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BOLETIM Publicação da Sociedade Brasileira de Geofísica - Número 1/2007 Confira nesta edição: Antes da SBGf organizar seu primeiro evento bianual, nos anos de 1980, o acesso da comunidade brasileira a congressos internacionais de Geofísica era bastante reduzido. Questões financeiras e logísticas limitavam a divulgação dos trabalhos de especialistas locais, muitas vezes restritos aos domínios dos próprios departamentos ou institutos de pesquisa. Os congressos da SBGf passaram a ser então um fórum privilegiado para a divulgação de pesquisas e produtos. A participação freqüente de renomados especialistas da indústria e pesquisadores da academia criou um clima favorável ao intercâmbio e possibilitou ampliar as fronteiras de pesquisa e aplicação, focalizando-as conforme as tendências tecnológicas e demandas do mercado mundial. Permitiu ainda que parte da comunidade de pesquisadores internacionais tomasse conhecimento das pesquisas aqui realizadas. Hoje em dia, mesmo com a globalização, os recursos da internet e o fácil acesso à informação, os congressos internacionais de Geofísica ainda são os meios mais eficientes de divulgação de pesquisa e exposição de produtos. É a melhor maneira de se atingir um grande público especializado num curto intervalo de tempo. É uma ótima oportunidade de expor novas idéias e fazer bons negócios. O Congresso Internacional da SBGf está entre os maiores do mundo na área de Geofísica e é considerado o maior da América Latina. O tema do 10º CISBGf, "UNVEILLING THE EARTH", é revelador da abrangência do evento, que cobre todas as áreas da Geofísica voltadas para o entendimento e a exploração do Planeta Terra. Assim, o Rio de Janeiro em novembro receberá as comunidades brasileira e internacional para juntas conhecerem os avanços tecnológicos da Geofísica. Imperdível para os profissionais que desejam manter-se atualizados. Página 2 Fernando Floyd Homenagens Nagib Chamon Páginas 6 e7 Notas IX Escola de Verão Divulgando a Geofísica Mudanças Climáticas e Recursos Hídricos Geofísica brasileira em destaque Sercel promove curso Geofísica com charme e talento Antigamente as mulheres não eram bem vindas nos trabalhos de campo. Hoje não há mais limites para a progressão de profissionais do grupo feminino. Seis geofísicas contam o que fazem para vencer numa profissão que já foi exclusivamente masculina. (p.8) Na estréia da coluna de artigos técnicos, o geofísico Marcos Gallotti (Petrobras) escreve sobre as características dos arranjos de airguns como fonte sísmica marítima e seus efeitos nos mamíferos marinhos. (p.12) Efeitos dos airguns nas baleias Desvendando a Terra Cercada por colegas de trabalho, Andréa França da Codemig coordena aerolevantamentos Página 4 Statoil do Brasil aposta no longo prazo Operadora Bahia ganha mapa metalogenético digital Página 5 Mineração Página 3 Petrobras: um leque de oportunidades Mercado de trabalho RBGf está em dia Página 11 Publicações Foto: Cortesia de Andréa França

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Boletim da SBGF 2007

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BOLETIMPublicação da Sociedade Brasileira de Geofísica - Número 1/2007

Agenda 2007

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Confira nesta edição:

� 10º Congresso Internacional da SociedadeBrasileira de Geofísica (CISBGf)Promoção: Sociedade Brasileira de Geofísica19 a 22 de novembroRio de Janeiro - RJInformações: http://congresso.sbgf.org.br/

� II Simpósio de Geologia do SudestePromoção: Sociedade Brasileira de Geologia /Núcleos Regionais MG, RJ/ES e SP1 a 4 de novembroDiamantina - MGInformações: (+55 31) 3224-4097

� Congresso Brasileiro de GeoquímicaPromoção: Sociedade Brasileira de Geoquímica21 a 26 de outubroAtibaia - SPInformações: (+55 21) 2283-3490

� Congresso Anual da SEGPromoção: Society of Exploration Geophysicists23 a 28 de setembroSan Antonio, TX, EUAInformações: www.seg.org

� Congresso Brasileiro de MineraçãoPromoção: Instituto Brasileiro de Mineração23 a 28 de setembroBelo Horizonte - MGInformações: www.ibram.org.br

� 69º Congresso e Exposição Anual da EAGEPromoção: European Association of Geoscientists & Engineers11 a 14 de junhoLondres - Reino UnidoInformações: www.eage.org

� 9º Congresso Internacional da Associação deGeólogos da JordâniaPromoção: Jordanian Geologists Association2 a 5 de abrilAman - JordâniaInformações: www.jo-geologists.com/english/GeoEng.asp

� Offshore Technology Conference - OTC 2007Promoção: OTC30 de abril a 3 de maioHouston, TX, EUAInformações: www.otcnet.org

� Convenção e Exposição Anual da AAPG'Entendendo os sistemas da Terra'Promoção: American Association of Petroleum Geologists1 a 4 de abrilLong Beach - Califórnia - EUAInformações: www.aapg.org/longbeach/

� II Convenção Cubana de Ciências da TerraPromoção: Sociedad Cubana de Geología20 a 23 de marçoPalácio de Convenciones: Havana - CubaInformações: www.scg.cu/geociencias.htm

� Offshore West Africa Conference & Exhibition20 a 22 de marçoAbuja - NigériaInformações: www.offshorewestafrica.com

� AGU Joint AssemblyAssembléia conjunta da União Geofísica Americana AGU21 a 25 de maioAcapulco - MéxicoInformações: www.agu.org

� 4th Geological Conference of Trinidad &TobagoExploração no Caribe - planejando o próximo século17 a 22 de junhoPort-of-Spain - Trinidad & TobagoInformações: www.gstt.org e [email protected]

� AAPG International ConferencePromoção: American Association of Petroleum Geologists4 a 7 de novembroPorto RicoInformações: www.aapg.org

� SPE Annual MeetingPromoção: Society of Petroleum Engineers11 a 14 de novembroAnaheim, Califórnia, EUAInformações: www.spe.org

Antes da SBGf organizar seu primeiro evento bianual, nos anos de 1980, o acesso dacomunidade brasileira a congressos internacionais de Geofísica era bastante reduzido.Questões financeiras e logísticas limitavam a divulgação dos trabalhos de especialistas locais,muitas vezes restritos aos domínios dos próprios departamentos ou institutos de pesquisa.

Os congressos da SBGf passaram a ser então um fórum privilegiado para a divulgação depesquisas e produtos. A participação freqüente de renomados especialistas da indústria epesquisadores da academia criou um clima favorável ao intercâmbio e possibilitou ampliaras fronteiras de pesquisa e aplicação, focalizando-as conforme as tendências tecnológicas edemandas do mercado mundial. Permitiu ainda que parte da comunidade de pesquisadoresinternacionais tomasse conhecimento das pesquisas aqui realizadas.

Hoje em dia, mesmo com a globalização, os recursos da internet e o fácil acesso à informação,os congressos internacionais de Geofísica ainda são os meios mais eficientes de divulgaçãode pesquisa e exposição de produtos. É a melhor maneira de se atingir um grande públicoespecializado num curto intervalo de tempo. É uma ótima oportunidade de expor novasidéias e fazer bons negócios.

O Congresso Internacional da SBGf está entre os maiores do mundo na área de Geofísicae é considerado o maior da América Latina. O tema do 10º CISBGf, "UNVEILLING THEEARTH", é revelador da abrangência do evento, que cobre todas as áreas da Geofísicavoltadas para o entendimento e a exploração do Planeta Terra. Assim, o Rio de Janeiro

em novembro receberá as comunidades brasileirae internacional para juntas conhecerem

os avanços tecnológicos daGeofísica. Imperdível

para os profissionaisque desejam

manter-seatualizados.

Página 2

� Fernando Floyd

Homenagens

� Nagib Chamon

Páginas 6 e7

Notas

� IX Escola de Verão

� Divulgando a Geofísica

� Mudanças Climáticas eRecursos Hídricos

� Geofísica brasileiraem destaque

� Sercel promove curso

Geofísica com charme e talentoAntigamente as mulheres não eram bem vindas nos trabalhos de campo. Hoje nãohá mais limites para a progressão de profissionais do grupo feminino. Seis geofísicascontam o que fazem para vencer numa profissão que já foi exclusivamentemasculina. (p.8)

Na estréia da coluna de artigos técnicos, o geofísicoMarcos Gallotti (Petrobras) escreve sobre ascaracterísticas dos arranjos de airguns como fontesísmica marítima e seus efeitos nos mamíferosmarinhos. (p.12)

Efeitos dos airguns nas baleias

Desvendando a Terra

Cercada por colegas de trabalho, Andréa França da Codemig coordena aerolevantamentos

Página 4

� Statoil do Brasilaposta no longo prazo

Operadora

� Bahia ganha mapametalogenético digital

Página 5

Mineração

Página 3

� Petrobras: um leque deoportunidades

Mercado de trabalho

� RBGf está em dia

Página 11

Publicações

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� Simpósio: Mudanças Climáticas e Impacto nosRecursos HídricosUniversidade Federal do Pará22 e 23 de marçoBelém - PAInformações: www.ufpa.br

� Inovações nos métodos EM, Grav e Mag: Uma novaperspectiva para ExploraçãoPromoção: SEG/EAGE LC Italy16 a 18 de abrilCapri - ItáliaInformações: www2.ogs.trieste.it/egm2007/

� Óleos pesados: Monitoramento da produção ecaracterização de reservatóriosFórum de Produção e Desenvolvimento da SEG29 de julho a 2 de agostoEdmonton - CanadaInformações: www.seg.org/meetings/dp2007/

� Vitória Oil & GásPromoção: Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás - IBP16 a 18 de abrilVitória - ESInformações: (21) 2112-9080 / [email protected]

� Brasil Offshore19 a 22 de junhoCentro de Convenções - Macaé - RJInformações: (11) 3816-2227

� 4ª Conferência Internacional de EngenhariaGeotécnica de Terremotos25 a 28 de junhoThessaloniki - GréciaInformações: www.4icege.org/

� 13th Latin Upstream 200717 a 18 de abrilRio Sheraton Hotel - Rio de JaneiroInformações: www.petro21.com/

� Fenapetro - Feira Nacional de Petróleo e Gás27 a 30 de marçoVitória - ESInformações: (21) 2532-4551 / [email protected]

Page 2: Boletim1_2007_SBGF_Homenagem a Fernando Floyd Da United Geophysical

Presidente

Renato Lopes Silveira (SESES)

Vice-presidente

Paulo Roberto Porto Siston (Petrobras)

Diretor geral

Edmundo Julio Jung Marques (Petrobras)

Diretor financeiro

Francisco Carlos Neves de Aquino (Petrobras)

Diretor de Relações Institucionais

Carlos Eiffel Arbex Belem (Ies Brazil Consultoria)

Diretor de Relações Acadêmicas

Naomi Ussami (IAG-USP)

Diretor de Publicações

Eduardo Lopes de Faria (Petrobras)

Conselheiros

Amin Bassrei (CPGG / UFBA)

Ana Cristina Fernandes Chaves Sartori (Geosoft)

Icaro Vitorello (INPE)

Jorge Dagoberto Hildenbrand (Fugro)

José Humberto Andrade Sobral (INPE)

Jurandyr Schmidt (Schmidt & Associados)

Paulo Roberto Schroeder Johann (Petrobras)

Renato Marcos Darros de Matos (Aurizônia)

Ricardo Augusto Rosa Fernandes (Petrobras)

Sergio Luiz Fontes (Observatório Nacional)

Secretário Divisão Centro-Sul

Patrícia Pastana de Lugão (Schlumberger)

Secretário Divsão Sul

Carlos Alberto Mendonça (USP)

Secretário Divisão Nordeste Meridional

Mario Sergio Costa (Petrobras)

Secretário Divisão Nordeste Setentrional

Aderson Farias do Nascimento (UFRN)

Secretário Divisão Norte

Cícero Roberto Teixeira Régis (UFPA)

Editor-chefe da Revista Brasileira de Geofísica

Cleverson Guizan Silva (UFF)

Expediente

Secretaria executiva

Ivete Berlice Dias

Luciene Camargo

Jornalista responsável

Fernando Zaider (MTb n. 15.402)

Programadora visual

Adriana Reis Xavier

Coordenadora de Eventos

Renata Vergasta

Tiragem: 1.600 exemplares

Distribuição restrita

Sociedade Brasileira de Geofísica - SBGf

Av. Rio Branco 156, sala 2.509

20043-900 – Centro

Rio de Janeiro – RJ

Tel: (55-21) 2533-4627

Fax: (55-21) 2533-0064

[email protected]

http://www.sbgf.org.br

Diretoria da SBGf

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Homenagens

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Na vinda da primeira equipe de prospecção sísmica para oBrasil, iniciada pela United Geophysical, em 1939, estava ogeofísico norte-americano Fernando Floyd, com a missão detambém treinar o pessoal brasileiro. Quando a Petrobras iniciousuas atividades em 1954, lá estava Floyd se preparando parasua longa permanência no Brasil. Ele iniciou nos segredos dageofísica gerações de técnicos da Petrobras. O ex-diretor CarlosWalter Marinho Campos se vangloriava de ter sido um dos alunosmais aplicados de Floyd, quando este era sismologista de equipeno estado do Maranhão.

Acompanhar suas passadas na selva amazônica ou nas dunas de Barreirinhasera uma tarefa que requeria muito preparo físico. E Floyd não admitia "corpo mole",talvez lembrando de seu tempo de sargento dos fuzileiros navais americanos, os"marines", na campanha do Pacifico. À noite, no acampamento base, ficava àdisposição de todos até altas horas, ensinando os estagiários a picar sismogramas,interpretar gráficos TX de refração rasa, construir seções baseadas em registrosanalógicos, sempre pronto a ensinar, honrando o compromisso assumido por suaempresa desde o primeiro contrato no Brasil.

Floyd dominava o espanhol e o inglês, mas fez questão de aprender português esempre se dirigia aos brasileiros no nosso idioma, fato que o distinguia de seuscompatriotas. Além de haver iniciado dezenas de brasileiros nas diferentes atividadesda sísmica de campo e escritório, Floyd foi o responsável por treinar centenas debrasileiros nas funções de capataz, detonador, sondador, observador, técnico emcomputação, enfim sua influência na formação e treinamento de geofísicos de todosos níveis no Brasil foi marcante. E além do mais, foi um precursor da preservação domeio ambiente e da segurança no trabalho no final dos anos 50, décadas de 60 e 70.

Ao partir para outra dimensão, que de lá onde se encontra, possa continuarsendo o verdadeiro "doodlebugger" que gerações de geólogos e geofísicos latino-americanos aprenderam a respeitar. Vaya com Dios, Mr. Floyd. Hasta la vista!!(Roberto Breves Vianna).

Fernando Floyd (1918 - 2007)

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Nagib Chamon (1933 - 2006)

Nascido em Promissão, interior paulista, Nagib Chamon foium geofisico extremamente ativo. Formado em EngenhariaCivil pela USP, concluiu Geologia de Petróleo-CENAP, convênioPetrobras, pela UFBA. Nagib trabalhou na Petrobras,desenvolvendo atividades de geologia de superfície na Baciado Maranhão e acompanhamento da perfuração. Foi professorna Escola de Geologia da UFBA. Concluiu o mestrado naMissouri School of Mines and Metallurgy, como bolsista daFundação Fulbright.

Trabalhou na Schlumberger como Engenheiro Operador. Foi operador de todosos serviços de perfilagem elétrica em terra e plataforma, de poços abertos,revestidos, de completação, de produção etc. Foi engenheiro responsável pelocontrole de qualidade dos perfis do Centro Salvador, e interpretou os perfis noscasos mais interessantes ou anômalos. Também fez operações de perfilagem paraaplicações alem do petróleo: Projeto Potássio de Carmópolis (SE) (DNPM), Poçosartesianos em Camaçari, BA (Polo Petroquímico), etc.

Na Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM, atuou com umavariedade de métodos em geofísica terrestre aplicada à prospecção mineral e àengenharia civil. Em particular, aplicou gravimetria na investigação da área doRio Caiapó, GO, e no reconhecimento regional da anômalia gravimétrica do Chui,RS. Foi chefe da seção de Geofísica Terrestre da Nuclebrás em projetos de geofísicaaplicada à prospecção de urânio. Posteriormente trabalhou na Enge-Riodesenvolvendo trabalhos de geofísica na área de estudo de aproveitamentoshídricos, no departamento de Geologia e Geotecnia em investigações deengenharia aplicada.

