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Meio ambiente saber cuidar Subsídios para desenvolvimento de projetos didáticos Ensino Fundamental II – Ensino Médio

Caderno Meio Ambiente Fundamental

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Ensino Fundamental 2

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  • expressam

    ente proibida a comercializao deste fa

    scculo Meio ambiente

    saber cuidarSubsdios para

    desenvolvimento de projetos didticosEnsino Fundamental II Ensino Mdio

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  • Governo do estado de so PauloGovernador

    Alberto Goldman

    Secretrio da EducaoPaulo Renato Souza

    Secretrio-AdjuntoGuilherme Bueno de Camargo

    Chefe de GabineteFernando Padula

    Coordenadora de Estudos e Normas PedaggicasValria de Souza

    Fundao Para o desenvolvimento da educao FDEPresidente

    Fbio Bonini Simes de Lima

    Chefe de GabineteRichard Vainberg

    Diretora de Projetos EspeciaisClaudia Rosenberg Aratangy

    Gerente de Educao e CulturaDevanil Tozzi

    Concepo e elaboraoJos Manoel Martins

    Superviso GEC/FDE Claudia Rosenberg Aratangy

    Devanil TozziMaristela Lima

    Ariovaldo Stela (CENP/SEE)

    Equipe Tcnica GEC/FDEEva Margareth Dantas

    Fernanda Lorenzani GatosHelena Esteves

    Jislaine Alves (colaboradora)Laura Assis de Figueiredo

    Lizete Freire OnestiMaria Helena Wiechmann

    Marilena BocaliniMarta Marques Costa

    Mary KawauchiNilva Rocha Manosso

    Apoio Administrativo GEC/FDELeonardo Garcia (colaborador)Thiago Nunes (colaborador)

    Vanderli Domingues

    Projeto Grfico e EditoraoMare Magnum Artes Grficas

    Preparao do Material e RevisoMaria Carolina de Araujo

    IlustraesJuliana Russo

    Logomarca do Programa Andrea Aly

    Impresso e AcabamentoImprensa Oficial do Estado

    Tiragem30.000 exemplares

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  • Meio ambiente: saber cuidar

    Subsdios para desenvolvimento de projetos didticosEnsino Fundamental II Ensino Mdio

    So Paulo, 2010

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  • Caros professores

    com grande prazer que apresentamos o fascculo Meio ambiente: saber cuidar da srie Subsdios para o Desenvolvimento de Projetos Didticos. Este volume complementa o material didtico de apoio criado para

    o Projeto Lugares de Aprender: a escola sai da escola, parte integrante do Programa Cultura Currculo, e traz tona o trabalho sobre o meio ambiente.

    Elaborado para ser tratado em sala de aula, ele prope aes educativas que ajudam os alunos a compreender melhor alguns contedos escolares, a avanar em seus conhecimentos e a se posicionarem de maneira consciente e autnoma perante esse tema relevante.

    A publicao Subsdios para o Desenvolvimento de Projetos Didticos, inicialmente, foi organizada em fascculos correspondentes a cinco segmentos da escolaridade bsica. Este novo caderno apresenta duas sugestes de projetos: uma para o Ensino Fundamental e a outra para o Ensino Mdio.

    Em toda a coleo encontram-se orientaes para os educadores, definidas segundo as propostas curriculares das sries e reas do conhecimento, alm dos temas transversais.

    As idas s instituies voltadas ao meio ambiente, planejadas com base neste material, permitiro que alunos e professores experimentem, em outro local de aprendizagem, os contedos e atividades realizados em sala de aula.

    As possibilidades propostas no volume, com certeza, ampliaro o modo de ver, de olhar e de entender o lugar em que vivemos. Dessa forma, acreditamos que nossa escola poder ensinar contedos essenciais para viver e atuar no mundo de hoje, preservando-o para o amanh.

    FbioBoniniSimesdeLima ClaudiaRosenbergAratangy PresidentedaFDE DiretoradeProjetosEspeciaisFDE

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 5

    Apresentao

    Um planeta para as futuras geraes

    Basta olharmos a nossa volta para ver as belezas e as mazelas que ns, seres humanos, estamos fazendo ao ambiente onde vivemos com todas as demais espcies do planeta. Somos capazes de transformar o ambiente em uma velocidade e intensidade maior do que qualquer outro ser vivo. Nossas aes podem transformar uma rea com solo pobre, com dficit hdrico, em um pequeno osis de produo. No entanto, tambm conseguimos com facilidade tornar um ecossistema ecologicamente equilibrado em um local de pura desolao. As aes sobre o ambiente sempre causam impactos que podem ou no ser por ele absorvidos. Houve tempos em que se achava que os ecossistemas se recuperariam naturalmente, que os problemas ambientais anunciados por integrantes de movimentos ecolgicos, os radicais verdes ou ecochatos, estavam longe da realidade da maioria das pessoas. Hoje, alm de sabermos que o ambiente pode nunca mais voltar a ser como era antes, dependendo da degradao a que foi submetido, temos conscincia de que sua explorao s deve ser feita de maneira sustentvel, caso queiramos deixar um planeta habitvel para as futuras geraes.

    Naes e seus governantes no podem mais deixar de considerar uma agenda ecolgica em seus governos. Diversas reunies, declaraes, convenes sobre o meio ambiente vm sendo realizadas nas ltimas quatro dcadas, produzindo documentos de inteno para a melhoria da qualidade ambiental do planeta. Como o aquecimento global, por exemplo, uma realidade cada vez mais aceita por todos os governos, aes mais radicais esto sendo pensadas e aplicadas em alguns pases, com o objetivo de deter ou, pelo menos, diminuir esse fenmeno. No mais possvel ignorar nosso papel em toda essa problemtica.

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO6

    Um dos documentos mais importantes surgidos nesse contexto a Carta da Terra. O texto comeou a ser elaborado durante a ECO-92 e foi finalizado no ano 2000. Sua produo envolveu mais de 100 mil pessoas de 46 naes e teve como objetivo estabelecer compromissos dos pases com o desenvolvimento sustentvel e com a preservao do planeta, uma espcie de cdigo de tica do planeta. Vale a pena citar alguns dos valores que a Carta da Terra preconiza:

    Respeito ao Planeta e sua existncia; a proteo e a restaurao da diversidade, da integridade e da beleza dos ecossistemas; a pro-duo, o consumo e a reproduo sustentveis; respeito aos direitos humanos, incluindo o direito a um meio ambiente preservado; a erradicao da pobreza; a paz e a soluo no violenta dos conflitos; a distribuio equitativa dos recursos da Terra; a participao de-mocrtica nos processos de deciso; a igualdade de gnero; a res-ponsabilidade e a transparncia nos processos administrativos; a promoo e aplicao dos conhecimentos e tecnologias que facilitam o cuidado com a Terra; a educao universal para uma vida susten-tada; sentido da responsabilidade compartilhada, pelo bem-estar da comunidade da Terra e das geraes futuras.1

    A ECO-92, Rio-92, ou Conferncia das Naes Unidas para o Meio Ambiente

    e o Desenvolvimento (CNUMAD), foi realizada entre 3 e 14 de junho de 1992,

    na cidade do Rio de Janeiro. Seu principal objetivo foi o de buscar meios de

    conciliar o desenvolvimento socioeconmico com a conservao e a proteo

    dos ecossistemas da Terra, que passou a ser conhecido como desenvolvimento

    sustentvel. A ECO-92 tambm contribuiu para que os pases desenvolvidos

    aceitassem princpios como o das responsabilidades comuns e diferenciadas, j

    que foram eles que mais contriburam para os danos ambientais.

    E qual nosso papel de educadores diante dessa realidade? A respos-ta passa pela adoo da Educao Ambiental (EA) nas escolas.

    Durante a Conferncia da Organizao das Naes Unidas (ONU) sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada em 1977, em Tibi-lissi, na Gergia (ex-Unio sovitica), definiu-se o objetivo fundamental da chamada Educao Ambiental:

    1. Ricardo, Beto; Campanili, Maura. Almanaque Brasil Socioambiental.So Paulo: Instituto Socioambiental, 2008, p. 46.

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 7

    Fazer com que os indivduos e as coletividades compreendam a natu-reza complexa tanto do meio ambiente natural como do criado pelo homem resultante da integrao de seus aspectos biolgicos, fsicos, sociais, econmicos e culturais e adquiram os conhecimentos, os comportamentos e as habilidades prticas para participar responsvel e eficazmente da preservao e da soluo dos problemas ambientais.2

    Apenas em 1988, com a nova Constituio, o Brasil passou tambm a incumbir o poder pblico da Educao Ambiental. De l para c, leis federais, decretos, constituies estaduais, leis municipais, normas e portarias foram criadas e determinaram, de diferentes maneiras, a necessidade e a obrigatoriedade da EA.

    Em 1996, o Ministrio da Educao (MEC) publicou os Parmetros Curriculares Nacionais e incluiu Meio Ambiente entre os temas transver-sais, explicitando que se trata de um contedo pertencente a distintas reas do conhecimento e que, portanto, merece tratamento diferencia-do. Pensando na escola, talvez a ideia mais importante inscrita no ob-jetivo fundamental da EA seja a de permitir aos alunos, por intermdio de conhecimentos adquiridos, mudar sua forma de ver o meio ambiente e estabelecer atitudes que possam promover prticas responsveis e sustentveis no ambiente.

    Como direito de todo cidado, a Educao Ambiental deve:

    1. orientar-se pelo pensamento crtico, criativo e inovador, promo-vendo reflexes (e transformaes) na sociedade.

    2. ser encarada individualmente e de forma coletiva, tendo como propsito formar cidados com conscincia do universo local e da dimenso planetria.

    3. trabalhar com uma perspectiva holstica, de forma interdisciplinar, com nfase na relao do homem com o meio natural, consideran-do toda a sua interdependncia.

    4. estimular um enfoque humanista por meio da solidariedade, da igualdade e do respeito aos direitos humanos.

    5. tratar das questes globais crticas, devidamente contextualizadas social e historicamente.

