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BOLETIM INFORMATIVO DA FILEIRA DE CAJU Agência Nacional de Caju da Guiné-Bissau ANCA-GB JUNHO 2015 PUBLICAÇÃO Nº 01 1 Preço de Referência ao Produtor Campanha de Comercialização e Exportação da Castanha de Caju 2015 A Agência Nacional de Caju da Guiné-Bissau – ANCA-GB, no quadro da preparação da Campanha de Comercialização e Exportação da Castanha de Caju realizou um conjunto de trabalhos prévios que culminou, entre outros, com a apresentação à Tutela da “Proposta para a fixação do Preço Referência ao Produtor”, num intervalo de 300 – 350 Fcfa/Kg. Fundamentos: Para esse efeito, fez-se um trabalho de análise de “Dados e Informações” virtuais e reais dos principais Mercados da Castanha de Caju, valorização do Dólar em relação às outras moedas (Março 2015), assim como a retirada do FUNPI e ainda a normalização do ambiente político e socio- económico do País. Tendência dos Mercados (Janeiro – Abril 2015) Mercado Internacional O Mercado Internacional da castanha de caju enfrentou uma enorme pressão devido ao atraso da colheita (cerca de um Mês) que atingiu a maior parte dos países produtores, o que fez a indústria de processamento operar abaixo da sua capacidade de processamento devido à escassez de materia-prima, ou seja quantidade suficiente para atender encomendas de Amêndoa de Caju. Valorização do Dólar Durante o período que antecedeu a abertura oficial da Campanha, houve uma valorização consideravel do Dolar Americano face ao Franco cfa (ver Gráfico:2). A valorização média foi de 591.04 (1 USD = 591.04 Fcfa). Mercado Sub-regional O Mercado da sub-região a par do que se verificou noutros Mercados, também houve atraso na colheita da Castanha de Caju. Este fenómeno tornou o Mercado mais competitivo, instalando assim uma intensa competição na compra e venda da Castanha de Caju com repercussão no aumento do preço ao produtor (Grafico:1). Mercado Internacional da Amêndoa de caju O mercado da Amêndoa de Caju foi caracterizado por uma tendencia de subida da procura, apesar da estabilidade com que apresentou nos periodos subsequentes. Gráfico:1 - Evolução do Preço da Castanha in natura no Mercado da Sub- região Fonte: N´Kalô Elaboração: ANCA-GB 200 275 100 150 200 230 300 400 175 350 430 475 Pç. Min Pç. Max Pç: Min Pç. Max Pç. Min Pç. Max Costa de Marfim Mali Burkina Faso Preço da Castanha de Caju nos 3 países da Sub-região - Fcfa/Kg - Março 2015 Fevereiro Março 481,00 481,00 475,00 474,80 569,10 580,50 608,00 611,10 Janeiro Fevereiro Março Abril EVOLUÇÃO MÉDIA DA TAXA DE CÂMBIO - USD/FCFA 2014 2015 Gráfico:2 - Evolução da Taxa de Câmbio Fonte: Cashew.com Elaboração: ANCA-GB

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BOLETIM INFORMATIVO DA FILEIRA DE CAJU

Agência Nacional de Caju da Guiné-Bissau ANCA-GB

JUNHO 2015 PUBLICAÇÃO Nº 01

1

Preço de Referência ao Produtor

Campanha de Comercialização e Exportação da Castanha de Caju – 2015

A Agência Nacional de Caju da Guiné-Bissau – ANCA-GB,

no quadro da preparação da Campanha de Comercialização e Exportação da Castanha de Caju realizou um conjunto de trabalhos prévios que culminou, entre outros, com a apresentação à Tutela da “Proposta para a fixação do Preço Referência ao Produtor”, num intervalo de 300 – 350 Fcfa/Kg.

