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Campanha Conheça o Movimento das Indústrias da Zona Leste Pág. 4 Agenda Curso: Avaliação de Desempenho Pág. 6 Nossa História Primo Industrial: Crise não nos abala! Pág. 4 Aconteceu Debate sobre as alterações da NR 12 Pág. 5 Edição 11 Outubro 2015 Centro das Indústrias do Estado de São Paulo Boletim Informativo CIESP Leste Distrital Leste GOVERNO NÃO FAZ A LIÇÃO DE CASA MAIS UMA VEZ

Boletim ciesp leste ed 11

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Boletim Informativo do CIESP Leste - outubro/2015

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Page 1: Boletim ciesp leste ed 11

CampanhaConheça o Movimento das Indústrias da Zona LestePág. 4

AgendaCurso: Avaliação de Desempenho Pág. 6

Nossa HistóriaPrimo Industrial: Crise não nos abala! Pág. 4

Aconteceu Debate sobre as alterações da NR 12Pág. 5

Edição 11Outubro 2015

Centro das Indústrias do Estado de São Paulo

BoletimInformativoCIESP Leste

Distrital Leste

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Editorial Crise

luta em defesa da indústria

déficit público e o corte de gastos“Vocês sempre me perguntam: em que você errou? Eu fico pensando (...). Em ter demorado tanto para perceber que a situa-ção podia ser mais grave do que imaginá-vamos. E, portanto, talvez nós tivéssemos de ter começado a fazer uma inflexão an-tes. Talvez porque não tinha indício de uma coisa dessa envergadura. A gente vê pelos dados. Nós levamos muito susto. Nós não imaginávamos. Primeiro que teria uma queda da arrecadação tão profunda. Nin-guém imaginava”. (Dilma Rousseff, econo-mista e presidente brasileira)

É cada vez mais importante ressaltar a importância da participação do industrial na defesa de seus interesses. Em função disso, começa-mos a divulgar um movi-mento criado com o fim especifico de defender a indústria brasileira de forma mais enérgica. Depende-mos muitas vezes de inicia-tivas de grandes empresas ou do governo para encon-trar a saída para o cresci-mento da indústria brasilei-ra e essa experiência tem se mostrado incapaz de atingir seus objetivos, basta ver a forma ultrajante com que foi tratada a pequena e média indústria nas últimas décadas. Devemos nos mobilizar para que, mais uma vez, não tenhamos que pagar a conta de um ajuste fiscal que não acaba ou diminui, com os desperdícios de um governo, que distribui cargos e vantagens como forma de obter apoio para continuar gastando, cada vez mais, aquilo que não arrecada. A última pérola deste governo é tema de nossa matéria de capa: o orçamento para 2016, com déficit previsto de R$ 30,5 bilhões.Em Nossa História, apre-sentamos a trajetória de 46 anos da empresa Primo Industrial Termoplásticos. Durante esse período a empresa já passou, por

pelo menos, cinco crises econômicas. O diretor indus-trial e conselheiro do CIESP Leste, Charbel Najib Mattar, mostra que resiliência é a fórmula para resistir a tantos vais e vens da economia. No Informe Jurídico, Eduardo Correa e Silva, coordenador adjunto do NJUR, apresenta as consequências jurídicas do monitoramento de funcio-nários por câmeras.Na coluna Aconteceu mos-tramos a reunião em que foram debatidas alterações da NR 12. Fique por dentro, o assunto interessa ao seu negócio.Em Nossa Agenda apresen-tamos o curso Avaliação de Desempenho. O processo identifica talentos, diagnosti-ca e estuda o comportamen-to dos colaboradores para melhor atingir os objetivos de sua empresa.Não podemos perder o foco, que é defender a nossa indústria e o nosso corpo associativo. É esse esforço conjunto que nos leva a superar todos os desafios.

Boa leitura!