    2. Dias, Genebaldo Freire. Educao Ambiental princpios e prticas. So Paulo: Gaia, 1993.

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO8

    6. facilitar, pela prtica democrtica, os processos de deciso, em seus diversos nveis e etapas.

    7. reconhecer, respeitar e promover a pluralidade e a diversidade cultural.

    8. valorizar as diferentes formas de conhecimento.9. instrumentar os cidados para encararem os conflitos como par-

    te integrante das relaes humanas, cuja boa conduo pressupe sempre dilogo e respeito, a nica maneira de ensejar justia entre os homens.

    10. garantir a continuidade e a permanncia do processo educativo.11. promover o desenvolvimento da atitude tica sobre as formas de

    vida deste planeta, com as quais compartilhamos recursos.

    12. respeitar o limite de explorao das formas de vida e dos outros recursos naturais, promovendo um desenvolvimento e sustentvel para nossa sociedade.

    Foi pensando nesses objetivos e princpios que elaboramos dois pro-jetos nos quais alunos de Ensino Fundamental II (Projeto Os lugares e o meio ambiente) e de Ensino Mdio (Projeto Preservao e conservao: relaes do ser humano com o meio ambiente) possam, por meio de visitas a lugares de aprender, colocar em prtica aes que visem promover a EA na escola.

    Esses projetos preveem fases de sensibilizao, mobilizao e infor-mao, finalizando com uma atividade coletiva dos alunos. Dessa forma, passamos pelos princpios que norteiam a EA, procurando atingir seu objetivo fundamental.

    Caro professor, sempre que necessrio, proceda a alteraes nas pro-postas dos projetos, visando adequ-los ao contedo curricular que est sendo tratado em sala de aula.

    No temos dvida de que, ao realizarmos aes como essa, estaremos contribuindo e desempenhando nosso papel para vivermos em um mundo melhor, sustentvel e sustentado pela inteligncia e pela solida-riedade humanas.

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  • Sumrio

    Projeto 1

    Os lugares e o meio ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10Orientaes para a visita instituio . . . . . . . . . . . . . . 48

    Projeto 2

    Preservao e conservao: relaes do ser humano com o meio ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50Orientaes para a visita instituio . . . . . . . . . . . . . . 86

    Quadro geral dos projetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO10

    Suas anotaes

    Os lugares e o meio ambiente

    JustificativaDe forma geral, podemos dizer que todos os tipos de rela-

    cionamento do ser humano com o ambiente podem ser enten-didos como questes ambientais. As intervenes que ele faz geram determinados impactos no ambiente. Assim, essas questes se apresentam de vrias maneiras e podem se cons-tituir em um problema ambiental, caso no estejam sendo tratadas de modo adequado para no causar impacto negativo no ambiente e nos seres que nele vivem.

    A retirada de uma rea natural para a instalao de, por exemplo, um estacionamento gera um problema ambiental,

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 11

    Suas anotaes

    Os lugares e o meio ambiente

    pois leva impacto negativo quele ambiente, por estarmos com essa ao, entre outras consequncias, perdendo biodi-versidade. A desapropriao de um espao construdo para a implantao de um parque tambm uma questo ambiental, que pode gerar impacto positivo naquele lugar, porque recupera ou produz para aquela comunidade um local de lazer, sendo assim uma forma de soluo ambiental.

    No entanto, os problemas ambientais esto cada dia mais presentes nas discusses dentro e fora da sala de aula. Basta sairmos para observ-los: lixo nas ruas; poluio atmosfrica, sonora, visual, das guas dos rios; esgotos despejados sem tratamento nos rios, o desperdcio de gua, de energia; o consumismo excessivo; a deficincia dos transportes pblicos, a falta de moradias e mais dezenas de exemplos.

    Muitas so as vezes em que nem percebemos a existncia de tais problemas ambientais a nossa volta. E o mesmo acon-tece com nossos alunos que, em muitos casos, no esto ha-bituados a prestar ateno a esses problemas e muito menos a refletir sobre eles, se no fizermos a necessria interveno. Para muitos deles, as questes ambientais no so vistas como questes. Mas deveriam. Mostrar os problemas e refletir sobre eles um de nossos papis como educadores.

    Para mergulharmos nas questes ambientais, encontramos uma srie de lugares de aprender. Esses lugares podem e devem comear pela prpria casa de seus alunos e pela escola e seu entorno. Mas h ainda outros lugares em que as questes ambientais esto mais presentes e evidentes e nas visitas a eles muitas atividades podem ser desenvolvidas para abord- -las, como propomos neste material. Por exemplo, existem projetos voltados recuperao de reas degradadas. A visita a um desses lugares uma forma de discutir as possibilidades que temos para atuar nos problemas ambientais.

    Da perspectiva da educao ambiental, inclusive, mltiplos so os olhares para as questes ambientais: o da Biologia, o da Geografia, o da Fsica, o da Qumica, o da Matemtica,

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO12

    Suas anotaes

    o da Economia, o da Sociologia, o da Poltica... De fato, tais questes interessam s mais diversas reas do conhecimento. bom que assim seja, pois, dada sua natureza, no possvel trat-las de forma unilateral. Alm disso, considerando-as em nosso mbito de atuao como educadores, evidencia-se que a comunho de todos os olhares no s imperativa como altamente estimulante. Assim, o trabalho em conjunto com colegas de Cincias e Geografia, por exemplo, recomendado.

    Como este projeto dever ser ministrado para alunos do Ensino Fundamental Ciclo II, quando houver possibili-dade de abordagens distintas para as diferentes sries, estas sero sugeridas no texto.

    ObjetivoCriar condies para que os alunos percebam o ambiente

    a sua volta, as diferentes aes antrpicas e se identifiquem como seus atores. Essas aes devero ser discutidas sob um olhar que permita o aprofundamento, de acordo com a faixa etria, das questes ambientais nos mbitos social, econmi-co e poltico.

    O que se espera que os alunos aprendam

    Realizar algumas atividades prprias da investigao cien-tfica, como:

    observar com ateno;

    identificar problemas;

    pesquisar;

    elaborar protocolos de registro;

    confrontar seus registros com as pesquisas realizadas;

    estabelecer concluses.

    Utilizar linguagem adequada para expressar suas ideias, resultados e concluses, enriquecendo seu vocabulrio.

    Questionar suas atitudes diante de questes ambientais, provocando mudanas de hbitos.

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 13

    Suas anotaes

    CONTEDOS PROGRAMTICOS

    A seguir, so listados alguns dos contedos programticos indicados na Proposta curricular do Estado de So Paulo: Cincias Ensino Fundamental Ciclo II1 que, direta ou indiretamente, so trabalhados durante a atividade, nas diferentes sries. Esta seo se repetir da mesma forma nas demais atividades.

    5 srieMeio Ambiente Ambiente natural.

    Os seres vivos e os fatores no vivos do ambiente.

    Tipos de ambiente e especificidade: caracterizao, loca-lizao geogrfica, biodiversidade, proteo e conserva-o dos ecossistemas brasileiros.

    Existncia do ar, da gua e do solo e a dependncia dos seres vivos.

    Ambiente construdo.

    A ocupao desordenada dos espaos urbanos e suas consequncias.

    O uso dos recursos naturais.

    6 srieOs seres vivos Diversidade da vida animal.

    Diversidade de plantas.

    Os fungos.

    A tecnologia e os seres vivos Cincia, tecnologia e a subsistncia dos seres vivos.

    Recuperao de ambientes aquticos, areos e terrestres degradados, visando ao retorno da diversidade de vida nesses locais.

    Ambientes artificialmente construdos e controlados para manuteno da vida humana e de outros seres vivos, animais e vegetais.

    Os resduos da tecnologia.

    Como agem os principais poluentes qumicos do ambiente

    1. Fini, Maria Ins (Coord.). Proposta curricular do Estado de So Paulo: Cincias Ensino Fundamental Ciclo II. So Paulo:SEE, 2008.

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO14

    Suas anotaes

    no organismo humano: monxido de carbono, dixido de enxofre, oznio, metais pesados, material particulado.

    Tratamento, controle e qualidade da gua para diversas finalidades.

    Aes individuais e coletivas para preveno de doenas causadas por poluentes do ar, das guas e do solo.

    7 srieEnergia no cotidiano e no sistema produtivo Energia: fontes, obteno, usos e propriedades.

    Produo de energia eltrica: impactos ambientais e sus-tentabilidade.

    Materiais como fonte de energia.

    Transportes e diferentes consumos de energia.

    8 srieRelaes com o ambiente Os rgos dos sentidos.

    COMPETNCIAS

    A seguir, so listadas algumas das competncias indicadas na Proposta curricular do Estado de So Paulo: Cincias Ensino Fundamental Ciclo II2 que podero ser desenvolvidas na exe-cuo desta atividade. Da mesma forma, nas demais ativida-des deste projeto, sero indicadas as respectivas competncias.

    5 e 6 sriesComunicao e expresso Contedos informativos e descritivos.

    Representaes mais prximas do real.

    Cdigos do cotidiano.

    Compreenso e investigao Reconhecimento ou identificao de um fenmeno ou si-tuao.

    Classificao segundo o critrio de igualdade e/ou de dife-rena observvel.

    Identificao de relao direta ou indireta.

    2. Fini, Maria Ins (Coord.). Proposta curricular do Estado de So Paulo: Cincias Ensino Fundamental Ciclo II. So Paulo: SEE, 2008.

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 15

    Suas anotaes

    Execuo de procedimento utilizando orientao. Apresentao de resultado individual e da classe.

    Contextualizao e ao Ser cooperativo com colegas, em trabalhos em grupo. Ser respeitoso com colegas, professores, pais etc.

    7 e 8 sriesComunicao e expresso Contedos explicativos e analticos. Representaes mais simblicas.

    Compreenso e investigao Identificao do problema e escolha de caminhos para sua soluo.

    Identificao de variveis relevantes. Execuo de procedimento individual. Anlise de resultados, comparao entre resultados com a classe e com a rea de conhecimentos outras fontes.

    Contextualizao e ao Posicionar-se em relao s transformaes socioculturais e participar delas, com os conhecimentos adquiridos.

