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Quarta-feira, 11 de Marco de 2009 I SERIE — NUmero 10 BOLETIM DA REPUBLICA PUBLICA00 OFICIAL DA REPUBLICA DE MOCAMBIQUE IMPRENSA NACIONAL DE MOCAMBIQUE A V I S.0 A materia a publicar no a Boletirn da Repithlica» deve ser remetida em cdpia devidamente autenticada, - uma por cada assunto, donde conste, alern das indi- cacOes necessarias para esse efeito, o averbamento seguinte, assinado e autenticado: Para publicagdo no <3oietim da Republica”. OOOOO • • • • OOOOOOOOOOO • • • • OOOOO SUMARIO Assembleia da RepOblica: Lei n." 7/2009: A prova o Estatuto dos Magistrados Judiciais, e, revoga a Lei n.° 10/91, de 30 de Julho. Lei n." 8/2009: Cria a categoria de Sub-Procurador-Geral Adjunto, na carreira. da Magistratura do Ministerio Lei n." 9/2009: Define o Orgao de gestao e disciplina dos kilns da jurisdicao administrative, fiscal c aduaneira. Lei n." 10/2009: Regula o funcionamento dos tribunals comuns quando jutgam crimes de natureza estritamente militar. Lei n." 11/2009: Regula actos, negOcios, transaccOes e operaccies de coda a Indole. ASSEMBLEIA DA REPUBLICA Lei n." 7/2009 de 11 de Marco Tornando-se necessario adequar o Estatuto dos Magistrados Judiciais, aprovado pela Lei n.° 10/91, de 30 de Julho, a nova real idade imposta pela Constituicao e as exigências ditadas pelas transformacOes ocorridas nos Orgdos judiciais, em especial no que tange a carreira, gestao e disciplina dos julzes, ao abrigo do disposto na alinea q) do n.° 2 do artigd 179 da Constituiclio, a Assembleia da Republica determina: Artigo 1. E aprovado o Estatuto dos Magistrados Judiciais, anexo a presente Lei e que dela faz parte integrante. Art. 2. E revogada a Lei n.° 10/91, de 30 de Julho. Art. 3. A presente Lei entra em vigor na data da sua publicacao. Aprovada pela Assembleia da RepUblica, aos 30 de Outubro de 2008. O Presidente da Assembleia da Reptiblica, eduardo Joaquin; , Mulentbwê. Promulgada aos 23 de Janeiro de 2009. Publique-se. O Presidente da RepUblica, ARMANDO LMiLIO GUEDUZA. Estatuto dos Magistrados Judiciais CAPITULO Principios Gerais ARTIGO 1 (Ambito de aplicacào) As diSposiceies do presente Estatuto aplicam-se a todos os magistrados judiciais, qualquer que seja a situacab em que se encontrem. 0 Estatuto aplica-se igualmente, corn as necessarias adaptacOes, aos Magistrados Judiciais que estejam em exercicio de funcOes por contrato ou por provimento em regime especial. ARTIGO 2 (Composicäo da Magistratura Judicial) Constituem a Magistratura Judicial os julzes profissionais do Tribunal Supremb e dos demais tribunals judiciais definidos por lei. ARTIGO 3 (Funcäo da Magistratura Judicial) 1. E funcao da Magistratura Judicial aplicar a lei, administrar a justica e fazer executar as suas decisOes.

BOLETIM DA REPUBLICAquarta-feira, 11 de marco de 2009 i serie — numero 10 boletim da republica publica00 oficial da republica de mocambique imprensa nacional de mocambique

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Quarta-feira, 11 de Marco de 2009 I SERIE — NUmero 10

BOLETIM DA REPUBLICAPUBLICA00 OFICIAL DA REPUBLICA DE MOCAMBIQUE

IMPRENSA NACIONAL DE MOCAMBIQUE

A V I S.0

A materia a publicar no a Boletirn da Repithlica»deve ser remetida em cdpia devidamente autenticada,

- uma por cada assunto, donde conste, alern das indi-cacOes necessarias para esse efeito, o averbamentoseguinte, assinado e autenticado: Para publicagdo no<3oietim da Republica”.

