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R.N.FERREIRA Livro 1

Caçadores de estrelas

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R.N.Ferreira

Livro 1

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Fiirrem

iirrem significa principio, e no principio existiam escuridão e os quatro elementos primordiais, Aditi (mãe dos deuses), Anant (infinito), chhaya (Matéria) e Mahadev (destino), e não existia

nada além deles há não ser uns luzeiros em sua volta, algo que servia para guia-los, para que eles se mantivessem retos. Todos mais pareciam crianças, sempre eufóricos e buscando sensações novas, mas como toda criança eles começaram a se cansar, depois de muito tempo começaram a pensar que aquilo mais era uma prisão e eles precisavam sair dali.

F

Aditi tinha pele translucida, tinha olhos grandes e enigmáticos, os quais ela usava para estudar seus irmãos e ajuda-los, tinha cabelos vermelhos como o fogo em brasa, e sarnas no nariz, ela não tocava o chão e vestia-se com um lindo vestido vermelho com detalhes verdes, achava-o perfeito; Anant era um pouco resmungão, gostava sempre de estar na frente, era muito bonita, seu corpo parecia um grande receptáculo transparente onde dentro havia luzes e poeiras coloridas, não possuía cabelo, era o mais alto e usava roupas que sempre mudavam de cor e se misturavam; Chhaya era a mais esperta, sempre inventando o que fazer e fazendo inúmeras charadas para distrair seus irmãos, ela tinha pele delgada de cor salmão, parecendo mármore, tinha o nariz arrebitado e os lábios finos, seus olhos eram bem desenhados, com grandes cílios, ela adorava a cor preta, achava que contrastava com seu tom de pele, e assim usava um vestido longe todo preto com alguns furos por onde passava o branco de sua pele, dando a sensação de céu estrelado; o ultimo era Mahadev, ele estava sempre a desenhar ou escrever, gostava de separar grande parte do seu tempo a escrever historias e desenhar personagens, possuía pele azul e

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brilhante, algumas vezes isso dava a sensação de que ele era uma ilusão, o que não passava de um truque já que seus irmãos sabiam muito bem o quão real seu irmão era, ele usava um manto branco, achava que assim chamaria mais atenção.

Certa vez enquanto brincavam, Chhaya rasgou um pedaço de seu vestido e começou a enrolá-lo ate que este ganhasse a forma de um boneco, feito isso, ela foi ate seus irmãos e mostrou o novo brinquedo que ela havia feito, todos ficaram impressionados com as habilidades criativas de sua Irmã, mas não puderam deixar de perguntar a ela o que era aquilo de fato, então, ela explicou que se tratava de um boneco, e como crianças sempre dispostas a uma próxima indagação, elas voltaram a perguntar: e o que ele faz? Nesse momento a criança ficou confusa, havia criado aquele boneco, mas não sabia para que fim ou por que.

Todos ficaram parados por um tempo ate que, Aditi olhou para o alto, colocou a mão no queixo e quando a abaixou, a mão se dirigiu ate o boneco e Aditi com um beijo e um sopro deu vida aquele trapo, todos ficaram maravilhados e estavam dispostos cada um a contribuir com algo para aquele boneco. Depois de Aditi, Mahadev deu um destino aquele boneco, um proposito, que logo o boneco começara a executar, tudo parecia certo e o boneco já parecia ter vida própria. Anant de começo não soube o que fazer, já que o pequeno parecia estar completo, mas faltava-lhe algo.− porque o boneco não para de fazer a mesma tarefa? – Perguntou Chhaya quando viu que o boneco não parava de estender os braços e acenar, com gestos afáveis. – acho que eu não esperava que ele só fizesse isso?− eu também não. – Concordou Aditi sorrindo.− e nem eu – falou Mahadev em um tom de estranhamento. – dei um proposito a ele, mas lhe falta que eu não sei o que é.

E quando ninguém entendia e nem sabia o que faltava, Anant deu um passo a frente, pegou o boneco e o levantou, olhou para seus irmãos e disse: eu sei o que falta. Logo após ter dito isso, ele com uma das mãos espremeu seu dedo indicador ate que uma gota brilhante caísse sobre a cabeça do boneco, feito isso, ele abriu um pequeno corte no rosto do pequeno e falou algumas coisas que ninguém entendeu coisa alguma,

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mas quando Anant pôs o tapo no chão, reparam que havia algo diferente.