Em 1988 Nagib fundou a sua própria empresa: Chamonix - Consultoria e Serviçosde Geofísica, onde trabalhou até dezembro de 2006, aplicando todos osconhecimentos adquiridos ao longo de décadas de trabalhos em geofisica. AChamonix realizou mais de mil trabalhos de investigação nas áreas de geotecnia,mineração, prospecção de água e poluição ambiental. Nagib faleceu no dia 18 dedezembro de 2006, no Rio de Janeiro aos 73 anos. Deixou sua esposa Denise, comquem viveu 46 anos, e três filhos.

Cerca de 10 brasileiros coordenarão sessões de debatesna assembléia conjunta da AGU, que será realizada entre osdias 22 e 25 de maio, em Acapulco, México. Estão previstascerca de 200 sessões técnicas, abrangendo todas as áreas daciência geofísica. A expectativa dos organizadores é deaproximadamente três mil participantes.

É a segunda vez que a AGU promove este tipo de encontrofora dos Estados Unidos e a primeira vez que ela é realizadaem um país da América Latina. Há dois anos atrás, aconteceuno Canadá, onde também está previsto para acontecer areunião de 2009.

"Esperamos que os brasileiros tenham uma participaçãomuito boa, para motivar a AGU a trazer a reunião de 2011para o Brasil", afirmou Marcelo Sousa de Assumpção (IAG/USP), um dos membros do comitê de programação do encontrode Acapulco, juntamente com Carlos Nobre (Meteorologia) eLuiz Paulo Fortes (Geodésia).

Dentre os brasileiros que se mobilizam para participar doencontro, Alberto G. Figueiredo (Lagemar/UFF) conduzirá umasessão sobre o ambiente dos rios tropicais em contraste comrios de altas latitudes, envolvendo geologia, sedimentologia,geoquímica, processos oceanográficos e interação biota/sedimento. Atenção especial será dada ao Amazonas e aos riosda Nova Guiné. A sessão foi intitulada: "Sedimentation associatedwith wet-tropical rivers: interdisciplinary linkages". De acordocom Assumpção, esta sessão deverá possivelmente promovera formulação de novos projetos de cooperação internacional.

Aderson do Nascimento (UFRN) coordenará uma sessãointitulada "Spatial and temporal fault zone evolution and fluidflow: integrating models, tools and observations"; ValériaCristina Barbosa (LNCC) coordenará a sessão: "NewDiscoveries in Magnetic and Gravity Anomaly Interpretation

Brasileiros se mobilizam para Assembléia Conjunta da AGU

Methodologies and Their Innovative Application for Geologic,Environmental, Exploration and Planetary Scale Potential-fieldData", que terá a participação de Carlos Alberto Mendonça(IAG/USP) como palestrante.

A sessão que marcará os 50 anos, completados em 2007,dos primeiros estudos paleomagnéticos da América Latina serácoordenada por Ricardo Trindade (IAG/USP), e terá a presençade especialistas para debater sobre as conquistas, problemase perspectivas dessa área. Amauri Fragoso Medeiros(Universidade Federal de Campina Grande) sereá ocoordenador da sessão: "Multi-Instrument Studies ofMesosphere-Thermosphere-Ionosphere Coupling Processes atLow Latitudes". João Francisco Galera Mônico, da FCT/Unesp,coordenará a sessão "Atmospheric effects and modeling relatedto Global Navigation Satellite System (GNSS) signals".

Maiores informações sobre a programação estão no sitewww.agu.org/meetings/ja07 .

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A Figura 7 mostra um exemplo de um mapa deexposição em dB para uma determinada espécie. Nestesmapas, fixa-se uma determinada profundidade (e.g. 20m) e os valores em dB estão em função de X e Y, querepresentam as distâncias na direção da linha denavegação do arranjo e na direção perpendicular a esta,respectivamente. Estes mapas revelam a posição emque a espécie de baleia começa a ser incomodada (Fig.7)

Marcos Antônio Gallotti Guimarães

Fig.6: A- A diferença das propagações cilíndrica eesférica. B- O efeito de atenuação conforme a direçãoe o ângulo de incidência.

Agradecimentos:

O autor agradece a Petrobras pelo apoio, à geofísicaIngred Guimarães pelas sugestões e ao professor LesHatton pelas discussões valiosas.

Referências:

RICHARDSON WJ, GREENE CR, MALME CI & THOMSONDH. 1995. Marine Mammals and Noise. Academic Press,Inc. San Diego, CA. 576 pp.

SIMMONDS M, DOLMAN S, WEILGARDT L. 2003. Oceanof Noises.

Fig.5: À esquerda, o audiograma de uma espécie de mamífero marinho. À direita, a banda correspondente a 1/3 deoitava centrada na freqüência de pico do audiograma. A energia total nesta banda revela os valores P-P de dB daassinatura que esta espécie definitivamente escuta.

O arranjo possui o efeito de diretividade, que é outrofator que atenua os valores em dB (Fig.6B). Destaforma, os valores de atenuação dependem da direção,profundidade e distância do centro do arranjo. Mapasconfeccionados com valores de dB com estas variáveisdependem da espécie do mamífero e das característicasde cada arranjo de airgun.

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Com uma carteira exploratória rica e de alta qualidade,construída ao longo dos últimos anos, a Petrobras precisacada vez mais de profissionais qualificados para trabalhar.A companhia vem fazendo um grande esforço para suprirsua carência de recursos humanos, pois na década de1990 os concursos públicos foram suspensos e por umadécada quase ninguém foi contratado.

Dos 504 geofísicos do atual quadro da Petrobras, cercade 200 ingressaram na empresa entre os anos de 2000 e2006. Desse total, 281 atuam na Exploração e os 223restantes contribuem para outras áreas da companhia.Este ano, mais 37 geofísicos concursados serão efetivados.

"Temos uma carteira robusta, comaproximadamente 153 mil km2, emterra e no mar, e cada vez maisprecisaremos de gente preparada. Nãohá como interromper o f luxo decontratação, nem o de treinamento",afirmou Paulo Mendonça, gerente deExploração da Petrobras.

Mendonça prevê que até 2011 aempresa precisará contratar pelomenos 300 geofísicos. Segundo oexecutivo, a Petrobras oferece umaótima carreira para geofísicos,permeada por programas equilibradosde treinamento, boa remuneração eampla frente de oportunidades.

"Poucas companhias no mundo têm,no dia-a-dia, um universo de 1.360geocientistas, podendo trocar expe-riências, ajudar na formação dos colegas,discutir, questionar e sugerir melhorias. Todo profissionalque entra aqui acha o seu nicho. Há oportunidades emaquisição, interpretação, processamento, métodospotenciais, nas áreas de reservatórios, engenharia, meioambiente, no centro de pesquisas (Cenpes) e naUniversidade Petrobras", acrescentou.

Apesar da elevada demanda, Mendonça acredita quea Petrobras não terá dificuldade de preencher os postosde trabalho. "Desejamos que eles fiquem aqui a vidatoda", complementou. Outro aspecto que está sendotratado pela direção diz respeito aos salários.

"A Petrobras tem tomado iniciativas de importânciavital e, tenho certeza, se concluírem essas medidas,seremos altamente competitivos, não apenas porquetreinamos e preparamos, mas também oferecemos umacondição salarial compatível com o mercado", acrescentouo gerente de Exploração, complementando: "Convidotodos os geofísicos disponíveis no mercado a prestar onosso concurso".

Treinamento - A Petrobras investe fortemente emformação, capacitação e treinamento de seus geofísicos.Assim que é admitido na empresa, o novato freqüentaum curso básico em geofísica. Em seguida, participa detreinamentos nas equipes sísmicas ES-26 ou ES-27, noscentros de processamento sísmico, nas áreas deinterpretação exploratória e em reservatórios.Posteriormente, terá oportunidade de ampliar suaformação em geofísica com cursos avançados de quatroa seis meses de duração, ministrados internamente naUniversidade Petrobras e em convênios com váriasuniversidades. Além disso, uma intensa programação decursos de especialização em diversas disciplinas éoferecida Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Ao

final dessas etapas, o geofísico júnior estará apto atrabalhar ao lado de profissionais experientes.

Paralelamente, ocorrem cursos de campo, no país eno exterior, como por exemplo no Recôncavo Baiano,Maranhão, Paraná, Amazonas e Neuquén (Argentina),Miami (EUA), Quênia, Golfo do Suez, Bacia do Peniche(Portugal) e Pirineus. Regularmente, geofísicos daPetrobras são selecionados para programas de pós-graduação no Brasil e no exterior. Atualmente, dez delesestão inscritos em mestrados ou doutorados no Brasil,três outros estão no exterior fazendo doutorado e um,pós-doutorado.

As pesquisas são ligadas a problemasreais da companhia. Uma comissãocoordenada pelo gerente de GeofísicaAplicada à Exploração, Celso Martins, avaliaos temas da pós-graduação, que devemestar alinhados com o planejamentoestratégico da companhia. "Os profissionaistreinados e atualizados com conhecimentostecnológicos e das bacias sedimentares sãoos fatores competitivos mais poderosos quetemos", concluiu Paulo Mendonça.

ES-27 - Já está em operação mais umaequipe sísmica (ES) terrestre da Petrobras.A ES-27 foi dotada de uma estruturacompleta e idêntica a da ES-26, que no anopassado completou 40 anos de atividadesininterruptas na Companhia. As duasequipes terão missões semelhantes: fazeraquisição sísmica 3D em áreas exploratóriase em campos já descobertos.

"Com a nova equipe sísmica reduziremos custos demovimentação para cobrir pequenas áreas. A intençãonão é concorrer com outras empresas, mas otimizar aatuação da geofísica terrestre na Petrobras", explicouPaulo Mendonça.

Para fazer face ao aumento de demanda, foi criada agerência de Aquisição Sísmica Terrestre, liderada pelageofísica Vânia Machado. Segundo Mendonça, a Petrobrasabrirá licitação este ano para aquisição de dados em umasérie de bacias terrestres como São Francisco, EspíritoSanto, Rio Grande do Norte e Solimões. As duas equipesficarão no eixo Sergipe, Bahia, Rio Grande do Norte.Outras demandas das unidades de negócios da empresaserão atendidas pelas prestadoras de serviços disponíveisdo mercado.

Boom - Contabilizando cinco equipes de sísmicaterrestre no Brasil, duas da Petrobras e três de empresasde serviço privadas (Brain, GDC/Grant e GeoRadar),Paulo Mendonça considera que a atividade está em alta,mas o pico ainda não foi atingido.

"Se continuarmos descobrindo óleo em terra, e temostodos os ingredientes para isso, a demanda por novosdados deve continuar aumentando. Hoje temos produçãonas bacias do Rio Grande do Norte, Sergipe-Alagoas,Espírito Santo, Bahia e Solimões. Se descobrirmos maisóleo em Urucu (Solimões) e se São Francisco der umbom resultado, romperemos um paradigma e aí teremosum 'boom' de sísmica terrestre. Estamos abrindo novas"frentes exploratórias" no mar em Jequitinhonha, Camamú-Almada e nas bacias da costa equatorial. E em terraseguiremos buscando bacias alternativas: São Francisco,Solimões e Tucano. Para a Petrobras, não há fronteirasgeográficas, só geológicas", asseverou Paulo Mendonça.

Petrobras

Um leque de oportunidades

Foto: Stéferson Faria

Fig.7: Mapa de exposição em dB calibrado para umadeterminada espécie de mamífero (20 KHz de freqüênciade pico). Fixou-se uma profundidade 20 m.

Cada arranjo e cada espécie de mamífero possuium mapa de tolerância que revela a posição em que abaleia pode situar-se seguramente em relação aoslevantamentos sísmicos. Por isso, dependendo doarranjo utilizado e da espécie de mamífero presentena área de levantamento, deverão ser confeccionadosmapas de exposição específicos para acompanhar omonitoramento destes animais.

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As assinaturas calibradas em campo remoto revelam aquantidade de energia total ou por banda de freqüência noespectro de amplitude. Assim, estas análises são realizadasnos domínios do tempo (Fig.3) e da freqüência (Fig.4). Osvalores de amplitude da assinatura são também expressosem dB calibrado. A escala dB é expressa por: 20log10(A2/A1). No dB calibrado para acústica oceânica a referênciaA1 = 1 µ Pa. Portanto, no domínio do tempo as amplitudes sãoreferenciadas em dB Re 1 µ Pa - m (Fig.3) e no domínio dafreqüência expressa em dB Re 1 µ Pa - m/Hz.

No domínio do tempo, as seguintes característicasdas assinaturas são analisadas: valores de amplitudepico-a-pico (P-P), que inclui tanto o pulso direto comoo fantasma ou (P-0) que é representado somente pelovalor do pulso direto. Mede-se também a razão entreo pulso primário (pulso direto somado ao pulsofantasma) e o pulso bolha (PBR) (Fig.3B). No domínioda freqüência, a análise consiste em verificar asamplitudes ou energia na banda de interesse daexploração sísmica i.e. 10 -120 Hz (Fig.4A).

A medição direta da assinatura do arranjo de airgunsem campo remoto requer cuidados especiais, bemcomo custos adicionais. A modelagem numéricadevidamente calibrada produz resultados fiéis e vemsendo utilizada com freqüência pelas companhias deaquisição. O cálculo das assinaturas dos arranjos vaiaté os limites da freqüência de amostragem, quegeralmente não ultrapassam os 500 Hz.

Para estudo do efeito do sinal nos ouvidos dosmamíferos marinhos, é necessário que as assinaturassejam obtidas até as freqüências mais altas. A únicaforma de se medir a assinatura de arranjos de airgunsno campo remoto até estas altas freqüências é atravésda modelagem numérica, pois não existe local nos

Fig.3: A- A assinatura em campo remoto de um arranjode airgun onde o pulso primário (composto do pulsodireto e o fantasma) é fortalecido e os pulsos secundáriossão atenuados, restando um efeito residual. B- Vemoso que é medido nesta assinatura para análise. Paraobjetivos geofísicos, utilizam-se valores P-P em bar-m.Para efeitos ambientais, costuma-se utilizar em dB Re a1 µPa-m.

Arranjos de airguns e seus efeitos nos mamíferos marinhos

Fig.4: A- O espectro de amplitude calibrado de umaassinatura de airgun até as freqüências de interessegeofísico. B- O espectro atingindo altíssimas freqüênciasde interesse para estudos ambientais.

oceanos com profundidade suficiente para atingir ocampo remoto destas freqüências. Atualmente, existeapenas um único programa comercial de modelagem- independe de companhias de aquisição - que possuicalibração satisfatória com os diversos tipos de airgunse é capaz, assim, de modelar assinaturas até asaltíssimas freqüências (Fig.4B).

As mesmas análises utilizadas para avaliar a energiaemitida pelos arranjos de airgun para os objetivosgeofísicos podem, naturalmente, ser estendidas paraavaliar o impacto nos mamíferos marinhos. Porém,devido a características do ouvido destes animais,ligeiras modificações são feitas nestas análises.

No livro Ocean of noises de Simmonds et al. (2003), sãoapresentados valores de sensibilidade auditiva em dB Re 1µ Pa-m de diversas espécies de baleias (Fig.5A). Trabalhoscomo o de Richardson et al. (1995) indicam que a banda defreqüência efetiva nos mamíferos marinhos é 1/3 das oitavascentradas na freqüência de pico do espectro obtida doaudiograma dos animais. Por exemplo, se a freqüência depico for 600 Hz, a banda de 400 Hz é centrada em 600 Hzconfigurando uma banda de 400-800 Hz (Fig.5B).

Utilizando-se o espectro calibrado da assinaturaem campo remoto do arranjo de airgun no domínioda freqüência, identifica-se a freqüência de pico elimita-se a região do espectro calibrado nesta banda.Mede-se a amplitude no domínio do tempo em dB Rea 1 µPa-m. Estes valores são comparados com o nívelde tolerância de cada espécie de mamífero. Elesforam obtidos perturbando os mamíferos e medindoseus audiogramas (Simmonds et al., 2003).

