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BOLETIM DO
LEITEUma publicação do CEPEA - ESALQ/USPAno 24 nº 278 | Julho - 2018Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP JULHO
2018
2
BOLETIM DO LEITE | JULHO DE 2018 - ANO 24 - Nº 278
CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP
No primeiro semestre deste ano, o preço do leite recebido por produtores acumulou alta de 26,2%, em termos reais, na “média Bra-
sil” líquida (que inclui BA, GO, MG, SP, PR, SC e RS e não considera frete e impostos – valores deflacio-nados pelo IPCA de junho/2018). Se comparados os valores nominais de janeiro (R$ 0,9832/litro) e de junho (R$ 1,2960/l), o aumento chega a 31,8%. De maio para junho, o preço do leite rece-bido por produtores registrou a quinta alta conse-cutiva, de 3,3%. A variação, no entanto, foi inferior às registradas nos meses anteriores pois, naquele momento, a competição entre as empresas se for-talecia para assegurar liquidez nas vendas de lác-teos junto aos canais distribuidores. Com o avanço da entressafra e a greve dos caminhoneiros, o ce-nário mudou. Em junho, a competição entre lati-cínios se elevou para a compra de matéria-prima em função da menor disponibilidade de leite no campo e de lácteos nas prateleiras. Assim, o preço do leite que foi captado em junho e pago em julho deve registrar nova e expressiva alta neste mês. É sempre importante lembrar: a forma-ção do preço do leite recebido pelo produtor ocorre através de um delicado equilíbrio entre fatores determinantes de oferta e demanda, no contexto da dinâmica e estrutura do mercado. O pagamento efetuado pelas indústrias pelo vo-lume adquirido ocorre no mês seguinte à capta-ção, de modo que as negociações do leite spot e dos derivados, com destaque para o leite UHT,
são pilares de formação do preço no campo. O que esperar, então, do mercado para o pa-gamento de agosto, referente à captação de julho? O preço médio do leite spot negociado em Minas Gerais caiu 6,6% da primeira quinzena de julho para a segunda, indicando a dificuldade das empresas em manter o ritmo de valorização do leite no campo, mesmo durante o pico da en-tressafra no Sudeste e Centro-Oeste. Vale lembrar que a safra de inverno no Sul do País deve au-mentar a captação leiteira nos próximos meses, mas o atraso das chuvas e a descapitalização de produtores são fatores que podem limitar o total produzido em relação a anos anteriores. Assim, agentes consultados pelo Cepea acreditam que a oferta deve se manter enxuta até setembro. No entanto, a demanda fragilizada co-meça a pesar mais daqui para frente no proces-so de formação de preços, frente à incapacidade dos consumidores em absorver novas altas nos preços dos lácteos, comprometendo o repasse da valorização do leite no campo para os deriva-dos. Na primeira quinzena de julho, o preço do leite UHT negociado entre indústrias e atacados do estado de São Paulo registrou queda acumu-lada de 1,32%, refletindo a recorrente necessida-de de realizar promoções para garantir liquidez. Assim, o movimento de valorização dos de-rivados pode perder força em agosto, sendo possível, inclusive, que os preços fiquem estáveis frente a julho.
Preços sobem 26,2% no 1º sem; altas devem continuar em julho
Equipe Leite: Natália Salaro Grigol - Pesquisadora do Projeto Leite
Equipe de Apoio | Caio Monteiro, Juliana Cristina dos Santos, Munira Nasrrallah, Ivan Barreto e Laura Medeiros
Equipe Grãos: Lucilio Alves - Pesquisador Projeto GrãosEquipe de Apoio | André Sanches, Débora Kelen Pereira da Silva, Isabela Rossi, Carolina Sales, Raphaela Spolidoro, Márcia Ferreira, Sarah Lima, Marcella Rena e Alexia Mayra de Oliveira
EXPEDIENTE Editora Executiva: Natália Salaro GrigolPesquisadora do Projeto Leite
Jornalista Responsável: Alessandra da Paz - Mtb: 49.148
Editores Cientí� cos: Prof. Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros e Prof. Sergio De Zen
Revisão:Bruna Sampaio - Mtb: 79.466Nádia Zanirato - Mtb: 81.086Flávia Gutierrez - Mtb: 53.681
Contato:(19) 3429-8834 | [email protected]
Endereço para correspondência:Av. Centenário, 1080 | Cep: 13416-000 | Piracicaba/SP
O Boletim do Leite pertence ao CEPEA - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USPA reprodução de conteúdos publicados neste informativo é permitida desde que citados os nomes dos autores, a fonte Boletim do Leite/Cepea e a devida data de publicação.
