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Autor: Ricardo VerdumResumo: Neste documento iremos apresentar os resultados do primeiro esforço de consolidação de informações sobre os projetos de infraestrutura na Região Amazônica financiados com recursos públicos, sejam eles operados diretamente pelo BNDES, ou operados de forma indireta, quando o Banco repassa os recursos financeiros a bancos comerciais, públicos ou privados, agências de fomento e cooperativas credenciadas, e estes agentes são os responsáveis pela análise e aprovação do crédito e pela definição das garantias. Nesta lista está Deutsche Bank, Citibank Bank, JP Morgan, Banco Votorantim, Banco Volkswagen, ITAU BBA, ITAU Unibanco, Bradesco, Banco Safra, Santander, dentre outros.Nas exportações brasileiras de maquinas e equipamentos para países da América Latina e do Caribe, o financiamento tem sido feito pelo BNDES Exim Automático via bancos credenciados no exterior. O BNDES Exim financia tanto a produção debens a serem exportados (pré-embarque), aportando capital de giro para empresas exportadoras, quanto à comercialização de bens e serviços brasileiros no exterior (pós-embarque). A comercialização é facilitada por meio de linhas de crédito para bancos no exterior por meio do BNDES Exim Automático. Em outubro de 2012 havia 19 bancos operando recursos do BNDES distribuídos da seguinte forma: Argentina (9), Paraguai (2), Chile (2), Peru (2), Uruguai (2), República Dominicana (1) e Zimbabue (1). No Peru, são bancos credenciados o Banco de Crédito del Perú e o BBVA Banco Continental. Todas as agencias do Banco do Brasil, no Brasil e no exterior, estão habilitadas a atender as empresas interessadas nesta linha de crédito. Como esperamos tenha ficado claro, as operações do BNDES com impacto fora do Brasil compõe um sistema bastante complexo. Não basta perguntar “que obras o BNDES financia neste ou naquele país” ou “quais são os investimentos dobanco em mineração nos países na América Latina”. Para serem feitas as perguntas certas são necessários bem mais conhecimento de como as coisas funcionam, um processo investigativo e de incidência bem mais refinado e sutil. Número de páginas: 44.Primeira edição: Novembro 2013, consta de 2000 exemplares.
Citation preview
A S O C I A C I NAMBIENTE SOCIEDAD
Brasil, BNDES e projetos de investimento
com implicaes na Amaznia
Com o apoio da:
Brasil, BNDES e projetos de investimento
com implicaes na Amaznia
Elaborado por:Ricardo Verdum
Dr. Antropologia SocialConsultor
Asociacin Ambiente y Sociedad de Colombia - AASCentro de Derechos Econmicos y Sociales - CDES
Centro de Estudios para el Desarrollo Laboral y Agrario - CEDLAInstituto Brasileiro de Anlises Sociais e Econmicas - IBASE
Derecho, Ambiente y Recursos Naturales - DAR
Lima - Novembro del 2013*
*Estudo concludo em Brasilia - Abril 2013
Brasil, BNDES e projetos de investimento com implicaes na Amaznia
Autor:Ricardo Verdum
Coordenao Geral:Israel Gordaliza Carrillo
Derecho, Ambiente y Recursos Naturales:Jr. Coronel Zegarra N 260 - Jesus Maria (Lima 11)Telefone: (511) 2662063Email: [email protected] da web: www.dar.org.pe
Design e diagramao:Realidades S.A.Augusto Tamayo N 190, of. 5 San Isidro (Lima 27)Email: [email protected] da web: www.realidades.pe
Guia para citar a publicao:Brasil, BNDES e projetos de investimento com implicaes na Amaznia. Ricardo Verdum. 44 pginas.
Primeira edio:Novembro 2013, consta de 2000 exemplares
Feito o Depsito Legal na biblioteca Nacional do Peru N 2013-17991ISBN: 978-612-4210-03-7
permitida a reproduo parcial ou total deste livro, seu tratamento informtico, sua transmisso por qualquer forma ou meio, seja eletrnico, mecnico, por fotocpia ou outros; com a simples indicao da fonte quando seja usado em publicaes ou difuso por qualquer meio.
Esta publicao apresenta a opinio dos autores e no necessariamente a viso da Rainforest Foundation Noruega y Global Witness.. Esta publicao foi possvel graas ao financiamento da Rainforest Foundation Noruega y Global Witness.
Impresso y Feito no Peru.
APRESENTAO ....................................................................................................................................................................................................................................... 7
INTRODUO ........................................................................................................................................................................................................................................... 9
1. SOBRE A ELABORAO DOS QUADROS ............................................................................................................................................................................ 11
2. BRASIL .................................................................................................................................................................................................................................................... 15
3. AMAZONA ANDINA ...................................................................................................................................................................................................................... 21
4. PLANO ARCO NORTE ..................................................................................................................................................................................................................... 29
5. CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................................................................................................................................ 35
6. FONTES CONSULTADAS .............................................................................................................................................................................................................. 37
SUMRIO
6 Brasil, BNDES e projetos de investimento com implicaes na Amaznia
7Brasil, BNDES e projetos de investimento com implicaes na Amaznia
Nos ltimos anos, alguns pases com economias emergentes terem convertido em importantes financiadores de projetos internacionais, uma quarta parte de esses fluxos virem da Amrica Latina e do Caribe. Em particular, a Banca estatal brasileira o mais dinmico na regio, tornando-se tambm, como o principal instrumento para o processo de internacionalizao de suas empresas.