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Os valores de amplitudes calibrados para cadaespécie de mamífero estão referenciados a um metrodo centro do arranjo de airguns. Efeitos de perda deamplitude devem ser considerados para calcular adistância em que os valores em dB são menores queos toleráveis pelos mamíferos de uma determinadaregião. Em águas profundas o arranjo de airguns emitesons que são atenuados com divergência esférica. Jáem águas rasas, com fundo oceânico de alto contrastede impedância, o som é menos atenuado peladivergência cilíndrica (Fig.6A). Assim as distânciasvariam de acordo com esta característica.

Operadora

Statoil aposta no longo prazoA geofísica é a atividade mais impor-tante da Statoil hoje no

Brasil. A afirmação é de Jorge Marques de ToledoCamargo, gerente geral da petroleira estatal norueguesa, cujacarteira de concessões brasileiras está toda em fase exploratória.São seis blocos — três na bacia de Camamu-Almada; um emJequitinhonha, um no Espírito Santo, e outro na Bacia de Campos.Além de manter parcerias com Petrobras e Repsol YPF, a Statoilopera dois blocos.

Com planos ambiciosos de longo prazo, a companhia não divulganúmeros de investimentos. "Pretendemos construir uma área-núcleo no Brasil com condições de produzir 100 mil barris por diae sustentar a posição", avalia Camargo. O compromisso inicial éde perfurar seis poços exploratórios até 2009. Os trabalhos jácomeçaram. No ano passado, contratou a aquisição de cerca de5.000 km2 de sísmica 3D, em Camamu-Almada. Os dados estãosendo processados no Rio de Janeiro e a fase de interpretaçãodeve se iniciar ainda este ano.

Cinco exploracionistas brasileiros cuidam das concessõesbrasileiras da Statoil. No ano passado a companhia contratou um

geofísico experiente eeste ano terá mais umprofissional para geren-ciamento de dados. Alémdisso, dois geocientistasselecionados em 2003como juniores receberam treinamento e estagiaram em projetosda companhia na Noruega e no Reino Unido e hoje sãoprofissionais plenos.

"Contratamos as pessoas que vamos precisar daqui a algunsanos. Mais do que um treinamento técnico, eles adquirem a culturae passam a se sentir parte de uma estrutura maior que é o grupoStatoil. É uma forma de atrair boas pessoas e reter mão-de-obra",explica Camargo, acrescentando que uma das vantagenscompetitivas do Brasil é a competência das universidades e aqualidade das pessoas. "O Brasil se apresenta como excelente opçãode recrutamento para a indústria, com uma oferta boa e um interessegrande dos jovens de entrar na indústria do petróleo", complementa.

Para Camargo, a atuação da SBGf é importante para a indústria,pois funciona como um fórum de profissionais onde se divulga ese promove a geofísica no Brasil. "Os eventos e palestras são depadrão internacional. A Sociedade faz um dos bons congressos degeofísica do mundo", elogia Camargo, que já foi presidente de umcongresso internacional da sociedade.

A Statoil co-patrocina vários projetos de P&D com empresasde petróleo, entre elas a Petrobras. Um dos projetos desse acordotecnológico investiga a sísmica 4D, uma das tecnologias que aStatoil é líder mundial, com resultados espetaculares em camposmaduros offshore. Segundo Camargo, a Statoil tem como objetivosaumentar os fatores de recuperação de campos com completaçãoseca a 70% e campos de completação molhada a 55%. "Asgrandes tecnologias para o aumento da taxa de recuperação sãoa sísmica 4D e a perfuração direcional, tecnologias que a Statoil seorgulha de estar na vanguarda", finalizou.

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O airgun é a fonte de energia mais utilizadaatualmente na prospecção sísmica marítima. Aoliberar o ar comprimido armazenado em alta pressãono compartimento de ar pelas portas, esta fonte geraum pulso acústico de baixa potência. A oscilação dabolha de ar na água gera pulsos secundáriossubseqüentes ao pulso principal (Fig.1). Airguns devolumes diferentes de compartimento de ar sãodispostos em arranjos bidimensionais que operamem profundidade constante que varia de 5 a 8 metros(Fig.2). Os airguns são disparados simultaneamentepor um comando elétrico enviado aos solenóides pelosistema de navegação.

Arranjos de airguns e seus efeitosnos mamíferos marinhos

O objetivo do arranjo é aumentar a potência dafonte sísmica pela superposição da energia de váriosairguns. O per íodo de ocorrência dos pulsossecundários depende do volume do compartimento dear do airgun. Ao disparar simultaneamente um arranjode airguns com elementos de volumes diferentesimplica uma superposição em fase do pulso primárioe uma destruição dos pulsos secundários por estaremdefasados. Desta forma, a utilização de arranjos visatambém atenuar os pulsos secundários subseqüentesde forma a produzir um sinal de curta duração e comalta energia visando maior resolução e maiorpenetração na sub-superfície (Fig.2B).

A forma correta de conhecer a energia emitida peloarranjo de airguns no oceano é através do cálculo oua medição da sua assinatura. Esta medição é feita auma distância vertical abaixo do centro do arranjodenominada de campo remoto. Nesta distância, quedepende das dimensões do arranjo e da freqüência

Fig.1: A- Um airgun indica a posição docompartimento de ar, as portas e o solenóide. B- Aassinatura de um pulso emitido com o disparo desteairgun. Note os pulsos secundários subseqüentesgerados pela oscilação da bolha.

Marcos Antônio Gallotti Guimarães - Petrobras

Artigo Técnico

que se deseja amostrar a assinatura, o arranjo secomporta como uma fonte pontual. Para análisesgeofísicas, o campo remoto pode chegar até 1.000metros de profundidade. Para análises ambientais, ocampo remoto poderá chegar a quilômetros já que énecessário se amostrar as freqüências altas paraquantificar a energia nesta banda do espectro.

Fig.2: A- Um arranjo de 27 airguns de volumes diferentesutilizado pela PGS, totalizando um volume de 3090polegadas cúbicas. B- A forma do sinal de curta duraçãode cada airgun com períodos de bolha distintos e, após asuperposição, a atenuação da bolha.

A assinatura em campo remoto é calculada comvalores de amplitude em unidades de pressão quesão corrigidas do efeito de divergência esféricacausado pela distância do campo remoto. Os valorescorrigidos representam valores de pressão a ummetro abaixo do centro do arranjo e são expressosconvencionalmente em Pa-m ou bar-m (Fig.3).

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Empre sá r i o s , c i e n t i s t a s , e s t udan t e s einstituições de ensino e pesquisa ganharam umanova ferramenta para aprofundar conhecimentossobre recursos minerais do território baiano como lançamento, no final do ano passado, do MapaMetalogenético Digital do Estado da Bahia. Com aperspectiva de auxil iar estudiosos e empresasinteressadas em investir no potencial mineral does tado , o Mapa Meta l ogené t i co da Bah ia éresultado de um convênio entre a UFBA (Centrode Pesquisa em Geofísica e Geologia, do Institutode Geoc i ênc i a s ) e do gove rno ba i ano , po rintermédio da Companhia Baiana de PesquisaMinera l (CBPM), que f inanc iou o pro jeto . Ot r aba l h o t ambém con t ou c om o apo i o d oDepartamento Nac iona l de Produção Minera l(DNPM), no âmbito do governo federal.

O projeto foi criado e executado em três anos econcebeu vários produtos: uma versão "beta" deaplicativo para integração de dados e consultadisponível na Internet (www.metalogenese.ufba.br),baseado em software livre, com suporte de bancosde dados Metalmap; um CD-Rom com banco de dadose mapas, concebido para consulta direta a todas asinformações geológicas e sobre os depósitos eocorrências minerais do Estado da Bahia; um mapade Distribuição das Mineral izações sobre BaseGeológica (Escala 1:1.000.000); um mapa dosPr inc ipa is Domín ios Meta logenét i cos (Esca la1:1.000.000); e nota exp l i ca t iva do MapaMetalogenético, com informações e interpretaçõessobre as principais províncias minerais da Bahia esua potencialidade.

Mineração

Bahia ganha mapa metalogenético digital

Para o geólogo Rafael Avena

Neto, diretor técnico da CBPM, aelaboração do projeto obedeceuàs diretrizes de apoio e incentivoao setor mineral baiano. "O mapametalogenético é um instrumentodinâmico, que pode ser enri-quecido constantemente comcontr ibu i ções sobre novasocorrênc ias e a evo lução dopróprio conhecimento geológico", afirmou.

"O mapa está sujeito à revisão e, com o tempo, osistema será realimentado e refinado", complementouo professor Aroldo Misi, do Grupo de Metalogênese eExploração Mineral da UFBA e pesquisador à frentedo projeto. Segundo ele, a metalogenia é um campoda geologia que estuda a gênese dos depósitosminerais e exerce grande importância na pesquisado setor e exploração de minérios, sobretudo porviabilizar previsões de jazimentos.

A CBPM anunciou ainda o lançamento de novaspub l i cações de apo io aos in teressados eminformações geológicas e minerais da Bahia. Sãoelas: Costa do Dendê - Programa de Avaliação dasPotencialidades Minerais (CD-Rom); PotencialidadeMineral da Região Econômica 6 (CD-Rom); SériePubl icações Especiais volumes I (Catálogo deProjetos, 1973-1984), II (Catálogo de Projetos 1985-2006), III (Cerâmicas da Bahia - Catálogo deMatérias-primas) e IV (Bases para Implantação deum Pólo Minero-Cerâmico no Estado da Bahia), alémde mais dois volumes da série Arquivos Abertos.

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Teve início em janeiro o programa de extensão "DivulgandoGeofísica", do Departamento de Geofísica da Universidade Federaldo Pará (UFPA). Coordenado pela professora Lúcia Maria daCosta e Silva, o programa está previsto para durar três anos erepresenta uma possibilidade para a academia ajudar, segundoa coordenadora, a corrigir os rumos do desenvolvimento que aGeofísica tomou no Brasil. "Nosso objetivo não é apenas contribuirpara a divulgação da Geofísica e para o reconhecimento doprofissional do setor, mas também para a socialização deconhecimentos na área, produzidos e acumulados na academia".

Entre as atividades previstas no programa está a realizaçãode cursos sobre o ensino de Geofísica e Educação Ambientalpara professores do Ensino Fundamental e Médio e para pessoasda terceira idade, visitas a escolas de Educação Básica, cursinhospré-vestibular e secretarias de Educação estadual e municipaispara distribuição de material didático e ainda a criação de umapágina na internet. Além disso, a Coordenação da Graduaçãoem Geofísica da UFPA apóia um estudo sobre a criação de umaEmpresa Jr. de Geofísica no Pará.

No primeiro ano do programa será realizada, também, umaanálise de viabilidade que poderá resultar na proposta de criaçãode um curso de licenciatura em Geofísica, seguindo um modeloque permita um tronco comum de disciplinas para licenciaturasafins, como Meteorologia e Oceanografia entre outras, inspiradoem modelo existente no exterior.

De acordo com Lúcia todos os professores doDepartamento de Geofísica da UFPA se dispuseram aparticipar do programa e já contam com carga horáriadisponível para tal. "O Programa reúne o desejo de todosnós que queremos ver a Geofísica ocupar sua posição nasociedade. Esperamos que o Programa sirva de inspiraçãopara experiências que tenham a mesma finalidade com oapoio da SBGF e demais entidades da área", destacou.

Mais informações podem ser obtidas por e-mail:[email protected] ou telefones 091-3253-0120 / 091-8812-0120.

Divulgando a Geofísica

Com ações efetivas das duas últimas diretoriasda SBGf, a Revista Brasileira de Geofísica (RBGf)está novamente com sua periodicidade em dia. Emconseqüência, o Conselho Nacional de Desen-volvimento Científico e Tecnológico (CNPq) voltoua liberar recursos para a RBGf. Além disso, a RBGffo i mant ida na Sc iELO, b ib l i o teca c ient í f i caeletrônica de publicação cooperativa de periódicoscientíficos para países latino-americanos. Todos osart igos brevemente poderão ser l idos on-l ine(www.scielo.br/rbg).

"Foi um volume aquém do pleiteado,mas s ina l i zou uma reaber tura dorelacionamento com o CNPq," salientouCleverson Guizan, editor-chefe daRBGf e pro fessor do Inst i tu to deGeoc iênc ias da UFF. Para e le , adificuldade já está superada. Foramsubmetidos 178 artigos entre 2005 e2006, número três vezes maior que os56 artigos enviados no triênio 2002/2004. Esse total inclui ainda dois volumesespeciais, relativos ao Programa deGeologia e Geofísica Marinha (PGGM) e ao LowLatitude Aeronomy e Space Geophysics, sobreciências atmosféricas, que deverão ser publicadoseste ano.

"Os artigos em fase de revisão hoje são suficientespara completar os volumes previstos para 2007 e

manter a cont inu idade da rev i s ta" , a f i rmou

Cleverson. A expectativa do editor-chefe é publicar

um volume da RBGf a cada final de trimestre e em

RBGf está em dia

dezembro ter os quatro volumes de 2007 já em

circulação. Além disso, está previsto ainda este ano,

um volume especia l sobre o Projeto PIATAM,

englobando geofísica, sensoriamento remoto e

ciências atmosféricas na Região Amazônica.

Para recuperar o atraso, nos anos de 2004,

2005 e 2006 foram publicados 88 artigos em 13

edições, referentes aos volumes 20 (2002), 21

(2003), 22 (2004) e 23 (2005). O volume 24,

relativo a 2006, tem três números na

gráfica e um em fase final de revisão.

A l ém d i s so , o número de a r t i go s

disponíveis já revisados é suficiente

para começar a imprimir os volumes de

2007 . "Houve uma r e t omada no

interesse pela revista que estava bem

atrasada", destacou Cleverson.

Parte do sucesso desta empreitada,

C leverson atr ibu i ao empenho dos

revisores. São 73 colaboradores volun-

tários, que participaram do processo de

revisão dos artigos submetidos no ano de 2005. A

lista completa desses revisores está relacionada na

própria RBGf no número 4 de 2005.

Para agilizar os procedimentos de submissão e

revisão dos artigos da revista, a diretoria da SBGf

está providenciando a implantação de um sistema

eletrônico para auxiliar na administração desse

trabalho. Esta meta, segundo o editor-chefe, deverá

ser atingida ainda em 2007.

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Realizada em janeiro e fevereiro pelo Departamento deGeofísica do IAG-USP, a IX Escola de Verão ofereceu esteano sete cursos, dos quais seis considerados de difusãocultural, destinados a graduandos e graduados nas áreas deciências exatas, geociências e engenharias. O curso 'Funçãodo Receptor e Estrutura Crustal', ministrado pelo Prof. MartinSchimmel, da Universidade de Barcelona (foto) foi o únicocom status de pós-graduação, destinado a graduados nessastrês áreas que se dedicam ou desejam se dedicar ao estudoda sismologia. De acordo com o professor Fernando BrenhaRibeiro, este ano os cursos foram gratuitos para os alunos,graças ao apoio financeiro da Pró-Reitoria de Cultura eExtensão Universitária da USP, da SBGf e da Aero GeofysicaLatino América.

Escola de Verão na 9ª edição

Com o objetivo de abrir um fórum de discussões sobreas causas e as conseqüências da seca na Amazônia, serárealizado nos dias 22 e 23 de março em Belém o simpósio"Mudanças Climáticas e Impacto nos Recursos Hídricos",promovido pelo Centro de Geociências da UFPA, sob acoordenação do Prof. Dr. João Batista M. Ribeiro, do cursode Meteorologia da UFPA. O encontro será aberto ao públicoe atenderá aos estudantes universitários e do ensino médio.

Mudanças Climáticas eRecursos Hídricos

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Publicações

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Posição gerencial

Ao concluir a graduaçãoem Física, Márcia Ernestopercebeu que suasoportunidades profissionaisseriam muito restritas. Seuprimeiro emprego foi comoprofessora de ciências narede pública de ensino.Com o intuito de desenvol-ver atividades aplicadas,procurou informações so-bre o curso de Geologia edescobriu o curso de pós-graduação em Geofísica daUSP, o que acabou conci-liando seus interesses e seentranhando em sua vida.

Segundo Marcia, a Geofísica é, sem dúvida, uma carreiramuito ampla e oferece diversos tipos de atividades - campo,laboratório e processamento de dados - capazes de atendera diferentes perfis profissionais. Ela afirma que não sentiudificuldades para se desenvolver na carreira. "Foi precisoapenas gostar e me dedicar", acrescentou.

