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Brasília, 04 de dezembro de 2013 às 10h32 Seleção de Notícias CNI NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS Clipping Nacional

Brasília, 04 de dezembro de 2013 às 10h32 Seleção de Notícias · 04 de dezembro de 2013 CNI Valor Econômico cni.empauta.com pg.4 A OMC e a indústria brasileira OPINIÃO Por

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Brasília, 04 de dezembro de 2013 às 10h32Seleção de Notícias

CNINEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS

Clipping Nacional

cni.empauta.com

Valor Econômico | BRCNI

A OMC e a indústria brasileira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4OPINIÃO

Temas de Interesse | Comércio Internacional

China defende um pacto global, mesmo modesto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6BRASIL

Temas de Interesse | Comércio Internacional

Índia dá sinais de flexibilidade e Figueiredo prevê acordo em Bali . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7BRASIL

Temas de Interesse | Infra Estrutura

Para Mantega, economia segue crescimento gradual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9BRASIL

O Estado de S. Paulo | BRTemas de Interesse | Colunas e Editoriais

Editorial Econômico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11EDITORIAL ECONÔMICO

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Setor externo ruim tira 1,2 ponto do PIB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12ECONOMIA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Brasil terá de reduzir os juros bancários, diz Joseph Stiglitz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13ECONOMIA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Argentina eleva imposto sobre compras no exterior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15ECONOMIA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Brasil tem um dos piores resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16ECONOMIA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

PIB ainda pode crescer 2,5% este ano, diz ministro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18ECONOMIA

Folha de S. Paulo | BRTemas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Trimestre ruim deve contaminar 2014 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20MERCADO

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Índia acena com garantias para salvar pacote em reunião da OMC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22MERCADO

Temas de Interesse | Comércio Internacional

Rússia alinham interesses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23RÚSSIA

O Globo | BRTemas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

PIB abaixo de zero . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25ECONOMIA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

China entra com ação contra EUA na OMC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28ECONOMIA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

País tem o pior resultado entre os países que já divulgaram PIB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29ECONOMIA

Brasil Econômico | BRTemas de Interesse | Comércio Internacional

'Agora ou nunca , apela o diretor-geral da OMC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31MUNDO

Temas de Interesse | Indústria

Os dez anos do Brasil Exportador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33OPINIÃO

04 de dezembro de 2013CNI

Valor Econômico

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A OMC e a indústria brasileiraOPINIÃO

Por Diego Bonomo

A posse do embaixador Roberto Azevêdo como no-vo diretor geral da Organização Mundial do Co-mércio (OMC ),a possibilidade de um acordo parcialdurante a reunião ministerial da organização, queocorre esta semana, em Bali, eaatividade do governofederal em matéria de política industrial e co-mercial, reavivam o debate sobre o papel da OMC,em particular para o Brasil e seu setor industrial. Aocontrário do que parece ser a avaliação hoje corrente,a OMC e os acordos multilaterais de comércio sãoum importante patrimônio da indústria brasileira - enão um obstáculo ao seu progresso. Cabe, portanto,avaliar o valor desse ativo.

A OMC possui três funções principais que, por ana-logia, correspondem àquelas de uma república or-ganizada deacordo com o modelo clássico dadivisãode poderes entre Legislativo, Executivo e Judiciário.

A função legislativa da organização é servir de fórum

para a negociação de regras do comércio in-ternacional, seja na forma de acordos pontuais, sejana de ampla rodada multilateral, como é o caso da-quela lançada em Doha, no Qatar, em 2001. Emborahaja interesses defensivos na indústria brasileira, ohistórico da Rodada Doha mostra que o setor ofe-receu flexibilidade em suas posições defensivas e,mais importante, apresentou também interessesofensivos. Durante os seis anos da negociação, entre2002 e 2008, a indústria foi capaz de oferecer ao go-verno brasileiro propostas para a eliminação total detarifas em algunssetores, bem como para remoçãodebarreiras não tarifárias impostas pelos parceiros co-merciais do Brasil.

Proex foicontestado, reformulado econtinua sen-do importante no financiamento às exportaçõesbrasileiras

A função executiva da OMC é administrar as regrasdo comércio internacional já existentes, co-dificadas nos acordos concluídos ao final da RodadaUruguai, a última anterior à criação da organização.Essa função inclui também o monitoramento regulardapolíticacomercial dos paísesmembros. Nesse ca-so, a indústria tem feito uso das notificações de me-didas comerciais exigidas pelos acordos, sobretudode barreiras técnicas, para evitar riscos a suas ex-portações. Além disso, e ao contrário de mitoexistente, os acordos da OMC asseguram razoávelmargem de manobra para a execução de políticas in-dustriais, inclusive por meio de medidas de naturezatributária e financeira.

Por fim, a função judiciária da organização está ref-letida em seu mecanismo de solução de con-trovérsias, o mais elaborado e eficaz em matéria dedireito econômico internacional público. O Brasil éum dos principais usuários do mecanismo. Das 23disputasem quefoidemandante, istoé,nas quaiscon-testou políticas e medidas comerciais de seus par-

04 de dezembro de 2013CNI

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.5

Continuação: A OMC e a indústria brasileira

ceiros, 11 foram relacionadas ao setor industrial eoutras 7 à agroindústria. Do mesmo modo, dos 14 ca-sos em que foi demandado, 11 disseram respeito àindústria. Talvez o mais emblemático deles tenha si-do a contestação do Programa de Financiamento àsExportações - o Proex, peça-chave da política in-dustrial brasileira. Ainda assim, a derrota do país e areforma do programa nãoresultaram em limitação damargem de manobra do Brasil. Ao contrário, o Proexcontinuaaexistir como parte integrante dapolítica definanciamento às exportações brasileiras, tendo sido,inclusive, ampliado para novas modalidades.

Diante desses fatos, cabe ao setor produtivo e ao go-vernobrasileiroatualizarem sua avaliaçãosobre o va-lor da OMC. Como consequência, a indústria devebuscar agenda mais ambiciosa em matéria de ne-gociações comerciais multilaterais. Há, pelo menos,três áreas a explorar.

Em primeirolugar, o setorindustrialdeve apoiar opa-cote mais ambicioso possível a ser concluído nessareunião ministerialdaOrganizaçãoMundial do Co-mércio em Bali. Deve, em particular, defender a cria-ção de um novo acordo sobre facilitação de comércioque seja legalmente vinculante e exija, do Brasil e deseus parceiros comerciais, alto grau de reforma dasaduanas para ampliar sua agilidade.

Em segundo lugar, o setor industrial pode revisitar atradicional resistência a acordos plurilaterais e ava-liar as negociações em curso, em particular nas áreasde serviços e tecnologia da informação (TI). O es-forço da indústria para conectar-se às cadeias globais

de valor requer a modernização desses dois setoresno país. Para tanto, a indústria terá que enfrentar o de-bate tanto sobre a liberalização de serviços-chave pa-ra sua expansão, como financeiro, energia, seguros etelecomunicações, quanto sobre a abertura do setorde TI por meio da adesão brasileira ao acordo daOMC sobre o tema.

Em terceiro e último lugar, o setor industrial precisater clara estratégia para a inclusão de novos temas naagenda de negociações comerciais multilaterais, quevá além do debate sobre câmbio e comércio. Há po-tenciais novos temas de interesse da indústria que de-vem ser discutidos, como a relação entre clima ecomércio, a reforma dos acordos da OMC sobre bar-reiras técnicas e salvaguardas e o lançamento denegociações sobre investimento, tributação interna ecooperação regulatória.

O desejo do setor industrial de contar com ativapolítica industrial por parte do governo brasileiro edebuscarnovos acordoscomerciais para o Brasil nãoreduz o valor da organização para a indústria.

Como diz a metáfora carnavalesca, chegou a hora desair de casa e colocar o bloco na rua. A OMC é fer-ramenta essencial para o setor industrial atingir esseobjetivo.

DiegoBonomo égerente executivo decomércio ex-terior da Confederação Nacional da Indústria(CNI ).

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Comércio Internacional

Valor Econômico

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China defende um pacto global, mesmo modestoBRASIL

Por De Bali

A China está aberta para todas as iniciativas de livrecomércio e livre investimento, disse ao Valor o mi-nistro de Comércio da segunda maior economia domundo, Gao Hucheng, sinalizando a urgência de Pe-quim em negociações de liberalização.