OOOOO • • • • • OOOOOOOOOOO • • • • • OOOOO

SUMARIO

Assembleia da RepOblica:

Lei n." 7/2009:

A prova o Estatuto dos Magistrados Judiciais, e, revoga a Lein.° 10/91, de 30 de Julho.

Lei n." 8/2009:

Cria a categoria de Sub-Procurador-Geral Adjunto, na carreira.da Magistratura do Ministerio

Lei n." 9/2009:

Define o Orgao de gestao e disciplina dos kilns da jurisdicaoadministrative, fiscal c aduaneira.

Lei n." 10/2009:

Regula o funcionamento dos tribunals comuns quando jutgam crimesde natureza estritamente militar.

Lei n." 11/2009:

Regula actos, negOcios, transaccOes e operaccies de coda a Indole.

ASSEMBLEIA DA REPUBLICA

Lei n." 7/2009

de 11 de Marco

Tornando-se necessario adequar o Estatuto dos MagistradosJudiciais, aprovado pela Lei n.° 10/91, de 30 de Julho, a novareal idade imposta pela Constituicao e as exigências ditadas pelas

transformacOes ocorridas nos Orgdos judiciais, em especial noque tange a carreira, gestao e disciplina dos julzes, ao abrigo dodisposto na alinea q) do n.° 2 do artigd 179 da Constituiclio, aAssembleia da Republica determina:

Artigo 1. E aprovado o Estatuto dos Magistrados Judiciais,anexo a presente Lei e que dela faz parte integrante.

Art. 2. E revogada a Lei n.° 10/91, de 30 de Julho.

Art. 3. A presente Lei entra em vigor na data da sua publicacao.

Aprovada pela Assembleia da RepUblica, aos 30 de Outubrode 2008.

O Presidente da Assembleia da Reptiblica, eduardo Joaquin; ,Mulentbwê.

Promulgada aos 23 de Janeiro de 2009.

Publique-se.

O Presidente da RepUblica, ARMANDO LMiLIO GUEDUZA.

Estatuto dos Magistrados Judiciais

CAPITULO

Principios Gerais

ARTIGO 1

(Ambito de aplicacào)

As diSposiceies do presente Estatuto aplicam-se a todos os

magistrados judiciais, qualquer que seja a situacab em que se

encontrem.

0 Estatuto aplica-se igualmente, corn as necessariasadaptacOes, aos Magistrados Judiciais que estejam em exerciciode funcOes por contrato ou por provimento em regime especial.

ARTIGO 2

(Composicäo da Magistratura Judicial)

Constituem a Magistratura Judicial os julzes profissionaisdo Tribunal Supremb e dos demais tribunals judiciais definidos

por lei.

ARTIGO 3

(Funcäo da Magistratura Judicial)

1. E funcao da Magistratura Judicial aplicar a lei, administrar ajustica e fazer executar as suas decisOes.

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I SERIE — NUMERO 10

Art 4. Transitoriamente, nos primeiros tres anos de vigênciada presente Lei, podem ser promovidos para a categoria de Sub--Procurador-Geral Adjunto, os procuradores principais quetenham tempo minimo de um anode servigo efectivo na categoria.

Art. 5. A presente Lei entra em vigor na data da sua publicagao.

Aprovada pela Assembleia da Reptiblica, aos 18 de Outubrode 2008.

0 Presidente da Assembleia da Reptiblica, Eduardo JoaquinMulembwe.

Promulgada aos 23 de Janeiro de 2009.

Publique-se.