O processo de expanso internacional planejada pelo Estado Brasileiro, prioriza a integrao sul-americana atravs da consolidao da UNASUL, que est desenvolvendo em diversas reas, alguns com mais dinmico do que outros, tais como infraestrutura atravs de Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (COSIPLAN) mecanismo que, entre outros, permitir consolidar o Brasil como uma potncia regional e, ao mesmo tempo, conduzir de forma dominante no processo de constituio de um espao sul-americano.
A forte dinmica de investimento para o desenvolvimento de projetos do transporte, energia e outros, tem gerado uma srie de conflitos nos territrios e comunidades afetadas pelo projeto, forando as organizaes comunitrias e da sociedade civil, conhecer a imbricada relao entre o financiamento dos projetos e as polticas nacionais e internacionais. Encontrar tambm muitas barreiras para acessar a informao e muitos mais para ser ouvidas.
Neste contexto, se ter desenvolvido vrias iniciativas promovidas por instituies e organizaes da sociedade civil, com o objetivo, de uma forma ou de outra, para influenciar em a democratizao e transparncia das polticas e prticas dos governos e especialmente das entidades do financiamento pblico como e o caso do Banco de Desenvolvimento Econmico e Social do Brasil BNDES.
O texto que presentamos um primer intento exploratrio de obter informao oficial ou confivel sobre os projetos financiados pelo BNDES, especialmente para atividades realizadas fora do Brasil e que nos levou a concluir que ainda h barreiras para o acesso pblico a informao de esse tipo. Isto contrasta com a posio atual do governo brasileiro para promover l Iniciativa de um Governo Aberto ou l muito recente lei de acesso informao pblica.
A Lei de Acesso Informao Pblica do Brasil, n. 12.527/2011 no alcanado ainda garantir suficiente a transparncia das atividades do BNDES na Amrica Latina. Note-se que esta falta de transparncia na aprovao de emprstimos para projetos, no s na regio amaznica, mas tambm em outras regies, uma potencial ameaa para integridade das florestas, indgenas, as comunidades indgenas, rurais e tradicionais, assim como para todo o mdio ambiente.
Esta situao representa uma ameaa como tambm uma possvel oportunidade de transformar investimentos tradicionais em sustentveis. A finalidade ultima deste estudo dar um diagnstico aproximado de investimentos na Amaznia que permitam abrir a discusso sobre possveis caminhos ou alternativas para os problemas que se presentam para a Amaznia e os pases da regio.
Finalmente, as instituies que promovemos esta pesquisa, queremos agradecer as instituies que nos apoiaram para esta pesquisa, especialmente para a Global Witness, Rainforest Foundation Norway e Mott.
Asociacin Ambiente y Sociedad de ColombiaCentro de Derechos Econmicos y Sociales de Ecuador
Centro de Estudios para el Desarrollo Laboral y Agrario de BoliviaInstituto Brasileiro de Anlises Sociais e Econmicas de Brasil
Derecho, Ambiente y Recursos Naturales de Per
APRESENTAO
8 Brasil, BNDES e projetos de investimento com implicaes na Amaznia
9Brasil, BNDES e projetos de investimento com implicaes na Amaznia
A liderana econmica do Brasil na regio sul-americana foi sensivelmente reforada ao longo da ltima dcada. Em grande medida isso decorre do aumento da presena e da capacidade de um conjunto de empresas brasileiras de grande porte, especialmente dos setores de infraestrutura, energia e agroindstria, e do reforo financeiro que tm recebido - via apoio s exportaes de bens e servios - do Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES) e em menos medida do Banco do Brasil (BB-PROEX). Na Amrica Latina, como na frica, as grandes construtoras tm alcanado relativo sucesso com suas estratgias de internacionalizao, seja como exportadoras de bens e servios, seja como investidoras. Em geral compem consrcios com outras empresas brasileiras, com empresas do pas onde ser desenvolvida a atividade e/ ou com empresas de outros pases ou regies. Vrias integram grupo empresarias que atuam em diferentes setores da economia (construo, minerao, hidrocarburos, energia, florestal etc.), o que lhes permite compor sua ao no terreno em diferentes frentes; permite tambm captar recursos financeiros para diferentes atividades econmicas de forma concomitante ou sequencial, utilizando diferentes fontes de financiamento nacionais, regionais e multilaterais - por exemplo, do BNDES e da CAF (Corporao Andina de Fomento)1.
