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Boletim do 7 Trabalho e Emprego 1. A SÉRIE Propriedade: Ministério do Trabalho e da Solidariedade Preço 339$00 Edição: Centro de Informação Científica e Técnica (IVA incluído) BOL. TRAB. EMP. 1. A SÉRIE LISBOA VOL. 65 N. o 7 P. 107-144 22-FEVEREIRO-1998 ÍNDICE Regulamentação do trabalho: Pág. Despachos/portarias: ... Portarias de regulamentação do trabalho: ... Portarias de extensão: — Aviso para PE das alterações do CCT entre a FENAME — Feder. Nacional do Metal e a Feder. dos Sind. da Metalurgia, Metalomecânica e Minas de Portugal e outros — Rectificação .................................................... 109 Convenções colectivas de trabalho: — CCT entre a APEC — Assoc. Portuguesa de Escolas de Condução e a FESTRU — Feder. dos Sind. de Transportes Rodoviários e Urbanos — Alteração salarial e outras ............................................................ 110 — AE entre a LUSOSIDER — Aços Planos, S. A., e a Feder. dos Sind. da Metalurgia, Metalomecânica e Minas de Portugal .... 111 — AE entre a GERMEN — Moagem de Cereais, S. A., e o SETAA — Sind. da Agricultura, Alimentação e Florestas — Alte- ração salarial e outras ....................................................................................... 143

Boletim do Trabalho e Emprego - 78.46.63.2578.46.63.25/~fiequime/images/Contratacao/AE-Lusosider-bte7_1998.pdf · do Trabalho e Emprego, n.o 2, de 15 de Janeiro de 1998, o aviso de

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Boletim do 7Trabalho e Emprego 1.A SÉRIEPropriedade: Ministério do Trabalho e da Solidariedade

Preço 339$00Edição: Centro de Informação Científica e Técnica(IVA incluído)

BOL. TRAB. EMP. 1.A SÉRIE LISBOA VOL. 65 N.o 7 P. 107-144 22-FEVEREIRO-1998

Í N D I C E

Regulamentação do trabalho:Pág.

Despachos/portarias:. . .

Portarias de regulamentação do trabalho:. . .

Portarias de extensão:

— Aviso para PE das alterações do CCT entre a FENAME — Feder. Nacional do Metal e a Feder. dos Sind. da Metalurgia,Metalomecânica e Minas de Portugal e outros — Rectificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109

Convenções colectivas de trabalho:

— CCT entre a APEC — Assoc. Portuguesa de Escolas de Condução e a FESTRU — Feder. dos Sind. de TransportesRodoviários e Urbanos — Alteração salarial e outras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110

— AE entre a LUSOSIDER — Aços Planos, S. A., e a Feder. dos Sind. da Metalurgia, Metalomecânica e Minas de Portugal . . . . 111

— AE entre a GERMEN — Moagem de Cereais, S. A., e o SETAA — Sind. da Agricultura, Alimentação e Florestas — Alte-ração salarial e outras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143

Bol. Trab. Emp., 1.a série, n.o 7, 22/2/1998 108

SIGLAS

CCT — Contrato colectivo de trabalho.ACT — Acordo colectivo de trabalho.PRT — Portaria de regulamentação de trabalho.PE — Portaria de extensão.CT — Comissão técnica.DA — Decisão arbitral.AE — Acordo de empresa.

ABREVIATURAS

Feder. — Federação.Assoc. — Associação.Sind. — Sindicato.Ind. — Indústria.Dist. — Distrito.

Composição e impressão: IMPRENSA NACIONAL-CASA DA MOEDA, E. P. — Depósito legal n.o 8820/85 — Tiragem: 3500 ex.

Bol. Trab. Emp., 1.a série, n.o 7, 22/2/1998109

REGULAMENTAÇÃO DO TRABALHO

DESPACHOS/PORTARIAS. . .

PORTARIAS DE REGULAMENTAÇÃO DO TRABALHO. . .

PORTARIAS DE EXTENSÃO

Aviso para PE das alterações do CCT entre aFENAME — Feder. Nacional do Metal e a Feder.dos Sind. da Metalurgia, Metalomecânica eMinas de Portugal e outros — Rectificação.

Por ter sido publicado com inexactidão no Boletimdo Trabalho e Emprego, n.o 2, de 15 de Janeiro de 1998,o aviso de portaria de extensão mencionado em epígrafe,a seguir se procede à necessária rectificação. Assim, ap. 15, 2.a col., onde se lê:

«A portaria, a emitir ao abrigo do n.o 1 dos citadospreceito e diploma, tornará as convenções extensivasno território do continente:

a) Às relações de trabalho entre entidades patro-nais não filiadas nas associações patronaisoutorgantes que exerçam a actividade econó-mica regulada pela convenção e trabalhadoresao seu serviço das profissões e categorias pro-fissionais nela previstas;

b) Às relações de trabalho entre entidades patro-nais filiadas nas associações patronais outorgan-tes e trabalhadores ao seu serviço das profissõese categorias profissionais previstas na convençãonão representados pelas associações sindicaissubscritoras.»

deverá ler-se:

«A portaria, a emitir ao abrigo do n.o 1 dos citadospreceito e diploma, tornará as convenções extensivasno território do continente:

a) Às relações de trabalho entre entidades patro-nais não filiadas nas associações patronaisoutorgantes que exerçam a actividade econó-mica regulada pela convenção e trabalhadoresao seu serviço das profissões e categorias pro-fissionais nela previstas;

b) Às relações de trabalho entre entidades patro-nais filiadas nas associações patronais outorgan-tes e trabalhadores ao seu serviço das profissõese categorias profissionais previstas na convençãonão representados pelas associações sindicaissubscritoras.

A PE a emitir não será aplicável às relações de tra-balho em empresas dos sectores das indústrias de fer-ragens, fabrico e montagem de bicicletas, ciclomotores,motociclos e acessórios não filiadas nas associaçõespatronais representadas pela federação patronal outor-gante do CCT cujo âmbito agora se pretende estender.»

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CONVENÇÕES COLECTIVAS DE TRABALHO

CCT entre a APEC — Assoc. Portuguesa de Esco-las de Condução e a FESTRU — Feder. dos Sind.de Transportes Rodoviários e Urbanos — Alte-ração salarial e outras.

Cláusula 1.a

Área e âmbito

O presente contrato colectivo de trabalho (CCT)obriga, por um lado, todas as empresas representadaspela APEC — Associação Portuguesa de Escolas deCondução e, por outro, todos os trabalhadores ao seuserviço em toda a área nacional nas categorias previstasneste CCT e representados pelas associações sindicaisoutorgantes.

Cláusula 2.a

Vigência e denúncia

1 — O presente CCT entra em vigor cinco dias apósa sua publicação no Boletim do Trabalho e Emprego.

2 — O período de vigência será de 12 meses, contadosa partir das respectivas datas de entrada em vigor.

3 — Por denúncia entende-se o pedido de revisãofeito, por escrito, à parte contrária, acompanhado daproposta de revisão, que no futuro terá de ter lugaraté 30 de Outubro de cada ano.

4 — A parte destinatária da denúncia deve responderno decurso dos 30 dias imediatos, contados a partir darecepção daquela.

5 — As negociações iniciar-se-ão dentro de 15 diasa contar da data da recepção da resposta à propostade alteração.

6 — O presente CCT vigorará a partir de 1 de Janeirode cada ano.

Cláusula 39.a

Diuturnidades

1 — As remunerações efectivas dos trabalhadoresserão acrescidas de uma diuturnidade no montante de3 500$ por cada três anos de permanência na mesmacategoria profissional, até ao limite de cinco diutur-nidades.

2 — (Igual.)

Cláusula 45.a

Abono para falhas

1 — Os trabalhadores de escritório com funções detesoureiro e caixa e os trabalhadores cobradores rece-berão, a título de abono para falhas, a quantia mensalde 4 600$.

2 — (Igual.)

Cláusula 46.a

Refeições

1 — Por cada dia de trabalho efectivo, os trabalha-dores terão direito a um subsídio de refeição no valorde 750$.

2 — A empresa reembolsará os trabalhadores deslo-cados das despesas efectuadas com as refeições queestes, por motivo de serviço, hajam tomado pelos seguin-tes valores:

Almoço — 1770$;Jantar — 1770$;Pequeno-almoço — 480$.

3 — (Igual.)Cláusula 47.a

Alojamento e subsídio de deslocação

1 — (Igual.)

a) (Igual.)b) (Igual.)c) A subsídio de deslocação no montante de 550$

e 1200$ diários, conforme o trabalho seja rea-lizado dentro ou fora do País e desde que otrabalhador não regresse ao local de trabalho,sem prejuízo do disposto quanto ao trabalhosuplementar ou nocturno, e no período de des-canso semanal, complementar e feriados.

Definição de funções do motorista

Motorista. — É o trabalhador que, possuindo carta decondução, tem a seu cargo a condução de veículos auto-móveis, competindo-lhe ainda zelar, sem execução, pelaboa conservação, limpeza do veículo e carga quetransporta.

Verificação dos níveis de óleo e de água. Em casode avaria ou acidente toma as previdências adequadase recolhe os elementos necessários para a apreciaçãodas entidades competentes.

ANEXO II

Tabela de remunerações mínimas e enquadramentos profis-sionais

Grupo Categorias profissionais Remuneraçãomínima

Director de serviços . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Técnico examinador . . . . . . . . . . . . . . . . . .0 209 550$00

Chefe de escritório . . . . . . . . . . . . . . . . . . .I 159 550$00

Chefe de divisão/departamento/serviçosContabilista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Programador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Tesoureiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

II 139 550$00

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Grupo Categorias profissionais Remuneraçãomínima

Chefe de secção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Guarda-livros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .III 134 550$00

Instrutor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .IV 134 550$00

Assistente administrativo . . . . . . . . . . . . . .Secretário(a) de direcção . . . . . . . . . . . . . .V 114 550$00

Caixa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Escriturário de 1.a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .VI 107 550$00Motorista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Cobrador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Escriturário de 2.a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .VII 97 550$00

Telefonista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .VIII 94 550$00

Contínuo (mais de 21 anos) . . . . . . . . . . . .Guarda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .IX 91 550$00Porteiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Estagiário do 3.o ano . . . . . . . . . . . . . . . . . .Trabalhador de limpeza . . . . . . . . . . . . . . .X 86 550$00

Contínuo (menos de 21 anos) . . . . . . . . . . .Estagiário do 2.o ano . . . . . . . . . . . . . . . . . .XI 79 550$00

Estagiário do 1.o ano . . . . . . . . . . . . . . . . . .XII 74 550$00

Paquete de 17 anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . .XIII 69 550$00

Paquete de 16 anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . .XIV 64 550$00

Notas

1 — Aos instrutores que ministrem lições práticas emveículos pesados será atribuído um subsídio no montantede 160$ por cada hora de trabalho efectivamenteprestado.

2 — Os instrutores que desempenhem funções dedirector técnico de escola de condução têm direito aum subsídio mensal no valor de 9650$.

Lisboa, 19 de Janeiro de 1998.Pela FESTRU — Federação dos Sindicatos de Transportes Rodoviários e Urbanos

CGTP-IN:

Vítor Pereira.

Pela APEC — Associação Portuguesa de Escolas de Condução:

(Assinatura ilegível.)

Declaração

A FESTRU — Federação dos Sindicatos de Trans-portes Rodoviários e Urbanos/CGTP-IN representa osseguintes sindicatos:

Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodo-viários de Aveiro;

Sindicato dos Transportes Rodoviários do Distritode Braga;

Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodo-viários e Urbanos do Centro;

Sindicato dos Transportes Rodoviários do Distritode Faro;

Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodo-viários da Região Autónoma da Madeira;

Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Ro-doviários e Urbanos do Norte;

Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodo-viários do Sul;

Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Colec-tivos do Distrito de Lisboa — TUL;

Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodo-viários e Urbanos do Distrito de Viana doCastelo;

Sindicato dos Transportes Rodoviários do Distritode Vila Real;

Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodo-viários e Urbanos de Viseu e Guarda;

Sindicato dos Profissionais de Transportes,Turismo e Outros Serviços de Angra doHeroísmo.

Pela Comissão Executiva, (Assinatura ilegível.)

Entrado em 29 de Janeiro de 1998.Depositado em 10 de Fevereiro de 1998, a fl. 107

do livro n.o 8, com o n.o 14/98, nos termos do artigo 24.odo Decreto-Lei n.o 519-C1/79, na sua redacção actual.

AE entre a LUSOSIDER — Aços Planos, S. A., ea Feder. dos Sind. da Metalurgia, Metalomecâ-nica e Minas de Portugal.

CAPÍTULO I

Âmbito, área, vigência e denúncia

Cláusula 1.a

Âmbito

O presente acordo de empresa (AE) obriga, por umlado, a LUSOSIDER — Aços Planos, S. A., e por outrolado, os trabalhadores ao seu serviço representados pelasassociações sindicais outorgantes.

Cláusula 2.a

Área

O presente AE aplica-se em todo o território nacionale em todas as áreas em que a LUSOSIDER — AçosPlanos, S. A., exerça a sua actividade.

Cláusula 3.a

Vigência e denúncia

1 — O presente AE entra em vigor na data da suapublicação no Boletim do Trabalho e Emprego, manten-do-se a sua vigência até à publicação de novo acordo.

2 — A tabela salarial e demais cláusulas de expressãopecuniária vigorarão de 1 de Janeiro a 31 de Dezembrode cada ano.

3 — Salvo nos casos previstos na lei, o presente AEnão pode ser denunciado antes de decorridos 10 mesesapós a data da sua entrega para depósito.

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4 — A denúncia deverá ser acompanhada da propostaescrita relativa às matérias que se pretende sejamrevistas.

5 — A resposta por escrito e respectiva fundamen-tação serão enviadas até 30 dias após a recepção daproposta.

6 — As negociações deverão ter início nos 15 diasseguintes à recepção da resposta à proposta ou do termodo respectivo prazo, se esta não existir.

CAPÍTULO II

Direitos e deveres das partes

Cláusula 4.a

Deveres dos trabalhadores

São deveres dos trabalhadores:

a) Cumprir as disposições legais aplicáveis, o pre-sente AE e os regulamentos dele emergentes;

b) Respeitar e fazer-se respeitar no local de tra-balho, tratando com urbanidade e lealdade osórgãos sociais da empresa, os superiores hie-rárquicos, os companheiros de trabalho e asdemais pessoas que estejam ou entrem em rela-ções com a empresa;

c) Executar com zelo e diligência as funções quelhe forem confiadas, no âmbito do objecto doseu contrato de trabalho;

d) Prestar em matéria de serviço todos os conselhose ensinamentos solicitados pelos seus compa-nheiros;

e) Promover e executar todos os actos tendentesà melhoria da produtividade da empresa;

f) Cumprir as ordens e instruções dos superioreshierárquicos em tudo o que respeita à execuçãoe disciplina do trabalho, salvo na medida emque se mostrem contrárias aos seus direitos egarantias legais e contratuais;

g) Cumprir e fazer cumprir as normas de salubri-dade, higiene e segurança no trabalho;

h) Participar aos seus superiores hierárquicos osacidentes e ocorrências anormais que tenhamsurgido durante o serviço;

i) Frequentar os cursos de aperfeiçoamento ou deformação profissional que a empresa promovaou subsidie;

j) Responsabilizar-se e velar pela boa conservaçãoe utilização dos bens relacionados com o seutrabalho que lhe forem confiados pela empresa;

l) Abster-se de negociar por conta própria oualheia em concorrência com a empresa, nemdivulgar informações referentes à sua organi-zação, métodos de produção e negócios;

m) Informar com verdade, isenção e espírito de jus-tiça e respeito dos seus subordinados;

n) Não abandonar o seu posto de trabalho umavez cumprido o horário, sem que seja substi-tuído, quando desse abandono resultar prejuízospara a empresa, devendo o responsável da ins-talação tomar as providências necessárias paraa sua substituição no mais curto espaço detempo;

o) Comunicar por escrito e no prazo de 15 diasao órgão de pessoal a alteração da residênciahabitual, sempre que ela se verifique;

p) Comparecer ao serviço com assiduidade e pon-tualidade.

Cláusula 5.a

Deveres da empresa

São deveres da empresa:

a) Cumprir o presente AE, os regulamentos deleemergentes e a lei;

b) Tratar o trabalhador com urbanidade por formaa não ferir a sua dignidade moral e profissional,devendo as admoestações ser feitas em par-ticular;

c) Proporcionar aos trabalhadores boas condiçõesde trabalho, nomeadamente no que respeita àhigiene, saúde, segurança no trabalho e preven-ção de doenças;

d) Pagar ao trabalhador a retribuição de acordocom a sua categoria profissional, nível, classeou grau e regime de trabalho;

e) Enviar aos sindicatos respectivos, até ao 10.o diaútil do mês seguinte a que respeitam, os mapasde quotização e o produto das quotas dos tra-balhadores que para tal dêem o seu acordo porescrito;

f) Passar certificados de trabalho aos trabalhado-res, dos quais conste a antiguidade, funções oucargos desempenhados, podendo neles indicaroutras referências, se tal for solicitado pelointeressado;

g) Promover acções de formação para os traba-lhadores, quer no campo da segurança e higieneno trabalho, quer as adequadas ao seu aper-feiçoamento profissional, desenvolvendo as suascompetências profissionais e pessoais, bemcomo facilitar a frequência do ensino oficial ouprivado, conforme as disposições legais;

h) Cumprir os deveres impostos por lei em matériade acidentes de trabalho e doenças profissionais;

i) Prestar aos sindicatos outorgantes, aos delega-dos sindicais e à comissão de trabalhadorestodas as informações e esclarecimentos que soli-citem, com vista ao exercício das suas atribui-ções, de acordo com o previsto na lei e nesteAE;

j) Facilitar a consulta do processo individual, sem-pre que o respectivo trabalhador o solicite;

l) Facilitar aos trabalhadores em serviço os con-tactos urgentes de e para o exterior, nomea-damente através de telefone;

m) Responder, por escrito, no prazo de 30 dias aqualquer reclamação formal do trabalhador oudos delegados sindicais.

Cláusula 6.a

Garantias dos trabalhadores

1 — É proibido à empresa:

a) Opor-se por qualquer forma a que os traba-lhadores exerçam os seus direitos, bem comodespedi-los ou aplicar-lhes sanções por causadesse exercício;

Bol. Trab. Emp., 1.a série, n.o 7, 22/2/1998113

b) Diminuir a retribuição do trabalhador ou mudá-lopara categoria profissional de nível inferior oubaixar-lhe a classe ou grau, salvo nos casos pre-vistos no AE;

c) Transferir o trabalhador para outro local de tra-balho, sem o seu acordo escrito, salvo o dispostona cláusula 7.a;

d) Obrigar os trabalhadores a adquirir bens ou autilizar serviços fornecidos pela empresa ou porpessoas por ela indicadas;

e) Explorar com fins lucrativos quaisquer cantinas,economatos, refeitórios ou outros estabeleci-mentos para fornecimento de bens ou presta-ções de serviços aos trabalhadores;

f) Despedir e readmitir o trabalhador, mesmo como seu acordo, havendo o propósito de o pre-judicar em direitos e regalias decorrentes daantiguidade;

g) Exercer pressão sobre o trabalhador para queactue no sentido de influir desfavoravelmentenas condições de trabalho dele ou dos com-panheiros;

h) Adoptar conduta intencional para, por formadirecta ou indirecta, levar o trabalhador a pôrtermo ao contrato;

i) Fazer discriminação em eventuais revistas àsaída das instalações.

