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UMA PUBLICAçãO DO INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL DO ESPíRITO SANTO - NúCLEO ESTRATéGICO DE CONJUNTURA - NEC edição 25 – Janeiro 2011 Indústria criativa: o Espírito Santo precisa entrar nessa onda Educação Pisa 2009 Espírito Santo é o 6º colocado no ranking nacional IDH 2010 Brasil sobe quatro posições Relatório Fazendo Negócios 2011 País continua mal colocado no mundo Doria Porto Gerente executivo do IDEIES Caro leitor, Vários países estão priorizando essa nova indústria, definida pelas Nações Unidas como o conjunto de atividades baseadas no conhecimento, na inovação e na tecnologia da informação, que produz bens — tangíveis ou intangíveis (serviços intelectuais ou artísticos) com conteúdo criativo, valor cultural e valor econômico que ampliam os objetivos de mercado. Dessa maneira, as indústrias criativas compreendem o ciclo de criação, produção e distribuição de produtos ou serviçoscomercializáveis, que usam a criatividade como insumo principal. No mundo, a economia criativa é responsável por 10% da economia mundial, movimenta US$ 3 trilhões e cresce 8% ao ano. Estima-se que o setor irá movimentar US$ 6 trilhões em 2020. No Brasil, considerando-se a cadeia produtiva da indústria criativa, os setores de arquitetura, moda e design representam mais de 80% do mercado de trabalho criativo. O Espírito Santo, nessa nova fase de boom de crescimento que vive, com Carta IDEIES grandes investimentos voltados para o aumento do valor agregado de sua indústria, precisa,também, priorizar essa nova indústria de ponta, reflexo das transformações sociais, tecnológicas (inclusive as voltadas para a informação) e culturais do final do século XX e do início deste século. Para isso, é importante maiores investimentos em desenvolvimento tecnológico, inovação e educação, tripé fundamental para o crescimento da indústria criativa capixaba. Neste Boletim IDEIES destacamos matéria sobre a economia criativa, a classificação da indústria criativa feita pela Conferência sobre o Comércio e o Desenvolvimento das Nações Unidas (Unctad, na sigla em inglês), além da cadeia produtiva da indústria criativa brasileira. Como a educação é importante, tanto para a indústria criativa como para toda a economia brasileira, em particular a capixaba, trazemos para o leitor os resul- tados do último relatório do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês). Mostramos que o Brasil, no 53º lugar entre 65 nações avaliadas, necessita, ainda, de um grande esforço para o desenvolvimento educacional de qualidade, caso deseje estar entre os principais países desenvol- vidos do mundo. O Relatório Unesco sobre a Ciência 2010, cujos tópicos colocamos nesta edição, mostra que duas das principais barreiras para o Brasil avançar em pesquisa, desenvolvimento e inovação é a educação inadequada e a pequena quantidade de pedidos de patentes. Acreditamos que as matérias publicadas neste Boletim IDEIES poderão contribuir para a reflexão dos empresários sobre novos caminhos para o aumento da competitividade da indústria capixaba, tanto nacional como internacionalmente, priorizando investimentos em educação, inovação e aumento da produtividade. Boa leitura!

Boletim Ideies março 2011

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Temas variados sobre a economia do espírito Santo

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Page 1: Boletim Ideies março 2011

Uma pUblicação do institUto de desenvolvimento indUstrial do espírito santo - núcleo estratégico de conjUntUra - nec

edição 25 – Janeiro 2011

Indústria criativa: o Espírito Santo precisa entrar nessa onda

Educação Pisa 2009Espírito Santo é o 6º colocado

no ranking nacional

IDH 2010Brasil sobe quatro posições

Relatório Fazendo Negócios 2011País continua mal

colocado no mundo

Doria PortoGerente executivo do IDEIES

Caro leitor,Vários países estão priorizando essa

nova indústria, definida pelas Nações Unidas como o conjunto de atividades baseadas no conhecimento, na inovação e na tecnologia da informação, que produz bens — tangíveis ou intangíveis (serviços intelectuais ou artísticos) — com conteúdo criativo, valor cultural e valor econômico que ampliam os objetivos de mercado. Dessa maneira, as indústrias criativas compreendem o ciclo de criação, produção e distribuição de produtos ou serviçoscomercializáveis, que usam a criatividade como insumo principal.

No mundo, a economia criativa é responsável por 10% da economia mundial, movimenta US$ 3 trilhões e cresce 8% ao ano. Estima-se que o setor irá movimentar US$ 6 trilhões em 2020. No Brasil, considerando-se a cadeia produtiva da indústria criativa, os setores de arquitetura, moda e design representam mais de 80% do mercado de trabalho criativo.

O Espírito Santo, nessa nova fase de boom de crescimento que vive, com

carta ideies

grandes investimentos voltados para o aumento do valor agregado de sua indústria, precisa,também, priorizar essa nova indústria de ponta, reflexo das transformações sociais, tecnológicas (inclusive as voltadas para a informação) e culturais do final do século XX e do início deste século.

Para isso, é importante maiores investimentos em desenvolvimento tecnológico, inovação e educação, tripé fundamental para o crescimento da indústria criativa capixaba.

Neste Boletim IDEIES destacamos matéria sobre a economia criativa, a classificação da indústria criativa feita pela Conferência sobre o Comércio e o Desenvolvimento das Nações Unidas (Unctad, na sigla em inglês), além da cadeia produtiva da indústria criativa brasileira.

Como a educação é importante, tanto para a indústria criativa como para toda a economia brasileira, em particular a capixaba, trazemos para o leitor os resul-tados do último relatório do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês). Mostramos

que o Brasil, no 53º lugar entre 65 nações avaliadas, necessita, ainda, de um grande esforço para o desenvolvimento educacional de qualidade, caso deseje estar entre os principais países desenvol-vidos do mundo.

O Relatório Unesco sobre a Ciência 2010, cujos tópicos colocamos nesta edição, mostra que duas das principais barreiras para o Brasil avançar em pesquisa, desenvolvimento e inovação é a educação inadequada e a pequena quantidade de pedidos de patentes.

Acreditamos que as matérias publicadas neste Boletim IDEIES poderão contribuir para a reflexão dos empresários sobre novos caminhos para o aumento da competitividade da indústria capixaba, tanto nacional como internacionalmente, priorizando investimentos em educação, inovação e aumento da produtividade.

Boa leitura!

Page 2: Boletim Ideies março 2011

2 BoIetim - IDEIES Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02

boletim iDeies

Diretoria Plenária da FINDES - 2008/2011

Presidente – Lucas Izoton Vieira

1º Vice-Presidente – Sergio Rogerio de Castro

2º Vice-Presidente – Ernesto Mosaner Junior

3º Vice-Presidente – Aristoteles Passos Costa Neto

1º Diretor Administrativo – Ademar Antônio Bragatto

2º Diretor Administrativo – Tullio Samorini

3º Diretor Administrativo – Francisco Xavier Mill

1º Diretor Financeiro – Tharcicio Pedro Botti

2º Diretor Financeiro – Flávio Sérgio Andrade Bertollo

3º Diretor Financeiro – Raphael Cássaro Machado

Diretores:

Alejandro Duenas

Alvaro José Bastos Miranda

Arthur Arpini Coutinho

Áureo Vianna Mameri

Benízio Lázaro

Carlos Augusto Lira Aguiar

Edvaldo Almeida Vieira

Egídio Malanquini

Elcio Alves

Loreto Zanotto

Luciano Raizer Moura

Luiz Cláudio Nogueira Muniz

Luiz Rigoni

Manoel de Souza Pimenta Neto

Marconi Tarbes Vianna

Mariluce Polido Dias

Neviton Helmer Gasparini

Paulo Roberto Almeida Vieira

Ricardo Ribeiro Barbosa

Ricardo Vescovi de Aragão

Wilmar dos Santos Barroso Filho

Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo Publicação do ideies • JaNeiRo – 2011 • Nº 25 • aNo 02

Presidente do Sistema FINDES / CINDES Lucas Izoton Vieira

Vice-Presidente Institucional para Assuntos do IDEIES Luciano Raizer Moura

Gerente-Executivo do IDEIES Antonio Fernando Doria Porto

Núcleo Estratégico de Conjuntura - NECCíntia Peterle Tavares – Coordenadora

Núcleo de Competitividade Industrial - NCIMarcela Moulin Brunow Freitas – Coordenadora

Núcleo de Inteligência Competitiva - NICRoberta Margotto Tartaglia – Coordenadora