As oportunidades para as mulheres são iguais as doshomens? Sim. Dependendo do perfil individual, todos podemse destacar em qualquer atividade da Geofísica. Entretantoalgumas atividades, principalmente as de campo, exigemdisposição para possivelmente enfrentar condições adversasque nem todas as mulheres querem ou estão dispostas aenfrentar. "Mas isso acontece com os homens também. Algunssão menos resistentes que as mulheres", constata.

Acredita que, iguais aos homens, as mulheres conseguematingir níveis de chefia e ganhar bons salários. Por sua experiênciana área acadêmica, não teve nenhuma dificuldade de chegar

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Sede de conhecimento

A Geofísica entrou na vidada estudante Leila ReginaTeixeira como um desafio nabusca pelo saber. A carreiraprofissional, segundo Leila,apresenta-se como uma boaopção para as mulheres, quepodem encontrar um repre-sentativo grau de liberdadede atuação, possibilitandoassim realizar uma escolhamais adequada ao seu perfil.Ex-presidente da IAG Jr,empresa dos estudantes doIAG, que tem a missão de aproximar a universidadedo ambiente empresarial, Leila considera que dentroda universidade as oportunidades são amplas edemocráticas nos mais diversos segmentos —pesquisa, ensino e gestão — e cita o IAG/USP, ondeela estuda, como exemplo. "Aqui existe um númeroconsiderável de mulheres que ocupam posiçõesimportantes na estrutura universitária", constata.

Segundo Leila, o número de mulheres que optarampor cursar Geofísica no IAG/USP tem crescidogradativamente. Em 2006 as vagas preenchidas pormulheres ultrapassaram a marca de 30% das vagasoferec idas pelo curso, demonstrando umaporcentagem nunca antes atingida. Esse crescimento,Leila atribui aos trabalhos de divulgação que foramdesenvolvidos pelo IAG/USP.

ao topo pelo fato de ser mulher. "Como em qualquer carreira,cabe ao profissional ultrapassar seus limites e traçar suas metas.

Doutora em Geofísica, Márcia Ernesto foi a primeira mulhera ocupar o cargo de diretora na área de ciências exatas e daterra dentro da Universidade de São Paulo. Atualmente ela édiretora do Instituto de Astronomia, Geofísica e CiênciasAtmosféricas da USP (IAG/USP)."Dirigir um instituto de ensinoe pesquisa exige muita responsabilidade sobre todos osaspectos da vida da instituição e é, sobretudo, uma funçãode gerenciamento". Além disso, as atividades de orientação,docência e pesquisa no laboratório de Paleomagnetismocontinuam a ser exercidadas, exigindo habilidades extras degerenciamento e administração.

Embora nunca tenha enfrentado a oposição masculina nosetor acadêmico, Márcia Ernesto recorda seu início de carreira,quando teve que interagir com pessoas de empresas depetróleo em outros países sul-americanos e sentiu dificuldadesem se impor como profissional.

Márcia é a única das entrevistadas para esta matéria que,apesar de não trabalhar com mineração, já entrou em umamina subterrânea para realizar uma amostragem.Contrariando um antigo tabu, de que mulher e padre nãopodem entrar em minas porque ‘dão azar’, sua entrada foiautorizada e felizmente até hoje a mina não desabou.

Quando iniciou sua carreira, a Geofísica no Brasil só eraensinada em nível de pós-graduação e o mercado de trabalhoera muito restrito. Hoje, a situação é totalmente favorávelaos geofísicos. A proporção de mulheres cresceu um pouco,mas nos últimos anos a procura de mulheres aprovadas novestibular em Geofísica vem diminuindo.

"À medida que a proporção de mulheres aumenta, crescetambém a probabilidade de mulheres atuando em áreas antesrestrita aos homens. Hoje temos mulheres dirigindo, chefiandogrupos, conduzindo suas próprias empresas", comenta.

O vice-presidente de Geofísica da Sercel, MalcomLansley, apresentou por quatro dias no Rio de Janeiro ocurso "Projeto de levantamento sísmico terrestre 3D".Promovido pela Sercel - uma das maiores fornecedorasmundiais de equipamentos para aquisição sísmica -, comapoio da SBGf, o curso de alto nível apresentou o estadoda arte da tecnologia de sísmica terrestre e foi dirigido acerca de 50 profissionais atuantes no setor. O curso foipromovido pela área de vendas da Sercel e, segundo aorganização, também teve como objetivo apresentar opotencial dos equipamentos de última geração degeofísica terrestre disponíveis no mercado mundial.

Sercel promove curso

A partir da esquerda: Robin Ellis,Mark Farine e Malcom Lansley daSercel e Renato Silveira.

Pela segunda vez em menos de oito meses, umtrabalho da professora Valéria C. Barbosa é citado nacoluna de Stephen J. Hill na revista The Leading Edge, daSEG. O artigo é de autoria do seu orientando FernandoJ.S. Silva Dias, doutorando no Observatório Nacional, ese intitula '2D gravity inversion of a complex interface inthe presence of interfering sources' e será publicado naíntegra na edição de março/abril da revista Geophysics.Em sua coluna, Hill destaca trabalhos inovadorespublicados pela Geophysics. Outro paper de ValériaBarbosa, intitulado 'Guiding nonunique solutions', em co-autoria com João Batista C. da Silva, da UFPA, foimencionado por Hill no ano passado. Recentemente, aprofessora se transferiu do Laboratório Nacional deComputação Cientifica (LNCC) para o ObservatórioNacional (ON), ambos institutos de pesquisa do Ministériode Ciência e Tecnologia, para continuar suas atividadesde ensino, pesquisa e orientação.

Geofísica brasileiraem destaque

Atualize seu cadastro

A diretoria da Sociedade Brasileira de Geofísicasolicita aos sócios que mudaram de endereço,telefone, fax e e-mail nos últimos três anos quevisitem a página da Sociedade na internet —www.sbgf.org.br — para atualizar seus dadosno cadastro de sócios. A SBGf conta atualmentecom 2.429 associados espalhados por todo oBrasil, incluindo, nesse total, 130 do exterior. Maspara que todos participem ativamente dos eventosrealizados pela Sociedade e recebam regular-mente nossos comunicados, convites, publicaçõese informativos é necessário estar com seus dadosem dia.

Fotos: Fernando Zaider

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Especial

Espaço para crescer

"Nem adianta seinscrever. Eles não vãodeixar você fazer a prova".Esta advertência verbal foidirigida à Maria LauraVereza de Azevedo,quando em 1975, recém-formada em Geologia,tentou ingressar naPetrobras, atraída pelacarreira de geofísica.Habilidosa em física ematemática, ela haviadecido encarar o desafio de

agregar seus talentos ao conhecimento de geologia. E aPetrobras oferecia esta possibilidade de carreira. Não paraas mulheres.

Frustrada por encontrar as portas fechadas para ela, MariaLaura ainda tentou se inscrever para uma vaga na Nuclebrás.Ouviu de um engenheiro esta pérola: "Minha filha, como euvou te contratar? E se minha esposa souber que estou nocampo com outra mulher?". Nova frustração. Por sorte, naquelemesmo ano, houve concurso para a Companhia de Pesquisase Recursos Minerais (CPRM), onde ela não foi discriminada econquistou, finalmente, seu primeiro e único emprego, ondetrabalha há 31 anos.

"A CPRM foi o único lugar que me acolheu depois deformada e nunca sofri nenhum tipo de discriminação pelo fatode ser mulher, tanto na geofísica quanto na geologia", informouMaria Laura, acrescentando que os tempos agora são outros.Ela reconhece que na Petrobras não há mais esse tipo dediscriminação. "Vou aos congressos e encontro minhas colegastrabalhando normalmente".

Maria Laura trabalha com aquisição, processamento einterpretação de dados aerogeofísicos e é chefe-substitutada Divisão de Geofísica da CPRM. Ela diz que nunca houvena empresa distinção entre homens ou mulheres que aimpedisse de chegar aos postos de chefia e que as mulherestêm espaço para crescer profissionalmente sem a resistênciados homens (maridos ou colegas). "Temos várias geofísicasmulheres em outras superintendências, em outros estados,que viajam bastante e conseguem conciliar a vida profissionale familiar", constata.

Hoje em dia, é no escritório que Maria Laura passa omaior parte do tempo. Está recuperando e reprocessandoprojetos antigos que não eram digitais. Mas já houve épocaque viajava mais (veja foto). "Ser geofísica amplia muitosos horizontes e tira da rotina. Cada vez que viajo ao campoeu me sinto de férias. O dia mais lindo da minha vida foiquando entrei de barco no (Rio) Xingu. No ano passadofiquei no Amapá. E o trabalho no escritório também éinteressante, pois lembra uma caça ao tesouro com aquelesmapas para serem interpretados", compara.

Poucas profissões ainda são vistas como essencialmente masculinas. Motoristas de táxi, jogadoras defutebol, gerente de plataforma offshore, pouco a pouco as mulheres foram quebrando tabus e ocupandoespaços. Nas indústrias do petróleo e da mineração havia muitos exemplos dessa mentalidade. A simplespresença de mulheres em minas subterrâneas era motivo de preocupação. Segundo um antigo tabu, amina poderia ruir. Na Geofísica e na Geologia, por exemplo, houve tempo que as mulheres não eram bemvindas no campo. Hoje em dia, não há mais barreiras nem limites para a progressão profissional damulher. Mas como elas se vêem nesse mercado de trabalho? O Boletim ouviu seis profissionais de geofísica,de várias áreas, empresas privadas, governo e academia, para saber como se sentem as mulheres quevenceram numa profissão que não é mais exclusividade dos homens.

Geofísica com charme e talento

O fim da diferença

Quando a mu lhergosta do que faz, temmuito zelo e compro-misso, consegue verdetalhes e desempenharmuito bem o seu papel.Essa é a op in ião dageóloga Andréa Vazde Melo França ,responsável pelos le-vantamentos aerogeo-físicos da Companhia deDesenvolvimento Eco-nômico de Minas Gerais(Codemig). Convivendoprofissionalmente e coordenando uma equipe só dehomens, Andréa acredita que as mulheres, hoje em,dia podem superar barreiras e derrubar pre-conceitos para serem respeitadas no ambientede trabalho.

Andréa admite que as prof issões de geólogoe geof ís ico são mais procuradas pelo públ icomascul ino. Tanto é, que ao atender o convitepara trabalhar na Codemig, o perf i l buscadop a r a a v a g a e r a d e u m h o m e m . C o m o n aocas ião, nenhum dos cand idatos mascu l inosa t e n d e u a o p e r f i l , e l a f o i e s c o l h i d a econtratada.

"Difícil foi ser aceita para iniciar. A empresanão sabia como uma mulher iria se portar nessaárea, po i s buscava um per f i l t rad i c iona l degeofísico. Mas depois que ocupei o cargo, acaboua visão da diferença", constatou Andréa, queconsidera a geofísica uma carreira excelente, commuitas oportunidades.

Andréa graduou-se em Geologia pela UFMG,o n d e t a m b é m f e z a p ó s - g r a d u a ç ã o e mGeoprocessamento ap l i cado à Geo f í s i ca . NaCodem ig , ob t eve a c on f i rmação do f im deq u a l q u e r p r e c o n c e i t o , d e p o i s d e g r a n d e soportunidades dadas e do investimento feito nasua qual i f icação, através de vários cursos deaperfeiçoamento em Geofísica.

S e u p r i m e i r o e m p r e g o f o i n a á r e a d eGeologia apl icada à Geotecnia. Admite que tevedif iculdade, por ser mulher, para ser respeitadano in íc io , mas desde que entrou, graças àssuas hab i l i dades de comun i cação e p ro f i s -s i o n a l i s m o , c o n s e g u i u r e v e r t e r a b a r r e i r ain ic ia l e desempenhar bem seu papel . "Coloco-me como prof iss ional desde o in ic io e não doubrechas para as p iadinhas machistas ou atosde discr iminação por d i ferença de sexo, muitocomuns entre os homens".

A d i f i cu ldade de uma p ro f i s s i ona l mu lhe r,s e g u n d o A n d r é a , é a c o n v i v ê n c i a c o mhomens de ba ixa esco la r i dade , que às vezesnão respe i tam a p ro f i s s i ona l po r se r mu lhe r."Pa ra consegu i r o respe i to nes te caso , temque ser f i rme e às vezes , demora um pouco" ,a c r e d i t a A n d r é a , f r i s a n d o q u e n ã o i n c l u in e s s e q u a d r o o s c o l e g a s c o m n í v e l d eesco la r i dade super i o r.

Oportunidades iguais

A geofísica ofereceuma carreira muito boapara as mulheres e asoportunidades são iguaisàs dos homens. ParaPatrícia Pastana deLugão, gerente dedesenvolvimento denegócios da WesternGeco, foi o trabalho decampo e a possibilidadede viajar que mais aatraiu na escolha daprofissão. Os trabalhos decampo, offshore ou quedependem de viagens são

mais pesados, mas podem não ser adequados tantopara mulheres como para alguns homens. Por outrolado, trabalhos de escritório como processamento dedados e interpretação são, segundo Patrícia, excelentes,interessantes e confortáveis

"O ambiente na geofísica é muito favorável,inexistindo limitações exclusivas à condição feminina.Se tiver boas idéias e for boa profissional, a mulher temespaço para crescer", destacou.

Praticamente obrigatórios no começo da carreira, ostrabalhos de campo geram aprendizado e familiaridadecom as diversas atividades da geofísica. Entretanto, hojeem dia, não são atividades pesadas, que exijam forçabruta, mas disponibilidade para viajar. O principalobstáculo é ficar longos períodos longe da família.

"Na geofísica, é mais confortável trabalhar no escritóriocom interpretação. Tanto homens quanto mulheres quedecidem assumir também a responsabilidade de ajudarna casa podem ter essa opção. A carreira de geofísica,e seus bons salários, permite inclusive que a mulherseja provedora do lar e chefe de família. Pode se dedicarao trabalho, enquanto o marido cuida do lar e da família.Isso vale para os dois gêneros", afirmou.

Mãe de quatro filhos, casada com geofísico, Patríciaafirma que sempre conseguiu conciliar a família com otrabalho. "Meu marido também tem uma carreira, massempre me ajudou muito. Nós lavamos roupa,cozinhamos e cuidamos das crianças. A dificuldade éigual para mulher e para o homem", asseverou.

"Os profissionais de geofísica, masculinos oufemininos, não necessitam de força bruta para atingirseus objetivos. Pelo contrário: precisam de muitacriatividade, inteligência e capacidade para realizarvárias tarefas ao mesmo tempo. Os equipamentos sãomais leves que antigamente e as novas tecnologiasfacilitam muito as operações no campo", analisa Patrícia.

Embora o número de homens com freqüência seja maiordo que o de mulheres, as profissionais que conheceu sãomuito capazes. Patrícia relata que nunca sentiu dificuldadepara se desenvolver na profissão. Desde os tempos deestudante, no curso de Engenharia Ambiental feito nosEstados Unidos, no mestrado feito no ObservatórioNacional-RJ e no doutorado na Universidade de Utah,também nos Estados Unidos, como gerente de empresade serviço e, posteriormente, como empresária, Patríciaafirma que sempre recebeu apoio para suas idéias einiciativas. "Nunca me senti discriminada como mulher, nemno trabalho de campo. Nunca fui maltratada nem sofrinenhum tipo de restrição pelos homens", acrescentou.

Sem discriminação

Doze anos mais tarde, odiálogo machista entreMaria Laura e o homem daPetrobras não mais se repetiriapara as novas gerações demulheres que conquistaram eampliaram seu espaço naCompanhia. Exemplo disso éa geofísica Vânia Lucia deAlbuquerque Machado,que entrou na Petrobras em1987 e nunca sentiu precon-ceito ou dificuldade para sedesenvolver profissional-mente. Pelo contrário, sempre foi incentivada a buscar oaprimoramento técnico e procurar novos caminhos. "É umacarreira boa por que oferece múltiplas oportunidades deatuação em diversas áreas", resume.

Segundo Vânia, na Petrobras as mulheres conseguem atingiros mesmos cargos de chefia e auferir os mesmos bons saláriosdo que os homens. "Quem tem aptidão para cargos gerenciaistem todas as oportunidades. Seja para homens ou mulheres asoportunidades são as mesmas, desde que estejam disponíveispara desempenhar as atividades inerentes à profissão, comopor exemplo, o trabalho de campo. Algumas pessoas, tantohomens como mulheres, não gostam de passar por isso", admitiu.