2 — A prática, por parte da empresa, de qualqueracto contrário às garantias do trabalhador previstas nesteAE considera-se violação do contrato de trabalho e cons-titui justa causa para a sua rescisão por parte dotrabalhador.

Cláusula 7.a

Transferência de trabalhadores para outro local de trabalho

1 — A empresa só pode transferir os trabalhadorespara outro local de trabalho se essa transferência resultarda mudança total ou parcial do estabelecimento ondeaqueles trabalham.

2 — No caso previsto no número anterior, o traba-lhador, querendo, pode rescindir o contrato com direitoà indemnização calculada nos termos do n.o 3 da cláusula71.a

3 — Entende-se por local de trabalho o estabeleci-mento em que o trabalhador presta habitualmenteserviço.

4 — Os termos da transferência individual constarãoobrigatoriamente de documento escrito.

5 — Os membros da comissão de trabalhadores nãopodem ser transferidos do local de trabalho sem o seuacordo, quando se trate de transferência individual.

6 — Os delegados sindicais e os membros dos corposgerentes das associações sindicais não podem ser trans-feridos do local de trabalho sem o seu acordo e semo prévio conhecimento da direcção do sindicato res-pectivo, quando se trate de transferência individual.

7 — A empresa custeará sempre as despesas feitaspelo trabalhador directamente impostas e decorrentesda transferência, nomeadamente de transportes do tra-balhador, agregado familiar e mobiliário, as quais deve-rão ser comprovadas e discriminadas, se possível, e satis-feitas de uma só vez pela empresa.

8 — No caso da transferência e durante 60 dias, aempresa concederá ao trabalhador, sem perda de remu-neração até quatro dias úteis, tempo para regularizara sua situação habitacional, salvo acordo diferente quevenha a ser estabelecido.

9 — Em caso de transferência do local de trabalhoa título provisório, o trabalhador considera-se em regimede deslocação.

CAPÍTULO III

Organização dos trabalhadores na empresa

Cláusula 8.a

Direito à actividade sindical na empresa

1 — Os trabalhadores e os sindicados outorgantesdeste AE têm direito a desenvolver actividade sindicalna empresa, nomeadamente através de delegados sin-dicais, comissões sindicais e comissão intersindical.

2 — Entende-se por comissão sindical a organizaçãodos delegados do mesmo sindicato na empresa.

3 — Entende-se por comissão intersindical a organi-zação de delegados sindicais dos sindicatos outorgantesdeste AE.

4 — Os delegados sindicais têm o direito de distribuirna empresa, ou afixar em local apropriado, textos, comu-nicações ou informações relacionados com o interessedos trabalhadores, sem prejuízo da normal laboraçãoda empresa.

5 — A empresa porá à disposição das comissões sin-dicais, desde que aquelas o requeiram e a título per-manente, instalações apropriadas ao exercício das suasfunções, incluindo os móveis indispensáveis à sua acti-vidade e telefone com acesso ao exterior.

6 — Aos dirigentes sindicais não pertencentes àempresa é facultado o acesso às instalações da empresae às reuniões dos trabalhadores, mediante comunicaçãoà empresa, com a antecedência mínima de seis horas,e ficando sujeitos aos regulamentos de controlo de visi-tantes e de higiene e segurança.

7 — As direcções dos sindicatos comunicarão àempresa a identificação dos delegados sindicais, bemcomo daqueles que fazem parte das comissões sindicaise intersindical, por meio de carta registada com avisode recepção, de que será afixada cópia nos locais reser-vados às informações sindicais. O mesmo procedimentodeverá ser observado no caso de susbtituição ou cessaçãode funções.

Bol. Trab. Emp., 1.a série, n.o 7, 22/2/1998 114

Cláusula 9.a

Número de delegados sindicais

1 — O número máximo de delegados sindicais, porsindicato, a quem são atribuídos os direitos da cláu-sula 11.a, é determinado da forma seguinte:

a) Com menos de 50 trabalhadores sindicaliza-dos — 1;

b) Com 50 a 99 trabalhadores sindicalizados — 2;c) Com 100 a 199 trabalhadores sindicalizados — 3;d) Com 200 a 499 trabalhadores sindicalizados — 6;e) Com 500 ou mais trabalhadores sindicalizados,

o número de delegados será resultante dafórmula:

6+n-500200

representando n o número de trabalhadores da empresa.

2 — O resultado apurado nos termos da alínea e) donúmero anterior será sempre arredondado para a uni-dade imediatamente superior.

Cláusula 10.a

Direito de reunião nas instalações da empresa

1 — Os trabalhadores podem reunir-se nos locais detrabalho fora do horário normal, mediante convocaçãodo delegado sindical, da comissão sindical, da comissãointersindical ou de um terço ou 50 trabalhadores darespectiva unidade de produção, sector ou serviço, semprejuízo da normalidade da laboração.

2 — Os trabalhadores têm direito a reunir duranteo horário normal de trabalho, até um período de quinzehoras por ano, que se considera para todos os efeitoscomo tempo de serviço efectivo, desde que se assegureo funcionamento dos serviços de natureza urgente.

3 — Não estão sujeitos a controlo de ponto as saídasdos trabalhadores dos locais de trabalho para os ple-nários ou reuniões convocados pela comissão de tra-balhadores ou comissão sindical ou intersindical até aolimite do crédito de horas previsto no AE.

4 — As reuniões previstas nos números anteriores sópoderão ser convocadas:

a) Pela comissão sindical, quando se trate do con-junto dos trabalhadores representados por umdos sindicatos outorgantes do AE;

b) Pela comissão intersindical, quando se trate doconjunto de trabalhadores representados pormais de um dos sindicatos outorgantes do AE.

5 — Os promotores das reuniões referidas nos núme-ros anteriores são obrigados a comunicar à empresa oua quem a represente, com a antecedência mínima deum dia, a data e hora em que pretendem que elas seefectuem, devendo afixar nos locais reservados para esseefeito as respectivas convocatórias.

Quando, devido à urgência, não seja possível efectuartal comunicação com a referida antecedência, deve dofacto ser dado conhecimento à empresa com a ante-cedência possível.

6 — Para as reuniões previstas nesta cláusula, aempresa cederá as instalações convenientes.

7 — A comissão intersindical dos sindicatos outorgan-tes desde AE bem como as respectivas comissões sin-dicais poderão reunir com a direcção ou com quem estadesignar para o efeito, sempre que qualquer das parteso julgar conveniente, cabendo à parte proponente dareunião a indicação da ordem de trabalhos.

Cláusula 11.a

Crédito de horas

1 — Cada um dos delegados sindicais previstos non.o 1 da cláusula 9.a dispõe, para o exercício das suasfunções, de um crédito de noventa e seis horas anuais.

2 — Para o exercício da sua função, os membros dadirecção das associações sindicais beneficiam do créditode cinco dias por mês.

3 — Os créditos de horas atribuídos nos n.os 1 e 2referem-se ao período normal de trabalho e contam paratodos os efeitos como tempo de serviço efectivo. A em-presa dará tratamento idêntico ao tempo necessário paraas reuniões com a direcção ou negociação do AE.

4 — No exercício das suas funções, os delegados sin-dicais poderão não só circular livremente no interiorda empresa, sem prejuízo da sua normal laboração,como permanecer no seu interior fora do seu horáriode trabalho.

5 — Os delegados sindicais, sempre que pretendamutilizar o seu crédito de horas, deverão avisar, porescrito, a sua chefia, com a antecedência mínima deum dia, salvo caso de força maior.

6 — No caso dos dirigentes, o sindicato interessadodeverá comunicar, por escrito, à empresa, com um diade antecedência, as datas e o número de dias de queos respectivos membros necessitam para o exercício dassuas funções ou, em caso de impossibilidade manifesta,nas quarenta e oito horas imediatas ao 1.o dia em quefaltarem.

7 — As faltas dadas pelos membros dos corpos geren-tes das associações sindicais para o exercício das suasfunções, para além do crédito de horas previstas nesteAE, contam para todos os efeitos, menos o da remu-neração, como tempo de serviço efectivo.

Cláusula 12.a

Comissão de trabalhadores

1 — É direito dos trabalhadores criarem uma comis-são de trabalhadores para o integral exercício dos direi-tos previstos na Constituição e na lei.

2 — Do exercício de funções na comissão de traba-lhadores não pode, para os seus membros, resultar, nostermos da lei e deste AE, prejuízo ou limitação de direi-tos e garantias dos trabalhadores.

3 — O número máximo de membros da comissão detrabalhadores é o definido na lei, tendo cada um dosmembros um crédito de quarenta horas mensais parao exercício da sua actividade, consideradas como tempode serviço efectivo.

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4 — No exercício das suas funções, os membros dacomissão de trabalhadores poderão não só circular livre-mente no interior da empresa, sem prejuízo da sua nor-mal laboração, como permanecer no seu interior forado seu horário de trabalho.

5 — Os membros da comissão de trabalhadoresgozam dos direitos e garantias atribuídos pela lei aosdelegados sindicais.

6 — A empresa colocará à disposição da comissãode trabalhadores, a título permanente, as instalaçõesnecessárias para o exercício da sua actividade, nos ter-mos previstos na lei, suportando também as despesasde expediente e de economato, bem como as despesasde deslocação no exercício das suas funções, nos termosde instrução de serviço sobre deslocações em serviço.

Cláusula 13.a

Atribuições da comissão de trabalhadores

1 — As atribuições da comissão de trabalhadores sãodefinidas na lei, devendo a empresa fornecer as infor-mações de gestão e outras adequadas ao exercício dasreferidas atribuições.

2 — A comissão de trabalhadores reúne com a direc-ção uma vez por mês ou em qualquer outra altura, paratratar de assuntos urgentes, sendo lavradas as respectivasactas e assinadas pelos presentes.

Cláusula 14.a

Direito à greve

1 — É assegurado aos trabalhadores o direito de pre-parar, organizar e desencadear processos de greve, con-forme previsto na Constituição e na lei.

2 — A empresa não pode solicitar aos trabalhadoresdeclarações relativas à sua adesão à greve.

3 — A empresa pode exercer o controlo habitual, paraefeito do desconto legal na retribuição, do tempo degreve.

4 — Nenhum trabalhador que adira à greve é obri-gado a exercer o controlo referido no número anterior.

5 — As associações sindicais e os trabalhadores ficamobrigados a prestar, durante a greve, os serviços neces-sários à segurança e manutenção do equipamento einstalações.

CAPÍTULO IV

Classificação e carreira profissional

Preâmbulo

No pressuposto de que a LUSOSIDER adoptará umapolítica de modernização em função da rápida difusãodas técnicas e dos conhecimentos, face aos quais osmeios de produção se tornam quase idênticos e em queas empresas, em concorrência permanente, trabalhampara os mesmos clientes, o desempenho e sucesso daLUSOSIDER passará cada vez mais pela competência

dos seus trabalhadores, pelo domínio que tiverem dassuas profissões e pelo sentido permanente de respon-sabilidade pela actividade global da empresa, nomea-damente a garantia da qualidade dos seus produtos eserviços.

O desenvolvimento da competência profissional dostrabalhadores, permitindo-lhes o desempenho de fun-ções cada vez mais qualificadas, é também uma condiçãofundamental da competitividade e do progresso daempresa.

Neste contexto, a consideração de novos aspectos daactividade profissional, a adopção de uma lógica de com-petência e a interacção permanente entre uma formaçãoqualificante e uma organização valorizante constituirãopilares da definição de uma nova política de classificaçãoe carreiras profissionais da empresa e de consequentescritérios remuneratórios, a analisar pelas partes outor-gantes, sempre que necessário.

Cláusula 15.a

Condições de admissão

1 — Salvo nos casos expressamente previstos na leiou no clausulado deste AE, as condições mínimas deadmissão para o exercício das profissões abrangidas são:

a) Idade mínima não inferior a 16 anos;b) Escolaridade obrigatória.

2 — As habilitações referidas no número anterior nãoserão obrigatórias para os trabalhadores que à data daentrada em vigor do presente AE já exerçam a profissão.

3 — Os postos de trabalho a preencher na empresadeverão ser postos à disposição dos trabalhadores, emprincípio, de categoria profissional (hierárquica ou tec-nicamente familiar), grau ou classe imediatamente infe-riores, desde que reúnam as competências necessáriaspara o seu desempenho, podendo, em caso de igualdade,dar-se preferência aos trabalhadores com maior anti-guidade de empresa nas condições mencionadas.

4 — Antes da admissão dos trabalhadores, a empresadeve submetê-los a exame médico, a fim de verificarse o candidato tem saúde e robustez compatíveis coma actividade profissional a que se destina.

5 — Na altura da admissão, a empresa prestará aotrabalhador informações relativas ao conteúdo deste ins-trumento de regulamentação colectiva de trabalho edará ao trabalhador um documento onde conste, nomea-damente, a data de início do contrato, categoria pro-fissional, local de trabalho, período normal de trabalhodiário e semanal, valor da remuneração mensal e odireito a férias.

6 — Todo o trabalhador contratado pela empresa ficacoberto pela apólice de seguro de acidentes de trabalho,sendo também considerados na apólice os acidentes queocorrerem no itinerário do trabalhador de casa parao seu local de trabalho, ou deste para casa.

Cláusula 16.a

Contratos a termo

1 — A contratação a termo só pode ser celebradanos casos de carácter excepcional ou temporário e não

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poderá ser utilizada pela empresa, senão nos casosabaixo indicados, de modo que sejam preservadas asgarantias ligadas aos contratos sem termo, designada-mente a estabilidade ou relação contratual:

a) Substituição temporária de trabalhador;b) Acréscimo temporário ou excepcional da acti-

vidade da empresa;c) Execução de uma tarefa ocasional ou serviço

determinado precisamente definido e não dura-douro;

d) Lançamento de uma actividade de duraçãoincerta, bem como início de laboração de umsector ou estabelecimento;

e) Contratação de trabalhadores à procura de pri-meiro emprego ou de desempregados de longaduração ou noutras situações previstas em legis-lação especial de política de emprego.

2 — O prazo dos contratos de trabalho referidos nonúmero anterior será em regra de seis meses, só podendoser inferior nos casos previstos nas alíneas a) a c).

3 — Os trabalhadores contratados a termo certo têmos mesmos direitos, deveres e regalias dos trabalhadoresefectivos, com a proporcionalidade decorrente do prazodo contrato, salvo se outras mais favoráveis forem acor-dadas. Durante a vigência do contrato terão em princípiopreferência no caso de admissão em regime de contratosem termo.

4 — O contrato de trabalho a termo está sujeito aforma escrita e conterá obrigatoriamente as seguintesindicações:

a) Nome e residência dos contraentes;b) Categoria profissional e retribuição do traba-

lhador;c) Local e horário de trabalho;d) Data de início do trabalho;e) Prazo estipulado com indicação do motivo jus-

tificativo ou, no caso de contrato a termoincerto, da actividade, tarefa ou obra cuja exe-cução justifique a respectiva celebração ou onome do trabalhador substituído;

f) Data da celebração.

5 — Considera-se contrato sem termo aquele em quefalte a redução a escrito, assinatura das partes, o nomeou as referências exigidas na alínea e) do número ante-rior ou, simultaneamente, as referências exigidas nasalíneas d) e f) do mesmo número.

6 — A renovação de um contrato a termo certo sópode efectuar-se por duas vezes e a sua duração máximaserá de três anos consecutivos. A ultrapassagem desteslimites dá ao trabalhador, em qualquer dos casos, odireito de passar a efectivo, contando-se a sua antigui-dade desde o início da prestação do trabalho.

7 — Durante os primeiros quinze dias de vigência,qualquer das partes pode denunciar o contrato, semaviso prévio nem alegação de justa causa. O períodoexperimental será de 30 dias, quando o prazo do contratofor superior a 6 meses.

8 — A caducidade do contrato confere ao trabalhadoro direito a uma compensação correspondente a doisdias de remuneração base por cada mês completo deduração do contrato.

9 — A empresa dará conhecimento à comissão de tra-balhadores da celebração de contratos a termo, bemcomo da respectiva justificação.

Cláusula 17.a

Período experimental

1 — A admissão dos trabalhadores, salvo acordoescrito em contrário, obedece ao seguinte períodoexperimental:

a) 60 dias para a generalidade dos trabalhadores;b) 180 dias para os trabalhadores que exerçam car-

gos de complexidade técnica, elevado grau deresponsabilidade ou funções de confiança edirecção.

2 — Durante o período experimental, salvo acordoexpresso em contrário, qualquer das partes pode res-cindir o contrato sem aviso prévio e sem necessidadede invocação de justa causa, não havendo direito a qual-quer indemnização, sendo, em qualquer caso, garantidoo direito à retribuição correspondente ao trabalhoefectuado.

Cláusula 18.a

Conceitos gerais

Para efeitos do disposto no clausulado deste AE,entende-se por:

a) Tarefa — acção integrada numa função querequer um esforço físico ou mental com vistaa atingir um fim determinado;

b) Função — conjunto bem definido de tarefasatribuídas a um trabalhador ou, de um modosemelhante, a vários, correspondendo a um oumais postos de trabalho de idênticas carac-terísticas;

c) Profissão ou categoria profissional — define afunção ou conjunto de tarefas que o trabalhadordesempenha na empresa nos termos deste AEe de acordo com os anexos I e II;

d) Posto de trabalho — conjunto de tarefas (fun-ção) executadas por um trabalhador;

e) Classe ou grau — posicionamento do trabalha-dor dentro da sua profissão definido pela maiorou menor competência e experiência profis-sional;

f) Carreira profissional — sucessão de classes ougraus que o trabalhador percorre dentro da suaprofissão ou categoria profissional, bem comoa evolução e respectivo percurso noutras pro-fissões hierárquica ou tecnicamente familiares.

Cláusula 19.a

Classificação profissional

1 — Todo o trabalhador da empresa será classificadonuma das categorias profissionais constantes dos anexos

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I e II deste AE, na qual se indicam as funções pre-dominantes, sendo vedado à empresa atribuir-lhe outrasdiferentes das neles previstas.

2 — As categorias profissionais são distribuídas emníveis, conforme estrutura profissional do anexo III,tendo por base as exigências das funções desempenha-das, os conhecimentos teóricos e práticos necessários,o grau de autonomia das decisões e as responsabilidadesfuncionais.

3 — O grau académico não deverá sobrepor-se à com-petência profissional comprovada, à potencialidadedemonstrada, nem ao nível de responsabilidade efec-tivamente assumido.

4 — A pedido do trabalhador ou por iniciativa daempresa, pode esta conceder, para o desempenho deprofissões relativamente às quais se exige um grau aca-démico, a equivalência de condições ou a sua dispensa,com base na experiência efectiva demonstrada, salvonos casos em que a lei exige para o exercício da profissãocarteira profissional ou habilitações académicas pró-prias.

5 — Cada nível é constituído por um ou mais sub-níveis, conforme tabela salarial do anexo IV.

6 — O enquadramento dos trabalhadores em cadanível tem em conta as funções efectivamente desem-penhadas e o grau de adaptação individual ao nível decompetências definido.

Cláusula 20.a

Prestação de serviços não compreendidos no objectodo contrato de trabalho

1 — O trabalhador deve exercer uma actividade cor-respondente à categoria para que foi contratado.

2 — A empresa poderá encarregar o trabalhador,mediante o seu acordo, do desempenho de outras tarefasnão compreendidas na sua profissão, que se manterácomo actividade principal e desde que tenha qualificaçãoe capacidade para o seu desempenho, não podendo daíresultar qualquer desvalorização profissional ou a dimi-nuição da sua retribuição.

