, 1998).

    Quando elas j esto com sua idade avanada, elas deixam as tarefas

    de coleta e voltam aos trabalhos no interior da colmia. Suas glndulas

    secretoras, so ativadas e elas transformam-se em "pedreiros", passando a

    construir e consertar as clulas, dentro das quais armazenam plen e mel.

    As clulas so alvolos hexagonais que servem tambm de ninhos

    para os ovos da rainha (PINHO, 1998).

    Alm disso, a operria guando j esta muito velha, elas vo servir

    somente para a limpeza da colmia e fazem curtos vos ao redor de sua

    colmia, ou seja tomando conta da mesma contra predadores. Um enxame

    geralmente apresenta em media de 60.000 a 80.000 abelhas, podendo

    chegar a casos que pode ter at 120.000 abelhas. A colmia de abelhas

  • 20

    melferas apresenta vrios favos, e com isso elas utilizam como bero de

    crias e para armazenar o mel e o plen. Os favos formados por vrias

    clulas, chamados tambm de alvolos, encontramos todas as crias de

    zango e abelhas operrias (PINHO, 1998).

    Quadro 3 Ciclo de desempenho de tarefas dentro da colmia pela

    operria das abelhas Apis mellifera (PINHO, 1998. Adaptado de ZANON,

    2005)

    IDADE DEVERES ATRIBUIES

    1 a 3 dias Faxineiras Fazem a limpeza e reforma

    polindo os alvolos.

    3 a 7 dias Cozinheiras Alimentam com mel e plen as

    larvas, com mais de trs dias.

    7 a 14 dias Nutrizes Alimentam com o mel e plen

    as larvas, com idade inferior a

    trs dias, com gelia real.

    14 a 18 dias Engenheiras ou Carpinteiras Segregam a cera e constroem

    os favos.

    18 a 20 dias Guardis Defendem a colmia contra

    inimigos.

    21 dias ate a morte Campeiras Trazem nctar, plen, gua e

    resina.

    2.4 A RAINHA

    A rainha a me de todas as abelhas e zanges da colmia, ela que

    realiza a postura de ovos. Cada colmia possui apenas uma rainha, com as

    funes de postura de ovos e de manter o enxame unido, ela quem da s ordens

    dentro da colmia. De ovos, nascem s abelhas operrias as novas rainhas e os

    zanges nascem de ovos no fecundados. Quando faltar a rainha em uma

    colmia, e as abelhas tiverem condies de produzir outra, uma operria pode

    realizar a postura de ovos destes s sairo zanges, o enxame pode ento se

  • 21

    extinguir em 60 a 65 dias, por falta de ovos para substituio das abelhas que

    vo morrendo (PINHO, 1998).

    J a clula que a rainha fica, chamada de realeiras, so muito maiores

    que a das outras abelhas operria e dos zanges, que geralmente sempre se se

    apresentam na posio vertical. Pelo fato do zango frequentar outras colmias

    ele o nico que pode trazer pragas para a colmia. Ele vive ate guando no se

    acasalar com uma rainha ou guando tiver muito alimento na colmia, pelo fato

    delas matarem o zango guando a comida fica escassa. Geralmente em

    algumas espcies logo depois que o mesmo se acasala com a rainha, seus

    rgos genitais se desprendem junto com seu intestino, e fica preso a rainha.

    Alguns deles sempre tm a sorte de viver ainda por um ou dois dias. Em uma

    colmia de qualquer espcie existe apenas uma rainha, guando ela nasce, ela

    destri as realeiras de outras rainhas para que no nasa mais nenhuma rainha,

    caso haja outra rainha elas brigam ate morrer podem tambm se tolerarem

    desde que sejam virgens, e no realizam nenhum tipo de atividades dentro na

    colmia. Seu ciclo de vida no passa de cinco anos. (PINHO, 1998).

    Quadro 4 - Ciclo de desenvolvimento para formao da Rainha da abelha

    Apis mellifera (PINHO, 1998. Adaptado de ZANON, 2005).