LEIT
E AO
PRO
DUTO
R
Por Natália Grigol
3CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP
BOLETIM DO LEITE | JULHO DE 2018 - ANO 24 - Nº 278
Fonte: Cepea-Esalq/USP.
Tabela 1 - Índice de Captação do Leite do Cepea (ICAP-L)
Fonte: Cepea-Esalq/USP.
Grá� co 1 - Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de junho/18)
VARIAÇÃO MENSAL NA CAPTAÇÃO
mai-17 0,76%
jun-17 6,81%
jul-17 4,42%
ago-17 4,92%
set-17 4,11%
out-17 -1,76%
nov-17 1,32%
dez-17 0,23%
jan-18 -2,17%
fev-18 -1,22%
mar-18 -7,22%
abr-18 -1,46%
mai-18 -14,37%
Acumulado dos 12 meses -7,35%
Acumulado 2018 -24,34%
2015
2017
Junho/181,2960
0,85
0,95
1,05
1,15
1,25
1,35
1,45
1,55
1,65
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
R$/L
itro
MÉDIA BRASIL PONDERADA LÍQUIDA (BA, GO, MG, SP, PR, SC, RS)VALORES REAIS - R$/LITRO (Deflacionados pelo IPCA de junho/18)
Média2005 a 2017
2014
2016
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BOLETIM DO LEITE | JULHO DE 2018 - ANO 24 - Nº 278
CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP
LEITE AO PRO
DUTOR
Tabela 2 - Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquido) em MAIO/18 referentes ao leite entregue em JUNHO/18
Tabela 3 - Preços em estados que não estão incluídos na “média Brasil” – RJ, MS, ES e CE
Fonte: Cepea-Esalq/USP.
Preço BrutoInclusos frete e CESSR (ex-Funrural)
Preço LíquidoVar%Bruto
Var%Líquido
Mesorregião MÍnimo Médio Máximo Mínimo Médio Máximo % %
RSNoroeste 1,2724 1,3809 1,6275 1,1450 1,2518 1,4948 1,79% 1,88%
Centro-Oriental 0,9566 1,2032 1,2853 0,8730 1,1125 1,1968 0,29% 0,76%
Média Estadual - RS 1,2033 1,3226 1,5407 1,0899 1,2072 1,4224 0,63% 1,14%
SC
Oeste Catarinense 1,1501 1,3647 1,5290 1,0535 1,2577 1,4160 3,23% 3,14%
Norte Catarinense/Vale do Itajaí 0,9656 1,2297 1,3779 0,8341 1,0943 1,2403 2,54% 2,37%
Média Estadual - SC 1,1370 1,3436 1,4973 1,0392 1,2363 1,3846 2,34% 2,27%
PR
Centro Oriental Paranaense 1,3531 1,4768 1,5228 1,2723 1,3942 1,4395 7,60% 7,94%
Oeste Paranaense 1,2804 1,4035 1,4639 1,2036 1,3114 1,3845 7,09% 5,08%
Norte Central Paranaense 1,3524 1,4584 1,5766 1,2044 1,3087 1,4253 2,68% 3,11%
Sudoeste Paranaense 1,3560 1,4261 1,5092 1,2570 1,3260 1,4079 1,75% 4,27%
Média Estadual - PR 1,3063 1,4080 1,4872 1,2111 1,3083 1,3894 4,28% 5,05%
SP
São José do Rio Preto 1,2293 1,4665 1,6242 1,1187 1,3523 1,5077 4,83% 5,45%
Campinas 1,2493 1,4650 1,5798 1,1296 1,3421 1,4552 0,23% 1,83%
Vale do Paraíba Paulista 1,3015 1,4472 1,5197 1,2366 1,3802 1,4515 3,98% 4,63%
Média Estadual - SP 1,2793 1,4462 1,5549 1,1771 1,3415 1,4486 4,72% 4,94%
MG
Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba 1,3863 1,5571 1,6880 1,2635 1,4318 1,5608 3,22% 4,08%
Sul/Sudoeste de Minas 1,3274 1,4500 1,5317 1,2288 1,3497 1,4301 2,82% 3,69%
Vale do Rio Doce 1,2313 1,3238 1,4461 1,1174 1,2085 1,3290 0,42% 0,80%
Metropolitana de Belo Horizonte 1,2465 1,4226 1,6058 1,1242 1,2977 1,4783 2,60% 1,63%
Zona da Mata 1,2211 1,3471 1,4618 1,1202 1,2443 1,3573 0,78% 2,92%
Média Estadual - MG 1,3137 1,4457 1,5609 1,1995 1,3297 1,4432 2,33% 3,02%
GOCentro Goiano 1,4089 1,4644 1,5766 1,2951 1,3498 1,4604 4,07% 5,17%