3 — No caso de às actividades acessoriamente exer-cidas corresponder retribuição mais elevada, o traba-lhador terá direito a esta e, após seis meses de exercíciodessas actividades, terá direito a reclassificação, a qualsó poderá ocorrer mediante o seu acordo.

4 — Quando aos serviços temporariamente desempe-nhados, nos termos do n.o 2, corresponder um trata-mento mais favorável, o trabalhador terá direito a essetratamento.

No que respeita ao acréscimo de remuneração queporventura exista, será o mesmo igual à diferença entrea remuneração mensal do trabalhador e a remuneraçãoque receberia se lhe fosse atribuída a categoria pro-fissional, grau ou classe dos serviços temporariamentedesempenhados.

5 — Os trabalhadores que prestem serviço em ins-talações fabris, em postos predominantemente de pro-

dução, deverão colaborar nas tarefas auxiliares de con-servação e manutenção geral dos postos de trabalhoe de outros directamente a ele adstritos, nos casos deparagem total ou parcial da respectiva instalação.

6 — Quando o trabalhador, com regularidade, exerçafunções inerentes a diversas categorias profissionais,receberá a retribuição mais elevada.

Cláusula 21.a

Carreira profissional

1 — Constitui carreira profissional do trabalhador:

a) Promoção — passagem à classe ou grau supe-rior dentro da mesma categoria ou profissãoou a mudança para outra categoria a que cor-responda retribuição mais elevada ou integreníveis de remuneração mais favoráveis;

b) Progressão — evolução para o(s) subnível(eis)dentro de cada nível;

no respeito pelo princípio constitucional de para tra-balho igual salário igual.

2 — As carreiras profissionais desenvolvem-se deacordo com uma lógica de competência que:

a) Conduz:

A ter em conta os conhecimentos e a expe-riência profissional global dos trabalhado-res e sua adequação às qualificações reque-ridas para as funções efectivamente exer-cidas;

A criar as condições necessárias para que ostrabalhadores possam aplicar as suas com-petências;

A retirar as consequências devidas, no quese refere à classificação, remuneração ecarreira profissional;

b) Implica:

Que os trabalhadores procurem o desenvol-vimento dos seus conhecimentos e com-petências, designadamente a adaptação àsevoluções tecnológicas e organizativasasseguradas através de acções de formaçãoprofissional ou outras, tendo como reflexoa sua evolução na carreira profissional;

Que a empresa adapte a sua organização comesse objectivo;

c) Impõe que a empresa implemente uma práticade relações laborais e meios técnicos para:

Apoiar e validar o desenvolvimento das com-petências individuais;

Garantir um quadro organizativo que permitaa aquisição e a utilização das competências;

Incentivar os trabalhadores a assumir odesenvolvimento das suas carreiras pro-fissionais;

participando activamente nas acções de for-mação que lhes forem propostas, destinadasa valorizar a sua qualificação e carreirasprofissionais.

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3 — Sem prejuízo dos critérios específicos referidosnos números seguintes desta cláusula, as promoções dostrabalhadores dentro da mesma categoria profissionalou as progressões para o subnível verificam-se sob pro-posta da hierarquia, tendo em conta o desenvolvimentodas suas competências e experiência profissional e suaadaptação a um grau de responsabilidade e exigênciasfuncionais relativamente superiores.

4 — Os trabalhadores cujas categorias profissionaisestejam enquadradas nos níveis 2 a 4, que permaneçamno exercício das suas funções no máximo dois ou trêsanos, respectivamente, na 3.a ou 2.a classe da sua cate-goria, serão promovidos de imediato à classe seguinte,salvo se a empresa até cinco dias antes da data emque completem aqueles prazos comprovar fundamen-tadamente por escrito a inaptidão profissional do tra-balhador para o acesso à classe e nível seguintes.

5 — Aos trabalhadores interessados, a contar da dataem que completem dois ou três anos de permanênciana classe, conforme os casos, assiste o direito de recla-mação, perante a chefia, podendo requerer exame téc-nico-profissional a efectuar no seu posto de trabalho,que será efectuado por um júri composto de dois ele-mentos, um em representação da empresa e outro emrepresentação do trabalhador.

6 — Se as conclusões do júri forem favoráveis ao tra-balhador, os efeitos da promoção reportar-se-ão à dataem que se perfizerem os dois ou três anos de perma-nência nas classes referidas no n.o 4.

7 — Se as conclusões do júri não forem favoráveisao trabalhador, este permanecerá até um ano na classeem que se encontrava, aplicando-se ao fim desse períodoo disposto no n.o 4.

8 — Os trabalhadores de 1.a classe que, pelos seusconhecimentos técnicos, aptidão e experiência profis-sional, desempenhem predominantemente as funçõesmais complexas da sua profissão evoluem para principal.

Idêntico critério é aplicável ao operador siderúrgicoprincipal para a sua evolução ao nível mais elevado daprofissão.

9 — Para as categorias sem classes posicionadas nosníveis 1 a 5 ou para aquelas cuja 1.a classe se situanos mesmos níveis, a progressão para o subnível pro-cessa-se ao fim de 18 meses de exercício efectivo defunções.

10 — A 3.a classe das categorias de técnicos dosníveis 5 e 7 destina-se à admissão do exterior ou a pro-moção. Nos casos de promoção, a permanência naquelaclasse não poderá ser superior a um ano. Caso o pro-fissional já se encontre naquele nível salarial, ser-lhe-áatribuída a 2.a classe.

11 — Os graus I-A (bacharéis) e I dos técnicos supe-riores consideram-se como base de formação para téc-nicos recém-formados e sem experiência anterior,devendo a primeira evolução ao grau seguinte verifi-car-se após o prazo de um ano.

12 — Os graus I e II correspondem ao desempenhode funções com autonomia limitada pela supervisãodirecta de técnico de nível superior.

Não exercem responsabilidades hierárquicas perma-nentes, mas podem coordenar e orientar funcionalmenteoutros profissionais.

13 — A evolução dos técnicos superiores nos grausseguintes corresponderá ou a uma especialização pro-gressivamente mais avançada ou a um alargamento detipo horizontal caracterizado por uma maior intervençãona gestão empresarial e usualmente acompanhado poruma componente hierárquica.

Qualquer que seja o tipo de evolução, considera-seque a progressiva aquisição de conhecimentos e expe-riência se traduzirá normalmente, salvaguardada a efec-tiva capacidade pessoal, em maior competência profis-sional, conduzindo a uma maior valorização dos serviçosprestados e responsabilidades assumidas.

CAPÍTULO V

Prestação de trabalho

Cláusula 22.a

Regulamentação de trabalho

Dentro dos limites decorrentes do contrato de tra-balho e dos condicionalismos fixados na lei e neste AE,compete à empresa regulamentar os termos em que deveser prestado o trabalho.

Cláusula 23.a

Definições

1 — Entende-se por horário de trabalho a determi-nação das horas de início e de termo do período detrabalho diário normal, bem como dos intervalos de des-canso diários.

Por período normal de trabalho diário entende-se,por sua vez, o número de horas de trabalho que o tra-balhador está obrigado a prestar no seu horário.

2 — O horário de trabalho poderá ser normal, flexívele de turnos.

3 — Entende-se por horário normal aquele cujashoras de início e termo bem como a duração do intervalopara refeição ou descanso são fixos.

4 — Entende-se por horário flexível aquele em queas horas de início e termo dos períodos de trabalhoe de descanso podem ser móveis, havendo, porém, perío-dos de trabalho fixos obrigatórios.

5 — Entende-se por horário de turnos aquele em queexistem, para o mesmo posto, dois ou mais horáriosde trabalho que se sucedem, sem sobreposição que nãoseja a estritamente necessária para assegurar a conti-nuidade do trabalho, e em que os trabalhadores mudamperiódica e regularmente de um horário de trabalhopara o subsequente, de harmonia com uma escalapreestabelecida.

6 — Sem prejuízo do legalmente consignado, os perío-dos de suspensão do contrato de trabalho por impe-dimento prolongado, bem como as faltas injustificadas,não contam como serviço efectivo.

7 — O regime de isenção de horário de trabalhosubordina-se ao legalmente consignado.

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Cláusula 24.a

Período normal de trabalho

1 — O período semanal normal de trabalho naempresa é de quarenta horas, para todos os trabalha-dores, sendo distribuídas de segunda-feira a sexta-feira,para o regime de horário normal.

2 — O período de trabalho diário tem a duraçãomáxima de oito horas, salvo nos casos de regime dehorário flexível.

Cláusula 25.a

Intervalo de descanso

1 — Sem prejuízo do regime especial de trabalho porturnos, o período normal de trabalho diário deverá serinterrompido por um intervalo de duração não inferiora uma hora, nem superior a duas, de modo que os tra-balhadores não prestem mais de cinco horas de trabalhoconsecutivo.

2 — O período de intervalo de descanso diário poderáser diverso, se tal for acordado com os trabalhadoresinteressados ou decorrer de horário em vigor.

3 — No regime de turnos haverá obrigatoriamenteum intervalo de trinta minutos para refeição, o qualserá contado para todos os efeitos como tempo de tra-balho. Se o trabalhador tiver de permanecer ininter-ruptamente no seu posto de trabalho, receberá um com-plemento de remuneração igual ao valor de meia horade trabalho suplementar.

Cláusula 26.a

Elaboração de horários

1 — Compete à empresa a elaboração dos horáriosde trabalho, depois de ouvidas as estruturas represen-tativas dos trabalhadores.

2 — Considera-se nocturno o trabalho prestado noperíodo que decorre entre as 20 horas de um dia eas 7 horas do dia seguinte.

3 — O intervalo mínimo entre jornadas de trabalhonormal é de doze horas.

Cláusula 27.a

Controlo de presenças

1 — É obrigatória, em princípio, para todos os tra-balhadores a marcação de ponto no início e no termode cada um dos períodos de trabalho diário.

2 — O controlo do cumprimento do horário de tra-balho deverá ser uniforme para todos os trabalhadorese, em regra, por intermédio do relógio de ponto.

3 — Ao trabalhador que, por esquecimento, não mar-que o ponto de controlo à entrada ou saída não seráfeito desconto na sua remuneração desde que comprovedevidamente a sua presença no trabalho às horas nor-mais nas quarenta e oito horas úteis seguintes à noti-ficação do órgão de pessoal, salvo caso de força maior.

Cláusula 28.a

Trabalho suplementar — Definição e condições

1 — Considera-se trabalho suplementar todo aqueleque é prestado fora do horário de trabalho.

2 — Compete à empresa a eliminação progressiva dorecurso ao trabalho suplementar.

3 — O trabalho suplementar só poderá ser prestadopara fazer face a acréscimos de trabalho não previsíveis,não podendo ser ultrapassados os limites de duas horasdiárias e duzentas horas anuais por trabalhador, ou naiminência de prejuízos graves ou desde que se verifiquemcasos de força maior devidamente justificados.

4 — Quando o trabalhador tiver prestado trabalhosuplementar na sequência do seu período normal detrabalho, não deverá entrar novamente ao serviço semque tenham decorrido pelo menos onze horas.

5 — O trabalho suplementar na sequência do períodonormal de trabalho efectuado por trabalhadores emregime de horário normal e terminado a partir das2 horas e 30 minutos dá direito a não trabalhar nessedia.

6 — O trabalhador pode ser dispensado de prestartrabalho suplementar quando, havendo motivos aten-díveis, expressamente o solicite.

Cláusula 29.a

Trabalho por turnos

1 — Sempre que o período normal de laboração ultra-passe os limites máximos do período normal de trabalho,deverão ser organizados horários de trabalho por turnosde pessoal diferente.

2 — A empresa, fundamentadamente, apresentará àcomissão de trabalhadores e aos delegados sindicais,que deverão emitir parecer que será tido em atenção,projecto de horário em regime de turno e sua neces-sidade.

3 — A empresa obriga-se a afixar, em Janeiro de cadaano, a escala anual de turnos.

4 — Nenhum trabalhador pode ser obrigado a prestartrabalho em regime de turnos sem ter dado o seu acordopor escrito, com excepção daqueles que já o venhamprestando.

5 — Os trabalhadores que, embora tenham dado oseu acordo ao trabalho em regime de turnos, perma-neçam três anos seguidos sem trabalhar nesse regime,só poderão ser passados de novo para regime de turnosmediante o seu acordo.

6 — Os turnos deverão, na medida do possível, serorganizados de acordo com os interesses e as prefe-rências manifestadas pelos trabalhadores.

7 — Os horários de turnos a praticar na empresa deve-rão corresponder aos regimes abaixo discriminados,

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podendo excepcionalmente ser aplicados outros, desdeque em conformidade com o disposto na lei e nesteAE:

a) Horário de três turnos com folga rotativa, tendoem cada quatro semanas uma folga coincidentecom o sábado e o domingo;

b) Horário de três turnos com folga, alternandoo sábado e domingo com o domingo e segun-da-feira;

c) Horário de dois turnos com folga rotativa, umdos quais será parcialmente nocturno;

d) Horário de dois turnos, um dos quais será par-cialmente nocturno, e em que um dos dias defolga é sempre o domingo.

8 — No horário de trabalho em regime de turnos cadatrabalhador ficará adstrito a uma letra do respectivohorário.

9 — A empresa poderá mudar temporariamente qual-quer trabalhador integrado no regime de turnos, dehorário ou de letra desde que este dê o seu acordo.Todavia, em casos excepcionais e devidamente justifi-cados que afectem a laboração da empresa, esta poderámudar o trabalhador, desde que este não apresentecomo justificação de não concordância motivos gravesque perturbem a sua vida pessoal ou familiar.

10 — Os trabalhadores só poderão ser mudados tem-porariamente de horário ou de letra a que estão adstritosapós o período de descanso semanal, salvo nos casosde substituição por ausência em que tal não seja possível.

11 — Os trabalhadores mudados nas situações dosn.os 9 e 10 têm direito a um acréscimo de 25% sobrea sua remuneração base, enquanto permanecerem forado seu horário ou letra até à próxima folga, salvo sea mudança se verificar após o gozo de folga.

Têm ainda direito a um número de folgas não gozadasproporcional às que teriam no ciclo horário a que esta-vam adstritos antes da mudança e a uma folga longano máximo de quatro em quatro semanas.

12 — Quando a empresa necessitar de passar um tra-balhador de horário normal para o horário de turnos,só o poderá fazer após ter sido gozada a folga do fim--de-semana e sem que seja afectado o número de horasdessa folga.

13 — Com o conhecimento e assentimento prévio daempresa, são permitidas as trocas de turno entre os tra-balhadores, não podendo em qualquer caso trabalharem dois turnos consecutivos.

Consideram-se compreendidas no período normal detrabalho as horas suplementares que um trabalhador,no seu interesse e a seu pedido, prestar.

Integram-se neste número as mudanças de letra queresultem do interesse do trabalhador.

14 — O trabalhador não poderá ser obrigado a prestarserviço em dois turnos sem que entre eles haja um inter-valo mínimo de doze horas, sem prejuízo da retribuiçãodevida, e sem que a redução do período de trabalhoque isto implica prejudique a retribuição.

15 — Desde que não existam meios de transportepúblico colectivos, a empresa obriga-se a assegurar ea pagar o transporte de e para a residência dos tra-balhadores em regime de turnos que prestem trabalhosuplementar no período compreendido entre as 20 eas 8 horas.

16 — Para efeitos deste acordo, considera-se:

1.o turno — o compreendido entre as 0 e as 8 horas;2.o turno — o compreendido entre as 8 e as

16 horas;3.o turno — o compreendido entre as 16 e as

24 horas.

17 — A empresa deverá, dentro das suas possibili-dades organizacionais, transferir para horário normalos trabalhadores com limitações físicas resultantes deacidentes de trabalho, doença profissional ou doençanatural que os impeçam, de forma comprovada pelosserviços médicos, de trabalhar em regime de turnos.

18 — A empresa terá em atenção a possibilidade dereconversão para funções indispensáveis de horário nor-mal os trabalhadores em regime de turnos que tenhamcompetência para o seu desempenho, sendo prioritáriasas situações dos trabalhadores com 50 ou mais anose uma antiguidade em regime de turnos superior a15 anos.

Cláusula 30.a

Regime de turnos — Conceitos gerais

Em regime de turnos, entende-se por:

a) Período normal de trabalho — o número dehoras de trabalho que em cada ciclo de horáriocabe em média a uma semana;

b) Ciclo de horário — o conjunto de rotações doinício do período diário de trabalho, duranteo qual os parâmetros definidores do horário nãose repetem;

c) Período de descanso semanal — o dia ou diasque, no respectivo horário de trabalho, sejamreservados a folgas ou descanso e que se contadesde as 24 horas do último dia de uma semanade trabalho até às 0 horas do 1.o dia de trabalhoda semana seguinte;

d) Semana de trabalho — o período compreendidoentre dois períodos de descanso semanal;

e) Período intercalar de descanso — o intervaloentre dois períodos normais de trabalho con-secutivos;

f) Dia útil — o dia que no respectivo horário éreservado à prestação de um período normalde trabalho, sem prejuízo do referido nacláusula 36.a

Cláusula 31.a

Trabalhador-estudante

1 — Entende-se por trabalhador-estudante aqueleque frequente qualquer grau do ensino oficial ouequivalente.

2 — Os cursos ou estágios não abrangidos pelo n.o 1serão submetidos à consideração da empresa.

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3 — A empresa, nos termos da lei, concederá o esta-tuto de trabalhador-estudante aos trabalhadores que osolicitem.

4 — O trabalhador-estudante que, ao serviço daempresa, complete o seu curso será preferencialmentecolocado em postos de trabalho compatíveis a preenchere as suas novas competências serão factor de avaliaçãopositiva na definição do seu percurso profissional.

Cláusula 32.a

Regime de prevenção

1 — O serviço de prevenção destina-se a acorrer àssituações imprevisíveis e de avarias, em casos de mani-festa urgência, devendo o pessoal devidamente espe-cializado estar localizado e à disposição da empresa,na residência ou imediações, fora do período normalde trabalho.

2 — A entrada de trabalhadores para o regime deprevenção é feita mediante o seu prévio acordo.

3 — Durante os períodos de prevenção, o pessoalobriga-se a satisfazer a eventual convocação, compa-recendo na fábrica, com a máxima prontidão, de acordocom os meios de transporte utilizados, para a execuçãodos trabalhos urgentes que justifiquem essas chamadas.

4 — Os trabalhadores em regime de prevenção têmdireito, independentemente de serem chamados àfábrica para a prestação de serviços urgentes, a um pré-mio de 8,1% do salário médio geral da empresa, porcada período de prevenção.

Quando não complete o período referido por factoimputável ao trabalhador o prémio será proporcionalao tempo em que se encontrou nessa situação.

5 — Quando, por razões graves de carácter pessoalou familiar, o trabalhador solicite dispensa do regimede prevenção, a empresa só poderá recusar desde quea concessão da dispensa implique prejuízos graves paraa laboração.

6 — O período de prevenção é semanal, compreen-dido entre as 0 horas da segunda-feira e as 24 horasde domingo, não podendo o trabalhador cumprir doisperíodos seguidos.

7 — Quando dois trabalhadores pretendam trocarentre si qualquer período de prevenção, devem comu-nicá-lo previamente à empresa.

8 — Os trabalhadores em regime de prevenção têmdireito, no caso de não existirem meios de transportepúblicos colectivos disponíveis, a transporte para des-locações do local em que se encontrem até ao localde trabalho e regresso ao primeiro ou à sua residência.

9 — O trabalhador em regime de prevenção só podeiniciar o seu período normal de trabalho onze horasdepois de terminada a sua intervenção, sem que a redu-ção do período normal de trabalho implique diminuiçãoda retribuição.

