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PROVÍNCIA PORTUGUESA DA SOCIEDADE SALESIANA EQUIPA PROVINCIAL DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL N.º 17 MAIO 2013 bússola > IR. FERNANDA LUZ, FMA Segundo notícia do final de abril parti- rá, neste mês de maio, uma expedição à descoberta do “7º continente”- uma enorme placa de detritos de plástico que flutua no Pacífico. É bom estarmos despertos para ques- tões ambientais mas não basta. É preciso começar por cuidar do coração da pes- soa. Só quem está em harmonia interior consegue construir interações equilibra- das à sua volta. Por isso, de olhar aten- to ao ambiente e ao “continente digital”, também denominado de “7º continente”, um/a salesiano/a considera as crianças, adolescentes e jovens como o seu “7º continente”. É através da educação integral, segun- do o carisma salesiano que conta com o protagonismo juvenil, que queremos co- laborar na construção de um mundo de harmonia e felicidade. Está também na tua mão e no teu co- ração, ajudar a construir relações equili- bradas entre as pessoas e com toda a criação. Com Maria, a nossa Auxiliadora, descobriremos o caminho da paz, da feli- cidade interior e de toda a ecologia. O 7.º CONTINENTE em dia os protagonistas (Continuação) Após o primeiro dia foi para a camarata pensativo, triste muito triste. Depois de algumas horas de insónia caiu num sono profundo e sonhou, sonhou com o antigo mundo onde compar tilhava a to- tal liberdade com os amigos da rua, felizes pelo seu regresso. Ali devia ficar pois fora e continuava a ser o “general de Carmag- nola”. Acordou sobressaltado e já não conseguiu pregar olho naquela incómoda noite, degla- diando-se entre dois sentimentos opostos: MIGUEL ENTRARA NO ORATÓRIO DISPOSTO A MUDAR DE VIDA. PROME- TERA AO APÓSTOLO DA JUVENTUDE QUE NÃO IA DESESTABILIZAR O AMBIENTE DE PAZ, ALEGRIA E SERENIDADE. SENTIA-SE, PORÉM, NUM MUNDO COMPLETAMENTE DIFERENTE Renascimento de um líder > PE. ABÍLIO NUNES, SDB ficar ou não ficar no Oratório, eis a questão. Estava deveras arrependido pela decisão tomada. Estreitara o espaço da sua liber- dade. Mas não era fácil voltar, sem ferir o verdadeiro pai e amigo. Os amigos do so- nho clamavam por ele mas Miguel lembra- va a alegria da mãe. Despediu-se do filho com as lágrimas nos olhos sonhando vê-lo a tomar um rumo certo na vida. Dom Bosco entra sem medo na vida de Miguel, propondo-lhe uma alternativa envolvendo-o em experiências possíveis e atraentes. De menino de rua, litigioso e violento, torna-o animador do recreio, con- solador dos companheiros aflitos, agente de paz e de reconciliação. Adaptado à vida do Oratório, Miguel decide tomar a decisão certa e tornar-se o jovem modelo, um ver- dadeiro e autêntico protagonista. Educar é uma verdadeira ar te. E Dom Bosco soube sempre aliar os seus dotes naturais à fé na Virgem do sonho: “não com pan- cadas, mas com mansidão tu os tornarás meus amigos”. O pequeno saltimbanco de Becchi continua a sua obra através de nós, seus seguidores, apoiados nas três grandes forças que vencem qualquer coração jovem: a razão, a religião e a amabilidade. (Continua)

Bússola n.º 17 - Maio 2013

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Jornal da Equipa Vocacional Salesiana

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Page 1: Bússola n.º 17 - Maio 2013

PROVÍNCIA PORTUGUESA DA SOCIEDADE SALESIANA

EQUIPA PROVINCIAL DE ANImAçãO VOCACIONAL

N.º 17mAIO 2013

bússola

> Ir. Fernanda Luz, FMa

Segundo notícia do final de abril parti-rá, neste mês de maio, uma expedição à descoberta do “7º continente”- uma enorme placa de detritos de plástico que flutua no Pacífico.