O ministro defende, na conferência ministerial daOrganização Mundial do Comércio (OMC ),umacordo global de comércio mesmo modesto, en-quanto vê seu parceiro indiano causar problemas eameaçar com o fiasco das negociação.

Gao Hucheng deixa claro que Pequim vai aproveitartodas as oportunidades que facilitem seus negócios.Lembrou que a China está negociando um acordo delivre comércio com aCoreia do Sul e também tem ne-gociação com paísesdaAssociação dos Países do Su-deste Asiático (Asean).

Tampouco exclui uma futura discussão para entrarna Parceria Transatlântica (TPP), que é o acordo li-derado pelos EUA com outros 12 países da Ásia Pa-cífico,que tem sido apresentadocomo uma iniciativaamericana para se contrapor ao poderio chinês naÁsia.

"Queremos compatibilizar tudo com as regras daOMC", disse o ministro chinês. "Durante a crise fi-nanceira e econômica, graças a essas regras da OMCnão tivemos o protecionismo que devastou con-sideravelmente a economia mundial em outras oca-siões."

Ontem, enquanto discutia liberalização em Bali, Pe-

quim anunciou que abriu uma queixa contra os EUAna OMC, em Genebra, por causa de metodologia an-tidumping americana contra produtos chineses. É ooitavo caso aberto pela China contra medidas de de-fesacomercial adotadas pelosEUA, sendo quatro so-mente este ano.

No espaço de quatro meses, a China tambem co-meçou discussões para abrir seu mercado de US$ 9trilhões com seus dois maiores parceiros comerciais,a União Europeia e os Estados Unidos.

Para alguns analistas, a busca de tratados de in-vestimentos é motivada não apenas pela necessidadede proteger os interesses de suas companhias no ex-terior. Há também maior urgência pelas reformas ba-seadas no mercado, na medida em que Pequim moveseu modelo econômico de exportação e pesados in-vestimentos, que gerou um rápido crescimento portrês décadas. Na semana passada, Gao Hucheng de-fendeu maior acesso de empresas estrangeiras nomercado chinês. Para isso, o ministro prometeu ace-lerar a unificação das leis para investidores locais eestrangeiros.

Parceiros asiáticos analisam as reformas anunciadasrecentemente pelo Partido Comunista chinês. Ana-listas julgam que os mais óbvios beneficiários deuma virada da China para consumo privado serão ospaíses que exportam bens de consumo.

Atualmente, somente 4% das importações chinesassão bens de consumo, comparado a 20% no caso doJapão. Os maiores exportadores desse tipo de pro-duto para o mercado chinês são Hong Kong, Vietnã,Nova Zelândia, Cingapura e Tailândia. (AM)

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Comércio Internacional

Valor Econômico

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Índia dá sinais de flexibilidade e Figueiredo prevêacordo em Bali

BRASIL

Por Assis Moreira | De Bali (Indonésia) AnandSharma, ministro indiano de Comércio, e Karel DeGucht,daUE, em Bali: Índia tentasairdo isolamento

Após almoço com o ministro de Comércio da Índia,Anand Sharma, o ministro brasileiro das RelaçõesExteriores, Luis Alberto Figueiredo, declarou-seconvencidodequeépossível aconclusão do primeiroacordo comercial global em quase duas décadas, estasemana em Bali.

Segundo Figueiredo, o ministro indiano "mostroude-terminação em concluir as negociações de Bali comêxito". Sharma disse aodiplomata brasileiroquea Ín-dia está disposta a dar garantias de que a cláusula depaz, para aumentar subsídios semser questionado pe-los parceiros, não será perpétua, e que o programa deestoques de alimentos não vai causar distorções nomercado internacional - algo já previsto no texto es-boçado em Genebra.

Segundo uma fonte, a Índia aponta cinco formas deresolver seu problema e acha impossível que ne-nhuma seja aceita. Por exemplo, atualização no pre-ço de referência de 1986-88 para ajuda aosagricultores, ou a garantia de que, caso não haja umasolução definitiva para os programas de segurançaalimentar depois de quatro anos de cláusula de paz, sepoderia estender acláusulapor mais dois anos semre-novação, para fechar um compromisso.

"O que eles [os indianos] dizem é que estão indo bas-tante na direção do que todo mundo quer", afirmou oministro brasileiro. "Faz parte da negociação agorafechar um texto que deixe todo mundo confortável."

Certo mesmo é que a Índia tenta sair de seu iso-lamento e buscava, ontem, arregimentar tropas paradefender sua posição. Sharma passou o dia se reu-

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Comércio Internacional

Valor Econômico

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Continuação: Índia dá sinais de flexibilidade e Figueiredo prevê acordo em Bali

nindo com colegas de vários países. O ministro in-diano tinha encontro marcado com seu colega chinêsontem ànoite, masembora Pequim queira também seaproveitar de mais flexibilidade para dar subsídiosagrícolas, os chineses não vão bloquear um acordo,pois têm interesse em outras áreas da negociação.

Por sua vez, o coordenador do grupo de42 paísesafri-canos, que é o representante do Marrocos, disse, ementrevista coletiva, que a África quer um acordo nasbases atuais, porque, do contrário, vai continuar per-dendo chances de expandir suas transações in-ternacionais. "Todo mundoestá preocupado esente operigo de um fracasso", afirmou o ministro de Co-mércio do Marrocos, Mounir Abdel Nour. "Eu nãovejo como podemos alcançar um acordo. Países de-senvolvidos precisam fazer mais concessões sobresegurança alimentare sobre subsídios àexportação."

Fontes dizem que os Estados Unidos sinalizam fle-xibilidade, abandonando a posição de que não pre-miariam "intransigentes" com mais concessões,numa referência feita em Genebra em relação aos in-dianos. Por outro lado, alguns negociadores seinquietavam com o endurecimento da posição da Ar-gentina sobre subsídios à exportação agrícola.Parece claro que, se isso continuar, o Brasil vai ter deaumentar a tentativa de convencimento junto ao seuvizinho.

Na abertura da conferência ministerial da OMC, opresidente da Indonésia, Susilo Bambang Yud-hoyono, conclamou os países a fazerem um acordo esalvar a credibilidade da OMC. Mais tarde, RobertoAzevêdo, diretor-geral da entidade, levantou o tomem relação à Índia sem mencionar o país, dizendoque "não há absolutamente nada no que estamos fa-zendo hoje quedeixaria alguém,eparticularmenteosagricultores de países em desenvolvimento, em si-tuação pior".

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Infra Estrutura

Valor Econômico

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Para Mantega, economia segue crescimento gradualBRASIL

Mantega: "estamos acompanhando o crescimento da economia mundial"

Mantega: "estamos acompanhando o crescimento da economiamundial"

Por Francine De Lorenzo e Eduardo Campos | DeSão Paulo Mantega: "estamos acompanhando ocrescimento da economia mundial"

O ministro daFazenda, Guido Mantega, minimizou aperda de fôlego da economia brasileira no terceirotrimestre e evitou comentar questões fiscais e re-ferentes àPetrobras.Apesar daqueda de0,5% noPro-duto Interno Bruto (PIB) entre o segundo e o terceirotrimestres, existe, segundo o ministro, uma trajetóriade crescimento econômico gradual, movimento que,em sua avaliação, se manterá nos próximos meses.

Mantega destacou queo Brasil cresceu 2,3% nos qua-tro trimestres encerrados em setembro, em trajetóriaascendente desde o terceiro trimestre de 2012, quan-do a alta foi de 0,9%. "Esse é o resultado mais con-creto que temos hoje com relação ao PIB", disse."Estamos acompanhando o crescimento da eco-nomia mundial" completou, citando que bancos econsultorias indicam expansão entre 2,3% e 2,4% no

PIB mundial neste ano. Para Mantega, o Brasil temcondições de encerrar 2013 com o crescimento de2,5% estimado pelo governo. "Essa recuperação tal-vez não aconteça na velocidade que gostaríamos,mas nenhum país está conseguindo isso. O mundonão vive um ano fácil, embora para o Brasil, 2013 se-ja melhor que 2012", afirmou, acrescentando que2013 "provavelmente será o último ano da crise in-ternacional".

Mantega atribuiuacontração de0,5% do segundo pa-ra o terceiro trimestre à base de comparação, após oIBGE ter revisado para cima os números do segundotrimestre. A expansão no período, estimada antes em1,5% frente aoprimeirotrimestre, foielevada a1,8%.