    Ser respeitoso, justo e tico. Compreender os aspectos cul-turais desses valores.

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO16

    Suas anotaes

    Uma volta por a (e por aqui)

    Os alunos do Ciclo II j tiveram certamente, em oportunida-des anteriores, contato com o ambiente em que vivem com algum nvel de reflexo acerca dele. Agora, pretende-se que voc resgate um pouco dessa experincia anterior de seus alu-nos e dela se utilize para uniformizar alguns dos procedimen-tos que sero realizados nesta etapa do projeto que envolve, principalmente, a observao criteriosa do ambiente.

    Partiremos dessas observaes para levantar dados sufi-cientes e chegar, ao final do projeto, com uma exposio dos trabalhos processuais e suas reflexes sobre as questes am-bientais propostas. Vale destacar que, sem boa observao e sem embasamento terico, as discusses tornam-se superfi-ciais, ingnuas e de argumentao frgil.

    Como os alunos podero apresentar vrios nveis de prtica em observar a natureza, nas primeiras atividades, importante que diferentes formas de observao sejam explicitadas e experimentadas por eles.

    Estimular a percepo do ambiente com os diferentes sen-tidos um dos motes de nosso trabalho nesta etapa. Para isso, nas fases de discusso, necessrio que voc conduza a ati-vidade sempre incorporando as formas de observar o ambien-te ao plano de execuo das observaes que sero realizadas nas visitas.

    Estabelecer um cronograma para as atividades de observa-o importante para que eles saibam antes das visitas o que vo fazer e quando ser apropriada sua execuo.

    Atividade 1 Na natureza, o que e como observar

    Objetivo

    Definir no processo de observao o que e como deve ser feito.

    Primeiro momento

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 17

    Suas anotaes

    Planejamento

    Em uma conversa com os alunos, dispostos em crculo na sala, apresenta-se o projeto como um todo, mostrando suas etapas e o que se espera do produto final. Em seguida, inicia- -se a primeira etapa do projeto com a discusso sobre o que eles costumam observar na natureza e como fazem isso.

    Antes de comear a atividade, explique a seus alunos que, a partir deste momento, eles vo desenvolver um projeto do qual far parte uma visita a um lugar de aprender. Compartilhe com a turma suas etapas e como ser o produto final, no caso, uma exposio para a comunidade escolar que mostrar tudo o que foi feito e tambm o que foi aprendido com a visita. Dessa forma, os alunos sabero o que vo aprender, a razo de estudar tais contedos, o que ser produzido e para quem vo apresentar.

    Caso o local da visita esteja definido, essa informao poder ser dada de forma geral, que vo visitar um parque, mas sem dizer qual. Isso evitar que a ansiedade de seus alunos faa com que a discusso a ser realizada trate apenas da visita.

    As etapas so assim resumidas:

    1o momento Atividade 1 Na natureza, o que e como observar: definir os modos de observar a natureza.

    Atividade 2 Observar e registrar: criar instrumentos para a observao e seu registro.

    Atividade 3 Para exercitar a observao e o registro: pra-ticar a observao e seu registro.

    2o momento Atividade 4 Pesquisa questes ambientais: pesquisar algumas questes ambientais, seus problemas e solues.

    Atividade 5 Produo de texto com base nos dados levan-tados na literatura e durante as atividades prticas.

    3o momento Atividade 6 Exposio: criar e montar uma exposio de todos os trabalhos realizados durante o projeto.

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO18

    Suas anotaes

    Encaminhamento

    1. Inicie a atividade de levantamento das possibilidades de observao da natureza. Em crculo, estimule-os a contar o que observam na natureza e como fazem isso. D um exemplo de um lugar familiar a todos, uma rea da escola com vegetao, por exemplo, um jardim, e faa perguntas sobre o que existe l. Na lousa, v registrando, em uma coluna, o relato dos alunos quanto ao que observam nesse local e, em outra coluna, a forma como o fazem, isto , quais sentidos esto usando e, se for o caso, os aparelhos ou ins-trumentos que auxiliaram na observao, como um bin-culo, um gravador, ou cmera fotogrfica. bem provvel que predominem as observaes visuais.

    2. Comece uma discusso sobre os rgos dos sentidos usados nas observaes. Comente que era mesmo esperado que a viso fosse o sentido mais utilizado, j que o modo como ns, seres humanos, percebemos melhor o ambiente.

    No entanto, os outros sentidos tambm percebem o am-biente de alguma maneira. Conduza a discusso para essa percepo, mostrando aquelas que foram listadas na lousa, que destaquem o tato, a audio, o olfato e o paladar.

    Uma boa estratgia perguntar como certos animais per-cebem o ambiente, quais rgos dos sentidos eles utilizam preferencialmente, de modo a traar um paralelo que en-fatize a adaptao ao ambiente em que vivem. Exemplos:

    Peixes: olfato, por meio da percepo qumica do ambien-te, maior que a percepo visual.

    Animais de formaes abertas, como lebres, raposas e veados: olfato e viso so bem desenvolvidos, mas nota-se tambm grande desenvolvimento da audio, principal-mente quando se verifica o tamanho de suas orelhas e o fato de elas poderem se direcionar para a fonte do som emitido.

    Cobras e lagartos: a viso bem desenvolvida, mas o olfato tambm muito apurado. Esses animais costumam

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 19

    Suas anotaes

    tocar sua lngua no ambiente, de modo a perceb-lo qui-micamente.

    Aves: a orientao preferencialmente visual, mas o olfato influi bastante.

    Atividade 2 Observar e registrar

    Objetivo

    Criar condies para que o registro de observaes de cam-po seja possvel.

    Planejamento

    Aps escolha de observaes feitas com diferentes rgos dos sentidos, ser elaborado um quadro de registro.

    Encaminhamento

    1. Inicialmente, retome a discusso da atividade anterior, mostrando as possveis observaes da natureza. impor-tante que os alunos percebam que podem realizar obser-vaes mais amplas, focalizando aspectos mais gerais do ambiente, que chamaremos aqui de paisagem, e aspectos mais especficos, com maior nvel de detalhamento dos elementos observados.

    As observaes de uma paisagem podem indicar, por exemplo, se se trata de uma rea florestada ou de uma formao aberta; se uma rea natural intocada ou com ao antrpica (do ser humano); se composta por vege-tao nativa ou por plantas introduzidas (no encontra-das naturalmente nessa rea); se uma rea que sofreu uma sucesso ecolgica; se est muito degradada; quais as espcies de plantas predominantes etc.

    J as observaes mais detalhadas dos componentes dessa paisagem, tanto dos fatores abiticos (elementos no vivos) como dos fatores biticos (principalmente as plantas e os animais), revelam caractersticas importan-tes no s desses elementos, como da prpria paisagem.

    Sucesso ecolgica o processo que

    ocorre na colonizao

    de determinada rea

    em que a composio

    da comunidade (as

    populaes de seres

    vivos) vai se alterando

    ao longo do tempo.

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO20

    Suas anotaes

    A observao dos elementos da paisagem poder provocar questionamentos sobre o ambiente em si. Por exemplo, quando se observa que apenas em torno dos corpos de gua existentes na paisagem possvel identificar deter-minadas espcies de plantas, pode-se revelar a uma rela-o de maior dependncia dessas espcies com corpos de gua. Da mesma forma, a observao, por exemplo, de lixo nas margens desse mesmo corpo de gua traz outros ques-tionamentos: o local desse lixo a mesmo? Quais as con-sequncias desse lixo para a gua? E em relao aos seres vivos que dependem dessa gua, qual o impacto que esse lixo gera? Afinal, o que lixo? E assim por diante.

    2. Assim, devem-se fazer observaes em dois nveis: a da pai-sagem como um todo e de seus detalhes. Convide os alunos a praticar essas formas de observao. Para isso, divida a sala em grupos e proponha que elaborem um quadro para regis-trar observaes de uma paisagem e de seus detalhes.

    3. Selecione previamente essa paisagem, que pode ser, por exemplo, o jardim da escola ou uma praa de seu entorno. Deve ser um local que possibilite a visualizao de diferentes elementos da paisagem, usando vrios sentidos, e que possa suscitar reflexes sobre possveis questes ambientais.

    4. Conte-lhes sobre o local em que faro suas observaes. No quadro que criaram para coletar informaes, devero aparecer os tipos de observaes discutidos na atividade 1 e selecionados como importantes para obter uma observa-o mais completa possvel da natureza.

    5. Relembre aos alunos que o preenchimento desse quadro com as observaes os ajudar a desenvolver habilidades que sero utilizadas em uma futura visita ao lugar de apren-der, quando vo realizar procedimento semelhante.

    Para observao de uma paisagem e de detalhes de seus com-ponentes, procuramos exemplificar com alguns elementos que podem provocar reflexes sobre as questes ambientais.

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 21

    Suas anotaes

    Exemplo de quadro de registros do aspecto geral do jardim/praa

    Qual o local onde esto sendo feitas essas observaes?

    Em que horrio est sendo feita essa observao?

    Como est o clima no dia da observao?

    As condies climticas no dia da observao podem preju-dic-la? Como?

    Trata-se de uma rea florestada ou de formao aberta?

    Qual a altura mxima aproximada da vegetao?

    Quais as espcies predominantes na vegetao?

    possvel identificar estratos na vegetao? Quantos?

    Qual a cor predominante da paisagem?

    H algum indcio na vegetao de que as plantas no estejam em condies ideais (folhas com manchas, parcialmente se-cas ou com fungos, excesso de p ou fuligem sobre elas etc.)?

    H presena de animais visveis? Quais?

    H evidncias de recuperao de reas degradadas? Quais? (Replantios, por exemplo?)

    Voc consegue ouvir sons que vm dessa paisagem? Quais?

    Voc consegue sentir cheiros que vm dessa paisagem? Quais?

    Existe lixo na paisagem? Quais?

    H algum corpo de gua na paisagem? Qual? Descreva-o.

    H elementos que foram construdos pelo ser humano? Quais? Quais as suas finalidades?

    H algum tipo de poluio? Qual(is)?

    H pessoas na paisagem? O que esto fazendo?

