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Ubirajara Godoy Bueno

Botoníssimo - Vol. 3 - 2014 - Bb - 2015 Xyz - A Ko

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Botonissimo vol 3

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  • Ubirajara Godoy Bueno

  • BOTONSSIMO, O LIVRO DO FUTEBOL DE MESA VOL. 3 2014 UBIRAJARA GODOY BUENO

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    BOTONSSIMO

    O LIVRO DO FUTEBOL DE MESA

    VOLUME 3

    Ubirajara Godoy Bueno

    2014

  • BOTONSSIMO, O LIVRO DO FUTEBOL DE MESA VOL. 3 2014 UBIRAJARA GODOY BUENO

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    CAPA

    Elaborao, montagem e fotografia: Ubirajara Godoy Bueno

    Feitura e significado simblico Pastilha, dado, disco e bola, usa-dos em algumas das modalidades do futebol de mesa, foram sobre-postos e fixados na parte posterior com uma haste delgada de metal e fita adesiva. As peas, assim combinadas, emolduradas por um boto estilizado, ilustram o futebol de mesa em suas diferentes re-gras, mas expresso simbolicamente como um todo. A estampa de fundo foi criada pela imagem duplicada da superfcie de uma mesa de jogo.

    U bi r a j a r a G o d o y B ue no

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    Muitos contriburam com informaes valiosas para a compo-sio deste livro, assim como foram de grande valia os registros em antigos jornais, revistas e outros documentos de onde compilei da-dos importantes.

    Colaboradores para o Botonssimo volume 3

    Agradecimentos

    Adauto Celso Sambaquy, Agnaldo Percoraro, Eduardo Lemos, Filipe Seixas, Geraldo Atienza, Givanildo Fernandez, Harutium Muradian, Igor Godoy Bueno, Joo Batista Rangel Junior, Jos Jorge Farah Neto, Jos Roberto Primo, Nata-lia Mazetto, Rafael Domingos Barricelli, Renato Pinheiros de Souza (Barthez), Roberto de Lara Rodrigues (Robertinho).

    Reviso de texto: Igor Godoy Bueno. (reviso parcial)

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    Ao escrever este livro, no visei qualquer retorno financeiro; justificou o meu trabalho to somente o propsito de preservar a his-tria do futebol de mesa para a posteridade, antes que o tempo a-pague irremediavelmente o que hoje ainda pode ser recolhido da memria dos botonistas mais antigos e dos registros impressos e fotogrficos cada vez mais dispersos e ilegveis. No apenas reco-lher informaes, mas analisar, selecionar, organizar e salvar de forma segura. Alm da histria do botonismo, outras matrias foram inclu-das, as quais julguei de interesse dos leitores. Certamente o conte-do deste livro no esgota o muito que se tem para contar do futebol de mesa.

    Botonssimo um livro participativo

    Para incluses, complementaes, retificaes e comentrios, utilize o e-mail: [email protected]

    Ajude a preservar a histria do futebol de mesa.

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    Os textos e ilustraes apresentados neste livro po-dem ser inseridos livremente em outras publicaes, desde que o contedo no seja alterado e a fonte devidamente cita-da, no apenas para o cumprimento das leis dos direitos au-torais, mas tambm para possibilitar o rastreamento das in-formaes. Cpias derivadas devem conservar os crditos da obra original. Porm, mesmo citando-se a fonte, este ma-terial no deve ser usado com fins lucrativos, exceto se au-torizado formalmente pelo autor.

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    NDICE (conciso)

    Capa ............................................................................................................... 01

    Folha de rosto .................................................................................................. 02

    Elaborao da capa ......................................................................................... 03

    Agradecimentos (colaboradores) ................................................................. 04 Apresentao.................................................................................................... 05

    ndice ..... ........................................................................................................ 07 Arco e Flecha & Futebol de Mesa ..................................................................... 08

    Centenrio do Futebol de Mesa Brasil ............................................................09

    Mais uma pitada de histria .............................................................................. 11

    Regras evoluram e multiplicaram-se ............................................................. 16

    Que Golao ...................................................................................................... 28

    Bola 12 toques ................................................................................................. 36

    Bola 3 toques ................................................................................................... 39

    A modalidade dadinho ...................................................................................... 45

    Sectorball ........................................................................................................ 48

    Subbuteo ......................................................................................................... 51

    Modalidade Pastilha.......................................................................................... 55

    Futebol de Mesa no Chile ................................................................................. 57

    Game e Boto................................................................................................... 64

    Robertinho - entrevista ..................................................................................... 75

    Os Super Heris no Futebol de Mesa humor especial - ..................................83

    Catalogao dos artigos esportivos .................................................................. 88

    Goleiros para treinos ........................................................................................ 94

    Mitos e Verdades ............................................................................................. 98

    Sobre os botes e suas medidas .....................................................................109

    Final ............................................................................................................... 164

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    Arco e Flecha & Futebol de Mesa

    alguns anos, quando comecei a praticar arco e flecha, sem abando- nar o futebol de mesa, iniciei meu treinamento em companhia de um amigo com certo conhecimento prtico. Procurando obter mais informaes sobre o esporte, importei alguns li-vros, uma vez que a literatura sobre o assunto em portugus era escassa (atu-almente a Internet supre, em parte, esta carncia). Fiquei maravilhado com a quantidade e diversidade de artigos. A histria fascinante da evoluo do arco e flecha, o que representou em cada perodo, servindo como instrumento de caa, arma de guerra e finalmente transforman-do-se num esporte, hoje presente nas olimpadas. Tipos de arcos, as partes que compem suas estruturas, com descries detalhadas sobre a funo de cada uma delas. Especificaes das flechas, recomendaes sobre as penas, pontas e rabeiras. Potncia das lminas e as setas compatveis, informaes sobre a puxada, ancoragem, posicionamento do nock. Tiros com mira e instinti-vo. Clculos das parbolas, etc. Fiquei a imaginar por que no dar igual trata-mento ao futebol de mesa. Enriquecer a sua histria vasculhando o seu passa-do em busca de novos registros, corrigir equvocos. Tratar sobre a estrutura do boto, das dimenses e funes; catalogar os modelos atuais e do passado, dando-lhes nomes e informar sobre as suas caractersticas, criando assim uma diferenciao clara entre eles. Criar uma linguagem comum de fcil entendi-mento entre botonistas e fabricantes. E por que no, a exemplo de certos es-portes, abordar a fsica e a matemtica para uma melhor compreenso do fun-cionamento do jogo. A cincia do futebol de mesa. Tudo isto enriquecido com entrevistas, dicas de jogadores experientes, curiosidades, humor, entre outras coisas. Disposto a oferecer este incremento ao futebol de mesa, tomei flego para pesquisar, indagar, entrevistar, estudar, questionar. Foi assim que nasceu o Botonssimo trabalho iniciado em 1996. A inteno era de apenas um ou dois volumes, mas, diante de tanto para tratar, somado a uma dose de entusiasmo, o plano de obra foi fixado em seis livros. No sei se vou alcanar meu objetivo em extenso e qualidade. Se no for possvel, talvez o futebol de mesa possa contar com outros historiadores dispostos a fortalecer o que plantei ou realizar um plantio mais amplo e aprimo-rado, aproveitando, pelo menos, a terra que revolvi.

    Ubirajara Godoy Bueno

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    CENTENRIO DO FUTEBOL DE MESA BRASILEIRO?

    eria formidvel comemorarmos os cem anos de existncia do futebol de mesa no Brasil. Porm, parece no haver do-cumento de sua estreia em nosso pas. Consta que era praticado no clube America, RJ, em 1917, conforme a ata do clube (o mais antigo registro sobre o jogo disponvel at o momento detalhes no Botonssimo, vo-lume 2). Mas no sabemos se esta data corresponde ao incio do fu-tebol de mesa no Brasil ou se j era praticado h algum tempo no Rio de Janeiro ou em outras regies e acabou sendo aproveitado pelo America como opo de lazer aos associados. Diante da possi-bilidade de sua existncia no Brasil antes de 1917, o mais provvel ter surgido aps 1910, quando a popularidade do futebol de cam-po se consolidou entre os brasileiros. Uma participao cada vez mais intensa de torcedores e jogadores de todas as classes sociais desfaz o elitismo que at ento se impunha no esporte. Podemos deduzir que era a ocasio propcia para a criao do jogo de boto ou sua adoo caso tenha vindo de outro pas, uma vez que o ele-

    CEM ANOS DO FUTEBOL DE MESA

    BRASIL

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    mento motivador estava efetivamente presente no esprito de mui-tos. Quando penso na estreia do futebol de boto no Brasil, ocorre-me o ano de 1915 por situar-se entre a poca em que o futebol de campo comeou a se popularizar entre os brasileiros e prximo da data registrada pelo clube America, somado ao fato de distar exata-mente quinze anos da primeira publicao em nosso pas sobre as regras do futebol de boto*. Mas certamente apenas uma escolha entre outras opes possveis.

    *Regras, publicada em 1930 por Geraldo Cardoso Dcourt (mais detalhes no prximo captulo).

    No tenho a pretenso de escolher o ano para se comemorar o centenrio do futebol de mesa no Brasil, apenas o desejo de cele-brar este acontecimento.

    1917 Jogo de boto no

    clube America, RJ

    1905 1910 Futebol de campo comea a se tornar popular no Brasil

    1911 1917 Jogo de boto.

    Incio de sua prti-ca no Brasil.

    2015 Centenrio do

    Futebol de mesa. BRASIL

    Perodo em que o futebol de mesa estreou no Brasil.

    Isto fato

    Isto fato

    Data sugerida

    1908

    2017 100 anos de futebol de mesa no Brasil pelo menos.

    Em conformidade com registros histricos.

    Isto fato

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    Mais uma pitada de histria

    Futebol de Mesa

    (Novos dados para a cronologia iniciada no volume 1)

    1940 Lenine Macedo de Souza e seus amigos desenvolvem, a partir da Re-gra de Futebol Celotex ( 1 toque somente para cada jogador ), as bases embri-onrias da futura Regra Gaucha. , oficializada em 1961.

    1959 Na Bahia adotada oficialmente a regra 1 toque, por ocasio da fun-dao da AFMA Associao de Futebol de Mesa de Alagoinhas ( a mesma regra que era praticada no Rio Grande do Sul, mas de uma maneira um pouco diferente quanto as normas e os artigos esportivos). Apesar das diferenas, se-gundo o botonista e historiador Enio Seibert, fora igualmente concebida com base no futebol Celotex.

    1961 A Regra Gacha oficializada o que motivou a fundao da primeira Federao oficial brasileira de Futebol de Mesa em Porto Alegre, RGS.

    1965 ( 01 - julho) - nas dependncias do Diretrio Acadmico "Amaro Caval-canti",da Faculdade de Cincias Econmicas de Caxias do Sul, foi fundada a Liga Caxiense de Futebol de Mesa dentro da Regra Gacha. A liga foi presidida por Adauto Celso Sambaquy.