O boneco agiu como se tivesse os olhando, mas não tinha olhos, então Aditi tirou duas sardas de seu rosto, e colocou nele, agora de olhos arregalado e vendo todos os quatro irmãos, o pequeno os cumprimentou e perguntou seus nomes, e eles então conversaram por dias, deram a ele o nome de Yahweh e ele ficou muito feliz. Passou-se algum tempo e tudo voltou a ficar monótono, ate mesmo Yahweh havia sentido isso. O Pequeno se afastou e se sentou pensativo.− o que vocês estão vendo? – perguntou Aditi se referindo a Yahweh.− ele parece triste – disse mahadev um pouco comovido e com os olhos brilhando, como se prestes a derramar rios de lagrimas.− não é bem tristeza, é solidão, não tem outros como ele aqui – pronunciou morosamente, Chhaya.

Todos olharam para Chhaya com olhos de quem pedia um favor.− eu não vou tirar mais um pedaço do meu vestido, nem pensar! – falou Chhaya, após ter entendido o significado dos olhares.− e nem precisa – disse Anant observando o Boneco. – já está na hora.− Hora de que? – todos os outros perguntaram com um olhar um pouco apreensivo. Eles já não eram mais crianças, cresciam cada vez que aprendiam e aquele era o aprendizado final.− Yahweh, venha aqui! Disse Anant em um tom sereno, não parecia nem um pouco autoritatio. – nós iremos partir agora.

Dito isso, todos entenderam o que ele havia dito há alguns minutos atrás.− então é isso né – falou Mahadeve cabisbaixo.− ei não fique assim, olhe para nós agora. Éramos apenas crianças antes de Yahweh aparecer. Crescemos muito com ele e ele conosco, mas agora é a nossa hora, já aprendemos o que tínhamos de aprender e agora é a vez de Yahweh.− mas por quê? – disse yahweh depois de algum tempo apenas escutando.− porque todos temos que crescer um dia yahweh, porque sempre estamos evoluindo para algo maior, e quando esse momento chega é hora de ir e transcender os limites impostos a nós. − compreendo – disse ele com ar de aceitação e contentamento.

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Yahweh se afastou de seus pais e nesse momento, os quatro começaram a brilhar e se abraçar e quando se abraçaram, começaram a se unir ate formar um único corpo luminoso que foi se expandindo.− crie você seus próprios filhos e espalhe seu amor. Você nasceu do amor, deve passar isso a eles e quando achar que já evoluiu o suficiente. Espalhe-se e se torne eterno.

Essa foi a ultima coisa que yahweh escutou da entidade, então ela cresceu e explodiu e essa explosão seguiu rumo ao infinito, deixando milhares de pedaços pelo meio do cabinho. Quando o Boqueno viu aquele cenário, lembrou-se de Anant e Chhaya, ao ver as coisas de perto notou a vida e o proposito espalhados no fundo de um lago, estavam em pequenas bolhas, esperando o momento certo de nascer.

Yahweh olhou para o alto e contemplou tudo que havia sido feito, olhou para baixo e viu aqueles novos serem, então disse: eu já estou pronto... falou de forma tão magica e serena, que suas palavras ecoaram por todo o universo e assim como suas palavras, ele também ecoou, então tudo no mundo começou a florescer.− isso aconteceu mesmo mamãe? – disse um garotinho de apenas quatros anos, que possuía lindos olhos azuis, uma pele branca e delgada típica de sua raça, cabelos loiros que se assemelhavam a pequenos tentáculos, mas sem vontosas.− Claro que sim meu filho, nós somos prova disso, nós somos os herdeiros do amor de Yahweh, assim como os deuses. - disse Ásira de forma branda e morosa.− mas como, a senhora sabe tanto?− hum... por que eu estava lá! – disse Ásira com uma voz sorrateira e destemida.− eu ainda vou ser um Capitão como, a senhora e o papai! – disse o garotinho demonstrando coragem.− claro que vai meu filho, agora durma.

Quando Ásira estava para sair depois de ter colocado seu filho para dormir, foi pega de surpresa com a voz de seu filho.− o que foi agora Crow? – disse ela.− te amo mamãe.− também te amo meu filho.

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Linoer

Inoer significa tempo presente. O tempo para os Deuses e para os Sailors se dava em ciclos, cada ciclo terminava quando um cometa chamado: Aniron. Passava por Bhumi, a ilha onde

moravam Deuses e Sailors, na crença deles o cometa dava uma volta completa pelo universo e voltava para anunciar boas vindas. Reza a lenda, que Aniron foi o Primeiro a nascer, ele nasceu diferente de todos, pois nasceu mestiço, meio Deus e meio Sailor, não se sabia ao certo como, mas aquela era sua sina. Certa vez, Aniron passeando pelo universo ainda desabitado, encontrou uma flor e deu a ela o nome de Ziranita, que na língua antiga significa: aquela que anuncia a vida. Ele ficou paralisado com tanta beleza e graça, e começou a dançar ao redor da flor para que ela também se alegrasse, quando ele percebeu que não podia guardar aquilo só para ele, começou a correr por todo o universo ate criar asas, entendeu então que deveria anuncia a vida por toda a parte, depois de muito voar ele se conectou a flor e para não envelhecer, transformou-se em rocha e ficou realizando movimentos de translação em volta da flor.