Sul Goiano 1,3001 1,4320 1,5900 1,1807 1,3106 1,4663 2,98% 3,58%
Média Estadual - GO 1,3295 1,4472 1,5765 1,2114 1,3273 1,4547 3,65% 4,45%
BACentro Sul Baiano 1,0370 1,2459 1,3262 0,9152 1,1322 1,2111 2,42% 2,92%
Média Estadual - BA 1,3195 1,3221 1,3300 1,1927 1,1953 1,2031 0,02% 0,01%
MÉDIA NACIONAL - Ponderada 1,2729 1,4088 1,5396 1,1628 1,2960 1,4249 2,76% 3,30%
RJSul Fluminense 1,1963 1,3509 1,5472 1,1383 1,2905 1,4839 9,27% 9,30%
Centro 1,3272 1,4498 1,5144 1,1975 1,3183 1,3820 1,98% 1,59%
Média Estadual - RJ 1,2171 1,3648 1,4784 1,1356 1,2811 1,3930 6,33% 6,45%
MSLeste 1,1388 1,2374 1,2996 0,9731 1,0702 1,1315 20,37% 16,50%
Sudoeste 0,9571 1,2487 1,2700 0,9288 1,1410 1,2628 0,76% 4,59%
Média Estadual - MS 1,0242 1,2238 1,2993 0,9246 1,0867 1,2075 6,68% 7,64%
ESSul Espírito-santense 1,3494 1,3856 1,4988 1,2603 1,2960 1,4075 5,99% 6,21%
Média Estadual - ES 1,2865 1,3929 1,4741 1,1844 1,2892 1,3692 4,57% 5,62%
CE
Sertões Cearenses 1,1617 1,2905 1,3713 1,0980 1,2250 1,3048 1,29% 0,05%
Metropolitana de Fortaleza 1,2018 1,3312 1,3716 1,1812 1,3083 1,3485 0,21% 0,15%
Centro Sul Cearense 1,0423 1,1536 1,2471 1,0249 1,1345 1,2267 0,00% 0,01%
Média Estadual - CE 1,1843 1,2865 1,3562 1,1249 1,2255 1,2943 0,71% -0,36%
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BOLETIM DO LEITE | JULHO DE 2018 - ANO 24 - Nº 278
LEITE AO PRO
DUTOR
Os preços do leite UHT e queijo muçarela comercializados no atacado de São Paulo subiram expressivamente em junho, devi-do, principalmente, à greve de caminhoneiros ocorrida no final
de maio. O preço do leite longa vida atingiu R$ 3,13/litro, em média, em termos reais (deflacionados pelo IPCA de junho/18), alta de 29% quando comparado a maio/18 e de 19% frente a junho/17. No acu-mulado do ano (jan a jun) o aumento é de 58%. Em relação ao queijo muçarela, o preço médio em junho fechou em R$ 19,60/kg, em ter-mos reais (deflacionados pelo IPCA de junho/18), aumento de 14,7% ante a maio/18 e 19% superior a junho/17. No acumulado do ano (jan a jun), a elevação é de 33,8%. Essa pesquisa diária de preços tem o apoio financeiro da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). A alta acelerada dos preços de lácteos principalmente na primeira quinzena de junho refletiu a baixa disponibilidade de
estoque nas industrias, além da escassez da matéria-prima para o processamento dos derivados. Esse cenário foi ocasionado pela gre-ve dos caminhoneiros. Os preços se mantiveram elevados durante todo o mês, totalizando R$ 0,74 de alta para o UHT em São Paulo. Na média Brasil (inclui GO, MG, PR, RS, SP), o UHT fechou ju-nho em R$ 2,82/litro, aumento de 17% em relação a maio/18. Os queijos muçarela e prato foram outros derivados que se valorizaram significati-vamente em junho, com elevações de 13,5% e 13,3%, respectivamente. Para julho, a valorização dos derivados deve ser me-nos acentuada. O leite longa vida fechou a primeira quinzena com média de R$ 3,33/litro, 6,2% maior em relação a junho, e o queijo muçarela, a R$ 22,18/kg, alta de 3% na mesma compa-ração. No entanto, no acumulado do mês (até o dia 13), as co-tações oscilaram, fechando com variação negativa de 1,3%.