Núcleo de Defesa de Interesse - NDI Karina Goldner Fideles Biriba – Coordenadora

Contatos:Endereço: Avenida Nossa Senhora da Penha, nº 2.053, ed. Findes - 3º andarBairro: santa lúcia, Vitória/es - ceP: 29.056-913Telefone: (27) 3334-5626 - www.ideies.org.br

janeiro – 2011 • nº 25 • ano 02

Produção:

www.nexteditorial.com.brTelefax: (27) 2123-6500

Nesta edição:03 A indústria criativa no mundo08 A indústria criativa no Brasil08 Programa Internacional de Avaliação

de Alunos (Pisa)10 Pisa: espírito santo na 6ª posição11 Inovação: Relatório Unesco

sobre ciência 201012 Índice de Desenvolvimento Humano

(IDH) no mundo13 idH 2010: brasil sobe quatro posições

e fica em 73º lugar15 economia mundial e perspectivas para 201116 Economia: América Latina e Caribe18 Fazendo Negócios 2011: brasil

mal colocado21 Relatório Focus22 Estatísticas

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Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02 BoIetim - IDEIES 3

a Conferência sobre o Comércio e o Desenvolvimento das Nações Unidas (Unctad, na sigla em inglês) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

(PNUD) divulgaram o Relatório sobre a Economia Criativa 2010, concluindo que as indústrias criativas estavam entre os setores mais dinâmicos da economia mundial e oferecem oportunidades de um novo e alto crescimento para os países em desenvolvimento. O primeiro relatório, divulgado em 2008, tem sido amplamente utilizado pelos tomadores de decisão sobre política industrial, pesquisadores e profissionais voltados para o desenvolvimento industrial.

Criatividade econômica é um processo dinâmico,desenvolvido pela inovação tecnológica (produtos e processos) ou não tecnológica (práticas empresariais e marketing), e está intimamente ligado à obtenção de vantagens competitivas na economia. Como um tema inovador, a economia criativa passou a ser colocada na agenda econômica e no desenvol-vimento internacional, tanto dos países desenvolvidos como dos em desenvolvimento.

O relatório destaca que o mundo mudou com a crise inter-nacional, mostrando que, para um sistema mais eficaz de governança global, os países emergentes, entre eles o Brasil, e em desenvolvimento terão papel-chave na recuperação econômica, que ainda é frágil. Para isso, eles devem reforçar suas capacidades criativas buscando, progressivamente, novas oportunidades de mercado no Sul, onde a demandaestá crescendo.

Para Edna dos Santos-Duisenberg, chefe do Programa de Economia e Indústrias Criativas da Unctad, “a economia criativa aparece como uma mudança das estratégias de desenvolvimento mais convencionais centradas nas determinantes dos termos de comércio com foco nas commodities primárias e na fabricação industrial histórica”. Para ela, a economia criativa tem uma abordagem holística multidisciplinar que lida com a interface entre a economia, a cultura e a tecnologia, centrada na predominância de produtos e serviços com conteúdo criativo, valor cultural e objetivos de mercado (ver figura 1).

indústrias criativas:

as mais dinâmicas

no mercado internacional

Figura baseada no Relatório sobre Economia Criativa

2010, elaborado pela UNCTAD e PNUD

Page 4: Boletim Ideies março 2011

4 BoIetim - IDEIES

boletim iDeies

a classificação Unctad das indústrias criativas

Figura 1 - Visão sistêmica da economia criativa

Fonte: Unctad – Elaboração: IDEIES

Dimensão das políticas

Políticas econômica, tecnológica,

cultural e social

MultidisciplinarCultura, trabalho,

comércio, tecnologia e turismo

Valores culturais/históricos

Antropologia/estética, étnico e diversidade

cultural

AtemporalTradições do passado, tecnologias atuais e

visão futura

Inclusão na sociedade

Setores público/privado, todas as classes sociais e

ONGs, com e sem fins lucrativos

OnipresenteEducação, trabalho, lazer

e entretenimento

Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02

a classificação da Unctad para as indústrias criativas é composta por quatro grandes grupos: Patrimônio Cultural, Artes, Mídia e Criações Funcionais. Esses

grupos são, por sua vez, divididos em nove subgrupos, tal como apresentado na figura 2.Patrimônio Cultural. É identificado como a origem de todas as formas de artes e a alma das indústrias culturais e criativas. É o ponto de partida dessa classificação. É a herança que reúne aspectos culturais dos pontos de vista históricos, antropológicos, étnicos, estéticos e sociais. Influencia a cria-tividade e a origem de um número de bens de herança e serviços, além de atividades culturais. Esse grupo é dividido em dois subgrupos:

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Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02 BoIetim - IDEIES 5

a) Expressões Culturais Tradicionais: artes, artesanato, festivais e celebrações.

b) Sítios Culturais: sítios arqueológicos, museus, biblio-tecas, exposições etc.

Artes. Esse grupo inclui as indústrias criativas com base exclusivamente em arte e cultura. O trabalho artístico é inspirado pelo patrimônio cultural, os valores de identidade e um significado simbólico. Esse grupo está dividido em dois grandes subgrupos:

a) Artes Visuais: pintura, escultura, fotografia e antiguidades. b) Artes Cênicas: ao vivo, música, teatro, dança, ópera,

circo, teatro de fantoches etc.Mídia. Esse grupo abrange dois subgrupos de mídia que produzem conteúdo criativo com o objetivo de comunicar-se com grandes audiências (“nova mídia” é classificada separadamente):

a) Publicação e a Mídia Impressa: livros, imprensa e outras publicações.

b) Audiovisuais: cinema, televisão, rádio e outro veículo de radiodifusão.

Criações Funcionais. Esse grupo inclui indústrias por demanda e a orientada para serviços, criando produtos e serviços com propósitos funcionais. Está dividido nos seguintes subgrupos:

a) Design: interior, gráfico, moda, joias e brinquedos. b) Novas Mídias: software, videogames e produtos com

conteúdo digital. c) Serviços Criativos: arquitetura, publicidade, cultura e recre-

ativo, pesquisa e desenvolvimento criativos (P&D) e digital.

Figura 2 - Classificação Unctad das indústrias criativas

Fonte: UNCTAD – Elaboração: IDEIES

Patrimônio Cultural

Mídia

Artes

Criações Funcionais

Indústrias Criativas

Patrimônio Cultural

Artesanato, expressão cultural tradicional,

festivais e celebrações

Artes DramáticasMúsica, teatro, dança,

ópera, marionetes, circo, etc

AudiovisualCinema, difusão, televisão e rádio

Serviços CriativosArquitetura,

propaganda, P&D e serviços culturais

Novas MídiasConteúdo digital, software, jogos

e animação

DesignDe moda, de interior,

gráfico e de joias

Edição e Mídia Impressa

Livros, imprensa e outras publicações

Artes VisuaisPintura, escultura

e fotografia

“as indústrias criativas podem ser definidas como

o ciclo de criação, produção e distribuição de produtos

ou serviços comercializáveis queusam a criatividade como insumo principal” – Unctad

Page 6: Boletim Ideies março 2011

6 BoIetim - IDEIES Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02

boletim iDeies

I. Apesar da queda na demanda global de 12% no comércio internacional em 2008, as exportações de produtos e serviços criativos chegaram a US$ 592 bilhões, mais que o dobro de 2002 (crescimento anual de 14%), constituindo-se em um dos setores mais dinâmicos da economia mundial.

II. A economia mundial tem recebido um impulso pelo aumento do comércio Sul-Sul. Exportações do Sul de produtos criativos atingiu US$ 176 bilhões em 2008, representando 3% do comércio total das indústrias criativas, com uma taxa anual de crescimento de 13,5% durante o período de 2002 a 2008,indicando um forte dinamismo dos países emergentes e em desenvolvi-mento no mercado mundial das indústrias criativas.

III. A combinação certa de políticas públicas e escolhas estratégicas é essencial para aproveitar o potencial da economia criativa em ganhos de desenvolvimento socioeconômico. Para os países emergentes e em desen-volvimento, o ponto de partida é aumentar a capacidade criativa e identificar os setores criativos com maior potencial, por meio de políticas transversais articuladas.

IV. Estratégias políticas para promover o desenvolvimento da economia criativa devem reconhecer sua natureza pluridisciplinar — seus vínculos econômicos, sociais, culturais, tecnológicos e ambientais.

V. Um desafio importante para a definição de políticas para a economia criativa está relacionado aos direitos de propriedade intelectual: como medir o valor da propriedade intelectual, como redistribuir os lucros e como regular essas atividades.

