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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL ADIÇÃO DE ENZIMAS EM DIETAS COM DIFERENTES FONTES DE PROTEÍNA PARA FRANGOS Bruno Duarte Alves Fortes Orientador: Prof. Dr. Marcos Barcellos Café GOIÂNIA 2014

Bruno Duarte Alves Fortes

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

ADIÇÃO DE ENZIMAS EM DIETAS COM DIFERENTES FONTES DE PROTEÍNA PARA FRANGOS

Bruno Duarte Alves Fortes

Orientador: Prof. Dr. Marcos Barcellos Café

GOIÂNIA

2014

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BRUNO DUARTE ALVES FORTES

ADIÇÃO DE ENZIMAS EM DIETAS COM DIFERENTES FONTES DE PROTEÍNA PARA FRANGOS

Tese apresentada para a obtenção do

título de Doutor em Ciência Animal junto

à Escola de Veterinária e Zootecnia da

Universidade Federal de Goiás

Área de Concentração:

Produção Animal

Orientador:

Prof. Dr. Marcos Barcellos Café -

EVZ/UFG

Comitê de Orientação:

Prof. Dr. José Henrique Stringhini -

EVZ/UFG

Profa. Dra. Nadja Susana Mogyca

Leandro - EVZ/UFG

GOIÂNIA

2014

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BRUNO DUARTE ALVES FORTES

Tese defendida e aprovada em 18/09/2014 pela Banca Examinadora

constituída pelos professores:

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DEDICO,

Aos meus pais, Luiz Alves Fortes e Ivanir Duarte Arantes Fortes pelo simples fato de existirem, incentivo, confiança e amor que vocês sempre me proporcionaram. Aos meus irmãos Henrique Duarte Alves Fortes e Beatriz Duarte Alves Fortes, que são exemplos em muitos momentos da minha vida. A Filogomes Alves de Carvalho Neto (In Memorian), pela nossa amizade e todos os momentos que tivemos oportunidade de estarmos juntos. Obrigado pelos ensinamentos, risadas, viagens, conselhos e por me permitir estar ao seu lado sempre. Você jamais sairá dos meus pensamentos, descanse em paz meu AMIGO!

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela vida e pela oportunidade concedida de poder sempre

alcançar de uma forma, ou de outra meus objetivos, iluminando os meus passos e

dando-me forças nos momentos de angústias e dificuldades.

Aos meus pais, pelo amor e confiança durante os meus longos anos de

estudo. Obrigado por sempre me darem condições para atingir meus objetivos e

realizar meus sonhos.

À Julliane Pereira Soares pelo exemplo de dedicação e esforço, pelos

anos de convivência e atenção a mim dedicados. Obrigado por tudo.

À Universidade Federal de Goiás/Escola de Veterinária e Zootecnia,

pela oportunidade de realizar este estudo.

Ao orientador e amigo, Prof. Dr. Marcos Barcellos Café, pela confiança

em meu trabalho. Meu muito obrigado pela oportunidade, confiança, conselhos e

ensinamentos dedicados, sem os quais não seria possível a realização deste

trabalho.

Ao professor José Henrique Stringhini, pela co-orientação e sobretudo

pelo auxílio, ensinamentos, amizade, atenção e imensa paciência que teve

comigo durante todos esses anos de convivência. Sempre me estimulando e

apoiando em todas as tarefas e acontecimentos. Sem dúvida nenhuma, sem a

sua colaboração não seria possível chegar até aqui.

À minha co-orientadora, professora Nadja Susana Mogyca Leandro,

pelos conselhos e opiniões, sempre disposta a contribuir com esta pesquisa.

À professora Heloísa Helena de Carvalho Mello pela disposição e ajuda

na elaboração e condução dos experimentos e análises dos dados gerados com

essa pesquisa.

À professora Fabyola Barros de Carvalho pela ajuda na condução dos

experimentos e elaboração da tese.

Ao professor Juliano José de Resende Fernandes, pela amizade,

companheirismo e momentos de descontração.

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano, pela

confiança e disponibilidade a mim dedicadas. Em especial, aos amigos do

IFGoiano-Câmpus Iporá, José Junior Rodrigues de Souza, Renato Lara de Assis,

Cristiane de Melo Cazal e Aline Ditomaso.

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Ao professor e amigo Jerônimo Ávito Gonçalves de Brito,

especialmente pela colaboração e humildade em dividir seus conhecimentos, os

quais foram essenciais para execução deste trabalho.

Ao amigo Júlio César Silva pelo auxílio com as traduções e os

conselhos durante a elaboração da tese.

À Camila Meneghetti pela disposição e ajuda durante a elaboração da

tese.

À Nutron Alimentos/Provimi/Cargill pelo apoio e fornecimento de

insumos para a realização dessa pesquisa, em especial ao amigo Júlio César

Carreira de Carvalho a quem devo inúmeros ensinamentos e cordialidades ao

longo de vários anos de convivência. Muito obrigado por mais essa parceria.

À Mcassab/Tecnologia Animal pelo fornecimento de insumos para a

realização dessa pesquisa, em especial ao amigo Eduardo Guimarães Tibery

Queiroz.

À Evonik Industries, pelas análises de aminoácidos realizadas em seu

laboratório na Alemanha, em especial ao José Rodrigo Galli Franco.

Ao Abatedouro São Salvador Ltda/Super Frango, que gentilmente

ofereceu os animais e insumos para realização deste trabalho. Em especial, ao

zootecnista Roberto de Moraes Jardim Filho.

À APC do Brasil Ltda, pelo fornecimento de insumos para a realização

dessa pesquisa, em especial ao Luís Rangel.

À Danisco Animal Nutrition/DuPont Industrial Biosciences, em especial,

ao Maurício Cunha pelo apoio e fornecimento de insumos para a realização dessa

pesquisa.

À Sementes Selecta S/A, pelo fornecimento de insumos para a

realização dessa pesquisa, em especial, ao Alexandre Wakatsuki.

Ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, a todos os

professores, pelos ensinamentos e oportunidades.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

(CNPq), pela bolsa de estudos concedida.

À Clarice Marçal Farias pela convivência, amizade e incentivo na

elaboração da tese, muito obrigado.

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À amiga, Roberta Dias da Silva pela convivência durante todo o tempo

de pós graduação, jamais esquecerei o quanto me ajudou.

Ao companheiro Pedro Leonardo de Paula Rezende agradeço pela

amizade, pelos diversos fins de tarde acompanhados das violadas no “Durock”,

sem esses momentos teria sido difícil conseguir continuar.

Aos demais colegas de doutorado (Eduardo Miranda de Oliveira,

Mariana Alves Mesquita, Fernanda Vieira Castejon, Marcondes Dias de Freitas

Neto, Elis Aparecido Bento, Cláudia Paula de Freitas Rodrigues, Mariana Batista

Rodrigues Faleiro, Ubirajara Oliveira Bilego, Sérgio Fernandes Ferreira, entre

outros), pelos momentos vividos durante esse período.

Aos bolsistas, estagiários e todos que contribuíram na realização dos

experimentos, em especial, à Natália Navarrete Perilo, Michel Wender Lima e

Ricardo Augusto Faria Barbosa.

Aos funcionários Antônio “Tixa’’, Felipe, Charles e Kelly, pela ajuda

dedicada na Fábrica de Ração, Setor de Avicultura e Aviário Escola, auxiliando-

me sempre.

A todos que colaboraram direta ou indiretamente na realização deste

trabalho, o meu muito obrigado!

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS.......................................... 1

1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 1

2 DESENVOLVIMENTO DA DIGESTÃO E APROVEITAMENTO DE

NUTRIENTES EM DIFERENTES IDADES DE

FRANGOS...............................................................................................

3

3 ENZIMAS NA PRODUÇÃO AVÍCOLA..................................................... 5

3.1 Amido e amilase....................................................................................... 8

3.2 Polissacarídeos não amiláceos (PNAs)................................................... 10

3.3 Polissacarídeos não amiláceos solúveis................................................. 12

3.4 Polissacarídeos não amiláceos insolúveis............................................... 14

3.5 Efeitos do uso de carboidrases sobre a digestibilidade dos nutrientes e

aproveitamento de energia das rações, disponibilidade de aminoácidos

e desempenho de frangos de corte......................................................... 15

3.6 Protease................................................................................................... 17

3.7 Efeitos do uso de protease para frangos de corte................................... 19

4 OBJETIVOS............................................................................................. 21

5 REFERÊNCIAS........................................................................................ 21

CAPÍTULO 2 – CONTEÚDO DE AMINOÁCIDOS DIGESTÍVEIS

VERDADEIROS DE DIFERENTES FONTES PROTEICAS

ASSOCIADAS A ENZIMAS EXÓGENAS EM DIETAS INICIAIS PARA

FRANGOS DE CORTE............................................................................ 28

RESUMO................................................................................................. 28

ABSTRACT.............................................................................................. 29

1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 30

2 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................... 31

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 34

4 CONCLUSÃO.......................................................................................... 42

5 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 43

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CAPÍTULO 3 – METABOLIZABILIDADE DOS NUTRIENTES DE DIETAS COM DIFERENTES FONTES PROTEICAS ASSOCIADAS A ENZIMAS EXÓGENAS PARA FRANGOS DE CORTE NA FASE INICIAL..................................................................................................... 46

RESUMO................................................................................................. 46

ABSTRACT.............................................................................................. 47

1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 48

2 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................ 49

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 52

4 CONCLUSÃO.......................................................................................... 59

5 REFERÊNCIAS........................................................................................ 59

CAPÍTULO 4 – DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE

ALIMENTADOS COM DIFERENTES FONTES DE PROTEÍNA

ASSOCIADAS À SUPLEMENTAÇÃO ENZIMÁTICA.............................. 63

RESUMO................................................................................................. 63

ABSTRACT.............................................................................................. 64

1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 65

2 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................ 66

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 73

4 CONCLUSÃO.......................................................................................... 78

5 REFERÊNCIAS........................................................................................ 78

CAPÍTULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................ 81

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO II

Tabela 1- Composição percentual das rações

experimentais.................................................................................. 33 Tabela 2- Composição da matéria seca, da proteína bruta e de

aminoácidos totais dos alimentos, em percentagem, expressos em matéria natural.......................................................................... 35

Tabela 3- Coeficiente de digestibilidade verdadeira de diferentes ingredientes proteicos de origem vegetal, determinados com frangos de corte aos 7 dias de idade............................................................................................... 36

Tabela 4- Coeficiente de digestibilidade verdadeira de diferentes ingredientes proteicos de origem animal, determinados com frangos de corte aos 7 dias de idade............................................................................................... 38

Tabela 5- Coeficiente de digestibilidade verdadeira de diferentes ingredientes proteicos de origem vegetal, determinados com frangos de corte aos 21 dias de idade............................................................................................... 39

Tabela 6- Coeficiente de digestibilidade verdadeira de diferentes ingredientes proteicos de origem animal, determinados com frangos de corte aos 21 dias de idade............................................................................................... 40

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO III

Tabela 1- Composição e valores nutricionais da dieta

referência....................................................................................... 50 Tabela 2- Coeficientes de metabolizabilidade aparente da matéria seca

(CDAMS), da proteína bruta (CDAPB), do extrato etéreo (CDAEE) e energia metabolizável aparente corrigida para balanço de nitrogênio (EMAn, na matéria seca) de diferentes fontes proteicas associadas ou não com complexo enzimático, para frangos de corte de 4 a 7 dias de idade.............................................................................................. 53

Tabela 3- Coeficientes de metabolizabilidade aparente da matéria seca (CDAMS), da proteína bruta (CDAPB), do extrato etéreo (CDAEE) e energia metabolizável aparente corrigida para balanço de nitrogênio (EMAn, na matéria seca) de diferentes fontes proteicas associadas ou não com complexo enzimático, para frangos de corte de 18 a 21 dias de idade.............................................................................................. 56

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO IV

Tabela 1- Médias, referentes aos valores de temperatura dentro do galpão

registrados no período experimental................................................................................... 68

Tabela 2- Composição percentual e níveis nutricionais calculados das rações experimentais na fase pré-inicial (1 a 7 dias)...................... 69

Tabela 3- Composição percentual e níveis nutricionais calculados das rações experimentais na fase inicial (8 a 21 dias).......................... 70

Tabela 4- Composição percentual e níveis nutricionais calculados das rações experimentais na fase de crescimento (22 a 33 dias)........ 71

Tabela 5- Composição percentual e níveis nutricionais calculados das rações experimentais na fase final (34 a 42 dias).......................... 72

Tabela 6- Desempenho (consumo de ração - CR, ganho de peso - GP e conversão alimentar - CA) de frangos de corte de 1 a 7 dias de idade submetidos a dietas suplementadas ou não com complexo enzimático (CE).............................................................................. 73

Tabela 7- Desempenho (consumo de ração - CR, ganho de peso - GP e conversão alimentar - CA) de frangos de corte de 1 a 21 dias de idade submetidos a dietas suplementadas ou não com complexo enzimático (CE).............................................................................. 74

Tabela 8- Desempenho (consumo de ração - CR, ganho de peso - GP e conversão alimentar - CA) de frangos de corte de 1 a 35 dias de idade submetidos a dietas suplementadas ou não com complexo enzimático (CE).............................................................................. 75

Tabela 9- Desempenho (consumo de ração - CR, ganho de peso - GP, conversão alimentar - CA e peso médio - PM) de frangos de corte de 1 a 42 dias de idade submetidos a dietas suplementadas ou não com complexo enzimático (CE)................. 76

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LISTA DE ABREVIATURA

% Porcentagem ® Registrado °C Graus Celsius BHT Hidróxido de tolueno butilado BN Balanço de nitrogênio CA Conversão alimentar CAI Cinza ácida insolúvel CDA Coeficiente de digestibilidade aparente CDAEE Coeficiente de digestibilidade aparente do extrato etéreo CDAMS Coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca CDAPB Coeficiente de digestibilidade aparente da proteína bruta CDIv Coeficiente de digestibilidade ileal verdadeira CE Complexo enzimático cm Centímetros CN Controle negativo CP Controle positivo CPS Concentrado proteico de soja CR Consumo de ração CV Coeficiente de variação DIC Delineamento inteiramente casualizado DIP Dieta isenta de proteína EB Energia bruta EE Extrato etéreo EM Energia metabolizável EMA Energia metabolizável aparente EMAn Energia metabolizável aparente corrigida para o balanço de nitrogênio FV Farinha de vísceras g Grama GM Glúten de milho 60% GO Goiás GP Ganho de peso HPLC High performance/pressure liquide chromatography Kcal Quilocaloria kg Quilograma m Metro m2 Metros quadrados

mcg Micrograma mg Miligrama mín Mínimo mm Milímetros MS Matéria seca N Nitrogênio NRC National research council NS não significativo p probabilidade PB Proteína bruta pH Potencial hidrogeniônico

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PI Proteína ideal PM Peso médio PNAs Polissacarídeos não amiláceos PS Plasma sanguíneo SISVAR Sistemas para análises de variância SNK Student Newman Keuls t Tonelada UFG Universidade Federal de Goiás UI Unidades internacionais

Alfa

Beta

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RESUMO

ADIÇÃO DE ENZIMAS EM DIETAS COM DIFERENTES FONTES DE

PROTEÍNA PARA FRANGOS

Foram realizados três experimentos com o intuito de avaliar a adição de complexo enzimático composto por xilanase, amilase e protease, em rações com diferentes fontes de proteína para frangos de corte, por meio do coeficiente de digestibilidade verdadeira dos aminoácidos, metabolizabilidade dos nutrientes e desempenho dos animais. No primeiro experimento utilizou-se delineamento experimental inteiramente casualizado com nove tratamentos e cinco repetições. As aves foram submetidas a um período de adaptação de cinco dias às dietas experimentais, sendo uma dieta isenta de proteína (DIP) e oito DIP com adição dos alimentos testados em substituição ao amido de milho. Foram determinados os coeficientes de digestibilidade verdadeira dos aminoácidos e os valores de aminoácidos digestíveis do glúten de milho 60%, concentrado proteico de soja, farinha de vísceras e plasma sanguíneo, aos sete e 21 dias de idade. Os coeficientes de digestibilidade dos aminoácidos essenciais aos sete e 21 dias foram todos superiores (p<0,05) para os tratamentos que continham o complexo enzimático e para os coeficientes de digestibilidade dos aminoácidos não essenciais os índices foram maiores (p<0,05) somente, aos sete dias de idade, para o glúten 60%; concentrado proteico de soja e farinha de vísceras. De modo geral, a adição do complexo enzimático (xilanase, amilase e protease) foi efetiva na melhora dos coeficientes de digestibilidade de aminoácidos, independente do ingrediente e da idade dos animais. No segundo experimento, foi realizado um ensaio metabólico para determinar o coeficiente de metabolizabilidade aparente da matéria seca (CMAMS), proteína bruta (CMAPB) e extrato etéreo (CMAEE), além da energia metabolizável aparente corrigida pelo balanço de nitrogênio (EMAn) de rações para frangos de corte com diferentes ingredientes proteicos (glúten de milho 60%, concentrado proteico de soja, farinha de vísceras e plasma sanguíneo) associados à suplementação de enzimática. Foi adotado um delineamento inteiramente casualizado com nove tratamentos (uma dieta referência e oito dietas com inclusão dos ingredientes teste e adição ou não do complexo enzimático) e cinco repetições, sendo dez aves na fase pré-inicial e seis aves na fase inicial por parcela. Os alimentos testados substituíram em 40% a ração referência. O uso do complexo enzimático na fase pré-inicial foi efetivo (p<0,05) em melhorar o CDAMS para o concentrado proteico de soja; o CDAPB para o concentrado proteico de soja e o plasma sanguíneo e a EMAn do plasma sanguíneo. Na para a fase inicial somente a EMAn do plasma sanguíneo foi afetada (p<0,05) pela inclusão de xilanase, amilase e protease. A suplementação de xilanase, amilase e protease melhorou o CMAMS e o CMAPB das rações que continham concentrado proteico de soja como principal fonte de proteína e o CDAPB das rações que continham plasma sanguíneo aos 7 dias de idade, além de ser efetiva em aumentar o nível de energia metabolizável aparente corrigida para balanço de nitrogênio das dietas que continham plasma sanguíneo em ambas as fases. O terceiro experimento foi conduzido para avaliar a inclusão de xilanase, amilase e protease em dietas de frangos corte formuladas com diferentes ingredientes proteicos sobre desempenho das aves. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com oito tratamentos e seis repetições, sendo 30 aves por parcela. Os tratamentos utilizados

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foram: T1 - Dieta basal com substituição da fonte proteica por glúten de milho; T2 - Dieta basal com substituição da fonte proteica por glúten de milho com adição de enzima; T3 - Dieta basal com substituição da fonte proteica por concentrado proteico de soja; T4 - Dieta basal com substituição da fonte proteica por concentrado proteico de soja com adição de enzima; T5 - Dieta basal com substituição da fonte proteica por farinha de vísceras; T6 - Dieta basal com substituição da fonte proteica por farinha de vísceras com adição de enzima; T7 - Dieta basal com substituição da fonte proteica por plasma sanguíneo; T8 - Dieta basal com substituição da fonte proteica por plasma sanguíneo com adição de enzima exógena. Não foram observadas diferenças (p>0,05) sobre consumo de ração no período total (1 a 42 dias) de criação para os diferentes tratamentos. Contudo, o ganho de peso, a conversão alimentar e o peso médio das aves foram afetados (p<0,05), os tratamentos com fontes proteicas de origem vegetal suplementados com enzimas apresentaram redução média nos valores de conversão alimentar e aumento no peso médio, respectivamente de: 6,24 e 4,87% para o glúten de milho e 6,66 e 4,52% para o concentrado proteico de soja. As dietas com fontes proteicas de origem animal e inclusão do complexo enzimático composto por xilanase, amilase e protease promoveu redução média nos valores de conversão alimentar e aumento no peso médio, respectivamente de: 5,88 e 4,57% para o plasma sanguíneo e 7,14 e 6,34% para a farinha de vísceras. Conclui-se que a adição do complexo enzimático foi eficiente (p<0,05) em melhorar os valores médios do ganho de peso, conversão alimentar e peso médio, no período de 1 a 42 dias de idade. Palavras-chave: aminoácidos, aves, desempenho, enzimas, metabolizabilidade

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ABSTRACT

ENZYMES SUPPLEMENTATION IN DIETS CONTAINING DIFFERENT PROTEIN SOURCES FOR BROILERS

Three experiments were perfomed in order to evaluate the addition of an

enzymatic complex containing xylanase, amylase, and protease to rations with different protein sources for broilers through the true digestibility of amino acids, metabolization of nutrients and performance of animals. The first experiment was a completely randomized design with nine treatments and five replications. Birds were subjected to a five days adaptation period to experimental diets and the diets were as follows: one diet free of protein (DFP), and eight DFP diets with tested feedstuffs to replace corn starch. The true digestibility coefficient of essential amino acids, corn gluten meal (60%), soybean protein concentrate, bovine dried plasma and viscera meal were measured at seven and 21 days of age. The digestibility coefficient of essential amino acids at seven and 21 days of age were as higher (p<0.05) for the treatments with enzymatic complex and for the digestibility of essential amino acids the coefficients were higher (p<0.05), only at seven days of age, for corn gluten meal (60%), soybean protein concentrate and viscera meal. It was possible to conclude that the addition of xylanase, amylase and protease improved the digestibility of amino acids, regardless of the ingredient and the age of the animals. The second study was a metabolism experiment conducted to determine the coefficient of apparent metabolism of dry matter (CAMDM), crude protein (CAMCP), ether extract (CAMEE) and apparent metabolizable energy corrected for nitrogen balance (AMEn) of feed for broilers with different protein feedstuffs, such as corn gluten meal (60%), soybean protein concentrate, viscera meal and bovine dried plasma, associated with enzymatic complex. A completely randomized design with nine treatments (one reference diet, and eight diets with inclusion of tested feedstuffs with or without addition of enzymatic complex) and five replicates was used, with ten birds in the pre-starter diet and six birds in the initial diet. Tested feedstuffs replaced 40% reference diet. The use of enzymatic complex in pre-starter diets was effective (p<0.05) while improving CAMDM for soybean protein concentrate, CAMCP for soybean protein concentrate and bovine dried plasma and AMEn for bovine dried plasma. For the initial phase, only AMEn bovine dried plasma was affected (p<0.05) by the inclusion of xylanase, amylase and protease. The supplementation of xylanase, amylase and protease improved CAMDM and CAMCP in diets containing soybean protein concentrate as its main source of protein and CAMCP diets containing bovine dried plasma at seven days age, even more enzymatic complex was effective while increasing levels of apparent metabolizable energy corrected for nitrogen balance of diets containing bovine dried plasma. The third experiment was proposed to evaluate broiler performance using xylanase, amylase and protease in diets formulated with different protein ingredients. A completely randomized design with eight treatments and six replicates with 30 birds per cage was used. Treatments were as follows: T1- basal diet with 6% corn gluten meal (60%); T2- basal diet with 6% corn gluten meal (60%) and enzymatic complex; T3- basal diet with 6% soybean protein concentrate; T4- basal diet with 6% soybean protein concentrate and the enzymatic complex; T5- basal diet with 6% viscera meal; T6- basal diet with 6% viscera meal and the

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enzymatic complex; T7- basal diet with 5% bovine dried plasma; T8- basal diet with 5% bovine dried plasma and the enzymatic complex. No differences were observed (p>0.05) among treatments on feed intake throughout the experiment (1-42 days); however, weight gain, feed conversion and average weight of the birds were affected (p<0.05). Treatments with vegetable protein sources supplemented with enzymes produced an average reduction in the values of feed conversion and an increase in mean weight of 6.24 and 4.87% for diets containing corn gluten meal (60%) and 6.66 and 4.52% for diets containing soybean protein concentrate, respectively. Diets containing protein sources of animal origin and the inclusion of enzymatic complex (xylanase, amylase and protease) reduced the average values of feed conversion and increased the average weight: 5.88 and 4.57% for diets containing bovine dried plasma and 7.14 and 6.34% for diets containing viscera meal, respectively. The inclusion of enzymatic complex was effective while improving the average values for weight gain, feed conversion and average weight during 1-42 days of age.

