liil Paraiba

POUCAGENTEsabe.mas 0 interior daParafbaescondeverdadeiras joiasparaos apaixonados porpre-historiaearqueologiaNa regiao encontram-securiosas tormacoes rochosascom 600 milhocsdeanos.amaior incidenciade pegadasde dinossaurosdo mundoeinscricoes rupestres esculpidasem baixo-relevo ecuja origem ernotlvacso aindasaoum misterio.Para entender a importanciadesses locals.pegamos caronacom 0 paleontologo Luiz EduardoAne!li e 0 geologo AndreaBartorelli numaexpedicao quepart iu deJoao Pessoa em direcaoaosmunicfpiosde Cabaceiras,Sousae Inga Cadaumadas 'localidadestraz umaatracao."Sousae umaespecie dePracadaSe doPerfodoCretaceoInferior", diz Anelli.em referendaaquantidade de repteis quecirculavam pelochamado ValedosDinossauros ha130milhoesde anos, Acompanhe essaviagem no tempo,Few people know it. but inland Parafbais home to true gems fo: those w hoare passionate about prehistory andarchaeology. In th e region. you w ill f indrock format ions over 600 million yearsold, the greatest incidence of dino saurprints in the world and rock inscriptionsin low relief whose origins and mot ivesare st ill a mystery. To-understand theimpor tance of these locales, we rodealong with paleonto logist Luiz EduardoAnelli and geologist Andrea Bart orellion an expedition which left f romJoaoPessoa to the municipalities ofCabaceiras, Sousa and Inga, Each one ofthese locales has an attract ion. "Sousais a kind of Praca da Se of the earlyCretaceous Period," says Anelli. referringto the Quant ity of rept iles that circulatedin th e so-called Valley of th e Dinosaurssome 130 million years ago, Come alongon thi s journ ey back in t ime.

134 TAM NASNUVENS IPARAfBA

No auto dac mpadecidaA primeira parada da viagem foi em Cabaceiras, a 80 quilornetros de

loao Pessoa. No Vale do Taperoa , chama a atencao uma casa de barre

onde foram gravadas cenas do filme 0 Auto da Compadecida, adap­

tacao de uma obra do escritor brasileiro Ariano Suassuna. Pequena e

baixinha, ela esta praticamente vazia - com excecao da presenca de

uma cama sem colchao, Urn dos guias conta que urn dia, durante as

filmagens, chegou para urn hornem que visitava 0 set e disse: "Nessa, 0

senhor parece 0 Ariano Suassuna", Era ele, em pesso a.

A DOG'S WIL • Thefirst stopon thejourney was in Cabaceiras, SO miles[80 km]from joaoPessoa. In the Tapered Valley, a clay house catches one'sattention - it wasthesetting[orsomescenesin the movieA Dog's Will, ascreen adaptation o[a playwritten by Brazilian authorAriano Suassuna.Small andshort, it is practically empty- with theexception o[thepresenceo[a bed without a mattress. One o[the guides says that one day, duringshooting, hewentup to a man whovisited thesetandsaid: "Wow,you looklikeAriano Suassuna. "It was him in theflesh.

Acima,0 pardo solnoLajedo doPai Mateus;abaixo,casaondeloiIilmado 0 Auto daCompadecidaAbove, thesunsetat theLajedodo PaiMateus;below, the housewhereA Dog'sWillwas filmed

Olajedode600 milhoes de anosE preciso subir urn tanto pela margem esquerda do Rio Tape roa para chegar aoLajedo do Pai Mateus. A maio ria das pessoas vai a pe. Outras preferem alugar bici­clet as nas pousadas. Estim a-se que a formacao rochosa tenha cerca de 600 milhoesde anos. 0 cenario de pedras gigantes, criadas pelo desgaste do solo e que pesam ate4S toneladas, fica completo com a presenca da macambira, uma vegetacao tlpica dacaatinga e que nasce na rocha dura. 0 lugar recebeu esse nome em homenagem aoPai Mateus, urn curandeiro que vivia na regiao no seculo 18. Ele nao cobrava pelasconsultas, so pedia comida como forma de pagamento.