L

Dizem que quem nasce no momento em que Aniron passa, está predestinado a ter um grande futuro, e assim aconteceu com um Sailor em questão, seu nome era Crow, um Sailor alto de pele delgada branca, seus olhos eram azul-celeste, seus cabelos em forma de tencalos eram loiros, sua face era bem masculina, possuia queixo quadrado, nariz comprido e arrebitado, era dono de um olhar enigmático e de um navio, o Driotinaj Nira Sraenit ou Grande desbravador de velas Negras – ele era um Sailor muito forte e corajoso que acabara de completar 35 ciclos, também era teimoso e gostava de afrontar os Deuses, que se achavam lideres do Universo. Sua tripulação era formada por Sailors tao fortes e corajosos quanto ele, o que fazia

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deles os melhores ou um dos melhores. Ao todo eram 12 capitães, mas apenas três eram tão fortes quanto os Deuses, e Crow era um desses; seguido por Kira, uma das poucas Sailors fêmeas em comando. Ela possuía a pele delgada assim como Crow, isso era uma característica dos Sailors, mas diferente dele sua pele era dar cor do bronze, e seus cabelos eram de um castanho avermelhado, possuía olhos dourados que brilhavam com mais intensidade quando sentimentos fortes afloravam, não era tão alta, mas seu corpo era bem delineado, com curvas perfeitas, como se cada detalhe dela tivesse sido milimetricamente calculado; é claro isso despertava o encantamento de muitos capitães que disputavam a sua atenção a todo custo.

Havia também Thrant, ele era o mais forte e alto Sailor, tinha pele rubra e olhos cinzentos, seu cabelo era divido em duas partes que realizavam um movimento circular da nuca ate próximo das orelhas, então se encurvavam terminando suspensas um pouco a frente do rosto, pareciam mais chifres do que tentáculos, como era o cabelo da maioria dos Sailors, seu rosto possuía uma expressão bem forte, com lábios carnudos e olhos fundos que deixavam aparecer só metade do cristalino. Os Sailors como o nome já diz, eram marinheiros, navegantes do universo, função dada a eles devida suas habilidades de calcular espaços e observar as estrelas; os Deuses se alto denominaram assim por terem sido os primeiros a nascer, possuíam grande força e habilidade com as palavras o que fazia deles, seres perigosos. Ambas as raças possuíam apreço por seu povo e tentavam a todo custo defende-los, os Deuses haviam instituído um governo, os dois povos tinham funções equivalentes, mas os deuses se achavam superiores e por isso subjugavam os Sailors na maioria das vezes.

Os deuses costumavam usar togas de tecidos finíssimos, sentiam que aquilo lhes dava um ar mais austero e altivo, os Sailors por outro lado vestiam-se com roupas de tecido mais grosso e pratico, usavam calças e sapatos, além de se armar de acessórios para que pudessem carregar consigo suas armas e objetos funcionais; os Capitães costumavam usar botas e luvas, e outras coisas que os diferenciavam de seus tripulantes, uns usavam chapéu, mas Crow usava algo um pouco diferente, eles usava vestes azuis com dois cintos, um que ficava na cintura prendendo

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uma cimitarra e outro amarrado ao tronco prendendo um tubo de couro as suas costas.

Retomando a parte a cerca das funções de cada raça, os Sailores eram exploradores, encarregados de catalogar cada coisa que acontecia no universo, eles e Deuses viviam de forma igual, ate que uma guerra se iniciou e os Sailors passaram a obdecer os Deuses, seguindo suas ordens e decretos, muitos capitães depois disso se tornaram desgarrados, Sailors sem rumo, vagando pelo universo apenas para estuda-lo e navegar em busca de riquezas e aventuras, saqueando e pilhando todos os lugares possíveis. Crow era um desgarrado, se tornou um por não aceitar ser tratado como servo pelos Deuses, tinha outro motivo, e mesmo alguns sabendo a respeito, ele não gostava de comentar, em muitos momentos ele se via lembrando do que acontecera, mas logo voltava a si e agia como se não ligasse.

