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Caderno de processo penal II utilizado no 6º semestre (2012) na Universidade Católica Dom Bosco.
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Caderno Direito Processual Penal II
Carlos Edoardo N. B. de Barros Reis
1
UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO – UCDB
Campo Grande, Mato Grosso do Sul
Acadêmico: Carlos Edoardo N. B. de Barros Reis
Direito - 6º Semestre - 2012
DA PRISÃO (art. 284 a 300, CPP)
Cautelar: processual / provisória (Mandado de prisão / flagrante sem
mandado)
Penal: sentença condenatória transitada em julgado – prisão pena
(aberto / semiaberto / fechado).
LEP (art. 105 e 106) (Guia de Recolhimento)
DATA: 27 de julho de 2012
DA PRISÃO -Artigos: 282 a 300, CPP.
- Ordem escrita (juiz)
- exceção: prisão em flagrante (artigo 283, caput).
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. § 1
o As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à
infração a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade.
- Efetivação: qualquer dia, hora e local (artigo 283, parágrafo segundo).
§ 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio.
- Respeita-se o artigo 5º, XI, CF.
- artigo 150, CP.
Art. 5º (...) XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
Art. 150 do Código Penal (violação de domicílio) - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências.
- Cumprimento em domicílio: artigo 293, CPP e artigo 5º, XI e LXIII, CF.
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão. Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa será levado à presença da autoridade, para que se proceda contra ele como for de direito. Art. 5º (...) LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
- Recusa: artigo 293, parágrafo único.
- Delito: artigo 348, CP.
Art. 293 CPP (...)
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Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa será levado à presença da autoridade, para que se proceda contra ele como for de direito. Art. 348 (favorecimento pessoal) - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. § 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa. § 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.
ATENÇÃO:
Nucci afirma NÃO SER CRIME a recusa de entrega de réu durante a
noite, pois se trata de um exercício regular de direito (à inviolabilidade do
domicílio). Somente será crime se o morador recusar durante o dia.
- Cumprimento do mandado: artigo 291, CPP.
Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-á feita desde que o executor, fazendo-se conhecer do réu, Ihe apresente o mandado e o intime a acompanhá-lo.
- Emprego de força: artigos 284 e 292, CPP.
- resistência/fuga
- terceiros
- auto de resistência
Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso.
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para
defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas.
- Formalização da prisão: mandado
- artigo 285, CPP
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo
mandado.
- Requisitos: artigo 285, parágrafo único – o mandado de Prisão:
a) Será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade; b) Designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou sinais característicos; c) Mencionará a infração penal que motivar a prisão; d) Declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração; e) Será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.
- Duplicata: artigo 286, CPP.
- recibo do preso
Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará ao preso, logo depois da prisão, um dos exemplares com declaração do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega deverá o preso passar recibo no outro exemplar; se recusar, não souber ou não puder escrever, o fato será mencionado em declaração, assinada por duas testemunhas.
- Custódia: artigo 288, CPP.
- recibo da autoridade
Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exibido o mandado ao respectivo diretor ou carcereiro, a quem será entregue cópia assinada pelo executor ou apresentada a guia expedida pela autoridade competente, devendo ser passado recibo da entrega do preso, com declaração de dia e hora. Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no próprio exemplar do mandado, se este for o documento exibido.
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-Artigos 289 e 289-A, CPP.
-carta precatória
- remoção pelo juiz que determinou a prisão: 30 dias
Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição do juiz processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do mandado. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio de comunicação, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o valor da fiança se arbitrada. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
- Urgência: qualquer meio de comunicação. § 2o A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções necessárias para averiguar a autenticidade da comunicação. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). § 3o O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da efetivação da medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). - Juiz processante é o que determinou a prisão Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do mandado de prisão em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional
de Justiça para essa finalidade. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). - Controle/Publicidade: CNJ § 1o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da competência territorial do juiz que o expediu. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). § 2o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que sem registro no Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções necessárias para averiguar a autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que a decretou, devendo este providenciar, em
seguida, o registro do mandado na forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). § 3o A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de cumprimento da medida o qual providenciará a certidão extraída do registro do Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a decretou. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). § 4o O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII do art. 5º da Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, será comunicado à Defensoria Pública. (Incluído pela
Lei nº 12.403, de 2011). - Comunicação: Defensoria § 5o Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pessoa do executor ou sobre a identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2o do art. 290 deste Código. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). – Dúvida: custódia. § 6o O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do mandado de prisão a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
- Dúvida: custódia
Art. 290 (...) § 2o Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimidade da pessoa do executor ou da legalidade do mandado que apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que fique
esclarecida a dúvida.
- Prisão em perseguição: artigo 290
Quem deve providenciar a transferência é o executor – Se os policiais que
estão perseguindo capturam o investigado em outra comarca, eles devem
levá-lo para a Autoridade Policial local para lavrar o auto de prisão em
flagrante e depois conduzir o conduzido à devida comarca.
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar
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onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do preso. § 1
o - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando:
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha perdido de vista; b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha
passado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o
procure, for no seu encalço.
- Apresentação à autoridade do local da prisão
- remoção
Prisão especial: até o trânsito em julgado da condenação - depois vai pra
prisão comum.
Exceção: agentes penitenciários (por motivo de segurança pessoal)
Artigos 295 (o inciso IV – livro de mérito - nem juiz entende) e 296
do CPP.
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação definitiva: I - os ministros de Estado; II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia; (Redação dada pela Lei nº 3.181, de 11.6.1957) III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembléias Legislativas dos Estados; IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito"; V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; (Redação dada pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001) VI - os magistrados; VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República; VIII - os ministros de confissão religiosa; IX - os ministros do Tribunal de Contas;
X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função; XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos. (Redação dada pela Lei nº 5.126, de 20.9.1966) § 1
o A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste
exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001) § 2
o Não havendo estabelecimento específico para o preso especial,
este será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001) § 3
o A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os
requisitos de salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequados à existência humana. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001) § 4
o O preso especial não será transportado juntamente com o preso
comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001) § 5
o Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do
preso comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001) Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível, serão recolhidos à prisão, em estabelecimentos militares, de acordo com os respectivos regulamentos.
- Privilégios:
a) cela/estabelecimento separado
b) alojamento coletivo; condições (artigo 295, parágrafo terceiro).
§ 3o A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os
requisitos de salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequados à existência humana. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
- Outros direitos: iguais aos presos comuns - artigo 295, § 5º.
§ 5o Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do
preso comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
- Militar: recolhido ao quartel
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- art. 300, parágrafo único.
- exceção: agentes penitenciários (artigo 84, parágrafo segundo,
LEP).
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução penal. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos procedimentos legais, será recolhido a quartel da instituição a que pertencer, onde ficará preso à disposição das autoridades competentes. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011) – não precisa ser crime militar. A diferença entre ser ou não crime militar será em relação à competência.’
Art. 84. O preso provisório ficará separado do condenado por sentença transitada em julgado. § 1° O preso primário cumprirá pena em seção distinta daquela reservada para os reincidentes. § 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal ficará em dependência separada.
- Não cabe prisão processual ao Presidente da República
- artigo 86, parágrafo terceiro, CF.
§ 3º - Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.
DATA: 2 de agosto de 2012
PRISÃO EM FLAGRANTE (arts. 301 a 310, CPP)
1. CONCEITO
Modalidade de prisão cautelar, de natureza administrativa, realizada no
instante em que se desenvolve ou termina de se concluir a infração penal
(crime ou contravenção penal).
A prisão em flagrante tem caráter administrativo, por ser realizada por
Autoridade policial, e passa a ser jurisdicional, quando o Juiz toma
conhecimento.
Não se imporá prisão em flagrante a crimes de menor potencial ofensivo
(art. 69, § único, Lei dos Juizados). Isso significa que não será efetuada a
posterior formalização da prisão em flagrante, mediante termo de
comparecimento, ainda que o autor do fato tenha sido detido pela
flagrância do delito.
2. ESPÉCIES
a) Flagrante Próprio (art. 302, I e II, CPP)
É aquele que está cometendo a infração penal ou acaba de
cometê-la.
b) Flagrante Impróprio (art. 302, III, CPP)
Irreal ou quase flagrante – é perseguido, LOGO APÓS, pela
autoridade policial, pelo ofendido, ou por qualquer pessoa do povo,
em situação que se faça presumir ser o autor da infração.
Pelo art. 290, § 1º do CPP: entender-se-á que o executor vai em
perseguição do réu, quando:
o Tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção,
embora depois o tenha perdido de vista;
Sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha
passado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em
que o procure, for no seu encalço.
c) Flagrante presumido (art. 302, IV, CPP)
Ficto ou assimilado – encontrado – “logo depois”
d) Flagrante Compulsório ou Obrigatório (art. 301, 2ª parte, CPP)
Realizado por autoridades policiais e seus agentes, sob pena de
responder criminal e funcionalmente quando não agir.
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Excludente de ilicitude de constrangimento ilegal / cárcere privado:
estrito cumprimento de dever legal.
e) Flagrante Facultativo (art. 301, 1ª parte, CPP)
É um exercício de cidadania. Prisão realizada por qualquer do
povo.
Exercício regular de direito.
f) Flagrante Provocado ou Preparado (súmula 145, STF)
É nulo, pois o crime é impossível, dada a impossibilidade de
consumação (art. 17, CP).
Súmula 145 – STF: Não há crime, quando a preparação do
flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.
Entretanto, um esquema policial que se valha de uma simulação de
flagrante para captura por outro crime já ocorrido é válido.
o Ex: Policial que se finge de usuário para prender traficante. Ele
não será autuado por vender, e sim por trazer consigo. Trata-se
do flagrante comprovado.
g) Flagrante Esperado
É possível, pois a policial, informada da possível ocorrência de um
delito, monitora o local, aguardando o momento para abordar.
h) Flagrante Prorrogado, Diferido ou Retardado
Lei nº 9.034/95, art. 2º, II – Lei do Crime Organizado;
Lei nº 11.343/06, art. 53, II – Lei Antidrogas;
Nos casos de crimes organizados ou tráfico de drogas, a polícia
pode prorrogar o flagrante, para que sejam formados maiores
elementos de prova e para que se consiga prender maior número
de criminosos.
i) Flagrante Forjado
É nulo. Ex.: polícia coloca droga no carro do indivíduo para
incriminá-lo.