Na Amrica Latina, como na frica, as operaes do Sistema BNDES2 no apoio s exportaes de bens e servios esto concentradas majoritariamente em projetos de infraestrutura, particularmente em obras de hidreltricas, aquedutos, gasodutos, operaes de transporte, metrs, rodovias, ferrovias e parques elicos. As obras de infraestrutura so o carro chefe do apoio do BNDES ao fortalecimento e internacionalizao de empresas brasileiras. Em 2011, cerca de R$ 11,4 bilhes foram liberados para exportao, e at novembro de 2012 o apoio somava US$ 5,1 bilhes (R$ 10,1 bilhes). 3
No poderamos concluir esta introduo deixando de mencionar a crescente relevncia que a China tem adquirido na cena econmico-poltica e financeiro latino-americana. Seja por meio de mecanismos de financiamento bilateral, ou por
INTRODUO
1 At 31 de dezembro de 2011 o setor infraestrutura ocupava 63,5% da carteira de financiamentos da CAF. Com sede em Caracas (Venezuela) e se identificando como o Banco de Desarrollo de Amrica Latina, a CAF tem como acionistas Argentina, Bolvia, Brasil, Chile, Colmbia, Costa Rica, Equador, Espanha, Jamaica, Mxico, Panam, Paraguai, Peru, Portugal, Repblica Dominicana, Trinidad e Tobago, Uruguai, Venezuela e 14 bancos privados da regio.
2 O Sistema BNDES composto dos seguintes mecanismos de financiamento para exportao: BNDES, EXIM Brasil, BNDES Ltda. Londres, BNDESPAR e FINAME. Vrios projetos envolvendo empresas brasileiras tm recorrido e recebido financiamento do Banco do Brasil-PROEX.
3 Cf. Mello Dias, A.C.A. et al. Motivaes e impactos da internacionalizao de empresas: um estudo de mltiplos casos na indstria brasileira. Revista do BNDES 38, p. 139-180, 2012. O artigo aponta as principais motivaes que levaram seis empresas (Bematech, Braskem, Eurofarma, Marfrig, Metalfrio e WEG) apoiadas pela Linha de Internacionalizao de Empresas do BNDES a se expandir em mercados externos e, principalmente, analisa os impactos decorrentes desse processo em suas exportaes, na inovao, no quadro de colaboradores e na cadeia de suprimentos.
10 Brasil, BNDES e projetos de investimento com implicaes na Amaznia
intermdio do modelo de investimento direto em infraestrutura, seus agentes tem tido uma atuao bastante agressiva nas disputas por territrios e recursos naturais, trocando contratos favorveis e de largo prazo por pagamento com matrias primas.
A partir da segunda metade dos anos 1970 a economia-poltica chinesa passou a orientar-se para a integrao na economia mundial; permitiu a entrada no seu territrio de capitais e empresas de outros pases, provocando uma acelerada urbanizao do pas, associada com a implantao de uma forte e diversificada cadeia produtiva industrial com limitada preocupao com a sustentabilidade ambiental. Passa tambm a cooperar financeiramente com outros pases na implantao e modernizao de sua infraestrutura (energia, transporte etc.), o que tem viabilizado (entre outras coisas) a continuidade do acesso s matrias primas (commodities) necessrias continuidade do seu crescimento econmico (baseado na exportao de bens).
Conforme foi afirmado por Moira Paz-Estenssora, diretora representante da CAF no Brasil, durante mesa-redonda realizada pelo Centro Brasileiro de Relaes Internacionais (CEBRI), no dia 26 de maro passado, o Banco de Desenvolvimento da China (CDB, sigla em ingls) hoje, provavelmente, o maior banco de desenvolvimento (BD) do mundo, que vem tendo crescente presena na regio. Tanto assim que a CAF criou, no seu interior, uma linha de crdito especfica para acomodar o interesse de financiamento chins na regio.
Neste documento iremos apresentar os resultados do primeiro esforo de consolidao de informaes sobre os projetos de infraestrutura na Regio Amaznica financiados com recursos pblicos, sejam eles operados diretamente pelo BNDES, ou operados de forma indireta, quando o Banco repassa os recursos financeiros a bancos comerciais, pblicos ou privados, agncias de fomento e cooperativas credenciadas, e estes agentes so os responsveis pela anlise e aprovao do crdito e pela definio das garantias. Nesta lista est Deutsche Bank, Citibank Bank, JP Morgan, Banco Votorantim, Banco Volkswagen, ITAU BBA, ITAU Unibanco, Bradesco, Banco Safra, Santander, dentre outros.
Nas exportaes brasileiras de maquinas e equipamentos para pases da Amrica Latina e do Caribe, o financiamento tem sido feito pelo BNDES Exim Automtico via bancos credenciados no exterior. O BNDES Exim financia tanto a produo de bens a serem exportados (pr-embarque), aportando capital de giro para empresas exportadoras, quanto comercializao de bens e servios brasileiros no exterior (ps-embarque). A comercializao facilitada por meio de linhas de crdito para bancos no exterior por meio do BNDES Exim Automtico. Em outubro de 2012 havia 19 bancos operando recursos do BNDES distribudos da seguinte forma: Argentina (9), Paraguai (2), Chile (2), Peru (2), Uruguai (2), Repblica Dominicana (1) e Zimbabue (1). No Peru, so bancos credenciados o Banco de Crdito del Per e o BBVA Banco Continental. Todas as agencias do Banco do Brasil, no Brasil e no exterior, esto habilitadas a atender as empresas interessadas nesta linha de crdito.4
Como esperamos tenha ficado claro, as operaes do BNDES com impacto fora do Brasil compe um sistema bastante complexo. No basta perguntar que obras o BNDES financia neste ou naquele pas ou quais so os investimentos do banco em minerao nos pases na Amrica Latina. Para serem feitas as perguntas certas so necessrios bem mais conhecimento de como as coisas funcionam, um processo investigativo e de incidncia bem mais refinado e sutil.