Fundamentos: Para esse efeito, fez-se um trabalho de análise de “Dados e Informações” virtuais e reais dos principais Mercados da Castanha de Caju, valorização do Dólar em relação às outras moedas (Março 2015), assim como a retirada do FUNPI e ainda a normalização do ambiente político e socio-económico do País.

Tendência dos Mercados (Janeiro – Abril 2015)

Mercado Internacional O Mercado Internacional da castanha de caju enfrentou uma enorme pressão devido ao atraso da colheita (cerca de um Mês) que atingiu a maior parte dos países produtores, o que fez a indústria de processamento operar

abaixo da sua capacidade de processamento devido à escassez de materia-prima, ou seja quantidade suficiente para atender encomendas de Amêndoa de Caju.

Valorização do Dólar

Durante o período que antecedeu a abertura oficial da Campanha, houve uma valorização consideravel do Dolar Americano face ao Franco cfa (ver Gráfico:2). A valorização média foi de 591.04 (1 USD = 591.04 Fcfa).

Mercado Sub-regional O Mercado da sub-região a par do que se verificou noutros Mercados, também houve atraso na colheita da Castanha de Caju. Este fenómeno tornou o Mercado mais competitivo, instalando assim uma intensa competição na compra e venda da Castanha de Caju com repercussão no aumento do preço ao produtor (Grafico:1).

Mercado Internacional da Amêndoa de caju

O mercado da Amêndoa de Caju foi caracterizado por uma tendencia de subida da procura, apesar da estabilidade com que apresentou nos periodos subsequentes.

Gráfico:1 - Evolução do Preço da Castanha in natura no Mercado da Sub-

região

Fonte: N´Kalô Elaboração: ANCA-GB

200275

100150

200 230300

400

175

350430

475

Pç. Min Pç. Max Pç: Min Pç. Max Pç. Min Pç. Max

Costa de Marfim Mali Burkina Faso

Preço da Castanha de Caju nos 3 países da Sub-região -Fcfa/Kg - Março 2015

Fevereiro Março

481,00 481,00 475,00 474,80

569,10 580,50 608,00 611,10

Janeiro Fevereiro Março Abril

EVOLUÇÃO MÉDIA DA TAXA DE CÂMBIO -USD/FCFA

2014 2015

Gráfico:2 - Evolução da Taxa de Câmbio

Fonte: Cashew.com Elaboração: ANCA-GB

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Face aos estudos realizados sobre comportamento dos mercados permitiu, em parte, atualizar o “Preço ao Produtor”, e ter a percepção aproximada das “margens do Intermediário” e do “Exportador” com base na estrutura de Custo previsional levando em conta a retirado do FUNPI e também das alterações efectuadas na CPR. Preços indicativos:

Preço de Referência: 300 Fcfa/KG

Preço FOB: 1100 USD/TM

Base Tributária: 900 USD/TM

Evolução da Comercialização e Exportaçao da Castanha de Caju “in natura” – 2015

Como é habitual, na cerimonia oficial da abertura de Campanha 2015 foi anunciado 300 Fcfa/kg como o Preço Indicativo (Preço de Referência) para a compra de Castanha de Caju junto ao Produtor ou seja valor minimo

aceitavel que possibilita a proteção dos Produtores contra as oscilações dos preços no mercado interno e externo. Por outro lado, este valor por cada kg não não afecta a margem de lucro dos Intermediários e Exportadores.

1. Preço ao Produtor

Quadro:1 – Evolução média doPreço ao Produtor e Intermediários

De acordo com os dados recolhidos junto aos Produtores e Intermédiarios após a abertura oficial da Campanha denota-se uma subida gradual do preço da Castanha nos dois segmentos da comercialização (Produtores e Intermédiarios). A média do preço praticado é de 537,50 Fcfa/Kg como ilustra o Mapa:1. Este aumento poder ser justificado em parte pela subida do preço da Amêndoa e da Castanha de Caju no mercado Índiano.