O fato é atípico, pois a pessoa presa não agiu para compor
qualquer trecho da ação penal.
3. FLAGRANTE NAS VÁRIAS ESPÉCIES DE CRIME
a) Crimes permanentes (art. 303, CPP): é possível o flagrante, enquanto
não cessar a permanência.
b) Ação Penal Privada e Pública Condicionada
Precisa da aquiescência do ofendido, ainda que de maneira
informal, dentro do prazo de 24 horas para a lavratura do auto de
prisão.
c) Crime continuado (art. 71, CP)
4. SUJEITOS DO FLAGRANTE
a) Sujeito Ativo: aquele que efetivamente realiza a prisão.
b) Sujeito Passivo
5. NÃO PODEM SER PRESES EM FLAGRANTE
a) Menores de 18 anos (art. 228, CF e art. 27, CP)
b) Diplomatas estrangeiros (art. 1º, I, CPP)
c) Presidente da República (art. 86, § 3º, CF)
d) Agente que socorre vítima de trânsito (art. 301, CTB)
e) Apresentação espontânea
Conforme o caso, NUCCI afirma que poderá ser preso em flagrante
sim
o Exemplo: homicida que, tendo acabado de matar alguém,
entra na delegacia com sangue na roupa e com a arma do
crime na mão.
f) Crimes do JECRIM (art. 69, § único, Lei 9.099/95)
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Desde que assinado o compromisso de comparecimento ao
juizado;
6. PODEM SER PRESOS EM FLAGRANTE, DESDE QUE POR CRIME
INAFIANCÁVEL
a) Membros do Congresso Nacional (art. 53, § 2º, CF)
b) Deputados Estaduais (art. 27, §1º, CF)
c) Magistrados (art. 33, II, LOMAN)
d) Membros do MP (art. 40, III, LONMP)
e) Advogados (art. 7º, § 3º, e § 3º, IV da Lei 8.906/94 – EOAB)
AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
Por ser uma prisão que prescinde da intervenção do juiz, ela deve seguir
rigorosamente os requisitos, sob pena de relaxamento.
1. Prazo: 24 horas -> da efetivação da prisão.
2. Cópia ao juiz: 24 horas (art. 306, § 1º , CPP)
3. Providências do art. 5º, LXII, CF e art. 306, CPP).
a) Informação ao juiz, ao Ministério Público e à família ou outra
pessoa designada pelo autuado.
b) Advogado (caso o autuado não informe nome de advogado,
será encaminhado para a Defensoria Pública no prazo de 24
horas da prisão).
Falta de remessa ao juiz: crime (art. 4º, c, Lei 4.898/65)
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder;
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa;
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal
que lhe seja comunicada; (...)
4. Presidência do APF:
Autoridade do local da prisão (art. 290 e 308, CPP)
o Não havendo autoridade, no lugar da prisão, o preso será
apresentado à do lugar mais próximo.
Crime na presença de autoridade (art. 307, CPP)
Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, no exercício de suas funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimento do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto.
Procedimento do APF (art. 304, CPP)
o Ao apresentar o preso à Autoridade Policial, ouve-se o
condutor.
o Em seguida, é colhida a assinatura do condutor e entregue
uma cópia do seu termo e do recibo de entrega do preso.
o Depois, são ouvidas as testemunhas que acompanharam o
condutor, colhendo-se suas assinaturas.
o É interrogado o preso sobre a imputação que lhe é feita,
assinando, no final.
o Por fim, a Autoridade finaliza lavrando o auto.
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1º: ouvir o condutor
o Fato não é crime => relaxa a prisão.
o Fato é crime => não há flagrância => relaxa => BO e IP
o Fato é crime => há flagrância => APF (Art. 302, CPP)
5. Fases do APF
a) Oitiva do condutor
b) Oitiva das testemunhas e vítimas
Se não há testemunhas do delito (art. 304, § 2º, CPP), deverão
assinar duas testemunhas da prisão.
c) Interrogatório (art.185 a 196, CPP)
Art. 5º, LXIII, CF: direito de permanecer calado.
Impossibilidade => lavra-se o APF
Obs.: depoimentos em folhas separadas => termo final =. Assinatura do
preso => não assina (art. 304, § 3º, CPP), duas testemunhas que ouviram
a leitura do APF.
d) Nota de culpa (art. 306, § 2º, CPP
24 horas: falta => relaxamento
6. Providências do Juiz
1º. Relaxar a prisão ilegal
Art. 5º, LXV, CF
Crime de abuso de autoridade: art. 4º, d, Lei 4.898/65
a) Falta de formalidade essencial
b) Inexistência de flagrante (art. 302, CPP)
c) Atipicidade
d) Excesso de prazo
Decisão que relaxa a prisão: Cabe Recurso em sentido estrito
(art. 581, V, CPP).
Decisão que mantém a prisão: Cabe a impetração de Habeas
corpus.
2º. Converter a prisão em flagrante em PP
Art. 312, CPP
Somente se não cabível outra medida cautelar (art. 312, CPP)
3º. Concessão de liberdade provisória
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da
prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória,
impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319
deste Código e observados os critérios constantes do art. 282
deste Código.
Flagrante legal
Ausentes requisitos para a PP
Liberdade com ou sem fiança
Pode cumular com medida cautelar (art. 319, CPP)
DATA: 9 de agosto de 2012
PRISÃO PREVENTIVA
1. CONCEITO
Pressupõe:
a) Fumus comissi delicti (fumus boni juris)
b) Periculum libertatis (periculum in mora)
Embasamento Constitucional (art. 5º, LXI, CF)
Princípios da taxatividade, adequação e proporcionalidade
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2. DECISÃO FUNDAMENTADA
Art. 93, IX, e 5º, LXI, CF
Art. 310 e 315, CPP
CF Art. 5º (...) LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada.
3. NATUREZA JURÍDICA
Decisão interlocutória simples
Decretação: cabe a impetração de habeas corpus pelo réu.
Denegação: o Ministério Público ou o querelante são legítimos para
interpor RESE (art. 581, V, CPP).
Quando requerida pelo assistente, não cabe nenhum recurso.
4. OPORTUNIDADE
Pode ser decretada em qualquer fase da investigação ou do processo
penal.
Por representação da Autoridade Policial, ou requerimento do membro do
Ministério Público, do querelante ou do assistente de acusação.
O juiz pode decretar de ofício somente no decorrer da ação penal. Antes
disso, necessário é o requerimento dos interessados.
a) Conversão da prisão em flagrante em PP (art. 310, II, CPP) – De ofício.
Obs. Somente se incabível as medidas cautelares (art. 319, CPP)
b) Réu em liberdade, mas as circunstâncias demonstram a necessidade
da PP (art. 311, CPP)
Fase do IP (não pode ser de ofício)
o Requerimento do MP
o Representação do Delegado
Fase da Ação Penal
o De ofício
o Requerimento do MP, querelante, assistente de acusação
c) Descumprimento de medidas cautelares (art. 282, § 4º, CPP)
5. REQUISITOS (art. 312, CPP)
Pressupostos e fundamentos que justificam a medida.
Art. 313 – condições de admissibilidade
Prova da existência do crime (materialidade)
+
Indício suficiente de autoria
+
Uma das situações descritas no art. 312, CPP.
a) Pressupostos (art. 312, CPP)
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a. Indício suficiente de autoria
b. Prova da materialidade
Obs. Somente para crimes, e não contravenções penais.
b) Fundamentos (art. 312, § único, CPP)
a. Garantia da ordem pública
i. Grande periculosidade do agente
ii. Gravidade concreta da infração e risco à sociedade
iii. Repercussão social e sensação de impunidade
iv. Evitar o descrédito do Poder Judiciário
v. Crime meticulosamente premeditado / extrema
crueldade / envolvimento com organização criminosa.
b. Garantia da ordem econômica
i. Absorvido pela garantia da ordem pública
c. Assegurar a lei penal
i. Evitar fuga do distrito da culpa
d. Garantia da instrução criminal
i. Ameaças às vítimas
ii. Destruição de provas
e. Descumprimento das medidas cautelares (art. 312, § único,
CPP)
i. Inovado pela lei de 2011.
Obs. Primariedade, bons antecedentes, residência e emprego
fixos.
6. CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE
Art. 313, CPP – NUCCI fala em circunstâncias legitimadoras.
a) Crime doloso: pena privativa de liberdade máxima superior a 04 anos
b) Réu reincidente: crime doloso nos últimos 05 anos.
c) Violência doméstica ou familiar: vítima mulher, criança, adolescente,
idoso, enfermo ou deficiente.
Garantir as medidas protetivas de urgência:
o Lei nº 9.099/95, art. 69, § único;
o Lei nº 11.340/06, art. 22;
o Estatuto do Idoso, arts. 43 a 45;
o ECA, arts. 98 a 101;
d) Dúvida sobre a identidade: art. 313, § único, CPP.
7. VEDAÇÃO (art. 314, CPP)
Indícios de causas excludentes das ilicitudes
o Estado de necessidade
o Legítima defesa
o Exercício regular de direito
o Estrito cumprimento do dever legal
o
NUCCI: excludentes de culpabilidade
o Coação moral irresistível
o Erro de proibição
8. REVOGAÇÃO A NOVA DECRETAÇÃO (art. 316, CPP)
Pelo art. 316, “o juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do
processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem”.