Ricardo Martins

O governo federal enviou ao Congresso uma proposta de Orçamento para 2016 que prevê um déficit de R$

30,5 bilhões, ou seja, com um déficit primário de 0,5% do PIB. Segundo o ministro da Casa Civil, Aloísio Merca-dante, “nem o País nem o governo podem ficar confor-táveis com um déficit (deste tamanho). O Executivo vai lutar para melhorar a situação fiscal.” De novo, ao invés de cortar gastos, para equilibrar as finanças, o governo até tenta recriar a CPMF – imposto sobre transações financeiras, mas, pressionado, pode ser obrigado a recuar. No fundo, a ladainha continua a mesma: é mais fácil aumentar a arrecadação fiscal do que fazer ajustes no orçamento para controlar as recei-tas. Quem paga o pato, mais uma vez, pelas trapalhadas do Planalto é o empresariado, que paga honestamente seus impostos e luta pela produtividade todos os dias. Para se ter uma ideia, segundo dados do IBGE, a produ-ção da indústria nacional teve a 17ª retração consecutiva. A queda foi de 8,9% em julho de 2015, em comparação ao mesmo período de 2014. Enquanto isso, o Banco Central manteve a taxa Selic em 14,25% ao ano, numa tentativa de baixar a meta de inflação para 4,5% até o final de 2016.

DesequilíbrioDe acordo com especialistas no assunto, o aumento da dí-vida pública em si não é um problema. O que é preocupante

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é o desequilíbrio entre o tamanho da relação entre a dívida e o PiB. A lei de responsabilidade fiscal, aprovada em 2000, proíbe que gastos superem as receitas. Desde que a atual metodologia para contas públicas foi adotada, no governo do presidente FHC, essa é a primeira vez que o governo propõe um déficit orçamentário. O que ocorre é um exagero nos gastos públicos, incluindo planos para elevar o salário mínimo e muitos outros pro-jetos sociais em até 10%. Erro que a própria presidente Dilma já admitiu, mas que torna a cometer. “Gasto público. Talvez o meu erro foi não ter percebido prematuramen-te que a situação seria tão ruim como se descreveu. Ela [dificuldade] começa em agosto. Só vai ficar grave entre novembro e dezembro. É quando todos os Estados da fe-deração percebem que a arrecadação caiu”, disse.

recessãodéficit público e estabilidade do crescimento da dívida não se resolvem com recessão. Diante da queda na arrecada-ção, o governo teria de cortar gastos. O ministro da Fazen-da, Joaquim Levy, deixou claro que, se o governo não man-tiver a dívida pública sob controle, o Brasil vai perder, ainda mais, o grau de investimento. Sem o selo internacional de bom pagador, a crise econômica vai ficar ainda pior.Para Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central e atual diretor do Centro de Economia Mundial da FGV, a saída é reduzir gastos. “Eu acho que sempre há espaço para cor-tar. A gente conhece a ineficiência do Estado brasileiro, em todos os níveis: municipal, estadual e federal. É lógico que há sim possibilidade de cortes de gastos”, defende. “nós estamos falando de um déficit de R$ 30 bilhões, não é um número absurdo para o tamanho da economia brasileira. É só procurar que vai achar.”

Por incrível que possa parecer, o Executivo tem dificul-dades para definir os cortes no Orçamento. Prefere ele-var a carga tributária. Já o Congresso resiste em apro-var novos ajustes das despesas ou aumentar taxas, por serem medidas impopulares.

The economisTUm editorial da revista inglesa “The Economist” deixa claro o que o mercado internacional pensa sobre as medidas do governo brasileiro: “Muitos países adminis-tram déficits. E quando ocorrem recessões, afrouxar os cordões da gastança pública faz sentido para a maioria deles. Mas o Brasil não é a maioria. Sua economia en-frenta sérios problemas e sua credibilidade fiscal está desmoronando rápido. Um déficit primário envia uma mensagem sombria sobre a governança econômica brasileira. Então como o Brasil conseguirá alcançar o superávit primário? De longe a melhor solução seria a de cortar gastos públicos, que responde por mais de 40% do PiB, muito mais do que em qualquer outro país em desenvolvimento. Seria melhor do que elevar gas-tos sem ter como pagar por eles.”

e a retração na indústria continua.

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movimento das indústrias da zona leste

Os industriais da zona Leste decidiram criar um movimen-to pela defesa da indústria brasileira. Segundo sua página no Facebook (#lutapelaindustria), “a luta é dos industriais e trabalhadores indignados com a ultrajante situação da indústria brasileira”.Para os organizadores, já estava na hora de lançar uma campanha para mostrar a insatisfação com o descaso dos governantes sobre os efeitos da desindustrialização. “O empresário nacional não está contente, pelo contrário, está nervoso e revoltado com a situação cada vez mais difícil”, resume Charbel Najib Mattar, da Primo Industrial. “Nós estamos em estado de luto porque a indústria está que-brando.” de fato, o slogan da campanha “Luta em defesa da