0 Presidente da Rep6blica, A RMANDO EMILIO GUEBUZA.-

Lei n." 9/2009de 11 de Marco

A Constituicao criou o Conselho Superior da MagistraturaJudicial Administrativa, definindo-o como Organ de gestao e-disciplina da Magistratura Administrativa, Fiscal e Aduaneira,remetendo para a lei a regulacao da sua organ izacao, composicaoe funcionamento.

Nestes termos, ao abrigo do n.° 2 do artigo 232 e do n.° 1 doartigo 179, ambos da Constituic .do, a Assembleia da Republicadetermi na:

CAPITULO I

Disposiciies Gerais

SECO() I

Natureza e composicao

ARTIGO 1

(Natureza)

I.0 Conselho Superior da Magistratura Judicial Administrativaé o Orgao de gestao e disciplina dos juizes da jurisdigaoadministrative, fiscal e aduaneira.

2. 0 Conselho Superiorda Magistratura Judicial Administrativaexerce, tambem, jurisdicao sobre os funciondrios de justica nostermos constantes da lei.

A RTIGO 2(CornposIcAo)

1.0 Conselho Superior da Magistratura Judicial Administrativatern a seguinte com'posicao:

o Presidente do Tribunal Administrativo, que o preside;dois membros designados pelo Presidente da Reptiblica,

sendo um deles magistrado judicial administrativo;tres membros eleitos pela Assembleia da Reptiblica,

segundo o criterio de representacao proportional;dois juizes conselheiros do Tribunal Administrativo,

eleitos pelos seus pares;e) tres juizes profissionais eleitos pelos seus pares, de entre

os juizes dos Tribunais Administrativo., Fiscal eAduaneiro.

2. Participam no Conselho da Magistratura JudicialAdministrativa quatro oficiais de justica, sendo urn do TribunalAdministrativo, um do Tribunal Fiscal e Os restantes dois doTribunal Aduaneiro, todos eleitos pelos pares de cada instituicaoa que pertengam.

3. Os oficiais de justiga referidos no nUmero anterior apenastern intervencao relativamente a discussao e votacao de materiasrespeitantes a apreciagao do merit° profissional, bem como aoexercicio da funcao disciplinar sobre os oficiais de justica.

ARTIGO 3(Mandato)

Os membros referidos nas alineas b), c), d) e e) do n.° 1 doartigo 2, exercem o mandato por um per(odo de tres anos, sendopermitida a reeleicao por mais um mandato.

A RTIGO 4

(SubstItulybo do presidente)

0 Presidente do Conselho Superior da Magistratura JudicialAdministrativa é substituido, nas suas faltas, ausencias eimpedimentos, pela ordem seguinte:

pelo Juiz Conselheiro mais antigo no exercicio dasrespectivas funcOes junto do Tribunal Administrativo;

pelo Juiz Conselheiro de maior idade junto do TribunalAdministrativo, no caso de todos Os juizesconselheiros possufrem a mesma antiguidade.

ARTIGO 5

(Requisitos para a eleicao)

Podem ser eleitos para o Conselho Superior da MagistraturaJudicial Administrativa, apenas os juizes e oficiais de justiga denomeagao definitiva e em efectividade de fungOes.

sEccAo II

Processo Eleitoral dos Juizes e Oficiais de Justica

ARTico 6(Comiss5o eleitoral)

Para a eleicao dos membros mencionados nas alineas d) e e),do n.° 1 do artigo 2, funciona junto do Tribunal Administrativouma comissao eleitoral constituida pelos membros a seguirindicados, designados pelo Presidente do Tribunal

Administrativo:

a) urn Juiz Conselheiro do Tribunal Administrativo;

Num juiz do Tribunal Administrativo;

urn juiz profissional do Tribunal Fiscal;

urn juiz profissional do Tribunal Aduaneiro;

e) um secretario judicial do Tribunal Administrativo.

ARTIGO 7(Processo para a eleicdo)

A comissao eleitoral envia a cada eleitor urn boletim de votode onde consta a lista completa dos magistrados de cada escallioe categorias de tribunais e dos funcionarios de justiga que relinamos requisitos fixados no artigo 5, bem como o prazo em que deveter lugar a votacao.