De 18/04 à 03/06, o preço praticado no interior do País evoluiu em média de 500 à 625 Fcfa/Kg (ver Quadro:1). A região de Bafatá, Gabú, Cacheu e Tombali são as que conseguiram preços mais elevados em relação às outras regiões cujos preços praticados em média é de 500 Fcfa/kg.

A nivel dos intermediarios, o preço oscilou (em média) entre 500 à 635 Fcfa/Kg. Em ambas as análises, tanto a nivel dos Produtores como a nivel dos Intermédiarios o preço tem subido gradualmente ao longo da Campanha, o que torna a campanha altamente interessante principalmente para os produtores.

2. Preço Báscula Entre os dias 4 e 5 de Maio 2015 a procura da castanha bruta de caju aumentou exponencialmente.

Durante este período, o preço de aquisição junto a Báscula Central (GH IMPEX) aumentou em cerca de 235 xof/kg (saindo de 400 xof/kg para 635 xof/kg). Esta subida motivou não só posicionamentos contraditorios entre os diferentes operadores economicos, assim como uma reunião de urgência convocada pelo Gabinte do Ministro de Comércio e Artesanato com o intuito de recolher opinião dos diferentes actores e intervinientes no sector de caju de forma a perceber as razões que estiveram nna origem do rapido aumento do preço junto à Báscula .

De acordo com análise do comportamento de Mercado de Caju efectuado pela ANCA-GB concluiu-se que para além da tendência do mercado demonstrada atrás, também houve outros factores que podem ter influenciado a rapida

Datas Preço ao Produtor

Fcfa/Kg

Preço Báscula

Fcfa/Kg

18/04 – 06/05 350 500 07 – 13/05 425 580 14 – 20/05 510 625 21 – 27/05 500 600

28/05 – 03/06 525 635 Fonte: ANIN-GB / ANAG /ANCA-GB

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subida dos preços de transação da Castanha na Báscula supra-citada, designadamente:

Atraso na colheita na Índia (1 mês); Escassez de matérias-primas obrigando as

unidades fabris a operarem abaixo das suas capacidades de processamento instalada;

Previsão de queda de Produção na Índia (+30%);

Aumento da procura de Amêndoa no mercado internacional superior ao igual período do ano anterior;

Atraso da colheita na Guiné-Bissau na globalidade;

Baixa produção registada na região do Leste associada a queimada de muitos Pomares.

Mapa: 1 – Preço ao Produtor por Regiões (01-30 MAIO DE 2015)

Fonte: ANAG /Compilação: ANCA-GB

3. Exportação

3.1. Comissão Multidisciplinar de atribuição das Licenças de Exportação

Composição Direcção Geral do Comércio e da

Concorrência (DGCC); Direcção Geral de Contribuição e

Impostos (DGCI); Direcção Geral das Alfândegas (DGA); Agência Nacional de Caju (ANCA-GB); Câmara do Comércio, Industria,

Agricultura e Serviços (CCIAS); Assoc. Nacional dos Importadores e

Exportadores (ANIE). Apos a constituição da Comissão foram analisadas um total de 26 pedidos de Licença de Exportação no periodo compreendido entre os dia 07/05 – 26/05/2015 dos quais

3 foram reprovados por não terem compridos com os requesitos exigidos para o efeito. Para a aprovação e emissão das licenças de exportação, a Comissão estabeleceu os seguintes criterios:

As Empresas requerentes das licenças não devem constar da lista do BCEAO por falta de repatriamento das divisas resultantes da campanha de Exportação de 2014;

Ter situação regularizada em relação as obrigações com o FUNPI de 2014;

Cumprir com todas as demais formalidades constantes na lista dos requisitos (Documentos) necessários à atribuição das Licenças de Exportação.