O IBGE também revisou o PIB de 2012. Com isso, aexpansão de 0,9% da economia no ano passado foiampliada para 1%. O número ficou abaixo das es-timativas de economistas e do governo, que es-peravam algo mais perto de 1,5%. A própriapresidente Dilma Rousseff "anunciou", na semanapassada, a revisão do PIB de 2012, que teria passadode 0,9% para 1,5%. Depois, o Planalto disse que Dil-ma fizera referência a uma projeção da Fazenda. Ementrevista ao jornal espanhol "El País", a presidenteafirmou que "resolveram reavaliar o PIB", elevandoo resultado de 2012, de 0,9%, para 1,5%. "Nós sa-bíamos que não era 0,9%, que estava subestimado oPIB. Issoacontece com outros países também. OsEs-tados Unidos sempre revisam seu PIB. Agora nósneste ano vamos crescer bem mais do que 1,5% - res-ta saber quanto acima", disse Dilma.

Mantega explica que o IBGE fez uma revisão apenasparcial do PIB de serviços. "No futuro, o IBGE de-verá fazer uma revisão completa." O crescimento doPIB de serviços - que engloba comércio, in-termediação financeira e serviços públicos, entre ou-tros - foi alterado de 1,7% para 1,9% em 2012.

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Infra Estrutura

Valor Econômico

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Continuação: Para Mantega, economia segue crescimento gradual

Desde o ano passado, segundo o ministro, ocrescimento da economia brasileira vem sendo afe-tado pelo desempenho atípico do crédito, que inibe oconsumo das famílias. "Se o crédito estivesse normalestaríamos com o PIB crescendo mais." Apesar dis-so, a demanda das famílias aumentou 1% entre o se-gundo e o terceiro trimestres, desempenhoconsiderado "bom" por Mantega. Anualizado, oavanço fica na casa dos 4%. Mesmo com a queda de2,2% entre o segundo e o terceiro trimestres na for-mação bruta de capital fixo (FBCF, medida relativaao investimento), Mantega manteve sua previsão decrescimento entre 6% e 7% nos investimentos nesteano.

Para o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Co-mércio Exterior, Fernando Pimentel, os in-vestimentos deverão contribuir para um crescimentodo PIB de 3% ou mais a partir de 2014, de modo sus-tentado. Em entrevista em Nova York, Pimenteldisse estar confiante em relação ao impacto do pa-cote de concessões sobre a economia. O ministrodestacou que o impacto dos desembolsos e con-tratações delas ocorrerá a partir do ano que vem.Pimentel disse que os investidores asiáticos mostramotimismo muito grande e que as eleições de 2014 nãodevem afetar o investimento. (Colaborou SérgioLamucci, de Nova York)

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Colunas e Editoriais

O Estado de S. Paulo

cni.empauta.com pg.11

Editorial EconômicoEDITORIAL ECONÔMICO

O superávit comercial das plataformas de petróleo

O saldo de US$ 2 1,74 bilhão na balança comercial denovembro foi vivamente festejado pelo governo, es-perançoso de que o ano termine com a conta de co-mércio externo equilibrada, talvez com apenas umpequeno déficit, porque no acumulado de janeiro anovembro o déficit é de US$ 89 milhões. Parece pou-co, mas é de fato muito preocupante quando se lem-bra que no mesmo período do ano passado ocomércio externo brasileiro gerou um superávit deUS$ 17,1 bilhões.

Ascausasdaformidável queda dedesempenho deumano para o outro precisam ser mais bem identificadase analisadas pelas autoridades, até como base para aelaboração de um programa estratégico sério de co-mércio exterior, pois não basta dizer que se trata doefeito da crise internacional, da retração das eco-nomias compradoras e do câmbio.

Tudo isso pode ter influído, éclaro. Não tanto no casodo câmbio, que, neste ano, ao contrário do que acon-teceu em 2012, foi mais favorável para as ex-portações e mais desfavorável para as importações -o que deveria ter contribuído para um saldo melhor, enão tão pior quanto o de 2012.

É intrigante que entre as exportações de ma-nufaturados de novembro esteja uma tal "plataformapara extração de petróleo", no valor de US$ 1,8 bi-lhão, maior do que o festejado valor do superávit co-mercial do mês e 4,2 vezes maior do que a exportaçãode automóveis no mesmo mês. Estranho, também,que essa portentosa exportação de plataforma de ex-ploração de petróleo tenha rendido, no ano, US$ 6,5bilhões, mais do que qualquer outro manufaturado e4,64 vezes mais do que o mesmo item no mesmo pe-ríodo do ano passado.

Não sabemos como a contabilização da formidávelplataforma está sendo feita, mas ela é sem dúvida"criativa", porque esse item nunca deixou o País - oque recomendaria uma explicação cabal antes dosdiscursos laudatórios do superávit do mês. No do-cumentoSecex/Mdic,vês eque,desconsideradaaex-portação desse fabuloso item, o superávit do mês setorna déficit, e este, no ano, deixa a casa dos milhõese vai para a dos bilhões de dólares.

Em suma: com o real mais desvalorizado, o Brasilimportou, em 2013, até novembro, US$ 2214 bi-lhões, ou 7,2% mais do que os US$ 205,5 bilhões doano passado. E exportou, no mesmo período, US$221,3 bilhões, ou 1,1% menos do que os US$ 222,8bilhões de 2012. É ou não é algo que exige melhoranálise e melhor política?

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Estado de S. Paulo

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Setor externo ruim tira 1,2 ponto do PIB ECONOMIA

Comportamento neutro da balança comercialpoderia levar o PIB de 2,4% para 3,6% noacumulado deste ano

O setor externo tem contribuído negativamente parao crescimento da atividade econômica do Brasil. Noscálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Es-tatística (IBGE), a expansão do Produto Interno Bru-to (PIB) poderia ter chegado a 3,6% no ano até oterceiro trimestre, caso a balança comercial tivesseum comportamento neutro. Mas, com importaçõescrescendo quase sete vezes mais do que as ex-portações, a taxa ficou reduzida em 24% no acu-mulado até setembro.

"As exportações e importações estão contribuindonegativamente em 1,2 ponto porcentual. E, somandoconsumo das famílias, consumo do governo e For-mação Bruta de Capital Fixo (FBCF), temos cres-cimento de 3,6 pontos porcentuais", disse a gerentede Contas Nacionais do IBGE, Rebeca de La RocquePalis. O peso negativo é explicado pela alta de 14%nos embarques para o exterior neste ano, enquanto asimportações aumentaram 9,6%.

Pela ótica da produção, a estagnação da indústria foiconsiderada positiva, já que o mercado apostava emuma queda na atividade. O PIB da indústria teve altade 0,1% no terceiro trimestre ante o segundo. Aindaassim, o resultado significou uma perda de ritmo emrelação ao segundo trimestre, quando o setor avan-çou 2,2%.

O preço menos favorável das commodities no mer-cado internacional influenciou o desempenho ruimdas exportações, disse a gerente do IBGE. Além dis-so, a queda na produção interna de alguns setores daindústria levou a um aumento na demanda por pro-dutos do exterior.

A força das importações, por outro lado, aparece co-mo um fantasma para a indústria, segundo o InstitutodeEstudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi)."A (indústria de) transformação continua num ce-nário bastante adverso, movido a muitas incertezas."/ colaboraram dayanne sousa, francisco carlos deassis e oabriela lara

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Estado de S. Paulo

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Brasil terá de reduzir os juros bancários, diz JosephStiglitzECONOMIA

Para economistas, 4 contração da economia foiprovocada por fatores externos e internos, comoentrada e saída de capital

Jamil Chade

O economista ePrêmio Nobel Joseph Stiglitz diz quea contração do PIB brasileiro não é apenas resultadoda crise global. Segundo ele, problemas domésticostambém são responsáveis pela queda na economia.Em entrevista a dois jornais brasileiros em Genebra,o americano deixou claro que o Brasil terá de re-formar seu sistema financeiro e reduzir os juros.

"É preocupante", disse Stiglitz sobre a contração de0,5% no PIB brasileiro. Segundo ele, não existem ga-rantias de que os grandes eventos esportivos nos pró-ximos anos criem um boom na economia. "Após aOlimpíada, vem a crise", declarou.