    1967 (19 janeiro) Elaborao da Regra Brasileira (fuso da regra gacha com a Baiana). Comisso mista de gachos e baianos chegaram a um consenso na redao final, fazendo adaptaes tanto da regra praticada na Ba-

    hia quanto na regra praticada no Rio Grande do Sul. Figuram como ca-beas do movimento Oldemar Seixas, pela Bahia, e Adauto Celso Sambaquy, pelo Rio Grande do Sul.

    Aconteceu na Sede da Liga Baiana de Futebol de Mesa, em Salvador

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    1970 Primeiro Campeonato na Regra Brasileira realizado em Salvador. Modalidade consolidada. (registro j citado no Botonssimo, volume 2) 1973 (02-novembro) Primeiro passo em direo a criao da Federao Gacha de Futebol de Mesa.

    No Clube Harmonia, na cidade de Canguu, com a presena de 27 tcnicos, de 13 cidades gachas realiza-se o I ESTADUAL DE FUTEBOL DE MESA, disputado na regra brasileira. Nesta oportunidade surgiu o primeiro embrio da FGFM, gerado na Assembleia Geral da competi-o, onde ficou decidido, por proposio de Adauto Celso Sambaqui, a criao de um rgo que coordenasse as diversas Ligas j existentes praticantes da regra brasileira no Rio Grande do Sul. Foi aprovado, por unanimidade, que este rgo teria sede em Caxias do Sul e ado-taria o nome de UNIO DAS LIGAS DE FUTEBOL DE MESA DO RIO GRANDE DO SUL.

    1978 (17 outubro) Fundada a Federao de Futebol de Mesa do Rio de Janeiro FEFUMERJ (ainda sem regularizao), sob a presidncia de Joo Paulo Mury.

    1979 (15 novembro) - Fundada a Associao de Futebol de Mesa de Porto Alegre AFUMEPA. Principal finalidade: organizar e divulgar a Regra Brasilei-ra na cidade de Porto Alegre.

    1981 (fevereiro) A modalidade 3 toques, aps um perodo de estudos (ini-ciado em 1978), tem sua regra definida e oficializada.

    1982 (24 abril) Na Sociedade Italiana Anita e Jos Garibaldi em San-tana do Livramento, foi fundada a Unio Gacha de Futebol de Mesa,

    a qual sucedeu a Unio das Ligas de Futebol de Mesa do Rio Grande

    do Sul, iniciada em 1973. Novo passo em direo a criao da Federao.

    1984 - 1985 grupo de botonistas de vrios clubes, filiados a federao, que no dispunham de espaos suficientes para abrigar os praticantes, por meio do botonista Sidnei Jos Railo conseguem um local na Vila Maria Zlia. Os boto-nistas, liderados por Harutiun Muradian, fundam o departamento de Futebol de Mesa da Sociedade Amigos de Vila Maria Zlia. Inicialmente com apenas 6 mesas, cresceu e se consolidou ao longo do tempo. A equipe Maria Zlia uma das mais importantes na regio de So Paulo

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    1985 Neste ano nascia na Rua Inocncio de Carvalho, bairro do Tororo, a Federao Baiana de Futebol de Mesa que logo providenciou encaminhar documentao para o Conselho Nacional de Desporto para o reconhecimento do Futebol de Mesa como esporte, o que aconteceria em 1988.

    1985 Unio Gacha de Futebol de mesa nova direo e com objetivo prio-ritrio - (ver comentrios).

    Em 1985 eleito como presidente Gilbo Langaro Mendes, tendo como vice-presidente Srgio de Oliveira. Esta nova direo da UGFM tinha como meta principal de sua gesto a fundao da Federao Gacha de Futebol de Mesa e atinge seu objetivo no dia 11/01/86, em reunio realizada no Campestre Tnis Clube, na cidade de Passo Fundo, onde foi aprovado o Estatuto de fundao da FEDERAO GACHA DE FUTEBOL DE MESA, que foi publicado no Dirio Oficial do Estado do dia 17/02/86 e registrado no Cartrio de Re-gistros Especiais da Comarca de Passo Fundo no livro A, n 3 , folhas 80 verso e 81, sob n 1041 em 30/07/86.

    1986 (11 de janeiro) Fundada a Federao Gacha de Futebol de Mesa.

    2002 A modalidade Dadinho comea a ser disputada organizadamente.

    2005 (?) Modalidade Pastilha - Primeiro campeonato estadual. Campeo individual: Marcelo Lages, do Vasco da Gama; Equipe campe: Associao Friburguense

    2007 Antonio de Franco Neto, Antonio Ramondetti De Franco, Jos Cassio Erbiste, Jos Jorge Farah Neto e Paulo Salvador Perrotti, viajaram para Hungria a fim de iniciar os Europeus na regra 12 toques e disputar, pela primeira vez, o Mundial de Sectorball. O primeiro contato com a Hungria aconteceu em 2005.

    2007 Criada a Liga Gacha de Futebol de Mesa que at os dias de hoje vem unindo os praticantes da Regra Gacha. A regra gacha, aps a fuso com a baiana na criao da Regra Brasileira, continuou existindo e praticada tal qual.

    2009 Entra em fase experimental a modalidade Dadinho, na tutela da FE-FUMERJ - Federao de Futebol de Mesa do Rio de Janeiro.

    2009 (maro) A FISTF - Federation International of Sports Table Football ofi-cializou a admisso do Brasil, atravs da LBS - Liga Brasileira de Subbuteo.

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    2009 Sectorball. Jogadores brasileiros voltam a participar dos Campeonatos Mundiais realizados na Europa, o V da srie.

    2009 (25/04) O Departamento de Futmesa do Bangu AC promoveu o primei-ro evento experimental de Subbuteo no Brasil, com a disputa de um Torneio Incio entre seus atletas, vencido por Bruno Coutinho.

    2009 (26/07) Na sala da Diviso de Futebol de Mesa do Club de Regatas Vasco da Gama foi realizado o 1 torneio interno de SUBBUTEO no clube, a competio foi vencida por Marcelo Lages.

    2010 (17-04) Realizado o I Satellite pela Liga Brasileira de Subbuteo. A compe-tio foi formalizada junto FISTF - Federation International Sports Table Foot-ball e contou pontos para o ranking internacional. Nela estiveram presentes a-tletas da LAFM - Liga Argentina de Ftbol de Mesa. Jos Antnio do CR Vasco da Gama foi campeo. Marcelo Lages ficou com a 2a colocao, Murcilli foi o 3 colocado e Igor Monteiro completou o pdio com a 4a colocao.

    2011 1 Campeonato Brasileiro de Sectorball, - realizado nas dependncias da Diviso de Futmesa do CR Vasco da Gama, no Estdio de So Janurio (RJ). A ocasio se mostrou to importante que o prprio Horvth Imre, Presi-dente da ISBF, deslocou-se da Hungria para acompanhar o evento.

    2011 A modalidade Dadinho reconhecida oficialmente no Brasil pela CBFM (Confederao Brasileira de Futebol de Mesa)

    2011 (4, 5 maio) - Disputada em Curitiba, no Ginsio do Clube Curitibano, a 1 Copa do Brasil de Dadinho, que apresentou a vitria do atleta Brayner Wertmuller do C.R. Vasco da Gama do Rio de Janeiro.

    2012 Foi a vez de o Brasil sediar o Campeonato Mundial de Sectorbaal na cidade do Rio de Janeiro. Foi a primeira que esta competio foi realizada fora da Europa. Nesta terceira participao de jogadores brasileiros, os resulta-dos foram animadores.

    2014 Modalidade 12 toques inicia o ano utilizando bolinha de micro fibra, escolhida entre as concorrentes de EVA e flocada. Antes da escolhas, todos os tipos foram avaliados nos ultimos meses de 2013.

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    Criao e desenho: Ubirajara Godoy Bueno

    Nos primrdios do futebol de mesa, quando botes de roupa eram usados como peas de jogo, Geraldo Car-doso Dcourt seguiu, abordou e pediu a uma senhora um dos botes do seu casaco. Foi atendido pela gentil tran-seunte e ganhou um zagueiro para o seu time.

    Episdio relatado por Dcourt durante uma de nossas conversas

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    REGRAS evoluram e multiplicaram-se

    m 1930, Geraldo Cardoso Dcourt, com 19 anos, apaixonado pelo futebol de boto desde criana, resolve criar uma forma organizada e padronizada para a prtica do jogo. Reformula as nor-mas adotadas na poca e, com recursos prprios, publica seu traba-lho num livrete intitulado Regras Oficiaes Foot Ball Celotex, nome que deu modalidade para melhor identificar a sua nova roupagem. O livrete foi colocado venda em bancas de revistas do Rio de Ja-neiro, da ento Capital Federal. Dcourt procura reforar a divulga-o em vrios jornais: A Noite, A Ordem, Dirio da Noite, A Ba-talha, O Globo, Rio Esportivo, A Noite Sportiva, Dirio de Not-cias, e as revistas A Noite Ilustrada, suplemento de O Cruzeiro (impressos em rotogravura), todos produzidos no Rio de Janeiro, mas com boa circulao nas principais capitais de vrios estados. Paralelamente, Dcourt promove o esporte realizando torneios.

    Provavelmente esta obra de Dcourt foi a primeira publicao do gnero no Brasil, pois no se conhece nenhuma outra produzida anteriormente. No devemos valorizar o livro e seu autor apenas por este fato, embora tal pioneirismo seja o bastante, mas por significar o enaltecimento do jogo por meio de um registro impresso e ampla-mente difundido. Era o primeiro passo em direo ao longo caminho que levaria, anos mais tarde, ao reconhecimento da modalidade como esporte, ocorrido em 1986 pelo CND Conselho Nacional dos Desportos. No exagero dizer que a histria do futebol de mesa no Brasil pode ser dividida em dois segmentos: antes e aps o Celo-tex. Mas como eram as regras antes do Celotex? Uma vez que o futebol de boto uma simulao do futebol de campo, a maneira de se jogar, desde a criao do jogo, seguia, na medida do possvel, regras similares.

    (...) Na ocasio (1919) adotamos as mesmas regras do futebol de campo. (...) Trecho da entrevista com Delphim Ferreira da Rocha Netto (Piracicaba, SP)

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    Supe-se que certos detalhes diferiam de uma regio para ou-tra onde a modalidade era praticada sem obedecer a uma padroniza-o.

    E quanto ao nmero de toques por jogador? detalhe que seria o principal diferencial entre outras regras criadas posteriormente.

    Em meus encontros com Dcourt e Rocha Netto, no conver-samos sobre o nmero de toques por jogador antes do Celotex e desconheo qualquer registro a respeito. Contudo, possvel con-cluir que se adotava 1 toque por jogador. Vejamos o que nos leva a esta concluso:

    No temos na regra do Dcourt qualquer meno a respeito des-te item. Porm, aps a divulgao das regras Celotex, A Noite Sportiva, um jornal do Rio de Janeiro, publicou em 20 de julho de 1930 uma entrevista com Dcourt incluindo um sumrio de suas re-gras onde esta informao foi inserida. Em um dos pargrafos le-mos:

    (...) Procedida a sada, o outro amador, chamado de B, jogar com um dos seus botes uma vez e assim, sucessivamente, um de cada vez at que seja registrada alguma falta.