Keywords: amino acids, broilers, enzymes, metabolizability, performance

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CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS

1 INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, testemunhou-se o avanço tecnológico da

avicultura nacional a cada ano e diversos fatores contribuíram para tal

desenvolvimento. Dentre os fatores citam-se alguns que colaboraram para essa

evolução, dos quais se destacam a genética, que seleciona aves que apresentam

maior potencial de produção; a nutrição, que acompanha a evolução de dados

sobre exigências nutricionais, para elaboração de dietas balanceadas e

econômicas; o manejo, que proporciona condições para as aves expressarem o

potencial genético e a sanidade, na prevenção de inúmeras enfermidades.

Aliados aos fatores mencionados, podem ser citados ainda o emprego

da ciência e da tecnologia que têm contribuído para o progresso, com o

lançamento de novos produtos, tais como os aditivos que, ao serem adicionados

às rações, contribuem na melhoria da eficiência alimentar e da produtividade das

aves.

Dentre os aditivos alimentares rotineiramente empregados às dietas

dos animais, citam-se as enzimas, que dependendo de sua finalidade, têm o

intuito de melhorar o desempenho, digestibilidade dos nutrientes, morfometria e

saúde intestinal.

A adição de enzimas exógenas em dietas avícolas, no Brasil, destacou-

se, ao longo dos últimos anos, por diversos motivos. Dentre os quais pode-se

destacar: 1) a constante busca na redução do custo por unidade de ganho, na

indústria avícola, o que está atrelado à redução no custo com alimentação dos

animais; 2) diferentes disponibilidades de ingredientes alternativos de acordo com

as características locais de cada região, sendo que esses apresentam um perfil

nutricional (carboidratos, lipídeos, proteína e etc) diferenciado em relação à dieta

padrão comumente utilizada à base de milho e farelo de soja; 3) constante

oscilação nos custos das matérias-primas utilizadas nas dietas; 4) produção

insuficiente, ou ausência de algumas enzimas endógenas capazes de atuar na

digestão de certos componentes encontrados nos ingredientes das dietas dos

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2

animais, entre outros fatores e; 5) diminuição da poluição ambiental pela redução

de compostos nitrogenados e fosforados presentes nas excretas dos animais.

Diversos nutrientes nos alimentos possuem alta digestibilidade, embora

não sejam completamente degradados no trato digestório, por exemplo, proteína

e amido. Esses representam, as maiores proporções dos componentes das

rações das aves e, dessa forma, têm notável impacto econômico, mesmo quando

pequenas melhorias na sua digestibilidade são alcançadas com a suplementação

de enzimas exógenas (MENEGHETTI, 2013).

A adição de amilases e de proteases nas rações avícolas é justificada

pela oportunidade de aperfeiçoar o aproveitamento dos nutrientes presentes nos

alimentos. Por outro lado, as xilanases e glucanases, cujo substrato localiza-se na

parede celular, apesar de não levarem à liberação de grandes quantidades de

energia a partir de sua ação direta sobre estes compostos complexos, auxiliam na

exposição de proteínas, amido e outros compostos às enzimas de secreção

endógena (MENEGHETTI, 2013).

É importante ressaltar que fatores físicos do sistema gastrintestinal,

como o tamanho e a área de superfície epitelial, limitem mais o crescimento

precoce do que a disponibilidade de enzimas (NITSAN et al., 1991). Embora o

sistema digestório dos frangos seja anatomicamente completo, a superfície de

absorção e a proliferação dos enterócitos possuem alta taxa de aumento após o

nascimento. Foi demonstrado que o intestino delgado aumenta quase 600%, nos

primeiros sete dias após a eclosão, e que o volume das vilosidades intestinais e a

profundidade de cripta aumentam muito, de quatro a 21 dias de idade. A presença

dos alimentos no intestino é um grande estímulo para o crescimento da mucosa

em pintos. Assim, o tipo de alimentação no intestino também pode influenciar o

crescimento e o desenvolvimento do trato digestivo e órgãos (BATAL &

PARSONS, 2002).

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3

2 DESENVOLVIMENTO DA DIGESTÃO E APROVEITAMENTO DE

NUTRIENTES EM DIFERENTES IDADES DE FRANGOS

O sistema digestório das aves está anatomicamente completo na

eclosão, porém sua capacidade de digestão e absorção ainda está imatura. O

trato digestório sofre grandes alterações após a eclosão, as quais envolvem

mudanças morfológicas e fisiológicas que proporcionam aumento na área de

superfície digestiva e absortiva. As alterações morfológicas mais significativas

referem-se ao aumento das secreções enzimáticas, do comprimento intestinal, da

altura e densidade dos vilos e, consequentemente, do número de enterócitos,

células caliciformes e células enteroendócrinas (BOLELI & MACARI, 2002).

A imaturidade do sistema digestório das aves resulta em digestão

limitada dos nutrientes. Com o avanço da idade, as enzimas, transportadores de

membranas e outras secreções digestivas do pâncreas, fígado e do intestino

delgado aumentam, o que sugere que o processo digestivo em frangos jovens é

limitado. Dos nutrientes, a proteína certamente é a que possui menor coeficiente

de digestibilidade. Uma vez que a proteína é extremamente importante para o

desenvolvimento muscular, melhorias na digestão da mesma poderiam levar a um

melhor desempenho dos animais (RYNSBURGER, 2009).

Alterações fisiológicas, por sua vez, estão relacionadas ao aumento na

capacidade de digestão e de absorção do intestino, que ocorrem pela maior

produção de enzimas digestivas pancreáticas e de membrana (NITSAN et al.,

1991), bem como de transportadores de membrana (NOY & SKLAN, 1997).

Esse desenvolvimento acentuado na capacidade funcional do trato

digestório, logo após a eclosão, parece ser comum nas aves domésticas,

ocorrendo pequenas variações entre as diferentes linhagens.

Em frangos de corte, ocorre considerável aumento na altura dos vilos

do duodeno ainda dentro do ovo, no 17º dia de incubação até o sétimo dia pós-

eclosão. No jejuno e íleo o crescimento continua até o 14º dia, resultando em

aumento no número de enterócitos por vilo. Durante esse período, a profundidade

de cripta também aumenta, sendo maior no duodeno e menor no íleo. (NITSAN et

al., 1991). Porém, a maturação do trato gastrintestinal se estabelece aos 16 dias

de idade (UNI et al., 1996).

Page 24: Bruno Duarte Alves Fortes

4

Após a eclosão ocorre o desenvolvimento mais acentuado do trato

digestório, principalmente do pâncreas, fígado e intestino delgado. A adaptação

da ingestão de ingredientes depende do rápido desenvolvimento dos mecanismos

de digestão e absorção que, por sua vez, dependem diretamente do estímulo

dado pela passagem de ingrediente pelo trato digestório. Além do crescimento em

tamanho, o desenvolvimento funcional do trato digestivo depende da quantidade e

da qualidade das secreções digestivas (VIEIRA & POPHAL, 2000).

O fornecimento de alimento nas primeiras horas de vida da ave não

está relacionado apenas com a manutenção das funções vitais e, a presença do

alimento sólido, rico em carboidratos e proteínas, estimula o desenvolvimento do

trato digestório e induz a produção de secreções digestivas (SKLAN et al., 2003).

A atividade enzimática do pâncreas e do conteúdo intestinal é muito

baixa depois da eclosão, aumentando com a idade, sendo maior em frangos de

corte do que em poedeiras (NIR et al., 1993). Em razão da correlação negativa

entre ingestão de alimentos e retenção de nutrientes, parece haver limitação nos

processos digestórios de pintos durante a primeira semana (MAHAGNA et al.,

1995). Com a intenção de superar essas limitações, tem-se estudado a inclusão

de enzimas nas dietas iniciais de frangos de corte, visando auxiliar a ação das

enzimas endógenas produzidas pelo pâncreas e pelo intestino.

As enzimas digestivas estão presentes no trato digestório da ave

jovem, no entanto, a presença de substrato parece incrementar a produção de

enzimas. Sendo assim, a atividade das enzimas digestivas, tanto pancreáticas

quanto de membrana, aumenta com idade da ave, atingindo níveis mais elevados,

em média, aos 10 dias de idade, em frangos de corte.

A complexidade da digestão proteica é justificada pela grande gama de

enzimas necessárias para o processo e a interação dessas, entre si, em

momentos específicos. Após a eclosão, os coeficientes de digestibilidade da

proteína bruta e de aminoácidos em aves aumentam, fato que pode ser explicado

pela intensificação da atividade de enzimas proteases, pelo aumento na eficiência

de absorção desses aminoácidos e pelo desenvolvimento de maneira geral do

trato digestório (NOY & SKLAN, 1995).

O aproveitamento da proteína, presente nas dietas, aumenta

notavelmente entre cinco e sete dias pós eclosão (SELL et al., 1991). Verifica-se

Page 25: Bruno Duarte Alves Fortes

5

que tão importante quanto o processo de digestão enzimática é a capacidade

absortiva dos subprodutos. A taxa de absorção de lipídios e de carboidratos, no

quarto dia de idade da ave, é de aproximadamente 85%, ao passo que a

absorção de proteína é de 80%, e estes valores aumentam com a idade (NOY &

SKLAN, 1995).

Outros fatores influenciam a digestão e a absorção de aminoácidos e,

dentre eles, pode-se destacar o uso de antibióticos, as deficiências nutricionais

(vitaminas ou ácidos graxos essenciais), a restrição alimentar, a competição pelos

diferentes sítios de ligação e, principalmente, a idade das aves, em consequência

das diferenças entre os estágios de maturação fisiológica do trato digestório

(RUTZ, 2002).

De maneira geral, aves em fases fisiológicas específicas podem ser um

foco interessante para a prática do uso de enzimas, como a fase pré-inicial, em

que aves de corte e de postura apresentam limitações no aproveitamento de

nutrientes (produção endógena de enzimas), e as exigências preconizadas

contribuem para o uso em alto volume de ingredientes com eventuais

componentes antinutritivos em maior proporção, como o farelo de soja,

ingrediente que contém, proporcionalmente, mais fitato e polissacarídeos não

amiláceos, em relação ao milho (BRITO, 2011).

3 ENZIMAS NA PRODUÇÃO AVÍCOLA

O estudo das enzimas iniciou-se em 1890, quando Emil Fischer

desenvolveu a teoria da especificidade, baseada nas propriedades das enzimas

glicolíticas envolvidas na síntese da glicose e frutose a partir do glicerol (ROSA &

UTTPATEL, 2007). Em 1903, a cinética enzimática foi descrita por Victor Henri,

que concluiu que uma enzima combina-se com seu substrato para formar o

complexo enzima-substrato como passo essencial na catálise enzimática.

Enzimas são proteínas globulares, de estrutura terciária ou quaternária,

que atuam como catalisadores biológicos sobre substratos específicos,

dependente das condições ótimas de temperatura e pH, que aceleram a

velocidade das reações químicas no organismo sem serem alteradas nesse

Page 26: Bruno Duarte Alves Fortes

6

processo (LEHNINGER et al., 2002), ou seja, são substâncias naturais envolvidas

em todos os processos bioquímicos que ocorrem nas células vivas, além de

serem altamente específicas para os substratos. Auxiliam no processo digestório,

reorganizam moléculas, processam nutrientes, produzem energia, eliminam

produtos residuais e regulam diversas funções metabólicas.

De acordo com FRY et al. (1958), citado por LIMA (2008), as primeiras

informações sobre o uso de enzimas em rações avícolas foram feitas a partir da

descoberta de que grãos umedecidos, associados à suplementação enzimática,

tinham melhor aproveitamento nutricional pelas aves.

Segundo AMORIM et al. (2011), as enzimas são classificadas em dois

grupos: enzimas endógenas, que são sintetizadas no trato digestório dos animais

e promovem a quebra das moléculas complexas dos nutrientes em moléculas

simples, para que possam ser absorvidas pelo organismo; e as enzimas

exógenas, que não podem ser secretadas no organismo animal, uma vez que

esses não possuem, em seu código genético, indicação para sua síntese,

havendo a necessidade de serem administradas às dietas dos animais.

Na avicultura, enzimas exógenas produzidas por microrganismos, vêm

sendo estudadas com frequência, em virtude da ausência ou produção

insuficiente de algumas enzimas endógenas capazes de atuar na digestão de

certos componentes encontrados nos alimentos. As funções dessas enzimas são:

diminuir a viscosidade da digesta, aumentar a digestibilidade dos nutrientes da

dieta e melhorar a energia metabolizável (FISCHER et al., 2002; LIMA et al.,

2002). Segundo CAMPESTRINI et al. (2005), aditivos enzimáticos não possuem

função nutricional direta, mas auxiliam o processo digestório melhorando a

digestibilidade dos nutrientes presentes na dieta.

A utilização de enzimas exógenas reduz a quantidade de resíduo não

digerido, que entra no intestino grosso como consequência do melhor

aproveitamento de nutrientes no intestino delgado, reduzindo a população

microbiana no íleo terminal (BEDFORD & APAJALAHTI, 2001).

De acordo com BEDFORD (2000), existem três grupos de enzimas

exógenas utilizadas em rações de frangos de corte disponíveis no mercado:

enzimas para alimentos com baixa viscosidade (milho, sorgo e soja), enzimas

para alimentos de alta viscosidade (trigo, centeio, cevada e farelo de arroz) e

Page 27: Bruno Duarte Alves Fortes

7

enzimas para degradar o ácido fítico dos grãos, sendo que os dois primeiros

grupos são, geralmente, carboidrases e o terceiro grupo, as fitases. Já as

proteases são divididas em exopeptidases e endopeptidases, sendo sua principal

função a catálise da clivagem de ligações peptídicas de proteínas (WISEMAN,

1991).

Para certos tipos de alimentos, determinadas enzimas sintetizadas pelo

próprio animal não proporcionam a digestão ótima dos nutrientes. Esse baixo

aproveitamento ocorre pela produção insuficiente de enzimas endógenas,

sobretudo em animais jovens, durante a fase de adaptação aos novos substratos.

Nessas ocasiões, a adição de amilases e proteases promove uma melhoria na

assimilação dos nutrientes, contribuindo para melhorar a viabilidade na produção

animal (BEDFORD & APAJALAHTI, 2001).

Atualmente, as principais enzimas disponíveis no mercado são as

carboidrases, proteases e a fitase. As carboidrases compreendem as amilases,

pectinases, β-glucanases, arabinoxilanases, celulases e hemicelulases, que

possuem como substratos, respectivamente, o amido, pectinas, β-glucanos,

arabinoxilanos, celulose e hemicelulose. As proteases, por sua vez, incluem as

proteases ácidas e alcalinas, cujos substratos específicos são as proteínas

(OLIVEIRA & MORAES, 2007). Para obter melhores resultados com a

suplementação enzimática, é importante que a enzima, adicionada na ração, seja

específica para o ingrediente utilizado, sempre obedecendo à especificidade

enzima/substrato (ARAÚJO et al., 2007).

A adição de enzimas exógenas nas rações avícolas permite melhor

utilização de matérias primas com menor valor nutritivo o que, consequentemente,

reduz os efeitos dos fatores antinutricionais (PALOHEIMO et al., 2010). Além

disso, a suplementação enzimática proporciona maior flexibilidade, precisão e

economia nas formulações das dietas, melhora a textura das excretas e a

qualidade da cama, reduz a poluição ambiental causada pela excreção de

nutrientes não digeridos, resultando em melhores índices zootécnicos (CHOCT,

2006; COSTA et al., 2010; LELIS et al., 2010).

A utilização de complexos enzimáticos em dietas para frangos de corte

será cada vez mais discutido e seu uso aprimorado, de tal forma que as empresas

fabricantes desses aditivos ampliarão seus conhecimentos, oriundos de

Page 28: Bruno Duarte Alves Fortes

8

pesquisas científicas, com intuito de apresentar soluções e opções mais

adequadas a realidades específicas, de forma que seja compreendido como a ave

responde ao que ingere.

3.1 Amido e amilase

O amido, carboidrato majoritário em vegetais, é a principal fração

constituinte dos órgãos de reserva das plantas (30-80% em cereais, 60-90% em

raízes e tubérculos e 25-50% em leguminosas). A estrutura molecular do amido é

composta por dois homopolímeros: a amilose e a amilopectina.

A amilose é uma molécula linear com aproximadamente 99% das

ligações glicosídicas α-1,4 e 1% α-1,6. A porcentagem de amilose varia de

espécie para espécie; amidos provenientes de raízes e tubérculos apresentam em

sua constituição 19-23% de amilose, enquanto amidos de cereais apresentam 26-

28% de amilose e leguminosas, 33-35% de amilose. Enzimas amilolíticas, como

α-amilase e β-amilase, hidrolisam ligações α-1,4. Devido a sua linearidade e a

presença quase que exclusiva de ligações α-1,4, a amilose pode complexar

pequenas moléculas hidrofóbicas, como os lipídeos (TESTER et al., 2004).

Já a amilopectina é formada por unidades de glicose unidas, com

aproximadamente 95% de ligações α-1,4 e 5% de α-1,6, formando uma estrutura

ramificada. As proporções em que essas estruturas aparecem diferem em relação

às fontes botânicas, variedades de uma mesma espécie e, mesmo numa mesma

variedade, de acordo com o grau de maturação da planta (TESTER et al., 2004).

Basicamente a amilose pode estar presente sob a forma de complexos

amilose-lipídios (LAM-lipid-amylose complexes) ou de amilose livre (FAM-free

amylose). Embora detectados no amido nativo, os LAM, possivelmente sejam

formados em maior extensão nas altas temperaturas ou durante a retrogradação

do amido, inibindo a atuação de enzimas como fosforilases α-amilase e β-

amilase. Outros complexos de inclusão helicoidal que podem ser formados com a

amilose incluem alguns álcoois e ácidos orgânicos (ELIASSON, 1996;

ELIASSON, 2004).

Page 29: Bruno Duarte Alves Fortes

9

Apesar de estar arranjada em grânulos, a estrutura ramificada da

amilopectina permite maior espaçamento entre as moléculas, o que facilita a

entrada de água que, por sua vez, carreia com grande facilidade as enzimas

digestivas, amilases e amiloglicosidases, no processo de digestão.

A proporção entre amilose e amilopectina no amido influencia na

digestibilidade dos cereais. A amilopectina é digerida mais rapidamente do que a

amilose, por conta de sua natureza amorfa, fato que implica na liberação de

grandes quantidades de glicose, rapidamente. A digestibilidade do amido em

frangos é de, aproximadamente, 85 a 95% no íleo (GRACIA et al., 2003; IJI et al.,

2003). Porém, a idade das aves pode afetar negativamente a digestibilidade do

amido, pois segundo MAHAGNA et al. (1995), há diminuição da digestibilidade do

amido de acordo com a idade, sendo que aos sete dias a digestibilidade é de

96,7%, e aos 21 dias de idade, aproximadamente 93,7%.

O amido não digerido no íleo terminal é denominado amido resistente e

pode ser degradado pelas enzimas suplementadas nas dietas (OLIVEIRA &

MORAES, 2007). Cerca de 15% do amido presente no milho pode ser classificado

como amido resistente, o qual pode servir de substrato para bactérias presentes

na parte distal do trato digestivo (BEDFORD, 2000).

Com relação aos diferentes tipos de amido resistente, COWIESON &

ADEOLA (2005) relatam três subcategorias: RS1 amido não digerido em razão de

sua associação ou encapsulamento na matriz do alimento com outros compostos

como carboidratos ou proteínas; RS2 amido não digerido por conta de sua

estrutura e conformação dos grânulos de amido; RS3, o qual está associado aos

efeitos do processamento pelo qual passa o amido, por exemplo, gelatinização,

devido a ação térmica e a formação de pontes de hidrogênio.

TESTER et al. (2004) sugerem ainda uma quarta classificação (RS4)

que inclui a formação de uma nova ligação química tipo “cross-linking”,

esterificação e eterificação, diferente da α-1,4 e α-1,6 já conhecidas.

A digestão do amido ocorre com a ação de três enzimas: α-amilase,

maltase e isomaltase, sendo a maior parte da hidrólise realizada no duodeno por

ação da α-amilase pancreática. Essa enzima tem especificidade de ação sobre as

ligações glicosídicas do tipo α-1,4, resultando em maior digestibilidade da

amilopectina (TESTER et al., 2004).

Page 30: Bruno Duarte Alves Fortes

10

Como as aves não secretam amilase salivar, a α-amilase pancreática é

a maior enzima responsável pela digestão do amido (WISEMAN, 2006). A α-

amilase é uma enzima endógena secretada pelo pâncreas, que degrada o amido,

liberando oligossacarídeos, que são hidrolisados pela ação complementar de três

enzimas da borda em escova, integrantes da superfície intestinal, que são as

glicoamilases (maltase-glicoamilases, amiloglucosidase), as sacarases (maltase-

sacarase) e a dextrinase (isomaltase). A glicose é o produto final da digestão do

amido, estando disponível para a absorção (VIEIRA, 2002).