A RTIGO 8

(Forma de votacao)

A votacao e nominal e faz-se atraves da devollicao do boletimde voto devidamente preenchido, em carta fechada, a comissaoeleitoral, no prazo que tiver sido fixado, sob registo postal.

0 voto deve estar contido num envelope separado e semqualquer indicacao.

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11 DE MARCO DE 2009

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ARTIGO 9

(Contagem de votos)

Term inado o prazo referido nos artigos precedentes, a comissâoeleitoral procede a abertura das cartas e a contagem dos votos.

ARTIGO 10(Apuramento dos resultados)

1. Finda a contagem, sa-o eleitos os magistrados e funcionariosque obtiveram o major nihnero de votos validamente expressos.

2.0 cargo de membro do Conselho Superior da MagistraturaJudicial Administrativa nao pode ser recusado, excepto em casosdevidamente fundamentados.

ARTIGO 11(Fiscalizacâo e homologacão)

Cabe ao Presidente do Tribunal Administrativo assegurar afiscalizacdo do acto eleitoral, decidir sobre as eventuaisreclamacOes e homologar os resultados da eleicao.

CAPITULO 11

Competoincia, Organizacâo e Funcionamento

SECO° I

Competôncia

Milo() 12(Competiincla)

I. Compete ao Conselho Superior da Magistratura JudicialAdministrativa:

pronunciar-se, mediante solicitacdo do Presidente daReptiblica, sobre attomeacão do Presidente do TribunalAdministrativo;

propor ao Presidente da Reptiblica a nomeagdo dos jufzesconselheiros do Tribunal Administrativo;

apreciar o merito profissional dos juizes dos TribunaisAdministrativo, Fiscal, Aduaneiro e exercer a accaodisciplinar relativamente a eles;

nomear, colocar, transferir, promover, exonerar os ju(zesdos Tribunais Administrativo, Fiscal e Aduaneiro;

e) con hecer dos recursos das .deci saes em materiaadministrativa e disciplinar dos presidentes e jufzesdos Tribunais Administrativo, Fiscais e Aduaneiro;

.1) apreciar o merit() profissional e exercer a accao disciplinarsobre os funciondrios de justica, sem prejufzo dacompetencia disciplinar atribu(da aos jufzes;

g) ordenar inqueritos, inspeccOes e sindicancias aosservicos do Tribunal Administrativo, Fiscal eAduaneiro;

/1) elaborar e aprovar o regulamento interho do ConselhoSuperior da Magistratura Judicial Administrativa;

analisar o projecto de orcamento anual do ConselhoSuperior da Magistratura Judicial Administrativa;

pronunciar-se sobre os pedidos de aposentacão e jubilacäode jufzes dos Tribunais Administrativo, Fiscal eAduaneiro;

k) exercer as demais competenciasconferidas por lei.2. 0 Conselho Superior da Magistratura Judicial Administrativa

pode delegar no Presidente e em outros dos seus membros acompetencia para a pratica de actos de gest5o corrente relativosa jufzes.

Em caso de urgencia, a Comissdo Permanente podepraticaractos da competencia do Conselho Superior da MagistraturaJudicial Administrativa, submetendo-os a ratificacdo deste naprimeira sess5o.

As deliberac'Oes sobre merit° e disciplina produzem, nosquadros de origem dos jufzes em comissao de servico, efeitosiguais aos que teriam se proferidos pelos competentes Orgaos.

SECCAO q

Organizagdo e funcionamento

ARTIGO 13(Funcionamento e periodicidade das sessoes)

1.0 Conserho Superior da Magistratura Judicial Administrativafunciona em Plendrio e em Comissao Permanente.

2. 0 Plendrio reline-se, ordinariamente, tres vezes por ano e,extraordinariamente, sempre que necessario, ,medianteconvocacfto do Presidente, por iniciativa prOpria ou arequerimento de, pelo menos, dois tercos dos seus membros.