    Sabemos, por meio deste artigo, que o jogo admitia um toque por jogador e se o livrete publicado por Dcourt no mencionara es-te detalhe, subentende-se que a regra Celotex conservara o que vi-nha sendo praticado. (qualquer alterao teria sido mencionada nas re-gras).

    Antes do Celotex = 1 toque por jogador. Regras Celotex = 1 toque por jogador.

    Acrescento um trecho do depoimento do botonista Vicente Cassiano (apresentado na ntegra no Botonssimo, volume 2):

    O jogo de boto entrou em minha vida em 1935, quando completei 10 a-nos de idade.(...) Na poca o posicionamento dos botes seguia o que era aplicado nos campos de futebol. O goleiro era uma caixa de fsforos

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    e o gol era feito de caixa de papelo. Era permitido somente um toque por parte dos jogadores e para a bola ser arremessada ao gol devia, obrigatoriamente, estar posicionada no campo adversrio.(...) (o gripo meu).

    Com o passar do tempo, o futebol Celotex difundiu-se do Rio de Janeiro para outras regies do Brasil, graas ao livro publicado e divulgao promovida por Dcourt:

    (...) Alguns anos depois, o futebol de boto, passou a se chamar Celotex e foram introduzidas algumas regras especficas. (...)

    - trecho da entrevista com Delphim Ferreira da Rocha Netto, apresentada no Botoms-simo volume 1, segunda edio. Ele reporta-se dcada de trinta, quando jogava na cidade de Piracicaba, SP. Rocha Netto comeou a jogar boto em 1919.

    No Par o nome outro, chega a ser estranho: Celotex. O motivo? Ningum sabe. As pessoas se lembram que o nome pegou em 1952 quando uma autntica febre varreu o estado (...)

    - trecho de uma reportagem da revista placar no 407 de fevereiro de 1978.

    Apesar da demora na divulgao, notamos que a informao sobre o Celotex alcanou regies distantes.

    * Celotex era o material usado na poca para as confeces das mesas. Dcourt emprestou este nome ao futebol de boto para melhor identific-lo em sua nova roupagem aps criar/compilar suas regras de maneira or-ganizada e publica-las no livrete j citado neste captulo.

    Os documentos a seguir referem-se ao ano de1930, digitaliza-dos de originais.

    Geraldo Cardoso Dcourt na poca do lanamento das regras Celotex * 1930 1931

    Fotografia do acervo do autor

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    Livro autografado e com algumas correes caneta feitas por Dcourt

    Segue contedo do livro.

    Capa do livro Regras Officiaes Foot Ball Celotex

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    - Pgina 12 (ltima): em branco

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    Uma das primeiras reportagens (seno a primeira) sobre o Celotex, publicada em 20 de julho de 1930 no jornal A Noite Sportiva Rio de Janeiro

    (acervo do autor)

    Na prxima pgina um close do texto

    Referente ao primeiro pargrafo: devemos entender que quando o artigo cita praticado h um ano apenas refere-se ao Celotex, pois o jogo j e-xistia no Brasil h muitos anos mais detalhes no Botonssimo, vol 2: O futebol de boto praticado no clube America, RJ, em 1917.

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    Com o passar do tempo, as regras Celotex passariam por mudanas. O nome Futebol de Mesa foi adotado oficialmente na dcada de cinquenta, en-quanto futebol (ou jogo) de boto permanecem na linguagem popular.

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    Regra Gacha Regra Baiana Descendentes do Celotex

    Texto de autoria de Enio Seibert Botonista, historiador e principal mentor da Regra Unificada de Futebol de Mesa (postado por BOTONISMO)

    Nota: texto abreviado e com passagens parafraseadas, porm, respeitando-se a integridade das informaes contidas no original.

    Em 1940, um garoto chamado Lenine Macedo de Souza, morando em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, tomou conhecimento do jogo de boto ao ler uma reportagem publicada na revista o Cruzeiro do Rio de Ja-neiro, ento capital do Brasil. O artigo comentava sobre o Celotex, criado por Geraldo Cardoso Dcourt. O jovem Lenine simpatizou-se com o jogo e funda, em seguida, com amigos, companheiros e colegas de colgio, a Associao ou Sociedade Lima e Silva, destinada prtica exclusiva do Futebol de Botes de Mesa e que passa a divulgar, sistematicamente, na imprensa gaucha (Folha da Tarde Esportiva e Revista do Globo). Adotam as regras nacionais do Fute-bol Celotex divulgadas por seu criador Geraldo Dcourt, com adaptaes e inovaes para deixar o jogo mais atraente e competitivo, e iniciam seus campeonatos na sede caseira do ptio da residncia da famlia, com cerca de 20 companheiros adolescentes na faixa de 10 a 15 anos. Lenine e seus amigos acabaram desenvolvendo, a partir da Regra de Futebol Celotex ( 1 toque somente para cada jogador ), as bases embrion-rias da futura Regra Gaucha, oficializada em 1961, com a fundao da pri-meira Federao oficial brasileira de Futebol de Mesa em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

    Lenine e amigos botonistas

    Estas fotografias tambm constam na seo Arqui-vos do Futmesa Brasileiro do afumeca.blogspot. com.br Associao de Futebol de Mesa de Cascavl.

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    Uma rpida visita a Bahia

    Em 1959, na Bahia, a regra 1 toque oficialmente adotada, quando da fundao da AFMA Associao de Futebol de Mesa de Alagoinhas a mesma regra que era praticada no Rio Grande do Sul, mas de uma maneira um pouco diferente quanto s normas e os artigos esportivos. Apesar das diferenas, segundo Enio Sei-bert, foram igualmente concebidas com base no futebol Celotex.

    De volta ao Rio Grande do Sul

    Matria de Adauto Celso Sambaquy Botonista e autor de vrios artigos sobre o futebol de mesa, contribuindo para a divulgao do esporte. Foi um dos principais realizadores da fuso da regra gacha com a baiana, o que originou a Regra Brasileira.

    Texto abreviado e com passagens parafraseadas, porm, respeitando-se a in-tegridade das informaes contidas no original.

    Por ocasio de um torneio estadual na cidade Caxias do Sul, em ju-nho de 1966, foi convidado para o evento o baiano Oldemar Seixas, o qual aceitou o convite e veio acompanhado pelo amigo Ademar Dias de Carva-lho, um grande botonista que estava sempre ponteando o campeonato bai-ano. Terminado o torneio, os dois representantes baianos realizaram uma demonstrao do futebol de mesa praticado na Bahia. Uma mesa nas me-didas oficiais havia sido providenciada e a apresentao foi um fator pre-dominante no sentido da grande mudana que se verificaria algum tempo depois. Na regra gacha, os botes no eram padronizados e diferiam um dos outros. O espetculo que os visitantes baianos ofereceram, mostrando dois times diferentes praticando jogadas de efeito, deslizando perfeitamente na mesa encheu os olhos de todos os botonistas que estavam presentes. Assim, nasceu a ideia de uma fuso das regras gacha e baiana, uma vez que continham elementos em comum. Gilberto Ghisi e Adauto Celso Sambaquy ocuparam-se em elaborar uma proposta de unificao. Ainda em dezembro daquele mesmo ano, no congresso de abertura do Campeonato Estadual Gacho, em Caxias do Sul, Gilberto e Sambaquy apresentaram o esboo do que seria a homoge-neizao das duas modalidades, denominada regra brasileira, pois estaria unindo o nordeste com o sul, havendo dessa forma a possibilidade de reali-zao de campeonatos brasileiros com esta nova forma de se jogar. O pro-jeto foi aprovado por todos os participantes do campeonato. Em janeiro de 1967, Gilberto Ghisi e Adauto Celso Sambaquy partem

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    para a Bahia e l, com mais quatro baianos: Oldemar Seixas, Ademar Car-valho, Nelson Carvalho e Roberto Dartanh Costa Mello estudam por vrios dias todos os pontos para a nova regra. Muitas coisas foram modificadas no plano original, mas a essncia levada para a Bahia permaneceu. Retor-nam da Bahia com a Regra Brasileira impressa e j com todo o nordeste brasileiro aceitando as modificaes que a regra baiana sofrera. Logo em seguida o Rio de Janeiro incorpora-se ao movimento atravs da Liga Gua-nabarina de Futebol de Mesa, presidida por Getlio Reis de Faria. Trs anos depois, em janeiro de 1970, na Bahia realiza-se o PRIMEI-RO CAMPEONATO BRASILEIRO DE FUTEBOL DE MESA. Com a pre-sena de Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Sergipe, Paraba, Pernambu-co e Bahia, comeava o futebol de mesa a ganhar corpo como um esporte que uniria brasileiros em torno de uma mesa.

    A inteno da criao dessa regra jamais foi de destruir a Regra Gacha (nossa regra me), mas propiciar a possibilidade de novos horizontes, coisa que realmente aconteceu a partir dos anos setenta, quando comearam a ser realizados os campeonatos brasileiros da modalidade. (Sambaquy)

    A Regra Gacha, tal como era, no foi extinta e continuou sendo muito praticada no Rio Grande do Sul e, a partir dos anos 80, muitos botonistas criaram departamentos de futebol de mesa nos clubes de Porto Alegre, especialmente no Grmio de Futebol Porto Alegrense e no Sport Clube Internacional.

    Nota extra: Mesmo no sendo reconhecida pelo CND (Conselho Nacional de Desportos) a Regra Gacha continuou sendo bastante praticada no Rio Grande do Sul e, alm da retomada dos campeonatos estaduais da regra, a partir de 1997, outros eventos significativos continuaram acontecendo pelo es-tado. Em 2007 foi criada a Liga Gacha de Futebol de Mesa que at os dias de hoje vem unindo os praticantes da Regra Gacha (...)

    (trecho da matria Dossi do futmesa dos anos 60 por Joo Batista Rangel) (afumeca.blogspot. com.br Associao de Futebol de Mesa de Cascavl.)

    Botonssimo nota complementar Com base no Celotex, Lenine modelou suas regras e esta, por sua vez, forneceu os ingredientes essenciais para a formulao da regra gacha.

    No Rio Grande do Sul voz corrente que o Lenine considerado o in-ventor da Regra Gacha. Reconhecimento do seu trabalho que resultou neste acontecimento (fonte: Sambaquy).

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    A regra brasileira (fuso da gacha com a baiana) foi uma das modalidades reconhecidas pelo CND, e foi denominada oficialmente com o nome Disco 1 Toque , lembrando que um pequeno disco de polietileno, ou material similar, substitui a bola.