A amilase exógena é produzida a partir de diferentes microrganismos,

como fungos e bactérias (principalmente do gênero Aspergillus e Bacillus,

respectivamente) e é caracterizada como hidrolases, que são capazes de

degradar o amido e seus produtos de hidrólise até sacarídeos menores. De

acordo com SHEPPY (2001), a adição de amilase em dietas animais ajuda a

expor o amido mais rapidamente à digestão no intestino delgado, conduzindo ao

aumento na utilização do nutriente, com consequente melhoria nas taxas de

crescimento.

BRITO (2011) reportou que a suplementação da amilase exógena

possui grande importância, pois diversos estudos apontaram dificuldade na

digestão do amido, em aves de corte, mesmo na fase de crescimento ou final em

que o trato digestório está desenvolvido.

De acordo com MENEGHETTI (2013), a suplementação de amilase em

rações para frangos de corte justifica-se em razão da grande quantidade de

alimento ingerido (em relação ao seu peso e a secreção endógena de enzimas),

da alta velocidade de passagem do alimento pelo trato digestório, assim como do

baixo tempo de retenção.

3.2 Polissacarídeos não amiláceos (PNAs)

A disponibilidade dos nutrientes nos alimentos é frequentemente

limitada pela presença de fatores antinutricionais. De acordo com THORPE &

BEAL (2001), trata-se de fatores com efeitos depressivos sobre a digestão e

utilização de proteínas, carboidratos, minerais e vitaminas. Esses fatores, por

Page 31: Bruno Duarte Alves Fortes

11

exemplo, podem diminuir ou aumentar a exigência de vitaminas para o animal, ou

mesmo estimular o sistema imune e causar danos por reação de

hipersensibilidade.

Os polissacarídeos não amiláceos (PNAs) são macromoléculas de

polímeros de açúcares simples (monossacarídeos) resistentes à hidrólise no trato

digestório dos animais monogástricos, por conta do tipo de ligações entre as

unidades existentes de açúcares (IUPAC, 2013).

No continente europeu, o trigo e a cevada são as principais fontes

energéticas em rações de aves e de suínos. Esses grãos apresentam baixa

disponibilidade energética, além de serem ricos em PNAs, os quais aumentam a

viscosidade intestinal e diminuem a velocidade de passagem dos alimentos, o que

prejudica a digestão e a absorção dos nutrientes. A utilização de enzimas

específicas, em dietas contendo esses tipos de alimentos, tem melhorado a

eficiência de produção das aves pela melhoria da digestão e a redução de

nutrientes excretados, proporcionando vantagens econômicas e ambientais.

O milho e o farelo de soja são ingredientes básicos nas dietas dos

animais monogástricos, no Brasil, entrando na formulação em todas as fases da

criação, por serem ricos em energia e proteína, respectivamente, além de terem

excelente digestibilidade e disponibilidade de aminoácidos. Porém, sabe-se que,

na composição destes dois alimentos, também existem compostos que

apresentam baixa digestibilidade, os PNAs. Conforme TAVERNARI et al. (2008),

o farelo de soja e o milho apresentam 30,3% e 8,1% de PNAs, respectivamente

em suas constituições, com digestibilidade praticamente nula, pois as aves não

apresentam enzimas específicas para digestão destes compostos. O milho

apresenta predominância de arabinoxilanas, enquanto o farelo de soja, de

polímeros complexos.

Dependendo da solubilidade dos seus constituintes, os PNAs são

classificados em solúveis e insolúveis. Os PNAs insolúveis são as celuloses, as

ligninas e algumas hemiceluloses. Os PNAs solúveis são compostos por pectinas,

gomas e principalmente pela hemicelulose. A hemicelulose, por sua vez, é

constituída por arabinoxilanos, β-Glucanos, D-xilanos, D-mananos e xiloglucanos,

entre outros (TAVERNARI et al., 2008).

Page 32: Bruno Duarte Alves Fortes

12

Os polissacarídeos não amiláceos podem ser potencialmente

aproveitados pelo animal mediante a utilização de enzimas exógenas, que

hidrolisam estes compostos, aumentando o aproveitamento da energia presente

nos alimentos (BUCHANAN et al., 2007). A hidrólise completa desses

polissacarídeos e seus monômeros (monossacarídeos) pode resultar, ou não, na

sua absorção e utilização na dependência do tipo do monossacarídeo resultante.

Segundo BUCHANAN et al. (2007), a suplementação de enzimas

exógenas possui a finalidade de hidrolisar os PNAs, que podem ser

potencialmente utilizados pelo animal, aumentando o aproveitamento da energia

presente nos alimentos. Adicionalmente, ocorre a liberação do conteúdo celular,

que se torna disponível à digestão enzimática, aumentando, desta forma, a

digestibilidade de todos os nutrientes. Outra consequência importante desta

utilização é a redução do impacto negativo destes resíduos não digestivos sobre a

viscosidade da digesta.

3.3 Polissacarídeos não amiláceos solúveis

Os PNAs solúveis são conhecidos por possuírem propriedades

antinutricionais, ou por encapsularem nutrientes ou, ainda, deprimirem sua

digestibilidade total em razão das alterações no trato digestório dos animais. Esse

efeito deletério na digestão de nutrientes reduz a energia metabolizável da dieta,

aumentando simultaneamente a conversão alimentar (WILLIAMS et al., 2013).

Os polissacarídeos não amiláceos solúveis são caracterizados por

interagirem com o glicocálix da borda em escova intestinal, ocasionando aumento

da espessura da camada de água na mucosa, reduzindo a eficiência da absorção

dos nutrientes pela parede intestinal. Tais compostos, além de atuarem como

barreiras físicas na digestão e na absorção de nutrientes, pelo aumento da

viscosidade intestinal, agem modificando a secreção endógena de água,

proteínas, eletrólitos e lipídios.

A fibra solúvel é composta, principalmente, pela hemicelulose que é,

por sua vez, formada por arabinoxilanas, β-glucanos e pentosanas. Os β-

glucanos e as pentosanas solubilizados parecem atuar como uma barreira da

Page 33: Bruno Duarte Alves Fortes

13

difusão dos nutrientes, limitando a taxa de absorção. O aumento da viscosidade

da digesta pelos PNAs solúveis ocorre, principalmente, pelas frações solúveis da

hemicelulose, β-glucanos e arabinoxilanos que podem causar diversos problemas

como excretas aquosas, em virtude da alta retenção de água no trato digestório

dos animais (OLIVEIRA & MORAES, 2007; TAVERNARI et al., 2008).

As propriedades antinutricionais dos PNAs estão principalmente nos

PNAs solúveis, que são capazes de se ligarem à grande quantidade de água,

aumentando, dessa forma, a viscosidade do fluído (ROSA & UTTPATEL, 2007),

interferindo na difusão dos nutrientes e das enzimas digestivas e suas interações

com a mucosa intestinal.

Não se sabe ao certo o motivo para tal efeito, mas algumas

implicações fisiológicas estão envolvidas no processo. Dentre elas, destacam-se:

1) piora na difusão das lipases e sais biliares pelo lúmen intestinal; 2) limitações

quanto ao contato entre os compostos da digesta e as secreções digestivas; 3)

dificuldade do transporte dos nutrientes até a superfície epitelial. Outro fator

agravante seria ocasionado em razão do aumento da secreção pela mucosa

provocando um aumento da viscosidade, interferindo na absorção dos nutrientes,

além de maior secreção pancreático-biliar e menor capacidade de absorção de

compostos endógenos, o que aumenta as perdas de substâncias endógenas (KIM

et al., 2003).

Esse aumento da viscosidade do fluído ou quimo intestinal causa

prejuízos ao desempenho produtivo, pois diminui a velocidade de passagem dos

alimentos ao longo do trato digestório, diminui a taxa de difusão dos substratos e

enzimas digestivas, obstruindo sua interação com a superfície intestinal (CONTE

et al., 2002).

Para reduzir a viscosidade do conteúdo digestivo é necessário que os

PNAs solúveis sejam decompostos em pequenas unidades, perdendo assim a

capacidade de retenção de água. Com isso, a ação enzimática sobre o conteúdo

intestinal torna-se mais eficaz, por promover melhor digestibilidade dos nutrientes,

regular adequadamente a velocidade de trânsito intestinal e reduzir a quantidade

de água nas excretas, o que proporciona melhor qualidade de cama.

Page 34: Bruno Duarte Alves Fortes

14

3.4 Polissacarídeos não amiláceos insolúveis

A maioria dos polissacarídeos não amiláceos fazem parte da parede

celular dos vegetais e apresenta ligações fortes, associadas com outros

polissacarídeos e também a outros nutrientes, como as proteínas e a lignina, por

exemplo. Essas interações são importantes, pois, possivelmente, irão influenciar

no modo como estes polissacarídeos se comportam após a ingestão dos

alimentos (TAVERNARI et al., 2008).

Os PNAs insolúveis são compostos formados, principalmente por:

celuloses, ligninas, xilanos e algumas hemiceluloses. Estas fibras podem reter

água, mas sua viscosidade é relativamente baixa e sua presença nas dietas

provoca uma redução na digestão do amido, proteína e lipídios,

consequentemente afeta o tempo de trânsito da digesta e a motilidade intestinal,

além de agir como barreira física à ação das enzimas digestivas, reduzindo a

eficiência de sua digestão.

A celulose é o principal constituinte da parede celular das plantas e

presente em grande quantidade nos vegetais fibrosos. Para animais não

ruminantes, apresenta baixa digestibilidade, podendo reduzir a digestibilidade de

outros nutrientes (ANGRIGUETTO et al., 2002). Altos níveis de polissacarídeos

não amiláceos insolúveis nas dietas afetam a taxa de passagem no intestino

delgado, podendo ser decorrente da estimulação física da fibra insolúvel sobre as

paredes do trato digestório, que tende a aumentar a motilidade e a taxa de

passagem. Em consequência deste fato, ocorre diminuição da digestibilidade dos

nutrientes por reduzirem o tempo de permanência da digesta.

A fibra insolúvel modifica a digestão dos nutrientes e influencia nas

funções do intestino, ou seja, em dietas em que o nível de fibras insolúveis é

moderado, a digestibilidade do amido é maior e a taxa de passagem da digesta

no trato digestório dos animais é mais lenta. O efeito das fibras insolúveis sobre

as funções do intestino é atribuído a sua capacidade de se acumularem na moela,

o que parece regular a taxa de passagem da digesta e digestão de nutrientes no

intestino (BERTECHINI, 2012).

Para FIREMAN & FIREMAN (1998), geralmente, os PNAs insolúveis

afetam o aproveitamento da energia da dieta, por manterem no interior de suas

Page 35: Bruno Duarte Alves Fortes

15

estruturas os nutrientes geradores de energia (carboidratos, lipídeos e proteínas).

As pesquisas com enzimas em rações brasileiras, contendo milho e farelo de soja

abordam os efeitos desses polissacarídeos insolúveis, pois são ingredientes de

baixa viscosidade (MENEGHETTI, 2013).

3.5 Efeitos do uso de carboidrases sobre a digestibilidade dos nutrientes e

aproveitamento de energia das rações, disponibilidade de aminoácidos e

desempenho de frangos de corte

A melhora no desempenho das aves com o uso de enzimas nas dietas

tem sido evidenciada em vários estudos (ZANELLA et al., 1999; OLUKOSI et al.,

2007; BARBOSA et al., 2008). Entretanto, os benefícios no desempenho das aves

com a utilização da combinação de enzimas são reflexos não apenas da melhoria

no aproveitamento dos nutrientes, mas também da melhoria no equilíbrio da

microbiota bacteriana intestinal das aves.

A suplementação de carboidrases em rações avícolas tem sido motivo

de estudos nos dias atuais, a inclusão destas enzimas exógenas tem promovido

uma melhora no valor nutritivo das dietas de frangos de corte à base de milho e

farelo de soja. Segundo ONDERCI et al. (2006), a digestibilidade e o desempenho

das aves melhoram com a adição de complexos enzimáticos (amilase, protease,

xilanase), pois isso proporciona maior aproveitamento da energia das dietas

elaboradas.

Esses mesmos autores, trabalhando com a inclusão de

microrganismos produtores de amilase em dietas de frangos de corte, à base de

milho e farelo de soja, observaram o aumento na altura dos vilos e profundidade

das criptas, resultando assim em um aumento na área de superfície de absorção,

refletindo em melhores resultados de desempenho de frangos de corte.

MENG & SLOMINSKI (2005), ao estudarem o efeito de carboidrases

(xilanase, glucanase, pectinase, celulase, mananase, galactanase) com efeito

sobre PNAs, constataram aumento na energia metabolizável aparente corrigida

(EMAn) e na digestibilidade ileal do amido, além da melhor conversão alimentar

pelas aves. Como a enzima amilase não estava inclusa no suplemento enzimático

Page 36: Bruno Duarte Alves Fortes

16

estudado, conclui-se que a maior disponibilidade do amido resultou da atividade

dessas enzimas sobre a parede celular, liberando nutrientes encapsulados, como

o amido. Sendo assim, a mistura de enzimas que exercem ação sobre os PNAs

com a enzima amilase, é uma boa estratégica para melhorar a digestibilidade do

amido, uma vez que ele será liberado e haverá a amilase para degradá-lo.

SOUZA et al. (2008) estudaram o efeito da adição de um complexo

enzimático composto por carboidrases (α-galactosidase, galactomanase, xilanase

e β-glucanase) no desempenho e características de carcaça de frangos de corte

alimentados com dietas à base de milho e de farelo de soja e duas formas físicas

(peletizada e farelada). Esses autores observaram que a adição das carboidrases

melhorou o desempenho das aves e a energia metabolizável verdadeira das

rações utilizadas. Concluindo que a energia metabolizável do milho e do farelo de

soja podem ser valorizadas em 2 e 9%, respectivamente, e a digestibilidade de

aminoácidos em 4% para ambos ingredientes, na presença do complexo

enzimático referido, sem prejudicar o desempenho dos frangos de corte.

Ao avaliar dietas à base de milho e farelo de soja contendo complexo

enzimático com amilase, xilanase e glucanase, YU & CHUNG (2004) constataram

que o consumo de ração obtido com as dietas com enzimas não diferiu do obtido

com as dietas com mesmo nível energético ou 3% superior. Esses mesmos

autores relataram que o uso de protease, amilase e xilanase resultou em ganho

de peso igual ao obtido com a dieta controle negativo (menos 3% energia

metabolizável), no entanto, quando as dietas foram suplementadas com amilase e

glucanase; e amilase, glucanase e xilanase, o aumento no ganho de peso das

aves foi semelhante ao observado com a dieta controle positivo. Contudo, o uso

dessas enzimas elevou o nível energético das rações.

GAO et al. (2008) avaliaram dietas à base de trigo, milho e farelo de

soja e verificaram melhora no desempenho dos animais, diminuição no peso

relativo do duodeno, do jejuno, do pâncreas, aos 21 dias de idade, e dos cecos,

aos 49 dias, quando realizou-se a suplementação de xilanase, β-glucanase,

celulase e pectinase. Essas enzimas também promoveram maior pH do conteúdo

do duodeno e jejuno, aos 21 dias, e um menor pH dos cecos, aos 49 dias.

COWIESON & RAVINDRAN (2008) adicionaram um complexo

enzimático de xilanase, amilase e protease em rações à base de milho e farelo de

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17

soja na ração de frangos na fase inicial e verificaram melhor desempenho e

aumento nos valores de energia metabolizável, de retenção de nitrogênio e da

digestibilidade ileal de todos os aminoácidos determinados no estudo.

CARVALHO et al. (2009) avaliaram um complexo enzimático composto

por carboidrases em rações fareladas para frangos de corte machos e fêmeas,

relataram que, na fase inicial de 1 a 21 dias de idade, a inclusão do complexo

enzimático (amilase e β-glucanase) e a combinação de amilase, β-glucanase e

xilanase resultaram em melhores ganhos de peso para frangos machos. Estes

autores concluíram que o uso do complexo enzimático foi efetivo para recuperar o

desempenho das aves com dietas com 3% a menos de energia metabolizável,

não ocasionando efeitos sobre as características de carcaça e a morfologia

intestinal analisadas.

Segundo MENEGHETTI (2013), é possível observar os efeitos da

suplementação de carboidrases por meio do aumento no ganho de peso e

melhora na eficiência alimentar em inúmeros estudos (KIDD et al., 2001; JIA et

al., 2009; LI et al., 2010). Este autor ressalta ainda que as respostas encontradas

parecem ser consequência da ação das enzimas sobre o melhor aproveitamento

dos nutrientes e da energia da ração, mas muitas vezes não é possível diferenciar

cada contribuição decorrente desses componentes.

3.6 Protease

Em razão da importante função que a proteína exerce no

desenvolvimento animal e o custo proporcional deste nutriente na formulação de

rações, o uso de proteases na nutrição avícola tem recebido considerável atenção

atualmente. Embora dietas tradicionais à base de milho e de farelo de soja sejam

consideradas de alta digestibilidade (KIDD et al., 2001; ODETALLAH et al., 2003),

elas ainda contêm uma série de complexos proteicos que podem não ser

facilmente digeríveis por aves jovens, que possuem baixa produção de enzimas

nessa fase da vida (UNI et al., 1999).

As proteases constituem a família das hidrolases, responsáveis pela

catálise das ligações peptídicas entre os aminoácidos das proteínas. São enzimas

Page 38: Bruno Duarte Alves Fortes

18

endógenas e podem ser classificadas como endopeptidases ou exopeptidases. A

diferença entre elas é que as endopeptidases limitam seu ataque a ligações de

dentro da molécula proteica, quebrando grandes cadeias de peptídeos em

segmentos de polipeptídios menores.

A adição de proteases exógenas pode representar um potencial

desejável para inativação de fatores antinutritivos, tais como lectinas, proteínas

antigênicas e inibidores de tripsina, presentes em determinados alimentos,

particularmente em leguminosas (THORPE & BEAL, 2001; COWIESON et al.,

2006) e, também, suplementar a atividade proteolítica em animais jovens, liberar

peptídeos menores e facilitar a ação das enzimas endógenas.

Pesquisas realizadas, no Brasil, especificamente com frangos de corte,

utilizam proteases exógenas de serina, tais como as enzimas endógenas,

quimiotripsina, tripsina e elastase, entretanto, diferem dessas por serem

endopeptidases relativamente sem especificidade quanto à hidrólise de ligações

peptídicas e, portanto, com potencial de ação sobre todas as proteínas

(MENEGHETTI, 2013).

A grande variedade de proteases endógenas produzidas no trato

digestório das aves geralmente é suficiente para a adequada utilização de

proteínas (NIR et al., 1993). No entanto, os resultados de digestibilidade

constituem-se em bom indicativo de que consideráveis quantidades de

aminoácidos e de proteína passam pelo trato digestório sem serem aproveitados

e completamente digeridos (LEMME et al., 2004).

A suplementação de proteases exógenas nas dietas para animais

monogástricos visa quebrar as proteínas pouco disponíveis, designadas de

proteínas de armazenamento, presentes nos mais diversos ingredientes vegetais,

as quais são geradas, principalmente, no desenvolvimento das sementes, e

possuem enorme afinidade de se ligar ao amido, não conseguindo ser digerida

pelo animal por formar complexo insolúvel na forma de quelato (BARLETTA,

2010).

De acordo com ISAKSEN et al. (2010), a adição de proteases em

dietas avícolas apresenta outras ações potenciais como: aumentar a produção

endógena de peptidase, reduzindo a necessidade de aminoácidos e energia, por

melhorar a digestibilidade da proteína dietética, além de hidrolisar os

Page 39: Bruno Duarte Alves Fortes

19

antinutrientes da proteína (lecitinas ou inibidores de tripsina), melhorando a

eficiência com que a ave utiliza os aminoácidos, consequentemente reduzindo o

turnover proteico.

A utilização de protease em dietas avícolas tem se mostrado eficiente

tanto em termos técnicos, quanto econômicos, principalmente na última década,

em decorrência dos altos custos dos ingredientes, assim como variabilidade na

composição, qualidade e preços das farinhas de origem animal, assim, as

principais enzimas voltadas para este contexto ganharam força sendo

amplamente utilizadas e pesquisadas.

Nesse sentido, o uso da protease exógena pode ser um aliado útil na

alimentação animal, pois a partir dos resultados de pesquisas, tornar-se-á

possível elucidar os mecanismos de ação, dose ótima, os substratos preferidos

das proteases, além de explorar as interações entre diferentes produtos

enzimáticos.

3.7 Efeitos do uso de protease para frangos de corte

MENGHETTI (2013) reportou a necessidade de considerar a

resistência à atividade proteolítica quando se utiliza protease associada a outro

grupo de enzimas, pois ocorre a inespecificidade quanto à hidrólise das ligações

peptídicas, com potencial de ação sobre todas as proteínas, inclusive as enzimas

exógenas. Pode-se citar, como principal objetivo da utilização de proteases

exógenas nas rações avícolas, a redução de proteína bruta da dieta sem

alteração no desempenho zootécnico das aves (YU et al., 2007). O efeito benéfico

da adição enzimática torna-se limitado, quando estas são adicionadas acima das

exigências de aminoácidos das aves.

Segundo LIMA et al. (2007), a hidrólise das proteínas resistentes ao

processo digestivo das enzimas das próprias aves proporciona redução da

proteína bruta da dieta, sem causar alteração no desempenho zootécnico e no

rendimento de carcaça das aves, apesar de ressaltarem que seus efeitos são

mais pronunciados em dietas com reduzidos níveis aminoacídicos ou proteicos

Page 40: Bruno Duarte Alves Fortes

20

(YU et al., 2007), possibilitando minimizar a excreção de nitrogênio, fator de

enorme importância ecológica (OXENBOLL et al., 2011).

O uso de compostos enzimáticos, principalmente proteases, amilases e

lipases, teoricamente, apresentaria melhores resultados em períodos iniciais do

desenvolvimento animal, visto que há menor capacidade digestiva nesta idade

(FERKET, 1993; UNI et.al., 1999). Corroborando com isso, OLUKOSI et al.

(2007), ao suplementar amilase, xilanase e protease em rações para frangos de

corte, observaram que o benefício da suplementação enzimática ocorre

majoritariamente nos períodos iniciais da vida da ave.