    Essa paisagem muda (ou deve mudar) de acordo com a po-ca do ano? Quais so essas mudanas?

    Registro com fotos (identificao das fotos feitas na cmera digital).

    Desenho do aspecto geral da paisagem.

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO22

    Suas anotaes

    6. Aps a elaborao do quadro por todos os grupos, promova uma discusso coletiva em que eles sejam apresentados e, caso necessrio, complementados, de modo que se tornem mais ou menos uniformes. Assim, garante-se que nas pr-ximas etapas do projeto todos os alunos tenham oportuni-dade de realizar observaes que no tinham imaginado at ento. Pea que deixem, ao final, algumas linhas em branco, que podero ser preenchidas com observaes adi-cionais j no local das observaes (prxima atividade).

    Uma variao possvel de encaminhamento levar a tur-ma ao local escolhido para a observao antes da elabora-o do quadro de registros. Desse modo, os alunos tero mais elementos observveis para elencar quando o esti-verem elaborando.

    Atividade 3 Para exercitar a observaoe o registro

    Objetivo

    Fazer com que os alunos pratiquem a observao dentro da prpria escola ou em reas de seu entorno.

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 23

    Suas anotaes

    Planejamento

    De posse dos quadros de registro, os alunos vo visitar o jardim da escola ou uma rea com vegetao e fazer suas observaes e anotaes. Lembre-se de que o local a ser visi-tado deve, se possvel, apresentar problemas ambientais, relativos poluio e/ou a solues ambientais um local que delimite uma rea natural preservada, por exemplo. impor-tante que questes ambientais surjam durante a atividade, por isso preciso esse cuidado na escolha.

    Para isso, divida a turma em grupos e determine que cada um realize observaes de diferentes partes do jardim ou praa. As tarefas dentro do grupo podero ser distribudas entre seus componentes, mas sero partilhadas por todos ao final da atividade.

    Os alunos devero estar munidos dos quadros preparados na atividade 2 e dos materiais para as anotaes, como lpis, lpis de cor e borracha; e de registro visual, como mquina fotogrfica digital.

    Encaminhamento

    1. Os alunos devero chegar ao local escolhido, divididos em grupos, sabendo as etapas do trabalho (observao e regis-tro) e como devero desempenh-las.

    Eles faro primeiro as observaes da paisagem e de seus detalhes e, em seguida, os registros dessas observaes. Caso alguma observao no conste da lista inicial, ela dever ser adicionada nas novas linhas do quadro. No re-torno sala de aula, os alunos devero apresentar os dados levantados para que todos possam opinar quanto quali-dade deles.

    2. No se esquea de recolher todo o material produzido pelos alunos para fazer parte do produto final, visto que na ex-posio pretende-se mostrar como foi todo o processo, em suas etapas, durante a execuo do projeto.

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO24

    Suas anotaes

    O que fazer com os dados coletados?

    As observaes feitas nas atividades anteriores por si ss j so bastante ricas para a conduo de uma discusso com toda a sala. Tendo em mente a qualidade do registro, pode-se questionar como cada grupo realizou suas observaes, se realmente foram suficientes para uma boa descrio da paisagem e de seus detalhes ou se, mesmo com elas, no se consegue ter ideia do que foi observado. As observaes tam-bm versaram sobre as questes ambientais que puderam ser identificadas na paisagem.

    Na atividade 4, os alunos devero pesquisar certas questes ambientais mais comuns e, depois, refletir sobre elas, procu-rando identificar no apenas os problemas como tambm possveis solues. Vale sempre lembrar que as solues pas-sam, necessariamente, por atitudes individuais, que devem ser o principal foco da reflexo.

    Na atividade 5, os alunos vo produzir textos utilizando os dados relativos s observaes de paisagens e os levantados nas pesquisas.

    Como o produto final (exposio) vai incorporar todos os resultados do primeiro e segundo momentos, insista com seus alunos para que guardem com cuidado os registros feitos. Para isso, um cronograma de entrega das atividades deve ser estabelecido logo no incio deste momento do projeto.

    Atividade 4 Pesquisa: questes ambientais

    Objetivo

    Realizar pesquisas sobre problemas e/ou solues ambien-tais, voltadas para as questes que apareceram durante as atividades do primeiro momento.

    Segundo momento

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 25

    Suas anotaes

    Planejamento

    Inicialmente, sero listadas e classificadas todas as questes ambientais detectadas durante as observaes da paisagem (atividade 3).

    Em seguida, ser feita a pesquisa acerca das questes am-bientais classificadas. Essa pesquisa poder ser realizada na sala de leitura ou na sala de informtica de sua escola. Veri-fique com antecedncia a disponibilidade e o cronograma de uso dessas salas.

    Encaminhamento

    1. Pea para seus alunos listarem todas as questes ambien-tais detectadas durante as observaes da paisagem (ati-vidade 3). Uma forma de classificar essas questes por meio dos problemas que elas geram. Esse tipo de classifi-cao mais prximo do universo dos alunos, j que as classificaes com base na identificao de solues podem no ser percebidas com tanta facilidade. Assim, possvel classificar os problemas ambientais como:

    Poluio do ar (cheiro ruim, vestgios de fuligem ou de p, poucos liquens nas rvores etc.).

    Tronco de rvore com liquens (ambiente com pouca ou sem poluio).

    Tronco de rvore sem liquens (ambiente poludo).

    MARE M

    AGNUM

    MARE M

    AGNUM

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO26

    Suas anotaes

    Poluio do solo (presena de lixo).

    Poluio das guas (guas com espumas ou resduos na superfcie, cheiro ruim, aspecto desagradvel etc.).

    DEVANIL TOZZI

    DEVANIL TOZZI

    Poluio do solo.

    Poluio de rio.

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 27

    Suas anotaes

    Desmatamento no Rio de Janeiro.

    Desperdcio de recursos (luzes acesas durante o dia, uso indevido de gua tratada, aparelhos eltricos ligados sem necessidade, lixo composto por elementos reciclveis etc.).

    Desmatamento (reas em que possvel identificar que a vegetao original foi retirada).

    Desperdcio de gua tratada.

    2. Classifique os problemas encontrados pela turma e oriente a pesquisa em torno dessa classificao, que poder ser feita na sala de leitura da escola, consultando livros e re-

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    ALEX RIO BRAZIL

    /WIK

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO28

    Suas anotaes

    vistas sobre questes ambientais e livros de Biologia. Para orientao, veja fontes de consulta, ao final deste projeto.

    Outra opo realizar a pesquisa na sala de informtica de sua escola, por meio da internet, usando sites de busca como o Google (www.google.com.br).

    A pesquisa dever tentar responder s seguintes questes:

    Como se caracteriza o problema ambiental em observa-o? (Procurar obter uma definio conceitual.)

    Como se pode identific-lo? (Selecionar tambm imagens.)

    O que possvel fazer para solucion-lo? (Dar nfase s aes individuais.)

    Uma boa estratgia instruir seus alunos para, nos grupos, abordarem questes ambientais diferentes. Isso ser im-portante para o produto final, j que questes diferentes envolvem registros e imagens distintas que vo facilitar a identificao a ser realizada pelos visitantes da exposio (ver atividade 6).

    Com as respostas obtidas na pesquisa, eles podero refletir sobre o que observaram, quanto contribuem para aquela situao (como consumidores, por exemplo) e como podem agir individualmente para minimizar os problemas am-bientais detectados.

    3. Ao final da pesquisa, interessante que os alunos mostrem aos colegas os resultados a que chegaram, para que toda a produo seja compartilhada.

    O texto 100 ideias para fazer o planeta mais verde traz uma srie de aes individuais que voc pode debater com seus alunos, alm de ser mais um subsdio para essa discusso. Voc pode, ao final desta atividade, apresentar esse texto e retomar o debate, principalmente para que eles incorpo-rem mais ideias a suas pesquisas.

    No se esquea de guardar os registros produzidos (no caso, a pesquisa), para o produto final.

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 29

    Suas anotaes

    100 ideias para fazer o planeta mais verde

    1. Despeje no lixo apenas os resduos que no podem ser reaproveitados,

    reutilizados ou reciclados.

    2. No jogue lixo no cho, em terrenos baldios, bueiros, canaletas, crregos

    e encostas.

    3. Quando for reformar ou construir, tome as medidas necessrias para que

    o entulho seja despejado em locais apropriados.

    4. Em vez de se desfazer de roupas, mveis, brinquedos e outros objetos, faa

    doao para entidades beneficentes ou para pessoas necessitadas.

    5. Comece a separar resduos como plstico, vidro, papel e metal, destinando

    esse material para entidades que trabalham com reciclagem.

    6. O lixo mido (restos de comida) deve ser separado do seco (plsticos,

    vidros, latas, papis e metais).

    7. Descubra os dias em que o caminho da coleta seletiva passa em sua rua e

    tambm procure pontos de coleta em supermercados e ONGs (organizaes

    no governamentais).

    8. Incentive a prtica da coleta seletiva em seu prdio e em seu local de

    trabalho.

    9. Tente compactar o lixo antes de descart-lo, amassando garrafas plsticas,

    latas de alumnio e outros itens, para que eles ocupem menos espao.

    10. O lixo orgnico (cascas de frutas, restos de verduras etc.) pode ser

    reaproveitado como adubo.

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO30

    Suas anotaes

    11. Separe jornais e revistas, destinando-os para entidades que trabalham com

    reciclagem desse material.

    12. Nunca descarte pilhas e baterias de forma aleatria. Separe o material

    para ser entregue em locais apropriados. Alm dos prprios fabricantes,

    atualmente, diversos locais j trabalham com a coleta desses produtos.

    13. D preferncia s pilhas recarregveis, pois elas geram menos resduos que

    as descartveis.

    14. Siga as recomendaes do fabricante ao utilizar a bateria do celular, pois

    isso aumenta a vida til do equipamento.

    15. Mantenha sua caixa-dgua limpa. Ela deve ser lavada pelo menos a cada

    seis meses.

    16. A gua deve ser utilizada racionalmente, para que as geraes futuras

    no fiquem sem esse recurso e para que no haja epidemias de doenas

    de veiculao hdrica, decorrentes do excesso de esgotos sem tratamento

    adequado.