    Essa foto foi feita no Passeio Pblico, em Salvador, com a equipe de fil-magem do Filipe Seixas, que est produzindo o filme "Que Golao", contando a histria da criao e continuidade da Regra Brasileira de Futebol de Mesa. Sentados esto trs dos seis criadores da Regra. Da esquerda para a direita: Oldemar Seixas (Ba), Adauto Celso Sambaquy (RS), Roberto Dartanh (Ba). Gilberto Ghizi (RS) abandonou o futebol de mesa e encontra-se com problemas de sade. Ademar Carvalho e Nelson Carvalho, ambos baianos, faleceram.

    Fotografia e texto fornecidos por Sambaquy

    O documentrio Que Golao, aguardando lanamento oficial, enfoca, entre suas abordagens, as primeiras aes que levaram a fuso da regra baiana com a gacha. Com roteiro bem elaborado, oferece aos amantes do futebol de mesa, independente da modali-dade adotada, uma fatia importante da histria deste esporte.

    A abertura do filme Que Golao e outras passagens, fo-ram convertidas em texto ilustrado por Ubirajara G. Bueno especialmente para o livro Botonssimo.

    Publicao gentilmente autorizada por Filipe Seixas.

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    Imagens extradas do filme Que Golao de Filipe Seixas

    Oldemar Seixas Ba

    Adauto C. Sambaquy RS

    Roberto Dartanh Ba

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    Eu jogava futebol de mesa em Salvador em di-versas ligas e cada liga ti-nha um tipo de regulamento diferente e ns tivemos que fazer uma fora muito gran- de no sentido de que uma s regra fosse adotada aqui na capital baiana. Depois, ns partimos para o interior do estado: Santo Amaro, Alagoinha, Feira de Santana, e conseguimos tambm padronizar a regra, colocando o mesmo regulamento em todo estado da Bahia. A partir da eu recebi um aviso de que no Rio Grande do Sul se praticava fute-bol de mesa, em Caxias do Sul tambm; em Pernambuco, atravs de um cole-ga meu de rdio, Ivn Lima, famoso locutor que j faleceu, que tambm coor-denava o futebol de mesa em Pernambuco, o Gomes em Aracaj. Ento eu me senti encorajado a mandar uma reportagem para a Revista do Esporte, na po-ca seria hoje a revista Placar. Naquele tempo, a Revista do Esporte era lida em todo territrio nacional. A eu mandei uma reportagem no sentido de mostrar aos meus irmos gachos e aos praticantes de futebol de mesa de todo o Brasil a nossa modalidade, como ns jogvamos futebol de mesa, o tamanho das nossas mesas, o tipo de nossos botes. Meu amigo, a repercusso foi qualquer coisa espetacular!

    Numa tarde, eu sa com minhas filhas passeando e parei numa banca de revistas, comprei uma Revista do Es-porte que na capa trazia o Gerson e um jogador gacho chamado Elton. Chamou a ateno, comecei a ler a re-vista e me deparo com uma reportagem: Bahia d lies de futebol de boto A princpio eu fique indignado. Meu Deus, como eles po-dem dar lio de boto se ns temos aqui uma federao? Mas um texto muito bem elaborado, fotografias muito bonitas e o endereo: Oldemar Seixas, rua J e Silva Lisboa, 48, Salvador, Bahia. Vou escrever para este cara. Tem que ver isto a. Tem que ver como que . Com a troca de correspondncia com o Ol-demar eu mandei um convite para que eles participassem na regra gacha do

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    nosso torneio de aniversrio. E minha surpresa foi quando eu recebo uma carta dizen- do: estarei a. Olha pessoal, o Oldemar Seixas vem jogar, comuni-quei a todos.. Mas quando aparece, o Oldemar Seixas o Ademar Carvalho. Aqueles botes bonitos. O pessoal

    todo comprou e ele me deu um time de presente. Fiquei muito feliz . Realiza-mos um torneio na regra gacha e, por incrvel que parea, o Ademar Carvalho s no foi campeo porque fez um gol contra atrasando uma bola; o boto le-vou o goleiro, bolinha, tudo para dentro do gol. Ele acabou como vice campeo numa regra completamente diferente. A nica coisa que eles haviam solicitado para ns que ns consegussemos uma tbua de 2,20 m por 1,6 e eles se encarregariam do resto. Ficaram dois dias trabalhando nesta tbua alisando, lixando, riscando e construram um campo. Quando terminou o torneio, o pes-soal do Rio Grande, Pelotas, Porto Alegre, todo mundo l participando, eu dis-se: agora os nossos amigos baianos vo fazer uma demonstrao do futebol que eles praticam na boa terra. Cada um dos dois assentou o seu time e quan-do o pessoal olhou para aquilo, dois times com as cores do seu clube, jogando maravilhosamente bem numa mesa de 2,20 m por 1,6, foi decretada a falncia da regra gacha. Foi um momento de glria. O Ghisi, que era presidente da federao, encostou em mim disse: Eu estou vendo o que tu t vendo? Estamos vendo juntos, respondi. Ns temos que pensar nisto seriamente. E a partir da, Ghisi e eu, comeamos a estudar pormenores das duas regras ten-tando harmonizar. Samos do Rio Grande Sul, de nibus, at Salvador. Chegando em Salvador ningum sabia onde era a J Silva Lisboa, moto-rista nenhum sabia. A eu lembrei que ele (Oldemar) tinha escrito uma vez que se chamava Estrada da Rainha. Ento me leva para a Estrada da rainha, solicitei ao motorista. Ah! Esta eu conheo, fica aqui pertinho, anunciou. Chegamos l. Ficamos na presena destes dois baluartes (diz Sambaquy referindo-se ao Oldemar e Dartanh, sentados ao seu lado) e acredito que mais de 20 dias, aproveitando a beleza desta terra, at que conseguimos um primei-ro plano da Regra Brasileira de futebol de mesa.

    Imagens extradas do filme Que Golao de Filipe Seixas

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    Depoimentos de botonistas

    Com catorze anos, quando eu jogava Estrelo, meu tio, que jogava futebol de mesa oficial, apareceu l em casa e me perguntou: Voc gosta de jogar boto? Adoro, res-pondi. Ento eu vou te levar na associao para voc ver o que um futebol de verdade. A eu vi aquelas mesas mara-vilhosas, brilhando, botes passando. Fiquei dodo, e nunca mais parei.

    Quando formei famlia, eu j jogava futebol de mesa, ento eles tiveram que se adaptar, principalmente a esposa que reclamava muito. claro que hoje a gente procura no ser to radical. Um pouco l, um pouco c, mas se no treinar, acaba ficando para trs.

    A grande dificuldade de todo botonista hoje jogar contra os baianos, Na realidade na Bahia onde est o maior celei-ro dos grandes jogadores. Mas o futebol de mesa vem evolu-indo e o Rio Grande do Norte,

    Sergipe que voltou a ficar forte, o pessoal de Vitria e os gachos que so mui-tos fortes, esto proporcionando jogos mais competitivos. Aquela diferena grande que existia foi um pouco encurtada. O Futebol de Mesa me ajuda na autoestima. Quando eu estou bem no futebol de mesa parece que minha vida tambm vai bem. Pode parecer algo um pouco fantico, mas no . que ele realmente muito importante. Meu filho joga tambm, mas hoje est afastado devido aos estudos. Eu no consigo me ver sem jogar futebol de mesa.

    Imagens extradas do filme Que Golao de Filipe Seixas

    Digenes Mota Penta-campeo Brasileiro

    BA

    Franklin dos Anjos Natal - RN

    Fernando de Aguiar Esprito Santo

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    Reunidas, as mulheres dos botonistas comentam sobre seus envolvimentos com o futebol de mesa (vejam o filme).

    Imagens extradas do filme Que Golao de Filipe Seixas

    ... e ns mulheres sempre acompanhando.

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    Imagens extradas do filme Que Golao de Filipe Seixas

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    Muito mais importante que os trofus, so as amizades. As amizades so eternas. Elas permanecem neste plano e vo

    para o plano superior.

    Palavras de Sambaquy no filme Que Golao

    Imagem extrada do filme Que Golao de Filipe Seixas

    Adauto Celso Sambaquy, Oldemar Seixas, Roberto Dartanh e outros colabo-radores, conseguiram a fuso da regra gacha com a baiana, o que deu origem a Regra Brasileira. Em 1988, denominada Disco 1 Toque, foi oficialmente reco-nhecida como esporte pelo CND (conselho Nacional dos Desportos), juntamente com as modalidades Bola 12 Toques (SP) e Bola 3 Toques (RJ).

    Criao e desenho: Ubirajara G. Bueno

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    Bola 12 Toques A regra Paulista

    Vamos retroceder no tempo e deslocarmo-nos geograficamen-te. Estamos em So Paulo na dcada de 60. Poucos documentos esto disponveis na Internet a respeito da evoluo das regras em So Paulo. Meu arquivo impresso sobre o assunto tambm escasso; resume-se a em alguns panfletos e livretes da federao a partir da dcada de sessenta, e os mais anti-gos no so claros o bastante para um perfeito entendimento de certos itens e omissos em outros. Na verdade, foram redigidos su-cintamente para atender os praticantes da poca j familiarizados com o esporte, sem a inteno de que um dia pudesse servir aos historiadores. Assim, novamente recorri s minhas fontes preciosas: meus pacientes e prestativos amigos botonistas veteranos.

    Geraldo Atienza recorda que na dcada de 50 ou 60, o futebol de mesa em So Paulo (capital, e provavelmente em algumas cida-des do interior), era praticado com trs toques no mximo por boto, porm, o nmero de toques coletivo era ilimitado. O botonista pode-ria concluir a jogada aps a quantidade de toques que achasse mais conveniente. O botonista Primo informa que vrias equipes de jogadores de So Paulo na dcada de 70, incluindo o Botunice, criado por Ge-raldo Cardoso Dcourt (nesta poca residindo em So Paulo), ado-tavam esta forma de jogar. Apesar de a regra permitir apenas trs toques por jogador, mas sem limite para concluir a jogada, alguns botonistas habilidosos na conduo do boto e com certa vantagem no placar, permaneci-am demasiado tempo em poder da bola. Segundo o botonista Harutiun Muradian, havia uma recomendao para que a jogada fosse concluda em 60 segundos, e no mais do que 5 segundos para o acionamento do boto. Mas cronometrar mentalmente o tem-po do adversrio no era uma tarefa simples para os jogadores e to pouco para o juiz. Finalmente foi estabelecido um limite mximo de 12 toques para a concluso da jogada. Caso isto no aconteces-se, uma falta tcnica era aplicada (tiro livre indireto). O limite de trs toques sequenciais por boto foi mantido. Muradian esclarece que o

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    mximo de doze toques foi definido levando em conta o tempo de acionamento do boto (5 segundos) e o tempo mximo para concluir a jogada (60 segundos), cujo quociente 12 (60/5 = 12). Segundo meus registros, esta alterao ocorreu em 1984 ou 1985, confirmado por Muradian, pois ele participou, juntamente com os botonistas Rafael Domingos Barricelli, Hideo U Filho e outros colaboradores, das reunies para discutirem esta mudana e certas melhorias na regra. A modalidade foi oficializada, por ocasio de seu reconheci-mento como esporte pelo Conselho Nacional de Desportos como: Bola 12 toques, mas, informalmente, continuamos a cham-la de regra paulista. Ao contrrio da modalidade 1 toque, utiliza-se um bo-la de feltro com dimetro de 10 mm.