ANGEL et al. (2011) avaliaram a adição de protease nas dietas de

frangos, na fase inicial de 7 a 22 dias de idade. Analisaram seis tratamentos, um

controle positivo (CP) com 23% proteína bruta (PB) e 5 controles negativos (CN)

com 20% PB, redução de 12% na exigência de lisina e metionina e 10% para

treonina, além de níveis crescentes da enzima (0, 100, 200, 400 e 800 mg/kg de

ração). As aves do grupo CN, sem suplementação enzimática, obtiveram ganho

de peso (GP) e consumo de ração (CR) 7% menor em relação as aves do CP,

entretanto, quando a protease foi suplementada a partir de 200 mg/kg o

desempenho foi equalizado. Esse resultado foi sustentado pela melhoria na

digestibilidade da maioria dos aminoácidos essenciais a partir da dose mínima

utilizada. No entanto, o grau de melhoria era dependente do aminoácido

específico, tendo menores ganhos com isoleucina (3,2%), e maiores respostas

com a treonina (7,8%).

O efeito positivo da adição de protease exógena foi relatado por

FAVERO et al. (2009), que evidenciaram a recuperação do desempenho em

frangos de corte, alimentados com rações contendo milho, farelo de soja e farinha

de carne e ossos, com reduções proteicas e energéticas. Esses autores

concluíram que a suplementação de 200 g/ton, da enzima em questão, atenuou

perdas de ganho de peso de frangos de corte quando reduções de 3 e 6% na

proteína bruta das dietas foram feitas.

MAYORGA et al. (2011) também relataram melhora no desempenho,

maior rendimento de carcaça e menor deposição de gordura abdominal para

frangos de um a 28 dias de idade, suplementados com proteases em suas

rações. GÓMEZ et al. (2011) verificaram que houve melhora da disponibilidade de

Page 41: Bruno Duarte Alves Fortes

21

aminoácidos e o valor energético das rações para frangos de corte, dos 13 aos 21

dias de idade, com a adição da protease.

Resultados positivos com utilização de complexo enzimático contendo

amilase, xilanase e protease, nas dietas de frangos de corte, foram descritos por

RODRIGUES et al. (2003), que observaram melhoria na digestibilidade ileal de

proteína bruta, do amido e da energia da ração. A suplementação de rações para

frangos de corte com uma protease de serina apresentou melhorias na conversão

alimentar, digestibilidade da proteína bruta, assim como na digestibilidade dos

aminoácidos (BERTECHINI et al., 2009; CARVALHO et al., 2009).

4 OBJETIVOS

Visto isso, objetivou-se com o presente trabalho, avaliar os efeitos da

adição de um complexo enzimático composto por xilanase, amilase e protease em

rações com diferentes fontes de proteína para frangos de corte, por meio da

digestibilidade verdadeira de aminoácidos, metabolizabilidade dos nutrientes e

desempenho dos animais.

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Page 48: Bruno Duarte Alves Fortes

28

CAPÍTULO 2 – CONTEÚDO DE AMINOÁCIDOS DIGESTÍVEIS VERDADEIROS DE DIFERENTES FONTES PROTEICAS ASSOCIADAS A ENZIMAS EXÓGENAS EM DIETAS INICIAIS PARA FRANGOS DE CORTE

RESUMO

Um experimento foi realizado com intuito de determinar os coeficientes de digestibilidade verdadeira dos aminoácidos do glúten de milho 60%, concentrado proteico de soja, plasma sanguíneo bovino e farinha de vísceras de aves. Foram utilizados no ensaio 630 pintos machos de um dia da linhagem Cobb-500®, sendo oito aves na fase pré-inicial e seis aves na fase inicial por parcela. Utilizou-se delineamento experimental inteiramente casualizado com nove tratamentos e cinco repetições. As aves foram submetidas a um período de adaptação, de cinco dias às dietas experimentais, sendo uma dieta isenta de proteína (DIP) e oito DIP com uso dos alimentos testados em substituição ao amido de milho com e sem a inclusão do complexo enzimático contendo 2000 U xilanase/kg, 200 U amilase/kg, e 4000 U protease/kg. Após o período de adaptação todas as aves de cada repetição foram abatidas para coleta do conteúdo da porção íleo terminal. Os valores médios dos coeficientes de digestibilidade verdadeira dos aminoácidos essenciais, aos sete dias de idade, foram respectivamente: 76,71% e 78,86% para o glúten de milho 60%, sem e com inclusão do complexo enzimático; 95,17% e 96,92% para o concentrado proteico de soja, sem e com inclusão do complexo enzimático; 89,95% e 91,69% para o plasma sanguíneo, sem e com inclusão do complexo enzimático; 81,20% e 83,54% para a farinha de vísceras, sem e com inclusão do complexo enzimático. Para os aminoácidos não essenciais, os coeficientes de digestibilidade verdadeira foram 73,64%; 75,79%; 93,78%; 96,25%; 89,59%; 91,27%; 74,66% e 78,42%, respectivamente, para o glúten, sem e com inclusão do complexo enzimático; concentrado proteico de soja, sem e com inclusão do complexo enzimático; farinha de vísceras, sem e com inclusão do complexo enzimático; e plasma sanguíneo, sem e com inclusão do complexo enzimático. Os valores médios dos coeficientes de digestibilidade verdadeira dos aminoácidos essenciais, aos 21 dias de idade, foram respectivamente: 91,03% e 93,13% para o glúten de milho 60%, sem e com inclusão do complexo enzimático; 94,72% e 95,12% para o concentrado proteico de soja, sem e com inclusão do complexo enzimático; 94,20% e 94,71% para o plasma sanguíneo, sem e com inclusão do complexo enzimático; 80,84% e 82,38% para a farinha de vísceras, sem e com inclusão do complexo enzimático. Conclui-se que a adição de xilanase, amilase e protease melhorou os coeficientes de digestibilidade de aminoácidos, independente do ingrediente e da idade dos animais. Palavras chave: complexo enzimático, concentrado proteico de soja, farinha de

vísceras de aves, glúten de milho 60%, plasma sanguíneo bovino

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29

CHAPTER 2 – TRUE CONTENT OF DIGESTIBLE AMINO ACIDS FROM DIFFERENT SOURCES ASSOCIATED WITH EXOGENOUS ENZYMES IN BROILERS STARTER DIETS

ABSTRACT

An experiment was performed in order to determine the true digestibility coefficients of amino acids of corn gluten meal (60%), soybean protein concentrate, bovine dried plasma and viscera meal. 630 male day-old chicks Cobb 500® line, were used with eight birds in the pre-starter diets and six birds in the initial diets. The birds were allotted in a completely randomized design with nine treatments and five replications. Birds were subjected to a five days adaptation period to experimental diets. Diets tested were: one diet free of protein (DFP), and eight DFP diets with tested feedstuffs to replace corn starch with and without the addition of enzymatic complex containing 2000 U xylanase/kg, 200 U amylase/kg, and 4000 U protease/kg. After adjustment period all birds of each replicate were slaughtered to collect the contents of the terminal ileum portion. At seven day, true digestibility coefficient of essential amino acids were respectively 76.71% and 78.86% for corn gluten meal (60%) with and without inclusion of enzymatic complex; 95.17% and 96.92% for soybean protein concentrate with and without inclusion of enzymatic complex; 89.95% and 91.69% for bovine dried plasma with and without inclusion of enzymatic complex; 81.20% and 83.54% for viscera meal with and without inclusion of enzymatic complex. The results for the non-essential amino acids showed that the true digestibility coefficients were 73.64%; 75.79%; 93.78%; 96.25%; 89.59%; 91.27%; 74.66% and 78.42%, respectively, for gluten, with and without inclusion of enzymatic complex; soy protein concentrate, with and without inclusion of enzymatic complex; viscera meal, with and without inclusion of enzymatic complex; and blood plasma, with and without inclusion of enzymatic complex. At twenty-one day, true digestibility coefficient of non-essential amino acids were respectively 91.03% and 93.13% for corn gluten meal (60%) with and without inclusion of enzymatic complex; 94.72% and 95.12% for soybean protein concentrate with and without inclusion of enzymatic complex; 94.20% and 94.71% for bovine dried plasma with and without inclusion of enzymatic complex; 80.84% and 82.38% for viscera meal with and without inclusion of enzymatic complex. It was possible concluded that the addition of xylanase, amylase and protease improved the digestibility of amino acids, regardless of the ingredient and the age of the animals. Keywords: bovine dried plasma, corn gluten meal (60%), enzymatic complex, soybean protein concentrate, viscera meal

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30

1 INTRODUÇÃO

A crescente procura por alimentos alternativos ao milho e farelo de

soja passou a ter importância para a indústria avícola em decorrência da

oscilação de preço pelo mercado internacional e dos grandes volumes

requeridos. Com isso, o uso de ingredientes alternativos torna-se oportuno para

redução dos custos com a alimentação animal.

O uso de ingredientes de origem animal em formulações baseadas

em proteína ideal, como alternativa ao milho e ao farelo de soja, tornou-se mais

eficiente, visto que o fornecimento de aminoácidos é um dos itens de maior

custo nas dietas para frangos de corte. Este custo advém da necessidade do

fornecimento de aminoácidos sintéticos para atender os níveis desses nutrientes

para adequado crescimento das aves, em suplementação ao conteúdo dos

ingredientes (BELLAVER et al., 2001).

Com o intuito de diminuir os custos e melhorar a digestibilidade dos

ingredientes, a adição de enzimas exógenas nas dietas de frangos torna-se

cada vez mais importante, pois o princípio de sua utilização na formulação de

rações tem como finalidade melhorar o aproveitamento dos nutrientes e energia,

pela hidrólise de substratos que normalmente não são digeridos ou prejudicam a

digestão e absorção dos nutrientes potencialmente aproveitáveis por estes

animais.

Considerando o mesmo nível de proteína bruta, de maneira geral, a

variação do teor de aminoácidos é de 10 a 15% para fontes de proteína vegetal

e de até 25% para fontes de origem animal. A utilização de ingredientes de

origem animal pode resultar em baixos custos com alimentação, especialmente

quando o conceito de proteína ideal é adotado, baseado na disponibilidade de

aminoácidos (VIEITES et al., 2000; BELLAVER et al., 2005;. LONGO et al.,

2005).

Algumas fontes proteicas, como glúten de milho (GM), concentrado

proteico de soja (CPS), farinha de vísceras (FV) e plasma sanguíneo (PS), em

função de suas características, podem ser utilizadas nas fases iniciais, em

busca de maior digestibilidade da dieta, bem como de propriedades nutricionais

que podem contribuir com o desenvolvimento das aves. A digestibilidade da

Page 51: Bruno Duarte Alves Fortes

31

proteína e dos aminoácidos destes ingredientes depende de inúmeros fatores

como: sistemas de processamento, níveis de inclusão, dentre outros.

Nem todos os aminoácidos dos ingredientes da dieta são igualmente

digeridos pelo animal (GARCIA et al., 2007). Por isso, é necessário determinar

seus coeficientes de digestibilidade para que se conheça a quantidade

realmente aproveitada pelos animais. Esses coeficientes indicam uma melhor

utilização dos alimentos em rações balanceadas para aves e uma redução dos

custos de produção, além de diminuir a eliminação de poluentes (BRUMANO et

al., 2006).

De acordo com BRITO et al. (2011), a adoção dos valores de

aminoácidos digestíveis nas formulações de rações avícolas ainda encontra

restrições na avicultura comercial, pois a metodologia tradicional para a

determinação destes dados recomenda o uso de galos adultos cecectomizados

da raça Leghorn ou provenientes das linhagens de postura. A utilização destes

valores para frangos de corte, sobretudo nas fases iniciais de criação, pode

gerar dúvidas em virtude das diferenças na maturação do trato digestório (DALE

& FULLER, 1986).

Objetivou-se, com este trabalho, avaliar o efeito da adição de um

complexo enzimático por meio dos coeficientes de digestibilidade verdadeiros de

diferentes ingredientes proteicos, que podem ser utilizados na formulação de

ração para frangos de corte nas fases iniciais de criação.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no aviário experimental do Setor de

Avicultura da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de

Goiás, Câmpus Samambaia-GO. Todos os procedimentos realizados durante o

experimento foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais da

Universidade Federal de Goiás (protocolo nº 066/12).

Foram avaliados quatro ingredientes alternativos como fontes de

proteína: farelo de glúten de milho1 (GM), concentrado proteico de soja2 (CPS),

plasma sanguíneo3 (PS), e farinha de vísceras4 (FV).

Page 52: Bruno Duarte Alves Fortes

32

Utilizou-se 630 pintos machos de um dia, provenientes de incubatório

comercial da linhagem Cobb-500®, sendo oito aves na fase pré-inicial e seis aves

na fase inicial por parcela, durante os 21 dias experimentais. As aves utilizadas

nas referidas fases não foram as mesmas, com o intuito de eliminar um possível

efeito residual que possa haver de um período para o outro.

Os animais foram uniformizados pelo peso no início do experimento e

alojados em gaiolas individuais de aço galvanizado, providas de comedouros e

bebedouros tipo calha, além de bandejas metálicas coletoras revestidas com

plástico para facilitar as coletas de excretas.

As aves foram submetidas ao período de adaptação de cinco dias às

dietas experimentais: uma dieta isenta de proteína (DIP) e oito dietas com adição

dos alimentos testados, com inclusão ou não do complexo enzimático, em

substituição ao amido de milho (Tabela 1).

O farelo de glúten de milho 60% e o concentrado proteico de soja

substituíram o amido de milho na proporção de 20% da dieta, o plasma sanguíneo

e a farinha de vísceras substituíram o amido na proporção de 17% da dieta.

Para obtenção dos dados de digestibilidade dos aminoácidos, utilizou-se o

delineamento inteiramente casualizado com nove tratamentos e cinco repetições,

totalizando 45 parcelas experimentais. Os tratamentos avaliados foram: T1 - Dieta

isenta de proteína (DIP); T2 - DIP com substituição da fonte proteica por glúten de

milho 60%; T3 - DIP com substituição da fonte proteica por glúten de milho 60%,

com adição de enzima; T4 - DIP com substituição da fonte proteica por

concentrado proteico de soja; T5 - DIP com substituição da fonte proteica por

concentrado proteico de soja, com adição de enzima; T6 - DIP com substituição

da fonte proteica por farinha de vísceras; T7 - DIP com substituição da fonte

proteica por farinha de vísceras, com adição de enzima; T8 - DIP com substituição

da fonte proteica por plasma sanguíneo; T9 - DIP com substituição da fonte

proteica por plasma sanguíneo, com adição de enzima exógena.

____________________________________

1 Farelo de Glúten 60 Glutenose (Cargill)

2 Selecta SPC 60 (Sementes Selecta S/A)

3 AP-920 (APC - American Protein Corporation)

4 Farinha de Vísceras (Abatedouro São Salvador Ltda)

Page 53: Bruno Duarte Alves Fortes

33

TABELA 1- Composição percentual das rações experimentais

DIP1 Glúten de

milho

Concentrado proteico de

soja

Farinha de vísceras

Plasma sanguíneo

Ingredientes Sem

CE2

Com CE

2 Sem CE

2 Com CE

2 Sem CE

2 Com CE

2 Sem CE

2 Com CE

2

Amido 81,00 61,00 61,00 61,00 61,00 64,00 64,00 64,00 64,00 Far.Glúten, 60%

- 20,00 20,00 - - - - - -

Conc.Prot.Soja, 60%

- - - 20,00 20,00 - - - -

Far. Vísceras, 60%

- - - - - 17,00 17,00 - -

Plasma Sang. 80%

- - - - - - - 17,00 17,00

Óleo de Soja 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 Fosfato Bicálcico

2,50 2,50 2,50 2,50 2,50 2,50 2,50 2,50 2,50

Calcário 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 Sal comum 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 Açúcar 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 Suplemento vit-mineral

3 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40

Axtra®

- - 0,01 - 0,01 - 0,01 - 0,01

Antioxidante2 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01

Inerte3 5,00 5,00 4,99 5,00 4,99 5,00 4,99 5,00 4,99

Indicador4 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 1Dieta isenta de proteína.

2Complexo enzimático composto por: xilanase, amilase e protease.

3Níveis de garantia por kg do produto: ácido fólico (mín) 200 mg, ácido pantotênico (mín) 3.120

mg, biotina (mín) 10 mg, clorohidroxiquinolina (mín) 7.500 mg, cobre (mín) 1.997 mg, colina (mín) 78,10 g, ferro (mín) 11,25 g, iodo (mín) 187,47 mg, manganês (mín) 18,74 g, monensina (mín) 25 g, niacina (mín) 8.400 mg, selênio (mín) 75 mg, vitamina A (mín) 1.680.000 UI, vitamina B1 (mín) 436,50 mg, vitamina B12 (mín) 2.400 mcg, vitamina B2 (mín) 1.200 mg, vitamina B6 (mín) 624 mg, vitamina D3 (mín) 400.000 UI, vitamina E (mín) 3.500 UI, vitamina K3 (mín) 360 mg, zinco (mín) 17,50 g. 2BHT (Hidróxido de tolueno butilado).

3Casca de arroz

4Celite

® (cinza insolúvel em ácido).

A suplementação enzimática consistiu na combinação das seguintes

enzimas, com inclusão de acordo com o fabricante: Axtra® contendo 2000 U

xilanase/kg, 200 U amilase/kg, e 4.000 U protease/kg. Foi adicionado 1% do

indicador Celite® às dietas, como fonte de cinza insolúvel em ácido, para

determinação da digestibilidade dos aminoácidos.

Aos sete e 21 dias de idade, todas as aves de cada repetição foram

abatidas por deslocamento cervical e imediatamente disseccionadas, sendo a

5cm da junção íleo-ceco-cólica até 40cm em direção ao jejuno para colheita de

excretas para determinação dos aminoácidos endógenos e metabólicos, conforme

Page 54: Bruno Duarte Alves Fortes

34

metodologia descrita por SAKOMURA & ROSTAGNO (2007). Em todo o período

experimental, água e ração foram fornecidos à vontade.

As excretas foram acondicionadas em sacos plásticos, identificados e

armazenados em congelador com temperatura de –16ºC. Amostras dos

ingredientes, rações e excretas foram secas por liofilização a vácuo, à

temperatura de - 40°C, por 72 horas e encaminhadas ao Laboratório de Nutrição

Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia-(EVZ/UFG), para processamento e

análise dos teores de matéria seca (MS) e proteína bruta (PB) dos alimentos e

das excretas.

Para determinação dos teores de aminoácidos totais foi utilizada a

cromatografia líquida de alta precisão HPLC (High Performance/Pressure Liquide

Chromatography) realizada no Laboratório da Evonik Industries (Alemanha).

Com base nos resultados obtidos dos teores de aminoácidos totais dos

alimentos, das excretas e endógenos, determinaram-se os teores de aminoácidos

digestíveis verdadeiros, seguindo a metodologia descrita por SAKOMURA &

ROSTAGNO (2007).

Os dados foram submetidos à análise de variância e à comparação de

médias, utilizando-se o teste SNK (Student-Newman-Keuls), ao nível de 5% de

significância, do programa estatístico SISVAR, descrito por FERREIRA (2011).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A composição de matéria seca, proteína bruta e de aminoácidos totais

das amostras dos alimentos analisados encontram-se na Tabela 2. Entre os

alimentos de origem vegetal analisados, o farelo de glúten de milho 60%

apresentou, de maneira geral, valores de aminoácidos semelhantes ao

encontrado na literatura descrita por ROSTAGNO et al. (2011), e com valores

superiores aos descritos por RODRIGUES et al. (2001) e BRUMANO et al.

(2006).

O concentrado proteico de soja foi o que apresentou os menores

valores de aminoácidos essenciais e não essenciais em relação à literatura

consultada (BRUMANO et al., 2006 e ROSTAGNO et al., 2011), fato este que

Page 55: Bruno Duarte Alves Fortes

35

pode ser correlacionado ao nível de proteína bruta que foi inferior para este

ingrediente quando comparado aos trabalhos citados acima. Porém, ao se

comparar com os resultados descritos por SCOTTÁ et al. (2013) percebe-se que

para todos os aminoácidos essenciais, os valores foram superiores, exceto para

cistina, alanina e prolina, aminoácidos não essenciais.

TABELA 2- Composição de matéria seca, proteína bruta e aminoácidos totais dos

alimentos, em percentagem, expressos na matéria natural1

Glúten de

Milho

Concentrado Proteico de Soja

Plasma Sanguíneo

Farinha de Vísceras

Matéria Seca% 91,62 94,03 92,08 95,01 Proteína Bruta% 62,09 62,36 70,30 63,73 Aminoácido essencial

Lisina 1,01 3,81 6,86 4,14 Metionina 1,47 0,84 0,81 1,39 Metionina + Cistina 2,58 1,73 3,68 2,05 Treonina 2,07 2,52 4,95 2,51 Arginina 1,97 4,55 4,01 4,16 Histidina 1,33 1,60 2,88 1,06 Valina 2,83 2,80 4,96 2,93 Isoleucina 2,51 2,74 2,35 2,42 Leucina 10,23 4,85 7,21 4,48 Fenilalanina 3,90 3,20 4,41 2,51 Glicina 1,49 2,64 2,98 4,74 Aminoácido não essencial Cistina 1,10 0,89 2,17 0,67 Alanina 5,51 2,72 4,02 3,34 Ácido aspártico 3,77 7,25 8,12 4,49 Ácido glutâmico 13,59 11,28 11,79 7,02 Serina 3,12 3,34 4,98 4,60 Prolina 1,56 3,04 4,11 4,65 1Aminograma realizado na Evonik Industries AG Feed Additives/Animal Nutrition Services.

Para os alimentos proteicos de origem animal, o plasma sanguíneo

apresentou valores de aminoácidos totais maiores do que os descritos por BLAS

et al. (2003), BRUMANO et al. (2006) e ROSTAGNO et al. (2011). Vale ressaltar

que a farinha de sangue spray-dried é um alimento pouco utilizado na

alimentação de aves no Brasil em função do alto preço de mercado, o que torna

difícil sua comparação com outros trabalhos científicos.

De modo geral, houve variação na composição aminoacídica da farinha

de vísceras em relação à avaliada por BRUMANO et al. (2006), sendo que o

conteúdo de aminoácidos totais foi inferior, com exceção da lisina, metionina, e

histidina, que foram superiores. Dados estes que corroboram, em parte, com os

Page 56: Bruno Duarte Alves Fortes

36

descritos por VIEIRA (2011), que além dos aminoácidos citados acima, menciona

que os valores de glicina e alanina também foram superiores aos mencionados

por BRUMANO et al. (2006) o que não foi verificado neste estudo. Porém, quando

comparados aos valores citados por EYNG et al. (2010) e ROSTAGNO et al.