indústria” mostra uma bandeira estilizada nas cores verde e amarela, com uma tarja preta sobreposta. As estratégias de disseminação, porém, ainda estão sendo avaliadas. “A ideia é divulgar o movimento entre os industriais para incentivar a mobilização da nossa classe. O industrial brasileiro não está ha-bituado a defender seus interesses pes-soalmente, estamos sempre terceirizando

essa tarefa, que é exclusivamente nossa. Principalmente o pe-queno e o médio industrial costumam seguir o que definem as grandes empresas ou o próprio governo. É muito provável que essa falta de mobilização seja a raiz dos problemas que en-frentamos”, pondera Ricardo Martins, diretor do CiESP leste.Estão sendo programados encontros de empresários e pos-síveis manifestações para divulgar os pleitos do movimento. Para mais informações, basta entrar no site www.lutapela industria.org. Lá, os interessados podem se cadastrar, baixar o logotipo e sugerir iniciativas. Na página do Facebook, os participantes podem participar da comunidade, compartilhar experiências e opiniões e ajudar o movimento a crescer para sensibilizar os poderes constituídos em defesa da indústria.

Nos anos 70, quatro primos se reuniram e fundaram a Primo Industrial. Hoje, a empresa é uma referência em termoplásticos e é administrada por dois sócios rema-nescentes. Entrevistamos o diretor industrial Charbel Najib Mattar, que nos conta um pouco dessa história. quais são seus segmentos de atuação?Primo industrial – desenvolvemos produtos e solu-ções em injeção de peças técnicas plásticas a gás ou convencionais para vários segmentos. O mais forte ainda é o setor automotivo com 65% de participação, depois vem a área médica com 25% e 10% são pro-venientes de embalagens em geral.Já na fundação da empresa, vocês atuavam com termoplásticos? Primo industrial – Em 1970, quando da nossa funda-ção, reunimos três irmãos e um primo para produzir espelhos e produtos para toucador, pois os negócios da família eram vidros e espelhos. Fomos os primei-

ros a produzir espelhos ovais em plástico para car-regar na bolsa. Só em 1975, começamos a injetar plásticos para a indústria automotiva.qual é a estrutura da Primo industrial?Primo industrial – Empregamos 70 profissionais. Nosso parque industrial está equipado com 18 inje-toras, ferramentaria e laboratórios. Estamos instala-dos em um terreno de 1.300 metros quadrados na Vila Marieta. Nossa estrutura é verticalizada com 3 mil metros quadrados de área construída. A crise econômica está afetando os negócios da empresa? Primo industrial – Com as dificuldades de financiamen-to e a parada da indústria automobilística, desde 2008, não alinhamos a empresa no sentido financeiro. Agora, que a crise chegou ao ápice, estamos refinanciando nossos compromissos. Em 46 anos de existência, já passamos por cinco ou seis crises e estamos de pé!

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primo industrial: em pé, apesar das crises

Nossa História

Charbel Najib Mattar, diretor da Primo Industrial.

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Aconteceu

Informe Jurídico

RegRa paRa o uso de câmeRas no monitoRamento de funcionáRios

novas alteRações na nR 12

Para não ferir os direitos de privacidade do cidadão, empresas que utilizam o monitoramento por câmeras devem deixar claro aos funcionários que o local está sendo filmado. O procedimento evita processos trabalhistas, se a

filmagem não gerar exposição dos empregados.Segundo Eduardo Correa da Silva, coordenador-adjunto do Núcleo Jurídico do CIESP Leste, apesar da legislação não ser muito clara a respeito das regras de monitoramento, o pressuposto é aceito sem problemas em algumas atividades de saúde e transporte coletivo.O uso de imagens internas de acidentes de trabalho para análise e exemplificação aos demais funcionários, também pode ser considerado violação e exposição imprópria da privacidade do cidadão, por isso, esse material só pode ser utilizado mediante autorização escrita dos envolvidos.“A essência da utilização desse recurso está na preservação da segurança das pessoas e do patrimônio da empresa, mas isto não significa que o empregador terá a liberdade de monitorar todo e qualquer ambiente da organização. Refor-çando, o monitoramento se restringe, principalmente, ao ambiente de trabalho e o de acesso à empresa”, complementa.É o mesmo entendimento que se tem em relação à revista dos empregados, ou seja, não é porque o empregador tem o direito de adotar o procedimento, que poderá fazê-lo de forma a constranger quem está sendo revistado. A revista normalmente é feita por sorteio, de forma discreta e sistemática.Da mesma forma que o monitoramento, a revista pode resultar em processos trabalhistas, mas, desde que a prática não viole a intimidade, há um entendimento dos legisladores de que o empregador tem direito de saber se o funcionário leva algo do local de trabalho.