ARTIGO 14(Composicao da Comissâo Permanente)

I. A Comiss"do Permanente do Conselho Superior daMagistratura Judicial Administrativa é constitufda pelo Presidentedo Tribunal Administrativo e por quatro membros, eleitos naprimeira sessdo plenaria, sendo urn designado pelo Presidente

da Repdblica, um membro eleito pela Assembleia da Reptiblica,

urn Juiz Conselheiro do Tribunal Administrativo e urn juizprofissional entre os jufzes dos Tribunais Administrativo, Fiscale Aduaneiro.

2. Cabe ao Presidente do Tribunal Administrativo presidir assessOes da Comissao Permanente.

ARTIGO 15

(Competencia da ComIssio Permanente)

Compete a Comissao Permanente executar as deliberacOes doPlenario e exercer as funcOes que the tenham sido atribuidas peloConselho Superior da Magistratura Judicial Administrativa.

ARTIGO 16(Deliberach-o)

Os Orgäbs do Conselho Superior da Magistratura JudicialAdministrativa s6 podem funcionar validamente achando-sepresentes, pelo menos, dois ter-cos dos seus membros.

As deliberacOes dos Orgaos do Conselho Superior daMagistratura Judicial Administrativa sao tomadas por maioriasimples dos votos.

ARTIGO 17(Comparticipacão dos membros do Conselho Superior

da Magistratura Judicial Administrativa)

Os membros do Conselho Superior de Magistratura JudicialAdministrativa tern direito a uma senha de presenca, cujomontante é fixado pelo Governo.

ARTIGO 18

(Forma e publIcacao das dellberagOes)

As deliberacOes do Conselho Superior da MagistraturaJudicial Administrativa revestem a forma de Resolucão e saepublicadas no Boletim da Repdblica, I.° Serie.

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1 SERIE—AJMER° 10

ARTIGO 19(Competencias do Presidente)

1. Compete ao Presidente do Conselho Superior daMagistratura Judicial Administrativa:

representar o Conselho Superior da Magistratura JudicialAdministrativa;

convocar e presidir as respectivas sessOes;superintender nos servicos administrativos do Conselho

Superior da Magistratura Judicial Administrativa;exercer as fungi:5es que the forem delegadas pelo Conselho

Superior da Magistratura Judicial Administrativa;dirigir e coordenar a inspecgão judicial;nomear o Secretario do Conselho Superior da Magistratura

Judicial Administrativa;g) exercer as demais funcOes conferidas por lei.

2. As decisOes do Presidente do Conselho Superior daMagistratura Judicial Administrativa tern a forma de despacho esdo publicadas no &kiln' da RepUblica, Serie.

ARM() 20(Secretaria)

1.0 Conselho Superior da Magistratura Judicial Administrativadispoe de secretaria prOpria, dirigida por um Secretario.

2. Compete ao Secretario do Conselho Superior da MagistraturaAdministrativa:

dirigir os servicos da Secretaria;submeter ao Presidente os assuntos que caregam de

decisäo superior;lavrar as actas das sessOes do Conselho Superior da

Magistratura Judicial Administrativa;executar e fazer executar as deliberagOes do Conselho

Superior da Magistratura Administrativa e as decistiesdo Presidente;

e) preparar projectos dos orcamentos do Conselho Superiorda Magistratura Judicial Administrativa;

.1) organizar e manter actualizados os processos individuals,cadastro e registo biografico dos juizes dos TribunaisAdministrativo, Fiscal e Aduaneiro;

g) exercer as demais funcOr es conferidas por lei.