Não é o caso de Vânia que atuou vários anos na equipesísmica da Petrobras, assumindo inclusive a chefia (veja foto).Atualmente, é gerente de Aquisição Terrestre, responsávelpela coordenação da carteira de aquisição geofísica terrestrede toda a Companhia. Comanda um time de cerca de 110empregados Petrobras e duas equipes sísmicas comaproximadamente mil empregados contratados.

A falta de disponibilidade para viagens e para atividadesde campo é a principal limitação para a evolução na carreirade geofísico, na opinião de Vânia, que iniciou sua vidaprofissional em aluviões de diamantes, no Mato Grosso e emGoiás. "Às vezes passava 90 dias fora de casa", recorda.

Formada em geologia em 1982 pela UFRJ, Vânia fez mestradoem processamento geofísico na UFBA em 2000. Iniciou suacarreira na mineração de diamantes (BP-Mineração) onde atuoudurante 4 anos. Depois ingressou como geofísica na Petrobras,onde trabalhou na aquisição e no processamento de dadossísmicos e mais recentemente coordenou projetos exploratóriosde parceria com Shell, Statoil e Encana, entre outras petroleiras.

Vânia observa uma tendência de aumento geral na procura dascarreiras de geociências e tecnológicas e, com isso, aumentou oingresso de mulheres, embora ainda seja em menor número que ode homens. "É normal mulheres procurarem outras carreiras,não vejo isso como discriminação", avalia. Em sua opinião, as mulheresgeofísicas se saem muito bem nas áreas de processamento dedados e interpretação. "Hoje há várias gerentes geofísicas mulheresna Petrobras que estão se destacando", lembrou.

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Especial

Espaço para crescer

"Nem adianta seinscrever. Eles não vãodeixar você fazer a prova".Esta advertência verbal foidirigida à Maria LauraVereza de Azevedo,quando em 1975, recém-formada em Geologia,tentou ingressar naPetrobras, atraída pelacarreira de geofísica.Habilidosa em física ematemática, ela haviadecido encarar o desafio de

agregar seus talentos ao conhecimento de geologia. E aPetrobras oferecia esta possibilidade de carreira. Não paraas mulheres.

Frustrada por encontrar as portas fechadas para ela, MariaLaura ainda tentou se inscrever para uma vaga na Nuclebrás.Ouviu de um engenheiro esta pérola: "Minha filha, como euvou te contratar? E se minha esposa souber que estou nocampo com outra mulher?". Nova frustração. Por sorte, naquelemesmo ano, houve concurso para a Companhia de Pesquisase Recursos Minerais (CPRM), onde ela não foi discriminada econquistou, finalmente, seu primeiro e único emprego, ondetrabalha há 31 anos.

"A CPRM foi o único lugar que me acolheu depois deformada e nunca sofri nenhum tipo de discriminação pelo fatode ser mulher, tanto na geofísica quanto na geologia", informouMaria Laura, acrescentando que os tempos agora são outros.Ela reconhece que na Petrobras não há mais esse tipo dediscriminação. "Vou aos congressos e encontro minhas colegastrabalhando normalmente".

Maria Laura trabalha com aquisição, processamento einterpretação de dados aerogeofísicos e é chefe-substitutada Divisão de Geofísica da CPRM. Ela diz que nunca houvena empresa distinção entre homens ou mulheres que aimpedisse de chegar aos postos de chefia e que as mulherestêm espaço para crescer profissionalmente sem a resistênciados homens (maridos ou colegas). "Temos várias geofísicasmulheres em outras superintendências, em outros estados,que viajam bastante e conseguem conciliar a vida profissionale familiar", constata.

Hoje em dia, é no escritório que Maria Laura passa omaior parte do tempo. Está recuperando e reprocessandoprojetos antigos que não eram digitais. Mas já houve épocaque viajava mais. "Ser geofísica amplia muitos os horizontese tira da rotina. Cada vez que viajo ao campo eu me sinto deférias. O dia mais lindo da minha vida foi quando entrei debarco no (Rio) Xingu. No ano passado fiquei no Amapá. E otrabalho no escritório também é interessante, pois lembrauma caça ao tesouro com aqueles mapas para sereminterpretados", compara.

Poucas profissões ainda são vistas como essencialmente masculinas. Motoristas de táxi, jogadoras defutebol, gerente de plataforma offshore, pouco a pouco as mulheres foram quebrando tabus e ocupandoespaços. Nas indústrias do petróleo e da mineração havia muitos exemplos dessa mentalidade. A simplespresença de mulheres em minas subterrâneas era motivo de preocupação. Segundo um antigo tabu, amina poderia ruir. Na Geofísica e na Geologia, por exemplo, houve tempo que as mulheres não eram bemvindas no campo. Hoje em dia, não há mais barreiras nem limites para a progressão profissional damulher. Mas como elas se vêem nesse mercado de trabalho? O Boletim ouviu seis profissionais de geofísica,de várias áreas, empresas privadas, governo e academia, para saber como se sentem as mulheres quevenceram numa profissão que não é mais exclusividade dos homens.

Geofísica com charme e talento

O fim da diferença

Quando a mu lhergosta do que faz, temmuito zelo e compro-misso, consegue verdetalhes e desempenharmuito bem o seu papel.Essa é a op in ião dageóloga Andréa Vazde Melo França ,responsável pelos le-vantamentos aerogeo-físicos da Companhia deDesenvolvimento Eco-nômico de Minas Gerais(Codemig). Convivendoprofissionalmente e coordenando uma equipe só dehomens, Andréa acredita que as mulheres, hoje em,dia podem superar barreiras e derrubar pre-conceitos para serem respeitadas no ambientede trabalho.

Andréa admite que as prof issões de geólogoe geof ís ico são mais procuradas pelo públ icomascul ino. Tanto é, que ao atender o convitepara trabalhar na Codemig, o perf i l buscadop a r a a v a g a e r a d e u m h o m e m . C o m o n aocas ião, nenhum dos cand idatos mascu l inosa t e n d e u a o p e r f i l , e l a f o i e s c o l h i d a econtratada.

"Difícil foi ser aceita para iniciar. A empresanão sabia como uma mulher iria se portar nessaárea, po i s buscava um per f i l t rad i c iona l degeofísico. Mas depois que ocupei o cargo, acaboua visão da diferença", constatou Andréa, queconsidera a geofísica uma carreira excelente, commuitas oportunidades.

Andréa graduou-se em Geologia pela UFMG,o n d e t a m b é m f e z a p ó s - g r a d u a ç ã o e mGeoprocessamento ap l i cado à Geo f í s i ca . NaCodem ig , ob t eve a c on f i rmação do f im deq u a l q u e r p r e c o n c e i t o , d e p o i s d e g r a n d e soportunidades dadas e do investimento feito nasua qual i f icação, através de vários cursos deaperfeiçoamento em Geofísica.

S e u p r i m e i r o e m p r e g o f o i n a á r e a d eGeologia apl icada à Geotecnia. Admite que tevedif iculdade, por ser mulher, para ser respeitadano in íc io , mas desde que entrou, graças àssuas hab i l i dades de comun i cação e p ro f i s -s i o n a l i s m o , c o n s e g u i u r e v e r t e r a b a r r e i r ain ic ia l e desempenhar bem seu papel. "Coloco-me como prof iss ional desde o in ic io e não doubrechas para as p iadinhas machistas ou atosde discr iminação por d i ferença de sexo, muitocomuns entre os homens".

A d i f i cu ldade de uma p ro f i s s i ona l mu lhe r,s e g u n d o A n d r é a , é a c o n v i v ê n c i a c o mhomens de ba ixa esco la r i dade , que às vezesnão respe i tam a p ro f i s s i ona l po r se r mu lhe r."Pa ra consegu i r o respe i to nes te caso , temque ser f i rme e às vezes , demora um pouco" ,a c r e d i t a A n d r é a , f r i s a n d o q u e n ã o i n c l u in e s s e q u a d r o o s c o l e g a s c o m n í v e l d eesco la r i dade super i o r.

Oportunidades iguais

A geofísica ofereceuma carreira muito boapara as mulheres e asoportunidades são iguaisàs dos homens. ParaPatrícia Pastana deLugão, gerente dedesenvolvimento denegócios da WesternGeco, foi o trabalho decampo e a possibilidadede viajar que mais aatraiu na escolha daprofissão. Os trabalhos decampo, offshore ou quedependem de viagens são

mais pesados, mas podem não ser adequados tantopara mulheres como para alguns homens. Por outrolado, trabalhos de escritório como processamento dedados e interpretação são, segundo Patrícia, excelentes,interessantes e confortáveis

"O ambiente na geofísica é muito favorável,inexistindo limitações exclusivas à condição feminina.Se tiver boas idéias e for boa profissional, a mulher temespaço para crescer", destacou.

Praticamente obrigatórios no começo da carreira, ostrabalhos de campo geram aprendizado e familiaridadecom as diversas atividades da geofísica. Entretanto, hojeem dia, não são atividades pesadas, que exijam forçabruta, mas disponibilidade para viajar. O principalobstáculo é ficar longos períodos longe da família.

"Na geofísica, é mais confortável trabalhar no escritóriocom interpretação. Tanto homens quanto mulheres quedecidem assumir também a responsabilidade de ajudarna casa podem ter essa opção. A carreira de geofísica,e seus bons salários, permite inclusive que a mulherseja provedora do lar e chefe de família. Pode se dedicarao trabalho, enquanto o marido cuida do lar e da família.Isso vale para os dois gêneros", afirmou.

Mãe de quatro filhos, casada com geofísico, Patríciaafirma que sempre conseguiu conciliar a família com otrabalho. "Meu marido também tem uma carreira, massempre me ajudou muito. Nós lavamos roupa,cozinhamos e cuidamos das crianças. A dificuldade éigual para mulher e para o homem", asseverou.

"Os profissionais de geofísica, masculinos oufemininos, não necessitam de força bruta para atingirseus objetivos. Pelo contrário: precisam de muitacriatividade, inteligência e capacidade para realizarvárias tarefas ao mesmo tempo. Os equipamentos sãomais leves que antigamente e as novas tecnologiasfacilitam muito as operações no campo", analisa Patrícia.

Embora o número de homens com freqüência seja maiordo que o de mulheres, as profissionais que conheceu sãomuito capazes. Patrícia relata que nunca sentiu dificuldadepara se desenvolver na profissão. Desde os tempos deestudante, no curso de Engenharia Ambiental feito nosEstados Unidos, no mestrado feito no ObservatórioNacional-RJ e no doutorado na Universidade de Utah,também nos Estados Unidos, como gerente de empresade serviço e, posteriormente, como empresária, Patríciaafirma que sempre recebeu apoio para suas idéias einiciativas. "Nunca me senti discriminada como mulher, nemno trabalho de campo. Nunca fui maltratada nem sofrinenhum tipo de restrição pelos homens", acrescentou.

Sem discriminação

Doze anos mais tarde, odiálogo machista entreMaria Laura e o homem daPetrobras não mais se repetiriapara as novas gerações demulheres que conquistaram eampliaram seu espaço naCompanhia. Exemplo disso éa geofísica Vânia Lucia deAlbuquerque Machado,que entrou na Petrobras em1987 e nunca sentiu precon-ceito ou dificuldade para sedesenvolver profissional-mente. Pelo contrário, sempre foi incentivada a buscar oaprimoramento técnico e procurar novos caminhos. "É umacarreira boa por que oferece múltiplas oportunidades deatuação em diversas áreas", resume.

Segundo Vânia, na Petrobras as mulheres conseguem atingiros mesmos cargos de chefia e auferir os mesmos bons saláriosdo que os homens. "Quem tem aptidão para cargos gerenciaistem todas as oportunidades. Seja para homens ou mulheres asoportunidades são as mesmas, desde que estejam disponíveispara desempenhar as atividades inerentes à profissão, comopor exemplo, o trabalho de campo. Algumas pessoas, tantohomens como mulheres, não gostam de passar por isso", admitiu.

Não é o caso de Vânia que atuou vários anos na equipesísmica da Petrobras, assumindo inclusive a chefia. Atualmente,é gerente de Aquisição Terrestre, responsável pelacoordenação da carteira de aquisição geofísica terrestre detoda a Companhia. Comanda um time de cerca de 110empregados Petrobras e duas equipes sísmicas comaproximadamente mil empregados contratados.

A falta de disponibilidade para viagens e para atividadesde campo é a principal limitação para a evolução na carreirade geofísico, na opinião de Vânia, que iniciou sua vidaprofissional em aluviões de diamantes, no Mato Grosso e emGoiás. "Às vezes passava 90 dias fora de casa", recorda.

Formada em geologia em 1982 pela UFRJ, Vânia fez mestradoem processamento geofísico na UFBA em 2000. Iniciou suacarreira na mineração de diamantes (BP-Mineração) onde atuoudurante 4 anos. Depois ingressou como geofísica na Petrobras,onde trabalhou na aquisição e no processamento de dadossísmicos e mais recentemente coordenou projetos exploratóriosde parceria com Shell, Statoil e Encana, entre outras petroleiras.

Vânia observa uma tendência de aumento geral na procura dascarreiras de geociências e tecnológicas e, com isso, aumentou oingresso de mulheres, embora ainda seja em menor número que ode homens. "É normal mulheres procurarem outras carreiras,não vejo isso como discriminação", avalia. Em sua opinião, as mulheresgeofísicas se saem muito bem nas áreas de processamento dedados e interpretação. "Hoje há várias gerentes geofísicas mulheresna Petrobras que estão se destacando", lembrou.

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Posição gerencial

Ao concluir a graduaçãoem Física, Márcia Ernestopercebeu que suasoportunidades profissionaisseriam muito restritas. Seuprimeiro emprego foi comoprofessora de ciências narede pública de ensino.Com o intuito de desenvol-ver atividades aplicadas,procurou informações so-bre o curso de Geologia edescobriu o curso de pós-graduação em Geofísica daUSP, o que acabou conci-liando seus interesses e seentranhando em sua vida.

Segundo Marcia, a Geofísica é, sem dúvida, uma carreiramuito ampla e oferece diversos tipos de atividades - campo,laboratório e processamento de dados - capazes de atendera diferentes perfis profissionais. Ela afirma que não sentiudificuldades para se desenvolver na carreira. "Foi precisoapenas gostar e me dedicar", acrescentou.

As oportunidades para as mulheres são iguais as doshomens? Sim. Dependendo do perfil individual, todos podemse destacar em qualquer atividade da Geofísica. Entretantoalgumas atividades, principalmente as de campo, exigemdisposição para possivelmente enfrentar condições adversasque nem todas as mulheres querem ou estão dispostas aenfrentar. "Mas isso acontece com os homens também. Algunssão menos resistentes que as mulheres", constata.

Acredita que, iguais aos homens, as mulheres conseguematingir níveis de chefia e ganhar bons salários. Por sua experiênciana área acadêmica, não teve nenhuma dificuldade de chegar

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Sede de conhecimento

A Geofísica entrou na vidada estudante Leila ReginaTeixeira como um desafio nabusca pelo saber. A carreiraprofissional, segundo Leila,apresenta-se como uma boaopção para as mulheres, quepodem encontrar um repre-sentativo grau de liberdadede atuação, possibilitandoassim realizar uma escolhamais adequada ao seu perfil.Ex-presidente da IAG Jr,empresa dos estudantes doIAG, que tem a missão de aproximar a universidadedo ambiente empresarial, Leila considera que dentroda universidade as oportunidades são amplas edemocráticas nos mais diversos segmentos —pesquisa, ensino e gestão — e cita o IAG/USP, ondeela estuda, como exemplo. "Aqui existe um númeroconsiderável de mulheres que ocupam posiçõesimportantes na estrutura universitária", constata.

Segundo Leila, o número de mulheres que optarampor cursar Geofísica no IAG/USP tem crescidogradativamente. Em 2006 as vagas preenchidas pormulheres ultrapassaram a marca de 30% das vagasoferec idas pelo curso, demonstrando umaporcentagem nunca antes atingida. Esse crescimento,Leila atribui aos trabalhos de divulgação que foramdesenvolvidos pelo IAG/USP.

ao topo pelo fato de ser mulher. "Como em qualquer carreira,cabe ao profissional ultrapassar seus limites e traçar suas metas.