    CICLO DIAS

    Ovo 3,0

    Larva 5,5

    Pupa 7,5

    Total 16

  • 22

    2.5 A Cera

    A cera composta por cido certico e palmtico, isolante eltrico,

    funde a 63/64 C, amolece a partir dos 35 C, e tem densidade prxima da

    gua. solvel em gorduras, azeites, benzina, sulfeto de carbono, terebentina,

    ter e clorofrmio. E muito malevel e utilizada para laminao de cera

    alveolada e utilizada para determinar a posio em que as abelhas devero

    fundar os favos no interior da colmia. utilizada na fabricao de

    medicamentos, cosmticos, depilatrios etc. As abelhas utilizam a cera para a

    fabricao dos favos, e toda estrutura para armazenamento de alimentos e crias,

    a clula em que se guarda o alimento se chama alvolo. A cera uma

    substncia oleosa, que se solidifica em forma de lminas delgadas, quase

    transparente, que a abelha operria desprende do seu corpo com auxilio das

    patas posteriores para leva-la at as suas mandibulas. Depois a cera amassada

    e triturada com outras secrees prprias das abelhas, antes de ser depositada

    no favo em construo. Na indstria a cera usada para polimento de materiais

    e madeiras, como isolador de bobinas, na galvanoplastia, na fotografia, na

    pirotcnica e ainda para empermeabilizar panos e papis ( GARCIA, 2000).

    Na fabricao de velas liturgicas e ornamentais, a principal matria

    prima, permitindo a cpia de figuras perfeitas mediante o uso de moldes

    (GARCIA, 2000).

    A apicultura dependente muito dos recursos naturais, a produo dessa

    atividade varia de acordo com as condies climticas e ambientais de cada

    regio. Quando a flora escassa e a pouco alimento na reserva recomendvel

    uma alimentao artificial s abelhas (PEREIRA, 2006).

    Com este fornecimento aumenta a postura de rainha, a colnia perde

    peso e a relao com o mel positiva no perodo da safra no inicio da florada o

    apicultor sofre um prejuzo, pois o enxame necessita de 50 dias para se

    fortalecer ou comear o aproveitamento dos recursos naturais. O atrativo do

    alimento um grande obstculo para se conseguir uma dieta substituda do

  • 23

    plen. No perodo de chuva na regio Nordeste h uma grande concentrao de

    alimento, mas na poca de seca a uma grande escassez e com isso os

    apicultores perdem suas colnias, pois as abelhas vo busca de alimentos

    (PEREIRA, 2006).

    Em consequncia disto a safra seguinte fica comprometida, o produtor

    ir precisar de uma nova colmia e esta precisar fortalecer para iniciar a

    produo. Esta a realidade de todo o Nordeste, com isso a falta de recursos

    para aquisio do alimento e sem saber os produtos que possam ser oferecidos

    s abelhas fica difcil a alimentao das colnias no perodo de seca. Algumas

    pesquisas realizadas em busca de um alimento substitudo para as abelhas, mas

    poucas foram feitas no Nordeste, usando produtos regionais de baixo custo e

    fcil acesso ao produto (PEREIRA, 2006).

    2.6 Prpolis

    um produto coletado pelas abelhas e corresponde a uma resina

    secretada por certos vegetais, como pinheiros e outros. levada para dentro da

    colmia pelas abelhas campeiras que a transportam nas patas posteriores.

    Sendo de consistncia pegadia, as abelhas a coletam das plantas com certa

    dificuldade, acontecendo o mesmo para aplic-la na colmia. Segundo

    pesquisas recentes, o prpolis tem importantssimas aplicaes como remdio

    curativo para cicatrizar feridas, como analgsico, tratamento de doenas da

    pele e ate curar cncer ( GARCIA, 2000).

    Nas enzimas pode encotrar-se: ferro, cobre, mangans, zinco, vitaminas

    do complexo B, vitaminas E, C, H e provitaminas A. A coleta de prpolis

    mais acentuada em algumas raas de abelhas, como o caso da africana, que

    grande coletadora do produto, caracterstica indesejvel pelos apicultores, pelo

    fato de grudar-se muitos nos dedos e na roupa quando das manipulaes da

    colmia ( GARCIA, 2000).

    As abelhas italianas so pouco propolizadoras. Fora da aplicao pelas

    abelhas, o prpolis pode ser usado como impermeabilizante, anti-sptico e

  • 24

    verniz. A principal fonte para o desenvolvimento da colmia o plen, depois

    de garantir o desenvolvimento de sua famlia s abelhas tambm perpetuam as

    espcies vegetais. O sucesso para a polinizao cruzada dos vegetais foi graas

    interao que as abelhas e as plantas possuem, com grande importncia na

    adaptao das plantas, aumentando a fora das espcies, dando novas chances

    de combinaes hereditrias e aumento na produo de frutos e sementes.