CAPITULO III

Inspeccao Judicial Administrativa

SECO() I

Objectivos

ARTIGO 21(Objectivos)

A inspecc5o judicial administrativa prossegue, entre outros,os seguintes objectivos:

fiscalizar o funcionamento dos Tribunals Administrativo,Fiscal e Aduaneiro e a actividade dos respectivosmagistrados;

identificar as dificuldades e as necessidades dos Org5osjudiciais administrativos, fiscais e aduaneiros;

colher informagOes sobre o servico e merito dosmagistrados judiciais administrativos e dos oficiais dejustica;

verificar o grau de cumprimento dos programas eactividades dos tribunals administiativos, fiscais eaduaneiros;

e) dispensar apoio aos magistrados judiciais administrativoscorn vista a superarem as suas dificuldades têcnico--profisSionais.

SECO() 11

Estrutura a funcionamento

ARTIGO 22(Estrutura e funcionamento)

A estrutura e funcionamento da inspecc5o judicial s5odefinidos pelo Conselho Superior da Magistratura JudicialAdministrativa.

ARTIGO 23..(Competenclas)

1. Compete aos servicos de inspeccdo judicial:

facultar ao Conselho Superior da Magistratura JudicialAdministrativa e a direccao do aparelho judiciarioadministrativo a inforrhacão do estado dasnecessidades e das deficiencias dos servicos judiciaisadministrativos, a fim de os habilitar a tomar asprovidéncias necessarias;

colher informagOes sobre o servico dos magistradosjudiciais administratiwis e funciondrios de justiga;

fiscalizar a contabilidade e tesouraria dos TribunaisAdministrativo, Fiscal e Aduaneiro;

anal isar os relatOrios anuais e o desempenho mensal dosjuizes e propor ao Conselho Superior da MagistraturaJudicial Administrativa as respectivas classificagOes.

2. A inspeccdo destinada a collier informagOes sobre o servigoe o merit() dos magistrados judiciais administrativos näo podeser feita por inspector de categoria ou antiguidade inferior as

dos magistrados inspeccionados.

ARTIGO 24(Inspectores)

As inspeccOes aos juizes dos Tribunais Administrativo, Fiscale Aduaneiro säo efectuadas por juizes do Tribunal Administrativo,designados pelo Conselho Superior da Magistratura JudicialAdministrativa.

SEccAo III

Processo disciplinar

ARTIGO 25(InstrucAo)

Os processos disciplinares, de inquerito e de sindicAncia sac)instrufdos por juizes dos Tribunais Administrativo, Fiscal eAduaneiro, designados pelo Conselho Superior da MagistraturaJudicial Administrativa.

SECCAO IV

Flecursos

ARTIGO 26(Recurso para o Conselho Superior da Magistratura Judicial

Administrativa).

1, Das decisOes do Presidente e das deliberacOes da Comiss50Permanente é admissive! recurso para o Plenario.

2. Em materias relativas a funcionarios de justiga, o recurso érestrito a deliberagOes de natureza disciplinar que tenham aplicadopena de gravidade igual ou superior a de transferencia compulsiva.

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1I DE MARCO DE 2009 43

ARTIGO 27(Recurso para o Plendrio do Tribunal Administrativo)

I. Das deliberacOes do Conselho Superior da MagistraturaJudicial Administrativa, a admissivel recurs() para o Plendrio doTribunal Administrativo.

2. Na apreciacao do recurso referido no ninnero anterior naopodem participar os juizes do Tribunal Administrativo queintervieram na deliberacao recorrida.

ARTIGO 28(Prazos)

0 prazo para a interposicao de recurso para o ConselhoSuperior da Magistratura Judicial Administrativa é de quinzedi as, a contar da data da notificaya'o da deliberacao.

Ao recurso para o Plenario do Tribunal Administrativoaplicdvel o regime previsto nos artigos 30 e 31 da Lei n.° 9/2001,de 7 de Julho.

ARTIGO 29(Efeltos)

0 recurso para o Conselho Superior da Magistratura JudicialAdministrativa tern efeito suspensivo.

0 recurs() para o Plenario do Tribunal Administrativo temefeito devolutivo, nos termos da Lei n.° 9/2001, de 7 de Julho.