450-500

450-550

325-600

450-600 500-600

500-625

450-500

400-750

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3.2. Guichet Único

Para o efeito de facilitar todo o processo administrativo

para a exportação foi criado o Guichet Único unificando

num só espaço todas as Instituições directamente ligadas à

comercialização e exportação da Castanha com o objectivo

de aumentar a eficiência nos respectivos serviços.

Composição

DGCC – M Comércio;

DGCI – M. Finanças;

DGA – M. Finanças;

ANCA-GB;

CCIAS;

ANIE-GB.

Competencias a) Emitir Declaração de Exportação; b) Receber, analisar e dar o devido tratamento a

todos Os pedidos relativos a exportação da castanha de caju in natura;

c) Assegurar a observância das obrigações legais para a exportação da castanha ligada ao

licenciamento, certificação, controlo de qualidade, quitações emitidos pelas entidades implicadas, despacho aduaneiro e outras exigidas por Lei;

d) Liquidar os montantes devidos às entidades envolvidas, quando não exigível de forma diferente;

e) Assegurar o pagamento de todas as imposições legais exigidas na cadeia da exportação da castanha;

f) Receber os comprovativos dos pagamentos referidos na alínea anterior;

g) Executar todas as formalidades do desembaraço aduaneiro ligadas a verificação, reverificação, nomeação do auxiliar através do primeiro-oficial,

h) Liquidar o Despacho para a exportação; i) Autorizar a exportação da castanha de caju; j) Autorizar embarque; k) Realizar outras tarefas conducentes a agilizar o

processo da exportação da castanha.

3.3. Comportamento do Mercado Internacional de Castanha e Amêndoa de Caju

3.3.1. Sub-região

Apesar do atraso da colheita verificado em quase todos os países produtores e exportadores da castanha de caju, o preço da comercialização a nível do produtor foi melhor comparando o ano anterior. Nos Países da nossa Sub-região verificou-se um aumento gradual dos preços de aquisição da castanha junto ao produtor. Na Costa de Marfim o preço variou de 350-512,50 Fcfa/Kg, para o Senegal o preço oscilou entre os 442-675 Fcfa/Kg e no Benin a variação foi de 487,50-562,50 Fcfa/Kg.

Costa Marfim

BeninSenegal

350 400 412,5500 525 512,5

487,5

487,5 475 475475 475

562,5442,5

600 600675

Evolução do preço médio da castanha ao produtor na sub-região Fcfa/Kg

Gráfico:3 – Evolução do preço da castanha ao produtor na Sub-região

Fonte: N´kalô Elaboração ANCA-GB

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3.3.2. Índia

Quadro:2 – Cotação internacional da Castanha e Amêndoa de Caju no Mercado Asiático (02/06/2015)

A partir dos finais do mês de Maio à presente data

(ver Quadro 2), todas as actividades dos

compradores da castanha de Caju em bruto, na

sua maioria Indianos, estão concentradas,

essencialmente, no mercado da Guiné-Bissau,

Senegal e Gâmbia. A razão principal desta

deslocação tem a ver com a qualidade da

castanha (relativamente superior aos outros

países) e também por se encontrarem na fase alta

da comercialização interna.

As estatísticas das importações dos Estados

Unidos e da União Europeia (segundo e terceiro

consumidor mundial da amêndoa depois da India)

no primeiro trimestre 2015, confirmam a

dinâmica da procura da castanha e amêndoa de

caju.

As importações de Amêndoa de Caju das 2 zonas (EUA e UE) aumentaram cerca de 10% nos 2 últimos anos. O que representa uma necessidade de mais ou menos 25.000 toneladas de amêndoa ou seja 75.000 toneladas de castanha bruta. Estima-se que as necessidades do mercado indiano são relativamente equivalentes às duas zonas.

Quadro:3 – Evolução do preço da Castanha (USD/Tm) e Amêndoa (USD/Lb) da India

A tendência relativa às encomendas da castanha de Caju in natura,

com origem nos países da Costa Ocidental de África,

nomeadamente da Nigéria, Benin, Costa Marfim, Burkina Faso e

Mali, é neste momento de uma ligeira descida.