4 Relao de produtos financiveis aplicvel s linhas de financiamento exportao do BNDES-Exim: http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/produtos/download/Rel_prod.pdf
11Brasil, BNDES e projetos de investimento com implicaes na Amaznia
Na preparao dos quadros com informaes sobre os financiamentos e investimentos realizados pelo BNDES na Amaznia Continental recorremos a uma srie de documentos e a pgina do banco (ver lista das fontes consultadas ao final). A experincia que tivemos nesta primeira investida exploratria na busca de informaes oficiais ou confiveis de projetos financiados pelo BNDES, especialmente os financiamentos destinados para atividades foram do pas, nos leva a concluir que persistem barreiras ao acesso pblico para este tipo de dado. Isso conflita com o discurso governamental corrente no pas em prol do direito de acesso da sociedade s informaes pblicas.
Lamentavelmente a Lei de Acesso Informao Pblica, Lei n 12.527/2011, no tem alcanado dar transparncia suficiente atuao do BNDES na Amrica Latina. No demais lembrar que esta falta de transparncia na aprovao de emprstimos, e no somente os destinados Regio Amaznica, mas tambm para outros biomas, tem representado uma ameaa integridade das florestas, de comunidades indgenas, rurais e tradicionais, e do meio ambiente de modo geral. Esta situao limitou a confirmao do apoio do Banco a um conjunto de projetos, sobre os quais, por via secundria, chegou-nos a informao de que teria a participao do BNDES. Isso coloca em evidencia, mais uma vez, a necessidade da instituio contar com una poltica de transparncia. Os quadros do informe encontram-se ainda incompletos justamente pela dificuldade de conseguir esta informao de fonte oficial.
Outro exemplo de falta de acesso pblico informao exemplificado pela resposta consulta de Oriana Rey (Amigos da Terra), a respeito das operaes diretas e indiretas contratadas com o BNDES, nos ltimos cinco anos, para projetos de infraestrutura e de minerao, nos pases da Amrica Latina, excetuando o Brasil. Oriana recorreu ao Sistema Eletrnico do Servio de Informaes ao Cidado (e-SIC)5, e na resposta que recebeu do Servio de Informao ao Cidado, do BNDES, visvel o contraste entre o quadro que ela recebeu e os quadros que apresentaremos a seguir.
SOBRE A ELABORAO DOS QUADROS1.
5 Cf. http://www.acessoainformacao.gov.br/sistema/
12 Brasil, BNDES e projetos de investimento com implicaes na Amaznia
Fonte: Servio de Informao ao Cidado do BNDES (em 17/12/2012)
PROJETO EXPORTADOR MUTURIO
Expanso Gasodutos TGS e TGN (ALBANESI) Construtora Norberto Odebrecht
Fideicomiso Financeiro de Obras - Gasoducto Sur/Norte
Expanso Gasodutos TGS e TGN (CAMMESA) Construtora Norberto Odebrecht
Fideicomiso Financiero de Obras Gasoductos Sur2006-2008
Gasoduto Cammesa Mdulo III Construtora Norberto Odebrecht Fideicomiso Financiero de Obras Gasoductos Sur2006-2008
Gasoduto CEMSA - Mdulo III Construtora Norberto Odebrecht Fideicomiso Financiero de Obras Gasoductos Sur2006-2009
Gasoduto San Martin - TGS Construtora Norberto Odebrecht Transportadora de Gas del Sur S/A
Planta Tratamento gua - Las Palmas - AYSA Construtora Norberto Odebrecht Agua y Saneamientos Argentinos S/A
Saneamento BUE Berazategui e DockSud
Construes e Comercio Camargo Correa S/A Agua y Saneamientos Argentinos S/A
UHE San Francisco Construtora Norberto Odebrecht Hidropastaza SA
UHE San Francisco Furnas Centrais Eltricas S/A Hidropastaza SA
Projeto Bayovar - Concesso para Fornecimento de gua Construtora Andrade Gutierrez Construtora Andrade Gutierrez S/A Peru
Projeto Camisea Confab Industrial S/A TGP- Transportadora de Gas Del Peru S.A -
Renovao Rede Gs Montevidu Construtora OAS Ltda Distribuidora de Gs de Montevideo S/A Grupo Petrobras
CNO - SUPPLIER Construtora Norberto Odebrecht Construtora Norberto Odebrecht S/A
Metr de Caracas - Linha 3 Construtora Norberto Odebrecht Governo da Venezuela
Metr de Caracas - Linha 5 Construtora Norberto Odebrecht Governo da Venezuela
Metr Los Teques - Linha 2 Construtora Norberto Odebrecht Governo da Venezuela
Siderrgica Nacional Construtora Andrade Gutierrez Governo da Venezuela - Mibam
Quadro 1: OPERAES DIRETAS REALIZADAS PELO BNDES NA AMRICA LATINA
Chama a ateno que dos dezessete contratos de exportao de produtos e servios elencados, doze foram com a Construtora Norberto Odebrecht S.A. Esta mesma constatao ocorrer nos quadros que viro mais a frente, especialmente em pases como Peru, onde o Grupo Odebrecht est desde 1979, quando assumiu a construo da Central Hidroelctrica Charcani V, no departamento de Arequipa.
