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Nº 145 • Setembro/Dezembro de 2014 Boletim da ABPI 1 ABPI é signatária de documento propondo maior proteção aos autores no Código Penal A Motion Picture Association, junto com a ABPI e outras sete entidades de defesa da concorrência e do direito autoral, enviaram carta aos senadores da República propondo importantes alterações no PLS 236/2012, que prevê reforma do Código Penal, reforçando a proteção aos autores e aumentando as punições para os crimes da Propriedade Intelectual. Pág. 2 ABPI engajada nas grandes causas em 2015 Na presença de autoridades, ad- vogados e representantes do setor privado, em almoço de confraterni- zação de final de ano no restaurante Rubaiyat, em São Paulo, a presidente da ABPI, Elisabeth Kasznar Fekete enfatizou que 2015 será um ano difí- cil, de grandes desafios. “Mas a ABPI sabe aonde quer chegar e estará fir- me, sólida e engajada nas grandes causas”, disse. Pág. 4 Encontro na CNI debate melhoria do INPI As lideranças empresariais, em en- contro no escritório da Confederação Nacional da Indústria - CNI, em São Paulo, consideraram essencial a contra- tação de mais técnicos e investimentos em tecnologia para reduzir o backlog de patentes. O evento contou com repre- sentantes do governo e de entidades privadas, como o presidente do INPI, Otávio Brandelli, e a presidente da ABPI, Elisabeth Kasznar Fekete. Pág. 5 ABPI adere ao Pacto de Mediação na FIESP A ABPI, por meio de integrantes do seu Centro de Solução de Disputas em Propriedade Intelectual - CSD- ABPI, assinou, na FIESP, no último dia 11 de novembro, o “Pacto de Me- diação”. O documento, que tem ade- são de entidades e empresas, tem co- mo objetivo estimular a cultura da mediação na solução de conflitos en- tre organizações, em substituição à pratica do litígio judicial. Pág. 3 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL Boletim da Setembro/Dezembro de 2014 - nº 145 Grupo Nacional Foto Pedro França-Agência Senado

Boletim ABPI Codigo Penal

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Nº 145 • Setembro/Dezembro de 2014 Boletim da ABPI 1

ABPI é signatária de documento propondo maior proteção aos autores

no Código PenalA Motion Picture Association, junto com a

ABPI e outras sete entidades de defesa da concorrência e do direito autoral, enviaram carta aos senadores da República propondo

importantes alterações no PLS 236/2012, que prevê reforma do Código Penal, reforçando a proteção aos autores e aumentando as punições para os crimes da Propriedade Intelectual. Pág. 2

ABPI engajada nas grandes causas em 2015

Na presença de autoridades, ad-vogados e representantes do setor privado, em almoço de confraterni-zação de final de ano no restaurante Rubaiyat, em São Paulo, a presidente da ABPI, Elisabeth Kasznar Fekete enfatizou que 2015 será um ano difí-cil, de grandes desafios. “Mas a ABPI sabe aonde quer chegar e estará fir-me, sólida e engajada nas grandes causas”, disse. Pág. 4

Encontro na CNI debate melhoria do INPI

As lideranças empresariais, em en-contro no escritório da Confederação Nacional da Indústria - CNI, em São Paulo, consideraram essencial a contra-tação de mais técnicos e investimentos em tecnologia para reduzir o backlog de patentes. O evento contou com repre-sentantes do governo e de entidades privadas, como o presidente do INPI, Otávio Brandelli, e a presidente da ABPI, Elisabeth Kasznar Fekete. Pág. 5

ABPI adere ao Pacto de Mediação na FIESP

A ABPI, por meio de integrantes do seu Centro de Solução de Disputas em Propriedade Intelectual - CSD-ABPI, assinou, na FIESP, no último dia 11 de novembro, o “Pacto de Me-diação”. O documento, que tem ade-são de entidades e empresas, tem co-mo objetivo estimular a cultura da mediação na solução de conflitos en-tre organizações, em substituição à pratica do litígio judicial. Pág. 3

AssociAção BrAsileirA dA ProPriedAde intelectuAl

Boletim daSetembro/Dezembro de 2014 - nº 145

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2 Boletim da ABPI Setembro/Dezembro de 2014 • Nº 145

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Mais proteção aos autores no Código Penal

Sob liderança do Dr. Ricardo Caste-nheira, a Motion Picture Association - MPA, junto com a ABPI, a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura - ABTA, Associação Brasileira dos Pro-dutores de Discos - ABPD, União Brasi-leira de Vídeos e Games - UBV&G, Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual - SICAV, Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade - FNCP, Instituto Brasileiro de Ética Con-correncial - ETCO e Associação Bra-sileira de Emissoras de Rádio e Tevê - ABERT assinaram a carta enviada aos senadores da República no dia 9 de dezembro, em que manifestou preocu-pação com o Título III – Dos Crimes Contra a Propriedade Imaterial do PLS 236/2012, que reforma o Código Penal brasileiro, "o novo Código Penal, se aprovado nos termos propostos, repre-sentaria um gravíssimo retrocesso para o enforcement da Propriedade Intelectu-al", disse a presidente da ABPI, Elisa-beth Kasznar Fekete.

O documento, assinado pelos ti-tulares das entidades, entre eles a presidente da ABPI, sugere três im-portantes alterações no PLS 236/2012 “que visem efetivamente proteger os direitos dos autores e demais titula-res de direitos autorais e conexos”:1. A persecução penal dos crimes de

pirataria de obras deveria ser me-diante ação penal pública incon-dicionada e não mediante queixa crime, como prevê o PLS 236/2012 (art. 184 do Relatório);

2. Criação de norma penal em branco para violação de direitos autorais;

3. Criação de novo tipo penal para punir a captura/gravação de obras audiovisuais e/ou de sua trilha sonora em salas de cinema.

Art. 184 - Ação Penal

O PLS 236/2012 altera a regra do atual Código Penal para dispor que os crimes contra direitos autorais se-rão perseguidos por meio de ação privada mediante queixa. A Comis-são de Juristas justificou esta altera-ção na “hermenêutica constitucional, que expressa uma tendência em res-tringir as hipóteses de ação penal privada no ordenamento jurídico bra-

sileiro, admitindo-a, desde que con-corrente com a pública condicionada à representação, quando a ofensa ao bem jurídico penal diga respeito aos direitos da personalidade, especial-mente à honra das pessoas”.

Todavia, a Comissão deixou de atentar para o fato de que a natureza jurídica dos direitos autorais é diver-sa da natureza de outros direitos da Propriedade Intelectual. Os doutri-nadores e extensa jurisprudência so-bre este assunto entendem que os direitos autorais são um direito sui generis, pois é composto por dois elementos: econômicos e morais.