É bom estarmos despertos para ques-tões ambientais mas não basta. É preciso começar por cuidar do coração da pes-soa. Só quem está em harmonia interior consegue construir interações equilibra-das à sua volta. Por isso, de olhar aten-to ao ambiente e ao “continente digital”, também denominado de “7º continente”, um/a salesiano/a considera as crianças, adolescentes e jovens como o seu “7º continente”.

É através da educação integral, segun-do o carisma salesiano que conta com o protagonismo juvenil, que queremos co-laborar na construção de um mundo de harmonia e felicidade.

Está também na tua mão e no teu co-ração, ajudar a construir relações equili-bradas entre as pessoas e com toda a criação. Com maria, a nossa Auxiliadora, descobriremos o caminho da paz, da feli-cidade interior e de toda a ecologia.

O 7.º cOntinente

em dia

os protagonistas

(Continuação) Após o primeiro dia foi para a camarata pensativo, triste muito triste. Depois de algumas horas de insónia caiu num sono profundo e sonhou, sonhou com o antigo mundo onde compartilhava a to-tal liberdade com os amigos da rua, felizes pelo seu regresso. Ali devia ficar pois fora e continuava a ser o “general de Carmag-nola”.Acordou sobressaltado e já não conseguiu pregar olho naquela incómoda noite, degla-diando-se entre dois sentimentos opostos:

� MIgueL entrara no oratórIo dIsposto a Mudar de vIda. proMe-tera ao apóstoLo da juventude que não Ia desestabILIzar o aMbIente de paz, aLegrIa e serenIdade. sentIa-se, poréM, nuM Mundo coMpLetaMente dIFerente

Renascimento de um líder> pe. abíLIo nunes, sdb

ficar ou não ficar no Oratório, eis a questão. Estava deveras arrependido pela decisão tomada. Estreitara o espaço da sua liber-dade. mas não era fácil voltar, sem ferir o verdadeiro pai e amigo. Os amigos do so-nho clamavam por ele mas miguel lembra-va a alegria da mãe. Despediu-se do filho com as lágrimas nos olhos sonhando vê-lo a tomar um rumo certo na vida.Dom Bosco entra sem medo na vida de miguel, propondo-lhe uma alternativa envolvendo-o em experiências possíveis e atraentes. De menino de rua, litigioso e violento, torna-o animador do recreio, con-solador dos companheiros aflitos, agente de paz e de reconciliação. Adaptado à vida do Oratório, miguel decide tomar a decisão certa e tornar-se o jovem modelo, um ver-dadeiro e autêntico protagonista.Educar é uma verdadeira arte. E Dom Bosco soube sempre aliar os seus dotes naturais à fé na Virgem do sonho: “não com pan-cadas, mas com mansidão tu os tornarás meus amigos”. O pequeno saltimbanco de Becchi continua a sua obra através de nós, seus seguidores, apoiados nas três grandes forças que vencem qualquer coração jovem: a razão, a religião e a amabilidade. (Continua)

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boa leitura

O ambiente da primavera passa para o es-paço eclesial: o florir da natureza, o ar morno das noites de maio, a alegria das pessoas perante um mundo que se renova… Tudo isto nos envolve. É neste ambiente muito especial que tem lugar a veneração de maria, porque,

� o papa deIxa-se seduzIr peLo aM-bIente prIMaverIL do Mês de MaIo.

BentO XVi e O “Mês de MaRia”BentO XVi, esplendor de deus no nosso tempo - Meditações para o ano Litúrgico, editora Franciscana, Braga, 2007, pp. 91-98.