VI. A revolução móvel está mudando a vida de milhões de pessoas no mundo em desenvolvimento. Em 2009, mais 4 bilhões de celulares estavam em uso, 75% no Sul. Em 2008, mais de um quinto da população mundial estava

as dez mensagens da Unctad no relatório sobre economia criativa 2010

usando a internet, e o número de usuários do Sul cresceu cinco vezes mais rápido do que no Norte. No entanto, os países em desenvolvimento estão dependendo da exis-tência de banda larga. Para as indústrias criativas, essa é uma restrição porque muitos aplicativos para estimular a produção criativa e negócios eletrônicos não podem ser executados sem banda larga. Portanto, os esforços de investimentos nacionais e regionais devem ser guiados, em colaboração com agências internacionais, no sentido de melhor infraestrutura de banda larga no Sul.

VII. A economia criativa é fragmentada e socialmente inclusiva. Ela funciona através de redes conver-gentes e flexíveis de sistemas de produção e serviço de abrangência da Cadeia de Valor inteira. Hoje, ela é fortemente influenciada pela crescente importância das redes sociais. Essas novas ferramentas, como blogs, fóruns e wikis, facilitam a conectividade e a colabo-ração entre pessoas criativas, produtos e locais.

VIII. Políticas para a economia criativa têm de responder não só às necessidades econômicas, mas também às demandas especiais das comunidades locais relacionadas à educação, à identidade cultural, às desigualdades sociais e às preocupações ambientais. Um número crescente de municípios de todo o mundo está usando o conceito de cidades criativas para formular estratégias de desenvolvimento urbano.

IX. No rescaldo da crise, a firmeza do mercado para os produtos criativos é um sinal de que muitas pessoas no mundo estão ansiosas para mais cultura, eventos sociais, entretenimento e lazer. Elas dedicam uma parte maior de sua renda para experiências de vida que estão asso-ciadas com status, estilo, marcas e diferenciação. Esse fenômeno, um símbolo do modo de vida em grande parte da sociedade contemporânea, está enraizado na economia criativa.

X. Cada país é diferente, cada mercado é especial e cada produto criativo tem o seu toque específico. No entanto, cada país

pode ser capaz de identificar as principais indústrias cria-tivas que ainda não tenham sido exploradas em seu pleno potencial, a fim de colher benefícios de desen-volvimento. Não há nenhuma receita que sirva para todos. Cada país deve formular uma estratégia viável para promover sua economia criativa, com base em

suas próprias forças, debilidade e realidades. O tempo de agir é agora.

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Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02 BoIetim - IDEIES 7

DeFinição De inDústrias CriatiVas Da UnCtaD: • São os ciclos de criação, produção e distribuição de bens e serviços que usam a criatividade e o capital intelectual

como fatores de produção primários; • Constituem um conjunto de atividades baseadas no conhecimento, focado em – mas não se limitando a – artes,

gerando receitas de comércio e direitos de propriedade intelectual; • Compreendem produtos tangíveis e serviços intelectuais ou artísticos não tangíveis com conteúdos criativos, valor

econômico e objetivos de mercado; • Estão na fronteira entre o artesão e os setores industriais e de serviços;• Constituem um novo setor no mercado internacional.

o Brasil tem o maior setor criativo da América Latina. As atividades que compõem a economia criativa no País movimentaram US$ 11,5 bilhões

em 2001 e US$ 14,6 bilhões em 2005 – ou 1,7% do PIB. Em 2010, o setor deve superar US$ 22 bilhões, com uma taxa de crescimento anualmédia de 8,4%.

A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), em seu estudo “A Cadeia da Indústria Criativa no Brasil”, definiu essa cadeia em três esferas:

Núcleo. Composto por 12 setores líderes, cujo principal insumo é a criatividade: Expressões Culturais, Artes Cênicas, Artes Visuais, Música, Filme & Vídeo, TV & Rádio, Mercado Editorial, Software & Computação, Arquitetura, Design, Moda e Publicidade.

Atividades Relacionadas. Envolvendo segmentos de provisão direta de bens e serviços ao núcleo, em grande parte, indústrias e empresas de serviços fornecedoras de materiais e elementos fundamentais para o funcionamento do núcleo: • Indústrias: materiais de artesanato, confecção de roupas, aparelhos de gravação e reprodução de imagem; impresão de livros, jornais e revistas, metalurgia de metais preciosos, cosmé-ticos, equipamentos de informática, entre outros.• Serviços: registro de marcas e patentes, serviços de enge-nharia, feiras e simpósios, suporte técnico de software e hardware, entre outros.Atividades de Apoio. Ofertantes de bens e serviços de

forma mais indireta: construção civil, turismo, capacitação técnica, entre outros.

a indústria criativa no brasil

educação: brasil é o 53º entre 65 países pesquisados em estudo sobre o ensino internacional

a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou, em dezembro passado, seu Relatório do

Programa Internacional de Avaliação de Alunos em 2009 (Pisa, na sigla em inglês) posicionado o Brasil, com 401 pontos (53º colocado), abaixo da média geral da OCDE de 494 pontos. Para um país que deseja estar entre os mais avançados do mundo, o resultado é preocupante.

O Brasil ingressou no Pisa em 2000. Desde então, a média entre as três provas – consi-derando os resultados em Leitura, Matemática e Ciências – subiu de

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8 BoIetim - IDEIES Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02

boletim iDeies

Ano Média Leitura Matemática Ciência

2000 368 396 334 375

2003 383 403 356 390

2006 384 393 370 390

2009 401 412 386 405

tabela 1 - evolução do brasil no ranking da Pisa

Fonte: MEC/Pisa – Elaboração: IDEIES

País Diferença Ordem

Luxemburgo 38 1

Chile 37 2

Brasil 33 3

Portugal 29 4

Liechtenstein 28 5

OCDE 0 21

tabela 2 - Diferença de 2000 e 2009

Fonte: OCDE/Pisa – Elaboração: IDEIES

334

356

370

386

375

390 390

405396

403

393

412

300

320

340

360

380

400

420

2000 2003 2006 2009

Matemática

Ciências

Leitura

Gráfico 1 - Desempenho do brasil ao longo dos anos

Fonte: MEC/Pisa – Elaboração: IDEIES

Pisa Programa internacional que avalia

sistemas educacionais de 65 países, incluindo o Brasil. Para isso, examina

o desempenho de estudantes na faixa etária de 15 anos, idade média do término da escolaridade básica obrigatória na maioria das nações.

O indicador é desenvolvido e coorde-nado pela Organização para Coope-

ração e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Além da avaliação de competências nas três áreas do conhecimento (leitura, matemática e ciência), o Pisa fez uma análise do contexto educacional ao redor do mundo. Algumas conclusões da última edição:

• Países de alto desempenho são também aqueles cujos alunos geralmente sabem como resumir as informações;

• As escolas com o melhor desempenho tendem a priorizar turmas menores e a boa remuneração dos professores;

• Escolas com boa disciplina e relação saudável entre professores e alunos costumam alcançar melhores resultados;

• Autonomia das escolas, aliada a uma boa gestão, pode levar a melhores resultados; • A porcentagem de alunos que dizem ler por prazer caiu de 69%, em 2000, para

64%, em 2009.

ConClUsões Da Pisa 2009368 para 401 pontos (ver tabela 1). Nesse mesmo período, apenas dois países conse-guiram melhorias superiores aos 33 pontos alcançados pelo Brasil: Chile (mais 37 pontos na média) e Luxemburgo (mais 38 pontos). Na média, os países-membros da OCDE ficaram estagnados de 2000 a 2009, sem avanços (ver tabela 2). O gráfico 1 mostra a evolução do Brasil no Pisa em Matemática, Ciências e Literatura entre 2000 e 2009.

Page 9: Boletim Ideies março 2011

Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02 BoIetim - IDEIES 9

o Espírito Santo teve bons resultados no Pisa de 2009, atingindo média geral de 414 pontos, acima da média brasileira de 401 pontos, atrás do Distrito Federal (439

pontos), Santa Catarina (428 pontos), Rio Grande do Sul (424 pontos), Minas Gerais (422 pontos) e Paraná (417 pontos). Caso o Espírito Santo fosse um país, estaria igual à Romênia (49º lugar).

O que chama a atenção é que nem o Distrito Federal, o primeiro colocado dos Estados brasileiros, conseguiu ultrapassar a média da OCDE (494 pontos).

Os gráficos mostram a comparação do Brasil e do Espírito Santo com o primeiro colocado no ranking internacional (China) e os países da América Latina que ficaram à frente do Brasil.