Portanto, a manutenção do status quo em relação à natureza da ação penal é muito importante para a cor-reta e eficiente dissuasão de infra-ções contra direitos autorais e cone-xos na esfera criminal.

Além disso, os direitos autorais re-ferem-se à proteção da expressão de toda a sociedade e a sua protecão, por consequência, beneficia a todos. Este é mais um argumento que justifica clara-mente a necessidade de atuação do Ministério Público, como fiscal da lei, em nome da sociedade como um todo, o que não seria possível se a ação fosse de natureza privada em todos os casos.

Carlos Alberto Bittar, um dos mais respeitados especialistas brasileiros em direitos autorais, afirma o seguinte quando escreve sobre a tutela penal dos direitos de autor: “Com efeito, nesses delitos, há que se ressaltar, de um lado, a proteção da personalidade do autor realizada por meio dos direi-tos morais, e, de outro, a da obra em si, como entidade autônoma e integrante do acervo da coletividade, daí o trata-mento especial recebido na esfera pe-nal, pois, criação, como anotamos. É que a violação a direitos autorais trans-cende aos limites meramente pessoais, para atingir a própria sociedade como um conjunto, na proteção dos valores maiores de sua expressão artística, lite-ral ou científica.” (Carlos Alberto Bit-tar, in Direito de Autor, 4ª Edição, 2002, p. 145, Ed. Forense Universitária).

É claro, portanto, que o Código Penal atual é bastante adequado par-ticularmente no que toca a natureza dos crimes contra os direitos auto-rais. Deste modo, as entidades signa-

tárias acreditam que o texto atual do Código Penal deva prevalecer.

Criação de norma penal em branco para violação de direitos autorais

O PLS 236/2012 não adotou a nor-ma prevista no caput do artigo 184 do atual Código Penal, que prevê a nor-ma penal em branco para a violação de direitos autorais e conexos, o que certamente terá efeitos negativos sobre a capacidade dos autores, artistas e ti-tulares de direitos autorais e conexos de exercer plenamente o seu direito de ingressar com ações judiciais crimi-nais. Em um mundo digital em cons-tante mudança é muito difícil para os legisladores estabelecer uma lista com-pleta de condutas típicas, e, a adoção de um artigo de lei amplo que permita o uso de legislação complementar pa-ra a sua regulamentação, seria essen-cial para evitar a criatividade dos in-fratores em encontrar novas maneiras de cometer crimes, que não estão no escopo da legislação, agindo comple-tamente fora da lei.

Acresce que não há razão, no nos-so entendimento, para que os direitos relacionados aos softwares sejam de tal forma diferentes dos direitos de autor a ponto de o primeiro admitir a nor-ma penal em branco e o segundo não.

É a própria lei de programas de computador que equipara os direitos relativos a eles aos direitos autorais (artigo 2º, da Lei nº 9.609/1998). Sen-do assim, resta claro que suas natu-rezas são semelhantes e, portanto, merecem proteções equivalentes.

Ora, o que se pretende tanto no

Ricardo Castanheira, diretor-geral da MPA – América Latina

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que tange aos softwares quanto aos direitos autorais é penalizar as viola-ções dos respectivos direitos. As for-mas de violação de ambos os direitos, atualmente, são extremamente seme-lhantes (e.g. pirataria de softwares e pirataria de filmes). Por essa razão, uma vez que os crimes de violação de programas de computador prescin-dem de tipificação “completa”, admi-tindo a regulamentação posterior, não há porque limitar a proteção na esfera penal dos direitos autorais.

Cumpre-nos mencionar que, conforme histórico desta discussão dentre autores e titulares de direitos autorais, a vantagem da norma pe-nal em branco é que se mantenha certa generalidade do tipo penal de modo que ele possa englobar quais-quer condutas possíveis de serem praticadas atual ou futuramente, não importando os meios/formas, uma vez que a tecnologia está em cons-tante evolução e torna-se impossível a previsão de todas as formas de vio-lação de direitos autorais.

Portanto, as entidades signatárias acreditam que trazer de volta o caput do artigo atual 184 do Código Penal será um passo importante para evitar que o novo Código Penal se torne ul-trapassado desde sua promulgação.

Gravação ilegal de filmes em salas de cinema

Atualmente, 90% dos filmes re-cém-lançados em cinema são disponi-bilizados ilegalmente na internet, e são provenientes de gravações ilegais em salas de cinema. A gravação de obras audiovisuais e/ou trilhas sono-ras em cinemas é uma nova forma de pirataria e uma das mais danosas, vez que possibilita que a cópia pirata este-ja disponível no mercado negro e ca-melôs no dia seguinte de sua estreia no cinema.

Para o cinema nacional, os resul-tados dessa prática são devastado-res, pois as produções brasileiras devem recuperar os investimentos em nosso próprio território.

Por constituir uma das princi-pais fontes que resultam na divulga-ção indevida de filmes na internet e no mercado negro, a captação de imagens e/ou sons de obras audiovi-suais em salas de cinema devem ser combatidas de todas as formas.

Com a finalidade de punir aque-les que captam obras audiovisuais e/ou suas trilhas sonoras em salas de cinema, as entidades signatárias sugerem a adoção do artigo a seguir. Apenas a captura e a gravação de

obras audiovisuais e/ou de suas tri-lhas sonoras em salas de cinema é que serão criminalizadas.

Art. 178 (versão do relatório)§ ___. Violar direitos autorais

por meio da captura, total ou parcial, por qualquer meio, sem o consenti-mento do titular dos direitos auto-rais, de obra audiovisual e/ou de sua trilha sonora que tenha sido lan-çada para exibição cinematográfica.

Pena – prisão, de dois a cinco anos.

Com a adoção das alterações su-geridas, as entidades signatárias en-tendem que as obras de autores brasi-leiros e estrangeiros estarão efetivamente protegidas e que o novo Código Penal adotará normas moder-nas e eficazes de combate à pirataria, que traduz a crescente importância do Brasil no cenário internacional.

Segundo o Conselho Nacional de Combate à Pirataria - CNCP, chega a R$ 8,5 bilhões nos últimos oito anos o prejuízo com a pirataria e a falsifica-ção de produtos, ressalta o documen-to, ao acrescentar que “treze setores produtivos, reunidos no Fórum Na-cional Contra a Pirataria e a Ilegalida-de – FNCP, apontam perdas de mais de R$ 24 bilhões, com evasão fiscal decorrente da pirataria e falsificação estimada em R$ 10 bilhões ao ano”.