Colaboração: Núcleo Jurídico do CIESP Leste

Reunião na sede do CIESP, em julho, discu-tiu os ajustes da NR 12 promovidos pela Portaria 857/2015, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). As mudanças previstas representam avanço discreto, com ajustes pontuais e não contemplam todas as reivindicações da indústria, mas podem diminuir a burocracia para as microempresas e em-presas de pequeno porte: • Em relação às máquinas e aos equipamentos fabri-cados antes de 24/06/2012, que não possuam manual do fabricante, em vez do empregador promover sua reconstituição, agora fica permitida a elaboração de uma ficha contendo informações básicas da máquina ou do equipamento, elaborada pelo próprio emprega-dor ou por pessoa designada por ele, com a dispensa do Profissional Legalmente Habilitado (PLH);• A capacitação dos trabalhadores poderá ficar a car-go de empregado da própria empresa que tenha sido capacitado por entidade oficial de ensino de educação profissional, o qual atuará como agente multiplicador;

• Foi eliminada a obrigação de elaborar inventário das máquinas e dos equipamentos;• Substituição do termo “falha segura” por “estado da téc-nica”. O conceito considera as limitações tecnológicas (época da fabricação), incluindo as limitações de custo.

Representantes da indústria continuarão negociando nova regulamentação que respeite as seguintes premissas:• Linha de corte temporal para preservar o parque indus-trial existente, sem retroagir para máquinas usadas;• Obrigações distintas para fabricantes e usuários, se-guindo o padrão das normas europeias;• Possibilidade de interdição de máquinas e equipamen-tos somente se for comprovado grave e iminente risco por laudo técnico circunstanciado e por ato do Superin-tendente Regional do Trabalho e Emprego;• Tratamento diferenciado para as microempresas e em-presas de pequeno porte, o qual não fique restrito às obrigações acessórias e aos aspectos burocráticos con-templados pela Portaria nº 857/2015.

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Reunião na Fiesp/Ciesp sobre altera-ções na NR 12.

Reunião na Fiesp/Ciesp sobre altera-ções na NR 12.

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Agenda

para que serve a avaliação de desempenho?

Ocurso Avaliação de Desempenho será ministrado no dia 21 de outubro, das 18 às 22 horas, no CIESP Leste, em sua sede na Mooca. A instrutora será Maria de Fátima Martins, psicóloga, peda-

goga e mestre em Administração, Educação e Comunicação.A avaliação de desempenho é uma ferramenta de gestão que analisa o rendimento individual ou de um grupo dentro da empresa. O processo identifica, diagnostica e estuda o comportamento dos colabo-radores apreciando sua postura profissional, seu conhecimento técnico, sua relação com os parceiros de trabalho, entre outros itens. Por meio dessa análise do comportamento e das qualidades de cada indivíduo, a avaliação de desem-penho identifica talentos dentro da própria organização. O investimento é de R$ 90,00 para associados ao CIESP, SESCON, SICETEL, SIAMFESP, AMPLAST ou estudantes e de R$ 130,00 para não associados. As inscrições podem ser feitas pelo site do CIESP Leste (www.ciespleste.com.br).O curso aborda questões como: para que serve a avaliação de desempenho? Objetivos da avaliação de desempenho; premissas do processo de avaliação; etapas do processo de avaliação de desempe-nho; formação de competências de cargos; construção de elenco de itens para ter-se um instrumento de análise; como montar o processo de construção de perfis para avaliação de desempenho; entrevis-ta devolutiva, uma dúvida entre o RH e o próprio gestor!

BOletim infOrmativO dO CieSP leSte • Pág. 06

expedienteO Boletim Informativo do CIESP Distrital Leste é uma publicação dirigida aos associados do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo. Endereço: Rua Natal, 285 - mooca– São Paulo (SP), CeP: 03186-030. fone/fax: (11) 2601-6565 – Site: www.ciespleste.org.br – e-mail: [email protected] – diretor titular: Ricardo Martins. Coordenadora: Débora Nápoli Ribeiro Paes. Jornalista responsável: Clarice Pereira (MTb: 15.778). Arte e diagramação: Felipe Burman. Assessoria de imprensa: linK Portal da Comunicação f. (11) 3034-1155. impressão: agns gráfica f. (11) 2966-0322.tiragem: 2.200 exemplares.