    Neste caso no s as abelhas e os vegetais que so beneficiados, o homem

    tambm ter aproveitado da polinizao graas nova tcnica que foi

    desenvolvida. A apicultura migratria possui um grande nmero de enxames,

    que so transportados para o aumento da produo. No Brasil o aluguel de

    colmia no muito comum, pois no clima tropical a um grande aumento de

    polinizadores, mas o interesse do produto nas abelhas para o aumento da

    produo (VIEIRA, 2004).

    Santa Catarina foi a que abriu caminhos para a utilizao da colmia

    para a polinizao na produo das macieiras de um modo profissional. A

    macieira uma planta totalmente dependente da polinizao para a sua

    frutificao (PARANHOS, 1998).

    Figura 2. Colmia da abelha Apis mellifera. Ilustrao: Amaral, J;

  • 25

    Com a destruio da colnia, logo aps a colheita do mel, o produtor

    torna impossvel a multiplicao e com o corte das rvores elimina as

    condies que as abelhas necessitam para sobreviver e armazenar o seu mel e

    empobrece a vegetao natural eliminando as espcies que as abelhas precisam

    para sobreviver com isso diminui sua alimentao e segurana da qual ela

    precisa (QUEIROZ, 2001).

    2.7 Gelia Real

    um produto das abelhas conhecido h sculos, porm somente h

    pouco tempo o homem vem industrializando este poderoso alimento em favor

    do seu bem estar (TOLEDO, 2005).

    Para as abelhas a dieta das larvas jovens at o 3 dia de vida larvria e

    o alimento da rainha durante todo o seu ciclo vital. Corresponde a uma

    substncia alimentar secretada pelas abelhas jovens de 4 a 14 dias de idade,

    conhecidas por abelhas nutrizes. Para a produo, a matria prima, plen, mel

    e gua que ingeridas pelas abelhas, sofre a sua transformao pelas glndulas

    hipofaringeanas localizadas em suas cabeas (TOLEDO, 2005).

    Sumariando, a gelia real um complexo alimentar composto de

    vitaminas do complexo B riboflavina, cido pantotnico, piridoxina, tiamina,

    cido nicotnico, biotina, cido flico e outros. As abelhas produzem gelia

    real, normalmente para alimentar as larvas nas idades j citadas e

    principalmente para a criao de uma nova rainha, quando da preparao para

    enxamear. Sobre a conserva da gelia, poucas pesquisas tm sido feitas at

    hoje, apesar de se conhecer as dificuldades que existem para a sua conservao

    devido a sua fcil deteriorao (TOLEDO, 2005).

    A gelia real, para as abelhas, tem trs aplicaes: alimentao das

    larvas das abelhas operrias de at 90 horas de vida larval; alimentao da

  • 26

    rainha durante toda sua vida e alimentao das larvas de zanges durante toda a

    sua fase larvria (TOLEDO, 2005).

    Diversos fatores interferem na sua produo, incluindo-se fatores

    genticos, condies internas da colmia, fluxo de alimento, postura da rainha

    e o meio ambiente externo (NOGUEIRA-COUTO, 1998, et al, AZEVEDO-

    BENITEZ , 1998).

    A quantidade de gelia real obtida por cpula varia conforme o tempo

    que a cpula deixada dentro da colnia obteve maior quantidade de gelia

    real ao realizar a coleta 72 horas aps a transferncia de larvas, de 12 a 24

    horas de idade larval, que aps 48 horas utilizando abelhas africanizadas para

    produo de gelia real, verificou que a coleta deve ser feita trs dias aps a

    transferncia de larvas com 0 a 24 horas de idade, justificando que com larvas

    mais velhas, o consumo de gelia real maior em um mesmo perodo de

    tempo. Segundo ( TOLEDO, 2005) para abelhas africanizadas, recomendada

    a extrao da gelia real em torno de 69 horas aps a transferncia, pois pode

    ser mais vantajosa para o apicultor em termos de quantidade e intervalo de

    tempo recomendam a coleta da gelia real com 64 horas aps a transferncia

    das larvas.

    Segundo (VISSCHER, 1986), a aceitao de larvas maior que a de

    ovos e as abelhas preferem as cpulas que esto no alto e na parte mais central

    do quadro no encontrou diferena entre cpulas artificiais feitas de cera e de

    material plstico. O contato preliminar das cpulas com as abelhas no tem

    qualquer efeito evidente no aumento da aceitao. Cpulas com dimetro de 7

    a 10 mm foram igualmente aceitas, enquanto as com 6, 11 e 12 mm foram

    rejeitadas ( TOLEDO, 2005).