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ABPI adere ao Pacto de Mediação na FIESP

A ABPI, representada pela conse-lheira do Centro de Solução de Dispu-tas em Propriedade Intelectual - CSD-ABPI e diretora da Câmara de Mediação da ABPI, Claudia Frankel Grosman, assinou, na última terça-fei-ra, 11 de novembro, sua adesão ao “Pacto de Mediação”, em evento na CIESP/FIESP. O pacto tem como obje-tivo abrir caminho para estimular a cultura da mediação na solução de conflitos entre empresas e substituir a prática do litígio judicial, predominan-te no Brasil. Cláudia substituiu, no evento, a presidente da ABPI que, na ocasião, estava em compromisso fora do País. Por meio do pacto, entidades e empresas assumiram o compromis-so de incentivar práticas consensuais na solução de conflitos, como a media-ção e a conciliação, antes de ingressar no Judiciário. Por esta via, busca-se a solução mais rápida das disputas, re-

dução de custos e do desgaste de rela-cionamentos, diminuição da incerteza quanto aos resultados, adequação da solução às peculiaridades das partes e a natureza do conflito. “Métodos con-sensuais são formas de engajamento da sociedade civil na resolução de seus próprios conflitos (...) e representam a quebra do paradigma da dependência do Estado para a pacificação social”, consta em trecho do documento.

O ministro Sydney Sanches, pre-sidente da Câmara de Mediação, Conciliação e Arbitragem CIESP/FIESP, defendeu a necessidade de se encontrar fora da ação judicial outras saídas para a solução de conflitos no País. Dados recentes, citados pelo professor Kazuo Watanabe, presi-dente do Conselho da Câmara da FIESP, indicam um aumento de 3,4% do número de processos na Justiça por ano. Em 2013 foram 95 milhões

de processos, sendo que 60% deles já estavam pendentes do ano anterior.

Nos Estados Unidos, mais de quatro mil empresas e 1,2 mil escritó-rios de advocacia já aderiram ao pacto, que foi lançado em 1998 pelo International Institute for Conflict Prevention & Resolution - CPR.

Claudia Frankel Grosman

4 Boletim da ABPI Setembro/Dezembro de 2014 • Nº 145

Em almoço de confraternização de final de ano, diante de cerca de 200 participantes que lotaram dois salões do Restaurante Rubaiyat Faria Lima, em São Paulo, a presidente da ABPI, Elisabeth Kasznar Fekete, agradeceu a presença do coordenador de Plane-jamento e Orçamento do Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI, Pedro Burlandy, representando o presidente do órgão, Otávio Bran-delli, e de todos. Após breve retros-pectiva sobre 2014, a presidente ad-mitiu que “2015 será um ano difícil, de grandes desafios no cenário nacio-nal. Mas, a ABPI sabe onde quer che-gar, está consciente dos problemas do Brasil e em 2015 estará firme, sólida e engajada completamente em suas grandes causas”, disse para um pú-blico que incluía, entre outras perso-nalidades, dirigentes de entidades de PI, como Antonio Ricci, presidente da ABAPI, associação com a qual o even-to foi realizado conjuntamente, Mar-celo Antunes Nemer, presidente da Associação Paulista da Propriedade Intelectual - ASPI e a advogada Maria Beatriz Dellore, especialista em Pro-priedade Intelectual para a América Latina do United States Patent and Trademark Office - USPTO

Em sua fala, Burlandy fez um rá-pido balanço do ano de 2014, “um ano de transição, com um novo presi-dente e novas metas”. E reforçou o coro dos que pregam a melhoria do órgão: “A solução para o INPI não é mágica, nem desconhecida, é sim-plesmente gente”.

Antonio Ricci, na qualidade de presidente da ABAPI, reconheceu “a abertura do INPI e a cooperação cons-tante” e agradeceu a parceria da enti-

dade que preside com a ABPI. “Foi um ano muito produtivo”, disse.

Por sua vez, Elisabeth Kasznar Fekete enfatizou o “diálogo franco e aberto” que a ABPI tem mantido com o INPI e a necessária urgência das solu-ções de infraestrutura. Citando os es-forços de modernização e transparên-cia do presidente do órgão, agradeceu pelas muitas reuniões técnicas das quais a ABPI participou em 2014 com as Diretorias de Patentes, Marcas e Contratos do INPI. Referindo-se à cons-tante atividade de colaboração da Asso-ciação com o Executivo, Legislativo e Judiciário em questões afetas à Proprie-dade Intelectual, ressaltou que a ABPI está preparada para as dificuldades de 2015 e acredita numa agenda construti-va, transformando os desafios em oportunidades de crescimento”. Citou o estudo econômico do professor Jorge Arbache, encomendado pela ABPI, co-mo prova do papel fundamental que os Direitos da Propriedade Intelectual exercem na economia e de que a inova-ção e a Propriedade Intelectual no Bra-

sil precisam ser desenvolvidas e apri-moradas. O estudo econômico, bem como as propostas da ABPI referentes a políticas públicas da Propriedade Inte-lectual, enviados à Presidência da Re-pública, estão compilados em dois vo-lumes. A impressão dos documentos será distribuída para autoridades.

Finalizando, dedicou o prêmio Marcasur Excellence Awards Bronze, que recebeu na cidade do México no fim de novembro pelos seus traba-lhos na ABPI, aos diretores, conse-lheiros, coordenadores, Comitê Em-presarial, Centro de Solução de Disputas, associados, Erika e equipe e demais parceiros da Associação.

O evento teve a condução de Jac-ques Labrunie, conselheiro da ABPI, como mestre de cerimônias e contou com o patrocínio do Grupo Metalsys-tem/ Benner Soluções e do grupo The Client Turismo, que cedeu uma viagem e uma estadia para o sorteio realizado em meio ao almoço.

Abaixo algumas imagens do evento realizado em São Paulo

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No encerramento do ano, presidente da ABPI destaca papel estratégico da Associação

Diretor do INPI, Pedro Burlandy, em breve discurso.

Nº 145 • Setembro/Dezembro de 2014 Boletim da ABPI 5

A melhoria na estrutura do Institu-to Nacional da Propriedade Industrial - INPI, com contratação de funcioná-rios, investimento em tecnologia e con-tínua modernização, é medida essen-cial para a redução do backlog de patentes, apontaram as lideranças em-presariais presentes ao encontro pro-movido no último dia 10 de outubro, no escritório da Confederação Nacio-nal da Indústria - CNI, em São Paulo. O evento reuniu representantes do gover-no, como o presidente do INPI, Otávio Brandelli, do setor privado e da acade-mia para debater o tema “Propriedade Intelectual: acordos internacionais para cooperação de exame de patentes”.

A presidente da ABPI, Elisabeth Kasznar Fekete, presente ao encon-tro, relatou o recente documento en-viado aos presidenciáveis que inclui, além do estudo econômico do pro-fessor Arbache sobre Inovação, um elenco de propostas para melhoria do sistema da Propriedade Intelectu-al. O documento, onde consta inclu-sive proposta para melhoria do INPI,

foi editado em dois volumes, com distribuição a membros do Executivo e Legislativo, entre outros.