Pelos pontos obtidos em leitura (424), matemática (397) e ciência (421) pelo Espírito Santo, pode-se notar que Matemática é a disciplina que merece mais a atenção dos educadores, embora haja necessidade de um avanço maior em leitura e ciência, caso o Estado deseje estar no nível dos países desenvolvidos.

espírito santo: 6º colocado no brasil no pisa 2009, mas muito longe da média da ocde

médias no Pisa 2009 - leitura

556

449426 425 424

413 412

350

400

450

500

550

600

China Chile Uruguai México Espírito Santo

Colômbia Brasil

Fonte: OCDE – Elaboração: IDEIES

médias no Pisa 2009 - Ciências

575

447427 421 416

405 402

350

400

450

500

550

600

China Chile Uruguai Espírito Santo

México Brasil Colômbia

Fonte: OCDE – Elaboração: IDEIES

médias no Pisa 2009 - matemática

600

427 421 419397

386 381

350

400

450

500

550

600

China Uruguai Chile México Espírito Santo

Brasil Colômbia

Fonte: OCDE – Elaboração: IDEIES

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10 BoIetim - IDEIES Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02

boletim iDeies

o Relatório Unesco sobre Ciência 2010, o mais completo estudo sobre Ciência, Tecnologia e Inovação no mundo, coloca a educação inadequada como uma

das barreiras para o avanço da Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D&I) no Brasil, ao lado das altas taxas de juros e dos problemas de logística que atrapalham as exportações, além da falta de trabalhadores qualificados para quase todas as colocações, especialmente as ligadas à Engenharia.

O relatório destaca que o Brasil teve uma economia em alta nos anos anteriores à recessão global. No entanto, o número de pedidos de patentes segue sendo baixo e as atividades de P&D continuam lentas no setor empresarial, deixando assim a maior parte do esforço de financiamento nas mãosdo setor público (55%).

Além disso, a maioria dos pesquisadores é composta por acadêmicos (63%) e a economia brasileira está sofrendo cada vez mais com a escassez de pessoas com PhD.

A Unesco comenta que a falta de um sistema educacional propício à pesquisa vem prejudicando o desenvolvimento social do Brasil e a formação de mão de obra especializada em todas as áreas do conhecimento, principalmente no ramo da Engenharia, que é responsável primordial na formação de pesquisa em países desenvolvidos.

Para a Unesco, a P&D&I industrial precisa receber uma atenção ainda maior do que a pesquisa acadêmica. Ela continua sofrendo com a falta de apoio governamental, ainda que a situação tenha melhorado radicalmente nos últimos oito anos.

Segundo a Unesco, a P&D&I no Brasil enfrenta hoje três desafios básicos para ganhar musculatura:• O primeiro é intensificar as práticas de pesquisa

e desenvolvimento empresariais, para estimular a inovação e a competitividade. Isso implica em aumentar a interação entre as comunidades de pesquisasprivadas e públicas.

• O segundo é no sentido de promover o crescimento das melhores universidades e o seu processo de internacionalização. Dessa forma, seria possível trans-formar essas instituições em centros de excelência mundial, com mais acesso à produção científica de ponta no mundo.

• O terceiro é a descentralização da pesquisa no território brasileiro. A excelência científica no País está hoje concentrada em São Paulo e Rio de Janeiro, tendo Minas Gerais e Rio Grande do Sul como coadjuvantes e muito baixa produção em outras localidades.

Unesco: sistema de educação inadequado atrapalha a inovação no brasil

boletim iDeies

Page 11: Boletim Ideies março 2011

Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02 BoIetim - IDEIES 11

o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2010 (uma medida nacional composta da saúde, da educação e do rendimento para 169 países)

calculado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em sua edição comemorativa do 20º aniversário do Relatório do Desenvolvimento Humano, mostra que a Noruega (0,938), a Austrália (0,937) e a Nova Zelândia (0,907) lideram o mundo com os maiores IDHs. Níger (0,261), República Democrática do Congo (0,239) e Zimbábue (0,140) surgem como os últimos colocados (ver quadros 1 e 2).

O primeiro Relatório do Desenvolvimento Humano, em 1990, que lançou o IDH, mudou o modo de se calcular o desenvolvimento de um país. Até então, ele era medido

apenas pelo crescimento econômico. Com o IDH, o desenvolvimento nacional passou a ser calculado, além do crescimento econômico, com as realizações na saúde e na educação que eram igualmente mensuráveis para a maioria dos países.

A média mundial do IDH aumentou 18%, desde 1990 (41% desde 1970), refletindo grandes melhoramentos agregados na esperança de vida, nas matrículas escolares, na alfabetização e no rendimento. Quase todos os países se beneficiaram desse progresso. Dos 135 países da amostra colocada no relatório para 1970-2010, com 92% da população mundial, apenas três – República Democrática do Congo, Zâmbia e o Zimbábue – têm um IDH atual inferior ao de 1970.

Globalmente, pela análise do relatório sobre todos os países para os quais estão disponíveis dados do IDH, nos últimos 40 anos, a esperança de vida subiu de 59 anos em 1970 para 70 em 2010; as matrículas escolares aumentaram de 55% para 70%, considerando-se todas as crianças em idade de escolaridade primária e secundária; e o PIB per capita duplicou, atingindo mais de US$ 10 mil. As pessoas de todas as regiões partilharam desse progresso, embora em diferentes graus. De acordo com o relatório,

o índice de desenvolvimento Humano (idH) de 2010 no mundo

a esperança de vida, por exemplo, subiu 18 anos nos Estados árabes, entre 1970 e 2010, enquanto na África Subsaariana foi de oito anos. Os países analisados incluem 92% da população mundial.

A região com o mais rápido progresso do IDH, desde 1970, foi a Ásia Oriental, liderada pela China e pela Indonésia. Os países árabes também registraram ganhos significativos, com oito dos 20 líderes mundiais em melhoria do IDH, ao longo dos últimos 40 anos. Contudo, muitas nações da África

Posição País IDH 2010

1º Noruega 0,938

2º Austrália 0,937

3º Nova Zelândia 0,907

4º Estados Unidos 0,902

5º Irlanda 0,895

6º Liechtenstein 0,891

7º Países Baixos 0,89

8º Canadá 0,888

9º Suécia 0,885

10º Alemanha 0,885

Quadro 1 - os 10 países com melhor iDH em 2010

Fonte: PNUD – Elaboração: IDEIES

Posição País IDH 2010

160º Mali 0,309

161º Burkina Faso 0,305

162º Libéria 0,300

163º Chade 0,295

164º Guiné-Bissau 0,289

165º Moçambique 0,284

166º Burundi 0,282

167º Níger 0,261

168º República Dominicana do Congo 0,239

169º Zimbábue 0,140

Quadro 2 - ocupando as 10 últimas posições, somente países africanos

Fonte: PNUD – Elaboração: IDEIES

Page 12: Boletim Ideies março 2011

12 BoIetim - IDEIES Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02

boletim iDeies

Subsaariana e da antiga União Soviética perderam terreno, devido ao impacto da Aids, dos conflitos, das convulsões econômicas e de outros fatores. A esperança de vida diminuiu, nos últimos 40 anos, em três países da antiga União Soviética – a Bielorrússia, a Ucrânia e a Federação Russa – e em seis da África Subsaariana: a República Democrática do Congo, o Lesoto, a África do Sul, a Suazilândia, a Zâmbia e o Zimbábue.

O quadro 3 mostra o IDH médio das regiões mundiais, separando-as em desenvolvidas e em desenvolvimento.

idH 2010: brasil sobe quatro posições e fica em 73º entre 169 países e territórios

o Brasil subiu quatro posições, de 2009 para 2010, e ficou em 73º no ranking de 169 países e territórios na nova versão do Índice de Desenvolvimento

Humano – IDH do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O índice brasileiro (0,699) situa o País entre os de alto desenvolvimento humano, é maior que a média mundial (0,624) e parecido com o do conjunto dos países da América Latina e Caribe (0,704),

de acordo com o “Relatório de Desenvolvimento Humano 2010: A verdadeira Riqueza das Nações – Vias para o Desenvolvimento Humano” (ver tabela 1).