ARTIGO 30(interposicão)

A interposieao do recurso é feita mediante petiedo dirigidaao Conselho Superior da Magistratura Judicial Administativa ouao Plenario do Tribunal Administrativo, consoante se trate dedecisao do Presidente ou da Comissao Permanente ou dedeliberacdo do Conselho Superior da Magistratura JudicialAdministrativa.

0 recurso considera-se interposto na data da entrada dapeticao na Secretaria do Conselho Superior da MagistraturaJudical Administrativa ou da entrada na Secretaria Geral doTribunal Administrativo.

ARTIGO 31(Requisitos da peticdo)

Da peticao devem constar a deliberacao recorrida, osfundamentos de facto e de direito e a formulacao clara e precisado pedido.

A peticao deve ser instruida corn documento comprovativodo acto objecto de recurso e corn todas os• documentosprobatOrios.

3. No caso de, por motivo justificado, ndo tiver sido possfvelobter os documentos no prazo legal, pode ser requerido prazopara a sua posterior apresentacdo.

ARTIGO 32(Tramitacio dos recursos)

Aplicam-se aos recursos para o Conselho Superior daMagistratura Judicial Administrativa e para o Plenario do TribunalAdministrativo os preceitos relativos ao recurso gracioso e aorecurso contencioso, respectivamente.

ART/GO 33(Cu'stas e demais encargos)

E aplicavel ao recurso contencioso o regime das custasjudiciais privativo do Tribunal Administrativo,

CA PiTULO IV

DisposicOes Finals e TransitOrias

ARTIGO 34(Disposicao transit) ria)

Enquanto Tao for aprovado o Estatuto dos MagistradosJudiciais Administrativos, os processos disciplinares, deinqudrito e de sindicancia sao regulados subsidiariamente peloEstatuto dos Magistrados Judiciais.

ARTIGO 35(Revogagdo)

Sao revogadas todas as normas que contrariem a presenteLei.

ARTIGO 36(Entrada em vigor)

A presente Lei entra em vigor na data da sua publicacao.

Aprovada pela Assembleia da Republica, aos 30 de Outubrode 2008.

O Presidente da Assembleia da Republica, Eduardo JoaquimMutembwe.

Promulgada aos 23 de Janeiro de 2009.

Publique-se.

0 Presidente da ReptIblica, ARMANDO EMU() GUEBUZA.

Lel n." 1 W2009de 11 de Marco

Nos termos da Constituiedo, o julgamento de crimes denatureza estritamente militar, em tempo de paz, é da comperenciados tribunais comuns.

Neste contexto, ha necessidade de regular o funcionamentodos tribunais comuns quando julgam crimes de naturezaestritamente militar, ao abrigo do n.° 1 do artigo 179 daConstituicao, a Assembleia da Reptiblica determina:

ARTIGO 1(Jurisdicdo competente)

Em tempo de paz, rs cometida a jurisdicao comum a compete'nciapara conhecer os crimes de natureza estritamente militar, quertenham sido cometidos em territOrio nacional, quer em pat'sestrangeiro, salvo tratado ou convened() em contrario de que aRepublica de Mocambique seja parte.

ARTIGO 2(Julgamento sobre matdria de facto e de direito)

Nos crimes de natureza estritamente militar, o julgamento sobrea materia de facto e de direito aplica-se as regras estabelecidasna Lei Organica dos Tribunais Judiciais.

ARTIGO 3(Competincia)

1. Compete as seccOes criminals do Tribunal Supremo julgar,em primeira instancia, os processos relativos a crimes de naturezaestritamente militar em que sejam arguidos oficiais generais ouequiparados, seja (Nil for a sua situacao.

2, Compete ao Tribunal Superior de Recurs() julgar osprocessos relativos a crimes de natureza estritamente militar emque sejam arguidos oficiais superiores ou equiparados, seja (Tualfor a sua situacdo,