    17. Evite banhos demorados. Em mdia seis minutos so suficientes.

    18. Procure manter o chuveiro desligado antes de tirar a roupa e feche

    a torneira enquanto estiver se ensaboando. Um banho de 15 minutos

    com a torneira meio aberta consome 243 litros de gua. Se for fechada

    enquanto voc se ensaboa e o banho for reduzido para cinco minutos, o

    consumo de gua total cai para 81 litros.

    19. Se possvel, instale um sistema de aquecimento solar em sua residncia.

    A longo prazo, voc vai recuperar seu investimento e poupar energia e

    dinheiro.

    20. Procure manter a torneira fechada enquanto estiver escovando os dentes,

    fazendo a barba e ensaboando as mos.

    21. Cuide periodicamente da manuteno de sua casa, como forma de evitar

    vazamentos em torneiras, chuveiros, descargas, caixas-dgua e tubulaes.

    Torneiras pingando e vlvulas de descarga gastam, em mdia, 190 e 940 litros por dia, respectivamente.

    22. Alm de manter a vlvula de sua descarga regulada, evite acion-la toa e

    procure apertar apenas durante o tempo necessrio.

    23. No utilize seu vaso sanitrio como depsito de resduos como fio

    dental, cigarros, absorventes e papel higinico. Agindo assim, voc evita

    entupimentos.

    24. D preferncia s caixas de descarga em vez de vlvulas. Priorize modelos

    de baixo consumo de gua.

    25. Procure usar sua mquina de lavar sempre com a carga mxima de roupas.

    No caso de lavagem no tanque, coloque as roupas de molho e feche a

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 31

    Suas anotaes

    torneira enquanto ensaboa e esfrega as roupas. Use gua corrente

    apenas para enxaguar.

    26. Por conter detergentes, a gua de mquina ou do tanque pode ser

    reutilizada para a lavagem de quintais, caladas e outras reas.

    27. Ao lavar suas roupas em mquinas, procure estend-las assim que

    estiverem limpas. Roupas esquecidas na mquina ficam amassadas,

    exigindo mais tempo na hora de pass-las e, consequentemente, consumindo

    mais energia.

    28. Quando for possvel, d preferncia ao varal, em vez das secadoras.

    29. No passe roupa aos poucos, pois o ferro eltrico demora para esquentar

    e consome muita energia a cada vez que for ligado. Tambm tome cuidado

    para no esquecer o aparelho ligado.

    30. Quando diversos aparelhos eltricos estiverem ligados, evite usar o ferro

    eltrico, assim evita sobrecarga.

    31. Evite usar os aparelhos eltricos ou eletrnicos no horrio de pico (18 s

    21 horas).

    32. Verifique sempre o consumo de gua de mquinas de lavar roupas ou loua

    na hora de comprar esses produtos.

    33. As mquinas de lavar loua devem ser utilizadas apenas com a carga

    mxima.

    34. Deixe a loua de molho e feche a torneira enquanto estiver ensaboando

    pratos, copos, talheres, panelas e outros utenslios. Abra a torneira apenas

    na hora de enxaguar.

    35. Utilize sempre sabo ou detergente

    biodegradves.

    36. Use produtos de higiene e limpeza em

    pequenas quantidades para reduzir o nvel

    de poluentes presentes na gua.

    37. No despeje o leo de frituras ou restos

    de comida diretamente na pia. Isso pode

    causar entupimentos, alm de prejudicar

    o tratamento do esgoto e poluir rios e

    mananciais. Procure organizaes que

    coletem e reaproveitem esse material em

    iniciativas como a fabricao de sabo,

    por exemplo.

    38. Para limpar sua calada, use uma vassoura

    em vez de uma mangueira. Se necessrio,

    utilize um balde de gua no final da limpeza.

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO32

    Suas anotaes

    39. Capte gua das chuvas atravs de calhas. Use-a para regar o jardim ou

    limpar a casa.

    40. Regue as plantas e seu jardim pela manh ou noite. Nesses perodos,

    a perda de gua pela evaporao menor, especialmente no vero.

    41. Quando for lavar seu carro, no utilize mangueiras, e sim um balde.

    42. No desperdice energia eltrica. Apague a luz sempre que sair de

    um ambiente.

    43. Evite deixar seus eletrodomsticos no modo stand by (em espera). Um

    aparelho com essa funo ativada utiliza cerca de 15% a 40% da energia

    consumida quando est em uso.

    44. Sempre que possvel, desligue da tomada aparelhos eletroeletrnicos como

    TV, som e micro-ondas.

    45. Quando for comprar um eletrodomstico, escolha produtos com o selo do

    Procel (Programa Nacional de Conservao de Energia Eltrica), cuja

    eficincia garante o gasto mnimo de energia necessrio.

    46. Procure utilizar lmpadas fluorescentes no lugar de incandescentes. Com o

    mesmo potencial de iluminao, elas consomem at 80% menos energia.

    47. Evite acender as luzes de sua casa durante o dia, abra a janela e aproveite

    o mximo da luz natural.

    48. Na hora de pintar as paredes internas de sua casa, evite as cores escuras,

    pois elas demandam a utilizao de lmpadas mais potentes.

    49. D preferncia s tintas base de gua. Elas so menos txicas e menos

    poluentes.

    50. Priorize o ventilador, especialmente o de teto, em vez do ar-condicionado.

    Nem sempre faz calor suficiente que justifique o uso do ar-condicionado, e

    o ventilador gasta em mdia 90% menos energia.

    51. Mantenha sempre limpos os filtros de seu ar-condicionado, j que quando esto

    sujos representam 158 kg de gs carbnico a mais na atmosfera por ano.

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 33

    Suas anotaes

    52. A geladeira e o freezer podem responder por 30% do consumo de

    eletricidade. Por isso, evite deixar suas portas abertas por muito tempo.

    53. Evite abrir e fechar sua geladeira mais do que o necessrio, retirando tudo

    o que for utilizar de uma s vez.

    54. No caso de geladeiras e freezers antigos, procure descongel-los a cada

    15 ou 20 dias. Eles consomem mais energia para compensar sua reduo

    da circulao de ar frio, causada pelo excesso de gelo.

    55. Mantenha a geladeira e o freezer distantes, ao menos 15 cm, do fogo e

    das paredes. Isso evita que utilizem mais energia para compensar o ganho

    de temperatura.

    56. No utilize a geladeira como secadora, colocando tnis e roupas na parte

    traseira.

    57. Busque informaes sobre a origem e o destino de tudo o que voc

    consome. Produtos cuja fabricao obedece a mtodos ecolgicos ajudam

    a diminuir os desperdcios na cadeia produtiva e os impactos no meio

    ambiente.

    58. importante consumir produtos com certificaes ambientais como, por

    exemplo, o certificado FSC,3 para produtos oriundos de manejo florestal.

    59. Pesquise e no compre produtos de fbricas poluidoras e que desperdiam

    recursos.

    60. Na hora de consumir, prefira os produtos reciclados, reciclveis ou

    reutilizveis. Evite os descartveis.

    61. D preferncia aos produtos que permitem a reutilizao das embalagens

    com refil.

    62. Priorize a compra de produtos fabricados perto de onde so vendidos.

    Isso evita o uso de transporte por longas distncias, reduzindo a emisso

    desnecessria de gases causadores do efeito estufa.

    63. Procure consumir alimentos orgnicos, cujo mtodo de produo causa

    menos danos ao meio ambiente, pois no utiliza insumos qumicos e

    hormnios de crescimento.

    64. Priorize a compra de alimentos frescos, em detrimento dos congelados.

    Alm de mais cara, a comida congelada consome at dez vezes mais

    energia para ser produzida.

    65. Evite o desperdcio de alimentos.

    66. Procure aproveitar ao mximo os alimentos. Por exemplo, utilize as cascas

    da melancia para fazer doce e os talos da couve para fazer farofa.

    3. FSC uma sigla em ingls para a expresso Forest Stewardship Council, ou Conselho de Manejo Florestal, em portugus.

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO34

    Suas anotaes

    67. Consuma apenas o que necessrio e evite adquirir produtos suprfluos.

    68. Evite consumir embalagens plsticas. Alm de representar 7% dos resduos

    produzidos pelo homem, sua decomposio demora mais de 100 anos.

    69. Procure reutilizar as sacolas que tm em casa e opte por caixas de papelo

    e sacolas de pano para realizar suas compras. Isso diminui o consumo de

    sacos plsticos, reduzindo tambm o volume do lixo produzido.

    70. Reutilize envelopes e, antes de imprimir um documento, pense se isso

    realmente necessrio e faa uma reviso cuidadosa para no gastar

    papel toa.

    71. Procure utilizar os dois lados do papel, pois esse um item que demanda

    grande quantidade de gua e de energia para ser produzido.

    72. Evite descartar materiais no degradveis no ambiente.

    73. Compre papel reciclado, pois sua produo economiza de 70% a 90% em

    energia. As estimativas apontam que para cada 100 kg de papel reciclado

    so poupadas 60 rvores.

    74. Plante uma rvore.

    75. No deixe o computador ligado

    se no estiver usando. Desligue,

    ao menos, o monitor.

    76. D preferncia sempre ao

    transporte coletivo ou meios

    alternativos de transporte. Use

    seu automvel somente quando

    for imprescindvel.

    77. Lembre-se de que a caminhada

    faz bem sade, ao bolso e ao

    planeta.

    78. Faa uma reviso completa de

    seu carro a cada seis meses,

    priorizando itens como a

    regulagem do motor.

    79. Procure manter a presso dos pneus de seu automvel nos nveis

    recomendados pelo fabricante. Pneus desregulados demandam gasto maior

    de combustvel.

    80. S ande com o ar-condicionado ligado quando for realmente necessrio,

    pois ele pode consumir at 5% a mais de combustvel.

    81. Na hora de trocar de carro, procure escolher modelos menos poluentes,

    como os que utilizam biocombustveis.

    82. Quando for abastecer, sempre d preferncia ao lcool.

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 35

    Suas anotaes

    83. Organize com seus colegas de trabalho e vizinhos um sistema de rodzio

    de carros. D e pea carona.