10 — Aos trabalhadores que se mantenham duranteuma semana, incluindo os dias de descanso semanal,

em regime de prevenção, é concedido um dia de folga,a gozar em qualquer dia da semana seguinte, indepen-dentemente de terem ou não trabalhado nos referidosdias de descanso semanal.

11 — A empresa compromete-se, durante a vigênciado AE, a estudar os meios necessários que levem àeliminação do serviço de prevenção.

CAPÍTULO VI

Regimes especiais de trabalho

Cláusula 33.a

Princípios gerais

1 — As mulheres e os menores podem exercer qual-quer profissão, sem prejuízo dos limites estabelecidosneste AE ou na lei.

2 — A empresa deve proporcionar às mulheres emenores condições de trabalho adequadas às suas apti-dões físicas.

3 — Em identidade de tarefas e qualificação, nãodeverá existir diferenciação entre mulheres e homens.

Cláusula 34.a

Direitos das mulheres trabalhadoras

1 — Além das disposições legais sobre condições dehigiene e segurança e trabalho nocturno, são assegu-rados às mulheres trabalhadoras, nomeadamente, osseguintes direitos, no âmbito da protecção da mater-nidade:

a) Não desempenhar durante a gravidez e até finaldo período de amamentação tarefas clinica-mente desaconselhadas para o seu estado;

b) Licença de maternidade durante 98 dias con-secutivos, dos quais 60 são obrigatórios e ime-diatamente gozados após o parto;

c) Em caso de situação de risco clínico que impo-nha o internamento hospitalar, o período delicença anterior ao parto poderá ser acrescidode um período até 30 dias, sem prejuízo dodireito aos 60 dias de licença a seguir ao parto;

d) Interromper a licença no período a seguir aoparto, em caso de hospitalização da mãe ou dacriança, até à data em que cesse o internamentoe de a retomar a partir de então até final doperíodo;

e) Licença por período até 30 dias, no caso deaborto ou de parto de nado-morto, de acordocom prescrição médica;

f) No período de gravidez, dispensa de trabalhopelo tempo necessário para consultas pré-natais;

g) Para a alimentação dos filhos, dispensa do tra-balho diário pelo total de duas horas, repartidopor um máximo de dois períodos, durante osprimeiros 12 meses após o parto. Se a mulhertrabalhadora o desejar poderá utilizar esteperíodo no início ou antes do final do seuperíodo normal de trabalho.

2 — As licenças e dispensas previstas no n.o 1 nãodeterminam perda de quaisquer direitos, sendo consi-

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deradas, para todos os efeitos, como prestação efectivade trabalho. No caso das alíneas b), c), d) e e) aplica-seo disposto na cláusula 92.a

3 — As trabalhadoras deverão justificar os factos quedeterminam a aplicação do disposto nas alíneas a) af) do n.o 1, no prazo máximo de cinco dias após deleterem tido conhecimento. No caso da alínea g), a tra-balhadora deverá informar a empresa, com a antece-dência de 10 dias.

4 — As trabalhadoras que se encontrem em estadode gravidez e até um ano após o parto poderão rescindiro contrato de trabalho por decisão unilateral sem neces-sidade do cumprimento dos prazos previstos para o avisoprévio.

5 — São vedados às mulheres os trabalhos que exijama utilização e manipulação frequentes e regulares desubstâncias tóxicas e corrosivas ou outras limitações detrabalho análogas previstas na lei, salvo quando se tratede pessoal especializado em trabalho de síntese e análiselaboratorial.

Cláusula 35.a

Trabalho de menores — Princípios gerais

1 — A empresa deve proporcionar aos menores quese encontrem ao seu serviço condições de trabalho ade-quadas à sua idade, prevenindo, de modo especial, quais-quer danos ao seu desenvolvimento físico, espiritual emoral.

2 — Deverá igualmente a empresa, na medida dassuas possibilidades, exercer sobre os trabalhadoresmenores uma acção constante de educação e de for-mação profissional, bem como colaborar na acção que,nos mesmos sentidos, o Estado desenvolver através dosserviços próprios em conjunção com as empresas.

CAPÍTULO VII

Suspensão da prestação de trabalho

Cláusula 36.a

Descanso semanal

1 — Para os trabalhadores em regime de horário nor-mal e flexível, os dias de descanso semanal são o sábadoe o domingo.

2 — Para os trabalhadores em regime de turnos, osdias de descanso semanal são os que por escala lhescompetirem.

Cláusula 37.a

Feriados

1 — São considerados feriados obrigatórios:

1 de Janeiro;Sexta-Feira Santa;25 de Abril;1 de Maio;Corpo de Deus (festa móvel);10 de Junho;15 de Agosto;5 de Outubro;

1 de Novembro;1 de Dezembro;8 de Dezembro;25 de Dezembro.

Além dos previstos no parágrafo anterior, serão con-cedidos pela empresa os seguintes feriados:

Feriado municipal do Seixal;Terça-feira de Carnaval.

2 — O dia 24 de Dezembro é considerado tolerânciade ponto para todos os trabalhadores. Por proposta daempresa, este dia poderá ser observado no dia 26 deDezembro ou no dia 2 de Janeiro, mediante parecerfavorável da comissão de trabalhadores.

3 — A empresa obriga-se a reduzir a laboração nosdias feriados, nomeadamente nos seguintes dias:

1 de Maio;25 de Dezembro.

4 — O trabalho prestado em domingo de Páscoa seráremunerado em termos equivalentes a dia feriado, redu-zindo-se a laboração ao mínimo possível.

Cláusula 38.a

Direito a férias

1 — O direito a férias reporta-se ao trabalho prestadono ano civil anterior e vence-se no dia 1 de Janeiroimediato, salvo no ano de admissão, de acordo como seguinte:

a) Quando o início da prestação do trabalho ocorrano 1.o semestre, o direito a férias só se adquireapós um período de 60 dias de trabalho efectivo,com a duração prevista no n.o 2 da cláusula 39.a;

b) Quando o início da prestação de trabalho ocorrano 2.o semestre do ano, o direito a férias sóse vence após o decurso de seis meses completosde serviço efectivo.

2 — O direito a férias deve efectivar-se de modo apossibilitar a recuperação física e psíquica dos traba-lhadores e assegurar-lhes condições mínimas de dispo-nibilidade pessoal, de integração na vida familiar e departicipação social e cultural.

3 — O direito a férias é irrenunciável e o seu gozoefectivo não pode ser substituído, fora dos casos expres-samente previstos na lei, por qualquer compensação eco-nómica ou outra, ainda que com o acordo do tra-balhador.

4 — Os trabalhadores contratados a termo, cuja dura-ção, inicial ou renovada, não atinja um ano, têm direitoa um período de férias equivalente a dois dias úteispor cada mês completo de serviço.

5 — O período de férias resultante da aplicação don.o 4 conta-se para todos os efeitos como tempo deserviço, nomeadamente para o de passagem a traba-lhador permanente.

6 — Para efeitos do n.o 4, na determinação do mêscompleto de serviço devem contar-se todos os dias segui-dos ou interpolados em que foi prestado o trabalho.

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Cláusula 39.a

Duração das férias

1 — Os trabalhadores têm direito, em cada ano, agozar 22 dias úteis de férias.

2 — Quando o início de prestação do trabalho ocorrerno 1.o semestre do ano civil, o trabalhador tem direitoa um período de férias correspondente a dois dias úteispor cada mês completo de trabalho nesse ano.

3 — As férias podem ser gozadas seguidas ou inter-poladamente em dois períodos, salvo se houver acordoentre o trabalhador e a empresa para gozar em maisde dois, e desde que salvaguardado, no mínimo, umperíodo de 10 dias úteis consecutivos.

4 — Para efeitos de férias, a contagem dos dias úteiscompreende os dias da semana de segunda-feira a sex-ta-feira, com a exclusão dos feriados, não sendo comotal considerados o sábado e o domingo.

5 — De acordo com as necessidades de programação,a empresa pode suspender a laboração das instalaçõesfabris, total ou parcialmente, nos seguintes termos:

a) Durante pelo menos 15 dias consecutivos, entreo período de 1 de Maio e 31 de Outubro;

b) Por período inferior a 15 dias consecutivos oufora do período entre 1 de Maio e 31 de Outu-bro, mediante parecer favorável das estruturasrepresentativas dos trabalhadores.

Cláusula 40.a

Interrupção das férias

1 — Se, depois de marcado o período de férias, exi-gências imperiosas de funcionamento da empresa deter-minarem o adiamento ou a interrupção das férias jáiniciadas, o trabalhador tem direito a ser indemnizadopela empresa dos prejuízos que comprovadamente hajasofrido, na pressuposição de que gozaria integralmenteas férias na época fixada.

2 — A interrupção das férias não poderá prejudicaro gozo seguido de metade do período a que o traba-lhador tenha direito.

3 — Haverá lugar a alteração do período de fériassempre que o trabalhador, na data prevista para o seuinício, esteja temporariamente impedido por facto quenão lhe seja imputável, cabendo à empresa, na faltade acordo, a nova marcação do período de férias, semsujeição ao disposto no n.o 2 da cláusula 42.a

Cláusula 41.a

Acumulação de férias

1 — As férias devem ser gozadas no decurso do anocivil em que se vencem, não sendo permitido acumularno mesmo ano férias de dois ou mais anos.

2 — Não se aplica o disposto no número anterior,podendo as férias ser gozadas no 1.o trimestre do anocivil imediato, em acumulação ou não com as fériasvencidas neste, quando a aplicação da regra aí esta-

belecida causar grave prejuízo à empresa ou ao tra-balhador, e desde que, no primeiro caso, o trabalhadordê o seu acordo.

3 — Terão direito a acumular férias de dois anos:

a) Os trabalhadores naturais dos Açores e daMadeira, quando aí pretendam gozá-las;

b) Os trabalhadores que pretendam gozar as fériascom parentes ou afins até ao 1.o grau da linharecta ou 2.o grau da linha colateral residentesno estrangeiro.

4 — Os trabalhadores poderão ainda acumular nomesmo ano metade do período de férias vencido noano anterior com o desse ano, mediante acordo coma empresa.

Cláusula 42.a

Marcação de férias

1 — A marcação do período de férias deve ser feitapor mútuo acordo entre a empresa e o trabalhador.

2 — Na falta de acordo, caberá à empresa a elabo-ração do mapa de férias, ouvindo a comissão de tra-balhadores e delegados sindicais, só podendo, nestecaso, marcar o período de férias entre 1 de Maio e31 de Outubro.

3 — A empresa é obrigada a estabelecer, até 15 deAbril de cada ano, o plano de férias anual.

4 — Aos trabalhadores que, pertencendo ao mesmoagregado familiar, se encontrem ao serviço da empresadeverá ser concedida a faculdade de gozar as fériassimultaneamente.

Cláusula 43.a

Exercício de outra actividade durante férias

1 — É vedado ao trabalhador o exercício de qualqueroutra actividade remunerada, salvo se já a viesse lici-tamente exercendo cumulativamente.

2 — A violação do disposto no número antecedente,sem prejuízo da responsabilidade disciplinar, dá àempresa o direito de reaver o subsídio de férias.

Cláusula 44.a

Violação do gozo de férias

No caso de a empresa não cumprir a obrigação deconceder férias nos termos previstos neste acórdão, otrabalhador receberá, a título de indemnização, o triploda retribuição correspondente ao período em falta, quedeverá ser obrigatoriamente gozado até ao termo do1.o trimestre do ano civil seguinte.

Cláusula 45.a

Doença no período de férias

1 — Se o trabalhador adoecer durante as férias, serãoas mesmas interrompidas desde que a empresa seja dofacto informada, prosseguindo o respectivo gozo apóso termo da situação de doença, nos termos em queas partes acordarem ou, na falta de acordo, logo apósa alta.

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2 — No caso previsto no número anterior, os diasde férias que excedam o número de dias contados entreo momento de apresentação do trabalhador, após ces-sação da doença, e o termo do ano civil em que estese verifique serão gozados no 1.o trimestre do anoimediato.

3 — A prova da situação de doença prevista no n.o 1poderá ser feita por estabelecimento hospitalar, médicoda segurança social ou por atestado médico, sem pre-juízo, neste último caso, do direito de fiscalização e con-trolo por médico indicado pela empresa.

4 — Aplicam-se os números anteriores, com as adap-tações decorrentes da lei e do AE, nas situações delicença por maternidade, paternidade ou adopção.

Cláusula 46.a

Efeitos da cessação do contrato de trabalho

1 — Cessando o contrato de trabalho, a empresapagará ao trabalhador, além das férias e subsídios ven-cidos, se ainda as não tiver gozado, a parte proporcionaldas férias e do subsídio relativos ao ano de cessação.

2 — O período de férias a que se refere o númeroanterior, embora não gozado, conta-se sempre para efei-tos de antiguidade.

Cláusula 47.a

Efeitos das faltas no direito a férias

As faltas justificadas ou injustificadas não têm qual-quer efeito sobre o direito a férias do trabalhador, salvonos casos em que as faltas determinem perda de retri-buição, podendo esta ser substituída, se o trabalhadorexpressamente assim o preferir, por perda de dias deférias no ano seguinte ao das faltas, na proporção deum dia de férias por cada dia de falta, até ao limitede um terço do período de férias a que o trabalhadortiver direito.

Cláusula 48.a

Efeitos da suspensão do contrato de trabalhopor impedimento prolongado nas férias

1 — No ano da suspensão do contrato de trabalhopor impedimento prolongado respeitante ao trabalha-dor, se se verificar a impossibilidade total ou parcialdo gozo do direito a férias já vencido, o trabalhadorterá direito à retribuição correspondente ao período deférias não gozado e respectivo subsídio.

2 — No ano da cessação do impedimento prolongado,o trabalhador terá direito, após a prestação de três mesesde serviço efectivo, ao período de férias e respectivosubsídio que teria vencido em 1 de Janeiro desse ano,se tivesse estado ininterruptamente ao serviço.

3 — No caso de sobrevir o termo do ano civil antesde decorrido o prazo referido no número anterior oude gozado o direito a férias, pode o trabalhador usu-fruí-lo até 30 de Abril do ano civil subsequente.

Cláusula 49.a

Faltas — Noção

1 — Por falta entende-se a ausência do trabalhadordurante o período normal de trabalho diário a que estáobrigado.

2 — No caso de ausência do trabalhador por períodosinferiores a um período normal de trabalho durante omesmo ano civil, os respectivos tempos serão adicio-nados para determinação dos períodos normais de tra-balho diário em falta.

3 — Quando se pratique o horário flexível, no casode falta, o trabalhador poderá optar entre o períodofixo e o período normal de trabalho.

Cláusula 50.a

Faltas por atraso

1 — Os atrasos devem ser sempre justificados em rec-tificação de ponto, perante o superior hierárquico.

2 — No caso de atraso justificado, o trabalhador temdireito a iniciar o trabalho, sendo o tempo de atrasoconsiderado como falta justificada, podendo não serremunerada.

3 — Se o atraso injustificado não for superior a trintaminutos, o trabalhador pode iniciar o trabalho, sendoo tempo de falta injustificada somado, para efeito dederterminação de dias de faltas injustificadas.

4 — No caso de a apresentação do trabalhador paraprestação de trabalho se verificar com atraso injusti-ficado superior a trinta minutos, a empresa poderá recu-sar a aceitação da prestação de trabalho durante metadedo período normal, considerando essa parte como faltainjustificada.

5 — São irrelevantes os atrasos justificados até quinzeminutos, seis vezes por mês.

Cláusula 51.a

Desconto das horas de falta

As horas de falta não remuneradas serão descontadasna base da fórmula seguinte:

Remuneração base210

Cláusula 52.a

Tipos de faltas — Princípios gerais

1 — As faltas podem ser justificadas ou injustificadas.

2 — São consideradas faltas justificadas:

a) As dadas por altura do casamento, até 11 diasconsecutivos, excluindo os dias de descansointercorrentes;

b) As motivadas por falecimento do cônjuge dotrabalhador não separado de pessoas e bens,seus filhos, pais, sogros, genros ou noras, padras-

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tos, madrastas e enteados, ou de pessoa queviva em comunhão de vida e habitação com otrabalhador, até cinco dias consecutivos;

c) As motivadas por falecimento de avós, bisavóse graus seguintes, netos, bisnetos e graus seguin-tes e afins nos mesmos graus ou irmãos e cunha-dos, até dois dias consecutivos;

d) As motivadas pela prática de actos necessáriose inadiáveis no exercício de funções em asso-ciações sindicais ou instituições da segurançasocial, e na qualidade de delegado sindical oude membro da comissão de trabalhadores, oude representante dos trabalhadores na comissãode segurança higiene e saúde no trabalho;

e) As que decorrem do estatuto de trabalhador--estudante;

f) As motivadas por impossibilidade de prestar tra-balho devido a doença ou acidente ou as decor-rentes de licença por maternidade, paternidadeou adopção, nos termos da lei;

g) As dadas pelo tempo indispensável à marcação,comparência a consultas médicas, tratamentosou a exames necessários, nomeadamente meioscomplementares de diagnóstico, no âmbito damedicina do trabalho ou outras devidamentejustificadas;

h) As motivadas por impossibilidade de prestar tra-balho devido a factos que não sejam imputáveisao trabalhador, nomeadamente cataclismos,inundações, tempestades ou situações seme-lhantes e de atrasos de transportes;

i) As motivadas pelo dever de cumprimento deobrigações legais;

j) As motivadas pela necessidade de prestar assis-tência inadiável a membros do seu agregadofamiliar ou dos parentes e afins na linha recta,se neste caso não existir outra pessoa do agre-gado familiar disponível e capaz de prestar aassistência, em caso de doença, acidente ououtros casos de força maior num máximo de30 dias em cada ano civil.

Em caso de hospitalização de filho menor de10 anos, a duração da falta pode estender-seao período em que aquela durar;

l) As motivadas por doação de sangue, não com-pensada monetariamente, e efectuada de urgên-cia, quando o trabalhador se encontre inscritoem qualquer estabelecimento hospitalar ou,quando não inscrito, a doação se faça em bene-fício de familiares ou outras pessoas, durantedois dias consecutivos, contando-se o da doação;

m) Durante o dia da doação de sangue não com-pensada monetariamente, quando esta nãorevista carácter de urgência, devendo ser pro-gramada com a empresa;

n) O pai pode faltar até dois dias úteis, seguidosou interpolados, nos 15 dias subsequentes aonascimento de filhos;

o) As prévia ou as posteriormente autorizadas pelaempresa;

p) As dadas por trabalhadores que sejam bombei-ros voluntários, pelo tempo necessário paraacorrer a sinistros ou acidentes, ou por virtudede serviço no respectivo quartel, desde que,nesta segunda hipótese, a empresa, caso a caso,previamente as considere justificadas;

q) As faltas originadas por detenção preventiva,mas só desde que o trabalhador não venha aser condenado através de decisão judicial tran-sitada em julgado.

3 — Nos casos em que o trabalhador tem direito afaltar ao serviço por motivo de falecimento de familiares,as faltas serão dadas a partir do dia em que aqueletiver conhecimento do óbito, desde que esse conheci-mento não tenha lugar além de cinco dias após o evento,caso em que tal direito caducará.

4 — Por agregado familiar entende-se o conjunto depessoas que vivem em comunhão de mesa e habitaçãocom o trabalhador ou que estejam a seu cargo.

5 — As faltas referidas na alínea a) do n.o 2 poderãoiniciar-se antes ou depois da data do casamento, masnão poderão desligar-se dela.