"As pessoas sempre disseram que o Brasil é o país dofuturo. Mas acho que esse é um momento es-pecialmente difícil para a economia global. A Eu-ropa está em recessão, os EUA estão em estagnação,a China se desacelera", disse. "Para mim, a surpresa éo tamanho da contração no Brasil. Mas devo dizerque não entendo totalmente. Estou um pouco sur-preso."

Stiglitz deixa claro que não é apenas a situação in-ternacional que explica a contração no Brasil. "Pa-rece que existem fatores internos também. O Brasil

foi afetado pela entrada e saída de capitais que de-sestabilizam qualquer economia e pode ter umimpacto negativo. O Brasil aparentemente foi umdos países que mais sofreram com apolítica ame-ricana que, portanto, se infiltrou no sistema fi-nanceiro", explicou.

Para o economista, o Brasil tem hoje um sistema fi-nanceiro com pouca capacidade para agir como col-chão contra um impacto internacional. "Háproblemas na estrutura do mercado financeiro noBrasil. Tem sido preocupante ha tempos."

Sua avaliação é de que o País não terá outra opção se-não a de reformar seu sistema financeiro. "O Brasilvai ter de eventualmente pensar em reformar seu sis-tema financeiro. Porque você tem esse sistema comtaxas de juros reais muito altas para o sistema ban-cário, etaxas dejurosmais razoáveisnoBNDES,por-tanto vocês têm um mercado financeiro muitosegmentado. Isso normalmente não é uma boa formade operar um sistema financeiro. As taxas de jurosdosistema bancário privado são das maiores do mun-do."

Para Stiglitz, nem mesmo a Copa do Mundo de 2014ou os Jogos Olímpicos de 2016 são garantias de cres-cimento para o País nos próximos anos, ainda que al-guns países tenhamconseguido usar esses momentospara impulsionar suas economias. Na sua avaliação,a realização em si dos grandes eventos não gera ocrescimento. Tudo depende de como esses torneiossão usados.

O economista admite que parte do crescimento dosúltimos anos no Brasil pode também estar re-lacionado com a alta nos preços de commodities.Mas aponta que a economiabrasileira é diversificadaepoderia resistir. "O sucesso do Brasil vai alémdisso

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Estado de S. Paulo

cni.empauta.com pg.14

Continuação: Brasil terá de reduzir os juros bancários, diz Joseph Stiglitz

e as exportações não são apenas de minérios. Tam-bém vemos a Embraer. Cada vez que você sobe numavião nos EUA é um Embraer."

--

Surpresas

"A surpresa é o tamanho da contração. Mas devodizer que não entendo totalmente.Estou um pou-co surpreso." Joseph Stiglitz

ECONOMISTA E PRÊMIO NOBEL

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Estado de S. Paulo

cni.empauta.com pg.15

Argentina eleva imposto sobre compras no exterior ECONOMIA

BUENOS AIRES

A Argentina aumentou imposto sobre compras feitascom cartões decréditono exterioresobre acompra dedólares para viagens na tentativa de conter o con-sumo das reservas internacionais do país.

A medida, publicada no diário oficial do país, elevoude 20% para 35% o imposto sobre compras feitascom cartão de crédito fora do país e para compras depacotes turísticos e passagens de avião.

Além disso, a medida elevou para o mesmo valor asescassas compras de dólares por argentinos que o go-verno autoriza para viagens ao exterior.

O governo havia negado recentemente que planejavaendurecer as compras de divisas para o turismo.

Ao tornar as viagens mais caras, o governo está bus-cando desencorajar os argentinos a irem ao exteriorpara comprarem produtos enquanto tenta in-terromper o rápido declínio das reservas in-ternacionais.

Restrição. Controles estritos impostos no final de2011 restringiram a compra de dólares, moeda usadapelos argentinos para protegerem suas economias. Arestrição fez a taxa cambial não oficial disparar emum crescente mercado negro da moeda americana.

"Acreditamos queháuma drenagemdedivisasquesedá por meio de operações de turismo, por distintoscomponentes", disse o chefe do Gabinete de Mi-nistros, Jorge Capitanich.

"Temos de ser muito cuidadosos na administraçãodas reservas (...) para potencializar o crescimento daatividade econômica local", afirmou Capitanich.

O Tesouro da Argentina tem utilizado reservas dobanco central do país para fazer frente a vencimentosde dívida e financiar gigantescas importações deenergia.

Custo alto. As reservas, nesta semana, caíram abai-xo dos US$ 31 bilhões ante US$ 43,29 bilhões no fi-nal de 2012. Analistas estimaram que o turismoargentino custa às reservas do banco central entreUS$ 600 milhões e US$ 800 milhões por mês.

A escassez da moeda americana verificada se deveaos volumes menores de exportações por causa deum câmbio artificialmente valorizado e que atingiuem cheio acompetitividadeargentina eaos baixosní-veis de investimento estrangeiro no país, es-pecialmente diante da desconfiança gerada pelaspolíticas intervencionistas adotadas pela presidenteCristina Kirchner./ reuters

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Estado de S. Paulo

cni.empauta.com pg.16

Brasil tem um dos piores resultados ECONOMIA

FRUSTRAÇÃO COM A ECONOMIA

Mantegaacredita emaltade2,5%no ano. Pág.B6

'Somos o país que menos cresceu', disse o ministroMantega, ressalvando que o Brasil havia crescidomuito no trimestre anterior

Antônio Pita

Beatriz Butta

Ricardo Leopoldo

A retração de 0,5% do Produto Interno Bruto(PIB) brasileiro no terceiro trimestre representao pior desempenho entre as principais economiasglobalizadas. O próprio ministro da Fazenda,Guido Mantega, reconheceu o fraco resultado.

"Somos o país que menos cresceu entre todos", ad-

mitiu, destacando a alta base de comparação com osresultados do trimestre anterior, quando o País haviasurpreendido o mercado com crescimento de 1,8%.

Segundo o ministro, no período, o País foi um dospaíses do G-20 com maior crescimento. "Teria cres-cido mais do que a China (no segundo trimestre).Mas, com o terceiro trimestre, o Brasil teria crescidomenos do que a maioria dos países , apontou o mi-nistro, em referência à revisão dos dados pelo IBGE."Ainda bem que depois faz uma média", completou.

Os resultados divulgados ontem mostram que o Paísfoideixado para tráspor concorrentes latinos depeso,como o México, que cresceu 0,8% no período. Tam-bém o Peru teve desempenho melhor, com alta de1,1%.

Liderao ranking decomparação aCoréia do Sul, comcrescimento de 1,1% do PIB.

Mantega também destacou que o mundo ainda vivereflexos da crise econômica, citando o baixo cres-cimento dos EUA, projetado entre 1,6% e 1,7% noano."O mundonãovive umanofácil.Éumanoaindade crise, provavelmente o último. Há uma tendênciade superação dessa situação no ano que vem", des-tacou.

Entre as economias desenvolvidas, no terceiro tri-mestre, Reino Unido e Alemanha registraram altasde 0,8% e 0,3%, respectivamente. A União Européiaregistrou alta de 0,2% no período, e até o de-sempenho da Espanha, ainda mergulhada em crise,foi melhor que o do Brasil, com alta de 0,1%. MesmoItália e França, com retração de 0,1%, superam oPaís.

Brics. A explicação para a queda do País na com-paração com outras grandes economias, segundo Re-beca Palis, gerente de Contas Nacionais do IBGE, é a

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Estado de S. Paulo

cni.empauta.com pg.17

Continuação: Brasil tem um dos piores resultados

alta base de comparação no trimestre anterior. "A-gora, estamos com base alta e o -0,5% é o pior dospaíses", destacou. Entre os emergentes do grupoBrics, o cálculo para comparação é feito com base noterceiro trimestre de 2012. Nesse cenário, o País ficana média de alta entre os parceiros. O crescimento de2,2% no PIB do Brasil ficou abaixo dos 7,8% da Chi-naedos 4,8% da índia. África do Sul cresceu 1,8% eaRússia, 1,2%. Ontem, o ministro russo AlexeiUlyukayev revisou para baixo as projeções de cres-cimento em 2013, pela quarta vez, e também em2014.