Doutora em Geofísica, Márcia Ernesto foi a primeira mulhera ocupar o cargo de diretora na área de ciências exatas e daterra dentro da Universidade de São Paulo. Atualmente ela édiretora do Instituto de Astronomia, Geofísica e CiênciasAtmosféricas da USP (IAG/USP)."Dirigir um instituto de ensinoe pesquisa exige muita responsabilidade sobre todos osaspectos da vida da instituição e é, sobretudo, uma funçãode gerenciamento". Além disso, as atividades de orientação,docência e pesquisa no laboratório de Paleomagnetismocontinuam a ser exercidadas, exigindo habilidades extras degerenciamento e administração.

Embora nunca tenha enfrentado a oposição masculina nosetor acadêmico, Márcia Ernesto recorda seu início de carreira,quando teve que interagir com pessoas de empresas depetróleo em outros países sul-americanos e sentiu dificuldadesem se impor como profissional.

Márcia é a única das entrevistadas para esta matéria que,apesar de não trabalhar com mineração, já entrou em umamina subterrânea para realizar uma amostragem.Contrariando um antigo tabu, de que mulher e padre nãopodem entrar em minas porque ‘dão azar’, sua entrada foiautorizada e felizmente até hoje a mina não desabou.

Quando iniciou sua carreira, a Geofísica no Brasil só eraensinada em nível de pós-graduação e o mercado de trabalhoera muito restrito. Hoje, a situação é totalmente favorávelaos geofísicos. A proporção de mulheres cresceu um pouco,mas nos últimos anos a procura de mulheres aprovadas novestibular em Geofísica vem diminuindo.

"À medida que a proporção de mulheres aumenta, crescetambém a probabilidade de mulheres atuando em áreas antesrestrita aos homens. Hoje temos mulheres dirigindo, chefiandogrupos, conduzindo suas próprias empresas", comenta.

O vice-presidente de Geofísica da Sercel, MalcomLansley, apresentou por quatro dias no Rio de Janeiro ocurso "Projeto de levantamento sísmico terrestre 3D".Promovido pela Sercel - uma das maiores fornecedorasmundiais de equipamentos para aquisição sísmica -, comapoio da SBGf, o curso de alto nível apresentou o estadoda arte da tecnologia de sísmica terrestre e foi dirigido acerca de 50 profissionais atuantes no setor. O curso foipromovido pela área de vendas da Sercel e, segundo aorganização, também teve como objetivo apresentar opotencial dos equipamentos de última geração degeofísica terrestre disponíveis no mercado mundial.

Sercel promove curso

A partir da esquerda: Robin Ellis,Mark Farine e Malcom Lansley daSercel e Renato Silveira.

Pela segunda vez em menos de oito meses, umtrabalho da professora Valéria C. Barbosa é citado nacoluna de Stephen J. Hill na revista The Leading Edge, daSEG. O artigo é de autoria do seu orientando FernandoJ.S. Silva Dias, doutorando no Observatório Nacional, ese intitula '2D gravity inversion of a complex interface inthe presence of interfering sources' e será publicado naíntegra na edição de março/abril da revista Geophysics.Em sua coluna, Hill destaca trabalhos inovadorespublicados pela Geophysics. Outro paper de ValériaBarbosa, intitulado 'Guiding nonunique solutions', em co-autoria com João Batista C. da Silva, da UFPA, foimencionado por Hill no ano passado. Recentemente, aprofessora se transferiu do Laboratório Nacional deComputação Cientifica (LNCC) para o ObservatórioNacional (ON), ambos institutos de pesquisa do Ministériode Ciência e Tecnologia, para continuar suas atividadesde ensino, pesquisa e orientação.

Geofísica brasileiraem destaque

Atualize seu cadastro

A diretoria da Sociedade Brasileira de Geofísicasolicita aos sócios que mudaram de endereço,telefone, fax e e-mail nos últimos três anos quevisitem a página da Sociedade na internet —www.sbgf.org.br — para atualizar seus dadosno cadastro de sócios. A SBGf conta atualmentecom 2.429 associados espalhados por todo oBrasil, incluindo, nesse total, 130 do exterior. Maspara que todos participem ativamente dos eventosrealizados pela Sociedade e recebam regular-mente nossos comunicados, convites, publicaçõese informativos é necessário estar com seus dadosem dia.

Fotos: Fernando Zaider

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Teve início em janeiro o programa de extensão "DivulgandoGeofísica", do Departamento de Geofísica da Universidade Federaldo Pará (UFPA). Coordenado pela professora Lúcia Maria daCosta e Silva, o programa está previsto para durar três anos erepresenta uma possibilidade para a academia ajudar, segundoa coordenadora, a corrigir os rumos do desenvolvimento que aGeofísica tomou no Brasil. "Nosso objetivo não é apenas contribuirpara a divulgação da Geofísica e para o reconhecimento doprofissional do setor, mas também para a socialização deconhecimentos na área, produzidos e acumulados na academia".

Entre as atividades previstas no programa está a realizaçãode cursos sobre o ensino de Geofísica e Educação Ambientalpara professores do Ensino Fundamental e Médio e para pessoasda terceira idade, visitas a escolas de Educação Básica, cursinhospré-vestibular e secretarias de Educação estadual e municipaispara distribuição de material didático e ainda a criação de umapágina na internet. Além disso, a Coordenação da Graduaçãoem Geofísica da UFPA apóia um estudo sobre a criação de umaEmpresa Jr. de Geofísica no Pará.

No primeiro ano do programa será realizada, também, umaanálise de viabilidade que poderá resultar na proposta de criaçãode um curso de licenciatura em Geofísica, seguindo um modeloque permita um tronco comum de disciplinas para licenciaturasafins, como Meteorologia e Oceanografia entre outras, inspiradoem modelo existente no exterior.

De acordo com Lúcia todos os professores doDepartamento de Geofísica da UFPA se dispuseram aparticipar do programa e já contam com carga horáriadisponível para tal. "O Programa reúne o desejo de todosnós que queremos ver a Geofísica ocupar sua posição nasociedade. Esperamos que o Programa sirva de inspiraçãopara experiências que tenham a mesma finalidade com oapoio da SBGF e demais entidades da área", destacou.

Mais informações podem ser obtidas por e-mail:[email protected] ou telefones 091-3253-0120 / 091-8812-0120.

Divulgando a Geofísica

Com ações efetivas das duas últimas diretoriasda SBGf, a Revista Brasileira de Geofísica (RBGf)está novamente com sua periodicidade em dia. Emconseqüência, o Conselho Nacional de Desen-volvimento Científico e Tecnológico (CNPq) voltoua liberar recursos para a RBGf. Além disso, a RBGffo i mant ida na Sc iELO, b ib l i o teca c ient í f i caeletrônica de publicação cooperativa de periódicoscientíficos para países latino-americanos. Todos osart igos brevemente poderão ser l idos on-l ine(www.scielo.br/rbg).

"Foi um volume aquém do pleiteado,mas s ina l i zou uma reaber tura dorelacionamento com o CNPq," salientouCleverson Guizan, editor-chefe daRBGf e pro fessor do Inst i tu to deGeoc iênc ias da UFF. Para e le , adificuldade já está superada. Foramsubmetidos 178 artigos entre 2005 e2006, número três vezes maior que os56 artigos enviados no triênio 2002/2004. Esse total inclui ainda dois volumesespeciais, relativos ao Programa deGeologia e Geofísica Marinha (PGGM) e ao LowLatitude Aeronomy e Space Geophysics, sobreciências atmosféricas, que deverão ser publicadoseste ano.

"Os artigos em fase de revisão hoje são suficientespara completar os volumes previstos para 2007 e

manter a cont inu idade da rev i s ta" , a f i rmou

Cleverson. A expectativa do editor-chefe é publicar

um volume da RBGf a cada final de trimestre e em

RBGf está em dia

dezembro ter os quatro volumes de 2007 já em

circulação. Além disso, está previsto ainda este ano,

um volume especia l sobre o Projeto PIATAM,

englobando geofísica, sensoriamento remoto e

ciências atmosféricas na Região Amazônica.

Para recuperar o atraso, nos anos de 2004,

2005 e 2006 foram publicados 88 artigos em 13

edições, referentes aos volumes 20 (2002), 21

(2003), 22 (2004) e 23 (2005). O volume 24,

relativo a 2006, tem três números na

gráfica e um em fase final de revisão.

A l ém d i s so , o número de a r t i go s

disponíveis já revisados é suficiente

para começar a imprimir os volumes de

2007 . "Houve uma r e t omada no

interesse pela revista que estava bem

atrasada", destacou Cleverson.

Parte do sucesso desta empreitada,

C leverson atr ibu i ao empenho dos

revisores. São 73 colaboradores volun-

tários, que participaram do processo de

revisão dos artigos submetidos no ano de 2005. A

lista completa desses revisores está relacionada na

própria RBGf no número 4 de 2005.

Para agilizar os procedimentos de submissão e

revisão dos artigos da revista, a diretoria da SBGf

está providenciando a implantação de um sistema

eletrônico para auxiliar na administração desse

trabalho. Esta meta, segundo o editor-chefe, deverá

ser atingida ainda em 2007.

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Realizada em janeiro e fevereiro pelo Departamento deGeofísica do IAG-USP, a IX Escola de Verão ofereceu esteano sete cursos, dos quais seis considerados de difusãocultural, destinados a graduandos e graduados nas áreas deciências exatas, geociências e engenharias. O curso 'Funçãodo Receptor e Estrutura Crustal', ministrado pelo Prof. MartinSchimmel, da Universidade de Barcelona (foto) foi o únicocom status de pós-graduação, destinado a graduados nessastrês áreas que se dedicam ou desejam se dedicar ao estudoda sismologia. De acordo com o professor Fernando BrenhaRibeiro, este ano os cursos foram gratuitos para os alunos,graças ao apoio financeiro da Pró-Reitoria de Cultura eExtensão Universitária da USP, da SBGf e da Aero GeofysicaLatino América.

Escola de Verão na 9ª edição

Com o objetivo de abrir um fórum de discussões sobreas causas e as conseqüências da seca na Amazônia, serárealizado nos dias 22 e 23 de março em Belém o simpósio"Mudanças Climáticas e Impacto nos Recursos Hídricos",promovido pelo Centro de Geociências da UFPA, sob acoordenação do Prof. Dr. João Batista M. Ribeiro, do cursode Meteorologia da UFPA. O encontro será aberto ao públicoe atenderá aos estudantes universitários e do ensino médio.

Mudanças Climáticas eRecursos Hídricos

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O airgun é a fonte de energia mais utilizadaatualmente na prospecção sísmica marítima. Aoliberar o ar comprimido armazenado em alta pressãono compartimento de ar pelas portas, esta fonte geraum pulso acústico de baixa potência. A oscilação dabolha de ar na água gera pulsos secundáriossubseqüentes ao pulso principal (Fig.1). Airguns devolumes diferentes de compartimento de ar sãodispostos em arranjos bidimensionais que operamem profundidade constante que varia de 5 a 8 metros(Fig.2). Os airguns são disparados simultaneamentepor um comando elétrico enviado aos solenóides pelosistema de navegação.

Arranjos de airguns e seus efeitosnos mamíferos marinhos

O objetivo do arranjo é aumentar a potência dafonte sísmica pela superposição da energia de váriosairguns. O per íodo de ocorrência dos pulsossecundários depende do volume do compartimento dear do airgun. Ao disparar simultaneamente um arranjode airguns com elementos de volumes diferentesimplica uma superposição em fase do pulso primárioe uma destruição dos pulsos secundários por estaremdefasados. Desta forma, a utilização de arranjos visatambém atenuar os pulsos secundários subseqüentesde forma a produzir um sinal de curta duração e comalta energia visando maior resolução e maiorpenetração na sub-superfície (Fig.2B).

A forma correta de conhecer a energia emitida peloarranjo de airguns no oceano é através do cálculo oua medição da sua assinatura. Esta medição é feita auma distância vertical abaixo do centro do arranjodenominada de campo remoto. Nesta distância, quedepende das dimensões do arranjo e da freqüência

Fig.1: A- Um airgun indica a posição docompartimento de ar, as portas e o solenóide. B- Aassinatura de um pulso emitido com o disparo desteairgun. Note os pulsos secundários subseqüentesgerados pela oscilação da bolha.

Marcos Antônio Gallotti Guimarães - Petrobras

Artigo Técnico

que se deseja amostrar a assinatura, o arranjo secomporta como uma fonte pontual. Para análisesgeofísicas, o campo remoto pode chegar até 1.000metros de profundidade. Para análises ambientais, ocampo remoto poderá chegar a quilômetros já que énecessário se amostrar as freqüências altas paraquantificar a energia nesta banda do espectro.

Fig.2: A- Um arranjo de 27 airguns de volumes diferentesutilizado pela PGS, totalizando um volume de 3090polegadas cúbicas. B- A forma do sinal de curta duraçãode cada airgun com períodos de bolha distintos e, após asuperposição, a atenuação da bolha.

A assinatura em campo remoto é calculada comvalores de amplitude em unidades de pressão quesão corrigidas do efeito de divergência esféricacausado pela distância do campo remoto. Os valorescorrigidos representam valores de pressão a ummetro abaixo do centro do arranjo e são expressosconvencionalmente em Pa-m ou bar-m (Fig.3).

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Empre sá r i o s , c i e n t i s t a s , e s t udan t e s einstituições de ensino e pesquisa ganharam umanova ferramenta para aprofundar conhecimentossobre recursos minerais do território baiano como lançamento, no final do ano passado, do MapaMetalogenético Digital do Estado da Bahia. Com aperspectiva de auxil iar estudiosos e empresasinteressadas em investir no potencial mineral does tado , o Mapa Meta l ogené t i co da Bah ia éresultado de um convênio entre a UFBA (Centrode Pesquisa em Geofísica e Geologia, do Institutode Geoc i ênc i a s ) e do gove rno ba i ano , po rintermédio da Companhia Baiana de PesquisaMinera l (CBPM), que f inanc iou o pro jeto . Ot r aba l h o t ambém con t ou c om o apo i o d oDepartamento Nac iona l de Produção Minera l(DNPM), no âmbito do governo federal.

O projeto foi criado e executado em três anos econcebeu vários produtos: uma versão "beta" deaplicativo para integração de dados e consultadisponível na Internet (www.metalogenese.ufba.br),baseado em software livre, com suporte de bancosde dados Metalmap; um CD-Rom com banco de dadose mapas, concebido para consulta direta a todas asinformações geológicas e sobre os depósitos eocorrências minerais do Estado da Bahia; um mapade Distribuição das Mineral izações sobre BaseGeológica (Escala 1:1.000.000); um mapa dosPr inc ipa is Domín ios Meta logenét i cos (Esca la1:1.000.000); e nota exp l i ca t iva do MapaMetalogenético, com informações e interpretaçõessobre as principais províncias minerais da Bahia esua potencialidade.

Mineração

Bahia ganha mapa metalogenético digital

Para o geólogo Rafael Avena

Neto, diretor técnico da CBPM, aelaboração do projeto obedeceuàs diretrizes de apoio e incentivoao setor mineral baiano. "O mapametalogenético é um instrumentodinâmico, que pode ser enri-quecido constantemente comcontr ibu i ções sobre novasocorrênc ias e a evo lução dopróprio conhecimento geológico", afirmou.

"O mapa está sujeito à revisão e, com o tempo, osistema será realimentado e refinado", complementouo professor Aroldo Misi, do Grupo de Metalogênese eExploração Mineral da UFBA e pesquisador à frentedo projeto. Segundo ele, a metalogenia é um campoda geologia que estuda a gênese dos depósitosminerais e exerce grande importância na pesquisado setor e exploração de minérios, sobretudo porviabilizar previsões de jazimentos.

A CBPM anunciou ainda o lançamento de novaspub l i cações de apo io aos in teressados eminformações geológicas e minerais da Bahia. Sãoelas: Costa do Dendê - Programa de Avaliação dasPotencialidades Minerais (CD-Rom); PotencialidadeMineral da Região Econômica 6 (CD-Rom); SériePubl icações Especiais volumes I (Catálogo deProjetos, 1973-1984), II (Catálogo de Projetos 1985-2006), III (Cerâmicas da Bahia - Catálogo deMatérias-primas) e IV (Bases para Implantação deum Pólo Minero-Cerâmico no Estado da Bahia), alémde mais dois volumes da série Arquivos Abertos.