    Estudaram o efeito de diferentes dimetros de cpulas na aceitao de

    larvas transferidas e concluram, entre os valores estudados (5, 7, 9, 11 e 13

    mm), que o mais indicado para abelhas africanizadas o de 9 mm, o que

    possibilitou uma aceitao mdia de 78,5% (GULLAN, 2007).

  • 27

    Normalmente a monocultura predomina na agricultura. Com o

    desmatamento e o uso intensivo de defensivos agrcolas, extensas reas floridas

    ficam com pouqussimos insetos polinizadores disponveis. O nico mtodo

    conhecido e satisfatrio de se aumentar a populao desses insetos nos

    pomares com a introduo de colmias de abelhas, Apis mellifera, a qual

    poliniza adequadamente a cultura, proporcionando ainda a colheita de mel,

    cera, prpolis, etc. Cada favo de uma colmia uma lamina vertical presa no

    alto de uma cavidade coberta com clulas hexagonais. Onde ficam

    armazenados os polens e as larvas de operrias que medem 5 mm de dimetro,

    as clulas dos zanges e de armazenamento possuem 6mm, j as rainha so

    grandes verticais, abertas embaixo, so construdas no inferior do favo. A cera

    secretada como pequenos flocos pelas glndulas em bolsas que ficam no

    abdome das operrias. Depois dos favos formados so usados durante anos

    desde que sejam limpos e polidos para novo uso (GULLAN, 2007).

    2.8 O Mel

    Entende-se por mel o produto alimentcio produzido pelas abelhas

    mellferas a partir do nctar das flores ou das secrees procedentes de partes

    vivas das plantas ou mesmo de secrees de insetos sugadores de plantas que

    ficam sobre partes vivas das mesmas, que as abelhas recolhem, transformam,

    combinam com substncias especficas prprias, armazenam e deixam madurar

    nos favos da colmia (BRIZOLA, 2006).

    A obteno de parmetros fsico-qumicos de mis importante para sua

    caracterizao como tambm primordial para garantir a qualidade desse

    produto no mercado. Alm disso, de fundamental importncia a

    caracterizao regional de mis, levando-se em considerao a grande

    diversidade botnica e a variao climtica de cada regio (WELKE, 2008).

  • 28

    Quando uma abelha levanta o vo, se dirige para o lugar certo, onde

    existe nctar, no basta visitar uma ou duas flores, mas centenas delas, e em

    cada uma sugar uma pequena gota da substncia que se h de transformar em

    mel. Sua origem esta nas glndulas nectarferas chamada nectrios,

    habitualmente localizadas nos receptculos, parte superior do pednculo, ou

    seja, o sustentculo que prende a flor ao ramo. Elas pousam nas flores e com a

    sua lngua atingem o nctar aucarado e perfumoso (FREITAS, 2004).

    Engole-o conserva-o de cada viagem ou visita, em quantidade

    insignificante no seu estmago de transporte ou papo e lhe adiciona secrees

    provenientes das suas glndulas salivares, de modo que ao regressar a colmia

    quando regurgita no alvolo do favo a sua pequenina, mas preciosa carga, esta

    j sofreu a qumica de substncias albuminides, minerais, uma espcie de

    acido frmico e essa distase que a invertina, responsvel pela converso do

    acar comum, ou sacarose, em glicose e levulose (FREITAS, 2004).

    Aproximadamente em cinco dias o nctar se transforma em mel

    propriamente dito, aps contrair corpo ou viscosidade conveniente dependendo

    esse prazo das condies higromtricas ou de umidade, e da ventilao da

    colmia. Com efeito, no vero, em dias de abundantes floradas e consequentes

    copiosas colheitas, rpido o amadurecimento e as abelhas se aplicam em

    opercular, selar os alvolos pejados de mel, em muito pouco tempo aps ser o

    mesmo colhido. Agora o mel verde que de esverdeado nada tem, a palavra

    muito comum na lngua dos apicultores. Mel verde o que no esta maduro,

    o mel fluido demais, com gua em excesso e que ainda no recebeu suficiente

    inverso dos aucares por ao das enzimas (FREITAS, 2004).