Amêndoa de caju – Preço FOB

Categoria USD/Lb Fcfa/kg Tendência

W320 3,55-3,8 4650-4975 Ligeiro

Split 3,15-3,35 4125-4375 Ligeiro

LP 3-3,25 3925-4250 Ligeiro

Castanha de caju in natura – Preço CIF

Países Out Turn USD/TM Fcfa/Kg Tendência

Nigéria 44-45 1100-1250 650-715 Ligeira

Benin 45-46 1250-1350 740-775 Ligeira

Gana 45-46 1200-1300 715-775 Ligeira

C. Marfim 45-46 1200-1300 715-775 Ligeira

Senegal 49-50 1500-1600 895-950 Ligeiro

Gâmbia 49-50 1500-1600 895-950 Ligeiro

Guiné-Bissau 51-52 1500-1650 895-980 Ligeiro

Fonte: Cashew.com Elaboração:ANCA-GB

Período 19-

25/04

26/04-

02/05

03-

09/05

10-

15/05

17-

23/05

Amêndoa 3,50 3,55 3,65 3,65 3,65

Castanha 1468,84 1491,13 1600,5 1612,14 1612,39

Costa Marfim

32%

Gana26%

Tanzânia24%

Nigéria10%

Indonésia4%

Moçambique2%

Togo1%

Singapura1%

Benin0% E.A.U

0% N.A0%

U.S.A0%

Importação Índiana da castanha de caju - Abril 2015

Fonte: Cashew.com / Elaboração: ANCA-GB

Gráfico:4 – Importação Índiana da castanha de caju por paises - Abril 2015

Fonte: Cashew.com Elaboração: ANCA-GB

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Esta tendência vária em função do período

da colheita e da época da chuva nesses

respectivos países.

De acordo com as analises efetuadas

pelo Departamento de Análise,

Certificação e Controlo de Qualidade

da castanha e amêndoa de Caju da

ANCA-GB, a Guiné-Bissau apresenta

até ao dia 02 de Junho, uma média de

Out Turn de 55 Lb.

O mercado indiano foi caracterizado, no geral, por uma tendência positiva no que toca ao consumo da produção local quer da Castanha assim como de Amêndoa (Quadro:3). De 19 de Abril à 23 de Maio, houve um aumento de 15 USD no Preço de Amêndoa, o equivalente a 4,29%, apesar da estabilidade que veio a manter nas semanas seguintes. Por seu turno o preço da castanha in natura vem seguindo uma tendência crescente ao longo do periodo analisado ou seja houve uma subida de 143,55 USD (cerca de 10%).

É de salientar que as exportações da castanha in natura no mês de Abril do corrente ano para o mercado Índiano foram, essencialmente dominadas por três paises, nomeadamente Costa de Marfim (32%), Gana (26%) e Tanzânia (24%) respectivamente. No global, estes três paises representam cerca de 82% do total das importações da Castanha no mês de Abril (ver Grafico xxx). O gráfico:5 espelha a evolução do preço da Castanha de Caju com origem nos paises áfricano (Tanzânia, Benin e Costa de Marfim). De Janeiro à Maio registou-se um aumento do preço da Castanha proveniente da Costa de Marfim e do Benin contrariamente ao da Tanzânia.

O mercado da amêndoa de Caju é relativamente estavel comparada com o da castanha in natura.