Segundo Mantega, os países emergentes ainda en-frentam "alguma desaceleração" mas conseguemacompanhar o crescimento da economia mundial.Para analistas, porém, outros fatores contribuírampara a queda do País. "Ao contrário do que se viu na

índia, a desvalorização do real não resultou no ajustemacroeconômico que seria de se esperar", diz o eco-nomista para mercados emergentes da gestora bri-tânica Schroders, Craig Botham.

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Ano de crise

"O mundo não vive um ano fácil. É um ano aindade crise, provavelmente o último. Há uma ten-dência de superação em 2014."

Guido Mantega

MINISTRO DA FAZENDA

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Estado de S. Paulo

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PIB ainda pode crescer 2,5% este ano, diz ministro ECONOMIA

FRUSTRAÇÃO COM A ECONOMIA

Dilma cobra explicação sobre erro em revisão.Pág. B7 }

Segundo Guido Mantega, queda de 0 ,5% no terceirotrimestre vai favorecer resultado do quarto trimestre,pela base de comparação

Ricardo Leopoldo

Beatriz Butta

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmouontem que, embora o produto interno bruto (PIB)tenha registrado uma queda de 0,5% no terceirotrimestre, o crescimento da economia neste ano po-de atingir a marca de 2,5%. Ele destacou que o PIBno terceiro trimestre, acumulado em 12 meses, a-presenta uma expansão de 2,3%, o que para ele éuma fotografia mais fidedigna do desempenho donível de atividade no Brasil.

"O PIB acumulado está em 2,3% e não é muito di-ferente de 2 ,5%. E temos mais um trimestre pelafrente, então é possível atingir os 2,5%. Temos deaguardar para saber se vai se confirmar", disse o mi-nistro.

"A economia está numa trajetória de crescimento. Égradual porque no mundo todo está sendo assim",afirmou. "E esse crescimento se dá com alta dos in-vestimentos. Deveremos terminar o ano com cres-cimento de 6% de bens de capital. A agricultura vaiterminar o ano com bom crescimento e está havendoumaquecimentono comércio, que também apresentarecuperação", destacou.

Segundo o ministro, o fato de o crescimento da eco-nomia estar numa velocidade abaixo da desejada nãoé uma exclusividade do Brasil. "Nenhum país estáconseguindo isso. Os EUA estão com uma expansãode 1,6% e 1,7%, neste ano, o México, com menos de2%", apontou. "O mundo não vive um ano fácil. Esteainda umano de crise, provavelmente o últimoano dacrise internacional. Há uma tendência de superaçãodessa situação no ano que vem", destacou.

Para 2014, ele destacou que a economia americanapoderá avançar pouco acima de 2%, enquanto a zonado euro poderá sair de uma retração neste ano paraum resultado levemente positivo nos próximos 12meses. "Os países emergentes têm alguma de-saceleração, mas com alguma melhoria para o pró-ximo ano", disse. "Estamos juntos neste barcoprocurando superar a crise internacional e galgandoposições melhores. Estamos melhorando em relaçãoao ano passado e devermos continuar nesta trajetóriapara os próximos trimestres."

Comparação. De acordo com Mantega, o cres-cimento forte do PIB no segundo trimestre, de 1,8%na série revisada pelo IBGE, dificultou a expansãono terceiro trimestre por conta da alta base de com-

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Estado de S. Paulo

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Continuação: PIB ainda pode crescer 2,5% este ano, diz ministro

paração. "Com esse resultado do terceiro trimestre,de-0,5%, isso favoreceumcrescimento no quarto tri-mestre", destacou Mantega.

Segundo ele, os dados de crescimento no quarto tri-mestre "certamente serão positivos, mesmo porqueisso é o que se percebe pelo movimento da eco-nomia". De acordo com Mantega, a revisão dos re-sultados do primeiro e do segundo trimestres do anomostra que há uma concentração do crescimento nosegundo trimestre. Ele apontou ainda que o setor deserviços teve um desempenho fraco, ao crescer 0,1%no terceiro trimestre ante o segundo, e disse aindaque a alta de 2,9% do setor extrativo mineral da in-dústria mostra "alguma recuperação da economiaglobal".

Ele disse ainda que,com arevisão feitapelo IBGE so-bre o resultadodo segundo trimestre, o Brasil foi umdos paísesdo G-20 quemais cresceu no período. "Te-

ria crescido mais do que a China (no segundo tri-mestre). Mas, com o terceiro trimestre, o Brasil teriacrescido menos do que a maioria dos países", apon-tou o ministro.

"A mesma coisa entre os Brics. No segundo tri-mestre, seríamos o país que mais cresceu, mas com oterceiro, somos o que menos cresceu entre os Brics",disse. "Ainda bem que depois faz uma média", acres-centou.

Segundo ele, o Brasil estaria crescendo mais ou me-nos no ritmo da economia mundial. "O crescimentoda economia mundial está sendo revisto e pro-vavelmente vai ficar abaixo dos 2,9%, 2,7% que vemsendo estimados", completou Mantega. Ele afirmouque o crescimento da economia mundial neste anopoderá ser de "2,3%, 2,4%".

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Folha de S. Paulo

cni.empauta.com pg.20

Trimestre ruim deve contaminar 2014MERCADO

Trimestre perdido

MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO

Após retração na economia, analistas passam a verchances maiores de o PIB crescer menos de 2% noano que vem

Rebaixamento de nota de crédito e aceleração da in-flaçãosão riscos adicionais para economia brasileira

A economia desandou no terceiro trimestre --pe-ríodo marcado pela alta do dólar, pelas ma-nifestações nas ruas, pelo descrédito com as contasdo governo e pelo ocaso do empresário Eike Batista.Eas consequênciasdessas másnotíciasserãomais vi-síveis em 2014, já que 2013 está praticamente fe-chado.

Ontem, após a divulgação de que o PIB contraiu-se0,5% entre julho e setembro, economistas colocaramem revisão o crescimento do ano que vem para baixode 2%.

As previsões sugerem uma aposta crescente de que2014 repetirá a frustração dos últimos dois anos.Após crescer 7,5% em 2010, o país registrou ex-pansão de 2,7% em 2011 e de 1% no ano passado.

O desempenho faz com que o governo Dilma Rous-seff registre umcrescimento médio comparável aodeFHC, cujo governo foi marcado por sucessivas crisesexternas (México, Ásia, Rússia), que culminaramcom o fim da cotação fixa do dólar, em 1999.

"Você tem essa agonia, essa morte lenta, de três anosde crescimento medíocre, e 2014 perfila para ser oquarto ano com crescimento abaixo de 3%", afirmouAlberto Ramos, economista do Goldman Sachs.

"A economia não está em crise, há pleno emprego.

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Folha de S. Paulo

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Continuação: Trimestre ruim deve contaminar 2014

Mas há um certo sentimento de que roubaram o fu-turo, de que poderíamos estar muito melhor, cres-cendo 4% ou 5% se o manejo macroeconômico fosseoutro."

Para o Itaú Unibanco, a contração entre julho e se-tembro e os sinais moderados da economia nestequarto trimestre aumentam as chances de um cres-cimento abaixo de 1,9% em 2014.

O Bradesco estuda rever a expansão esperada de2,1% para umintervalo entre 1,5% e1,7%, massó de-ve fechar o número hoje, com os dados da indústriade outubro. O Santander manteve a previsão de cres-cimento de 1,7%.

O motivo é que, com um ritmo de crescimento menorneste final de ano, 2014 começa com embalo menor epor isso deve crescer menos do que 2013, que co-meçou em aceleração e perdeu fôlego.

Os economistas estão revendo a estimativa de cres-cimento para este ano de 2,5% para algo entre 2,2% e2,3%.

"Alguma expansão tende a ocorrer no quarto tri-mestre deste ano, no entanto o ritmo deve ser mo-derado", afirmou o economista Aurélio Bicalho, doItaú, em relatório.

Há riscos adicionais para o crescimento em 2014, co-moa aceleração da inflação com a progressiva alta dodólar. A moeda já subiu em razão do esperado fimdos estímulos nos EUA. Mas isso só deve se con-cretizar em 2014.

Outro fator que pode reduzir o crescimento é o pos-sível rebaixamento da nota do Brasil pelas agênciasde riscoem decorrência daperda decredibilidade fis-cal. A receita do governo se reduziu com as de-sonerações para reativar a economia, mas osresultados não apareceram.