13Brasil, BNDES e projetos de investimento com implicaes na Amaznia
6 Sobre o Desempenho Operacional do Sistema BNDES - Apoio Exportao (em US$ mil), cf. http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/BNDES_Transparente/Estatisticas_Operacionais/exportacao.html 7 Cf. http://www.radarrio20.org.br/index.php?r=site/view&id=244645
Foi informado para Oriana que todas as operaes de financiamento s exportaes realizadas pelo BNDES, sejam diretas ou indiretas, constam do relatrio Desempenho Anual do Sistema BNDES Apoio Exportao6. Entretanto, foi ressaltado que nem sempre ocorrer a identificao direta da operao de financiamento como destinada a uma obra de infraestrutura (construo). Ela pode estar diluda em outro cdigo do sistema de Classificao Nacional de Atividades Econmicas do IBGE (CNAE) por exemplo, em mquinas e equipamentos, produtos de metal, veculo, reboque e carroceria etc.
De nossa parte, entendemos que este argumentado no justifica a falta de transparncia na informao. O fato dos dados serem apresentados desta forma na pgina do BNDES no resulta da inexistncia de informao sobre a finalidade do produto ou servio financiado, nem sobre para onde ele est indo (pas, regio). Ou ser que esta informao no exigida pelo banco, por considera-la irrelevante para aprovao de suas operaes de financiamento?
Para efeitos de apresentao dos dados, neste primeiro relatrio optamos por dividir a Regio Amaznica em trs sub-regies, so elas: (1) Brasil; (2) Amaznia Andina; e (3) Arco Norte. No caso da sub-regio Arco Norte, ela abarca os territrios da Venezuela (poro Leste), Guiana, Suriname, Guiana Francesa e os estados brasileiros fronteirios desses pases (Amap, Norte do Par e Roraima). Verificamos estar em curso ai uma estratgia de integrao regional especfica, com a construo e ampliao de estradas e portos, e o estabelecimento de um sistema de conexo eltrica dos pases, por meio de linhas de transmisso e uma rede de centrais produtoras de hidroeletricidade.
Adriana Maria Dassie (2012) afirma que no Suriname um consrcio formado por seis empresas (do Suriname, Holanda e Alemanha) est desenvolvendo um projeto para ampliar a rede de distribuio e transmisso da estatal N.V. Energiebedrijven Suriname (EBS), e com a ajuda financeira da China, est tentando-se uma nova linha de transmisso entre a central hidroeltrica de Afobaka e Paramaribo. Conferir mais a frente. Segundo a jornalista Marta Nogueira, do Valor Online7, em meados de 2012, os estudos de viabilidade j estavam sendo feitos na Guiana por duas empresas brasileiras: Queiroz Galvo e OAS; e no Suriname a EBS havia lanado um edital para a contratao de empresas para a elaborao desses estudos. Consta que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (o BID) financiaria os governos da Guiana e do Suriname na contratao desses estudos. Chamou nossa ateno o interesse dos investimentos nessas infraestruturas estar articulado com a explorao de recursos minerrios, especialmente.
Separamos as sub-regies Amaznia Andina e Brasil mais como uma maneira de organizar os dados, embora sabendo que muitas obras situadas na Amaznia Ocidental, de ambas as fronteiras Brasil e demais pases, esto de fato conectadas, especialmente as de transporte (rodovias, hidrovias e ferrovias) e energia (conectadas por linhas de transmisso).
15Brasil, BNDES e projetos de investimento com implicaes na Amaznia
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES) o hoje o principal agente financiador do Plano de Acelerao do Crescimento (PAC) do governo brasileiro. O primeiro Plano de Acelerao do Crescimento, PAC-1, foi lanado oficialmente em 22 de janeiro de 2007, no incio do primeiro ano do segundo mandato do presidente Lula da Silva . Com durao prevista de quatro anos (2007-2010), ao PAC-1 foi dado o objetivo de estimular o investimento privado em obras de infraestrutura, o que, argumentou-se na poca, seria estimulado pelo aporte financeiro que seria feito a partir do Estado, via oramento pblico (Plano Plurianual), Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econmico (BNDES) e outros bancos pblicos, empresas estatais e os fundos de penso de trabalhadores destas empresas. Alm do incentivo ao co-financimento, previa-se concesses ao empreendedor privado do uso para explorao econmica do empreendimento quando esse entrasse em operao. A explorao de rodovias, por exemplo, com a cobrana de pedgio; a comercializao da energia eltrica gerada por uma usina hidroeltrica etc. A segunda fase do Plano foi anunciada pelo governo federal no dia 29 de maro de 2010, no ltimo ano do segundo mandato do presidente Lula da Silva, cinco meses antes das eleies presidenciais.