A decretação de prisão permite ao indiciado ou réu a impetração de
habeas corpus. A negativa em decretá-la, quando requerida pelo MP ou
pelo querelante, autoriza o ingresso de recurso em sentido estrito – RESE
(art. 581, V, CPP). Quando requerida pelo assistente, em caso de
indeferimento, não há recurso cabível. Igualmente não cabe recurso, se
negada a representação da Autoridade Policial.
Caderno Direito Processual Penal II
Carlos Edoardo N. B. de Barros Reis
11
DATA: 16 de agosto de 2012
PRISÃO DOMICILIAR (art. 317, CPP)
a) Maior de 80 anos
b) Doença grave
c) Ser imprescindível aos cuidados de menor de 06 anos ou deficiente.
d) Gestante a partir do 7º mês ou gravidez de alto risco.
PRISÃO TEMPORÁRIA (Lei n° 7.960/89)
1. CONCEITO
É modalidade de prisão cautelar, cuja finalidade é assegurar uma eficaz
investigação policial, quando se tratar de apuração de infração penal de
natureza grave.
2. HIPÓTESES
Art. 1º, III, Lei 7.960/89
Art. 2º, § 4º, Lei nº 8.028/90 (crimes hediondos)
Incisos I e II, Lei nº 7960/89
Deve estar presente pelo menos a hipótese de um dos dois primeiros
incisos, combinada com a ocorrência dos crimes previstos na lei.
Art. 1° Caberá prisão temporária:
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: (...)
3. MOMENTO
Somente no inquérito policial / não é possível na ação penal.
4. PROCEDIMENTO
Juiz
o Requerimento do MP
o Representação do Delegado
NÃO PODE o juiz decretá-la de ofício
Representação / delegado => Parecer prévio do MP
Decisão em 24 horas
Providências do juiz
o Apresentação do preso
o Informações
o Exame de corpo de delito
5. CUMPRIMENTO
Mandado de Prisão: 02 vias
o 01 nota de culpa
Nota de ciência de Direitos Constitucionais
Presos provisórios separado dos condenados
6. PRAZOS
05 dias prorrogáveis por + 05 dias.
30 dias prorrogáveis por + 30 dias (hediondos e equiparados)
o Art. 2º, § 4º, Lei nº 8.072/90 (crimes hediondos)
Prazo no mandado
Não pode a Autoridade Policial soltar o preso antes do fim
do prazo da medida.
Não libertação (art. 4º, i, Lei nº 4.898/65).
Caderno Direito Processual Penal II
Carlos Edoardo N. B. de Barros Reis
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DATA: 17 de agosto de 2012
MEDIDAS CAUTELARES ALTERNATIVAS À PRISÃO
1. REQUISITOS
- artigo 282, I, CPP.
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser
aplicadas observando-se a: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a
instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a
prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
2. FUNDAMENTOS
a) risco para aplicação da lei penal
b) risco para a investigação ou instrução criminal
c) risco de reiteração na prática delitiva
Se comparados aos requisitos da prisão preventiva, temos,
respectivamente, a aplicação da lei penal, a conveniência da instrução e a
segurança da ordem pública.
3. ESCOLHA DA MEDIDA
- artigo 282, II, CPP.
- adequação, circunstâncias do fato e condições pessoais.
- proporcionalidade
Art. 282
(...)
II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e
condições pessoais do indiciado ou acusado. (Incluído pela Lei nº 12.403,
de 2011).
4. VEDAÇÃO
- Não pode ser decretada para crimes em que não há previsão de pena
privativa de liberdade.
5. CUMULAÇÃO, SUBSTITUIÇÃO E REVOGAÇÃO
- artigo 282, parágrafo 1, CPP.
- não há preclusão, pode ser de ofício/requerimento.
§ 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou
cumulativamente. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
6. MOMENTO PROCESSUAL
- artigo 282, parágrafo 2, CPP.
- no Inquérito Policial:
- a requerimento MP.
- requisição do delegado.
- não poderá ser decretada de ofício pelo juiz.
- Entende-se que, se o MP pode requerer a preventiva, então
também pode requerer medida mais branda, no caso, a cautelar.
- na Ação Penal:
- De ofício; ou
- requerimento do MP, do querelante ou do assistente.
Obs.: Há uma ilogicidade, pois o querelante e o assistente podem requerer
a preventiva, durante a investigação policial, mas pelo texto do art. 282,
somente podem pleitear cautelares em juízo.
Caderno Direito Processual Penal II
Carlos Edoardo N. B. de Barros Reis
13
§ 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a
requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
7. PROCESSAMENTO
- artigo 282, parágrafo 3, CPP.
- manifestação da parte
- (parte contrária)
§ 3o Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da
medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
8. RECURSO RESE
- artigo 581, V, CPP
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante; (Redação dada pela Lei nº 7.780, de 22.6.1989)
9. FISCALIZAÇÃO
10. DURAÇÃO
- não há previsão legal
- razoabilidade/proporcionalidade
11. DETRAÇÃO
- artigo 42, CP.
Art. 42 (detração) - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
12. CONTRADITÓRIO
Art. 282 (...) § 3o Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de
ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo.
13. MEDIDAS DO ARTIGO 319 E 320 DO CPP
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
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V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). § 4
o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI
deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Obs:
Medidas cautelares:
a) pessoais
- prisão
- outras medidas cautelares (artigos 319 e 320).
b) reais
- medidas assecuratórias.
14. DESCUMPRIMENTO E REVOGAÇÃO
Art. 282 (...)
§ 3º b Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, de ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, parágrafo único). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
DATA: 23 de agosto de 2012
LIBERDADE PROVISÓRIA
1. CONCEITO
Garantir que o indivíduo fique em liberdade até ele ser julgado e
definitivamente condenado.
Art. 5º, LXVI, CF e art.321 a 350, CPP
Três categorias de delitos:
A) Infrações de menor potencial ofensivo (art. 61, Lei 9.099/95)
a. Crimes com pena máxima não superior a 02 anos
b. Todas as contravenções penais
Art. 69, § único, Lei 9.099/95
TCO
Compromisso de comparecimento ao JECRIM => não APF
Não há aplicação de fiança
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B) Crimes Inafiançáveis
a. Racismo (art. 5º, XLII, CF e art. 323, I, CPP, Lei 7.716/89)
b. Crimes hediondos (Lei nº 8.092/90); tráfico de entorpecentes;
terrorismo e tortura (art. 5º, XLII, CF e art. 323, II, CPP)
c. Delitos de ação de grupos armados (art. 5º, XLIV, CF e art. 323,
III, CPP)
d. Crimes contra o sistema financeiro – reclusão – art. 31 da Lei nº
7.492/86.
e. Crimes de lavagem de dinheiro (Lei nº 9.613/98, art. 3º)
OBS: Lei nº 12.683, de 9-07-2012 – art. 4º revogou o art. 3º
da Lei nº 9.613/98, tornando afiançável.
Obs. Estatuto do desarmamento – Lei 10.826/2003, arts. 14, §
único e 15, § único – ADIN 3.112 STF – Inconstitucionalidade.
ADIN 3.112 STF (...)
IV - A proibição de estabelecimento de fiança para os delitos de “porte
ilegal de arma de fogo de uso permitido” e de “disparo de arma de fogo”,
mostra-se desarrazoada, porquanto são crimes de mera conduta, que
não se equiparam aos crimes que acarretam lesão ou ameaça de
lesão à vida ou à propriedade.
V - Insusceptibilidade de liberdade provisória quanto aos delitos
elencados nos arts. 16, 17 e 18. Inconstitucionalidade reconhecida, visto
que o texto magno não autoriza a prisão ex lege, em face dos
princípios da presunção de inocência e da obrigatoriedade de
fundamentação dos mandados de prisão pela autoridade judiciária
competente. (...)
C) Crimes Afiançáveis
Todos os demais, a contrario sensu.
2. VEDAÇÕES (art. 324, CPP)
a) Quebra de fiança, no mesmo processo ou descumprimento de
obrigações (art. 327 e 328, CPP)
b) Prisão civil ou militar
c) Requisitos da Prisão Preventiva
3. CUMULAÇÃO COM CAUTELAR (art. 319, § 4º, CPP)
CPP Art. 319 (...) § 4o A fiança será aplicada de acordo com as
disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com
outras medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Descumprimento => quebra da fiança (art. 341, III, CPP)
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
(...) III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente
com a fiança; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Exemplos:
a) Constrangimento ilegal – pena de 3 meses a 01 ano – JECRIM – TCO
– compromisso – sem AP – sem fiança.
b) Latrocínio – pena de 20 a 30 anos – crime hediondo – inafiançável –
APF – conversão em PP (salvo por razão excepcional)
c) Receptação simples – APF – pena de 01 a 04 anos – não é JECRIM –
afiançável – Delegado lavra o APF (salvo se houver impedimento do
art. 324, CPP)
4. LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA (em crime afiançável)
Caderno Direito Processual Penal II
Carlos Edoardo N. B. de Barros Reis
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a) Excludentes (art. 23, CP)
Art. 310, § único, CPP
b) Ausentes os requesitos do art. 312 para a decretação da preventiva –
não há periculum libertatis.
c) Réu sem condições financeiras (art. 350, CPP)
Compromisso: art. 327 e 328, CPP.
DATA: 24 de agosto de 2012
FIANÇA
É uma contracautela em vista da prisão cautelar.
Fiança é a garantia real, consistente no pagamento em dinheiro ou na
entrega de valores ao Estado, para assegurar o direito de permanecer em
liberdade, no transcurso de um processo criminal.
a) Finalidade
Além da garantir a liberdade, de acordo com o art. 336, serve para garantir
o pagamento das custas (quando houver), da indenização do dano
causado pelo crime, da prestação pecuniária e também da pena de
multa.
b) Quem pode conceder:
a. Delegado => crimes com pena de até 04 anos.
b. Juiz => em qualquer crime
Não é necessário ouvir o MP previamente, mas ele terá vista a fim
de julgar o que for conveniente (art. 333, CPP);
c) Valor da fiança: arts. 325 e 326, CPP
Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em
consideração a natureza da infração, as condições pessoais de
fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas de
sua periculosidade, bem como a importância provável das custas do
processo, até final julgamento.
d) Quem pode prestar
Art. 329, § único, CPP: o réu e quem prestar a fiança serão
notificados pelas obrigações e sanção prevista nos arts. 327 e 328.
