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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA-106, 32, 80 ADENILSON VIANA NERY-11, 15, 68, 9 ADMAR JOSE CORREA-45 ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-97 ADRIANA ZANDONADE-151, 28, 72, 8 ALAN ROVETTA DA SILVA-97 ALAN SAMPAIO CAMPOS-53 Aleksandro Honrado Vieira-5 ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-108, 110, 118, 121, 123, 124, 149, 37, 41 ALINE TERCI BAPTISTI BEZZI-40 Allan Titonelli Nunes-26 ÁLVARO AUGUSTO POUBEL SANTANA-109 ANA BEATRIZ LINS BARBOSA-102, 60, 61, 64, 65 ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO-113 ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN-134, 39 ANA PAULA SANTOS-46 ANDRÉ CAMPANHARO PÁDUA-75 ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-11, 15, 74 ANDRE FRANCISCO LUCHI-13 ANDRE MIRANDA VICOSA-85 ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES-14 ANDREA M. SANTOS SANTANA-101, 103, 104, 79 ANGELO RICARDO ALVES DA ROCHA-6 ANTONIO VALDEMIR PEREIRA COUTINHO-27, 28, 87, 88 ARGIA MARIANA COSME-122 BIANCA DIAS ECCARD-31 BRUNO BORNACKI SALIM MURTA-117 BRUNO DE CASTRO QUEIROZ-141 BRUNO MIRANDA COSTA-110, 119, 131, 3, 38, 52, 73, 84 CARLOS BERKENBROCK-127, 49 CARLOS BRUNO FERREIRA DA SILVA-100 CARLOS EDUARDO CAVALCANTE RAMOS-53 CHRISTINNE ABOUMRAD R. AGUIAR LEITE-69 CHRISTOVAM RAMOS PINTO NETO-20 CLAUDIA IVONE KURTH-111 CLEBER ALVES TUMOLI-2, 80 CLEBSON DA SILVEIRA-120, 14, 149, 20 CONCEIÇÃO APARECIDA GIORI-100 CONCEIÇÃO MANTOVANNI SEIBERT-16 DANIEL ASSAD GALVÊAS-138, 139 DANIEL DIAS DE SOUZA-20 Daniele Zanetti Magescky-16 DANILO THEML CARAM-21, 70 DAVID METZKER DIAS SOARES-6 DEIJAYME TEIXEIRA VIANA-81 DIOGO ASSAD BOECHAT-138, 139 EDGARD VALLE DE SOUZA-10 EDSON ROBERTO SIQUEIRA JUNIOR-5 EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA-105 EDUARDO XIBLE SALLES RAMOS-101 ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA-127, 140 EMERSON ENDLICH ARARIPE MELO-73 EMILENE ROVETTA DA SILVA-97

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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA:

ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL

ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA-106, 32, 80ADENILSON VIANA NERY-11, 15, 68, 9ADMAR JOSE CORREA-45ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-97ADRIANA ZANDONADE-151, 28, 72, 8ALAN ROVETTA DA SILVA-97ALAN SAMPAIO CAMPOS-53Aleksandro Honrado Vieira-5ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-108, 110, 118, 121, 123, 124, 149, 37, 41ALINE TERCI BAPTISTI BEZZI-40Allan Titonelli Nunes-26ÁLVARO AUGUSTO POUBEL SANTANA-109ANA BEATRIZ LINS BARBOSA-102, 60, 61, 64, 65ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO-113ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN-134, 39ANA PAULA SANTOS-46ANDRÉ CAMPANHARO PÁDUA-75ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-11, 15, 74ANDRE FRANCISCO LUCHI-13ANDRE MIRANDA VICOSA-85ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES-14ANDREA M. SANTOS SANTANA-101, 103, 104, 79ANGELO RICARDO ALVES DA ROCHA-6ANTONIO VALDEMIR PEREIRA COUTINHO-27, 28, 87, 88ARGIA MARIANA COSME-122BIANCA DIAS ECCARD-31BRUNO BORNACKI SALIM MURTA-117BRUNO DE CASTRO QUEIROZ-141BRUNO MIRANDA COSTA-110, 119, 131, 3, 38, 52, 73, 84CARLOS BERKENBROCK-127, 49CARLOS BRUNO FERREIRA DA SILVA-100CARLOS EDUARDO CAVALCANTE RAMOS-53CHRISTINNE ABOUMRAD R. AGUIAR LEITE-69CHRISTOVAM RAMOS PINTO NETO-20CLAUDIA IVONE KURTH-111CLEBER ALVES TUMOLI-2, 80CLEBSON DA SILVEIRA-120, 14, 149, 20CONCEIÇÃO APARECIDA GIORI-100CONCEIÇÃO MANTOVANNI SEIBERT-16DANIEL ASSAD GALVÊAS-138, 139DANIEL DIAS DE SOUZA-20Daniele Zanetti Magescky-16DANILO THEML CARAM-21, 70DAVID METZKER DIAS SOARES-6DEIJAYME TEIXEIRA VIANA-81DIOGO ASSAD BOECHAT-138, 139EDGARD VALLE DE SOUZA-10EDSON ROBERTO SIQUEIRA JUNIOR-5EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA-105EDUARDO XIBLE SALLES RAMOS-101ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA-127, 140EMERSON ENDLICH ARARIPE MELO-73EMILENE ROVETTA DA SILVA-97

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ERCIO DE MIRANDA MURTA-117ERIC JOSE VENTORIM RUBIALE-96ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-16, 18, 75EVERALDO VASQUEZ BUTTER-100FABRICIO DE OLIVEIRA CAMPOS-100FABRICIO PERES SALES-2FATIMA ROBERTA COSME-122FLAVIA AQUINO DOS SANTOS-109FLÁVIO DE FIGUEIREDO GUIMARÃES-99FREDERICO LYRA CHAGAS-80GERALDO MAGELA CURTINHAS VIEIRA JUNIOR-64GERONIMO THEML DE MACEDO-2, 62, 63GUSTAVO CABRAL VIEIRA-107, 108, 117, 130, 45, 49, 50GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO-24, 25, 57GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA-150, 66GUSTAVO SABAINI DOS SANTOS-77GUSTAVO VARELLA CABRAL-83HELENO ARMANDO DE PAULA-47HERMINIO SILVA NETO-100HERVAL SALOTTO-69INGRID SILVA DE MONTEIRO-66, 67Isabela Boechat B. B. de Oliveira-122, 124, 137, 36, 37JEANE PINTO DE CASTRO-44JEFFERSON PEREIRA-100JOANA D'ARC BASTOS LEITE-69, 84JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS-114, 118JOÃO EUGÊNIO MODENESI FILHO-129JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY-1, 137, 4JOAO MIGUEL ARAUJO DOS SANTOS-30JOAO TADEU SILVEIRA DE AZEVEDO-86JOSE GERALDO ALVES DE SOUZA-8JOSÉ GHILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA-139JOSÉ GUILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA-109, 31JOSE ROBERTO LOPES DOS SANTOS-114, 38, 43JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA-132JULIANA ALMENARA ANDAKU-48, 56, 71Karina Rocha Mitleg Bayerl-103, 120KARINA SPADON DA SILVA-142KARLA EUGENIA PITTOL DE CARVALHO-22, 55LAECIO CARLOS GUIMARAES-29Lauriane Real Cereza-17, 76Leonardo Martins Gabrieli-78LEONARDO PIZZOL VINHA-48, 60, 61, 62, 63, 64, 65LEOPOLDO DAHER MARTINS-28LEVINA MARIA BARROS LIBORIO-29LIDIANE DA PENHA SEGAL-102, 104, 107, 115, 116, 144, 42LÍVIA BATISTA BARCELOS-16LUCAS ZIGONI CAMPOS-83LUCELIA GONCALVES DE REZENDE-112, 52LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA-7, 85LUCIANO KELLY DO NASCIMENTO-102LUCIANO PEREIRA CHAGAS-2, 6Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro-17LUIZ MARIA BORGES DOS REIS-7LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA-138, 139MANOELA MELLO SARCINELLI-82

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MARCELA BRAVIN BASSETTO-90MARCELA REIS SILVA-97MARCELO CARVALHINHO VIEIRA-3MARCELO DUARTE FREITAS ASSAD-138, 139MARCELO MATEDI ALVES-48, 60, 61, 62, 63, 64, 65MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA-53MARCIA RIBEIRO PAIVA-105MARCIO SANTOLIN BORGES-7MARCO OTAVIO ALMEIDA MAZZONI-99MARCO TULIO RIBEIRO FIALHO-103MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO-126, 128, 130, 131, 132, 133, 135, 136, 50, 51, 90Marcos Figueredo Marçal-112, 116, 121, 123, 142, 44MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA-145, 147, 67, 86MARGARETH ALVES DE OLIVEIRA-148, 152, 153, 23MARIA CLAUDIA BARROS PEREIRA-29MARIA DA CONCEICAO SARLO BORTOLINI-3MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO-19, 81MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI-125, 145, 146, 147, 148, 150, 151, 152, 153, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 55, 56, 57, 58,MARIA DE FATIMA MONTEIRO-54MARÍLIA SCHMITZ-134Maurício Antônio Botacin Altoé-100NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO-1, 126, 129, 136, 4NATHALIA XIBLE SALLES RAMOS-101NAYARA SOARES GUERRA-79NELSON DE MEDEIROS TEIXEIRA-19NERI RODRIGUES DE OLIVEIRA-34NEUSA MARIA MARCHETTI-112OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO-5OSIAS ALVES PENHA-78OSWALDO HORTA AGUIRRE FILHO-96Paulo Henrique Vaz Fidalgo-13PAULO JOSÉ SOARES SERPA FILHO-104PAULO REIS FINAMORE SIMONI-117PAULO ROBERTO DA COSTA MATTOS-83PAULO WAGNER GABRIEL AZEVEDO-74PRISCILLA FERREIRA DA COSTA-109RAFAEL ALMEIDA DE SOUZA-36, 39Rafael Antônio Barreto dos Santos-98RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS-138, 139RAPHAEL BARROSO DE AVELOIS-101RAUL ANTONIO SCHMITZ-134RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS-76RENATA VARGAS ARAUJO-31RICARDO FIGUEIREDO GIORI-119RODOLFO FERNANDES DO CARMO-117RODOLFO NICKEL NEVES-38RODRIGO BARBOSA DE BARROS-125, 146, 27, 28, 52, 58, 59, 72, 87, 88RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA-10, 12, 68, 9ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA-111, 33, 35, 41, 42, 69SANDOVAL ZIGONI JUNIOR-83SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS-77, 89Silvia Gomes de Moraes-83SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI-113, 138, 141, 143, 144, 43, 54, 82SÔNIA DIAS NASCIMENTO-142TADEU JOSE DE SA NASCIMENTO-12TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS-115, 133, 135

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THIAGO AARÃO DE MORAES-140UBIRATAN CRUZ RODRIGUES-106, 30, 32, 34, 40, 46, 47UDNO ZANDONADE-83Valber Cruz Cereza-17, 76VALTEMIR DA SILVA-44VALTER JOSÉ COVRE-111VANESSA MARIA BARROS GURGEL ZANONI-40VANUZA CABRAL-18VERA LUCIA FAVARES BORBA-35VILMAR LOBO ABDALAH JR.-128, 51WAGNER LUIZ MACHADO SOARES-83WALLACE CALMON ROZETTI-6WILER COELHO DIAS-117

1ª Turma RecursalJUIZ(a) FEDERAL DR(a). ROGERIO MOREIRA ALVES

Nro. Boletim 2011.000251 DIRETOR(a) DE SECRETARIA AUGUSTO S. F. RANGEL

09/01/2012Expediente do dia

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL

1 - 0006802-91.2006.4.02.5050/02 (2006.50.50.006802-0/02) EDELVIS GONÇALVES DA SILVA (ADVOGADO: JOAOFELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO.).E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA. SOBRESTAMENTO DE EXECUÇÃO DE SENTENÇA PASSADA EM JULGADO PARAAGUARDAR JULGAMENTO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. EXECUÇÃOCONCLUÍDA. FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL SUPERVENIENTE.

Trata-se de Mandado de Segurança impetrado contra decisão do 2º Juizado Especial Federal do Espírito Santo, quesuspendeu processo em fase de execução para aguardar julgamento de recurso extraordinário com repercussão geral.

O impetrante sustenta que a decisão impugnada ofende a coisa julgada. Ocorre que a questão pendente de solução no RE586.068-0/PR tem a ver justamente com a relativização da coisa julgada, com base na nova redação do art. 741, parágrafoúnico, do Código de Processo Civil, que considera inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declaradosinconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidaspelo Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição Federal.

Era prudente manter o sobrestamento do processo, porque, na hipótese de o Supremo Tribunal Federal declarar aconstitucionalidade do referido dispositivo legal, a exigibilidade da sentença transitada em julgado poderia ser afastada,prejudicando toda a execução.

Não obstante, como foi deferida medida liminar no presente mandado de segurança, removeu-se o sobrestamento doprocesso, cuja execução seguiu adiante, até ser ultimada com a expedição de alvará. Conforme se extrai do sistemainformatizado de movimentação processual, em 28/07/2010 foi determinada a expedição de alvará em favor da parteautora. Em 04/03/2011, foi deferida a expedição de alvará para levantamento do valor depositado em nome do advogado.Os autos foram arquivados em 28/04/2011. Já tendo sido concluída a execução, ficou prejudicada a discussão sobre apertinência de manter o sobrestamento do processo até julgamento do recurso extraordinário.

Mandado de segurança extinto sem resolução de mérito, por falta de interesse processual superveniente.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo extinguir o mandado de segurança.

ROGERIO MOREIRA ALVES

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Juiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

2 - 0000764-83.2008.4.02.5053/01 (2008.50.53.000764-8/01) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUCIANOPEREIRA CHAGAS, CLEBER ALVES TUMOLI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GERONIMO THEML DE MACEDO.) xPEDRO FELIPE DOS SANTOS (ADVOGADO: FABRICIO PERES SALES.).E M E N T A

ATO ADMINISTRATIVO – SEGURO-DESEMPREGO – LIBERAÇÃO DE NOVO BENEFÍCIO CONDICIONADA ÀRESTITUIÇÃO DE PARCELAS PAGAS INDEVIDAMENTE – BLOQUEIO – ATO ILEGAL – ILEGITIMIDADE DA CEF –RECURSO DA CEF CONHECIDO E PROVIDO – RECURSO DA UNIÃO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇAPARCIALMENTE REFORMADA

1. Trata-se de recursos inominados, interpostos pela Caixa Econômica Federal e pela União, em face da sentença de fls.60/63, que julgou parcialmente procedente o pedido do autor, condenando os recorrentes ao pagamento doseguro-desemprego referente à dispensa sem justa causa efetuada pela empresa “Granito Concreto Ltda”.2. Alega a CEF que não é legítima para figurar no pólo passivo da demanda, pelo fato de atuar apenas como agentepagador do benefício do seguro-desemprego, cabendo ao Gestor do Programa, qual seja, o Ministério do Trabalho eEmprego, a recepção dos dados para análise sobre o deferimento ou não das parcelas do benefício. Por fim, alega que nãodetém o poder de conceder ou não o benefício. Por tais razões, requer a reforma da sentença. Já a União, alega em seurecurso, que o autor recebeu parcelas indevidas de seguro-desemprego e, por isso, o recebimento de nova parcela deveser bloqueado até a restituição dos valores indevidos. Aduz que o recorrido deveria ter demonstrado que não recebeu osvalores indevidamente. O autor apresentou contrarrazões pugnando pela manutenção da sentença.3. O programa de seguro-desemprego tem por finalidade prover assistência financeira temporária ao trabalhadordesempregado em virtude de dispensa sem justa causa. Conforme a Resolução nº 392, de 08 de junho de 2004, art. 3 º,inciso III, terá direito a perceber o seguro-desemprego o trabalhador dispensado sem justa causa, inclusive a dispensaindireta, que comprove não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário de prestação continuada, previsto noRegulamento de Benefícios da Previdência Social, excetuando o auxílio-acidente e o auxílio suplementar previstos na Lei nº6.367/1976, bem como o abono de permanência em serviço previsto na Lei nº 5.890/1973.4. In casu, o autor foi dispensado pela empresa “Indústria de Móveis Movelar Ltda” em 12/01/2007 e, no dia 01/03/2007, foicontratado por outra empresa, qual seja, “Granito Concreto LTDA” (fl. 08). Em razão deste fato, o recorrido alega que retirousomente uma parcela do seguro-desemprego. Com o término do segundo contrato de trabalho, em 19/08/2008, o autorprocurou a CEF para receber o seguro-desemprego, sendo este negado, com a justificativa de que sua conta estavabloqueada até a restituição de valores que teriam sido recebidos indevidamente.5. Preliminarmente, verifico que a CEF não teve qualquer culpa pelo bloqueio das parcelas do seguro-desemprego, vistoque não é a empresa pública que define quem tem direito ao benefício. A CEF é a entidade competente para efetuar opagamento do benefício (art. 15 da Lei nº 7.998/90) e só seria legítima para integrar o pólo passivo em demandas relativasao pagamento do mesmo. Assim, conheço e dou provimento ao recurso impetrado pela CEF, para excluí-la da lide.6. A justificativa para o bloqueio das contas do autor foi a de que ele recebeu três parcelas do seguro-desemprego, inclusivequando já havia iniciado outro trabalho, conforme CNIS de fl. 27. As informações contidas no CNIS não demonstram quemefetivamente sacou aquelas parcelas e, assim, o réu deveria ter juntado aos autos documentos contendo a assinatura dorecorrido, a fim de comprovar se as parcelas foram realmente sacadas por ele.7. A União deve buscar o ressarcimento dos valores, que alega terem sido recebidos indevidamente pelo autor, mediante odevido processo legal, em que sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa. O bloqueio de valores devidosreveste-se de medida simplista que busca transferir ao particular o ônus de prova que é do Estado.8. Ademais, considerando a situação de desemprego e as normas de proteção ao trabalhador, deve-se, na dúvida,beneficiar este último (in dubio, pro operario), a fim de não ferir o princípio protetivo e retirar do seguro-desemprego seucaráter de prover a assistência financeira ao trabalhador desempregado.9. Recurso da CEF conhecido e provido, para reconhecer a sua ilegitimidade para figurar no pólo passivo da demanda,extinguindo o processo sem resolução de mérito, em relação à mesma, nos termos do art. 267, VI, do CPC. Sentençamantida no tocante à condenação da União Federal.10. Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido (União Federal) ao pagamento de honorários advocatícios orafixados em 10% sobre o valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS RECURSOS E, NO MÉRITO, JULGARIMPROCEDENTE O RECURSO DA UNIÃO E DAR PROVIMENTO AO RECURSO DA CEF, na forma da ementa constantedos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

3 - 0011415-91.2005.4.02.5050/01 (2005.50.50.011415-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x CARLOS ELIDIO GONCALVES (ADVOGADO: MARCELO CARVALHINHOVIEIRA, MARIA DA CONCEICAO SARLO BORTOLINI.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO DO ACÓRDÃO EM ANALISAR A VERDADEIRA CAUSA DE PEDIR.DEMORA DO INSS EM DEFERIR REQUERIMENTO DE APOSENTADORIA. PAGAMENTO DOS PROVENTOSACUMULADOS DE UMA SÓ VEZ. SUJEIÇÃO A FAIXA DE TRIBUTAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA EM ALÍQUOTA MAISELEVADA. INDENIZAÇÃO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO INSS.

Reconhecida a omissão do acórdão em analisar a verdadeira causa de pedir deduzida na petição inicial. O embargante nãohavia pedido a condenação do INSS a repetir indébito tributário, mas a pagar indenização pelo dano material associado aodesnecessário acréscimo no valor do tributo decorrente da demora da autarquia em conceder a aposentadoria. Apossibilidade de repetição de indébito não exclui o direito do aposentado a obter reparação civil pelo prejuízo materialdecorrente da tributação.

Se o INSS houvesse implementado o benefício previdenciário ainda no ano 1999, todas as prestações mensais teriam sidorecebidas dentro dos correspondentes anos-calendários estabelecidos pela legislação do imposto de renda, e a base decálculo anual do imposto se sujeitaria a uma faixa de renda com alíquota inferior. Dessa forma, a demora na concessão daaposentadoria sujeitou o embargante a uma tributação maior do que a que teria sofrido se o benefício houvesse sidodeferido de plano.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça já pacificou o entendimento segundo o qual, em caso de pagamentoacumulado de prestações previdenciárias atrasadas, o imposto de renda a ser retido na fonte ou a ser pago pelobeneficiário não deve ser superior ao que o mesmo pagaria (ou seria isento) se tivesse recebido os proventos mês a mês,na data de vencimento de cada parcela. O recorrente, porém, não pediu a condenação do INSS a repetir indébito tributário,mas a pagar indenização pelo dano material decorrente do desnecessário acréscimo no valor do tributo. A possibilidade derepetição de indébito não exclui o direito do recorrente a obter reparação civil pelo prejuízo material decorrente datributação. O que importa é que todos os pressupostos da responsabilidade civil do INSS estão configurados.

A responsabilidade do INSS é objetiva, independe de culpa, conforme prevê o art. 37, § 6º, da Constituição Federal.

Embargos providos para sanar a omissão do acórdão embargado em analisar a verdadeira causa de pedir da demanda. Aosuprir a omissão do acórdão, nega-se provimento ao recurso interposto pelo INSS em face da sentença.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo dar provimento aos embargos de declaração.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL

4 - 0005307-12.2006.4.02.5050/02 (2006.50.50.005307-6/02) ANTONIO FOLHAGEM RIBEIRO (ADVOGADO: JOAOFELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO.).E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA. SOBRESTAMENTO DE EXECUÇÃO DE SENTENÇA PASSADA EM JULGADO PARAAGUARDAR JULGAMENTO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. EXECUÇÃOCONCLUÍDA. FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL SUPERVENIENTE.

Trata-se de Mandado de Segurança impetrado contra decisão do 2º Juizado Especial Federal do Espírito Santo, que

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suspendeu processo em fase de execução para aguardar julgamento de recurso extraordinário com repercussão geral.

O impetrante sustenta que a decisão impugnada ofende a coisa julgada. Ocorre que a questão pendente de solução no RE586.068-0/PR tem a ver justamente com a relativização da coisa julgada, com base na nova redação do art. 741, parágrafoúnico, do Código de Processo Civil, que considera inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declaradosinconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidaspelo Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição Federal.

Era prudente manter o sobrestamento do processo, porque, na hipótese de o Supremo Tribunal Federal declarar aconstitucionalidade do referido dispositivo legal, a exigibilidade da sentença transitada em julgado poderia ser afastada,prejudicando toda a execução.

Não obstante, como foi deferida medida liminar no presente mandado de segurança, removeu-se o sobrestamento doprocesso, cuja execução seguiu adiante, até ser ultimada com a expedição de alvará. Conforme se extrai do sistemainformatizado de movimentação processual, em 23/09/2010 foi determinada a expedição de Requisição de Pequeno Valorem nome da parte autora e de seu advogado. Em 14/03/2011, foi deferida a liberação de todo numerário envolvido edeclarada extinta a fase de execução. Os autos estão aguardando a descida do presente mandamus. Já tendo sidoconcluída a execução, ficou prejudicada a discussão sobre a pertinência de manter o sobrestamento do processo atéjulgamento do recurso extraordinário.

Mandado de segurança extinto sem resolução de mérito, por falta de interesse processual superveniente.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo extinguir o mandado de segurança.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

5 - 0000916-06.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000916-4/01) GRAZIELE COELHO DE SOUZA (ADVOGADO: AleksandroHonrado Vieira, EDSON ROBERTO SIQUEIRA JUNIOR.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.).E M E N T A

LOAS. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. CRIANÇA. DEFICIÊNCIA QUE NÃO IMPOSSIBILITA FREQUÊNCIA A ESCOLAREGULAR, NÃO PREJUDICA INTEGRAÇÃO SOCIAL E NÃO EXIGE ASSISTÊNCIA PERMANENTE DE TERCEIROS.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a concedero benefício de amparo social à pessoa com deficiência.

A requerente era uma criança com três anos de idade na data de entrada do requerimento administrativo, em 2008. Temseis anos de idade atualmente. O perito do juízo, médico especialista em ortopedia, diagnosticou escoliose congênita,deformidade de Sprengel no ombro esquerdo e deformidade no tórax. Afirmou que as patologias implicam limitação deelevação do membro superior esquerdo e dificuldade para respirar, principalmente à noite. Concluiu existir incapacidadeparcial definitiva.

A concessão do benefício assistencial pressupõe não a existência de qualquer deficiência, mas de deficiência em grau queimpeça o portador de exercer atividade que lhe garanta a subsistência, ou seja, que se trate de pessoa “incapacitada para avida independente e para o trabalho” (art. 20, § 2º, da LOAS). Especificamente no caso de criança, a deficiência deve “serde relevo tal a provocar significativas limitações pessoais, tais como quanto à sua integração social e desempenho deatividades compatíveis com sua idade, ou ainda implicar ônus econômicos excepcionais à sua família” (TNU, PEDILEF2007.83.03.5014125, Rel. Juiz Federal Manoel Rolim, DOU 11/03/2011)

Não é esse o caso da recorrente. A limitação de elevação do membro superior esquerdo e a dificuldade para respirar ànoite não impossibilitam a criança de frequentar escola regular, não prejudica sua integração social e não exige assistênciapermanente de terceiros durante o dia. A requerente exige cuidados em grau semelhante à maioria das crianças da mesmafaixa etária. As deficiências que acometem a requerente não exigem gastos excepcionais para preservação da saúde.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

6 - 0000317-75.2006.4.02.5050/02 (2006.50.50.000317-6/02) JOSE VALDIR PACIFICO (ADVOGADO: WALLACECALMON ROZETTI, DAVID METZKER DIAS SOARES.) x CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: ANGELORICARDO ALVES DA ROCHA, LUCIANO PEREIRA CHAGAS.).Processo nº. 0000317-75.2006.4.02.5050/02

Recorrente : JOSE VALDIR SOARES PACIFICORecorrida : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RESPONSABILIDADE CIVIL – INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – NÃO CONFIGURADAFALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO- - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO - SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial desta ação, afastando o dever de indenização da CEF a título de danos morais. Sustenta orecorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de defesa, em razão do indeferimento da prova testemunhal. Quantoao mérito, aduz que teve por duas vezes negada a sua compra, conquanto possuísse crédito na conta corrente. Alega queteve que suportar ofensas verbais, sendo exposto à situação vexatória. Dessa forma, requer seja conhecido e provido opresente recurso, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial. Eventualmente, requer a anulação da sentença.

Inicialmente, rejeito a preliminar argüida. O direito de produzir provas não é absoluto, sendo certo que seu indeferimento,por si só, não se caracteriza como cerceamento de defesa, principalmente quando se mostra desnecessário à elucidaçãodo caso, como na hipótese vertente.

Cumpre registrar que a Lei n. 8.078/90 inclui a atividade bancária no conceito de serviço (art. 3º, § 2º), estabelecendo comoobjetiva a responsabilidade contratual do banco (art. 14), que fica configurada na presença dos seguintes pressupostos:fato, dano e nexo de causalidade. Nos termos da Súmula n. 297 do STJ, “O Código de Defesa do Consumidor é aplicávelàs instituições financeiras”.

Nos termos do CDC, o consumidor é a parte mais fraca na relação jurídica de consumo (art. 4º), prevalecendo o direitosubjetivo à inversão do ônus da prova a seu favor (art. 6º, VIII), cabendo, em regra, ao banco, para elidir suaresponsabilidade civil, comprovar que o fato alegado derivou da culpa do cliente ou da força maior ou caso fortuito (art. 14,§ 3º).

In casu, o recorrente alega que possuía crédito na conta corrente, não obstante, teve negada a compra no supermercadopor duas oportunidades. Atribui o fato ao “congelamento” dos valores na conta dos clientes, a fim de resguardar opagamento de débitos futuros já programados pelo serviço de débito automático.

Nos termos do art. 14 da Lei n. 8.078/1990, aplicável às relações bancárias, o fornecedor de serviços respondeobjetivamente pelos danos causados ao consumidor, decorrentes de serviços defeituosos.

Todavia, no caso, não se vislumbra falha na prestação de serviços. A CEF não nega que em 01.10.2005 havia saldodisponível na conta corrente do autor (fl.44); este, por sua vez, não logra provar que a transação deixou de ser realizada porconduta imputada àquela empresa pública.

Assim, descaracterizado o serviço defeituoso, ou seja, o nexo causal, não há falar em dever de indenizar.

Defiro o pedido de assistência judiciária gratuita, o qual pode ser feito em qualquer fase do processo, bastando para o seudeferimento tão somente a afirmação de pobreza, nos termos do artigo 4o da Lei nº 1.060/50.

Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.

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Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, na forma da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefício daassistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

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7 - 0000482-80.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000482-0/01) MARCELO LOBO GABRIEL (ADVOGADO: MARCIOSANTOLIN BORGES, LUIZ MARIA BORGES DOS REIS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA.).E M E N T A

LOAS. RETARDO MENTAL MODERADO. CAPACIDADE PARA DESEMPENHAR ATIVIDADE LABORATIVA DE MENORCOMPLEXIDADE.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a concedero benefício de amparo social à pessoa com deficiência.

O perito do juízo diagnosticou retardo mental moderado e oligofrenia. Concluiu que a doença induz incapacidade total edefinitiva para o trabalho (fl. 49). Por outro lado, a assistente social designada pelo juízo afirmou que encontrou o recorrentetrabalhando numa sacaria de juta. O próprio recorrente declarou receber o valor de R$ 30,00 por semana comocontraprestação da atividade (fl. 45). É certo, portanto, que o recorrente é portador de retardo mental moderado que implicarestrição ao trabalho. Não obstante, o recorrente tem capacidade de, ao menos, desempenhar atividade laborativa demenor complexidade. A concessão do benefício assistencial pressupõe não a existência de qualquer deficiência, mas dedeficiência em grau que impeça o portador de exercer atividade que lhe garanta a subsistência, ou seja, que se trate depessoa “incapacitada para a vida independente e para o trabalho” (§ 2º do art. 20 da LOAS). Não é esse o caso dorecorrente.

Sem a comprovação da incapacidade para o trabalho e para a vida independente, fica prejudicada a análise da situaçãofinanceira do grupo familiar do recorrente.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

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8 - 0000185-18.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.000185-4/01) UNIÃO FEDERAL(MIN. DA FAZENDA - SEC. DA REC.FEDERAL) (PROCDOR: ADRIANA ZANDONADE.) x LINCOLN RODRIGUES ALONSO (ADVOGADO: JOSE GERALDOALVES DE SOUZA.).Processo nº 0000185-18.2006.4.02.5050/01Requerente: UNIÃO FEDERAL (MIN. DA FAZENDA – SEC. DA REC. FEDERAL)Requerido : LINCOLN RODRIGUES ALONSO

EMENTARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO- IMPOSTO DE RENDA- RESTITUIÇÃO - INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 76 DASRF- PRESCRIÇÃO QUINQUENAL- TAXA SELIC – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.

1.Trata-se de recurso inominado interposto pela União Federal em face de sentença que julgou procedente o pedidoautoral de correção dos valores referentes às restiuições de imposto de renda dos exercícios de 1996, 1997, 2000 e2001, desde a data da disponibilidade dos respectivos valores para saque.

2. Reconhecida a prescrição quinquenal.

3. De acordo com a regra encartada no § 4º, art. 39 da lei 9.250/95, é forçoso reconhecer que a restituição deve sercorrigida pelos índices da Taxa SELIC, que já compreendem correção e juros de mora. Deve ser excluído o período deum ano contado da data do primeiro depósito – período em que o dinheiro ficou na instituição bancária à disposição docontribuinte.

4. Quando do reconhecimento de tais valores em cumprimento ao disposto no art. 8º da instrução normativa SRF nº 76,de 18.09.2001, os recursos ingressaram na conta única do Tesouro Nacional, caso em que deve ser aplicada a taxaSELIC, na forma da lei 9.250/95, art. 39, § 4º supramencionado.

5. Recurso parcialmente provido para excluir a incidência da taxa SELIC no período de um ano imediatamentesubseqüente a cada depósito não atingido pela prescrição.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federaisda Seção Judiciária do Espírito Santo, por maioria, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PARCIAL PROVIMENTO,na forma do voto- vista constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

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9 - 0000070-20.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000070-0/01) JOAO CARLOS SANTOS GUIMARAES (ADVOGADO:ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHANDE ALMEIDA.).E M E N T A

LOAS. CERCEAMENTO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DE ESCLARECIMENTOS DO PERITO. QUESTÕESDISPENSÁVEIS. FALTA DE COMPROVAÇÃO DE ESTADO DE MISERABILIDADE. FALTA DE COMPROVAÇÃO DEINCAPACIDADE PARA A VIDA INDEPENDENTE.

Em relação à perícia sócio-econômica, o autor formulou os seguintes quesitos complementares: desde quando a mãe dorequerente trabalha como agente de saúde? A renda familiar é capaz de modificar a condição de miserabilidade em que ogrupo vive? (fl. 32). Esse requerimento de quesito complementar não foi examinado pelo juizado de origem.

Em relação à perícia médica, o autor também pediu a complementação do laudo pericial, reclamando que o peritorespondesse ao quesito 10 e que descrevesse os sintomas da doença diagnosticada (fl. 50). O juizado indeferiu orequerimento por considerar que o laudo pericial já era bastante conclusivo.

A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder benefício assistencial, porque não foi

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comprovada situação de miserabilidade (renda per capita equivale a 1/3 do salário mínimo e não há elementos probatóriosque revelem quadro de efetiva miséria). Considerou desnecessário avaliar a questão concernente à incapacidade para avida independente.

O autor interpôs recurso alegando cerceamento de defesa em razão do não deferimento dos requerimentos decomplementação dos laudos periciais.

No relatório da assistente social constou que a mãe do recorrente é agente comunitário de saúde e aufere remuneraçãoequivalente ao salário mínimo. Além disso, ela explora um pequeno bar em sua casa para complementar a renda.

O recorrente havia requerido que a assistente social esclarecesse desde quando a mãe trabalha como agente de saúde, ouseja, desde quando ela recebe a renda que provê as despesas da família. O esclarecimento desse fato não depende doconcurso da assistente social. A ela cabe particularmente relatar os fatos caracterizadores da realidade social que sópossam ser aferidos in loco. A alegação de renda é fato que pode ser esclarecido por prova documental. Cabia aorecorrente pelo menos ter afirmado no curso do processo o período em que a mãe ficou eventualmente sem receber renda– se é que isso aconteceu no momento posterior ao requerimento administrativo. Lançada essa afirmação, o recorrentepoderia ter apresentado documento comprovando o momento a partir do qual a mãe começou a exercer a função de agentecomunitário. Registre-se, ainda, que o salário auferido pela mãe não constitui a única renda familiar, tendo em vista que amãe explora um pequeno bar e aufere renda complementar. A diligência requerida era mesmo desnecessária.

O recorrente também havia requerido que a assistente social opinasse se a renda familiar seria capaz de modificar acondição de miserabilidade em que o grupo vive. À assistente social, porém, compete apenas relatar os fatos pertinentes àrealidade social do grupo familiar. O juízo de valor sobre a situação de miserabilidade cabe ao juiz. Por isso, o relatóriosócio-econômico está completo, a despeito de não ter manifestado conclusão sobre a situação de miserabilidade.

Além de não estar comprovada a situação de miserabilidade, o laudo pericial médico foi suficientemente conclusivo sobre aausência de incapacidade para a vida independente. O perito diagnosticou retardo mental leve. Relatou exame físiconormal, audição normal, bem orientado no tempo e no espaço, memória boa, cursa a quinta série do ensino fundamental (fl.48).

O laudo pericial se omitiu em responder ao quesito 10, que clamava por comentários do perito aos laudos e examesmédicos existentes nos autos. Ocorre que esses documentos não vinculam a perícia, razão pela qual não precisam serexpressa e analiticamente explicados no laudo pericial.

O laudo pericial também não precisava descrever os sintomas da doença diagnosticada. Embora com fundamentaçãosucinta, o laudo pericial não é nulo, porque esclareceu satisfatoriamente a matéria fática. Nos juizados especiais, os atosprocessuais são regidos pela simplicidade e pela informalidade (art. 2º da Lei nº 9.099/95), razão pela qual o laudo pericialnão precisa conter fundamentação detalhada.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

10 - 0001120-52.2006.4.02.5052/02 (2006.50.52.001120-8/02) JOSE HONORATO DOS SANTOS (ADVOGADO: EDGARDVALLE DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DEALMEIDA.).E M E N T A

LOAS. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. DECISÃO ADMINISTRATIVA BASEADA APENAS NA AUSÊNCIA DEINCAPACIDADE PARA O TRABALHO. SENTENÇA JULGOU IMPROCEDENTE O PEDIDO COM BASE EM REQUISITOFINANCEIRO. IMPOSSIBILIDADE – APLICAÇÃO DA TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES – RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de restabelecimento do benefício deamparo social à pessoa com deficiência.

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A sentença considerou que a renda mensal per capita é superior a ¼ do salário mínimo, não tendo sido comprovadasituação de miserabilidade. A mãe do recorrente acumula dois benefícios previdenciários, com renda total equivalente adois salários mínimos, ao passo que o grupo familiar é integrado por três pessoas. O recorrente alegou que a sentençaanalisou questão estranha à causa de pedir, porque, na petição inicial, fora narrado que o cancelamento administrativofundamentou-se exclusivamente na não comprovação de incapacidade para o trabalho e para a vida independente.

Com razão o recorrente. Pela teoria dos motivos determinantes, forçoso é reconhecer que o motivo do ato administrativodeve sempre guardar compatibilidade com a situação de fato que gerou a manifestação de vontade.

Assim, uma vez indeferido o benefício de prestação continuada com fundamento na ausência de incapacidade paraatividade da vida independente e para o trabalho (fl. 23) e demonstrada nos autos a insubsistência da manifestaçãoadministrativa (laudo pericial às fls. 139/143), não pode a Autarquia Previdenciária, por motivo alheio ao exarado no primeirorequerimento, deixar de conceder amparo à pretensão autoral.

Presentes os requisitos peculiares para antecipação tutelar, quais sejam, o “convencimento de verossimilhança” e “fundadoreceio de dano irreparável ou de difícil reparação” (CPC, art. 273), este imanente ao caráter alimentar das prestaçõesprevidenciárias. Somente são objeto de antecipação as parcelas vincendas, necessárias à subsistência da recorrente.

Merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para condenar o INSS a restabelecer o benefício assistencial noprazo de trinta dias, devendo comprová-lo nos autos até o decurso final do aludido prazo. Sobre as prestações vencidasincidem, até 30/06/2009, correção monetária e juros de mora à taxa de 1% ao mês a partir da citação. Desta data emdiante, aplicam-se os índices oficiais de remuneração básica e juros próprios da caderneta de poupança (art. 5º da Lei11.960/2009).

Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 55 da Lei 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo dar provimento ao recurso.

Bruno DutraJuiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

11 - 0000071-05.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000071-2/01) VALDIVINO JOSE COSTA (ADVOGADO: ADENILSONVIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECAFERNANDES GOMES.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – PRESENÇA DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS– FLEXIBILIZAÇÃO DO CRITÉRIO OBJETIVO PARA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO – MISERABILIDADE AFERIDA –RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

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12 - 0000478-11.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000478-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x MONICA DE SOUZA SANTOS (ADVOGADO: TADEU JOSE DE SANASCIMENTO.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL. LOAS. EXCLUSÃO DO VALOR DE BENEFÍCIO ASSISTENCIAL RECEBIDO POR OUTROMEMBRO DA FAMÍLIA NÃO IDOSO. AFASTADA A APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ESTATUTO DO IDOSO.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que condenou o INSS a conceder o benefício de amparo social àpessoa com deficiência.

A recorrida tinha 25 anos de idade na época do ajuizamento da ação. Morava apenas com a mãe, com 51 anos de idade. Amãe é beneficiária de amparo social à pessoa portadora de deficiência. A sentença excluiu do cálculo da renda mensal ovalor de benefício assistencial auferido pela mãe, aplicando por analogia o art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003(estatuto do idoso). Ocorre que a mãe da recorrida está longe de completar 65 anos de idade. Logo, não é possível aaplicação analógica do referido dispositivo legal, que somente contempla o idoso. Não se pode estender demasiadamente aabrangência da norma jurídica, a ponto de deturpar a vontade da lei.

A renda familiar per capita corresponde a ½ salário mínimo, extrapolando em muito o limite legal de ¼ do salário mínimo.Não foi casuisticamente demonstrada situação de miserabilidade com base em outros meios de prova. A renda da mãe éobjetivamente suficiente para prover as necessidades mínimas da família. A família é pobre, mas não é miserável, porquejá conta com renda mínima garantida pelo Estado.

Recurso provido para reformar a sentença, desconstituindo a condenação do INSS a conceder benefício assistencial.

Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, daLei nº 9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

13 - 0000328-24.2008.4.02.5054/01 (2008.50.54.000328-7/01) CELINA DE SOUZA GUIMARAES (ADVOGADO: ANDREFRANCISCO LUCHI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Paulo Henrique Vaz Fidalgo.).E M E N T A

LOAS. RENDA MENSAL PER CAPITA SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. LEI Nº 10.689/2003. INEXISTÊNCIA DEREVOGAÇÃO TÁCITA DO ART. 20, § 3º, DA LEI Nº 8.742/93.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a concedero benefício assistencial de prestação continuada, tendo em vista que a renda mensal per capita é superior ao limite de ¼ dosalário mínimo.

A recorrente alegou que a sentença deixou de considerar que o valor das despesas mensais da família extrapola o valor darenda auferida pelo marido. Segundo o relatório social, a família, em 2008, gastava, mensalmente, R$ 350,00 comalimentação, R$ 115,00 para pagamento de contas de água, luz e gás, além de R$ 120,00 com aquisição demedicamentos. Na época, o marido da autora auferia renda mensal no valor de R$ 624,00 (fl. 174). O somatório dasdespesas declaradas não superava a remuneração do marido. Além disso, gastos com aquisição de medicamentos,mesmo que altos, não devem ser abatidos no valor da renda mensal familiar para aferição da miserabilidade. A SeguridadeSocial, consoante norma constitucional, é tripartida na Previdência Social, Assistência Social e Saúde. Tratamento comremédios não são cobertos pela proteção propiciada pela Assistência Social, mas sim, pelo outro braço da SeguridadeSocial, a Saúde. A necessidade de medicamentos autoriza a pessoa carente a exigir que o Estado o entregue in natura -obrigação de dar coisa certa -, mas não justifica a concessão de benefício assistencial - obrigação de pagar quantia certa.

A recorrente também alegou que, a partir da edição da Lei nº 10.689/2003, o valor da renda mensal per capita a ser

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considerado para fins de aferição de miserabilidade equivale a ½ salário mínimo. A Lei nº 10.689/2003 criou o ProgramaNacional de Acesso à Alimentação (Programa Fome Zero) e limitou a concessão de benefícios para “unidade familiar comrenda mensal per capita inferior a meio salário mínimo” (art. 2º, § 2º). Não obstante, o referido diploma legal regulabenefício assistencial cujos requisitos e cujo valor de renda mensal são bastante diferentes daquele regulado pela LOAS. Alei posterior revoga a anterior quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava alei anterior (art. 2º, § 2º, da Lei de Introdução ao Código Civil). Nada disso ocorreu no caso sub judice. Descarta-se, então, apossibilidade de que a lei nova tenha operado a revogação tácita do art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93 e substituído o critériofinanceiro objetivo de renda familiar per capita de ¼ para ½ salário mínimo.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

14 - 0006344-06.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006344-3/01) ANA MINEIRO (ADVOGADO: ANDRÉ VINICIUS MARQUESGONÇALVES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).E M E N T A

LOAS. INCAPACIDADE PARCIAL. CONDIÇÕES PESSOAS DESFAVORÁVEIS À REINSERÇÃO NO MERCADO DETRABALHO. ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO, DO ESTATUTO DO IDOSO. APLICAÇÃO DIRETA. APLICAÇÃO NÃO SERESTRINGE AOS CASOS EM QUE O SEGUNDO BENEFÍCIO ASSISTENCIAL É REQUERIDO POR IDOSO.

Havendo incapacidade médica, ainda que apenas parcial, cabe a concessão do benefício se as condições pessoais foremdesfavoráveis à inserção ou reinserção no mercado do trabalho.

É improvável que a recorrente, portadora de profunda e incurável perda auditiva, já tendo 46 anos de idade e sem nunca tertrabalhado, possa efetivamente ingressar no mercado de trabalho em atividade que não dependa de comunicação.

O valor do benefício recebido pela mãe não deve ser computado para efeito de cálculo da renda familiar per capita.Aplica-se o art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003 (estatuto do idoso), segundo o qual o benefício assistencial jáconcedido a qualquer membro da família, que seja idoso e tenha pelo menos 65 anos de idade, não deve ser computadopara os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a LOAS. A aplicação dessa norma legal opera-se deforma direta, e não por analogia. A norma jurídica não reserva sua aplicação aos casos em que o segundo benefícioassistencial também é requerido por idoso. Visa proteger o idoso titular do primeiro benefício assistencial, liberando-o de terde responder pela manutenção da subsistência do familiar pretendente ao segundo benefício.

Recurso parcialmente provido para reformar a sentença, condenando o INSS a conceder o benefício assistencial a partir dadata do julgamento, tendo em vista que as condições pessoais atuais da recorrente foram determinantes no resultado dojulgamento. Deferida a antecipação de tutela.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo dar parcial provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

15 - 0000111-50.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000111-3/01) THERESA SALES VIANA (ADVOGADO: ADENILSONVIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECAFERNANDES GOMES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. OMISSÃO DO INSS EM APRESENTAR DOCUMENTOS COM ANTECEDENTESMÉDICOS. ARGUIÇÃO DE NULIDADE REJEITADA. AVALIAÇÃO DA INCAPACIDADE LABORATIVA REALIZADA PORPERÍCIA MÉDICA. PREVALÊNCIA DO LAUDO PERICIAL EM DETRIMENTO DE ATESTADO DE MÉDICO ASSISTENTE

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DIVERGENTE.

A recorrente pediu a anulação da sentença, porque o INSS não apresentou cópia dos documentos com antecedentesmédicos em seu poder. Alegou que esses documentos permitiram ao perito: informar os motivos que ensejaram aconcessão do benefício; responder ao quesito 10; descrever os sintomas da doença; responder corretamente ao quesito 4.

Os documentos em poder do INSS são apenas os laudos médicos da perícia administrativa. Tais documentos contêmapenas informações unilaterais favoráveis ao próprio INSS, não tendo potencialidade de influenciar a perícia judicial emfavor da autora. Era desnecessária a exibição de tais documentos.

A recorrente pediu a reforma da sentença, porque os atestados e exames médicos revelam doenças degenerativas nãomencionadas no laudo pericial, que se revelou incompleto. O atestado médico equipara-se a mero parecer de assistentetécnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordocom o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudomédico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plenacapacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguara veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo odiagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscarevidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistentenão é fonte segura da existência da incapacidade para o trabalho.

A omissão do laudo pericial em se manifestar sobre algumas das doenças diagnosticadas pelo médico assistente nãocompromete o laudo, apenas significa falta de confirmação do diagnóstico do médico assistente.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

16 - 0000604-58.2008.4.02.5053/01 (2008.50.53.000604-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.) x APARECIDA ROCHA GUEDES (ADVOGADO: LÍVIA BATISTA BARCELOS,CONCEIÇÃO MANTOVANNI SEIBERT, Daniele Zanetti Magescky.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. RETORNO AO TRABALHO APÓS CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO.

A sentença condenou o INSS a restabelecer o auxílio-doença com efeitos retroativos a 10/10/2008, data de cessação dopagamento. O INSS interpôs recurso arguindo que, após a cessação do benefício, a recorrida alternou períodos de trabalhoe recebimento de auxílio-doença, não existindo, portanto, prova de que a inaptidão laboral tenha persistidoininterruptamente.

O extrato do CNIS revela que a recorrida recebeu remuneração nos meses de novembro/2008, fevereiro, março, outubro,novembro e dezembro/2009, janeiro, fevereiro e março/2010 (fls. 76/77 e 86). A perícia judicial foi realizada em 24/3/2009.O perito certificou que a incapacidade laborativa já estava consolidada desde maio/2008 (quesito 8, fl. 34). Dessa forma, aperícia judicial comprova incapacidade para o trabalho no período de novembro/2008 a março/2009. O fato de a recorridater auferido salário durante curtos períodos dentro desse intervalo não basta para afastar a conclusão da perícia judicial.“Embora não se possa receber, concomitantemente, salário e benefício, o trabalho exercido pelo segurado no período emque estava incapaz decorre da necessidade de sobrevivência, com inegável sacrifício da saúde do obreiro e possibilidadede agravamento do estado mórbido” (TNU, PEDILEF 2008.72.52.004136-1, Relator Juiz Federal Antônio FernandoSchenkel, DOU 13/05/2011)

Por outro lado, o fato de a recorrida ter voltado a receber remuneração do empregador em período posterior à períciajudicial que reconhece incapacidade apenas temporária para o trabalho permite inferir, salvo prova em contrário, arecuperação da capacidade para o trabalho. O auxílio-doença deve ser mantido, portanto, somente até o final deoutubro/2009, quando a recorrida voltou a receber remuneração do empregador. Naquele mês, ela recebeu remuneraçãoproporcional, fato que permite inferir que ela só começou a trabalhar no final do mês. Caso a recorrida continueincapacitada para o trabalho, apesar de estar recebendo remuneração, poderá propor nova demanda judicial para

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reivindicar seu direito.

Recurso provido para limitar os efeitos da condenação ao período de 10/10/2008 a 30/10/2009, revogando a antecipação detutela.

Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, daLei nº 9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo dar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

17 - 0001334-41.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001334-9/01) ELOISIO PEREIRA DA SILVA (ADVOGADO: Lauriane RealCereza, Valber Cruz Cereza.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis GuilhermeNogueira Freire Carneiro.) x OS MESMOS.E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INFORMAÇÃO DE RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DECONTRIBUINTE INDIVIDUAL NÃO É SUFICIENTE PARA PRESUMIR EXERCÍCIO DE ATIVIDADE REMUNERADA.APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INTERVENÇÃO CIRÚRGICA.

A sentença condenou o INSS a restabelecer o auxílio-doença desde a data de cessação do pagamento, em 10/11/2008.

O INSS interpôs recurso alegando que não há incapacidade para o trabalho. Apresentou extrato do CNIS contendoinformação de recolhimento de contribuição previdenciária pelo autor nos meses de setembro a novembro/2010. O simplesfato de o CNIS registrar recolhimento de contribuição previdenciária de segurado contribuinte individual não é suficientepara comprovar o exercício de atividade remunerada, ante a possibilidade de filiação na condição de segurado facultativo ede o recolhimento das contribuições ter sido feito com o único propósito de preservar a qualidade de segurado, semconcomitante exercício de atividade remunerada. A cessação da incapacidade para o trabalho só pode ser demonstradamediante nova perícia médica administrativa.

O autor também interpôs recurso pedindo a conversão do auxílio-doença em aposentadoria por invalidez. O perito do juízodiagnosticou lombalgia e concluiu que a doença induz incapacidade para o desempenho de qualquer atividade laborativa.Atestou tratar-se de incapacidade temporária, sendo ainda possível a recuperação da aptidão para o trabalho após arealização de procedimento cirúrgico. O autor alegou, com base no art. 101 da Lei nº 8.213/91, que o segurado não éobrigado a se submeter a intervenção cirúrgica e que, nos casos em que ela constituir o único meio conhecido para arecuperação da capacidade para o trabalho, a incapacidade laboral deve ser considerada definitiva. Ocorre que o laudopericial ressalvou que, em 12/3/2010, o autor já se encontrava em período pré-operatório. É provável então que o autor játenha se submetido voluntariamente à intervenção cirúrgica. Nesse caso, tendo em vista a possibilidade de o autor ter sesubmetido ao tratamento que poderia recuperar a aptidão física para o trabalho, ainda é prematuro considerar que aincapacidade laboral é definitiva.

Recursos improvidos. Ante a sucumbência recíproca, compensam-se os honorários advocatícios (art. 21 do CPC).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo negar provimento a recurso do INSS e ao recurso do autor.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

18 - 0000023-69.2010.4.02.5054/01 (2010.50.54.000023-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.) x CENAIR MARIA DE ALMEIDA (ADVOGADO: VANUZA CABRAL.).E M E N T A

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PROPOSTA DE ACORDO POSTERIOR À OITIVA DAS TESTEMUNHAS. AUSÊNCIA DE PRECLUSÃO TEMPORAL.POSSIBILIDADE DE CONCILIAÇÃO A QUALQUER TEMPO. INDEVIDA RECUSA DO JUIZ EM SUBMETER APROPOSTA DE ACORDO À PARTE CONTRÁRIA. NULIDADE DA SENTENÇA.

Em audiência de conciliação, instrução e julgamento, o INSS, logo em seguida à colheita do depoimento das testemunhas,ofereceu proposta de acordo. A MM. Juíza que presidia a audiência, porém, indeferiu a tentativa de transação,impossibilitando a parte autora de se manifestar sobre a oferta de acordo, por entender que, depois do esgotamento dainstrução processual, a faculdade de propor acordo estava preclusa. Foi, então, proferida sentença. O INSS interpôsrecurso arguindo a nulidade da sentença

É dever do juiz tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes (art. 125, IV, do CPC). Não existe prazo para oferecer acordo. Atransação pode ser tentada depois do esgotamento da instrução processual e até mesmo em segundo grau de jurisdição.Se uma das partes oferece acordo, o juiz é obrigado a ouvir a parte contrária. A recusa da submissão da proposta deacordo à parte autora torna nula a sentença por vício formal.

Sentença anulada, para que a parte autora seja ouvida sobre a proposta de acordo. Mantida a antecipação de tutela.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo anular a sentença.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

19 - 0001713-16.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001713-2/01) VALTEMIR ALVES ELARIO (ADVOGADO: NELSON DEMEDEIROS TEIXEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DA PENHABARBOSA BRITO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. PETIÇÃO INICIAL COM PEDIDO DEAPOSENTADORIA ESPECIAL. JULGAMENTO EXTRA PETITA NÃO CONFIGURADO.