> pe. rogérIo aLMeIda

contemplar

Liga-te RadicaLMente a Jesus

condição essencial? Escutá-lo… sim, mas não é suficiente escutá-lo uma vez. Se reco-nheces que Deus te fala através das pes-soas que vais encontrando, da Palavra que lês ou escutas, não é abrindo uma página da Bíblia à sorte, que vais descobrir logo a vontade de Deus para ti. Deus comunica-se. Por vezes, os sinais parecem claros, outras vezes podem ser difíceis de compreender. É

> Ir. aLzIra sousa, FMa

tempo de discernir e estabelecer uma “lig@ção” cada vez mais verdadeira com Jesus.Existem avarias e interferências da linha de diálogo com Deus?

as avarias visíveis: O que é que pode bloquear o diálogo entre mim e Deus? (as-petos mais pessoais, egoísmo, o capricho, a inconstância, imaturidade na fé,…)

as interferências frequentes: Quais são as minhas dúvidas mais frequen-tes?E que sinais de medo me invadem?

Podes, responder-Lhe, usando, com liberda-de, as teclas da tua vida: a escuta, os sa-cramentos, o acompanhamento, o serviço. Reza e decide-te por aquilo que Deus mostra como o maior bem para ti.

� ordenação sacerdotaL

Luís aLMeIdaigreja Paroquial do Bonfim, Porto,

11 de maio, 16h30A cerimónia da ordenação será

presidida por D. Joaquim mendes, salesiano e bispo auxiliar de Lisboa.

No dia 12 de maio, o já Pe. Luís Almei-da, celebrará a sua primeira Eucaristia (missa Nova) no Colégio Salesianos –

Porto, às 11 horas.

acontece

“Fazei isto em memóriade mim.” (Lc 22, 19)

Luís carlos silvade almeida sdb

Ordenação sacerdotal11 de Maio de 2013 | 16h30

IGREJA PAROQUIAL DO BONFIM

Província Portuguesa da Sociedade SalesianaRua Saraiva de Carvalho, 2751399-020 Lisboa

Missa Nova12 de Maio de 2013 | 11h

COLÉGIO SALESIANOS - PORTO

TRÍDUO DE PREPARAÇÃO NA PARÓQUIA DO BONFIM

8 de Maio, 21hMESA REDONDA VOCACIONAL

10 de Maio, 21VIGÍLIA DE ORAÇÃO: ‘REZAR +’

> MIgueL Mendes

ela, a Virgem, representa a fé jovem, como um recomeço num mundo envelhecido”.

E não se trata de qualquer forma de senti-mentalismo: “O nosso mundo sofre de uma repressão violenta dos sentimentos, não só na incapacidade de chorarmos, mas também na incapacidade de nos alegrarmos”.

O Papa cita S. Lucas, quando diz repetidamente que maria ponderava e guardava as palavras em seu coração (Lc 2,19; 2,51).

maria conservava a Palavra na sua memória. mas ser memória é mais do que um mero “re-gisto exterior”. Só uma “participação interior” é que torna possível a conservação da Palavra. mas, por outro lado, “compreender e conservar andam juntos”. E a compreensão está ligada à “identidade interior” com o compreendido. Esta identidade é uma questão de amor: “aquilo que não amo também não consigo compreen-der”. Trata-se de uma “memória do coração”.

“(…) A perda da contemplação está em grande parte ligada ao abandono da espiritualidade mariana. (…) Desta forma, à medida que cons-tatamos a perda crescente da espiritualidade mariana, percebe-se melhor como ela é ne-cessária à Igreja. A Igreja deve ser um lugar de recolhimento, um espaço de meditação e de silêncio”…

� acredItas que jesus crIsto é aL-guéM especIaL? a sua presença InspIra-te os Me-Lhores gestos, sI-LêncIos, oLhares e paLavras. IMagIna que eLe Marca o teu “núMero” e o ouves chaMar-te peLo noMe.

“Recordo-me das igrejas enfeitadas, cheias do odor das flores primaveris, das luzes e dos cânticos cheios de calor, afeto e confiança (…).

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vocações com história

tinham os meus pais dez meses de casados, nasci eu, o seu pri-meiro filho. nasci com oito meses, e segun-do reza a história, foi um susto.

segundo os meus pais, graças a deus sobrevivi.

É certo que, para mágoa minha, não te-nho muitas recordações da minha infância. E grande parte do que sei foi-me contado, tendo unicamente uns poucos e pequenos “flashes” da minha infância.