Livro especial nas delegacias;
e) Reforço (Art. 340, CPP)
Não cumprimento – cassação
Art. 340. Será exigido o reforço da fiança:
I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente;
II - quando houver depreciação material ou perecimento dos bens
hipotecados ou caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras
preciosas;
III - quando for inovada a classificação do delito.
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à
prisão, quando, na conformidade deste artigo, não for reforçada.
f) Objeto da fiança (art. 330, CPC)
Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de
dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida
Caderno Direito Processual Penal II
Carlos Edoardo N. B. de Barros Reis
17
pública, federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em
primeiro lugar. (...)
Quando prestada por meio de hipoteca, a execução será
promovida no juízo cível pelo MP.
Quando for por meio e pedras, o juiz determinará a venda por
leiloiro ou corretor.
g) Obrigações (art. 327 e 328, CPP)
Perda da metade do valor = quebra da fiança:
Comparecer todas as vezes em que for intimado para atos do
inquérito, da instrução e para o julgamento.
Não mudar de residência, sem autorização.
Não se ausentar por mais de 8 dias de sua residência, sem
comunicar o local em que é encontrado.
o Depois de feitas as deduções, será recolhida ao fundo
penitenciário, na forma da lei.
Perda da integralidade do valor = perda da fiança
Se condenado, o acusado não se apresentar para dar início ao
cumprimento da pena.
o Depois de feitas as deduções, será recolhido ao FUNPEN,
na forma da lei.
h) Cassação (art. 338 a 340, CPP)
a. Quando se entender não ser cabível na espécie (o crime não
comporta ou a lei veda, o réu é reincidente, ou seja, ela foi
aplicada indevidamente)
b. Inovação na classificação do crime para inafiançável.
i) Exigência de reforço (art. 340)
a. Inovação na classificação do crime que importe fiança maior,
quando não reforçada.
b. Quando autoridade tomar fiança insuficiente;
c. Quando houver desvalorização do bem em caução;
j) Restituição (art. 337, CPP)
a. Quando declarada sem efeito a fiança, pois o réu não quis
depositar seu reforço.
b. Absolvição;
c. Extinção da punibilidade.
k) Perda da fiança (art. 344, CPP)
a. Condenação – não se apresenta para cumprir a pena – perda
total
b. Condenação – apresenta-se para cumprir a pena – pagos os
encargos – restitui-se o que sobrar
DATA: 06 de setembro de 2012
SUJEITOS DO PROCESSO
a) Principais / Essenciais
a. Juiz
b. Membro do Ministério Público
c. Advogado / Defensor
b) Secundários / Acessórios
a. Vítima / assistente
b. Terceiros interessados
Caderno Direito Processual Penal II
Carlos Edoardo N. B. de Barros Reis
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DO JUIZ
Poder é uno, e a tripartição dos Poderes tecnicamente está errada. O
correto seria tripartição das Funções.
O juiz tem Jurisdição (do latim, dizer, falar o direito). O que distingue é a
existência de competência para poder dizer o direito sobre a causa, de
acordo com o as regras do processo.
Autoridade: Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e
manter a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a
força pública.
1. QUALIDADES
a) Investidura
Antes de completar 2 anos de nomeação no concurso
b) Capacidade
c) Imparcialidade
2. GARANTIAS CONSTITUCIONAIS (art. 95, CF)
a) Vitaliciedade
O juiz jamais perderá seu cargo sem sentença judicial.
Adquire a vitaliciedade a partir de 2 anos.
b) Inamovibilidade
Exceção: quando houver interesse público – maioria absoluta
no tribunal ou no CNJ.
c) Irredutibilidade de subsídios
Pode ser aumentada com parcelas indenizatórias, ainda que
exista a restrição do teto.
3. RESTRIÇÕES CONSTITUCIONAIS
Art. 95, § único, CF/88.
4. PODERES DOS JUÍZES
a) Instruitório
Princípio do impulso oficial.
Não se admite extinção de feito sem resolução de mérito, por
inépcia de qualquer das partes.
b) Disciplina Processual (silêncio da sala, tumultos)
c) Coerção (desacato, desobediência)
Poder de polícia – pode requisitar força pública.
d) Velar pela defesa técnica (se o juiz perceber que o réu está indefeso,
ele pode intervir)
e) Decisório
f) Anômalo
a. Habeas corpus de ofício
b. Reexame necessário (recurso de ofício)
5. IMPEDIMENTO (art. 252, CPP)
Presunção juris et de jure (absoluta)
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Carlos Edoardo N. B. de Barros Reis
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Rol taxativo
Efeito: todos os atos decisórios são nulos.
a) Participação, na causa, de cônjuge ou parente;
b) Juiz atuante em função diversa da jurisdicional (como advogado,
perito, promotor, etc.);
c) Atuação como juiz de instância diversa;
d) Juiz, cônjuge ou parente como parte;
e) Nos juízos coletivos, os parentes, consanguíneos ou afins, em linha
reta ou colateral até o terceiro grau.
6. SUSPEIÇÃO (art. 254, CPP)
Presunção juris tantum.
Rol exemplificativo.
Efeito: anulabilidade.
a) Amizade intima ou inimizade capital;
b) Interesse na matéria em debate (ex: filho de juiz que responde a caso
de sonegação fiscal e defende o princípio da insignificância);
c) Parentesco consanguíneo e por afinidade;
d) Interesse em causa diversa (um é juiz da causa do outro);
e) Aconselhamento;
f) Interesse motivado por laços existentes (credor/devedor, tutor/curador);
g) Interesse financeiro (sócio cotista da empresa).
DATA: 13 de setembro de 2012
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Arts. 127 a 130 da CF
Arts. 257 e 258 do CPP
1. FUNÇÕES (art. 257, CPP)
Art. 129, I, CF – promove privativamente a ação penal pública.
Fiscalizar a justa e correta aplicação da lei.
Também pode requerer a aplicação de benefícios, quando a lei
determinar.
2. INGRESSO
Na estrutura funcional, a instituição se espelha na magistratura.
Aprovado em concurso, ele é nomeado pela Procuradoria do MP,
para em seguida tomar posse e iniciar sua atividade.
3. GARANTIAS E VEDAÇÕES
Art. 95 da CF.
Vitaliciedade
Inamovibilidade
Irredutibilidade de subsídios
4. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
a) Unicidade
b) Indivisibilidade
c) Independência
5. PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS
a) Indisponibilidade
b) Irrecusabilidade
a. O promotor não pode ser recusado pela parte ou juiz, a não ser
nas causas de suspeição ou impedimento.
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c) Independência funcional
Princípio do Promotor Natural: não é o mesmo do Juiz natural, pois há
unicidade em todos os membros do MP. O que não pode, no
entendimento do STF, é a designação política de promotores para
atuarem em casos específicos, justamente por ser mais rigoroso ou
mais brando.
6. IMPEDIMENTOS / SUSPEIÇÕES
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que
o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim,
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no
que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos
dos juízes.
DO ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO
Arts. 268 a 273, CPP.
1. TITULARIDADE
Vítima ou representante legal (art. 268)
Ausência, morte ou incapacidade da vítima: CADI (art. 31, CPP)
Nucci: também pode ser pessoa jurídica de direito privado ou
público (p. 563/5644).
2. MOMENTO PROCESSUAL (arts. 268 e 269, CPP)
Depois de recebida a denúncia e antes do trânsito em julgado
Ingressa na causa no estado em que ela estiver.
Não cabe no inquérito policial nem na execução penal.
Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31.
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a causa no estado em que se achar.
3. FINALIDADE
Interesse em auxiliar o MP na acusação contra o réu consistente
na:
o Na condenação do réu como punição.
o Na reparação de danos na ação penal.
4. IMPEDIMENTOS / SUSPEIÇÕES
Não há, pois é uma parte parcial. Quem é afastado é o juiz.
5. MODALIDADE
Parte adjunta ou adesiva.
É desnecessária e eventual
6. VÍTIMA / RÉU
Não é permitido ao corréu ingressar como assistente.
Art. 270. O co-réu no mesmo processo não poderá intervir como
assistente do Ministério Público.
7. REPRESENTAÇÃO
Advogado com poderes especiais
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PODE SER DEFENSOR PÚBLICO?
8. ADMISSIBILIDADE
Todos os delitos que resultem em:
o Ação penal pública
o Vítima certa
Se indeferido, não cabe recurso.
o A jurisprudência tem admitido o mandado de segurança
como recurso, pois há violação de direito líquido e certo.
Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá
recurso, devendo, entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão.
PERGUNTA: SE O CRIME FOR CONTRA A SOCIEDADE, MAS PARA
TANTO O CRIME MEIO É COM VÍTIMA CERTA, PODE SER
ASSISTENTE? EX: FALSA MOEDA E ESTELIONATO.
9. PROCEDIMENTO (art. 272, CPP)
Parecer prévio do MP
Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão
do assistente.
10. PODERES (art. 271, CPP)
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer
perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do
debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou
por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1o, e 598.
O assistente não pode arrolar testemunha, pois não participa da ação
penal no momento da denúncia. Pode até eventualmente requerer a oitiva
de testemunha, mas o juiz poderá indeferir.
Articulados: é a atual “alegações finais”. É tudo o que o MP manifesta.
Participar do debate oral, dividindo com o promotor o tempo
existente.
Produção de provas: CPP Art. 271. (...) § 1o O juiz, ouvido o
Ministério Público, decidirá acerca da realização das provas
propostas pelo assistente – para não vir a produzir uma prova que
prejudique a acusação.
11. RECURSO
Não cabe, em regra.