UHT sobe quase 60% no primeiro semestre de 2018
DERI
VADO
S
Por Munira Nasrrallah e Juliana Santos
Fonte: Cepea-Esalq/USP e OCB.Nota: Médias mensais obtidas de cotações diárias.
Fonte: Cepea-Esalq/USP.Nota: Valores reais, deflacionados pelo IPCA de junho/2018.
Variações em termos reais (de� acionados pelo IPCA de junho/2018)Cotação diária - atacado do estado de São Paulo
Média de preços em junho/18
Variação (%) em relação a junho/17
Variação (%) em relação a maio/18
Leite UHT R$ 3,13 /litro 19,40% 29,08%
Queijo muçarela R$ 19,60 /kg 19,11% 14,71%
Preços médios (R$/litro ou R$/kg) praticados no mercado atacadista e as variações no mês de junho em relação a maio de 2018
ProdutoGO MG PR RS SP Média Brasil
Mai Jun % Mai Jun % Mai Jun % Mai Jun % Mai Jun % Mai Jun %
Leite pasteurizado 2,23 2,42 8,87% 1,95 2,05 5,22% 1,91 2,11 10,67% 2,29 2,37 3,49% 2,28 2,38 4,60% 2,13 2,27 6,45%
Leite UHT 2,49 2,82 13,13% 2,29 2,58 12,65% 2,42 2,92 20,73% 2,44 2,78 13,95% 2,43 3,03 24,46% 2,41 2,82 17,01%
Queijo prato 17,34 19,29 11,22% 19,69 21,11 7,22% 15,33 17,89 16,69% 15,48 17,64 13,94% 16,96 20,18 18,95% 16,96 19,22 13,32%
Leite em pó int.(400g) 14,42 15,55 7,86% 15,59 16,44 5,43% 14,21 14,89 4,81% 15,36 16,68 8,62% 14,13 14,84 5,01% 14,74 15,68 6,37%
Manteiga (200g) 24,69 25,31 2,49% 25,31 25,39 0,33% 23,27 23,90 2,70% 24,11 24,62 2,12% 25,44 25,63 0,75% 24,56 24,97 1,65%
Queijo muçarela 16,32 18,20 11,49% 18,38 19,45 5,84% 15,13 18,50 22,29% 16,11 18,20 13,00% 16,77 19,53 16,41% 16,54 18,77 13,50%
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BOLETIM DO LEITE | JULHO DE 2018 - ANO 24 - Nº 278
CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP
MERCADO
INTERN
ACION
AL
Taxa de câmbio elevada duplica volume exportado em junho
Por Laura Medeiros
Em junho, a exportação nacional de lácteos duplicou de volume frente ao mês anterior, totalizando 4,9 milhões de litros em equivalente leite. No entanto, em compa-
ração com o mesmo período de 2017, a venda de lácteos se reduziu em 73,8%. Com a taxa de câmbio elevada, os produtos lácteos se tornaram mais competitivos no mer-cado internacional, mesmo com a oferta reduzida de leite. Os lácteos mais exportados pelo Brasil em junho foram os queijos (63,5% do total exportado), 2,4 vezes maior em relação a maio, volume equivalente a 3,1 milhões de litros em equivalente leite. Os principais comparadores foram a Argentina (27% do total), Chile (20%) e Rússia (16%). Os tipos muçarela, fresco (não curado) e queijos de massa semidura (com um teor de umidade superior ou igual a 36% e inferior a 46%) apresentaram o maior volu-me exportado em equivalente leite dentre os outros queijos. Quanto às importações de junho, a quantidade de litros em equivalente leite totalizou 82 milhões, redução de
19,4% em relação a maio. Os principais produtos importa-dos continuaram sendo o leite em pó, com 65,5% de par-ticipação no total, e o queijo, com 31,4%. A Argentina e o Uruguai continuam liderando as vendas de lácteos ao Brasil, com 57% e 30% de participação no total, respectivamente.As importações de leite em pó recuaram 30% fren-te a maio e 39% quando comparadas ao mesmo perí-odo de 2017. As aquisições de queijos, por outro lado, aumentaram 13,3% ante ao mês anterior, mas, em re-lação a junho de 2017, caíram 26,1%. No acumulado de 2018 (jan a jun), as compras de leite em pó caíram 3,8%, enquanto as de queijos registraram alta de 62,3%. Mesmo com o aumento das exportações, a ba-lança comercial de junho se manteve negativa em 77 milhões de litros de leite, recuo de 22,4% em relação ao mês passado. Em valores, houve redução de 21% se com-parado ao mês anterior, totalizando US$ 33,2 milhões.