Outro tema discutido durante o encontro foi a adesão do Brasil ao Pro-cedimento Acelerado de Patentes (PPH, na sigla em inglês), que permite aos signatários desse acordo compartilhar

informações sobre o processo de avalia-ção dos pedidos. A OMPI administra 26 tratados internacionais, entre eles o PPH, que começou como um acordo entre EUA e Japão e hoje inclui 33 paí-ses. A Mobilização Empresarial pela Inovação - MEI, liderada pela CNI, de-fende a adesão do Brasil ao PPH.

Encontro na CNI debate melhoria do INPI

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A Assembleia Geral Ordinária - AGO da ABPI, realizada em 23 de outubro, por videoconferência no Rio e São Paulo, aprovou por unanimida-de e parabenizou o diretor-relator, Claudio Lins de Vasconcelos pelo re-latório de atividades das 14 Comis-sões de Estudo da ABPI, do período de janeiro a setembro de 2014. Na mesma AGO, presidida pelo conse-lheiro Manoel J. Pereira dos Santos e tendo como diretor secretário Luiz Fernando Matos Júnior, os associados também aprovaram por unanimida-de as contas de 2013 e um reajuste de 13,33% nas mensalidades a vigorar na próxima anuidade.

O percentual de aumento foi deci-dido após detalhados estudos feitos pelo diretor-tesoureiro, Rodrigo Ouro Preto, pela presidente da ABPI e pela gerente executiva Erika Diniz e, ain-da, com base nas sugestões colhidas em ampla consulta aos membros do Comitê Executivo e do Conselho Di-

retor, considerando que não houve reajuste nos últimos sete anos, com inflação em torno de 46% no período, conforme diversos índices.

No relato das atividades das Co-missões de Estudo, o diretor-relator da ABPI, Cláudio Lins de Vasconce-los, destacou a criação da Comissão de Solução de Controvérsias, reco-mendada pelo conselheiro Manoel J. Pereira dos Santos. Citou ainda as inúmeras reuniões técnicas das Co-missões, o pré-evento do XXXIV Congresso, as contribuições à Carta enviada pela ABPI aos candidatos à Presidência da República, as ações de relacionamento junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI e a elaboração de duas Resolu-ções: a do plain packaging, da Comis-são de Marcas, e sobre variedades genéticas modificadas, das Comis-sões de Biotecnologia e Cultivares.Como de praxe, as informações deta-lhadas sobre as atividades da ABPI

em geral serão objeto do relatório da presidência, na próxima Assembleia.

A respeito da prestação contábil do exercício de 2013, o diretor-tesou-reiro ressaltou o elevado resultado positivo das contas da ABPI, mesmo com o desembolso para a aquisição do imóvel de São Paulo. Segundo ele, o balanço do ano passado já incorporou melhorias nos processos recomenda-dos por auditoria contratada, de re-classificação contábil de alguns dados.

Por proposta de Elisabeth Kasznar Fekete, os associados aprovaram por unanimidade um voto de louvor ao ex-presidente da ABPI, Luiz Henrique do Amaral, aos diretores-tesoureiros da gestão anterior e da atual, Luiz Edgard Montaury Pimenta e Rodrigo Ouro Preto, e à gerente-executiva Erika Diniz pela participação de cada um na me-lhoria das contas da entidade. O dire-tor-relator, Cláudio Lins de Vasconce-los, também recebeu voto de louvor, este proposto por Leonardo Leite.

Contas aprovadas e voto de louvor na AGO

6 Boletim da ABPI Setembro/Dezembro de 2014 • Nº 145

Ex-presidente da ABPI eleito para o Bureau da AIPPI

O advogado Luiz Henrique do Amaral, do escritório Dannemann Siemsen, foi eleito secretário-geral assistente da AIPPI para um manda-to de três anos. Ex-presidente da ABPI, Amaral também preside o Co-mitê Organizador do AIPPI 2015, o Congresso Internacional da entida-de, que ocorrerá de 9 a 15 de outubro no Hotel Windsor Barra, no Rio, em conjunto com o XXXV Congresso Internacional da Propriedade Inte-lectual da ABPI.

Os Congressos da AIPPI ofere-cem ampla possibilidade de ne-tworking e recebem cerca de 2.000 associados participantes e aproxima-damente 500 acompanhantes. Os próximos Congressos serão realiza-dos em Milão (2016), Sidney (2017),

Cancún (2018), Istambul (2019) e Hangzhou (2020).

O programa do evento apresenta um dia de workshops sobre assuntos de PI relativos aos produtos farma-cêuticos e dois dias de workshops in-ternacionais sobre questões contem-porâneas da legislação da PI. Além disso, existem painéis com especialis-tas que discutem os desenvolvimen-tos atuais e futuros, fazem simulação de julgamentos e promovem reuniões de representantes da indústria.

Sediada na Suíça, com cerca de 9 mil associados e representando mais de uma centena de países, a AIPPI é a maior organização internacional dedicada ao desenvolvimento e apri-moramento da Propriedade Intelec-tual como um todo.

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AIPPI e ABPI alinhadas no Segundo Uso Médico

A Resolução sobre a Proteção do Segundo Uso Médico (Q238), apro-vada durante o Congresso da AIPPI, em Toronto, no Canadá, em setem-bro último, está alinhada com as respostas enviadas pelo Grupo Bra-sileiro da AIPPI às consultas sobre o tema feitas aos Grupos Nacionais, diz a co-coordenadora da Comissão de Patentes, Ana Cláudia Mamede Carneiro, que participou dos traba-lhos do Working Committee e das plenárias. Ao observar que, para 2015, a questão de patente estará li-gada aos direitos do inventor, Ana Cláudia destacou abaixo os aspectos da resolução aprovada no Congresso da AIPPI:

1. Escopo do Segundo Uso Médico:

O entendimento da matéria que pode ser protegida como Segundo Uso Médico é mais amplo do que aquele predominantemente aplicado no Brasil. Em outras palavras, além da proteção do uso de um composto conhecido para preparar um medica-mento para o tratamento de uma doença ou condição não previamen-te tratada por este composto, o se-gundo uso também, englobará as

seguintes categorias:- nova classe de paciente a ser tratado;- nova via de administração do me-

dicamento;- nova dosagem do princípio ativo; e- nova aplicação terapêutica com ba-

se em diferente efeito técnico.

2. Redação da Reivindicação de Segundo Uso Médico

De acordo com as respostas en-viadas pelos países, o Committee identificou que não há homogenei-dade na redação adotada para rei-vindicação de segundo uso entre os países. Desta forma, a resolução pro-põe que ao menos um tipo de reda-ção seja aceito por cada país, de mo-do a respeitar as diferentes práticas vigentes. No Brasil, a reivindicação de uso na fórmula suíça (Swiss-type claim) é aceita pelo INPI, porém, so-fre objeções por parte da Anvisa.