Em 2002, o BNDES criou uma sociedade gestora de participaes sociais (holding), a BNDESPAR (BNDES Participao S.A.), com a finalidade de administrar a sua participao no capital de empresas estatais e privadas de setores como papel e celulose, armamentos, etanol, carne bovina, construo civil e engenharia, petrleo e gs, minerao etc. Mais recentemente, o banco tambm criou um programa especfico de financiamento aos projetos abrangidos pelo PAC, o Programa BNDES de Financiamento ao Programa de Acelerao do Crescimento, com uma linha especfica de financiamento infraestrutura. Mas no somente o BNDES tem uma participao importante nesse setor, empresas estatais e fundos de penso de trabalhadores dessas empresas tambm passaram a associar-se crescentemente estratgia, apoiando financeiramente consrcios ou a empresas especficas na realizao de empreendimentos8.
BRASIL2.
8 Sobre a criao, gesto e atuao de fundos de penso no Brasil na ltima dcada, bem como o interesse desses fundos pela construo de hidreltricas, concesses de rodovias, construo de portos, reflorestamento de reas desmatadas da Amaznia, projetos de construo de trem bala, etc., conferir JARDIM (2011a, 2011b).
16 Brasil, BNDES e projetos de investimento com implicaes na Amaznia
Em 2011, segundo dados disponibilizados pelo Banco10, foram financiados R$ 5,2 bilhes para hidreltricas em fase de implantao. Os principais destaques do segmento de gerao hdrica foram dois, ambos na Amaznia brasileira:
A aprovao do emprstimo-ponte para a Usina Hidreltrica de Teles Pires, no estado de Mato Grosso bacia do Rio Tapajs , no valor de R$ 450 milhes. A usina foi licitada pelo poder concedente em 2010 e contar com uma capacidade instalada anunciada de 1.820 MW.
A contratao e desembolso do emprstimo-ponte para a Usina Hidreltrica de Belo Monte, no estado do Par bacia do Rio Xingu , no valor de R$ 1,1 bilho. O governo anuncia que a UHE contar com 11.233 MW de capacidade instalada e 4.571 MW de energia comercializada. Seu contrato de financiamento de longo prazo encontrava-se em anlise pelo BNDES nos primeiros meses de 2012.
9 No fechamento deste documento o Relatrio Anual de 2012 ainda no estava disponvel na pgina do banco para consulta: http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Relacao_Com_Investidores/Relatorio_Anual/ 10 Disponvel em: http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Hotsites/Relatorio_Anual_2011/
EIXOS TIPO DE PROJETO N de Projetos
PAC: Investimento
Total*
Participao do BNDES*
Desembolso em 2011*
Energia
Categoria na qual se concentram 77% dos recursos da carteira, em especial os projetos de gerao e transmisso de energia eltrica e petrleo e gs.
310 258,811 137,240 14,763
Logstica Compreende 94 projetos em rodovias, ferrovias e marinha mercante. 94 49,888 31,314 3,600
Infraestrutura social e urbana
Destaque para os financiamentos a saneamento, urbanizao e transporte metrovirio.
85 18,462 10,667 1,447
Administrao pblica
Com relao ao ano de 2010, a carteira de financiamento e os desembolsos cresceram, respectivamente, 14% e 18%.
14 196 166 18
TOTAL 503 327,357 179,387 19,827
Fonte: Relatrio Anual 2011 BNDES, elaborao do autor.(*) Em milhes de Reais (R$).
Quadro 2: PARTICIPAO DO BNDES NO PAC (2007-2011)
Segundo dados divulgados pelo BNDES por ocasio do seu Relatrio Anual 20119 , at 2011 a carteira do BNDES no mbito do PAC reuniu 503 projetos, que somavam investimentos no valor de R$ 327 bilhes. Desse, o Banco participou com um financiamento no valor de R$ 179,4 bilhes ou seja, 55% do total dos projetos apoiados nessa carteira. Os desembolsos do BNDES para projetos do PAC, desde o lanamento do programa em 2007 at o final de 2011, atingiram a cifra de R$ 104,8 bilhes, sendo R$ 84,512 bilhes para projetos do eixo Energia. Ou seja: dos R$ 179,4 bilhes que totalizam a participao do BNDES no PAC, j havia sido desembolsado ento cerca de R$ 104,8 bilhes.
O volume de recursos destinados s regies Norte e Nordeste foram expressivos, totalizando respectivamente R$ 20,361 bilhes e R$ 25,208 bilhes; isso explicado pelo fato dessas regies abrigarem os grandes projetos do setor de energia do programa. Mais recentemente estudos tm sido realizados no Brasil com o objetivo de construir, numa perspectiva de integrao eltrica, usinas no Peru, Bolvia, Argentina e Guianas.
A seguir, so apresentados os investimentos do BNDES no PAC no perodo 2007-2011, distribudos nos seguintes eixos: (1) energia; (2) logstica; (3) infraestrutura social e urbana; e (4) administrao pblica:
17Brasil, BNDES e projetos de investimento com implicaes na Amaznia
11 Cf. www.bndes.gov.br
Em sntese, o BNDES o principal agente financiador dos projetos includos no PAC no perodo de 2007-2011. No Eixo Energia sua participao em termos percentuais de 53,02%, e no Eixo Logstico alcana a casa dos 62,27%. Monitorar e garantir o acesso s informaes sobre a atuao do banco no Plano de fundamental importncia democracia no pas.