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As assinaturas calibradas em campo remoto revelam aquantidade de energia total ou por banda de freqüência noespectro de amplitude. Assim, estas análises são realizadasnos domínios do tempo (Fig.3) e da freqüência (Fig.4). Osvalores de amplitude da assinatura são também expressosem dB calibrado. A escala dB é expressa por: 20log10(A2/A1). No dB calibrado para acústica oceânica a referênciaA1 = 1 µ Pa. Portanto, no domínio do tempo as amplitudes sãoreferenciadas em dB Re 1 µ Pa - m (Fig.3) e no domínio dafreqüência expressa em dB Re 1 µ Pa - m/Hz.

No domínio do tempo, as seguintes característicasdas assinaturas são analisadas: valores de amplitudepico-a-pico (P-P), que inclui tanto o pulso direto comoo fantasma ou (P-0) que é representado somente pelovalor do pulso direto. Mede-se também a razão entreo pulso primário (pulso direto somado ao pulsofantasma) e o pulso bolha (PBR) (Fig.3B). No domínioda freqüência, a análise consiste em verificar asamplitudes ou energia na banda de interesse daexploração sísmica i.e. 10 -120 Hz (Fig.4A).

A medição direta da assinatura do arranjo de airgunsem campo remoto requer cuidados especiais, bemcomo custos adicionais. A modelagem numéricadevidamente calibrada produz resultados fiéis e vemsendo utilizada com freqüência pelas companhias deaquisição. O cálculo das assinaturas dos arranjos vaiaté os limites da freqüência de amostragem, quegeralmente não ultrapassam os 500 Hz.

Para estudo do efeito do sinal nos ouvidos dosmamíferos marinhos, é necessário que as assinaturassejam obtidas até as freqüências mais altas. A únicaforma de se medir a assinatura de arranjos de airgunsno campo remoto até estas altas freqüências é atravésda modelagem numérica, pois não existe local nos

Fig.3: A- A assinatura em campo remoto de um arranjode airgun onde o pulso primário (composto do pulsodireto e o fantasma) é fortalecido e os pulsos secundáriossão atenuados, restando um efeito residual. B- Vemoso que é medido nesta assinatura para análise. Paraobjetivos geofísicos, utilizam-se valores P-P em bar-m.Para efeitos ambientais, costuma-se utilizar em dB Re a1 µPa-m.

Arranjos de airguns e seus efeitos nos mamíferos marinhos

Fig.4: A- O espectro de amplitude calibrado de umaassinatura de airgun até as freqüências de interessegeofísico. B- O espectro atingindo altíssimas freqüênciasde interesse para estudos ambientais.

oceanos com profundidade suficiente para atingir ocampo remoto destas freqüências. Atualmente, existeapenas um único programa comercial de modelagem- independe de companhias de aquisição - que possuicalibração satisfatória com os diversos tipos de airgunse é capaz, assim, de modelar assinaturas até asaltíssimas freqüências (Fig.4B).

As mesmas análises utilizadas para avaliar a energiaemitida pelos arranjos de airgun para os objetivosgeofísicos podem, naturalmente, ser estendidas paraavaliar o impacto nos mamíferos marinhos. Porém,devido a características do ouvido destes animais,ligeiras modificações são feitas nestas análises.

No livro Ocean of noises de Simmonds et al. (2003), sãoapresentados valores de sensibilidade auditiva em dB Re 1µ Pa-m de diversas espécies de baleias (Fig.5A). Trabalhoscomo o de Richardson et al. (1995) indicam que a banda defreqüência efetiva nos mamíferos marinhos é 1/3 das oitavascentradas na freqüência de pico do espectro obtida doaudiograma dos animais. Por exemplo, se a freqüência depico for 600 Hz, a banda de 400 Hz é centrada em 600 Hzconfigurando uma banda de 400-800 Hz (Fig.5B).

Utilizando-se o espectro calibrado da assinaturaem campo remoto do arranjo de airgun no domínioda freqüência, identifica-se a freqüência de pico elimita-se a região do espectro calibrado nesta banda.Mede-se a amplitude no domínio do tempo em dB Rea 1 µPa-m. Estes valores são comparados com o nívelde tolerância de cada espécie de mamífero. Elesforam obtidos perturbando os mamíferos e medindoseus audiogramas (Simmonds et al., 2003).

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Os valores de amplitudes calibrados para cadaespécie de mamífero estão referenciados a um metrodo centro do arranjo de airguns. Efeitos de perda deamplitude devem ser considerados para calcular adistância em que os valores em dB são menores queos toleráveis pelos mamíferos de uma determinadaregião. Em águas profundas o arranjo de airguns emitesons que são atenuados com divergência esférica. Jáem águas rasas, com fundo oceânico de alto contrastede impedância, o som é menos atenuado peladivergência cilíndrica (Fig.6A). Assim as distânciasvariam de acordo com esta característica.

Operadora

Statoil aposta no longo prazoA geofísica é a atividade mais impor-tante da Statoil hoje no

Brasil. A afirmação é de Jorge Marques de ToledoCamargo, gerente geral da petroleira estatal norueguesa, cujacarteira de concessões brasileiras está toda em fase exploratória.São seis blocos — três na bacia de Camamu-Almada; um emJequitinhonha, um no Espírito Santo, e outro na Bacia de Campos.Além de manter parcerias com Petrobras e Repsol YPF, a Statoilopera dois blocos.

Com planos ambiciosos de longo prazo, a companhia não divulganúmeros de investimentos. "Pretendemos construir uma área-núcleo no Brasil com condições de produzir 100 mil barris por diae sustentar a posição", avalia Camargo. O compromisso inicial éde perfurar seis poços exploratórios até 2009. Os trabalhos jácomeçaram. No ano passado, contratou a aquisição de cerca de5.000 km2 de sísmica 3D, em Camamu-Almada. Os dados estãosendo processados no Rio de Janeiro e a fase de interpretaçãodeve se iniciar ainda este ano.

Cinco exploracionistas brasileiros cuidam das concessõesbrasileiras da Statoil. No ano passado a companhia contratou um

geofísico experiente eeste ano terá mais umprofissional para geren-ciamento de dados. Alémdisso, dois geocientistasselecionados em 2003como juniores receberam treinamento e estagiaram em projetosda companhia na Noruega e no Reino Unido e hoje sãoprofissionais plenos.

"Contratamos as pessoas que vamos precisar daqui a algunsanos. Mais do que um treinamento técnico, eles adquirem a culturae passam a se sentir parte de uma estrutura maior que é o grupoStatoil. É uma forma de atrair boas pessoas e reter mão-de-obra",explica Camargo, acrescentando que uma das vantagenscompetitivas do Brasil é a competência das universidades e aqualidade das pessoas. "O Brasil se apresenta como excelente opçãode recrutamento para a indústria, com uma oferta boa e um interessegrande dos jovens de entrar na indústria do petróleo", complementa.

Para Camargo, a atuação da SBGf é importante para a indústria,pois funciona como um fórum de profissionais onde se divulga ese promove a geofísica no Brasil. "Os eventos e palestras são depadrão internacional. A Sociedade faz um dos bons congressos degeofísica do mundo", elogia Camargo, que já foi presidente de umcongresso internacional da sociedade.

A Statoil co-patrocina vários projetos de P&D com empresasde petróleo, entre elas a Petrobras. Um dos projetos desse acordotecnológico investiga a sísmica 4D, uma das tecnologias que aStatoil é líder mundial, com resultados espetaculares em camposmaduros offshore. Segundo Camargo, a Statoil tem como objetivosaumentar os fatores de recuperação de campos com completaçãoseca a 70% e campos de completação molhada a 55%. "Asgrandes tecnologias para o aumento da taxa de recuperação sãoa sísmica 4D e a perfuração direcional, tecnologias que a Statoil seorgulha de estar na vanguarda", finalizou.

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A Figura 7 mostra um exemplo de um mapa deexposição em dB para uma determinada espécie. Nestesmapas, fixa-se uma determinada profundidade (e.g. 20m) e os valores em dB estão em função de X e Y, querepresentam as distâncias na direção da linha denavegação do arranjo e na direção perpendicular a esta,respectivamente. Estes mapas revelam a posição emque a espécie de baleia começa a ser incomodada (Fig.7)

Marcos Antônio Gallotti Guimarães

Fig.6: A- A diferença das propagações cilíndrica eesférica. B- O efeito de atenuação conforme a direçãoe o ângulo de incidência.

Agradecimentos:

O autor agradece a Petrobras pelo apoio, à geofísicaIngred Guimarães pelas sugestões e ao professor LesHatton pelas discussões valiosas.

Referências:

RICHARDSON WJ, GREENE CR, MALME CI & THOMSONDH. 1995. Marine Mammals and Noise. Academic Press,Inc. San Diego, CA. 576 pp.

SIMMONDS M, DOLMAN S & WEILGARDT L. 2003. Oceanof Noises.

Fig.5: À esquerda, o audiograma de uma espécie de mamífero marinho. À direita, a banda correspondente a 1/3 deoitava centrada na freqüência de pico do audiograma. A energia total nesta banda revela os valores P-P de dB daassinatura que esta espécie definitivamente escuta.

O arranjo possui o efeito de diretividade, que é outrofator que atenua os valores em dB (Fig.6B). Destaforma, os valores de atenuação dependem da direção,profundidade e distância do centro do arranjo. Mapasconfeccionados com valores de dB com estas variáveisdependem da espécie do mamífero e das característicasde cada arranjo de airgun.

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Com uma carteira exploratória rica e de alta qualidade,construída ao longo dos últimos anos, a Petrobras precisacada vez mais de profissionais qualificados para trabalhar.A companhia vem fazendo um grande esforço para suprirsua carência de recursos humanos, pois na década de1990 os concursos públicos foram suspensos e por umadécada quase ninguém foi contratado.

Dos 504 geofísicos do atual quadro da Petrobras, cercade 200 ingressaram na empresa entre os anos de 2000 e2006. Desse total, 281 atuam na Exploração e os 223restantes contribuem para outras áreas da companhia.Este ano, mais 37 geofísicos concursados serão efetivados.

"Temos uma carteira robusta, comaproximadamente 153 mil km2, emterra e no mar, e cada vez maisprecisaremos de gente preparada. Nãohá como interromper o f luxo decontratação, nem o de treinamento",afirmou Paulo Mendonça, gerente deExploração da Petrobras.

Mendonça prevê que até 2011 aempresa precisará contratar pelomenos 300 geofísicos. Segundo oexecutivo, a Petrobras oferece umaótima carreira para geofísicos,permeada por programas equilibradosde treinamento, boa remuneração eampla frente de oportunidades.

"Poucas companhias no mundo têm,no dia-a-dia, um universo de 1.360geocientistas, podendo trocar expe-riências, ajudar na formação dos colegas,discutir, questionar e sugerir melhorias. Todo profissionalque entra aqui acha o seu nicho. Há oportunidades emaquisição, interpretação, processamento, métodospotenciais, nas áreas de reservatórios, engenharia, meioambiente, no centro de pesquisas (Cenpes) e naUniversidade Petrobras", acrescentou.

Apesar da elevada demanda, Mendonça acredita quea Petrobras não terá dificuldade de preencher os postosde trabalho. "Desejamos que eles fiquem aqui a vidatoda", complementou. Outro aspecto que está sendotratado pela direção diz respeito aos salários.

"A Petrobras tem tomado iniciativas de importânciavital e, tenho certeza, se concluírem essas medidas,seremos altamente competitivos, não apenas porquetreinamos e preparamos, mas também oferecemos umacondição salarial compatível com o mercado", acrescentouo gerente de Exploração, complementando: "Convidotodos os geofísicos disponíveis no mercado a prestar onosso concurso".

Treinamento - A Petrobras investe fortemente emformação, capacitação e treinamento de seus geofísicos.Assim que é admitido na empresa, o novato freqüentaum curso básico em geofísica. Em seguida, participa detreinamentos nas equipes sísmicas ES-26 ou ES-27, noscentros de processamento sísmico, nas áreas deinterpretação exploratória e em reservatórios.Posteriormente, terá oportunidade de ampliar suaformação em geofísica com cursos avançados de quatroa seis meses de duração, ministrados internamente naUniversidade Petrobras e em convênios com váriasuniversidades. Além disso, uma intensa programação decursos de especialização em diversas disciplinas éoferecida Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Ao

final dessas etapas, o geofísico júnior estará apto atrabalhar ao lado de profissionais experientes.

Paralelamente, ocorrem cursos de campo, no país eno exterior, como por exemplo no Recôncavo Baiano,Maranhão, Paraná, Amazonas e Neuquén (Argentina),Miami (EUA), Quênia, Golfo do Suez, Bacia do Peniche(Portugal) e Pirineus. Regularmente, geofísicos daPetrobras são selecionados para programas de pós-graduação no Brasil e no exterior. Atualmente, dez delesestão inscritos em mestrados ou doutorados no Brasil,três outros estão no exterior fazendo doutorado e um,pós-doutorado.

As pesquisas são ligadas a problemasreais da companhia. Uma comissãocoordenada pelo gerente de GeofísicaAplicada à Exploração, Celso Martins, avaliaos temas da pós-graduação, que devemestar alinhados com o planejamentoestratégico da companhia. "Os profissionaistreinados e atualizados com conhecimentostecnológicos e das bacias sedimentares sãoos fatores competitivos mais poderosos quetemos", concluiu Paulo Mendonça.

ES-27 - Já está em operação mais umaequipe sísmica (ES) terrestre da Petrobras.A ES-27 foi dotada de uma estruturacompleta e idêntica a da ES-26, que no anopassado completou 40 anos de atividadesininterruptas na Companhia. As duasequipes terão missões semelhantes: fazeraquisição sísmica 3D em áreas exploratóriase em campos já descobertos.

"Com a nova equipe sísmica reduziremos custos demovimentação para cobrir pequenas áreas. A intençãonão é concorrer com outras empresas, mas otimizar aatuação da geofísica terrestre na Petrobras", explicouPaulo Mendonça.

Para fazer face ao aumento de demanda, foi criada agerência de Aquisição Sísmica Terrestre, liderada pelageofísica Vânia Machado. Segundo Mendonça, a Petrobrasabrirá licitação este ano para aquisição de dados em umasérie de bacias terrestres como São Francisco, EspíritoSanto, Rio Grande do Norte e Solimões. As duas equipesficarão no eixo Sergipe, Bahia, Rio Grande do Norte.Outras demandas das unidades de negócios da empresaserão atendidas pelas prestadoras de serviços disponíveisdo mercado.

Boom - Contabilizando cinco equipes de sísmicaterrestre no Brasil, duas da Petrobras e três de empresasde serviço privadas (Brain, GDC/Grant e GeoRadar),Paulo Mendonça considera que a atividade está em alta,mas o pico ainda não foi atingido.

"Se continuarmos descobrindo óleo em terra, e temostodos os ingredientes para isso, a demanda por novosdados deve continuar aumentando. Hoje temos produçãonas bacias do Rio Grande do Norte, Sergipe-Alagoas,Espírito Santo, Bahia e Solimões. Se descobrirmos maisóleo em Urucu (Solimões) e se São Francisco der umbom resultado, romperemos um paradigma e aí teremosum 'boom' de sísmica terrestre. Estamos abrindo novas"frentes exploratórias" no mar em Jequitinhonha, Camamú-Almada e nas bacias da costa equatorial. E em terraseguiremos buscando bacias alternativas: São Francisco,Solimões e Tucano. Para a Petrobras, não há fronteirasgeográficas, só geológicas", asseverou Paulo Mendonça.

Petrobras

Um leque de oportunidades

Foto: Stéferson Faria

Fig.7: Mapa de exposição em dB calibrado para umadeterminada espécie de mamífero (20 KHz de freqüênciade pico). Fixou-se uma profundidade 20 m.

Cada arranjo e cada espécie de mamífero possuium mapa de tolerância que revela a posição em que abaleia pode situar-se seguramente em relação aoslevantamentos sísmicos. Por isso, dependendo doarranjo utilizado e da espécie de mamífero presentena área de levantamento, deverão ser confeccionadosmapas de exposição específicos para acompanhar omonitoramento destes animais.