3. Análise de Infração (skinny label, cross-label e off-label)

O fato de um medicamento não indicar em sua bula um segundo uso médico patenteado não deve per se excluir a possibilidade de infração

de uma patente de segundo uso mé-dico por um terceiro não autorizado. Deste modo, ao se discutir uma po-tencial infração de uma patente da referida categoria, as circunstâncias associadas ao caso específico devem ser levadas em consideração, com destaque para skinny label, cross-la-bel e off-label. Além disso, a análise de infração de uma reivindicação de segundo uso médico deve ser condu-zida da mesma forma que é feito para qualquer outro tipo de reivindi-cação.

4. Aspectos Regulatórios

De acordo com as respostas en-viadas pelos países, o Committee identificou que os aspectos regulató-rios são críticos para todos. Deste modo, a resolução vem propor que a estrutura regulatória responsável pe-la comercialização e distribuição, en-tre outras atividades, seja conduzida com transparência para indicar se o medicamento destina-se a um se-gundo uso médico patenteado, de modo a permitir a comercialização legítima do medicamento e facilitar o enforcement da patente de segundo uso médico.

Luiz Henrique do Amaral

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A associada Leonor Galvão, co-coordenadora da Comissão de Estu-do de Biotecnologia, representou a ABPI na Audiência Pública - AP que discutiu os PL 4.961/2005 e PL 654/2007 na Comissão de Desenvol-vimento Econômico da Câmara dos Deputados, no último dia 19 de no-vembro. “A presença da ABPI foi de fundamental importância, pois fomos a única instituição que se mostrou fa-vorável ao PL 4.961/2005 e contra o PL 654/2007”, explicou.

Segundo Leonor Galvão, o PL 4.961/2005 propõe alterar o artigo 10 (que define aquilo que não se consi-dera invenção nem modelo de utili-dade) e o artigo 18 (que define inven-ções e modelos de utilidade não patenteáveis) da Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996, de forma a permitir o patenteamento de substâncias iso-ladas de seres vivos naturais. Já o PL 654/2007, pretende alterar apenas o artigo 18 da mesma legislação, ve-dando o patenteamento de qualquer organismo geneticamente modifica-do, incluindo microrganismos, o que segundo a co-coordenadora, consti-tui uma clara afronta às exigências do artigo 27 do Acordo TRIPs, que prevê que todos os países signatários do Acordo devem conceder patentes para microrganismos transgênicos.

Participaram, ainda, da AP a advo-gada Marcela Vieira, do Grupo de Tra-balho sobre Propriedade Intelectual da Rede Brasileira pela Integração dos Po-vos - GTPI/REBRIP; o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Jorge Bermudez; e a professora titular da Universidade do Rio de Janei-ro - UERJ e especialista em Biodireito e da Comissão de Bioética e Biodireito da OAB/RJ, Heloísa Helena Barboza.

O deputado Newton Lima, tam-bém presente, fez uma apresentação contrária a ambos os PLs. Já o deputa-do Ronaldo Zulke, solicitante da Au-diência Pública, em 8 de dezembro emitiu seu voto pela rejeição dos PL

4.961/2005 e PL 654/2007, apenso, cujo teor se encontra também em anexo.

O PL 4961/2005 será, ainda, votado pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, para então passar pela aná-lise das Comissões de Ciência e Tecno-logia, Comunicação e Informática; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Após ser analisada pelos colegiados, será remetido ao Plenário da Câmara. O relator da proposta na Comissão de Desenvolvimento Sustentável, deputa-do Laercio Oliveira (SD-CE), apresen-tou parecer pela aprovação do texto, na forma de substitutivo elaborado pela Comissão de Meio Ambiente e Desen-volvimento Sustentável.

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Audiência Pública sobre patentes de materiais biológicos

Comitê Executivo e Conselho Diretor aprovam Resolução sobre variedades vegetais geneticamente modificadas

O Comitê Executivo e o Conse-lho Diretor da ABPI aprovaram, em novembro último, a Resolução da ABPI nº 85, que trata sobre direitos da Propriedade Intelectual em varie-dades vegetais geneticamente modi-ficadas. Elaborada pelas Comissões de Estudos de Biotecnologia e de Cultivares, a resolução firmou “en-tendimento de que não sejam impos-tas quaisquer limitações ou exceções à aplicação da legislação sobre paten-tes às invenções biotecnológicas exis-tentes em variedades vegetais gene-ticamente modificadas pelo fato de existir a proteção de cultivares em legislação específica”.

Segundo o documento, “não há nenhuma antinomia ou exclusão de quaisquer direitos garantidos na Lei

de Proteção de Cultivares ou na Lei da Propriedade Industrial, pois cada uma regula situações fáticas e obje-tos jurídicos diferentes: variedade vegetal (objeto do certificado de proteção de cultivar) e construções gênicas, DNA quimérico, processos biotecnológicos, entre outros (objeto da patente)”.

A Resolução da ABPI nº 85 – assi-nada pela presidente da ABPI, Elisa-beth Kasznar Fekete, e pelas co-coor-denadoras da Comissão de Biotecnologia, Leonor Galvão e Vi-viane Kunisawa; pelos co-coordena-dores da Comissão de Cultivares, Alice Rayol Ramos Sandes e Edson Souza; e, ainda, pelo diretor-relator, Cláudio Lins de Vasconcelos –, consi-dera que “os direitos garantidos em

ambas as leis são distintos e, assim, um terceiro não autorizado deve ob-servar as normas existentes na Lei de Proteção de Cultivares e na Lei da Propriedade Industrial se desejar re-alizar atos de comércio com uma va-riedade vegetal protegida por meio de Certificado de Proteção de Culti-var e que incorpore elementos bio-tecnológicos patenteados”.

Prossegue o documento: “Os direi-tos oriundos de um Certificado de Proteção de Cultivar podem coexistir harmonicamente com aqueles conferi-dos por patentes no caso de biotecno-logias incorporadas a variedades vege-tais, sem que os dois direitos incidam sobre o mesmo objeto jurídico, eis que a invenção biotecnológica não se con-funde com a variedade vegetal”.

8 Boletim da ABPI Setembro/Dezembro de 2014 • Nº 145

Matéria

Estado e setor privado no combate à ilegalidade

A ABPI foi representada pelo as-sociado Franklin Gomes, represen-tante adjunto no CNCP, na comemo-ração do Dia Nacional de Combate à Pirataria e dos 10 anos de atividades do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Proprie-dade Intelectual do Ministério da Justiça - CNCP/MJ, realizada no úl-timo dia 3 de novembro em Brasília/DF. A cerimônia contou com as pre-senças do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, além de represen-tantes do Departamento da Polícia

Federal - DPF, do Departamento de Polícia Rodoviária Federal - DPRF, conselheiros do CNCP, empresários e profissionais de vários setores que atuam no combate à pirataria.