A aposentadoria especial, embora corresponda a espécie autônoma de benefício previdenciária, baseia-se nos mesmorequisitos exigidos para a aposentadoria por tempo de contribuição: carência e tempo de contribuição. Ademais, o INSS ésempre obrigado a conceder o benefício previdenciário mais vantajoso para o beneficiário. Por isso, mesmo quando osegurado requer apenas aposentadoria especial, se os respectivos requisitos não forem preenchidos o INSS tem o dever deconceder a aposentadoria por tempo de contribuição, caso a esta espécie de benefício o segurado faça jus.

O Superior Tribunal de Justiça já “definiu que não se configura julgamento extra ou ultra petita a decisão que, verificando ainobservância dos pressupostos para concessão do benefício pleiteado na inicial, concede benefício diverso se atendidosos requisitos legais”. (AERESP 200701916359, DJE 07/06/2010).

Somando todos os períodos de tempo de contribuição, o recorrente completou 35 anos, 1 mês e 29 dias de tempo decontribuição. Logo, faz jus à aposentadoria por tempo de contribuição com proventos integrais.

Recurso provido. Deferida a antecipação de tutela.

Só haveria condenação em honorários advocatícios se o vencido fosse o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da Lei nº9.099/95). Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo dar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

20 - 0006834-28.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006834-9/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

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(PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x FRANCISCO PAULO DE MENDONCA UCHOA FILHO (ADVOGADO: DANIELDIAS DE SOUZA, CHRISTOVAM RAMOS PINTO NETO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. ELETRICIDADE. TENSÃO SUPERIOR A 250 VOLTS. EXPOSIÇÃOHABITUAL E INTERMITENTE. REVOGAÇÃO DO DECRETO 53.831/64.

A jurisprudência dominante considera que o cabista de companhia telefônica, tanto quanto o cabista de companhia deenergia elétrica, tem direito ao enquadramento da atividade especial em razão da exposição ao risco de acidente comeletricidade. A jurisprudência é exageradamente flexível a ponto de considerar que o mínimo risco de exposição a acidentecom choque elétrico é suficiente para caracterizar a atividade como perigosa.

O fato de a exposição à eletricidade ser intermitente – só ocorria quando o cabista subia em postes – não impede oenquadramento no código 1.1.8 do quadro anexo ao Decreto nº 53.831/64, porque a jurisprudência do Superior Tribunal deJustiça é pacífica no sentido de que a permanência da exposição a agentes nocivos à saúde é exigível apenas para asatividades exercidas a partir de 29/4/1995, quando entrou em vigor a Lei nº 9.032/95, que alterou a redação do art. 57, § 3º,da Lei nº 8.213/91.

Considerando que a exposição do recorrido à eletricidade era habitual e intermitente, e que a lei passou a exigir exposiçãohabitual e permanente a partir de 29/4/1995, não é possível reconhecer atividade especial após esta data.

Além disso, a partir de 1º/12/1995, as atividades exercidas pelo recorrido, segundo descrição constante do PPP, não maisexigiam subir em postes. O recorrido passou a realizar manutenção em equipamentos das centrais telefônicas, emsubestação, etc.. Ocorre que o laudo pericial da justiça do trabalho, no qual se baseou o preenchimento do PPP, nãoconfirmou exposição à eletricidade em tensão superior a 250 V em decorrência do trabalho na rede telefônica.

O Decreto nº 53.831/64 foi revogado. A partir de 06/03/1997, o enquadramento passou a seguir o Anexo IV do Decreto nº2.172/97, que deixou de classificar a eletricidade como condição especial de trabalho. A Medida Provisória nº 1.523/96(início de vigência em 14.10.96), posteriormente convertida na Lei nº 9.528/97, ao incluir na Lei nº 8.213/91 o § 1º do art. 58,eliminou a possibilidade de enquadramento de atividade especial por exposição a atividades perigosas ou penosas, desdeque passou a exigir a comprovação da efetiva exposição a agentes nocivos à saúde. As atividades penosas ou perigosasnão pressupõem efetiva exposição a agentes nocivos, mas apenas risco potencial à integridade física. Por se tratar desituação de periculosidade, a exposição à eletricidade não pode justificar caracterização de atividade especial nem mesmocomo base no antigo entendimento consolidado na Súmula 198 do TFR, segundo o qual “é devida a aposentadoriaespecial, se perícia judicial constata que a atividade exercida pelo segurado é perigosa, insalubre ou penosa, mesmo nãoinscrita em regulamento”.

Recurso parcialmente provido. Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente(art. 55, caput, segunda parte, da Lei nº 9.099/95). O recorrente ficou vencido em parte do pedido exposto no recurso. Logo,deve ser condenado em honorários advocatícios. Verba honorária arbitrada em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar parcial provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

21 - 0003628-06.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003628-2/01) MARIO SERGIO DE ARAUJO (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: DANILO THEML CARAM.).E M E N T A

TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA.CONTRIBUIÇÕES NO PERÍODO DE 01/01/1989 A 31/12/1995. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO CONSUMADA.

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 566.621/RS, pacificou o entendimento de que,nas ações de repetição ou compensação de indébito tributário ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 diasprevista na Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de cinco anos, a despeito da data do pagamentoindevido. Assim, se a ação tiver sido proposta depois de 09/06/2005, a consagrada tese dos “cinco mais cinco” não podeser aplicada para regular a prescrição.

O recorrente se aposentou em 1º/10/1998 (fl. 109). Foi nessa época que ele deve também ter começado a receber da

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entidade de previdência fechada o complemento da aposentadoria. E, por conseguinte, foi nessa época que, com aincidência do imposto de renda sobre os valores pagos pela entidade de previdência fechada, instaurou-se o bis in idem. Deacordo com o primado da actio nata, o termo inicial do prazo de prescrição deve, pois, ser fixado no mês da aposentadoria.Como a ação foi somente ajuizada em junho/2008, mais de cinco anos depois da concessão da aposentadoria, a prescriçãojá estava consumada. Hipótese de prescrição do fundo de direito.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

22 - 0007468-24.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007468-4/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: KARLA EUGENIA PITTOLDE CARVALHO.) x MARIA SANTINHA DESTEFANI PASSAMANI (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T A

TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA.CONTRIBUIÇÕES NO PERÍODO DE 01/01/1989 A 31/12/1995. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO CONSUMADA.

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 566.621/RS, pacificou o entendimento de que,nas ações de repetição ou compensação de indébito tributário ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 diasprevista na Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de cinco anos, a despeito da data do pagamentoindevido. Assim, se a ação tiver sido proposta depois de 09/06/2005, a consagrada tese dos “cinco mais cinco” não podeser aplicada para regular a prescrição.

A parte autora se aposentou em 22/02/1999 (fl. 24). Foi nessa época que ela deve também ter começado a receber daentidade de previdência fechada o complemento da aposentadoria. E, por conseguinte, foi nessa época que, com aincidência do imposto de renda sobre os valores pagos pela entidade de previdência fechada, instaurou-se o bis in idem. Deacordo com o primado da actio nata, o termo inicial do prazo de prescrição deve, pois, ser fixado no mês da aposentadoria.Como a ação foi somente ajuizada em dezembro/2008, mais de cinco anos depois da concessão da aposentadoria, aprescrição já estava consumada. Hipótese de prescrição do fundo de direito.

Recurso provido para declarar a prescrição e extinguir o processo com resolução de mérito na forma do art. 269, IV, doCPC Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segundaparte, da Lei nº 9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

23 - 0000630-56.2008.4.02.5053/02 (2008.50.53.000630-9/02) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARGARETH ALVES DEOLIVEIRA.) x EDSON SABBADINI DA SILVA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T A

TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA.CONTRIBUIÇÕES NO PERÍODO DE 01/01/1989 A 31/12/1995. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO CONSUMADA.

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 566.621/RS, pacificou o entendimento de que,nas ações de repetição ou compensação de indébito tributário ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 diasprevista na Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de cinco anos, a despeito da data do pagamento

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indevido. Assim, se a ação tiver sido proposta depois de 09/06/2005, a consagrada tese dos “cinco mais cinco” não podeser aplicada para regular a prescrição.

A parte autora se aposentou em 26/02/1996 (fl. 88). Foi nessa época que ela deve também ter começado a receber daentidade de previdência fechada o complemento da aposentadoria. E, por conseguinte, foi nessa época que, com aincidência do imposto de renda sobre os valores pagos pela entidade de previdência fechada, instaurou-se o bis in idem. Deacordo com o primado da actio nata, o termo inicial do prazo de prescrição deve, pois, ser fixado no mês da aposentadoria.Como a ação foi somente ajuizada em novembro/2008, mais de cinco anos depois da concessão da aposentadoria, aprescrição já estava consumada. Hipótese de prescrição do fundo de direito.

Recurso provido para declarar a prescrição e extinguir o processo com resolução de mérito na forma do art. 269, IV, doCPC Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segundaparte, da Lei nº 9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

24 - 0000539-60.2008.4.02.5054/02 (2008.50.54.000539-9/02) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDERAPOSO.) x CLOVIS BROCHADO ABREU (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T A

TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA.CONTRIBUIÇÕES NO PERÍODO DE 01/01/1989 A 31/12/1995. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO CONSUMADA.

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 566.621/RS, pacificou o entendimento de que,nas ações de repetição ou compensação de indébito tributário ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 diasprevista na Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de cinco anos, a despeito da data do pagamentoindevido. Assim, se a ação tiver sido proposta depois de 09/06/2005, a consagrada tese dos “cinco mais cinco” não podeser aplicada para regular a prescrição.

A parte autora se aposentou em 13/2/1995 (fl. 76), ou seja, quando ainda estava em vigor a Lei nº 7.713/88. O bis in idemcomeçou quando entrou em vigor o novo o regime de tributação instituído pela Lei nº 9.250/95. O termo inicial do prazo deprescrição deve, pois, ser fixado em 1º/1/1996. Como a ação foi somente ajuizada em outubro/2008, mais de cinco anosdepois de 1º/1/1996, a prescrição já estava consumada. Hipótese de prescrição do fundo de direito.

Recurso provido para declarar a prescrição e extinguir o processo com resolução de mérito na forma do art. 269, IV, doCPC Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segundaparte, da Lei nº 9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

25 - 0000740-52.2008.4.02.5054/02 (2008.50.54.000740-2/02) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDERAPOSO.) x ALVARO ALONSO MARGOTO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T A

TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA.CONTRIBUIÇÕES NO PERÍODO DE 01/01/1989 A 31/12/1995. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO CONSUMADA.

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A parte autora manifestou desistência da ação depois de a União ter interposto recurso contra sentença de procedência dopedido. Não é, porém, possível homologar manifestação de desistência da ação após a prolação da sentença.

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 566.621/RS, pacificou o entendimento de que,nas ações de repetição ou compensação de indébito tributário ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 diasprevista na Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de cinco anos, a despeito da data do pagamentoindevido. Assim, se a ação tiver sido proposta depois de 09/06/2005, a consagrada tese dos “cinco mais cinco” não podeser aplicada para regular a prescrição.

A parte autora se aposentou em 1º/11/1995 (fl. 65), ou seja, quando ainda estava em vigor a Lei nº 7.713/88. O bis in idemcomeçou quando entrou em vigor o novo o regime de tributação instituído pela Lei nº 9.250/95. O termo inicial do prazo deprescrição deve, pois, ser fixado em 1º/1/1996. Como a ação foi somente ajuizada em dezembro/2008, mais de cinco anosdepois de 1º/1/1996, a prescrição já estava consumada. Hipótese de prescrição do fundo de direito.

Recurso provido para declarar a prescrição e extinguir o processo com resolução de mérito na forma do art. 269, IV, doCPC Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segundaparte, da Lei nº 9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

26 - 0006064-35.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006064-8/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: Allan Titonelli Nunes.) xFRANCISCO SOBREIRA GUEDES (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T A

TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA.CONTRIBUIÇÕES NO PERÍODO DE 01/01/1989 A 31/12/1995. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO CONSUMADA.

A autora manifestou desistência da ação depois de a União ter interposto recurso contra sentença de parcial procedênciado pedido. Não é, porém, possível homologar manifestação de desistência da ação após a prolação da sentença.

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 566.621/RS, pacificou o entendimento de que,nas ações de repetição ou compensação de indébito tributário ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 diasprevista na Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de cinco anos, a despeito da data do pagamentoindevido. Assim, se a ação tiver sido proposta depois de 09/06/2005, a consagrada tese dos “cinco mais cinco” não podeser aplicada para regular a prescrição.

A parte autora se aposentou em 9/6/1995 (fl. 153), ou seja, quando ainda estava em vigor a Lei nº 7.713/88. O bis in idemcomeçou quando entrou em vigor o novo o regime de tributação instituído pela Lei nº 9.250/95. O termo inicial do prazo deprescrição deve, pois, ser fixado em 1º/1/1996. Como a ação foi somente ajuizada em outubro/2008, mais de cinco anosdepois de 1º/1/1996, a prescrição já estava consumada. Hipótese de prescrição do fundo de direito.

Recurso provido para declarar a prescrição e extinguir o processo com resolução de mérito na forma do art. 269, IV, doCPC Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segundaparte, da Lei nº 9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

27 - 0001894-20.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001894-2/01) ER CONSULTORIA E TREINAMENTO LTDA (ADVOGADO:ANTONIO VALDEMIR PEREIRA COUTINHO.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DE BARROS.).E M E N T A

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CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. LEI N. 9.711/98. RETENÇÃO DE 11% SOBRE O VALOR DA FATURA OU DA NOTAFISCAL. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. LEGITIMIDADE ATIVA DA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO PARACOBRAR RESTITUIÇÃO DO VALOR RETIDO. AUSÊNCIA DE DIREITO À RESTITUIÇÃO.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça está pacificada no sentido de que a prestadora de serviço com cessão demão-de-obra tem legitimidade para cobrar restituição do valor da contribuição previdenciária retido sobre o valor bruto danota fiscal.

Ainda que a pessoa jurídica recorrente tenha prestado os serviços sem se valer de mão-de-obra de funcionários, o contratode prestação de serviços indica que ela era a responsável por receber a remuneração da empresa tomadora de serviços epor “providenciar a remuneração dos professores colaboradores”. Logo, a responsabilidade por arrecadar a contribuiçãoincidente sobre a remuneração dos professores, segurados contribuintes individuais, era da recorrente.

A recorrente alegou que os funcionários do CEFETES envolvidos na segunda etapa de treinamento eram remunerados peloFUNCEFETES, a quem cabia o recolhimento das contribuições previdenciárias. Não há, porém, nenhuma provadocumental dessa afirmação. Cabia à recorrente exibir o alegado instrumento de contrato avençado entre a CST e aFUNCEFETES, que supostamente daria suporte à sua alegação.

Legitimidade ativa reconhecida e recurso improvido no mérito.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo reconhecer a legitimidade ativa e negar provimento ao recurso no mérito.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

28 - 0001896-87.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001896-6/01) ER CONSULTORIA E TREINAMENTO LTDA (ADVOGADO:ANTONIO VALDEMIR PEREIRA COUTINHO, LEOPOLDO DAHER MARTINS.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR:ADRIANA ZANDONADE, RODRIGO BARBOSA DE BARROS.).E M E N T A

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. LEI N. 9.711/98. RETENÇÃO DE 11% SOBRE O VALOR DA FATURA OU DA NOTAFISCAL. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. LEGITIMIDADE ATIVA DA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO PARACOBRAR RESTITUIÇÃO DO VALOR RETIDO. AUSÊNCIA DE DIREITO À RESTITUIÇÃO.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça está pacificada no sentido de que a prestadora de serviço com cessão demão-de-obra tem legitimidade para cobrar restituição do valor da contribuição previdenciária retido sobre o valor bruto danota fiscal.

Ainda que a pessoa jurídica recorrente tenha prestado os serviços sem se valer de mão-de-obra de funcionários, o contratode prestação de serviços indica que ela era a responsável por receber a remuneração da empresa tomadora de serviços epor “providenciar a remuneração dos professores colaboradores”. Logo, a responsabilidade por arrecadar a contribuiçãoincidente sobre a remuneração dos professores, segurados contribuintes individuais, era da recorrente.

A recorrente alegou que os funcionários do CEFETES envolvidos na segunda etapa de treinamento eram remunerados peloFUNCEFETES, a quem cabia o recolhimento das contribuições previdenciárias. Não há, porém, nenhuma provadocumental dessa afirmação. Cabia à recorrente exibir o alegado instrumento de contrato avençado entre a CST e aFUNCEFETES, que supostamente daria suporte à sua alegação.

Legitimidade ativa reconhecida e recurso improvido no mérito.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo reconhecer a legitimidade ativa e negar provimento ao recurso no mérito.

ROGERIO MOREIRA ALVES

Page 23: BOLETIM TR/ES 2011-251 - SESSÃO DIA 14-12-2011

Juiz Federal da Turma RecursalRelator

29 - 0006145-52.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.006145-0/01) MARIA CARLOTA DE REZENDE COELHO (ADVOGADO:MARIA CLAUDIA BARROS PEREIRA, LEVINA MARIA BARROS LIBORIO.) x CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEMDO E.S. - COREN (ADVOGADO: LAECIO CARLOS GUIMARAES.) x OS MESMOS.E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ARGUIÇÃO DE CERCEAMENTO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DE ADIANTAMENTODA SESSÃO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE.

Embargos de declaração servem apenas para corrigir omissão, obscuridade ou contradição de ato judicial. O embargantenão apontou nenhum desses defeitos, tendo se limitado a arguir cerceamento da ampla defesa pelo fato de a turmarecursal ter indeferido o requerimento de adiantamento do julgamento por motivo de viagem do advogado da embargante.O requerimento havia sido fundamentadamente indeferido à fl. 223. Os embargos de declaração não se prestam a provocarreexame de decisão judicial.

Embargos improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

91002 - RECURSO/MEDIDA URGÊNCIA CÍVEL

30 - 0000338-03.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000338-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x ANTONIA DA COSTA ORGINO (ADVOGADO:JOAO MIGUEL ARAUJO DOS SANTOS.).PROCESSO Nº 0000338-03.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000338-8/01)RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: ANTONIA DA COSTA ORGINORELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

RECURSO. MEDIDA DE URGÊNCIA CONTRA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. PENSÃO POR MORTE. CÔNJUGESEPARADO DE FATO. NECESSIDADE ECONÔMICA. QUALIDADE DE DEPENDENTE.

A decisão recorrida antecipou os efeitos da tutela para determinar a concessão de pensão por morte à autora, ora recorrida,em razão do falecimento de seu marido. O INSS interpôs recurso alegando que o casal estava separado de fato e que arecorrida perdeu a qualidade de dependente para fins previdenciários.

O INSS exibiu cópia do processo administrativo onde consta que a autora, em 2001, quando requereu benefício assistencialde prestação continuada, declarou no processo administrativo que morava sozinha e que o marido a havia abandonadohavia sete anos e se encontrava em paradeiro desconhecido (fl. 42). O benefício foi deferido com DIB em 20/12/2001 (fl.54). Em 2006, quando as condições socioeconômicas foram revisadas para efeito de manutenção do benefício assistencial,a autora tornou a declarar que morava sozinha (fl. 51). Portanto, ao contrário do que alegou a recorrida em suascontrarrazões, o fato de ela e o marido terem endereços diferentes não constitui o único fundamento para inferir aseparação de fato do casal. Foi a própria recorrida que deliberadamente declarou estar separada de fato há muitos anos.

A recorrida alegou nas contrarrazões que o afastamento dos cônjuges decorreu de necessidade de trabalho, não tendoocorrido rompimento de relação. Alegou que ela morava de favor na casa de parentes, e o marido sempre a ajudava commantimentos e remédios. Trata-se de alegações que não têm suporte em prova pré-constituída, demandando confirmaçãoem prova testemunhal a ser produzida na instrução processual em curso. A antecipação de tutela pressupõe “provainequívoca” dos fatos (art. 273 do CPC). A prova documental até aqui produzida, porém, só concorre para tornar mais crívela versão de que a autora e o marido estavam separados de fato.

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O rompimento da sociedade conjugal não necessariamente retira da esposa a qualidade de dependente para finsprevidenciários. Enquanto se mantém a sociedade conjugal, a dependência econômica do cônjuge em relação ao seguradoé presumida, independendo de prova (artigo 16, § 4º, da Lei nº 8.213/91). Quando ocorre separação de fato, separaçãojudicial ou divórcio, a dependência econômica deixa de ser presumida, necessitando de comprovação no caso concreto.

O art. 76, § 2º, da Lei nº 8.213/91 dispõe que o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato que recebia pensãode alimentos concorre em igualdade de condições com os dependentes preferenciais. Assim, a lei aparentemente exige queo cônjuge divorciado ou separado receba pensão alimentícia (pensão decorrente do direito de família) para se qualificarcomo dependente do segurado. A jurisprudência, porém, é mais flexível, admitindo a simples comprovação de necessidadeeconômica.

Ainda que o segurado não preste alimentos nem mesmo informalmente, o ex-cônjuge pode se qualificar como dependentepara fins previdenciários. O que importa não é a concreta prestação de assistência material pelo segurado, mas o fato de ocônjuge separado ou divorciado ter necessidade econômica dessa assistência para conseguir prover o sustento próprio.Aplicação da Súmula 336 do STJ: “A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensãoprevidenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente”. No caso da recorrida, não háprova inequívoca de que ela recebia assistência material do marido, mas há prova inequívoca de que ela tinha necessidadeeconômica da assistência do marido, já que o INSS concedeu a ela o benefício assistencial de prestação continuada, quepressupõe falta de condições de se manutenção da própria subsistência.

Recurso improvido.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

31 - 0001766-63.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001766-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MAURA APARECIDAANANIAS DE JESUS (ADVOGADO: RENATA VARGAS ARAUJO, BIANCA DIAS ECCARD.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS.PROCESSO Nº 0001766-63.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001766-8/01)RECORRENTE: MAURA APARECIDA ANANIAS DE JESUSRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

LOAS. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO. DOENÇA MENTAL. INTERDIÇÃO CIVILLAUDO PERICIAL NÃO VINCULA JULGAMENTO.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de concessão de amparo social àpessoa com deficiência, tendo em vista que não foi comprovada incapacidade para o trabalho.

O laudo pericial diagnosticou transtorno afetivo bipolar em remissão. Explicou que a doença é crônica e persistente, comepisódios de recaída. Tais episódios são menos frequentes quando o paciente se submete a acompanhamentomultidisciplinar com psiquiatria e psicoterapia, tratamentos disponíveis na rede pública de saúde. Concluiu que não háincapacidade para o trabalho sob o ponto de vista psíquico.

A conclusão do laudo pericial não vincula o juiz (art. 436 do CPC). Embora o laudo tenha concluído pela inexistência deincapacidade para o trabalho, o juiz pode se basear em outros elementos de prova para formar sua própria conclusão. Operito considerou que a recorrente é portadora da doença mental, ressalvando, porém, que a patologia está em remissão. Aremissão, segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, significa “diminuição ou atenuação temporária dos sintomasde uma doença”. Portanto, ainda que os sintomas da doença estejam atenuados, não deixaram de existir. Ademais, a

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atenuação é temporária: o perito admite que a recorrente sujeita-se a recaídas cuja periodicidade depende da eficiência dotratamento psiquiátrico e psicoterápico. E, mesmo com o tratamento multidisciplinar, a recorrente não fica completamentelivre de novas crises. Em se tratando de doença mental notoriamente grave e incurável, confirmada pelo perito, é admissívelsupor que a recorrente não tem condições de recuperar plenamente a aptidão para o trabalho e para a vida independente,ainda que eventualmente, fora dos períodos de crise, possa parcialmente recobrar a lucidez.

A recorrente é interditada para os atos da vida civil. A interdição não necessariamente impede o interditado de trabalhar.Não obstante, tendo em conta o quadro clínico retratado no laudo pericial, a interdição concorre para corroborar aconclusão pela incapacidade para a vida independente.

O amparo assistencial é reservado às pessoas cuja família não tenha condições financeiras de lhe prover a subsistência.Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora de deficiência a família cuja renda mensal per capitaseja inferior a ¼ do salário mínimo (art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93). Sob o mesmo teto que a recorrente moram o pai, amãe e dois filhos respectivamente com cinco e um ano de idade. O pai e a mãe têm respectivamente 74 e 73 anos deidade. Cada um deles recebe uma aposentadoria com renda mensal equivalente ao salário mínimo. Essa renda, porém,deve ser desconsiderada para efeito de aplicação do art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93. Aplica-se, por analogia, o art. 34,parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003 (estatuto do idoso), segundo o qual o benefício assistencial de prestação continuadajá concedido a qualquer membro da família, que seja idoso e tenha pelo menos 65 anos de idade, não deve ser computadopara os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a LOAS.

De acordo com o Enunciado nº 46 da Turma Recursal do Espírito Santo, “a renda mensal de aposentadoria em valorequivalente a um salário mínimo concedida a pessoa com mais de 65 anos de idade não deve ser computada para efeito deapuração da renda familiar per capita a que se refere o art. 20, § 3º, da Lei Orgânica de da Assistência Social - LOAS.Aplica-se, por analogia, o art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003”. A jurisprudência da Turma Nacional deUniformização está pacificada no mesmo sentido (PEDILEF 2008.70.53.0011786, Rel. Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJU 11/06/2010). Na sessão do dia 10 de agosto de 2011, a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça,julgando a Petição nº 7203/PE, confirmou que deve prevalecer a orientação da Turma Nacional de Uniformização de que,para fins de concessão de benefício assistencial, não se considera o benefício previdenciário de valor mínimo percebido poridoso na composição da renda familiar. No mesmo sentido, a decisão monocrática do Ministro Gilson Dipp na Petição nº8.662/PR, publicada no DJe em 20/10/2011. Desconsiderado o rendimento de ambos os pais, a renda familiar é nula.

A recorrente não comprovou ter formalizado prévio requerimento administrativo. Nesse caso, o requerimento administrativoé substituído pela petição inicial do processo judicial. Consequentemente, a data de início do benefício deve ser fixada nadata do ajuizamento da ação.

Recurso parcialmente provido para reformar a sentença, condenando o INSS a conceder benefício assistencial com DIB em18/2/2009. Aplicam-se juros de mora a partir da citação. Para efeito de correção monetária e de juros de mora, aplicam-seos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança (art. 5º da Lei nº 11.960/2009).

Antecipados os efeitos da tutela, tendo em vista que o risco de dano de difícil reparação é imanente ao caráter alimentar dobenefício assistencial.

Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, daLei nº 9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo dar parcial provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

32 - 0000740-84.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000740-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA HELENADEAMBROSIO (ADVOGADO: ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).PROCESSO Nº 0000740-84.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000740-0/01)RECORRENTE: MARIA HELENA DEAMBROSIORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

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E M E N T A

LOAS. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO E PARA A VIDA INDEPENDENTE NÃO COMPROVADA.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a concedero benefício de amparo social à pessoa com deficiência, tendo em vista que não foi constatada incapacidade para o trabalho.

O perito do juízo diagnosticou hérnia de disco lombar, mas descartou a existência de incapacidade para o trabalho. Arecorrente alegou que o perito não considerou que sua atividade habitual é de costureira, que exige permanecer sentadapor longo período. Não assiste razão à recorrente. O perito expressamente atestou que a recorrente tem aptidão física pararetornar ao desempenho de sua atividade habitual. Logo, as condições pessoais da recorrente foram levadas em conta peloperito.

Para ter direito ao benefício assistencial, não basta ao requerente comprovar estar doente: é preciso ficar comprovado quea doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho das funções específicas de umaatividade ou ocupação. Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se a doença diagnosticada inabilitao segurado para o trabalho. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusão exposta nos laudos periciais.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

33 - 0000737-41.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000737-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x RONALDO RODRIGUES.PROCESSO Nº 0000737-41.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000737-9/01)RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: RONALDO RODRIGUESRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

LOAS. PESSOA INTERDITADA. DIFERENÇA DE CAPACIDADE NEGOCIAL E CAPACIDADE PARA O TRABALHO.IMPRESCINDIBILIDADE DE PERÍCIA MÉDICA JUDICIAL. SENTENÇA ANULADA.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que condenou o INSS a conceder o benefício de amparo social àpessoa com deficiência.

O requerimento administrativo de benefício assistencial foi indeferido sob o fundamento de que não fora constatadaincapacidade para o trabalho e para a vida independente, além de a renda mensal per capita ser superior a ¼ do saláriomínimo. Na contestação, o INSS reiterou os mesmos argumentos. Não obstante, o juízo a quo deixou de deferir períciamédica judicial, considerando que a certidão de registro de sentença de interdição e o termo de curatela definitivo seriamsuficientes para comprovar a inaptidão para o trabalho e para a vida independente.

A sentença de interdição não é irreversível, pois pode ser levantada quando constatada a cessação da causa que adeterminou (art. 1.186 do CPC). Ademais, ainda que mantida, a interdição não inibe a capacidade laborativa do interdito. Odireito de trabalhar da pessoa deficiente, ainda que interditada, emana de valores que fundamentam o Estado democráticode direito, tais como a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CF) e, os valores sociais do trabalho (art. 1º, IV),associados aos objetivos da República, principalmente o de promover a todos sem preconceitos ou discriminação (art. 3º,IV). Há comando constitucional expresso de proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios deadmissão do trabalhador portador de deficiência (art. 7º, XXI). Portanto, as pessoas com deficiência mental, sensorial(auditiva, visual) ou múltipla, ainda que interditadas, mantêm o direito ao trabalho, desde que detenham habilidades e aqualificação profissional exigidas para as funções a serem exercidas.

A interdição é a desconstituição, total ou parcial, da capacidade negocial. Todavia, trabalho não é negócio, é direito social

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(art. 6º, CF). Relativamente aos atos que podem ser praticados pelo trabalhador interdito na vigência do contrato detrabalho, pode-se balizar nos mesmos poderes permitidos ao adolescente trabalhador (entre 14 e 18 anos - 402, CLT), quea CLT trata como “menor” de 18 anos e, que o Código Civil identifica como relativamente incapaz. Para estes é concedidaproteção jurídica por meio da representação ou assistência: os pais que detenham o poder familiar representarão os filhosmenores de 16 anos ou assistirão os maiores de 16 anos e menores de 18 anos (1.634 e 1.690, CC); o menor que nãoesteja sob o poder familiar será representado ou assistido por tutor (1.747, I, CC). Então, a pessoa sob interdição total paraos atos da vida civil poderá trabalhar, mas terá a regência de seu curador para a prática dos atos decorrentes de toda arelação contratual: assinar recibo de pagamento de salários, rescindir o contrato de trabalho e dar quitação das verbasdecorrentes do contrato de trabalho.

É imprescindível a realização de perícia médica a fim de avaliar a existência de incapacidade para o trabalho e para a vidaindependente, nos termos da redação original do art. 20, § 2º, da Lei nº 8.742/93.

Sentença anulada, a fim de que o recorrido seja submetido à perícia médica judicial.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo anular a sentença.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

34 - 0000619-56.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000619-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) RUBENS SILVA DA CUNHA(ADVOGADO: NERI RODRIGUES DE OLIVEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).PROCESSO Nº 0000619-56.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000619-5/01)RECORRENTE: RUBENS SILVA DA CUNHARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE LABORAL PRÉ-EXISTENTE AO REINGRESSO NAPREVIDÊNCIA SOCIAL.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a concederauxílio-doença. A sentença considerou que a incapacidade laborativa decorre de uma fratura na perna ocorrida em 2007,quando o recorrente não tinha a qualidade de segurado.

O recorrente alegou, genericamente, que a incapacidade seria decorrente do agravamento da lesão, ocorrido após oreingresso no Regime Geral de Previdência Social, sem, contudo, explicar de que forma a patologia teria se agravado.Ocorre que a lesão incapacitante caracteriza-se por uma fratura da tíbia não consolidada. Logo, como a fratura ocorreu em2007, infere-se que a inaptidão laboral já estava instaurada desde aquela época.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

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35 - 0004537-14.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004537-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS x JOSE ANTONIO CEZANHOK (ADVOGADO: VERA LUCIA FAVARES BORBA.) x OSMESMOS.PROCESSO Nº 0004537-14.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004537-8/01)RECORRENTE: JOSE ANTONIO CEZANHOKRECORRIDO: OS MESMOSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. PERMANÊNCIA DE VÍNCULO LABORAL NÃO GERA PRESUNÇÃO DECAPACIDADE. POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL. FALTA DE DIREITO À APOSENTADORIA PORINVALIDEZ. DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO. IMPOSSIBILIDADE DE RECEBIMENTO CONCOMITANTE DEAUXÍLIO-DOENÇA E SALÁRIO.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que condenou o INSS a conceder auxílio-doença, com DIB na data daperícia médica judicial.

O INSS alegou que, após a cessação do auxílio-doença, o autor voltou a trabalhar, o que comprovaria a ausência deincapacidade laborativa. O auxílio-doença foi cessado em 13/1/2009. O extrato do CNIS indica que o segurado voltou areceber remuneração a partir de novembro/2009 (fl. 84). Em março/2011, ainda estava recebendo normalmente suaremuneração, sem solução de continuidade (fl. 115). A perícia judicial foi realizada em 7/5/2010. Embora o autor estivesserecebendo remuneração do empregador nessa época, o perito do juízo confirmou a incapacidade para o trabalho.

O fato, isoladamente considerado, de o segurado exercer atividade remunerada não basta para negar incapacidade para otrabalho. Muitas vezes em que o requerimento de auxílio-doença é negado, o segurado sacrifica-se para continuartrabalhando ou voltar ao trabalho, fazendo esforço indevido mesmo sem plenas condições físicas, na tentativa de garantir oseu sustento. De acordo com o Enunciado nº 97 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro, a mera anotação no CNIS deexistência ou permanência de vínculo laboral não gera presunção de capacidade do segurado. A Turma Nacional deUniformização também decidiu nesse mesmo sentido: “Embora não se possa receber, concomitantemente, salário ebenefício, o trabalho exercido pelo segurado no período em que estava incapaz decorre da necessidade de sobrevivência,com inegável sacrifício da saúde do obreiro e possibilidade de agravamento do estado mórbido (...) O benefício porincapacidade deve ser concedido desde o indevido cancelamento, sob pena de o Judiciário recompensar a falta deeficiência do INSS na hipótese dos autos, pois, inegavelmente, o benefício foi negado erroneamente pela perícia médica daAutarquia” (PU 200872520041361, Relator Juiz Federal Antônio Fernando Schenkel, DOU 13/05/2011).

O autor pediu a reforma da sentença para que o auxílio-doença seja convertido em aposentadoria por invalidez. O peritoconcluiu haver incapacidade definitiva para a atividade habitual de encarregado de marmoraria. Entretanto ressalvou apossibilidade de reabilitação para o desempenho de atividades que não exijam levantar e carregar peso. Sendo aindapossível a reabilitação profissional, não é devida a aposentadoria por invalidez. O autor tem atualmente 46 anos de idade.As condições pessoais ainda não são suficientes para descartar, na prática, a possibilidade de reabilitação profissional ematividade compatível com a limitação funcional atestada.

O autor também pediu a reforma da sentença para que o auxílio-doença seja restabelecido desde a data do cancelamentoadministrativo. O autor recebeu auxílio-doença até 13/1/2009. O perito examinou o autor em 7/5/2010 e se eximiu deapontar a data de início da incapacidade. A lacuna pode ser suprida pelo laudo de médico assistente, datado de 9/2/2009,com diagnóstico convergente com o laudo pericial, recomendando afastamento do trabalho (fl. 44). São admissíveis comofonte de prova complementar os atestados de médico assistente que sejam contemporâneos ao momento do cancelamentodo benefício e que revelem dados convergentes com o laudo pericial. Assim, é possível inferir que a inaptidão laboral nãosofreu solução de continuidade desde o cancelamento do benefício.

Recurso do INSS improvido. Recurso do autor parcialmente provido para reformar a sentença, condenando o INSS arestabelecer o auxílio-doença NB 134.425.602-0 com efeitos retroativos à data da cessação do pagamento, em 13/1/2009.

Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do INSS em honorários advocatícios, arbitrados emdez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso do INSS e dar parcial provimento ao recurso do autor.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal Relator

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Assinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

36 - 0004793-20.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.004793-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ALMIRA CARDOSO DOSSANTOS (ADVOGADO: RAFAEL ALMEIDA DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.PROCESSO Nº 0004793-20.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.004793-6/01)RECORRENTE: ALMIRA CARDOSO DOS SANTOSRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. PREVALÊNCIA DO LAUDO PERICIAL EM FACE DE ATESTADO DE MÉDICOASSISTENTE. INCAPACIDADE NÃO COMPROVADA.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a concederauxílio-doença, tendo em vista que não restou comprovada a incapacidade laborativa.

O recurso limitou-se a alegar que os laudos médicos juntados aos autos comprovariam a existência de incapacidadelaborativa. Ocorre que o atestado médico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventualdivergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 daTurma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.

O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, masacreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento queconsidere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante éverdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para otrabalho. Ademais, a recorrente apresentou apenas dois atestados médicos que indicam lombalgia e cervicalgia, mas quenão certificam conclusivamente a existência de incapacidade para o trabalho.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

37 - 0006210-42.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006210-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANNA SABADINI (DEF.PUB:ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: IsabelaBoechat B. B. de Oliveira.).PROCESSO Nº 0006210-42.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006210-8/01)RECORRENTE: ANNA SABADINIRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

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PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. PREVALÊNCIA DO LAUDO PERICIAL EM FACE DE ATESTADO DE MÉDICOASSISTENTE. INCAPACIDADE NÃO COMPROVADA. DOENÇA DEGENERATIVA. ANÁLISE DE CONDIÇÕESPESSOAIS.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a concederauxílio-doença, tendo em vista que não restou comprovada incapacidade para o trabalho.

A recorrente, nascida em 1965, possui 46 anos de idade e qualificou-se como operadora de caixa. O perito diagnosticoutendinite incipiente no ombro direto e espondiloartrose incipiente na coluna lombar. Qualificou as doenças comodegenerativas e inflamatórias. Concluiu que não há incapacidade para o trabalho.

O atestado médico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deveser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo,“o laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, masacreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento queconsidere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante éverdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para otrabalho.

O fato de o perito diagnosticar doença não necessariamente implica caracterização de incapacidade para o trabalho. Parater direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, não basta ao segurado comprovar estar doente: é precisoficar comprovado que a doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho das funçõesespecíficas de uma atividade ou ocupação. Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se a doençadiagnosticada inabilita o segurado para o trabalho. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusão exposta no laudopericial.

O caráter degenerativo da patologia não garante que ela tenha atingido intensidade suficiente para causar incapacidadelaboral. O fato de a doença ser degenerativa significa que a mesma pode sofrer agravamento progressivo, de forma que, nofuturo, a recorrente poderá ficar incapacitada, mas, no momento do exame pericial, o perito ainda não havia constatadoesse estado.

Não foi provada a alegação de que a atividade habitual da recorrente pode implicar risco de agravamento da doença. Nãoforam formulados quesitos nesse sentido. O risco de agravamento da doença não pode ser presumido pelo juiz.

A recorrente alegou que a incapacidade para o trabalho não deve ser analisada exclusivamente sob o ponto de vistamédico, devendo ser também consideradas as condições pessoais e a realidade social do requerente. Sobre essa questão,afirmou que a atividade de operador de caixa exige demasiado esforço físico, incompatível com o estado clínico darecorrente. Não ficou provado, porém, que o grau de esforço físico inerente à atividade habitual é incompatível com oquadro clínico da recorrente.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

38 - 0000935-78.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000935-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) NOEL GOMES (ADVOGADO:RODOLFO NICKEL NEVES, JOSE ROBERTO LOPES DOS SANTOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).PROCESSO Nº 0000935-78.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000935-2/01)RECORRENTE: NOEL GOMESRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

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PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE DEFINITIVA PARA EMPREENDER ESFORÇOFÍSICO. IDADE AVANÇADA E EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL LIMITADA À FUNÇÃO DE MECÂNICO. REABILITAÇÃOPROFISSIONAL IMPROVÁVEL. DIREITO AO BENEFÍCIO.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que condenou o INSS a restabelecer o benefício de auxílio-doençadesde 31/10/2009. O recorrente pediu a conversão do auxílio-doença em aposentadoria por invalidez.

O perito do juízo, médico especialista em ortopedia, diagnosticou artrose da coluna lombar. Concluiu que a doença induzincapacidade definitiva para o desempenho da atividade de mecânico montador. Ressalvou a possibilidade de reabilitaçãopara atividades que não exijam esforço físico.

O laudo pericial concluiu ser possível a reabilitação profissional. Não obstante, a possibilidade de reabilitação profissionalnão deve ser analisada exclusivamente sob o ponto de vista clínico e físico. As condições pessoais do requerente, taiscomo idade, grau de instrução e histórico de atividades, também são relevantes para efeito de definir a real possibilidade dereingresso no mercado de trabalho.

O recorrente já completou 53 anos de idade, o que, aliado ao quadro de restrições funcionais definitivo, prejudica, naprática, a recolocação profissional, mesmo em atividades que não demandem esforço físico.

A conversão do auxílio-doença em aposentadoria por invalidez deve surtir efeitos a partir da perícia judicial, quando foiconfirmada a incapacidade definitiva para a atividade habitual.

Recurso provido para reformar parcialmente a sentença, condenando o INSS a converter o auxílio-doença emaposentadoria por invalidez com DIB em 9/9/2010. Mantém-se a sentença na parte em que condenou o INSS a restabelecero auxílio-doença desde 31/10/2009.

Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Só haveria condenação em honorários advocatícios se o vencidofosse o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da Lei nº 9.099/95).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

39 - 0004465-90.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.004465-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOSE EDSON DA SILVAMARIANO (ADVOGADO: RAFAEL ALMEIDA DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN.).PROCESSO Nº 0004465-90.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.004465-0/01)RECORRENTE: JOSE EDSON DA SILVA MARIANORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PREVALÊNCIA DO LAUDO PERICIAL EM FACE DEATESTADO DE MÉDICO ASSISTENTE.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de concessão de aposentadoria porinvalidez, tendo em vista que não foi constatada incapacidade para o trabalho.

O recurso limitou-se a alegar que os laudos médicos anexados aos autos comprovariam a existência de incapacidadelaborativa. Ocorre que o atestado médico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventualdivergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da

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Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.

O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, masacreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento queconsidere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante éverdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para otrabalho.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

40 - 0000018-16.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000018-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ZUNAIQUE MANSUR(ADVOGADO: ALINE TERCI BAPTISTI BEZZI, VANESSA MARIA BARROS GURGEL ZANONI.) x INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).PROCESSO Nº 0000018-16.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000018-5/01)RECORRENTE: ZUNAIQUE MANSURRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

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PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PREVALÊNCIA DO LAUDO PERICIAL EM FACE DEATESTADO DE MÉDICO ASSISTENTE. DESNECESSÁRIA NOVA PERÍCIA. PERÍCIA REALIZADA POR MÉDICOESPECIALISTA NA DOENÇA INFORMADA. AUSÊNCIA DE NULIDADE. ANÁLISE DE CONDIÇÕES PESSOAISPRESSUPÕE COMPROVAÇÃO DE LIMITAÇÃO FUNCIONAL. INEXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE PARA ATIVIDADE DEMOTORISTA.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a concederaposentadoria por invalidez, tendo em vista que não foi comprovada incapacidade para o trabalho. O recorrente, nascidoem 1961, possui 49 anos de idade e trabalhava como motorista carreteiro.

O atestado médico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deveser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo,“o laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, masacreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento queconsidere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante éverdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para otrabalho.

O recorrente alegou que o perito não é especialista em patologia psiquiátrica e que o juízo a quo deveria ter deferido novaperícia com médico especialista. Em primeiro lugar, ao contrário do que arguiu o recorrente, o perito nomeado é, sim,especialista em psiquiatria. Em segundo lugar, a realização de nova perícia só tem cabimento quando a matéria nãoparecer suficientemente esclarecida ao juiz (art. 437 do CPC) ou quando houver nulidade. Nenhuma das duas hipótesesocorreu. O laudo pericial examinou todas as queixas relatadas pelo recorrente e, mesmo assim, foi contundente em atestara aptidão para o exercício da atividade habitual.

O recorrente alegou que a concessão do benefício por incapacidade é devida considerando suas condições pessoais.Entretanto, o recorrente não descreveu quais seriam as condições particulares caracterizadoras de inaptidão para otrabalho. O mero fato de o recorrente ter 49 anos de idade não basta para comprovar incapacidade para o trabalho.

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O fato de o INSS ter mantido auxílio-doença durante quase cinco anos, no período de 09/11/2005 a 30/10/2010, nãosignifica que a incapacidade para o trabalho tenha persistido após a cessação do benefício. O auxílio-doença é benefícioprecário, cuja manutenção somente fica assegurada enquanto preservada a situação de fato que motivou o deferimento. Aincapacidade para o trabalho é situação de fato dinâmica, que pode agravar-se ou regredir com o tempo. A manutenção doauxílio-doença depende da comprovação da persistência atual do estado de incapacidade para o trabalho.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

41 - 0000378-91.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000378-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA DE LOURDES SOUZABERGUE (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.PROCESSO Nº 0000378-91.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000378-7/01)RECORRENTE: MARIA DE LOURDES SOUZA BERGUERECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

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PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE NÃO COMPROVADA. DOENÇADEGENERATIVA. ANÁLISE DE CONDIÇÕES PESSOAIS. RESULTADO DE PERÍCIA ADMINISTRATIVA ANTERIOR NÃOVINCULA LAUDO PERICIAL. ADMISSIBILIDADE DE LAUDO OBJETIVO. PREVALÊNCIA DO LAUDO PERICIAL EMFACE DE ATESTADO MÉDICO.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a concederaposentadoria por invalidez, por não ter sido comprovada incapacidade para o trabalho.

A recorrente, nascida em 1954, possui 57 anos de idade e qualificou-se como faxineira. O laudo pericial diagnosticouartrose da coluna cervical e lombar. Relatou que a recorrente faz tratamento psiquiátrico para transtorno ansiosodepressivo. Constatou pequena hérnia lombar, mas sem comprometimento neurológico da coluna vertebral. Negouincapacidade para o trabalho.

O fato de o perito diagnosticar doenças não necessariamente implica caracterização de incapacidade para o trabalho. Parater direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, não basta ao segurado comprovar estar doente: é precisoficar comprovado que a doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho das funçõesespecíficas de uma atividade ou ocupação. Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se a doençadiagnosticada inabilita o segurado para o trabalho. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusão exposta no laudopericial. Ademais, o perito não confirmou que a recorrente sente dores, apenas relatou as queixas unilateralmentemanifestadas, sem endossá-las.

A recorrente alegou que o julgamento não pode se restringir ao laudo pericial, devendo ser analisadas as condiçõespessoais: paciente sofrendo degenerativa, com fortes dores lombares, baixa instrução e idade avançada.

O caráter degenerativo da patologia não garante que ela tenha atingido intensidade suficiente para causar incapacidadelaboral. O fato de a doença ser degenerativa significa que a mesma pode sofrer agravamento progressivo, de forma que, nofuturo, a recorrente poderá ficar incapacitada, mas, no momento do exame pericial, o perito ainda não havia constatadoesse estado.

As queixas de fortes dores lombares não foram comprovadas nem podem ser presumidas. A falta de escolaridade e a idadeavançada (57 anos) são fatores que, isoladamente considerados, sem conjugação com comprovada limitação funcional,não bastam para autorizar concessão de benefício por incapacidade.

A recorrente alegou que haverá prejuízos [para sua saúde] se tiver que passar várias horas trabalhando, pegando peso,levantando e agachando o tempo todo. Não obstante, essas queixas não foram comprovadas nem podem ser presumidas.

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A recorrente alegou que o INSS chegou a reconhecer a existência de incapacidade quando concedeu auxílio-doença emperíodo pretérito. Ocorre que o resultado da perícia administrativa antiga não vincula a conclusão da perícia judicial atual,até porque o quadro clínico e a aptidão laboral são dinâmicos, alteram-se com o tempo. O que importa é que, atualmente, operito não confirmou inaptidão para o trabalho.

A recorrente alegou que o laudo pericial é muito superficial, com ausência de referências detalhadas sobre o caso. Por isso,o laudo seria imprestável como meio de prova. O excesso de objetividade não invalida a prova pericial. O que importa é queo laudo pericial é conclusivo e inequivocamente revela a conclusão formada pelo perito. O laudo pericial, embora lacônico,não é nulo, porque esclareceu satisfatoriamente a matéria fática. Nos juizados especiais, os atos processuais são regidospela simplicidade e pela informalidade (art. 2º da Lei nº 9.099/95), razão pela qual o laudo pericial não precisa conterfundamentação detalhada.

O atestado médico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deveser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo,“o laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, masacreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento queconsidere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante éverdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para otrabalho.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

42 - 0004827-29.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004827-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) NEUCY CANTILIANO MUNIZ(DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).PROCESSO Nº 0004827-29.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004827-6/01)RECORRENTE: NEUCY CANTILIANO MUNIZRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE NÃO COMPROVADA. PREVALÊNCIA DOLAUDO PERICIAL EM FACE DE ATESTADO DE MÉDICO ASSISTENTE. ANÁLISE DE CONDIÇÕES PESSOAIS.RESULTADO DE PERÍCIA ADMINISTRATIVA ANTIGA NÃO VINCULA LAUDO PERICIAL JUDICIAL.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a concederaposentadoria por invalidez, tendo em vista que não foi comprovada incapacidade para o trabalho. A recorrente, nascida em1957, possui 54 anos de idade e exercia a atividade de auxiliar de serviços gerais.

O laudo pericial admite ser necessário que a recorrente se submeta a tratamento especializado em epilepsia. A recorrentealegou que se encontra em tratamento clínico psiquiátrico há mais de dez anos. Ocorre que a necessidade de tratamentoclínico psiquiátrico não necessariamente implica caracterização de incapacidade para o trabalho. Para ter direito aoauxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, não basta ao segurado comprovar estar doente: é preciso ficarcomprovado que a doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho das funçõesespecíficas de uma atividade ou ocupação. Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se a doençadiagnosticada inabilita o segurado para o trabalho. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusão exposta no laudopericial.

O atestado médico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve

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ser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo,“o laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, masacreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento queconsidere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante éverdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para otrabalho.

O laudo pericial, embora com fundamentação sucinta, não é nulo, porque esclareceu satisfatoriamente a matéria fática. Nosjuizados especiais, os atos processuais são regidos pela simplicidade e pela informalidade (art. 2º da Lei nº 9.099/95), razãopela qual o laudo pericial não precisa conter fundamentação detalhada.

A falta de escolaridade e a idade (54 anos) são fatores que, isoladamente considerados, sem conjugação com comprovadalimitação funcional, não bastam para autorizar concessão de benefício por incapacidade.

A recorrente alegou que o INSS chegou a reconhecer a existência de incapacidade quando concedeu auxílio-doença emperíodo pretérito. Ocorre que o resultado da perícia administrativa antiga não vincula a conclusão da perícia judicial atual,até porque o quadro clínico e a aptidão laboral são dinâmicos, alteram-se com o tempo. O que importa é que, atualmente, operito não confirmou inaptidão para o trabalho.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

43 - 0000976-45.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000976-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANGELA DA COSTA NEVES(ADVOGADO: JOSE ROBERTO LOPES DOS SANTOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.PROCESSO Nº 0000976-45.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000976-5/01)RECORRENTE: ANGELA DA COSTA NEVESRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. LIMITAÇÃO FUNCIONAL LEVE. INCAPACIDADE NÃOCOMPROVADA. ANÁLISE DE CONDIÇÕES PESSOAIS PRESSUPÕE COMPROVAÇÃO DE INCAPACIDADE.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a concederaposentadoria por invalidez, tendo em vista que não restou comprovada incapacidade para o trabalho. A recorrente, nascidaem 1955, possui 56 anos de idade e exercia a atividade habitual de empregada doméstica.

O perito do juízo constatou sequela de fratura no antebraço esquerdo com limitação da flexão e extensão dos últimos grausem punho esquerdo e últimos graus de flexão de dedos (não fecha a mão completamente). Avaliou que não houvecomprometimento do movimento de virar a palma da mão para cima e para baixo. Concluiu que a limitação dos movimentosnão impede o desempenho das tarefas inerentes à atividade de empregada doméstica. Afirmou que o uso da mão esquerdano dia a dia é necessário para evitar hipotrofias musculares e rigidez articular. Ressaltou haver exagero na preocupação daautora em evitar utilizar o membro superior esquerdo e que isso prejudica sua recuperação. Atribuiu a rigidez articular namão esquerda à falta de uso (quesito 11). O perito considerou que as sequelas somente prejudicam o desempenho deatividades que dependam de “movimentação fina” (quesito 6).

A conclusão do laudo pericial não vincula o juiz (art. 436 do CPC). Embora o laudo tenha concluído pela inexistência deincapacidade para o trabalho, o juiz pode se basear em outros elementos de prova para formar sua própria conclusão.

Está comprovado que a sequela não impede a recorrente de usar a mão esquerda. Entretanto, por algum motivo (seja por

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falta de orientação adequada, seja por falta de fisioterapia), a recorrente passou a evitar usar a mão esquerda, que acabouficando com as articulações rígidas. No qual estágio, o perito reconhece a necessidade de tratamento fisioterápico.Também atestou a inaptidão para executar movimentos finos. Nesse contexto, a recorrente não tem condição deimediatamente voltar a usar normalmente sua mão esquerda.

Muitas tarefas da profissão de empregada doméstica podem ser exercidas apesar da inaptidão para fechar completamentea mão esquerda. Outras tantas, porém, não podem ser executadas com normalidade. É difícil, por exemplo, lavar pratos,talheres e roupas sem poder fechar completamente uma das mãos. A recorrente preserva aptidão física para executarvárias tarefas inerentes à sua atividade habitual, mas essa capacidade não é plena e não permite desempenho com nívelde produtividade suficiente à garantia da subsistência. Se, para exercer uma profissão, o segurado precisa, em razão dassuas condições pessoais, sacrificar-se de forma extraordinária em relação à média dos trabalhadores da mesma categoriaprofissional, tendo de empreender adaptações exageradas no modo de execução das tarefas, configura-se incapacidadeparcial para o trabalho. Entendimento em sentido contrário implica desrespeito ao princípio constitucional da dignidade dapessoa humana (art. 1º, III, da Constituição Federal).

