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este texto fala sobre as teorias de vinculaçao de bowlby
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Bowlby: foi um cientista importante que se preocupou se a vinculação era importante e que se estabelecia. Disse que pretendia transformar a psicanálise, ou seja, propôs-se mostrar cientificamente, a sua obra principal é a triologia (”vinculação“, ”separação“ e ”perda“).
A teoria da vinculação – Bowlby
O autor defende que ao nascer o bebé já ”está equipado com um n.º de sistemas comportamentais, que fornecem as bases para o desenvolvimento ulterior (posterior) do comportamento de apego ou vinculação“ (Bowlby, 1978, p. 107)
Bowbly inicialmente era ligado à psicanálise e tinha como propósito transfomá-la uma das teorias das ciências naturais com rigor métrico. Desenvolveu uma teoria dos Instintos.
estudou os instintos ao nascer e operacionalizou-os.
Os sistemas comportamentais, no início da vida, são sistemas mediadores primitivos ou respostas instintivas componentes. Elas são constituídas por 5 respostas instintivas componentes ou parciais
- sucção (chupar)
- preensão (agarrar) bebé é um elemento activo
- orientação (seguir, gatinhar, andar) (nas 3 primeiras respostas)- choro
- sorriso activam o comportamento maternal (são iliciadores da relação)
O bebé desde o início é um ser activo e participante na relação.
Ao longo do primeiro ano estabelece-se o comportamento de vinculação, tendo nas suas bases as respostas instintivas componentes e um processo de interacção crescente de sentido e significado.
(a vinculação estabelece-se na relação com o outro relação de proximidade que perdura no tempo)
Processa-se ao longo de 4 fases:1. Consiste na orientação e em sinais com discriminação limitada da
figura de vinculação. A discriminação limita-se aos estímulos olfactivos e auditivos. Esta fase dura até às 8-12 semanas e só se prolonga em situações desfavoráveis.(crianças colocadas em berço que ”mostrava“ os movimentos do bebé. Em volta, leite embebido com leite da mãe. 2 rodelas, uma de cada lado do berço.Registo: bebé dirige-se predominantemente para o lado em que estava embebido o algodão com o leite da mãe.Conclusão: o bebé conhecia a química olfactiva da mãe que era característica e única).
2. Orientação e sinais dirigidos para uma figura discriminada (ou mais do que uma). Havendo um contacto amistoso este orienta-se preferencialmente para a figura materna.
Esta orientação percebe-se através dos estímulos auditivos (às 4 semanas) e dos estímulos visuais (às 10 semanas).
3. Manutenção da proximidade com uma figura discriminada por meio da locomoção e de sinais. Há uma ampliação do reportório do bebé que passa a incluir o movimento de seguir a mãe que se afasta, de recebê-la efusivamente e de usá-la com base para as suas experiências, explorações.
Além da figura materna, elegem outras figuras preferenciais (a partir dos 6/7 meses).
4. Formação de uma parceria dirigida para a meta.A proximidade com a figura de apego passa a ser mantida por meio de sistemas dirigidos para a meta. A criança utiliza um mapa cognitivo no qual ”a própria figura materna passa a ser concebida (…) como um objecto independente, que persiste no tempo e no espaço e que se movimenta de um modo +/- previsível num continuo espaço-tempo“ (Bowlby, 1990, p.205)A criança adquire um discernimento intuitivo sobre os sentimentos e motivos da mãe – estabeleceu-se uma verdadeira parceria.
O autor socorre-se da ontogénese para justificar o desenvolvimento por fases:
a) ocorre uma limitação progressiva dos estímulos eficazes relativamente aos paladares uns eliciam a sucção e uma expressão feliz, outros desencadeiam movimentos de aversão.
b) ocorre uma tendência para os sistemas comportamentais primitivos se tornrem mais elaborados e serem suplantados por outros mais refinados.
c) ocorre uma tendência para os sistemas comportamentais primitivos começarem a ser não funcionais e se integrarem em todos os funcionais.
Estas tendências inatas favorecem a interacção social e utilizam dois tipos de equipamento:
a) o efector – constituído pelas mãos, pés, cabeça e bocab) o de sinalização – consiste no choror, no sorriso, no balbúcio e no
gesticular.
(o bebé desde que nasce utiliza o corpo para se manifestar)
As primeiras respostas do bebé revelam que:a) presta atenção a um padrão ou contorno que se assemelham a um ser humanob) tende para a voz da mãec) chora quando ela não está e cessa quando ela aparece.
Mapa cognitivo: representação mental que a criança constrói em relação à figura de vinculação. A esta relação Bowlby chama parceria.
d) quanto mais bebé e mãe se experimentam em relações de controlo corporal mais fortes tendem a ser as respostas pertinentes de cada um (responsabilidade e disponibilidade).
e) há um processo reforçador mútuo na interacção diádica (quanto mais se relacionam, mais forte fica a relação)
O sorriso, o balbucio e o choro enquanto eliciadores da interacção com a figura materna revelam:
1. O Sorriso desenvolve-se em 4 etapas:- espontâneo e reflexo- social não selectivo- selectivo- social diferencial
O sorriso serve para aproximar as pessoas
2. O Balbucio: tem a função de manter a figura materna junto do bebé e promover o intercâmbio entre eles
3. O Choro pode ser de 2 tipos:- ritmado- esganiçado (sinal de raiva que se relaciona com a
frustração e o facto de não haver uma resposta condizente com o que ele quer).