O efeito prático foi a alta dos juros no mercado fi-nanceiro. As taxas dez anos à frente estão em 13% aoano, o que já tornou mais caro o financiamento dasempresas e ajuda a frear o crescimento. Com o re-baixamento, esse custo pode ser ainda maior.

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Folha de S. Paulo

cni.empauta.com pg.22

Índia acena com garantias para salvar pacote emreunião da OMC

MERCADO

RAQUEL LANDIM ENVIADA ESPECIAL A BA-LI (INDONÉSIA)

País pode assumir compromisso de não exportar ali-mento em estoque

Brasil avalia apoiar aliado de Brics; sem consensomínimo, entidade comercial pode naufragar

Para haver acordo na conferência ministerial daOrganização Mundial do Comércio, iniciada on-tem em Bali, a Índia aceita dar"garantias" dequeseusprogramas de segurança alimentar não distorcerão ocomércio global.

A promessa foi feita pelo ministro do Comércio,Anand Sharma, ao colega sul-africano Rob Davies eao chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo. "AÍndia está determinada a concluir Bali com êxito",disse Figueiredo.

A resistência indiana é o maior obstáculo ao modestopacote de liberalização comercial previsto para Bali.

Países como Paquistão e Argentina também têmqueixas, mas só a Índia tem peso político para blo-quear o acordo. A reunião de Bali, que vai até sex-ta-feira, é um teste de fogo para a OMC, que em caso

de fracasso pode se esvaziar.

A posição indiana só será conhecida hoje, quando osministros discursarem em plenária. "Ainda não pos-so comentar, mas o mais importante para a Índia éque a solução interina seja contínua até a solução de-finitiva", diz Sharma ontem à Folha.

Com milhões de pequenos agricultores e eleições nohorizonte, os indianos querem uma "cláusula de paz"no acordo que impeça os demais de questionarem naOMC seus programas de formação de estoques dealimentos pelo prazo "necessário".

Mas EUA e outros veem nisso um cheque em brancopara perpetuaraexceção epedem umlimite dequatroanos. O temor é os estoques de alimentos indianos"vazarem" para o mercado internacional e afetaremcotações.

Daí o aceno indiano com garantias (por exemplo, ocompromisso de não exportar alimentos dos es-toques).

Isolada até então, a Índia ganhou um aliado de peso: oBrasil. A Folhaapurou que, de olhono mercado asiá-tico para suas exportações, o país aceita conferir se asgarantias indianas serão suficientes.

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Comércio Internacional

Folha de S. Paulo

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Rússia alinham interesses RÚSSIA

Diplomacia Libertação de ativista brasileira na che-gada de chanceler foi vista como gesto de boa von-tade

Brasil

Em visita a Moscou, ministro das Relações Ex-teriores brasileiro elogia libertação de ativista doGreenpeace e destaca cooperação bilateral.

IAROSLAVA MMÚKHIN A

GAZETA RUSSA

Em sua primeira visita oficial a um país estrangeiroforadaAméricado Sul desdequeassumiuo cargo emagosto deste ano, o ministro das Relações Exterioresbrasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, esteve em Mos-cou no final do mês de novembro.

"Não foi por acaso que escolhi a Rússia como destinoem minha primeira visita bilateral foradaAméricadoSul", disse Figueiredo em sua palestra "Grandes li-nhas da política externa brasileira e relações Bra-sil-Rússia", na Academia Diplomática da Rússia.

"A extensão dos nossos territórios, o tamanho dasnossas populações e a magnitu

Na primeira visita oficial fora da América do Sul,Figueiredo (esq.) encontrou-se com Lavrov (dir.)

de das nossas fontes de energia naturalmente co-locam nossos países como protagonistas no cenáriomundial."

Durante a visita de dois dias, o ministro se encontroucom seu homólogo russo, Ser

guêi Lavrov, para discutir as perspectivas das re-lações bilaterais e a interação no âmbito de or-ganizações internacionais como ONU, Brics, G20 eOMC.

A visita, porém, também representou um estímulo in

voluntário para a libertação de ativistas do Green-peace detidos na Rússia após protesto em uma pla-taforma de petróleo no Ártico, em setembro.

Coincidência?

A brasileira Ana Paula Maciel foi a primeira ativistaestrangeira a conquistar o direito de liberdade sobfiança entre os 30 tripulantes, de 18 países. Sua li-bertação se deu apenas um dia antes de Figueiredo sereunir com Lavrov.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exterioresbrasileiro ressaltou, contudo, não haver qualquer li-gação entre a libertação de Ana Paula e a visita do mi-nistro brasileiro à Rússia, referindo-se ao ocorridocomo "coincidência".

Figueiredo elogiou a decisão do tribunal russo de li-berar a ativista brasileira durante coletiva de im-prensa

realizada após o encontro com Lavrov.

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Comércio Internacional

Folha de S. Paulo

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Continuação: Rússia alinham interesses

"Foi uma felizcoincidência chegar aqui esaberdade-cisão tomadapelo tribunal russoquepermite àcidadãbrasileira Ana Paula Maciel participar das au-diências judiciais em liberdade", disse o ministro.

A visita de Figueiredo à Rússia coincidiu com a ce-lebração do 185-? aniversário do estabelecimento derelações diplomáticas entre Brasil e Rússia.

No site do Ministério dos Negócios Estrangeiros daRússia, um comunicado oficial destacou a im-

portância da data, prevendo "o fortalecimento das re-lações de parceria estratégica entre os dois países".

Em discurso para estudantes da Academia Di-plomáticadaRússia eembaixadores estrangeiros, Fi-gueiredo en

CONTINUA NA PÁGINA 2

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Globo

cni.empauta.com pg.25

PIB abaixo de zero ECONOMIA

CONTAS NACIONAIS

Economia recua 0,5% no 3º tri, no pior resultado des-de 2009. No ano, deve crescer até 2,5%

Lucianne Carneiro, Clarice Spitz e Sérgio Vieira

Depois de uma surpresa positiva no período entreabril e junho, a economia brasileira sorreu uma re-tração de 0,5% no terceiro trimestre deste ano, frenteao período anterior, na primeira queda neste tipo decomparação desde o início de 2009, em plena re-cessão após a eclosão da crise financeira de 2008. Oresultado veio no piso das estimativas do mercadofez com que consultorias revisassem suas previsõespara a expansão do PIB em 2013, a maioria para bai-xo. As projeções, no entanto, são de que a economiavolte a crescer no último trimestre, encerrando o anocom expansão entre 2,2% e 2,4% - ou seja, mais doque o dobro do crescimento de 1% registrado no anopassado.

Semaajuda dasoja,quefoio destaque do primeirose-mestre, a agropecuária recuou 3,5% no terceiro tri-mestre, puxando para baixo o desempenho daeconomia na comparação com o segundo trimestre.Já a indústria cresceu 0,1%, com a ajuda do salto de2,9% na indústria extrativa mineral. O setor de ser-viços avançou apenas 0,1%.

Pela óticadademanda,o consumoganhoufôlego, en-quanto os investimentos caíram, repetindo um mo-delo de crescimento baseado mais nos gastos dasfamílias que, na visão dos especialistas, está se es-gotando. Os investimentos tiveram queda de2,2% nacomparação com o segundo trimestre, embora te-nham avançado 7,3% frente ao terceiro trimestre de2012. Já o consumo das famílias voltou a acelerar eavançou 1% frente aosegundo trimestre, namaior al-ta frente ao trimestre anterior desde o quarto tri-mestre de 2012 (1,1%). O aumento de 2,3% frente ao

terceiro trimestre de2012 éa40ªalta seguida nacom-paração anual.

- Tivemos umcrescimento bastanteexpressivono se-gundo trimestre e agora houve uma acomodação. Osetor externo está com contribuição negativa no PIB.Por outro lado, o consumodas famílias continuacres-cendo - afirmou a gerente da Coordenação de ContasNacionais do IBGE, Reboca Palis.

EXTRATIVA MINERAL PUXA INDÚSTRIA

Com as importações crescendo mais que as ex-portações, o setor externo puxou a economia parabaixo. De janeiro a outubro, o PIB cresceu 2,4%. Po-rém, este avanço seria maior, de 3,6%, se fosse con-siderada apenas o consumo doméstica, ou seja,descontando as importações e exportações.