Notas: (1). Consideram-se os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite. Fonte: Secex / Elaboração: Cepea.
1 A categoria “leites em pó” considera os seguintes NCM definidos pela Secex: 4021010; 4022110; 4021090.² A categoria “queijos” considera os seguintes NCM definidos pela Secex: 04061010; 04061090; 04062000; 04063000; 04064000; 04069010; 04069020; 04069030; 04069090.
Tabela 1 - Volume importado de lácteos (em equivalente leite)¹ - JUNHO/18
Produto Volume (mil
litros de leite)
Junho/18 - Maio/18
Participação no total
importado em Junho/18
Junho/18 - Junho/17
Total 82.003 -19,4% - -34,7%
Leite em pó (integral e desnatado)
53.699 -30% 65,5% -39,0%
Queijos 25.722 13,3% 31,4% -26,1%
Manteiga 771 -0,6% 0,9% -31,7%
Leite modificado 1.594 13,8% 1,9% 56,2%
Total acumulado jan-jun/2018 frente ao mesmo período de 2017: -35,2%
Tabela 2 - Volume exportado de lácteos (em equivalente leite)¹ - JUNHO/18
Produto Volume (mil
litros de leite)
Junho/18 - Maio/18
Participação no total
exportado em Junho/18
Junho/18 - Junho/17
Total 4.934 104,4% - -73,8%
Leite em pó (integral e desnatado)
4 -92,2% 0,1% -100,0%
Leite condensado 1.119 12,8% 22,7% -53,5%
Queijos 3.133 145,8% 63,5% 37,0%
Leite modificado 128 406,3% 2,6% -80,9%
Total acumulado jan-jun/2018 frente ao mesmo período de 2017: -60,6%
CUST
OS
DE P
RODU
ÇÃO
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BOLETIM DO LEITE | JULHO DE 2018 - ANO 24 - Nº 278
MERCADO
INTERN
ACION
AL CUST
OS
DE P
RODU
ÇÃO
Com nova alta em junho, custo fecha 1º sem com elevação de quase 6%
Por Caio Monteiro
O custo de produção da pecuária leiteira su-biu novamente em junho, sendo a sexta elevação consecutiva em 2018. Na “média
Brasil” (BA, GO, MG, SP, PR, SC e RS), o Custo Operacional Efetivo (COE), que representa os desembolsos correntes da propriedade, apresen-tou elevação de 1,44% no mês, acumulando au-mento de 5,63% no primeiro semestre de 2018. A alta do COE foi influenciada pela va-lorização nos grupos de concentrado, suplemen-tação mineral e de adubos e corretivos. Jun-tos, eles representam quase metade dos custos anuais da atividade leiteira na “média Brasil”. Em junho, o concentrado se valorizou 2,55%, os suplementos minerais subiram 2,57% e os adubos e corretivos, 6,31%. Os aumentos no mês estão atrelados ao encarecimento dos fre-tes e à desvalorização do Real frente ao dólar.
Para o concentrado, que representa de 25% a 40% do COE, o aumento de 3,3% em ju-nho no preço do leite pago ao produtor favoreceu a relação de troca para o produtor. Em maio de 2018, eram necessários 29,7 litros de leite para comprar uma saca de 60 quilos de milho; já em junho foram necessários 28,4 litros. Trata-se de uma melhora pontual, uma vez que, no mesmo mês de 2017, eram necessários apenas 18,9 li-tros de leite para se adquirir uma saca de milho. Por outro lado, a relação de troca com o calcário, principal insumo para reformas e for-mações de pastagens e capineiras nas fazendas, piorou. Em junho/18, foram necessários 270 litros de leite para se adquirir uma tonelada de calcá-rio, alta de 8% frente ao mesmo período do ano passado, quando eram necessários 250 litros para comprar a mesma quantidade do insumo.