    Espalha Brasa

    Outros detalhes tambm foram alterados, tendo em vista tor-nar o jogo mais tcnico e justo para ambos os jogadores. Uma mu-dana igualmente importante foi a reduo dos toques coletivos para apenas trs quando o boto desloca um ou mais botes do advers-rio mesmo tocando antes a bola (obviamente se o botonista estiver no dcimo toque, por exemplo, vai lhe restar apenas dois). Em um dos artigos do botonista Erismar * temos a explicao sobre a razo da mudana. Vamos ao texto:

    Histrias do Futebol de Mesa

    Por: Erismar (* Erismar Ferreira Gomes clube: Maria Zlia SP)

    Voc sabe porque ao esbarrar em um boto adversrio tendo tocado na bola primeiro voc s tem mais trs toques para chutar no gol? Tudo comeou mais ou menos no ano de 1983. Naquela poca a regra do jogo era bem diferente. No havia limite de toques coletivos, ou seja, voc poderia dar quantos toques quisesse para chutar ao gol. Pois bem! Como bater primeiro na bola esbarrando no boto adversrio no era falta, alguns Botonistas viram uma brecha na regra para simplesmente tirar da frente qualquer boto adversrio, e criaram a famosa jogada espalha brasa. A jogada funcionava mais ou menos assim: o Botonista prendia a bola entre dois botes e, acionava um deles de maneira forte contra um boto advers-

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    rio tocando primeiro na bola e arremessando literalmente o boto adversrio para longe, e repetia esta jogada ao seu bel prazer at arrumar a bola para chutar no gol. Os dois Botonistas que melhor executavam esta jogada eram o Lito, que na poca jogava no So Judas, e o Paulo de Tarso, jogador do Canad Clube, um dos Clubes antecessores do hoje Maria Zlia. Pois bem. Em um jogo pelo Paulista de 1984 ou 1985, onde jogavam Canad e Botonice, o Paulo comeou a fazer esta jogada contra o Primo, um jogador muito conhecido pelos mais antigos no esporte, mais que infe-lizmente parou de jogar! Detalhe: tanto o Lito, quanto o PT no paravam at que todos os botes do adversrio estivessem longe da jogada, ou at mesmo fora das quatro linhas. Revoltado, o Primo tirou o goleiro e o jogo acabou com o incrvel placar de 34x0 para o Paulo de Tarso. Em 1985, a Federao resolveu mexer na regra e este procedimento foi considerado ilcito e sujeito a penalidade. Ficou definido que ao esbarrar no boto adversrio, mesmo acertando a bola antes, s seria permitido mais trs acionamentos no boto para chutar ao gol, ou seja, como at hoje.

    Com base na matria publicada no Site da Federao Paulista de Futebol de Mesa (no consta a data da publicao no impresso conservado em meu arquivo).

    Desenho: Ubirajara G. Bueno

    Strike

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    Trave ou Goleiro? Eis a questo.

    Bola na trave ou no goleiro?. Detalhe que determina se a pos-se de bola permanece com o ataque ou transferida para a defesa na sequncia do jogo. Esta deciso ficava a cargo do jogador que executava o chute ao gol devido a sua melhor viso do lance. Con-tudo, a trajetria da bola, muitas vezes bastante rpida para ser a-companhada com preciso, podia gerar dvidas com o risco de de-cises injustas. Em 2005 a federao resolve alterar a regra. Ficou estabelecido que a jogada considerada concluda aps o arremes-so ao gol. A posse da bola passaria para o oponente independente do que aconteceu.

    Ao longo do tempo a regra paulista vem sendo lapidada tendo em vista o aprimoramento tcnico e a eliminao de ocorrncias que podem perturbar a harmonia das disputas. A qualidade alcanada gradativamente, muitas vezes por meio de acertos e erros. um processo contnuo e certamente te-remos outras mudanas em nosso futebol de mesa.

    Comentrio:

    ppoossssvveell qquuee aa rreeggrraa ttooqquuee--ttooqquuee oouu lleevvaa--lleevvaa,, ccrriiaaddaa eemm 11994455 ppeelloo jjoorrnnaalliissttaa ccaarriiooccaa FFrreedd MMeelllloo,, sseerrvviiuu ccoommoo mmooddeelloo ppaarraa aa rreeggrraa ppaauu--lliissttaa.. FFooii mmooddiiffiiccaaddaa eemm aallgguunnss aassppeeccttooss,, pprriinncciippaallmmeennttee uummaa eexxiiggnncciiaa mmaaiioorr ppaarraa aa ccoonndduuoo ddaa bboollaa.. AAnnooss ddeeppooiiss,, ppaassssoouu ppoorr oouuttrraass mmuuddaannaass,, aass qquuaaiiss jj ffoorraamm mmeenncciioonnaaddaass..

    Bola 3 Toques A regra Carioca

    Do meu arquivo, selecionei trs documentos que tratam sobre a modalidade 3 toques. Inicialmente uma carta datada em 27 de de-zembro de 1979, enviada do Rio de Janeiro para Geraldo Cardoso Dcourt em So Paulo. Foi escrita por Joo Paulo Mury e anuncia a elaborao da regra carioca, com o objetivo de unir as tendncias existentes no Brasil. Esta carta constitui um registro importante, as-sinalando as primeiras aes para as mudanas pretendidas.

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    Cpia digitalizada do documento original acervo do autor.

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    Continuao da carta:

    Cpia digitalizada do documento original acervo do autor.

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    Segue um texto extrado da apostila Futebol de Mesa Um esporte para todos, pginas 24, 25 e 26 ano 2005, Rio de Janei-ro. Trabalho escrito por Igor Monteiro Quintaes e apresentado ao Centro Universitrio Carioca como requisito parcial para obteno do ttulo de bacharel em Comunicao Social, habilitao Jornalismo.

    (cpia da apostila preservada em meu acervo transcrio do texto gentilmente consentida pelo autor)

    2.3.3 Regra trs toques

    a segunda modalidade mais antiga em prtica no Brasil, tambm ofi-cializada pela Confederao Brasileira de Futebol de Mesa. A histria da regra, tambm chamada de carioca se mistura muito com a criao da FE-FUMERJ Federao de Futebol de Mesa do Rio de Janeiro, porque at ento somente se praticava oficialmente a regra um toque, sem existir no estado ainda um rgo oficial. A regra nasceu no fim da dcada de setenta e de acordo com Jos Ri-cardo Almeida, atual membro do Conselho Nacional de Regras da CBFM, em texto extrado do site www.cbfm3toques.com.br, esta modalidade nas-ceu da ideia de se criar uma regra que fosse a simbiose de todas as exis-tentes no Brasil na poca. Nesse sentido, em vinte e um de julho de mil novecentos e setenta e oito, no Rio de Janeiro, Jayme Leal Cruz, Joo Paulo Mury, Jorge Sadyl Savaget, alguns precursores do futebol de mesa, reuniram-se com o intuito de reunir todos os praticantes numa s entidade. Entraram em contato com representantes de todos os movimentos at ento existentes no estado como Joo Igncio Muiler, de Ipanema, Geraldo Oliveira, da associao da Jlio de Castilhos e Odoswaldo Dias, representante de uma associao co-nhecida como Rio Futebol de Mesa. Com isso, Mury, Jayme Leal e Odos-waldo resolvem criar um ncleo no Club de Regatas Vasco da Gama, no qual Jos Ricardo Lage passa a dirigir um ncleo. Com todos os movimentos caminhando unidos em prol do futebol de mesa, funda-se em dezessete de outubro de mil novecentos e setenta e oi-to, a Federao de Futebol de Mesa do Rio de Janeiro FEFUMERJ, ain-da sem regularizao, sob a presidncia de Joo Paulo Mury. Com a criao da FEFUMERJ, surgiu a primeira questo a ser resolvi-da pelos dirigentes que seria qual regra seria oficializada e adotada pela entidade. Formou-se uma comisso com representantes de todos os clubes que passaram a realizar torneios nas diferentes regras dissidentes que fo-ram surgindo, incluindo a prpria um toque e o famoso leva-leva e em ou-

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    tubro de mil novecentos e setenta e nove, obteve-se um esboo da regra. Durante a realizao do primeiro campeonato brasileiro de clubes em fevereiro de mil novecentos e oitenta e um ocorreu a definitiva padroniza-o da regra trs toques. Contudo, a regra no alcanou o objetivo inicial de se ter apenas uma, mas se difundiu e alcanou os estados de Brasilia, Amazonas, Minas Gerais e So Paulo. Basicamente ela consiste em trs toques para cada botonista em sua vez, sendo que s tem direito ao terceiro quando no segundo toque ele consegue dar o passe, ou seja, fazer com que a bola encoste em qual-quer outro boto seu. Uma particularidade que apenas nessa regra, por tradio e at os dias de hoje, o botonista tambm chamado de tcnico. Assim como na regra um toque, a partida disputada em dois tempos de vinte e cinco minutos, porm as medidas oficiais so diferentes. O cam-po de jogo uma superfcie plana e lisa de madeira e tem um metro e no-venta centmetros de comprimento mnimo e dois metros no mximo. J a largura mnima de um metro e trinta centmetros e mxima de um metro e quarenta centmetros. As traves possuem cento e quarenta e seis milmetros de largura com altura de quarenta e nove milmetros e a bola possui formato esfrico, sen-do feita de feltro com dimetro de dez milmetros e peso de cento e cin-quenta miligramas. Os botes devem ter formato cilndrico, sendo feitos de acrlico, aceta-to, plstico ou qualquer outro material que se preste para a prtica do es-porte, com dimetro mximo de sessenta milmetros. E os goleiros so em formato retangular e tm medidas de setenta milmetros de largura, trinta e cinco milmetros de altura e quinze milmetros de espessura. Historicamente falando o primeiro campeonato brasileiro da modalida-de foi realizado em mil novecentos e oitenta e um no Rio de Janeiro e o campeo foi Hlio Nogueira. No mesmo ano aconteceu tambm o primeiro brasileiro de clubes, em Braslia, e a equipe campe foi a Associao Rio de Futebol de Mesa. At esse ano ocorreram ininterruptamente os campeonatos brasileiros individuais e de clubes da modalidade. Os ltimos campees foram defini-dos esse ano: a A.C.F.B. - Associao Carioca de Futebol de Boto con-quistou o de clubes e Vander Felipe e Benjamim Abaliac, ambos do Grmio Mineiro, venceram nas categorias adulto e master, respectivamente. Mas apesar da rpida expanso da regra no incio da dcada de oiten-ta, a modalidade trs toques passou por um processo inverso, diminuindo o seu nmero de praticantes no pais. De acordo com Carlos Bittar, vice-presidente da modalidade na CBFM, essa regra com certeza a que mais se assemelha ao futebol, e por ter tantos detalhes, entre eles, at o impe-dimento, ela ficou difcil de ser assimilada e perdeu dinamismo.