Quanto à Renda Nacional Bruta per capita, em US$ PPC (paridade do poder de compra), no Brasil é deUS$ 10.607, inferior à média mundial (US$ 10.631) e o da América Latina (US$ 10.642). Também na média de anos de estudo, o Brasil, com 7,2 anos, ficou atrás da média do

no geral, os países pobres estão se aproximando dos

países ricos em termos de idH

Região IDH 2010

Mundo 0,624

Países desenvolvidos

OCDE 0,879

Não OCDE 0,844

Países em desenvolvimento

Estados árabes 0,588

Ásia Oriental e Pacífico 0,643

Europa e Ásia Central 0,702

América Latina e Caribe 0,704

Sul da Ásia 0,516

África Subsaariana 0,389

Quadro 3 - iDH por região

Fonte: PNUD – Elaboração: IDEIES

Page 13: Boletim Ideies março 2011

Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02 BoIetim - IDEIES 13

conjunto da América Latina e Caribe (7,9 anos) e da média mundial (7,4 anos). Quanto à expectativa de vida ao nascer, o Brasil, com 72,9 anos, está acima da média mundial(69,3 anos) e abaixo do conjunto da Amériica Latina e o Caribe (74,0 anos, ver tabela 1).

Na última década, a expectativa de vida dos brasileiros aumentou 2,7 anos, a média de escolaridade cresceu 1,7 ano e os anos de escolaridade esperada recuaram em

0,7 ano. A renda nacional bruta teve alta de 27% no período (ver tabela 2).

Da América Latina e o Caribe, estão à frente do Brasil: Barbados (42º e IDH de 0,788), Chile (45º e IDH de 0,783), Argentina (46º e IDH de 0,775), Uruguai (52º e IDH de 0,765), Panamá (54º e IDH de 0,755), México (56º e IDH de 0,750), Costa Rica (62º e IDH de 0,725) e Peru (63º e IDH de 0,723).

tabela 1 - o iDH do brasil, américa latina e mundo em 2010

Fonte: PNUD – Elaboração: IDEIES

Região IDH Expectativa de vida (anos)

Média de anos de estudo

Anos de estudo esperado

Renda Nacional Bruta per capita

(US$ PPC)

Brasil 0,699 72,9 7,2 13,8 10.607

América Latina 0,704 74 7,9 13,7 10.642

Mundo 0,624 69,3 7,4 12,3 10.631

tabela 2 - evolução do iDH do brasil (2000/2010)

Fonte: PNUD – Elaboração: IDEIES

Região IDH Expectativa de vida (anos)

Média de anos de estudo

Anos de estudo esperado

Renda Nacional Bruta per capita (US$ PPC)

1980 - 62,5 2,6 - 7.929

1985 - 64,4 3 - 7.318

1990 - 66,3 3,3 - 7.566

1995 - 68,3 4,4 - 8.242

2000 0,649 70,2 5,5 14,5 8.337

2005 0,678 71,7 6,6 14,2 8.982

2010 0,699 72,9 7,2 13,8 10.607

O índice manteve suas características principais — varia de 0 a 1 (quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento humano) e engloba três aspectos essenciais do desenvolvimento humano: conhecimento (medido por indicadores de educação), saúde (medida pela longevidade) e padrão de vida digno (medido pela renda). Assim, conserva a premissa que norteou sua criação em 1990: o progresso deve ser mensurado não apenas pelo crescimento econômico, mas também por conquistas em saúde e educação.

• Dos três subíndices que compõem o IDH, apenas o de longevidade não passou por alterações: continua sendo medido pela expectativa de vida ao nascer.

• No subíndice de renda, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita foi substituído pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, que contabiliza a renda conquistada pelos residentes de um país, incluindo fluxos internacionais, como remessas vindas do exterior e ajuda internacional, e excluindo a renda gerada no país, mas repatriada ao exterior. Ou seja, a RNB traz um retrato mais preciso do bem-estar econômico das pessoas de um país.

• No subíndice de educação, houve mudanças nos dois indicadores. Sai a taxa de analfabetismo, entra a média de anos de estudo da população adulta, para averiguar as condições da população em idade escolar. Em vez da taxa bruta de matrícula, passa a ser usado o número esperado de anos de estudos.

Page 14: Boletim Ideies março 2011

14 BoIetim - IDEIES Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02

o Departamento de Economia e Questões Sociais das Nações Unidas (Desa, na sigla em inglês) divulgou suas expectativas para 2011 e 2012

prevendo que, após uma diminuição no ritmo de cres-cimento a partir de meados de 2010, o crescimento da economia mundial para os próximos dois ainda será baixo, de 3,1% e de 3,5%, respectivamente, e abaixo dos 3,6% de 2010.

Quanto aos países desenvolvidos, os Estados Unidos estão com um ritmo lento de recuperação, crescendo 2,6% em 2010, índice que deverá continuar lento em 2011 (2,2%) e em 2012 (2,8%). Para a Zona do Euro, cujo PIB cresceu 1,6% em 2010, a previsão de crescimento ainda é muito baixa, tanto para 2011 (1,3%) como para 2012 (1,7%). Para o Japão, as expectativas de crescimento também não são boas, com as

Nações Unidas prevendo um fraco crescimento de 1,1% em 2011 e de 1,4% em 2012.

Quanto aos países emergentes e em desenvolvimento, eles continuarão a puxar a recuperação global, com crescimento de 6,0% e 6,1%, respectivamente em 2011 e 2012. China e Índia continuarão com altas taxas de crescimento nos dois próximos anos (ver tabela).

Quanto à América Latina, em particular a América do Sul, o crescimento esperado ainda será importante: de 4,1% em 2011 e de 4,3% em 2012, porém abaixo de 2010, que foi de 5,6%.

Para as Nações Unidas, o Brasil continuará a ser o motor do crescimento regional, com um forte aumento de seu mercado interno, o que ajudará as exportações dos países vizinhos.Os países da América do Sul também se beneficiarão dos fortes laços econômicos que possuem com as nações emergentes da Ásia.

a situação econômica mundial e as perspectivas para 2011

boletim iDeies

tabela - Crescimento da produção mundial (%)

Fonte: Nações Unidas/Desa – Elaboração: IDEIES

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Produção Mundial 4,0 3,9 1,6 -2,0 3,6 3,1 3,5

Economias desenvolvidas 2,8 2,5 0,1 -3,5 2,3 1,9 2,3

Zona do Euro 3,0 2,8 0,5 -4,1 1,6 1,3 1,7

Japão 2,0 2,4 -1,2 -5,2 2,7 1,1 1,4

Reino Unido 2,8 2,7 -0,1 -4,9 1,8 2,1 2,6

Estados Unidos 2,7 1,9 0,0 -2,6 2,6 2,2 2,8

BRICs - - - - - - -

Rússia 8,2 8,5 5,2 -7,9 3,9 3,7 3,9

China 11,6 13,0 9,6 9,1 10,1 8,9 9,0

Índia 9,6 9,4 7,5 6,7 8,4 8,2 8,4

Brasil 4,0 6,1 5,1 -0,2 7,6 4,5 5,2

Page 15: Boletim Ideies março 2011

Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02 BoIetim - IDEIES 15

a Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal) estima que a América Latina e o Caribe cresceram 6% em 2010. Esta é a taxa de

crescimento mais alta desde 2004, porém de maneira hete-rogênea. Enquanto a América do Sul a elevação foi de 6,6%,

a estimativa é de que o México e a América Central cres-ceram 4,9% e os países do Caribe, 0,5%.

A previsão da Cepal para o crescimento do PIB no Brasil é de 7,7%, inferior aos PIBs do Paraguai (9,7%), do Uruguai (9,0%), do Peru (8,6%) e da Argentina (8,4%), (ver gráfico 1).

américa latina e o caribe cresceram 6% em 2010

Gráfico 1 - américa latina e Caribe: crescimento do Pib em 2010 (%)

9,7

9,0

8,6

8,4

7,7

7,0

6,6

6,3

6,0

5,3

5,3

4,0

4,0

3,8

3,5

3,5

3,0

2,5

2,5

1,9

1,0

0,5

- 1,6

- 7,0

-8 -4 0 4 8 12

Paraguai

Uruguai

Peru

Argentina

Brasil

República Dominicana

América do Sul (10 países)

Panamá

América Latina e Caribe

México

Chile

Costa Rica

Colômbia

Bolívia

América Central (9 países)

Equador

Nicarágua

Honduras

Guatemala

Cuba

El Salvador

Caribe

Venezuela

Haiti

Fonte: Cepal – Elaboração: IDEIES

Page 16: Boletim Ideies março 2011

16 BoIetim - IDEIES Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02

boletim iDeies

Apesar do bom desempenho para o PIB no ano passado, vários fatores começaram a surgir no segundo semestre de 2010, desenhando um cenário menos otimista na economia mundial que provocou uma desaceleração generalizada no crescimento, levando a Cepal a estimar menor crescimento de 4,2% para a América Latina e o Caribe em 2011.Para a América do Sul, a previsão de crescimento é de

4,5%; de 3,6% para México e América Central; e de 2,2%para o Caribe.