(2011), notou-se que os índices, de modo geral, foram superiores aos descritos

por esses dois autores. Este fato pode estar relacionado à grande variação entre

os produtos de origem animal, principalmente em virtude das diferentes técnicas

de processamento dos alimentos e/ou da falta de padronização dos mesmos

(VIEITES et al., 2000).

Os coeficientes de digestibilidade ileal verdadeira (CDIv) dos

aminoácidos essenciais e não essenciais dos ingredientes avaliados para frangos

de corte, aos sete dias de idade, encontram-se nas Tabelas 3 e 4,

respectivamente.

TABELA 3- Coeficiente de digestibilidade verdadeira de diferentes ingredientes

proteicos, determinados com frangos de corte aos 7 dias de idade

Glúten de

Milho

Glúten de Milho + CE

1 CV % CPS2

CPS2 +

CE1

CV %

Aminoácido essencial

Lisina 78,65 84,60 7,13 94,62 95,48 0,96 Metionina 77,00 79,13 2,87 96,71 98,45 1,27 Metionina + Cistina 77,73 77,76 0,86 96,57 98,13 2,47 Treonina 77,71 77,88 3,36 95,61 98,17 1,71 Arginina 80,30 83,79 2,76 97,94 98,74 0,60 Histidina 72,52 74,37 5,93 94,67 97,57 1,43 Valina 78,16 79,77 1,10 92,34

b 95,62

a 2,45

Isoleucina 78,66 80,11 6,52 93,92 94,90 1,59 Leucina 75,32 76,60 0,39 94,28 95,96 1,75 Fenilalanina 72,45 75,89 5,44 97,15 99,40 1,38 Glicina 75,28

b 77,60

a 3,15 93,07 93,66 1,04

Média 76,71 78,86 95,17 96,92 Aminoácido não essencial

Cistina 80,47 78,75 3,71 87,39b 96,36

a 3,63

Alanina 71,98 75,36 5,26 92,09 94,87 2,10 Ácido aspártico 74,12 74,81 2,38 91,45 91,89 1,14 Ácido glutâmico 70,56

b 75,51

a 3,76 96,05 97,63 1,04

Serina 73,25 75,73 3,11 98,32 98,63 1,47

Prolina 71,45 74,56 5,48 97,35 98,13 1,37

Média 73,64 75,79 93,78 96,25 1Complexo enzimático composto por: xilanase, amilase e protease.

2CPS = Concentrado Proteico de Soja.

a,b Médias seguidas de mesmas letras minúscula, na linha, não diferem estatisticamente pelo teste

de SNK, 5% de significância. CV = Coeficiente de variação.

Page 57: Bruno Duarte Alves Fortes

37

Na fase pré-inicial, os valores do coeficiente de digestibilidade

verdadeira dos seguintes aminoácidos: glicina e ácido glutâmico, nas dietas que

continham glúten de milho 60%, aumentaram com a suplementação do complexo

enzimático (Tabela 3). Dentre os produtos de origem vegetal, o glúten de milho foi

o que apresentou os menores coeficientes de digestibilidade.

Constatou-se que os coeficientes de digestibilidade verdadeira dos

aminoácidos dos alimentos analisados, apresentaram variações quando

comparados à literatura (RODRIGUES et al., 2001; BLAS et al., 2003;

D’AGOSTINI et al., 2004; BRUMANO et al., 2006; EYNG et al., 2010;

ROSTAGNO et al., 2011 e SCOTTA et al., 2013). Essas variações já eram

esperadas em razão das diferenças na composição química, principalmente da

proteína, e também por variações nos valores de excreção endógena dos

aminoácidos.

O concentrado proteico de soja, os CDIv que apresentaram diferenças

significativas foram: valina e cistina, sendo que as dietas que foram adicionadas

enzimas tiveram melhores coeficientes de digestibilidade.

A farinha de vísceras de aves dentre todos os alimentos analisados foi

o que apresentou as maiores diferenças nos coeficientes de digestibilidade

verdadeira (Tabela 4), quando comparados com o estudo realizado por GARCIA

et al. (2007). Esses autores compararam diversos métodos para determinação da

digestibilidade de aminoácidos de várias fontes proteicas para frangos de corte,

aos sete e 21 dias de idade.

No presente estudo, todos os coeficientes de digestibilidade da farinha

de vísceras de aves foram superiores, aos sete dias de idade, quando

comparados à literatura consultada (RODRIGUES et al., 2001; BLAS et al., 2003;

D’AGOSTINI et al., 2004; BRUMANO et al., 2006; EYNG et al., 2010;

ROSTAGNO et al., 2011 e SCOTTA et al., 2013). Os CDIv dos seguintes

aminoácidos: lisina, metionina, leucina, ácido aspártico, ácido glutâmico, serina e

prolina apresentaram diferença estatística (P<0,05) com a inclusão de enzimas na

dieta (Tabela 4).

Page 58: Bruno Duarte Alves Fortes

38

TABELA 4- Coeficiente de digestibilidade verdadeira de diferentes ingredientes

proteicos, determinados com frangos de corte aos 7 dias de idade

Farinha de Vísceras

Farinha de

Vísceras + CE1

CV % Plasma

Sanguíneo

Plasma Sanguíneo +

CE1

CV %

Aminoácido essencial

Lisina 84,07

b 86,46

a 0,44 94,45 94,81 1,12

Metionina 84,07b 85,65

a 0,32 96,54 97,30 2,76

Metionina + Cistina

80,04 80,64 0,71 85,74 87,73 4,30

Treonina 82,97 85,99 2,77 88,40 89,07 1,19 Arginina 86,10 87,93 1,06 87,00 88,14 0,72 Histidina 82,44 84,99 2,30 93,71

b 95,39

a 0,28

Valina 78,16 79,77 1,25 88,33 88,38 0,43 Isoleucina 78,72 80,72 1,20 79,11 88,87 4,29 Leucina 82,36

b 85,81

a 0,95 90,44 91,94 1,66

Fenilalanina 82,00 85,17 1,12 95,72 96,03 0,67 Glicina 72,32 75,76 1,74 89,96 90,89 2,05

Média 81,20 83,54 89,95 91,69 Aminoácido não essencial

Cistina 77,23 80,58 5,41 77,17 80,37 4,52 Alanina 81,01 83,03 0,99 95,30 95,46 0,45 Ácido aspártico

59,22b 66,43

a 0,83 91,74 93,08 0,53

Ácido glutâmico

81,04b

84,00a

0,71 92,69b 93,75

a 0,26

Serina 76,71a

80,15b

0,57 91,33 92,52 1,42 Prolina 72,73

b 76,35

a 1,09 89,31 92,41 2,35

Média 74,66 78,42 89,59 91,27 1Complexo enzimático composto por: xilanase, amilase e protease.

a,b Médias seguidas de mesmas letras minúscula, na linha, não diferem estatisticamente pelo teste

de SNK, 5% de significância. CV = Coeficiente de variação.

O plasma sanguíneo apresentou CDIv inferiores aos encontrados em

estudo realizado por D’AGOSTINI et al. (2004) e BRUMANO et al. (2006),

provavelmente, em razão do teor de proteína bruta ter sido inferior ao dos autores

mencionados (Tabela 4). Apenas os coeficientes de digestibilidade da histidina, e

ácido glutâmico apresentaram aumento com a suplementação de enzimas.

Entretanto, RAVINDRAN et al. (2005) estudaram o coeficiente de digestibilidade

ileal de ingredientes alternativos para frangos de corte, concluíram que o

coeficiente de digestibilidade dos aminoácidos do plasma foi superior a

praticamente todas as farinhas avaliadas, dentre elas as farinhas de penas, peixe,

carne e carne e ossos.

Nas Tabelas 5 e 6, respectivamente, estão apresentados os

coeficientes de digestibilidade ileal verdadeira dos aminoácidos essenciais e não

essenciais dos alimentos testados para frangos de corte, aos 21 dias.

Page 59: Bruno Duarte Alves Fortes

39

TABELA 5- Coeficiente de digestibilidade verdadeira de diferentes ingredientes

proteicos, determinados com frangos de corte aos 21 dias de idade

Glúten de

Milho

Glúten de Milho + CE

1 CV % CPS2

CPS2 +

CE1

CV %

Aminoácido essencial

Lisina 91,20 91,82 1,22 94,11 94,48 0,33 Metionina 93,68

b 95,53

a 0,48 97,95 98,62 1,09

Metionina + Cistina 91,81 93,73 1,93 94,61 95,62 3,65 Treonina 93,24 93,97 1,50 94,76 94,66 4,57 Arginina 94,27 95,24 0,83 97,19 97,04 1,27 Histidina 87,96 90,47 0,87 94,10 94,03 1,83 Valina 93,32 95,72 0,76 93,50 94,35 4,00 Isoleucina 92,21

b 95,39

a 0,65 94,13 93,12 2,48

Leucina 94,86 96,75 0,99 92,68 93,81 1,88 Fenilalanina 80,90 86,57 0,74 98,33 98,53 2,02 Glicina 87,83 89,19 0,74 90,55 92,07 1,62

Média 91,03 93,13 94,72 95,12 Aminoácido não essencial

Cistina 82,64b 90,80

a 1,96 90,75 92,06 4,85

Alanina 94,20 95,53 0,76 91,29 92,48 2,43 Ácido aspártico 89,11 90,66 0,57 89,48 88,15 0,98 Ácido glutâmico 93,67 95,20 1,10 95,53 94,71 1,00

Serina 94,92 95,38 0,98 96,00 96,35 2,94

Prolina 91,79 93,36 0,62 95,45 95,77 3,57

Média 91,06 93,49 93,08 93,25 1Complexo enzimático composto por: xilanase, amilase e protease.

2CPS = Concentrado Proteico de Soja.

a,b Médias seguidas de mesmas letras minúscula, na linha, não diferem estatisticamente pelo teste

de SNK, 5% de significância. CV = Coeficiente de variação.

Para fase inicial de criação, as dietas que continham farelo de glúten

de milho 60% apresentaram valores semelhantes aos encontrados por

BRUMANO et al. (2006), porém valores inferiores aos descritos por RODRIGUES

et al. (2001), apesar dos níveis de proteína bruta serem semelhantes para ambos

os autores (Tabela 5). Os CDIv dos aminoácidos: metionina, isoleucina e

fenilalanina apresentaram significância quando foi adicionado o complexo

enzimático à dieta.

Em pesquisa realizada por BATAL & PARSONS (2003) com pintos de

corte de 1 a 21 dias, em que foram determinados os valores de energia

metabolizável e a digestibilidade aparente dos aminoácidos de diversas fontes

proteicas, foi relatado que o processamento da soja para obter o concentrado o

proteico melhorou a utilização dos nutrientes por parte dos pintos, pois durante

esse processo ocorre redução dos oligossacarídeos, como também um menor

potencial para ocorrência de reação de Maillard, que torna o complexo lisina-

carboidrato indisponível para o metabolismo da ave.

Page 60: Bruno Duarte Alves Fortes

40

TABELA 6- Coeficiente de digestibilidade verdadeira de diferentes ingredientes

proteicos, determinados com frangos de corte aos 21 dias de idade

Farinha de

Vísceras

Farinha de Vísceras + CE

1

CV % Plasma

Sanguíneo

Plasma Sanguíneo

+ CE1

CV %

Aminoácido essencial

Lisina 80,93 82,04 1,26 98,16 97,62 0,56 Metionina 82,03 83,10 1,06 98,36 98,41 1,25 Metionina + Cistina 82,89 83,66 1,83 95,75 96,04 2,89 Treonina 82,06 82,02 6,61 96,54 96,56 2,71 Arginina 83,19

b 85,06

a 0,51 93,70 93,72 1,75

Histidina 80,00 81,16 4,02 95,93 96,23 1,39 Valina 80,04 80,83 1,91 92,35 92,44 1,56 Isoleucina 79,33 80,21 1,04 78,55

b 82,52

a 1,30

Leucina 80,87 82,62 1,22 97,07 96,73 1,48 Fenilalanina 80,90

b 86,57

a 1,97 97,48 97,75 2,30

Glicina 77,00b 78,87

a 0,27 92,28 93,74 1,86

Média 80,84 82,38 94,20 94,71 Aminoácido não essencial

Cistina 87,11 91,73 4,68 92,06 93,77 7,43 Alanina 79,77 81,77 1,09 95,50 96,53 0,99 Ácido aspártico 64,72 64,91 1,91 93,80 95,09 0,58 Ácido glutâmico 78,07 80,36 0,86 94,73 94,95 2,97 Serina 80,79 84,35 2,57 92,98 95,84 1,82 Prolina 73,65 77,03 1,47 93,45 95,91 1,78

Média 77,35 80,03 93,75 95,35 1Complexo enzimático composto por: xilanase, amilase e protease.

a,b Médias seguidas de mesmas letras minúscula, na linha, não diferem estatisticamente pelo teste

de SNK, 5% de significância. CV = Coeficiente de variação.

Assim, como na fase pré-inicial, os coeficientes médios de

digestibilidade ileal das dietas analisadas, as quais foram adicionados o complexo

enzimático, foram maiores tanto para os aminoácidos essenciais e não

essenciais, aos 21 dias de idade.

A farinha de vísceras apresentou coeficientes de digestibilidade

similares aos descritos por BRUMANO et al. (2006) e EYNG et al. (2010), porém

no presente trabalho todos os coeficientes de digestibilidade de aminoácidos

essenciais e não essenciais foram superiores aos valores encontrados por

GARCIA et al. (2007) quando avaliaram diversas fontes proteicas e suas

disponibilidades aminoacídicas para frangos de corte com 21 dias (Tabela 6). O

resultado do CDIv da arginina, fenilalanina e glicina foram os únicos que

apresentaram significância (P<0,05) quando foi acrescido o complexo enzimático,

nas rações que continham farinha de vísceras.

POZZA et al. (2005) enfatizaram que o processamento térmico ao qual

as farinhas de vísceras são submetidas, influi consideravelmente nas diferenças

Page 61: Bruno Duarte Alves Fortes

41

entre os coeficientes de digestibilidade dos aminoácidos, além de serem

influenciadas pela composição da matéria-prima utilizada.

Com relação ao plasma sanguíneo, os valores médios dos coeficientes

de digestibilidade ileal verdadeira foram maiores que os descritos por BRUMANO

et al. (2006) e D’AGOSTINI et al. (2004), sendo que o CDIv da isoleucina foi o

único que apresentou diferença estatística (P<0,05) com a suplementação de

enzimas exógenas (Tabela 6).

Pode-se observar que os CDIv dos aminoácidos essenciais médios

para os alimentos testados foram menores na fase pré-inicial do que quando as

aves estavam com 21 dias de idade, com exceção do concentrado proteico de

soja e da farinha de vísceras. Tal fato não seria esperado, pois com o avançar da

idade as aves atingem a maturidade fisiológica do trato digestório e aproveitam

melhor os nutrientes das dietas.

O aumento dos coeficientes de digestibilidade ileal verdadeira

conforme a idade das aves, com exceção do concentrado proteico de soja e da

farinha de vísceras, pode ser explicado pela maturação fisiológica do trato

gastrintestinal de frangos, que ocorre antes dos 42 dias de idade, uma vez que

estas aves são, pela seleção genética, mais eficientes no aproveitamento de

nutrientes.

O processamento dos alimentos exerce grande influência na

digestibilidade dos nutrientes, caso os produtos sejam processados de forma

excessiva. A provável ausência de padronização no processamento dos diversos

ingredientes estudados pode ser atribuída às diferenças entre os coeficientes de

digestibilidade. Estes podem apresentar deficiência de aminoácidos sulfurados,

principalmente cistina, que é convertida a lantionina, que por sua vez possui baixo

valor nutricional. Porém, caso esse processamento seja insuficiente, a hidrólise

pode ocorrer de forma incompleta, fazendo que os valores de digestibilidade dos

nutrientes sejam inferiores (NASCIMENTO et al., 2002). Segundo LEESON &

SUMMERS (2001), a redução na digestibilidade da lisina pode ser atribuída à

formação dos produtos da reação de Maillard durante o processamento térmico.

Uma das prováveis explicações para essa diferença na digestibilidade

dos aminoácidos dos ingredientes analisados, em aves na fase inicial de vida,

relaciona-se à característica estrutural da proteína dos alimentos avaliados.

Page 62: Bruno Duarte Alves Fortes

42

Diferentes estruturas proteicas presentes em ingredientes distintos determinam

taxas de digestibilidade variáveis para o conteúdo de aminoácidos. Por sua vez,

esta diferença estrutural está, dentre outros fatores, relacionado com a natureza

das inter-relações dos aminoácidos que as compõem (FARRELL et al., 1999).

De acordo com ODETALLAH et al. (2003), a maior disponibilidade de

aminoácidos para a síntese proteica, em função da redução da síntese de

enzimas endógenas pela inclusão de proteases na ração, é provavelmente a

causa de melhorias significativas no crescimento das aves. Esse benefício pode

ter sido alcançado, paralelamente, à redução da viscosidade da dieta no jejuno

com a inclusão da protease na ração, diretamente proporcional ao aumento dos

níveis suplementados da enzima. A taxa de difusão entre enzimas e substratos

diminui quando há redução na viscosidade intestinal, aumentando a absorção dos

nutrientes, assim como facilita a formação de micelas e o aproveitamento de

gordura, vitaminas lipossolúveis e pigmentos (BEDFORD et al., 1991).

Porém, outros autores relataram que a digestibilidade da proteína e dos

aminoácidos diminui com a idade (NIR et al., 1993; MAHAGNA et al., 1995).

ZUPRIZAL et al. (1992) concluíram que a digestibilidade decresce com o avanço

da idade, pois observaram que a digestibilidade do farelo de soja na terceira

semana de vida foi de 88%, e na sexta semana 84%. É importante ressaltar que o

nível de atividade do espectro de enzimas usadas para atuar no conteúdo

alimentar não é estático, a atividade de muitas delas aumenta ou diminui em

resposta à alteração na concentração do substrato disponível. Ou seja, a enzima

deve conter um espectro apropriado de atividade enzimática para atacar o

substrato alvo específico. Por serem proteínas globulares, apresentam um sítio

ativo onde o substrato se acopla, formando um complexo enzima-substrato. Desta

forma, ocorre a reação de degradação do substrato liberando a enzima, para

continuar a reagir com outro substrato, e gerando o produto da reação.

4 CONCLUSÃO

A adição do complexo enzimático (xilanase, amilase e protease) melhora

os coeficientes de digestibilidade de aminoácidos, independente do ingrediente e

da idade dos animais.

Page 63: Bruno Duarte Alves Fortes

43

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Page 66: Bruno Duarte Alves Fortes

46

CAPÍTULO 3 – METABOLIZABILIDADE DOS NUTRIENTES DE DIETAS COM DIFERENTES FONTES PROTEICAS ASSOCIADAS A ENZIMAS EXÓGENAS PARA FRANGOS DE CORTE NA FASE INICIAL

RESUMO

Um experimento foi conduzido para determinar o coeficiente de metabolização aparente da matéria seca (CMAMS), proteína bruta (CMAPB) e extrato etéreo (CMAEE), além da energia metabolizável aparente corrigida pelo balanço de nitrogênio (EMAn) de rações para frangos de corte com diferentes ingredientes proteicos (glúten de milho 60%, concentrado proteico de soja, farinha de vísceras e plasma sanguíneo) associados à suplementação enzimática contendo 2000 U xilanase/kg, 200 U amilase/kg, e 4000 U protease/kg. No ensaio de metabolismo foi adotado um delineamento inteiramente casualizado com 720 pintos machos de um dia da linhagem Cobb-500®, que foram distribuídos aleatoriamente em nove tratamentos (uma dieta referência e oito dietas com inclusão dos ingredientes teste com adição ou não de complexo enzimático) e cinco repetições, sendo dez aves, na fase pré-inicial, e seis aves, na fase inicial, por parcela. Os alimentos testados substituíram em 40% a ração referência. O uso do complexo enzimático, na fase pré-inicial, foi efetivo em melhorar o CMAMS, para o concentrado proteico de soja; o CMAPB, para o concentrado proteico de soja e o plasma sanguíneo e a EMAn do plasma sanguíneo. Na fase inicial somente a EMAn do plasma sanguíneo foi afetada pela inclusão de xilanase, amilase e protease. Concluiu-se que a suplementação de xilanase, amilase e protease melhorou o CMAMS e o CMAPB das rações que continham concentrado proteico de soja como principal fonte de proteína e o CDAPB das rações que continham plasma sanguíneo, aos 7 dias de idade, além de ser efetiva em aumentar o nível de energia metabolizável aparente corrigida para balanço de nitrogênio das dietas que continham plasma sanguíneo. Palavras chave: complexo enzimático, concentrado proteico de soja, farinha de

vísceras, glúten de milho 60%, plasma sanguíneo

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47

CHAPTER 3 – NUTRIENT METABOLIC RESULTS IN DIETS WITH DIFFERENT PROTEIN SOURCES ASSOCIATED TO EXOGENOUS ENZYMES FED TO BROILERS DURING INITIAL PHASE

ABSTRACT

An experiment was conducted to determine the coefficient of apparent metabolism of dry matter (CAMDM), crude protein (CAMCP) and ether extract (CAMEE), apparent metabolizable energy corrected for nitrogen balance (AMEn) of feed for broilers with different protein feedstuffs like: corn gluten meal (60%), soybean protein concentrate, viscera meal and bovine dried plasma, associated with enzymatic complex supplementation containing 2000 U xylanase/kg, 200 U amylase/kg, and 4000 U protease/kg. During the metabolism experiment, the statistical design adopted was a completely randomized design with 720 male day-old chicks Cobb 500® that were randomly segregated into nine treatments (one reference diet, and eight diets with inclusion of tested feedstuffs with or without addition of enzymatic complex) and five replicates, with ten birds in the pre-starter diet and six birds in the initial diet. Tested feedstuffs replaced 40% reference diet. The use of enzymatic complex in pre-starter diets were effective while improving CAMDM for soybean protein concentrate, CAMCP for soybean protein concentrate and bovine dried plasma and AMEn for bovine dried plasma. For the initial phase, only AMEn bovine dried plasma was affected by the inclusion of xylanase, amylase and protease. It was concluded that supplementation of xylanase, amylase and protease improved CAMDM and CAMCP in diets containing soybean protein concentrate as its main source of protein and CAMCP diets containing bovine dried plasma at seven days old, even more enzymatic complex was effective while increasing levels of apparent metabolizable energy corrected for nitrogen balance of diets containing bovine dried plasma. Keywords: bovine dried plasma, corn gluten meal (60%), enzymatic complex, soybean protein concentrate, viscera meal

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48

1 INTRODUÇÃO

O crescimento constante da indústria avícola tem gerado grande

demanda de alimentos e também alta quantidade de resíduos provenientes de

abatedouros, como penas, sangue, vísceras e outros. Sendo assim, subprodutos

de origem vegetal e animal têm sido utilizados na alimentação animal como

alternativa ao uso de milho e de farelo de soja nas rações, podendo reduzir os

custos de produção e também a quantidade de contaminantes lançados para o

meio ambiente.