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MILHO: Colheita avança, mas retração vendedora sustenta cotações
Os preços do milho registraram ligeira alta na parcial de julho (até o dia 16) nas principais regiões consumidoras do mercado interno.
A sustentação dos valores está atrelada à retração de vendedores, que têm restringido os negócios por conta de incertezas quanto à oferta do cereal e ao preço do frete. Por outro lado, a colheita avança no Centro-Oeste e no Paraná, limitando as altas. Em Campinas (SP), importante praça con-sumidora, o Indicador ESALQ/BM&F avançou ligeiro 0,7% no acumulado parcial de julho (29/6 a 16/7), fechando a R$ 37,22/saca de 60 quilos no dia 16. No campo, o tempo seco tem favo-recido o avanço da colheita. No Paraná, o Deral/Seab indica que, até o dia 16, 6% da segunda safra havia sido colhida – desse total, 18% fo-ram comercializados até o final de junho. Em Mato Grosso, as atividades seguem em bom ritmo, tendo alcançado, até o dia 13, 49,83%
da área total, conforme informações do Imea. Em seu último relatório, a Conab es-timou que a segunda safra será 16,9% menor que a temporada anterior e, segundo colabora-dores do Cepea, os primeiros lotes colhidos já apresentam menor produtividade. Esse cenário está atrelado à redução de 5,1% da área aloca-da ao milho e à forte seca que atingiu as regiões produtoras, principalmente no Paraná, em Mato Grosso do Sul e em Goiás, e que reduziu a produ-tividade das lavouras em 13,3%, para 4,82 t/ha. Na B3, especulações quanto à oferta nos próximos meses também sustentam as co-tações. O primeiro vencimento (Set/18) avançou 2,45% na primeira quinzena de julho, fechando a R$ 38/sc de 60 kg no dia 16. Os contratos Nov/18 e Jan/19 subiram 2,4% e 1,68% no período, para R$ 39,89/sc e R$ 41,13/sc, respectivamente.
FARELO DE SOJA: Após consecutivas altas no 1º semestre, preço se enfraquece
A menor demanda interna por farelo
de soja, principalmente para produ-
ção de ração animal, pressionou os
valores desse derivado na primeira quinze-
na de julho, após consecutivas altas no pri-
meiro semestre. Comparando a média de
junho com a parcial de julho (até o dia 13),
os preços do farelo caíram 2,1%, na mé-
dia das regiões acompanhadas pelo Cepea.
Além disso, muitos compradores
brasileiros estão trabalhando com estoques
longos (15 dias) e mostram preferência por
adquirir o derivado de regiões próximas, dian-
te da indefinição da tabela do frete mínimo.
A dificuldade em negociar com caminho-
neiros reduziu as exportações de farelo em
15,7% de maio para junho, segundo a Secex.
Além dos fatores internos, as des-
valorizações dos contratos futuros na CME
Group (Bolsa de Chicago) também pressiona-
ram as cotações domésticas. O primeiro ven-
cimento (Jul/18) cedeu 4,1% de junho para
julho (até o dia 13) – na parcial deste mês, o
contrato Jul/18 registrou a menor média des-
de janeiro deste ano, em termos nominais.
No entanto, o movimento baixista no
Brasil foi limitado pela forte alta dos prêmios
de exportação. Em Paranaguá (PR), o prêmio
do farelo de soja para embarque em julho/18
tinha vendedor a US$ 15/tonelada curta no
dia 13 de julho – o maior valor desde julho
de 2014, quando analisado o contrato agos-
to nos mesmos períodos de anos anteriores.
Por Carolina Camargo Nogueira Sales
MIL
HO E
FAR
ELO
DE
SOJA
janeiro 32,70
fevereiro 34,76
março 41,37
abril 39,92
(R$/sc de 60 kg)
janeiro 1.004,88
fevereiro 1.115,87
março 1.211,72
abril 1.292,72
(R$/tonelada)
Fonte: Cepea-Esalq/USP.
Fonte: Cepea-Esalq/USP.
Por Débora Kelen Pereira da Silva
maio 42,69
Junho 40,55
1ª quinzena de Julho
36,48
maio 1.396,71
junho 1.396,37
1ª quinzena de Jul/2018
1.368,64