botocudos

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Indios botocudos

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Otronco macro-j umtronco lingusticocuja constituio ainda permanece consideravelmente hipottica. Teoricamente, estende-se pelos estados brasileiros doRio Grande do Norte,Cear,Paraba,Maranho,Par,Bahia,Gois,Mato Grosso,Mato Grosso do Sul,So Paulo,Minas Gerais,Paran,Santa CatarinaeRio Grande do Sul.

ndice[esconder]1Histrico

2Povos e lnguas do tronco macro-j

3Influncia na lngua portuguesa

4Ver tambm

5Referncias

6Ligaes externas

Histrico[editar|editar cdigo-fonte]A partir dodescobrimento do Brasilpelosportugueses, em 1500, os europeus passaram a ter um grande contato com as tribostupis-guaranisque estavam espalhadas por praticamente toda a costa brasileira. Os tupis-guaranis chamavam os indgenas de fala diversa sua detapuia que, em sua lngua, significava "inimigo". Este vocbulo foi incorporado pelos europeus, que passaram a considerar que, no pas, havia apenas duas grandes naes indgenas: a tupi-guarani e a tapuia.Os tapuias, considerados pelos europeus como mais primitivos e de catequese e conquista mais difceis, foram duramente combatidos e exterminados e muitos dos povos e tribos ento existentes desapareceram de forma to completa que sequer existe registro direto de sua existncia.No sculo XIX, o cientista alemoCarl Friedrich Philipp von Martiuspercorreu grande parte do territrio brasileiro e props uma diviso dos ndios brasileiros segundo um critrio lingustico. Baseado nesse critrio, ele criou o grupo g, que englobava tribos que falavam lnguas semelhantes e que costumavam autodenominar-se utilizando a partculag, que significava "pai", "chefe" ou "antepassado"'. Um nome alternativo, segundo o prprio Martius, seriacram, pois, nesse grupo, tambm era muito utilizada a partculacran("filho", "descendente") para a nomeao das tribos. Grande parte das antigas tribos tapuias estava englobada pelo grupo g1.J no comeo dosculo XX, os antroplogos passaram a rejeitar o nome "tapuia" e adotaram a denominao de "gs" para este outro grupo de famlias lingusticas. Em 1953, aAssociao Brasileira de Antropologiaadotou a forma "j" em substituio a "g"2. Com areforma ortogrfica, que preconizava o uso de "j" em vez de "g" para os termos oriundos das lnguas indgenas brasileiras, a palavra "g" passou a ser grafada "j".. TRONCO LINGUSTICO TUPIDe acordo com Rodrigues (2001) o Tupi a lngua que abarca a maior parte do territrio nacional, com registros de ocorrncia no Amap e norte do Par; no Paran, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; no litoral atlntico e ainda em Rondnia, assim como nos principais afluentes meridionais do rio Amazonas, no Madeira, no Tapajs, no Xingu e tambm no Tocantins e Araguaia. O tronco lingustico Tupi constitudo por dez famlias lingusticas para as quais admitida uma origem pr-histrica comum. Estas famlias so reconhecidas como aparentadas geneticamente num nvel mais remoto, constituindo um conjunto de conjuntos, a que se chama tronco lingustico, nesse caso o tronco Tupi. Essas dez famlias so as seguintes: Arikm (AR), Awet (AW), Jurna (JU), Maw (MA), Mond (MO), Munduruk (MU), Purubor (PU), Ramarma (RA), Tupar (TU) e Tupi-Guarani (TG). A lngua Tupi-Guarani um grupo lingustico que se divide em oito sub-grupos, e um deles pertence aos Tupinambs, sendo suas caractersticas mais Tupi do que Guarani.3. TRONCO LINGUSTICO MACRO-JO tronco lingustico Macro-J abrange doze famlias e tem uma peculiaridade hipottica, devido ao seu descobrimento recente e poucas pesquisas relacionadas ao mesmo. De acordo com Boswood (1973) Lvi-Strauss e Nimuendaj afirmam que os grupos J ocupam a metade leste do planalto Brasileiro. Para Rodrigues (1999) o Macro-J tem lnguas distribudas desde o Maranho at o Rio Grande do Sul, a Aruak no oeste e no leste da Amaznia, em Mato Grosso e em Mato Grosso do Sul, e a Karb ao norte do rio Amazonas, nos estados do Amazonas, Roraima, Par e Amap, mas com algumas lnguas ao sul daquele rio, ao longo de seu afluente Xingu, nos estados do Par e Mato Grosso.Botocudosfoi uma denominao genrica dada peloscolonizadores portuguesesa diferentesgrupos indgenaspertencentes aotronco macro-j(grupo notupi), de diversas filiaeslingusticase regies geogrficas, cujos indivduos, em sua maioria, usavambotoqueslabiais e auriculares. Tambm chamadosaimors, eram numerosos na poca das primeiras incurses do homem branco, distribuindo-se pelo sul daBahiae regio do vale dorio Doce, incluindo o norte doEsprito Santoe Minas Gerais.1Ainda h grupos remanescentes, nas bacias dos RiosMucuriePardo.