Pode arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público.
Permitido em casos específicos (art. 598, CPP)
Não admitido Mandado de segurança
12. INTIMAÇÃO
Intimação obrigatória no Diário de Justiça
Se deixar de comparecer, injustificadamente, não será mais
intimado, mas ainda sim poderá participar.
CPP Art. 271. (...) § 2o O processo prosseguirá independentemente de
nova intimação do assistente, quando este, intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos da instrução ou do julgamento, sem motivo de força maior devidamente comprovado.
DATA: 14 de setembro de 2012
Caderno Direito Processual Penal II
Carlos Edoardo N. B. de Barros Reis
22
O ACUSADO
Art. 259 a 267, CPP.
1. PARTE PASSIVA
Podem ser parte:
a) Pessoas físicas maiores de 18 anos
b) Pessoas jurídicas para crimes ambientais
a. Art. 255, § 3º, CF
b. Art. 3º, Lei 9.605/98
c) Doentes mentais
Não podem ser parte:
a) Menores de 18 anos
b) Coisas, animais e mortos.
2. DENOMINAÇÃO
a) No inquérito: investigado, indiciado.
b) Na ação penal: denunciado, acusado, imputado, querelado.
c) Depois da condenação: condenado, apenado, reeducando.
3. IDENTIFICAÇÃO (art. 259 e 41, CPP)
A ação penal somente pode ser promovida contra pessoa individualizada e
devidamente identificada. Entretanto, permite-se o ajuizamento de ação
penal contra determinado sujeito, cujos dados qualificativos são
desconhecidos, mas sua identidade, como pessoa, é inequívoca (ex: caso
de mendigo que não fornece dados – utiliza-se a identificação
dactiloscópica).
Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos não retardará a ação penal, quando certa a identidade física. A qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento ou da execução da sentença, se for descoberta a sua qualificação, far-se-á a retificação, por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos atos precedentes. Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
4. CONDUÇÃO COERCITIVA (art. 260, CPP)
O artigo não foi recepcionado pela nova Ordem Constitucional, pois
ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo.
O DEFENSOR
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
a) Conceito
Defesa técnica (advogado / defensor público) obrigatória (art.
261, CPP)
Autodefesa: quando o réu auxilia o advogado, fornecendo dados e
informações que contribuirão para sua defesa.
Defesa própria (art. 263, caput, CPP) – réu que é advogado.
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz,
ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança,
ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação.
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Carlos Edoardo N. B. de Barros Reis
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b) Manifestação fundamentada (art. 261, § único, CPP)
Para defensor constituído (advogado), permite-se que não se fundamente
na manifestação, como é o caso de alegações finais no tribunal do júri – o
acusado opta estrategicamente por não se manifestar na peça, para que
sua tese não seja conhecida pelo Ministério Público, até o momento da
sustentação oral perante o Conselho de Sentença.
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor.
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
CPP Art. 497. São atribuições do juiz presidente do Tribunal do Júri, além
de outras expressamente referidas neste Código: (...) V - nomear defensor
ao acusado, quando considerá-lo indefeso, podendo, neste caso,
dissolver o Conselho e designar novo dia para o julgamento, com a
nomeação ou a constituição de novo defensor.
c) Prejuízo na defesa (Súmula 523 do STF e art. 564, III, c, CPP).
Ausência de defesa técnica nulidade absoluta
Deficiência de defesa nulidade relativa
STF Súmula nº 523 - 03/12/1969 - No processo penal, a falta da defesa constitui
nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo
para o réu.
CPP Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: (...) III - por falta das
fórmulas ou dos termos seguintes: (...) c) a nomeação de defensor ao réu
presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos;
2. ESPÉCIES DE DEFENSOR
a) Constituído ou Procurador
Constituição a qualquer momento (art. 263, CPP – ...ressalvado o
seu direito de, a todo tempo, nomear outro [defensor] de sua
confiança...)
Duas formas:
o Por procuração
o No interrogatório (art. 266, CPP) – apud acta - atualmente
ocorre no início da audiência.
São exigidos poderes especiais na procuração para:
o Aceitar o perdão
o Arguir suspeição
o Arguir falsidade de documento
b) Defensor dativo
Nomeado pelo juiz
Honorários devidos (CPP Art. 263. [...] Parágrafo único. O
acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os honorários
do defensor dativo, arbitrados pelo juiz.)
Irrecusabilidade (art. 264, CPP e art. 34, XII, Lei nº 8.906/94) – é
um múnus público.
Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e solicitadores serão
obrigados, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, a prestar
seu patrocínio aos acusados, quando nomeados pelo Juiz.
Caderno Direito Processual Penal II
Carlos Edoardo N. B. de Barros Reis
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Intransferível – não pode substabelecer.
Tem as mesmas prerrogativas do defensor: prazo em dobro e
intimação pessoal.
c) Defensor Público
Art. 134, CF
Lei Comp. Nº 80/94.
Prazo em dobro
Intimação pessoal
d) Defensor ad hoc
Art. 265, § 2º, CPP
Para atos determinados
3. ABANDONO DE PROCESSO
Art. 265, caput, CPP – não pode abandonar, salvo motivo
imperioso.
Art. 5º, § 3º, Lei nº 8.906/94.
Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão por
motivo imperioso, comunicado previamente o juiz, sob pena de multa
de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos, sem prejuízo das demais
sanções cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
QUESTÕES
1 – Não, pois de acordo com o art. 268 do CPP, a vítima poderá intervir
como assistente do MP na Ação Penal Pública, ou seja, após o
oferecimento e recebimento da denúncia, não sendo cabível na fase do
inquérito.
2 - A par das divergências doutrinárias, a vítima pode habilitar-se como
assistente de acusação visando tanto a reparação do dano quanto o
auxílio ao MP na promoção da correta aplicação da lei.
3 – Não, pois o artigo 270 veda.
4 – O art. 269 permite a habilitação até antes do transito em julgado. O art.
269 permite à assistência de acusação.
Pode a ação transitar para a acusação (MP) e não para o réu. Com isso, o
prazo continua, pois assim o assistente poderá recorrer.
O art. 271 permite que o assistente recorra.
5 – Não, pois segundo o art. 268 do CPP, a legitimidade para figurar como
assistente de acusação é do ofendido, ou na falta da vítima, de CADI. O
advogado apenas representa os interesses da vítima no processo, uma
vez que a prática de atos processuais exige a capacidade postulatória.
6 – Não, pois o juiz não observou o disposto no art. 266 do CPP. Por força
da ampla defesa, nenhum acusado será processado ou julgado sem
defensor (art. 261).
7 – Exceção é processada em apartado. Não, pois o juiz deveria proceder
em conformidade com o art. 100 do CPP, ou seja, deveria mandar autuar
em apartado a petição, dar sua resposta e determinar a remessa ao
tribunal.
Caderno Direito Processual Penal II
Carlos Edoardo N. B. de Barros Reis
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DATA: 28 de agosto de 2012
DA PROVA
1. TEORIA GERAL DA PROVA
1.1. Conceito
Ato de provar;
Meio pelo qual se demonstra a verdade; ou
Resultado da ação de provar.
1.2. Objetivo / Finalidade
A finalidade da prova é convencer o juiz a respeito da verdade de um fato
litigioso. Busca-se a verdade processual, ou seja, a verdade atingível ou
possível.
1.3. Objeto
O objeto da prova são, primordialmente, os fatos que as partes pretendem
demonstrar.
FATOS que não são objeto de prova:
a) Fato evidente
b) Fato notório
c) Máximas de experiência
a. Ex: Sabe-se que na segunda feira seguinte a um feriado é
um dia em que um banco terá muitas pessoas.
d) Fatos que contém presunção legal absoluta: presunções juris et de
jure.
e) Fato impossível
f) Fato impertinente ou irrelevante
Deve ser provado:
g) Fato incontroverso – quando as partes concordam.
a. Entretanto, o juiz pode exigir mais provas quando existirem
dúvidas.
1.4. Fontes de prova
Denúncia, alegações do réu, perícias.
1.5. Meios de prova (art. 158 a 250, CPP)
Pericial, testemunhal, indícios, busca e apreensão, reconhecimento de
pessoas e coisas, acareação, documenta, e todas as demais em direito
admitidas.
1.6. Elementos de prova
São as provas que realmente convenceram o juiz, as quais ele usa para
fundamentar sua convicção. Ele pode dar mais valor para uma ou outra
prova, todavia, o conjunto probatório tem que ser harmônico, seguro,
coeso.
1.7. Prova direta / indireta
1.8. Forma das provas
a) Pessoal: depoimentos e afirmações das pessoas em juízo
b) Documental: toda forma de registro gráfico (foto, vídeo, áudio,
email)
c) Material: laudos periciais.
1.9. Princípios
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Carlos Edoardo N. B. de Barros Reis
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a) Oralidade
b) Comunhão da prova: ainda que requerida por uma das partes, a
prova pertence a todos que estão no processo.
c) Contraditório: deve ser rigorosamente observado, sob pena de
nulidade da prova. Participação de todas as partes com igualdade
processual.
1.10. Prova emprestada
Prova produzida em outro processo, atendendo o contraditório, desde que
o réu tenha participado da produção da prova no processo original. Para
isso, exige-se que sejam as mesmas partes, sob pena de se ter que
produzir novamente a prova.
1.11. Sistema de apreciação de provas
a) Certeza moral do juiz ou íntima convicção
a. Ex: tribunal do júri.
b. Caso da faca que entrou no pescoço do boia fria
acidentalmente, mas testemunhas estavam imputando o
homicídio a terceira pessoa.
b) Prova legal, prova tarifada, certeza moral do legislador ou verdade
legal
Ex: art. 158: a lei exige laudo em crimes de deixam vestígios, não
bastando a confissão.
Art. 167: na falta de evidencias materiais, o testemunho suprirá.