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    Hoje apenas cinco estados esto praticando a modalidade. So eles: Rio de Janeiro, Gois, Distrito Federal, Minas Gerais e interior de So Pau-lo. Ao todo existem hoje aproximadamente duzentos atletas federados. No Rio de Janeiro existem seis agremiaes disputando a regra trs toques: A.C.F.B. Associao Carioca de Futebol de Mesa, APROFUME Associao Proletria de Futebol de Mesa, Associao de Jardim Am-rica, Associao Palheta de Ouro, Associao Atltica Portuguesa e Club de Regatas Vasco da Gama. J em Minas Gerais existem quatro clubes a saber: Grmio Mineiro, Clube Bom Pastor, Sociedade Portuguesa de Juiz de Fora e Tupynambs Football Club. Em So Paulo, a regra trs toques est apenas no interior, em So Jo-s do Rio Preto com cinco clubes: Amrica Futebol Clube, Clube de Futebol de Mesa Capito, Clube Fonte de So Paulo, Rio Preto Esporte Clube e a Liga Riopretense de Futebol de Mesa. Em Braslia so trs clubes praticantes: A.A.B.B. Associao Atlti-ca Banco do Brasil, Clube Braslia de Futebol de Mesa e Sociedade de Fu-tebol de Mesa do Gamma. Em Gois so apenas dois clubes, AFUMEG Associao de Futebol de Mesa de Gois e o Clube Atltico Goianiense.

    Finalizo com o texto de abertura da matria A Regra Carioca, publicada na revista Futebol de Boto, nmero 4 editora Marco Aurlio distribuio: Fernando Chinaglia Distribuidora S/A Rio de Janeiro. Ano da publicao 1994-1995 (ano deduzido pelo contedo das reportagens, uma vez que a revista no trs esta informao). Esta revista faz parte de uma pequena coleo composta de 5 exemplares.

    L pelos idos de 1978, no Rio de Janeiro, um grupo de representantes dos clubes daquela cidade se reuniu para estudar as regras ento existen-tes e elaborar uma que atendesse a todas as exigncias do botonismo, a fim de ascend-lo condio de Esporte. Daquela reunio nasceu a primei-ra verso da Regra dos Trs Toques (tambm conhecida como Regra Ca-rioca, pelo fato de ter nascido no Rio de Janeiro a ideia inicial). Ao longo destes anos o trabalho original foi sofrendo modificaes - sempre coordenadas pelo Conselho Nacional de Regras - at chegar re-dao atual. Com certeza no uma regra perfeita, contudo, a que melhor espe-lha a definio de FUTEBOL DE MESA, constante na primeira folha do presente trabalho uma modalidade esportiva, de carter individual, pratica-da por duas pessoas, que procuram desenvolver sobre uma mesa uma es-pcie de jogo que busque a similaridade possvel com o futebol de campo. Mais do que a simples habilidade manual, a Regra dos Trs Toques

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    exige do botonista boa dose de raciocnio e viso de jogo. Um pouco mais complexa para o iniciante - pela riqueza de detalhes - cativa a todos quan-tos se dispem a aprend-la e pratic-la. Ao tomar conhecimento da Regra dos Trs Toques, cuja publicao aqui se inicia, os amantes do Futebol de Mesa podero constatar a afirma-o que ora fazemos.

    lvaro Sampaio

    Acredito que sobre a regra 3 toques, os documentos apre- sentados fornecem, em seu conjunto, uma boa noo da criao da modalidade. Oficializada como Bola - 3 Toques, foi reconhecida, juntamente com Disco 1 Toque e Bola 12 Toques, como modalida-de esportiva ofical pelo C.N.D. Conselho Nacional dos Desportos em 1988.

    Comentrio: No disponho de informaes sobre a regra carioca, antes das mudanas para a verso que conhecemos hoje. A carta de Joo Paulo Mury para Dcourt cita apenas: 2 toques com pas-se. Mas podemos deduzir que era a regra baiana ou gacha um pouco modificada, modalidades praticadas na poca e que poderi-am ter servido como modelo.

    A modalidade Dadinho

    Voltamos ao texto de Igor Monteiro Quintaes o qual tambm discorre sobre esta modalidade (texto original adaptado e atualizado)

    2.3.5. Outras Regras.

    A modalidade dadinho acabou se tornando muito praticada no Rio de Janeiro, um futebol de mesa jogado com um cubo no lugar da bola, mas no se tem informao de quem foi a ideia ou quem criou ou fabricou primei-ro. Penso at que na nsia de se jogar uma partida e no se ter uma bola, algum procurou algo que pudesse ser utilizado e encontrou um dado de al-gum tipo de jogo e fez a experincia. Gostou e passou a utilizar. Ou talvez

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    tenha se difundido pela maior facilidade em se controlar a bola, pois a re-dondinha rola demais e s vezes foge do controle dos menos experientes. Esse tipo de jogo no muito antigo, somente no final dos anos oitenta que comeou a se ouvir falar nele. E com isso criou-.se uma grande ge-rao que apenas conhece o futebol de mesa jogado com o dadinho dos anos noventa para c.

    Nota Botonssimo: O botonista Aguinaldo Percoraro (Guina), recorda-se que em 1959-1960, com 7 ou 8 anos de idade, morando em So Paulo, costumava usar dadinho em vez de uma bola. Isto indica que esta opo de bolinha j existia h cinquenta ou sessenta anos e acabou no esqueci-mento ou praticada somente aqui e acol. A pesquisa de Igor Monteiro re-vela o renascimento do dadinho ocorrido na dcada de 80 e para muitos, o fato se mostrou como uma novidade.

    (continuao do texto de Igor Monteiro)

    Diante do grande nmero de jogadores adeptos essa forma de jogar, Marcelo Coutinho, presidente da extinta FEBOERJ Federao Botonista do Rio de Janeiro, sobre a qual falarei no prximo captulo, em conjunto com as diversas associaes componentes do seu quadro resolveram criar oficialmente a regra dadinho. Segundo ele era necessrio uma liderana com experincia administrativa que pudesse aglutinar as diversas maneira de se jogar, pois em cada praa era diferente. E foi o que aconteceu e a partir de 2002 so disputados vrios campeonatos nessa modalidade pro-movidos pela FEBOERJ. O Dadinho passa a ser reconhecido pela Confederao Brasileira de Futebol de Mesa como regra experimental. Aps ajustes da regra em 2010 pela FEFUMERJ, a modalidade, que era praticada somente no Rio de Ja-neiro , comeou a se estender vrios estados: So Paulo, Paran, Minas Gerais, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. Atualmente so cerca de quatrocentos botonistas federados na moda-lidade em vinte e seis agremiaes diferentes na disputa do ltimo campe-onato estadual, tanto o individual como o por equipes. Sobre as duas entidades citadas, somente a FEFUMERJ reconheci-da pela CBFM, j que s pode existir uma nica federao em cada estado. Resumidamente, a modalidade Dadinho consiste em nove toques cole-tivos com trs consecutivos com o mesmo boto em dois tempos de sete minutos cada.

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    Uma notcia histrica

    2011 MODALIDADE DADINHO A QUARTA A SER RECONHECIDA NACIONALMENTE

    O ltimo sbado entrou na histria do Futebol de Mesa! A modalidade Dadinho foi reconhecida oficialmente no Brasil. Agora ela se junta s outras trs modalidades que j faziam partes do estatuto da CBFM.

    Na sede da Federao Paulista de Futebol de Mesa Ronald Neri, vice-presidente da modalidade Dadinho em nosso estado, se reuniu Jos Jorge Farah Neto, presidente da Confederao Brasileira de Futebol de Mesa, para assinarem a ata que reconhece a modalidade como oficial no Brasil, juntando-se ao Disco 1 Toque, Bola 12 Toques e Bola 3 Toques. Na histrica reunio tambm esteve presente o advogado e botonista Bruno Romar.

    O Dadinho comeou a ser disputado organizadamente em 2002 e a partir de 2009, j na tutela da FEFUMERJ, entrou em fase experimental. Hoje a modali-dade conta com 7 estados praticantes, sendo este um dos fatores fundamentais para o reconhecimento. Ronald Neri adiantou que em 2012 mais trs estados devem comear com a modalidade e agora espera que o Dadinho alce voos ainda maiores:

    Agora, iremos seguir com o trabalho de consolidao dos estados praticantes e buscar cada vez mais novos estados. Alm disso, focaremos no trabalho de renovao dos atletas.

    O Futmesa Rio parabeniza todos os envolvidos neste marco para a modalida-de e deseja boa sorte ao Dadinho nesta nova fase. Tambm agradecemos as informaes de Ronald Neri. Postado em dezembro 15, 2011 in: FUTMESA NEWS|1 CommentFutmesa Rio

    Nota do Botonssimo: O dadinho adotado no futebol de mesa do Chile (veja matria na sequncia deste captulo).

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    O Sectorball

    Dados referentes a primeira coleta de informaes foram revisados e complementados por Jos Jorge Farah Neto

    O Sectorball uma modalidade de futebol de mesa originria da Hngria. bastante praticado na Europa, e passou a ser divul-gada no Brasil pela FEFUMURJ, primeira federao estadual a ado-ta-lo oficialmente. Desde 2009 vem se expandindo no Brasil

    Foi em 2007 que Antonio de Franco Neto, Antonio Ramondetti De Franco, Jos Cassio Erbiste, Jos Jorge Farah Neto e Paulo Salvador Perrotti, viajaram para Hungria a fim de iniciar os Europeus na regra 12 toques e disputar, pela primeira vez, o Mundial de Sec-torball. Embora aprendizes na modalidade, nossos botonistas ga-nharam respeito pela dificuldade oferecida aos experientes atletas europeus. As demonstraes da regra 12 toques, nesta ocasio, foram muito importantes, gerando frutos nos dias de hoje, como po-de ser constatado, com a realizao de diversas competies na modalidade no continente Europeu. Em 2009 nossos jogadores tornaram a participar dos Campe-onatos Mundiais realizados na Europa, o V da srie.

    Em 2007 a delegao brasileira chegou na Hungria sem saber o que iria encontrar, ou seja, desconhecendo totalmente a regra e seu material, se virou no talento individual de jogadores como Perroti, Cssio e companhia.

    Em 2009 retornou para disputar pela 2 vez o Mundial na modalidade Sectorball, como nada rolou no Brasil nesse hiato de tempo, novamente pouco se sabia sobre a regra, mas com joga-dores mais acostumados a bola achatada, (...)