As minhas raízes nascem em famílias muito religiosas. Os meus avós paternos tinham uma grande vivência, de maneira especial a mãe do meu pai, e que eu muito admi-rei pela quantidade de orações que sabia e pela vivacidade com que falava das “coisas” de Deus. Do lado materno, embora houves-se vivência cristã intensa, tive no meu avô materno uma duplicidade: vai à Eucaristia, mas nunca deixou de falar mal dos “padres”.Entretanto fui crescendo como qualquer criança, mas onde me foram acontecendo alguns acidentes de percurso com alguma gravidade, desde cortes em chapa (cicatriz nas fontes), lapiseira espetada no céu-da--boca, ferradelas de cão, tomar algo quei-mante dado pelo meu Pai como remédio, cair de um teto para a casa de banho pela mão de meu Pai partindo quatro dentes no bidé (dois não voltaram a nascer). Com mais outras histórias de permeio. mas, como di-zem os meus pais, não deixando nunca de sentir a mão de Deus e a presença materna de maria.

Devido à sua vivência na paróquia o meu pai tinha boas relações com os Padres Sale-sianos, porque era solicitado algumas vezes a ir buscar o Sr. Padre aos salesianos para a Eucaristia dominical na nossa paróquia. E eu lá o acompanhava. Numa dessas via-gens fui convidado pelo Pe. Eusébio a ir lá à tarde à Festa da música que ia acontecer realizada pelos internos. E assim foi. No fim o meu pai olhou-me nos olhos e disse: Então? Gostaste? Disse que sim. Então vai dizer ao Pe. Eusébio. E assim fiz. Fui procurá-lo e dizer que gostei muito da festa e que queria vir para aquele colégio, porque tinha sido uma festa muito alegre e aqueles rapazes faziam

> pe. sebastIão coeLho, sdb

“tiVe PessOas e acOnteciMentO Que Me guiaRaM atÉ Jesus cRistO”

coisas nunca assistidas por mim. Assim, apesar de nessa altura ser extremamente difícil, consegui ir estudar no Colégio Salesia-no de mogofores, mesmo com um “…tu és burro”, dito pelo pároco da altura quando o meu pai lhe disse que ia para os salesianos. Apesar dessa frase, mais tarde foi também ele uma peça importante na minha caminha-da. Naquela tarde, a festa do Colégio foi um momento marcante para mim, entre outros, como o exemplo dos salesianos que encon-trei nesses cinco anos que frequentei e vivi no Colégio Salesiano de mogofores.

Outro elemento importante e que atravessa toda a minha vida é o grande amor e carinho que tenho e sinto por maria. E foi-me trans-mitido, ensinado e vivido na minha família. O terço ainda hoje é um momento prezado e praticado. E das coisas que mais me lembro de pequeno é a minha mãe rezar comigo à cabeceira da cama a “Salve Rainha”, oração que ainda hoje, apesar de falhas “graves” na oração, não deixo de rezar antes de fe-char a pestana. E sempre que posso procuro transmitir este grande amor a maria. Quem entra numa casa salesiana, fica debaixo do olhar e do manto materno de maria. Assim

mo disseram em mogofores e assim o sinto e procuro dar a conhecer.

Não tive uma queda do cavalo como S. Pau-lo, apesar de ter tido outras quedas. Porém, tive sim pessoas e acontecimentos que me guiaram até Jesus Cristo e a servi-l’O como salesiano padre. E se algo aprendi a reco-nhecer, foi que olhando para o meu passa-do, encontro claramente em cada momento da minha vida, bom ou não, a presença de um Deus que me conduz, protegido pelo olhar materno de maria e, a presença cons-tante de Dom Bosco.

cartoon> nuno quaresMa

FoI eLa queM tudo Fez

Pe. Sebastião miguel na Escola Primária

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página 4n.º 17 maio 2013

sugestões

vem aí� 11 de MaiO

ORdenaçãO saceRdOtaL Luís aLMeida igReJa dO BOnFiM, PORtO

� 18-19 de MaiO dia naciOnaL dO MOViMentO JuVeniL saLesianO Festa cOM O ReitOR-MOR, Pe. PascOaL cháVez aRte & FÉ auditóRiO PauLO Vi, FátiMa

animais ferozes> saLesIan MIssIons

uMa BiBLiOteca PaRa anunciaçãO

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PROPRiedade da PROVíncia PORtuguesa da sOciedade saLesianaRua Saraiva de Carvalho, 275 1399-020 Lisboat: 21 090 06 00 f: 21 090 06 39 w. www.salesianos.pt w. www.salesianos.pt/pastoral