Art. 564: caso de nulidade: ausência de exame de corpo de delito nos
crimes que deixam vestígios. Ex: furto qualificado pelo arrombamento que
não tem laudo comprovando, quando poderia ter sido feito.
Art. 155: restrição quanto ao estado civil das pessoas. Para provar o crime
de bigamia, é necessária a prova das certidões de casamento anteriores.
c) Livre convicção ou persuasão racional
Juiz tem plena liberdade para valorar as provas, desde que fundamente na
sentença, sob o crivo do contraditório e da ampla defesa.
DATA: 4 de outubro de 2012
2. ÔNUS DA PROVA (art. 156, CPP)
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
2.1. Denúncia / Queixa
Pela acusação: prova do fato, da autoria, circunstâncias que
agravam a pena, elementos subjetivos.
Pela defesa: excludentes de ilicitude, causas de diminuição de
pena.
P.ex.: o réu precisa provar que agiu em legítima defesa. Conduto,
essa prova é relativa, pois, ainda que persistam dúvidas acerca do
crime, o princípio da presunção de inocência sempre favorecerá o
réu.
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Carlos Edoardo N. B. de Barros Reis
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Álibi: é a alegação feita pelo réu de que estava em local diverso de
onde ocorreu o delito.
2.2. Determinação de oficio pelo juiz (art. 156,I e II, CPP)
Até mesmo antes da ação penal, pode ele determinar a produção
de provas urgentes e relevantes, considerando a necessidade,
adequação e proporcionalidade da medida.
Pode determinar a realização de diligências no curso da instrução,
até mesmo antes da sentença.
2.3. Indeferimento pelo juiz
3. MOMENTO DA PRODUÇÃO DE PROVA (art. 156)
Em regra, o momento é durante a instrução criminal, que se encerra na
audiência de instrução e julgamento. Contudo, em vista dos princípios da
busca da verdade real e do impulso oficial, ela pode ocorrer:
Antes da ação penal, para a produção antecipada de provas
urgentes e relevantes;
Antes da sentença, para dirimir dúvidas sobre pontos relevantes.
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
4. PROVAS INADMISSÍVEIS / ILEGAIS
4.1. Prova ilegítima
Obtida de forma irregular. Realiza-se a prova novamente, se for possível.
Ex: escuta telefônica sem mandado judicial
4.2. Prova ilícita (art. 5º, LVI, CF e art. 157, CPP)
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) § 1
o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas,
salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) § 2
o Considera-se fonte independente aquela que por si só,
seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) § 3
o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada
inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Uma prova obtida por meio de uma violação do Estado. Se o Estado puder
usar uma prova obtida ilicitamente, seria como se ele estivesse se
equiparando ao criminoso, porque também comete crime.
Ex: torturas
4.3. Desentranhamento
Art. 157, caput, CPP
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Carlos Edoardo N. B. de Barros Reis
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Inutilização (art. 157, § 3º, CPP) – as partes poderão acompanhar o
incidente
4.4. Prova ilícita por derivação
Teoria dos frutos da árvore envenenada
Art. 157, § 1º, CPP
4.5. Admissibilidade
a) Ausência de demonstração do nexo de causalidade
b) A prova puder ser obtida por fonte independente (art. 157, § 2º, CPP)
4.6. Prova ilícita pro reo
Princípio da proporcionalidade (razoabilidade)
Teoria do interesse predominante
DATA: 17 de outubro de 2012
DO EXAME DE CORPO DE DELITO E DAS
PERÍCIAS (art. 158 a 184 do CPP)
1. CONCEITO
Exame elaborado por pessoas que possuem conhecimentos
especializados de acordo com a matéria do objeto.
2. CORPO DE DELITO / LAUDO
2.1. Corpo de delito
Elementos que tornam tangíveis os vestígios do crime. Em um crime de
homicídio, o corpo de delito (vestígio efetivamente deixado) é o cadáver. É
a modificação do corpo da vítima, no crime de lesões.
É a prova material do crime.
2.2. Exame de corpo de delito
O exame de corpo de delito é a verificação da prova da existência do
crime, feita por peritos, diretamente, ou por intermédio de outras
evidências, quando os vestígios, ainda que materiais, desaparecem.
3. MODALIDADE
a) Direto
O perito realiza diretamente o exame sobre o corpo de delito.
b) Indireto
Quando for impossível realizar o exame diretamente, o perito realizará o
exame através de outros elementos do crime.
P.ex. vítima de lesão que foge do hospital. O perito elaborará o laudo
baseado no prontuário médico.
Ex. fotografias, filmagens.
4. OBRIGATORIEDADE (art. 158, CPP)
É obrigatório nos crimes que deixam vestígio. A confissão não supre.
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Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame
de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do
acusado.
Situação excepcional: somente quando a natureza do crime não deixar
vestígios, ou então porque eles desapareceram, a prova testemunhal
servirá.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Se os vestígios se perdem por desídia da autoridade policial, a prova
testemunhal não suprirá a prova pericial, que deveria ter sido realizada.
É nula a sentença que reconhece a materialidade de crime sem o
laudo exigido por lei (art. 564, III, b, CPP).
5. FASE PROCESSUAL
Art. 525, CPP.
6. LAUDO INDIRETO
Art. 167, CPP
Requisitos:
a) Desaparecimento dos vestígios
- Por culpa das partes
- a prova testemunhal precisa ser robusta.
b) Prova testemunhal idônea
7. REALIZAÇÃO
No inquérito policial (não é obrigatório ser nessa fase)
Os exames periciais realizados na fase policial tem validade, ainda
que não sejam realizados sob o contraditório. Por isso, as partes
podem requerer assistentes técnicos em respeito ao contraditório.
Instrução criminal
Necessidade de contraditório
Exceção: Crimes contra a propriedade intelectual: obrigatoriedade de o
laudo pericial instruir a denúncia.
8. INDEFERIMENTO DE PERÍCIA (art. 184, CPP)
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.
9. PERITO (art. 159, CPP)
a) Perito oficial
Portador de diploma de ensino superior na área a ser periciada.
Não precisa prestar compromisso no processo toda vez que atuarem, pois
já são servidores da justiça.
b) Perito não oficial (art. 159, §§ 1º e 2º CPP)
Quando não houver perito oficial na comarca ou de alguma forma estiver
impossibilitado, o juiz nomeará DOIS peritos não oficiais para juntos
assinarem.
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Semelhante ao advogado dativo nomeado pelo juiz, o perito recebe um
múnus público, não podendo recusar, salvo justo motivo.
Não precisa possuir ensino superior.
Precisa prestar compromisso
As partes não interferem na nomeação do perito (art. 276 CPP)
Por carta precatória (art. 177, CPP), serão nomeados peritos da comarca
deprecada.
Perícia complexa (art. 159, § 7º, CPP), com mais de perito.
o Comum nos casos de crimes ambientais, que demandam
um corpo técnico de várias áreas de conhecimento para
periciar.
As partes podem nomear mais de um assistente técnico.
10. QUESITOS
Perguntas de ordem técnica feitas pelas partes e pelo juiz.
Art. 159, § 3º, CPP - serão facultadas ao Ministério Público, ao
assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a
formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até
o ato da diligência.
11. ASSISTENTES TÉCNICOS
Inovação de 2008.
Art. 159, §§ 3º e 4º.
Art. 159, § 5º, I e II e art. 400, caput, e § 2º, CPP.
§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a
conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008).
§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à
perícia: (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Não tem o compromisso legal dos peritos oficiais.
O perito tem o prazo de 10 dias, podendo pedir prorrogação para
apresentar o laudo. A partir de então é que os assistentes podem
apresentar pareceres.
12. LAUDO (art. 160 e § único, CPP)
Prazo de 10 dias.
Ainda que científicas, as provas periciais não são absolutas, tendo
valor relativo.
O juiz pode desconsiderar o laudo, de acordo com outros
elementos de prova (art. 182)
A prova somente é absoluta quando for o exame de corpo de delito
que atesta a materialidade do crime.
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Carlos Edoardo N. B. de Barros Reis
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13. FALHAS / OMISSÕES (art. 180 e 181)
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos. Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões, obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
14. VALOR PROBATÓRIO
Relativo
CPP, Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou
rejeitá-lo, no todo ou em parte.
DATA: 19 de outubro de 2012
DO INTERROGATÓRIO (art. 185 a 196, CPP)
1. CONCEITO
É o ato processual que confere oportunidade ao acusado de se dirigir
diretamente ao juiz, para apresentar sua versão dos fatos, indicar provas,
confessar ou permanecer em silêncio (apresentando somente os dados de
qualificação).
2. CARACTERÍSTICAS
a) Personalíssimo
Pessoa jurídica: por integração normativa (analogia) da CLT e
do CPC, o interrogatório pode ser feito com o sócio-proprietário
ou por pessoa que ele indicar, que saiba dos fatos.
b) Oralidade
c) Não preclui
d) Público
e) Bifásico
3. OBRIGATORIEDADE
Art. 564, III, c, CPP.
É obrigatória a concessão de oportunidade ao réu para que seja ouvido
em juízo, sob pena de nulidade. Não é possível a obrigação de que o réu
fale, pois tem o direito de permanecer em silêncio, sendo obrigatório
apenas o interrogatório de qualificação.
4. OPORTUNIDADE
IP (art. 6º e 304 CPP)
Audiência de Instrução e Julgamento (art. 400, CPP)
Tribunal do Júri (art. 474, CPP)
Tribunais (art. 7º, Lei 8.038/90)
Apelação (art. 616, CPP)
Renovação (art. 196, CPP) – novo interrogatório de ofício ou
requerimento fundamentado das partes.
5. DIREITO AO SILÊNCIO (art. 5º, LXIV, CF)
Art. 186, CPP.
Art. 198, CPP NÃO RECEPCIONADO – diz que o silêncio pode
constituir elemento para a formação do convencimento do juiz.
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Art. 478, II, CPP – júri – vedação em mencionar que o réu se calou.