    (Fonte: Internet)

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    A modalidade amadurecia e comeava a despertar o interesse geral. Faltando um ano para o prximo Mundial, a CBFM autorizou a realizao do 1 Campeonato Brasileiro de Sectorball. Assim, em 2011, o evento foi realizado nas dependncias da Diviso de Fut-mesa do CR Vasco da Gama, no Estdio de So Janurio (RJ). Este campeonato se mostrou to importante que o prprio Horvth Imre, Presidente da ISBF, deslocou-se da Hungria para acompanhar pessoalmente o evento.

    Em 2012, foi a vez de o Brasil sediar o Campeonato Mundial desta modalidade na cidade do Rio de Janeiro. Foi a primeira vez que a competio aconteceu fora da Europa. Nesta terceira partici-pao de jogadores brasileiros os resultados foram animadores.

    (..,) tendo a seleo brasileira obtido sua melhor colocao de todos os tem-pos, ou seja, o vice-campeonato mundial. Os atletas brasileiros tambm tive-ram excelente desempenho nas competies de duplas e individuais, chegan-do ao pdio e at mesmo conquistando o mundialito, fato que demonstra que o trabalho est no caminho certo.

    SECTORBALL uma modalidade europeia de futebol de mesa, e que foi ado-tada no Brasil tambm com o intuito de difundirmos tambm uma modalidade brasileira no continente europeu, fato este que j ocorreu com a realizao de Campeonatos Europeus de Futebol de Mesa na modalidade 12 toques, vale salientar que a modalidade europeia muito prxima das modalidades 1 e 3 toques praticadas a muito no Brasil.

    Fonte: Internet Site da Confederao Brasileira de Futebol de Mesa.

    Pases Campees em Torneios dos quais o Brasil participou:

    Tabela fonte: Wikipdia, a enciclopdia livre

    ANO LOCAL 1 COLOCA-DO 2 COLOCA-

    DO 3 COLOCA-

    DO 2007 Hungria Hungria Romnia Srvia 2009 Hungria Hungria Romnia Srvia

    2012 Rio de Ja-neiro Hungria Brasil Srvia

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    Em 2015 ser realizada mais uma edio da Copa do Mundo em Budapeste, Hungria, em conjunto ao Mundial da modalidade Bola 12 Toques

    1 - Peas do Sectorball; 2 acionamento do boto.

    Fotografias produ-zidas pelo autor

    1 2 3

    4 5 6

    As setas assinalam a bolinha , aps o impacto do boto, sendo projetada para cima em direo ao gol. O ltimo fotograma mostra a bolinha no interior da meta. Imagens extradas de um vdeo disponvel na Internet. Ttulo: O Sectorball chega ao Brasil! Fonte: [email protected] - YouTube ttps://youtu.be/Z58AmkzRAP0

    Sectorball - Sequncia fotogrfica de um arremesso em direo ao gol

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    Subbuteo

    Um parente prximo do futebol de mesa

    Em alguns pases da Europa o Subbuteo um jogo bastan-te popular e com aprecivel organizao. H registros que o Subbuteo foi desenvolvido por um ingls chamado Peter Adolph e tratava-se do refinamento de uma modalidade que apareceu pela primeira vez em 1920.

    Semelhante, em alguns aspectos com o nosso fu-tebol de mesa, o jogo realizado num mini campo e os times compostos de bonecos plsticos fixados sobre discos que podem ter a base cncava ou pla-na (observar ilustraes).

    O goleiro equipado com uma haste, o que permite mo-viment-lo no momento do ar-remesso da bola. Os bonecos so acionados por meio de pi-parotes ou petelecos com o dedo indicador, frontal ou late-ralmente, sem auxlio de qual-quer outro dedo como concen-trador de fora para a ao. Com efeito, os bonecos desli-zam sobre o tablado e tocam a bola. Caso a bola no saia do campo ou toque um boneco adversrio, o jogador mantm a pos-se da mesma. Para cada lance de ataque a defesa pode mover uma de suas peas, sem, contudo, tocar a bola ou em peas do outro time, devendo apenas cercar o avano do oponente.

    Imagem fonte: Internet - sportagvalaszto.

    Imagem fonte: Internet

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    Cheguei a suspeitar que o nosso futebol de mesa houvesse sido inspirado no Subbuteo, surgido, conforme registros, em 1920, e reformulado anos depois. Mas depois que conheci Rocha Netto, que comeou a jogar futebol de mesa em 1919 na cidade de Piracicaba e registros sobre o jogo no clube America em 1917 no Rio de Janeiro, descartei esta possibilidade. possvel o Subbuteo ter sido inspirado no futebol de mesa da Inglaterra (ver folheto de 1910 mostrado no Botonssimo volume 1) ou nas modalidades praticadas em outros pases (Espanha, Brasil). Mas discutir essa questo seria mera especulao. Foram inventados diferentes tipos de jogos que simulam o futebol de campo e as cria-es podem ter sido geradas livres de influncias.

    Outras Informaes www.clubedobotao.com/2010/03/16/subbuteo

    Subbuteo Voc j deve ter jogado

    Postado em FUTMESA NEWS por Nardy - maro 16, 2010

    O Subbuteo (mais conhecido na Europa por Sports Table Football) uma variante de Futebol de Mesa, diferente da praticada no Brasil, nascida em 1947 na Europa e que, desde a criao da FISTF (Federation Internatio-nal of Sports Table Football), h 15 anos, vem expandindo-se rapidamente por todo o mundo, hoje praticado oficialmente em 34 (trinta e quatro) pa-ses. Na Amrica do Sul j praticado na Argentina e Colmbia e agora tam-bm est iniciando sua introduo no Brasil, Uruguai e Chile.

    Como a CBFM (Confederao Brasileira de Futebol de Mesa) no teve, oficialmente, interesse em encampar a modalidade, autorizou a criao de uma nova entidade para coordenar, o que foi feito com a criao da LBS (Li-ga Brasileira de Subbuteo). Fundada pelo Vasco da Gama, o Monumental de Caxias e o Bangu, a LBS teve sua filiao aceita na FISTF em maro de 2009, o que significa dizer que, hoje, o Brasil j est legal e oficialmente fili-ado a entidade internacional e apto a disputar seus Campeonatos Mundiais!

    O projeto da LBS j nasce ambicioso e os planos so de j realizar me-etings internacionais a partir do ano que vem, alm de ter se candidatado o-ficialmente a sediar o Campeonato Mundial de 2014.

    Fonte: http://www.subbuteobrasil.blogger.com.br/

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    Evoluo do subbuteo no Brasil

    - Dados coletados da Confederao Brasileira de Futebol de mesa. (histrico at 2010) (textos transcritos tal qual)

    Em 03/2009 a FISTF - Federation International of Sports Table Football ofi-cializou a admisso do Brasil, atravs da LBS - Liga Brasileira de Subbuteo.

    No mesmo dia em que recebeu sua admisso oficial na FISTF, a LBS ini-ciou as tratativas com a LAFM (Liga Argentina de Ftbol de Mesa) para que as duas entidades realizassem, de forma conjunta, a 1 Copa Sul-Americana de Subbuteo.

    No dia 25/04/2009, o Departamento de Futmesa do Bangu AC promoveu o primeiro evento experimental de Subbuteo no Brasil, com a disputa de um Torneio Incio entre seus atletas, vencido por Bruno Coutinho.

    Em 26/07/2009 na sala da Diviso de Futebol de Mesa do Club de Regatas Vasco da Gama foi realizado o 1 torneio interno de SUBBUTEO no clube, a competio foi vencida por Marcelo Lages.

    No dia 17 de abril de 2010 foi realizado o I Satellite organizado pela Liga Brasileira de Subbuteo. A competio foi formalizada junto FISTF - Fede-ration International Sports Table Football e contou pontos para o ranking in-ternacional. Nela estiveram presentes atletas da LAFM - Liga Argentina de Ftbol de Mesa. Jos Antnio do CR Vasco da Gama foi campeo. Marcelo Lages ficou com a 2a colocao, Murcilli foi o 3 colocado e Igor Monteiro completou o pdio com a 4a colocao. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

    Ao trmino da competio, Jos Antnio e Cludio Murcilli que acumulavam respectivamente as presidncias da Liga Brasileira e Argentina, confirma-ram a realizao da 1a Copa Sulamericana em Buenos Aires-ARG em ou-tubro de 2010.

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    Dados Extras recentes

    Fornecidos pelo botonista Renato Pinheiros de Souza (Barthez).

    O Subbuteo praticado e organizado, tal qual o nosso Futebol de Mesa em 40 pases e tem sua Copa do Mundo disputada anualmente. Sua prxima edio est prevista a acontecer entre 10 e 13 de setembro de 2015, em San Benedetto del Tronto, Itlia. O Subbuteo tem seu acesso Amrica do Sul pela Argentina, pas que tem grande fluxo migratrio de origem Italiana, sendo os italianos hegemnicos na Regra. A Itlia o Maior Vencedor das Copas do Mun-do de Subbuteo que contm 6 rankings ativos (incluindo o Feminino que contm nmero expressivo de jogadoras) e 12 tabelas de disputa sendo divididas em individual e por equipes. O Brasil conta com equipes de 3 estados e outros ncleos tem sur-gido constantemente. Rio de Janeiro, So Paulo e Paran tem equipes ativas e o Distrito Federal faz um trabalho de base que tende a formar uma equipe local dentro em breve. A adoo do Subbuteo como regra vlida pela CBFM, acabou pro-movendo, ao mesmo tempo, o nosso futebol de mesa em pases onde o Subbuteo est enraizado. Com isso, campeonatos nunca antes imagina-dos, como o Campeonato Sulamericano, a Copa Libertadores de Equi-pes e a Copa Amrica de Selees passaram a ser realidade. A ltima edio da Copa Sulamericana Individual foi conquistada por Fabrizio Bertolini, da Asociacin Subutesta de Rosario 08, da Ar-gentina, a Libertadores pela A.S. Rosario 08, da Argentina e a Copa Amrica pela Argentina no resultado final de 3-1 contra o Brasil. Este l-timo resultado parece tratar de uma disparidade hegemnica dos her-manos sem precedentes, porm no verdade. Se levarmos em consi-derao os resultados da edio anterior, realizada em So Paulo/SP, temos a vitria de Rony Suzuki, do Fenix F.M., de Londrina/PR sendo o Campeo Sulamericano, O C.R. Vasco da Gama, do Rio de Janeiro/RJ, Campeo da Libertadores e o Brasil vencendo a Argentina num histrico 3-0, na Copa Amrica.

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    Modalidade Pastilha

    Outra modalidade disputada em carter experimental apenas no Rio de Janeiro a chamada pastilha, com uma bola cilndrica, que de acordo com Coutinho, tambm coordenador de regras experimentais na confede-rao, muito jogada na Baixada e na zona oeste, alm de ser extrema-mente forte em Nova Friburgo, interior do estado. A histria comeou exatamente como o dadinho, tendo no incio inclu-sive a mesma regra, e passou por pequenas modificaes no incio deste ano em relao ao tamanho do goleiro e da arrumao e reposio da bo-la, quando do ingresso FEFUMERJ. Atualmente so cerca de cem atletas federados em seis clubes: A-PROFUME Associao Proletria de Futebol de Mesa, LDBR Liga de Desportos de Belford Roxo, AAP Associao Atltica Portuguesa, ANFM Associao Nilopolitana de Futebol de Mesa, AFFM Associa-o Friburguense de Futebol de Mesa e o Club de Regatas Vasco da Ga-ma. O primeiro campeonato estadual da modalidade aconteceu esse ano e o campeo individual foi Marcelo Lages, do Vasco da Gama e a equipe campe foi a Associao Friburguense.