    Mel maduro ento o mel pronto, denso, assimilado, desidratado,

    embora no conheam os principiantes o ponto certo, segredo das abelhas, h

    um sinal muito visvel de maturao. Basta olhar sobre o favo se ele estiver

    lacrado ou operculado com tampinhas de cera, certamente esta preparado,

    pronto e maduro. O produto mais conhecido e de fcil explorao o mel,

    alm de servir de alimentao tambm usado como produto farmacutico e

  • 29

    em produtos cosmticos por suas aes teraputicas. Segundo o IBGE o estado

    do Cear atinge cerca de 25% da produo de mel deixando o em segundo

    lugar na regio do nordeste permanecendo na sua frente com 50% o Estado do

    Piau (FREITAS, 2004).

    Pelo fato de ser um produto que num requer muita tecnologia e vem

    tendo muito lucro, a atividade vem despertando grande interesse nos

    apicultores (FREITAS, 2004).

    A produtividade na apicultura est relacionada com a ajuda do manejo

    adequado, e s grandes condies da flora apcola, que adicionada s novas

    tcnicas e eficincia na comercializao, fazem-na destacar-se dentre as

    atividades agropecurias. A importncia e a potencialidade da apicultura no

    Estado consideram-se importante na realizao de estudos que permitam

    conhecer e avaliar o nvel tecnolgico dos produtores de mel nos principais

    municpios produtores no Estado do Cear e a rentabilidade da atividade

    (SOUZA, 2008 et al, CARNEIRO, 2008).

    O mel produzido pelas abelhas a partir do nctar coletado nas flores,

    ele constitudo de gua, frutose, glicose, sacarose, maltose e outros

    dissacardeos, sais minerais, vitaminas, enzimas, hormnios, protenas, cidos,

    aminocido e fermento, e um dos poucos alimentos de ao antibactericida e

    de fcil digesto (FREITAS, 2004).

    Figura 3. Favo de Mel da Apis mellifera . Ilustrao: Shimogo, S.; Okada,

    R.; 2010.

  • 30

    2.9 Polinizao

    Os membros polinizadores nas reas cultivadas uma atividade

    complicada, exigir muito de certos conhecimentos fisiolgicos de cada planta

    e a eficincia do inseto na polinizao, tecnicamente a polinizao a

    transferncia do plen das anteras para o estigma das flores (FREITAS, 1998).

    Neste processo, os microscpicos gros de poln, quando maduros, se

    desprendem as anteras e alcanam o estgma, onde, atravs do estilete, so

    atraidos at o ovrio para fecundar os seus vulos e originar as sementes para a

    produo de frutas perfeitamentes desenvolvidas. As abelhas alm da produo

    de mel e cera, desempenham papel de grande importncia na polinizao das

    flores garantindo a perpetuao da espcie vegetal e o aumento da produo de

    frutas e sementes ( STORER, 1998).

    A polinizao to antiga quanto as prprias plantas, e as abelhas

    sempre exerceram uma participao ativa nesse ato que um dos mais

    maravilhosos da natureza em funo da sua sobrevivncia. Na maioria das

    plantas de interesse econmico, a polinizao feita exclusivamente pelos

    insetos, entre os quais a abelha se destaca pela sua, organizao e vida em

    grandes sociedades, visita metodica as flores completando a carga sempre na

    mesma fonte de nctar em que a iniciou, o que assegura mais eficincia,

    tamanho e formao de seus plos que evitam a acumulao de plen, fato que

    evita desperdcio (STORER, 1998).

    As flores visitadas pelas abelhas tm caractersticas muito variadas, mas

    geralmente so aromticas e fornecem quantidades moderadas de nctar. As

    flores polinizadas normalmente apresentam facilidades para o pouso e guias de

    nctar (CARVALHO, et al MANCINI , 1999).

    A polinizao das abelhas comum em boa parte do mundo so: as

    abelhas de mel (Apis mellifera) nas mais diversas culturas; como as

    mamangavas (especialmente Bombus terrestris) manejadas, de modo

    particular, no cultivo de solanceas, e, em especial, em plantaes de tomate;

  • 31

    as abelhas carpinteiras (Xylocopa sp), no maracuj; diversas espcies do gnero

    Osmia, em plantaes de ma e outras frutferas; e Megachile rotundata na

    polinizao de alfafa (STORER, 1998).