No entanto, a falta de informações técnicas limita, ou mesmo impede,

a adoção de alimentos alternativos em dietas avícolas (MURAKAMI et al., 2009)

e, por isso, realizar estudos que tornem possível a substituição, parcial ou total,

do milho e do farelo de soja de forma econômica é um fator que contribui para a

viabilização da produção de aves.

O conhecimento da composição química dos alimentos é ponto

importante no processo de formulação de rações para os animais de produção.

Esse conhecimento permitirá utilizar quantidades corretas de nutrientes,

evitando assim a deficiência ou o excesso de nutrientes nas rações, uma vez

que, existe uma enorme variabilidade nos valores nutricionais dos alimentos não

convencionais em virtude dos diferentes tipos de processamentos a que são

submetidos, gerando, dessa forma, necessidade de constante avaliação desses

alimentos.

Na produção de aves, a qualidade nutricional da dieta tem sido fator

de grande importância para o aproveitamento dos nutrientes pelos animais,

afetando, consequentemente, o desempenho e o retorno econômico para o

produtor. Neste sentido, o uso de aditivos, como as enzimas, tem sido

imprescindível para melhorar o aproveitamento dos nutrientes das dietas.

O princípio da suplementação enzimática é de aumentar a

digestibilidade dos nutrientes nas dietas avícolas. Inúmeras pesquisas

determinaram o efeito das enzimas sobre a energia das dietas (CAFÉ et al.,

2002; KOCHER et al., 2003; BRITO et al., 2006; OLUKOSI et al., 2007). Porém,

poucos trabalhos foram realizados para determinação do efeito das enzimas

sobre os ingredientes. O conhecimento do valor nutricional dos ingredientes com

Page 69: Bruno Duarte Alves Fortes

49

adição de enzimas exógenas é imprescindível para estabelecer a matriz

nutricional dos mesmos (DOURADO et al., 2009).

A utilização de enzimas nas rações de frangos de corte contribui de

forma notável no desempenho das aves em função da capacidade de aumentar

a digestibilidade dos nutrientes das dietas, o que pode estar associado à

degradação dos fatores antinutricionais presentes nos alimentos (ODETALLAH

et al., 2005; ONDERCI et al., 2006). O melhor aproveitamento desses nutrientes,

principalmente da energia, componente mais caro das formulações para frangos

de corte, permitirá que as empresas avícolas tornem-se mais eficientes e com

menores custos, além de reduzirem a poluição ambiental.

Diante dessas considerações, objetivou-se avaliar o efeito da

suplementação do complexo enzimático composto pelas enzimas xilanase,

amilase e protease, por meio da metabolizabilidade dos nutrientes de diferentes

fontes de proteína presente em dietas para frangos de corte, nas fases iniciais

de criação.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O presente experimento foi conduzido no aviário experimental do Setor

de Avicultura do Departamento de Produção Animal da Escola de Veterinária e

Zootecnia-UFG, Câmpus Samambaia-GO. Foram avaliados quatro ingredientes

alternativos como fontes de proteína: farelo de glúten de milho1 (GM), concentrado

proteico de soja2 (CPS), plasma sanguíneo3 (PS), e farinha de vísceras4 (FV).

Todos os procedimentos realizados durante o experimento foram aprovados pela

Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade Federal de Goiás

(protocolo nº 066/12).

A duração do ensaio foi de 21 dias, foram utilizados 720 pintos machos

de um dia, provenientes de incubatório comercial da linhagem Cobb-500®, sendo

____________________________________ 1 Farelo de Glúten 60 Glutenose (Cargill)

2 Selecta SPC 60 (Sementes Selecta S/A)

3 AP-920 (APC - American Protein Corporation)

4 Farinha de Vísceras (Abatedouro São Salvador Ltda)

Page 70: Bruno Duarte Alves Fortes

50

dez aves na fase pré-inicial e seis aves na fase inicial por parcela. As aves

utilizadas nas referidas fases não foram as mesmas, com o intuito de eliminar um

possível efeito residual que possa haver de um período para o outro.

Os animais foram uniformizados pelo peso no início do experimento e

alojados em gaiolas individuais de aço galvanizado, providas de comedouros e

bebedouros tipo calha, além de bandejas metálicas coletoras, revestidas com

plástico para facilitar as coletas de excretas.

O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado com nove

tratamentos e cinco repetições, totalizando 45 parcelas experimentais. Os

tratamentos consistiram em uma dieta referência (Tabela 1) formulada para

atender às exigências nutricionais das aves nas fases iniciais, de acordo com

ROSTAGNO et al. (2011), e oito dietas testes, compostas por 60% de dieta de

referência e 40% dos ingredientes teste.

TABELA 1- Composição e valores nutricionais das dietas referências Ingredientes Pré-inicial (%) Inicial (%)

Milho 53,40 55,90 Farelo de Soja, 44% 39,82 36,89 Óleo de Soja 2,42 3,31 Fosfato Bicálcico 1,90 1,55 Calcário 0,79 0,84 Sal comum 0,51 0,48 Suplemento vit-mineral

1 0,40 0,40

DL-metionina (99%) 0,36 0,31 L-lisina (78%) 0,28 0,23 L-treonina (99%) 0,11 0,08 Inerte

2 0,01 0,01

Total 100,00 100,00 Composição nutricional calculada

Energia metabolizável (kcal/kg) 2.960 3.050 Proteína bruta (%) 22,40 21,20 Lisina digestível (%) 1,324 1,217 Metionina + Cistina digestível (%) 0,953 0,876 Treonina digestível (%) 0,861 0,791 Cálcio (%) 0,920 0,841 Fósforo disponível (%) 0,470 0,401 Sódio 0,220 0,210 1Níveis de garantia por kg do produto: ácido fólico (mín) 200 mg, ácido pantotênico (mín) 3.120

mg, biotina (mín) 10 mg, clorohidroxiquinolina (mín) 7.500 mg, cobre (mín) 1.997 mg, colina (mín) 78,10 g, ferro (mín) 11,25 g, iodo (mín) 187,47 mg, manganês (mín) 18,74 g, monensina (mín) 25 g, niacina (mín) 8.400 mg, selênio (mín) 75 mg, vitamina A (mín) 1.680.000 UI, vitamina B1 (mín) 436,50 mg, vitamina B12 (mín) 2.400 mcg, vitamina B2 (mín) 1.200 mg, vitamina B6 (mín) 624 mg, vitamina D3 (mín) 400.000 UI, vitamina E (mín) 3.500 UI, vitamina K3 (mín) 360 mg, zinco (mín) 17,50 g. 2Caulim

Page 71: Bruno Duarte Alves Fortes

51

Os tratamentos experimentais foram: T1 - Dieta referência; T2 - Dieta

referência com adição de 40% de glúten de milho; T3 - Dieta referência com

adição de 40% de glúten de milho e complexo enzimático; T4 - Dieta referência

com adição de 40% de concentrado proteico de soja; T5 - Dieta referência com

adição de 40% de concentrado proteico de soja e complexo enzimático; T6 - Dieta

referência com adição de 40% de farinha de vísceras; T7 - Dieta referência com

adição de 40% de farinha de vísceras e complexo enzimático; T8 - Dieta

referência com adição de 40% de plasma sanguíneo; T9 - Dieta referência com

adição de 40% de plasma sanguíneo e complexo enzimático.

As rações experimentais foram formuladas utilizando-se o programa

computacional SuperCrac 5.7 Master, fabricadas e fornecidas à vontade. A

suplementação enzimática consistiu da combinação das seguintes enzimas:

Axtra® contendo 2000 U xilanase/kg, 200 U amilase/kg, e 4000 U protease/kg. A

inclusão adotada nas dietas foi de 100g/t, de acordo com o fabricante.

As rações experimentais foram pesadas no início do ensaio metabólico

e as sobras descontadas ao final para quantificação do consumo de alimento por

ave, referente ao período de coleta de excretas. Utilizou-se quatro dias para

adaptação à gaiola e quatro dias para a coleta total de excretas.

As excretas foram coletadas duas vezes ao dia, após a colheita de

cada parcela (gaiola), as excretas foram acondicionadas em sacos plásticos

previamente identificados e armazenados em freezer à temperatura de - 5°C até o

período final do experimento. Ao final das coletas, as amostras foram

descongeladas, pesadas e homogeneizadas e delas retiradas amostras de 400

gramas, as quais foram encaminhadas ao Laboratório de Nutrição Animal da

Escola de Veterinária e Zootecnia-UFG, para processamento e análise dos teores

de matéria seca (MS), nitrogênio (N), extrato etéreo (EE) e energia bruta (EB)

(AOAC, 2005).

Estas amostras sofreram uma pré-secagem em, estufa de ventilação

forçada (55°C), durante o período de 72 horas. Posteriormente, foram pesadas e

moídas em moinho “tipo faca”, com peneiras de 0,5mm. Paralelamente, alíquotas

homogêneas de cada ração foram coletadas, moídas e armazenadas até a

realização das mesmas análises químicas propostas para as excretas.

Page 72: Bruno Duarte Alves Fortes

52

Foram determinados a energia metabolizável aparente corrigida para

nitrogênio (EMAn) e os coeficientes de metabolizabilidade aparente da MS, do EE

e da PB das rações experimentais. A EMAn foi calculada utilizando a equação

descrita por SAKOMURA & ROSTAGNO (2007). Para os cálculos dos

coeficientes de metabolizabilidade aparente dos nutrientes (MS, PB e EE) utilizou-

se a equação: CMA nutriente = [ (g de nutriente ingerido (em MS) – g de nutriente

excretado (em MS))/ g de nutriente ingerido (em MS)] x 100.

Os dados foram submetidos à análise de variância e à comparação de

médias, utilizando-se o teste SNK (Student-Newman-Keuls), ao nível de 5% de

significância, do programa estatístico SISVAR, descrito por FERREIRA (2011).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

As médias dos coeficientes de metabolizabilidade aparente da matéria

seca (MS), da proteína bruta (PB), do extrato etéreo (EE) e a energia

metabolizável aparente corrigida para o balanço de nitrogênio (EMAn) das rações

pré-inicial e inicial encontram-se nas Tabelas 2 e 3.

Na fase pré-inicial (Tabela 2) observou-se diferença na digestibilidade

aparente da MS para o concentrado proteico de soja, sendo que a dieta

suplementada com o complexo enzimático apresentou maior digestibilidade

(P<0,05). Porém, para os demais ingredientes, a adição da enzima não

influenciou nos seus coeficientes.

A suplementação enzimática em dietas com concentrado proteico de

soja e plasma sanguíneo promoveu melhores resultados de CMAPB, porém, as

dietas com glúten de milho 60% e farinha de vísceras não diferiram

estatisticamente com a adição de xilanase, amilase e protease.

O coeficiente de metabolizabilidade do extrato etéreo não foi afetado

pela adição do composto enzimático para nenhum dos ingredientes avaliados.

Entretanto, a energia metabolizável aparente corrigida para balanço de nitrogênio

das dietas compostas por plasma sanguíneo apresentaram diferença estatística,

sendo que a dieta contemplada pela adição de xilanase, amilase e protease

obteve maior índice, quando comparada ao tratamento isento de suplementação.

Page 73: Bruno Duarte Alves Fortes

53

TABELA 2- Coeficientes de metabolizabilidade aparente da matéria seca

(CMAMS), da proteína bruta (CMAPB), do extrato etéreo (CMAEE) e

energia metabolizável aparente corrigida para balanço de nitrogênio

(EMAn, na matéria seca) de diferentes fontes proteicas associadas

ou não com complexo enzimático, para frangos de corte de 4 a 7 dias

de idade

Ingredientes Complexo Enzimático

CMAMS (%)

CMAPB (%)

CMAEE (%)

EMAn (kcal/kg)

GM Sem 68,89 38,96 83,73 3700

Com 69,18 39,03 84,05 3772

CPS Sem 61,76

a 38,64

a 85,41 3868

Com 67,14b 47,05

b 86,25 4063

OS Sem 62,30 44,95

a 74,96 2978

a

Com 63,78 54,42b 77,68 3382

b

FV Sem 68,51 52,55 90,08 4060

Com 68,72 53,75 91,53 4077

Coeficiente de Variação (%) 5,43 12,78 4,61 5,91

Probabilidade 0,001 0,001 0,596 0,014

GM = Glúten de Milho 60%. CPS = Concentrado Proteico de Soja. PS = Plasma Sanguíneo. FV = Farinha de Vísceras. a,b

Médias seguidas de mesmas letras minúscula, na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de SNK, 5% de significância.

A capacidade digestiva das aves, na primeira semana, tem sido alvo de

estudos por pesquisadores, pois, nesta fase, a ave se desenvolve rapidamente e

suas exigências nutricionais dependem diretamente de sua capacidade digestiva.

Aliado a este fator, a atividade enzimática é limitada, o que contribui para a

redução dos processos digestórios (NIR et al., 1993). Portanto, as melhorias na

digestibilidade dos nutrientes nessa fase tornam-se essenciais para o

desenvolvimento do animal.

O CMAMS reflete a digestibilidade dos nutrientes, e o aumento na

digestibilidade da MS indica maior absorção dos nutrientes das dietas. SANTOS

et al. (2008) constataram que o aumento do CMAMS, com a suplementação de

fitase em diferentes níveis, é explicado pela melhora na digestibilidade de

nutrientes, como proteína bruta e minerais, e no aproveitamento da energia,

proporcionados pelas suplementações de enzimas nas dietas. Entretanto, neste

ensaio, a melhora com a suplementação enzimática, na digestibilidade de

proteínas e minerais, não se refletiu no CMAMS da maioria dos ingredientes

analisados.

Page 74: Bruno Duarte Alves Fortes

54

A suplementação enzimática melhorou significativamente o CMAPB em

relação às dietas não suplementadas, exceto para o tratamento que continha

glúten de milho e farinha vísceras, na fase pré-inicial. Esta melhora nos resultados

ocasionada pela adição das enzimas, pode ser atribuída ao efeito complementar

das enzimas (xilanase, protease e amilase), o que indica que a suplementação,

com enzimas exógenas, melhora a digestibilidade das proteínas.

Nota-se que a digestibilidade média aparente da proteína, na fase pré-

inicial, foi baixo, em torno de 48,25%. Isto pode ser atribuído ao desequilíbrio

nutricional das dietas, já que as dietas dos tratamentos foram compostas por 60%

de uma dieta referência e 40% pelos ingredientes teste. O consumo de dietas

com conteúdo de aminoácidos desproporcionais às reais necessidades

metabólicas dos animais monogástricos leva a alterações fisiológicas com efeitos

metabólicos, que prejudicam a digestibilidade dos nutrientes contidos na dieta.

Todos os aminoácidos, que são ingeridos além da proporção da sua

exigência, são catabolizados, sendo o esqueleto carbônico utilizado como fonte

de energia e não para a deposição proteica. Além disso, há um gasto energético

maior para eliminação deste excesso de nitrogênio (BERTECHINI, 2012). A baixa

produção enzimática, atrelada ao desequilíbrio de aminoácidos, pode ter

contribuído para redução da digestibilidade da proteína, uma vez que, nessa fase,

o aporte de aminoácidos é essencial, principalmente, devido seu rápido

crescimento.

O benefício do aumento da digestibilidade da proteína, promovida pela

suplementação enzimática, está relacionado mais à redução da produção de

aminoácidos endógenos, do que à melhor digestão dos aminoácidos da dieta

(BEDFORD, 2000). No entanto, tal benefício é maior em poupar o gasto

energético, pois a ave gasta menos energia para realizar processos de digestão,

o que resulta em mais energia disponível para processos produtivos.

Alguns autores relatam que a digestibilidade da proteína e dos

aminoácidos aumenta com a idade (TEN DOESCHATE et al., 1993; NOY &

SKLAN, 1995; BATAL & PARSONS 2002), fato este que pode ser comprovado

neste estudo, pois o CMAPB, na fase pré-inicial, foi menor que o CMAPB na fase

inicial.

Page 75: Bruno Duarte Alves Fortes

55

NOY & SKLAN (1995) observaram aumento na digestibilidade ileal do

nitrogênio de 78%, aos quatro dias, para aproximadamente 90%, aos 21 dias de

vida, de frangos de corte alimentados com rações à base de milho e de farelo de

soja. Estes autores concluíram que a atividade proteolítica no intestino pode não

ser suficiente após a eclosão para a máxima hidrolise das proteínas exógenas e

endógenas.

Na fase pré-inicial, os valores de EMAn para o glúten de milho 60%

foram semelhantes aos descritos por BRUMANO (2005), LONGO et al. (2005) e

NUNES et al. (2005). Entretanto, o concentrado proteico de soja apresentou

valores inferiores àqueles obtidos por ROSTAGNO et al. (2011) e superiores aos

da literatura estrangeira consultada (BLAS et al., 2003).

A farinha de vísceras de aves apresentou valores de EMAn inferiores

aos descritos por ROSTAGNO et al. (2011) e superior ao descrito por BRUMANO

(2005) e EYNG et al. (2010). Para os valores de energia metabolizável aparente

corrigida pelo balanço de nitrogênio para o plasma sanguíneo foram semelhantes

aos descritos por LONGO et al. (2005) e inferiores aos relatados por BRUMANO

(2005) e ROSTAGNO et al. (2011).

Essas diferenças encontradas entre valores de EMAn, calculados no

estudo e na literatura, estão relacionadas principalmente à imaturidade do sistema

digestório, promovendo modificações na capacidade digestiva e absortiva do

animal, elucidando que as características metabólicas existentes em cada fase de

desenvolvimento podem afetar o valor energético dos alimentos e,

consequentemente, alterar o valor de energia metabolizável fornecido na dieta.

NOY & SKLAN (1995) relataram que, nesta fase, não existe efeito do

nível de energia nas medidas de desempenho dos pintos, em razão da

imaturidade do seu trato digestório e o consumo de ração neste período, o que

pode estar relacionado à capacidade de digestão da dieta, de modo que este

consumo não exceda a capacidade digestiva.

Segundo ROSTAGNO et al. (2011), após inúmeras pesquisas

realizadas para avaliar a influência da idade da ave nos valores energéticos dos

alimentos permitiram concluir que, galinhas ou aves adultas, em geral, obtém

maiores valores de EM de alimentos de origem vegetal em relação aos valores

com frangos de corte, fato este comprovado neste estudo.

Page 76: Bruno Duarte Alves Fortes

56

Em estudo realizado por DOURADO et al. (2009) com pintos de sete a

14 dias para avaliar a efetividade de um complexo enzimático (amilase, xilanase e

protease) e fitase em dietas compostas por milho seco, no campo, e seco

artificialmente, sobre a digestibilidade ileal dos nutrientes e desempenho de

frangos de corte, constataram melhoria na energia metabolizável aparente (EMA).

Esses autores atribuíram tal resultado em razão da liberação de nutrientes que

estavam aderidos a parede celular, pela ação da xilanase e consequentemente,

melhor aproveitamento dos componentes liberados em função da ação da fitase,

amilase e protease.

Na fase inicial (Tabela 3), a digestibilidade aparente da matéria seca,

da proteína bruta e o do extrato etéreo não foram influenciadas pela adição das

enzimas exógenas. Porém, assim como na fase pré-inicial, os valores obtidos

com a inclusão de xilanase, amilase e protease elevaram os níveis de EMAn da

ração, que continha plasma sanguíneo em sua composição.

TABELA 3- Coeficientes de metabolizabilidade aparente da matéria seca

(CMAMS), da proteína bruta (CMAPB), do extrato etéreo (CMAEE) e

energia metabolizável aparente corrigida para balanço de nitrogênio

(EMAn, na matéria seca) de diferentes fontes proteicas associadas

ou não com complexo enzimático, para frangos de corte de 18 a 21

dias de idade

Ingredientes Complexo Enzimático

CMAMS (%)

CMAPB (%)

CMAEE (%)

EMAn (kcal/kg)

GM Sem 66,56 65,75 80,72 3655

Com 67,40 66,97 83,17 3769

CPS Sem 60,23 59,83 79,76 3312

Com 60,21 60,24 83,84 3450

OS Sem 64,17 63,78 79,09 3330ª

Com 65,32 64,15 79,92 3727b

FV Sem 64,09 63,68 85,48 3882

Com 65,75 65,22 85,57 3934

Coeficiente de Variação (%) 3,19 3,55 5,18 3,18

Probabilidade 0,261 0,366 0,356 0,001

GM = Glúten de Milho 60%. CPS = Concentrado Proteico de Soja. PS = Plasma Sanguíneo. FV = Farinha de Vísceras. a,b

Médias seguidas de mesmas letras minúscula, na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de SNK, 5% de significância.

Page 77: Bruno Duarte Alves Fortes

57

Não foi detectada diferença na metabolizabilidade aparente da MS, da

PB e do EE entre as rações avaliadas na fase inicial (do 18º ao 21º dia de idade).

É importante ressaltar que o complexo enzimático avaliado não possuía nenhuma

lipase em sua composição o que poderia influenciar nos dados de energia

metabolizável. Porém, apesar de não ter sido detectado nenhuma diferença

estatística nos níveis de EMAn (exceto para o plasma sanguíneo) para todos os

alimentos testados com a inclusão de enzima, os níveis de EMAn (Tabelas 2 e 3)

foram maiores, o que elucida a utilidade das carboidrases (xilanase e amilase)

presentes no referido complexo.

Os valores de EMAn são utilizados diretamente na formulação de

rações para aves. Observando a média dos valores de EMAn dos alimentos

estudados, verificou-se pequena variação, principalmente para as aves de um a

sete dias de idade, quando comparados com as Tabelas do NRC (1994), BLAS et

al. (2003) e ROSTAGNO et al. (2011). Tal diferença já era esperada, pois a

literatura se refere a ingredientes avaliados com aves em outras fases de criação.

De acordo OLUKOSI et al. (2007), pintos de corte apresentam trato

digestório imaturo com menor produção de enzimas endógenas e pior

digestibilidade dos nutrientes da ração, nos primeiros dias de vida. Os mesmos

autores encontraram melhora no desempenho e na digestibilidade de nutrientes

com combinação enzimática de fitase e complexo amilase, xilanase e protease, em

dietas de frangos corte, aos 21 dias de idade.