Fonte: Cashew.com / Elaboração: ANCA-GB

Costa Marfim

Benin

Tanzânia

JaneiroFevereiro

MarçoAbril

Maio (atéo dia 23)

1122,5

1463,25

1159,12 1283,25

132810651224,2

1399,161347,5

1352,3

1466,6 14791398

1291

Mêses

Preço médio da castanha de caju na India USD/TM CIF

3,25 3,2 3,19 3,18 3,22

2,512,33 2,28 2,33

2,75

2,4 2,32,46

2,27

2,9

3,43 3,42 3,46 3,473,65

3,15 3,15 3,15 3,153 3 2,96 2,95

0,18 0,22 0,27 0,290,43

0,640,82 0,87 0,82

0,60 0,700,50

0,68

Variação comparativa do preço por Tipo de Amêndoa no Mercado Índiano (USD/Lb/FOB)

2014 2015 Var

Gráfico: 5 – Evolução do Preço da Castanha de Caju dos paises áfricanos na Índia

Gráfico:6 – Variação comparativa do preço por Tipo de Amêndoa no Mercado Índiano

Fonte: Cashew.com Elaboração: ANCA-GB

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Entre Janeiro e Maio de 2015 houve um aumento consideravel em relação ao mesmo periodo de 2014 no preço dos 3 tipos de amêndoas (W320, Butts e Splits) tidos em conta na nossa análise. O Gráfico:6 ilustra a variação média resgistada no período analisado, ou seja de 0,18-0,43 USD/Lb para a categoria W320, 0,64-0,82 USD/Lb para a categoria Butts enquanto que para a Categoria Splits a variação foi de 0,60 - 0,68 USD/Lb

Actividades e Eventos:

Workshop “O Caju na África Ocidental: desafios socio-

económicos e ambientais da expansão de uma cultura de

rendimento”.

Foi realizado pelo ICT – Portugal no dia 23 de Abril do

corrente ano um “workshop” para a divulgação de

resultados do projecto FCT PTDC/AFR/117785/2010 no

Auditório do Centro Cultural Português, Bissau. O Projecto

foi financiado por fundo FEDER atraves de programa

operacional factores de competitividade- COMPETI e por

fundos nacionais da FCT- Fundação para a Ciência e

Tecnologia e teve inicio em Fevereiro de 2012 com a

conclusão pevista para Julho de 2015.

O trabalho de campo contou com uma vasta e

multidisciplinar equipa proveniente de várias institituições,

nomeadamente a IICT (Instituto de Investigação Cientifica

Tropical – Lisboa, Portugal), CIBIO (Centro de Investigação

em Biodiversidade e Recursos Geneticos – Porto, Portugal),

INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa – Bissau,

Guiné-Bissau) e SEAT (Secretaria de Estado do Ambiente e

Turismo – Bissau, Guiné-Bissau) coordenado pelo Sr. Luís

Catarino.

O workshop decorreu durante todo o dia com a

participação de Técnicos e Responsáveis de Instituições

tais: CDEAO, UEMOA, MINISTÉRIO DE AGRICULTURA, INEP,

ANCA-GB E IBAP, tendo como programa os seguintes:

“A Fileira de Caju na Guiné-Bissau” – Henrique J.

Mendes (PCA ANCA-GB);

“Alterações no Sistema de Produção e Serviços

dos Ecossistemas no Leste da Guiné-Bissau” –

Marina P. Temudo, Pedro Santos e Queba Indjai;

“Efeitos da expansão de Caju em Comunidades

de artrópodes” – Sasha Vasconcelos, Pedro Beja,

Luís Palma, Patrícia Rodrigues, Queba Indjai, Luís

Mendes, Agostinho Palminha e Luís Catarino;

“Composição e Estrutura dos Cajuais e da

Vegetação Florestal” – Luís Catarino, Queba Indjai

e Agostinho Palminha;

“Monitorização da expansão do cajual por

deteção remota – Cartografia Multitemporal dos

Cajuais na Guiné-Bissau” - Agostinho Palminha,

Ana Cabral, Mª José Vasconcelos e Luís Catarino;

“Caju, Alterações nos modos de vida e segurança

alimentar” – Marina P. Temudo, Temudo, Pedro

Santos, Queba Indjai e Rui Figueira;

“Influência da Expansão do Cajueiro em grupos

de vertebrados”- Patrícia Rodrigues, Pedro Beja,

Marco Mirinha e Luís Palma, e

“Principais conclusões do Projecto e perspetivas

para o Futuro” - Luís Catarino, Marina P. Temudo

e outros.