Cláusula 53.a

Dispensas

Em cada ano civil, a empresa concederá a cada tra-balhador um número de horas remuneradas correspon-dente a seis dias de trabalho de dispensas, que, salvocasos atendíveis, não poderão ultrapassar o equivalentea dois dias por mês, para serem utilizadas nos assuntosda sua vida particular, sem necessidade de justificação,embora deva comunicar o pedido de dispensa nos termosdos n.os 1 e 2 da cláusula 54.a

Em casos devidamente justificados, a empresa poderáalterar total ou parcialmente o período de dispensapedido, através de negociação com o trabalhador.

Cláusula 54.a

Comunicação sobre as faltas

1 — As faltas justificadas, quando previsíveis, serãoobrigatoriamente comunicadas por escrito, em rectifi-cação de ponto, à empresa, com a antecedência mínimade cinco dias.

2 — Quando imprevisíveis, as faltas justificadas sãoobrigatoriamente comunicadas à empresa, logo quepossível.

3 — O não cumprimento do disposto nos númerosanteriores torna as faltas injustificadas.

4 — A empresa poderá sempre exigir do trabalhadorprova de ocorrência dos factos invocados para justificara falta.

Cláusula 55.a

Efeitos das faltas justificadas

As faltas justificadas não determinam perda ou pre-juízo de quaisquer direitos ou regalias do trabalhador,salvo as seguintes faltas da cláusula 52.a, n.o 2, quantoà retribuição:

a) Casos previstos na alínea d), na parte em queexceda os correspondentes créditos de horas;

b) Casos das alíneas f) e q);c) Casos da alínea j), sempre que haja direito a

subsídio da segurança social;

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d) Casos das alíneas i) e p), sempre que os tra-balhadores sejam recompensados em montanteequivalente ao da retribuição, pelos indivíduosou entidades a quem foram prestados os ser-viços.

Cláusula 56.a

Efeitos das faltas injustificadas

1 — As faltas injustificadas determinam perda deretribuição, não sendo o período de tempo correspon-dente contado para efeitos de antiguidade.

2 — Se o trabalhador faltar injustificadamentedurante todo um dia intercalar a um descanso semanal,folga ou feriado, serão considerados como períodos deausência, só para efeitos de retribuição e de descontona antiguidade, o dia que antecede e o que se seguea essa mesma falta.

3 — Se o trabalhador faltar injustificadamentedurante todo um dia que anteceda ou se siga a umdescanso semanal, folga ou feriado, será também con-siderado como período de ausência, só para efeito deperda de retribuição e desconto na antiguidade, o diaque antecede ou o que segue essa mesma falta.

4 — Incorre em infracção disciplinar o trabalhadorque faltar três dias completos consecutivos ou seis inter-polados, no período de um ano, sem qualquer justi-ficação nos termos deste AE ou com alegação de motivode justificação comprovadamente falso.

Cláusula 57.a

Suspensão do contrato de trabalho por impedimento prolongado

1 — Sempre que o trabalhador se encontre tempo-rariamente impedido por facto que não lhe seja impu-tável, nomeadamente o serviço militar obrigatório,requisição oficial, desempenho de cargos políticos,doença ou acidente, prisão ou detenção, assistência ina-diável ao seu agregado familiar e ainda pela obrigaçãode cumprir quaisquer actos legais incompatíveis coma sua continuação ao serviço, e o impedimento se pro-longue por mais de um mês, suspendem-se os direitos,deveres e garantias das partes, na medida em que pres-suponham a efectiva prestação de trabalho, sem prejuízoda observância das disposições aplicáveis de regulamen-tação legal ou contratual em matéria de segurança social.

2 — O tempo de suspensão conta-se para efeitos deantiguidade e demais regalias que não pressuponhama efectiva prestação de trabalho, conservando o traba-lhador o direito ao lugar que tinha na empresa.

3 — O disposto no n.o 1 começará a observar-semesmo antes de expirado o prazo de um mês, a partirdo momento em que haja a certeza, ou se preveja comsegurança, que o impedimento terá duração superioràquele prazo.

4 — O contrato caducará no momento em que setorne certo que o impedimento é definitivo, sem prejuízoda observância das disposições aplicáveis do presenteAE e da legislação sobre segurança social.

5 — Após a cessação do impedimento, o trabalhadordeverá apresentar-se à empresa, logo que possível(máximo de 15 dias), para retomar o serviço, sob penade incorrer em abandono do trabalho.

Cláusula 58.a

Cessação do contrato no decurso de impedimento prolongado

1 — A suspensão não prejudica o direito de duranteela qualquer das partes rescindir o contrato, ocorrendojusta causa, mediante a observância dos trâmites legaispara rescisão do contrato.

2 — Sendo o contrato sujeito a prazo, a sua suspensãonão impede a sua caducidade no termo do prazo.

CAPÍTULO VIII

Disciplina

Cláusula 59.a

Exercício do poder disciplinar

1 — Constitui infracção disciplinar todo o facto volun-tário, doloso ou culposo, quer consista em acção querem omissão, praticado pelo trabalhador com violaçãodos deveres consignados neste AE e na lei.

2 — A empresa exerce o poder disciplinar, atravésda direcção e ou hierarquias.

3 — A acção disciplinar caduca no prazo de 60 diasa contar do conhecimento da infracção pela empresa.

Cláusula 60.a

Processo disciplinar

1 — O exercício do poder disciplinar implica a ave-riguação dos factos, circunstâncias ou situações em quea alegada infracção foi praticada, mediante processo dis-ciplinar, nos termos dos números seguintes.

2 — Salvo quando os elementos essenciais da infrac-ção sejam do conhecimento directo da pessoa compe-tente para o exercício da acção disciplinar, esta inicia-sepor um inquérito preliminar que obedecerá ao seguinte:

a) Verificação dos elementos que indiciem a prá-tica da infracção pelo presumível infractor;

b) As declarações e os depoimentos serão redu-zidos a auto e assinados;

c) Depois de concluído o inquérito, o instrutor ela-borará um relatório no qual fará a descriçãosumária das diligências efectuadas e dos resul-tados obtidos;

d) Os elementos recolhidos e o relatório nãopodem servir de base à decisão condenatória;

e) Se o instrutor entender que os factos apuradosnão constituem infracção disciplinar, que nãofoi o arguido o agente da infracção ou que nãohaja lugar à sanção disciplinar por virtude deprescrição ou outro motivo, declará-lo-á no seurelatório, propondo o arquivamento do pro-cesso.

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3 — Se o processo houver de prosseguir, o instrutorefectuará as diligências de recolha dos elementos deprova de culpa, com indicação do infractor, dos factosimputados, das disposições legais ou contratuais indi-ciariamente violadas, o rol de testemunhas e mais ele-mentos de prova, as quais serão remetidas ao presumívelinfractor em carta registada com aviso de recepção,enviando cópia à comissão de trabalhadores e ao sin-dicato, se for um delegado ou dirigente sindical.

4 — A empresa poderá suspender preventivamenteo trabalhador, sem perda de retribuição, não podendo,contudo, impedi-lo de entrar na empresa, a fim de pro-mover as acções necessárias à sua defesa.

5 — A suspensão do trabalhador que seja represen-tante sindical ou membro da comissão de trabalhadoresnão obsta a que o mesmo possa ter acesso aos locaise actividades que compreendam o exercício normal des-sas funções. Também não impede a sua entrada naempresa, a fim de promover as acções necessárias àsua defesa.

6 — No prazo de sete dias úteis, a contar da recepçãoda nota de culpa, poderá o arguido consultar o processo,deduzir a sua defesa por escrito, requerer as diligênciasque repute necessárias à descoberta da verdade e indicarrol de testemunhas e mais meios de prova de que sequeira servir.

7 — Quando se torne necessário a um adequado exer-cício de direito de defesa, poderá eventualmente serprorrogado o prazo para apresentação dos meios deprova e aumentado o número de testemunhas, a soli-citação fundamentada do arguido.

8 — São asseguradas ao arguido as seguintes garan-tias:

a) Ser ouvido no decurso do inquérito preliminar;b) Ser esclarecido, no acto da entrega da nota de

culpa, de que com a sua defesa deve indicaras testemunhas e outros meios de prova de quese queira servir;

c) Serem inquiridas as testemunhas por ele indi-cadas, que não devem exceder no seu total 10,nem 3 por cada facto;

d) Entrega de cópia integral do processo, quandoestiver completo, à comissão de trabalhadorese comissão sindical, que se devem pronunciarno prazo de sete dias úteis a contar do momentoem que a cópia seja recebida;

e) A decisão da direcção ou de quem for por eladelegado ponderará todas as circunstâncias dainfracção, pronunciar-se-á sobre as razões adu-zidas pelas entidades mencionadas na alíneaanterior que se tiveram pronunciado, e sópoderá ser fundamentada nos factos constantesda nota de culpa que estejam provados;

f) A decisão do processo, quando for no sentidode despedimento, só será proferida após odecurso de cinco dias sobre o termo do prazofixado na alínea d), dispondo a empresa, apóstal prazo de trinta dias para proferir a decisãoque por escrito devidamente fundamentada serácomunicada ao trabalhador, comissão de tra-balhadores e respectivo sindicato.

9 — A falta de observância das formalidades esta-belecidas nas alíneas a), c), d), e) e f) do número anteriordetermina a nulidade insuprível do processo e a con-sequente impossibilidade de se aplicar a sanção.

10 — Se, no caso do número anterior, a sanção foraplicada e consistir no despedimento, o trabalhador teráos direitos consignados na cláusula 71.a

11 — Após a acusação, o processo deverá, em prin-cípio, ficar concluído no prazo de 90 dias, salvo se acomplexidade do mesmo exigir prazo mais dilatado.

Cláusula 61.a

Sanções disciplinares

1 — As infracções disciplinares dos trabalhadoresserão punidas, conforme a gravidade da falta, com asseguintes sanções:

a) Admoestação simples e verbal pelo superiorhierárquico;

b) Repreensão registada e comunicada por escritoao trabalhador;

c) Suspensão do trabalhador com perda de retri-buição;

d) Despedimento.

2 — Para efeitos de graduação das sanções deveráatender-se à natureza e gravidade da infracção, à cul-pabilidade do infractor e aos aspectos positivos do com-portamento anterior, não podendo aplicar-se mais doque uma sansão pela mesma infracção.

3 — A suspensão do trabalho não pode exceder porcada infracção 12 dias e, em cada ano civil, o total de30 dias.

4 — A empresa comunicará à comissão de trabalha-dores e ao sindicato respectivo a aplicação das pena-lidades prescritas nas alíneas b) e seguintes do n.o 1desta cláusula, bem como os motivos que as determinem.

5 — São circuntâncias atenuantes das infracções dis-ciplinares a confissão espontânea, o bom comporta-mento anterior, bem como toda e qualquer circunstânciasuceptível de, no caso concreto, abonar a conduta dotrabalhador ou atenuar o grau de culpa.

6 — Com excepção da sanção prevista na alínea a)do n.o 1, nenhuma outra pode ser aplicada sem ins-tauração de processo disciplinar escrito.

Cláusula 62.a

Prescrição e execução da infracção disciplinar

1 — A infracção prescreve ao fim de um ano a contardo momento em que teve lugar ou logo que cesse ocontrato de trabalho.

2 — A execução da sanção disciplinar só pode terlugar nos dois meses subsequentes à sua notificação aotrabalhador.

Bol. Trab. Emp., 1.a série, n.o 7, 22/2/1998 128

Cláusula 63.a

Registo de sanções

1 — A empresa deverá proceder sempre ao registodas sanções disciplinares, mencionando os dados queidentifiquem o trabalhador e caracterizam a infracção,o procedimento disciplinar e a sanção disciplinar apli-cada.

2 — Os registos deverão ser facultados ao trabalhadorinteressado e às entidades legalmente competentes sem-pre que o requeiram.

Cláusula 64.a

Sanções abusivas

1 — Consideram-se abusivas as sanções disciplinaresmotivadas pelo facto de um trabalhador:

a) Haver reclamado legitimamente por si ou pelosindicato respectivo contra as condições detrabalho;

b) Recusar-se a cumprir ordens a que não devaobediência nos termos da cláusula 4.a deste AE;

c) Exercer ou candidatar-se a funções em orga-nismos sindicais, comissões sindicais, institui-ções de segurança social ou outras que repre-sentam os trabalhadores;

d) Em geral, exercer, ter exercido ou pretenderexercer ou invocar os direitos ou garantias quelhe assistem;

e) Ter informado o sindicato respectivo ou os orga-nismos representativos do trabalhador naempresa ou ter prestado testemunho no que serefere ao cumprimento das leis de trabalho edeste AE.

2 — Até prova em contrário, presume-se abusivo odespedimento ou a aplicação de qualquer sanção que,sob a aparência de punição de outra falta, tenham lugaraté seis meses após qualquer dos factos mencionadosnas alíneas a), b) e d) do número anterior, ou até cincoanos após o termo das funções referidas na alínea c)ou à data da apresentação da candidatura a essas fun-ções, quando as não venha a exercer, se já então, numcaso ou noutro, o trabalhador servia a empresa.

3 — Presume-se abusivo o despedimento da traba-lhadora grávida, puérpera ou lactente, salvo com justacausa.

Cláusula 65.a

Consequência da aplicação de sanções abusivas

1 — Se a empresa aplicar uma sanção abusiva noscasos das alíneas a), b), d) e e) do n.o 1 da cláusulaanterior, indemnizará o trabalhador nos termos geraisde direito, com as alterações constantes dos númerosseguintes.

2 — Se a sanção consistir no despedimento, a indem-nização não será inferior ao dobro da que for devidanos termos do n.o 3 da cláusula 71.a, sem prejuízo deo trabalhador optar pela reintegração na empresa nostermos do n.o 2 da cláusula 71.a

3 — Tratando-se de suspensão, a indemnização nãoserá inferior a 10 vezes a importância da retribuiçãoperdida.

4 — Se a empresa aplicar alguma sanção abusiva nocaso previsto na alínea c) do n.o 1 da cláusula anterior,o trabalhador terá direito, em caso de despedimento,a indemnização correspondente à retribuição de um anose outra superior não lhe for devida.

CAPÍTULO IX

Cessação do contrato de trabalho

Cláusula 66.a

Cessação do contrato de trabalho

O contrato de trabalho pode cessar por:

a) Mútuo acordo das partes;b) Caducidade;c) Despedimento promovido por justa causa;d) Rescisão do trabalhador;e) Despedimento colectivo.

Cláusula 67.a

Cessação por mútuo acordo

1 — A cessação do contrato de trabalho por mútuoacordo das partes pode ocorrer a todo o tempo, quero contrato tenha prazo ou não, devendo constar semprede documento escrito, assinado por ambas as partes,em duplicado, ficando cada uma das partes com umexemplar, podendo dele constar os efeitos que igual-mente forem acordados, desde que não contrariem asleis gerais de trabalho.

2 — Se no acordo de cessação, ou conjuntamente comeste, as partes estabelecerem uma compensação pecu-niária de natureza global para o trabalhador, entende-sena falta de estipulação em contrário que naquela forampelas partes incluídos e liquidados os créditos já vencidosà data da cessação do contrato ou exigíveis em virtudedessa cessação.

3 — No prazo de dois dias úteis a contar da datada assinatura do documento referido no n.o 1, o tra-balhador poderá revogá-lo unilateralmente, reassu-mindo o exercício das suas funções.

Cláusula 68.a

Causas da caducidade

1 — O contrato de trabalho caduca nos casos previstosna lei e neste AE, nomeadamente:

a) Expirando o prazo por que foi estabelecido;b) Verificando-se a impossibilidade superveniente,

absoluta e definitiva, de o trabalhador prestaro seu trabalho ou de a empresa o receber;

c) Com a reforma do trabalhador.

2 — Nos casos previstos na alínea b) do n.o 1 só seconsidera verificada a impossibilidade quando ambosos contraentes a conheçam ou devam conhecer.

3 — A expressão «conheçam ou devam conhecer»constante do número anterior é interpretada comoconhecimento de existência das situações que podemoriginar a impossibilidade.

Bol. Trab. Emp., 1.a série, n.o 7, 22/2/1998129

Cláusula 69.a

Forma de apreciação de justa causa

Na decisão devem ser ponderadas as circunstânciasdo caso, a adequação do despedimento à culpabilidadedo trabalhador, bem como os pareceres que tenhamsido juntos, consoante os casos, pela comissão de tra-balhadores ou associação sindical, não podendo ser invo-cados factos não constantes da nota de culpa, nem refe-ridos na defesa escrita do trabalhador, salvo se atenua-rem ou dirimirem a responsabilidade.

Cláusula 70.a

Justa causa de despedimento

1 — São proibidos os despedimentos sem justa causa,por motivos políticos, ideológicos, religiosos e pelo exer-cício da actividade sindical.

2 — Compete à empresa a prova de justa causa invo-cada para despedimento.

3 — Considera-se justa causa o comportamento cul-poso do trabalhador que, pela sua gravidade e conse-quências, torne imediata e praticamente impossível asubsistência da relação de trabalho.

4 — Constituirão, nomeadamente, justa causa de des-pedimento os seguintes comportamentos do trabalha-dor:

a) Desobediência ilegítima às ordens dos superio-res hierárquicos;

b) Violação de direitos e garantias de trabalha-dores da empresa;

c) Provocação repetida de conflitos com outrostrabalhadores da empresa;

d) Desinteresse repetido pelo cumprimento, coma diligência devida, das obrigações inerentes aoexercício do cargo ou posto de trabalho quelhe esteja confiado;

e) Lesão de interesses patrimoniais sérios para aempresa;

f) Prática intencional, no âmbito da empresa, deactos lesivos da economia nacional;

g) Falta culposa da observância de normas dehigiene e segurança no trabalho, na suposiçãode que estavam reunidas as condições neces-sárias ao seu cumprimento;

h) Prática, no âmbito da empresa, de violênciasfísicas, de injúrias e outras ofensas punidas porlei sobre os trabalhadores da empresa, sobreos membros dos órgãos sociais ou seus repre-sentantes;

i) Incumprimento ou oposição ao cumprimento dedecisões judiciais ou actos administrativos defi-nitivos e executórios;

j) Redução anormal da produtividade do traba-lhador por causa que lhe seja imputável;

l) Faltas não justificadas ao trabalho que deter-minem directamente prejuízo ou riscos gravespara a empresa ou, independentemente de qual-quer prejuízo ou riscos, quando o número defaltas injustificadas atingir, em cada ano civil,5 seguidas ou 10 interpoladas;

m) Falsas declarações relativas à justificação defaltas.

5 — Não constitui, nomeadamente, desobediência ile-gítima para os efeitos da alínea a) do número anteriora recusa de execução de tarefas que não façam partedo objecto do contrato de trabalho, salvo nos casos pre-vistos neste AE.

6 — Não se considera redução anormal de produti-vidade, para os efeitos da alínea l) do n.o 4, a resultantede incapacidade por acidente ou doença ou de recon-versão nos termos do AE.

Cláusula 71.a

Efeitos da ilicitude

1 — A inexistência de justa causa, a inadequação dasanção ao comportamento verificado e a nulidade ouinexistência do processo disciplinar determinam a ili-citude do despedimento, a qual só pode ser declaradapelo tribunal.

2 — No caso referido no número anterior, o traba-lhador tem direito ao valor das retribuições que deveriater normalmente auferido desde a data do despedimentoaté à data da sentença, com as eventuais deduções pre-vistas na lei, bem como a reintegração na empresa, semprejuízo da sua categoria e antiguidade.

