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Missão Impossível: Nação Secreta entra em cartaz hoje em 23 salas de Campinas e região Fábio Trindade DA AGÊNCIA ANHANGUERA [email protected] Filme de ação se faz com ação. Pelo menos é assim que funcio- na para Tom Cruise — e, cá en- tre nós, como deveria ser para quem se aventura pelo gênero. O que isso quer dizer? Que a ce- na de abertura do novo Missão Impossível: Nação Secreta, por exemplo, em que o astro está pendurado em um enorme avião militar, é real. Nada de efeitos digitais, telas verdes, du- blês. O que o público verá nas telonas a partir de hoje é exata- mente como as imagens foram gravadas, com o ator/eterno ga- lã de 53 anos agarrado pelo la- do de fora da porta da aerona- ve que está decolando. Um óti- mo começo para a excelente nova sequência desta bem-su- cedida franquia. E, mais do que isso, um aviso aos especta- dores de que esse será o tom (piada involuntária) de todo o longa, com suas muitas cenas de perseguição, espionagem e, claro, tiradas cômicas. O fato é que Tom Cruise é único no que faz. Além de ain- da ser uma das maiores estre- las do planeta, ele, como pro- dutor do filme, se envolve em todas as fases do longa, dando pitacos em roteiro, direção, lo- cações e, certamente, exige fa- zer as tais cenas que qualquer seguradora proibiria seus cole- gas de sequer pensar no assun- to. E momentos como esse, em que filmes de ação fogem do es- tereótipo tiro, porrada e bom- ba para mesclar cenas extrema- mente bem feitas com um ro- teiro inteligente, afiado e reple- to de twists, merecem a aten- ção do público apaixonado por entretenimento (de qualidade, e não aquele que colocou fran- quias como Transformers e Ve- lozes e Furiosos entre as maio- res bilheterias de todos os tem- pos). Afinal, foi exatamente as- sim que a saga Missão Impossí- vel nasceu em 1996 pelas mãos de Brian De Palma e, para nos- sa sorte, continua quase 20 anos depois. O diretor e roteirista Christo- pher McQuarrie fez a lição de casa como deveria. Ele sabia que teria que contar uma histó- ria com muito humor e criar, além de cenas de encher os olhos em diversos cenários pe- lo mundo, um enredo sur- preendente para a tal missão absurda que aparentemente parece impossível e que exigirá do agente Ethan Hunt (Cruise) algo que ele ainda não tenha feito na vida. E nem teria como ser diferente, principalmente depois do ótimo e grandioso quarto longa (Protocolo Fantas- ma) entregue por Brad Bird ( Os Incríveis e Ratatouille). O fil- me se tornou a maior bilhete- ria da carreira de Tom Cruise e, obviamente, o ator não ia que- rer baixar o padrão com a nova produção. Fiquem tranquilos, ele não só manteve o padrão como es- tão abertas as discussões se es- sa não é a melhor trama da franquia. Desta vez, Ethan e a IMF precisam acabar com a or- ganização conhecida como Sin- dicato — formada, aparente- mente, por ex-agentes secretos que, até então, eram considera- dos mortos ou desaparecidos. Os vilões querem acabar com o sistema que os criou e, para isso, vão eliminando todos que entram no caminho, entre eles, claro, Ethan Hunt e sua equi- pe. Simon Pegg como o diverti- do Benji cresceu absurdamen- te (e felizmente) na franquia, ainda mais agora que ele se tor- nou um agente de campo. Por outro lado, Jeremy Renner, que entrou na franquia lá no quar- to filme como um possível substituto de Tom Cruise no fu- turo, viu seu personagem Wi- lliam Brandt se tornar um cara (chefe, OK) de escritório lidan- do com burocracia. Já a entra- da de Rebecca Ferguson como Ilsa Faust foi a melhor sacada, sendo ela a responsável por ou- tra importantíssima marca de Missão Impossível: afinal, de que lado ela joga, ou melhor, quem realmente é ela. Ilsa Faust ajuda, por acaso, Ethan a se livrar de uma enras- cada e, depois disso, passa teo- ricamente a guiá-lo, como uma ajuda de dentro do Sindi- cato, em seu objetivo de aca- bar com a sociedade. Só que as reais intenções dela são obscu- ras e, mais de uma vez (várias mesmo) ela dá uma brilhante guinada nesse jogo de espiona- gem. A sequência gravada em Viena, mais especificamente na famosa ópera austríaca, é um show de imagem e edição — e carisma de seus protago- nistas. Assim como a boa parte do longa ambientada em Casa- blanca, no Marrocos, com direi- to a uma alucinante persegui- ção entre carros e motos pela vielas da cidade. Missão Impossível - Nação Secreta é um presente para o ci- nema de entretenimento, uma produção formidável que nos faz pensar: chega de filmes que prometem tanto e decepcio- nam, como Vingadores: Era de Ultron, Velozes e Furiosos, Mun- do dos Dinossauros e Quarteto Fantástico, pois queremos mais produções como essa, por favor. Ainda bem que Tom já anunciou que o próximo fil- me começa a ser feito já em 2016. Obrigado. SAIBA MAIS Ação digna do nome Divulgação / ESTREIA / Missão Impossível: Nação Secreta combina sequências espetaculares com tiradas cômicas Tom Cruise dispensou dublê em cena na qual pende de avião CINEMA No Fica, em Goiás, Camila Morgado conversou com o Caderno C. PÁGINA A27 Sem capacete, o agente Ethan Hunt (Tom Cruise) voa baixo e deixa rivais para trás em cena do novo filme da franquia Missão Impossível CORREIO POPULAR Campinas, quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Caderno C: Missão Impossível - Nação Secreta

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Page 1: Caderno C: Missão Impossível - Nação Secreta