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Presidente

Renato Lopes Silveira (SESES)

Vice-presidente

Paulo Roberto Porto Siston (Petrobras)

Diretor geral

Edmundo Julio Jung Marques (Petrobras)

Diretor financeiro

Francisco Carlos Neves de Aquino (Petrobras)

Diretor de Relações Institucionais

Carlos Eiffel Arbex Belem (Ies Brazil Consultoria)

Diretor de Relações Acadêmicas

Naomi Ussami (IAG-USP)

Diretor de Publicações

Eduardo Lopes de Faria (Petrobras)

Conselheiros

Amin Bassrei (CPGG / UFBA)

Ana Cristina Fernandes Chaves Sartori (Geosoft)

Icaro Vitorello (INPE)

Jorge Dagoberto Hildenbrand (Fugro)

José Humberto Andrade Sobral (INPE)

Jurandyr Schmidt (Schmidt & Associados)

Paulo Roberto Schroeder Johann (Petrobras)

Renato Marcos Darros de Matos (Aurizônia)

Ricardo Augusto Rosa Fernandes (Petrobras)

Sergio Luiz Fontes (Observatório Nacional)

Secretário Divisão Centro-Sul

Patrícia Pastana de Lugão (Schlumberger)

Secretário Divsão Sul

Carlos Alberto Mendonça (USP)

Secretário Divisão Nordeste Meridional

Mario Sergio Costa (Petrobras)

Secretário Divisão Nordeste Setentrional

Aderson Farias do Nascimento (UFRN)

Secretário Divisão Norte

Cícero Roberto Teixeira Régis (UFPA)

Editor-chefe da Revista Brasileira de Geofísica

Cleverson Guizan Silva (UFF)

Expediente

Secretaria executiva

Ivete Berlice Dias

Luciene Camargo

Jornalista responsável

Fernando Zaider (MTb n. 15.402)

Programadora visual

Adriana Reis Xavier

Coordenadora de Eventos

Renata Vergasta

Tiragem: 1.600 exemplares

Distribuição restrita

Sociedade Brasileira de Geofísica - SBGf

Av. Rio Branco 156, sala 2.509

20043-900 – Centro

Rio de Janeiro – RJ

Tel: (55-21) 2533-4627

Fax: (55-21) 2533-0064

[email protected]

http://www.sbgf.org.br

Diretoria da SBGf

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Homenagens

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Na vinda da primeira equipe de prospecção sísmica para oBrasil, iniciada pela United Geophysical, em 1939, estava ogeofísico norte-americano Fernando Floyd, com a missão detambém treinar o pessoal brasileiro. Quando a Petrobras iniciousuas atividades em 1954, lá estava Floyd se preparando parasua longa permanência no Brasil. Ele iniciou nos segredos dageofísica gerações de técnicos da Petrobras. O ex-diretor CarlosWalter Marinho Campos se vangloriava de ter sido um dos alunosmais aplicados de Floyd, quando este era sismologista de equipeno estado do Maranhão.

Acompanhar suas passadas na selva amazônica ou nas dunas de Barreirinhasera uma tarefa que requeria muito preparo físico. E Floyd não admitia "corpo mole",talvez lembrando de seu tempo de sargento dos fuzileiros navais americanos, os"marines", na campanha do Pacifico. À noite, no acampamento base, ficava àdisposição de todos até altas horas, ensinando os estagiários a picar sismogramas,interpretar gráficos TX de refração rasa, construir seções baseadas em registrosanalógicos, sempre pronto a ensinar, honrando o compromisso assumido por suaempresa desde o primeiro contrato no Brasil.

Floyd dominava o espanhol e o inglês, mas fez questão de aprender português esempre se dirigia aos brasileiros no nosso idioma, fato que o distinguia de seuscompatriotas. Além de haver iniciado dezenas de brasileiros nas diferentes atividadesda sísmica de campo e escritório, Floyd foi o responsável por treinar centenas debrasileiros nas funções de capataz, detonador, sondador, observador, técnico emcomputação, enfim sua influência na formação e treinamento de geofísicos de todosos níveis no Brasil foi marcante. E além do mais, foi um precursor da preservação domeio ambiente e da segurança no trabalho no final dos anos 50, décadas de 60 e 70.

Ao partir para outra dimensão, que de lá onde se encontra, possa continuarsendo o verdadeiro "doodlebugger" que gerações de geólogos e geofísicos latino-americanos aprenderam a respeitar. Vaya com Dios, Mr. Floyd. Hasta la vista!!(Roberto Breves Vianna).

Fernando Floyd (1918 - 2007)

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Nagib Chamon (1933 - 2006)

Nascido em Promissão, interior paulista, Nagib Chamon foium geofisico extremamente ativo. Formado em EngenhariaCivil pela USP, concluiu Geologia de Petróleo-CENAP, convênioPetrobras, pela UFBA. Nagib trabalhou na Petrobras,desenvolvendo atividades de geologia de superfície na Baciado Maranhão e acompanhamento da perfuração. Foi professorna Escola de Geologia da UFBA. Concluiu o mestrado naMissouri School of Mines and Metallurgy, como bolsista daFundação Fulbright.

Trabalhou na Schlumberger como Engenheiro Operador. Foi operador de todosos serviços de perfilagem elétrica em terra e plataforma, de poços abertos,revestidos, de completação, de produção etc. Foi engenheiro responsável pelocontrole de qualidade dos perfis do Centro Salvador, e interpretou os perfis noscasos mais interessantes ou anômalos. Também fez operações de perfilagem paraaplicações alem do petróleo: Projeto Potássio de Carmópolis (SE) (DNPM), Poçosartesianos em Camaçari, BA (Polo Petroquímico), etc.

Na Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM, atuou com umavariedade de métodos em geofísica terrestre aplicada à prospecção mineral e àengenharia civil. Em particular, aplicou gravimetria na investigação da área doRio Caiapó, GO, e no reconhecimento regional da anômalia gravimétrica do Chui,RS. Foi chefe da seção de Geofísica Terrestre da Nuclebrás em projetos de geofísicaaplicada à prospecção de urânio. Posteriormente trabalhou na Enge-Riodesenvolvendo trabalhos de geofísica na área de estudo de aproveitamentoshídricos, no departamento de Geologia e Geotecnia em investigações deengenharia aplicada.

Em 1988 Nagib fundou a sua própria empresa: Chamonix - Consultoria e Serviçosde Geofísica, onde trabalhou até dezembro de 2006, aplicando todos osconhecimentos adquiridos ao longo de décadas de trabalhos em geofisica. AChamonix realizou mais de mil trabalhos de investigação nas áreas de geotecnia,mineração, prospecção de água e poluição ambiental. Nagib faleceu no dia 18 dedezembro de 2006, no Rio de Janeiro aos 73 anos. Deixou sua esposa Denise, comquem viveu 46 anos, e três filhos.

Cerca de 10 brasileiros coordenarão sessões de debatesna assembléia conjunta da AGU, que será realizada entre osdias 22 e 25 de maio, em Acapulco, México. Estão previstascerca de 200 sessões técnicas, abrangendo todas as áreas daciência geofísica. A expectativa dos organizadores é deaproximadamente três mil participantes.

É a segunda vez que a AGU promove este tipo de encontrofora dos Estados Unidos e a primeira vez que ela é realizadaem um país da América Latina. Há dois anos atrás, aconteceuno Canadá, onde também está previsto para acontecer areunião de 2009.

"Esperamos que os brasileiros tenham uma participaçãomuito boa, para motivar a AGU a trazer a reunião de 2011para o Brasil", afirmou Marcelo Sousa de Assumpção (IAG/USP), um dos membros do comitê de programação do encontrode Acapulco, juntamente com Carlos Nobre (Meteorologia) eLuiz Paulo Fortes (Geodésia).

Dentre os brasileiros que se mobilizam para participar doencontro, Alberto G. Figueiredo (Lagemar/UFF) conduzirá umasessão sobre o ambiente dos rios tropicais em contraste comrios de altas latitudes, envolvendo geologia, sedimentologia,geoquímica, processos oceanográficos e interação biota/sedimento. Atenção especial será dada ao Amazonas e aos riosda Nova Guiné. A sessão foi intitulada: "Sedimentation associatedwith wet-tropical rivers: interdisciplinary linkages". De acordocom Assumpção, esta sessão deverá possivelmente promovera formulação de novos projetos de cooperação internacional.

Aderson do Nascimento (UFRN) coordenará uma sessãointitulada "Spatial and temporal fault zone evolution and fluidflow: integrating models, tools and observations"; ValériaCristina Barbosa (LNCC) coordenará a sessão: "NewDiscoveries in Magnetic and Gravity Anomaly Interpretation

Brasileiros se mobilizam para Assembléia Conjunta da AGU

Methodologies and Their Innovative Application for Geologic,Environmental, Exploration and Planetary Scale Potential-fieldData", que terá a participação de Carlos Alberto Mendonça(IAG/USP) como palestrante.

A sessão que marcará os 50 anos, completados em 2007,dos primeiros estudos paleomagnéticos da América Latina serácoordenada por Ricardo Trindade (IAG/USP), e terá a presençade especialistas para debater sobre as conquistas, problemase perspectivas dessa área. Amauri Fragoso Medeiros(Universidade Federal de Campina Grande) sereá ocoordenador da sessão: "Multi-Instrument Studies ofMesosphere-Thermosphere-Ionosphere Coupling Processes atLow Latitudes". João Francisco Galera Mônico, da FCT/Unesp,coordenará a sessão "Atmospheric effects and modeling relatedto Global Navigation Satellite System (GNSS) signals".

Maiores informações sobre a programação estão no sitewww.agu.org/meetings/ja07 .

Page 16: Boletim1_2007_SBGF_Homenagem a Fernando Floyd Da United Geophysical

BOLETIMPublicação da Sociedade Brasileira de Geofísica - Número 1/2007

Agenda 2007

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Confira nesta edição:

� 10º Congresso Internacional da SociedadeBrasileira de Geofísica (CISBGf)Promoção: Sociedade Brasileira de Geofísica19 a 22 de novembroRio de Janeiro - RJInformações: http://congresso.sbgf.org.br/

� II Simpósio de Geologia do SudestePromoção: Sociedade Brasileira de Geologia /Núcleos Regionais MG, RJ/ES e SP1 a 4 de novembroDiamantina - MGInformações: (+55 31) 3224-4097

� Congresso Brasileiro de GeoquímicaPromoção: Sociedade Brasileira de Geoquímica21 a 26 de outubroAtibaia - SPInformações: (+55 21) 2283-3490

� Congresso Anual da SEGPromoção: Society of Exploration Geophysicists23 a 28 de setembroSan Antonio, TX, EUAInformações: www.seg.org

� Congresso Brasileiro de MineraçãoPromoção: Instituto Brasileiro de Mineração23 a 28 de setembroBelo Horizonte - MGInformações: www.ibram.org.br

� 69º Congresso e Exposição Anual da EAGEPromoção: European Association of Geoscientists & Engineers11 a 14 de junhoLondres - Reino UnidoInformações: www.eage.org

� 9º Congresso Internacional da Associação deGeólogos da JordâniaPromoção: Jordanian Geologists Association2 a 5 de abrilAman - JordâniaInformações: www.jo-geologists.com/english/GeoEng.asp

� Offshore Technology Conference - OTC 2007Promoção: OTC30 de abril a 3 de maioHouston, TX, EUAInformações: www.otcnet.org

� Convenção e Exposição Anual da AAPG'Entendendo os sistemas da Terra'Promoção: American Association of Petroleum Geologists1 a 4 de abrilLong Beach - Califórnia - EUAInformações: www.aapg.org/longbeach/

� II Convenção Cubana de Ciências da TerraPromoção: Sociedad Cubana de Geología20 a 23 de marçoPalácio de Convenciones: Havana - CubaInformações: www.scg.cu/geociencias.htm

� Offshore West Africa Conference & Exhibition20 a 22 de marçoAbuja - NigériaInformações: www.offshorewestafrica.com

� AGU Joint AssemblyAssembléia conjunta da União Geofísica Americana AGU21 a 25 de maioAcapulco - MéxicoInformações: www.agu.org

� 4th Geological Conference of Trinidad &TobagoExploração no Caribe - planejando o próximo século17 a 22 de junhoPort-of-Spain - Trinidad & TobagoInformações: www.gstt.org e [email protected]

� AAPG International ConferencePromoção: American Association of Petroleum Geologists4 a 7 de novembroPorto RicoInformações: www.aapg.org

� SPE Annual MeetingPromoção: Society of Petroleum Engineers11 a 14 de novembroAnaheim, Califórnia, EUAInformações: www.spe.org

Antes da SBGf organizar seu primeiro evento bianual, nos anos de 1980, o acesso dacomunidade brasileira a congressos internacionais de Geofísica era bastante reduzido.Questões financeiras e logísticas limitavam a divulgação dos trabalhos de especialistas locais,muitas vezes restritos aos domínios dos próprios departamentos ou institutos de pesquisa.

Os congressos da SBGf passaram a ser então um fórum privilegiado para a divulgação depesquisas e produtos. A participação freqüente de renomados especialistas da indústria epesquisadores da academia criou um clima favorável ao intercâmbio e possibilitou ampliaras fronteiras de pesquisa e aplicação, focalizando-as conforme as tendências tecnológicas edemandas do mercado mundial. Permitiu ainda que parte da comunidade de pesquisadoresinternacionais tomasse conhecimento das pesquisas aqui realizadas.

Hoje em dia, mesmo com a globalização, os recursos da internet e o fácil acesso à informação,os congressos internacionais de Geofísica ainda são os meios mais eficientes de divulgaçãode pesquisa e exposição de produtos. É a melhor maneira de se atingir um grande públicoespecializado num curto intervalo de tempo. É uma ótima oportunidade de expor novasidéias e fazer bons negócios.

O Congresso Internacional da SBGf está entre os maiores do mundo na área de Geofísicae é considerado o maior da América Latina. O tema do 10º CISBGf, "UNVEILLING THEEARTH", é revelador da abrangência do evento, que cobre todas as áreas da Geofísicavoltadas para o entendimento e a exploração do Planeta Terra. Assim, o Rio de Janeiro

em novembro receberá as comunidades brasileirae internacional para juntas conhecerem

os avanços tecnológicos daGeofísica. Imperdível

para os profissionaisque desejam

manter-seatualizados.

Página 2

� Fernando Floyd

Homenagens

� Nagib Chamon

Páginas 6 e7

Notas

� IX Escola de Verão

� Divulgando a Geofísica

� Mudanças Climáticas eRecursos Hídricos

� Geofísica brasileiraem destaque

� Sercel promove curso

Geofísica com charme e talentoAntigamente as mulheres não eram bem vindas nos trabalhos de campo. Hoje nãohá mais limites para a progressão de profissionais do grupo feminino. Seis geofísicascontam o que fazem para vencer numa profissão que já foi exclusivamentemasculina. (p.8)

Na estréia da coluna de artigos técnicos, o geofísicoMarcos Gallotti (Petrobras) escreve sobre ascaracterísticas dos arranjos de airguns como fontesísmica marítima e seus efeitos nos mamíferosmarinhos. (p.12)

Efeitos dos airguns nas baleias

Desvendando a Terra

Cercada por colegas de trabalho, Andréa França da Codemig coordena aerolevantamentos

Página 4

� Statoil do Brasilaposta no longo prazo

Operadora

� Bahia ganha mapametalogenético digital

Página 5

Mineração

Página 3

� Petrobras: um leque deoportunidades

Mercado de trabalho

� RBGf está em dia

Página 11

Publicações

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rança

� Simpósio: Mudanças Climáticas e Impacto nosRecursos HídricosUniversidade Federal do Pará22 e 23 de marçoBelém - PAInformações: www.ufpa.br

� Inovações nos métodos EM, Grav e Mag: Uma novaperspectiva para ExploraçãoPromoção: SEG/EAGE LC Italy16 a 18 de abrilCapri - ItáliaInformações: www2.ogs.trieste.it/egm2007/

� Óleos pesados: Monitoramento da produção ecaracterização de reservatóriosFórum de Produção e Desenvolvimento da SEG29 de julho a 2 de agostoEdmonton - CanadaInformações: www.seg.org/meetings/dp2007/

� Vitória Oil & GásPromoção: Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás - IBP16 a 18 de abrilVitória - ESInformações: (21) 2112-9080 / [email protected]

� Brasil Offshore19 a 22 de junhoCentro de Convenções - Macaé - RJInformações: (11) 3816-2227

� 4ª Conferência Internacional de EngenhariaGeotécnica de Terremotos25 a 28 de junhoThessaloniki - GréciaInformações: www.4icege.org/

� 13th Latin Upstream 200717 a 18 de abrilRio Sheraton Hotel - Rio de JaneiroInformações: www.petro21.com/

� Fenapetro - Feira Nacional de Petróleo e Gás27 a 30 de marçoVitória - ESInformações: (21) 2532-4551 / [email protected]