3 — Em substituição da reintegração, o trabalhadorpode optar pela indemnização calculada nos termosseguintes:

a) O correspondente a um mês de remuneraçãobase mensal por cada ano ou fracção, se o tra-balhador tiver menos de 15 anos de serviço;

b) O correspondente a mês e meio de remuneraçãobase mensal por cada ano ou fracção, se o tra-balhador tiver mais de 15 e menos de 25 anosde serviço;

c) O correspondente a dois meses de remuneraçãobase mensal por cada ano ou fracção, se o tra-balhador tiver 25 ou mais anos de serviço.

Cláusula 72.a

Rescisão por iniciativa do trabalhador

1 — O trabalhador tem direito de rescindir o seu con-trato individual de trabalho por decisão unilateral,devendo comunicá-lo por escrito, com aviso prévio dedois meses, o qual será reduzido para um mês, no casode o trabalhador não ter completado dois anos deserviço.

2 — Não cumprindo total ou parcialmente o prazodo aviso prévio, o trabalhador pagará à empresa, a títulode indemnização, o valor da remuneração base mensalcorrespondente ao período do aviso prévio em falta.

Cláusula 73.a

Abandono do trabalho

1 — Considera-se abandono do trabalho a ausênciado trabalhador ao serviço acompanhado de factos quecom toda a probabilidade revelem a intenção de o nãoretomar.

Bol. Trab. Emp., 1.a série, n.o 7, 22/2/1998 130

2 — Presume-se abandono do trabalho a ausência dotrabalhador durante, pelo menos, 15 dias úteis seguidossem que a empresa tenha recebido qualquer comuni-cação justificativa do motivo de ausência.

Ressalva-se a prova pelo trabalhador da ocorrênciade motivo de força maior impeditiva da comunicaçãode ausência atempada.

3 — O abandono do trabalho vale como rescisão uni-lateral do contrato e constitui o trabalhador na obrigaçãode indemnizar a empresa, de acordo com o n.o 2 dacláusula 72.a

4 — A cessação do contrato só é invocável pelaempresa após comunicação registada, com aviso derecepção, para a última morada conhecida do tra-balhador.

Cláusula 74.a

Justa causa de rescisão por iniciativa do trabalhador

1 — Constituem justa causa de rescisão do contratopelo trabalhador, sem observância de aviso prévio,nomeadamente, as situações seguintes:

a) Falta culposa de pagamento pontual da retri-buição na forma devida;

b) Violação culposa das garantias legais e conven-cionais do trabalhador;

c) Aplicação de sanção abusiva;d) Falta culposa de condições de higiene, saúde

e segurança no trabalho;e) Lesão culposa de interesses patrimoniais sérios

do trabalhador;f) Ofensas à sua honra ou dignidade e integridade

física, puníveis por lei.

2 — A cessação do contrato, nos termos do n.o 1 ante-cedente, confere ao trabalhador o direito à indemni-zação de acordo com a respectiva antiguidade, nos ter-mos do disposto no n.o 3 da cláusula 71.a

3 — Querendo rescindir o contrato invocando justacausa, o trabalhador comunicará à empresa a sua inten-ção por escrito e de forma inequívoca.

Cláusula 75.a

Despedimento colectivo

1 — Considera-se despedimento colectivo a cessaçãodo contrato de trabalho promovida pela empresa e ope-rada simultânea ou sucessivamente no período de trêsmeses, que abranja pelo menos cinco trabalhadores.

2 — A empresa comunicará por escrito à comissãode trabalhadores e sindicatos respectivos a intenção deproceder ao despedimento, acompanhando essa comu-nicação dos fundamentos técnicos e económico-finan-ceiros, quadro de pessoal, critérios base da selecção dostrabalhadores a despedir, número e categorias profis-sionais dos trabalhadores a abranger no despedimento.

Na mesma data, a empresa enviará cópia da comu-nicação e justificativos ao Ministério do Trabalho e daSolidariedade.

3 — Nos 15 dias posteriores à comunicação referidano n.o 2, iniciar-se-á um período de informação e nego-ciação entre a empresa e a comissão de trabalhadores,podendo esta ser acompanhada pelo sindicato respec-tivo, com vista à obtenção de um acordo sobre medidasque evitem o despedimento ou a redução do númerode trabalhadores a despedir, lavrando-se acta das res-pectivas sessões negociais, devendo nela constar a maté-ria aprovada, posições divergentes, opiniões, sugestõese propostas de cada parte.

Os serviços competentes do Ministério do Trabalhoe da Solidariedade participarão nas negociações, caben-do-lhes assegurar a regularidade do processo e a pro-moção da conciliação.

4 — Se não for possível um acordo, decorridos 30 diassobre a data da comunicação referida no n.o 2, a empresacomunicará, por escrito, a cada trabalhador a despedira decisão de despedimento com menção expressa domotivo e da data de cessação do respectivo contrato,devendo fazer a comunicação com uma antecedênciamínima de 60 dias relativamente à data da cessação.

5 — Na mesma data, será enviado ao Ministério doTrabalho e da Solidariedade, comissão de trabalhadorese sindicato respectivo um mapa mencionando, em rela-ção a cada trabalhador, o nome, morada, data de nas-cimento e de admissão na empresa, situação perantea segurança social, categoria profissional, retribuição,bem como a medida individualmente aplicada.

Cláusula 76.a

Direitos dos trabalhadores abrangidos por despedimento colectivo

1 — Durante o prazo de aviso prévio, mencionadono n.o 4 da cláusula anterior, o trabalhador tem direitoa utilizar um crédito de horas correspondente a doisdias de trabalho por semana, sem prejuízo da retribui-ção, informando previamente a empresa da forma porque pretende fazê-lo.

2 — Os trabalhadores abrangidos têm direito a umacompensação por cessação do contrato de trabalho equi-valente a um mês de remuneração base mensal por cadaano de antiguidade ou fracção, não podendo ser inferiora três meses.

3 — Durante um ano, a contar do despedimentocolectivo, os trabalhadores beneficiam de preferênciana admissão na empresa, desde que preencham os requi-sitos indispensáveis, devendo desse facto tomar conhe-cimento por carta registada com aviso de recepção.

Os titulares desse direito deverão exercê-lo dentrode 15 dias a contar da data do recebimento do referidoaviso de recepção.

4 — Os representantes sindicais e membros da comis-são de trabalhadores têm preferência na manutençãodo emprego, sem prejuízo da retribuição e categoria.

5 — Os trabalhadores candidatos a membros de cor-pos gerantes das associações sindicais, delegados sin-dicais ou da comissão de trabalhadores, bem como os

Bol. Trab. Emp., 1.a série, n.o 7, 22/2/1998131

que exercem ou tenham exercido funções naquelasestruturas há menos de cinco anos, que sejam abrangidospor processo de despedimento, terão direito a umaindemnização correspondente ao dobro da calculada nostermos do n.o 2, não podendo ser inferior à remuneraçãobase mensal correspondente a 12 meses de serviço.

Cláusula 77.a

Ilicitude do despedimento colectivo

1 — O despedimento colectivo será considerado ilí-cito sempre que não se observarem os procedimentosreferidos na cláusula 75.a, não tiver sido posta à dis-posição do trabalhador despedido, até ao termo do prazodo aviso prévio, a compensação nos termos do n.o 2da cláusula 76.a, bem como os créditos vencidos ou exi-gíveis em virtude da cessação do contrato, e forem decla-rados improcedentes os fundamentos invocados.

2 — As consequências da ilicitude são as previstasna cláusula 71.a

Cláusula 78.a

Casos especiais de cessarão do contrato de trabalho

A declaração judicial de falência ou insolvência daempresa não faz cessar os contratos de trabalho,devendo o administrador da massa falida continuar asatisfazer integralmente as obrigações que aos referidoscontratos resultem para os trabalhadores, enquanto oestabelecimento não for definitivamente encerrado.

Cláusula 79.a

Certificado de trabalho/outros documentos

1 — A cessação do contrato de trabalho por qualquerdas formas previstas implica a obrigatoriedade por parteda empresa de passar ao trabalhador um certificadoonde conste o tempo durante o qual esteve ao serviçoe o cargo ou cargos que desempenhou, sendo vedadasquaisquer outras referências a não ser que expressa-mente requeridas pelo trabalhador.

2 — Além do certificado de trabalho, a empresa éobrigada a entregar ao trabalhador outros documentosdestinados a fins oficiais que por aquela devam ser emi-tidos e que este solicite, designadamente os previstosna legislação sobre emprego e desemprego.

CAPÍTULO X

Retribuições do trabalho

Cláusula 80.a

Retribuição — Noção

1 — Considera-se retribuição aquilo a que o traba-lhador tem direito como contrapartida do seu trabalho,nos termos da lei, do presente AE, do contrato individualde trabalho e dos usos da empresa.

2 — Entende-se por remuneração mínima mensal aconstante da tabela salarial do anexo IV e auferida porcada trabalhador.

3 — Entende-se por remuneração base mensal aremuneração mínima auferida pelo trabalhador, à qualacresce o subsídio de turno e prémio de antiguidade.

4 — Entende-se por salário médio geral da empresao quociente resultante da divisão entre as somas dasremunerações mínimas mensais auferidas por cada tra-balhador, no mês de Janeiro, e o número global dostrabalhadores abrangidos, arredondando-se o resultadoobtido para a meia centena de escudos imediatamentesuperior.

Cláusula 81.a

Tempo e forma de pagamento

A retribuição será paga por transferência bancária,até ao último dia útil do período a que respeita, porperíodos certos e iguais corrrespondentes ao mês, semprejuízo do pagamento, no mês seguinte, das prestaçõesvencidas após a data do processamento mensal.

Cláusula 82.a

Documento de pagamento

A empresa obriga-se a entregar aos trabalhadores aoseu serviço, no acto de pagamento da retribuição mensal,documento do qual conste, entre outros, o número enome do trabalhador, o período a que diz respeito, osnúmeros de inscrição na segurança social, de contri-buinte e do sindicato, categoria profissional, classe ougrau, data da última promoção, remuneração base men-sal e outras prestações pecuniárias, nomeadamente detrabalho suplementar ou em feriados, os descontos eo montante líquido a receber.

Cláusula 83.a

Remuneração/hora

A fórmula para cálculo da remuneração/hora é aseguinte:

Remuneração/hora=Período normal de trabalho semanal×52

RBM×12

em que RBM é conforme definição no n.o 3 dacláusula 80.a

Cláusula 84.a

Remuneração do trabalho suplementar e em dia feriado

1 — O trabalho suplementar será remunerado coma aplicação das seguintes taxas ao valor da remunera-ção/hora normal de trabalho calculada nos termos dacláusula 83.a:

a) Dia útil:

175 % (das 7 às 20 horas);200 % (das 20 às 7 horas);

b) Dias de descanso semanal:

200 % (com descanso);300 % (sem descanso);

c) Feriado — 300 %.

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2 — A prestação de trabalho suplementar em dia útil,de descanso semanal ou feriado confere aos trabalha-dores o direito a um dia de descanso compensatório,remunerado, correspondente a 25 % das horas de tra-balho suplementar realizadas, o qual só se vence quandoperfizer um número de horas igual ao período normalde trabalho diário e deverá ser gozado nos 90 diasseguintes.

3 — A prestação de trabalho suplementar em dia dedescanso semanal dá direito:

a) Quando o descanso semanal seja de um só dia,o trabalhador gozará um dia de descanso nostrês dias úteis seguintes;

b) Quando o descanso semanal for de dois ou maisdias e se o trabalhador laborar todos esses dias,gozará um dia de descanso imediatamente aseguir, sendo o(s) outro(s) dia(s) de descansogozado(s) nos 30 dias seguintes;

c) Quando o descanso semanal for de dois ou maisdias e se o trabalhador laborar num desses dias,gozará um dia de descanso nos 30 dias seguintes.

4 — Na falta de acordo, os dias de descanso com-pensatório serão fixados pela empresa.

5 — Se, por motivos atendíveis, não for possível ogozo dos descansos compensatórios serão os mesmospor acordo com o trabalhador substituídos por prestaçãode trabalho remunerado com a aplicação da taxa de100 %.

6 — O trabalho prestado em dia feriado será pagocom a aplicação da taxa de 300 %.

Cláusula 85.a

Subsídio em horário de turno

1 — O subsídio mensal de turnos terá os seguintesvalores, de acordo com as modalidades indicadas:

a) Horário de três turnos com folga rotativa — 12 %;b) Horário de três turnos em que um dos dias de

folga é sempre ao domingo — 8 %;c) Horário de dois turnos com folga rotativa — 7 %;d) Horário de dois turnos em que um dos dias

de folga é sempre ao domingo — 6 %.

2 — As percentagens previstas no n.o 1 incidirão sobreo salário médio geral da empresa.

3 — Os subsídios de turno são devidos em funçãodo regime em que o trabalhador se encontrar. Con-sideram-se abrangidas pelo regime de turnos as des-locações temporárias para horário normal, por decisãoda empresa.

4 — No caso de o trabalhador mudar de regime deturnos para horário normal, passará a receber comocomplemento o subsídio que vinha auferindo, nasseguintes condições:

a) Em caso de acidente de trabalho ou doença pro-fissional devidamente comprovada, de quetenha resultado incapacidade parcial temporáriae enquanto esta durar;

b) Se a mudança for por necessidade da empresae o trabalhador tiver mais 10 anos de turnosconsecutivos;

c) No caso de o trabalhador ter 50 ou mais anosde idade.

Cláusula 86.a

Remuneração nos períodos de descanso diários

Se um trabalhador, a solicitação expressa da empresa,prestar trabalho no seu período de descanso, será remu-nerado com os montantes previstos no n.o 1, alínea a),da cláusula 84.a

Cláusula 87.a

Remuneração no período de férias

1 — Durante as férias, o trabalhador deve recebera remuneração base mensal correspondente ao períodode férias a que tenha direito, como se estivesse em ser-viço efectivo, bem como um subsídio de férias de igualmontante.

2 — O subsídio de férias será pago juntamente coma retribuição do mês de Maio.

Caso o gozo de férias ocorra antes de Junho, comum período mínimo de 10 dias, a empresa pagará orespectivo subsídio antes do início das férias, se o tra-balhador assim o preferir.

3 — A redução do período de férias, nos termos dacláusula 45.a, não implica redução correspondente naremuneração ou no subsído de férias.

Cláusula 88.a

Subsído de Natal

1 — Todos os trabalhadores têm direito a receber nomês de Novembro um subsído de Natal equivalente àremuneração base mensal desse mês.

2 — No ano da admissão e no caso da cessação docontrato de trabalho, o subsídio de Natal será pago naproporção do trabalho efectivamente prestado.

3 — No caso de falecimento do trabalhador, o sub-sídio de Natal será abonado por inteiro.

4 — No caso de suspensão do contrato de trabalhopor motivo de doença ou acidente de trabalho do tra-balhador, o subsídio será pago por inteiro no ano dasuspensão e no ano da cessação do impedimento, sendoo montante equivalente à última remuneração base men-sal recebida antes da suspensão.

5 — Em caso de suspensão do contrato por qualqueroutro impedimento prolongado do trabalhador, este terádireito, quer no ano de início, quer no do termo doimpedimento, ao subsídio de Natal proporcional aotempo de serviço prestado.

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Cláusula 89.a

Antiguidade

1 — O esquema de escalões de antiguidade é oseguinte:

Tempo de serviço na empresa Percen-tagem

De 5 a 9 anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4De 10 a 14 anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7De 15 a 19 anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10De 20 a 24 anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13De 25 a 29 anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1630 e mais anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

2 — As antiguidades previstas no número anterioracrescem à remuneração mínima mensal e não serãoabsorvidas por qualquer aumento dessa remuneração.

3 — As percentagens previstas no n.o 1 incidem sobreo salário médio geral da empresa.

Cláusula 90.a

Remuneração do trabalho nocturno

O trabalho nocturno é remunerado com um acréscimode 25 % ao que seria pago para trabalho equivalenteprestado durante o dia.

Cláusula 91.a

Prémio de assiduidade

1 — Além das prestações devidas nos termos desteAE, os trabalhadores terão direito a receber um prémiode assiduidade mensal e outro anual, vencendo-se o pri-meiro no último dia de cada mês e o segundo no dia31 de Dezembro.

2 — O prémio mensal será atribuído pela formaseguinte:

a) Se o trabalhador contar por presenças todos osdias de trabalho obrigatório no mês, receberáum prémio em dinheiro correspondente a 4 %da remuneração mínima mensal efectivamenteauferida no mês, conforme anexo IV do AE;

b) Se o trabalhador contar por presenças todos osdias de trabalho obrigatório menos os temposabaixo indicados, recebe as seguintes percen-tagens da remuneração mínima mensal:

Tempo de não comparência Percen-tagem

Até duas horas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3,5Até quatro horas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2,8Até seis horas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,0Até oito horas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,4

3 — O prémio anual será atribuído pela formaseguinte:

a) Se o trabalhador contar por presenças todos osdias de trabalho obrigatório no ano civil, rece-berá um prémio em dinheiro correspondentea 52 % da remuneração mínima mensal efec-tivamente auferida, conforme anexo IV do AE,no mês de Dezembro do ano a que respeita;

b) Se o trabalhador contar por presenças todos osdias de trabalho obrigatório menos os abaixoindicados, recebe as seguintes percentagens daremuneração mínima mensal:

Dias de não comparência Percen-tagem

0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 521 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 482 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 443 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 394 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 345 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 286 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 227 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 910 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 611 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

4 — Os prémios referidos no n.o 2 desta claúsula serãopagos com a retribuição do mês seguinte a que respeitame o referido no n.o 3 será pago com a retribuição domês de Janeiro seguinte.

5 — Para efeitos de aplicação desta cláusula, enten-de-se por não comparência qualquer ausência do tra-balhador durante o período normal de trabalho diário,com excepção dos casos abaixo referidos:

a) Período de férias;b) Acidentes de trabalho;c) Internamento hospitalar, até 22 dias/ano;d) Faltas por casamento, nascimento de filhos e

nojo, nos termos do AE;e) As motivadas por doação de sangue não com-

pensada monetariamente;f) As dadas por trabalhadores que sejam bombei-

ros voluntários, pelo tempo necessário paraocorrer a sinistros ou acidentes;

g) As motivadas pela necessidade de cumprimentode obrigações legais, cuja remuneração nãopossa ser compensada por terceiros;

h) Faltas dadas ao abrigo da cláusula 31.a do AE;i) Para o exercício de actividade sindical ou da

comissão de trabalhadores e dos trabalhadoresem geral para plenários nos limites de créditode horas definido no AE;

j) Suspensão preventiva;l) Chegadas tardias que não originem perda de

remuneração;m) Três dias de dispensa ao abrigo da claúsula 53.a

e esgotados aqueles por um número de horasque não ultrapassem meio período normal detrabalho, até ao máximo global de seis dias noseu conjunto;

n) Motivadas por adesão à greve.

6 — Para efeitos de atribuição do prémio anual, asausências inferiores a um período normal de trabalhodiário contam-se nos termos do n.o 2 da cláusula 49.a

7 — Não adquirem direito ao prémio mensal referidonesta cláusula os trabalhadores que no mês faltareminjustificadamente ao serviço.

8 — Aos trabalhadores em horário a tempo parcial,os prémios atribuídos serão proporcionais ao tempo detrabalho realizado.

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9 — No ano de admissão, suspensão ou cessação docontrato de trabalho, o prémio anual apenas será apli-cado quando haja decorrido um período mínimo de seismeses, sendo atribuído na proporção.