THE 600-MILLlON-YEAR-OLD SLAB. You need to go up a long stretch on the le[t bankof the Taperod River to get to Lajedo do Pai Mateus . Most people go up on [oat . Oth ersprefer to rent bicycles at the guesthouses. It is estimated that the rock [ormation is around

600 million years old. The landscape o[ giant ston es, created by the wearing away of the

soil and which weigh up to 45 tons, is made complete by the presence o[ what is known

.' as macambira , typical caatinga vegetation which sprouts [rom the hard rock. The placewas nam ed in hon or o[ Pai Mateus, a healer who lived in the region in the l S'" century. He

didn 't charge [or his consultations, only asking [or [ood as a [arm o[ payment.

TAM NASNUVENS 135

ofeijao da,-.caa mga

Ninguem sabe ao certo quem esculpiu 0

gran ito em forma de feijao que fica noLajedo do Pai Mateus: a natureza ou al­guern que escavou a parte de baixo paraque a rocha servisse de abrigo. Na pri­meira hip6tese, a responsavel seria prin­cipalmente a chuva, que teria corroldo apedra ate ela ficar oca . A outra possibili­dade e que teria sido obra dos povos pri­mitivos que moravam ali. Qualquer queseja a explicacao, dizem que Pai Mateususava 0 espaco para dormir.

THE BEAN OF THE CMTINGA • No oneknows exactlywho sculptedthe bean-shapedpiece ofgranite located on the Lajedo do PaiMateus: natureorsomeoneIVho dugthe10IVerpart so that the rock would serve as shelter.According to thefirsttheory, the rainismain­ly to blame, havingcorroded thestoneuntil itweshollow. Theotherpossibility isthat it's theworkof the primitive people who lived there.Whatever the explanation, they say that PaiMateus usedto sleep there.

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Na pagina ao lado,lurislas visilam aspedras giganles dolajedo;aba ixo,as rochasem forma de pirarnideOn the side page,lou rists visil the giantroc ks at the slab ;below, the rocksshaped like a pyramid

oenigma dasacasd La

Se estiver no Lajedo do Pai Mat eus, nao deixe de pedir ao guia para fazeruma visita a esse lugar. Trata-se de outro ponto da viagem que deixa emduvid a se foi uma obra do homem ou da natureza, 0 ge6logo e consultorAndrea Bartorelli nunca tinha ouvido falar em algo parecido ate chegarali e ver 0 encaixe perfeito das pedra s, que se amontoam como uma pira­mide. Os mais aventureiros entram pelas fendas entre as rochas e sobemcerca de 30 metros ate 0 topo para garantir uma boa foto .

THE ENIGMA OF SACASDE LA o Ifyou come to the Lajedo do Pai Mateus,make sure to ask your guide to take you to this place. It'sanotherspot alongthe joumey which leavesdoubts as to whether it's the work ofmankind or na­ture. Geologist and consultantAndrea Bartorellihad neverheardofanythinglike it until he went there and saw the perfect fit of the rocks, assembled like apyramid. The more adventurous enter the crevices between the rocks and go uparound 100 feet [30 mJ to the top to get a guaranteedgood photo.

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, ltil Paraiba

APraca daSe,A expedicao segue para 0 Vale dos Dinossauros em Sousa ,a 400 qui­l6metros da capital. 0 complexo turistico, reaberto em maio deste

ano, tern a maior incidencia de pegadas de dinossauros do mundo.

Ha 32 locais com cssas marcas, cujos tamanhos variam de 5 centi­

metros (de urn repti l do tamanho de uma galinha) a 40 centi metros

(de lim iguanodonte de 4 toneladas, 5 metros de comprimcnto e 3

metros de altura). 0 unico que pode ser visitado tern uma trilha depegadas de 43 metros em Iinha reta . Urn dos primciros a se inte­

ressar pelas marcas foi Giuseppe Leonardi, um padre que mapeou

pcgadas de dinossau ros entre as cidades de Araraq uara e Sao Paulo.