O Projecto visou compreender como a substituição em larga escala da agricultura de subsistência por uma cultura de rendimento afeto a vida das comunidades rurais, os serviços dos ecossistemas e a biodiversidade. Foi utilizada uma abordagem multidisciplinar, combinando técnicas de deteção remota com etnoagronomia e estudos ecológicos. Utilizaram-se imagens de satélite para cartografar a expansão dos cajuais e a consequente fragmentação dos habitats, com técnicas de classificação supervisada, e dados colhidos neste e em projetos anteriores para classificação e validação.

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Os estudos etnoagronómicos e ecológicos foram realizados numa área de 3600 km2 no Centro do País, considerada representativa das condições ambientais e do estado de expansão da cultura na Guiné-Bissau. As tendências de mudança nos sistemas de produção, práticas de fogo, meios de subsistência, serviços dos ecossistemas e perceções das populações rurais foram avaliados através de uma mistura de técnicas, tais como avaliações rurais participativas rápidas, inquéritos, e estudos de caso etnográficos. Os impactos sobre a biodiversidade foram avaliados usando as plantas lenhosas, os vertebrados e os insetos como indicadores, e comparando a variação na composição, riqueza e estrutura das comunidades, entre parcelas de amostragem em cajual e vegetação natural. A colheita de dados de campo foi feita entre Janeiro e Julho de 2013 por uma equipa pluridisciplinar. Na vertente socioeconómica e de serviços dos ecossistemas foram amostradas 45 Tabancas, das quais 21 com dados colhidos a nível de fogão. Nestas 21 Tabancas foram colhidos os dados de biodiversidade. Na periferia de cada Tabanca foram amostradas 3 parcelas de Cajual e 3 parcelas de vegetação florestal, de formato circular com 20m de raio. Nestes locais foram colhidas também amostras de Borboletas e de Artrópodes. Foram também efetuados percursos nas imediações de cada Tabanca para amostragem de vestígios de Aves e Mamíferos. Grandes conclusões: As consequências sociais e ambientais da grande expansão do Cajual no país nas últimas décadas estão ainda por estudar em profundidade e espera-se que este projeto ajude a fazer uma avaliação pertinente em algumas vertentes. Muitos agricultores guineenses confiam no cajueiro para a subsistência das respetivas famílias, trocando castanha por arroz ou comprando arroz com o produto da venda da castanha. Em anos de preços baixos ou deficiente escoamento a demasiada dependência do cajueiro pode implicar problemas de segurança alimentar. A contínua expansão do cajueiro faz com que em alguns locais o fundiário disponível para outras culturas seja cada vez mais escasso e comece a haver conflitos entre agricultores e criadores de gado.

Quanto à vegetação, os cajuais têm uma estrutura e composição muito mais simples que a vegetação natural. Embora ainda não seja evidente com os dados colhidos, a

expansão do cajual faz aumentar a pressão sobre a vegetação natural remanescente. O cajueiro pode ser alvo de várias pragas e doenças. Foram identificados no país dois insetos que podem provocar prejuízos importantes nos cajuais e algumas doenças parecem estar em expansão, em particular a antracnose e a resinose. Pode-se afirmar que o cajueiro vai continuar a ser uma cultura importante nos próximos anos na Guiné-Bissau mas que o benefício para o país e os seus habitantes pode e deve ser aumentado através de uma mais correta exploração da fileira. Para tal será importante haver aconselhamento aos agricultores sobre técnicas de cultivo e material vegetal a usar, bem como sobre a diversificação de culturas e fontes de rendimento nomeadamente através de sistemas agroflorestais com cajueiro. A seleção de material vegetal de melhor qualidade quanto a calibre da castanha e tolerante ou resistente a doença deverá ser outra vertente, assim como um melhor aproveitamento de outros produtos da fileira como a madeira de cajueiro e a maçã de caju, além do aumento do processamento local habitualmente referido. A Guiné-Bissau é atualmente um dos maiores produtores mundiais de castanha de caju e provavelmente aquele em que a percentagem de área plantada com cajueiro é maior,