O auxílio-doença foi cessado em dezembro de 2004. A perícia judicial não confirmou o estado clínico no momento anteriorà perícia. Os documentos que instruem a petição inicial não são elucidativos quanto à situação clínica no momento posteriorà cessação do auxílio-doença. Por isso, o benefício deve ser implantado somente a partir da data da perícia judicial.

Recurso parcialmente provido para reformar a sentença, condenando o INSS a conceder auxílio-doença com DIB em27/5/2010. Aplicam-se juros de mora a partir da citação. Para efeito de correção monetária e de juros de mora, aplicam-seos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança (art. 5º da Lei nº 11.960/2009).

Antecipados os efeitos da tutela, determinando-se ao INSS que imediatamente implante o benefício.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar parcial provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

44 - 0000988-10.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000988-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIANA MARQUES SALESNASCIMENTO (ADVOGADO: JEANE PINTO DE CASTRO, VALTEMIR DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.).PROCESSO Nº 0000988-10.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.000988-1/01)RECORRENTE: MARIANA MARQUES SALES NASCIMENTORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. REQUISITO DE BAIXA RENDA. SELETIVIDADE RELACIONADA AOSEGURADO.

O auxílio-reclusão é benefício previdenciário devido aos dependentes do segurado recolhido à prisão. O art. 201, IV, daConstituição Federal, com a redação determinada pela Emenda Constitucional nº 20/1998, prevê a concessão doauxílio-reclusão exclusivamente “para os dependentes dos segurados de baixa renda”.

O Supremo Tribunal Federal decidiu que o requisito da “baixa renda” está ligado ao segurado, e não aos dependentes.Aplicou-se a interpretação literal e teleológica do dispositivo constitucional (REs 587.365 e 486.413).

O critério para aferir se o segurado é de “baixa renda” é objetivo: considera-se o último salário-de-contribuição do segurado,nos termos do artigo 116 do Decreto nº 3.048/99.

O segurado foi recolhido à prisão em 16/9/2010 (fl. 19). O último salário-de-contribuição, referente a março/2010, foi novalor de R$ 848,00 (fl. 43). Na época, o valor máximo do salário-de-contribuição do segurado de baixa renda era fixado emR$ 810,18, conforme Portaria MPS nº 333, de 29/06/2010. A recorrente não faz jus ao auxílio-reclusão, porque a últimaremuneração auferida pelo segurado ultrapassava o limite de baixa renda vigente na época da prisão.

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Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiáriada assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

45 - 0000180-54.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000180-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) THAYNARA RODRIGUES DASILVA E OUTRO (ADVOGADO: ADMAR JOSE CORREA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).PROCESSO Nº 0000180-54.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000180-8/01)RECORRENTE: THAYNARA RODRIGUES DA SILVARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. REQUISITO DE BAIXA RENDA. SELETIVIDADE RELACIONADA AOSEGURADO.

O auxílio-reclusão é benefício previdenciário devido aos dependentes do segurado recolhido à prisão. O art. 201, IV, daConstituição Federal, com a redação determinada pela Emenda Constitucional nº 20/1998, prevê a concessão doauxílio-reclusão exclusivamente “para os dependentes dos segurados de baixa renda”.

O Supremo Tribunal Federal decidiu que o requisito da “baixa renda” está ligado ao segurado, e não aos dependentes.Aplicou-se a interpretação literal e teleológica do dispositivo constitucional (REs 587.365 e 486.413).

O critério para aferir se o segurado é de “baixa renda” é objetivo: considera-se o último salário-de-contribuição do segurado,nos termos do artigo 116 do Decreto nº 3.048/99.

O segurado foi recolhido à prisão em 22/9/2008 (fl. 58). O último salário-de-contribuição, referente aos dias trabalhados emsetembro/2008, foi no valor de R$ 827,01 (fl. 55). Na época, o valor máximo do salário-de-contribuição do segurado debaixa renda era fixado em R$ 710,08, conforme Portaria MPS nº 77, de 11/03/2008. As recorrentes não fazem jus aoauxílio-reclusão, porque a última remuneração auferida pelo segurado ultrapassava o limite de baixa renda vigente naépoca da prisão.

Recurso improvido. As recorrentes, embora sucumbentes, estão isentas de custas e honorários advocatícios, por serembeneficiárias da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

46 - 0000700-05.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000700-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) CEIR ALVES ALVARENGA xVANDIOMAR GERALDO ALVES ALVARENGA, representado por sua genitora CEIR ALVES ALVARENGA (ADVOGADO:ANA PAULA SANTOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZRODRIGUES.).PROCESSO Nº 0000700-05.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000700-0/01)RECORRENTE: CEIR ALVES ALVARENGA

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RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. FALTA DE QUALIDADE DE SEGURADO. ALEGAÇÃO DE INCAPACIDADEPARA O TRABALHO NÃO COMPROVADA.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a concederpensão por morte, tendo em vista que o de cujus não detinha a qualidade de segurado na data do óbito.

Os recorrentes alegaram que o de cujus deixou de trabalhar por motivo de doença. Nesse caso, o de cujus faria jus aoauxílio-doença e teria mantido a qualidade de segurado até a data do óbito, nos termos do art. 15, I, da Lei nº 8.213/91. Nãoobstante, os atestados médicos juntados aos autos apenas comprovam que o de cujus se encontrava doente a partir de2008, ou seja, quando já havia perdido a qualidade de segurado.

Os recorrentes alegaram que a doença incapacitante originou-se em 2003. A comunicação de decisão do requerimentoadministrativo formulado em 25/8/2003 revela que, naquela data, o INSS realmente reconheceu incapacidade para otrabalho. Não obstante, não há prova de que a inaptidão laboral tenha persistido sem solução de continuidade até a data doóbito. Converge com essa conclusão o fato de o de cujus ter desempenhado atividade remunerada nos anos de 2003 a2005, conforme registro na CTPS.

Recurso improvido. Os recorrentes, embora sucumbentes, estão isentos de custas e honorários advocatícios, por serembeneficiários da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

47 - 0000958-15.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000958-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) EDNEIA DO NASCIMENTORODRIGUES (ADVOGADO: HELENO ARMANDO DE PAULA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).PROCESSO Nº 0000958-15.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000958-5/01)RECORRENTE: EDNEIA DO NASCIMENTO RODRIGUESRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. FALTA DE QUALIDADE DE SEGURADO. REQUISITOS PARACONCESSÃO DE APOSENTADORIA NÃO PREENCHIDOS. INCAPACIDADE NÃO COMPROVADA.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a concederpensão por morte. A sentença considerou que o de cujus não mantinha a qualidade de segurado na data do óbito.

A concessão da pensão por morte não depende do cumprimento de período de carência (art. 26, I, da Lei nº 8.213/91),sendo, pois, irrelevante o número de contribuições recolhidas pelo segurado para a previdência social. Todavia, énecessário que o instituidor da pensão ostente a qualidade de segurado na data do óbito. Afinal, a pensão por morte édevida apenas aos dependentes de segurado, e os requisitos para a concessão do benefício devem estar presentes nadata do óbito.

A previdência social é um seguro de natureza coletiva contra riscos sociais. Não tem natureza assistencial, mas carátercontributivo: a acessibilidade às prestações previdenciárias pressupõe contraprestação pecuniária pelos participantes doregime previdenciário. A cessação do recolhimento de contribuições, após o transcurso do período de graça, implicalegítima ruptura do vínculo jurídico que assegura cobertura ao segurado e a seus dependentes. Rompido o vínculo jurídico

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securitário, fatos ulteriores não geram ao ex-segurado e seus dependentes direito a qualquer prestação previdenciária. OINSS, portanto, tem razão em condicionar a concessão do benefício à manutenção da qualidade de segurado na data doóbito.

De acordo com art. 102, § 2º, da Lei nº 8.213/91, a perda da qualidade, em regra, veda a concessão de pensão por morteaos dependentes do segurado que falece após a perda dessa qualidade. A parte final do mesmo dispositivo legal instituiuma exceção à regra, assegurando direito à pensão por morte aos dependentes do segurado que perdeu essa qualidadeantes de morrer, mas completou todos os requisitos para se aposentar antes do óbito. No presente caso concreto, aexceção não se aplica, porque o de cujus não completara todos os requisitos para se aposentar antes do óbito.

A recorrente alegou que o de cujus permaneceu incapacitado para o trabalho em razão de alcoolismo desde a data decessação do último auxílio-doença até a data do óbito, o que preservaria a qualidade de segurado. Entre a data dacessação do auxílio-doença e a data do óbito transcorreram quatro anos. Não foi apresentado qualquer atestado médicoque indicasse que a inaptidão laboral persistiu sem solução de continuidade após a cessação do benefício. Faltacomprovação de início da incapacidade para o trabalho dentro do período de graça.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

48 - 0005139-68.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005139-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: JULIANA ALMENARA ANDAKU.) x MARCOS AURELIO RODRIGUES ALVARENGA (ADVOGADO:LEONARDO PIZZOL VINHA, MARCELO MATEDI ALVES.).PROCESSO Nº 0005139-68.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005139-3/01)RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: MARCOS AURELIO RODRIGUES ALVARENGARELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. ABONO DE PERMANÊNCIA.

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, de acordo com a sistemática dos recursos repetitivos prevista no art.543-C do CPC, STJ pacificou a divergência entre as Turmas da Corte e firmou o entendimento de que incide imposto derenda sobre o abono de permanência: “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ABONO DE PERMANÊNCIA. INCIDÊNCIADE IMPOSTO DE RENDA. 1. Sujeitam-se a incidência do Imposto de Renda os rendimentos recebidos a título de abono depermanência a que se referem o § 19 do art. 40 da Constituição Federal, o § 5º do art. 2º e o § 1º do art. 3º da EmendaConstitucional 41/2003, e o art. 7º da Lei 10.887/2004. Não há lei que autorize considerar o abono de permanência comorendimento isento. 2. Recurso especial provido” (REsp nº 1.192.556, PE, relator Ministro Mauro Campbell Marques, DJe de06.09.2010).

Recurso provido para reformar a sentença, julgando improcedentes os pedidos deduzidos na petição inicial.

Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, daLei nº 9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVES

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Juiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

49 - 0000684-17.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000684-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) Waldomiro Lucas da Silva(ADVOGADO: CARLOS BERKENBROCK.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).PROCESSO Nº 0000684-17.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000684-9/01)RECORRENTE: Waldomiro Lucas da SilvaRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL. ART. 29, II, DA LEI Nº 8.213/91. FALTA DE INTERESSEPROCESSUAL. ATO NORMATIVO RECONHECENDO DIREITO À REVISÃO TORNA DESNECESSÁRIA TUTELAJUDICIAL.

O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº28/INSS/DIRBEN), orienta Superintendentes Regionais, Gerentes-Executivos e Gerentes de Agências da PrevidênciaSocial a proceder à “revisão dos benefícios por incapacidade e pensões derivadas destes, assim como as não precedidas,com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo-PBC, foram considerados 100% (cem por cento)dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejam considerados somente os 80% (oitenta por cento) maioressalários-de-contribuição”. O benefício previdenciário da parte autora ajusta-se aos parâmetros previstos no ato normativo.

O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada na presentedemanda judicial. Dessa forma, não há necessidade de tutela judicial, a menos que o prévio requerimento administrativo derevisão, protocolado na forma do citado ato normativo, seja indeferido. É precipitado o ajuizamento da ação.

Nesse sentido pacificou-se a orientação das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, conforme Enunciadonº 103: "Considerando que o INSS vem implantando administrativamente a revisão da RMI dos benefícios deauxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte (concessão originária) e auxílio-reclusão (concessãooriginária), na forma do art. 29, II da Lei nº 8.213/91, falece ao segurado interesse de agir na ação judicial que postula talrevisão, ajuizada após a publicação deste enunciado, sem prévio requerimento administrativo ou inércia da AdministraçãoPública por período superior a 45 dias, se requerido administrativamente. (Fundamentos: Atos AdministrativosMemorandos-Circulares nº 21/DIRBEN/PFEINSS e 28/INSS/DIRBEN)"

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

50 - 0000635-73.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000635-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOÃO LUIZ BLANKNASCIMENTO (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).PROCESSO Nº 0000635-73.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000635-7/01)RECORRENTE: JOÃO LUIZ BLANK NASCIMENTORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL. ART. 29, II, DA LEI Nº 8.213/91. FALTA DE INTERESSEPROCESSUAL. ATO NORMATIVO RECONHECENDO DIREITO À REVISÃO TORNA DESNECESSÁRIA TUTELA

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JUDICIAL.

O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº28/INSS/DIRBEN), orienta Superintendentes Regionais, Gerentes-Executivos e Gerentes de Agências da PrevidênciaSocial a proceder à “revisão dos benefícios por incapacidade e pensões derivadas destes, assim como as não precedidas,com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo-PBC, foram considerados 100% (cem por cento)dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejam considerados somente os 80% (oitenta por cento) maioressalários-de-contribuição”. O benefício previdenciário da parte autora ajusta-se aos parâmetros previstos no ato normativo.

O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada na presentedemanda judicial. Dessa forma, não há necessidade de tutela judicial, a menos que o prévio requerimento administrativo derevisão, protocolado na forma do citado ato normativo, seja indeferido. É precipitado o ajuizamento da ação.

Nesse sentido pacificou-se a orientação das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, conforme Enunciadonº 103: "Considerando que o INSS vem implantando administrativamente a revisão da RMI dos benefícios deauxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte (concessão originária) e auxílio-reclusão (concessãooriginária), na forma do art. 29, II da Lei nº 8.213/91, falece ao segurado interesse de agir na ação judicial que postula talrevisão, ajuizada após a publicação deste enunciado, sem prévio requerimento administrativo ou inércia da AdministraçãoPública por período superior a 45 dias, se requerido administrativamente. (Fundamentos: Atos AdministrativosMemorandos-Circulares nº 21/DIRBEN/PFEINSS e 28/INSS/DIRBEN)"

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

51 - 0005526-49.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005526-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) NELY PEREIRA DE PAULA(ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: VILMAR LOBO ABDALAH JR..).PROCESSO Nº 0005526-49.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005526-3/01)RECORRENTE: NELY PEREIRA DE PAULARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL. ART. 29, II, DA LEI Nº 8.213/91. FALTA DE INTERESSEPROCESSUAL. ATO NORMATIVO RECONHECENDO DIREITO À REVISÃO TORNA DESNECESSÁRIA TUTELAJUDICIAL.

O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº28/INSS/DIRBEN), orienta Superintendentes Regionais, Gerentes-Executivos e Gerentes de Agências da PrevidênciaSocial a proceder à “revisão dos benefícios por incapacidade e pensões derivadas destes, assim como as não precedidas,com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo-PBC, foram considerados 100% (cem por cento)dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejam considerados somente os 80% (oitenta por cento) maioressalários-de-contribuição”. O benefício previdenciário da parte autora ajusta-se aos parâmetros previstos no ato normativo.

O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada na presentedemanda judicial. Dessa forma, não há necessidade de tutela judicial, a menos que o prévio requerimento administrativo derevisão, protocolado na forma do citado ato normativo, seja indeferido. É precipitado o ajuizamento da ação.

Nesse sentido pacificou-se a orientação das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, conforme Enunciadonº 103: "Considerando que o INSS vem implantando administrativamente a revisão da RMI dos benefícios deauxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte (concessão originária) e auxílio-reclusão (concessãooriginária), na forma do art. 29, II da Lei nº 8.213/91, falece ao segurado interesse de agir na ação judicial que postula talrevisão, ajuizada após a publicação deste enunciado, sem prévio requerimento administrativo ou inércia da Administração

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Pública por período superior a 45 dias, se requerido administrativamente. (Fundamentos: Atos AdministrativosMemorandos-Circulares nº 21/DIRBEN/PFEINSS e 28/INSS/DIRBEN)"

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

52 - 0006712-78.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006712-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) OLERINO JOSÉ DA SILVA(ADVOGADO: LUCELIA GONCALVES DE REZENDE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DE BARROS.).PROCESSO Nº 0006712-78.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006712-0/01)RECORRENTE: OLERINO JOSÉ DA SILVARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE SEGURADOAPOSENTADO.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de restituição das contribuiçõesprevidenciárias recolhidas a partir da data de início da aposentadoria.

A Lei nº 11.457/2007 transferiu para a Secretaria da Receita Federal do Brasil, órgão da União, a atribuição de administrar aarrecadação, cobrança e fiscalização das contribuições previdenciárias. O INSS deixou, assim, de responder pelo eventualrecolhimento indevido de contribuições previdenciárias. Logo, o INSS não tem legitimidade para figurar no pólo passivo dademanda.

O art. 12, § 4º, da Lei nº 8.212/91 dispõe que “o aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social-RGPS que estiverexercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade,ficando sujeito às contribuições de que trata esta Lei, para fins de custeio da Seguridade Social” (incluído pela Lei nº 9.032,de 28.4.95).

Como o recorrente efetivamente continuou desempenhando atividade remunerada que o qualifica como seguradoobrigatório, tinha a obrigação de permanecer contribuindo para a previdência social. O recolhimento das contribuições nãofoi indevido. Logo, não cabe a repetição de indébito.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

Declarada a ilegitimidade passiva ad causam do INSS. Processo extinto sem resolução de mérito com base no art. 267, VI,do CPC em relação ao INSS.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

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ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

53 - 0002884-40.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.002884-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) CAIXA ECONÔMICAFEDERAL (ADVOGADO: CARLOS EDUARDO CAVALCANTE RAMOS, MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, ALANSAMPAIO CAMPOS.) x MAXIMUS ABEL SAGA LOUWASHECCKHE.PROCESSO Nº 0002884-40.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.002884-0/01)RECORRENTE: CAIXA ECONÔMICA FEDERALRECORRIDO: MAXIMUS ABEL SAGA LOUWASHECCKHERELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL. SAQUE INDEVIDO EM CADERNETA DE POUPANÇA. RELAÇÃO DE CONSUMO.INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.

A sentença recorrida condenou a Caixa Econômica Federal a ressarcir R$ 4.264,68 em razão de vários saques irregularesem caderneta de poupança, bem como a pagar indenização por dano moral arbitrada em R$ 1.000,00.

A instrução do processo não esclareceu se quem procedeu aos saques foi o próprio recorrido, se foi alguém que por culpado recorrido portava o cartão magnético verdadeiro e a senha, ou se foi algum terceiro que tenha agido sem concurso deculpa do recorrido. Em tese, é possível que os saques tenham sido realizados com a anuência ou com a participaçãoindireta do cliente do banco. Contudo, também é possível que tenham sido efetuados por terceiro mediante cartãomagnético clonado, sem que o recorrido tenha contribuído com qualquer dose de culpa para que o possível estelionatáriopudesse encetar a operação fraudulenta. E essa prova da falha do serviço bancário, que deveria bloquear movimentaçãoda conta bancária mediante cartão clonado, não pode ser exigida do recorrido.

O art. 14, caput, do Código de Defesa do Consumidor dispõe que o fornecedor de serviços responde, independentementeda existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dosserviços. E o § 3º do mesmo art. 14 estatui que o fornecedor de serviços só não é responsabilizado pelo defeito do serviçoquando provar que o defeito na prestação do serviço inexiste ou que a culpa é exclusiva do consumidor ou de terceiro. Oônus da prova cabe, portanto, à instituição bancária, mas ela não se desincumbiu desse ônus. “O art. 6º, VIII, do CDC, comvistas a garantir o pleno exercício do direito de defesa do consumidor, estabelece que a inversão do ônus da prova serádeferida quando a alegação por ele apresentada seja verossímil, ou quando constatada a sua hipossuficiência. Na hipótese,reconhecida a hipossuficiência técnica do consumidor, em ação que versa sobre a realização de saques não autorizadosem contas bancárias, mostra-se imperiosa a inversão do ônus probatório” (RESP 915.599, Relatora Nancy Andrighi, DJE05/09/2008)

A recorrente alegou que os saques foram registrados no sistema como transações normais e em localidades próximas àssucessivas residências do recorrido. Também alegou que os saques foram feitos em valores baixos e quebrados, nãocoincidindo com o padrão das situações em que há clonagem de cartão, quando os saques ocorrem em valores altos einteiros. Todas essas circunstâncias não passam de indícios muito tênues, insuficientes para afastar a inversão do ônus daprova contra a instituição bancária.

O fato de o recorrido ter mudado várias vezes de endereço não tem nenhuma interferência lógica no nexo de causalidadeentre o dano a e a conduta da recorrente. O fato de as correspondências encaminhadas para o cliente retornarem semrecebimento devido às mudanças de endereço em nada altera a responsabilidade do banco pelos saques indevidos nacaderneta de poupança.

O valor da indenização por dano moral foi arbitrado com extrema moderação, R$ 1.000,00, não sendo razoável reduzi-loainda mais.

Recurso improvido. Sem honorários advocatícios, considerando que o recorrido não está representado por advogado.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVES

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Juiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

54 - 0004846-35.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004846-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ERNA SCHWANZ DONASCIMENTO (ADVOGADO: MARIA DE FATIMA MONTEIRO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.PROCESSO Nº 0004846-35.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004846-0/01)RECORRENTE: ERNA SCHWANZ DO NASCIMENTORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE LABORATIVA NÃO COMPROVADA. DOENÇADEGENERATIVA.

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de concessão de aposentadoria porinvalidez. A recorrente, nascida em 1947, possui 64 anos de idade e qualificou-se como costureira.

A recorrente alegou que o laudo pericial comprova a incapacidade laborativa, tendo em vista que confirmou o diagnóstico deespondiloartrose lombar, de origem degenerativa. O fato de o perito diagnosticar a doença não necessariamente implicacaracterização de incapacidade para o trabalho. Para ter direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, nãobasta ao segurado comprovar estar doente: é preciso ficar comprovado que a doença tenha causado alteraçõesmorfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho das funções específicas de uma atividade ou ocupação. Somente omédico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se a doença diagnosticada inabilita o segurado para o trabalho.Ademais, o caráter degenerativo da patologia não garante que ela tenha atingido intensidade suficiente para causarincapacidade laboral. O fato de a doença ser degenerativa significa que a mesma pode sofrer agravamento progressivo, deforma que, no futuro, a recorrente poderá ficar incapacitada, mas, no momento do exame pericial, o perito ainda não haviaconstatado esse estado. Não há motivo para descartar a aplicação da conclusão exposta no laudo pericial.

O perito atestou inexistir incapacidade ortopédica. A recorrente alegou que o laudo pericial, ao utilizar o termo “incapacidadeortopédica”, “quer tão somente dizer que a mesma não é aleijada, contudo não quer dizer que a mesma possui capacidadelaboral”. Não assiste razão à recorrente. Na petição inicial, a recorrente afirmou que a inaptidão laboral decorreria dedoença ortopédica. E o perito deixou claro que, sob o ponto de vista ortopédico, a recorrente tem aptidão física paradesempenhar a atividade de costureira.

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

55 - 0001104-02.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001104-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: KARLA EUGENIA PITTOL DE CARVALHO.) x ANDERSON FERRARI (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMADOMENEGHETTI.).PROCESSO Nº 0001104-02.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001104-6/01)RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: ANDERSON FERRARIRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

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TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA.CONTRIBUIÇÕES NO PERÍODO DE 01/01/1989 A 31/12/1995. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO CONSUMADA.

A autora manifestou desistência da ação depois de a União ter interposto recurso contra sentença de parcial procedênciado pedido. Não é, porém, possível homologar manifestação de desistência da ação após a prolação da sentença.

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 566.621/RS, pacificou o entendimento de que,nas ações de repetição ou compensação de indébito tributário ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 diasprevista na Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de cinco anos, a despeito da data do pagamentoindevido. Assim, se a ação tiver sido proposta depois de 09/06/2005, a consagrada tese dos “cinco mais cinco” não podeser aplicada para regular a prescrição.

A parte autora se aposentou em 4/2/1992 (fl. 17), ou seja, quando ainda estava em vigor a Lei nº 7.713/88. O bis in idemcomeçou quando entrou em vigor o novo o regime de tributação instituído pela Lei nº 9.250/95. O termo inicial do prazo deprescrição deve, pois, ser fixado em 1º/1/1996. Como a ação foi somente ajuizada em fevereiro/2009, mais de cinco anosdepois de 1º/1/1996, a prescrição já estava consumada. Hipótese de prescrição do fundo de direito.

Recurso provido para declarar a prescrição e extinguir o processo com resolução de mérito na forma do art. 269, IV, doCPC Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segundaparte, da Lei nº 9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

56 - 0006460-75.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006460-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOAO FRANCISCOCARVALHO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: JULIANAALMENARA ANDAKU.).PROCESSO Nº 0006460-75.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006460-9/01)RECORRENTE: JOAO FRANCISCO CARVALHORECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA.CONTRIBUIÇÕES NO PERÍODO DE 01/01/1989 A 31/12/1995. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO CONSUMADA.

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 566.621/RS, pacificou o entendimento de que,nas ações de repetição ou compensação de indébito tributário ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 diasprevista na Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de cinco anos, a despeito da data do pagamentoindevido. Assim, se a ação tiver sido proposta depois de 09/06/2005, a consagrada tese dos “cinco mais cinco” não podeser aplicada para regular a prescrição.

O recorrente se aposentou em 6/1/1997 (fl. 18). Foi nessa época que ele deve também ter começado a receber da entidadede previdência fechada o complemento da aposentadoria. E, por conseguinte, foi nessa época que, com a incidência doimposto de renda sobre os valores pagos pela entidade de previdência fechada, instaurou-se o bis in idem. De acordo como primado da actio nata, o termo inicial do prazo de prescrição deve, pois, ser fixado no mês da aposentadoria. Como aação foi somente ajuizada em outubro/2009, mais de cinco anos depois da concessão da aposentadoria, a prescrição jáestava consumada. Hipótese de prescrição do fundo de direito.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Page 46: BOLETIM TR/ES 2011-251 - SESSÃO DIA 14-12-2011

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

57 - 0000860-73.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000860-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) RIVONE MARIA CANDIDAHEMERLY (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DERESENDE RAPOSO.).PROCESSO Nº 0000860-73.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000860-6/01)RECORRENTE: RIVONE MARIA CANDIDA HEMERLYRECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA.CONTRIBUIÇÕES NO PERÍODO DE 01/01/1989 A 31/12/1995. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO CONSUMADA.

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 566.621/RS, pacificou o entendimento de que,nas ações de repetição ou compensação de indébito tributário ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 diasprevista na Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de cinco anos, a despeito da data do pagamentoindevido. Assim, se a ação tiver sido proposta depois de 09/06/2005, a consagrada tese dos “cinco mais cinco” não podeser aplicada para regular a prescrição.

O recorrente se aposentou em 22/6/2001 (fl. 17). Foi nessa época que ele deve também ter começado a receber daentidade de previdência fechada o complemento da aposentadoria. E, por conseguinte, foi nessa época que, com aincidência do imposto de renda sobre os valores pagos pela entidade de previdência fechada, instaurou-se o bis in idem. Deacordo com o primado da actio nata, o termo inicial do prazo de prescrição deve, pois, ser fixado no mês da aposentadoria.Como a ação foi somente ajuizada em janeiro/2009, mais de cinco anos depois da concessão da aposentadoria, aprescrição já estava consumada. Hipótese de prescrição do fundo de direito.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

58 - 0000799-18.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000799-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) RITA DE CASSIA MARCHEZIDOELLINGER (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGOBARBOSA DE BARROS.).PROCESSO Nº 0000799-18.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000799-7/01)RECORRENTE: RITA DE CASSIA MARCHEZI DOELLINGERRECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA.CONTRIBUIÇÕES NO PERÍODO DE 01/01/1989 A 31/12/1995. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO CONSUMADA.

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 566.621/RS, pacificou o entendimento de que,

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nas ações de repetição ou compensação de indébito tributário ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 diasprevista na Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de cinco anos, a despeito da data do pagamentoindevido. Assim, se a ação tiver sido proposta depois de 09/06/2005, a consagrada tese dos “cinco mais cinco” não podeser aplicada para regular a prescrição.

O recorrente se aposentou em 7/12/2002 (fl. 17). Foi nessa época que ele deve também ter começado a receber daentidade de previdência fechada o complemento da aposentadoria. E, por conseguinte, foi nessa época que, com aincidência do imposto de renda sobre os valores pagos pela entidade de previdência fechada, instaurou-se o bis in idem. Deacordo com o primado da actio nata, o termo inicial do prazo de prescrição deve, pois, ser fixado no mês da aposentadoria.Como a ação foi somente ajuizada em janeiro/2009, mais de cinco anos depois da concessão da aposentadoria, aprescrição já estava consumada. Hipótese de prescrição do fundo de direito.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

59 - 0003473-66.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003473-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA DAS VITORIASMACEDO DOS REIS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGOBARBOSA DE BARROS.).PROCESSO Nº 0003473-66.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003473-3/01)RECORRENTE: MARIA DAS VITORIAS MACEDO DOS REISRECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA.CONTRIBUIÇÕES NO PERÍODO DE 01/01/1989 A 31/12/1995. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO CONSUMADA.

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 566.621/RS, pacificou o entendimento de que,nas ações de repetição ou compensação de indébito tributário ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 diasprevista na Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de cinco anos, a despeito da data do pagamentoindevido. Assim, se a ação tiver sido proposta depois de 09/06/2005, a consagrada tese dos “cinco mais cinco” não podeser aplicada para regular a prescrição.

O recorrente se aposentou em 4/11/2002 (fl. 25). Foi nessa época que ele deve também ter começado a receber daentidade de previdência fechada o complemento da aposentadoria. E, por conseguinte, foi nessa época que, com aincidência do imposto de renda sobre os valores pagos pela entidade de previdência fechada, instaurou-se o bis in idem. Deacordo com o primado da actio nata, o termo inicial do prazo de prescrição deve, pois, ser fixado no mês da aposentadoria.Como a ação foi somente ajuizada em maio/2009, mais de cinco anos depois da concessão da aposentadoria, a prescriçãojá estava consumada. Hipótese de prescrição do fundo de direito.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiárioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado Eletronicamente

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Art. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

60 - 0006304-87.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006304-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.) x REGINA CELIA NUNES FERRAZ (ADVOGADO: MARCELO MATEDIALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.).PROCESSO Nº 0006304-87.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006304-6/01)RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: REGINA CELIA NUNES FERRAZRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

SERVIDOR PÚBLICO. REVISÃO DE VANTAGEM INDEVIDA. REPOSIÇÃO AO ERÁRIO. ANULAÇÃO DE ATOADMINISTRATIVO CONCRETO. INCOMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL.

A recorrida é beneficiária de aposentadoria/pensão de servidor público federal. O responsável pelas atividades de RecursosHumanos do Ministério da Saúde comunicou à recorrida que auditoria da Controladoria Geral da União determinou acorreção do valor de vantagens que estavam sendo pagas a maior. Além de corrigir o erro administrativo, a autoridadeadministrativa notificou a recorrida para devolver ao erário os valores recebidos a maior. Está configurado ato administrativode cobrança de ressarcimento ao erário.

A petição inicial deduziu os seguintes pedidos: declaração de inexistência de relação jurídica de débito em relação aosvalores cobrados a título de ressarcimento ao erário; condenação da ré em restituir os valores que já foram descontadosnos proventos da recorrente a título de ressarcimento ao erário. Não foi expressamente deduzido pedido de anulação de atoadministrativo. Entretanto, os pedidos deduzidos na petição inicial incontornavelmente fundamentam-se na premissa deanulação do ato administrativo concreto de cobrança de reposição ao erário.

O art. 3º, § 1º, III, da Lei nº 10.259/2001 exclui da competência do Juizado Especial Federal as causas relativas à anulaçãoou cancelamento de ato administrativo federal.

Reconhecida a incompetência material do Juizado Especial Federal, cabe declinar de competência em favor de vara cívelcomum. A extinção do processo contraria a economia processual, pois impede o aproveitamento dos atos processuais semconteúdo decisório.

Recurso provido para, declarando a incompetência do Juizado Especial Federal, anular a sentença e declinar decompetência em favor de vara cível comum.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso e anular a sentença.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

61 - 0005978-30.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005978-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.) x NUNCIA TAVARES DE FELICE (ADVOGADO: MARCELO MATEDIALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.).PROCESSO Nº 0005978-30.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005978-0/01)RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: NUNCIA TAVARES DE FELICERELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

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SERVIDOR PÚBLICO. REVISÃO DE VANTAGEM INDEVIDA. REPOSIÇÃO AO ERÁRIO. ANULAÇÃO DE ATOADMINISTRATIVO CONCRETO. INCOMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL.

A recorrida é beneficiária de aposentadoria/pensão de servidor público federal. O responsável pelas atividades de RecursosHumanos do Ministério da Saúde comunicou à recorrida que auditoria da Controladoria Geral da União determinou acorreção do valor de vantagens que estavam sendo pagas a maior. Além de corrigir o erro administrativo, a autoridadeadministrativa notificou a recorrida para devolver ao erário os valores recebidos a maior. Está configurado ato administrativode cobrança de ressarcimento ao erário.

A petição inicial deduziu os seguintes pedidos: declaração de inexistência de relação jurídica de débito em relação aosvalores cobrados a título de ressarcimento ao erário; condenação da ré em restituir os valores que já foram descontadosnos proventos da recorrente a título de ressarcimento ao erário. Não foi expressamente deduzido pedido de anulação de atoadministrativo. Entretanto, os pedidos deduzidos na petição inicial incontornavelmente fundamentam-se na premissa deanulação do ato administrativo concreto de cobrança de reposição ao erário.

O art. 3º, § 1º, III, da Lei nº 10.259/2001 exclui da competência do Juizado Especial Federal as causas relativas à anulaçãoou cancelamento de ato administrativo federal.

Reconhecida a incompetência material do Juizado Especial Federal, cabe declinar de competência em favor de vara cívelcomum. A extinção do processo contraria a economia processual, pois impede o aproveitamento dos atos processuais semconteúdo decisório.

Recurso provido para, declarando a incompetência do Juizado Especial Federal, anular a sentença e declinar decompetência em favor de vara cível comum.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso e anular a sentença.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

62 - 0001934-31.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001934-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: GERONIMO THEML DE MACEDO.) x GILCEA JARDIM TOLEDO (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES,LEONARDO PIZZOL VINHA.).PROCESSO Nº 0001934-31.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001934-5/01)RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: GILCEA JARDIM TOLEDORELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

SERVIDOR PÚBLICO. REVISÃO DE VANTAGEM INDEVIDA. REPOSIÇÃO AO ERÁRIO. ANULAÇÃO DE ATOADMINISTRATIVO CONCRETO. INCOMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL.

A recorrida é beneficiária de aposentadoria/pensão de servidor público federal. O responsável pelas atividades de RecursosHumanos do Ministério da Saúde comunicou à recorrida que auditoria da Controladoria Geral da União determinou acorreção do valor de vantagens que estavam sendo pagas a maior. Além de corrigir o erro administrativo, a autoridadeadministrativa notificou a recorrida para devolver ao erário os valores recebidos a maior. Está configurado ato administrativode cobrança de ressarcimento ao erário.

A petição inicial deduziu os seguintes pedidos: declaração de inexistência de relação jurídica de débito em relação aosvalores cobrados a título de ressarcimento ao erário; condenação da ré em restituir os valores que já foram descontadosnos proventos da recorrente a título de ressarcimento ao erário. Não foi expressamente deduzido pedido de anulação de atoadministrativo. Entretanto, os pedidos deduzidos na petição inicial incontornavelmente fundamentam-se na premissa deanulação do ato administrativo concreto de cobrança de reposição ao erário.

Page 50: BOLETIM TR/ES 2011-251 - SESSÃO DIA 14-12-2011

O art. 3º, § 1º, III, da Lei nº 10.259/2001 exclui da competência do Juizado Especial Federal as causas relativas à anulaçãoou cancelamento de ato administrativo federal.

Reconhecida a incompetência material do Juizado Especial Federal, cabe declinar de competência em favor de vara cívelcomum. A extinção do processo contraria a economia processual, pois impede o aproveitamento dos atos processuais semconteúdo decisório.

Recurso provido para, declarando a incompetência do Juizado Especial Federal, anular a sentença e declinar decompetência em favor de vara cível comum.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso e anular a sentença.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

63 - 0001932-61.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001932-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: GERONIMO THEML DE MACEDO.) x MARIA CELESTE VALENTE CARAO (ADVOGADO: MARCELOMATEDI ALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.).PROCESSO Nº 0001932-61.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001932-1/01)RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: MARIA CELESTE VALENTE CARAORELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

SERVIDOR PÚBLICO. REVISÃO DE VANTAGEM INDEVIDA. REPOSIÇÃO AO ERÁRIO. ANULAÇÃO DE ATOADMINISTRATIVO CONCRETO. INCOMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL.

A recorrida é beneficiária de aposentadoria/pensão de servidor público federal. O responsável pelas atividades de RecursosHumanos do Ministério da Saúde comunicou à recorrida que auditoria da Controladoria Geral da União determinou acorreção do valor de vantagens que estavam sendo pagas a maior. Além de corrigir o erro administrativo, a autoridadeadministrativa notificou a recorrida para devolver ao erário os valores recebidos a maior. Está configurado ato administrativode cobrança de ressarcimento ao erário.

A petição inicial deduziu os seguintes pedidos: declaração de inexistência de relação jurídica de débito em relação aosvalores cobrados a título de ressarcimento ao erário; condenação da ré em restituir os valores que já foram descontadosnos proventos da recorrente a título de ressarcimento ao erário. Não foi expressamente deduzido pedido de anulação de atoadministrativo. Entretanto, os pedidos deduzidos na petição inicial incontornavelmente fundamentam-se na premissa deanulação do ato administrativo concreto de cobrança de reposição ao erário.

O art. 3º, § 1º, III, da Lei nº 10.259/2001 exclui da competência do Juizado Especial Federal as causas relativas à anulaçãoou cancelamento de ato administrativo federal.

Reconhecida a incompetência material do Juizado Especial Federal, cabe declinar de competência em favor de vara cívelcomum. A extinção do processo contraria a economia processual, pois impede o aproveitamento dos atos processuais semconteúdo decisório.

Recurso provido para, declarando a incompetência do Juizado Especial Federal, anular a sentença e declinar decompetência em favor de vara cível comum.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária

Page 51: BOLETIM TR/ES 2011-251 - SESSÃO DIA 14-12-2011

do Espírito Santo dar provimento ao recurso e anular a sentença.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

64 - 0006096-06.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006096-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.) x THEREZINHA FERREIRA CAMPOS (ADVOGADO: GERALDO MAGELACURTINHAS VIEIRA JUNIOR, MARCELO MATEDI ALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.).PROCESSO Nº 0006096-06.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006096-3/01)RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: THEREZINHA FERREIRA CAMPOSRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

SERVIDOR PÚBLICO. REVISÃO DE VANTAGEM INDEVIDA. REPOSIÇÃO AO ERÁRIO. ANULAÇÃO DE ATOADMINISTRATIVO CONCRETO. INCOMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL.

A recorrida é beneficiária de aposentadoria/pensão de servidor público federal. O responsável pelas atividades de RecursosHumanos do Ministério da Saúde comunicou à recorrida que auditoria da Controladoria Geral da União determinou acorreção do valor de vantagens que estavam sendo pagas a maior. Além de corrigir o erro administrativo, a autoridadeadministrativa notificou a recorrida para devolver ao erário os valores recebidos a maior. Está configurado ato administrativode cobrança de ressarcimento ao erário.

A petição inicial deduziu os seguintes pedidos: declaração de inexistência de relação jurídica de débito em relação aosvalores cobrados a título de ressarcimento ao erário; condenação da ré em restituir os valores que já foram descontadosnos proventos da recorrente a título de ressarcimento ao erário. Não foi expressamente deduzido pedido de anulação de atoadministrativo. Entretanto, os pedidos deduzidos na petição inicial incontornavelmente fundamentam-se na premissa deanulação do ato administrativo concreto de cobrança de reposição ao erário.

O art. 3º, § 1º, III, da Lei nº 10.259/2001 exclui da competência do Juizado Especial Federal as causas relativas à anulaçãoou cancelamento de ato administrativo federal.

Reconhecida a incompetência material do Juizado Especial Federal, cabe declinar de competência em favor de vara cívelcomum. A extinção do processo contraria a economia processual, pois impede o aproveitamento dos atos processuais semconteúdo decisório.

Recurso provido para, declarando a incompetência do Juizado Especial Federal, anular a sentença e declinar decompetência em favor de vara cível comum.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso e anular a sentença.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

65 - 0005976-60.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005976-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.) x CLARA MARIA DE SOUZA E SILVA (ADVOGADO: MARCELO MATEDIALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.).PROCESSO Nº 0005976-60.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005976-6/01)RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: CLARA MARIA DE SOUZA E SILVA

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RELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

SERVIDOR PÚBLICO. REVISÃO DE VANTAGEM INDEVIDA. REPOSIÇÃO AO ERÁRIO. ANULAÇÃO DE ATOADMINISTRATIVO CONCRETO. INCOMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL.

A recorrida é beneficiária de aposentadoria/pensão de servidor público federal. O responsável pelas atividades de RecursosHumanos do Ministério da Saúde comunicou à recorrida que auditoria da Controladoria Geral da União determinou acorreção do valor de vantagens que estavam sendo pagas a maior. Além de corrigir o erro administrativo, a autoridadeadministrativa notificou a recorrida para devolver ao erário os valores recebidos a maior. Está configurado ato administrativode cobrança de ressarcimento ao erário.

A petição inicial deduziu os seguintes pedidos: declaração de inexistência de relação jurídica de débito em relação aosvalores cobrados a título de ressarcimento ao erário; condenação da ré em restituir os valores que já foram descontadosnos proventos da recorrente a título de ressarcimento ao erário. Não foi expressamente deduzido pedido de anulação de atoadministrativo. Entretanto, os pedidos deduzidos na petição inicial incontornavelmente fundamentam-se na premissa deanulação do ato administrativo concreto de cobrança de reposição ao erário.

O art. 3º, § 1º, III, da Lei nº 10.259/2001 exclui da competência do Juizado Especial Federal as causas relativas à anulaçãoou cancelamento de ato administrativo federal.

Reconhecida a incompetência material do Juizado Especial Federal, cabe declinar de competência em favor de vara cívelcomum. A extinção do processo contraria a economia processual, pois impede o aproveitamento dos atos processuais semconteúdo decisório.

Recurso provido para, declarando a incompetência do Juizado Especial Federal, anular a sentença e declinar decompetência em favor de vara cível comum.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo dar provimento ao recurso e anular a sentença.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

66 - 0007307-77.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.007307-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOSE ANILSON DA COSTA(ADVOGADO: INGRID SILVA DE MONTEIRO.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DEOLIVEIRA.).PROCESSO Nº 0007307-77.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.007307-6/01)RECORRENTE: JOSE ANILSON DA COSTARECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA. CONTAGEM DOPRAZO PRESCRICIONAL. RELAÇÃO DE TRATO SUCESSIVO. PRESCRIÇÃO DO FUNDO DE DIREITO. AUSÊNCIA DEOBSCURIDADE.

Os embargos de declaração pedem esclarecimento sobre a questão da contagem do prazo prescricional, considerando quea relação jurídica é de trato sucessivo. Não há, porém, nenhuma obscuridade no acórdão embargado, que expressamenteconsiderou tratar-se de hipótese de prescrição de fundo de direito, contando o prazo prescricional por inteiro a partir doinício do bis in idem, conforme consta na parte final do item 2 da ementa.

O juiz não está obrigado a responder todos os argumentos deduzidos pelas partes, nem a dissecar todas as colocações

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produzidas, nem a se ater aos fundamentos indicados pelas partes. Desenvolvidas razões suficientes para motivar suadecisão, não se impõe a exaustão de todos os motivos.

Embargos improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento aos embargos.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

67 - 0006030-26.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006030-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ZENON ANGELO DEOLIVEIRA (ADVOGADO: INGRID SILVA DE MONTEIRO.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARCUS VINÍCIUS CHAGASSARAIVA.).PROCESSO Nº 0006030-26.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006030-6/01)RECORRENTE: ZENON ANGELO DE OLIVEIRARECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA. CONTAGEM DOPRAZO PRESCRICIONAL. RELAÇÃO DE TRATO SUCESSIVO. PRESCRIÇÃO DO FUNDO DE DIREITO. AUSÊNCIA DEOBSCURIDADE.

Os embargos de declaração pedem esclarecimento sobre a questão da contagem do prazo prescricional, considerando quea relação jurídica é de trato sucessivo. Não há, porém, nenhuma obscuridade no acórdão embargado, que expressamenteconsiderou tratar-se de hipótese de prescrição de fundo de direito, contando o prazo prescricional por inteiro a partir doinício do bis in idem, conforme consta na parte final do item 2 da ementa.

O juiz não está obrigado a responder todos os argumentos deduzidos pelas partes, nem a dissecar todas as colocaçõesproduzidas, nem a se ater aos fundamentos indicados pelas partes. Desenvolvidas razões suficientes para motivar suadecisão, não se impõe a exaustão de todos os motivos.

Embargos improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento aos embargos.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal RelatorAssinado EletronicamenteArt. 1º, § 2º, III, “a”, da Lei nº 11.419/06

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

68 - 0000509-94.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000509-0/01) ADILSON PINHEIRO DA SILVA (ADVOGADO: ADENILSONVIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.)

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x OS MESMOS.E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ –REINGRESSO AO RGPS ANTERIORAO INÍCIO DA INCAPACIDADE – CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ DIANTE DASCIRCUNSTÂNCIAS CONCRETAS – RECURSO DO AUTOR CONHECIDO E PROVIDO – RECURSO DO RÉUCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA REFORMADA PARA CONVERTER O AUXÍLIO-DOENÇA EMAPOSENTADORIA POR INVALIDEZ.

1. Trata-se de recursos inominados, interpostos pelo INSS e por Adilson Pinheiro da Silva, em face da sentença de fls.64/66, que julgou procedente o pedido de restabelecimento de auxílio-doença, desde a data da cessação administrativa(28/02/2009), e improcedentes os pedidos de aposentadoria por invalidez e de indenização por danos morais. Aduz o INSSque a incapacidade da parte autora é preexistente ao seu reingresso ao RGPS, motivo pelo qual requer a reforma dasentença. Por outro lado, a parte autora, em suas razões recursais, afirma que se encontra total e definitivamenteincapacitada para exercer suas atividades laborais (pedreiro), fazendo jus à concessão do benefício de aposentadoria porinvalidez.2. Sabe-se que o auxílio-doença será devido ao segurado que, tendo cumprido a carência pela lei exigida, ficar incapacitadopara o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos (artigo 59 da Lei nº8.213/91). Já o art. 42 da mesma lei, diz que “a aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, acarência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz einsusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquantopermanecer nesta condição.”3. Analisando o laudo médico-pericial acostado aos autos (fls. 40/44), verifica-se que o autor (63 anos de idade) foisubmetido a tratamento cirúrgico, em 04/09/2007, para realizar revascularização cardíaca. Afirma o expert que o autorapresenta sequelas de hipertensão arterial e diabetes, com comprometimento da função cardíaca. Entretanto, não soubedefinir a data do início da hipertensão arterial, verificando, apenas, que a revascularização miocárdica ocorreu no ano de2007.4. Conforme extrato do CNIS, juntado aos autos pelo INSS (fls. 54/55), o autor, até 17/03/1996, havia recolhido 129contribuições para a Previdência Social. Mesmo cessando suas contribuições, manteve a qualidade de segurado até maiode 1998 (período de graça), fazendo jus, até essa data, a toda cobertura previdenciária. A partir de então, perdeu aqualidade de segurado. De modo descontínuo, o autor voltou a verter contribuições para a Previdência Social em 01/2004,em 02/2006, em 04/2006, de 06/2007 a 11/2007, e, por fim, de 01/2008 a 10/2010.5. Inicialmente, deve ser verificada a qualidade de segurado do autor no momento do início da incapacidade. Com base norelatório pericial, o início da incapacidade ocorreu em 2007, com a realização da cirurgia de revascularização cardíaca(04/09/2007). In casu, a data a ser considerada como reingresso ao Regime Geral deve ser 04/2006, momento anterior aoinício da incapacidade, que se deu em 09/2007. Assim, no momento do início da incapacidade, o autor-recorrente já haviarecolhido 1/3 da carência do benefício postulado.6. Desta forma, os requisitos “qualidade de segurado” e “carência” foram plenamente atendidos, restando averiguar aincapacidade do autor.7. Em sua peça recursal, sustenta o autor que suas alterações circulatórias são fatores impeditivos para a realização deatividades que demandem esforços físicos e que devido à idade, à condição física e ao reduzido grau de instrução (5ªsérie), sua empregabilidade está comprometida. O perito médico afirmou, em seu laudo pericial, que o periciando poderealizar apenas atividades que não demandem esforço físico, pois a reatividade cardíaca está comprometida.8. Assim, tendo em vista o fato de a parte autora possuir quase 63 anos completos (nascimento - 30/12/1948), não podermais exercer seu labor habitual e ter pouca instrução, entende-se ser praticamente impossível a reabilitação do mesmopara o exercício de outra atividade. Tudo isso deixa explícito o direito do autor-recorrente de recebimento do benefício deaposentadoria por invalidez, até porque seria imprópria uma reabilitação profissional para pessoa que detém ascaracterísticas do mesmo, dentro da conjuntura atual do mercado de trabalho.9. Não obstante o perito médico judicial ter concluído pela capacidade laboral do autor para o exercício de atividades quenão demandem esforço físico, considera-se aqui que o mesmo encontra-se incapaz definitivamente, por todos osargumentos acima expostos. O Código de Processo Civil, em seus artigos 131 e 436, permite ao juiz formar seuconvencimento com outros elementos ou fatos provados, não estando adstrito apenas à conclusão obtida pelo perito, desdeque motive suas decisões, o que foi feito acima.10. Assim, reformo a sentença, em parte, para determinar que o benefício de auxílio-doença seja convertido emaposentadoria por invalidez a partir da data da sessão de julgamento.11. Recurso do autor conhecido e provido. Recurso do INSS conhecido e improvido. Sentença parcialmente reformada.12. Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido (INSS) ao pagamento de honorários advocatícios, que ora arbitroem 10% sobre o valor da condenação.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO DO AUTOR E NEGARPROVIMENTO AO RECURSO DO RÉU, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

69 - 0009897-95.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.009897-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x ANGELA MARIA RODRIGUES DIAS (ADVOGADO: CHRISTINNEABOUMRAD R. AGUIAR LEITE, JOANA D'ARC BASTOS LEITE.) x ORMI AUGUSTA CASOTTI (ADVOGADO: HERVALSALOTTO.).

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VOTO-VISTA

Angela Maria Rodrigues Dias, na qualidade de companheira do segurado falecido, propôs ação pedindo a concessão depensão por morte e a exclusão da esposa do segurado, a requerida Ormy Augusta Ferreira.

A requerida foi citada e apresentou contestação. A sentença julgou procedente o pedido. Entretanto, a requerida não foiintimada da sentença, porque o seu nome não constava da autuação. Quando os autos foram encaminhados para a turmarecursal, apenas o nome da autora e do INSS constavam na autuação (fl. 234). Consequentemente, o advogado darequerida não tomou ciência da publicação da sentença na imprensa oficial. Isso, a princípio, justifica a omissão darequerida em interpor recurso contra a sentença. a autuação já foi retificada (fl. 245).

A fim de assegurar a higidez processual e evitar futura alegação de nulidade, chamo o feito à ordem, para intimar arequerida da sentença, a fim de que o prazo para recurso comece a correr.

Se a requerida interpuser recurso, a autora deverá ser intimada para oferecer contrarrazões, devendo o julgamento serretomado pelo juiz relator.

Se a requerida não interpuser recurso, ficarão mantidos os votos do juiz relator e do juiz revisor, e os autos deverão serdevolvidos para mim, a fim de que possa dar continuidade ao julgamento, proferindo meu voto.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal

70 - 0005850-44.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005850-2/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: DANILO THEML CARAM.) xTELMA CAETANO ZANETTE (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela União Federal, em face da sentença (fls. 185/193) que julgou parcialmenteprocedente a ação, declarando a inexigibilidade do imposto de renda incidente sobre o benefício de complementação ousuplementação de aposentadoria. A União Federal, em suas razões recursais, pugna pela nulidade da sentença a quo,alegando ter sido a lide decidida fora dos seus limites. Em caráter meritório, alega a prescrição, mas, se assim não forentendido, pugna pela reforma da sentença para julgar improcedente o pedido inicial, ou, em caso de êxito da demanda,requer a fixação da restituição pelo método das Declarações de Ajustes da parte autora, conforme firmado em acórdãoproferido pelo Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Foram apresentadas contrarrazões pela parte autora,pugnando pela manutenção da sentença.A priori, insta salientar a possibilidade de acolhimento da prova exarada dos autos à fl. 256. Este conjunto probatório foisolicitado por este Juízo em despacho de fl. 250, em virtude da impossibilidade do julgamento da matéria discutida nosautos sem o conhecimento do mesmo. Destarte, ancorado nos arts. 130, 283 e 284 do Código de Processo Civil, bem comoorientado pelo critério da informalidade que rege os Juizados Especiais (art. 2º da Lei 9.099/95), não há óbice à apreciaçãodas referidas provas apresentadas, haja vista, sobretudo, o respeito ao Contraditório e à Ampla Defesa.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo nulidade.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos, os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 24/25) e aposentadoria em 21/08/2007 (fl. 256).No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos. Segue informativo nº 634 do Supremo TribunalFederal:

“É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art.