A avaliação do economista Aurélio Bicalho, do ItaúUnibanco, é que a tímida alta de 0,1% do setor de ser-viços foio principal fator a levar o PIB para o piso dasexpectativas:

- Dado o peso desse setor, essa é a principal ex-plicação. O setor está acompanhando o quadro geralda economia e refletindo o ritmo lento da indústria eda agropecuária, dado que muitos serviços estão re-lacionados a esses segmentos - afirma.

Uma das surpresas do resultado do terceiro trimestrefoi a indústria, que registrou ligeiro avanço (0,1%),enquanto muitos analistas previam queda. A in-dústria extrativa mineral ajudou a segurar o númerono terreno positivo.

- Houve retomo à operação de algumas plataformasda Petrobras e também a entrada de novas pla-taformas - afirmou o economista da MCM Con-sultores Leandro Padulla.

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Globo

cni.empauta.com pg.26

Continuação: PIB abaixo de zero

Paraasócia daGibraltarConsulting, ZeinaLatif,o re-sultado do PIB divulgado ontem pelo IBGE sugerequeos sinaisdeaceleração daeconomia vistos no pri-meiro semestre do ano não eram sustentáveis.

- O fato é que o país cresce pouco. O primeiro se-mestre foi um falso sinal de aceleração. Teremos um2013 com expansão maior que no ano passado, mascom uma fraqueza mais disseminada. Para 2014, es-pero algo em tomo dos 2% - afirma a sócia da Gi-braltar Consulting, Zeina Latif.

Na avaliaçãodo coordenador deContasNacionais doIBGE, Roberto Olinto, começa uma transição de um

modelo baseado em consumo para outro baseado eminvestimentos:

- Está sendo feita uma transição, um esforço, mas na-da é imediato.

-

"O fato é que o país cresce pouco. Teremos um 2013com expansão maior que em 2012, mas com uma fra-queza disseminada."

Zeina Latif, Sócia da Gibraltar Consulting

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Globo

cni.empauta.com pg.27

Continuação: PIB abaixo de zero

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Globo

cni.empauta.com pg.28

China entra com ação contra EUA na OMC ECONOMIA

Anúncio do processo marca primeiro dia da con-ferência ministerial do órgão

No primeiro dia da conferência ministerial daOrganização Mundial do Comércio (OMC ),a or-ganização multilateral informou que a China iniciouontem uma disputa comercialcontra os EUA para de-safiar as acusações de Washington de que Pequiminundou o mercado americano com produtos de bai-xo preço. A ação é a primeira feita pela China esteano, e a oitava reclamação que a China faz contra osEUA por causa de medidas adotadas pelas au-toridades americanas contra as importações chinesasno país.

O governo chinês argumenta que a classificação dosEUA para dumping (a venda de produtos a preços tãobaixos que afetam o comércio de forma desleal) fereas regras da OMC. O organismo não revelou quaissão os produtos atingidos na ação, mas a agência chi-nesa Xinhua menciona 13 medidas antidumping, en-globando produtos como oleodutos, num total deexportações equivalente a US$ 8,4 bilhões.

PROTESTO NO INÍCIO DA CÚPULA

Negociadores dos 159 países da OMC se reuniramontem para dar início à conferência que poderá de-finir o futuro da própria instituição multilateral, emBali, na Indonésia. O secretário geral daOMC, o bra-sileiro Roberto Azevedo, admite que o impasse emtomo das políticas de subsídio agrícola ameaça aca-bar com 12 anos de negociações para um pacto co-mercial global, conhecido como Rodada de Doha, e

pôr em dúvida a eficácia da OMC.

- Se não conseguirmos avançar aqui, isso enviará umsinal muito ruim sobre a capacidade da OMC comoumfórumdenegociação - disse Keith Rockwell, por-ta-voz do organismo.

A ideia por trás da Rodada de Doha é que se todos ospaísesseguirem amesma regra decomércio, então to-das as nações, ricas ou pobres, vão tirar proveito deum quadro de menos barreiras comerciais. Assim,bens e serviços de todos os tipos se tomariam maisacessíveis, criando mais empregos e oportunidadesde negócios. A OMC estima que a redução de bar-reiras elevaria o total do comércio mundial em US$ 1trilhão, para US$ 23 trilhões.

Oscríticosdas regrasdaOMC, no entanto,dizemqueelas podem dificultar os países na definição de suaspróprias prioridades com respeito à proteção do meioambiente, aos direitos dos trabalhadores, à segurançaalimentar, entre outras áreas. Acrescentam que re-duções bruscas de tarifas de importação podematingir indústrias, provocando perdasdeemprego empaíses ricos e pobres. Ontem, centenas de ativistas in-donésios protestaram em frente a prédios do governoem Bali.

- Sabemos que não é uma tarefa fácil afirmou o mi-nistro de Relações Exteriores do Brasil, Luiz AlbertoFigueiredo. - Mas agora estamos aqui, e nós estamosaqui para fazer algumacoisa. Estamos dispostos a fa-zer o nosso melhor esforço para deixar Bali com umpacote.

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Globo

cni.empauta.com pg.29

País tem o pior resultado entre os países que jádivulgaram PIB

ECONOMIA

CONTAS NACIONAIS

Mantega atribui queda a novo cálculo e prevê alta de2,5% este ano

Clarice Spitz, Ronald o D'Ercole e Lino Rodrigues

Com a queda de 0,5% no terceiro trimestre deste ano,frente ao segundo trimestre, o Produto Interno Bruto(PIB, soma de bens e serviços produzidos) do Brasilteve o pior desempenho considerando-se os paísesque já apresentaram os resultados do período. Françae Itália, que estão em meio a grades crises, tambémapresentaram resultados negativos, com retração de0,1%. Na outra ponta, aCoreia do Sul teve amaior al-ta trimestral, com avanço de 1,1%. México e ReinoUnido aparecem em seguida, com altas de 0,8%. OsEstados Unidos tiveram avanço de 0,7% no tri-mestre, e o Japão, de 0,5%. , No grupo de países quecompõem os Brics (Brasil, Rússia, índia, China eAfrica do Sul), o país aparece em terceiro, quando seleva em conta o crescimento do PIB em comparaçãoao mesmo trimestre do ano passado. A China en-cabeça a lista, com alta de 7,8%. Na índia , o avançofoi de 4,8%.

'O PROBLEMA DO BRASIL É ELE MESMO'

A Espanha, um dos países mais afetados pela criseeuropeia, anunciou no mês passado que saiu da re-cessão após dois anos. No terceiro trimestre, o PIBcresceu 0,1% sobre o segundo trimestre, masem baseanual a economia encolheu 1,1%, segundo númerosrevisados. O desemprego está em torno de 25%.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, atribuiu obaixo crescimento da atividade econômica brasileirano terceiro trimestre aos ajustes feitos pelo IBGE nocálculo do PIB do primeiro e segundo trimestres.

- Somos o país que menos cresceu entre todos os paí-ses do mundonesse terceiro trimestre - afirmou o mi-nistro.

Para Mantega, a concentração do crescimento no se-gundo trimestre, que passou de 1,5% para 1,8% comos ajustes, dificultou o crescimentoda economia noterceiro trimestre. Isso, segundo ele, deve se reverternos três últimos meses do ano.

O ministro disse também que a queda de 3,5% naagropecuária já era esperada ereflete o período deen-tressafra. Mas isso nãodeve se repetirno próximo tri-mestre:

- Estamos crescendo conforme a economia mundial.A economia brasileira está em trajetória de cres-cimento gradual, que deve continuar nos próximostrimestres.

Segundo Mantega, ainda é possível que o PIB cresça2,5% este ano.

Para Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ra-ting, a má gestão da economia, marcada pela falta detransparência fiscal, juros e inflação altos inibem osinvestimentos e explicam em grande parte o de-cepcionante desempenho do PIB.

- O grande problema do Brasil tem sido ele mesmo.