138 TAM NAS NUVENSI PARAlsA

THE PRAC;A DA SE • The expedition heads on to the Valley of theDinosaursin Sousa, 250 miles [400 kmJfrom the capital. The touristcomplex, reopened in May of this year, has the highest incidence ofdinosaurprints in the world. There are 32 locales with thesemarks,varying insizebetween 2 inches [5 cmJ(from a reptileabout thesizeofa chicken)and 16 inches [40 cmJ(from aTl iguanodon, which weighed4 tons, was 16 feet [5 mJ in length and 10 feet [3 mJ in height). Theonly one that can be visited isa trailofprints 141 feet [43 mJ long ina straightline. One ofthefirstpeople to take interest in the markswasGiuseppe Leonardi, a priestwho mapped the dinosaurprintsbetweenthe citiesof Araraquaraand sao Paulo.

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Nas ruas de Sousa , no sertao da Parafba, os turistas nfio resistem a umafoto ao lado da estatua de um Tiranossauro Rex. Abracam 0 bicho, sor­riem coo. d ie! Tudo perfeito, nao fosse um detalhe : 0 maior dinossau­ro carnivore nunca exist iu na regiao. Apesar do desfalque importante,estima-se que 80 especies, como carnossauros, viveram ali.

DOWN TO THE TOES· The printsin the photo arefroma smalldinosaur. Asyou canevensee its threetoes, it issup­posed that the animal waswalking at a moment when theriverlevel waslow.Thenitsteppedthere,themudsunkinandwrapped around the entire contour. Luiz Eduardo Anelli,a professor ofpaleontology at USP and the author of twobookson thesubject, explains how the dinosaurprintshaveresisted 130 millionyears. At the edges of the lakes wherethey walked, therewasa layer ofalgae that inducedthepre­cipitationofcalciumbicarbonate, ivhich workedlikea kindofcement. Theprintsgivean ideaofhow theseanimalsbe­haved, which directions theyheaded and what time ofyeartheycrossed through the region.

Turistas tiram loto com

estatua do T-Rex, quenunca existiu no Brasil;no alto, detalhe

de pegadadeum dinossauro

Tour ists take a picture

wilh the statue ofa 'l-rexwhich never existed in

Brazil; up top, detail

ofa dinosaur print

Ate osd s

As pegadas da foto sao de U1]l pequeno dinossauro.Como e possivel ver ate os tres dedos dele, supoe-seque 0 animal estava andando num momento em queo nivel da agua do rio havia baixado. Ai ele pisou, alama afundou e se levantou por todo 0 contorno. LuizEduardo Anelli, professor de paleontologia da USP eautor de dois livros sobre 0 tema, explica como aspegadas de dinossauros resistem ha 130 milhoes deanos. Nas margens das lagoas por onde eles andavamhavia uma camada de algas que induziam a precipi ­tacao de bicarbonato de calcic , que funcionou comoum cimento. As pegadas dao uma ideia de como essesanimais se comportavam, para qual direcao se dir i­giam e em que epoca do ano passavam pela regiao.

rPara Ingles V

A TRICK FOR THE TOURISTS . On the streets of Sousa, ill the backlands ofParaiba, tourists can't resist taking a picture next to the statue of a Tyranno­saurusrex. They hug the creature, smileand... click!Perfect, if not forone detail:the largest carnivore dinosaurneverexisted in the region. Despite this importanthandicap, it is estimated that some 80 species, such as carnosaurs, lived there.