Missão Impossível: Nação Secretaentra em cartaz hoje em 23 salasde Campinas e região

Fábio TrindadeDA AGÊNCIA ANHANGUERA

[email protected]

Filme de ação se faz com ação.Pelo menos é assim que funcio-na para Tom Cruise — e, cá en-tre nós, como deveria ser paraquem se aventura pelo gênero.O que isso quer dizer? Que a ce-na de abertura do novo MissãoImpossível: Nação Secreta, porexemplo, em que o astro estápendurado em um enormeavião militar, é real. Nada deefeitos digitais, telas verdes, du-blês. O que o público verá nastelonas a partir de hoje é exata-

mente como as imagens foramgravadas, com o ator/eterno ga-lã de 53 anos agarrado pelo la-do de fora da porta da aerona-ve que está decolando. Um óti-mo começo para a excelentenova sequência desta bem-su-cedida franquia. E, mais doque isso, um aviso aos especta-dores de que esse será o tom(piada involuntária) de todo olonga, com suas muitas cenasde perseguição, espionagem e,claro, tiradas cômicas.

O fato é que Tom Cruise éúnico no que faz. Além de ain-da ser uma das maiores estre-las do planeta, ele, como pro-dutor do filme, se envolve emtodas as fases do longa, dandopitacos em roteiro, direção, lo-cações e, certamente, exige fa-zer as tais cenas que qualquerseguradora proibiria seus cole-gas de sequer pensar no assun-to. E momentos como esse, emque filmes de ação fogem do es-

tereótipo tiro, porrada e bom-ba para mesclar cenas extrema-mente bem feitas com um ro-teiro inteligente, afiado e reple-to de twists, merecem a aten-ção do público apaixonado porentretenimento (de qualidade,e não aquele que colocou fran-quias como Transformers e Ve-lozes e Furiosos entre as maio-res bilheterias de todos os tem-pos). Afinal, foi exatamente as-sim que a saga Missão Impossí-vel nasceu em 1996 pelas mãosde Brian De Palma e, para nos-sa sorte, continua quase 20

anos depois.O diretor e roteirista Christo-

pher McQuarrie fez a lição decasa como deveria. Ele sabiaque teria que contar uma histó-ria com muito humor e criar,além de cenas de encher osolhos em diversos cenários pe-lo mundo, um enredo sur-preendente para a tal missãoabsurda que aparentementeparece impossível e que exigirádo agente Ethan Hunt (Cruise)algo que ele ainda não tenhafeito na vida. E nem teria comoser diferente, principalmente

depois do ótimo e grandiosoquarto longa (Protocolo Fantas-ma) entregue por Brad Bird(Os Incríveis e Ratatouille). O fil-me se tornou a maior bilhete-ria da carreira de Tom Cruise e,obviamente, o ator não ia que-rer baixar o padrão com a novaprodução.

Fiquem tranquilos, ele nãosó manteve o padrão como es-tão abertas as discussões se es-sa não é a melhor trama dafranquia. Desta vez, Ethan e aIMF precisam acabar com a or-ganização conhecida como Sin-

dicato — formada, aparente-mente, por ex-agentes secretosque, até então, eram considera-dos mortos ou desaparecidos.Os vilões querem acabar como sistema que os criou e, paraisso, vão eliminando todos queentram no caminho, entre eles,claro, Ethan Hunt e sua equi-pe.

Simon Pegg como o diverti-do Benji cresceu absurdamen-te (e felizmente) na franquia,ainda mais agora que ele se tor-nou um agente de campo. Poroutro lado, Jeremy Renner, que

entrou na franquia lá no quar-to filme como um possívelsubstituto de Tom Cruise no fu-turo, viu seu personagem Wi-lliam Brandt se tornar um cara(chefe, OK) de escritório lidan-do com burocracia. Já a entra-da de Rebecca Ferguson comoIlsa Faust foi a melhor sacada,sendo ela a responsável por ou-tra importantíssima marca deMissão Impossível: afinal, deque lado ela joga, ou melhor,quem realmente é ela.

Ilsa Faust ajuda, por acaso,Ethan a se livrar de uma enras-cada e, depois disso, passa teo-ricamente a guiá-lo, comouma ajuda de dentro do Sindi-cato, em seu objetivo de aca-bar com a sociedade. Só que asreais intenções dela são obscu-ras e, mais de uma vez (váriasmesmo) ela dá uma brilhanteguinada nesse jogo de espiona-gem. A sequência gravada emViena, mais especificamentena famosa ópera austríaca, éum show de imagem e edição— e carisma de seus protago-nistas. Assim como a boa partedo longa ambientada em Casa-blanca, no Marrocos, com direi-to a uma alucinante persegui-ção entre carros e motos pelavielas da cidade.

Missão Impossível - NaçãoSecreta é um presente para o ci-nema de entretenimento, umaprodução formidável que nosfaz pensar: chega de filmes queprometem tanto e decepcio-nam, como Vingadores: Era deUltron, Velozes e Furiosos, Mun-do dos Dinossauros e QuartetoFantástico, pois queremosmais produções como essa,por favor. Ainda bem que Tomjá anunciou que o próximo fil-me começa a ser feito já em2016. Obrigado.

SAIBA MAIS

Ação digna do nomeDivulgação

/ ESTREIA / Missão Impossível: Nação Secreta combina sequências espetaculares com tiradas cômicas

Tom Cruise dispensoudublê em cena naqual pende de avião

CINEMANo Fica, em Goiás,

Camila Morgado conversoucom o Caderno C. PÁGINA A27

Sem capacete, o agente Ethan Hunt (Tom Cruise) voa baixo e deixa rivais para trás em cena do novo filme da franquia Missão Impossível

CORREIO POPULAR Campinas, quinta-feira, 13 de agosto de 2015