6. PARTICIPAÇÃO DO DEFENSOR
Art. 5º, LXIII, CF e art. 185, caput e § 5º, CPP.
É indispensável que o interrogatório seja acompanhado por
defensor, constituído ou dativo. (art. 185, caput, CPP)
Direito de conversar reservadamente com o defensor, antes do
interrogatório, assegurado um canal telefônico entre defensores e
defensor e réu, para o caso de videoconferência. (art. 185, § 5º,
CPP)
7. LOCAL
Art. 185, caput e § 1º, e art. 400, CPP;
Juízo;
Estabelecimento Prisional: tornou-se raro pois, com a audiência
UNA de instrução e julgamento, o interrogatório do réu acaba
sendo logo depois dos depoimentos das testemunhas, o que
invalida sua oitiva no estabelecimento prisional, em momento e
local distinto).
8. VIDEOCONFERÊNCIA
Art. 185, § 2º, CPP;
Situações excepcionais (incisos I a IV, § 2º, do art. 185, CPP).
o Prevenir risco à segurança pública;
o Viabilização de participação do réu, por enfermidade ou
outra circunstância pessoal;
o Impedir a influência do réu sobre o ânimo de testemunha ou
vítima;
o Responder à gravíssima questão de ordem pública.
§ 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades: (Redação dada pela Lei nº 11.900, de 2009) I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento; (Incluído pela Lei nº
11.900, de 2009) II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal; (Incluído pela Lei nº
11.900, de 2009) III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código; (Incluído pela Lei
nº 11.900, de 2009) IV - responder à gravíssima questão de ordem pública. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
9. CONTEÚDO
Art. 187, § 1º e 2º, CPP;
a) Qualificação
O réu deve responder seus dados pessoais, pois o direito de silêncio
abrange somente o mérito.
b) Individualização (NUCCI)
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Carlos Edoardo N. B. de Barros Reis
33
Interroga-se quais as oportunidades sociais que o réu teve, bem como a
respeito de sua vida pregressa, se já foi preso ou processado. (ex: pode
ele mentir que é bom pai e homem trabalhador, para tentar melhorar suas
circunstâncias judiciais);
c) Mérito
Diz respeito à imputação propriamente dita.
10. INTERVENÇÃO DAS PARTES
Art. 188, CPP – quem pergunta para o réu somente é o juiz. A
Defesa e o MP perguntam para o juiz então perguntar.
Júri – art. 474, § 1º e 2º;
o MP, assistente, querelante e defensor (nessa ordem) podem
formular perguntas diretamente ao acusado.
o Os jurados formulam perguntas por intermédio do juiz.
11. CORRÉUS (art. 191, CPP)
Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados
separadamente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
12. MODALIDADES ESPECIAIS (art. 192, CPP)
Mudo
Surdo
Surdo-mudo
Surdo, mudo e surdo-mudo analfabeto: será realizada por mímica,
por intermédio de interprete.
Estrangeiro: intérprete
Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do surdo-mudo será feito pela forma seguinte: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) I - ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas, que ele responderá oralmente; (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) II - ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, respondendo-as por escrito; (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escrito e do mesmo modo dará as respostas. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou escrever, intervirá no ato, como intérprete e sob compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua nacional, o
interrogatório será feito por meio de intérprete. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) (...) Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não puder ou não
quiser assinar, tal fato será consignado no termo. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
DATA: 25 de outubro de 2012
DA BUSCA E APREENSÃO
1. CONCEITO
Natureza variada, pois busca produzir meio de prova, ao mesmo tempo
que possui caráter assecuratório.
Busca domiciliar: realizada no domicílio do investigado (casa, escritório,
quarto de hotel habitual, entre outros).
Busca pessoal: realizada diretamente na pessoa, em contato direito ao
corpo humano ou a pertences íntimos ou exclusivos do indivíduo, como a
bolsa ou o carro.
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2. FUNDAMENTOS
3. OPORTUNIDADE
Pode ocorrer em qualquer fase (policial, processual e executiva)
4. BUSCA DOMICILIAR
Domicílio D Civil (art. 70, CC) X Domicílio DPP (art. 150, § 4º e art. 256,
CPP)
5. INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO (art. 5, XI, CF)
Não é absoluto, pois mesmo sem o consentimento, pode-se entrar no
domicílio.
A) Flagrante delito, desastre ou para prestar socorro (dia e noite)
B) Por determinação judicial (durante o dia)
5.1. Fundamentos:
Art. 240, § 1º, CPP.
Obs.: Inviolabilidade de correspondência: alínea f vs. art. 5º, XII, CF.
Nenhuma garantia fundamental é absoluta, razão pela qual, NUCCI
defende ser possível a abertura de cartas.
CPP – Art. 240, §1º, f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao
acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento
do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato;
CF – Art. 5º, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas,
salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal;
5.2. Formalidades
Art. 241, 243 e 245, caput e §§.
Quando a autoridade judicial estiver presente, desnecessário é o
mandado judicial (art. 241, CPP).
O art. 243 enumera os requisitos constantes do documento do
mandado judicial.
O art. 245 trata das formalidades:
Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.
§ 1
o Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua
qualidade e o objeto da diligência.
§ 2
o Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a
entrada.
§ 3
o Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força
contra coisas existentes no interior da casa, para o descobrimento do que se procura.
§ 4
o Observar-se-á o disposto nos §§ 2
o e 3
o, quando ausentes os
moradores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente.
§ 5
o Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o
morador será intimado a mostrá-la.
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§ 6o Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será
imediatamente apreendida e posta sob custódia da autoridade ou de seus agentes.
§ 7
o Finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado,
assinando-o com duas testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4
o.
Busca em escritório de advogado (art. 7, EOAB)
6. BUSCA PESSOAL (art. 240, § 2º, CPP).
CPP - Art. 240, § 2o Proceder-se-á à busca pessoal quando houver
fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos
mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior.
Dispensa mandado judicial, em determinadas situações diante da urgência
que a situação requer.
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão
ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de
arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou
quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar.
DATA: 26 de outubro de 2012
CONFISSÃO
1. CONCEITO
É o reconhecimento da autoria por parte do réu da veracidade da
imputação que lhe foi feita, podendo ser no todo, ou em parte.
2. CARACTERÍSTICAS
a) Pessoal
Ainda que a pessoa não tenha capacidade plena, não pode ser feita por
procurador.
b) Oral
Tem que ser feita sob o princípio do contraditório, na presença do juiz.
3. OPORTUNIDADE
Art. 190, CPP.
Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os motivos e circunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram para a infração, e quais sejam. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Na hora do interrogatório, mas pode ser feita em outra oportunidade,
reduzida a termo. O juiz pergunta quais os motivos e as circunstâncias do
crime.
4. VALOR PROBATÓRIO
Relativo
O juiz deverá confrontar a confissão com demais elementos de prova.
5. ARTIGO 198, CPP NÃO RECEPCIONADO PELA CF/88!
Atualmente, o direito a silêncio é assegurado pela Constituição, não
podendo ser usada como prova contra o acusado o seu silêncio em juízo.
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6. ELEMENTOS (art. 200, CPP)
a) Divisível: o juiz aceita como verdadeira, partes do interrogatório.
b) Retratável: mas o juiz não é obrigado a crer, em homenagem ao
seu livre convencimento.
7. CLASSIFICAÇÃO
a) Quanto ao conteúdo:
a. Simples: apenas um crime.
b. Complexa: todos os crimes.
c. Qualificada: invoca uma circunstância que lhe é favorável
b) Quanto à oportunidade
a. Judicial
b. Extrajudicial
OITIVA DO OFENDIDO (art. 201, e §§ CPP)
1. OFENDIDO
É a vítima do delito. O ofendido formal é a sociedade, e o ofendido direto é
a vítima.
2. OBRIGATORIEDADE (art. 201, caput, CPP)
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
3. CONDUÇÃO COERCITIVA (art. 201, § 1º, CPP)
§ 1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
4. COLHEITA DAS DECLARAÇÕES (arts. 405, § 1º; 411; 212, CPP)
É feita em audiência, registrando-se as declarações do ofendido
por meio de recurso de gravação, destinado a obter maior
fidelidade das informações (art. 405, § 1º, CPP).
5. VALOR PROBATÓRIO
É considerado meio de prova, da mesma forma que o interrogatório do
réu. Todavia, não se pode dar o mesmo valor das outras provas à palavra
da vítima, uma vez que esta tende a ser parcial.
6. PROTEÇÃO AO OFENDIDO
Art. 201, §§ 2º, 4º, 5º e 6º, CPP
a) Comunicação dos atos processuais
b) Espaço reservado
c) Atendimento multidisciplinar
d) Preservação do intimado
a. Lei Maria da Penha – art. 27 – acompanhada de advogado em
todos os atos processuais.
7. OBSERVAÇÕES
A vítima não comete falso testemunho, mas pode incorrer em
denunciação caluniosa.
Não responde por crime de desobediência, mas pode ser
conduzida coercitivamente.
Caderno Direito Processual Penal II
Carlos Edoardo N. B. de Barros Reis
37
Por outro lado, segundo NUCCI, a sua recusa em realizar exame
de corpo de delito dá ensejo ao crime de desobediência, quando a
perícia não for invasiva, e sim de mera visualização externa.
ACAREAÇÃO
1. CONCEITO
É o ato processual que coloca frente a frente os depoentes, confrontando
e comparando declarações contraditórias ou divergentes, no processo,
visando à busca da verdade real.
2. PRESSUPOSTOS
a) Declarações anteriores
b) Divergências
3. SUJEITOS (art. 229, CPP)
Entre réus
Entre réu e testemunha
Entre testemunhas
Entre vítima e acusado
Entre vítima e testemunha
Entre vítimas
4. PROCEDIMENTO (art. 229, § único, CPP)
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem
os pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação.
5. POR PRECATÓRIA (art. 230, CPP)
A acareação pode ser realizada por videoconferência (art. 185, §
8º).
Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declarações divirjam das de outra, que esteja presente, a esta se darão a conhecer os pontos da divergência, consignando-se no auto o que explicar ou observar. Se subsistir a discordância, expedir-se-á precatória à autoridade do lugar onde resida a testemunha ausente, transcrevendo-se as declarações desta e as da testemunha presente, nos pontos em que divergirem, bem como o texto do referido auto, a fim de que se complete a diligência, ouvindo-se a testemunha ausente, pela mesma forma estabelecida para a testemunha presente. Esta diligência só se realizará quando não importe demora prejudicial ao processo e o juiz a entenda conveniente.
DATA: 31 de outubro de 2012
PROVA TESTEMUNHAL (art. 202 a 225, CPP)
1. ORIGEM
Testemunho
o Tree: sólida, firme, enraizada, robusta.
o Três: terceira pessoa que viu.
o Testículo: a maior honra do romano era a sua
masculinidade. Por isso testemunho representa “mão no
testículo”.
2. QUEM PODE SER TESTEMUNHA
Art. 202, CPP qualquer pessoa natural (não pode ser pessoa
jurídica).
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Obrigatoriedade – negar-se ao depoimento (art. 206) – CADI,
exceto se for imprescindível para prova do fato e de suas
circunstâncias.
Testemunha intimada que não comparece – condução coercitiva
(art. 218) + crime de desobediência (art. 219).
Criança (somente maior de 14 anos, na data dos fatos, é
compromissado)
Policial
3. IMPEDIDOS (art. 207, CPP)
Qualquer um em razão do ofício: pode ser desobrigado pela parte.
Advogado (art. 26, CED/OAB): nunca pode prestar depoimento.
Violação = prova ilícita
4. COMPROMISSO (art. 203, CPP)
Falso testemunho (este crime é exceção pluralista à teoria monista
do direito penal brasileiro – cada pessoa responde por seu crime,
não há coautoria, e quem induz responde por crime específico).
5. CONTRADITA (art. 214, CPP)
Momento em audiência para se impedir que uma testemunha fale
em juízo para não prejudicar o processo – serve para pessoas que
não são idôneas, ou então que são impedidas.
6. CLASSIFICAÇÃO
a) Direta / presencial: presenciou o fato;
b) Indireta: soube do fato.
c) Informantes: depoente que não é compromissado
d) Abonatórias: comprovar que a conduta da pessoa é boa.
e) Referidas: mencionada no processo.
7. CARACTERÍSTICAS
a) Oralidade
a. Surdos / mudos / surdos-mudos (art. 192, CPP);
b. Art. 405, § 1º, CPP – sempre que possível, gravação digital.
c. É permitido levar apontamentos, quando o caso for
complexo, sendo impossível um discurso redigido.
d. Art. 221, § 1º = autoridades podem mandar depoimentos por
escrito, com perguntas transmitidas por ofício.
b) Objetividade
c) Retrospectividade
d) Judicialidade
e) Imediação: falar imediatamente.
f) Individualidade
8. MOMENTO
a. Acusação (art. 41, CPP) – rol de testemunhas na denúncia.
b. Defesa (art. 396-A, CPP) – resposta da defesa.
9. LIMITES (para cada parte)
a) Processo comum ordinário = 8 testemunhas;
b) Processo comum sumário = 5 testemunhas;
c) JECRIM = a parte é responsável por levar a testemunha.
d) Lei de drogas = 5 testemunhas;
e) Tribunal do Júri
a. Fase instrutória = 8 pessoas.
b. Fase de plenário = 5 pessoas.
10. CARTA PRECATÓRIA
STF Súmula 155 - É relativa a nulidade do processo criminal por
falta de intimação da expedição de precatória para inquirição de
testemunha.
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STJ Súmula 273 - Intimada a defesa da expedição da carta
precatória, torna-se desnecessária intimação da data da audiência
no juízo deprecado.
11. OBSERVAÇÕES
Antes da reforma: sistema presidencialista de perguntas. Antes, o juiz
ouvia a testemunha ao máximo, para então passar a palavra para as
partes.
Hoje, o sistema é o cross examination, onde as partes atuam perguntando
mais, pois o juiz é o destinatário da prova e deve ter um papel de fiscal do
processo (art. 212 , CPP)
Cada parte pergunta em primeiro lugar para sua testemunha.
DATA: 8 de novembro de 2012
RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS
1. CONCEITO
Ato judicial feito na presença de autoridade judicial onde se reconhece um
objeto ou pessoa que já tenha sido vista antes.
2. OBJETIVO
Objetiva provar a identidade física do objeto ou pessoa, como autor do
delito.
3. FORMALIDADES
a) Descrição prévia
b) Colocação de outras pessoas facultativa
c) Isolamento somente na ação penal (não se aplica na investigação
policial e em plenário de julgamento).
Partes não interferem
4. AUTO DE RECONHECIMENTO
5. VÁRIOS RECONHECEDORES
Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o
reconhecimento de pessoa ou de objeto, cada uma fará a prova em
separado, evitando-se qualquer comunicação entre elas.
6. VALOR PROBATÓRIO
7. RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO
a) Quando impossível o reconhecimento pessoal
b) Formalidades
8. RECONHECIMENTO DE COISAS
Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com as
cautelas estabelecidas no artigo anterior, no que for aplicável.
GRAVAÇÕES AMBIENTAIS
1. CONCEITOS
Feita por um dos interlocutores exclui a ilicitude – RHC nº
12.266/SP STJ - Não há falar em ilicitude da prova que se
consubstancia na gravação de conversação telefônica por um dos
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interlocutores, vítima, sem o conhecimento do outro, agente do
crime.
HC nº 84.203/RS STF
"HABEAS CORPUS" - FILMAGEM REALIZADA, PELA VÍTIMA, EM SUA PRÓPRIA VAGA DE GARAGEM, SITUADA NO EDIFÍCIO EM QUE RESIDE - GRAVAÇÃO DE IMAGENS FEITA COM O OBJETIVO DE IDENTIFICAR O AUTOR DE DANOS PRATICADOS CONTRA O PATRIMÔNIO DA VÍTIMA - LEGITIMIDADE JURÍDICA DESSE COMPORTAMENTO DO OFENDIDO - DESNECESSIDADE, EM TAL HIPÓTESE, DE PRÉVIA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL - ALEGADA ILICITUDE DA PROVA PENAL - INOCORRÊNCIA - VALIDADE DOS ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO PRODUZIDOS, EM SEU PRÓPRIO ESPAÇO PRIVADO, PELA VÍTIMA DE ATOS DELITUOSOS - CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL DA ILICITUDE DA PROVA - ALEGAÇÃO DE INÉPCIA DA DENÚNCIA - EXISTÊNCIA, NO CASO, DE DADOS PROBATÓRIOS MÍNIMOS, FUNDADOS EM BASE EMPÍRICA IDÔNEA - PEÇA ACUSATÓRIA QUE SATISFAZ, PLENAMENTE, AS EXIGÊNCIAS LEGAIS - PEDIDO INDEFERIDO. (STF – HC 84203 RS – Rel. Min. Celso de Melo – Segunda Turma – DJe 25.09.2009)
Para obter confissão: inadmissível – HC nº 69.818 STF
2. INEXISTÊNCIA DE RESERVA DE PRIVACIDADE: PROVA LÍCITA
Quando a pessoa realiza atos em público, sem se reservar em sua
privacidade.
3. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA E DE DATOS
Art. 5º, XIII, CF
Lei 9.296/96
4. REQUISITOS
a) Autorização judicial
b) Segredo de justiça
c) Indícios de autoria / participação
d) Infração punida com reclusão
e) Prova não pode ser feita por outros meios
5. PRAZO
15 dias, prorrogável por mais 15 dias.
HC nº 83.515/RS STF – prorrogação por mais de uma vez.
HC 50.193/ES STJ – prorrogação por quantas vezes forem
necessárias.
6. CRIME DE INTERCEPTAÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL
Pena de 2 a 4 anos
7. QUEBRA DO SIGILO DOS DADOS TELEFÔNICOS
Necessita autorização judicial.
DATA: 16 de novembro de 2012
13. Incidente De falsidade documental (artigos 145 a 148)
13.1. Conceito
- documento em sentido amplo
- falsidade material
- falsidade ideológica
- documento público/particular
13.2. Oportunidade/legitimidade
- na ação penal
- não do IP
- juiz de ofício, partes.
- por procurador, poderes especiais.
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13.3. Processamento (artigo 145, c)
- deferido: autuação em apartado: resposta (48hr)
- provas: 03 dias
- outras diligências: decisão
13.4. Recurso: procedente/improcedente
- RESE (artigos 581, XVIII, CPP).
13.5. Efeitos da decisão:
- procedente: desentranha o documento – MP: para apurar a
falsidade
- improcedente: mantém o documento
- artigo 148, CPP: não produz efeito em outro processo.
14. Incidente de insanidade mental do acusado: artigo 149 a
154, CPP.
14.1. Conceito:
- dúvida relevante
- artigo 26, CP: saúde mental no momento da ação ou omissão.
14.2. Decisão que defere ou indefere o incidente: irrecorrível.
- ilegalidade: HC.
14.3. Oportunidade/legitimidade
- no IP e na Ação Penal
- juiz, partes, CADI, autoridade policial.
14.4. Processamento
- deferido - portaria - autuação em separado - curador.
- suspende o processo principal – peritos - partes (quesitos)
- laudo – 45 dias, prorrogável - sentença.
14.5. Sentença homologatória – Recurso: apelação.
14.6. Consequências
a) imputável: o processo segue normalmente.
b) doença mental quando da prática do crime: processo segue
(artigo 151, CPP): sentença absolvição prévia/ sentença absolvição
com medida de segurança.
c) doença mental sobreveio (depois) do crime: processo continua
suspenso (artigo 152, CPP) até que o réu se estabeleça ou ocorra a
prescrição.
P2: Art. 145 até 250 do CPP.