Em 2012, segundo os dados disponibilizados, os setores de Indstria e de Infraestrutura absorveram, juntos, 65% (R$ 100 bilhes em termos absolutos) do total desembolsado pelo Banco em 2012. Na Infraestrutura, os lderes foram os segmentos de energia eltrica (com R$ 18,9 bilhes desembolsados) e transporte rodovirio (R$ 15,5 bilhes). Qumica e petroqumica (R$ 8,5 bilhes) e material de transporte (R$ 7 bilhes) foram destaques nas liberaes da Indstria no ano passado. O setor de Comrcio e Servios, por sua vez, seguiu crescendo na carteira de financiamentos do Banco, alcanando a marca de R$ 44 bilhes, 28% do total dos desembolsos de 2012.11
A seguir mencionamos quatro projetos com financiamento do BNDES:
18 Brasil, BNDES e projetos de investimento com implicaes na Amaznia
SETO
RPR
OJE
TOLO
CALI
ZA
OSI
TUA
O
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ATU
SFI
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NCI
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ENTO
CON
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21Brasil, BNDES e projetos de investimento com implicaes na Amaznia
Segundo Finer & Jenkins (2012), informao mais atualizada que pudemos obter at este momento para esta regio, existiriam 48 barragens com uma capacidade superior a 2 MW na Amaznia Andina, as quais somam mais cerca de 151 outras planejadas para os prximos 20 anos. Quase 40% das barragens planejadas esto em estgio planejamento avanados. Atualmente, existe apenas uma megabarragem na Amaznia Andina (no Equador), mas h planos para a construo de 17 barragens adicionais.
As informaes levantadas pelos autores indica que existiriam 85 pequenas barragens e 22 planejadas, principalmente no Equador e Peru. A grande maioria das barragens planejadas (84%) se encontra acima dos 500m de altura. Por outro lado, 21 barragens esto abaixo do 400m em altura, sendo, portanto, mais susceptvel de criar grandes reas de inundaes e mltiplos impactos sociais, ambientais e polticos.
AMAZNIA ANDINA3.
22 Brasil, BNDES e projetos de investimento com implicaes na Amaznia
23Brasil, BNDES e projetos de investimento com implicaes na Amaznia
Alm do conjunto de rodovias previstas para estabelecer conexes entre o territrio brasileiro e o Oceano Pacfico, chama a ateno o crescente interesse que tem avido em relao construo do chamado Eixo Manta-Manaus. Em entrevista publicada na pgina Opera Mundi, em 12/02/2013, o embaixador do Brasil no Equador, Fernando Simas Magalhes, afirmou o seguinte quando perguntado sobre o significa, para o Brasil, do projeto que pretende unir Manta, no litoral do Equador, a Manaus por meio de um corredor multimodal: Temos o maior interesse. O eixo Manta-Manaus comporta vrios tipos diferentes de interveno e de obras,
de desenvolvimento de projetos de malha, de logstica de transporte, pois se trata tanto navegao quanto combinao com ligaes rodovirias. O governo do Amazonas tem muito interesse em levar adiante uma articulao entre a superintendncia da zona franca de Manaus e o que eles esto pensando em implementar aqui, que so zonas de processamento especiais em volta do porto de Manta.
O porto de Manta est sendo reformado, tanto com novas instalaes porturias, como est sendo feito um dragado tambm. A ideia deles que o porto possa servir de trampolim dentro de uma conexo Biocenica, entre Atlntico e Pacfico. Um grupo de trabalho bilateral especfico sobre o eixo Manta-Manaus vai ser reativado agora. Temos visto especialmente do governo do Amazonas grande interesse em criar esse nexo de uma relao direta atravs da navegao fluvial com o Equador. Temos a percepo de que isso pode ser interessante a mdio e longo prazo. Na prtica, o Equador j esta usando a navegao para exportar para o Brasil.
A mdia de exportao equatoriana pelo rio Napo, especialmente para abastecer Tabatinga (AM), mas tambm chegando mais adiante, de 1.500 toneladas por ms. So exportaes feitas em embarcaes fluviais especficas que atendem uma capacidade de exportao de determinados produtos de provncias como Azuay, Loja e Caar (na Amaznia equatoriana). Os produtos que esto chegando ao Brasil por essa via em particular so materiais de construo, cermicas, materiais metlicos em geral, at cimento. Embora o Brasil tenha uma capacidade boa de produo de cimento, a regio norte do pas ainda depende de um suprimento que tem seus custos logsticos tambm, j que a entrega feita do sudeste brasileiro.
Os equatorianos esto vendo que tm uma capacidade boa de abastecimento dessa categoria de produtos, assim como de produtos agroalimentares, que poderiam chegar em condies competitivas s nossas capitais do norte. E eles j tm feito, de fato, uma navegao mensal pelo Napo chegando at Tabatinga. Esse projeto-piloto implementado pelo Equador uma demonstrao, na prtica, de que o eixo Manta-Manaus tem viabilidade.