A utilização de xilanase em dietas avícolas pode resultar em efeitos

benéficos, pois promove mudanças na composição da parede celular, por meio da

hidrólise das arabinoxilanas estruturais que encapsularam os nutrientes e, dessa

forma, estes nutrientes poderiam ser utilizados de uma melhor forma pelos

animais (SHEPPY, 2001; GRACIA et al., 2003; YU & CHUNG, 2004; LIMA, 2005;

OLUKOSI et al., 2007; HRUBY & PIERSON, 2009).

COWIESON (2005) elucidou que o efeito da xilanase pode ser notado

de forma mais clara, quando esta é associada com outras enzimas exógenas

como, por exemplo: protease, amilases ou fitase.

Os valores EMAn do plasma sanguíneo obtido para aves, aos 21 dias

de idade, foram diferentes dos citados por BRUMANO (2005). Uma possível

explicação para as variações observadas nos valores do plasma encontrados

Page 78: Bruno Duarte Alves Fortes

58

entre as duas idades avaliadas é que esse alimento contém alto teor de proteína

bruta e é constituído de partículas muito finas, o que pode causar irritação nas

mucosas das aves. As aves mais velhas eliminam, de forma mais eficiente, o

excesso de proteína e são menos susceptíveis a esta irritação, aproveitando

melhor a energia desses alimentos (BRUMANO, 2005).

Altos níveis de farinhas de origem animal em dietas avícolas podem

causar efeitos adversos na estimativa dos valores de energia metabolizável, e

estes são atribuídos à possível interação entre cálcio, ácidos graxos e proteína. A

baixa digestibilidade da proteína seria causada pela presença de altas

quantidades de minerais, bem como pelo desequilíbrio de aminoácidos e redução

de consumo, em razão da baixa palatabilidade. O alto nível de cálcio (com

maiores níveis de inclusão) pode interferir na absorção de gorduras,

especialmente para os ácidos graxos insaturados (PESTI et al., 1986;

MARTOSISWOYO & JENSEN, 1988; PAULA et al., 2002; NASCIMENTO et al.,

2005).

O balanço de nitrogênio (BN) pode ser positivo ou negativo, quando

este índice é positivo, os valores de energia metabolizável aparente são

superiores aos valores de energia metabolizável aparente corrigida para o

balanço de nitrogênio, o que indica retenção de nitrogênio e, consequentemente,

deposição proteica. Porém, quando o BN é negativo, os valores de EMA são

inferiores aos valores de EMAn, indicando degradação proteica.

De acordo com NUNES et al. (2005), quando os valores de energia

metabolizável são determinados pelo método tradicional de coleta com pintos é

normal que ocorra maior retenção de nitrogênio, pois os animais estão em

crescimento e necessitam desse nitrogênio para deposição de tecido proteico. A

adição xilanase, amilase e protease foi significativa para a EMAn somente para o

plasma sanguíneo em ambas as fases.

A determinação da EMAn dos ingredientes avaliados visa uma

formulação mais precisa e adequada para as fases iniciais de criação das aves,

pois de acordo com NIR et al. (1993), os valores de EMAn de alimentos

encontrados em tabelas de literatura estão acima dos valores corretos para

pintos, na primeira semana.

Page 79: Bruno Duarte Alves Fortes

59

O aproveitamento energético das aves em diferentes idades pode ser

variável de acordo com a forma que os alimentos são processados pelas enzimas

digestivas, nas distintas fases da vida do animal. Fato este que pode ser

justificado em função das diferenças do trato digestório e necessidades de

animais jovens em relação a animais adultos, e com isso, a utilização de enzimas

exógenas adicionadas às rações avícolas, também pode ser diferenciada.

4 CONCLUSÃO

Com base nos dados acerca das diversas fases de criação, pode-se

concluir que o uso do complexo enzimático, na fase pré-inicial, foi efetivo em

melhorar o CDAMS para o concentrado proteico de soja, aos 7 dias de idade; o

CDAPB para o concentrado proteico de soja e o plasma sanguíneo, no período

pré-inicial de criação, e a EMAn do plasma sanguíneo em ambas as fases

avaliadas.

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63

CAPÍTULO 4 – DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE ALIMENTADOS COM DIFERENTES FONTES DE PROTEÍNA ASSOCIADAS À SUPLEMENTAÇÃO ENZIMÁTICA

RESUMO

Um experimento foi realizado com intuito de avaliar a inclusão de xilanase, amilase e protease em dietas de frangos formuladas com diferentes ingredientes proteicos por meio do desempenho das aves. Foram utilizados no ensaio 1440 pintos machos de um dia da linhagem Cobb 500® distribuídos aleatoriamente em 48 boxes dentro de um galpão comercial de frangos de corte. Cada boxe continha bebedouro tipo nipple e comedouro tubular. Utilizou-se delineamento experimental inteiramente casualizado, com oito tratamentos e seis repetições, sendo 30 aves por parcela. Os tratamentos utilizados foram: T1- dieta basal com 6% de glúten de milho 60%; T2- dieta basal com 6% de glúten de milho 60% e adição do complexo enzimático; T3- dieta basal com 6% de concentrado proteico de soja; T4- dieta basal com 6% de concentrado proteico de soja e adição do complexo enzimático; T5- dieta basal com 6% de farinha de vísceras; T6- dieta basal com 6% de farinha de vísceras e adição do complexo enzimático; T7- dieta basal com 5% de plasma sanguíneo; T8- dieta basal com 5% de plasma sanguíneo e adição do complexo enzimático. Não foram observadas diferenças sobre consumo de ração no período total (1 a 42 dias) de criação para os diferentes tratamentos. Contudo, o ganho de peso, conversão alimentar e peso médio das aves foram afetados no referido período, sendo que os tratamentos com fontes proteicas de origem vegetal, suplementados com enzimas, apresentaram redução média nos valores de conversão alimentar e aumento no peso médio, respectivamente de: 6,24 e 4,87% para o glúten de milho e 6,66 e 4,52% para o concentrado proteico de soja. As dietas com fontes proteicas de origem animal, a inclusão do complexo enzimático composto por xilanase, amilase e protease promoveu redução média nos valores de conversão alimentar e aumento no peso médio, respectivamente de: 5,88 e 4,57% para o plasma sanguíneo e 7,14 e 6,34% para a farinha de vísceras. Conclui-se que a adição do complexo enzimático foi eficiente em melhorar os valores médios do ganho de peso, conversão alimentar e peso médio no período de 1 a 42 dias de idade. Palavras chave: concentrado proteico de soja, enzimas, farinha de vísceras, glúten de milho 60%, plasma sanguíneo

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64

CHAPTER 4 – BROILER PERFORMANCE FED CONTAINING DIFFERENT PROTEIN SOURCES ASSOCIATED WITH ENZYMATIC SUPPLEMENTATION

ABSTRACT

An experiment was proposed to evaluate broiler performance using xylanase, amylase and protease in diets formulated with different protein ingredients. A total of 1440 male day-old chicks Cobb 500® were randomly assigned to 48 cages located in a commercial broiler house. Each cage contained nipple drinker and tubular feeder. The experimental design used was a completely randomized design with eight treatments and six replicates with 30 birds per cage. Treatments were: T1- basal diet with 6% corn gluten meal (60%); T2- basal diet with 6% corn gluten meal (60%) and enzymatic complex; T3- basal diet with 6% soybean protein concentrate; T4- basal diet with 6% soybean protein concentrate and the enzymatic complex; T5- basal diet with 6% viscera meal; T6- basal diet with 6% viscera meal and the enzymatic complex; T7- basal diet with 5% bovine dried plasma; T8- basal diet with 5% bovine dried plasma and the enzymatic complex. Among treatments, no differences in feed intake were observed throughout the overall experiment (1-42 days). However, weight gain, feed conversion and average weight of the birds were affected in the treatments with vegetable protein sources supplemented with enzymes. Those treatments showed an average reduction in the values of feed conversion and increase in average weight: 6.24 and 4.87% for diets containing corn gluten meal (60%) and 6.66 and 4.52% for diets containing soybean protein concentrate, respectively. As per diets containing protein sources of animal origin the inclusion of enzymatic complex (xylanase, amylase and protease) promoted reduction in average values of feed conversion and increase in average weight: 5.88 and 4.57% for diets containing bovine dried plasma and 7.14 and 6.34% for diets containing viscera meal, respectively. It is concluded that the inclusion of enzymatic complex was effective while improving the average values for weight gain, feed conversion and average weight during 1-42 days of age. Keywords: bovine dried plasma, corn gluten meal 60%, enzymes, soybean protein

concentrade, viscera meal

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65

1 INTRODUÇÃO

A evolução da cadeia produtiva de frangos de corte no Brasil sucedeu-

se em consequência do melhoramento genético e dos avanços na área de

nutrição, sanidade e manejo das aves. Em decorrência destas evoluções, foi

possível alcançar melhores índices de produtividade e considerável redução dos

custos de produção.

Em consonância a esta evolução, a suplementação enzimática para

frangos de corte tem sido viável para os produtores em função das respostas

positivas na digestibilidade dos alimentos e no desempenho das aves,

influenciando diretamente a eficiência produtiva.

Atualmente, as suplementações de proteases nas dietas são feitas

raramente de forma isolada e são comumente encontradas fazendo parte de

complexos enzimáticos ou blends, envolvendo xilanases, glucanases, amilases e

fitases. A eficácia desses blends com esta enzima está diretamente ligada a

digestibilidade da dieta em que elas são adicionadas (COWIESON & BEDFORD,

2009; COWIESON, 2010).

As recomendações para inclusão de proteases nas rações de frangos

baseiam-se na melhora do desempenho e rendimento de carcaça, sendo seus

efeitos mais pronunciados, quando as dietas são formuladas com baixos níveis

de aminoácidos essenciais ou de proteína total, de forma a minimizar as

excreções de nitrogênio. É importante salientar, que para uma protease ser

eficiente é necessário que sua atividade biológica resista aos rigores de

fabricação, à estocagem da ração e ao baixo pH (WANG et al., 2006).

Segundo CANCHERINI et al. (2005), a proteína é um dos

componentes mais caros da dieta de frangos e pode afetar o desempenho, além

dos custos do produto final. Com a suplementação de proteases exógenas,

nestas dietas, ocorrerá melhor digestibilidade com a liberação de peptídeos e

aminoácidos, o que possibilitará redução nos níveis de inclusão desses

nutrientes e diminuição da excreção de nitrogênio (WANG et al., 2006).

De acordo com LEMME et al. (2004), consideráveis quantidades de

aminoácidos e proteína passam pelo trato digestório das aves sem serem

aproveitados e completamente digeridos. Com isso, a inclusão de enzimas

Page 86: Bruno Duarte Alves Fortes

66

exógenas, como as proteases, poderiam incrementar a disponibilidade desses

nutrientes para serem utilizados para mantença e crescimento dos animais,

contribuindo com a energia metabolizável aparente (EMA) das rações e,

consequentemente, melhorando o desempenho e/ou diminuindo o custo de

alimentação.

Algumas fontes proteicas, como glúten de milho (GM), concentrado

proteico de soja (CPS), plasma sanguíneo (PS) e farinha de vísceras (FV), em

função de suas características, poderiam ser utilizadas nas diversas fases de

criação dos animais, em busca de uma maior digestibilidade da dieta, bem como

de propriedades nutricionais que podem, de certa forma, contribuir com o

desenvolvimento das aves.

Em função das evidências de importância da qualidade da proteína na

dieta para o desenvolvimento total dos animais e como as enzimas podem

influenciar os resultados de desempenho das aves, justifica-se o estudo dos

efeitos de diferentes fontes proteicas associadas a suplementação de enzimas

exógenas em dietas avícolas. O presente trabalho foi conduzido com o intuito de

avaliar o efeito da adição de um complexo enzimático por meio do desempenho

de frangos de corte.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O presente experimento foi conduzido no Aviário Escola do Setor de

Avicultura da Escola de Veterinária e Zootecnia-UFG, foram avaliados quatro

ingredientes alternativos como fontes de proteína: farelo de glúten de milho1 (GM),

concentrado proteico de soja2 (CPS), plasma sanguíneo3 (PS), e farinha de

vísceras4 (FV). Todos os procedimentos realizados durante o experimento foram

aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade Federal

de Goiás (protocolo nº 066/12).

____________________________________ 1 Farelo de Glúten 60 Glutenose (Cargill)

2 Selecta SPC 60 (Sementes Selecta S/A)

3 AP-920 (APC - American Protein Corporation)

4 Farinha de Vísceras (Abatedouro São Salvador Ltda)

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67

No total, 1440 frangos de corte machos da linhagem Cobb-500® foram

utilizados no experimento que teve duração de 42 dias. Os pintos foram

adquiridos de incubatório comercial, devidamente vacinados contra a doença de

Marek e Gumboro, com um e 17 dias de idade, respectivamente. As aves foram

criados em galpão comercial, equipado com 48 boxes experimentais de PVC 1,80

x 1,60m cada (2,88m2), com 30 aves por parcela. Cada boxe continha bebedouro

tipo nipple e comedouro tubular infantil até o sétimo dia de idade e adulto, a partir

deste momento.

O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizado

(DIC), com oito tratamentos e seis repetições, totalizando 48 parcelas

experimentais. Os tratamentos experimentais foram:

- T1- Dieta com 6% de glúten de milho 60%;

- T2- Dieta com 6% de glúten de milho 60% e adição do complexo enzimático;

- T3- Dieta com 6% de concentrado proteico de soja;

- T4- Dieta com 6% de concentrado proteico de soja e adição do complexo

enzimático;

- T5- Dieta com 6% de farinha de vísceras;

- T6- Dieta com 6% de farinha de vísceras e adição do complexo enzimático;

- T7- Dieta com 5% de plasma sanguíneo;

- T8- Dieta com 5% de plasma sanguíneo e adição do complexo enzimático.

Durante a condução do ensaio foram avaliados os pesos das aves e o

consumo das rações fornecidas aos sete, 21, 35 e 42 dias de idade, sendo

anotados os pesos das aves mortas, mortalidade diária e calculados os índices

que indicaram o desempenho zootécnico das aves:

- Ganho de peso (GP): calculado pela diferença entre os pesos médios das aves

obtidos pelas pesagens em cada idade;

- Consumo de ração (CR): obtido pela diferença entre a quantidade de ração

oferecida no início e as sobras ao final de cada fase e considerando o número de

aves mortas no intervalo, como critério para correção dos valores de consumo;

- Conversão alimentar (CA): obtido pela relação entre o consumo de ração e o

ganho de peso, corrigida pelo peso total das aves mortas.

Os registros diários de temperatura interna do galpão foram obtidos

com a instalação de dois termômetros de máxima e mínima, colocados em

Page 88: Bruno Duarte Alves Fortes

68

diferentes partes da instalação, à altura das aves, cujas médias encontram-se na

Tabela 1.

TABELA 1- Médias, referentes aos valores de temperatura dentro do galpão

registrados no período experimental

Temperaturas em °C (médias)

Semanas Máxima Mínima

1° 34,10 30,41 2° 30,90 27,91 3° 28,39 25,56 4° 27,57 23,84 5° 25,63 24,24 6° 24,79 21,99

As rações experimentais foram formuladas utilizando-se o programa

computacional SuperCrac 5.7 Master, atendendo as exigências nutricionais das

aves, de acordo com cada fase de criação, seguindo as recomendações de

ROSTAGNO et al. (2011), sendo isoenergéticas e isonutritivas (Tabelas 2, 3, 4 e

5), fornecidas à vontade.

A suplementação enzimática consistiu da combinação das seguintes

enzimas: Axtra® contendo 2000 U xilanase/kg, 200 U amilase/kg, e 4000 U

protease/kg. A inclusão adotada nas dietas foi de 100g/t, de acordo com o

fabricante.

A composição, centesimal e nutricional, das dietas utilizadas foi obtida

das Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos (ROSTAGNO et al., 2011), assim

como a energia metabolizável (EM) e a proteína bruta (PB) dos aminoácidos

sintéticos utilizados.

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69

TABELA 2- Composição percentual e níveis nutricionais calculados das rações

experimentais na fase pré-inicial (1 a 7 dias)

Pré-inicial

Glúten de

milho

Concentrado proteico de

soja

Farinha de vísceras

Plasma sanguíneo

Ingredientes Sem CE

1 Com CE

1 Sem CE

1 Com CE

1 Sem CE

1 Com CE

1 Sem CE

1 Com CE

1

Milho 59,39 59,37 58,28 58,26 57,13 57,08 59,60 58,78 Farelo de soja, 45% 29,86 28,87 30,23 30,25 29,83 29,86 29,32 30,02 Far.Glúten, 60% 6,00 6,00 - - - - - - Conc.Prot.Soja, 60% - - 6,00 6,00 - - - - Far. Vísceras, 60% - - - - 6,00 6,00 - - Plasma Sang. 80% - - - - - - 5,00 5,00 Óleo de soja 0,09 0,10 0,96 0,97 3,54 3,55 1,68 1,83 Fosfato bicálcico 1,96 1,96 1,90 1,90 1,14 1,14 1,92 1,91 Calcário 0,83 0,83 0,82 0,82 0,68 0,68 0,83 0,83 Sal comum 0,51 0,51 0,51 0,51 0,43 0,43 0,46 0,46 Suplemento vit-mineral

2 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40

Dl-metionina (99%) 0,32 0,32 0,38 0,38 0,36 0,36 0,40 0,40 L-lisina (78%) 0,51 0,51 0,37 0,36 0,37 0,36 0,28 0,26 L-treonina (99%) 0,13 0,13 0,14 0,14 0,13 0,12 0,11 0,10 Axtra® - 0,01 - 0,01 - 0,01 - 0,01

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Composição nutricional calculada

Energia metabolizável (kcal/kg)

2.960 2.960 2.960 2.960 2.960 2.960 2.960 2.960

Proteína bruta (%) 22,40 22,40 22,40 22,40 22,40 22,40 22,40 22,40 Lisina digestível (%) 1,324 1,324 1,324 1,324 1,324 1,324 1,324 1,324 Metionina + Cistina digestível (%)

0,953 0,953 0,953 0,953 0,953 0,953 0,953 0,953

Treonina digestível (%) 0,861 0,861 0,861 0,861 0,861 0,861 0,861 0,861 Cálcio (%) 0,92 0,92 0,92 0,92 0,92 0,92 0,92 0,92 Fósforo disponível (%) 0,47 0,47 0,47 0,47 0,47 0,47 0,47 0,47 Sódio 0,22 0,22 0,22 0,22 0,22 0,22 0,22 0,22 1Complexo enzimático composto por: xilanase, amilase e protease.

2Níveis de garantia por kg do produto: ácido fólico (mín) 200 mg, ácido pantotênico (mín) 3.120

mg, biotina (mín) 10 mg, clorohidroxiquinolina (mín) 7.500 mg, cobre (mín) 1.997 mg, colina (mín) 78,10 g, ferro (mín) 11,25 g, iodo (mín) 187,47 mg, manganês (mín) 18,74 g, monensina (mín) 25 g, niacina (mín) 8.400 mg, selênio (mín) 75 mg, vitamina A (mín) 1.680.000 UI, vitamina B1 (mín) 436,50 mg, vitamina B12 (mín) 2.400 mcg, vitamina B2 (mín) 1.200 mg, vitamina B6 (mín) 624 mg, vitamina D3 (mín) 400.000 UI, vitamina E (mín) 3.500 UI, vitamina K3 (mín) 360 mg, zinco (mín) 17,50 g.

Page 90: Bruno Duarte Alves Fortes

70

TABELA 3- Composição percentual e níveis nutricionais calculados das rações

experimentais na fase inicial (8 a 21 dias)

Inicial

Glúten de

milho

Concentrado proteico de

soja

Farinha de vísceras

Plasma sanguíneo

Ingredientes Sem CE

1 Com CE

1 Sem CE

1 Com CE

1 Sem CE

1 Com CE

1 Sem CE

1 Com CE

1

Milho 60,91 60,89 59,98 59,96 59,02 58,99 60,25 59,68 Farelo de soja, 45% 28,59 28,60 28,91 28,92 28,57 28,58 29,55 30,03 Far.Glúten, 60% 5,00 5,00 - - - - - - Conc.Prot.Soja, 60% - - 5,00 5,00 - - - - Far. Vísceras, 60% - - - - 5,00 5,00 - - Plasma Sang. 80% - - - - - - 3,50 3,50 Óleo de soja 1,36 1,37 2,09 2,09 4,23 4,24 2,79 2,89 Fosfato bicálcico 1,59 1,59 1,55 1,55 0,92 0,92 1,56 1,56 Calcário 0,87 0,87 0,86 0,86 0,74 0,74 0,86 0,86 Sal comum 0,48 0,48 0,48 0,48 0,42 0,42 0,45 0,45 Suplemento vit-mineral

2 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40

Dl-metionina (99%) 0,27 0,27 0,32 0,32 0,31 0,31 0,34 0,33 L-lisina (78%) 0,43 0,43 0,30 0,30 0,30 0,30 0,23 0,22 L-treonina (99%) 0,09 0,09 0,10 0,10 0,09 0,09 0,07 0,07 Axtra® - 0,01 - 0,01 - 0,01 - 0,01

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Composição nutricional calculada

Energia metabolizável (kcal/kg)

3.050 3.050 3.050 3.050 3.050 3.050 3.050 3.050

Proteína bruta (%) 21,20 21,20 21,20 21,20 21,20 21,20 21,20 21,20 Lisina digestível (%) 1,217 1,217 1,217 1,217 1,217 1,217 1,217 1,217 Metionina + Cistina digestível (%)

0,876 0,876 0,876 0,876 0,876 0,876 0,876 0,876

Treonina digestível (%) 0,791 0,791 0,791 0,791 0,791 0,791 0,791 0,791 Cálcio (%) 0,841 0,841 0,841 0,841 0,841 0,841 0,841 0,841 Fósforo disponível (%) 0,401 0,401 0,401 0,401 0,401 0,401 0,401 0,401 Sódio 0,210 0,210 0,210 0,210 0,210 0,210 0,210 0,210 1Complexo enzimático composto por: xilanase, amilase e protease.

2Níveis de garantia por kg do produto: ácido fólico (mín) 200 mg, ácido pantotênico (mín) 3.120

mg, biotina (mín) 10 mg, clorohidroxiquinolina (mín) 7.500 mg, cobre (mín) 1.997 mg, colina (mín) 78,10 g, ferro (mín) 11,25 g, iodo (mín) 187,47 mg, manganês (mín) 18,74 g, monensina (mín) 25 g, niacina (mín) 8.400 mg, selênio (mín) 75 mg, vitamina A (mín) 1.680.000 UI, vitamina B1 (mín) 436,50 mg, vitamina B12 (mín) 2.400 mcg, vitamina B2 (mín) 1.200 mg, vitamina B6 (mín) 624 mg, vitamina D3 (mín) 400.000 UI, vitamina E (mín) 3.500 UI, vitamina K3 (mín) 360 mg, zinco (mín) 17,50 g.