A tripulação de Crow já havia catalogado boa parte do universo, tendo consigo mapas que poucos capitães tinham acesso, o que dava vantagens a eles caso os Deuses mandassem alguém a sua procura. Em um momento logo após voltar da cachoeira de luminum, local que apenas os Deuses e Crow conheciam, era aonde os Deuses iam para se alimentar e recuperar suas forças, Crow descobriu esse lugar depois de ter enfrentado um Deus. Crow em algum momento da luta acabou descobrindo, como se uma parte das lembranças de seu adversário tivesse passado para ele, quando Crow o venceu seguiu sem pensar duas vezes para as tais coordenadas e se deparou com a grande cachoeira, permitiu que todos bebessem dela, mas apenas Crow sentiu seus efeitos; pensara ele naquele momento que talvez só um capitão pudesse, mas logo depois descobriu que apenas ele era capaz.

Navegando de volta é que nossa aventura de fato começa, pois ao voltar eles resolveram pegar outra rota, e isso os levou para longe de seu destino final, mas navegando por ali eles avistaram algo que nunca haviam visto, olharam para cima e viram a constelação de escorpião, uma das primeiras a ser descoberta, mas mesmo assim ainda muito misteriosa cheia de canais que levavam a lugares distantes do universo, canais eram lugares que apenas alguns Sailors tinham conhecimento, eram rotas mais rápidas para se chegar a um ponto desejado, mas mesmo sendo rápido eles não eram muito utilizados já que não se

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sabia ao certo onde davam. Ainda olhando para a constelação, viram que uma das estrelas que a compunha estava oscilando, era Antares a maior estrela da constelação. Todos ficaram curiosos e começaram a se perguntar que fenômeno era aquele, ninguém nunca nem mesmo crow havia visto tal fenômeno; foi então que Oldem, cujo nome significa antigo, se apresentou e disse a crow que sabia o que estava acontecendo.

Ao ver que o senhor sabia o que estava acontecendo com a tal estrela, Crow pediu a todos que se calassem e dessem ouvidos ao que Oldem tinha para dizer, e assim foi feito, todos pararam e como crianças curiosas olharam para Oldem.− Eu já vivi muito, 95 ciclos para ser exato, servi ao seu Pai, Crow, e a outro antes dele, mas durante esse tempo eu só vi esse fenômeno acontecer uma vez antes dessa. – disse Oldem com um olhar perdido.− mas me diga Oldem, que fenômeno é esse? – indagou Crow, antes que Oldem entrasse em outros assuntos.− é a morte de uma estrela senhor.

Nesse momento a vista de todos enegreceu e todos ficaram paralisados, ficaram se perguntando: então é assim que uma estrela morre... antes que a tripulação se perdesse em pensamentos longínquos, Crow interveio e disse: o que vocês ainda fazem parados? Vamos Sailors, ainda temos algo a ver. Iremos ate a estrela e veremos o show de perto. Tentaremos ajudar se pudermos.

Ao dizer tais palavras, Crow viu a tripulação inteira voltar a si e com olhos brilhando começaram a içar velas e a preparar o navio para a viagem, escutou também logo após o pronunciamento um coro bradando: EEEEE!!! Sim senhor Capitão!!

Com tudo pronto para viagem, faltava apenas Crow pegar no timão e dar inicio àquela nova empreitada, o que não demorou muito, logo ele tomou sua posição como capitão do navio e seguiu caminho rumo a Antares.

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Yalme

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Alme significa lembrança, e era o que Crow costumava fazer quando estava sozinho. Após dar a ordem de partida, o Capitão olhou para a estrela que mais parecia um vagalume e começou a

voltar no tempo, quando se deu conta de que devaneava em meio seus marujos, ele deu algumas ordens a mais para que a viajem seguisse sem interrupções ou supervisão, feito isso, ele caminhou calmamente ate uma porta em frente ao convés, que dava acesso à sala onde Crow costumava ficar para se isolar, traçar rotas e estratégias (em caso de ataque ou saque), mas naquele momento estava ali por lembranças, as vezes elas vinham em momentos inoportunos e invadiam a mente do Sailor, que ficava indefeso, pois não tinha outra ação a não ser deixar que elas tomassem conta de seus pensamentos.

Y

Ao ver Antares oscilar, lembrou-se de uma vez em que seu pai o levara para navegar e mostrara a mesma estrela, contara a ele que ela era magica e que havia inúmeros mistérios por trás dela, pois ninguém sabia ao certo como as maiores estrelas haviam surgido, ou o porque de seu surgimento, o Pai de Crow, Trygan, era um dos mais esplendidos capitães já existentes, ele era o mais forte, engenhoso e popular Sailor; todos os outros capitães o seguiam e o respeitavam,

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