<;> ~aled...Q.~..Qj.!!..C!!!.auros .com.br

140 TAM NASNUVENSI PARAIBA

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. .,.MIS e 10

da rochaUltima parada da viagern: ltacoatiara, palavra em tupi que significa "pedra

riscada ou pintada". Trata-se de uma rocha com inscricoes escavadas embaixo-relevo localizada em lnga, cidad e a 40 quilornetros de loao Pessoa.Com 15 metros de comprimento por 3 metros de altura, a Pedra do lngaintriga turistas e pesquisadores. Cada guia tern a sua interpretacao sobreo significado e a origem das inscricoes, provavelmente feitas ha 6 mil anospor povos que habitavam a regiao. a s mais sen sacionalistas dizem queelas sao obra de extraterrestres. Unanimidade mesmo so na sua beleza eimportancia. "Eurn absurdo dizer que a arte so chegou ao Brasil com osportugueses", afirma 0 escritor Ariano Suassuna. "[a havia todo urn patri­monic cultural aqu i antes da chegada deles/ 'e

THE MYSTERY OF THE ROCK. The last stop on our trip was Jtacoati­ara, a Tupi word that means "scratched or painted stone." It's a rock with

inscriptions in low relief located in Inga, a city 2S mil es [40 km] from fOGO

Pessoa. With a length of so feet [15 m] by 10 feet [3 m] in height, Pedrado Inga intrigues touri sts and researchers. Each guide has his or her own

interpretation ofthe meaning and origin ofthe inscriptions, probably made

some 6,000 years ago by the people who inhabited the region. The moresensationalist sorts say that they 're the work of aliens. The one thing eve­

ryone agrees on is their beauty and importance. "It's insan e to say that artonly came to Brazil with the Portuguese," says author Ariano Suassuna.

"There was an entire cultural heritag e here before they arrived. "_

Anelli (a esq.) eBarl orelli em a<;:ao.

Na pagina ao lado,

inscricoes rupeslres embaixo-relevo em Inga

Anelli (left) and Bartorelli

in action. On the side

page, rock inscriptions in

low relief in Inga

42 TAM NASNUVENS 1PARAlsA

~'::.2~;~;:~'1· , ~ ~ ... < ' " , ... ,

BAGAGEM CULTURAL CULTURAL BAGGAGE . ;: . . .•~:~;Z- ~~ . r-; ,', ~... :, f , ~':: "

oGUlf!. COMPLETODOSD1NQsSAUROsDO BRASIL. DE/BYJJlI~£.QU./j F1J20_Ai'lElll

o Iivro do peleontoloqo e professor da

U SP reune lnlc rmacoes sobre as mais de

20 especies de dino ssauro s que vive ram

no pais e que sao desconhecidas da

populacao e ate da comunidade cienti fica. A publicacao traz

cornparecoes entre as desco bertas no Brasil e na A rgentin a,

pais que tem mais de cem especie s,

The book written by the paleontologis t and U SP professor

co ntains information abo ut over 20 spec ies of dinosaurs that

lived in the country and which remain unknown to the population

and even the scientific com mun ity. The publi cation features

comparisons between the discoveries in Brazil and A rgentina, a

country which has over 100 species.

Wl':lEBl11S.LEEPJUtS ER.EGQ..51i5..QQ.BB ASJU JrJ BYAtILQRaA.at\.RTOR.ElliE-CAEJJ2.S....CQRNE10

Trata-se de um panorama hist6r ico e

iconografico da producao naciona l de

mineraise pedras preciosas. A obra

tarnbern abord a a descricao de novos

minerais existentes no Brasil e os ciclos do ouro e do diamante,

alern de retratar algumas dasmais belas,notaveis e valiosas

gemas brasileiras, como esmeralda, turmalina e topazio.

It's a histor ic and iconog raphic panorama ofthe national

productio n of minerals and precio us stones. The wo rk also

discusses the desc ripli on ofnew minera ls in Brazil and the

gold and diamo nd booms, in addition to portraying some of

the co untry's most beautiful, notable and valuab le gems, like

emeralds, tourma lines and topa zes.

TAM NAS NU V ENS 143