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150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art.3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art. 106.A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicaçãode penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão de julgamento,desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citado preceito — v.Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara a ofensa ao princípioda segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, com suporte implícito eexpresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente àsações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os Ministros Celso de Mello eLuiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seria aplicável aospróprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos os Ministros Marco

�Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso. RE 566621/RS, rel. Min. EllenGracie, 4.8.2011. (RE-566621)”

O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei nº 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria da beneficiária é 21/08/2007 (fl. 256). A presente ação foi ajuizada em 25/09/2008 (fl. 03).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, para reformar a sentençaapenas no que tange à forma de apuração do indébito e liquidação do julgado.A União deverá ser intimada, após o trânsito em julgado, para efetuar, no prazo de sessenta dias, a revisão administrativadas declarações anuais do imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do impostodevido a parcela relativa ao crédito do contribuinte, na forma fixada por esta ementa. Eventual restituição administrativa deimposto poderá ser computada. Se a União não dispuser das declarações de ajuste anual antigas, caberá à autora o ônusde apresentá-las, sob pena de prejudicar a liquidação.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido (União Federal) ao pagamento de honorários advocatícios, que oraarbitro em 10 % sobre o valor da condenação.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E, NO MÉRITO, JULGAR PARCIALMENTEPROCEDENTE O RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

71 - 0005846-07.2008.4.02.5050/02 (2008.50.50.005846-0/02) JACKSON NORONHA CAMARGO (ADVOGADO: MARIA

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DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: JULIANA ALMENARA ANDAKU.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA– LEIS 7.713/88 E 9.250/95 – PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS – AÇÃO AJUIZADA APÓS A VIGÊNCIA DA LEICOMPLEMENTAR Nº 118/2005 – ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DORECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS EM 04/08/2011 – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença que extinguiu o processo, sem resoluçãodo mérito, entendendo que a causa não se enquadra no conceito constitucional de menor complexidade. Em suasalegações recursais, sustenta o autor que tal entendimento está amplamente pacificado pelo Superior Tribunal de Justiça,que considerou o Juizado Especial competente para apreciar tais demandas. Requer, assim, a reforma da sentença paraque o recorrido seja condenado a restituir os valores retidos a título de imposto de renda. Foram apresentadascontrarrazões pela União Federal.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos.

Conforme se extrai do Informativo 634 do Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral:

É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º doart. 150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto aoart. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art.106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída aaplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão dejulgamento, desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citadopreceito — v. Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara aofensa ao princípio da segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, comsuporte implícito e expresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anostão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os MinistrosCelso de Mello e Luiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seriaaplicável aos próprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos osMinistros Marco Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso.RE 566621/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 4.8.2011. (RE-566621)

Desta forma, curvo-me ao entendimento da Excelsa Corte e reconheço a prescrição da presente ação, visto que, entre adata do desligamento da parte autora e a data do ajuizamento da ação, transcorreram-se mais de 05 (cinco) anos. De fato,a data do desligamento do beneficiário é 31/10/2000 (fl. 26) e a presente ação foi ajuizada apenas em 25/09/2008 (fl. 02),apresentando um intervalo superior a 05 (cinco) anos.

Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para EXTINGUIR O PROCESSO, COM RESOLUÇÃODE MÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil, reconhecendo a prescrição.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, que ora arbitro em R$200,00 (duzentos reais).A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE PROVIMENTO,EXTINGUINDO O PROCESSO, COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 269, IV DO CÓDIGO DEPROCESSO CIVIL, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

72 - 0005856-51.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005856-3/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ADRIANA ZANDONADE,RODRIGO BARBOSA DE BARROS.) x MARIA LUCIA MACHADO FONTAO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMADOMENEGHETTI.).E M E N T ATRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA – BIS INIDEM – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU – NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA – LEIS 7.713/88 E9.250/95 – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado, interposto pela União Federal, em face da sentença (fls. 182/189) que julgou parcialmenteprocedente a ação, declarando a inexigibilidade do imposto de renda incidente sobre o benefício de complementação ousuplementação de aposentadoria. A União Federal, em suas razões recursais, pugna pela nulidade da sentença a quo, porter sido a lide decidida fora dos seus limites. Além disso, alega a incompetência absoluta dos Juizados Especiais. Em

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caráter meritório, pugna pela reforma da sentença para julgar o pedido improcedente, ou, em caso de êxito da demanda,requer a fixação da restituição pelo método da declaração de ajuste anual, ou a adoção do critério para apuração doindébito proferido em acórdão pelo Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Foram apresentadas contrarrazõespela parte autora.A priori, insta salientar a possibilidade de acolhimento das provas exaradas dos autos às fls. 267/269. Este conjuntoprobatório foi solicitado por este Juízo em despacho de fl. 265, em virtude da impossibilidade do julgamento da matériadiscutida nos autos sem o conhecimento do mesmo. Destarte, ancorado nos arts. 130, 283 e 284 do Código de ProcessoCivil, bem como orientado pelo critério da informalidade que rege os Juizados Especiais (art. 2º da Lei 9.099/95), não háóbice à apreciação das referidas provas apresentadas, haja vista, sobretudo, o respeito ao Contraditório e à Ampla Defesa.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo inépcia.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Matéria pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir dejaneiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte da parte autora noperíodo de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 e (2) que esteja aposentado. No caso dos autos os documentoscolacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quais sejam: contribuições no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 33/34) e aposentadoria em 03/06/2004 (fl. 269).No julgamento do RE 566.621/RS, em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, tendo como relatora a MinistraEllen Gracie, pacificou o entendimento de que, nas ações de repetição de indébito ou compensação de indébito tributárioajuizadas após 09/06/2005, o prazo prescricional é de 05 (cinco) anos. Segue informativo nº 634 do Supremo TribunalFederal:

“É inconstitucional o art. 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 [“Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso Ido art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre,no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art.150 da referida Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art.3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional”; CTN: “Art. 106.A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicaçãode penalidade à infração dos dispositivos interpretados”]. Esse o consenso do Plenário que, em conclusão de julgamento,desproveu, por maioria, recurso extraordinário interposto de decisão que reputara inconstitucional o citado preceito — v.Informativo 585. Prevaleceu o voto proferido pela Min. Ellen Gracie, relatora, que, em suma, assentara a ofensa ao princípioda segurança jurídica — nos seus conteúdos de proteção da confiança e de acesso à Justiça, com suporte implícito eexpresso nos artigos 1º e 5º, XXXV, da CF — e considerara válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente àsações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9.6.2005. Os Ministros Celso de Mello eLuiz Fux, por sua vez, dissentiram apenas no tocante ao art. 3º da LC 118/2005 e afirmaram que ele seria aplicável aospróprios fatos (pagamento indevido) ocorridos após o término do período de vacatio legis. Vencidos os Ministros Marco

�Aurélio, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, que davam provimento ao recurso. RE 566621/RS, rel. Min. EllenGracie, 4.8.2011. (RE-566621)”

O termo inicial da prescrição é a data de início do benefício correspondente à aposentadoria complementar, sempreposterior a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996.A data de início da aposentadoria do beneficiário é 03/06/2004 (fl. 269). A presente ação foi ajuizada em 25/09/2008 (fl. 02).Assim, não está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.A apuração do indébito observará o seguinte:As contribuições efetuadas pela parte autora, no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995,deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril do ano seguinte ao recolhimento do tributo (ano-base).O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído, devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278).Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.

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Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por consequência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.Em face do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA UNIÃO FEDERAL, para reformar a sentençaapenas no que tange à forma de apuração do indébito e liquidação do julgado.A União deverá ser intimada, após o trânsito em julgado, para efetuar, no prazo de sessenta dias, a revisão administrativadas declarações anuais do imposto de renda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do impostodevido a parcela relativa ao crédito do contribuinte, na forma fixada por esta ementa. Eventual restituição administrativa deimposto poderá ser computada. Se a União não dispuser das declarações de ajuste anual antigas, caberá ao autor o ônusde apresentá-las, sob pena de prejudicar a liquidação.Efetuada a revisão na forma estabelecida nesta ementa, deverá a ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, sendo que, pelo fato de a parte autora ter optado pelo rito dos Juizados Especiais Federais, o valor total darestituição não poderá ultrapassar o patamar de 60 (sessenta) salários mínimos (valor vigente por ocasião do ajuizamentoda ação). Caso contrário, o Juízo a quo e esta Turma Recursal estariam decidindo sobre matéria para a qual seriamabsolutamente incompetentes.Custas ex lege. Condenação do recorrente (União Federal) ao pagamento de honorários advocatícios, que ora arbitro em10 % sobre o valor da condenação.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E, NO MÉRITO, JULGAR PARCIALMENTEPROCEDENTE O RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

73 - 0007350-48.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007350-3/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x JOSE GAGNO (ADVOGADO: EMERSON ENDLICH ARARIPE MELO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – SEGURADO ESPECIAL – PREENCHIMENTO DOSREQUISITOS – IDADE E CARÊNCIA – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1) Trata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença de fls. 117/120, que julgou procedente opedido inicial, condenando o INSS a conceder o benefício de aposentadoria rural por idade à parte autora. Alega aautarquia, em suas razões recursais, que o autor teve vínculo empregatício urbano de 01/07/2005 até 31/07/2006,perdendo, com isso, a qualidade de segurado especial, já que este período é imediatamente anterior ao preenchimento dascondições necessárias à obtenção do benefício. Além disso, o recorrente alega que não restou configurado o regime deeconomia familiar, pois a propriedade do autor seria de grande extensão.2) A aposentadoria rural por idade será devida quando houver a implementação de certos requisitos, quais sejam: idade (60anos para homens e 55 anos para mulheres) e exercício de atividade rural individualmente ou em regime de economiafamiliar pelo período exigido em lei, conforme disposições da Lei nº 8.213/91.3) O autor completou 60 anos em 03/04/2007 (fl. 19). Protocolou requerimento administrativo em 20/10/2008 (fl. 13). Pelatabela do art. 142 da Lei nº 8.213/91, precisaria comprovar 156 meses de atividade rural.4) Foram colecionados aos autos os seguintes documentos: certidão de casamento, datada de 05/01/1971, constando aprofissão do recorrido como agricultor (fl. 18); carteira de filiação ao sindicato rural de Domingos Martins, de 28/09/1977 (fl.20); escritura pública de compra e venda de propriedade rural adquirida pelo autor na data de 13/06/1978; fichas dematrícula e de renovações de matrícula dos filhos do autor, constando a profissão do mesmo como lavrador, referentes aosanos de 1978/1979/1981/1982/1983/1984/1985/1986/1988/1989 (fls. 25/30); prontuários de atendimento hospitalar com aqualificação de lavrador, dos anos de 1991/1994 (fl. 22), 2007 (fl. 23) e 2003 (fl. 24); ficha de atualização cadastral daagropecuária de 1990 (fl. 38); certidão de casamento de uma das filhas do recorrido com data de 10/11/2001, em que omesmo é qualificado como lavrador (fl. 36); certidão de casamento de outra filha do autor datada de 23/11/2004, constandoa qualificação de lavrador (fl. 37); notas fiscais de produtor rural de 1995/1996/1997 (fls. 39/41); CCIR em nome do autor,entre os anos de 2000/2005 (fls. 62/63); ITR´s de 1997 a 2007 em nome do recorrido (fls. 65/75); escrituras dearrendamento, uma realizada em 24/01/2003 (fls. 80/82) e outra em 14/10/2008 (fls. 85/86).5) A recorrente alegou em seu recurso que o autor teria perdido sua qualidade de segurado especial, isto porque realizouum trabalho para a prefeitura, que não se enquadra como labor rural, entre 01/07/2005 e 31/07/2006. Tal argumento,porém, não deve prosperar, visto que tal labor foi exercido por um curto período, não desqualificando a qualidade desegurado especial. A própria lei nº 8.213/91, em seu art. 142, dispõe sobre o exercício de atividade rural pelo prazo exigidoem lei, ainda que de forma descontínua.6) Ademais, o INSS alegou que a terra do pai do autor, onde o mesmo trabalhou durante um período, era um latifúndio e

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que as testemunhas não souberam precisar o tamanho da propriedade que o autor possui. As provas carreadas aos autosforam suficientes em demonstrar o tamanho da propriedade do recorrido, principalmente a escritura pública de compra dapropriedade pelo autor, datada de 13/06/1978, constando o tamanho de 97,0 ha (fls. 43/44). Ademais, há outrosdocumentos informando que a o tamanho da propriedade do autor, no ano de 1990, era de 97,0 ha (fl. 38), assim comoentre os anos de 2000 a 2005 (fls. 62/63). Do mesmo modo, em 2008, não houve modificação na área, de acordo com aescritura de arrendamento (fl. 85/86).7) Ainda que a classificação do tamanho das propriedades em módulo fiscal só tenha sido adotada em 2008, com aInstrução Normativa INSS/PRES nº 45, ela poderá ser utilizada, para períodos anteriores, a fim de estabelecer um critériocomparativo. No Município de Domingos Martins (código 504033), onde se situa o imóvel rural, o módulo fiscal correspondea 18 ha, conforme Instrução Normativa nº 27, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA. Assim, apropriedade rural do autor possui 5,38 módulos fiscais, classificando-se como “média propriedade”. Pelo documento de fl.77, constata-se que, da área total, 18 ha são de preservação permanente. O fato de o imóvel ser classificado como médiapropriedade não é impedimento para concessão do benefício, como já restou pacificado no E. STJ (REsp 980.065/SP),desde que esteja configurado o regime de economia familiar, situação observada neste caso.8) Em audiência, a primeira testemunha afirma que conhece o autor desde 1979, sempre morando no mesmo lugar. Afirma,ainda, que ele é produtor rural, trabalhando na terra somente com a família. A segunda testemunha afirma que o autorsempre trabalhou na roça, junto com a família, somente. A terceira testemunha afirma que o autor sempre trabalhou naroça, tendo trabalhado na prefeitura por pouco tempo, retornando ao labor rural; afirma que o autor produz hortaliças,inhame, tomate, repolho, pimentão, juntamente com a família.9) Deste modo, o autor preencheu todos os requisitos exigidos em lei para obtenção da aposentadoria por idade comosegurado especial.10) Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.11) Custas ex lege. Condenação do recorrente em honorários advocatícios, que ora fixo em 10% sobre o valor dacondenação.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

74 - 0000153-52.2009.4.02.5003/01 (2009.50.03.000153-4/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x MARIA AUXILIADORA PARANAGUÁ DASILVA (ADVOGADO: PAULO WAGNER GABRIEL AZEVEDO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – DESCARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DESEGURADO ESPECIAL – NÃO COMPROVAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – RECURSO CONHECIDO EPROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

75 - 0000501-17.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000501-2/01) JOSÉ JOAQUIM BARNABÉ (ADVOGADO: ANDRÉCAMPANHARO PÁDUA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITEVIEIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – RURAL – APOSENTADORIA POR IDADE – NÃO CONFIGURAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIAFAMILIAR – GRANDE PRODUTOR DE CAFÉ – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fls. 71/73, que julgou improcedenteo pleito autoral de concessão de aposentadoria rural. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que a colheita desseano foi excepcional e que o valor das sacas de café varia muito. Aduz, ainda, que a produção de sua propriedade édestinada ao sustento de três famílias. Pugna, por tais razões, pela reforma da sentença.2. A aposentadoria rural por idade será devida quando houver a implementação de certos requisitos, quais sejam: idade (60anos para homens e 55 anos para mulheres) e exercício de atividade rural em regime de economia familiar pelo períodoexigido em lei, conforme disposições da Lei nº 8.213/91.3. O requisito etário e o exercício de atividade rural são requisitos incontroversos. O autor completou 60 anos em02/01/2004. Pela tabela do art. 142 da Lei 8.213/91, precisaria comprovar 138 meses de atividade rural. Existem nos autosindícios da atividade rural exercida pela parte autora: Certidão de casamento, a qual consta a profissão do autor comolavrador (fl. 10), Escritura de Compra e venda de imóvel rural (fls. 12/13); Certificado de registro de imóvel rural junto aoINCRA (fl. 16).4. A documentação apresentada demonstra que o autor trabalhou na zona rural desde 1967, até a data do requerimento

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administrativo (02/01/2004), perfazendo mais de 30 anos.5. A controvérsia nos autos cinge-se ao fato da produção do recorrente ser alta. Conforme audiência de instrução ejulgamento, o autor em sua última safra de café, auferiu aproximadamente R$ 160.000,00 (cento e sessenta mil reais) porum ano de produção. Além disso, o próprio autor e suas testemunhas afirmaram que além da produção de café, o mesmoainda tem lucros com uma produção de maracujá e de eucalipto.6. Quanto à alegação de que essa renda é dividida por três famílias (o autor mais dois filhos), verifica-se que os filhos nãose encaixam no grupo familiar do recorrente, e as terras em que são feitas as plantações estão no nome do autor. Noentanto, deve-se ressaltar que, por mais que a renda fosse repartida com os filhos, o valor final seria de aproximadamenteR$ 53.000,00 (cinquenta e três mil reais) por ano. Desta forma, verifico que os valores obtidos com a safra qualificam oautor como um produtor rural, restando descaracterizada a agricultura de subsistência. Ademais, por mais que atualmente orecorrente divida com seus filhos o valor obtido com a produção, durante sua vida laboral auferia sozinho o rendimento coma propriedade.7. Os parcos recursos da Previdência, em se tratando de segurados especiais, são destinados aos indivíduos que, comauxílio da família, retiram da terra a subsistência, sendo incapazes de efetuar contribuições. Certamente este não é o casodo autor. Para fazer jus ao benefício previdenciário, o mesmo deveria ter contribuído para a Previdência Social.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário de assistênciajudiciária.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

76 - 0000977-61.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000977-2/01) AUGUSTINHO CASSIANO DA SILVA (ADVOGADO:Lauriane Real Cereza, Valber Cruz Cereza.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INCAPACIDADE TEMPORÁRIA –CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fls. 68/70, que julgou procedente oseu pedido de concessão do benefício de auxílio-doença e julgou improcedente o pedido de aposentadoria por invalidez.Alega o recorrente, em suas razões recursais, que se encontra incapacitado para o trabalho, por apresentar doença queconsidera incapacitante para o desempenho de sua atividade habitual. Aduz, ainda, que sua condição social e econômica,aliada com sua idade avançada, impossibilita uma possível reabilitação profissional. O INSS não apresentou contrarrazões.2. O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei n° 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for ocaso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15(quinze) dias consecutivos. A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei nº 8.213/91, será devida ao seguradoque, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica de fls. 43/44, que a parteautora (55 anos de idade) se encontra incapacitada total e temporariamente para o trabalho, qual seja, a de blaster. O peritoafirma que a doença (transtornos dos discos vertebrais e transtornos ansiosos) não incapacita o recorrente de formadefinitiva, indicando em seu parecer o benefício de auxílio-doença por um período de seis meses.4. Desta forma, ficou evidenciado que a parte apresenta limitações em sua capacidade laboral, sendo estas, de naturezatransitória, não preenchendo assim os pressupostos para a concessão da aposentadoria por invalidez. Quanto à novadoença (câncer de língua) suscitada no recurso interposto pelo recorrente, não há lide, sendo que nos autos da presenteação foram discutidas as moléstias de natureza óssea e psíquica de que sofre a parte autora.5. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.6. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

77 - 0000518-53.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000518-8/01) ELZIRA PIANA COSTA (ADVOGADO: GUSTAVO SABAINIDOS SANTOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOSSANTOS.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – PRAZO DECADENCIAL –ALEGAÇÃO DE OMISSÃO E CONTRADIÇÃO NA DECISÃO COLEGIADA – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO A SER SANADO –EMBARGOS CONHECIDOS E IMPROVIDOS.

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Trata-se de embargos de declaração, opostos pelo INSS, em face do acórdão de fls. 49/53, que deu provimento ao recursoinominado interposto por Elzira Piana Costa, condenando a ora embargante a revisar a RMI do benefício originário e,posteriormente, a RMI do benefício da autora (pensão por morte). Sustenta a autarquia previdenciária que a decisãocolegiada foi omissa e contraditória, violando o art. 5º, XXXVI da Constituição da República (a lei não prejudicará o direitoadquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada). Aduz que houve violação ao citado artigo pela aplicação incorreta dasolução de conflito de leis no tempo. Assim, requer que a omissão do julgado seja sanada, no que diz respeito à incidênciado art. 5º, XXXVI da CR/88.Os embargos de declaração têm como requisito de admissibilidade a indicação de algum dos vícios previstos no art. 535 doCPC, constantes do decisum embargado, não se prestando, portanto, a novo julgamento da matéria posta nos autos,tampouco ao mero prequestionamento de dispositivos constitucionais para a viabilização de eventual recurso extraordinário,porquanto, visam, unicamente, completar a decisão quando presente omissão de ponto fundamental, contradição entre afundamentação e a conclusão ou obscuridade nas razões desenvolvidas. Já nos termos do art. 48 da Lei nº 9.099/95, osembargos de declaração são cabíveis quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão oudúvida. In casu, pela leitura das argumentações do embargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão econtradição na decisão proferida por esta Turma.A Jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades de interposição dessa via recursal, assim jádecidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fins de prequestionamento, devem ser observados os limites traçadosno art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construção pretoriana integrativa, a hipótese de erromaterial). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira Turma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min.Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamente analisados na decisão colegiada. O fato de oacórdão guerreado não ter se manifestado expressamente sobre o artigo constitucional que a parte alega incidir à espécienão leva à conclusão de que tenha ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, desde que fundamente suficientemente suadecisão, não está obrigado a responder todas as alegações das partes, a ater-se aos fundamentos por elas apresentadosnem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao deslinde da causa nãooportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que esteja presente alguma das hipóteses do art. 535 do CPC.Embargos de declaração conhecidos e não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restandodemonstrada tão-somente a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E NEGAR-LHES PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

78 - 0006450-36.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.006450-5/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: OSIAS ALVES PENHA.) xFLAVIO TELES FILOGONIO (ADVOGADO: Leonardo Martins Gabrieli.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – RESPONSABILIDADE CIVIL – PROCURADOR FEDERAL – EXERCÍCIO DAADVOCACIA PRIVADA – ORIENTAÇÃO NORMATIVA Nº 27 DA AGU – POSSIBILIDADE DO EXERCÍCIO DAADVOCACIA EM CAUSA PRÓPRIA E PRO BONO – VEDAÇÃO DA ADVOCACIA CONTRA A UNIÃO E ENTIDADE A ELAVINCULADA – EMBARGOS CONHECIDOS E PARCIALMENTE PROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração, opostos por Flávio Teles Filogônio, em face do acórdão de fls. 202/205, que deuprovimento ao recurso inominado interposto pela União Federal, a fim de reformar a sentença prolatada pelo Juízo a quo,julgando improcedentes os pedidos autorais. Sustenta o embargante que ocorreu omissão quanto à supervenienteOrientação Normativa nº 27 da AGU, de 14/11/2009. Alega, ainda, que houve omissão quanto à inconstitucionalidade do art.28, I da Lei Complementar nº 73/93 e aos princípios da razoabilidade, proporcionalidade e legalidade. Requer, assim, quesejam dados efeitos infringentes aos presentes embargos, para que se admita a advocacia em causa própria, conforme acitada Orientação Normativa, além de prequestionar os pontos omissos alegados.Os embargos de declaração têm como requisito de admissibilidade a indicação de algum dos vícios previstos no art. 535 doCPC, constantes do decisum embargado, não se prestando, portanto, a novo julgamento da matéria posta nos autos,tampouco ao mero prequestionamento de dispositivos constitucionais para a viabilização de eventual recurso extraordinário,porquanto, visam, unicamente, completar a decisão quando presente omissão de ponto fundamental, contradição entre afundamentação e a conclusão ou obscuridade nas razões desenvolvidas. Já nos termos do art. 48 da Lei nº 9.099/95, osembargos de declaração são cabíveis quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão oudúvida. In casu, pela leitura das argumentações do embargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão nadecisão proferida por esta Turma.Sustenta o embargante que a Orientação Normativa nº 27, da Advocacia-Geral da União, superveniente ao ajuizamento dapresente ação, admite que os procuradores federais exerçam a advocacia em causa própria, motivo pelo qual ocorreriainjustiça tal vedação. Com razão o embargante no que tange a tal propósito. A referida Orientação assim dispõe:

É vedado aos membros da Advocacia-Geral da União e de seus órgãos vinculados o exercício da advocacia privada efigurar como sócio em sociedade de advogados, mesmo durante o período de gozo de licença para tratar de interesses

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particulares, ou de licença incentivada sem remuneração, ou durante afastamento para o exercício de mandato eletivo,salvo o exercício da advocacia em causa própria e a advocacia pro bono.Porém, deve ser ressaltado que a Orientação Normativa nº 27 encontra-se suspensa, temporariamente, desde 19/04/2010,no que tange à vedação aos membros da Advocacia-Geral da União e de seu órgão vinculado para o exercício daadvocacia privada, durante período de gozo de licença ou afastamento, conforme despacho do Advogado-Geral da União,nos autos do processo nº 00400.023223/2009-89, apresentado, através de Requerimento Administrativo, pelo Sindicato dosProcuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz). No texto integral do despacho de suspensão, o Advogado-Geral da Uniãoevidencia a divergência de entendimentos no tocante ao mérito da matéria, porém ressalta o inegável mérito de aOrientação autorizar o exercício, pelos integrantes da Advocacia-Geral da União, da advocacia em causa própria e dedisciplinar a advocacia pro bono, esta última particularmente regulamentada pela Portaria AGU nº 758, de 09 de junho de2009.Ressalte-se, ainda, a proibição do exercício da advocacia contra a União e contra entidade a ela vinculada, matériadisciplinada na Lei nº 8.906/94, em seu art, 30, I, que estabelece o impedimento dos servidores da Administração direta,indireta e fundacional de exercer a advocacia contra a Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada aentidade empregadora.A alegação de omissão no que diz respeito ao art. 28, I da Lei Complementar nº 73/93 e aos princípios da razoabilidade,proporcionalidade e legalidade não merece prosperar. O julgador, desde que fundamente suficientemente sua decisão, nãoestá obrigado a responder todas as alegações das partes, a ater-se aos fundamentos por elas apresentados nem a rebaterum a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao deslinde da causa não oportuniza aoposição de embargos de declaração, sem que presente alguma das hipóteses do art. 535 do CPC.Na verdade, os embargos de declaração não se prestam a materializar nítido questionário dirigido ao julgador, pois oprocesso, enquanto instrumento de distribuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos entre oslitigantes e as magistraturas.Embargos conhecidos e parcialmente providos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E DAR-LHES PARCIALPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

79 - 0000275-12.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000275-8/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANDREA M. SANTOSSANTANA.) x PEDRO HENRIQUE CALMON FOLETTO, representado por ANDRÉIA BARCELOS CALMON FOLETTO(ADVOGADO: NAYARA SOARES GUERRA.).E M E N T A

CONSTITUCIONAL – DIREITO À SAÚDE – CONCESSÃO DE MEDICAMENTO – LEGITIMIDADE PASSIVA DOS TRÊSENTES DA FEDERAÇÃO – RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA ESTABELECIDA NA CRFB/88 E PELA LEI 8.080/90 –OBRIGAÇÃO CUMPRIDA – EXECUÇÃO ESGOTADA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela União Federal (fls.102/118), em face da sentença de fls. 96/101, quejulgou parcialmente procedente o pedido de fornecimento do alimento/medicamento descrito na prescrição médica de fl. 16.A União Federal alega que a demanda deve ser extinta sem resolução do mérito, em razão da falta de interessesuperveniente de agir da parte autora. Além disso, afirma que é parte ilegítima para figurar no pólo passivo da demanda,visto que na qualidade de gestora federal do SUS, compete-lhe apenas o dever de repasse de recursos financeiros, o quejá vem cumprindo, cabendo aos Municípios e, supletivamente aos Estados, a aquisição e entrega de medicamentos. Nahipótese de não serem acolhidas as preliminares, requer a reforma da sentença para que seja julgada improcedente apresente demanda.2. O autor sofre de alergia à proteína, constipação intestinal, refluxo e intolerância a lactose, sendo necessário para a suasobrevivência o uso do alimento/medicamento PREGOMIN. Em razão do valor exorbitante da lata do referido alimento, amãe do autor solicitou à Farmácia Cidadã, vinculada à Secretaria de Saúde do Estado do Espírito Santo, o fornecimento doalimento/medicamento, entretanto não obteve resposta.3. Em seguida, ingressou em juízo pleiteando a disponibilização do medicamento excepcional. Como havia urgência nofornecimento, foi deferido, na presente ação, o pedido de antecipação dos efeitos da tutela, condenando solidariamente oMunicípio de Vila Velha, o Estado do Espírito Santo e a União Federal a fornecer ao autor o alimento/medicamento descritopela prescrição médica (fl. 16). Em fase decisória, o juiz a quo confirmou a antecipação dos efeitos da tutela e julgouparcialmente procedente o pedido autoral para conceder o PREGOMIN ou outro similar que atenda sua função, nas doses equantidades necessárias prescritas por profissional médico.4. Inicialmente, merece ser rejeitada a preliminar de ilegitimidade passiva. Apesar de o assunto ainda gerar controvérsia,entendo pela legitimidade da União Federal para figurar no pólo passivo das ações de fornecimento de medicamento e detratamento médico pelo SUS, pelas razões a seguir expostas.5. O posicionamento pacífico do Supremo Tribunal Federal sobre o tema é no sentido de ser legítima a União Federal pararesponder pelo fornecimento de medicamento e tratamento médico pelo SUS. Nesse sentido, citamos as decisõesproferidas nos AI 418.320, rel. Ministro Carlos Velloso; RE 259.415, rel. Ministro Sepúlveda Pertence; RE 198.263, rel.Ministro Sydney Sanches; RE 242.859, rel. Ministro Ilmar Galvão e RE 271.286-AgR, rel. Ministro Celso Melo.

PACIENTE COM HIV/AIDS - PESSOA DESTITUÍDA DE RECURSOS FINANCEIROS - DIREITO À VIDA E À SAÚDE -FORNECIMENTO GRATUITO DE MEDICAMENTOS - DEVER CONSTITUCIONAL DO PODER PÚBLICO (CF, ARTS. 5º,

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CAPUT, E 196) - PRECEDENTES (STF) - RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. O DIREITO À SAÚDE REPRESENTACONSEQÜÊNCIA CONSTITUCIONAL INDISSOCIÁVEL DO DIREITO À VIDA. - O direito público subjetivo à saúderepresenta prerrogativa jurídica indisponível assegurada à generalidade das pessoas pela própria Constituição da República(art. 196). Traduz bem jurídico constitucionalmente tutelado, por cuja integridade deve velar, de maneira responsável, oPoder Público, a quem incumbe formular - e implementar - políticas sociais e econômicas idôneas que visem a garantir, aoscidadãos, inclusive àqueles portadores do vírus HIV, o acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica emédico-hospitalar. - O direito à saúde - além de qualificar-se como direito fundamental que assiste a todas as pessoas -representa conseqüência constitucional indissociável do direito à vida. O Poder Público, qualquer que seja a esferainstitucional de sua atuação no plano da organização federativa brasileira, não pode mostrar-se indiferente ao problema dasaúde da população, sob pena de incidir, ainda que por censurável omissão, em grave comportamento inconstitucional. AINTERPRETAÇÃO DA NORMA PROGRAMÁTICA NÃO PODE TRANSFORMÁ- LA EM PROMESSA CONSTITUCIONALINCONSEQÜENTE. - O caráter programático da regra inscrita no art. 196 da Carta Política - que tem por destinatáriostodos os entes políticos que compõem, no plano institucional, a organização federativa do Estado brasileiro - não podeconverter-se em promessa constitucional inconseqüente, sob pena de o Poder Público, fraudando justas expectativas neledepositadas pela coletividade, substituir, de maneira ilegítima, o cumprimento de seu impostergável dever, por um gestoirresponsável de infidelidade governamental ao que determina a própria Lei Fundamental do Estado. DISTRIBUIÇÃOGRATUITA DE MEDICAMENTOS A PESSOAS CARENTES. - O reconhecimento judicial da validade jurídica de programasde distribuição gratuita de medicamentos a pessoas carentes, inclusive àquelas portadoras do vírus HIV/AIDS, dáefetividade a preceitos fundamentais da Constituição da República (arts. 5º, caput, e 196) e representa, na concreção doseu alcance, um gesto reverente e solidário de apreço à vida e à saúde das pessoas, especialmente daquelas que nadatêm e nada possuem, a não ser a consciência de sua própria humanidade e de sua essencial dignidade. Precedentes doSTF. (RE 271286 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 12/09/2000, DJ 24-11-2000PP-00101 EMENT VOL-02013-07 PP-01409)

6. O STJ, da mesma forma que o STF, também tem posicionamento quanto à legitimidade da União enquanto integrante doSUS. Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL. FORNECIMENTO DE MEDICAÇÃO NECESSÁRIA AO TRATAMENTO DE ENFERMO.LEGITIMIDADE. UNIÃO. ACÓRDÃO FULCRADO UNICAMENTE EM ALICERCE CONSTITUCIONAL. RECURSOESPECIAL. VIA IMPRÓPRIA À REFORMA DO DECIDIDO. QUESTÃO MERITÓRIA. IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃODIANTE DA INADMISSIBILIDADE DO APELO RARO. I - Negou-se seguimento ao recurso especial visto que o fundamentoadotado pelo acórdão recorrido para entender pela legitimidade da recorrente era eminentemente constitucional, pelo quepossível vislumbrar-se a impropriedade da via eleita para a reforma de tal parcela do julgado. Além disso, ressaltou-se que,mesmo que superado aquele óbice, o entendimento deste Superior Tribunal de Justiça estaria conforme com o adotadopela Corte a quo no sentido da legitimidade da União para a lide, porquanto o Sistema Único de Saúde é integrado,solidariamente, pelos Entes Federativos. (...) (AgRg no REsp 1065672/SC, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRATURMA, julgado em 23/09/2008, DJe 06/10/2008)

ADMINISTRATIVO. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS). FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS. RESPONSABILIDADESOLIDÁRIA DOS ENTES FEDERATIVOS. RECURSO QUE NÃO LOGRA INFIRMAR OS FUNDAMENTOS DA DECISÃOAGRAVADA. 1. Sendo o Sistema Único de Saúde (SUS) composto pela União, Estados-Membros, Distrito Federal eMunicípios, impõe-se o reconhecimento da responsabilidade solidária dos aludidos entes federativos, de modo quequalquer um deles tem legitimidade para figurar no pólo passivo das demandas que objetivam assegurar o acesso àmedicação para pessoas desprovidas de recursos financeiros. 2. Mantém-se na íntegra a decisão agravada quando nãoinfirmados seus fundamentos. 3. Agravo regimental improvido. (AgRg no Ag 886.974/SC, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DENORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/09/2007, DJ 29/10/2007 p. 208)

7. Conclui-se, então, que é legítima a União para ocupar o pólo passivo das ações em que se pleiteia a concessão demedicamentos e tratamento de saúde, tendo em vista que a Constituição Federal é expressa ao determinar que a Saúde édever do Estado, não excluindo dessa responsabilidade qualquer de seus entes, razão pela qual cabe também à Uniãoresponder por tal tarefa.8. A Carta Política consagra o direito à saúde e o consequente inequívoco dever do Estado em garanti-la (art. 196, CRFB).Continua asseverando que as ações e serviços públicos de saúde constituem um sistema único, que tem como diretriz oatendimento integral (art. 196, CRFB).9. Nesse diapasão, entendo como solidária a responsabilidade dos entes políticos das três esferas da Federação. Eventualdivisão de atribuições com relação às ações a serem desencadeadas pelos entes federativos é imprescindível na lógica deorganização dos serviços e na racionalidade na execução. Mas a apuração da responsabilidade pelo fornecimento e pelofinanciamento dos medicamentos deve ser apurada caso a caso.10. Para operacionalizar e tornar eficiente a execução do SUS, o Ministério da Saúde elaborou o Plano de Gestão do SUSe o Pacto pela Saúde (Portaria nº 399/2006/MS). É óbvio que há dificuldades na implementação das políticas e naefetividade das mesmas, mas uma coisa é certa: se do sistema de saúde não participam União, Estados e Municípios, nãoseria único.11. Estabelecer metas nacionais, estaduais, regionais e municipais denota claramente que o planejamento, a coordenaçãoe a fiscalização das ações pelo Ministério da Saúde é essencial, até como garantidor da execução por parte de Estados eMunicípios, pelo que não vejo como, de plano, afastar a legitimidade da União nas ações judiciais, ainda que,posteriormente, em face da descentralização na execução, não lhe caiba sujeição ao comando da decisão judicial.12. O art. 196 da Constituição Federal garantiu a todos os cidadãos o direito à saúde, impondo a todos os entes federativoso dever de preservá-la mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros

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agravos e visem, ainda, ao acesso universal e igualitário de todos às ações e serviços adequados à promoção, proteção erecuperação da saúde.13. Por sua vez, a Lei nº 8.080/90 que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, aorganização e o funcionamento dos serviços correspondentes, determina que o Estado deve garantir a saúde a todos pormeio do Sistema Único de Saúde (SUS) que possui, dentre suas diversas atribuições, a competência de formular política demedicamentos, a fim de proporcionar tal assistência de forma integral e adequada. Merece ainda ser destacado o princípioda integralidade, previsto no artigo 7º, II, da Lei nº 8.080/90, que estabelece que a assistência à saúde deve serproporcionada por um conjunto articulado e contínuo de ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos,exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade.14. Assim, é dever constitucional do Estado, em todas as suas instâncias (municipal, estadual e federal), proporcionaratendimento adequado em termos de saúde a todos os cidadãos, especialmente àqueles sem condições financeiras decustear o tratamento de suas enfermidades. O art. 2º da Lei nº 8.080/90, assenta que: "A saúde é um direito fundamentaldo ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício".15. Da mesma forma, inexiste violação do princípio da legalidade esculpido no art. 37 da CR/88, uma vez que a própriacarta constitucional em seu art. 196 acolhe a pretensão autoral. Por seu turno, em casos como o dos presentes autos, emque a efetivação da tutela concedida está relacionada à preservação da saúde do indivíduo, a ponderação das normasconstitucionais deve privilegiar a proteção do bem maior que é a vida.16. Entre as normas básicas do SUS encontram-se a Lei 8.142/90, que dispõe sobre as transferências intergovernamentaisde recursos financeiros na área da saúde e o Pacto pela Saúde de 2006 – Consolidação do SUS e suas diretrizesoperacionais. O Pacto da Saúde prevê que os medicamentos de alto custo são de responsabilidade do Estado, sendo que oMinistério da Saúde repassa valores financeiros mensalmente aos estados. Já a responsabilidade do município restringe-seao atendimento básico.17. Cabe destacar que a sentença determinou o cumprimento, por parte da recorrida, de todas as formalidades legais paraa manutenção de seu cadastro e a continuidade do recebimento do medicamento/alimento. Entretanto, como verificado àsfls. 123/124, a mesma deixou de comparecer à Farmácia Cidadã, desde janeiro de 2010, para retirar omedicamento/alimento, bem como não justificou a ausência. A parte autora, devidamente intimada para se manifestar nosautos, em sede de contrarrazões, deixou transcorrer o prazo in albis. Com o advento de tal fato, não há mais obrigação aser cumprida.18. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida, com a ressalva de que o cumprimento da obrigação principal estáesgotado.19. Custas ex lege. Condenação da recorrente vencida ao pagamento de honorários advocatícios, que ora arbitro em R$500,00 (quinhentos reais).

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

80 - 0000679-63.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000679-0/01) ALINE MOREIRA PINHEIRO (ADVOGADO: ACLIMARNASCIMENTO TIMBOÍBA.) x CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI, FREDERICOLYRA CHAGAS.).EMENTA

RESPONSABILIDADE CIVIL – INSCRIÇÃO NO CADASTRO DE INADIMPLENTES – COMPROVAÇÃO DE DANOSMORAIS – NECESSIDADE – DANO NÃO COMPROVADO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto por Aline Moreira Pinheiro, em face da sentença de fls. 50/53, que julgouimprocedente o pedido de condenação da Caixa Econômica Federal ao pagamento de indenização por danos morais,referente à inclusão do nome da autora no cadastro de inadimplentes. Aduz a recorrente, em suas razões recursais, que ofato de constar indevidamente seu nome no rol público dos devedores é fato suficiente para caracterizar o dano moralsofrido. Pugna, por tais razões, pela reforma da sentença.2. O contrato indicado como objeto da inscrição indevida trata-se de contrato firmado através do Programa deFinanciamento Estudantil – FIES. Assim, a relação estabelecida entre a requerente e a CEF não é uma relação deconsumo, pois se dá sob condições privilegiadas com vistas a atender programa governamental.3. O instituto da responsabilidade civil está previsto no artigo 927 do Código Civil de 2002, o qual possui a seguinte redação:“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”. Por sua vez, o artigo 186 domesmo diploma normativo dispõe como ato ilícito a ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, que violardireito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral.4. A CEF inscreveu o nome da autora no cadastro de inadimplentes, em decorrência de atraso no pagamento da parcelareferente ao mês de agosto (10/08/2009). Verifica-se que tal parcela foi quitada em 04/09/2009 (fl. 12) e a inclusão de seunome ocorreu em 12/09/2009 (fl. 46), sendo retirado em 12/10/2009 (fl. 46).5. Não houve, neste caso, a comprovação do dano moral possivelmente sofrido pela recorrente e, em que peseentendimento jurisprudencial majoritário em sentido contrário, a simples inscrição indevida no cadastro de inadimplentesnão gera, automaticamente, o direito à reparação por danos morais. É preciso que a pessoa cadastrada indevidamentetenha sido impedida de praticar algum ato em concreto, decorrente da negativação ou, que ela tenha passado por algumasituação vexatória, tudo devidamente comprovado por provas documentais ou testemunhais. (Precedente: Processo nº

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0003761-82.2007.4.02.5050/01 - julgado em 27/09/2011).6. Além disso, é preciso analisar o fato de que a recorrente atrasou o pagamento das prestações por diversas vezes e,assim, supõe-se que ela deveria estar ciente sobre uma possível negativação de seu nome junto aos cadastros deinadimplentes, circunstância que contribui para minimizar os efeitos de um suposto abalo moral.7. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.9. Custas ex lege. Defiro os benefícios da assistência judiciária gratuita. Sem condenação em honorários advocatícios.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

81 - 0002053-57.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.002053-2/01) ROSA DE LIMA FASSARELLA E OUTROS (ADVOGADO:DEIJAYME TEIXEIRA VIANA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DA PENHABARBOSA BRITO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – AUSÊNCIA DA QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL NA DATA DOÓBITO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pelas autoras ROSA DE LIMA FASSARELLA, LETICIA FASSARELLA DARE ELILIANE FASSARELLA DARE, em face da sentença de fls. 114/116, que julgou improcedente o pedido de concessão dobenefício de pensão por morte, ante a ausência da qualidade de segurado do de cujus. Alegam as recorrentes, em suasrazões recursais, que o falecido sempre laborou como trabalhador rural em pequena propriedade, se enquadrando,portanto, como segurado especial. O INSS apresentou contrarrazões pugnando pela manutenção da sentença.2. O benefício da pensão por morte independe de carência, sendo suficiente a comprovação da qualidade de segurado dode cujus no momento anterior ao óbito, bem como a dependência, que no caso dos autos é incontroversa, por se tratar deesposa e filhas.3. A Lei nº 8.213/91 garante a qualidade de segurado especial aos pequenos produtores rurais, quais sejam, aqueles quetrabalham para a própria subsistência, devendo comprovar o efetivo exercício de atividade rural.4. As provas carreadas aos autos pelas autoras são: Certidão de Casamento datada de 11/01/1991, que certifica ocasamento ocorrido em 27/12/1990 (fl. 44); Escritura Pública de divisão amigável do imóvel rural (5,3 ha), datada de10/06/1992, que consta a primeira autora como proprietária da totalidade do imóvel (fls. 50/52); recolhimento decontribuição sindical de 2002/2004 (fls. 19/20); fichas de matrícula das filhas do ano de 2004, constando a profissão delavrador dos pais (fls. 17/18); CCIR de 1998/1999 (fl. 16) e de 2003 (fl. 15); e talões de notas fiscais de produtor rural, emnome da recorrente (volume I e volume II).5. Observando-se as provas materiais e as colhidas em audiência, nota-se que o falecido trabalhava tanto como rural,quanto como motorista. Em análise às notas fiscais de produtor, que se encontram em volumes apartados, percebe-se quea renda obtida através da venda dos produtos agrícolas era consideravelmente alta. Por exemplo, entre os dias 01/10/2003a 14/10/2003 (notas fiscais de nº 0032 a 0050 – Volume I), o valor bruto de comercialização foi de R$ 23.493,00 (vinte e trêsmil e quatrocentos e noventa e três reais), o que denota que a família não cultivava agricultura de subsistência.6. Ademais, as testemunhas confirmaram que o de cujus era proprietário de um caminhão. Afirmaram que, além de seuspróprios produtos agrícolas, ele também fazia fretes para outros produtores rurais, a fim de “fechar” o caminhão,transportando as mercadorias para a Ceasa do Rio de Janeiro.7. Assim, verifica-se que o de cujus deveria ter contribuído para a Previdência Social, não podendo ser consideradosegurado especial, pois não tinha na agricultura, em regime familiar, sua única fonte de renda.8. Diante do exposto, resta afastada a qualidade de segurado especial do de cujus e, portanto, não fazem jus as recorrentesao benefício da pensão por morte, ante a ausência de recolhimento de contribuições previdenciárias.9. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.10. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que as recorrentes são beneficiárias daassistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

82 - 0013569-64.2007.4.02.5001/01 (2007.50.01.013569-0/01) PATRÍCIA NICOLI DIAS x FABRÍZIA NICOLI DIAS xFABIANA NICOLI DIAS x FERNANDO LUIZ NICOLI DIAS (ADVOGADO: MANOELA MELLO SARCINELLI.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE – PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO DO DECUJUS – ARTS. 15 E 102 DA LEI N° 8.213/91 - IMPOSSI BILIDADE DE CONCESSÃO DO BENEFÍCIO PLEITEADO –SENTENÇA INTEGRALMENTE CONFIRMADA – RECURSO IMPROVIDO.

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1. Trata-se de recurso inominado, interposto por Patrícia Nicoli Dias e seus filhos, Fabrizia Nicoli Dias, Fabiana Nicoli Dias eFernando Luiz Nicoli Dias, em face da sentença de fls. 157/158, que julgou improcedente o pedido de concessão dobenefício de pensão por morte do instituidor Fabrizio Azevedo Dias. Alegam os recorrentes, em suas razões recursais, quehá de ser reconhecido o direito à pensão por morte, visto que o de cujus contribuiu por mais de 17 (dezessete) anos para oRGPS e cumpriu a carência para obter aposentadoria por idade, sendo que o requisito idade só não foi cumprido pelo fatode ter falecido com apenas 40 anos de idade. Por tal motivo, requer a reforma da sentença.

2. O benefício de pensão por morte é devido ao conjunto de dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, nostermos do artigo 74 da Lei nº 8.312/91. Com efeito, a sua concessão não exige o recolhimento de número mínimo decontribuições (carência), conforme preceitua o art. 26, I, da Lei nº 8.213/91. Basta que o instituidor da pensão esteja filiado àPrevidência Social (qualidade de segurado) na data do óbito. Ressalta-se que a carência e qualidade de segurado sãoinstitutos distintos e independentes. O fato de a carência não ser necessária, não impede que se exija a qualidade desegurado como requisito para a pensão por morte.

3. O artigo 15 da Lei nº 8.213/91, que define o “período de graça”, estabelece que: “mantém a qualidade de segurado,independentemente de contribuições: II – até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que exerceratividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração”. Da leitura dodispositivo, infere-se que a qualidade de segurado é mantida com o recolhimento das contribuições, concedendo a leiperíodo de graça de 12 (doze) meses após a cessação do recolhimento. In casu, a última contribuição do de cujus se deuem 04/2002 (fl. 150), e o óbito ocorreu em 17/09/2007 (fl. 40), restando evidente que houve a perda da qualidade desegurado.

4. A autora alega que o de cujus contribuiu por mais de dezessete anos para o RGPS, fazendo jus ao benefício deaposentadoria por idade, e só não completou o requisito idade porque veio a óbito aos quarenta anos. Porém, o de cujuspossuía, apenas, uma expectativa de direito em relação à aposentadoria por idade, pelo fato de ter completado a carêncianecessária. Não se pode transferir essa “expectativa de direito” para a obtenção da pensão por morte, como deseja arecorrente. Para a obtenção da pensão por morte, não há necessidade de cumprir carência, basta que o de cujus sejasegurado, fato que não ficou comprovado nos autos. Ou seja, os requisitos para um e outro benefícios são diversos.

5. Assim, neste caso aplica-se a regra do art. 102 da Lei n° 8.213/91, o qual dispõe, in verbis: “A pe rda da qualidade desegurado importa em caducidade dos direitos inerentes a essa qualidade”, não sendo devido, portanto, o benefíciopleiteado.

6. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

7. Custas ex lege. Sem condenação da parte recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, eis que é beneficiária daassistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

83 - 0008836-10.2004.4.02.5050/01 (2004.50.50.008836-7/01) FUNDAÇÃO VALE DO RIO DOCE DE SEGURIDADESOCIAL - VALIA (ADVOGADO: SANDOVAL ZIGONI JUNIOR, UDNO ZANDONADE, LUCAS ZIGONI CAMPOS,GUSTAVO VARELLA CABRAL, Silvia Gomes de Moraes.) x RENATO SYLVAN BRASILEIRO DA SILVA (ADVOGADO:WAGNER LUIZ MACHADO SOARES, PAULO ROBERTO DA COSTA MATTOS.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE OBSCURIDADE EDIFICULDADES NA LIQUIDAÇÃO DO JULGADO – INDIVIDUALIZAÇÃO DAS CONDENAÇÕES DO INSS E DA VALIA –CONDENAÇÃO NÃO-SOLIDÁRIA – EMBARGOS CONHECIDOS E PROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração, opostos pela segunda vez pela FUNDAÇÃO VALE DO RIO DOCE DESEGURIDADE SOCIAL – VALIA, em face do acórdão de fls. 494/495, que negou provimento aos primeiros embargosopostos, reconhecendo que não houve omissão ou contradição no acórdão embargado, proferido em sede de recursoinominado. Sustenta a embargante, em seus novos declaratórios, que a individualização das obrigações ainda não seencontram com a clareza necessária para que, quando da execução do julgado, as partes possam cumpri-las sem anecessidade de novos questionamentos. Afirma que o julgado encontrará dificuldades de ser liquidado, haja vista aexistência de supervenientes e distintas obrigações a cada oportunidade que houve prestação jurisdicional.

2. Os embargos de declaração têm como requisito de admissibilidade a indicação de algum dos vícios previstos no art. 535do CPC, constantes do decisum embargado, não se prestando, portanto, a novo julgamento da matéria posta nos autos,tampouco ao mero prequestionamento de dispositivos constitucionais para a viabilização de eventual recurso extraordinário,porquanto, visam, unicamente, completar a decisão quando presente omissão de ponto fundamental, contradição entre afundamentação e a conclusão ou obscuridade nas razões desenvolvidas. Já nos termos do art. 48 da Lei nº 9.099/95, os

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embargos de declaração são cabíveis quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão oudúvida.

3. A sentença de fls. 400/407 foi confirmada pelo acórdão de fls. 484/485. Posteriormente, a VALIA opôs embargos dedeclaração, aos quais foi negado provimento. Assim, não há que se falar em “supervenientes e distintas obrigações a cadaoportunidade que houve prestação jurisdicional”,visto que a sentença foi confirmada pelo Colegiado e será o título executivojudicial que será executado.

4. A execução deverá ser feita da seguinte forma: o INSS deverá restabelecer o valor inicial do benefício do autor, utilizandoo tempo de serviço considerado na concessão administrativa. Já a VALIA deverá readequar o valor da suplementaçãopaga, após julho de 2004, visto que afirmou em sua peça recursal que prorrogou o pagamento do benefício nos moldesanteriores à revisão até a folha de junho/2004, compensando-se os valores já pagos a idêntico título.

5. A sentença deve ser parcialmente reformada apenas para readequar o dispositivo e individualizar as condenações deforma que a execução da sentença possa ocorrer de forma mais célere. O dispositivo passa a ter o seguinte teor:

“Pelo exposto, julgo extinto o processo sem julgamento de mérito com fundamento no art. 267, VI (ilegitimidade passiva ‘adcausam’) em relação à Cia Vale do Rio Doce. Julgo procedente o pedido em face do INSS, para anular o procedimentoadministrativo que determinou a revisão da RMI do autor (em razão da alteração do tempo de contribuição), procedida peloINSS sem a observância do devido processo legal, mantendo, por isso mesmo, o tempo de contribuição e o coeficiente decálculo estabelecidos quando da concessão do benefício. Condeno a VALIA a restabelecer o valor da suplementação paganos moldes anteriores à revisão, a partir do mês de julho de 2004. Condeno o INSS e a VALIA, em razão disso, a pagaremao autor as parcelas que foram indevidamente descontadas da sua renda mensal, pelos referidos réus, respectivamente,acrescidas de correção monetária até a data do efetivo pagamento e juros de mora de 1% ao mês, a partir da citação. Acondenação ao pagamento das parcelas vencidas não se dará de forma solidária, ou seja, o INSS arcará com o valor quedeixou de repassar ao autor, no período controverso, e a VALIA será responsável pelas parcelas atrasadas no que tange àsuplementação.”

6. Embargos conhecidos e providos. Sentença parcialmente reformada.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E DAR-LHES PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

84 - 0005985-56.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005985-3/01) JONAS TEIXEIRA LIMA (ADVOGADO: JOANA D'ARCBASTOS LEITE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).E M E N T A

ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – LOAS – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE –LAUDO MÉDICO PERICIAL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fl. 90, que julgou improcedente opedido de condenação do INSS à concessão do benefício de prestação continuada. Aduz o recorrente (45 anos de idade),em suas razões recursais, que é portador do vírus HIV e que o tratamento da doença provoca uma série de efeitoscolaterais, como tonturas, ânsia de vômitos, fraqueza e dores de cabeça. Alega, ainda, que apresenta incapacidade social,em virtude da discriminação que sofre por ser portador do HIV. Com isso, requer a reforma da sentença. O INSSapresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.