    84. Quando a distncia for reduzida, como dois ou trs andares, utilize as

    escadas, em vez do elevador.

    85. Evite aerossis com CFC,4 gs responsvel pelo buraco na camada de

    oznio.

    86. No corte ou pode rvores sem autorizao.

    87. Evite queimadas.

    88. No compre nem crie animais silvestres em casa.

    89. Devemos utilizar tecnologias limpas para minimizar a poluio. Deve-se

    pensar em mtodos de preveno e no de correo. Por exemplo,

    importante que todos pressionem os governos para que eles tornem

    obrigatria a adoo de leos combustveis com menor teor de enxofre.

    90. Cobre de seus representantes aes e iniciativas que contribuam para a

    preservao ambiental.

    91. Participe de movimentos pela proteo do meio ambiente e pela defesa do

    consumidor.

    92. Assine peties e documentos a favor do meio ambiente.

    93. Participe de aes virtuais e iniciativas promovidas na internet, como, por

    exemplo, o programa Click rvore de reflorestamento com espcies nativas

    da Mata Atlntica (www.clickarvore.com.br), em que cada clique do

    internauta corresponde ao plantio de uma rvore.

    94. Denuncie s autoridades e aos rgos competentes as empresas,

    organizaes e pessoas responsveis por emitir poluio, seja slida,

    lquida, gasosa, visual ou sonora.

    95. Apoie as polticas de planejamento familiar e reduo da natalidade. Esse

    o caminho bsico para garantir a qualidade de todas as vidas de nosso

    planeta.

    96. Apoie polticos, partidos e organizaes cujos planos incluam aes de

    responsabilidade socioambiental.

    97. Promova aes de preservao ambiental em sua comunidade e entre seus

    amigos e conhecidos.

    98. Exija que a educao ambiental faa parte do currculo escolar de seu filho.

    99. Sirva de exemplo. Por meio de seus atos, ensine seus filhos a ter atitudes

    ecologicamente responsveis.

    100. Passe essas dicas adiante.

    Revista Aquecimento Global, 2(8): 42-50, 2009.

    4. Sigla de clorofluorcarboneto; cada um dos derivados clorados e fluorados dos hidrocarbonetos.

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO36

    Suas anotaes

    Atividade 5 Produo de texto

    Objetivo

    Produzir um texto com imagens ou outros recursos de multimdia em que se utilizem os registros feitos sobre as paisagens e seus detalhes. O texto dever conter uma descri-o da paisagem observada e uma reflexo acerca de questes ambientais nela identificadas.

    Planejamento

    Dentro dos grupos, os alunos devero estar organizados em duplas e estar de posse dos quadros de registros sobre as paisagens (atividade 3) e com os dados levantados nas pesquisas sobre as questes ambientais (atividade 4). Sero lidos, coletivamente, trs textos como modelo para os alunos basearem-se em sua produo.

    Encaminhamento

    Para o incio da atividade, os textos: 1) O Beagle na Amrica do Sul: Captulo II Rio de Janeiro; 2) O Beagle na Amrica do Sul: Captulo III Arquiplagos de Galpagos e 3) Poluio aqutica ou, ainda, algum outro que voc escolher, devero estar disponveis para cada aluno, de preferncia em uma cpia xerogrfica.

    Os trs textos abordam aspectos descritivos e reflexivos distintos. Os dois primeiros so do naturalista ingls Charles Darwin (1809-1882), autor da teoria da evoluo dos seres vivos por meio da seleo natural, e foram escritos durante sua viagem pela Amrica do Sul com o navio Beagle. O pri-meiro trata da descrio utilizando, principalmente, as dife-rentes sensaes que pde perceber com rgos de sentidos distintos. O segundo faz uma descrio fsica da paisagem (orientao visual). O terceiro texto, uma notcia postada em 8/9/2009, tambm uma descrio mais visual, porm com enfoque mais reflexivo sobre determinado problema ambiental: o lixo no mar.

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 37

    Suas anotaes

    1. O Beagle na Amrica do Sul: Captulo II Rio de Janeiro

    Mata da floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ).

    O clima, durante os meses de maio a junho, ou do comeo do inverno, era

    delicioso. A temperatura mdia, medida s nove horas, tanto de manh quanto

    noite, era de apenas 22. Chovia forte com frequncia, porm logo os ventos

    do sul ajudavam a secar tudo e tornavam os passeios agradveis. Uma manh,

    num perodo de seis horas, caiu 1,6 polegadas de chuva. medida que essa

    tempestade passava por cima das florestas que rodeiam o Corcovado, o som

    produzido pelas gotas de chuva batendo na quantidade incalculvel de folhas

    foi notvel; podia ser ouvido distncia de um quarto de milha e se parecia

    com a investida de uma grande massa de gua. Depois de um dia de calor,

    era delicioso sentar-se quieto no jardim e observar a tarde virar noite. A

    natureza, nestes climas, escolhe seus vocalistas entre artistas mais humildes

    do que na Europa. Uma pequena r, do gnero Hyla, senta-se sobre uma folha

    de grama cerca de uma polegada acima da superfcie da gua e emite um

    coaxar agradvel. Quando muitas se juntavam, cantavam harmoniosamente

    em diferentes tons. Diversas cigarras e grilos produziam, ao mesmo tempo,

    um cricri incessante e estridente que, suavizado pela distncia, no era

    desagradvel. Todas as noites, depois de escurecer, esse grande concerto se

    iniciava; frequentemente, sentava-me para ouvi-lo, at que minha ateno fosse

    desviada para algum inseto curioso que passasse.

    Darwin, C. O Beagle na Amrica do Sul. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996, p. 28-29.

    WIK

    IPEDIA

    .ORG

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO38

    Suas anotaes

    2. O Beagle na Amrica do Sul: Captulo III Arquiplago de Galpagos

    Galpagos.

    Fernando de Noronha.

    Vistos distncia, os arbustos

    ralos, que cobrem as partes

    mais baixas de todas as

    ilhas, exceto onde a lava

    fluiu recentemente, parecem

    completamente desprovidos de

    folhas, como as rvores decduas

    do hemisfrio norte no inverno.

    Levei um tempo para descobrir

    que no apenas todas as plantas

    estavam cobertas de folhas, mas

    que a maior parte estava em

    florao. Depois do perodo das

    chuvas fortes, dizem que as ilhas

    apresentam-se parcialmente verdes,

    por um curto espao de tempo. A nica outra regio em que vi uma vegetao

    semelhante a essa foi na ilha vulcnica de Fernando de Noronha, colocada

    em muitos aspectos em condies similares.

    Darwin, C. O Beagle na Amrica do Sul. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996, p. 37.

    WIK

    IMEDIA

    .ORG

    DEVANIL TOZZI

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 39

    Suas anotaes

    3. Poluio aqutica[...] O lugar, destino paradisaco de milhes de turistas, tornou-se um

    verdadeiro oceano de plstico. Com uma extenso de aproximadamente 1,6 mil

    quilmetros da costa entre a Califrnia e o Hava, a ilha de lixo do Pacfico

    formada por toneladas de sujeira levadas pelas correntes martimas, fenmeno

    resultante da ao dos ventos sobre a superfcie das guas em conjunto com o

    movimento de rotao da Terra.

    A principal parte do processo ocorre quando o lixo jogado nas ruas e

    arrastado para dentro do mar pelas chuvas ou pelas correntes ocenicas, em

    uma espcie de varredura. Alm disso, h o lixo depositado diretamente nas

    praias ou nos rios que desembocam nos oceanos.

    No caso da Califrnia, as correntezas levam a sujeira. Essa se mistura ao

    lixo das grandes embarcaes e segue para uma regio chamada de Giro

    do Pacfico Norte ponto de convergncia de correntes da sia e Amrica do

    Norte. Quando l chegam, os dejetos ficam acumulados, j que no local

    os ventos so poucos, a presso atmosfrica alta e o mar calmo. [...]

    Disponvel em: .

    Acesso em: out. 2009.

    Lixo na praia trazido pelas correntezas.

    SERGIO RANALLI/PULSAR IMAGENS

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO40

    Suas anotaes

    1. Organize os alunos em duplas e proceda leitura coletiva dos textos.

    Essa leitura poder ser compartilhada por voc com seus alunos. Esse tipo de estratgia permite que se mostre a leitura como atividade prazerosa. Quando vocs, professo-res, ou os pais, leem de modo a revelar suas entonaes e pontuaes enfatizadas do texto, fica explcito para os alunos como o ato de ler vai muito alm do entendimento das palavras e das frases. Uma leitura dessa forma deve ainda instigar no leitor/ouvinte questionamentos sobre o texto, isto , uma reflexo mais profunda a respeito de seu significado. Como exemplo, pode-se fazer perguntas como: Aonde o autor quer chegar? O que ele pretende mostrar com esse texto? Qual ser o passo seguinte desse autor?

    Os dois primeiros textos tratam de registros e observaes especficas de determinados lugares em certas pocas. preciso que essa contextualizao esteja clara para os alu-nos. Isso possibilita que as interpretaes dos escritos no sejam aleatrias ou superficiais. No entanto, o foco da lei-

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 41

    Suas anotaes

    tura deve estar voltado principalmente para as sensaes que Darwin utilizou em suas descries e para o rigor de suas observaes.

    2. No primeiro texto, pea aos alunos para identificarem cla-ramente quais sentidos Darwin utilizou em sua descrio, citando-os. Por exemplo, quando Darwin diz Diversas ci-garras e grilos produziam, ao mesmo tempo, um cricri incessan-te e estridente que, suavizado pela distncia, no era desagra-dvel., ele est usando, alm do sentido da viso (identificao dos insetos), tambm o da audio (cricri incessante e estridente), qualificando para o leitor a viso da paisagem descrita.

    3. O segundo texto deve ser trabalhado dando-se nfase descrio mais real e comparativa da paisagem. Pergunte a eles em que partes isso pode ser evidenciado, ou seja, em qual delas h aspectos da vegetao em comparao com o universo conhecido do autor na Europa, onde ele vivia.