    Igor Monteiro Quintaes

    (2005)

    Graas a Internet, um forte e gil veculo de comunicao, o futebol de mesa tem se beneficiado em vrios aspectos. Mudanas nas regras, anncios de eventos, notificaes de resultados, etc., so divulgados de maneira ampla e rpida. Contando com esta aju-da, somado ao trabalho de colaboradores, a Pastilha, a exemplo de outras modalidades adotadas no Brasil nos ltimos anos, vem se expandindo e conquistando adeptos. A pastilha, no lugar da bolinha, comum nos jogos de antiga-mente, continua presente em alguns times industrializados. Agora, a pastilha est rolando entre botes torneados em acrlico. Apesar de modernizada, a modalidade provavelmente oferece aos botonis-tas da velha-guarda uma pitada de nostalgia.

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    FUTEBOL DE MESA LIVRETES DIVERSOS SOBRE AS REGRAS - Acervo do autor -

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    Futebol de Mesa no Chile

    Mensagem que recebi por e-mail em 06 de maio de 2013

    Caro botonista Ubirajara Godoy Bueno,

    Aps ler seu maravilhoso livro, entendi que deveria te escrever falando do Chi-le.

    Sou botonista desde criana, e voltei a praticar o mesmo em 2010. Hoje vivo no norte do Chile, no deserto mais seco do mundo, onde at a alma tem sede! Eu e toda minha famlia temos utilizado o futmesa como ferramenta scio-evangelistica, e Deus tem nos abenoado muito. Os Chilenos sao locos por futebol, e alguns deles conhecem "aquele" jogo com tampinhas de garrafa. Esses dois fatos tm proporcionado um bom desenvolvi-mento do futmesa, e estamos felizes com os resultados colhidos at hoje. Nas prximas frias de julho vamos a Santiago, Concepcin e La Serena treinar e implantar o futmesa. Assim, se tudo der certo, teremos seis cidades (pois hoje temos trs) praticando o futmesa regularmente.

    Caso deseje conhecer um pouco mais de nosso trabalho s acessar os se-guintes links:

    http://www.facebook.com/pages/ANTOFAGASTA-MIDECPROYECTO-GOL/263371977015526

    Obrigado,

    Mande notcias suas e de seu trabalho com futmesa,

    Que Deus o abenoe!

    Pr. Alksei Faria e famlia desde Chile

    www.fotosmaisimagens.com/bandeira-do-chile. Aplicao da sigla: Ubirajara G. Bueno recursos do Word

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    Material extrado do endereo fornecido

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    As imagens apresentadas dispensam palavras; apenas ressaltar o que vemos claramente: a alegria promovida pelo futebol de mesa aos pequeninos e co-mo estes, com igual intensidade, alegram o primeiro.

    Informaes adicionais sobre o futebol de mesa no Chile

    Perguntas enviadas e respondidas por e-mail, aos cuidados de Ana Paula Costa Faria (julho-2014).

    Sobre as bolinhas.

    Geralmente se utiliza dadinho oficial, cor branca de acrlico.

    Futmesa Chile en La Serena (87 fotos) En la hermosa ciudad de La Serena, el Futmesa Chile volvi a su origen: Unir generaciones, acercar padres y hijos, abuelos y nietos. Adems de esta linda tarea, el Futmesa Chile llevo alegra a todos que conocieran y practicaron este deport...e. Se finaliz las actividades con la I Copa de Futmesa de La Serena. Las entregas de medallas fueron en un Culto a Dios, a quin damos todo honor y gratitud. Santa Biblia, Salmos 127:3 "He aqu, herencia de Jehov son los hijos;Cosa de estima el fruto del vientre."Ver mais

    Futmesa Chile a 9 Grados - Alto Club Hpico (14 fotos) Empezamos la clase de Futmesa afuera de las instalaciones de la Junta vecinal. A los 9 grados, anoche, pero la gana de entrenar fue ms fuerte que el frio y la poca iluminacin. Despus nos fue posible seguir en mejor ubicacin. El Futmesa ...Chile tiene el blanco de ensear a los nios que para lograr las metas de la vida es necesario tener mucha gana y ser valiente. hay una meta muy hermosa que no podemos olvidar, la Vida eterna. Santa Biblia - Filipenses 3:13 y 14 " Hermanos, yo mismo no pretendo haberlo ya alcanzado; pero una cosa hago: olvidando ciertamente lo que queda atrs, y extendindome a lo que est delante, prosigo a la meta, al premio del supremo llamamiento de Dios en Cristo Jess."Ver mais

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    Sobre os fabricantes de botes.

    No existem fabricantes no Chile; as peas so importadas. Ns recebemos ofertas de botes de plstico (algumas pessoas e igrejas evanglicas nos doam e se posso escolher solicito doao dos Cristal Gulliver, porm, recebemos novos e usados de todo ti-po). J os botes de acrlico (que consideremos "oficiais" - medidas 38 mm, 40 mm, 50 mm e 60 mm) compramos da loja Boto FC do senhor Ricardo Baruque (Tijuca - RJ) e da fbrica Frandian do se-nhor Aldair, tambm do Estado do RJ.

    Sobre as dimenses dos botes.

    Usamos botes de 35 mm a 38 mm em mesas de 96 cm X 66 cm para crianas at 10 anos. Para adolescentes botes de 40 ou 41 mm em mesas de 126 cm X 86 cm. Adultos botes de 50 mm em mesas de 146 cm X 96 cm.

    Sobre as mesas e traves.

    Eu e minha famlia fabricamos as mesas (j foram mais de 70 me-sas aqui no Chile) e um amigo chileno fabrica algumas traves (nem todas).

    Sobre as regras adotadas.

    Fizemos uma adaptao da Regra Oficial Brasileira 3X9 Dadinho, e a chamamos de "Regla Chilena de Futmesa", posteriormente mu-damos o nome para "Regla Latina de Futmesa" pois levamos esse esporte para os pases Peru, Argentina, Uruguai e Paraguai.

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    GAME X BOTO

    Em dezembro de 2011 a UOL postou na Internet o seguinte artigo:

    Futebol de boto tenta sobreviver era do videogame e te-me ficar sem nova gerao.

    matria, ricamente ilustrada e comentada, enfatiza o fas- cnio dos adolescentes e jovens pelo videogame e o desin-teresse pelo futebol de boto. Muitos concordam que o realismo dos jogos eletrnicos um concorrente fortssimo do nosso velho futebol de boto e este ltimo sucumbir ao domnio do primeiro s uma questo de tempo. Jorge Farah, presidente da Federao Paulista de Futebol de Mesa, tem opinio contrria:

    No debate sobre a sobrevivncia do boto como modalidade e brincadei-ra ldica, o dirigente de 53 anos (Jorge Farah) diz que um erro encarar o videogame como um inimigo.

    (...) O videogame no nosso concorrente. O jogo eletrnico e o boto so coisas muito distintas, afirma o dirigente, que ressalta a vantagem de sua modalidade como ferramenta de fantasia.

    Alguns meses antes desta reportagem, durante um encontro com amigos, conversvamos exatamente sobre o confronto dos jo-gos antigos com os modernos. No que se refere ao futebol de boto, penso que duas condies so fundamentais para a sobrevivncia do esporte: semear e cultivar.

    Divulgao do futebol de mesa em escolas, clubes, empre-sas.

    Ter um local permanente para se jogar onde aqueles motiva-dos pela divulgao possam jogar regularmente e conhecerem melhor as muitas qualidades do futebol de mesa. Oportunidade para efetivar novos botonista.

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    Palestras e demonstraes em escolas, clubes e empresas, realizados por voluntrios, geralmente resultam numa boa divulga-o do futebol de mesa, exaltando suas qualidades. Mas seria ape-nas o primeiro empurro. E depois? A continuidade? A manuten-o? fundamental ter um local permanente para se jogar, quer se-ja numa garagem ou num clube. Formar equipe, criar torneios inter-nos regulares, sob uma coordenao eficaz. Caso contrrio, o jogo de boto acabara sendo esquecido, ainda que tenha causado sen-sao por ocasio de sua divulgao, pois os jogos eletrnicos vo continuar presentes, imponentes, sedutores, dispostos a defende-rem o territrio de possveis concorrentes. Eles se proliferam aos mais recontidos lugares. Obviamente Isto no significa julgar estes jogos viles e que devem ser repudiados, afinal, inegvel o seu forte poder de entretenimento. A proposta consiste em preservar (ou recuperar) o espao que durante muito tempo pertenceu ao nosso futebol de mesa sem, necessariamente, excluir os jogos eletrnicos.

    Projeto Escola: Divulgao e iniciao ao futebol de mesa. Local: Colgio Centurion Praia Grande, bairro Ocian SP. Coordenao: Eduardo Lemos.

    Fotografias produzidas pelo autor

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    A continuidade

    A experincia tem mostrado que um local para os jogos muitas vezes conquistado graas a persistncia. O futebol de mesa hoje presente na Praia Grande, bairro Ocian, primeiro departamento da regio, um exemplo de conquista devido a determinao de Edu-ardo Lemos, fundador e atual coordenador da equipe. Graas a este local, alguns dos jovens participantes do Projeto Escola, continuam a praticar o futebol de mesa e j esto se prepa-rando para os jogos promovidos pela federao.

    Imagens da sala de jogos no clube Ocian

    Fotografias fornecidas por Natalia Mazetto

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    Futebol de Mesa, um gentlegame. Sobre o futebol de mesa e os jogos eletrnicos

    Do meu arquivo: Pequenas Crnicas ( maro/2012)

    Destitudo de tecnologia, prima por suas qualidades tradi-cionais. Foi concebido para um reconhecimento espontneo dos seus valores. No abre caminho aos empurres entre seus concor-rentes eletrnicos, aguarda placidamente uma passagem livre. Mas se o congestionamento persiste, podemos supor que carece de au-xilio, algum que lhe tome as mos e o conduza com firmeza. Dife-rentemente do passado, agora ser necessrio uma ao enrgica, uma voz que proclame: vejam, o que ele tem para mostrar inte-ressante e, com certeza, muitos vo gostar. Basta isto e muito disto.

    Ubirajara Godoy Bueno

    Uma vez conhecidas as muitas qualidades do o futebol de me-sa, ele se mostra to atraente como os seus concorrentes.

    Enquanto os jogos eletrnicos encantam por meio de anima-es quase reais, o futebol de mesa a prpria realidade