Em seu discurso, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, desta-cou a importância do trabalho con-junto entre o Estado e a iniciativa privada para o combate ao crime or-ganizado. Durante o evento, o presi-dente do CNCP/MJ, Gabriel de Car-valho Sampaio, fez uma apresentação dos resultados no combate à pirataria

na última década. No Seminário In-ternacional promovido pelo CNCP, os debates focaram os desafios futu-ros e as ações de combate à pirataria que devem ser estimuladas no País.

Criado em 14 de outubro de 2004, na estrutura do Ministério da Justiça, resultante da instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito da Pirataria (CPI da Pirataria), pelo Congresso Nacional, o CNCP é uma entidade governamental composta por representantes dos setores públi-co e privado, entre eles a ABPI.

O prêmio maior (categoria ouro) foi concedido, na Cidade do Mexico, do dia 29 de novembro último, ao chi-leno Felipe Claro, presidente da AIPPI. O Marcasur Excellence Awards, criado em 2013, está em sua segunda edição.

A premiação, dirigida aos pro-fissionais latino-americanos mais destacados em Propriedade Intelec-tual, também contemplou a advoga-da Elisabeth Siemsen do Amaral,

membro do Conselho Diretor da ABPI, que ganhou o prêmio prata

por seu trabalho junto à Asociación Interamericana de la Propiedad In-telectual - ASIPI.

Pela sua atuação à frente da ABPI em 2014, a presidente da entidade, Elisabeth Kasznar Fekete, recebeu, o Marcasur Excellence Awards 2014, categoria bronze, ao lado do mexica-no Eduardo Kleinberg, da Asociación Mexicana para la Protección de la Propiedad Intelectual - AMPPI.

Elisabeth Fekete e Elisabeth Siemsen são premiadas no Marcasur Excellence Awards

ABPI nas XVII Jornadas ASIPIA presidente da ABPI, Elisabeth

Kasznar Fekete, participou das XVIII Jornadas de Trabajo y Consejo de Ad-ministración a convite da Asociación Interamericana de la Propiedad Intelec-tual - ASIPI, realizada de 30 de novem-bro a 3 de dezembro na cidade do Mé-xico. O grandioso congresso, que contou com mais de 1.200 participan-tes, celebrou o jubileu de 50 anos de fundação da ASIPI. A magnífica abertu-ra black-tie, no Palácio de Belas Artes da capital mexicana, brindou os partici-pantes com memoráveis discursos, co-mo o do Presidente da ASIPI, Dr. Juan Vanrell, da Vanrell Associados do Uru-guai e do Dr. Peter Dirk Siemsen, repre-sentando os membros fundadores en-tre os quais Thomas Othon Leonardos, bem como espetáculo de danças típicas e recepção. O congresso extremamente bem organizado pelo presidente e dire-toria da ASIPI, a qual tem a Dra. Elisa-beth Siemsen do Amaral como vice presidente e o Dr. Justin Young como diretor secretário, teve intenso progra-

ma acadêmico, com reuniões técnicas no final de semana e autoridades de elevado destaque internacional na pro-priedade intelectual palestrando nas sessões plenárias. Seu programa social, que incluiu recepção dos escritórios, noite mexicana e jantar de gala, recebeu igualmente fortes elogios. No evento, Elisabeth Kasznar Fekete, moderou a sessão plenária sobre o “Impacto dos Mercados Comuns nos Direitos de Pro-priedade Intelectual: Perspectiva Histó-rica 1964-2014”, do dia 1º de dezembro, que teve como palestrantes o presiden-te da AIPPI, Felipe Claro e do diretor

geral da African Regional Intellectual Property Organization – ARIPO, Fer-nando do Santos e o assessor do Presi-dente da OAMI, Luis Brenguer.

Juan Vanrell, presidente da ASIPI

Nº 145 • Setembro/Dezembro de 2014 Boletim da ABPI 9

Foi um sucesso a segunda edi-ção do Curso de Capacitação em Mediação promovido pela ABPI, em novembro último, no Hotel Wind-sor Excelsior, no Rio. Sob a coorde-nação da diretora da Câmara de Mediação - CMed-ABPI, Claudia Frankel Grosman, e da especialista em mediação, Nathalia Mazzonetto, o evento contou com 15 participan-tes, entre advogados da Proprieda-de Intelectual e de áreas afins. “O curso foi muito bem formatado, tan-to na parte teórica quanto na práti-ca. Gostei tanto que agora só penso e falo em mediação”, disse a co-co-ordenadora da Comissão de Solu-ções de Controvérsias da ABPI, Ta-tiana Campelo Lopes.

Realizado sob a batuta do advo-gado Manoel J. Pereira dos Santos, conselheiro do Centro de Solução de Disputas em Propriedade Intelectual - CSD-PI, o curso foi ministrado por especialistas em resolução de confli-tos, como Fernanda Levy, Sandra Bayer e Tania Almeida, e já havia sido feito esse ano em São Paulo, com igual sucesso. Para Nathalia Mazzonetto, o sucesso do evento entre os participantes deve-se a que, o trabalho de mediação em sua es-sência, trata de soluções para todas as situações, tanto pessoais e fami-liares quanto profissionais e empre-sariais. “A mediação busca a solu-ção para disputas pela via do diálogo por meio de um mediador profissional que utiliza ferramentas específicas para chegar ao consen-so”, explica.

O programa do curso foi elabo-rado conjuntamente por Claudia

Grosman e Nathalia Mazzonetto, que atuam há muito com mediação. Claudia é mediadora certificada pelo International Mediation Insti-tute - IMI e sócia do Instituto D’Accord. Nathalia, por sua vez, além de co-coordenadora da Co-missão de Soluções de Controvér-sias da ABPI, é mediadora com ex-periência em conflitos empresariais e integrante dos quadros de diver-sos centros de resolução de dispu-tas, dentre eles, da CMed-ABPI, do Centro de Mediação e Arbitragem da Câmara de Comércio Brasil-Ca-nadá - CAM-CCBC, do Internatio-nal Institute for Conflict Preven-tion & Resolution - CPR, da International Trademark Associa-tion - INTA. As duas fizeram parte do grupo que trabalhou na consti-

tuição, elaboração das diretrizes gerais, regulamento e código de ética da CMed-ABPI, que, por si-nal, já está operacional e conta com 20 mediadores habilitados.

O curso de Capacitação em Me-diação, que teve o apoio dos escritó-rios Demarest e Tozzini Freire, abor-dou, entre outras, disputas envolvendo marca patronímica (que envolve o nome de pessoas), softwa-re e inovação tecnológica. “O que se dissemina no curso é a cultura de mediação, desfazendo a ideia que, diante de um impasse procure-se imediatamente a via judicial”, expli-ca Nathalia Mazzonetto. “Procura-mos dar a capacitação adequada pa-ra que o profissional tenha condições de atuar de forma não combativa e cooperativa”.