    4. J o terceiro texto descreve o lixo, um problema ambien-tal, na paisagem de certas praias norte-americanas e mos-

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO42

    Suas anotaes

    tra o caminho que esse lixo percorreu at chegar a esse local. Pea a seus alunos que esquematizem esse trajeto do lixo (lixo das ruas chuvas mar; lixo praia mar; lixo rios mar; lixo embarcaes mar).

    5. Terminada a leitura e a reflexo sobre os textos acima, o momento da produo textual dos alunos.

    muito importante que a esses trabalhos estejam associa-das algumas imagens. Elas podem ser as representaes em desenhos elaboradas nas atividades anteriores ou mes-mo as registradas em fotografias. As imagens e os textos comporo parte do produto final.

    Os textos devero, alm da descrio das paisagens e dos problemas ambientais observados, mostrar a reflexo sobre eles luz do que foi pesquisado. Para isso, relembre as ques-tes levantadas na orientao para a pesquisa. A resoluo delas, sempre comparando o que se viu na literatura com o que foi observado na prtica, nos lugares de aprender, pode ser a prpria sequncia do texto:

    o incio pode conter a contextualizao das observaes (Onde? Como? Por qu?);

    no corpo central podem entrar as reflexes acerca das observaes realizadas em comparao com os dados obtidos nas pesquisas;

    no final se estabelecem uma ou mais concluses e a pos-sibilidade de aes individuais para tentar enfrentar as questes ambientais identificadas.

    Tenha sempre em mente que em alguns dos lugares de apren-der visitados podero existir solues para problemas am-bientais que devem ser exploradas nos textos. Em alguns lugares de aprender poder haver, por exemplo, reas recu-peradas de vegetao nativa, instalaes prprias para coleta seletiva, transformao do lixo orgnico em adubo (compostagem), utilizao da gua da chuva, uso de aque-cimento solar em detrimento de energia eltrica.

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 43

    Suas anotaes

    Produto final

    Atividade 6 Exposio

    Objetivos

    Refletir sobre questes ambientais relacionadas com a vi-sitao realizada.

    Desenvolver um produto final na forma de uma exposio que possa ser contemplado pela comunidade escolar.

    Planejamento

    A exposio incluir os trabalhos realizados ao longo do projeto nas diferentes atividades e os voltados para a exposi-o em si.

    Os visitantes vo receber na entrada uma espcie de minu-ta, uma pequena informao, de cada um dos textos e tero de associ-las s imagens nas quais foram inspiradas.

    Os textos produzidos pelos alunos estaro no verso das imagens e o visitante poder conferi-los a qualquer momen-to. Ao final, o visitante deixar sua opinio sobre o impacto que a exposio poder causar na mudana de atitudes em relao, principalmente, aos problemas ambientais mostrados na exposio. Ser preciso organizar-se bem e estabelecer um cronograma com as etapas de montagem da exposio. Os alunos devero saber de antemo qual ser esse cronograma e o tempo que disporo para execut-lo.

    Encaminhamento

    Em primeiro lugar, antes da montagem da exposio, veri-fique o espao fsico da escola com o qual poder contar, bem como a melhor data para ela acontecer. Como est voltada para a comunidade escolar, a exposio poder ser combina-da para ocorrer na mesma data de algum outro evento que requeira a presena dos pais dos alunos.

    Terceiro momento

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO44

    Suas anotaes

    Monte o cronograma das atividades necessrias e apresen-te a seus alunos. Essas atividades se dividiro em:

    1. Realizao das minutas com os textos produzidos na atividade 5, proponha um novo exerccio que o de criar uma sntese do texto. Para isso, com os alunos trabalhando em duplas, pea que eles grifem as passagens do texto que considerarem importantes para que o visitante, ao l-las, possa identificar qual a imagem correspondente.

    Como exemplo, voc pode fazer com seus alunos a minuta do texto Poluio aqutica da atividade 5, seguindo as etapas indicadas:

    Sntese do primeiro pargrafo: Entre a Califrnia e o Hava, a ilha de lixo do Pacfico formada por toneladas de sujeira levadas pelas correntes martimas (nesse caso, houve a seleo de determinado trecho do pargrafo).

    Sntese do segundo pargrafo: O lixo de ruas e praias chega ao mar pelas guas das chuvas e pelos rios (nes-se caso foi elaborado um novo texto sntese).

    Sntese do terceiro pargrafo: Correntezas levam a sujeira que convergem para esses pontos da Califrnia, onde se acumulam (nesse caso foi transcrito um trecho do pargrafo, seguido por um novo texto sntese).

    Juno das trs snteses (minuta): Entre a Califrnia e o Hava, a ilha de lixo do Pacfico formada por to-neladas de sujeira levadas pelas correntes martimas. O lixo de ruas e praias chega ao mar pelas guas das chuvas e pelos rios. Correntezas levam a sujeira que convergem para esses pontos da Califrnia, onde se acumulam.

    Reelaborao da minuta, caso considere necessrio: Entre a Califrnia e o Hava, toneladas de sujeira das ruas e praias, levadas pelas guas das chuvas e pelos rios, formam a ilha de lixo do Pacfico, onde se acumu-lam em razo das correntezas que convergem para esses pontos da Califrnia.

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 45

    Suas anotaes

    Depois desse exerccio, os alunos estaro aptos a realizar as minutas dos textos produzidos. Uma vez preparadas todas as minutas, junte-as em uma nica folha e providen-cie cpias para serem entregues aos visitantes na entrada da exposio. interessante que essas minutas tenham um texto de apresentao para os visitantes entenderem seu propsito. O texto pode ser algo como:

    Seja bem-vindo exposio . Nela, voc vai conhecer os trabalhos realizados pelos alunos sobre as visitas a , as reflexes a respeito das observaes feitas no local e das questes ambientais identificadas.

    Voc est recebendo uma srie de minutas sobre cada uma das imagens que sero vistas na exposio. Leia-as e tente identificar quais correspondem a cada uma das imagens. Ao final da exposio, responda, por favor, ao questionrio, pois nosso trabalho ainda continuar depois da exposio. Muito obrigado e boa visita!

    2. Preparao do questionrio final para os visitantes antes de sarem da exposio, os visitantes devero respon-der a um questionrio bem simples, com o intuito de veri-ficar se, aps a exposio, sua opinio sobre os problemas ambientais retratados mudou; se ele se sentiu realmente tocado com o que foi apresentado e se a visita exposio o fez refletir sobre suas atitudes.

    Para que essa pesquisa de opinio seja exequvel, neces-srio que seja pensada de modo a obter respostas diretas e curtas, j que os visitantes vo respond-la voluntariamen-te, e sendo diretiva, facilitar sua anlise pelos alunos.

    Divida a turma em grupos e pea que sugiram questes para a pesquisa. A prxima etapa socializar com toda a sala essas questes e escolher as que atendam melhor os objetivos

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO46

    Suas anotaes

    traados. Aps a escolha, pea a um dos grupos que prepare a folha do questionrio que dever ser xerocopiada.

    Anlise ao final da exposio, todos os questionrios sero recolhidos e analisados. Uma forma de realizar essa anlise a tabulao dos resultados de forma coletiva, com toda a turma, elaborando uma tabela na lousa, enquanto se faz a leitura dos resultados dos questionrios. Outra forma seria dividir a turma e incumbir cada grupo de ana-lisar uma das questes da pesquisa.

    3. Preparao da exposioa) Portflio ao longo de todo o projeto, os alunos produ-ziram uma srie de pequenos trabalhos: quadros para registro de observao, os registros de observao, dese-nhos, fotografias atividades 1, 2 e 3; pesquisa de ques-tes ambientais atividade 4; produo de textos com descrio das paisagens e reflexes sobre as questes ambientais observadas (incluindo o produzido nas visitas aos lugares de aprender) atividade 5; minutas de texto e

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 47

    Suas anotaes

    questionrio de avaliao de visitantes atividade 6. To-do esse material dever ser exposto em uma espcie de portflio para que os visitantes tenham ideia de todo o processo que os alunos realizaram, tanto na escola quan-to nos lugares de aprender. Esse portflio pode ser or-ganizado em pastas, em painis ou disposto em mesas apropriadas. importante que os portflios estejam divididos pelos grupos ou duplas da sala desse modo os visitantes podem identificar mais facilmente os traba-lhos e seus autores.

    b) Painis da exposio os painis da exposio devero ter a imagem (desenho, fotografia ou outro recurso visual que tenha sido utilizado alternativamente uma colagem, por exemplo) e atrs dela o respectivo texto com a des-crio da paisagem, dos problemas ambientais nela en-contrados, a reflexo realizada com as possveis solues individuais. O visitante poder ver a imagem e ler o tex-to, momento, tambm, em que confere se o texto que recebeu no incio, a minuta, corresponde imagem que escolheu.

    c) Ambientao como as observaes realizadas, desde o incio do projeto, tambm se orientavam por outros sen-tidos que no apenas o visual, como a audio, o olfato e o paladar, a ambientao da sala de exposies poderia tambm levar em conta esses sentidos. Em conjunto com seus alunos, levante ideias de como os visitantes poderiam sentir e perceber as questes ambientais da mesma forma que eles sentiram nos lugares de aprender que estudaram.

    Por exemplo, se a poluio sonora urbana foi uma questo presente, pode-se tentar reproduzir parte desse descon-forto com um aparelho de som reproduzindo som de buzinas e barulho de veculos se deslocando. um dos momentos em que seus alunos podem ser mais criativos e dar vida exposio, por isso no deixe de explorar esse potencial deles.

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO48

    Suas anotaes

    ESPAO, TEMPO E OBRAS 48

    Orientaes para a visita instituioA visita no primeiro momento

    Uma visita nesta etapa do projeto requer orientao maior para observao,

    tanto das paisagens visitadas, como dos detalhes da paisagem em que possam

    identificar questes ambientais. Caso seus alunos tenham feito as visitas aos jardins

    da escola ou s praas, ento utilize os mesmos quadros j criados para realizar

    as observaes no local visitado.

    importante tambm que voc prepare seus alunos com algumas orientaes

    sobre as questes ambientais identificveis no local e recomende que estejam

    atentos s explicaes dadas pelos monitores, tentando verificar como tais questes

    esto sendo tratadas pela instituio. Esse pode ser, at mesmo, um dos questio-

    namentos a serem feitos pelos alunos aos monitores das visitas.