Para o Brasil, a previsão de crescimento do PIB em 2011 é de 4,6%, acima da média da América do Sul, porém abaixo do Haití (9,0%), Panamá (7,5%), Peru (6,0%), Chile (6,0%), Uruguai (5,0%), República Dominicana (5,0%) e Argentina (4,8%), (ver gráfico 2).

Quanto às exportações da região, o crescimento foi de 25,5% de 2009 para 2010, a preços correntes. Os maiores aumentos nas exportações foram da Argentina, Paraguai, Brasil e México. Para os dois primeiros países, os aumentos deveram-se à exportação de produtos agrícolas, acrescidos no caso da Argentina pela venda de automóveis para o Brasil.

No Brasil, o aumento das exportações foi causado pelos produtos básicos e no caso do México pela exportação de automóveis, principalmente para os Estados Unidos (ver gráfico 3).

Para 2011, a demanda externa da região dependerá muito dos países emergentes da Ásia, o que poderá não se repetir nos altos níveis de 2010.

Gráfico 2 - américa latina e Caribe: crescimento do Pib em 2011 (%)

9,0

7,5

6,0

6,0

5,0

5,0

4,8

4,6

4,5

4,5

4,2

4,0

4,0

3,9

3,5

3,5

3,0

3,0

3,0

3,0

2,2

2,0

2,0

2,0

0 4 8 12

Haiti

Panamá

Peru

Chile

Uruguai

República Dominicana

Argentina

Brasil

América do Sul (10 países)

Bolívia

América Latina e Caribe

Paraguai

Colômbia

América Central (9 países)

México

Equador

Nicarágua

Guatemala

Costa Rica

Cuba

Caribe

Venezuela

Honduras

El Salvador

Fonte: Cepal – Elaboração: IDEIES

Page 17: Boletim Ideies março 2011

Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02 BoIetim - IDEIES 17

Gráfico 3 - américa latina: variação das exportações segundo volume e preço (%) em 2010

-20 -10 0 10 20 30 40 50

Argentina

Bolívia

Brasil

Chile

Colômbia

Costa Rica

Equador

El Salvador

Guatemala

Haiti

Honduras

México

Nicarágua

Panamá

Paraguai

Peru

República Dominicana

Uruguai

Venezuela

Volume

Preço

o relatório Doing Business 2011 (Fazendo Negócios 2011), elaborado anualmente pelo Banco Mundial e a Corporação Financeira Internacional (IFC, na

sigla em inglês), braço do Banco Mundial para o desenvolvi-mento do setor privado, coloca o Brasil em péssima posição, alcançando o 127º lugar entre 183 países.

Na América Latina, estão à frente do Brasil: México (35º), Peru (36º), Colômbia (39º), Chile (43º) e Argentina (115º). Atrás do Brasil, apenas Equador, Bolívia e Venezuela,além do Suriname.

Nos BRICs, o Brasil somente está na frente da Índia: China está em 79ª posição, Rússia na 123ª e Índia na 134ª.

brasil continua mal colocado no mundo para novos empreendedores e é um dos piores no peso dos impostos

Fonte: Cepal – Elaboração: IDEIES

Page 18: Boletim Ideies março 2011

18 BoIetim - IDEIES Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02

boletim iDeies

TEMPO MÉDIO PARA OBTER ALVARÁ PARA CONSTRUÇÃO – 411 DIASOutro item que influencia para a má posição do Brasil no ranking mundial é o tempo médio para uma empresa obter alvará

para construção que é de 411 dias, enquanto que nos países da OCDE esse período é de 166 dias, e na América Latina e o Caribe, de 250 dias (ver gráfico 2).

Gráfico 2 - tempo médio para obter alvará para construção – (dia)

TEMPO MÉDIO PARA ABRIR UMA EMPRESA – 120 DIASO tempo médio para abrir uma empresa é de 120 dias, quase nove vezes mais que na OCDE (média de 14 dias) e mais que o

dobro da América Latina e o Caribe (média de 57 dias) – (Ver gráfico 1).

alGUns asPeCtos leVantaDos Pelo relatório Para o brasil:

Gráfico 1 - tempo médio para abrir uma empresa – (dia)

OCDE (alta renda)

EuropaOriental e Ásia

Central

Sul da Ásia Lesta da Ásia ePacífico

Oriente Médioe Norte da

África

ÁfricaSubsaariana

América Latinae Caribe

Brasil

22 37 38 51 39 62 7414 16 25 39 20 45 57 120

34

0

50

100

150

2005

2010

Média global de 2010

OCDE (alta renda)

EuropaOriental e Ásia

Central

Sul da Ásia Lesta da Ásia ePacífico

Oriente Médioe Norte da

África

ÁfricaSubsaariana

América Latinae Caribe

Brasil

175 233 238 244 183 193 280166 220 222 241 167 152 250 411

202

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

2005

2010

Média global de 2010

Fonte: Doing Business 2011 Elaboração: IDEIES

Fonte: Banco Mundial Elaboração: Doing Business 2011

Page 19: Boletim Ideies março 2011

Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02 BoIetim - IDEIES 19

237 223 291 305 411 343 431199 194 218 283 385 315 314 2.600

282

0

1000

2000

3000

OCDE (alta renda)

EuropaOriental e Ásia

Sul da Ásia Lesta da Ásia ePacífico

Oriente Médioe Norte da

África

ÁfricaSubsaariana

América Latinae Caribe

Brasil

2004

2009

Média global de 2009

Gráfico 3 - tempo dispendido para preparar, pagar os impostos e arquivar (horas/ano)

237 223 291 305 411 343 431199 194 218 283 385 315 314 2.600

282

0

1000

2000

3000

OCDE (alta renda)

EuropaOriental e Ásia

Sul da Ásia Lesta da Ásia ePacífico

Oriente Médioe Norte da

África

ÁfricaSubsaariana

América Latinae Caribe

Brasil

2004

2009

Média global de 2009

RECOLHIMENTO DOS IMPOSTOS É A PIOR COLOCAÇÃO DO BRASIL – 152º LUgARA avaliação não se baseia o tamanho da carga tributária, mas em relação à burocracia que a empresa precisa enfrentar

para cumprir com suas obrigações tributárias (tempo dispendido para preparar, pagar os impostos e arquivar). Enquanto nos países da OCDE a média é de 199 horas/ano de trabalho, na América Latina e no Caribe é de 385 horas/ano de trabalho e a média mundial é de 282 horas/ano de trabalho, no Brasil chega a ser vergonhoso: 2.600 horas/ano de trabalho (ver gráfico 3).

Fonte: Banco Mundial Elaboração: Doing Business 2011

COMÉRCIO INTERNACIONALCusto para a exportação de um

contêiner – US$ 1.790 Custo para a importação de um

contêiner – US$ 1.730 No comércio internacional encontra-

se um dos maiores problemas do Brasil. Enquanto o custo para a exportação de um contêiner no Brasil é de US$ 1.790, em alguns países da América Latina é abaixo de US$ 1.000 (Chile – US$ 745 e Peru – US$ 860). Nos outros países dos BRICs, na China é de US$ 500, na Índia de US$ 1.055 e somente a Rússia tem custo maior de US$ 1.850.

Quanto à importação, o custo por contêiner é um pouco menor alcançando US$ 1.730. Porém, ainda muito mais alto do que de vários países latinoamericanos (cerca de US$ 560) e de países europeus (cerca de US$ 700). Fo

to: L

eone

l Alb

uque

rque

Page 20: Boletim Ideies março 2011

20 BoIetim - IDEIES Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02

boletim iDeies

banco central do brasilEvolução das Expectativas para 2010

Fonte: BACEN - Elaboração: IDEIES/Núcleo Estratégico de Conjuntura - NEC

iPCa (% a.a.)

5,00

19/11/2010

26/11/2010

3/12/2010

10/12/2010

17/12/2010

24/12/2010

31/12/2010

7/1/2011

5,20

5,40

5,15

5,20 4,20 5,215,29 5,31 5,32 5,34

taxa de CâmbioFim do período ( R$/US$)

1,50

1,75

2,00

1,75 1,75 1,75 1,75 1,75 1,75 1,75 1,75

19/11/2010

26/11/2010

3/12/2010

10/12/2010

27/12/2010

24/12/2010

31/12/2010

7/1/2011

Pib (variação real - %)

4,00

4,50

5,00

4,50 4,50 4,50 4,50 4,50 4,50 4,50 4,50

19/11/2010

26/11/2010

3/12/2010

10/12/2010

27/12/2010

24/12/2010

31/12/2010

7/1/2011

iGP-Di (% a.a.)