Segunda edição do Curso de Mediação no Rio forma novos especialistas

Matéria

O Grupo Nacional da AIPPI participou das discussões e vota-ções das resoluções do Forum/Exco da International Association for the Protection of Intellectual Property - AIPPI, relatadas em boletim ante-rior, aprovadas em outubro de 2014

em Toronto, no Canadá. As resolu-ções aprovadas são: Q238 (Segundo uso médico e outras indicações), Q239 (O requerimento básico de marca no âmbito do Protocolo de Madri), Q240 (Esgotamento de questões de Direito Autoral), Q241

(Licenciamento e Insolvência em PI), e Q228 (Prioridade nos direitos de usuários). Para ter acesso às Re-soluções, visite o link Biblioteca, na barra de navegação do site, e acesse o sublink Resoluções da AIPPI.

Resoluções da AIPPI aprovadas em Toronto

10 Boletim da ABPI Setembro/Dezembro de 2014 • Nº 145

Matéria

Transferência de tecnologia e arbitragem no Tecpar

Os contratos de transferência de tecnologia são uma ferramenta jurí-dica muito importante para o desen-volvimento de pesquisas, com acor-dos que garantem a propriedade intelectual sobre as inovações. Esse foi um dos temas debatidos na mesa-redonda que o Instituto de Tecnolo-gia do Paraná - Tecpar sediou no úl-timo dia 13 de novembro e discutiu a elaboração desses acordos e o uso da arbitragem para resolver disputas sobre Propriedade Intelectual.

Promovido pela Associação Bra-sileira da Propriedade Intelectual - ABPI, a mesa-redonda foi organizada por Márcio Merkl, advogado especia-lizado em PI, e representante da Sec-cional Paraná da ABPI. As duas pales-tras sobre os temas da mesa-redonda foram realizadas por Juliana Viegas, advogada especializada em PI e ex-presidente da ABPI e atual presidente do Conselho Consultivo e Fiscal da Associação Paulista da Propriedade Intelectual - ASPI, e por Nathalia Ma-zzonetto, advogada especializada em arbitragem e co-coordenadora da Co-missão de Resolução de Disputas da ABPI. Tarcísio Araujo Kroetz, advo-gado mestre em Direito Comercial e árbitro da Câmara de Mediação e Ar-

bitragem - Arbitac, apoiou o debate sobre o tema.

Os especialistas explicaram aos participantes conceitos sobre o pro-cesso de transferência de tecnologia, que pode ser feito por meio de licen-ciamentos dos pedidos de patente, ou patentes concedidas, contratos de transferência de know-how e da ex-ploração de marcas e dos direitos autorais. Entre os participantes esta-vam advogados de escritórios de advocacia e pesquisadores de Núcle-os de Inovação Tecnológica.

Juliana explicou que o modelo de

licenciamento da patente pode ser exclusivo, quando a empresa detento-ra da licença é a única que pode ex-plorar a patente ou parte dela, e não-exclusivo, modalidade na qual o licenciamento pode ser feito por mais de uma empresa detentora da licença de exploração da patente. Para essa transferência de tecnologia, firma-se contratos entre o titular da patente e o licenciado. Para resolver possíveis conflitos entre as partes, há a figura do mediador, que faz a arbitragem no processo – tema que foi detalhado por Nathalia durante a apresentação.

Consulado Americano faz evento de combate à pirataria

A pirataria física e online foi o tema da mesa-redonda promovida pelo Consulado Geral dos Estados Unidos, em São Paulo, no dia 3 de dezembro. A ABPI foi representada no encontro pelo co-coordenador da Comissão de Repressão às Infrações, Igor Donato de Araújo, e contou ainda com a partici-pação do cônsul-geral americano, Dennis Hankins; da vice-consulesa, Bonnie Mace; do presidente-executivo da Associação Brasileira das Empresas de Software - ABES, Jorge Sukarie; e dos representantes da Associação Bra-sileira de Artigos Esportivos - MOVE, Cristiane Foja, e do Fórum Nacional de Combate à Pirataria, Rafael Bellini.

No caso da pirataria em São Pau-lo, os presentes destacaram os bons resultados alcançados pelo Gabinete de Gestão Integrada - GGI, na admi-

nistração municipal anterior, sob a coordenação do então Secretário de Segurança Urbana, Edson Ortega. Fo-ram também citadas como positivas as apreensões portuárias, a participa-ção do Centro Nacional de Gestão de Riscos Aduaneiros - CERAD, o órgão de inteligência da Receita Federal.

Entre as sugestões apresentadas para reprimir a pirataria, foi citada a necessidade de aumento das penas para crimes da PI, com atuação mais próxima dos promotores de Justiça, e maior pressão institucional conjunta com os órgãos políticos e repressivos, bem como a adoção de campanhas educativas nas escolas para dissemi-nar a cultura de combate à ilegalida-de. Outra proposta debatida entre os presentes para demonstrar o grande dano ao erário público e sensibilizar

maior atuação dos Estados e Prefeitu-ras foi de apresentar um confronto do valor pago legalmente de tributos pelos setores com o orçamento atual de Estados e/ou Prefeituras.

A pirataria online tomou boa parte das atenções nos debates. Cristiane Foja, da MOVE, e Jorge Sukarie, da ABES, enfatizaram a necessidade de maior união entre associações e empresas para que o tema seja tratado de forma única e conjunta, buscando-se maior força insti-tucional. Outra proposta para inibir a prática ilegal foi uma aproximação com as empresas de cartões de crédito, que já teve um projeto analisado pela Comis-são de Repressão às Infrações e pela Comissão de Software da ABPI. Foi su-gerido ainda um evento de best practices na remoção de conteúdo na internet, no que os EUA são bastante ativos.

Nº 145 • Setembro/Dezembro de 2014 Boletim da ABPI 11

Segredo Industrial e Lei de Acesso à InformaçãoNo último dia 25 de novembro,

na Livraria da Villa, em São Paulo, os advogados Javier Fernandez (à es-querda), da CropLife Latin America, e Gustavo de Freitas Morais (à direita) do escritório Dannemann Siemsen, lançaram o livro “Segredo Industrial versus Lei de Acesso à Informação: uma Contradição?”. A obra, organiza-da pela Associação Nacional de Defe-sa Vegetal - ANDEF, foi editada e pu-blicada pela Editora Lumen Juris.

O livro aborda a síntese de como se opera atualmente, no Brasil e no

mundo, a proteção dos dados de testes ou dados para registro sanitá-rio, também conhecidos como “da-dos proprietários”, seu importante papel na inovação nas áreas de de-fensivos agrícolas e fármacos sua interface com a legislação brasileira de aceso á informação.

A apresentação do livro foi feita por Elisabeth Kasznar Fekete, douto-ra em Direito Comercial pela USP e presidente da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual - ABPI.