Cláusula 92.a

Complemento do subsídio de doença

1 — Durante o período de incapacidade para o tra-balho decorrente de doença devidamente justificada edesde que tal conceda direito a subsídio de doença pelasegurança social, a empresa abonará aos trabalhadoresa remuneração base mensal líquida, com as actualizaçõesem função do aumento da tabela salarial, devendo asegurança social endossar à empresa o subsídio dedoença respectivo, mediante o acordo dos trabalhadores.

2 — A situação de doença será participada à empresano 1.o dia útil após a sua verificação ou, não sendopossível, no prazo máximo de três dias úteis, devendoneste caso ser apresentada justificação da impossibili-dade, devendo o trabalhador indicar a morada ondese encontra.

3 — Quando o trabalhador não se socorrer dos ser-viços médicos da segurança social podendo fazê-lo, aempresa não processará o abono referido no n.o 1.

4 — A empresa manterá o complemento do subsídiode doença, enquanto se mantiverem as condições queo motivaram, podendo, no entanto, para efeitos de con-firmação da situação de doença, recorrer a juntas médi-cas previstas na lei, mas sempre em colaboração coma segurança social, cujo parecer será observado parase manter ou não a aplicação do n.o 1.

Cláusula 93.a

Remuneração em caso de incapacidade temporária

1 — Em caso de incapacidade temporária absolutapara o trabalho resultante de acidente de trabalho oudoença profissional, a empresa processará a remune-ração base mensal que o trabalhador auferia antes dasuspensão da actividade, devendo a seguradora endossarà empresa o subsídio respectivo, mediante o acordo dotrabalhador.

2 — As remunerações relativas aos trabalhadores nasituação de incapacidade temporária absoluta serãoactualizadas em conformidade com a evolução da remu-neração da categoria a que o acidentado pertencia àdata do acidente.

3 — Após a cessação da incapacidade referida non.o 1, a empresa deve proporcionar aos trabalhadores,com o seu acordo, o exercício das funções compatíveiscom as suas aptidões, aplicando-se o seguinte:

a) Se o trabalhador afectado de incapacidade tem-porária para o desempenho da sua profissão viera desempenhar, de forma integral, a sua pro-fissão ou outras tarefas a que corresponda maiorretribuição, a empresa pagar-lhe-á, por inteiro,a retribuição correspondente a essas tarefas,sem prejuízo de receber a indemnização a quelegalmente tenha direito;

b) No entanto, se, enquanto durar a incapacidade,lhe vierem a ser cometidas tarefas a que cor-responda retribuição inferior àquela que vinhavencendo, será essa retribuição inferior àquelaa que terá direito, sem prejuízo de o trabalhadorvir a receber quantitativo global mensal líquido,incluindo o subsídio da companhia seguradora,igual à remuneração base mensal líquida quevencia antes da situação de incapacidade;

c) Se o trabalhador, durante a situação de inca-pacidade temporária, desempenhar tarefas nomesmo posto ou noutro, sem que no entantoas desempenhe de forma integral, será a suaretribuição reduzida na proporção da incapa-cidade, sem prejuízo do disposto na última parteda alínea anterior.

4 — Sem prejuízo do direito da empresa ao reembolsodo montante que tiver adiantado aos trabalhadores, cor-respondente às pensões, tal como se estabelece nestacláusula, as demais pensões e indemnizações legais sãopertença do trabalhador.

Cláusula 94.a

Recolocações e reconversões

A empresa, sempre que lhe seja possível, asseguraráaos trabalhadores com capacidade de trabalho dimi-nuída por doença, por velhice, ou acidente a sua re-colocação ou reconversão profissional para função com-patível com as diminuições verificadas e com o acordodo trabalhador.

Cláusula 95.a

Outros subsídios e comparticipações

1 — A empresa atribuirá um subsídio de refeição, porcada período normal de trabalho diário efectivo, nummínimo de quatro horas consecutivas, cujo montanteé indicado no anexo IV.

2 — A empresa comparticipará em 75 % do custo dotransporte colectivo mais económico, por cada períodode trabalho normal diário efectivo (ou parte do dia)e com o limite indicado no anexo IV.

3 — Quando em serviço efectivo e como abono parafalhas, o trabalhador com funções de caixa receberámensalmente 10 % do salário médio geral da empresa.

CAPÍTULO XI

Saúde, higiene e segurança no trabalho

Cláusula 96.a

Medicina do trabalho

1 — A empresa assegurará serviços médicos de tra-balho.

2 — A empresa assegurará, além das funções médicasde carácter preventivo referidas nas leis vigentes, a assis-tência de urgência às vítimas de acidentes de trabalhoe doenças profissionais.

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3 — Os trabalhadores ficam obrigados a submeter-se,quando para tal convocados, aos exames médicos decarácter preventivo e a aceitar todo o acto médico derotina destas actividades.

4 — A periodicidade dos exames médicos referidosserá em regra anual para todos os trabalhadores,podendo ser inferior nos casos de maior índice de gra-vosidade ou indicados pelo médico do trabalho.

5 — Sempre que o médico do trabalho o entendanecessário, para formular uma opinião mais precisasobre o estado de saúde do trabalhador, poderá solicitarexames complementares, cujo custo será suportado pelaempresa.

6 — As observações clínicas relativas aos examesmédicos serão anotadas em ficha própria.

7 — As funções do médico serão exercidas com inde-pendência técnica e moral relativamente à empresa eaos trabalhadores.

8 — A empresa garantirá os serviços do médico dotrabalho no mínimo de uma hora por mês por cadagrupo de 10 trabalhadores ou fracção, devendo procurarque, para uma melhor eficiência destes serviços, aqueladuração seja alargada.

9 — A empresa assegurará a elaboração e respectivodesenvolvimento de programas de saúde ocupacional,devendo o trabalhador aceitar e participar de formainteressada nas respectivas acções.

Cláusula 97.a

Segurança, higiene e saúde no trabalho

1 — A empresa obriga-se a instalar os trabalhadoresem boas condições de trabalho, de acordo com o pre-ceituado na lei e nas resoluções ou convenções de orga-nismos internacionais ratificadas a nível oficial.

2 — A organização de segurança, higiene e saúde notrabalho é da responsabilidade da empresa e visa a pre-venção dos riscos profissionais e a promoção da saúde,devendo as respectivas actividades ter como objectivoa manutenção das condições de trabalho que assegurema integridade física e mental de todos os trabalhadores,devendo a empresa, de entre outras:

Proceder à avaliação dos riscos e garantir um níveleficaz de protecção, dispondo de documentaçãoactualizada sobre medidas de prevenção e pro-tecção, bem como informação e relação dos aci-dentes de trabalho;

Assegurar vigilância adequada à saúde dos tra-balhadores;

Adoptar medidas sobre primeiros socorros, lutacontra incêndios e evacuação de trabalhadoresem situações de perigo grave e iminente;

Adoptar medidas para que a empresa possa res-ponder eficazmente ao seu dever de informação,consulta e formação dos trabalhadores e seusrepresentantes, bem como dar respostas a soli-citações de outras entidades com competêncialegal para o efeito.

3 — Devem os trabalhadores cooperar com os ser-viços da empresa para que sejam atingidos os objectivosreferidos no número anterior.

4 — A direcção e execução das actividades técnicasnos domínios da segurança ou higiene e da medicinano trabalho serão executadas por profissionais de com-provada competência.

5 — A empresa obriga-se a, por via de meios técnicose humanos adequados e necessários, analisar todos ostipos de gravosidade e respectivos valores em relaçãoa todos os postos de trabalho, considerando condiçõesde gravosidade todas aquelas que possam, de algummodo, envolver riscos para a saúde dos trabalhadores.

6 — Tendo em conta os dados obtidos, os postos detrabalho serão classificados em função do tempo de per-manência que o trabalhador pode estar sujeito diaria-mente às diversas gravosidades.

7 — Aos trabalhadores deverá ser dada formação einstruções apropriadas relativamente aos riscos quecomportem as respectivas ocupações e as acções pre-ventivas a tomar.

Essa formação será dada preferencialmente dentrodas horas normais de trabalho e sem prejuízo daretribuição.

8 — A aquisição dos conhecimentos de segurança ehigiene no trabalho e sua aplicação diária traduzem-senum aumento da competência individual e como talreconhecida pela empresa.

Cláusula 98.a

Comissão de segurança, higiene e saúde no trabalho

1 — Nos termos e âmbito deste AE e da lei, fun-cionará na empresa uma comissão paritária de segu-rança, higiene e saúde no trabalho composta por quatrorepresentantes dos trabalhadores e quatro da empresa.

2 — Aos representantes eleitos pelos trabalhadoresserá assegurada pela empresa formação adequada parao exercício das suas funções.

3 — As funções dos representantes dos trabalhadoressão exercidas dentro das horas de serviço, sem prejuízoda remuneração, até ao limite do crédito de horas pre-visto na lei, não sendo considerado nesse limite o tempodas reuniões da comissão de segurança, higiene e saúdeno trabalho.

4 — No cumprimento das suas atribuições e sempreque necessário, os representantes dos trabalhadores reu-nirão com os responsáveis da empresa pela segurança,higiene e saúde no trabalho, sendo enviada previamentea agenda de trabalhos.

Cláusula 99.a

Refeitórios

1 — Para poderem ser utilizados por todos os tra-balhadores da empresa, haverá na vizinhança das áreas

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de trabalho, mas fora delas, refeitórios que obedecemàs regras gerais de higiene, especialmente no que res-peita ao arejamento e iluminação naturais.

2 — Sem intuitos lucrativos, a empresa poderá pro-mover o fornecimento de refeições quentes adequadasaos trabalhadores que o desejarem.

CAPÍTULO XII

Disposições gerais e finais

Cláusula 100.a

Regulamentos internos

Poderão ser elaborados pela empresa regulamentosinternos da área social que não se mostrem contráriosao AE e à lei, sendo fornecido exemplar à comissãode trabalhadores e delegados sindicais, cujo parecer serátido em consideração na decisão final.

Cláusula 101.a

Interpretação e integração de lacunas do AE

1 — É constituída uma comissão paritária formadapor três representantes da empresa e três representantesdos sindicatos outorgantes do AE, com vista a deliberarsobre dúvidas de interpretação ou integrar lacunas doAE e proceder à definição e enquadramento de novascategorias profissionais e respectivas funções.

2 — No prazo de 30 dias após a publicação do AE,cada uma das partes comunicará por escrito à outraos nomes dos seus representantes.

3 — A comissão reunirá em tempo útil (prazo de oitodias úteis) a solicitação de qualquer das partes e sópode deliberar desde que esteja presente metade dosmembros efectivos representantes de cada parte.

4 — As deliberações tomadas por unanimidade con-sideram-se para todos os efeitos como regulamentaçãodo AE e serão depositadas e publicadas nos termoslegais.

Cláusula 102.a

Tratamento mais favorável

1 — Sempre que a lei contenha condições mais favo-ráveis para os trabalhadores do que as do presente AEserão as mesmas aplicadas.

2 — O presente AE é considerado globalmente maisfavorável aos trabalhadores da empresa que o previstona lei ou em convenções colectivas anteriormenteaplicáveis.

Cláusula 103.a

Reclassificação

Da aplicação do presente AE, nenhum trabalhadorpode ser reclassificado sem o seu acordo.

ANEXO I

Estrutura profissional

Grupos profissionais Categorias profissionais respectivas

Profissional de produção:

Desempenha actividades na área de produção, nomeadamente, na con-dução, regulação, controlo e manutenção das instalações/equipamen-tos de fabrico e auxiliares, bem como na movimentação, registo econtrolo das matérias e produtos inerentes ao processo produtivo,com vista a garantir o cumprimento dos programas de fabrico, índicesde qualidade e prazos de expedição. Pode coordenar outros pro-fissionais que o coadjuvem. É classificado de acordo com o nívelde qualificação das funções predominantemente exercidas numa dascategorias profissionais seguintes:

Condutor de meios móveis, condutor de máquinas e aparelhos de ele-vação, encarregado, fiel de parque, fogueiro, forneiro, laminador,motorista, operador siderúrgico secundário, operador siderúrgico desoluções, operador siderúrgico de sistemas de lubrificação, operadorsiderúrgico principal, operador de rede de águas, trabalhador auxiliarde fornos, trabalhador especializado de parque, trabalhador auxiliarde produtos planos.

Profissional de manutenção:

Desempenha actividades relativas à manutenção dos equipamentos/ins-talações industriais, nomeadamente, de preparação, inspecção, con-servação, reparação, recuperação/modificação e melhorias, com vistaa garantir os índices de fiabilidade definidos para os equipamentose processos. Pode coordenar outros profissionais que o coadjuvem.É classificado de acordo com o nível de qualificação das funçõespredominantemente exercidas numa das categorias profissionaisseguintes:

Electricista de instalações industriais, rectificador mecânico, serralheiromecânico.

Profissional de qualidade:

Desempenha actividades de controlo de qualidade dos produtos emcurso de fabrico e acabados, nomeadamente, de inspecção, auditoriado auto-controlo e classificação do produto, ou de preparação, exe-cução e controlo de ensaios e análises laborais, com vista a garantira conformidade com as especificações e normas de qualidade emvigor. Pode coordenar outros profissionais que o coadjuvem. É clas-sificado de acordo com o nível de qualificação das funções pre-dominantemente exercidas numa das categorias profissionais seguin-tes:

Amostrador, analista de laboratório de química/física, controlador dequalidade.

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Grupos profissionais Categorias profissionais respectivas

Profissional de serviços de apoio:

Desempenha actividades de apoio à área industrial, ou de naturezaadministrativa integradas nas diversas funções de gestão da empresa.Pode coordenar outros profissionais que o coadjuvem. É classificadode acordo com o nível de qualificação das funções predominan-temente exercidas numa das categorias profissionais seguintes:

Controlador, desenhador de estudos, desenhador de execução, encar-regado, escriturário, fiel de armazém, inspector de prevenção e segu-rança, operador de consola, operador de informática, programadorde trabalho.

Técnico:

Desempenha funções de nível mais exigente e complexo dentro dasua área de actividade, implicando, nomeadamente, a aplicação deconhecimentos teórico-práticos consolidados e especializados e oua responsabilidade por dirigir, coordenar e controlar os recursoshumanos e materiais que lhe estão afectos, respondendo por objec-tivos delimitados ou programas estabelecidos. Caracteriza-se tambémpela capacidade de adaptação de técnicas e métodos de trabalhoa problemas novos; pela análise e exploração de conjuntos dedados/informações, bem como pela capacidade de relacionamentocom outros sectores para coordenação e ajustamento da execuçãodos objectivos fixados. É classificado de acordo com o nível de qua-lificação das funções predominantemente exercidas numa das cate-gorias profissionais seguintes:

Preparador de trabalho, técnico administrativo, técnico comercial, téc-nico de conservação mecânica, técnico de controlo fabril, técnicode controlo de qualidade, técnico de electricidade e electrónica, téc-nico fabril, técnico de instrumentos, técnico de laboratório.

Técnico especialista:

Desenvolve, com elevados conhecimentos teórico-práticos específicosde uma determinada área de actividade, funções de organizaçãoe gestão dos recursos que lhe estão afectos, baseado em directi-vas/planos de acções, sendo controlado pelos resultados. É o espe-cilista da empresa num domínio tecnológico ou de gestão complexo.Caracteriza-se também pela capacidade de relacionametno comoutros sectores para negociar o modo de execução dos objectivosfixados. É classificado de acordo com o nível de qualificação dasfunções predominantemente exercidas numa das categorias profis-sionais seguintes:

Analista de sistemas, técnico administrativo especialista, técnico comer-cial especialista, técnico fabril especialista, técnico industrial, técnicode sistemas software, programador informático.

Técnico superior:

Economista, licenciado, profissional de engenharia, técnico superiorespecialista.

Possuindo conhecimentos teórico-práticos de nível superior reconhe-cidos pela empresa, domina e aplica determinadas técnicas quali-ficadas e específicas, cujos efeitos ultrapassam os limites do seu pró-prio sector, através de acções de investigação, análise e gestão,demonstrando capacidades e responsabilidades na resolução de pro-blemas complexos. É classificado de acordo com o nível de qua-lificação das funções predominantemente exercidas, numa das cate-gorias profissionais seguintes:

ANEXO II

Definições de funções das categorias profissionais

Sem prejuízo do estipulado no clausulado deste AEe no anexo I, as descrições de funções a seguir indicadasconstituem as tarefas predominantemente executadas naprofissão, constituindo esta o objecto do contrato detrabalho, não sendo impeditivo que o trabalhadordesempenhe outras tarefas com ela ligadas.

Amostrador. — É o trabalhador que colhe e preparaamostras de materiais e executa ensaios laboratoriaissimples.

Analista de laboratório de química/física. — É o tra-balhador que realiza ensaios químicos ou físicos, efec-tuando determinações qualitativas e quantitativas. Asse-gura os trabalhos relacionados com a colheita e pre-paração de amostras, podendo recorrer à utilização demáquinas-ferramentas na preparação do seu trabalho.Colabora no estudo e aperfeiçoamento de métodos deensaio e faz a manutenção do equipamento que utiliza.

Analista de sistemas. — É o trabalhador que concebee projecta os sistemas de tratamento automático dainformação. Estuda com os utilizadores a viabilidadetécnica, económica e operacional dos sistemas a imple-mentar; elabora o respectivo manual de análise; desenhaos fluxogramas e prepara conjuntos homogéneos deespecificações detalhadas para a programação e respec-tivos jogos de teste; faz testes para verificar a validadedo desenvolvimento da aplicação; orienta e controla ainstalação das aplicações e é responsável pela manu-tenção das mesmas. Pode ser responsável pela admi-nistração do sistema operativo e da rede.

Condutor de máquinas e aparelhos de elevação. — Éo trabalhador que conduz pontes rolantes, pórticos comcabinas e gruas de elevação, executando todas as mano-bras de deslocação, tendo a responsabilidade do materiala deslocar.

Condutor de meios móveis. — É o trabalhador queconduz aparelhos de elevação e de transporte e arru-mação de materiais e produtos, devendo cuidar damanutenção da máquina que lhe está confiada.

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Controlador. — É o trabalhador que prepara, coor-dena, trata, controla e emite elementos técnicos, esta-tísticos e outros que sirvam de um modo geral à gestãofabril. Pode proceder ao controlo e recepção de peças,ferramentas ou matérias-primas. Trata do arquivo eexpediente inerentes às suas funções.

Controlador de qualidade. — É o trabalhador que pro-cede ao controlo e classificação do produto em cursode fabrico e acabado, de acordo com as especificaçõesdas encomendas e sua aplicação. Colabora nas auditoriase apoio ao autocontrolo da produção; pode proporretenções de material ou a sua desclassificação. Recolhee regista dados relativos aos processos de fabrico e àclassificação de produtos e procede à manutenção doequipamento que utiliza.

Desenhador de estudos. — É o trabalhador que, deharmonia com o ramo da sua actividade sectorial ouespecialidade, a partir de elementos que lhe sejam for-necidos ou por ele recolhidos em gabinete ou em obra,estuda, modifica, amplia e executa desenhos de conjuntoou de pormenor, relativos a anteprojectos ou projectos,de construção, instalação, equipamento, manutenção oureparação, consoante o ramo de actividade sectorial.O trabalho é-lhe entregue com indicações dos objectivosfinais, não sendo normalmente supervisado em porme-nor. É responsável pela organização do arquivo de docu-mentação técnica de consulta.