    A flora da caatinga rica em nctar e plen ajudado muito da produo

    da abelha. Inclusive, a caracterstica da grande diversidade botnica e

    diferenciado comportamento fenolgico da vegetao de caatinga propicia um

    escalonamento das floradas durante o ano, significando haver sempre algumas

    espcies florescendo ao longo do ano, independente da estao. Por isso, esse

    ecossistema responsvel por uma considervel parte da produo de mel de

    abelhas que eleva a regio nordestina condio de terceiro maior produtor do

    Pas. As floradas das espcies da caatinga garantem ao Nordeste a produo de

    um mel totalmente puro, livre de resduos de agrotxicos muito comuns em

    exploraes agropecurias intensivas proporcionando a produo do chamado

    mel orgnico. As ameixa (Ximenia americana L.), angico (Anadenanthera

    colubrina (VELL.) Brenan var. cebil (GRISEB.) (Altshul), canafstula (Senna

    spectabilis (DC.) H. S. Irwin & Barneby var. excelsa (Schrad. H. S. Irwin &

    Barneby), catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tul.), cumaru (Amburana

    cearensis Allemo), faveleiro (Cnidoscolus phyllacanthus (Mll. Arg.) Pax &

    K. Hofffm.), imburana (Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillett),

    juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart.), jurema branca (Piptadenia communis

    (Benth.) Ducke), jurema preta (Mimosa hostilis (Willd.) Poir.), marmeleiro-

    preto (Crton sonderianus Muell. Arg.), mofumbo (Crombretum leprosum

    Mart.), moror (Bauhinia cheilantha) (Bong.), murici (Byrsonima crassifolia ,

    L.), umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda), dentre outras plantas so alguns

    dos representantes da caatinga como fonte de nctar e plen e abrigo para as

    abelhas em diferentes pocas do ano. O muricizeiro (Byrsonima crassifolia ,

    L.) uma espcie vegetal nativa do Norte e Nordeste do Brasil, e ele muito

    explorado de forma extrativista para alimentao e comrcio (GULLAN,

    2007).

  • 32

    Um experimento realizado no Cear na planta maracujazeiro foi visto

    que a sua polinizao feita pelas abelhas coletoras de mel (GULLAN, 2007).

    Ele continua a praticar apicultura sem identificar as floradas, praticando

    uma apicultura extrativista com um custo muito alto, ficando assim seus

    produtos menos competitivos no mercado. As descobertas cientificas e

    principalmente as de tcnicas de manejo de campo esto em evoluo

    constante nos obrigando a estarmos sempre em contato uns dos outros a fim de

    trocarmos informaes e estarmos sempre atualizados, participando de

    encontros, cursos, seminrios e congressos (STORER, 1998).

    Muitos apicultores no preparam suas colmias para a safra futura. Com

    isso deixam de produzir muitos quilos de mel gerando uma baixa

    produtividade. Alimentao artificial antes da florada, a substituio

    sistemtica anual de rainhas e a troca dos favos das colmias, so fatores

    decisivos para o aumento da produtividade. Uma rainha s poder ovipor com

    desenvoltura, somente aps ter faxineiras na limpeza da colmia e dos favos,

    nutrizes para cuidar das crias, estas nutrizes s conseguiro trabalhar

    corretamente se tiverem tambm o apoio das faxineiras, e estas das

    construtoras, e das guardis e por final, tudo isto no funciona se no tivermos

    um nmero de campeira suficiente a trazer alimento para toda a mquina

    funcionar e o principal, entrada regular de alimentos, plen e nctar. O

    representante atual e fundamental na conduo de muitas culturas agrcolas ao

    redor do mundo a polinizao. A polinizao ocorre na prpria planta,

    quando o plen transportado para a flor, podem ser transportar de um estigma

    para outro da mesma espcie, as de diferentes culturas a polinizao feita por

    agentes como os insetos (STORER, 1998).

  • 33

    3.0 Consideraes Finais

    As abelhas so de grande importncia para a natureza, pois fazem a

    polinizao de diversas plantas, alm de produzir substncias como o mel, a

    cera, a prpolis, a gelia real, todos esses produtos beneficiam os apicultores.

    O interessante saber que estas propriedades teraputicas atribudas aos

    produtos das abelhas, so todos produtos naturais e, portanto livres de

    agrotxicos, por tanto pode ser considerado um produto orgnico, pois os

    resduos encontrados que podem contaminar o mel tem nveis to baixos que

    no prejudicam a abelha e, portanto tambm no causa mal algum ao seres

    humanos.

    As abelhas beneficiam o ser humano quando fazem polinizao de

    plantas que tambm so de uso comercial, possvel dizer que as abelhas

    conseguem aumentar a produo de produtos agrcolas, pois da uma boa

    variao.

  • 34

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