2. Nos termos do art. 20 da Lei nº 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada égarantido no valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprove não possuirmeios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. Para efeitos de aplicação do dispositivo,considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho e, da mesmaforma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso, a família cuja renda mensal percapita seja inferior a ¼ do salário mínimo.

3. Na visita domiciliar (fls. 47/52), o recorrente declarou que sua renda familiar é incerta, sendo de aproximadamente R$200,00 (duzentos reais) por mês, que provém apenas do trabalho que o seu filho, de 18 anos de idade, desempenha comofeirante. Relatou que há quatro anos não realiza atividades laborativas, devido ao frágil estado de saúde. Afirmou, ainda,que não consegue colocação no mercado de trabalho, por ser discriminado pelo fato de ser portador de HIV. Ademais, sóconsegue trabalho que demanda muito esforço físico, o que não é mais capaz de fazer, visto que possui problemasortopédicos.

4. O Ministério Público Federal manifestou-se sobre o caso (fls. 85/86) opinando pelo indeferimento do pedido, visto que omédico perito (infectologista) atestou que a doença que acomete o recorrente está controlada e não gera incapacidade parao trabalho e para a vida independente. O médico ortopedista, que também avaliou o recorrente, afirmou que, do ponto devista ortopédico, não há incapacidade.

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5. A partir da análise dos autos, conclui-se que o recorrente não possui incapacidade para o trabalho. O autor alega quesofre discriminação para se inserir no mercado de trabalho e que a concessão do benefício de prestação continuadasupriria essa incapacidade social. Entendo que, se num primeiro momento, a concessão do benefício protege o autor contrao preconceito existente na sociedade, num segundo plano fomenta esse mesmo preconceito, na medida em quedesencoraja os portadores de HIV a se firmarem como cidadãos. Precedente: Processo nº 0002478-19.2010.4.02.5050/01,julgado em 11/10/2011, relator Juiz Federal Bruno Dutra.

6. Desta forma, não lhe é devido o benefício pleiteado, por não estarem preenchidos os requisitos necessários à suaconcessão.

7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, eis que o recorrente é beneficiário da assistência judiciáriagratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

85 - 0000175-63.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000175-0/01) MARIA ROSA DE LURDES PIMENTEL (ADVOGADO:ANDRE MIRANDA VICOSA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LUCIANA CAMPOSMALAFAIA COSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – RURAL – APOSENTADORIA POR IDADE – CONFIGURAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIAFAMILIAR – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma do voto e ementaconstantes dos autos, que passam a integrar o presente julgado.

86 - 0010205-34.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.010205-5/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARCUS VINÍCIUSCHAGAS SARAIVA.) x JOÃO TADEU SILVEIRA DE AZEVEDO (ADVOGADO: JOAO TADEU SILVEIRA DE AZEVEDO.).EMENTA

RESPONSABILIDADE CIVIL – COBRANÇA DO ITR – DECLARAÇÃO DE ÁREA MAIOR QUE A CORRESPONDENTE –NOTIFICAÇÃO DA FAZENDA PÚBLICA – NOME NÃO RETIRADO DO CADIN – DANO MORAL CONFIGURADO –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO - SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela União Federal, em face da sentença de fls. 136/139, que julgouprocedente os pedidos iniciais, determinando o cancelamento da cobrança da dívida em razão da prescrição, com aconsequente exclusão do nome do autor do Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal(CADIN) e condenando o réu ao pagamento de danos morais no valor de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais). Aduz aUnião, em suas razões recursais, que a culpa do evento danoso foi de total responsabilidade do recorrido. Requer, assim, areforma da sentença para julgar improcedente o pedido de condenação em danos morais. Subsidiariamente, requer aredução do valor da indenização. Não foram apresentadas contrarrazões.2. O instituto da responsabilidade civil está previsto no artigo 927 do Código Civil de 2002, o qual possui a seguinte redação:“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. Por sua vez, o artigo 186 domesmo diploma normativo dispõe como ato ilícito a ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, que violardireito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral.3. O autor é proprietário de um terreno rural de 13,1 hectares. No dia 29/04/1992, apresentou ao Banco do Brasil aDeclaração Anual de Informação do Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), conforme fl. 84. Ao preencher ovalor da área do imóvel, porém, o recorrido não observou o aviso constante na declaração de que deveria utilizar somenteuma casa decimal, declarando possuir uma área de 13,19 ha. A Receita Federal processou a declaração considerando adimensão do imóvel no valor de 131,9 ha, fato que aumentou o valor do imposto. Como o contribuinte recolheu valor inferiorao devido (considerando a área de 131,9 ha), seu nome foi inscrito junto ao CADIN.4. Não merece prosperar a afirmação da recorrente de que a culpa do evento danoso foi exclusiva do autor, porquanto,apesar do seu erro no preenchimento da DITR, o recorrido tentou resolver a situação junto à Receita Federal, sendo que,no ano de 1998, foi proferida decisão administrativa cancelando os débitos referentes ao período em que ocorreu o erro (fls.15/17). Mesmo assim, no ano de 2003, o nome do autor ainda constava no CADIN (fl. 28), extrapolando um prazo razoávelpara exclusão da restrição. O único documento, constante nos autos, informando a inexistência de débitos em seu nome éum Memorando (PSFN nº 97 de 19/03/2008), atestando que, na data de 07/03/2008, não havia mais registros no CADIN (fl.130).

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5. Houve culpa do recorrido na declaração do ITR, porém, após a notificação, a União deveria ter procedido a exclusão deseu nome do CADIN, em tempo razoável, o que não fez.6. A inscrição do nome do autor junto ao CADIN impediu que o mesmo efetuasse empréstimo junto ao Banco do Brasil S.A.(fl. 29) e realizasse compra de móveis, a prazo, na loja Extra Móveis Ltda (fl. 34). Verifica-se, portanto, ocorrência deconduta ilícita da recorrente ao não excluir o nome do autor do CADIN.7. O valor do dano moral arbitrado na sentença (R$ 2.500,00 – dois mil e quinhentos reais) está em conformidade com apresente situação, pois levou em consideração a negligência concorrente do autor e do réu, tendo sido o valor arbitradodentro dos parâmetros do Enunciado nº 08 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro.8. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.9. Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, que ora fixo em 10 %sobre o valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

87 - 0001895-05.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001895-4/01) ER CONSULTORIA E TREINAMENTO LTDA (ADVOGADO:ANTONIO VALDEMIR PEREIRA COUTINHO.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DE BARROS.).E M E N T A

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. LEI N. 9.711/98. RETENÇÃO DE 11% SOBRE O VALOR DA FATURA OU DA NOTAFISCAL. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. LEGITIMIDADE ATIVA DA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO PARACOBRAR RESTITUIÇÃO DO VALOR RETIDO. AUSÊNCIA DE DIREITO À RESTITUIÇÃO.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça está pacificada no sentido de que a prestadora de serviço com cessão demão-de-obra tem legitimidade para cobrar restituição do valor da contribuição previdenciária retido sobre o valor bruto danota fiscal.

Ainda que a pessoa jurídica recorrente tenha prestado os serviços sem se valer de mão-de-obra de funcionários, o contratode prestação de serviços indica que ela era a responsável por receber a remuneração da empresa tomadora de serviços epor “providenciar a remuneração dos professores colaboradores”. Logo, a responsabilidade por arrecadar a contribuiçãoincidente sobre a remuneração dos professores, segurados contribuintes individuais, era da recorrente.

A recorrente alegou que os funcionários do CEFETES envolvidos na segunda etapa de treinamento eram remunerados peloFUNCEFETES, a quem cabia o recolhimento das contribuições previdenciárias. Não há, porém, nenhuma provadocumental dessa afirmação. Cabia à recorrente exibir o alegado instrumento de contrato avençado entre a CST e aFUNCEFETES, que supostamente daria suporte à sua alegação.

Legitimidade ativa reconhecida e recurso improvido no mérito.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo RECONHECER A LEGITIMIDADE ATIVA DO RECORRENTE E, NO MÉRITO, NEGAR PROVIMENTOAO RECURSO.

88 - 0001928-92.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001928-4/01) ER CONSULTORIA E TREINAMENTO LTDA (ADVOGADO:ANTONIO VALDEMIR PEREIRA COUTINHO.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DE BARROS.).E M E N T A

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. LEI N. 9.711/98. RETENÇÃO DE 11% SOBRE O VALOR DA FATURA OU DA NOTAFISCAL. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. LEGITIMIDADE ATIVA DA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO PARACOBRAR RESTITUIÇÃO DO VALOR RETIDO. AUSÊNCIA DE DIREITO À RESTITUIÇÃO.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça está pacificada no sentido de que a prestadora de serviço com cessão demão-de-obra tem legitimidade para cobrar restituição do valor da contribuição previdenciária retido sobre o valor bruto danota fiscal.

Ainda que a pessoa jurídica recorrente tenha prestado os serviços sem se valer de mão-de-obra de funcionários, o contratode prestação de serviços indica que ela era a responsável por receber a remuneração da empresa tomadora de serviços epor “providenciar a remuneração dos professores colaboradores”. Logo, a responsabilidade por arrecadar a contribuiçãoincidente sobre a remuneração dos professores, segurados contribuintes individuais, era da recorrente.

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A recorrente alegou que os funcionários do CEFETES envolvidos na segunda etapa de treinamento eram remunerados peloFUNCEFETES, a quem cabia o recolhimento das contribuições previdenciárias. Não há, porém, nenhuma provadocumental dessa afirmação. Cabia à recorrente exibir o alegado instrumento de contrato avençado entre a CST e aFUNCEFETES, que supostamente daria suporte à sua alegação.

Legitimidade ativa reconhecida e recurso improvido no mérito.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo RECONHECER A LEGITIMIDADE ATIVA DO RECORRENTE E, NO MÉRITO, NEGAR PROVIMENTOAO RECURSO.

89 - 0004091-45.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.004091-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.) x MARIA ANUNCIADA RODRIGUESDE PAULA.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0004091-45.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.004091-1/01)

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – PEDIDO REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA – REFORMA DOACÓRDÃO PELO RELATOR DA TURMA RECURSAL – MATÉRIA SUMULADA NA TURMA REGIONAL DEUNIFORMIZAÇÃO – APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS ATINENTES AOS JUIZADOS ESPECIAIS – AUSÊNCIA DEOBSCURIDADE – DECISÃO REFERENDADA – EMBARGOS CONHECIDOS E IMPROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração, opostos por MARIA ANUNCIADA RODRIGUES DE PAULA, em face da decisãomonocrática de fls. 78/81, que conheceu do Incidente de Uniformização interposto pelo INSS, reformando o acórdão de fls.42/43 e reconhecendo a decadência operada no direito de revisão da RMI do benefício previdenciário. Tal decisão foifundamentada na Súmula nº 08 da Turma Regional de Uniformização, que dispõe que, em 01/08/2007 operou-se adecadência das ações que visem a revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a28/06/1997, data da edição da MP nº 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei nº 8.213/91.

2. Os embargos de declaração têm como requisito de admissibilidade a indicação de algum dos vícios previstos no art. 535do CPC, constantes do decisum embargado, não se prestando, portanto, a novo julgamento da matéria posta nos autos,tampouco ao mero prequestionamento de dispositivos constitucionais para a viabilização de eventual recurso extraordinário,porquanto, visam, unicamente, completar a decisão quando presente omissão de ponto fundamental, contradição entre afundamentação e a conclusão ou obscuridade nas razões desenvolvidas. Já nos termos do art. 48 da Lei nº 9.099/95, osembargos de declaração são cabíveis quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão oudúvida. In casu, pela leitura das argumentações da embargante, verifica-se que esta aponta a existência de obscuridade nadecisão proferida por esta Turma.

3. Alega a embargante que, a fim de fundamentar a possibilidade de decidir monocraticamente sobre o Pedido Regional deUniformização, o Relator indicou o inciso IX, art. 5º da Resolução nº 10, de 06 de março de 2009, a qual dispõe acerca doRegimento Interno da Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados EspeciaisFederais da 2ª Região. Aduz que o dispositivo em questão está contido no Regimento Interno da Turma Regional deUniformização, sendo logo, dirigida ao relator de processos da Turma Regional e não ao relator da Turma Recursal deorigem. Sustenta que o relator não pode julgar o mérito do recurso, sob pena de usurpação de competência.Subsidiariamente, requer o referendo da Turma Recursal sobre a decisão monocrática de fls. 78/81.

4. Não assiste razão à embargante, tendo em vista que não há qualquer obscuridade na decisão de fls. 78/81. Obscuridadesignifica falta de clareza, confusão. Não vejo nenhum destes vícios na decisão impugnada. O que houve foi a aplicação dosprincípios que regem os Juizados Especiais, principalmente a celeridade e a informalidade. Encaminhar os autos para aTurma Regional de Uniformização conhecendo, desde já, a existência de súmula pacificando o entendimento, ocasionariaum congestionamento ainda maior de processos e estaria na contramão da efetividade.

5. A fim de elucidar qualquer dúvida a respeito do teor da decisão impugnada, transcrevo a seguir o seu teor, a fim de que oColegiado, reunido em sessão, possa referendá-la.

DECISÃO MONOCRÁTICA

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Trata-se de Pedido Regional de Uniformização de Jurisprudência interposto pelo INSS em face de acórdão proferido pelaTurma Recursal, que condenou o INSS a revisar a renda mensal inicial do benefício previdenciário da parte autora.

O Juízo a quo julgou procedente o pedido da parte autora, condenando o réu a revisar a renda mensal inicial do benefício,nos moldes da súmula nº 19 da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais, considerando para ocálculo da renda mensal inicial do benefício previdenciário, na atualização dos salários de contribuição anteriores a marçode 1994, a variação integral do IRSM de fevereiro de 1994, na ordem de 39,67%.

A autarquia previdenciária recorreu alegando a decadência do direito, visto que em 28/06/1997, com a edição da MP1.523-9, convertida na Lei 9.528/97, foi introduzido no direito brasileiro o instituto da decadência do direito potestativo àrevisão. Posteriormente, com a publicação da MP 1.663-15, de 20/11/1998, convertida na Lei 9.711/98, houve a redução doprazo decadencial para cinco anos. Por fim, com a edição da MP 138, de 19/11/2003, convertida na Lei 10.839/2004, oprazo decadencial de dez anos foi restabelecido, ficando o art. 103 da Lei 8.213/91 com a seguinte redação:

É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do atode concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, quandofor o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo.

Requereu o INSS a aplicação do Enunciado nº 63 das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, quereconheceu a decadência do direito potestativo à revisão dos benefícios a partir de 28/06/1997.

O acórdão negou provimento ao recurso, adotando o entendimento que não se aplicam tais normas aos benefíciosconcedidos anteriormente a 27/06/1997, já que deve ser aplicada a lei vigente na data da concessão do benefício. Casocontrário, estar-se-ia concedendo efeitos retroativos a MP 1.523-9 (publicada em 28/06/1997, convertida na Lei 9.528/1997),posteriormente modificada em 20/11/1998 e em 19/11/2003, em manifesta afronta ao disposto no art. 6º da Lei deIntrodução ao Código Civil.

Inconformado com a decisão proferida pela Turma Recursal, a autarquia previdenciária interpôs Pedido de Uniformizaçãode Jurisprudência, sustentando a ocorrência de decadência do direito, nos termos do art. 103 da Lei 8.213/91 e Enunciado63 das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, o qual reconhece a decadência em ações ajuizadas após01/08/2007 pleiteando a revisão de ato de concessão de benefício instituído antes de 28/06/1997.

A Presidente desta Turma Recursal decidiu pela remessa dos autos ao Relator, nos termos do inciso IX, art. 5º daResolução nº 10 de 06 de março de 2009, a qual dispõe acerca do Regimento Interno da Turma Regional de Uniformizaçãode Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais da Segunda Região.

“Art. 5º. Ao relator incumbe:(...)IX – proferir decisão monocrática, dando ou negando provimento, nos incidentes de uniformização que tratarem de matériajá sumulada pelo Supremo Tribunal Federal, pelo Superior Tribunal de Justiça, pela Turma Nacional de Uniformização deJurisprudência dos Juizados Especiais ou pela Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência da 2ª Região”.

Afirma que o presente incidente já foi objeto de análise pela Turma Regional de Uniformização, que sumulou a matéria nosseguintes termos:

SÚMULA Nº 8 – Em 01/08/2007 operou-se a decadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefícioprevidenciário instituído anteriormente a 28/06/1997, data de edição da MP nº 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 daLei nº 8.213/91. Precedente: processo nº 2008.50.50.000808-0.

É o relatório do necessário. Passo a decidir.

A tese segundo a qual os benefícios previdenciários concedidos antes da MP 1.523-9/97 poderiam ter a sua renda mensalinicial revisada a qualquer tempo, não se coaduna com o princípio da segurança jurídica, norteador de todo o ordenamentolegal, que aponta sempre no sentido de que as relações jurídicas, em determinado momento, sejam consolidadas pelodecurso do tempo, a fim de evitar que os litígios se eternizem.

O prazo decadencial para a revisão da RMI há de incidir mesmo para os benefícios previdenciários anteriores à edição daMP 1.523-9, de 27/06/1997, a partir de sua entrada em vigor, não havendo que se falar em suposto ato jurídico perfeito nosentido de que tais benefícios (anteriores a 27/06/1997) estariam imunes ao mencionado prazo decadencial.

O próprio Superior Tribunal de Justiça, em que pese possuir precedentes em sentido diverso, decidiu, quando daapreciação do Mandado de Segurança nº 9.157/CF (Corte Especial, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 07/11/2005, p. 71) queo prazo decadencial previsto na Lei 9.784/99, no caso dos atos administrativos anteriores a sua vigência, tem início a partirdo advento do aludido diploma, de acordo com a lógica interpretativa, haja vista que não seria possível retroagir a referidanorma para limitar a Administração em relação ao passado, entendimento que se afigura correto, devendo também seraplicado ao disposto no art. 103 da Lei 8.213/91, dada a inegável similitude entre as hipóteses em apreço.

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Se a Administração tem que se submeter ao prazo legal para anulação de seus próprios atos, mesmo em relação aos queforam praticados antes da Lei 9.784/99, nada justifica que os benefícios concedidos antes da alteração promovida pela MPnº 1.523/97 não se sujeitem ao estipulado no artigo 103 da Lei 8.213/91.

Nesse sentido, segue entendimento jurisprudencial:

APELAÇÃO CÍVEL. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DA RMI. ÍNDICES DA OTN/ORTN. DECADÊNCIA. DECRETAÇÃO DEOFÍCIO. REVISÃO DOS REAJUSTES. ÍNDICES LEGAIS. REAJUTES DOS ANOS DE 1997, 1999, 2000 E 2001. 1. Oprazo decadencial do direito ou ação do segurado em rever o ato de concessão de seu benefício - introduzido em nossalegislação pela MP 1523-9, de 27/06/97, convertida na Lei nº 9.528/97, que alterou art. 103, da Lei nº 8.213/91 - tem comotermo inicial, para os benefícios concedidos em data anterior a 27/06/1997, a data da vigência da referida MP. 2. Como oart. 103, da Lei nº 8.213/91, prevê que o prazo começa a contar, não da DIB, mas do primeiro dia do mês seguinte ao dorecebimento da primeira prestação, o prazo decadencial inicia-se em 01/08/97, vindo a decadência a se consumar em01/08/2007. 3. In casu, visto que a DIB da parte autora é anterior a 26/06/1997 e que a ação foi proposta após 01/08/07,impõe-se a decretação da decadência do direito a revisão da RMI. 4. A preservação do valor real do benefícioprevidenciário, consubstanciado no art. 201, § 2º, da CF/88, deve consistir na manutenção do poder aquisitivo da moeda,mas não está ligada, entretanto, de forma alguma, à equivalência do número de salários mínimos, ou à aplicação dedeterminando índice de correção, como o IGP-DI, indexador previsto para o reajuste de maio de 1996 pela MP nº 1.415/96e pela MP nº 1.663-15, convertida na Lei nº 9.711/98, cuja aplicação pretende o agravante. Jurisprudência do STF e STJ. 5.

�Apelação cível desprovida. (AC 200902010168022, Desembargadora Federal LILIANE RORIZ, TRF2 - SEGUNDA TURMAESPECIALIZADA, 07/10/2010)

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO INTERNO. DECADÊNCIA. RECONHECIMENTO. RECURSO NÃO PROVIDO. - Como aMedida Provisória nº 1.523, de 27.06.1997, convertida na Lei nº 9.528 de 10.12.1997 inovou o ordenamento jurídico, aoinstituir prazo decadencial de dez anos para todo e qualquer direito de ação do segurado ou beneficiário a revisão do ato deconcessão de benefício, tal prazo tem aplicação imediata às situações em curso, mas tendo como termo inicial a suavigência. - Quanto aos benefícios concedidos anteriormente (até junho de 1997), tem-se que o primeiro pagamento a elaposterior a MP foi em julho de 1997, portanto, o prazo para revisão começou a fluir em 01 de agosto de 1997 e se encerrouem 01 de agosto de 2007. - No caso em apreço, a DIB da autora é de 01/10/1991, portanto, trata-se de benefício concedidoanteriormente, ao qual se aplica o raciocínio acima esposado, tendo sido operada a decadência em 01/08/2007, já que ademanda somente foi proposta em 28/01/2008 -Ademais, o Enunciado 63 das Turmas Recursaias dos Juizados Especiais

�Federais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro veio corroborar tal entendimento. - Recurso não provido. (AC200851018147303, Desembargador Federal MESSOD AZULAY NETO, TRF2 - SEGUNDA TURMA ESPECIALIZADA,26/03/2010)

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. DECADÊNCIA. ART. 103 DA LEI 8.213/91. ENUNCIADO Nº 16 DO FOREPREV.AGRAVO IMPROVIDO. I – A tese segundo a qual os benefícios previdenciários concedidos antes da MP 1.523-9/97poderiam ter sua renda mensal inicial revisada a qualquer tempo, não se coaduna com o princípio da segurança jurídica,norteador de todo o ordenamento legal, que aponta sempre no sentido de que as relações jurídicas, em determinadomomento, sejam consolidadas pelo decurso do tempo, a fim de evitar que os litígios se eternizem. II – O prazo decadencialpara a revisão de RMI há de incidir mesmo para os benefícios previdenciários anteriores à edição da aludida MP 1.523-9,de 27/06/97, a partir de sua entrada em vigor, não havendo que se falar em um suposto “ato jurídico perfeito” no sentido deque tais benefícios (anteriores a 27/06/97) estariam imunes ao mencionado prazo decadencial. III – Verifica-se também quea segunda mudança no prazo, de cinco para dez anos, ocorreu quando ainda não completado o lustro, razão pela qual osbenefícios anteriores a 27/06/1997 só estarão impedidos de serem revistos a partir de 01/08/2007, conforme disposto noenunciado nº 16 do 1º Fórum Regional de Direito Previdenciário – FOREPREV, in verbis: “Decai em 10 anos o direito depleitear a revisão do ato concessório dos benefícios concedidos anteriormente a 28/06/97 (data da edição da MP 1.523-9),sendo o termo inicial o dia 01/08/97”. IV – No presente caso, como a ação foi proposta em 11/03/2008 (fl. 02), operou-se adecadência, uma vez que o benefício em questão possui DIB em 09/06/1988 (fl. 12) e o termo final do prazo decadencial se

�deu em 01/08/2007. V – Agravo interno a que se nega provimento. (AGTAC 200851018025258, Desembargador FederalALUISIO GONCALVES DE CASTRO MENDES, TRF2 - PRIMEIRA TURMA ESPECIALIZADA, 22/04/2009)

In casu, o benefício previdenciário foi concedido anteriormente à entrada em vigor da MP 1.523-9. Como a ação foi ajuizadaapós 01/08/2007, operou-se a decadência do direito à revisão do ato de concessão do benefício previdenciário.

Ante o exposto, diante da divergência apresentada entre o acórdão recorrido e a matéria sumulada pela Turma Regional deUniformização de Jurisprudência da 2ª Região (súmula nº 8), CONHEÇO DO PRESENTE INCIDENTE DEUNIFORMIZAÇÃO, DANDO-LHE PROVIMENTO, para reformar o acórdão e reconhecer a decadência operada no direitode revisão da RMI do benefício previdenciário em questão, extinguindo o processo com resolução de mérito na forma doart. 269, IV, do CPC.

Só haveria condenação em honorários advocatícios se o vencido fosse o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da Lei nº9.099/95).

6. Embargos conhecidos e improvidos.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E NEGAR-LHES PROVIMENTO, EREFERENDAR A DECISÃO DE FLS. 78/81, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

90 - 0001061-79.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.001061-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ELIANDRA GOMES BUI DAVITÓRIA x RAMON BUI DA VITÓRIA (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA BRAVIN BASSETTO.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001061-79.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.001061-5/01)E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO –MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO Nº 21/DIRBEN/PFEINSS – FALTA DE INTERESSE DE AGIR – EXTINÇÃO SEMRESOLUÇÃO DO MÉRITO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDATrata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face de sentença que extinguiu o processo sem resoluçãode mérito, com fulcro no art. 267, I c/c art. 295, III do Código de Processo Civil. Alega o recorrente, em suas razõesrecursais, que o prévio requerimento administrativo não é requisito de admissibilidade para ação previdenciária. Requer,assim, a reforma da sentença.Em sua peça inicial, a parte autora requer que a autarquia previdenciária seja condenada a revisar seu benefício, aplicandoo art. 29, II, da Lei nº 8.213/91. Para tanto, dispensou o prévio requerimento administrativo.O Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010 (restabelecido pelo Memorando-Circular nº25/INSS/DIRBEN), orienta a autarquia previdenciária a proceder à revisão dos benefícios por incapacidade e pensõesderivadas destes, assim como as não precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Período Básico de Cálculo –PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos salários-de-contribuição, cabendo revisá-los para que sejamconsiderados somente os 80% (oitenta por cento) maiores salários-de-contribuição.O ato normativo interno obriga todas as instâncias administrativas do INSS a efetuar a revisão reclamada. Assim, apresente ação não se faz necessária para a consecução do direito do recorrente, estando ausente o interesse processualpara o prosseguimento do feito, ante a ausência de lide.Isto posto, verifico que não foram preenchidos os requisitos necessários para o ajuizamento da ação, motivo pelo qual oprocesso deve ser extinto, sem julgamento do mérito, conforme determinado na sentença.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Defiro os benefícios da assistência judiciária gratuita. Sem condenação em honorários advocatícios.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

91009 - CONFLITO DE COMPETÊNCIA

91 - 0000846-21.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000846-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x Juizo Federal do 1º Juizado Especial Federal Do E.S..V O T O

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal de Serra em face do JuízoFederal do 1º Juizado Especial Federal, pelo fato de constatar sua incompetência para apreciação do mérito da causa.Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para o julgamento da causa é relativa, uma vezque a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa, por expressa determinação do art. 109, § 2º daConstituição Federal. Invoca, ainda, a Súmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar açãocontra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital doEstado-Membro.”

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Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.

O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significando,assim, que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-lade ofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código deProcesso Civil. Assim entendendo, declarou sua incompetência absoluta e determinou a redistribuição do feito para a VaraFederal da Serra.

A ação originária foi proposta por JOSÉ DE JESUS em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS,objetivando a concessão do benefício de auxílio-doença. Referida ação foi ajuizada em 17/01/2011 (fl. 35). O autorencontra-se domiciliada no Município de Serra/ES. A Vara Federal de Serra passou a existir em 15 de dezembro de 2010,conforme Ato nº 505, de 20 de dezembro de 2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a votar.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º, subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.

O critério territorial define os limites territoriais em que cada órgão judicante pode exercer sua atividade jurisdicional. Acompetência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deve ser proposta ademanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nos Estados, osforos correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro do forocompetente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região da Capital)que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes é matéria pertencente àOrganização Judiciária, revestindo-se, assim, de caráter funcional e sendo de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utilizacritério administrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata decompetência relativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de naturezaabsoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 1º Juizado Especial Federal.

Nesse sentido:

AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisão aocolegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVAT

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fora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.(AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízosuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal de Serra.

É como voto.

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃO Nº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO – VARAFEDERAL DE SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZOSUSCITANTE

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

92 - 0000796-92.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000796-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x Juizo Federal do 1º Juizado Especial Federal Do E.S..PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000796-92.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000796-7/01)

V O T O

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal de Serra em face do JuízoFederal do 1º Juizado Especial Federal, pelo fato de constatar sua incompetência para apreciação do mérito da causa.Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para o julgamento da causa é relativa, uma vezque a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa, por expressa determinação do art. 109, § 2º daConstituição Federal. Invoca, ainda, a Súmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar açãocontra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital doEstado-Membro.”

Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.

O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significando,

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assim, que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-lade ofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código deProcesso Civil. Assim entendendo, declarou sua incompetência absoluta e determinou a redistribuição do feito para a VaraFederal da Serra.

A ação originária foi proposta por WALDIVINO PINHEIRO DE ARAUJO em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL – INSS, objetivando a concessão de aposentadoria proporcional por tempo de contribuição. Referida ação foiajuizada em 14/01/2011 (fl. 66). O autor encontra-se domiciliado no Município de Serra/ES. A Vara Federal de Serra passoua existir em 15 de dezembro de 2010, conforme Ato nº 505, de 20 de dezembro de 2010, do Tribunal Regional Federal da2ª Região.

É o breve relatório. Passo a votar.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º, subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.

O critério territorial define os limites territoriais em que cada órgão judicante pode exercer sua atividade jurisdicional. Acompetência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deve ser proposta ademanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nos Estados, osforos correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro do forocompetente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região da Capital)que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes é matéria pertencente àOrganização Judiciária, revestindo-se, assim, de caráter funcional e sendo de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utilizacritério administrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata decompetência relativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de naturezaabsoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 1º Juizado Especial Federal.

Nesse sentido:

AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisão aocolegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.(AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE

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JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízosuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal de Serra.

É como voto.

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃO Nº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO – VARAFEDERAL DE SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZOSUSCITANTE

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

93 - 0000774-34.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000774-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0000774-34.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000774-8/01)

V O T O

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal de Serra em face do JuízoFederal do 2º Juizado Especial Federal, pelo fato de constatar sua incompetência para apreciação do mérito da causa.Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para o julgamento da causa é relativa, uma vezque a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa, por expressa determinação do art. 109, § 2º daConstituição Federal. Invoca, ainda, a Súmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar açãocontra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital doEstado-Membro.”

Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.

Page 79: BOLETIM TR/ES 2011-251 - SESSÃO DIA 14-12-2011

O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significando,assim, que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-lade ofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código deProcesso Civil. Assim entendendo, declarou sua incompetência absoluta e determinou a redistribuição do feito para a VaraFederal da Serra.

A ação originária foi proposta por VALDECI DOMINGOS DA SILVA em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL – INSS, objetivando o restabelecimento do benefício de auxílio-doença ou a concessão de aposentadoria porinvalidez e, subsidiariamente, a concessão do benefício assistencial de prestação continuada. Referida ação foi ajuizada em13/01/2011 (fl. 44). O autor encontra-se domiciliado no Município de Serra/ES. A Vara Federal de Serra passou a existir em15 de dezembro de 2010, conforme Ato nº 505, de 20 de dezembro de 2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a votar.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º, subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.

O critério territorial define os limites territoriais em que cada órgão judicante pode exercer sua atividade jurisdicional. Acompetência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deve ser proposta ademanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nos Estados, osforos correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro do forocompetente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região da Capital)que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes é matéria pertencente àOrganização Judiciária, revestindo-se, assim, de caráter funcional e sendo de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utilizacritério administrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata decompetência relativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de naturezaabsoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 2º Juizado Especial Federal.

Nesse sentido:

AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisão aocolegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência em

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favor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.(AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízosuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal de Serra.

É como voto.

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃO Nº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO – VARAFEDERAL DE SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZOSUSCITANTE

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

94 - 0006398-98.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006398-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0006398-98.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006398-0/01)

V O T O

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal de Serra em face do JuízoFederal do 2º Juizado Especial Federal, pelo fato de constatar sua incompetência para apreciação do mérito da causa.Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para o julgamento da causa é relativa, uma vezque a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa, por expressa determinação do art. 109, § 2º daConstituição Federal. Invoca, ainda, a Súmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar açãocontra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital doEstado-Membro.”

Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sob

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pena de preclusão.

O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significando,assim, que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-lade ofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código deProcesso Civil. Assim entendendo, declarou sua incompetência absoluta e determinou a redistribuição do feito para a VaraFederal da Serra.

A ação originária foi proposta por ISAAC DE ALMEIDA PINTO em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL –INSS, objetivando o restabelecimento do benefício de auxílio-doença e/ou a concessão de aposentadoria por invalidez.Referida ação foi ajuizada em 15/12/2010 (fl. 96). O autor encontra-se domiciliado no Município de Serra/ES. A VaraFederal de Serra passou a existir em 15 de dezembro de 2010, conforme Ato nº 505, de 20 de dezembro de 2010, doTribunal Regional Federal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a votar.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º, subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.

O critério territorial define os limites territoriais em que cada órgão judicante pode exercer sua atividade jurisdicional. Acompetência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deve ser proposta ademanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nos Estados, osforos correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro do forocompetente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região da Capital)que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes é matéria pertencente àOrganização Judiciária, revestindo-se, assim, de caráter funcional e sendo de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utilizacritério administrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata decompetência relativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de naturezaabsoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 2º Juizado Especial Federal.

Nesse sentido:

AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisão aocolegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios dasrespectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão de

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ordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.(AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízosuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal de Serra.

É como voto.

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃO Nº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO – VARAFEDERAL DE SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZOSUSCITANTE

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

95 - 0001944-41.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001944-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JUÍZO FEDERAL DA VARAFEDERAL DA SERRA x JUÍZO FEDERAL DO 2º JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0001944-41.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001944-1/01)

V O T O

Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal da Vara Federal de Serra em face do JuízoFederal do 2º Juizado Especial Federal, pelo fato de constatar sua incompetência para apreciação do mérito da causa.Alega o suscitante que, em caso de matéria previdenciária, a competência para o julgamento da causa é relativa, uma vezque a parte autora pode optar pelo foro de julgamento da causa, por expressa determinação do art. 109, § 2º daConstituição Federal. Invoca, ainda, a Súmula 689 do Supremo Tribunal Federal, in verbis: “O segurado pode ajuizar ação

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contra a instituição previdenciária perante o Juízo Federal do seu domicílio ou nas varas federais da capital doEstado-Membro.”

Sustenta o Juízo suscitante que a incompetência relativa é, ao contrário da absoluta, prorrogável, desde que as partesomitam-se em alegá-la através de exceção de incompetência no primeiro momento em que lhes couber falar nos autos, sobpena de preclusão.

O Juízo suscitado aduz que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem consolidado firme jurisprudência no sentido deque a competência das Varas Federais do interior é pautada pelo critério funcional-especial, e não territorial, significando,assim, que a competência dessas varas do interior é absoluta e improrrogável, cabendo ao Juízo incompetente declará-lade ofício em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, a teor do disposto nos artigos 113 e 114 do Código deProcesso Civil. Assim entendendo, declarou sua incompetência absoluta e determinou a redistribuição do feito para a VaraFederal da Serra.

A ação originária foi proposta por LENI COUTO MACHADO em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL –INSS, objetivando o restabelecimento do benefício de auxílio-doença ou a concessão de aposentadoria por invalidez.Referida ação foi ajuizada em 23/02/2011 (fl. 23). A autora encontra-se domiciliada no Município de Serra/ES. A VaraFederal de Serra passou a existir em 15 de dezembro de 2010, conforme Ato nº 505, de 20 de dezembro de 2010, doTribunal Regional Federal da 2ª Região.

É o breve relatório. Passo a votar.

Inicialmente, recebo o presente Conflito de Competência como Incidente de Fixação de Competência, nos termos do art. 32do Regimento Interno da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

A Resolução nº 24, de 11/10/2010, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, dispõe sobre a competência territorial e emrazão da matéria da Justiça Federal da 2ª Região. Em seu art. 5º, subdivide a região da Capital do Estado do Espírito Santoem especialidades, entre elas, a Vara Única da Serra. Já em seu art. 15, dispõe que a Subseção de Serra alcança aextensão territorial dos municípios de Serra e Fundão.

A Resolução nº 24, ao definir a competência da Vara Federal da Serra quis incluí-la como pertencente à Região da Capitaldo Espírito Santo, ou seja, considerou municípios que fazem parte da Região Metropolitana da Grande Vitória, como Serrae Fundão, como “Capital”. Já no Rio de Janeiro, pelo contrário, incluiu diversos municípios pertencentes à RegiãoMetropolitana, como Niterói, Duque de Caxias e São João de Meriti, como sendo Subseções do interior. Tais competênciasforam definidas pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a fim de regulamentá-las e definir suasinstalações.

O critério territorial define os limites territoriais em que cada órgão judicante pode exercer sua atividade jurisdicional. Acompetência assim firmada recebe o nome de competência territorial ou do foro. Foro é o lugar onde deve ser proposta ademanda, ou seja, a sede da lide. Na Justiça Federal, o foro equivale à Seção Judiciária, assim como, nos Estados, osforos correspondem às comarcas. Não se confunde com Juízo, que é uma unidade que se coloca dentro do forocompetente. Juízo competente é aquele, entre os vários existentes na mesma circunscrição (in casu, a Região da Capital)que deve tomar conhecimento da causa, para processá-la e julgá-la. A competência dos juízes é matéria pertencente àOrganização Judiciária, revestindo-se, assim, de caráter funcional e sendo de natureza absoluta.

A competência da capital do Estado do Espírito Santo (Sede e Vara Federal da Serra), estabelecida na Resolução nº24/2010, do Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, trata de competência funcional-territorial, que utilizacritério administrativo de divisão de território, revestindo-se, assim, de caráter funcional. In casu, não se trata decompetência relativa, não podendo a parte livremente escolher dentre os diversos foros. Sendo a competência de naturezaabsoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, deve a incompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dosinteressados, independentemente de exceção.

Em se tratando de competência funcional, a parte não tem a faculdade de escolha. Isto porque a Resolução nº 24/2010dispõe que as Subseções da Capital e da Serra estão inseridas na Região da Capital (foro) e a sua competência serádeterminada pelos territórios das respectivas regiões. O desmembramento territorial, implementando competênciasfuncionais em Regiões da Capital, é de natureza funcional e absoluta. Logo, a incompetência deve ser declarada de ofícioassim como procedido pelo Juízo Federal do 2º Juizado Especial Federal.

Nesse sentido:

AGRAVO INTERNO. COBRANÇA DE SEGURO DPVAT. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. Direito de submeter a decisão aocolegiado. Decisum que negou seguimento ao recurso de apelação, na forma do art. 557,caput, do CPC. Segundoentendimento do STJ, a ação de cobrança do seguro DPVAT possui natureza pessoal,sendo competente, a princípio, o forodo domicílio do réu, conforme art. 94 CPC. Todavia, a parte autora possui, ainda, a faculdade de propor a ação no foro deseu próprio domicílio, já que, sendo a relação de consumo, pode utilizar-se da prerrogativa prevista no art. 101, inc. I, CDC,benesse legal que vem em seu total favor e que, contudo, não a obriga a assim atuar. No entanto, em se tratando decompetência funcional, não tem a parte a faculdade de escolha. Isto porque o art. 94,§ 3º do CODJERJ reza que as VarasRegionais estão inseridas no Foro da Comarca da Capital e a sua competência será determinada pelos territórios das

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respectivas Regiões Administrativas. Logo, nos termos do § 7º do art. 94, do CODJERJ, a competência do juízo das varasregionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo a incompetência ser declarada deofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Ademais, no caso em discussão neste recurso,vem sendo adotado neste Tribunal de Justiça o entendimento de que a propositura da ação de cobrança de seguro DPVATfora do domicílio da parte autora afronta o princípio da boa-fé e o principio do juiz natural, e, como tal, constitui questão deordem pública, a justificar a apreciação de ofício pelo julgador. Assim, correta a decisão que declinou da competência emfavor de uma das varas cíveis regionais da Barra da Tijuca. Hipótese que se adequa aos ditames do art.557, §2º, do CPC.Inexistência de ilegalidade na decisão agravada, não se justificando a sua reforma. Desprovimento do recurso.(AGRAVOINTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0017620-40.2011.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relatora: Desembargadora Renata Machado Cotta – Julgado em04/05/2011 – Publicado em 13/05/2011, fls. 166/173, no DJERJ).

“Agravo interno em agravo de instrumento. Agravo de instrumento. Ação de cobrança. Seguro obrigatório de DPVAT.Declínio da competência para uma das varas cíveis regionais do Méier. Nos termos do § 7º do art. 94 do CODJERJ, acompetência dos juízos das varas regionais é de natureza absoluta, já que fixada pelo critério funcional-territorial, devendo aincompetência ser declarada de ofício ou a requerimento dos interessados, independentemente de exceção. Assim, corretaa decisão que declinou da competência em favor de uma das varas cíveis regionais do Méier. Recurso ao qual se negaprovimento” (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0038231-48.2010.8.19.0000 – 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Relator: Desembargador Mário Assis Gonçalves – Julgado em 12/01/2011– Publicado em 28/01/2011, fls. 229/256, no DJERJ).

Tal divisão territorial de atribuição de competência é novidade no âmbito da Justiça Federal Nacional, não havendoprecedentes de julgamentos de conflitos de competência dentro dos Tribunais Regionais Federais, já que as regiõesmetropolitanas têm sido encaradas como subseções do interior, e não de capital. A intenção da Presidência do EgrégioTribunal Regional Federal da 2ª Região de instalar foros regionais na capital do Estado do Rio de Janeiro, nos bairros deCampo Grande e Santa Cruz, terá regime jurídico de competência idêntico ao que hoje existe nos municípios de Serra eFundão (Subseção Judiciária da Serra), em relação à sede da Seção Judiciária, ou seja, de natureza absoluta.

Isto posto, conheço o Conflito Negativo de Competência, declarando competente para conhecer e julgar a causa o Juízosuscitante, qual seja, o Juízo Federal da Vara Federal de Serra.

É como voto.

E M E N T A

CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CRITÉRIO FUNCIONAL-TERRITORIAL – COMPETÊNCIA ABSOLUTA –CONHECIMENTO DE OFÍCIO – RESOLUÇÃO Nº 24 DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO – VARAFEDERAL DE SERRA PERTENCENTE À REGIÃO DA CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO – JUÍZO COMPETENTE: JUÍZOSUSCITANTE

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO CONFLITO E DECLARAR A COMPETÊNCIA DOJUÍZO SUSCITANTE, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

96 - 0012562-37.2007.4.02.5001/01 (2007.50.01.012562-2/01) UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO - UFES(PROCDOR: OSWALDO HORTA AGUIRRE FILHO.) x MARINA DA SILVA BASÍLIO (ADVOGADO: ERIC JOSEVENTORIM RUBIALE.).

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Processo nº. 2007.50.01.012562-2/01

Recorrente: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - UFESRecorrida: MARINA DA SILVA BASÍLIO

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – UNIÃO ESTÁVEL CONFIGURADA À ÉPOCADO ÓBITO – FORMAÇÃO DE ENTIDADE FAMILIAR– PROVA TESTEMUNHAL FAVORÁVEL -RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pedidoautoral, determinando a implantação do benefício previdenciário de pensão por morte. Sustenta o recorrente, em suasrazões recursais, que, pelos elementos dos autos, não houve comprovação da união estável e tampouco prova de que arecorrida, na data do óbito do segurado, tinha a condição de companheira. Alega que os depoimentos colhidos na ação deJustificação têm valor apenas de prova testemunhal, elemento subsidiário, em observância ao art. 55, §3º da Lei 8.213/91.O recorrente ainda suscita a incidência da prescrição qüinqüenal (5 anos), por se tratar de ação contra entidade pública eque os juros moratórios são devidos nos termos enunciados no art. 1º-F da Lei 9.494/97. Dessa forma, requer sejareformada a sentença proferida pelo juízo a quo, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial.Inicialmente, não conheço da prescrição qüinqüenal suscitada, uma vez que o requerimento administrativo foi apresentadoem 05 de maio de 2005, portanto, há menos de cinco anos do ajuizamento da ação (09.10.2007).A pensão por morte é um benefício previdenciário devido ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer (art. 74 daLei nº 8.213/91). A lei não exige carência para sua concessão, mas sim que exista a qualidade de segurado do instituidor,ao tempo do óbito. Em havendo mais de um pensionista, deverá ser rateada entre todos em partes iguais (art. 77 da Lei nº8.213/91).A condição de segurado do de cujus à época do óbito é incontroversa nos autos. Verifico assim, que a controvérsia gira emtorno da comprovação da relação de união estável entre o de cujus e a autora.Por certo, em se tratando de dependente companheira, a dependência econômica se presume, cabendo tão somenteverificar se restou demonstrada nos autos a existência de união estável entre o instituidor do benefício e sua pretensabeneficiária, caracterizada pela convivência duradoura, pública e contínua entre ambos, estabelecida com o objetivo deconstituição de uma entidade familiar (CC, art. 1.723).Cumpre salientar, ademais, que a jurisprudência do Colendo Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que a lei nãoimpõe a necessidade de prova material para a comprovação tanto da convivência em união estável como da dependênciaeconômica para fins previdenciários, sendo possível tal demonstração mediante prova exclusivamente testemunhal, comesteio no princípio do livre convencimento motivado do juiz. (RESP 200501580257, NILSON NAVES, STJ - SEXTA TURMA,09/10/2006)Foram ouvidas três testemunhas, todas uníssonas ao afirmar que o Sr. Walter Rodrigues da Silva residia com a recorrida,de forma marital, há 05 (cinco) anos e que contribuía efetivamente com os gastos familiares.Não obstante, no que se refere à existência de prova material hábil à comprovação de relação de união estável entre aautora e o falecido, há nos autos mandado de intimação expedido na ação de homologação de acordo de guarda (fl.81),comprovando que o instituidor da pensão e a recorrida formaram uma entidade familiar, não havendo negar a configuraçãoda união estável.Eventual rompimento da convivência com o de cujus em data anterior ao óbito é irrelevante ao deslinde da controvérsia.Ainda que a recorrida estivesse separada à época do óbito, inexistiria óbice à percepção do pretendido benefício desde queconstatada a existência pretérita de união estável e presente a relação de dependência econômica, ainda que posterior àseparação de fato ou judicial. (Precedentes do C. STJ)

Na hipótese em apreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízoentende que o material probatório acostado aos autos sinaliza o mérito da pleiteante ao benefício de pensão por morte.Quanto aos juros de mora, igualmente sem razão a Autarquia.A Turma Recursal desta Seção Judiciária recentementeeditou o Enunciado nº 54, que assim orienta “A Lei nº 11.960/2009 tem aplicação imediata na parte em que modificou o art.1º-F da Lei nº 9.494/97, de forma que, a partir de 30/06/2009, aplicam-se os índices oficiais da caderneta de poupança paraefeito de correção monetária e de juros de mora nas condenações impostas à Fazenda Pública”. (Diário Eletrônico da JF da2ª Região, 13-12-2010, pág. 73)Essa orientação não se afasta dos precedentes do STF, porquanto no julgamento do AI 842.063, em 17.06.2011, foireconhecida a existência de repercussão geral sobre a matéria e, no mérito, reafirmada a jurisprudência dominante quantoà aplicabilidade imediata do art. 1º F da Lei 9.494/97- com alteração dada pela Medida Provisória 2.180-35/2001 – emrelação às ações ajuizadas antes de sua entrada em vigor. Tal disposição se aplica de idêntica maneira no caso deposterior alteração introduzida na mesma Lei 9.494/97 pela Lei 11.960/2009.De outro giro, nos termos do verbete nº 204 da Súmula do STJ, “os juros de mora nas ações relativas a benefíciosprevidenciários incidem a partir da citação válida”.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”, devendo ser mantida pelos seus própriosfundamentos (art. 46 da Lei 9.099/95).Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, na forma da lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação, comfulcro no art. 20, §3º, do CPC.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

97 - 0002512-59.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.002512-8/01) LUIZA PERIM DE FREITAS SILVA (ADVOGADO:ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA, EMILENE ROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.).Processo nº 2008.50.51.002512-8/01

Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSSEmbargado : LUIZA PERIM DE FREITAS SILVA

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO E CONTRADIÇÃO – JUROS DE MORA NOS TERMOS DALEI Nº 11.960/2009 – EMBARGOS CONHECIDOS E PARCIALMENTE PROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração, opostos pelo INSS, em face de acórdão de fls. 105/106, que deu provimento aorecurso inominado da parte autora. Alega o embargante que a decisão seria omissa e contraditória ao pronunciar aincapacidade laborativa do autor, não obstante a prova pericial tenha concluído em sentido contrário. Alega, ainda, que aanalogia somente se mostra cabível quando inexistente norma legal específica a respeito do tema e que o acórdão não semanifestou sobre a determinação contida na MP nº 2.180-35, que determinou que os juros de mora aplicáveis àscondenações da Fazenda Pública seriam de 0,5% ao mês.2. Os embargos de declaração têm como requisito de admissibilidade a indicação de algum dos vícios previstos no art. 535do CPC, constantes do decisum embargado, não se prestando, portanto, a novo julgamento da matéria posta nos autos,tampouco ao mero prequestionamento de dispositivos constitucionais para a viabilização de eventual recurso extraordinário,porquanto, visam, unicamente, completar a decisão quando presente omissão de ponto fundamental, contradição entre afundamentação e a conclusão ou obscuridade nas razões desenvolvidas. Já nos termos do art. 48 da Lei nº 9.099/95, osembargos de declaração são cabíveis quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão oudúvida. In casu, pela leitura das argumentações do embargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão econtradição na decisão proferida por esta Turma.3. É cediço que o juiz não está adstrito ao laudo pericial, seja judicial ou administrativo, podendo formar a sua convicçãocom outros elementos ou fatos provados nos autos (CPC, art. 436). Assim, ainda que se entendesse pela não-aplicabilidadedo preceptivo da Lei nº 8.112/90, a percepção quase que ininterrupta do benefício de auxílio-doença por lapso temporalconsiderável (mais de dois anos) forneceria a este magistrado razões suficientes para o amparo da pretensão autoral.Cuida a hipótese, em verdade, de incapacidade definitiva consolidada pelo tempo.4. Quanto aos juros de mora, com razão a Autarquia. A Turma Recursal desta Seção Judiciária recentemente editou oEnunciado nº 54, que assim orienta “A Lei nº 11.960/2009 tem aplicação imediata na parte em que modificou o art. 1º-F daLei nº 9.494/97, de forma que, a partir de 30/06/2009, aplicam-se os índices oficiais da caderneta de poupança para efeitode correção monetária e de juros de mora nas condenações impostas à Fazenda Pública”. (Diário Eletrônico da JF da 2ªRegião, 13-12-2010, pág. 73).5. Essa orientação não se afasta dos precedentes do STF, porquanto no julgamento do AI 842.063, em 17/06/2011, foireconhecida a existência de repercussão geral sobre a matéria e, no mérito, reafirmada a jurisprudência dominante quantoà aplicabilidade imediata do art. 1º F da Lei nº 9.494/97- com alteração dada pela Medida Provisória 2.180-35/2001 – emrelação às ações ajuizadas antes de sua entrada em vigor.6. Assim, conheço os presentes embargos e a eles dou parcial provimento, apenas para suprir a omissão do acórdão,modificando-o para reconhecer que, sobre as prestações vencidas até 30/06/2009 incidem correção monetária e juros demora à taxa de 1% ao mês e, a partir de então, aplicam-se os índices oficiais de remuneração básica e juros próprios dacaderneta de poupança (art. 5º da Lei nº 11.960/2009).7. A parte embargada requer, às fls. 122/123, a antecipação dos efeitos da tutela. Contudo, tal requerimento já foi apreciadoe deferido, nos termos consagrados no item 10 do acórdão (fl. 106). Assim, intime-se o INSS para que comprove ocumprimento da decisão judicial, no prazo de 15 (quinze) dias.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PARCIAL PROVIMENTO AOS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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Bruno DutraJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

92001 - RECURSO/SENTENÇA PENAL

98 - 0001001-55.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.001001-6/01) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL (PROCDOR: RafaelAntônio Barreto dos Santos.) x RAFAEL ALTOE MOREIRA.E M E N T A

CRIMINAL – PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO CRIMINAL – CRIME DE DESOBEDIÊNCIA – FASEPRÉ-PROCESSUAL – SENTENÇA ABSOLUTÓRIA – TUTELA DOS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo Ministério Público Federal, em face da sentença de fls. 03/06,complementada pela sentença de fls. 12/14, que julgou improcedente a pretensão punitiva formulada pelo recorrente eabsolveu sumariamente Rafael Altoé Moreira. Alega o MPF, em síntese, que houve prolação de uma sentença absolutória,sem que sequer tenha ocorrido o oferecimento de denúncia, ou seja, antes mesmo da própria propositura da ação penal, oque configura error in procedendo. Aduz, ainda, que é absurda a conclusão de que não existe crime de desobediência, emcaso de descumprimento de ordem judicial, nos casos em que é fixada multa diária. Requer, assim, que seja dadoprovimento ao presente recurso, anulando-se a sentença de absolvição sumária, para que se dê prosseguimento à fasepré-processual do Juizado Especial. O recorrido, apesar de intimado, não apresentou contrarrazões.O MPF, em 25/05/2010, encaminhou ao Juizado Especial Criminal da 2ª Vara Federal de Cachoeiro de Itapemirim, oprocedimento administrativo criminal nº 1.17.001.000046/2010-46, cujos elementos indicavam a ocorrência da infraçãopenal de menor potencial ofensivo, tipificada no art. 330 do Código Penal, a fim de obter as folhas de antecedentescriminais do recorrido, assim como suas certidões de distribuição de feitos criminais (estadual e federal), certidões deobtenção de transação penal nos últimos 05 anos, e propor transação penal que consistia em cumprimento imediato daordem judicial e prestação pecuniária no valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais).O Juízo a quo, verificando que a decisão judicial proferida nos autos do processo trabalhista nº 0243.2004.131.17.00-3,estipulou multa diária no valor de R$ 20,00 (vinte reais) por dia, entendeu que, por haver cominação específica para o casode descumprimento da decisão, o fato seria atípico. Baseou-se, para tanto, no princípio da intervenção mínima do direitopenal. Entendeu o magistrado que, ao deixar de cumprir a ordem judicial emanada do Juízo Trabalhista, o recorrido praticouum ato atentatório à dignidade da justiça, nos termos do art. 600, III, do Código de Processo Civil, restando, assim, aaplicação da multa prevista no art. 601 deste diploma legal.Em decisão nos embargos de declaração, oferecidos pelo MPF, o Juízo a quo sustentou que o que está em jogo não é se ojuiz pode absolver sumariamente, sem que tenha havido uma pretensão por parte do órgão acusatório, no campo do direitoprocessual, mas sim o direito material à liberdade, em face da acusação de uma conduta manifestamente atípica. Afirmouque a sentença foi prolatada com base nos princípios gerais do direito, para a efetiva tutela dos direitos e garantiasindividuais – legalidade, dignidade humana e economia processual.Quanto à possibilidade de prolação de sentença absolutória nos Juizados Especiais Criminais, em fase pré-processual,entendo ser perfeitamente possível. O fato de o Ministério Público Federal fazer imputação ao autor do crime previsto noart. 330 do Código Penal e oferecer proposta de transação penal faz surgir o processo e a jurisdição. Se o MPF exerce, emsentido amplo, a ação penal, está formada a tríade fundamental que permite a atuação do Estado-Juiz, o que ocorreu incasu.A existência, na decisão judicial, de cominação de multa diária, em caso de descumprimento da ordem expedida, basta, porsi só, para provocar a descaracterização típica do delito de desobediência. Não se reveste de tipicidade penal –descaracterizando, desse modo, o delito de desobediência (art. 330, CP) – a conduta do agente, que, embora nãoatendendo a ordem judicial que lhe foi dirigida, expõe-se, por efeito de tal insubmissão, ao pagamento de multa diária,fixada pelo magistrado com a finalidade específica de compelir, legitimamente, o devedor a cumprir o preceito.Nesse sentido:

EMENTA: 1. AÇÃO PENAL. Crime de desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito. Atipicidade.Caracterização. Suposta desobediência a decisão de natureza civil. Proibição de atuar em nome de sociedade. Delitopreordenado a reprimir efeitos extrapenais. Inteligência do art. 359 do Código Penal. Precedente. O crime definido no art.359 do Código Penal pressupõe decisão judiciária de natureza penal, e não, civil. 2. AÇÃO PENAL. Crime dedesobediência. Atipicidade. Caracterização. Desatendimento a ordem judicial expedida com a cominação expressa de penade multa. Proibição de atuar em nome de sociedade. Descumprimento do preceito. Irrelevância penal. Falta de justa causa.Trancamento da ação penal. HC concedido para esse fim. Inteligência do art. 330 do Código Penal. Precedentes. Nãoconfigura crime de desobediência o comportamento da pessoa que, suposto desatenda a ordem judicial que lhe é dirigida,

�se sujeita, com isso, ao pagamento de multa cominada com a finalidade de a compelir ao cumprimento do preceito. (HC88572, CEZAR PELUSO, STF. Segunda Turma. Julgado em 08/08/2006. Votação unânime)..