Fotografia capa © Flavio Takemoto/Stock.xchng

“diFÉRente” Música diFeRente PaRa a eucaRistia edições salesianas “Diférente” é um CD de músicas originais para a Eucaristia que nasceram nos

ambientes salesianos de Valência (Espanha), versão em português.

RuMO à JMJ rio2013.com/pt/prepare-se Enquanto a organização conta os

dias até à próxima Jornada mundial da Juventude, no Rio de Janeiro entre 23 e 28 de julho, os peregrinos podem encontrar no site muitos conteúdos para ajudar a preparar o grande encontro com o Papa.

> MIgueL Mendes

Quando terminou a licenciatura na Universi-dade de Notre Dame, no estado do Indiana, Estados Unidos da América, Ângela já sabia que tinha que fazer algo a favor das crian-ças mais desfavorecidas. Inscreveu-se no programa de leigos missionários salesianos e aceitou partir em missão para a Bolívia onde iria trabalhar numa escola-internato para meninas pobres gerida pelas Irmãs do Sagrado Coração de Jesus, que são para aquelas meninas mães, professoras e mo-delos humanos.“muitas destas crianças têm famílias interes-sadas e carinhosas, mas muitas vezes são tão pobres que não lhes podem dar o nível de conforto mínimo em casa nem a possibili-dade de frequentarem a escola”, explica Ân-gela. “Algumas perderam as mães, e os pais trazem-nas aqui à escola para que possam crescer recebendo a influência feminina”. mal chegou à Bolívia, Ângela sentiu uma enorme satisfação quando lia livros às crian-ças. “Elas adoravam que lhes lesse uma his-tória antes de dormir mas dispúnhamos de muito poucos livros aqui”.

Nos dias de folga, Ângela ia à cidade e ten-tava comprar com o seu dinheiro mais alguns livros para as sessões de leitura. Então resol-veu fazer algo ainda melhor e pediu ajuda à família e aos amigos nos Estados Unidos. “Pedi-lhes que me enviassem donativos, procurei uma sala desocupada aqui na es-

cola, pendurei algumas prateleiras e esten-di uns cobertores no chão”. O impacto da nova biblioteca na vida daquelas meninas foi enorme, mas uma em particular tocou o coração de Ângela de forma especial.

“A Anunciação tinha 5 ou 6 anos quando aqui chegou, recorda, e apresentava enor-mes dificuldades em aprender devido a um ligeiro subdesenvolvimento cognitivo. A pequenina já tinha desistido, mas eu decidi dedicar-me a ela”. Com grande determina-ção, Ângela passou horas e horas a traba-lhar exclusivamente com Anunciação, que agora tem 13 anos, a trabalhar a matemática e a leitura. “Ela ficou tão entusiasmada com o facto de alguém se dispor a ajudá-la que ganhou outra determinação”. Com o encorajamento de Ângela, Anuncia-ção rapidamente ganhou amor pela leitura, apesar das suas capacidades de leitura es-tarem apenas ao nível do 1.º ano. “Ela era sempre a primeira pessoa à espera que a biblioteca abrisse no sábado de manhã”, recorda a tutora. Ângela acredita que ape-sar de Anunciação não conseguir vencer as suas limitações irá continuar a tentar. A biblio-teca e Ângela deram-lhe a oportunidade e devolveram-lhe a esperança.

Ângela sente que foi uma bênção para si poder servir as missões. “Terminar o progra-ma foi uma das coisas mais difíceis que tive de fazer. A experiência foi muito melhor do que o que eu teria imaginado inicialmente”, conclui.

(tradução de www.salesianmissions.org)

há prendas que são para toda a vida