Desenhador de execução. — É o trabalhador que, noâmbito de uma determinada especialidade, executa oumodifica desenhos, decalques, esboços, croquis e levan-tamentos considerados simples, de acordo com orien-tações recebidas. Utiliza escalas rigorosas por reduçãoou ampliação, manualmente ou com aparelhagem apro-priada. Aplica as técnicas de desenho e projecção geo-métrica ortogonal na execução de plantas, alçados, cor-tes, esquemas ou quaisquer outros desenhos técnicos,impressos e gráficos diversos e de programação e fazas composições necessárias de acordo com rascunhos,indicações orais ou planos, tendo em vista a realizaçãode um trabalho de desenho técnico de execução paraimplantações de instalações, equipamentos, estruturas,máquinas, traçados, etc., aplicável ao seu ramo de acti-vidade ou especialidade.

Economista. — É o trabalhador que se ocupa da apli-cação das ciências e tecnologias económico-financeirase de gestão da empresa.

Electricista de instalações industriais. — É o trabalha-dor que executa, monta, modifica, conserva e reparainstalações, máquinas e aparelhagem eléctrica, de altae baixa tensão; orienta, quando necessário, o assenta-mento e estruturas para suporte de aparelhagem eléc-trica. Colabora com os técnicos de electricidade e elec-trónica e na instrumentação.

Encarregado. — É o trabalhador que dirige, coordena,controla e orienta grupos de trabalhadores.

Escriturário. — É o trabalhador que integrado numaárea funcional administrativa, executa tarefas de natu-

reza administrativa, designadamente expediente geral,arquivos, ficheiros, registos, conferência de documentos,consulta e conferência de listagens e ou mapas. Combase em normas e procedimentos estabelecidos, aplicatécnicas inerentes à área da sua actividade, nomeada-mente gestão de pessoal de contabilidade, de secretaria,de finanças, de compras, de vendas, de contencioso.

Fiel de armazém. — É o trabalhador responsável pelarecepção física e controlo de entrada e saída dos mate-riais a armazenar ou em armazém, bem como pela suamovimentação, manutenção e arrumação.

Fiel de parque. — É o trabalhador que, nos parquesfabris, recebe, arruma, identifica, pesa e regista os mate-riais e produtos. Assegura a sua movimentação internaou para o exterior, bem como a qualidade das emba-lagens e a manutenção do parque. Prepara, trata e emiteinformação relativa aos processos.

Fogueiro. — É o trabalhador que alimenta e conduzgeradores de vapor de acordo com a regulamentaçãoem vigor nesta matéria; controla a produção de vaporde acordo com as necessidades fabris; controla e registaos consumos de combustíveis; opera a estação de tra-tamento de águas, bombas de serviço, reguladores, rege-neradores e equipamento acessório, para alimentaçãodas caldeiras; executa e orienta diversas reparações, con-servações e beneficiações e colabora noutras.

Forneiro. — É o trabalhador que conduz os fornoso mais economicamente, dentro de normas tendentesà obtenção de efeitos pré-estabelecidos e que, para alémdas funções inerentes à exploração dos mesmos, executatarefas de controlo e manutenção a elas ligadas, podendoproceder à sua carga e descarga.

Inspector de prevenção e segurança. — É o trabalhadorque executa tarefas relacionadas com a higiene, segu-rança e prevenção de acidentes, designadamente garan-tindo a observância das normas de higiene e segurança,quer nos equipamentos e ambiente, quer individual-mente; instrui os trabalhadores sobre cuidados e normasa respeitar; detecta anomalias que constituam riscos;acompanha tarefas que constituam situações novas noshábitos do trabalho.

Laminador. — É o trabalhador que conduz umcomando centralizado dum trem de laminagem, tendoa seu cargo as manobras de arranque, ensaio e controlodo produto e do funcionamento dos equipamentos, deacordo com os parâmetros e programas estabelecidos.Assegura a alimentação do trem e a sua manutenção.

Licenciado. — É o trabalhador que se ocupa da apli-cação das ciências e tecnologias respeitantes a diversasáreas de gestão, nomeadamente, recursos humanos,aprovisionamento, comercial e marketing, comunicaçãoe outras.

Motorista. — É o trabalhador que, possuindo carta decondução profissional, tem a seu cargo a condução deveículos auto (ligeiros e pesados), competindo-lhe ainda

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zelar pela boa conservação e limpeza do veículo, pelacarga que transporta e pela orientação da carga e des-carga; verifica diariamente os níveis de óleo e água.

Operador de consola. — É o trabalhador que operae controla o sistema de computador, através da consola;prepara o sistema para execução das rotinas e é res-ponsável pelo cumprimento dos prazos previstos paracada operação.

Operador de informática. — É o trabalhador queopera e controla o computador, em especial nos seusórgãos periféricos; substitui o operador de consola emcaso de impedimento deste. Actualiza os manuais e roti-nas de exploração.

Operador de rede águas. — É o trabalhador que, ope-rando em painéis de comando da estação de bombagemde águas, assegura as tarefas de funcionamento, abas-tecimento e manutenção dos equipamentos e instala-ções, elaborando diariamente registos de leitura.

Operador siderúrgico principal. — É o trabalhador queconduz um comando centralizado de uma linha principalde produção, tendo a seu cargo as manobras de arran-que, ensaio e controlo do produto e do funcionamentodos equipamentos, de acordo com os parâmetros e pro-gramas estabelecidos. Assegura a alimentação da linhae a sua manutenção.

Operador siderúrgico secundário. — É o trabalhadorque conduz um comando centralizado de uma linhasecundária ou de parte de uma linha principal de pro-dução, tendo a seu cargo as manobras de arranque,ensaio e controlo do produto e do funcionamento dosequipamentos, de acordo com os parâmetros e progra-mas estabelecidos. Assegura a alimentação da linha ea sua manutenção.

Operador siderúrgico de sistemas de lubrificação. — Éo trabalhador que assegura condições de funcionamentode um sistema de lubrificação, para o que nomeada-mente vigia indicadores, regula válvulas e controla asemulsões.

Operador siderúrgico de soluções. — É o trabalhadorque vigia e controla os reservatórios de soluções ebanhos, fazendo as adições que julgar necessárias, a par-tir de normas e indicações do operador principal oude resultados de análises; zela pelo abastecimento dosdiferentes produtos e faz os trabalhos necessários paramanter em boas condições os banhos; pode, eventual-mente e quando necessário, efectuar as tarefas de lim-peza dos tanques.

Programador de trabalho. — É o trabalhador que, apartir de elementos fornecidos, procede à distribuiçãode trabalho, utilizando quadros e registos com vista àmelhor utilização de mão-de-obra e dos equipamentos,bem como o respeito pelos prazos estabelecidos.

Preparador de trabalho. — É o trabalhador que, uti-lizando elementos técnicos por ele recolhidos, prepara,

estuda e estabelece os modos operatórios a utilizar comvista a uma melhor produtividade, melhor aproveita-mento de mão-de-obra, máquinas, ferramentas e mate-riais, especificando-os, podendo eventualmente atribuirtempos de execução. Colabora dentro da sua especia-lidade em medições, orçamentos e na elaboração dememórias descritivas e cadernos de encargos; acompa-nha a execução dos trabalhos e mantém actualizado oregisto biográfico de cada instalação ou equipamento.

Profissional de engenharia. — É o trabalhador que seocupa da aplicação das ciências e tecnologias respei-tantes aos diferentes ramos de engenharia, nas activi-dades de investigação, projecto, técnico-comercial, ges-tão industrial e outros.

Programador informático. — É o trabalhador respon-sável pelo desenho, codificação e testes de programase sua preparação para a operação em computador, deharmonia com as especificações da análise; concebe,codifica e implanta as rotinas necessárias ao proces-samento de dados; realiza e documenta as tarefas deprogramação de acordo com os métodos em vigor nainstalação; executa e ou mantém programas utilitáriosnecessários às aplicações.

Rectificador mecânico. — É o trabalhador que, ope-rando máquina de rectificar ou outra, executa todos ostrabalhos de rectificação de peças trabalhando por dese-nho, peça modelo ou instruções que lhe forem forne-cidas. Prepara a máquina e a ferramenta que utilizae faz a sua manutenção.

Serralheiro mecânico. — É o trabalhador que des-monta, repara, monta, afina e conserva equipamentosmecânicos e ou constrói, modifica peças desses equi-pamentos, utilizando ferramentas ou máquinas-ferra-mentas adequadas. Pode desempenhar tarefas simplesde corte, soldadura e aquecimento com maçarico,quando seja necessário ao desempenho das suas tarefas.

Técnico administrativo. — É o trabalhador que, a par-tir de orientação e objectivos superiormente definidos,organiza e executa um conjunto de tarefas de naturezaadministrativa que implicam autonomia, análise, estudo,interpretação e elaboração de procedimentos; colaboraem estudos relativos à função e na preparação de pare-ceres e decisões.

Técnico administrativo especialista. — É o trabalhadorque participa na concepção da organização e raciona-lização do trabalho administrativo. Colabora na defi-nição de objectivos e no planeamento e programaçãode actividades administrativas; analisa, estuda e organizaos meios técnicos de actuação, elaborando normas,métodos e procedimentos; orienta ou recolhe, trata,estuda e analisa elementos que lhe permitem dar pare-ceres fundamentados e que facilitem a tomada dedecisões.

Técnico comercial. — É o trabalhador que, a partirde orientações e objectivos superiormente definidos,

Bol. Trab. Emp., 1.a série, n.o 7, 22/2/1998 140

organiza e executa um conjunto de tarefas, relativas àcontratação de venda e ou de compra de produtos, bense serviços, que implicam autonomia, análise, estudo,interpretação e elaboração de procedimentos. Acom-panha o desenvolvimento dos programas e execução doscontratos, mantendo relações comerciais com clientese ou fornecedores. Colabora em estudos relativos à fun-ção e na preparação de pareceres e decisões.

Técnico comercial especialista. — É o trabalhador queparticipa na concepção, definição de objectivos e pro-gramação de actividades da sua especialidade (aprovi-sionamentos, compras e ou vendas); analisa, estuda eorganiza os meios técnicos de actuação, elaborando nor-mas, métodos e procedimentos; mantém regularmenterelações comerciais com os agentes intervenientes nacontratação de venda e ou compra através de contactosexternos e internos, assegurando as melhores condiçõesde mercado. Orienta e ou recolhe, trata, estuda e analisaos elementos que lhe permitam dar pareceres funda-mentados que facilitem a tomada de decisões.

Técnico de conservação mecânica. — É o trabalhadorque tem a seu cargo a conservação mecânica dos equi-pamentos/instalações fabris, executando os trabalhosmais especializados de reparação, assistência, ajuste,ensaio e montagem dos equipamentos mecânicos,hidráulicos e pneumáticos.

Técnico de controlo fabril. — É o trabalhador que, apartir de orientações e objectivos superiormente defi-nidos, organiza e executa um conjunto de tarefas deinformação técnica, estatística e outra relativa à gestãofabril, que implicam autonomia, análise, estudo, inter-pretação e elaboração de procedimentos. Colabora emestudos relativos à função e na preparação de parecerese decisões.

Técnico de controlo de qualidade. — É o trabalhadorque assegura o controlo e a classificação do produtoem curso de fabrico e acabado, de acordo com as espe-cificações das encomendas e a sua aplicação. Auditae dá apoio ao autocontrolo da produção; procede aretenções de material ou produto acabado para reins-pecção, sua desclassificação ou recuperação. Participaem acções de melhoria da qualidade do produto.

Técnico de electricidade e electrónica. — É o traba-lhador que tem a seu cargo a conservação eléctrica dasinstalações/equipamentos fabris, executando os traba-lhos mais especializados de reparação, assistência,ajuste, ensaio e montagem de máquinas e equipamentoseléctricos, electrónicos e instrumentação.

Técnico fabril. — É o trabalhador que, sob orientaçãosuperior, tem por função organizar, adaptar e coordenartarefas de um sector de produção, nomeadamente, asrelativas ao processo, ao produto e à fiabilidade dosequipamentos.

Técnico fabril especialista. — É o trabalhador que, naárea da produção, participa na concepção, definição deobjectivos e programação de actividades; organiza, coor-

dena e orienta tarefas de maior especialização, aplicandotecnologias mais evoluídas; presta assistência a profis-sionais de escalão superior no desempenho das funçõesdestes.

Técnico industrial. — É o trabalhador que, nos domí-nios da conservação, manutenção ou montagens de ins-talações, estudos ou outras tarefas especializadas dossectores de apoio, participa na concepção, definição deobjectivos e programação de actividades aplicando tec-nologias mais evoluídas; presta assistência a profissionaisde escalão superior no desempenho das funções destes.

Técnico de instrumentos. — É o trabalhador que tema seu cargo a conservação de instrumentos de medida,de controlo e de processamento, executando os traba-lhos mais especializados de conservação, reparação,montagem, assistência, ajuste e ensaio.

Técnico de laboratório. — É o trabalhador que executaensaios químicos, físicos e físico-químicos, recorrendoa técnicas mais complexas de análises laboratoriais;redige relatórios de apreciação de resultados. Colaborana definição de normas e procedimentos de caráctertécnico. Procede ao estudo e ao aperfeiçoamento demétodos de ensaios laboratoriais.

Técnico de sistemas software. — É o trabalhador queestuda os dispositivos técnicos dos fornecedores comvista a determinar a sua utilidade para a exploração;desenvolve regras ao conceito de normalização de pro-cessos técnicos ou rotinas a utilizar pela programaçãoou pela exploração; gere as bibliotecas de programase de rotinas utilitárias; é responsável pela geração dosistema de exploração instalado; pode prestar assistênciatécnica, quer à operação, quer à programação e análise.

Técnico superior especialista. — É o trabalhador que,pela superior experiência e qualificação adquiridas nasua actividade e pela elevada especialização em deter-minadas áreas de conhecimentos, faz recomendações,elabora pareceres, estudos e análises; participa em equi-pas de estudo e desenvolvimento da actividade empre-sarial, podendo receber o encargo de execução de tarefasespecializadas; resolve problemas complexos apresen-tando soluções originais.

Trabalhador auxiliar de fornos. — É o trabalhador queexecuta tarefas auxiliares de preparação, carregamentoe funcionamento dos fornos, mantém ainda limpa a zonade trabalho.

Trabalhador auxiliar de produtos planos. — É o tra-balhador que executa tarefas auxiliares do processo delaminagem e tratamento de superfície de produtos pla-nos, colaborando directamente com os laminadores eoperadores; auxilia ainda as montagens e mantém limpaa zona de trabalho.

Trabalhador especializado de parque. — É o trabalha-dor que executa trabalhos de arrumação, contagem eidentificação ou embalagem de produtos acabados ouintermédios.

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ANEXO IV

Tabela salarial — 1998

Níveis Remuneração mínimamensal

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02.0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95 000$0002.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97 900$00

03.0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 700$0003.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102 700$00

04.0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105 000$0004.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110 800$00

05.0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 000$0005.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 300$00

06.0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132 000$0006.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140 900$00

07.0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148 100$0007.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161 400$00

08.0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 174 200$0008.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 187 600$00

09.0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200 600$0009.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 230 200$0009.2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 245 200$00

10.0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 260 100$0010.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 282 500$0010.2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 303 000$00

11.0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 305 000$0011.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 327 300$0011.2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 345 000$00

12.0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 347 500$0012.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 365 000$0012.2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 389 500$00

Subsídio de refeição: 1250$.Limite subsídio transporte: 5750$.

Pela LUSOSIDER — Aços Planos, S. A.:

(Assinaturas ilegíveis.)

Pela Federação dos Sindicatos da Metalúrgia, Metalomecânica e Minas de Portugal:

(Assinaturas ilegíveis.)

Declaração

Para os devidos efeitos, declaramos que a Federaçãodos Sindicatos da Metalurgia, Metalomecânica e Minasde Portugal representa as seguintes organizações sin-dicais:

Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Meta-lúrgicas e Metalomecânicas dos Distritos deAveiro e Viseu;

Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Meta-lúrgicas e Metalomecânicas do Distrito de Braga;

Sindicato dos Metalúrgicos do Distrito de CasteloBranco;

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Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Meta-lúrgicas e Metalomecânicas dos Distritos deCoimbra e Leiria;

Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Meta-lúrgicas e Metalomecânicas do Distrito daGuarda;

Sindicato dos Metalúrgicos e Ofícios Correlativosda Região Autónoma da Madeira;

Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Meta-lúrgicas e Metalomecânicas do Distrito de Lis-boa;

Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Meta-lúrgicas e Metalomecânicas do Norte;

Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Meta-lúrgicas e Metalomecânicas do Distrito de San-tarém;

Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Meta-lúrgicas e Metalomecânicas do Sul;

Sindicato dos Trabalhadores da Metalurgia e Meta-lomecânica do Distrito de Viana do Castelo;

Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira.

Lisboa, 28 de Janeiro de 1998. — Pelo Secretariado,Álvaro António Branco.

Entrado em 4 de Fevereiro de 1998.Depositado em 10 de Fevereiro de 1998, a fl. 106

do livro n.o 8, com o n.o 13/98, nos termos do artigo 24.odo Decreto-Lei n.o 519-C1/79, na sua redacção actual.

AE entre a GERMEN — Moagem de Cereais, S. A.,e o SETAA — Sind. da Agricultura, Alimentaçãoe Florestas — Alteração salarial e outras.

Área, âmbito e vigência

Cláusula 1.a

Área e âmbito

O presente acordo de empresa, adiante designadopor AE, obriga, por um lado, a GERMEN — Moagemde Cereais, S. A., e, por outro, os trabalhadores ao seuserviço que estão a prestar trabalho na fábrica de Aveiro(Companhia Aveirense de Moagens, S. A.) e represen-tados pelo SETAA — Sindicato da Agricultura, Alimen-tação e Florestas.

Cláusula 2.a

Vigência, denúncia e revisão

1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

3 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

4 —A tabela salarial, anexo III e restantes cláusulasde expressão pecuniária produzem efeitos desde 1 deAgosto de 1997.

5 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

7 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

8 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

9 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

10 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Cláusula 23.a

Diuturnidades

1 — Às retribuições previstas no anexo III será acres-cida uma diuturnidade no valor de 4000$ mensais porcada três anos de permanência em categoria sem acessoobrigatório, até ao limite de cinco diuturnidades.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Cláusula 30.a

Subsídio de refeição

1 — Os trabalhadores abrangidos pelo presente AEterão direito a um subsídio de refeição no valor de 600$por cada dia completo de trabalho efectivamente pres-tado.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

ANEXO III

Tabela de remunerações certas mínimas

Níveis Categorias profissionais Remunerações

I Técnico de fabrico de moagem . . . . . . . . . 105 200$00

II Analista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 700$00

Ajudante técnico de fabrico de moagem . . .III Fiel de armazém . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84 500$00

Preparador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Condutor de máquinas de moagem . . . . . .Condutor de silos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .IV 81 700$00Motorista de pesados . . . . . . . . . . . . . . . . .Pedreiro de 1.a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Auxiliar de laboração . . . . . . . . . . . . . . . . .V 78 800$00Ensacador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Distribuidor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .VI 76 700$00Pedreiro de 2.a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

VII Auxiliar de armazém . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 000$00

VIII Empacotadeira/empacotador . . . . . . . . . . . 59 100$00

Aveiro, 12 de Novembro de 1997.Pela GERMEN — Moagem de Cereais, S. A.:

(Assinatura ilegível.)

Pelo SETAA — Sindicato da Agricultura, Alimentação e Florestas:

(Assinatura ilegível.)

Entrado em 11 de Fevereiro de 1998.Depositado em 12 de Fevereiro de 1998, a fl. 107

do livro n.o 8, com o n.o 15/98, nos termos do artigo 24.odo Decreto-Lei n.o 519-C1/79, na sua redacção actual.

Bol. Trab. Emp., 1.a série, n.o 7, 22/2/1998 144