A interacção com a figura materna é fundamental para os avanços sociais e dependem:
a) da presteza com que a mãe responde ao choro do bebéb) grau de iniciativa da mãe na interacção.
Bowlby pretendeu transformar a psicanálise num ramo das ciências naturais. Acrescentou-lhe outra pulsão: a pulsão de vinculação.
todo o ser humano ao nascer se encaminha para a figura
cuidadora, sendo que a figura materna é preponderante, relativamente à masculina.
Relativamente à sua teoria, é importante clarificar onde é que ele se foi basear para chegar a esta teoria. Ele recorreu à etologia (estudo do animal comparado) para construir a sua teoria. Verificou que muitas espécies traziam pré-programado determinados instintos que o faziam ter determinados comportamentos. Os etólogos chamavam a estes instintos IRM (mecanismos de realização inata). No entanto, Bowlby ficou conhecido pela sua triologia: vinculação, separação e apego.
A vinculação não é toda igual, não tem toda as mesmas matizes, quando se estabelece relação com alguém e surge um desentendimento podemos verificar diferentes níveis de vinculação. Será que o modelo vinculativo das pessoas é igual?Temos de lidar de diferentes maneiras com diferentes pessoas.
Marie S. Ainsworth estudou experimentalmente a vinculação. Pegou em crianças com 13 meses e criou uma experiência denominada situação estranha: colocava-se a mãe e uma criança com 13 meses numa sala cheia
de brinquedos e depois a mãe saía da sala deixando o bebé sozinho e posteriormente voltavam a colocar a mãe na sala, e verificaram-se coisas muito engraçadas.
M.S. observou que as crianças reagiam de forma diferente, havia umas que reagiam chorando a um canto, enquanto que outras ficavam um pouco apreensivas no início mas depois brincavam.
Quando as mães voltaram verificavam-se 3 tipos de resposta:- abraçavam a mãe e brincavam novamente- ambivalentes, pegavam e largavam, ficavam esquisitos, estranho, não largavam as mães mas também não são capazes de estabelecer relação com ela- ignoravam a mãe
Tipos de vinculação
Padrão B padronização- as crianças revelam-se seguramente vinculadas ou apegadas à figura materna. Estas crianças revelam ser activas nas brincadeiras, reduzem a actividade quando a mãe se ausenta; quando as mães regressam a sala, procuram o conforto desta e regressam à brincadeiora. Vinculação segura.
Padrão A padrão de deslizamento- onde os bebés revelam uma vinculação ansiosa e apresentam-se equívocos após a separação. Evitam a mãe na reunião após a segunda ausência, na segunda já não perdoam, nestes casos os estranhos são mais bem tratados que a própria mãe vinculação insegura.
Padrão C padrão resistente ambivalentes na relação- os bebés estão ansiosamente apegados à figura materna e revelam resistência na procura do contacto com a mãe (figura materna). Ora são coléricos ou são passivos vinculação ansiosa.
Marie S. Ainsworth propõe alguns aspectos que podem levar a uma vinculação segura:- contacto físico e prolongado durante os primeiros 6 meses;- aptidão para acalmar o bebe dando-lhe colo;- sensibilidade da mãe para os sinais do bebé (sintonia entre mãe e bebé);- existência de um ambiente regulado de modo que o bebé possa saber o que vai acontecer (não mudar muito o contexto);- prazer mútuo que a mãe e o bebé sentem na companhia um do outro.
Relativamente à separação Bowlby defendeu que elas eram:- perturbadoras, tanto mais quanto maior fosse o tempo da separação
Escreveu, a esse respeito, 3 padroes de resposta à separação:
1- A criança primeiro protestava abertamente chorando e chamando para voltar à mãe;
2- Depois, não tendo sucesso com o seu progresso, a criança começava a esganiçar e a manifestar a sua raiva. Revelava o seu desespero face à ausência da mãe;
3- Após este desespero, a criança desapega, fica alheada.
No decorrer da experiência a mãe era substituída por outra pessoa e as crianças tinham tendência a ignorar a mãe posteriormente e a ligar mais ao estranho como um tipo de castigo para a mãe.
O que é que poderá estar na base destes diferentes tipos de vinculação?Necessidade de responsabilidade, disponibilidade e contacto corporal.
A figura materna ensina vários tipos de necessidades, pode ensinar que o outro entenda o seu mundo, as suas sensações, faz crer à criança que sempre que precise dela ela lá estará. Quanto maior for o poder da vinculação maior vai ser a facilidade de se adaptar e de descobrir o mundo. Mas podemos observar que quem fez uma vinculação insegura tem uma maior capacidade de se desprender e de partir à descoberta, a explorar o mundo exterior. Quando observamos uma pessoa que fez uma vinculação muito forte é mais difícil de se desprender da figura materna e não se consegue libertar e ganhar independência.