5,20

5,40

5,60

19/11/2010

26/11/2010

3/12/2010

10/12/2010

27/12/2010

24/12/2010

31/12/2010

7/1/2011

5,265,31 5,31

5,425,50 5,51 5,50 5,50

meta taxa selicFim do período ( % a.a.)

12,00

12,25

12,50

12,00

12,25 12,25 12,25 12,25 12,25 12,25 12,25

19/11/2010

26/11/2010

3/12/2010

10/12/2010

27/12/2010

24/12/2010

31/12/2010

7/1/2011

Produção industrial (% a.a.)

5,00

5,20

5,40

5,40 5,255,30

5,355,40

5,31

5,30

5,03

19/11/2010

26/11/2010

3/12/2010

10/12/2010

27/12/2010

24/12/2010

31/12/2010

7/1/2011

36,00

38,00

40,00

36,0036,00

37,5038,00

38,50

38,00

39,50

40,00

19/11/2010

26/11/2010

3/12/2010

10/12/2010

27/12/2010

24/12/2010

31/12/2010

7/1/2011

investimento estrangeiro Direto (Us$ bilhões)balança Comercial (Us$ bilhões)

8,00

8,50

9,00

8,00

8,50

8,00 8,00 8,00 8,00 8,00

8,75

19/11/2010

26/11/2010

3/12/2010

10/12/2010

27/12/2010

24/12/2010

31/12/2010

7/1/2011

(Us$ bilhões)

Page 21: Boletim Ideies março 2011

Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02 BoIetim - IDEIES 21

Produto dez/09 jan/10 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10 jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10

ACUMULADO

jan-nov 09

jan-nov 10

Variação (%)

Minérios, escórias e cinzas 269,2 267,6 290,4 308,1 339,5 519,1 533,8 713,6 601,2 633,9 752,3 624,3 2.294,4 5.583,8 143,4

Ferro fundido, ferro e aço 111,7 120,4 122,7 83,9 79,6 91,1 197,8 119,8 110,6 87,9 215,6 194,3 1.221,8 1.423,7 16,5

Pastas de madeira ou maté-rias fibrosas celulósicas etc

75,4 56,3 85,5 101,7 77,3 76,1 83,4 71,2 91,4 80,2 98,6 103,3 745,8 925,0 24,0

Obras de pedra, gesso, cimento etc

46,0 22,9 34,8 56,3 54,1 50,4 57,1 60,9 54,2 49,9 46,6 42,5 377,7 529,5 40,2

Café, chá, mate e especiarias

31,5 27,4 25,6 23,5 20,8 25,7 31,1 37,8 45,6 46,6 41,5 43,2 363,5 368,6 1,4

Produtos Selecionados 533,8 494,4 559,0 573,4 571,3 762,4 903,1 1.003,3 903,0 898,4 1.154,5 1.007,6 5.003,3 8.830,5 76,5

Total 604,1 666,7 722,3 782,4 733,0 833,9 1.075,4 1.067,6 1.191,9 1.058,2 1.334,1 1.168,3 5.906,2 10.633,7 80,0

exportação - Produtos em destaque

Fonte: MDIC/AliceWeb – Elaboração: IDEIES/Núcleo Estratégico de Conjuntura - NEC

US$ milhões - Espírito Santo

Produto dez/09 jan/10 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10 jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10ACUMULADO

jan-nov 09

jan-nov 10

Minérios, escórias e cinzas 44,6 40,1 40,2 39,4 46,3 62,3 49,6 66,8 50,4 59,9 56,4 53,4 38,8 52,5

Ferro fundido, ferro e aço 18,5 18,1 17,0 10,7 10,9 10,9 18,4 11,2 9,3 8,3 16,2 16,6 20,7 13,4

Pastas de madeira ou matérias fibrosas celulósicas etc

12,5 8,4 11,8 13,0 10,5 9,1 7,8 6,7 7,7 7,6 7,4 8,8 12,6 8,7

Obras de pedra, gesso, cimento etc

7,6 3,4 4,8 7,2 7,4 6,0 5,3 5,7 4,5 4,7 3,5 3,6 6,4 5,0

Café, chá, mate e especiarias 5,2 4,1 3,5 3,0 2,8 3,1 2,9 3,5 3,8 4,4 3,1 3,7 6,2 3,5

Produtos Selecionados 88,4 74,2 77,4 73,3 77,9 91,4 84,0 94,0 75,8 84,9 86,5 86,2 84,7 83,0

exportação - Produtos em destaque

Fonte: MDIC/AliceWeb – Elaboração: IDEIES/Núcleo Estratégico de Conjuntura - NEC

Participação no total exportado (%) - Espírito Santo

espírito santo e brasil em dados

Page 22: Boletim Ideies março 2011

22 BoIetim - IDEIES Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02

boletim iDeies

Produto dez/09 jan/10 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10 jul/10 ago/10 set/10 out/10 dez/10ACUMULADO

jan-nov 09

jan-nov 10

Veículos, automóveis, tratores etc 17,3 17,6 20,2 17,3 18,1 19,4 15,6 15,3 19,4 10,6 16,0 20,5 9,5 17,1

Caldeiras, máquinas etc 15,6 9,4 12,7 10,6 17,5 14,6 16,0 21,1 20,5 14,5 10,7 10,7 13,8 14,6

Combustíveis minerais, óleos minerais etc 11,5 12,3 13,6 13,1 12,8 15,7 15,0 11,2 10,5 11,7 15,2 12,4 16,1 12,9

Máquinas, aparelhos e material elétrico etc 8,9 11,0 11,4 9,8 8,2 8,8 8,8 10,1 10,9 19,2 8,5 9,2 12,8 10,7

Borracha e suas obras 2,6 3,8 4,1 4,2 4,3 4,5 5,3 5,8 5,4 5,4 4,3 6,4 3,4 5,0

Produtos Selecionados 55,8 54,1 62,0 55,0 60,9 63,0 60,7 63,6 66,8 61,4 54,8 59,3 55,6 60,4

importação - Produtos em destaque

Fonte: MDIC/Alice Web – Elaboração: IDEIES/Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC

Participação no total importado (%) - Espírito Santo

Produto dez/09 jan/10 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10 jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10ACUMULADO

jan-nov 09

jan-nov 10

Variação (%)

Veículos, automóveis, tratores etc 87,8 82,8 91,7 105,2 101,6 116,0 100,5 103,6 143,5 81,8 99,5 160,5 473,3 1.186,7 150,7

Caldeiras, máquinas etc 79,4 44,3 57,7 64,6 98,3 87,1 102,9 143,4 151,5 112,1 66,6 84,2 688,5 1012,5 47,0

Combustíveis minerais, óleos minerais etc 58,3 57,7 61,7 79,4 72,3 93,5 96,6 76,3 77,4 90,3 94,8 97,0 799,7 897,0 12,2

Máquinas, aparelhos e material elétrico etc 45,1 51,9 51,6 59,6 46,3 52,7 56,7 68,9 80,1 148,4 52,5 72,4 635,9 741,1 16,5

Borracha e suas obras 13,1 17,7 18,8 25,2 24,5 26,6 33,9 39,5 40,2 41,8 27,0 50,5 169,5 345,6 103,9

Produtos Selecionados 283,7 254,5 281,5 334,1 342,9 375,9 390,4 431,7 492,7 474,3 340,4 464,6 2.766,97 4.182,9 51,2

Total 508,1 470,5 453,9 606,9 562,6 597,1 643,0 679,1 738,0 772,6 621,5 783,9 4.976,20 6.929,2 39,2

importação - Produtos em destaque

Fonte: MDIC/AliceWeb – Elaboração: IDEIES/Núcleo Estratégico de Conjuntura - NEC

US$ milhões - Espírito Santo

jan/10 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10 jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10 dez/10ACUMULADO

2009 2010 Variação (%)

ExportaçãoBrasil 11.305,1 12.197,2 15.727,5 15.161,2 17.702,5 17.093,9 17.672,9 19.236,3 18.832,8 18.380,4 17.687,3 20.918,1 152.994,7 201.915,3 32,0