Page 91: Bruno Duarte Alves Fortes

71

TABELA 4- Composição percentual e níveis nutricionais calculados das rações

experimentais na fase de crescimento (22 a 33 dias)

Crescimento

Glúten de

milho

Concentrado proteico de

soja

Farinha de vísceras

Plasma sanguíneo

Ingredientes Sem CE

1 Com CE

1 Sem CE

1 Com CE

1 Sem CE

1 Com CE

1 Sem CE

1 Com CE

1

Milho 63,98 63,96 63,05 63,03 62,09 62,06 63,32 62,75 Farelo de soja, 45% 24,91 24,92 25,24 25,24 24,90 24,91 25,88 26,36 Far.Glúten, 60% 5,00 5,00 - - - - - - Conc.Prot.Soja, 60% - - 5,00 5,00 - - - - Far. Vísceras, 60% - - - - 5,00 5,00 - - Plasma Sang. 80% - - - - - - 3,50 3,50 Óleo de soja 2,28 2,29 3,01 3,02 5,16 5,17 3,71 3,82 Fosfato bicálcico 1,36 1,36 1,32 1,32 0,69 0,69 1,33 1,33 Calcário 0,83 0,83 0,82 0,82 0,70 0,70 0,82 0,82 Sal comum 0,46 0,46 0,46 0,46 0,40 0,40 0,42 0,42 Suplemento vit-mineral

1 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40

Dl-metionina (99%) 0,25 0,25 0,30 0,30 0,29 0,29 0,32 0,32 L-lisina (78%) 0,43 0,43 0,30 0,30 0,31 0,30 0,23 0,22 L-treonina (99%) 0,09 0,09 0,10 0,10 0,08 0,08 0,07 0,06 Axtra® - 0,01 - 0,01 - 0,01 - 0,01

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Composição nutricional calculada

Energia metabolizável (kcal/kg)

3.150 3.150 3.150 3.150 3.150 3.150 3.150 3.150

Proteína bruta (%) 19,80 19,80 19,80 19,80 19,80 19,80 19,80 19,80 Lisina digestível (%) 1,131 1,131 1,131 1,131 1,131 1,131 1,131 1,131 Metionina + Cistina digestível (%)

0,826 0,826 0,826 0,826 0,826 0,826 0,826 0,826

Treonina digestível (%) 0,735 0,735 0,735 0,735 0,735 0,735 0,735 0,735 Cálcio (%) 0,758 0,758 0,758 0,758 0,758 0,758 0,758 0,758 Fósforo disponível (%) 0,354 0,354 0,354 0,354 0,354 0,354 0,354 0,354 Sódio 0,200 0,200 0,200 0,200 0,200 0,200 0,200 0,200 1Complexo enzimático composto por: xilanase, amilase e protease.

2Níveis de garantia por kg do produto: ácido fólico (mín) 162,50 mg, ácido pantotênico (mín) 2.600,07 mg,

clorohidroxiquinolina (mín) 7.500 mg, cobre (mín) 1.996,38 mg, colina (mín) 71,59 g, etoxiquin (mín) 750 mg, ferro (mín) 11,25 g, hidróxido de anizola butilado (mín) 250 mg, hidróxido de tolueno butilado (mín) 756 mg, iodo (mín) 187,47 mg, manganês (mín) 18,74 g, niacina (mín) 7.000,12 mg, salinomicina 16,50 g, selênio (mín) 75 mg, vitamina A (mín) 1.400.062 UI, vitamina B1 (mín) 388 mg, vitamina B12 (mín) 2.000,05 mcg, vitamina B2 (mín) 1.000,02 mg, vitamina B6 (mín) 520 mg, vitamina D3 (mín) 300.006,87 UI, vitamina E (mín) 2.500 UI, vitamina K3 (mín) 300 mg, zinco (mín) 17,50 g.

Page 92: Bruno Duarte Alves Fortes

72

TABELA 5- Composição percentual e níveis nutricionais calculados das rações

experimentais na fase final (34 a 42dias)

Final

Glúten de

milho

Concentrado proteico de

soja

Farinha de vísceras

Plasma sanguíneo

Ingredientes Sem CE

1 Com CE

1 Sem CE

1 Com CE

1 Sem CE

1 Com CE

1 Sem CE

1 Com CE

1

Milho 68,32 68,30 67,39 67,37 66,43 66,40 67,66 67,09 Farelo de soja, 45% 20,95 20,95 21,26 21,27 20,92 20,94 21,90 22,39 Far.Glúten, 60% 5,00 5,00 - - - - - - Conc.Prot.Soja, 60% - - 5,00 5,00 - - - - Far. Vísceras, 60% - - - - 5,00 5,00 - - Plasma Sang. 80% - - - - - - 3,50 3,50 Óleo de soja 2,21 2,22 2,94 2,95 5,09 5,10 3,64 3,74 Fosfato bicálcico 1,14 1,14 1,10 1,10 0,47 0,47 1,11 1,10 Calcário 0,75 0,75 0,75 0,75 0,63 0,63 0,75 0,75 Sal comum 0,44 0,44 0,45 0,45 0,38 0,38 0,41 0,41 Suplemento vit-mineral

1 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40 0,40

Dl-metionina (99%) 0,23 0,23 0,28 0,28 0,27 0,27 0,30 0,29 L-lisina (78%) 0,46 0,46 0,33 0,33 0,33 0,33 0,26 0,25 L-treonina (99%) 0,09 0,09 0,10 0,10 0,08 0,08 0,07 0,06 Axtra® - 0,01 - 0,01 - 0,01 - 0,01

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Composição nutricional calculada

Energia metabolizável (kcal/kg)

3.200 3.200 3.200 3.200 3.200 3.200 3.200 3.200

Proteína bruta (%) 18,40 18,40 18,40 18,40 18,40 18,40 18,40 18,40 Lisina digestível (%) 1,06 1,06 1,06 1,06 1,06 1,06 1,06 1,06 Metionina + Cistina digestível (%)

0,774 0,774 0,774 0,774 0,774 0,774 0,774 0,774

Treonina digestível (%) 0,689 0,689 0,689 0,689 0,689 0,689 0,689 0,689 Cálcio (%) 0,663 0,663 0,663 0,663 0,663 0,663 0,663 0,663 Fósforo disponível (%) 0,309 0,309 0,309 0,309 0,309 0,309 0,309 0,309 Sódio 0,195 0,195 0,195 0,195 0,195 0,195 0,195 0,195 1Complexo enzimático composto por: xilanase, amilase e protease.

2Níveis de garantia por kg do produto: ácido fólico (mín) 162,50 mg, ácido pantotênico (mín) 2.600,07 mg,

clorohidroxiquinolina (mín) 7.500 mg, cobre (mín) 1.996,38 mg, colina (mín) 71,59 g, etoxiquin (mín) 750 mg, ferro (mín) 11,25 g, hidróxido de anizola butilado (mín) 250 mg, hidróxido de tolueno butilado (mín) 756 mg, iodo (mín) 187,47 mg, manganês (mín) 18,74 g, niacina (mín) 7.000,12 mg, salinomicina 16,50 g, selênio (mín) 75 mg, vitamina A (mín) 1.400.062 UI, vitamina B1 (mín) 388 mg, vitamina B12 (mín) 2.000,05 mcg, vitamina B2 (mín) 1.000,02 mg, vitamina B6 (mín) 520 mg, vitamina D3 (mín) 300.006,87 UI, vitamina E (mín) 2.500 UI, vitamina K3 (mín) 300 mg, zinco (mín) 17,50 g.

As variáveis foram submetidas à análise de variância e à comparação

de médias, utilizando-se o teste SNK (Student-Newman-Keuls), ao nível de 5% de

significância, do programa estatístico Sistema de Analise de Variância para Dados

Balanceados (SISVAR, 5.3), descrito por FERREIRA (2011).

Page 93: Bruno Duarte Alves Fortes

73

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados de desempenho das fases de 1 a 7, 1 a 21, 1 a 35 e de 1

a 42 dias de idade das aves encontram-se nas Tabelas 6, 7, 8 e 9,

respectivamente.

TABELA 6- Desempenho (consumo de ração - CR, ganho de peso - GP e

conversão alimentar - CA) de frangos de corte de 1 a 7 dias de idade

submetidos a dietas suplementadas ou não com complexo enzimático

(CE)

Ingredientes Complexo Enzimático Características

1

CR, g/ave GP, g/ave CA, g/g

GM2 Sem 150 130 1,153

Com 147 130 1,125

CPS3 Sem 157 132 1,184

Com 155 132 1,180

PS4 Sem 162 141

b 1,147

Com 154 146a

1,053

FV5 Sem 157 140

b 1,122

Com 153 149a

1,030

Coeficiente de Variação (%) 8,29 3,08 8,83

Probabilidade 0,285 0,006 0,063 1Médias seguidas de diferentes letras minúsculas, na coluna, diferem estatísticamente pelo teste

SNK (p<0,05) 2GM= Glúten de Milho

3CPS= Concentrado Proteico de Soja

4PS= Plasma Sanguíneo

5FV= Farinha de Vísceras

O consumo de ração e a conversão alimentar dos frangos na fase pré-

inicial não foram afetados (p>0,05), pelos diferentes tratamentos avaliados. Porém

a adição do complexo enzimático, para os ingredientes proteicos de origem

animal, influenciou (p<0,05) o ganho de peso dos animais nesta fase de criação.

As respostas de desempenho acumulada, no período de 1 a 21 dias

(Tabela 7), não apresentaram diferenças entre os diversos tratamentos estudados

para o consumo de ração nesta fase. Porém, a inclusão enzimas influenciou

(p<0,05) a conversão alimentar e o ganho de peso, para os tratamentos que

continham ingredientes proteicos de origem vegetal.

Nota-se que os efeitos positivos encontrados na fase pré-inicial não

foram acumulativos (p>0,05), em relação ao ganho de peso nesta fase, para as

aves que receberam dietas com a inclusão de plasma sanguíneo. Para os demais

Page 94: Bruno Duarte Alves Fortes

74

ingredientes, a suplementação enzimática teve efeito benéfico (p<0,05) para o

ganho de peso no período de 1 a 21 dias.

TABELA 7- Desempenho (consumo de ração - CR, ganho de peso - GP e

conversão alimentar - CA) de frangos de corte de 1 a 21 dias de

idade submetidos a dietas suplementadas ou não com complexo

enzimático (CE)

Ingredientes Complexo Enzimático Características

1

CR, g/ave GP, g/ave CA, g/g

GM2 Sem 1295 832

b 1,560

a

Com 1277 875a

1,461b

CPS3 Sem 1319 837

b 1,577

a

Com 1307 887a

1,475b

PS4 Sem 1327 926 1,437

Com 1312 946 1,388

FV5 Sem 1305 959

b 1,362

Com 1290 998a

1,293

Coeficiente de Variação (%) 2,24 2,68 3,46

Probabilidade 0,081 0,001 0,001 1Médias seguidas de diferentes letras minúsculas, na coluna, diferem estatísticamente pelo teste

SNK (p<0,05) 2GM= Glúten de Milho

3CPS= Concentrado Proteico de Soja

4PS= Plasma Sanguíneo

5FV= Farinha de Vísceras

Vários resultados de pesquisas demonstram melhorias significativas

sobre o ganho de peso de frangos de corte, na fase inicial de criação, com a

suplementação de protease na ração (ODETALLAH et al., 2003; STRADA et al.,

2005; WANG et al., 2006; ANGEL et al., 2011). Porém, inúmeros fatores como:

tipo e qualidade do material processado, processamento (temperatura, pressão

e tempo de retenção), uso de antioxidantes visando manter a qualidade,

contaminação por microrganismos patógenos, presença de poliaminas em

grandes proporções, desequilíbrio de aminoácidos, entre outros, podem afetar o

desempenho de frangos de corte alimentados com ingredientes de origem

animal.

Uma das possíveis explicações para o efeito benéfico verificado

mediante a adição do complexo enzimático composto por xilanase, amilase e

protease, por meio do ganho de peso pode ter sido decorrente de um melhor

aproveitamento dos nutrientes, pois as xilanases promovem despolimerização

de arabinoxilanas em componentes de menor peso molecular (RAVINDRAN et

Page 95: Bruno Duarte Alves Fortes

75

al., 1999; OLUKOSI et al., 2007), facilitando, assim, o acesso de enzimas

endógenas e exógenas aos nutrientes ali encapsulados, aumentando,

consequentemente, a disponibilidade dos nutrientes para o crescimento dos

animais (YU & CHUNG, 2004; HRUBY & PIERSON, 2009).

Os resultados de desempenho para o período de 1 a 35 dias, estão

apresentados na Tabela 8. Assim, como nas duas primeiras fases de criação,

(pré-inicial e inicial) o consumo de ração também não foi afetado (p>0,05) pela

adição do complexo enzimático nas diversas dietas elaboradas.

TABELA 8- Desempenho (consumo de ração - CR, ganho de peso - GP e

conversão alimentar - CA) de frangos de corte de 1 a 35 dias de

idade submetidos a dietas suplementadas ou não com complexo

enzimático (CE)

Ingredientes Complexo Enzimático Características

1

CR, g/ave GP, g/ave CA, g/g

GM2 Sem 3694 2140

b 1,727

a

Com 3678 2243a

1,640b

CPS3 Sem 3840 2270

b 1,694

a

Com 3760

2363a

1,592b

PS4 Sem 3799 2344

b 1,621

a

Com 3780 2435a

1,553b

FV5 Sem 3737 2413

b 1,550

a

Com 3737

2529a

1,478b

Coeficiente de Variação (%) 2,25 2,48 2,92

Probabilidade 0,007 0,001 0,001 1Médias seguidas de diferentes letras minúsculas, na coluna, diferem estatísticamente pelo teste

SNK (p<0,05) 2GM= Glúten de Milho

3CPS= Concentrado Proteico de Soja

4PS= Plasma Sanguíneo

5FV= Farinha de Vísceras

Nota-se que em todos os tratamentos a presença do composto

enzimático promoveu maior ganho de peso e menor conversão alimentar,

indicando assim sua efetividade.

Na Tabela 9, encontram-se os valores de consumo de ração, ganho de

peso, conversão alimentar e peso médio, correspondendo ao período de 1 a 42

dias. Com a mesma tendência dos resultados anteriores, o consumo de ração não

foi afetado estatisticamente pelas enzimas, neste período de avaliação. Porém

para as demais características a adição do CE gerou índices significativamente

melhores durante o período total de criação.

Page 96: Bruno Duarte Alves Fortes

76

TABELA 9- Desempenho (consumo de ração - CR, ganho de peso - GP,

conversão alimentar - CA e peso médio - PM) de frangos de corte de

1 a 42 dias de idade submetidos a dietas suplementadas ou não com

complexo enzimático (CE)

Ingredientes Complexo Enzimático Características

1

CR, g/ave GP, g/ave CA, g/g PM, g/ave

GM2 Sem 5207 2905

b 1,795

a 2952

b

Com 5142 3056a

1,683b

3103a

CPS3 Sem 5254

3018

b 1,743

a 3065

b

Com 5145

3163a

1,627b

3210a

PS4 Sem 5313 3063

b 1,736

a 3110

b

Com 5246 3212a

1,634b

3259a

FV5 Sem 5204 3159

b 1,652

a 3206

b

Com 5175 3376a

1,534b

3423a

Coeficiente de Variação (%) 2,39 3,30 4,12 3,25

Probabilidade 0,068 0,001 0,001 0,001 1Médias seguidas de diferentes letras minúsculas, na coluna, diferem estatísticamente pelo teste

SNK (p<0,05) 2GM= Glúten de Milho

3CPS= Concentrado Proteico de Soja

4PS= Plasma Sanguíneo

5FV= Farinha de Vísceras

Observa-se que em todos os tratamentos estudados a presença do

composto enzimático promoveu maior ganho de peso e menor conversão

alimentar. Com relação ao peso médio das aves, aos 42 dias de idade, as dietas

que continham ingredientes proteicos de origem animal apresentaram os maiores

índices, sendo que os animais que foram alimentados com rações que continham

farinha de vísceras e inclusão do complexo enzimático obtiveram menor

conversão alimentar e maior peso médio ao final do experimento.

Dados semelhantes ao observados neste estudo, com a inclusão de

glúten de milho, em relação à conversão alimentar, foram encontrados por

LONGO et al. (2005) ao avaliar diferentes fontes de proteína na dieta pré-inicial

de frangos de corte.

Os dados de ganho de peso corroboram com os valores encontrados

por BABIDIS et al. (2002) com o intuito de avaliar a substituição da farinha de

carne e peixe pelo uso do glúten de milho em rações de frangos de corte por

meio do desempenho e características de carcaça das aves.

BELLAVER et al. (2005) ao compararem a inclusão de 3% de farinha

de vísceras em dietas à base de produtos de origem vegetal para frangos de

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77

corte, constataram que, aos 42 dias de idade, os animais alimentados com

farinhas de origem animal apresentaram menores pesos médios em

comparação as aves alimentadas com dietas à base de produtos de origem

vegetal, fato este que não ocorreu durante esta avaliação.

Todavia, resultados semelhantes foram encontrados por

CANCHERINI et al. (2005) no intervalo de 1 a 21 dias de idade, no qual as aves

consumindo dieta contendo farinha de vísceras na base proteína ideal

apresentaram ganho de peso significativamente superior (128 gramas a mais)

àquelas que receberam a dieta contendo farinha de sangue.

SILVA (2009), ao realizar estudos com objetivo de avaliar os efeitos

de diferentes níveis de inclusão de farinha de vísceras sobre o desempenho e

características de carcaça de frangos de corte, concluiu que o nível de 5,0% de

inclusão da farinha na dieta durante todo o período de criação possibilitou a

melhor conversão alimentar. Dados que confirmam os observados durante a

realização deste experimento. Porém ISIKA et al. (2006), utilizando níveis

menores de inclusão (1,5 e 3,0%) da farinha de vísceras na ração de frangos de

corte, não encontraram efeito dos níveis sobre o desempenho, rendimento de

carcaça e retenção de nutrientes (matéria seca, proteína bruta, extrato etéreo,

cálcio e fósforo).

A utilização de plasma sanguíneo tem sido preconizada como intuito

de auxiliar a imunidade intestinal dos animais em função de possuir elevado teor

de proteína, ser rico em aminoácidos essenciais e ter alta digestibilidade, fatos

estes que são essenciais para o desenvolvimento muscular da ave.

O efeito de diferentes níveis de farinha de sangue (0, 3, 4, 5 e 6%)

sobre o desempenho de frangos de corte de 1 a 28 e de 29 a 42 dias de idade

foi relatado por KHAWAJA et al. (2007). Os resultados mostram que dietas com

3% de plasma sanguíneo levaram a um ganho de peso melhor, menor consumo

de ração e melhor conversão alimentar comparada aos demais tratamentos

durante as duas fases experimentais.

CANCHERINI et al. (2005) avaliaram subprodutos de origem animal

na dieta de frangos de corte, entre eles o plasma sanguíneo, em dietas

formuladas com base em proteína bruta e proteína ideal para frangos de corte

de 1 a 42 dias de idade. Foram utilizados nas formulações valores de 6% de

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78

farinha de sangue de 1 a 21 e de 22 a 42 dias, respectivamente. As

características avaliadas foram ganho de peso, consumo de ração e conversão

alimentar.

De acordo com os autores, no período de 1 a 21 dias de idade as

dietas contendo farinha de sangue formuladas com base proteica promoveram

maior ganho de peso entre todos os tratamentos avaliados. Para o período de

22 a 42 dias, não foram observados efeitos entre os conceitos de formulação e

com o uso ou não de plasma sanguíneo. Portanto, pode-se inferir que os fatores

formulação da ração (proteína bruta ou ideal) e subprodutos atuam de forma

independente, e que a farinha de sangue atende adequadamente os

requerimentos nutricionais das aves.

4 CONCLUSÃO

A inclusão do complexo enzimático melhorou os valores médios do

ganho de peso, conversão alimentar e peso médio das aves foram melhores nos

tratamentos que continham a presença de xilanase, amilase e protease.

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81

CAPÍTULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a realização desse estudo foi possível concluir que a

substituição em 40% dos alimentos proteicos de origem animal nas rações

referências afetaram negativamente os coeficientes de metabolizabilidade dos

ingredientes, sendo assim, recomenda-se uma menor porcentagem de

substituição para avaliar essa característica. Portanto, novos estudos devem ser

realizados para verificar como estas enzimas atuam na metabolização dos

nutrientes dos ingredientes com diferentes níveis de substituição.

As informações geradas sobre o incremento na energia metabolizável

dos ingredientes, promovidas pela suplementação das enzimas, auxilia para

entender melhor o efeito da enzima sobre o substrato de cada ingrediente, de

forma que, a matriz nutricional dos ingredientes com enzimas possa ser melhor

estabelecida, de acordo com a idade do animal.

Os melhores coeficientes de digestibilidade e desempenho observados

neste estudo, indicam potencial participação de ingredientes proteicos alternativos

e da suplementação de enzimas nas rações para frangos de corte além de

possibilitar novas perspectivas para a biotecnologia enzimática com a produção

de enzimas a partir de substratos específicos para esses ingredientes. Da mesma

forma, que a inclusão de complexos enzimáticos podem auxiliar na redução de

excreção de nutrientes não aproveitados ao ambiente, corroborando com os

atuais conceitos produtivos que visam atendimento dos anseios dos

consumidores e o equilíbrio ambiental.

A inclusão de enzimas exógenas tem sido opção alternativa para o

uso de antibióticos, promovendo efeitos benéficos de desempenho e saúde dos

animais. Os resultados de desempenho observados neste estudo confirmam a

importância da suplementação de enzimas em rações e a melhoria no ganho de

peso e consumo de ração ocasionada pela inclusão do complexo enzimático.

É importante ressaltar que não objetivou-se com este estudo determinar

qual o melhor dos ingredientes testados para substituição parcial da fonte

proteica, farelo de soja, em rações de frangos de corte ou mesmo em qual dos

alimentos analisados o complexo enzimático possui melhor atuação. O propósito

foi gerar informações que possam contribuir na decisão do nutricionista no

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momento de incorporar fontes alternativas proteicas nas dietas de frangos de

corte, principalmente nas fases iniciais de criação.