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mas a expansão da cultura no país parece ainda não ter terminado. Existem boas condições no país para esta cultura, sendo os frutos de qualidade superior e biológicos. O cajueiro é cultivado principalmente por pequenos agricultores em áreas anteriormente de savana e de agricultura itinerante, envolvendo cerca de 85% da população. A agricultura itinerante com pousios longos foi

em larga medida substituída pelo cajueiro, originando mudanças significativas, embora ainda mal compreendidas, no coberto do solo, serviços dos ecossistemas, biodiversidade, segurança alimentar, organização social da produção agrícola e nas atitudes e práticas de gestão dos recursos naturais.

Ponto de vista ANO DE OURO NA FILEIRA DE CAJU

Na história do Caju da Guiné-Bissau, o ano 2015 pode ser considerado o melhor em termos do preço praticado e conhecido até hoje junto ao Produtor (vide o Quadro). Vários factores contribuíram para explicação deste fenomeno, designadamente :

1. Factores Internos O Mercado Nacional da Castanha de Caju foi marcado pela prática de um preço record junto ao produtor, fruto das reformas iniciadas pelo Governo em 2012, com a criação da Agência Nacional de Caju da Guiné -Bissau (ANCA – GB), que realizou várias actividades no quadro do seu mandato destacadamente:

Formação e Capacitação dos Actores da Fileira de Caju,

Sensibilização sobre Boas Práticas Agrícolas; Introdução da obrigatoriedade de Análise e

Certificação da qualidade da Castanha bruta destinada à exportação;

Publicação periódica de Boletim Informativo sobre comportamento dos Mercados futuros de Commodities Agrícolas com destaque para a Castanha de Caju;

Redução e remoção de algumas taxas (Ministério da Economia e Finança);

Simplificação dos procedimentos de Exportação através da criação do Guichet Único (Ministério da Economia e Finança).

2. Factores Externos Um outro factor relevante é o comportamento do Mercado Internacional, que não está imune da crise financeira

mundial que afecta, sobretudo, o sector de Caju.

A este factor alia-se o facto do preço da amêndoa ter registado um “boom” como foi documentado pelas estatísticas de exportação da Índia e do Vietnam, no período de Janeiro à Abril do corrente ano demonstrando um aumento significativo da demanda global da amêndoa de caju.

Sendo a Castanha de caju, produto estrategico, o mercado da Guiné – Bissau não podia ficar indiferente ao aumento da procura da Amêndoa de Caju no mercado internacional, uma vez que é o 4º maior produtor mundial e com uma das amêndoas de melhor qualidade em comparação com os seus concorrentes directo.

Os fundamentos acima expostos foram determinantes na fixação do preço de referência em 300 Fcfa/Kg junto ao produtor nacional e por outro lado explicam as razões de melhores preços que estão a ser verificados até a data na presente campanha.

Por: Dr. Mário Pereira Baptista Djop,

1ºVogal da ANCA-GB

Ano Preço Médio ao Produtor – Fcfa/Kg

2011 330

2012 300

2013 125

2014 300

2015 500

Fonte: BCEAO, CNC, DGA e ANCA-GB

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FICHA TÉCNICA

PROPRIEDADDE

© Agência Nacional Caju – ANCA-GB

PCA

Dr. Henrique José Mendes

REDAÇÃO

Dr. Agnelo Correia

Dr. Tamble Cardoso

Dra. Vanessa G. M Oliveira

TIRAGEM

20 Exemplares

Edição nº 01

JUNHO 2015