Segue quadro com as informaes at aqui sistematizadas:
24 Brasil, BNDES e projetos de investimento com implicaes na Amaznia
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29Brasil, BNDES e projetos de investimento com implicaes na Amaznia
No ltimo dia 15 de maro a N.V. Energiebedrijven Suriname (EBS), Guyana Energy Agency (GEA), lectricit de France (EDF), Centrais Eltricas Brasileiras S.A. (Eletrobras), a Agence Franaise de Dveloppement (AFD) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) assinaram um Memorando de Entendimento (MOU) visando explorar uma interconexo eltrica entre Suriname, Guiana, Guiana Francesa e os estados de Amap (capital Macap) e Roraima (capital Boa Vista), do norte do Brasil. O Projeto Arco Norte, como conhecido esta iniciativa, faz parte da Iniciativa de Energia Sustentvel para Todos na Amrica Latina e no Caribe (LAC SE4ALL) do BID. O objetivo da iniciativa LAC SE4ALL, que coordenada com a iniciativa global SE4ALL das Naes Unidas (ONU).
Tambm faz parte desta iniciativa o trecho rodovirio que liga a cidade de Boa Vista (Roraima, Brasil) com o porto martimo de Georgetown, a 586 quilmetros de Boa Vista. Este trecho parte da rodovia com 1.800 km de extenso, ligando Boa Vista a Georgetown (Repblica Cooperativista da Guiana), Paramaribo (Suriname) e Caiena (Guiana Francesa), seguindo dai em direo cidade de Macap (Amap, Brasil). parte do Eixo do Escudo Guayans da IIRSA.
A relao comercial do Brasil com a Repblica Cooperativista da Guiana ser intensificada a partir da execuo do Projeto Arco Norte. Segundo Dassie (2012) a Eletrobrs tem manifestado interesse em o potencial hidroeltrico existente neste pas; esto sendo realizados estudos de inventrio hidreltrico do pas, visando em particular construo de uma ou duas usinas, conforme informao do Plano Decenal de Expanso de Energia (PDE, 2019) - entendimentos iniciais entre esses dois pases sinalizam um interesse prioritrio na construo de uma usina de 800 MW na Guiana, pela Eletrobrs, com a
PROJETO ARCO NORTE4.
30 Brasil, BNDES e projetos de investimento com implicaes na Amaznia
participao do BNDES. Seis locais j foram identificadas para aproveitamento hidroenergtico: Tiboku, na bacia do rio Potaro; Amaila na bacia do rio Cuyuni; Tigre Hill sobre o rio Demerara; e Arisaru no rio Esequibo.13
O Suriname caminha para se tornar membro associado do Mercosul. Ex-colnia da Holanda, com quem mantm fortes laos polticos e comerciais, o menor pas da Amrica do Sul e tem 90% de seu territrio coberto pela floresta amaznica. O Suriname tem menos de 600 mil habitantes e uma economia fortemente dependente de minerao, especialmente ouro e ferro. As exportaes de alumnio, ouro e petrleo representam 85% das exportaes e 25% dos ingressos do pas, sendo a economia nacional altamente vulnervel volatilidade do preo dos minerais.
Brasil e Suriname firmaram em fevereiro passado acordo de cooperao na rea agrcola, no qual o Brasil fornecer apoio tcnico visando produo para exportao a outros pases do Caribe. No segundo semestre deste ano o Suriname ocupar a presidncia da Unio das Naes da Amrica do Sul (Unasul).14
Em dezembro de 2010 foi divulgada a notcia de que os governos de Brasil e Suriname planejavam estabelecer uma conexo rodoviria direta entre os dois pases. O plano previa conectar Paramaribo via Pokigron, no sudeste do Suriname, pelo Parque Nacional do Tumucumaque e Pedra Branca do Amapari, localizado no BR-210, at Macap, a capital do estado do Amap. A BR 210, tambm conhecida como Perimetral Norte, foi construda nos anos de 1970, e hoje corta parte da Terra Indgena Waipi. O Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, que tem 625 km de extenso e possui uma rea de 3.867.000 hectares, no apenas a maior unidade de conservao do Brasil, mas tambm a maior rea protegida de floresta tropical do mundo.15
Venezuela es el mayor destino de los desembolsos del BNDES en Amrica Latina despus de Argentina. En 2012, el banco transfiri US$147 a ese pas para apoyar proyectos implementados por las empresas Odebrecht, OAS y Camargo Correa. En 2011, el monto transferido fue ms del doble de la figura inicial.
13 Ao longo da ltima dcada, Brasil e Guiana assinaram vrios Acordo Bsico de Cooperao Tcnica para a implementao de projetos nas Savanas da Guiana, entre eles inclui o apoio tcnico do Brasil quele pas na produo de milho, arroz de sequeiro e soja.
14 Cf. Suriname deve se tornar membro associado do MERCOSUL, diz Patriota, por Srgio Leo, publicado em Valor Econmico, 18/02/2013. http://www.valor.com.br/brasil/3010220/suriname-deve-se-tornar-membro-associado-do-mercosul-diz-patriota 15 Cf. http://www.oecoamazonia.com/br/artigos/9-artigos/114-um-elefante-branco-para-o-suriname
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