Os chamados botocudos eram considerados muito agressivos e sofreram perseguio implacvel pelo homem branco, desde a sua chegada, nosculo XVI, at o incio dosculo XX.3Consta que atacavam aldeias dospurisougoitacases, seus adversrios tradicionais, como tambm as caravanas de viajantes e as fazendas desesmeiros, incendiando o que encontravam no caminho. Segundo algumas fontes, tinham o costume daantropofagia.[carecede fontes]

Chefe de botocudos, Giulio Ferrario, ca. 1830Alguns grupos sobreviveram at osculo XXnas matas localizadas entre orio Jequitinhonhae o vale dorio Doce, nos Estados daBahia, deMinas Geraise doEsprito Santo. Os remanescentes dos grupos que viviam nos rios Mucuri e Jequitinhonha foram reunidos na misso deItambacuri, em Minas Gerais, onde desapareceram. Os grupos do rio Doce, pacificados em1911, foram recolhidos a postos situados no Esprito Santo e em Minas Gerais. Os botocudos so tambm chamados aimors, boruns ou guerens.O ndio Pokrane, segundo o historiador Jonathas Duro, foi usado pelo catequizador Guido Thoms Marlhire, Ele fez a ponte de ligao entre a civilizao e a barbrie. A Coroa Imperial iniciou uma catequese dos brvios de Minas e quando os tinha mansos, iniciou um processo de extermnio e genocdio sem precedentes na histria do Brasil, culminando com o extino quase que completo dessa nao indgena.

A descrio e os costumes[editar|editar cdigo-fonte]

Botocudos atravessam rio aps caadaA meno do seu nome e a conotao de que seus botoques desfiguravam o rosto despertaram, na mente do colonizador portugus, imagem de fealdade e inimizade, num esteretipo no coincide com as descries. J no sculo XVI eram considerados maiores e mais robustos que os outros. Mas os estudiosos os apresentaram como fortes, ora como musculosos, ora como bem conformados, geralmente baixos, decaixa torcicalarga e achatada na parte anterior, tronco alongado, mos e ps pequenos, pernas finas e pescoo curto. O crnio do homem apresentava uma fronte baixa e s vezes bastante inclinada para trs, o occiptal deprimido e as tmporas ligeiramente conexas.Observou-se tambm que sua altura era mediana e no baixa, como se dizia, o que parece mais com a realidade. O prncipeMaximiliano de Wiedos considera "mais bonitos que os demais" eSaint-Hilaireafirma que se esquece sua feira "por uma fisionomia mais franca" (que a dos ndios das outras tribos) e um "ar de alegria". Tm ps delicados, mos fortes e so espadados. No h acordo, tambm, quanto cor. Uns os declararam canela-claro; outros, amarelo para o pardo, em virtude do "sol e da sujeira". As orelhas e os lbios inferiores so deformados pelos botoques, discos brancos feitos, em geral, de madeira leve da barriguda (Bombaxventricosa), secados ao fogo, de tamanho variado, chegando at 12 centmetros. Andam geralmente nus, sendo que alguns homens usam estojo peniano de folhas tranadas deissaraa que do o nome degincann.

As casas, devido s constantes caminhadas dos membros da tribo, eram de rpida feitura, em geral folhas de palmeiras encostadas aos pares, onde os poucos utenslios domsticos (vasilhas de taquarau para gua ou cachaa) ficavam ao cho, onde tambm dormiam.

A famlia era poligmica. O casamento resultava da vontade dos cnjuges e de seus pais, independente de cerimnia. Acabava-se facilmente. As mulheres e os filhos trabalhavam arduamente e obedeciam ao marido e ao pai. Alm da coleta e da pesca, competia mulher a construo da choa e o transporte de volumes, inclusive os filhos pequenos, carregados s costas ou pelas mos. Quanto religio, no h muitos registros sobre os seus sistemas de crenas. Havia entre eles um exorcismo para afastar dos mortos os demnios (pequenos e grandes) com fogueiras acesas perto do tmulo, geralmente por parentes. A lua era venerada como Iam