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Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Sem custas. Sem condenação a honorários advocatícios.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constantenos autos e que passa a integrar o presente julgado.

99 - 0001011-02.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.001011-9/01) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL (PROCDOR: MARCOOTAVIO ALMEIDA MAZZONI.) x EMERSON MARTINS CRUZ (ADVOGADO: FLÁVIO DE FIGUEIREDO GUIMARÃES.).E M E N T A

CRIMINAL – PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO CRIMINAL – CRIME DE DESOBEDIÊNCIA – FASEPRÉ-PROCESSUAL – SENTENÇA ABSOLUTÓRIA – TUTELA DOS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado, interposto pelo Ministério Público Federal, em face da sentença de fls. 04/07,complementada pela sentença de fls. 13/15, que julgou improcedente a pretensão punitiva formulada pelo MPF e absolveusumariamente Emerson Martins Cruz, com relação ao crime do art. 330 do Código Penal, ante a falta de justa causa para oexercício da ação penal, em razão da atipicidade da conduta.Alega o recorrente, em suas razões recursais, que houve prolação de uma sentença absolutória, sem que sequer tenhaocorrido o oferecimento de denúncia, ou seja, antes mesmo da própria propositura da ação penal. Aduz, ainda, que éabsurda a conclusão de que não existe crime de desobediência, em caso de descumprimento de ordem judicial, nos casosem que é fixada multa diária. Requer, assim, que seja dado provimento ao presente recurso, anulando-se a sentença deabsolvição sumária, para que se dê prosseguimento à fase pré-processual do Juizado Especial.O recorrido apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença, alegando que o simples fato de oferecer atransação implica necessariamente a existência de uma pretensão punitiva, mesmo que implicitamente, o que justifica aprolação da sentença de absolvição.O MPF, em 27/05/2010, ofereceu transação penal em face de Emerson Martins Cruz, com fundamento no procedimentoadministrativo criminal nº 1978.2000.131.17.00-0, oriundo da Justiça do Trabalho, que noticia a possível ocorrência do crimede desobediência, previsto no art. 330 do Código Penal, por parte do recorrido, propondo aplicação imediata da seguintemedida: “realização de serviços comunitários com quantum a ser avençado em audiência, em horário e função compatíveiscom sua vida profissional e com sua qualificação, em instituições a serem fixadas pelo Juízo”.O Juízo a quo entendeu que, por haver cominação específica para o caso de descumprimento da decisão, o fato seriaatípico. Baseou-se, para tanto, no princípio da intervenção mínima do direito penal. Entendeu o magistrado que, ao deixarde cumprir a ordem judicial emanada do Juízo Trabalhista, o recorrido praticou um ato atentatório à dignidade da justiça,nos termos do art. 600, III, do Código de Processo Civil, restando, assim, a aplicação da multa prevista no art. 601 destediploma legal.Em decisão nos embargos de declaração, oferecidos pelo MPF, o Juízo a quo sustentou que o que está em jogo não é se ojuiz pode absolver sumariamente sem que tenha havido uma pretensão por parte do órgão acusatório, no campo do direitoprocessual, mas sim o direito material à liberdade, em face da acusação de uma conduta manifestamente atípica. Afirmouque a sentença foi prolatada com base nos princípios gerais do direito, para a efetiva tutela dos direitos e garantiasindividuais – legalidade, dignidade humana e economia processual.Quanto à possibilidade de prolação de sentença absolutória nos Juizados Especiais Criminais, em fase pré-processual,entendo ser perfeitamente possível. O fato de o Ministério Público Federal fazer imputação ao autor do crime previsto noart. 330 do Código Penal e oferecer proposta de transação penal faz surgir o processo e a jurisdição. Se o MPF exerce, emsentido amplo, a ação penal, está formada a tríade fundamental que permite a atuação do Estado-Juiz, o que ocorreu incasu.A existência de cominação de multa diária, em caso de descumprimento da ordem expedida, basta, por si só, para provocara descaracterização típica do delito de desobediência. Não se reveste de tipicidade penal – descaracterizando, desse modo,o delito de desobediência (art. 330, CP) – a conduta do agente, que, embora não atendendo a ordem judicial que lhe foidirigida, expõe-se, por efeito de tal insubmissão, ao pagamento de multa diária, fixada pelo magistrado com a finalidadeespecífica de compelir, legitimamente, o devedor a cumprir o preceito.Nesse sentido:

EMENTA: 1. AÇÃO PENAL. Crime de desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito. Atipicidade.Caracterização. Suposta desobediência a decisão de natureza civil. Proibição de atuar em nome de sociedade. Delitopreordenado a reprimir efeitos extrapenais. Inteligência do art. 359 do Código Penal. Precedente. O crime definido no art.359 do Código Penal pressupõe decisão judiciária de natureza penal, e não, civil. 2. AÇÃO PENAL. Crime dedesobediência. Atipicidade. Caracterização. Desatendimento a ordem judicial expedida com a cominação expressa de penade multa. Proibição de atuar em nome de sociedade. Descumprimento do preceito. Irrelevância penal. Falta de justa causa.Trancamento da ação penal. HC concedido para esse fim. Inteligência do art. 330 do Código Penal. Precedentes. Nãoconfigura crime de desobediência o comportamento da pessoa que, suposto desatenda a ordem judicial que lhe é dirigida,

�se sujeita, com isso, ao pagamento de multa cominada com a finalidade de a compelir ao cumprimento do preceito. (HC88572, CEZAR PELUSO, STF. Segunda Turma. Julgado em 08/08/2006. Votação unânime).

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Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Sem custas. Sem condenação a honorários advocatícios.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constantenos autos e que passa a integrar o presente julgado.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

100 - 0002377-76.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.002377-1/01) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL (PROCDOR: CARLOSBRUNO FERREIRA DA SILVA.) x ROLAND FEIERTAG (ADVOGADO: CONCEIÇÃO APARECIDA GIORI, FABRICIO DEOLIVEIRA CAMPOS.) x ANTONIO ELIAS ALMEIDA (ADVOGADO: JEFFERSON PEREIRA, EVERALDO VASQUEZBUTTER, Maurício Antônio Botacin Altoé, HERMINIO SILVA NETO.).Processo nº. 2010.50.51.002377-1/01Recorrente: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALRecorridos: ROLAND FEIERTAG E ANTONIO ELIAS ALMEIDA

EMENTA

RECURSO INOMINADO – CRIMINAL – DESOBEDIÊNCIA DESCARACTERIZADA – ATIPICIDADE DA CONDUTA –DENÚNCIA OFERECIDA CONTRA SOMENTE UM DOS CORRÉUS – OFENSA AO PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE DAAÇÃO PENAL - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo Ministério Público Federal, ora recorrente, em face de sentença querejeitou a denúncia com relação ao crime do art. 330 do Código Penal, imputado ao denunciado Roland Feiertag, eabsolveu sumariamente Antonio Elias de Almeida, com relação ao mesmo crime. Fundamentou-se a sentença na falta dejusta causa para o exercício da ação penal (art. 395, III, CPP), utilizando-se para este último réu, ainda, o disposto no art. 92da Lei 9.099/95.

2. Preliminarmente, sustenta o recorrente a ocorrência de error in procedendo, em função da impossibilidade da prolaçãode sentença sem ação penal. Defende que o parquet não havia sequer oferecido denúncia ao tempo da absolvição sumáriade Antônio Elias de Almeida – os requerimentos e diligências realizados constituíam mera fase pré-processual doprocedimento de transação, previsto na Lei n° 9.099 /95. Quanto ao mérito, fundamenta o pedido de reforma da sentença nainadmissibilidade em considerar como atípicas as condutas em exame apenas por configurar ato atentatório à dignidade dajurisdição (art. 600, III, CPC), uma vez que o próprio dispositivo legal admite sua cumulação com outras sanções denatureza material e processual.

3. Nos autos do Processo Trabalhista n° 0840.2008.1 31.17.00-1, movido em face da empresa Braminex Brasileira deMármore Exportadora S.A. e outros, o denunciado Roland foi intimado (fl. 41) para colocar à disposição do Juízo oscheques recebidos do Sr. Antônio Elias Almeida – arrendatário de uma de suas propriedades -, sob pena deresponsabilidade pessoal sob o débito.

4. Igualmente, Antônio Elias foi intimado (fl. 38) a depositar em conta judicial, à disposição do Juízo, o valor doarrendamento, sob pena de responsabilidade pessoal pelo débito.

5. Ao deixar de cumprir a ordem judicial proferida pelo Juízo Trabalhista, o denunciado, Roland, e Antônio Elias foramacusados pelo MPF de crime de desobediência, conduta prevista no art. 330 do Código Penal.

6. O Direito Penal constitui-se exceção no sistema de Direito pátrio, é a “ultima ratio” do sistema – ou seja, deve-se preferirsolucionar o eventual descumprimento a partir do direito privado e, somente em último caso, deve-se recorrer ao DireitoPenal. É o que se infere do princípio da intervenção mínima.

7. Assim, a conduta praticada pelos recorridos seria penalmente atípica, o que, por si só, já vedaria a aplicação de qualquersanção penal, em virtude do princípio da anterioridade de lei penal (5º, XXXIX, CF c/c 1º, CP).

8. A resistência injustificada dos recorridos à ordem judicial seria, antes, um ato atentatório à dignidade da justiça, razãopela qual se amolda à conduta prevista no art. 600, III, do CPC – devendo ser sancionada de acordo com a previsão demulta do art. 601 do CPC.

9. O MPF, ao acusar os recorridos, ofereceu denúncia contra Roland Feiertag e ofertou o benefício da suspensãocondicional do processo contra Antônio Elias Almeida, posteriormente convertido em transação penal.

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10. O instituto da transação penal, previsto nos arts. 72 da Lei 9.099/95 e 98, I, da CF, constitui exceção aos princípios daobrigatoriedade e da indisponibilidade da ação penal ao prever hipótese de composição dos danos e confecção de acordoentre o acusado e o órgão acusador. Como conseqüência do acordo, o MPF desiste do oferecimento da denúncia. Essaprevisão inspirou-se no entendimento doutrinário de que o processo penal deveria flexibilizar-se diante das infrações depequena monta.

11. Ocorre que, ao oferecer denúncia contra somente um dos acusados e desistindo, por meio de acordo, de denunciar ooutro, o recorrente feriu o princípio da INDIVISIBILIDADE da ação penal, que veda expressamente o tratamentodiferenciado entre acusados do mesmo crime.

12. A jurisprudência pátria já se manifestou nesse sentido:

“PROCESSUAL PENAL. NÃO OFERECIMENTO DE DENÚNCIA CONTRA TODOS OS ENVOLVIDOS NA PRÁTICADELITUOSA. OFENSA AO PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE DA AÇÃO PENAL. ANULAÇÃO DO PROCESSO. 1. Nãoalcançando a denúncia todos os envolvidos na prática do crime imputado aos Réus, restou violado o princípio daindivisibilidade da ação penal, merecendo ser confirmada a decisão que decretou a nulidade do processo.2. Recursoimprovido.

(74835 PA 1998.01.00.074835-5, Relator: JUIZ OSMAR TOGNOLO, Data de Julgamento: 28/04/1999, TERCEIRA TURMA,Data de Publicação: 28/05/1999 DJ p.538, undefined)”

13. Uma vez que ambos são acusados de envolvimento no fato que ensejou infração à norma, não deve ser operado obenefício a somente um deles, em conformidade aos princípios igualitários de nosso ordenamento pátrio. A oferta dobenefício da transação penal a somente um dos agentes poderia, inclusive, conduzir ao absurdo de prejudicar aquele queinicialmente seria beneficiado – no caso de absolvição posterior, por exemplo.

14. Quanto à alegação de error in procedendo em função da absolvição sumária de Antônio Elias de Almeida antes dooferecimento da denúncia, vale lembrar que, apesar de ainda não haver denúncia, a oferta do benefício da transaçãoimplica na citação do réu. A citação pressupõe a existência da ação penal – que, excepcionalmente, fica afastada devido aooferecimento da transação. Por isso, admissível aqui a absolvição sumária, em respeito ao disposto no art. 397, III do CPP.

15. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

16. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

17. Sem custas, na forma da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

101 - 0001839-35.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001839-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: ANDREA M. SANTOS SANTANA.) x FRANCISCO JOSE GONCALVES PEREIRA (ADVOGADO: EDUARDOXIBLE SALLES RAMOS, NATHALIA XIBLE SALLES RAMOS, RAPHAEL BARROSO DE AVELOIS.).RECURSO DE SENTENÇA Nº 0001839-35.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: UNIÃO FEDERALRECORRIDO: FRANCISCO JOSÉ GONÇALVES PEREIRA

V O T O – V I S T A

Trata-se de recurso inominado, interposto pela União Federal, em face de sentença que julgou procedente o pedidodeduzido na inicial, para condenar a recorrente, o Estado do Espírito Santo e o Município de Vitória no fornecimento gratuitode medicamentos em favor da parte recorrida.

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Em suas razões, a União suscita, preliminarmente, a impossibilidade jurídica do pedido, por força do não-fornecimento dosmedicamentos pelo SUS (não incluídos nas listas oficiais), bem como a sua ilegitimidade passiva ad causam. No mérito,alega que a materialização do direito à saúde encontra limites na disponibilidade de recursos financeiros do Estado e nareserva do possível, não cabendo ao Judiciário imiscuir-se nas questões orçamentárias, e, pugna, por fim, pela ponderaçãodos interesses envolvidos.

Impossibilidade Jurídica do Pedido. Não se reconhece a alegação de impossibilidade jurídica do pedido deduzido em juízo,eis que a circunstância de os fármacos postulados pela parte não constarem das listas padronizadas do SUS não exime oPoder Público do dever constitucional de prestação do direito à saúde. Com efeito, tal condição da ação configura-sequando presente a viabilidade em tese (ausência de previsão proibitiva) da tutela da pretensão autoral, hipóteseperfeitamente caracterizada in casu, já que se afigura possível ao Estado providenciar os medicamentos requeridos erepassá-los ao paciente sob tratamento. Preliminar rejeitada.

Ilegitimidade passiva ad causam. No que tange à arguição de ilegitimidade passiva ad causam da União Federal, oSupremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça já consolidaram firme orientação no sentido de que os entesfederativos devem responder, solidariamente, em demandas que envolvam o fornecimento gratuito de medicamentos peloPoder Público. Nesse sentido: STA 175 AgR, Relator Min. Gilmar Mendes (Presidente), STF - Tribunal Pleno, 30/04/2010;AGA 200802301148, Relator Min. Herman Benajmin, STJ – Segunda Turma, 14/09/2010; e AGA 200700312404, RelatorMin. José Delgado, STJ – Primeira Turma, 30/08/2007. Com efeito, a CRFB/88 elencou a saúde como direito de todos edever do Estado, na acepção genérica do termo, de sorte que representa obrigação dos três entes federados a prestaçãode medicamentos àqueles que não detêm recursos financeiros suficientes para o suprimento de tal necessidade. Ademais,o Sistema Único de Saúde (SUS) é composto pela União Federal, pelos Estados e pelos Municípios, de modo que deve serimputada a todos esses entes a responsabilidade pelos serviços prestados pelo sistema. Reconhecida a legitimidade daUnião para figurar no polo passivo da demanda, resta concluir pela competência dos Juizados Especiais Federais paraprocessamento e julgamento do feito. Preliminar afastada.

Passo à análise do mérito recursal:

É cediço que a saúde é um direito fundamental assentado constitucionalmente (CF, arts. 6º e 196), competindo ao Estado(gênero), por meio do Sistema Único de Saúde, organizar-se, inclusive nos aspectos financeiros/orçamentários, paraatender aos que dele necessitam, da forma mais efetiva e eficiente.

Contudo, a questão sobre o fornecimento de medicamentos especiais junto à rede pública de saúde – excessivamenteonerosos - merece ser analisada mais detidamente, sob pena de, a pretexto de operacionalizar o denominado princípio dauniversalidade (art. 7º, I da Lei 8.080/90), prejudicar a assistência universalizada às populações carentes que sequer têmacesso aos medicamentos básicos para tratamento de doenças endêmicas, como a tuberculose, malária, hanseníase,dentre outras, em flagrante desvio de sua finalidade essencial: cobrir todos os eventos cuja reparação seja premente.

Nessa ordem de ideias, não se pode entender como premente o fornecimento excepcional de fármaco quando não forcomprovada a ineficácia ou a impropriedade da política de saúde existente. Em outras palavras, não se opõe dúvidas que oPoder Judiciário, ou mesmo a própria Administração, pode determinar o fornecimento de medicamento diferente docusteado pelo SUS; entretanto, tal medida somente é cabível quando o paciente, por razões específicas do seu organismo,comprovar que o tratamento oferecido pela rede pública não é eficaz no seu caso.

In casu, o recorrido é portador de mal de Parkinson. Pleiteou os medicamentos: Stalevo, Mantidan, Sifrol, Motilium, Amitril,Nexium, Amaryl, Lipitor e Azilect, este último excluído do comando sentencial em razão da dificuldade encontrada pelaSecretaria do Estado do Espírito Santo em adquirir medicamento não comercializado no Brasil e da viabilidade desubstituição pelo medicamento Sifrol, em dose ampliada.

Quanto aos fármacos Nexium e Amaryl, não está demonstrada nos autos a imprescindibilidade do seu fornecimento,porquanto existem itens padronizados pelo SUS com a mesma indicação terapêutica, devendo o recorrido primeirosubmeter-se ao protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde, para, em sendo comprovada a sua ineficácia, pleitearmedida substitutiva e adequada ao seu tratamento.

O prévio esgotamento das possibilidades de tratamento fornecidas pela rede pública, tal como delineado, é medida que vaiao encontro dos princípios da razoabilidade e eficiência administrativa, preservando o terreno do orçamento público paraque nele encontrem abrigo a “universalidade de acesso aos serviços de saúde” e a “integralidade da assistência” (art. 7º, I eII da Lei 8.080/90).

Assim, divirjo do voto do relator somente para JULGAR IMPROCEDENTE O PEDIDO DE FORNECIMENTO DE NEXIUM EAMARYL, ressalvando a possibilidade de o recorrido vir a pleiteá-los futuramente na hipótese de comprovada ineficácia damedicação disponível no SUS.

Por todo o exposto, voto pelo PARCIAL PROVIMENTO DO RECURSO interposto pela União Federal, tão-somente parajulgar improcedente o pedido de fornecimento dos medicamentos Nexium e Amaryl.

Custas ex lege. Condenação da União Federal em honorários advocatícios, que ora fixo em R$ 200,00 (duzentos reais).

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EMENTA

RECURSO INOMINADO – ADMINISTRATIVO – FORNECIMENTO GRATUITO DE MEDICAMENTO – IMPOSSIBILIDADEJURÍDICA DO PEDIDO AFASTADA – LEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO RECONHECIDA – FÁRMACOS NEXIUM EAMARYL – EXISTÊNCIA DE ITENS PADRONIZADOS PELO SUS – NECESSIDADE DE ESGOTAMENTO DE TODAS ASPOSSIBILIDADES OFERECIDAS PELA REDE PÚBLICA – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO –SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata-se de Recurso Inominado, interposto pela União Federal, em face de sentença que julgou procedente o pedidoautoral, para condenar solidariamente a recorrente, o Estado do Espírito Santo e o Município de Vitória ao fornecimentogratuito de medicamentos em favor da parte recorrida. Contrarrazões às fls. 304/309.Em suas razões, a União suscita, preliminarmente, a impossibilidade jurídica do pedido, bem como a sua ilegitimidadepassiva ad causam. No mérito, aduz que o direito ao recebimento de medicamentos do Estado não é irrestrito, pugnandopela reforma da sentença, a fim de que seja julgado improcedente o pedido inicial.Não se reconhece a alegação de impossibilidade jurídica do pedido deduzido em juízo, eis que a circunstância de osfármacos postulados pela parte não constarem das listas padronizadas do SUS não exime o Poder Público do deverconstitucional de prestação do direito à saúde. Com efeito, tal condição da ação configura-se quando presente a viabilidadeem tese (ausência de previsão proibitiva) da tutela da pretensão autoral, hipótese perfeitamente caracterizada in casu, jáque se afigura possível ao Estado providenciar os medicamentos requeridos e repassá-los ao paciente sob tratamento.Preliminar rejeitada.No que tange à arguição de ilegitimidade passiva ad causam da União Federal, o Supremo Tribunal Federal e o SuperiorTribunal de Justiça já consolidaram firme orientação no sentido de que os entes federativos devem responder,solidariamente, em demandas que envolvam o fornecimento gratuito de medicamentos pelo Poder Público. Com efeito, aCRFB/88 elencou a saúde como direito de todos e dever do Estado, na acepção genérica do termo, de sorte que representaobrigação dos três entes federados a prestação de medicamentos àqueles que não detêm recursos financeiros suficientespara o suprimento de tal necessidade. Ademais, o Sistema Único de Saúde (SUS) é composto pela União Federal, pelosEstados e pelos Municípios, de modo que deve ser imputada a todos esses entes a responsabilidade pelos serviçosprestados pelo sistema. Reconhecida a legitimidade da União para figurar no polo passivo da demanda, resta concluir pelacompetência dos Juizados Especiais Federais para processamento e julgamento do feito. Preliminar afastada.Analisando o mérito, entende-se que a questão sobre o fornecimento de medicamentos especiais junto à rede pública desaúde – excessivamente onerosos - merece ser analisada mais detidamente, sob pena de, a pretexto de operacionalizar odenominado princípio da universalidade (art. 7º, I da Lei 8.080/90), prejudicar a assistência universalizada às populaçõescarentes que sequer têm acesso aos medicamentos básicos para tratamento de doenças endêmicas, como a tuberculose,malária, hanseníase, dentre outras, em flagrante desvio de sua finalidade essencial: cobrir todos os eventos cuja reparaçãoseja premente.Nessa ordem de ideias, não se pode entender como premente o fornecimento excepcional de fármaco quando não forcomprovada a ineficácia ou a impropriedade da política de saúde existente. Em outras palavras, não se opõe dúvidas que oPoder Judiciário, ou mesmo a própria Administração, pode determinar o fornecimento de medicamento diferente docusteado pelo SUS; entretanto, tal medida somente é cabível quando o paciente, por razões específicas do seu organismo,comprovar que o tratamento oferecido pela rede pública não é eficaz no seu caso.In casu, o recorrido é portador de mal de Parkinson. Pleiteou os medicamentos: Stalevo, Mantidan, Sifrol, Motilium, Amitril,Nexium, Amaryl, Lipitor e Azilect, este último excluído do comando sentencial em razão da dificuldade encontrada pelaSecretaria do Estado do Espírito Santo em adquirir medicamento não comercializado no Brasil e da viabilidade desubstituição pelo medicamento Sifrol, em dose ampliada.Quanto aos fármacos Nexium e Amaryl, não está demonstrada nos autos a imprescindibilidade do seu fornecimento,porquanto existem itens padronizados pelo SUS com a mesma indicação terapêutica, devendo o recorrido primeirosubmeter-se ao protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde, para, em sendo comprovada a sua ineficácia, pleitearmedida substitutiva e adequada ao seu tratamento.O prévio esgotamento das possibilidades de tratamento fornecidas pela rede pública, tal como delineado, é medida que vaiao encontro dos princípios da razoabilidade e eficiência administrativa, preservando o terreno do orçamento público paraque nele encontrem abrigo a “universalidade de acesso aos serviços de saúde” e a “integralidade da assistência” (art. 7º, I eII da Lei 8.080/90).Assim, divirjo do voto do relator somente para julgar improcedente o pedido de fornecimento de Nexium e Amaryl,ressalvando a possibilidade de o recorrido vir a pleiteá-los futuramente na hipótese de comprovada ineficácia da medicaçãodisponível no SUS.Por todo o exposto, voto pelo parcial provimento do recurso interposto pela União Federal, tão-somente para julgarimprocedente o pedido de fornecimento dos medicamentos Nexium e Amaryl.Recurso conhecido e parcialmente provido. Sentença parcialmente reformada.Custas ex lege. Condenação da União Federal em honorários advocatícios, que ora fixo em R$ 200,00 (duzentos reais).

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, reformando-se, emparte, a sentença, na forma do voto e da ementa constantes dos autos, que passam a integrar o presente julgado.

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BRUNO DUTRAJuiz Federal Relator

102 - 0003573-84.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.003573-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.) x MUNICÍPIO DE CARIACICA (ADVOGADO: LUCIANO KELLY DONASCIMENTO.) x ANTONIO BATISTA FERREIRA (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.).RECURSO DE SENTENÇA Nº 0003573-84.2010.4.02.5050/01RECORRENTE(S): UNIÃO FEDERAL E MUNICÍPIO DE CARIACICARECORRIDO: ANTÔNIO BATISTA FERREIRA

V O T O – V I S T A

Recursos inominados, interpostos pela União Federal e pelo Município de Cariacica, em face de sentença que julgouprocedente o pedido autoral, para condenar solidariamente os recorrentes e o Estado do Espírito Santo ao fornecimentogratuito de medicamento (VENOLOT 30) e de equipamento e materiais para medição de glicemia em favor da parterecorrida.

Em suas razões, a União suscita, preliminarmente: a impossibilidade jurídica do pedido, por força do não-fornecimento domedicamento pelo SUS (não incluído nas listas oficiais); a falta de interesse de agir superveniente do recorrido, ante acircunstância de já estar recebendo o remédio do Poder Público; e a ilegitimidade passiva ad causam do ente federal. Nomérito, alega que a materialização do direito à saúde encontra limites na disponibilidade de recursos financeiros do Estadoe na reserva do possível, não cabendo ao Judiciário imiscuir-se nas questões orçamentárias, e, pugna, por fim, pelaponderação dos interesses envolvidos.

Por sua vez, o Município de Cariacica, em seu recurso, sustenta a incompetência dos Juizados Especiais Federais para ojulgamento do feito em face de municipalidade, a falta de interesse de agir da parte, ante a ausência de lide (pretensãoresistida), e, no mérito, alega, reiterada e genericamente, que não cabe ao ente municipal a atribuição de fornecimento dosmedicamentos requeridos.

Incompetência dos JEFs. Inicialmente, não merece acolhimento a alegação de incompetência dos Juizados EspecaisFederais para processamento e julgamento de demanda em face do Município de Cariacica, porquanto a competênciaabsoluta pelo valor desta jurisdição especial autoriza o processamento de demandas que abriguem litisconsórcio passivonecessário entre os entes da federação. Nesse sentido, segue precedente do STJ: “[...] 2. Os Juizados Especiais Federaisostentam competência para o julgamento das ações de fornecimento de medicamentos em que haja litisconsórcio passivonecessário entre a União, o Estado e o Município, cujo valor da causa não exceda sessenta salários mínimo, a teor do quedispõem os arts. 3º e 6º da lei 10.259/2001, coadjuvada pela ratio essendi dos arts. 196 e 198, da Constituição Federal de1988. Precedentes do STJ: CC 104544/RS, PRIMEIRA SEÇÃO, DJ de 28/08/2009; AgRg no CC 102919/SC, PRIMEIRASEÇÃO, DJ de 11/05/2009; AgRg na Rcl 2991/SC, PRIMEIRA SEÇÃO, DJ de 07/04/2009; CC 97.273/SC, PRIMEIRASEÇÃO, DJ de 08/10/2008 LEXSTJ vol. 232 p.33). [...]” (CC 107.369/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO,julgado em 28/10/2009, DJe 19/11/2009). Preliminar não acolhida.

Impossibilidade Jurídica do Pedido. Não se reconhece a alegação de impossibilidade jurídica do pedido deduzido em juízo,eis que a circunstância de os fármacos postulados pela parte não constarem das listas padronizadas do SUS não exime oPoder Público do dever constitucional de prestação do direito à saúde. Com efeito, tal condição da ação configura-sequando presente a viabilidade em tese (ausência de previsão proibitiva) da tutela da pretensão autoral, hipóteseperfeitamente caracterizada in casu, já que se afigura possível ao Estado providenciar os medicamentos/equipamentosrequeridos e repassá-los ao paciente sob tratamento. Preliminar rejeitada.

Falta de interesse de agir superveniente. Não merece acolhida a arguição de falta de interesse superveniente da parterecorrida, justamente porque a satisfação de seu direito só ocorreu com o deferimento da antecipação de tutela às fls.32/33. Esse provimento jurisdicional provisório, como o próprio nome já diz, requer um julgamento definitivo parasubstituí-lo, motivo pelo qual persistirá o interesse de agir da parte até o trânsito em julgado da decisão de mérito proferidano feito.

De igual modo, não há que se falar em falta de interesse de agir, em razão de ausência de “lide”, pois, à evidência, hápretensão não atendida voluntariamente pelo Poder Público, a obrigar a intromissão do Judiciário. Como a responsabilidadepela prestação requerida é conferida, solidariamente, à União, aos Estados e aos Municípios – conforme, adiante,demonstrar-se-á –, a parte pode postular em juízo em face de qualquer dos entes responsáveis. Preliminar afastada.

Ilegitimidade passiva ad causam. No que tange à arguição de ilegitimidade passiva ad causam da União Federal, oSupremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça já consolidaram firme orientação no sentido de que os entesfederativos devem responder, solidariamente, em demandas que envolvam o fornecimento gratuito de medicamentos peloPoder Público. Nesse sentido: STA 175 AgR, Relator Min. Gilmar Mendes (Presidente), STF - Tribunal Pleno, 30/04/2010;AGA 200802301148, Relator Min. Herman Benajmin, STJ – Segunda Turma, 14/09/2010; e AGA 200700312404, RelatorMin. José Delgado, STJ – Primeira Turma, 30/08/2007. Com efeito, a CRFB/88 elencou a saúde como direito de todos edever do Estado, na acepção genérica do termo, de sorte que representa obrigação dos três entes federados a prestaçãode medicamentos àqueles que não detêm recursos financeiros suficientes para o suprimento de tal necessidade. Ademais,o Sistema Único de Saúde (SUS) é composto pela União Federal, pelos Estados e pelos Municípios, de modo que deve ser

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imputada a todos esses entes a responsabilidade pelos serviços prestados pelo sistema. Reconhecida a legitimidade daUnião para figurar no polo passivo da demanda, resta concluir pela competência dos Juizados Especiais Federais paraprocessamento e julgamento do feito. Preliminar rechaçada.

Passo à análise do mérito recursal:

É cediço que a saúde é um direito fundamental assentado constitucionalmente (CF, arts. 6º e 196), competindo ao Estado(gênero), por meio do Sistema Único de Saúde, organizar-se, inclusive nos aspectos financeiros/orçamentários, paraatender aos que dele necessitam, da forma mais efetiva e eficiente.

Contudo, a questão sobre o fornecimento de medicamentos especiais junto à rede pública de saúde – excessivamenteonerosos - merece ser analisada mais detidamente, sob pena de, a pretexto de operacionalizar o denominado princípio dauniversalidade (art. 7º, I da Lei 8.080/90), prejudicar a assistência universalizada às populações carentes que sequer têmacesso aos medicamentos básicos para tratamento de doenças endêmicas, como a tuberculose, malária, hanseníase,dentre outras, em flagrante desvio de sua finalidade essencial: cobrir todos os eventos cuja reparação seja premente.

Nessa ordem de ideias, não se pode entender como premente o fornecimento excepcional de fármaco quando não forcomprovada a ineficácia ou a impropriedade da política de saúde existente. Em outras palavras, não se opõem dúvidas queo Poder Judiciário, ou mesmo a própria Administração, pode determinar o fornecimento de medicamento diferente docusteado pelo SUS; entretanto, tal medida somente é cabível quando o paciente, por razões específicas do seu organismo,comprovar que o tratamento oferecido pela rede pública não é eficaz no seu caso.

In casu, o recorrido é portador de Diabetes Mellitus de difícil controle. Pleiteou 01(um) aparelho de medição e controle dosníveis de insulina, 02 (duas) caixas por mês de fitas para monitoração glicêmica e 02 (duas) caixas por mês domedicamento VENOLOT 30.

Em que pesem os alegados efeitos terapêuticos do medicamento VENOLOT 30, o recorrido não demonstrou nos autos aineficácia da medicação disponível no SUS para o tratamento da doença diagnosticada, devendo primeiro submeter-se aoprotocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde, para, em sendo demonstrada a sua impropriedade no caso concreto,pleitear medida substitutiva e adequada ao seu tratamento.

O prévio esgotamento das possibilidades de tratamento fornecidas pela rede pública, tal como delineado, é medida que vaiao encontro dos princípios da razoabilidade e eficiência administrativa, preservando o terreno do orçamento público paraque nele encontrem abrigo a “universalidade de acesso aos serviços de saúde” e a “integralidade da assistência” (art. 7º, I eII da Lei 8.080/90).

Assim, divirjo do voto do relator para DAR PARCIAL PROVIMENTO AOS RECURSOS INTERPOSTOS pela União Federale Município de Cariacica, JULGANDO IMPROCEDENTE o pedido de fornecimento do medicamento VENOLOT 30.MANTIDA A CONDENAÇÃO no fornecimento dos equipamentos para monitoração glicêmica, eis que imprescindíveis àmanutenção do quadro clínico do recorrido.

Custas ex lege. Condenação, pro rata, da União Federal e do Município de Cariacica em honorários advocatícios, que orafixo em R$ 200,00 (duzentos reais).

E M E N TA

RECURSOS INOMINADOS – ADMINISTRATIVO – FORNECIMENTO GRATUITO DE MEDICAMENTO/EQUIPAMENTO –IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO AFASTADA – FALTA DE INTERESSE DE AGIR NÃO RECONHECIDA –LEGITIMIDADE PASSIVA DOS TRÊS ENTES DA FEDERAÇÃO – COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAISFEDERAIS – TRATAMENTO OFERECIDO PELO SUS – NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA SUA INEFICÁCIA –INEFICÁCIA NÃO COMPROVADA – RECURSOS CONHECIDOS E PARCIALMENTE PROVIDOS. SENTENÇAPARCIALMENTE REFORMADA.

Recursos inominados, interpostos pela União Federal e pelo Município de Cariacica, em face de sentença que julgouprocedente o pedido autoral, para condenar solidariamente os recorrentes e o Estado do Espírito Santo ao fornecimentogratuito de medicamento (VENOLOT 30) e de equipamento e materiais para medição de glicemia em favor da parterecorrida.A União Federal, em suas razões recursais, alega, preliminarmente, impossibilidade jurídica do pedido, falta de interesse deagir superveniente do recorrido e sua ilegitimidade passiva ad causam. No mérito, aduz que o direito ao recebimento demedicamentos do Estado não é irrestrito, pugnando pela reforma da sentença, a fim de que seja julgado improcedente opedido inicial.O município de Cariacica alega, preliminarmente, a incompetência dos Juizados Especiais Federais para julgamento dofeito e a falta de interesse de agir da parte. No mérito, aduz que não cabe ao ente municipal a atribuição de fornecimento

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dos medicamentos requeridos.Inicialmente, não merece acolhimento a alegação de incompetência dos Juizados Especiais Federais para processamentoe julgamento de demanda em face do Município de Cariacica, porquanto a competência absoluta pelo valor desta jurisdiçãoespecial autoriza o processamento de demandas que abriguem litisconsórcio passivo necessário entre os entes dafederação. Preliminar não acolhida.Não se reconhece a alegação de impossibilidade jurídica do pedido deduzido em juízo, eis que a circunstância de osfármacos postulados pela parte não constarem das listas padronizadas do SUS não exime o Poder Público do deverconstitucional de prestação do direito à saúde. Com efeito, tal condição da ação configura-se quando presente a viabilidadeem tese (ausência de previsão proibitiva) da tutela da pretensão autoral, hipótese perfeitamente caracterizada in casu, jáque se afigura possível ao Estado providenciar os medicamentos/equipamentos requeridos e repassá-los ao paciente sobtratamento. Preliminar rejeitada.Não merece acolhida a arguição de falta de interesse superveniente da parte recorrida, justamente porque a satisfação deseu direito só ocorreu com o deferimento da antecipação de tutela às fls. 32/33. Esse provimento jurisdicional provisório,como o próprio nome já diz, requer um julgamento definitivo para substituí-lo, motivo pelo qual persistirá o interesse de agirda parte até o trânsito em julgado da decisão de mérito proferida no feito.De igual modo, não há que se falar em falta de interesse de agir, em razão de ausência de “lide”, pois, à evidência, hápretensão não atendida voluntariamente pelo Poder Público, a obrigar a intromissão do Judiciário. Como a responsabilidadepela prestação requerida é conferida, solidariamente, à União, aos Estados e aos Municípios, a parte pode postular emjuízo em face de qualquer dos entes responsáveis. Preliminar afastada.No que tange à arguição de ilegitimidade passiva ad causam da União Federal, o Supremo Tribunal Federal e o SuperiorTribunal de Justiça já consolidaram firme orientação no sentido de que os entes federativos devem responder,solidariamente, em demandas que envolvam o fornecimento gratuito de medicamentos pelo Poder Público. Com efeito, aCRFB/88 elencou a saúde como direito de todos e dever do Estado, na acepção genérica do termo, de sorte que representaobrigação dos três entes federados a prestação de medicamentos àqueles que não detêm recursos financeiros suficientespara o suprimento de tal necessidade. Ademais, o Sistema Único de Saúde (SUS) é composto pela União Federal, pelosEstados e pelos Municípios, de modo que deve ser imputada a todos esses entes a responsabilidade pelos serviçosprestados pelo sistema. Reconhecida a legitimidade da União para figurar no polo passivo da demanda, resta concluir pelacompetência dos Juizados Especiais Federais para processamento e julgamento do feito. Preliminar rechaçada.Analisando o mérito, entende-se que a questão sobre o fornecimento de medicamentos especiais junto à rede pública desaúde – excessivamente onerosos - merece ser analisada mais detidamente, sob pena de, a pretexto de operacionalizar odenominado princípio da universalidade (art. 7º, I da Lei 8.080/90), prejudicar a assistência universalizada às populaçõescarentes que sequer têm acesso aos medicamentos básicos para tratamento de doenças endêmicas, como a tuberculose,malária, hanseníase, dentre outras, em flagrante desvio de sua finalidade essencial: cobrir todos os eventos cuja reparaçãoseja premente.Nessa ordem de ideias, não se pode entender como premente o fornecimento excepcional de fármaco quando não forcomprovada a ineficácia ou a impropriedade da política de saúde existente. Em outras palavras, não se opõem dúvidas queo Poder Judiciário, ou mesmo a própria Administração, pode determinar o fornecimento de medicamento diferente docusteado pelo SUS; entretanto, tal medida somente é cabível quando o paciente, por razões específicas do seu organismo,comprovar que o tratamento oferecido pela rede pública não é eficaz no seu caso.In casu, o recorrido é portador de Diabetes Mellitus de difícil controle. Pleiteou 01(um) aparelho de medição e controle dosníveis de insulina, 02 (duas) caixas por mês de fitas para monitoração glicêmica e 02 (duas) caixas por mês domedicamento VENOLOT 30.Em que pesem os alegados efeitos terapêuticos do medicamento VENOLOT 30, o recorrido não demonstrou nos autos aineficácia da medicação disponível no SUS para o tratamento da doença diagnosticada, devendo primeiro submeter-se aoprotocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde, para, em sendo demonstrada a sua impropriedade no caso concreto,pleitear medida substitutiva e adequada ao seu tratamento.O prévio esgotamento das possibilidades de tratamento fornecidas pela rede pública, tal como delineado, é medida que vaiao encontro dos princípios da razoabilidade e eficiência administrativa, preservando o terreno do orçamento público paraque nele encontrem abrigo a “universalidade de acesso aos serviços de saúde” e a “integralidade da assistência” (art. 7º, I eII da Lei 8.080/90).Assim, divirjo do voto do relator para dar parcial provimento aos recursos interpostos pela União Federal e Município deCariacica, julgando improcedente o pedido de fornecimento do medicamento VENOLOT 30. Mantida a condenação nofornecimento dos equipamentos para monitoração glicêmica, eis que imprescindíveis à manutenção do quadro clínico dorecorrido.Recurso conhecido e parcialmente provido. Sentença parcialmente reformada.Custas ex lege. Condenação, pro rata, da União Federal e do Município de Cariacica em honorários advocatícios, que orafixo em R$ 200,00 (duzentos reais).

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PARCIAL PROVIMENTO AOS RECURSOS, reformando-se,parcialmente, a sentença, na forma do voto e da ementa constantes dos autos, que passam a integrar o presente julgado.

BRUNO DUTRAJuiz Federal Relator

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FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

103 - 0004233-15.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004233-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: ANDREA M. SANTOS SANTANA.) x MUNICÍPIO DE VILA VELHA (ADVOGADO: MARCO TULIO RIBEIROFIALHO.) x DELMA BRAGA KOSCKY (DEF.PUB: Karina Rocha Mitleg Bayerl.).RECURSO DE SENTENÇA Nº 0004233-15.2009.4.02.5050/01RECORRENTE: UNIÃO FEDERAL E MUNICÍPIO DE VILA VELHARECORRIDO(A): DELMA BRAGA KOSCKYRELATORA: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. FORNECIMENTO GRATUITO DE MEDICAMENTO. FALTA DE INTERESSEDE AGIR SUPERVENIENTE AFASTADA. LEGITIMIDADE PASSIVA DOS TRÊS ENTES DA FEDERAÇÃO.COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS RECONHECIDA. DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE.RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

Recursos inominados interpostos pela União Federal e pelo Município de Vila Velha em face de sentença que julgouprocedente o pedido autoral, para condenar solidariamente os recorrentes e o Estado do Espírito Santo ao fornecimento domedicamento ETANERCEPTE 25mg à parte recorrida. Contrarrazões às fls. 146/149.

Em suas razões, a União suscita, preliminarmente, (I) a falta de interesse de agir superveniente do recorrido, ante acircunstância de já estar recebendo o remédio da Secretaria Estadual de Saúde (SESA), (II) bem como a ilegitimidadepassiva ad causam do ente federal. No mérito, alega que (III) a materialização do direito à saúde encontra limites nadisponibilidade de recursos financeiros do Estado e na reserva do possível, não cabendo ao Judiciário imiscuir-se nasquestões orçamentárias, e, pugna, por fim, pela ponderação dos interesses envolvidos no caso concreto.

Por sua vez, o Município de Vila Velha, em seu recurso, sustenta (I) a ilegitimidade do ente municipal para figurar no polopassivo da demanda, (II) a falta de interesse superveniente da parte, ante o fornecimento do fármaco ora mantido pelaSESA, (III) a incompetência dos Juizados Especiais Federais para o julgamento do feito pela complexidade da causa(necessidade de produção de prova pericial) e, no mérito, (IV) a ausência de comprovação da eficácia da substânciapostulada e a falta de dotação orçamentária para o custeio do medicamento.

Falta de interesse de agir superveniente. Não se reconhece a falta de interesse superveniente da parte recorrida,justamente porque a satisfação de seu direito só ocorreu com o deferimento da antecipação de tutela às fls. 38/39. Esseprovimento jurisdicional provisório, como o próprio nome já diz, requer um julgamento definitivo para substituí-lo, motivopelo qual persistirá o interesse de agir da parte até o trânsito em julgado da decisão de mérito proferida no feito. Preliminarrejeitada.

Ilegitimidade passiva ad causam. No que tange à arguição de ilegitimidade passiva ad causam da União Federal e doMunicípio de Vila Velha, o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça já consolidaram firme orientação nosentido de que os entes federativos devem responder, solidariamente, em demandas que envolvam o fornecimento gratuitode medicamentos pelo Poder Público. Nesse sentido: STA 175 AgR, Relator Min. Gilmar Mendes (Presidente), STF -Tribunal Pleno, 30/04/2010; AGA 200802301148, Relator Min. Herman Benajmin, STJ – Segunda Turma, 14/09/2010; eAGA 200700312404, Relator Min. José Delgado, STJ – Primeira Turma, 30/08/2007. Com efeito, a CRFB/88 elencou asaúde como direito de todos e dever do Estado, na acepção genérica do termo, de sorte que representa obrigação dos trêsentes federados a prestação de medicamentos àqueles que não detêm recursos financeiros suficientes para o suprimentode tal necessidade. Ademais, o Sistema Único de Saúde (SUS) é composto pela União Federal, pelos Estados e pelosMunicípios, de modo que deve ser imputada a todos esses entes a responsabilidade pelos serviços prestados pelo sistema.Preliminar afastada.

Incompetência do JEF. Não merece acolhimento a alegação de incompetência dos Juizados Especais Federais paraprocessamento e julgamento do feito, ante a complexidade da causa. A uma, porque o caso concreto dispensa a produçãode prova pericial, diante dos documentos médicos apresentados pela parte recorrida. E, a duas, porque já se admite arealização de perícia técnica no rito próprio dos juizados especiais. Preliminar não acolhida.

Mérito. Consabido é que a execução de políticas públicas encontra limites nas possibilidades financeiras do Estado. Porenvolver a execução de ações positivas, com o objetivo de concretizar direitos fundamentais, é essencial a existência deverba para a sua realização. Noutros termos, a concretização de um direito fundamental deve, principalmente,harmonizar-se com o princípio da reserva do possível, ficando a sua materialização condicionada à disponibilidade de verbaorçamentária suficiente. Entretanto, a mera alegação de insuficiência de recursos, por si só, não afasta a responsabilidadedo Estado na concretização de direito assegurado pela carta constitucional. Sobre o assunto, leciona Nagibe de Melo Jorge

�Neto :“Quanto às possibilidades materiais para o deferimento do pedido ou cumprimento da ordem judicial, é muito comum a

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defesa alegar inexistência de recursos orçamentários. [...] A mera alegação de inexistência de verbas orçamentárias para aimplementação de políticas públicas exigidas judicialmente, contudo, não é motivo suficiente a caracterizar aimpossibilidade material ou jurídica. [...] Nesses casos, deverá demonstrar a absoluta ausência de recursos orçamentários,a inexigibilidade de sua transferência de uma rubrica para outra ou a contabilização de muitos maiores prejuízos quebenefícios caso a medida venha a ser deferida e o poder público veja-se obrigado a implementá-la.”

10. No caso sob exame, a União Federal e o Município de Vila Velha somente alegaram, de forma genérica, aindisponibilidade de recursos financeiros suficientes para arcar com as despesas provenientes da concessão da substânciapleiteada. Desta feita, tal fundamento de defesa não merece acolhida, pois não consta dos autos prova cabal de efetivacarência de recursos ou de outra causa de impossibilidade de cumprimento de eventual comando condenatório.

11. O art. 6º da Constituição Federal elenca a saúde como um direito social de todos os cidadãos brasileiros. Nomesmo sentido, o art. 196 da Carta Maior garante aos cidadãos o direito à saúde, impondo ao Estado (gênero) o dever depreservá-la mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos epreservem, ainda, o acesso universal e igualitário de todos a ações e serviços adequados à promoção, proteção erecuperação da saúde.

12. Por sua vez, a Lei n.º 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação dasaúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, determina que o Estado deve garantir a saúde atodos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) que possui, dentre suas diversas atribuições, a competência de formularpolítica de medicamentos a fim de proporcionar tal assistência de forma integral e adequada. Na mesma toada, odenominado princípio da universalidade, previsto no artigo 7º, II, do mesmo diploma legal, estabelece que a assistência àsaúde deve ser proporcionada por um conjunto articulado e contínuo de ações e de serviços preventivos e curativos,individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade.

13. Deste modo, constitui dever constitucional do Estado, em todas as suas esferas (União, Estados e Municípios),proporcionar atendimento adequado em termos de saúde a todos os cidadãos, especialmente àqueles sem condiçõesfinanceiras de custear o tratamento de suas enfermidades.

14. No caso sob apreço, entendo que os receituários e os laudos médicos particulares apresentados pela parterecorrida revelam-se suficientes para a caracterização da necessidade pungente do medicamento para tratamentosatisfatório do paciente. Com efeito, o profissional que acompanha a evolução da doença desde o início, certamente, detémqualificação para conhecer as reais necessidades de seu paciente e para definir a indicação de determinado remédio, aoinvés de outro.

15. Por conclusão, acertada a condenação imposta na sentença recorrida, eis que configurada a responsabilidadesolidária dos entes federal, estadual e municipal pela prestação do medicamento de que necessita a parte.

16. Recursos conhecidos e improvidos. Sentença mantida.

17. Sem custas, na forma da lei (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação da União Federal e do Município de VilaVelha ao pagamento de honorários advocatícios, arbitrados, equitativamente, em R$1.000,00 (mil reais).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, acordam os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DOS RECURSOSe, no mérito, NEGAR-LHES PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presentejulgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

104 - 0006479-81.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006479-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL(PROCDOR: ANDREA M. SANTOS SANTANA.) x ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (ADVOGADO: PAULO JOSÉ SOARESSERPA FILHO.) x NILTON GONÇALVES DE OLIVEIRA (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.).RECURSO DE SENTENÇA Nº 0006479-81.2009.4.02.5050/01RECORRENTE(S): UNIÃO FEDERAL E ESTADO DO ESPÍRITO SANTORECORRIDO: NILTON GONÇALVES DE OLIVEIRA

V O T O – V I S T A

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Recursos inominados interpostos pela União Federal e pelo Estado do Espírito Santo em face de sentença que julgouprocedente o pedido autoral, para condenar solidariamente os recorrentes e o Município de Serra ao fornecimento domedicamento ácido zoledrônico 5 mg à parte recorrida.

Em suas razões, a União suscita, preliminarmente, (I) a falta de interesse de agir superveniente do recorrido, ante acircunstância de já estar recebendo o remédio da Secretaria Estadual de Saúde (SESA), bem como (II) a sua ilegitimidadepassiva ad causam. No mérito, alega que: (III) não caberia ao Poder Judiciário fazer as vezes de administrador público, emdesrespeito às diretrizes orçamentárias fixadas; (IV) face a limitação de recursos financeiros, a concessão do medicamentopretendido implicaria insuficiência de verbas a serem aplicadas nos programas previamente criados, redundando, também,na violação do mínimo existencial da população; (V) o direito ao recebimento de medicamentos do Estado não é irrestrito;(VI) a execução de serviços que objetivem garantir o direito à saúde demandam prestações positivas do Estado, as quais,irremediavelmente, estão sujeitas à reserva do possível; (VII) de acordo com o Princípio da Reserva Parlamentar emmatéria orçamentária, somente o legislador detém a competência para decidir sobre a aplicação de recursos públicos; e(VIII) o deferimento do pedido autoral ensejaria violação aos princípios da legalidade e da impessoalidade administrativa.

Por sua vez, o Estado do Espírito Santo, em seu recurso, sustenta que: (I) a sentença padece de vício de nulidade, ante anecessidade de produção de prova pericial, haja vista o caráter técnico das questões suscitadas; (II) segundoposicionamento mais recente do STJ, constitui ônus da parte autora provar que os medicamentos já fornecidos pelo Estadonão são suficientes para o efetivo tratamento da doença; (III) o parecer emitido pela SESA informou que a eficácia domedicamento ainda não foi comprovada por meio de estudos seguros e precisos, havendo dúvidas sobre seus possíveisefeitos colaterais; (IV) não compete ao Judiciário escolher a fonte de custeio de políticas públicas, sob pena de violação aoPrincípio da Separação dos Poderes; e (V) a extensão da aplicabilidade do direito à saúde deve ser compatibilizada com osprincípios da reserva do possível e do mínimo existencial.