ES 666,7 722,3 782,4 733,0 833,9 1.075,4 1.067,6 1.191,9 1.058,2 1.334,1 1.168,3 1.320,6 6.510,2 11.954,3 83,6

ImportaçãoBrasil 11.484,6 11.807,7 15.055,6 13.878,1 14.255,5 14.822,0 16.317,6 16.823,3 17.745,5 16.528,9 17.378,5 15.551,3 127.722,3 181.648,7 42,2

ES 470,5 453,9 606,9 562,6 597,1 643,0 679,1 738,0 772,6 621,5 784,0 665,2 5.484,3 7.594,5 38,5

Corrente de Comercio

Brasil 22.789,7 24.005,0 30.783,0 29.039,3 31.958,0 31.915,9 33.990,6 36.059,5 36.578,3 34.909,3 35.065,9 36.469,5 280.717,1 383.564,0 36,6

ES 1.137,2 1.176,3 1.389,3 1.295,6 1.431,0 1.718,4 1.746,7 1.929,9 1.830,7 1.955,6 1.952,3 1.985,8 11.994,5 19.548,8 63,0

SaldoBrasil -179,5 389,5 671,9 1.283,1 3.447,0 2.271,9 1.355,3 2.413,0 1.087,3 1.851,5 308,8 5.366,8 25.272,4 20.266,6 -

ES 196,2 268,4 175,5 170,3 236,8 432,4 388,5 453,8 285,6 712,5 384,4 655,4 1.026,0 4.359,8 -

balança Comercial

Fonte: MDIC/AliceWeb – Elaboração: IDEIES/Núcleo Estratégico de Conjuntura - NEC

US$ milhões

Page 23: Boletim Ideies março 2011

Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02 BoIetim - IDEIES 23

jan/10 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10 jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10 dez/10ACUMULADO

2009 2010Exportação 5,9 5,9 5,0 4,8 4,7 6,3 6,0 6,2 5,6 7,3 6,6 6,3 4,3 5,9Importação 4,1 3,8 4,0 4,1 4,2 4,3 4,2 4,4 4,4 3,8 4,5 4,3 4,3 4,2Corrente de Comércio 5,0 4,9 4,5 4,5 4,5 5,4 5,1 5,4 5,0 5,6 5,6 5,4 4,3 5,1

balança Comercial

Fonte: MDIC/AliceWeb – Elaboração: IDEIES/Núcleo Estratégico de Conjuntura - NEC

Participação do Espírito Santo na balança comercial do Brasil (%)

Brasil e Unidade da FederaçãoMensal - Em relação ao mês anterior (com ajuste sazonal) ACUMULADO*

dez/09 jan/10 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10 jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10 jan-nov 09

jan-nov 10

Brasil 0,0 1,1 1,3 3,4 -0,9 -0,2 -1,1 0,5 -0,1 0,1 0,3 -0,1 -9,3 11,1

Espírito Santo 3,6 3,5 -0,4 1,7 -2,1 -3,3 5,6 -0,2 -1,1 0,0 3,7 -3,1 -18,1 24,9

Amazonas -0,2 10,1 -4,4 10,7 -6,1 -2,9 2,4 -1,4 -3,0 -2,2 -3,2 8,8 -9,8 16,9

Minas Gerais 0,7 1,8 1,7 2,5 0,8 1,6 -3,3 0,2 -0,1 2,0 -0,3 -2,5 -15,7 15,8

Goiás -0,9 4,6 11,6 -6,6 3,4 -2,3 -10,3 13,0 -0,8 4,1 -5,3 -2,8 -0,5 16,8

Paraná 6,8 -2,3 -2,0 18,6 -15,0 17,9 -3,1 -3,2 -8,2 6,1 -9,6 11,5 -4,3 15,6

Pernambuco -2,5 0,7 11,1 3,2 -3,5 1,5 -2,4 -1,4 -3,2 -0,1 -0,5 -2,2 -3,9 11,2

Ceará 2,5 2,1 -1,2 -0,1 2,8 -1,0 0,6 -1,8 -2,0 -1,9 -5,5 -0,1 -5,1 10,8

São Paulo 1,2 -0,6 1,9 0,7 0,3 -1,1 -0,9 0,9 1,2 0,1 -0,8 1,4 -10,4 10,9

Nordeste 1,3 0,9 0,4 2,1 0,0 2,1 -3,8 1,2 -2,3 -0,2 0,1 -5,8 -6,2 9,5

Bahia -0,6 0,0 -2,1 1,1 -0,4 4,8 -6,4 2,9 -1,5 -0,5 5,9 -8,1 -7,0 9,0

Santa Catarina 1,4 1,5 -1,8 3,4 -0,1 -0,4 -2,3 -2,6 0,2 -0,4 0,3 2,3 -9,2 6,6

Rio Grande do Sul 1,6 1,3 -5,4 4,3 -1,2 -1,8 1,8 4,6 -4,4 -1,9 -1,6 8,3 -9,3 7,5

Rio de Janeiro 2,1 -2,0 1,5 2,0 -3,2 3,0 0,1 0,9 0,7 -1,7 0,9 5,5 -5,2 8,8

Pará 3,0 3,0 1,6 1,3 1,1 -2,9 0,1 0,0 2,8 -0,3 -0,5 5,1 -8,0 9,0

Variação da Produção Física industrial

Fonte: IBGE/Pesquisa Industrial Mensal - PIM – Elaboração: IDEIES/Núcleo Estratégico de Conjuntura - NEC

Indústria Geral (%)

* Acumulado no ano em relação ao mesmo período do ano anterior

Indicador AbrangênciaVariação em relação ao mês anterior ACUMULADO

dez/09 jan/10 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10 jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10 2009 Últimos 12 meses

IPCA Brasil 0,4 0,8 0,8 0,5 0,6 0,4 0,0 0,0 0,0 0,4 0,8 0,8 4,3 5,6INPC Brasil 0,2 0,9 0,7 0,7 0,7 0,4 -0,1 -0,1 -0,1 0,5 0,9 1,0 4,1 6,1IGP-DI Brasil -0,1 1,0 1,1 0,6 0,7 1,6 0,3 0,2 1,1 1,1 1,0 1,6 -1,4 10,8CUB Padrão Residencial Espírito Santo 0,2 0,3 0,3 0,6 0,1 3,2 1,0 0,2 0,0 0,1 0,1 0,1 4,9 6,5

Produção Física**Brasil 0,0 1,1 1,3 3,4 -0,9 -0,2 -1,1 0,5 -0,1 0,1 0,3 -0,1 -7,4 11,7

Espírito Santo 4,0 3,6 -0,3 1,7 -1,9 -3,2 5,6 -0,1 -1,0 0,2 3,8 - -14,6 27,1

Produtividade*Brasil -2,1 0,1 2,1 3,7 5,5 6,7 7,6 8,2 8,5 8,8 8,4 - -2,1 8,4

Espírito Santo -9,6 -3,8 0,6 6,1 10,1 14,3 18,4 21,5 22,5 22,2 21,4 - -9,6 21,4

Volume de Vendas do Comércio**

Brasil -1,0 2,9 1,7 2,0 -3,0 1,4 1,2 0,9 1,7 0,3 0,4 - 5,9 10,7

Espírito Santo -1,1 3,4 0,5 2,3 -5,3 2,9 0,8 0,6 1,1 0,1 0,8 - -1,1 8,9

ImportaçõesBrasil 2,1 -6,6 2,8 27,5 -7,8 2,7 4,0 10,1 3,1 5,5 -6,9 5,1 -26,2 40,5

Espírito Santo 10,1 -7,4 -3,5 33,7 -7,3 6,1 7,7 5,6 8,7 4,7 -19,6 26,1 -36,3 31,7

ExportaçõesBrasil 14,3 -21,8 7,9 28,9 -3,6 16,8 -3,4 3,4 8,8 -2,1 -2,4 -3,8 -22,7 28,3

Espírito Santo -0,9 10,4 8,3 8,3 -6,3 13,8 29,0 -0,7 11,6 -11,2 26,1 -12,4 -35,5 73,2

PIB**Brasil 2,1 2,3 1,8 0,5 - -0,6 7,1

Espírito Santo 4,5 4,5 -2,4 - - -3,7 8,4

indicadores selecionados (%)

Fonte: IBGE; FGV; MDIC; Sinduscon-ES – Elaboração: IDEIES/Núcleo Estratégico de Conjuntura - NEC * Valores mensais referentes aos últimos 12 meses ** Valores com ajustes sazonais- Valores não disponíveis

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24 BoIetim - IDEIES Janeiro 2011 – nº 25 – Ano 02

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