Paula Bezerra de Menezes lança livro sobre Prova PericialA Livraria da Travessa, em Ipa-

nema, no Rio, foi palco, no último dia 15 de janeiro, do lançamento do livro "Novos Rumos da Prova Peri-cial", de Paula Bezerra de Menezes, advogada do escritório Soerensen Garcia Advogados Associados. Fruto do trabalho de mestrado da autora, desenvolvido na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o estudo deteve-se, incialmente, na área da propriedade industrial, mas como no seu decorrer foram verifica-das diversas falhas no sistema da prova pericial houve o aprofunda-mento do tema. “O livro explora e amplia o debate atual sobre prova pericial em geral, com a possível apresentação de um método de con-

trole baseado em critérios racionais, a assegurar o contraditório e a de-monstração do enunciado fático pro-posto pelas partes, sempre levando em consideração a mais ampla efeti-vidade e o menor custo possíveis na

proteção concreta dos direitos dos cidadãos”, explica a autora. O livro é destinado a estudantes, advogados, à comunidade científica formadora de nossos peritos, aos peritos, assis-tentes técnicos, magistrados.

Encontro com ITechLawA International Technology Law

Association- ITechLaw convida para encontro com seu presidente, Sajai Sin-gh, no próximo dia 13 de março, no es-critório do Pinheiro Neto Advogados, em São Paulo, rua Hungria, 1.100. O

evento será dirigido aos profissionais de Direito com interesse nas questões relativas a telecomunicações e tecnolo-gia de informação. Sajai estará acompa-nhado por Esther Nunes, ex-presidente da ItechLaw e Paulo Brancher, líder da

iniciativa sul-americana de ItechLaw. As inscrições podem ser feitas pelo e-mail [email protected]. Acesse http://www.abpi.org.br/materiais/diversos/Invite-SaoPaulo.pdf para ver o programa completo.

II Conferência LES Chile, LES Andina e LES Brasil em SantiagoA II Conferência LES Chile, LES

Andina e LES Brasil, 2015 - Technolo-gical Transfer as Drive of Innovation - será realizada nos dias 11, 12 e 13 de março deste ano no salão de confe-

rências do Forest Plaza Hotel, em Santiago do Chile. A conferência tem como objetivo abordar várias ques-tões no domínio das instituições, re-gulamentos e experiências sobre li-

cenças e transferência de tecnologia na América Latina, Estados Unidos e Europa. Inscrições e informações pe-lo e-mail [email protected] ou pelo site www.leschile2015.cl.

Notas

12 Boletim da ABPI Setembro/Dezembro de 2014 • Nº 145

Estão abertas as inscrições para o curso de Especialização em Proprie-dade Intelectual, Direito do Entreteni-mento e Mídia da OAB-ESA/SP. Com carga horária de 36 horas e aulas às segundas e terças-feiras, das 19h às 22h, na ESA Central, Largo da Pólvo-ra, 141, sobreloja, Liberdade, o curso tem a duração de dois anos, com iní-cio previsto para 2 de março de 2015 e término em dezembro de 2016, acrescido de seis meses para a elabo-ração da monografia. A coordenação é de Sônia Maria D’Elboux, doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC de São Paulo e Elisabeth Kasz-nar Fekete, doutora em Direito Co-mercial pela USP. O curso, voltado para advogados inscritos na OAB e bacharéis de Direito, é formado por cinco módulos:

I - Introdução à Propriedade In-telectual, Direitos Autorais e Dir. da Personalidade;

II - O Direito nas questões relati-vas à Imprensa e à Publicidade;

III - Direito do Entretenimento;IV - Propriedade Industrial;V - Metodologia do Trabalho

Científico (com opcional de + 30 ho-ras de Didática, habilitando para

docência no ensino superior).Para inscrições e outros detalhes do

curso acesse o link http://www.esa oabsp.edu.br/Curso.aspx?Cur=1591

Notas

Informativo dirigido aos associados da ABPI.

ABPI - Associação Brasileira da Propriedade Intelectual - Rua da Alfândega, 108 - 6º andar - Centro - Cep 20070-004 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil - Tel.: 21 2507-6407 - Fax: 21 2507-6411 - Web Site: http://www.abpi.org.br - E-mail: [email protected]

Comite Executivo: Elisabeth E. G. Kasznar Fekete - Presidente; Eduardo Paranhos Montenegro - 1º Vice-presidente; Maria Carmen de Souza Britto - 2º Vice-presidente; Claudio Lins de Vasconcelos - Diretor Relator; André Zonaro Giacchetta - Diretor Editor; Rodrigo A. de Ouro Preto Santos - Diretor Tesoureiro; Luis Fernando Ribeiro Matos Jr. - Diretor Secretário; Luiz Edgard Montaury Pimenta - Diretor ProcuradorConselho Editorial: Antonio de Figueiredo Murta Filho; Elisabeth E.G. Kasznar Fekete; Fabiano de Bem da Rocha; José Antonio B. L. Faria Correa; José Henrique Barbosa Moreira Lima Neto; José Roberto d'Affonseca Gusmão; Lélio Denícoli Schmidt; Lilian de Melo Silveira; Ma noel J. Pe rei ra dos San tosBoletim da ABPI: Diretor Editor - André Zonaro Giacchetta; Jornalista Responsável - Rubeny Goulart; Produção Gráfica - PW Gráficos e Editores Associados Ltda.© ABPI 2014 - Todos os direitos reservados.

AssociAção BrAsileirA dA ProPriedAde intelectuAl

Boletim da

OAB/SP promove curso de Especialização em Propriedade Intelectual, Direito do Entretenimento e Mídia

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Marcas de alto renoMe e Marcas notoriaMente conhecidas à

luz do PrincíPio da livre concorrênciaalMir Garcia Fernandes,

lélio denícoli schMidt e roGério Mayer

a Proteção de cultivares no BrasilPedro Moreira

asPectos de PuBlicidade Por associação eM eventos esPortivos: eleMentos de tutela da lealdade na concorrência

João Marcelo de liMa assaFiM

a desnecessidade de licitação nos contratos de transFerência

de tecnoloGia nas Parcerias de desenvolviMento Produtivo

Pedro Marcos nunes BarBosa e raul Murad riBeiro de castro

o aParente conFlito entre a ProPriedade intelectual e a concorrência

Kone Prieto Furtunato cesário, laura FilGueiras tavares e livia de souza correia

a necessidade de Prova Pericial eM ações de nulidade de Patente ou

de reGistro de Marcaliliane do esPírito santo roriz de alMeida

oBra de Design GráFico, direitos de autor e triButação de rendiMentos da

ProPriedade intelectualalexandre liBório dias Pereira

REVISTA DA

133Nov/Dez de 2014

ISSN

198

0-28

46

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