Falta de interesse de agir superveniente. Não se reconhece a falta de interesse superveniente da parte autora/recorrida,justamente porque a satisfação de seu direito só ocorreu com o deferimento de tutela antecipada (fls. 26/27). Esseprovimento jurisdicional provisório, como o próprio nome já diz, necessita de um julgamento definitivo para substituí-lo,motivo pelo qual persistirá o interesse de agir até o trânsito em julgado da decisão de mérito proferida no feito. Preliminarrejeitada.

Ilegitimidade passiva ad causam. No que tange à alegação de ilegitimidade passiva ad causam da União Federal, oSupremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça já consolidaram firme orientação no sentido de que os entesfederativos devem responder, solidariamente, em demandas que envolvam o fornecimento gratuito de medicamentos peloPoder Público. Nesse sentido: STA 175 AgR, Relator Min. Gilmar Mendes (Presidente), STF - Tribunal Pleno, 30/04/2010;AGA 200802301148, Relator Min. Herman Benajmin, STJ – Segunda Turma, 14/09/2010; e AGA 200700312404, RelatorMin. José Delgado, STJ – Primeira Turma, 30/08/2007. Com efeito, a CRFB/88 elencou a saúde como direito de todos edever do Estado, na acepção genérica do termo, de sorte que representa obrigação dos três entes federados a prestaçãode medicamentos àqueles que não detêm recursos financeiros suficientes para o suprimento de tal necessidade. Ademais,o Sistema Único de Saúde (SUS) é composto pela União Federal, pelos Estados e pelos Municípios, de modo que deve serimputada a todos esses entes a responsabilidade pelos serviços prestados pelo sistema. Preliminar afastada.

Pretensão de anulação da sentença. Não merece acolhimento a postulação de declaração de nulidade da sentençarecorrida, ao argumento de ausência de produção de prova pericial supostamente imprescindível ao deslinde do feito.

De fato, o entendimento mais recente do STJ indica que, na falta de prova de que o tratamento com a droga requeridajudicialmente surtirá efeito mais exitoso que a terapêutica com remédios já fornecidos pelo Estado, é forçosa a realizaçãode prova pericial, ante a complexidade da questão. Entretanto, no caso sob apreço, entendo que os receituários e os laudosmédicos particulares apresentados pela parte recorrida revelam-se satisfatórios para a caracterização da necessidadepungente do medicamento para tratamento satisfatório do paciente. Com efeito, o profissional que acompanha a evoluçãoda doença desde o início, certamente, detém qualificação para conhecer as reais necessidades de seu paciente e paradefinir a indicação de determinado remédio, ao invés de outro.

Ademais, parece certo que os remédios fornecidos pela Secretaria de Estado de Saúde – SESA prestam-se ao tratamentoda osteoporose, ao passo que o recorrido é portador não apenas desta moléstia, mas também – e principalmente – deosteopenia, doença diversa e mais grave. Logo, os medicamentos disponíveis para fornecimento no acervo da SESApodem não ser absolutamente eficazes para o tratamento de todas as patologias que afligem o recorrido. Nulidade nãoacolhida.

Passo à análise do mérito recursal:

É cediço que a saúde é um direito fundamental assentado constitucionalmente (CF, arts. 6º e 196), competindo ao Estado(gênero), por meio do Sistema Único de Saúde, organizar-se, inclusive nos aspectos financeiros/orçamentários, paraatender aos que dele necessitam, da forma mais efetiva e eficiente.

Contudo, a questão sobre o fornecimento de medicamentos especiais junto à rede pública de saúde – excessivamenteonerosos - merece ser analisada mais detidamente, sob pena de, a pretexto de operacionalizar o denominado princípio dauniversalidade (art. 7º, I da Lei 8.080/90), prejudicar a assistência universalizada às populações carentes que sequer têmacesso aos medicamentos básicos para tratamento de doenças endêmicas, como a tuberculose, malária, hanseníase,

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dentre outras, em flagrante desvio de sua finalidade essencial: cobrir todos os eventos cuja reparação seja premente.

Nessa ordem de ideias, não se pode entender como premente o fornecimento excepcional de fármaco quando não forcomprovada a ineficácia ou a impropriedade da política de saúde existente. Em outras palavras, não se opõem dúvidas queo Poder Judiciário, ou mesmo a própria Administração, pode determinar o fornecimento de medicamento diferente docusteado pelo SUS; entretanto, tal medida somente é cabível quando o paciente, por razões específicas do seu organismo,comprovar que o tratamento oferecido pela rede pública não é eficaz no seu caso.

In casu, o recorrido é portador de osteoporose no colo do fêmur e osteopenia da coluna lombar. Pleiteou o medicamento“ácido zoledrônico”, substância ativa no importe de R$ 2.000,00 (dois mil reais) que, segundo alegado, vem obtendoresultados eficazes no tratamento da osteoporose e da osteopenia.

Em que pesem os alegados efeitos terapêuticos do fármaco pleiteado, o recorrido não demonstrou nos autos a ineficácia damedicação disponível no SUS para o tratamento das doenças diagnosticadas, devendo primeiro submeter-se ao protocoloestabelecido pelo Ministério da Saúde, para, em sendo demonstrada a sua impropriedade no caso concreto, pleitear medidasubstitutiva e adequada ao seu tratamento.

O prévio esgotamento das possibilidades de tratamento fornecidas pela rede pública, tal como delineado, é medida que vaiao encontro dos princípios da razoabilidade e eficiência administrativa, preservando o terreno do orçamento público paraque nele encontrem abrigo a “universalidade de acesso aos serviços de saúde” e a “integralidade da assistência” (art. 7º, I eII da Lei 8.080/90).

Assim, divirjo do voto do relator para DAR PROVIMENTO AOS RECURSOS interpostos pela União Federal e Estado doEspírito Santo, JULGANDO IMPROCEDENTE O PEDIDO DEDUZIDO NA INICIAL.

Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido, na forma do art. 55 da Lei n.º. 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº. 10.259/01.

E M E N TA

RECURSOS INOMINADOS – ADMINISTRATIVO – DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE – MEDICAMENTOS –INTERESSE DE AGIR CONFIGURADO – LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DA UNIÃO FEDERAL RECONHECIDA– DESNECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL – TRATAMENTO OFERECIDO PELO SUS –NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA SUA INEFICÁCIA – INEFICÁCIA NÃO COMPROVADA – RECURSOSCONHECIDOS E PROVIDOS. SENTENÇA REFORMADA.

Recursos inominados, interpostos pela União Federal e pelo Estado do Espírito Santo, em face de sentença que julgouprocedente o pedido autoral, para condenar solidariamente os recorrentes e o Município de Serra ao fornecimento domedicamento ácido zoledrônico 5 mg à parte recorrida.A União Federal, em suas razões recursais, alega, preliminarmente, falta de interesse de agir superveniente do recorrido esua ilegitimidade passiva ad causam. No mérito, aduz que o direito ao recebimento de medicamentos do Estado não éirrestrito, pugnando pela reforma da sentença, a fim de que seja julgado improcedente o pedido inicial.Já o Estado do Espírito Santo, sustenta, em seu recurso, que a sentença a quo apresenta nulidade. Se assim não forentendido, pugna pela reforma da sentença, para julgar improcedente o pleito autoral.Não se reconhece a falta de interesse de agir superveniente da parte autora/recorrida, justamente porque a satisfação deseu direito só ocorreu com o deferimento de tutela antecipada (fls. 26/27). Esse provimento jurisdicional provisório, como opróprio nome já diz, necessita de um julgamento definitivo para substituí-lo, motivo pelo qual persistirá o interesse de agiraté o trânsito em julgado da decisão de mérito proferida no feito. Preliminar rejeitada.No que tange à alegação de ilegitimidade passiva ad causam da União Federal, o Supremo Tribunal Federal e o SuperiorTribunal de Justiça já consolidaram firme orientação no sentido de que os entes federativos devem responder,solidariamente, em demandas que envolvam o fornecimento gratuito de medicamentos pelo Poder Público. Com efeito, aCRFB/88 elencou a saúde como direito de todos e dever do Estado, na acepção genérica do termo, de sorte que representaobrigação dos três entes federados a prestação de medicamentos àqueles que não detêm recursos financeiros suficientespara o suprimento de tal necessidade. Ademais, o Sistema Único de Saúde (SUS) é composto pela União Federal, pelosEstados e pelos Municípios, de modo que deve ser imputada a todos esses entes a responsabilidade pelos serviçosprestados pelo sistema. Preliminar afastada.Não merece acolhimento a postulação de declaração de nulidade da sentença recorrida, ao argumento de ausência deprodução de prova pericial supostamente imprescindível ao deslinde do feito. Os receituários e os laudos médicosparticulares apresentados pela parte recorrida revelam-se satisfatórios para a caracterização da necessidade pungente domedicamento para tratamento satisfatório do paciente. Com efeito, o profissional que acompanha a evolução da doençadesde o início, certamente, detém qualificação para conhecer as reais necessidades de seu paciente e para definir aindicação de determinado remédio, ao invés de outro.Analisando o mérito, entende-se que a questão sobre o fornecimento de medicamentos especiais junto à rede pública desaúde – excessivamente onerosos - merece ser analisada mais detidamente, sob pena de, a pretexto de operacionalizar o

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denominado princípio da universalidade (art. 7º, I da Lei 8.080/90), prejudicar a assistência universalizada às populaçõescarentes que sequer têm acesso aos medicamentos básicos para tratamento de doenças endêmicas, como a tuberculose,malária, hanseníase, dentre outras, em flagrante desvio de sua finalidade essencial: cobrir todos os eventos cuja reparaçãoseja premente.Nessa ordem de ideias, não se pode entender como premente o fornecimento excepcional de fármaco quando não forcomprovada a ineficácia ou a impropriedade da política de saúde existente. Em outras palavras, não se opõem dúvidas queo Poder Judiciário, ou mesmo a própria Administração, pode determinar o fornecimento de medicamento diferente docusteado pelo SUS; entretanto, tal medida somente é cabível quando o paciente, por razões específicas do seu organismo,comprovar que o tratamento oferecido pela rede pública não é eficaz no seu caso.In casu, o recorrido é portador de osteoporose no colo do fêmur e osteopenia da coluna lombar. Pleiteou o medicamento“ácido zoledrônico”, substância ativa no importe de R$ 2.000,00 (dois mil reais) que, segundo alegado, vem obtendoresultados eficazes no tratamento da osteoporose e da osteopenia.Em que pesem os alegados efeitos terapêuticos do fármaco pleiteado, o recorrido não demonstrou nos autos a ineficácia damedicação disponível no SUS para o tratamento das doenças diagnosticadas, devendo primeiro submeter-se ao protocoloestabelecido pelo Ministério da Saúde, para, em sendo demonstrada a sua impropriedade no caso concreto, pleitear medidasubstitutiva e adequada ao seu tratamento.O prévio esgotamento das possibilidades de tratamento fornecidas pela rede pública, tal como delineado, é medida que vaiao encontro dos princípios da razoabilidade e eficiência administrativa, preservando o terreno do orçamento público paraque nele encontrem abrigo a “universalidade de acesso aos serviços de saúde” e a “integralidade da assistência” (art. 7º, I eII da Lei 8.080/90).Assim, divirjo do voto do relator para dar provimento aos recursos interpostos pela União Federal e Estado do EspíritoSanto, julgando improcedente o pedido deduzido na inicial.Recurso conhecido e provido. Sentença reformada.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PROVIMENTO AOS RECURSOS, reformando-se a sentença,na forma do voto e da ementa constantes dos autos, que passam a integrar o presente julgado.

BRUNO DUTRAJuiz Federal Relator

105 - 0002212-66.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002212-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x TEREZINHA DIAS DO NASCIMENTO (DEF.PUB:EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA.).Processo nº. 0002212-66.2009.4.02.5050/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRecorrido : TEREZINHA DIAS DO NASCIMENTO

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE–CÔMPUTO DO PERÍODO DE GOZO DEAUXÍLIO-DOENÇA PARA FINS DE CARÊNCIA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO-SENTENÇA MANTIDA PELOSPRÓPRIOS FUNDAMENTOS.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face de sentença que julgou procedente a pretensãode concessão de aposentadoria por idade urbana. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que a autora não fazjus ao benefício, porque não é possível computar o período de gozo de auxílio-doença para fins de carência, sob pena deofensa ao caráter contributivo e equilíbrio financeiro e atuarial do sistema. Dessa forma, requer seja reformada a sentençaproferida pelo Juízo “a quo”, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial.A controvérsia gira em torno da possibilidade de cômputo para efeito de carência do período em que o segurado usufruiu debenefício por incapacidade.Em que pesem os argumentos declinados pela Autarquia, a jurisprudência majoritária firmou-se no sentido de que o períodoem que o segurado esteve em gozo do benefício de auxílio–doença pode ser computado como carência para fins deconcessão do benefício da aposentadoria por idade. Em consonância com esse entendimento, assim se pronunciou a TNU:“(...) O tempo durante o qual o segurado esteve em gozo de auxílio doença deve ser computado como período de carência,para fins de concessão da aposentadoria por idade. (...) (TNU, Incidente de uniformização de jurisprudência200763060010162, relator Juiz Federal Sebastião Ogê Muniz, DJU 07/07/2008)”4) Assim, o período em que o autor esteve em gozo de auxílio-doença não pode ser desprezado para o cômputo dacarência.5) Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”, devendo ser mantida por seus própriosfundamentos (art. 46 da Lei 9.099/95).6) Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.7) Sem custas, nos termos da lei. Honorários advocatícios devidos pelo recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

106 - 0000880-21.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000880-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ZELINDO MAGRI(ADVOGADO: ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).Processo nº. 0000880-21.2010.4.02.5053/01Recorrente: ZELINDO MAGRIRecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLI-DOENÇA – DIB – PARCELAS PRETÉRITAS – INCAPACIDADEPRESUMIDA – PAGAMENTO DEVIDO - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO – SENTENÇAREFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de pagamento a título de auxílio-doença das parcelas referentes ao intervalo entre a data de cessação dobenefício e seu restabelecimento. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que seu benefício foi indevidamentecessado no período de 16/06/2010 a 09/09/2010, tanto que, após receber auxílio-doença por 4 anos, ele foi restabelecidoem menos de 3 meses após sua cessação. Alega que seria um contra-senso uma pessoa que permaneceu tanto tempoincapaz em função de amaurose (cegueira) voltar à capacidade por 2 meses e 25 dias e depois perdê-la novamente. Dessaforma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.

2. A controvérsia nos autos está adstrita à verificação da incapacidade laboral no período de 16/06/2010 a 09/09/2010.

3. Na análise pericial do Juízo (fls. 29/33), o recorrente (48 anos) foi examinado e diagnosticado com amaurose no olhoesquerdo há cerca de 8 anos, segundo o autor (quesito n° 2). Segundo o perito, entre junho e setembro de 2010 a situaçãodo autor era a mesma de oito anos atrás, quando teve início a doença. Apesar de inapto para atuar como motorista detransporte, o autor ainda pode dirigir carros pequenos, como atesta sua carteira de motorista do tipo AB, com validade até05/06/2012 (quesito n° 4).

4. Em que pese a conclusão exarada pelo perito judicial e considerando que o juiz não está adstrito ao laudo pericial,podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos (CPC, art. 436), tenho que assisterazão ao recorrente.5. E assim entendo porque a amaurose, doença comprovada nos autos e no exame pericial do juízo, é definida como umtipo de cegueira parcial ou total. Destarte, sofrendo o autor com a patologia há algum tempo, sendo há 4 anos jácomprovadamente incapaz, seria muito estranha tal melhora em seu quadro clínico por um intervalo de menos de 3 meses,com o retorno da incapacidade logo em seguida.6. Merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.7. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para condenar a Autarquia Previdenciária no pagamentoretroativo do benefício de auxílio-doença entre o período de 16/06/2010 a 09/09/2010. Sobre as prestações vencidasincidem correção monetária e juros de mora de acordo com os índices oficiais de remuneração básica e juros próprios dacaderneta de poupança (art. 5º da Lei 11.960/2009) desde a citação.8. Sem custas, na forma da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 55 da Lei9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado

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Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

107 - 0006452-98.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006452-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FABIANI BISPO GOES(DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:GUSTAVO CABRAL VIEIRA.) x OS MESMOS.Processo nº 0006452-98.2009.4.02.5050/01

Recorrente : FABIANI BISPO GOESRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA- INCAPACIDADE LABORAL PREEXISTENTE AOREINGRESSO NO RGPS - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO IMPROVIDO, – SENTENÇA MANTIDA.

1.Trata-se de recurso inominado interposto pela autora em face da sentença que julgou improcedente a pretensão derestabelecimento do auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que a incapacidade laborativa se deuapós o segundo acidente ocorrido em 2009, não havendo falar em incapacidade preexistente à filiação ao RGPS. Alega queapós o infortúnio ocorrido em 2007 recuperou-se clinicamente, retomando suas atividades como doméstica. Dessa forma,requer seja conhecido e provido o presente recurso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial.2.Preliminarmente, cabe ressaltar que o legislador restringiu o número de meios impugnatórios possíveis, objetivando darmaior eficácia aos preceitos estatuídos no art. 2º, da lei 9.099/95, que assim dispõe: “ o processo orientar-se-á peloscritérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, aconciliação ou transação”. Dessa forma, não se previu, por exemplo, o manejo de recurso adesivo, cabível no ritoprocessual comum. Não conheço do recurso adesivo interposto pelo INSS, portanto.3.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.4.A controvérsia nos autos está adstrita à preexistência da incapacidade laboral ao reingresso no RGPS.5.Na análise pericial do Juízo (fls. 48/51), a recorrente (34 anos) foi examinada e diagnosticada com artrodese da colunalombar e seqüela de fraturas de vértebras lombares que a incapacitam definitivamente para o exercício de qualqueratividade laborativa (quesito nº 14). Ao ser questionado , em quesito de nº 12, sobre a data em que se instalou o estado deincapacidade, asseverou o perito que “ o acidente que causou as fraturas de vértebras lombares ocorreu em 2007”.6.O último vínculo empregatício da recorrente, anterior ao acidente de 2007, cessou em 01.06.2004 (fl. 67). Manteve aqualidade de segurada, portanto, até 15.08.2006, considerando o disposto no §2º, art. 15 da Lei 8.213/91. Reingressou noRGPS somente em 01.11.2008 (fl.18), após a data de início da incapacidade laborativa.7.Resta patente, assim, a subsunção do presente caso ao parágrafo único do art. 59 da Lei 8.213/91, primeira parte, queassim orienta: “não será devido o auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social jáportador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivode progressão ou agravamento dessa doença ou lesão”.

8. Muito embora a recorrente tenha retornado ao trabalho em 01.11.2008, exercendo a atividade de doméstica (CTPS –fl.18), não está comprovado nos autos que o acidente ocorrido em 2009 tenha, de fato, implicado em progressão ouagravamento do quadro diagnosticado em 2007. Pelo contrário, o laudo médico de fl. 19 evidencia que em 2009 arecorrente queixava-se de dor lombociática dorsal, causada por espondilólise em L-5 e seqüela de fratura lombar, jáoperada. Ou seja, trata-se do mesmo quadro clínico incapacitante constatado em 2007.9. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.10. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.11. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento daassistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

108 - 0002842-88.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.002842-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MADALENA RAMOS VIEIRA(DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).

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Processo nº. 0002842-88.2010.4.02.5050/01Recorrente : MADALENA RAMOS VIEIRARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA –INCAPACIDADE LABORAL NÃO VERIFICADA –BENEFÍCIO INDEVIDO – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgouimprocedente o pedido de restabelecimento de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que, aocontrário da capacidade constatada na perícia do juízo, os laudos médicos particulares acostados aos autos (fls. 17/30)comprovam que as moléstias apresentadas são incapacitantes para o trabalho. Alega também que não houve melhora noseu quadro de saúde desde a primeira vez que lhe fora concedido o benefício auxílio-doença até a presente data. Dessaforma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.3. Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade darecorrente.

4. Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 41/42), a Recorrente (55 anos) foi examinada e diagnosticada com quadro depoliartralgia com maior intensidade em coluna lombar e cervical, ombros e joelhos (quesito n. 01), patologia que, no entanto,não a incapacita para o exercício do ofício habitual de auxiliar de serviços gerais (respostas aos quesitos 09, 11, 13, 14 e17). Em resposta ao quesito n. 16 , o jusperito sugeriu fisioterapia e atividades físicas aeróbicas à recorrente.5. Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o demérito da pleiteante aos pretendidos benefícios.6. Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.

7. Não merece reparo, pois, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

8. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

9. Sem custas, na forma da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benéfico daassistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

109 - 0002394-18.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.002394-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) NAPOLEAO DA SILVA(ADVOGADO: FLAVIA AQUINO DOS SANTOS, ÁLVARO AUGUSTO POUBEL SANTANA, PRISCILLA FERREIRA DACOSTA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOSÉ GUILHERME BARBOSA DEOLIVEIRA.).Processo nº. 0002394-18.2010.4.02.5050/01Recorrente: NAPOLEAO DA SILVARecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - INCAPACIDADE NÃOCONSTATADA – BENEFÍCIO INDEVIDO – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

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1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão da aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que há nos autosdocumentos que comprovam possuir disfunção cerebral. Alega que qualquer em qualquer função que venha adesempenhar, ser-lhe-á exigido atenção constante, cautela, esforço e firmeza dos membros, sobretudo em sua funçãoatual de estivador, que se trata de atividade de risco. Assim, afirma estar permanentemente incapacitado ao exercício dequalquer atividade laborativa. Dessa forma, requer seja reformada a sentença, julgando-se procedente o pedido deduzidona inicial.

2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

3. Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade dorecorrente.

4. Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 49/55), o recorrente (56 anos) foi examinado e diagnosticado com seqüela detraumatismo cranioencefálico, qual seja, disfunção cerebral (quesitos n° 1 e 2) que, no entanto, do po nto de vistaneurológico, por apresentar exames normais, com as crises controladas, não o incapacita para o desempenho de suasatividades habituais de auxiliar de arrecadação (quesitos n° 8 e 9). Em laudo complementar (fls. 78/81 ), o perito esclareceque o quadro clínico do recorrente está estabilizado e controlado, lembrando que o periciado informa que vem trabalhandodesde 2003 - ou seja, mesmo depois de seu acidente (quesito n° 1). O perito reafirma o conteúdo do lau do pericial esalienta que, apesar do autor se dizer estivador nos questionamentos, apresentou-se à perícia como auxiliar dearrecadação (fl. 79).

5. Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o demérito do pleiteante aos pretendidos benefícios.

6. Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.

7. Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução,etc.), em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicionaladotada pelo magistrado.

8. Não merece reparo, pois, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

9. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

10. Sem custas, na forma da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

110 - 0002485-11.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.002485-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) LUIZ CARLOS DAASSUMPÇÃO (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).Processo nº. 0002485-11.2010.4.02.5050/01Recorrente: LUIZ CARLOS DA ASSUMPÇÃORecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Page 105: BOLETIM TR/ES 2011-251 - SESSÃO DIA 14-12-2011

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ -INCAPACIDADE LABORAL NÃO VERIFICADA– RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença e sua conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, emsuas razões recursais, que a sentença não levou em consideração que possui diversas doenças que o incapacitamtotalmente e que não houve melhora no quadro clínico. Alega que sofreu acidente vascular no curso do processo,agravando-se ainda mais seu estado de saúde. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso,julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.

2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

3. Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade dorecorrente.

4. Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 43/45), o recorrente (52 anos) foi examinado e diagnosticado com transtornomisto de ansiedade e depressão (F41.2) e transtornos dissociativos (ou conversivos) – CID-10-F44 (quesito n° 1) que, noentanto, não o incapacitam para suas atividades habituais de alfaiate (quesitos n° 9 e 10). No momento do exame orecorrente apresentou-se lúcido, coerente, cooperativo e apto ao trabalho.

5. Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito do pleiteante aos pretendidos benefícios.

6. Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.

6. Melhor sorte não assiste à alegação de que a incapacidade adveio de acidente vascular cerebral no curso do processo.A laudo de ultrassonografia de fl. 76 evidencia que todos os resultados obtidos no exame encontram-se dentro danormalidade.

7. Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução,etc.), em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicionaladotada pelo magistrado.

8. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

15. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

16. Sem custas, na forma da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

Page 106: BOLETIM TR/ES 2011-251 - SESSÃO DIA 14-12-2011

111 - 0007107-70.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.007107-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x SIELEY APARECIDA DELEPRANICOLOMBO (ADVOGADO: CLAUDIA IVONE KURTH, VALTER JOSÉ COVRE.).Processo nº. 0007107-70.2009.4.02.5050/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : SIRLEY APARECIDA DELEPRANI COLOMBO

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – INCAPACIDADE LABORAL RECONHECIDA –RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela ré, em face de sentença que julgou procedente o pedido de restabelecimentode auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que os peritos judicial e administrativo afastaram aexistência de incapacidade para a recorrida e, sendo assim, apenas robusto conjunto probatório em contrário seria capazde desvincular a decisão do juiz às perícias realizadas, o que, no caso, não poderia ser feito por meio de laudosparticulares. Alega ainda que a doença da recorrida é comum para a maioria da população, não sendo óbice, desde queobservados alguns cuidados, ao exercício de suas atividades habituais. Dessa forma, requer seja conhecido e provido opresente recurso, julgando-se improcedente a pretensão deduzida na inicial.2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.3. Sendo pacíficas as questões referentes à carência e à qualidade de segurado, a controvérsia nos autos está adstrita àverificação da incapacidade laboral.4. Na análise pericial do Juízo (fls. 110/112), a recorrida (42 anos) foi examinada e diagnosticada com hérnia de discolombar (quesito n. 01), patologia que, no entanto, não a incapacita para o exercício do ofício habitual de lavradora(respostas aos quesitos 08, 09 e 14). Entretanto, em resposta aos quesitos 10 e 15, asseverou o jusperito que, com oexcesso de peso e de atividade física, poderá ter inicio nova crise álgica.5. Em resposta a quesitos complementares, o perito esclareceu que a autora pode desempenhar as atividades típicas dolabor rural, mas também confirmou que o exercício de tais atividades pode provocar o agravamento da doença (fl. 128).5. Em que pese a conclusão exarada pelo perito judicial e considerando que o juiz não está adstrito ao laudo pericial,podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos (CPC, art. 436), tenho que não assisterazão à recorrente.6. Considerando a natureza da profissão de lavrador, que demanda grande esforço físico e movimentos de abaixar, elevar,sustentar e carregar pesos manualmente, é possível concluir que a persistência do quadro de hérnia de disco lombarefetivamente torna penoso o exercício laborativo. Ademais, o médico-perito confirmou que o exercício dessas atividadesinerentes à agricultura pode agravar o estado clínico da recorrida. Assim, sob pena de aviltar o princípio constitucional dadignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CF), deve ser considerado incapacitado aquele que, para exercer suas atividadeshabituas, corre o risco de ter seu quadro agravado.7. Não Merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.8. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.9. Sem custas, nos termos da lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

112 - 0004733-81.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004733-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) TALCISO ANTONIORONFINI (ADVOGADO: NEUSA MARIA MARCHETTI, LUCELIA GONCALVES DE REZENDE.) x INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.).Processo nº. 0004733-81.2009.4.02.5050/01Recorrente: TALCISO ANTONIO RONFINIRecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ –CONVERSÃO – APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 188, §2º DA LEI 8.112/90 – CONDIÇÕES PESSOAIS EM COTEJO

Page 107: BOLETIM TR/ES 2011-251 - SESSÃO DIA 14-12-2011

COM OS DEMAIS ELEMENTOS DE PROVA TÊM O CONDÃO DE ALTERAR A CONCLUSÃO JURISDICIOANALADOTADA - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA EMPARTE.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou parcialmenteprocedente o pedido deduzido na inicial para condenar o INSS a restabelecer o benefício de auxílio-doença. Sustenta orecorrente, em suas razões recursais, que fez jus ao benefício de auxílio-doença por mais de três anos, encontrando-seincapacitado para o exercício de qualquer atividade profissional. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presenterecurso, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial. Requer, ainda seja acrescido o percentual de 25% sobre ovalor do benefício, nos termos do art. 45 da Lei 8.213/91.

2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

3. Cumpridos os requisitos de carência e qualidade de segurado, a controvérsia está adstrita à verificação da incapacidadelaboral – se total ou parcial/ definitiva ou temporária.4. Na análise pericial do Juízo (fls. 19/21), o recorrente (67 anos) foi examinado e diagnosticado com seqüela de fratura depunho direito e de vértebras D11 e D12 da coluna dorsal, ocorrida em 06/08/2011 (quesito n° 1), que o incapacita total etemporariamente para o exercício do ofício habitual de pedreiro (quesito nº 9). Asseverou o jusperito, em resposta aoquesito nº 14, que o recorrente não pode realizar esforços com a coluna vertebral e do membro superior direito, sob o riscode aumentar as lesões apresentas e/ou causar acidentes pela incapacidade. Pontuou que não é possível avaliar o temponecessário para a recuperação da aptidão laboral (quesito nº 17), recomendando assiduidade no tratamento proposto pelomédico e participação no programa de reabilitação fisioterápico (quesito nº 9).

5. Em que pese a conclusão exarada pelo perito judicial e considerando que o juiz não está adstrito ao laudo pericial,podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos (CPC, art. 436), tenho que assisterazão ao recorrente.6. Forte corrente jurisprudencial encampada pelo STJ tem entendido que para a concessão de aposentadoria por invalidezdevem ser considerados outros aspectos relevantes, além dos elencados no art. 42 da Lei 8.213/91, tais como a idade,condição socieconomica, profissional e cultural do segurado (STJ, AgRg no Ag 1011387/MG, Rel. Ministro Napoleão NunesMaia Filho, Quinta Turma, julgado em 23.04.2009, DJE 25.05.2009).7. Assim, pelas limitações impostas pela idade (67 anos), baixa instrução escolar e histórico laboral limitado a atividadesbraçais, associadas ao quadro clínico diagnosticado, torna-se pouco provável, senão impossível, a reinserção do recorrenteno mercado de trabalho, cuidando a hipótese, em verdade, de incapacidade total e definitiva.8. Ao depois, em consulta ao sistema Plenus é possível verificar que o recorrente fez jus ao benefício de auxílio-doença pormais de dois anos em razão do mesmo quadro clínico (DIB em 30.10.2008 - DCB em 30.04.2009; DIB em 26.06.2009 –DCA em 26.08.11) , caso em que deve ser aplicado por analogia o disposto no art. 188, §2º da Lei 8.112/90, com aconversão do auxílio-doença em aposentadoria por invalidez.9. Presentes os requisitos peculiares para a antecipação tutelar, quais sejam, “convencimento de verossimilhança” e“fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação” (CPC, art. 273), este imanente ao caráter alimentar dasprestações previdenciárias. Somente são objeto de antecipação as parcelas vincendas, necessárias à subsistência darecorrente.10. Infundado o pedido de acréscimo de 25% sobre o valor do benefício. Não está demonstrada nos autos a necessidadede assistência permanente de outra pessoa.11. Merece parcial reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

12. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou parcial provimento para condenar o INSS na conversão do benefício deauxílio-doença em aposentadoria por invalidez no prazo de 30 (trinta) dias da intimação deste julgado. São devidosatrasados a título de auxílio-doença de 07.06.2011 até a efetiva implantação do benefício de aposentadoria por invalidez.

10. Sem custas, na forma da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 55 da Lei9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PARCIALPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.Bruno DutraJuiz Federal Relator

113 - 0006061-46.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006061-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x ANGELINA KEMPIN BACTK(ADVOGADO: ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO.).

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Processo nº 2009.50.50.006061-6/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : ANGELINA KEMPIN BACTK

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – INCAPACIDADE LABORAL NÃO RECONHECIDA –LAUDO DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DA COLUNA LOMBAR NÃO EVIDENCIA COMPRESSÃO DE RAIZ NERVOSA-RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia-ré, ora recorrente, em face de sentença que julgou procedente apretensão autoral de concessão de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que a conclusão doexame médico pericial do Juízo foi no mesmo sentido do exame realizado pela perícia médica do INSS, causandoestranheza o fato de o magistrado ter pautado sua decisão em atestados médicos unilaterais. Alega que o juiz não detémconhecimento médico para desconsiderar o resultado do perito nomeado pelo Juízo. Dessa forma, requer seja reformada asentença, sendo julgado improcedente o pedido deduzido na inicial.

2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

3. Sendo pacíficas as questões referentes à carência e à qualidade de segurado, a controvérsia está adstrita à verificaçãoda incapacidade laboral.

4. Na análise pericial do Juízo (fls. 68/70), a recorrida (46 anos) foi examinada e diagnosticada com hérnia de disco lombar(quesito n° 1), patologia que não a incapacita para o exercício de suas atividades habituais de trabalhadora rural. Asseverouo perito, em resposta ao quesito nº 02, que a recorrente apresenta queixa de dor lombar intensa com irradiação pela faceposterior dos membros inferiores com parestesia.

5. O magistrado prolator da sentença, no alvitre de que é difícil imaginar que a recorrida possa exercer atividade rural comprodutividade aceitável sentindo dor lombar intensa, entendeu que se trata de incapacidade temporária, o que atrai odeferimento do benefício de auxílio-doença.

6. Com a devida venia, não comungo do mesmo entendimento. De fato, a dor não pode ser comprovada cientificamente,razão pela qual se permite que a incapacidade seja aferida com base em regra de presunção.

7. Entretanto, na hipótese dos autos, não se pode presumir verossímil o quadro de dor alegado, porquanto não há qualquersinal de compressão de raiz nervosa no exame de ressonância magnética da coluna lombar coligido à fl. 55.

8. Merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.

9. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para desconstituir a condenação do recorrente no pagamentodo auxílio-doença NB 535.325.842-4. Ressalto que eventuais valores percebidos a título de antecipação de tutelaencontram-se salvaguardados, nos termos consagrados no Enunciado nº 52 desta Turma Recursal.

10. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 55 daLei 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

114 - 0001028-41.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001028-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) DERLI LEANDRO DEOLIVEIRA (ADVOGADO: JOSE ROBERTO LOPES DOS SANTOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).Processo nº. 0001028-41.2010.4.02.5050/01Recorrente : DERLI LEANDRO DE OLIVEIRARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

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EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIADE INCAPACIDADE LABORAL – CONDIÇÕES PESSOAIS EM COTEJO COM OS DEMAIS ELEMENTOS DE PROVANÃO TÊM O CONDÃO DE ALTERAR A CONCLUSÃO JURISIDICIONAL ADOTADA – RECURSO CONHECIDO E, NOMÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de restabelecimento de auxílio-doença e sua conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente,em suas razões recursais, que há documentos nos autos que comprovam padecer de paniculite, cervicalgia, bem comolumbago com ciático, cujos sintomas impedem-no de exercer regularmente sua profissão de auxiliar de pedreiro e deserviços gerais. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, julgando-se procedente o pedidodeduzido na inicial.

2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

3. Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade dorecorrente.

4. Com efeito, na análise pericial do Juízo (fl. 49/50), o recorrente (59 anos) foi examinado e diagnosticado comespondiloartrose incipiente da coluna lombar e seqüela de fratura de corpo vertebral da coluna lombar (quesito n°. 01 – fl.49). Ao ser questionado sobre a aptidão do recorrente para exercer as suas atividades habituais de ajudante de pedreiro ede serviços gerais (quesito nº. 09 – fl. 49), asseverou o jusperito que “o paciente não apresentou exame clínico queindicasse incapacidade, porém seria importante a realização de exame de RNM”. Embora o expert tenha indicado o examede ressonância magnética para uma melhor análise do caso, o recorrente, único interessado em sua avaliação médica,quedou-se inerte.

5. Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o demérito da pleiteante aos pretendidos benefícios.

6. Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.

7. Cumpre ressaltar que o caráter degenerativo da doença não implica no reconhecimento da incapacidade laborativa,indicando tão-somente a suscetibilidade de agravamento pelo decurso do tempo, sendo certo que, por ora, o recorrenteencontra-se apta ao exercício profissional.8. Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicional adotadapelo magistrado.

9. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

10. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

11. Sem custas, na forma da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benéficoda assistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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Bruno DutraJuiz Federal Relator

115 - 0003399-75.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.003399-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) LUZILENE DE SOUZASANTOS (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS.).Processo nº. 0003399-75.2010.4.02.5050/01Recorrente: LUZILENE DE SOUZA SANTOSRecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ -INCAPACIDADE NÃO CONSTATADA – BENEFÍCIO INDEVIDO – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO– SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença e sua conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta a recorrente, emsuas razões recursais, que há nos autos documentos que atestam ser portadora de esquizofrenia refratária, patologia que aincapacita para o exercício de suas funções habituais de doméstica. Alega que o laudo pericial é excessivamente objetivo eincongruente ao estabelecer limitações para o exercício profissional (carregar e levantar peso e necessidade de fazerintervalos regulares durante sua jornada de trabalho) e concluir pela capacidade laborativa. Dessa forma, requer sejareformada a sentença, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.

2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

3. Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade dorecorrente.

4. Com efeito, nas análises periciais do Juízo (fls. 95/97 e 113/114), a recorrente (49 anos) foi examinada e diagnosticadacom transtorno depressivo (CID-10-F32 - quesito n° 1) e quadro de espondilodiscoatrose da coluna cervical, que, noentanto, não a incapacitam para o desempenho de suas atividades habituais de empregada doméstica (quesitos n° 8 e 9, fl.95 e n° 8 e 9, fl. 113). A recorrente apresentou ex ame físico com marcha normal, sem limitação funcional da colunacervical, com boa mobilidade e força muscular preservada nos membros superiores. A conclusão pericial foi subsidiada emdados hauridos no exame clínico, Rx simples da coluna cervical, lombar e de TC e RNM da coluna cervical.

5. Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito do pleiteante aos pretendidos benefícios.

7. Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.

8. Oportuno rememorar que a doença, por si só, não garante o benefício – o evento deflagrador é a incapacidade.

9. Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução,etc.), em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicionaladotada pelo magistrado.

10. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo, devendo ser mantida por seus própriosfundamentos (art. 46 da Lei 9.099/95).

11. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

12. Sem custas, na forma da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

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ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

116 - 0002843-73.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.002843-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) VIRGINIA RODRIGUES DEAGUIAR FORECHI (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.).Processo nº 0002843-73.2010.4.02.5050/01Recorrente : VIRGINIA RODRIGUES DE AGUIAR FORECHIRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO –AUXÍLIO-DOENÇA – TERMO INICIAL - RETROAÇÃO- ATESTADOS DEMÉDICO ASSISTENTE SÃO ADMISSÍVEIS COMO PROVA COMPLEMENTAR -RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO,PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

1.Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou parcialmenteprocedente a pretensão de restabelecimento de auxílio-doença. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que fazjus ao benefício de auxílio-doença desde a cessação administrativa, em 15.05.2010, até 29.07.2010, data em que novoauxílio-doença foi concedido. Alega que no período pleiteado encontrava-se incapacitada para o exercício de qualqueratividade laborativa, vez que aguardava a realização de nova intervenção cirúrgica. Dessa forma, requer seja conhecido eprovido o presente recurso, julgando-se procedente o pedido de condenação do INSS no pagamento dos valores retroativosno período compreendido entre 15.05.2010 a 29.07.2010.

2.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

3.A controvérsia nos presentes autos cinge-se à fixação da data de início do benefício.4.Na análise pericial do Juízo (fl. 16/18), a recorrente (44 anos) foi examinada e diagnosticada com carcinoma de mamaesquerda, submetida à mastectomia total e linfoadenectomia axilar à esquerda em 16/3/2004 (quesitos 01 e 02), patologiaque, no entanto, não a incapacita para o exercício de sua atividade habitual de doméstica (quesito 09). Ao ser questionadosobre a data de início da incapacidade para o trabalho, em quesito de nº 12, asseverou o perito que a paciente foisubmetida à cirurgia em 16.03.2004, quimioterapia e hormonioterapia, apresentado-se recuperada e apta para o trabalho nadata do exame. Informou, também, que a recorrente foi reabilitada para a função de porteiro.5.O magistrado prolator da sentença, entendendo que a autora estava incapacitada para o trabalho durante os trinta diasposteriores à nova intervenção cirúrgica, realizada em 29.07.2010, condenou o INSS a pagar os proventos doauxílio-doença NB 541.647.097-2 retroativos ao período de 08.08.10 a 29.8.10, porquanto somente havia sido concedidoadministrativamente o período de 29.07.2010 a 07.08.2010. Não foi amparado o período de 15.05.2010 a 29.07.2010, queora se pleiteia, porque cessado o período de repouso da cirurgia de reconstrução da mama realizada em 15.04.2010,também cessou a incapacidade para o trabalho.6.Com a devida venia, não comungo do mesmo entendimento. Em teoria, é verdade, cessado o período de repousocirúrgico também cessa a incapacidade para o trabalho. Contudo, não se pode perder de vista que o período derecuperação não está dissociado das condições clínicas da paciente, isto é, o mero decurso do termo aprazado não implicano reconhecimento da capacidade laborativa.7.Com efeito, à fl. 9, a recorrente demonstra que em 08.06.2010 ainda se encontrava em acompanhamento pós-operatório,não estando apta para realizar esforço físico. Ainda que reabilitada para a função de “porteiro”, na prática, seria muito difícilpara a recorrente recolocar-se no mercado de trabalho no período de 15.05.2010 a 29.07.2010 em razão da instabilidade doseu quadro clínico e da realização iminente de novo procedimento cirúrgico.8.Merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo “a quo”.9.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para condenar o INSS a conceder em favor da recorrente obenefício de auxílio-doença no período de 15.05.2010 a 29.07.2010. Aplicam-se juros de mora a partir da citação. Paraefeito de correção monetária e de juros de mora, aplicam-se os índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados àcaderneta de poupança (art. 5º da Lei nº 11.960/2009).10.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 55 daLei 9.099/95.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

117 - 0005982-33.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005982-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) VALDECIR HILÁRIOFELIPPE (ADVOGADO: PAULO REIS FINAMORE SIMONI, ERCIO DE MIRANDA MURTA, RODOLFO FERNANDES DOCARMO, WILER COELHO DIAS, BRUNO BORNACKI SALIM MURTA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).Processo nº 0005982-33.2010.4.02.5050/01Recorrente: VALDECIR HILÁRIO FELIPPERecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ –TRANSTORNO PSIQUIÁTRICO SOB CONTROLE - INCAPACIDADE LABORAL NÃO VERIFICADA – RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1.Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença e sua conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, emsuas razões recursais, que há nos autos documentos que atestam sofrer de transtornos psicóticos, que o impossibilitam deexercer regularmente sua função de motorista. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso,julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.

2.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

3.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade dorecorrente.4.Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 39/41), o recorrente (53 anos) foi examinado e diagnosticado com mania semsintomas psicóticos (F30.1 – quesito n° 01) que, no entanto, não prejudicam o exercício de suas atividades habituais demotorista (quesito nº11). Asseverou o jusperito, em resposta ao quesito de nº 09, que na ocasião do exame pericial orecorrente estava lúcido, orientado, coerente, cooperativo, calmo e não apresentou distúrbios do comportamento e/oualterações senso-perceptivas dignas de nota.5.Ao depois, é possível constatar da análise do caderno processual que o recorrente encontra-se medicado, caso em quese supõe controlado o transtorno diagnosticado. O fato de a medicação prescrita ser “tarja preta”, por si só, não implica noreconhecimento da incapacidade laborativa. É cediço que os sintomas alegados, tais como falta de atenção ecomprometimento da capacidade de raciocínio, tendem a desaparecer com o seu uso regular, sendo certo que o peritodescartou a existência de qualquer alteração senso-perceptiva capaz de comprometer o exercício profissional.6.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito do pleiteante aos pretendidos benefícios.7.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.8.Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais do recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc.),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicional adotadapelo magistrado.9.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

Page 113: BOLETIM TR/ES 2011-251 - SESSÃO DIA 14-12-2011

10.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.11.Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento dobenefício da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

118 - 0006008-31.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006008-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ELIAS PEREIRA MONTEIRO(DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).Processo nº. 0006008-31.2010.4.02.5050/01

Recorrente : ELIAS PEREIRA MONTEIRORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSENTE AINCAPACIDADE LABORAL – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de restabelecimento de auxílio-doença e sua conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente,em suas razões recursais, que há documentos nos autos que comprovam padecer de esquizofrenia, cujos sintomasimpedem-no de exercer regularmente sua profissão de pedreiro. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presenterecurso, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.3. Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade dorecorrente.4. Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 20/21), o recorrente (43 anos) foi examinado e diagnosticado com psicosenão-orgânica não-especificada – CID-10-F29 (quesito n. 01 – fl. 20), que, no entanto, não impede o exercício de suasatividades habituais de pedreiro (resposta aos quesitos 11 e 12), pois seu quadro psiquiátrico encontra-se estabilizado comtratamento médico especializado (resposta ao quesito 10). Asseverou o jusperito, em resposta ao quesito nº 09, que, nomomento da perícia, o recorrente apresentava-se lúcido, orientado, cooperativo, calma e respondendo de maneira coerenteas perguntas realizadas.5. Em resposta aos quesitos complementares (fl. 46), o psiquiatra-perito afirmou que a medicação utilizada para o controleda esquizofrenia, mais especificamente a Risperidona de que faz uso o recorrente, causa “poucos ou nenhum efeitocolateral nos pacientes que a utilizam”. Ademais, concluiu no sentido de que “não foi constatado no exame pericial nenhumefeito colateral da referida medicação que impeça o autor de exercer sua atividade habitual de pedreiro”.6. Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o demérito do pleiteante aos pretendidos benefícios.7. Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.8. Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais do recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicional adotadapelo magistrado.9. Não merece reparo, pois, a sentença proferida pelo Juízo a quo.10. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

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11. Sem custas, na forma da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benéficoda assistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

119 - 0001285-66.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001285-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ROSANGELA DE SOUZA(DEF.PUB: RICARDO FIGUEIREDO GIORI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:BRUNO MIRANDA COSTA.).Processo nº. 0001285-66.2010.4.02.5050/01Recorrente: ROSANGELA DE SOUZARecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - AUSÊNCIADE INCAPACIDADE LABORAL – BENEFÍCIO INDEVIDO – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que houve violação aoprincípio da ampla defesa, uma vez que não foi realizada nova perícia médica, na área de reumatologia. Defende que háinúmeros laudos de médicos assistentes comprovando que, por suas patologias, a autora apresenta dores até mesmo paraesforços físicos moderados. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, sendo a sentença reputadanula ou reformada in totum, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial. Subsidiariamente, requer a conversão dojulgamento em diligência, a fim de que seja realizada nova perícia, na área de reumatologia.

2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

3. Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade darecorrente.

4. Na primeira análise pericial do Juízo (fl. 26), a recorrente (47 anos) foi examinada e diagnosticada com espondiloartrosecervical C3-C4 e lombar L4-L5, e fibromialgia (quesito n° 1), patologias que, no entanto, não a incapa citam para o exercícioda atividade habitual de zeladora de condomínio (quesito nº 11). Asseverou o perito, em resposta ao quesito nº 02, que oexame físico demonstrou boa mobilidade da coluna cervical e da coluna lombar com força muscular e reflexos normais. Olaudo pericial colheu subsídios nos exames físico, laboratoriais e laudos médicos apresentados.

5. Já na segunda análise pericial (fls. 49/50), realizada por expert em cardiologia, a recorrente foi diagnosticada comhipertensão arterial sistêmica estágio I, sem manifestações anatomo-funcionais por se tratar de manifestação leve dadoença (quesitos nºs 01 e 02), razão pela qual não foi constatada incapacidade laborativa para a atividade habitual (quesitonº 14).

6. Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o demérito do pleiteante aos pretendidos benefícios.

7. Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.

7. Não há falar em nulidade da sentença em razão da ausência de referência aos documentos acostados na inicial oumesmo pela negativa de nova perícia por especialista em reumatologia. Não há, na ordem legal vigente, disposição legalque obrigue o magistrado, ou mesmo o perito, a fazer referência expressa a qualquer documento, bastando que os analisee apresente de forma clara e coerente os seus elementos de convicção. A par disso, determinar a realização de novaperícia médica por especialista na área de reumatologia implicaria em negar vigência à legislação que regulamenta a

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profissão de médico, que não exige especialização para o diagnóstico de doenças ou para a realização de perícias.

8. Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução,etc.), em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicionaladotada pelo magistrado.

10. Não merece reparo, pois, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

11. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

12. Sem custas, na forma da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

120 - 0005141-72.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005141-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA AUXILIADORAVENTURINI (DEF.PUB: Karina Rocha Mitleg Bayerl.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.Processo nº. 0005141-72.2009.4.02.5050/01Recorrente: MARIA AUXILIADORA VENTURINIRecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - AUSÊNCIADE INCAPACIDADE LABORAL – BENEFÍCIO INDEVIDO – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença e sua conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta a recorrente, emsuas razões recursais, que há nos autos documentos que atestam sofrer de episódio depressivo moderado e transtornobipolar, doenças psiquiátricas que incapacitam para o exercício de sua profissão de costureira. Dessa forma, requer sejaconhecido e provido o presente recurso, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.

2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

3. Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade darecorrente.

4. Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 47/48), a recorrente (60 anos) foi examinada e diagnosticada com transtornoafetivo bipolar em remissão CID X F31.7, patologia que, no entanto, não a incapacita para suas atividades habituais decostureira (quesitos n° 6 e 7).

5. Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o demérito da pleiteante aos pretendidos benefícios.

6. Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.

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7. Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução, etc),em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicional adotadapelo magistrado.

8. Não merece reparo, pois, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

9. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

10. Sem custas, na forma da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

121 - 0004003-36.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.004003-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FABÍOLA MARIA DEALMEIDA CAMPOS (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.).Processo nº. 0004003-36.2010.4.02.5050/01Recorrente: FABÍOLA MARIA DE ALMEIDA CAMPOSRecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA - INCAPACIDADE LABORAL NÃO VERIFICADA–BENEFÍCIO INDEVIDO – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que há nos autos documentosque atestam ser portadora de psicose não-orgânica não especificada (CID-10-F-29) mas o juiz de primeiro grau preferiubasear-se exclusivamente nos laudos produzidos em juízo. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presenterecurso, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.

2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

3. Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade darecorrente.

4. Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 27/29), a recorrente (36 anos) foi examinada e diagnosticada com psicosenão-orgânica não-especificada (CID-10-F29). No entanto, não foi diagnosticada incapacidade para o exercício de qualqueratividade (quesitos n° 2, 9 e 10). No momento do e xame, a recorrente estava lúcida, orientada, coerente, cooperativa ecalma, deixando de apresentar distúrbios do comportamento e/ou alterações senso-perceptivas dignas de nota.

5. Em esclarecimentos complementares sobre o remédio de que faz uso a recorrente – cujos efeitos colaterais foram porela apontados como causa da incapacidade -, o perito afirmou ser a medicação psicotrópica Ziprazidona um excelentemedicamento, de última geração, considerada atípica e de alto custo, com pouquíssimos efeitos colaterais ou nenhum,dependendo do paciente. Segundo constatado no exame pericial, no caso da autora a referida medicação não estácausando efeitos colaterais que gerem incapacidade para o trabalho (fl. 50).

5. Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.

6. Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do

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Espírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.

7. Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução,etc.), em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicionaladotada pelo magistrado.

8. Não merece reparo, pois, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

9. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

10. Sem custas, na forma da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

122 - 0004770-74.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.004770-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOEL LOPES CARDOSO(ADVOGADO: FATIMA ROBERTA COSME, ARGIA MARIANA COSME.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.).Processo nº. 0004770-74.2010.4.02.5050/01Recorrente: JOEL LOPES CARDOSORecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ -INCAPACIDADE LABORATIVA NÃO CONSTATADA – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face de sentença que julgou improcedente apretensão de concessão de auxílio-doença e sua conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, emsuas razões recursais, que há nos autos documentos que atestam limitação permanente de movimentos com reduçãofuncional da articulação, o que o incapacita para o retorno a suas atividades laborativas de vendedor. Alega que não hácomo uma pessoa que sofre de limitação permanente dos movimentos possuir plena condição laborativa. Dessa forma,requer seja reformada a sentença, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.

2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

3. Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade dorecorrente.

4. Com efeito, na análise pericial do Juízo (fls. 44/45), o recorrente (57 anos) foi examinado e diagnosticado com fratura deacetábulo em 07/2007 - tendo sido submetido à cirurgia no hospital São Lucas (quesito n° 1) -, patolog ia que, no entanto,não o incapacita para o desempenho de suas atividades habituais de vendedor (quesitos n° 9 e 11). Asse verou o perito, emresposta ao quesito nº 02, que o exame físico dos quadris revela discreta limitação da abdução do quadril direito, semcausar incapacidade para a função de vendedor.

5. Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito do pleiteante aos pretendidos benefícios.

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6. Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.

7. Por derradeiro, na hipótese vertente, as condições pessoais da recorrente (idade, condição social, grau de instrução,etc.), em cotejo com os demais elementos de prova dos autos, não têm o condão de alterar a conclusão jurisdicionaladotada pelo magistrado.

9. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

10. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

11. Sem custas, na forma da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

123 - 0002583-93.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.002583-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA DA PENHA SILVADEPIANTE (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.).Processo nº. 0002583-93.2010.4.02.5050/01Recorrente : MARIA DA PENHA SILVA DEPIANTERecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA PO INVALIDEZ–INCAPACIDADE LABORAL NÃO VERIFICADA – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou parcialmenteprocedente a pretensão de restabelecimento de auxílio-doença para condenar o INSS a pagar atrasados no período de31.08.2009 a 23.05.2010. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que faz jus ao benefício de auxílio-doençadesde a última cessação administrativa, em 01.04.11. Alega que o diagnóstico firmado na ocasião das perícias judicial eadministrativa – nódulo nas cordas vocais – permanece inalterado, sendo inviável o retorno à atividade laborativa deprofessora. Alega, ainda, que os diversos tratamentos fonoterápicos não surtiram qualquer efeito, encontrando-se incapaz einsuscetível de reabilitação. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso para que seja reconhecido odireito ao recebimento dos valores a título de auxílio-doença desde a data da última cessação administrativa, com suaposterior conversão em aposentadoria por invalidez.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigida, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade quelhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.A condição de segurado e o período de carência são incontroversos nos autos. Verifico, assim, que a controvérsia gira emtorno da verificação da incapacidade laborativa após o dia 01.04.2011.Na análise pericial do Juízo (fls. 61/62), a recorrente (55 anos) foi examinada e diagnosticada com nódulo 1/3 médio pregavocal, identificado por processo inflamatório localizado na túnica mucosa da parte membranácea (quesitos 01 e 02). Naocasião da perícia (08.12.2010), o perito afirmou que a recorrente estava apta para exercer a atividade habitual deprofessora (quesitos n. 08 e 09), concluindo que não há incapacidade para o trabalho (quesito n. 14). Observou, emresposta ao quesito n. 09, que a recorrente precisa de tratamento de fonoterapia e repouso vocal.Não obstante, o magistrado prolator da sentença, considerando que atividade profissional de professora inviabiliza a plenaobservância da recomendação médica de repouso vocal, concluiu pela incapacidade laborativa sem, contudo, reconhecer o

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direito ao auxílio-doença a partir de 01.04.2011, porque não havia provas, naquela ocasião, de que o estado clínico daautora era o mesmo verificado na data da perícia. Asseverou que a autora poderia propor uma nova demanda para discutiro restabelecimento do benefício.Irretorquível tal entendimento. Não há nos autos elementos de prova que evidenciem a continuidade do quadroincapacitante após 01.04.2011. Embora o laudo de fl. 100 seja contemporâneo ao momento do cancelamento do benefício,presta-se apenas a declarar um estado baseado em laudo de janeiro de 2011, sendo inservível como fonte de provacomplementar.Na hipótese em apreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízoentende que o material probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante aos pretendido benefícios.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, na forma da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benéfico daassistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

124 - 0000170-10.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000170-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) LAUDELINA BENÍCIOMORATTI E OUTRO (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.).Processo nº 0000170-10.2010.4.02.5050/01Recorrente : LAUDELINA BENÍCIO MORATTIIRACY LUIZ MORETTIRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – ÓBITO DO AUTOR – PARCELAS PRETÉRITAS -INCAPACIDADE PREEXISTENTE - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelos pais do autor, ora recorrentes, que, ante ao seu falecimento,habilitaram-se no pólo ativo da relação processual. Os recorrentes insurgem-se contra a decisão que julgou improcedente apretensão da concessão do auxílio-doença no período da incapacidade laborativa do filho. Sustentam os recorrentes, emsuas razões recursais, que, apesar de à época do reingresso ao RGPS seu filho já ser portador de neoplasia malignaepiglote, a incapacidade somente surgiu posteriormente. Dessa forma, requer seja reformada a sentença, julgando-seprocedente o pedido deduzido na inicial.2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

3. A controvérsia nos autos está adstrita à preexistência da incapacidade laboral ao ingresso ao RGPS.4. O último vínculo empregatício do autor data de 03/01/1991 (fl. 102). Após o decurso do período de graça e conseqüenteperda da qualidade de segurado, este somente reingressou no RGPS em janeiro de 2009, quando passou a recolhercontribuições previdenciárias na condição de contribuinte individual (fl.103).5. Não obstante os recorrentes sustentem que a incapacidade do autor foi posterior ao reingresso ao sistema, sendoaplicável ao caso a exceção que permite a concessão do benefício quando a incapacidade sobrevém de progressão ouagravamento da patologia, não há elementos de prova nos autos que evidenciem a recuperação da capacidade laborativaantes de janeiro de 2009.6. Pelo contrário, a documentação coligida à inicial demonstra que em setembro de 2008 o autor já havia se submetido àradioterapia e quimioterapia (fl.15), sendo lícito inferir-se que, quando ele voltou a filiar-se ao RGPS, em janeiro de 2009, jáestava incapacitado para o trabalho.7. Resta patente, assim, a subsunção do presente caso ao parágrafo único do art. 59 da Lei 8.213/91, primeira parte, queassim orienta: “não será devido o auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social jáportador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivode progressão ou agravamento dessa doença ou lesão”.

7. Não merece reparo a sentença proferida pelo Juízo a quo, devendo ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46da Lei 9.099/95).

Page 120: BOLETIM TR/ES 2011-251 - SESSÃO DIA 14-12-2011

8. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.9. Sem custas, na forma da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benéfico daassistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

125 - 0006309-12.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.006309-5/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) HELIO MACHADOMEIRELES (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGO BARBOSADE BARROS.).Processo nº 0006309-12.2009.4.02.5050/02RECORRENTE: HÉLIO MACHADO MEIRELESRECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO CONHECIDA DE OFÍCIO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.PROCESSO EXTINTO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou extinto o processo sem resolução de mérito em razão dacomplexidade da causa. O recorrente requer seja dado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido arestituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.O informativo nº 634 do STF noticia que no julgamento do RE 566621/RS prevaleceu o voto proferido pela Min. EllenGracie, relatora, no sentido de que a aplicação do novo prazo prescricional de 5 (cinco) anos é válida tão-somente às açõesajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 09.06.2005.O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).Como a parte autora aposentou-se em 31.12.2000 (fl. 48) e a presente ação foi ajuizada em 16.10.2009 (fl. 19), estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para EXTINGUIR O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DEMÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil.Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do beneficio daassistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO PARA,DE OFÍCIO, EXTINGUIR O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO PELA PRESCRIÇÃO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal - 3º Relator

126 - 0003598-63.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003598-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA ELVA LEITE DELIMA (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO.).

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Processo nº 0003598-63.2011.4.02.5050/01Recorrente : MARIA ELVA LEITE DE LIMARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO –NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO – AUSENTE INTERESSE DE AGIR -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na presente demanda judicial. Requer o recorrente a reformada sentença proferida pelo Juízo “a quo” para que seja julgado procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nostermos do art. 29, II, da Lei 8.213/91.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, ex vi dos artigos 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva” foiutilizada pelo legislador em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido de decisõesque definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado em sentençasterminativas, visto que estas também encerram o processo.

3. Contudo, para que a parte recorrente tenha direito a um provimento de mérito é necessário que possua interesse de agir,é dizer, que a tutela jurisdicional seja necessária para a consecução do seu direito.

4. Como o INSS revisará os benefícios de forma administrativa, mediante simples requerimento (Memorando-CircularConjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 desetembro de 2010), e não opôs resistência ao pedido desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

127 - 0004418-82.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.004418-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) LENILCE MARIA GERLINCOVRE (ADVOGADO: CARLOS BERKENBROCK.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.).Processo nº 0004418-82.2011.4.02.5050/01Recorrente : LENILCE MARIA GELIN COVRERecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO –NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO – AUSENTE INTERESSE DE AGIR -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na presente demanda judicial. Requer o recorrente a reformada sentença proferida pelo Juízo “a quo” para que seja julgado procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nostermos do art. 29, II, da Lei 8.213/91.

Page 122: BOLETIM TR/ES 2011-251 - SESSÃO DIA 14-12-2011

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, ex vi dos artigos 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva” foiutilizada pelo legislador em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido de decisõesque definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado em sentençasterminativas, visto que estas também encerram o processo.

3. Contudo, para que a parte recorrente tenha direito a um provimento de mérito é necessário que possua interesse de agir,é dizer, que a tutela jurisdicional seja necessária para a consecução do seu direito.

4. Como o INSS revisará os benefícios de forma administrativa, mediante simples requerimento (Memorando-CircularConjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 desetembro de 2010), e não opôs resistência ao pedido desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

128 - 0005516-05.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005516-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) EDUARDO FERREIRACARDOSO (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: VILMAR LOBO ABDALAH JR..).Processo nº 0005516-05.2011.4.02.5050/01Recorrente : EDUARDO FERREIRA CARDOSORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO –NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO – AUSENTE INTERESSE DE AGIR -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na presente demanda judicial. Requer o recorrente a reformada sentença proferida pelo Juízo “a quo” para que seja julgado procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nostermos do art. 29, II, da Lei 8.213/91.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, ex vi dos artigos 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva” foiutilizada pelo legislador em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido de decisõesque definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado em sentençasterminativas, visto que estas também encerram o processo.

3. Contudo, para que a parte recorrente tenha direito a um provimento de mérito é necessário que possua interesse de agir,é dizer, que a tutela jurisdicional seja necessária para a consecução do seu direito.

4. Como o INSS revisará os benefícios de forma administrativa, mediante simples requerimento (Memorando-CircularConjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 desetembro de 2010), e não opôs resistência ao pedido desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Page 123: BOLETIM TR/ES 2011-251 - SESSÃO DIA 14-12-2011

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

129 - 0005536-93.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005536-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANDREA REGINAFONTANA (ADVOGADO: JOÃO EUGÊNIO MODENESI FILHO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO.).Processo nº 0005536-93.2011.4.02.5050/01Recorrente : ANDREA REGINA FONTANARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO –NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO – AUSENTE INTERESSE DE AGIR -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na presente demanda judicial. Requer o recorrente a reformada sentença proferida pelo Juízo “a quo” para que seja julgado procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nostermos do art. 29, II, da Lei 8.213/91.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, ex vi dos artigos 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva” foiutilizada pelo legislador em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido de decisõesque definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado em sentençasterminativas, visto que estas também encerram o processo.

3. Contudo, para que a parte recorrente tenha direito a um provimento de mérito é necessário que possua interesse de agir,é dizer, que a tutela jurisdicional seja necessária para a consecução do seu direito.

4. Como o INSS revisará os benefícios de forma administrativa, mediante simples requerimento (Memorando-CircularConjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 desetembro de 2010), e não opôs resistência ao pedido desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

Page 124: BOLETIM TR/ES 2011-251 - SESSÃO DIA 14-12-2011

130 - 0005517-87.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005517-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) DANIELLE DA SILVAGARCIA E OUTRO (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).Processo nº 0005517-87.2011.4.02.5050/01Recorrente : DANIELLE DA SILVA GARCIARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO –NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO – AUSENTE INTERESSE DE AGIR -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na presente demanda judicial. Requer o recorrente a reformada sentença proferida pelo Juízo “a quo” para que seja julgado procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nostermos do art. 29, II, da Lei 8.213/91.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, ex vi dos artigos 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva” foiutilizada pelo legislador em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido de decisõesque definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado em sentençasterminativas, visto que estas também encerram o processo.

3. Contudo, para que a parte recorrente tenha direito a um provimento de mérito é necessário que possua interesse de agir,é dizer, que a tutela jurisdicional seja necessária para a consecução do seu direito.

4. Como o INSS revisará os benefícios de forma administrativa, mediante simples requerimento (Memorando-CircularConjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 desetembro de 2010), e não opôs resistência ao pedido desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

131 - 0005528-19.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005528-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ELIANE SILVA BARBOSA EOUTRO (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).Processo nº 0005528-19.2011.4.02.5050/01Recorrente : ELIANE SILVA BARBOSARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO –NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO – AUSENTE INTERESSE DE AGIR -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instâncias

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administrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na presente demanda judicial. Requer o recorrente a reformada sentença proferida pelo Juízo “a quo” para que seja julgado procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nostermos do art. 29, II, da Lei 8.213/91.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, ex vi dos artigos 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva” foiutilizada pelo legislador em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido de decisõesque definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado em sentençasterminativas, visto que estas também encerram o processo.

3. Contudo, para que a parte recorrente tenha direito a um provimento de mérito é necessário que possua interesse de agir,é dizer, que a tutela jurisdicional seja necessária para a consecução do seu direito.

4. Como o INSS revisará os benefícios de forma administrativa, mediante simples requerimento (Memorando-CircularConjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 desetembro de 2010), e não opôs resistência ao pedido desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

132 - 0005520-42.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005520-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANTONIO MOREIRA(ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA.).Processo nº 0005520-42.2011.4.02.5050/01Recorrente : ANTÔNIO MOREIRARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO –NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO – AUSENTE INTERESSE DE AGIR -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na presente demanda judicial. Requer o recorrente a reformada sentença proferida pelo Juízo “a quo” para que seja julgado procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nostermos do art. 29, II, da Lei 8.213/91.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, ex vi dos artigos 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva” foiutilizada pelo legislador em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido de decisõesque definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado em sentençasterminativas, visto que estas também encerram o processo.

3. Contudo, para que a parte recorrente tenha direito a um provimento de mérito é necessário que possua interesse de agir,é dizer, que a tutela jurisdicional seja necessária para a consecução do seu direito.

4. Como o INSS revisará os benefícios de forma administrativa, mediante simples requerimento (Memorando-CircularConjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 desetembro de 2010), e não opôs resistência ao pedido desnecessária é a tutela jurisdicional.

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5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

133 - 0005524-79.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005524-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) GERALDO DA PAIXAOAFONSO (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS.).Processo nº 0005524-79.2011.4.02.5050/01Recorrente : GERALDO DA PAIXÃO AFONSORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO –NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO – AUSENTE INTERESSE DE AGIR -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na presente demanda judicial. Requer o recorrente a reformada sentença proferida pelo Juízo “a quo” para que seja julgado procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nostermos do art. 29, II, da Lei 8.213/91.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, ex vi dos artigos 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva” foiutilizada pelo legislador em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido de decisõesque definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado em sentençasterminativas, visto que estas também encerram o processo.

3. Contudo, para que a parte recorrente tenha direito a um provimento de mérito é necessário que possua interesse de agir,é dizer, que a tutela jurisdicional seja necessária para a consecução do seu direito.

4. Como o INSS revisará os benefícios de forma administrativa, mediante simples requerimento (Memorando-CircularConjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 desetembro de 2010), e não opôs resistência ao pedido desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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Bruno DutraJuiz Federal Relator

134 - 0006892-26.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.006892-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) RONER ALTOE(ADVOGADO: RAUL ANTONIO SCHMITZ, MARÍLIA SCHMITZ.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN.).Processo nº 0006892-26.2011.4.02.5050/01Recorrente : RONER ALTOERecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO –NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO – AUSENTE INTERESSE DE AGIR -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na presente demanda judicial. Requer o recorrente a reformada sentença proferida pelo Juízo “a quo” para que seja julgado procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nostermos do art. 29, II, da Lei 8.213/91.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, ex vi dos artigos 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva” foiutilizada pelo legislador em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido de decisõesque definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado em sentençasterminativas, visto que estas também encerram o processo.

3. Contudo, para que a parte recorrente tenha direito a um provimento de mérito é necessário que possua interesse de agir,é dizer, que a tutela jurisdicional seja necessária para a consecução do seu direito.

4. Como o INSS revisará os benefícios de forma administrativa, mediante simples requerimento (Memorando-CircularConjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 desetembro de 2010), e não opôs resistência ao pedido desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

135 - 0005508-28.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005508-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) TANIA MARA SARMENTOPENHA (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS.).Processo nº 0005508-28.2011.4.02.5050/01Recorrente : TÂNIA MARA SARMENTO PENHARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO –NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO – AUSENTE INTERESSE DE AGIR -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

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1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na presente demanda judicial. Requer o recorrente a reformada sentença proferida pelo Juízo “a quo” para que seja julgado procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nostermos do art. 29, II, da Lei 8.213/91.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, ex vi dos artigos 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva” foiutilizada pelo legislador em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido de decisõesque definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado em sentençasterminativas, visto que estas também encerram o processo.

3. Contudo, para que a parte recorrente tenha direito a um provimento de mérito é necessário que possua interesse de agir,é dizer, que a tutela jurisdicional seja necessária para a consecução do seu direito.

4. Como o INSS revisará os benefícios de forma administrativa, mediante simples requerimento (Memorando-CircularConjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 desetembro de 2010), e não opôs resistência ao pedido desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

136 - 0005523-94.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005523-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ROMULO PAULO SANTAROSA (ADVOGADO: MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO.).Processo nº 0005523-94.2011.4.02.5050/01Recorrente : RÔMULO PAULO SANTA ROSARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO –NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO – AUSENTE INTERESSE DE AGIR -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face de sentença que julgou extinto oprocesso sem julgamento de mérito por não haver necessidade de tutela judicial, considerando que o INSS expediu atonormativo interno (Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/ PFEINSS, de 15/04/2010) obrigando as instânciasadministrativas dessa Autarquia a efetuar a revisão reclamada na presente demanda judicial. Requer o recorrente a reformada sentença proferida pelo Juízo “a quo” para que seja julgado procedente o pedido de revisão da renda mensal inicial, nostermos do art. 29, II, da Lei 8.213/91.

2. Na sistemática adotada pela Lei nº 10.259/2001, somente a decisão que deferir medidas cautelares no curso do processoe a sentença definitiva são recorríveis, ex vi dos artigos 4º e 5º. Entendo, contudo, que a expressão “sentença definitiva” foiutilizada pelo legislador em sentido mais amplo, não tão técnico à luz da teoria geral do processo, no sentido de decisõesque definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível a interposição de recurso inominado em sentençasterminativas, visto que estas também encerram o processo.

3. Contudo, para que a parte recorrente tenha direito a um provimento de mérito é necessário que possua interesse de agir,é dizer, que a tutela jurisdicional seja necessária para a consecução do seu direito.

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4. Como o INSS revisará os benefícios de forma administrativa, mediante simples requerimento (Memorando-CircularConjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS de 15 de abril de 2010 e Memorando-Circular Conjunto nº28/DIRBEN/PFEINSS de 17 desetembro de 2010), e não opôs resistência ao pedido desnecessária é a tutela jurisdicional.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.

6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

7. Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do benefícioda assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

137 - 0006400-68.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006400-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.) x ADIN VIANA FERREIRA (ADVOGADO: JOAOFELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.).Processo nº 0006400-68.2010.4.02.5050/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : ADIN VIANA FERREIRAE M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/1998 e41/2003 – DECISÃO DO STF SUBMETIDA À SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1.Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão do benefício previdenciário, consoante o art. 14 da EC nº20/98 e art. 5º da EC nº 41/2003. Requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo a quo, julgando-se improcedente opedido externado na inicial.

2.Muito embora meu entendimento pessoal seja pela não incidência dos mencionados preceptivos na revisão de benefícioprevidenciário obtido sob a égide de regime diverso, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em processo submetido àsistemática da repercussão geral (sessão plenária realizada em 08.09.2010), que o novo limite máximo para o valor dosbenefícios do RGPS instituído pelo art. 14 da Emenda Constitucional nº 20/98 e sucessivamente pela EmendaConstitucional nº 41/2003 deve ser aplicado aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente à sua vigência. Valetranscrever o aresto jurisprudencial:

“DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.” (RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011)

3.A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à emenda constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.

Page 130: BOLETIM TR/ES 2011-251 - SESSÃO DIA 14-12-2011

4.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

5.Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

138 - 0002526-41.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002526-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x HOMERO SOARES DE SOUZA(ADVOGADO: DANIEL ASSAD GALVÊAS, DIOGO ASSAD BOECHAT, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS,MARCELO DUARTE FREITAS ASSAD, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).Processo nº 0002526-41.2011.4.02.5050/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : HOMERO SOARES DE SOUZA

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/1998 e41/2003 – DECISÃO DO STF SUBMETIDA À SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1.Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão do benefício previdenciário, consoante o art. 14 da EC nº20/98 e art. 5º da EC nº 41/2003. Requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo a quo, julgando-se improcedente opedido externado na inicial.

2.A carta de concessão da aposentadoria atestou que o salário-de-benefício foi limitado ao teto em vigor na data de iníciodo benefício, 13/07/1994 (fls. 15/16). A alegação de carência de ação por falta de interesse de agir, sustentada pelorecorrente, é impertinente. Verificado que a demanda era a tutela jurisdicional necessária perfeitamente adequada aoprovimento pleiteado.

3.Muito embora meu entendimento pessoal seja pela não incidência dos mencionados preceptivos na revisão de benefícioprevidenciário obtido sob a égide de regime diverso, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em processo submetido àsistemática da repercussão geral (sessão plenária realizada em 08.09.2010), que o novo limite máximo para o valor dosbenefícios do RGPS instituído pelo art. 14 da Emenda Constitucional nº 20/98 e sucessivamente pela EmendaConstitucional nº 41/2003 deve ser aplicado aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente à sua vigência. Valetranscrever o aresto jurisprudencial:

“DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.” (RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011)

4.A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à emenda constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.

5.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

6.Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

Page 131: BOLETIM TR/ES 2011-251 - SESSÃO DIA 14-12-2011

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

139 - 0004894-23.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.004894-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOSÉ GHILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA.) x ANTONIO MAGRE (ADVOGADO:DIOGO ASSAD BOECHAT, RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS, DANIEL ASSAD GALVÊAS, MARCELO DUARTEFREITAS ASSAD, LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA.).Processo nº 0004894-23.2011.4.02.5050/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : ANTÔNIO MAGREE M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/1998 e41/2003 – DECISÃO DO STF SUBMETIDA À SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1.Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão do benefício previdenciário, consoante o art. 14 da EC nº20/98 e art. 5º da EC nº 41/2003. Requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo a quo, julgando-se improcedente opedido externado na inicial.

2.A carta de concessão da aposentadoria atestou que o salário-de-benefício foi limitado ao teto em vigor na data de iníciodo benefício, 13/07/1994 (fls. 15/16). A alegação de carência de ação por falta de interesse de agir, sustentada pelorecorrente, é impertinente. Verificado que a demanda era a tutela jurisdicional necessária perfeitamente adequada aoprovimento pleiteado.

3.Muito embora meu entendimento pessoal seja pela não incidência dos mencionados preceptivos na revisão de benefícioprevidenciário obtido sob a égide de regime diverso, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em processo submetido àsistemática da repercussão geral (sessão plenária realizada em 08.09.2010), que o novo limite máximo para o valor dosbenefícios do RGPS instituído pelo art. 14 da Emenda Constitucional nº 20/98 e sucessivamente pela EmendaConstitucional nº 41/2003 deve ser aplicado aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente à sua vigência. Valetranscrever o aresto jurisprudencial:

“DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.” (RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011)

4.A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à emenda constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.

5.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

6.Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Page 132: BOLETIM TR/ES 2011-251 - SESSÃO DIA 14-12-2011

Bruno DutraJuiz Federal Relator

140 - 0004142-51.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.004142-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.) x RUBENS DA SILVA E SOUZA(ADVOGADO: THIAGO AARÃO DE MORAES.).Processo nº 0004142-51.2011.4.02.5050/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : RUBENS DA SILVA E SOUZA

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/1998 e41/2003 – DECISÃO DO STF SUBMETIDA À SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1.Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão do benefício previdenciário, consoante o art. 14 da EC nº20/98 e art. 5º da EC nº 41/2003. Requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo a quo, julgando-se improcedente opedido externado na inicial.

2.A carta de concessão da aposentadoria atestou que o salário-de-benefício foi limitado ao teto em vigor na data de iníciodo benefício, 13/07/1994 (fls. 15/16). A alegação de carência de ação por falta de interesse de agir, sustentada pelorecorrente, é impertinente. Verificado que a demanda era a tutela jurisdicional necessária perfeitamente adequada aoprovimento pleiteado.

3.Muito embora meu entendimento pessoal seja pela não incidência dos mencionados preceptivos na revisão de benefícioprevidenciário obtido sob a égide de regime diverso, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em processo submetido àsistemática da repercussão geral (sessão plenária realizada em 08.09.2010), que o novo limite máximo para o valor dosbenefícios do RGPS instituído pelo art. 14 da Emenda Constitucional nº 20/98 e sucessivamente pela EmendaConstitucional nº 41/2003 deve ser aplicado aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente à sua vigência. Valetranscrever o aresto jurisprudencial:

“DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.” (RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011)

4.A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à emenda constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.

5.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

6.Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

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141 - 0003346-60.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003346-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x MARY TAVARES DOS SANTOS(ADVOGADO: BRUNO DE CASTRO QUEIROZ.).Processo nº 0003346-60.2011.4.02.5050/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : MARNY TAVARES DOS SANTOS

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/1998 e41/2003 – DECISÃO DO STF SUBMETIDA À SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1.Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão do benefício previdenciário, consoante o art. 14 da EC nº20/98 e art. 5º da EC nº 41/2003. Requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo a quo, julgando-se improcedente opedido externado na inicial.

2.A carta de concessão da aposentadoria atestou que o salário-de-benefício foi limitado ao teto em vigor na data de iníciodo benefício, 13/07/1994 (fls. 15/16). A alegação de carência de ação por falta de interesse de agir, sustentada pelorecorrente, é impertinente. Verificado que a demanda era a tutela jurisdicional necessária perfeitamente adequada aoprovimento pleiteado.

3.Muito embora meu entendimento pessoal seja pela não incidência dos mencionados preceptivos na revisão de benefícioprevidenciário obtido sob a égide de regime diverso, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em processo submetido àsistemática da repercussão geral (sessão plenária realizada em 08.09.2010), que o novo limite máximo para o valor dosbenefícios do RGPS instituído pelo art. 14 da Emenda Constitucional nº 20/98 e sucessivamente pela EmendaConstitucional nº 41/2003 deve ser aplicado aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente à sua vigência. Valetranscrever o aresto jurisprudencial:

“DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.” (RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011)

4.A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à emenda constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.

5.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

6.Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

142 - 0003493-86.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003493-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.) x ARTHUR AMBROZINI (ADVOGADO: KARINASPADON DA SILVA, SÔNIA DIAS NASCIMENTO.).Processo nº 0003493-86.2011.4.02.5050/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

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Recorrido : ARTHUR AMBROZINI

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/1998 e41/2003 – DECISÃO DO STF SUBMETIDA À SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1.Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão do benefício previdenciário, consoante o art. 14 da EC nº20/98 e art. 5º da EC nº 41/2003. Requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo a quo, julgando-se improcedente opedido externado na inicial.

2.A carta de concessão da aposentadoria atestou que o salário-de-benefício foi limitado ao teto em vigor na data de iníciodo benefício, 13/07/1994 (fls. 15/16). A alegação de carência de ação por falta de interesse de agir, sustentada pelorecorrente, é impertinente. Verificado que a demanda era a tutela jurisdicional necessária perfeitamente adequada aoprovimento pleiteado.

3.Muito embora meu entendimento pessoal seja pela não incidência dos mencionados preceptivos na revisão de benefícioprevidenciário obtido sob a égide de regime diverso, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em processo submetido àsistemática da repercussão geral (sessão plenária realizada em 08.09.2010), que o novo limite máximo para o valor dosbenefícios do RGPS instituído pelo art. 14 da Emenda Constitucional nº 20/98 e sucessivamente pela EmendaConstitucional nº 41/2003 deve ser aplicado aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente à sua vigência. Valetranscrever o aresto jurisprudencial:

“DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.” (RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011)

4.A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à emenda constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.

5.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

6.Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

143 - 0004436-06.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.004436-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x ANTONIO KATSUALO NOKAI.Processo nº 0004436-06.2011.4.02.5050/01Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : ANTÔNIO KATSUALO NOKAI

E M E N T APREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/1998 e41/2003 – DECISÃO DO STF SUBMETIDA À SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

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1.Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia-Ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão do benefício previdenciário, consoante o art. 14 da EC nº20/98 e art. 5º da EC nº 41/2003. Requer seja reformada a sentença proferida pelo Juízo a quo, julgando-se improcedente opedido externado na inicial.

2.A carta de concessão da aposentadoria atestou que o salário-de-benefício foi limitado ao teto em vigor na data de iníciodo benefício, 13/07/1994 (fls. 15/16). A alegação de carência de ação por falta de interesse de agir, sustentada pelorecorrente, é impertinente. Verificado que a demanda era a tutela jurisdicional necessária perfeitamente adequada aoprovimento pleiteado.

3.Muito embora meu entendimento pessoal seja pela não incidência dos mencionados preceptivos na revisão de benefícioprevidenciário obtido sob a égide de regime diverso, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em processo submetido àsistemática da repercussão geral (sessão plenária realizada em 08.09.2010), que o novo limite máximo para o valor dosbenefícios do RGPS instituído pelo art. 14 da Emenda Constitucional nº 20/98 e sucessivamente pela EmendaConstitucional nº 41/2003 deve ser aplicado aos benefícios previdenciários concedidos anteriormente à sua vigência. Valetranscrever o aresto jurisprudencial:

“DIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. ALTERAÇÃO NO TETO DOSBENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DAALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICOPERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AOPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Hápelo menos duas situações jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição daRepública demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira respeita ao exercício do controle deconstitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antesentendê-la; a segunda, que se dá na espécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito contralei superveniente, pois a solução de controvérsia sob essa perspectiva pressupõe sejam interpretadas as leis postas emconflito e determinados os seus alcances para se dizer da existência ou ausência da retroatividade constitucionalmentevedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdênciaestabelecido antes da vigência dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negadoprovimento ao recurso extraordinário.” (RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011)

4.A decisão do STF afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou qualquer questionamento sobre aconstitucionalidade da aplicação imediata do novo teto aos benefícios concedidos anteriormente à emenda constitucional,razão por que reputo como inexistente qualquer violação aos dispositivos constitucionais ventilados no recurso.

5.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

6.Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

144 - 0004416-20.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.004416-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x ELVIRA ADELIA SPELTA(DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x OS MESMOS.Processo n.º 0004416-20.2008.4.02.5050/01Embargante : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSEmbargado : ELVIRA ADELIA SPELTA

E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO –OMISSÃO- AUXÍLIO- DOENÇA – CORREÇÃO MONETÁRIA E TAXA DE JUROS –ART. 1º-F DA LEI Nº 9.494/97, COM REDAÇÃO CONFERIDA PELA LEI 11.960/09 -- RECURSO REJEITADO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS em face de acórdão proferido pela Turma Recursal. Aduz oembargante que a decisão seria omissa ao não enfrentar os parâmetros da condenação no que se refere aos juros de morae correção monetária, especialmente no que tange à incidência da Medida provisória de 2.180-35/2000.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificar

Page 136: BOLETIM TR/ES 2011-251 - SESSÃO DIA 14-12-2011

eventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão na decisão proferida por este Juízo.Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada, em especial relevo nos itens 3 e 4 do acórdão vergastado.Não obstante, cabe salientar, quanto aos juros de mora e correção monetária, que a Turma Recursal desta Seção Judiciáriaeditou o Enunciado nº 54, que assim orienta “A Lei nº 11.960/2009 tem aplicação imediata na parte em que modificou o art.1º-F da Lei nº 9.494/97, de forma que, a partir de 30/06/2009, aplicam-se os índices oficiais da caderneta de poupança paraefeito de correção monetária e de juros de mora nas condenações impostas à Fazenda Pública”. (Diário Eletrônico da JF da2ª Região, 13-12-2010, pág. 73)Essa orientação não se afasta dos precedentes do STF, porquanto no julgamento do AI 842.063, em 17.06.2011, foireconhecida a existência de repercussão geral sobre a matéria e, no mérito, reafirmada a jurisprudência dominante quantoà aplicabilidade imediata do art. 1º F da Lei 9.494/97- com alteração dada pela Medida Provisória 2.180-35/2001 – emrelação às ações ajuizadas antes de sua entrada em vigor. Tal disposição se aplica de idêntica maneira no caso deposterior alteração introduzida na mesma Lei 9.494/97 pela Lei 11.960/2009.Embargos de declaração conhecidos, mas rejeitados, em razão da inexistência de vício a ser sanado.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER, MAS REJEITAR OS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

145 - 0002068-92.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.002068-0/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA GORETI BERNABE(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARCUS VINÍCIUS CHAGASSARAIVA.).Processo nº 0002068-92.2009.4.02.5050/02RECORRENTE: MARIA GORETI BERNABERECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO CONHECIDA DE OFÍCIO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.PROCESSO EXTINTO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou extinto o processo sem resolução de mérito em razão dacomplexidade da causa. O recorrente requer seja dado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido arestituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.O informativo nº 634 do STF noticia que no julgamento do RE 566621/RS prevaleceu o voto proferido pela Min. EllenGracie, relatora, no sentido de que a aplicação do novo prazo prescricional de 5 (cinco) anos é válida tão-somente às açõesajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 09.06.2005.O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).Como a parte autora aposentou-se em 16.06.1998 (fl. 23) e a presente ação foi ajuizada em 20.03.2009 (fl. 18), estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para EXTINGUIR O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DEMÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil.Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do beneficio daassistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO PARA,DE OFÍCIO, EXTINGUIR O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO PELA PRESCRIÇÃO, na forma da ementa

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constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal - 3º Relator

146 - 0000831-23.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.000831-0/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) ALCEMIR VIEIRATRANCOSO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: RODRIGOBARBOSA DE BARROS.).Processo nº 0000831-23.2009.4.02.5050/02RECORRENTE: ALCEMIR VIEIRA TRANCOSORECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO CONHECIDA DE OFÍCIO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.PROCESSO EXTINTO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou extinto o processo sem resolução de mérito em razão dacomplexidade da causa. O recorrente requer seja dado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido arestituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.O informativo nº 634 do STF noticia que no julgamento do RE 566621/RS prevaleceu o voto proferido pela Min. EllenGracie, relatora, no sentido de que a aplicação do novo prazo prescricional de 5 (cinco) anos é válida tão-somente às açõesajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 09.06.2005.O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).Como a parte autora aposentou-se em 26.12.1997 (fl. 16) e a presente ação foi ajuizada em 26.01.2009 (fl. 17), estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para EXTINGUIR O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DEMÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil.Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do beneficio daassistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO PARA ,DE OFÍCIO, EXTINGUIR O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO PELA PRESCRIÇÃO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal - 3º Relator

147 - 0001420-15.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.001420-5/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANGELA MARIA SOARESOLIVEIRA RAMOS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARCUSVINÍCIUS CHAGAS SARAIVA.).Processo nº 0001420-15.2009.4.02.5050/02RECORRENTE: ÂNGELA MARIA SOARES OLIVEIRA SANTOSRECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. VALOR INFERIOR A 60 SALÁRIOS MÍNIMOS. COMPETÊNCIA ABSOLUTA DO JEF.CAUSA MADURA PARA JULGAMENTO. ART. 515, §3º DO CPC. INEXISTÊNCIA DE INÉPCIA DA INICIAL E DEPRESCRIÇÃO. MÉTODO PARA APURAÇÃO DO VALOR DEVIDO EXPRESSO NO DECISUM. RECURSO CONHECIDO

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E PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que extinguiu o feito sem resolução de mérito, em razão dacomplexidade da causa e suposta incompatibilidade com o rito dos Juizados Especiais Federais. O recorrente requer sejadado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto derenda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.O Superior Tribunal de Justiça e o Tribunal Regional Federal da 2ª Região têm decidido que o critério quantitativo do valorda causa, presente no art. 3º da Lei 10.259/01, determina a competência absoluta dos Juizados Especiais Federais, não sesustentando o entendimento manifestado pela magistrada prolatora da sentença. (Precedentes: CC 200801176468,DENISE ARRUDA, STJ – PRIMEIRA SEÇÃO, 29.09.2008;AG 200902010107781, Desembargador Federal LUIZ ANTONIOSOARES, TRF 2 – QUARTA TURMA ESPECIALIZADA, 25.10.10)Assim, renunciado pela autora o montante excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, esta causa é da competência dosJuizados Especiais Federais.Cabível a análise do mérito do pedido em atenção ao disposto no §3º, art. 515 do Código de Processo Civil, bem como emhomenagem aos princípios orientadores dos Juizados Especiais (art. 2º da Lei 9.099/65)Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início daaposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.O informativo nº 634 do STF noticia que no julgamento do RE 566621/RS prevaleceu o voto proferido pela Min. EllenGracie, relatora, no sentido de que a aplicação do novo prazo prescricional de 5 (cinco) anos é válida tão-somente às açõesajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 09.06.2005.O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).Como o recorrente aposentou-se em 21/08/2007 (fl. 48) e a presente ação foi ajuizada em 04.03.2009 (fl. 17), não estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 19/20) e aposentadoria em 21.08.2007 (fl. 48).A apuração do indébito observará o seguinte:13. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houver tido orecolhimento do tributo).14. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente aoano-base anterior em que haja tido o recolhimento do tributo).15. Após a realização do referido cálculo, havendo saldo em favor da Autora tal procedimento bem como as respectivasatualizações / correções monetárias deverão ser realizadas nos exercícios seguintes, até o completo exaurimento docrédito, de acordo com os itens 10 e 11.16. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”14. Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldo

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credor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.15. Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda do imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhidoexclusivamente pela parte autora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR AUNIÃO FEDERAL à restituição/ compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nestaementa e instruções que se seguem.16. A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias por ele vertidas referentes ao período pleiteado judicialmente.17. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, o qual não poderá ultrapassar o valor de alçada dos Juizados Especiais Federais (sessenta salários mínimos),aferido por ocasião da propositura da ação.18. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e da apuração do valor da restituição devida, no caso deainda haver saldo de crédito em favor do contribuinte, fica o autor autorizado a deduzir o saldo na base de cálculo doimposto devido nos exercícios financeiros seguintes, até o esgotamento do saldo credor.19. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei nº 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal - 3º Relator

148 - 0001424-52.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.001424-2/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA DE FATIMA VIANACARDOSO MOREIRA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR:MARGARETH ALVES DE OLIVEIRA.).Processo nº 0001424-52.2009.4.02.5050/02RECORRENTE: MARIA DE FÁTIMA VIANA CARDOSO MOREIRARECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T ARECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. VALOR INFERIOR A 60 SALÁRIOS MÍNIMOS. COMPETÊNCIA ABSOLUTA DO JEF.CAUSA MADURA PARA JULGAMENTO. ART. 515, §3º DO CPC. INEXISTÊNCIA DE INÉPCIA DA INICIAL E DEPRESCRIÇÃO. MÉTODO PARA APURAÇÃO DO VALOR DEVIDO EXPRESSO NO DECISUM. RECURSO CONHECIDOE PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que extinguiu o feito sem resolução de mérito, em razão dacomplexidade da causa e suposta incompatibilidade com o rito dos Juizados Especiais Federais. O recorrente requer sejadado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido a restituir os valores contribuídos como imposto derenda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.O Superior Tribunal de Justiça e o Tribunal Regional Federal da 2ª Região têm decidido que o critério quantitativo do valorda causa, presente no art. 3º da Lei 10.259/01, determina a competência absoluta dos Juizados Especiais Federais, não sesustentando o entendimento manifestado pela magistrada prolatora da sentença. (Precedentes: CC 200801176468,DENISE ARRUDA, STJ – PRIMEIRA SEÇÃO, 29.09.2008;AG 200902010107781, Desembargador Federal LUIZ ANTONIOSOARES, TRF 2 – QUARTA TURMA ESPECIALIZADA, 25.10.10)Assim, renunciado pela autora o montante excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, esta causa é da competência dosJuizados Especiais Federais.Cabível a análise do mérito do pedido em atenção ao disposto no §3º, art. 515 do Código de Processo Civil, bem como emhomenagem aos princípios orientadores dos Juizados Especiais (art. 2º da Lei 9.099/65)Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Matéria pacificada pela jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização dosJuizados Especiais no sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos apartir de janeiro de 1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aportes daspatrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre 01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início da

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aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza Federal Jacqueline MichelsBilhalva, DJ de 09.02.2009.O informativo nº 634 do STF noticia que no julgamento do RE 566621/RS prevaleceu o voto proferido pela Min. EllenGracie, relatora, no sentido de que a aplicação do novo prazo prescricional de 5 (cinco) anos é válida tão-somente às açõesajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 09.06.2005.O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).Como o recorrente aposentou-se em 05.07.2007 (fl. 27) e a presente ação foi ajuizada em 04.03.2009 (fl. 18), não estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Os requisitos para o reconhecimento do pedido são: (1) que tenham ocorrido contribuições por parte do autor no período dejaneiro de 1989 a dezembro de 1995, sendo desnecessária a exibição integral da documentação comprobatória eis que aaferição do valor do bis in idem tributário poderá ser feita na fase de cumprimento da sentença e (2) que esteja aposentado.No caso dos autos os documentos colacionados pela parte autora demonstram o preenchimento dos dois requisitos, quaissejam: contribuições no período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 (fls. 19/20) e aposentadoria em 05.07.2007 (fl. 27).A apuração do indébito observará o seguinte:13. As contribuições efetuadas pela parte autora no período compreendido entre janeiro de 1989 até dezembro de 1995deverão ser atualizadas monetariamente pelos índices constantes do Manual de Orientação de Procedimentos para osCálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução 561/CJF, de 02.07.2007, do Conselho da Justiça Federal, referenteàs ações condenatórias em geral, até o mês de abril de cada ano (referente ao ano-base anterior em que houver tido orecolhimento do tributo).14. O valor apurado, em favor da parte autora, deverá ser deduzido do montante total anual recebido a título decomplementação de aposentadoria, por ano-base, de acordo com as Declarações Anuais de Ajuste do IRPF dos exercíciosimediatamente seguintes à aposentadoria do demandante, obtendo-se assim o Imposto de Renda indevido de cadaexercício, valor este que deverá ser restituído devidamente corrigido pela Taxa SELIC, a partir de maio de cada ano, com aexclusão de outro índice de correção monetária ou de taxa de juros (EREsp 548711/PE, Rel. Ministra Denise Arruda,Primeira Seção, julgado em 25.04.2007, DJ 28.05.2007, p. 278), com data de início em maio de cada ano (referente aoano-base anterior em que haja tido o recolhimento do tributo).15. Como guia de aplicação da fórmula de apuração do indébito anoto o exemplo elaborado pelo Juiz Federal MARCOSROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no julgamento em Reexame Necessáriodo processo nº 2007.70.00.025991-0/PR (DJ 28.01.2009):“Suponha-se que o crédito relativo às contribuições vertidas entre 1989 e 1995 corresponda a R$ 150.000,00, e que obeneficiário aposentou-se em 1º de janeiro de 1996, iniciando, assim, a percepção da aposentadoria complementar.Suponha-se, também, que o valor total do benefício suplementar, recebido naquele ano, seja R$ 50.000,00. Assim, esteúltimo valor deve ser totalmente deduzido. Então, o imposto devido naquele ano é zero. Logo, o valor de IR que foiefetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1996, deve ser integralmente restituído. Resta, ainda,um crédito de R$ 100.000,00. No ano seguinte, repete-se a operação. Suponha-se que os rendimentos auferidos em 1997correspondam a R$ 50.000,00. Este valor deve ser totalmente deduzido, o imposto devido será zero e, por conseqüência, oIR efetivamente descontado da aposentadoria complementar, no ano de 1997, deve ser integralmente restituído. Resta,ainda, um crédito de R$ 50.000,00.”16. Em prosseguimento, é importante frisar que a operação mencionada acima deve ser repetida sucessivamente, até oesgotamento do crédito. Na hipótese em que, após restituírem-se todos os valores, ainda restar crédito, a dedução do saldocredor pode ser efetuada diretamente na base de cálculo das declarações de imposto de renda referentes aos futurosexercícios financeiros, atualizada pelos índices da tabela de Precatórios da Justiça Federal até a data do acerto anual.Assim, o beneficiário não pagará IR sobre o complemento de benefício até o esgotamento do saldo a ser deduzido, ou oque tiver sido pago será objeto de repetição.17. Em face do exposto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, para reformar a sentença e reconhecer a não incidência doimposto de renda do imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada até o limite do que foi recolhidoexclusivamente pela parte autora (excluídos os aportes das patrocinadoras) sob a égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, entre01.01.89 e 31.12.95 ou entre 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se anterior a janeiro de 1996, e CONDENAR AUNIÃO FEDERAL à restituição/ compensação do respectivo indébito, de acordo com a sistemática estabelecida nestaementa e instruções que se seguem.18. A UNIÃO deverá efetuar, no prazo de 60 (sessenta) dias, a revisão administrativa das declarações anuais do imposto derenda pessoa física da parte autora, para excluir da base de cálculo do imposto devido a parcela relativa ao crédito docontribuinte, na forma fixada por esta ementa, ciente o autor que deverá providenciar junto à sua patrocinadora a soma dasimportâncias por ele vertidas referentes ao período pleiteado judicialmente.19. Efetuada a revisão na forma do parágrafo anterior, deverá a Ré informar ao Juízo o valor total da restituição a serrequisitado, o qual não poderá ultrapassar o valor de alçada dos Juizados Especiais Federais (sessenta salários mínimos),aferido por ocasião da propositura da ação.20. Após a revisão das declarações anuais do imposto de renda e da apuração do valor da restituição devida, no caso deainda haver saldo de crédito em favor do contribuinte, fica o autor autorizado a deduzir o saldo na base de cálculo doimposto devido nos exercícios financeiros seguintes, até o esgotamento do saldo credor.21. Custas isentas, nos termos do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/96. Sem honorários advocatícios, consoante disposição contidano art. 55 da Lei nº 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, na formada ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal - 3º Relator

149 - 0003344-27.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.003344-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) DORACI CUSTÓDIOCORREA (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).Processo nº. 0003344-27.2010.4.02.5050/01

Recorrente : DORACI CUSTÓDIO CORREARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ –INCAPACIDADE DEFINITIVA – CONSOLIDAÇÃO PELO TEMPO – APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 188, §2º DA LEI8.112/90 – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgouimprocedente o pedido de concessão do benefício de aposentadoria por invalidez. Sustenta a recorrente, em suas razõesrecursais, que, embora o jusperito ateste a sua capacidade laborativa, os laudos médicos particulares acostados aos autos(fls. 30/32) comprovam que a moléstia apresentada é incapacitante para o trabalho. Alega também que a pretéritaconcessão do benefício de auxílio-doença, motivada pelas as mesmas enfermidades mencionadas na presente demanda,somada ainda às suas condições pessoais, ensejam a concessão do benefício pleiteado. Dessa forma, requer sejaconhecido e provido o presente recurso, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial. Requer eventualmente aanulação da sentença, a fim de ser realizada nova perícia.2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 doaludido diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.3. Sendo pacíficas as questões referentes à carência e à qualidade de segurado, a controvérsia nos autos está adstrita àverificação da incapacidade laboral.4. Na análise pericial do Juízo (fls. 39/40), a recorrente (61 anos) foi examinada e diagnosticada com quadro de poliartralgiacom maior intensidade nos cotovelos e joelhos (quesito n. 01 – fl. 39), patologia que, no entanto, não a incapacita para oexercício do ofício habitual de auxiliar de servente (quesito n. 13 – fl. 40). Entretanto, questionado sobre a aptidão dorecorrente para exercer as suas atividades habituais (quesito n. 13 – fl. 39), asseverou o jusperito que ela “apenas possuilimitações relacionadas à idade”.5. Em que pese a conclusão exarada pelo perito judicial e considerando que o juiz não está adstrito ao laudo pericial,podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos (CPC, art. 436), tenho que assisterazão à recorrente.6. Com efeito, da análise detida do caderno processual é possível constatar que a parte recorrente vem fazendo jus aobenefício de auxílio-doença desde o ano de 2001 (fl. 27) e que já houve o afastamento das atividades por prazo superior a05 (cinco) anos – 04.12.2002 a 31.07.2008 (fl. 28) e 23.09.2008 a 07.12.2008 (fl. 29), caso em que deve ser aplicado poranalogia o disposto no art. 188, §2º, da Lei 8.112/90, com a conversão do auxílio doença em aposentadoria por invalidez.7. Ainda que se entendesse pela não-aplicabilidade do preceptivo da Lei 8.112/90, a percepção quase que ininterrupta dobenefício de auxílio-doença por lapso temporal considerável (quase seis anos) forneceria a este magistrado razõessuficientes para o amparo da pretensão autoral. Cuida a hipótese, em verdade, de incapacidade definitiva consolidada pelotempo.8. Presentes os requisitos peculiares para antecipação tutelar, quais sejam, o “convencimento de verossimilhança” e“fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação” (CPC, art. 273), este imanente ao caráter alimentar dasprestações previdenciárias. Somente são objeto de antecipação as parcelas vincendas, necessárias à subsistência darecorrente.9. Merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo Juízo a quo.12. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para condenar a Autarquia Previdenciária a implantar obenefício de aposentadoria por invalidez em favor da parte recorrente, no prazo de 30 (trinta) dias da intimação destejulgado, comprovando-se a implantação até o decurso final do aludido prazo. São devidos atrasados a título deauxílio-doença a partir da data de sua indevida cessação administrativa (08.12.2008) até a efetiva implantação daaposentadoria por invalidez. Sobre as prestações vencidas incidem, até 30/06/2009, correção monetária e juros de mora àtaxa de 1% ao mês a partir da citação. Desta data em diante, aplicam-se os índices oficiais de remuneração básica e jurospróprios da caderneta de poupança (art. 5º da Lei 11.960/2009).13. Sem custas, nos termos da lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 55, daLei nº. 9.099/95.

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ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

150 - 0004916-52.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.004916-5/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) ZILDETE MOURA ARAUJOBUSNARDO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVOHENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA.).Processo nº 0004916-52.2009.4.02.5050/02RECORRENTE: ZILDETE MOURA ARAÚJO BUSNARDORECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO CONHECIDA DE OFÍCIO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.PROCESSO EXTINTO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou extinto o processo sem resolução de mérito em razão dacomplexidade da causa. O recorrente requer seja dado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido arestituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.O informativo nº 634 do STF noticia que no julgamento do RE 566621/RS prevaleceu o voto proferido pela Min. EllenGracie, relatora, no sentido de que a aplicação do novo prazo prescricional de 5 (cinco) anos é válida tão-somente às açõesajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 09.06.2005.O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).Como a parte autora aposentou-se em 29.12.2003 (fl. 18) e a presente ação foi ajuizada em 04.08.2009 (fl. 19), estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para EXTINGUIR O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DEMÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil.Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do beneficio daassistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO PARA,DE OFÍCIO, EXTINGUIR O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO PELA PRESCRIÇÃO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal - 3º Relator

151 - 0001072-94.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.001072-8/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) EDITH MARIA CAMARGODOS SANTOS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ADRIANAZANDONADE.).Processo nº 0001072-94.2009.4.02.5050/02RECORRENTE: EDITH MARIA CAMARGO DOS SANTOSRECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T A

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RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO CONHECIDA DE OFÍCIO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.PROCESSO EXTINTO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou extinto o processo sem resolução de mérito em razão dacomplexidade da causa. O recorrente requer seja dado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido arestituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.O informativo nº 634 do STF noticia que no julgamento do RE 566621/RS prevaleceu o voto proferido pela Min. EllenGracie, relatora, no sentido de que a aplicação do novo prazo prescricional de 5 (cinco) anos é válida tão-somente às açõesajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 09.06.2005.O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).Como a parte autora aposentou-se em 18.01.2000 (fl. 17) e a presente ação foi ajuizada em 16.02.2009 (fl. 20), estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para EXTINGUIR O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DEMÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil.Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do beneficio daassistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO PARA,DE OFÍCIO, EXTINGUIR O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO PELA PRESCRIÇÃO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal - 3º Relator

152 - 0003626-02.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.003626-2/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA DE FATIMAFERRARI FRANCO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR:MARGARETH ALVES DE OLIVEIRA.).Processo nº 0003626-02.2009.4.02.5050/02RECORRENTE: MARIA DE FÁTIMA FERRARI FRANCORECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO CONHECIDA DE OFÍCIO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.PROCESSO EXTINTO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou extinto o processo sem resolução de mérito em razão dacomplexidade da causa. O recorrente requer seja dado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido arestituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.O informativo nº 634 do STF noticia que no julgamento do RE 566621/RS prevaleceu o voto proferido pela Min. EllenGracie, relatora, no sentido de que a aplicação do novo prazo prescricional de 5 (cinco) anos é válida tão-somente às açõesajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 09.06.2005.

Page 144: BOLETIM TR/ES 2011-251 - SESSÃO DIA 14-12-2011

O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).Como a parte autora aposentou-se em 24.06.1997 (fl. 17) e a presente ação foi ajuizada em 15.05.2009 (fl. 21), estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para EXTINGUIR O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DEMÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil.Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do beneficio daassistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO PARA,DE OFÍCIO, EXTINGUIR O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO PELA PRESCRIÇÃO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal - 3º Relator

153 - 0005342-64.2009.4.02.5050/02 (2009.50.50.005342-9/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) LEONARDO IBANEZCASTILHOS DOS REIS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR:MARGARETH ALVES DE OLIVEIRA.).Processo nº 0005342-64.2009.4.02.5050/02RECORRENTE: LEONARDO IBANEZ CASTILHOS DOS REISRECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. PRESCRIÇÃO CONHECIDA DE OFÍCIO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.PROCESSO EXTINTO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado em face de sentença que julgou extinto o processo sem resolução de mérito em razão dacomplexidade da causa. O recorrente requer seja dado provimento ao recurso inominado, condenando-se o recorrido arestituir os valores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.O informativo nº 634 do STF noticia que no julgamento do RE 566621/RS prevaleceu o voto proferido pela Min. EllenGracie, relatora, no sentido de que a aplicação do novo prazo prescricional de 5 (cinco) anos é válida tão-somente às açõesajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 09.06.2005.O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).Como a parte autora aposentou-se em 18.11.1997 (fl. 17) e a presente ação foi ajuizada em 02.09.2009 (fl. 41), estáprescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de renda sobre o benefício.Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para EXTINGUIR O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DEMÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil.Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento do beneficio daassistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO PARA,DE OFÍCIO, EXTINGUIR O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO PELA PRESCRIÇÃO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Page 145: BOLETIM TR/ES 2011-251 - SESSÃO DIA 14-12-2011

Bruno DutraJuiz Federal - 3º Relator

Anular a sentença e julgar prejudicado o recursoTotal 2 : Dar parcial provimentoTotal 14 : Dar provimentoTotal 30 : Dar provimento ao rec. do autor e negar o do réuTotal 1 : Extinguir o processo sem resolução de méritoTotal 2 : Negar provimentoTotal 99 : Rejeitar os embargosTotal 4 :