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Globo

cni.empauta.com pg.30

Continuação: País tem o pior resultado entre os países que já divulgaram PIB

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Comércio Internacional

Brasil Econômico

cni.empauta.com pg.31

'Agora ou nunca , apela o diretor-geral da OMC MUNDO

Presidente indonésio Susilo Bambang Yudhoyono bate o gongo emtradicional cerimônia dando por aberta a reunião da OMC

Presidente indonésio Susilo Bambang Yudhoyono bate o gongo emtradicional cerimônia dando por aberta a reunião da OMC

Diante do ceticismo geral sobre um acordo, o bra-sileiro Roberto Azevêdo abriu a reunião da entidade,ontem, em Bali, dizendo que "espera observar o al-vorecer de um novo mundo"

O brasileiro Roberto Azevêdo, diretor-geral daOMC, garantiu, ontem, em Bali, que um acordo paraliberalizar o comércio mundial é possível, mas queserá "agora ou nunca" . "É preciso concluir aqui. Éagora ou nunca", afirmou Azevêdo ao inaugurar aconferência da Organização Mundial do Co-mércio (OMC )."A OMC atravessa uma longa noitee espero que em Bali possamos observar o alvorecerde um novo mundo", disse poeticamente em brevediscurso.

"Se fracassarmos, nãoapenas estará perdido o pacotede medidas debatido em Bali. O que está em jogo é opróprio multilateralismo", advertiu o novo diretor,que mobiliza esforços desesperados para reativar asnegociações da Rodada de Doha, em ponto mortodesde seu lançamento, em 2001.

Azevêdo tentaumêxito quenãofoialcançado por seuantecessor, o francês Pascal Lamy, a quem sucedeuem setembro.

"Seria um resultado trágico", disse Azevêdo ao ini-ciar as negociações, nas quais participam até sex-ta-feira os ministros dos 159 Estados-membros daOMC.

Após os fracassos de Cancun em 2003, Hong Kongem 2005 e Genebra em 2009 e 2011, os ministros deComércio da OMC se reúnem em Bali com a sen-sação de que se trata da "última oportunidade" parareativar este ambiciosoprojeto quepretendeeliminarbarreiras do comércio, em particular o agrícola. Ape-sar de meses de negociações, os ministros não en-contrarão na mesa nenhum pré-acordo. Por Isso, épouco provável que cheguem a algum compromissoem Bali.

Na turística ilha indonésia não se trata apenas de ado-tar "medidas para incentivar a economia mundial",alertou o diretor geral da OMC em uma carta abertapublicada domingo no Wall Street Journal, mas dedefinir o "papel da OMC e do multilateralismo" co-mo sistema.

Um novo fracasso em Bali poderia pôr fim as ne-gociaçõesmultilaterais sobre aaberturado comércio,agora que se multiplicam os acordos bilaterais ou re-gionais, como o da União Européia e Canadá.

"Não podemos esquecer a importância que teria umresultado tangível em Bali para nossa fé no sistemamultilateral", afirmou nasegunda- feira o ministro in-donésio de Comércio, Gita Wirjawan, presidente dareunião ministerial.

Apesar de um eventual acordo representar apenas "5a 107.-?" dos objetivos de liberalização do comérciomundial que a OMC definiu em Doha em 2001, issoseria " infinitamente melhor queoquetivemosnos úl-timos doze anos", destacou.

Em umnovo pedido formalizado namanhã deontem,

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Comércio Internacional

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cni.empauta.com pg.32

Continuação: 'Agora ou nunca , apela o diretor-geral da OMC

o ministro pediu aos Estadosmembros quenãosejam"reféns das divergências entre uns e outros", em re-ferência à espinhosa questão da segurança alimentar,pomo da discórdia das discussões.

Os países em desenvolvimento do "G33" queremmais subsídios para os produtos agrícolas para aju-dar seus agricultores para que os mais pobres tenhamacesso aos alimentos, mas a OMC vê isso como umaforma de dumping.

O governo indiano, que lidera este combate, reiterousua determinação para consegui-lo. "Não podemospermitir mais que os interesses de nossos agri-cultores sejam sacrificados pelas ambições mer-cantilistas dos ricos", declarou o combativo ministroindiano de Comércio, Anand Sharma, citado na se-gunda-feira na imprensa de seu país.

A índia, quese prepara para eleições nacionais,anun-ciou um programa para oferecer, a preços baixos, ali-mentos básicos para mais de 800 milhões de pobres.

A possibilidade de um compromisso com a índia pa-rece condicionar qualquer acordo em Bali, o que fezcom que Roberto Azevêdo invocasse um gesto po-lítico horas antes de se iniciar a reunião.

"É uma questão de vontade política. A decisão está

nas mãos dos ministros", afirmou, afp

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Após os fracassos de Cancun (2003), Hong Kong(2005) e Genebra (2009 e 2011), os ministros de Co-mérciodaOMC têm Bali a"última oportunidade"pa-ra reativai' o projeto que pretende eliminar barreirasdo comércio

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NÚMEROS

800 milhões

Quantidade de pessoas carentes às quais a índiapretende fornecer alimentos básicos a preçossubsidiados, programa que encontra oposiçãodentro da OMC.

159

Números de países com representantes em nívelministerial que participam da reunião aberta on-tem, e que irá até sexta-feira, em Bali, na In-donésia.

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Indústria

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Os dez anos do Brasil Exportador OPINIÃO

JUAN QUIRÓS

Presidente do Grupo Advento e do LIDECampinas (Grupo de Lideranças Empresariais),foi presidente da Apex Brasil entre 2003 e 2007

Transcorreu dia 28 de novembro o aniversário dedez anos do Programa Brasil Exportador, lançadoem 2003 pelo então ministro do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Luiz Fer-nando Furlan. É desconfortável comemorar algo tãorevolucionário para o comércio exterior de nossopaís num momento em que a balança comercial bra-sileira apresenta números negativos, com um déficitde aproximadamente US$ 1 ,5 bilhão no acumuladoaté novembro.

Além do grande aumento das importações, é precisoestar alerta ao recuo das exportações, queatingiram ovalor recorde de US$ 256,04 bilhões em 2011, en-trando posteriormente em uma curva descendente.Assim, na marca do décimo aniversário do Brasil Ex-portador talvez seja pertinente lembrar seus fun-damentos e resultados, para uma retomada de umprocesso que teve muito êxito.

Em 2003, antes mesmo do início do programa, asvendas externas, de US$ 73,08 bilhões, já haviam re-gistrado a expressiva evolução de 21% em relação a2002. Como Brasil Exportador, viabilizou-se umsal-to de quase 120% até 2007, último ano de Furlan àfrente do MDIC, quando as vendas externas al-cançaram US$ 160,64 bilhões. O projeto teve como

órgão executivo e coordenador a Apex Brasil (A-gência Brasileira de Promoção de Exportações e In-vestimentos).

As bases do programa foram consistentes, a começarpela sinergia de 44 projetos do setor privado e a par-ticipação de distintos ministérios e organismos doGoverno Federal, em torno da meta exportadora. Ou-tro aspecto importante foi a diversificação dos mer-cados, com o desenvolvimento de novos destinos,como a África, China, Rússia e Oriente Médio, semcomprometer as vendas a compradores tradicionais,como Estados Unidos, Canadá e União Européia.Também foi relevante o estímulo às pequenas e mé-dias empresas.

Um item estratégico do programa foi integrar apolítica industrial e tecnológica à de comércio ex-terior. Comisso, viabilizou-se aexpansão dapauta deexportação primária e a ampliação das vendas debens manufaturados com maior conteúdo tec-nológico. No caso do desenvolvimento da oferta ex-portável, o objetivo foi preparar as empresas paraexportar por meio da adequação dos produtos e pro-cessos e da criação de rotinas inovadoras, quepossibilitassem agregar valor e desenvolver novosprodutos. Para fomentar a promoção exportadora,criou-se uma estrutura de inteligência comercialcompetitiva e os centros de distribuição de produtosbrasileiros no exterior.

Todas essas estratégias contaram com o respaldo deuma ampla ação difusora da imagem do Brasil, for-talecimento do seguro de crédito à exportação, fi-nanciamento para pequenas e médias empresas e suacapacitação em design, treinamento de profissionais,criação de consórcios exportadores e adequação tec-nológica dos produtos.

Foi umtrabalhorevolucionário, deequipe, ecom am-pla participação do empresariado, quecolocou o nos-

04 de dezembro de 2013Temas de Interesse | Indústria

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Continuação: Os dez anos do Brasil Exportador

so país em um novo e elevado patamar no comércioexterior! Mais do que comemorar os dez anos do pro-grama, seria importante revisitar os seus conceitospara uma novaarrancada das exportaçõese retomadado superávit comercial.

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Mais do que comemorar os dez anos do programaBrasil Exportador, seria importante revisitarseus conceitos para uma nova arrancada das ex-portações