    Estimule seus alunos a fazer vrios registros, por meio de desenhos e de foto-

    grafias do lugar de aprender visitado, que sero usados no produto final.

    A visita no segundo momentoSe a visita acontecer nesta etapa, j ser possvel produzir um texto descritivo

    da paisagem e dos problemas ambientais observados na instituio e os registros

    fotogrficos devero ser intensificados com esse olhar.

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 49

    Suas anotaes

    48

    Orientaes para a visita instituioCaso as pesquisas sobre as questes ambientais tenham sido produzidas, o

    momento de colocar em prtica os conhecimentos adquiridos por meio delas. Pea

    aos alunos que se preparem para observ-las, buscando identificar como eventuais

    problemas ambientais esto sendo tratados.

    A visita no terceiro momentoUma visita neste momento poder ilustrar bem todo o trabalho desenvolvido na

    escola e seu entorno e na instituio visitada. Os alunos j tero feito as pesquisas

    sugeridas no segundo momento e, por isso, devero apenas repetir a atividade 5,

    agora utilizando as novas observaes e registros realizados na visita, nos mesmos

    moldes das atividades 3 e 4.

    Estimule-os a fazer questionamentos aos funcionrios da instituio a respeito

    de eventuais problemas ambientais observados durante a visita, para terem mais

    subsdios na hora da criao de seus textos.

    Fontes de consulta

    Livros

    vila-pires, F. D. Fundamentos histricos da Ecologia. Ribeiro Preto: Holos, 1999.

    Burnie, D. Fique por dentro da Ecologia. 2. ed. So Paulo: Cosac & Naify, 2001.

    CallenBaCh, E. Ecologia um guia de bolso. 3. ed. So Paulo: Fundao Peirpolis, 2003.

    Corson, W. H. (Ed.). Manual global de Ecologia: o que voc pode fazer a respeito da crise do meio ambiente. 4. ed. So Paulo: Augustus, 2002.

    Dias, Genebaldo Freire. Educao Ambiental: princpios e prticas e caderno de atividades. So Paulo: Global, 1998.

    riCarDo, Beto; Campanili, Maura. Almanaque Brasil Socioambiental. So Paulo: Instituto Socioambiental, 2008.

    Peridicos impressos

    Revista Cincia Hoje

    Revista Cincia Hoje das Crianas

    Revista Galileu

    Revista Knowledge Uma revista para mentes curiosas

    Revista National Geographic Brasil

    Revista Scientific American Brasil

    Revista Superinteressante

    SitesCarta da Terra www.cartadaterra.org

    Folha do Meio Ambiente www.folhadomeio.com.br

    Instituto Ecoar Cidadania www.ecoar.org.br

    ISA Instituto Socioambiental www.socioambiental.org

    Jornal do Meio Ambiente www.portaldomeioambiente.org.br/

    Rede Brasileira de Educao Ambiental www.redeambiente.org.br

    Sistema Integrado de Pesquisa Escolar www.sipenet.com/meioambiente.html

    WWF-Brasil www.wwf.org.br

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO50

    Suas anotaes

    Preservao e conservao: relaes do ser humano com o meio ambiente

    No final do sculo XIX, em 1872, foi criado o primeiro parque nacional, o Parque Nacional de Yellow Stone, localizado no extremo noroeste do estado do Wyoming (EUA).

    JustificativaA diminuio de ambientes naturais em todo o planeta

    acontece desde os primrdios da humanidade. A capacidade do ser humano para alterar o ambiente em que vive mpar entre os seres vivos, mostrando-se muitas vezes extrema-mente prejudicial continuidade no s das demais espcies na Terra, mas tambm da sua prpria. Uma das formas de manter os ambientes naturais foi a criao das atualmente chamadas unidades de conservao (estaes ecolgicas; reser-vas biolgicas; parques nacionais; florestas nacionais; reas de proteo ambiental; reas de relevante interesse ecolgico e reservas particulares do patrimnio natural).

    MARE M

    AGNUM

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 51

    Suas anotaes

    Na verdade, as discusses sobre a necessidade de criao de unidades de conservao j ocorriam na Inglaterra desde o incio do sculo XIX.

    Nesse momento, com a industrializao, o aumento da populao e o crescimento das cidades, as reas naturais foram sendo cada vez mais ocupadas e destru das. A relao homem-natureza comea a mudar quando o ser humano passa a enxergar a natureza no apenas como um bem que pode ser alterado e explorado, mas quando j se percebe como parte integrante dela, entendendo que suas aes de desenvolvimento colocam em risco o equilbrio natural do planeta e, em consequncia, a prpria existncia. A compre-enso de que a natureza no est merc do homem, mas de que parte integrante dela, foi fundamental para susci-tar as mudanas que viriam.

    A sociedade passa a considerar as reas naturais lugares que no podem e no devem ser extintos. As naes, ento, adotam maneiras diferentes para a manuteno dessas reas.

    No Brasil, as aes se iniciaram em 1937 com a criao do Parque Nacional do Itatiaia, que abrange os municpios de

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO52

    Suas anotaes

    Itatiaia e Resende, no estado do Rio de Janeiro, e os munic-pios de Itamonte, Alagoa e Bocaina de Minas, no estado de Minas Gerais.

    Com o surgimento do formato de unidades de conservao, estabeleceram-se dois movimentos: o conservacionismo e o preservacionismo.

    Portanto, todas as unidades de conservao, apesar do nome, podem ter caractersticas diferentes quanto a suas origens e finalidades. Toda unidade tem sua histria, que pode e deve ser conhecida, at para se fiscalizar quanto ela est atendendo a seus propsitos.

    Independentemente de ser uma unidade de conservao, ou mesmo um zoolgico, um parque, uma praa, um horto, um jardim botnico etc., todos os vrios lugares de aprender tm sua histria, sua finalidade de criao e, a exemplo das unidades de conservao, merecem um olhar crtico por par-te da populao que os frequenta. Conhecer a histria desse lugar de aprender tambm saber um pouco da histria da cidade, das pessoas que ajudaram a cri-lo e dos anseios da sociedade em que se insere.

    Neste projeto, pretende-se que a histria do lugar de apren-der visitado seja conhecida, reproduzida e analisada luz dos movimentos de preservacionismo e conservacionismo. uma oportunidade para ir alm da simples visitao.

    Resumidamente, o preservacionismo prega a proteo da natureza por seu valor em si, sendo interpretado como

    proposta de intocabilidade da rea a ser protegida.

    J o conservacionismo prope essa mesma proteo da natureza, mas norteada pela participao do ser humano como agente e

    beneficirio dos recursos ambientais.

    Podemos tambm falar em outros termos como ecologia

    profunda, sustentabilidade e desenvolvimento sustentvel,

    que so formas modificadas de pensar o conservacionismo.

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 53

    Suas anotaes

    Este projeto destinado a alunos de Ensino Mdio. Quan-do houver possibilidade de abordagens distintas para as di-ferentes sries, estas sero sugeridas no texto.

    ObjetivoCriar condies para que os alunos conheam a histria de

    algumas reas naturais (ou construdas) protegidas e de um lugar de aprender visitado e avaliem a perspectiva utilizada em sua criao (preservacionista ou conservacionista) e se os objetivos da implantao esto sendo atingidos.

    O que se espera que os alunos aprendam

    Realizar pesquisas voltadas ao conhecimento e reflexo a respeito da histria de reas de conservao/preservao.

    Utilizar linguagem adequada para expressar suas ideias, resultados e concluses, enriquecendo seu vocabulrio.

    Perceber que a histria de cada instituio define muito de sua situao atual.

    Criar argumentao suficiente para sustentar um debate.

    CONTEDOS PROGRAMTICOS

    Os contedos programticos1 de cada srie que podero ser explorados durante o desenvolvimento do projeto so apre-sentados a seguir.

    1 srie

    A interveno humana e os desequilbrios ambientais Problemas ambientais contemporneos.

    As contradies entre conservao ambiental, uso eco-nmico da biodiversidade, expanso das fronteiras agr-colas e extrativismo.

    Tecnologias ambientais para a sustentabilidade ambiental.

    As conferncias internacionais e os compromissos e pro-postas para recuperao dos ambientes brasileiros.

    1. Fini, Maria Ins (Coord.). Proposta curricular do Estado de So Paulo: Biologia. So Paulo: SEE, 2008.

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO54

    Suas anotaes

    3 srie

    Evoluo biolgica e cultural A origem do ser humano e a evoluo cultural.

    Impactos da transformao do ambiente e da adaptao das espcies animais e vegetais aos interesses da espcie humana.

    Apesar de no haver contedos especficos referentes 2asrie do Ensino Mdio, alunos dessa srie tambm podero participar do projeto sem maiores dificuldades. Isso porque, alm de contar com os conhecimentos que eles acumularam em anos anteriores, todo o projeto est centrado no desen-volvimento de competncias e habilidades, listadas a seguir.

    COMPETNCIAS E HABILIDADES2

    Competncias gerais Habilidades gerais e especficas

    Representar Comunicar-se Conviver

    Ler e expressar-se com textos. Converter uma linguagem em outra. Registrar observaes. Descrever situaes. Planejar e fazer entrevistas. Sistematizar dados. Participar de reunies. Argumentar. Trabalhar em grupo.

    Investigar e intervir em situaes reais

    Formular questes. Realizar observaes. Estabelecer relaes. Fazer e verificar hipteses. Diagnosticar e enfrentar problemas, individualmente ou em equipe.

    Estabelecer conexes e dar contexto

    Relacionar informaes e processos com seus contextos e com diversas reas de conhecimento.

    Identificar dimenses sociais, ticas e estticas em questes tcnicas e cientficas.

    2. Adaptadas de: Fini, Maria Ins (Coord.). Proposta curricular do Estado de So Paulo: Biologia. So Paulo: SEE, 2008.

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 55

    Suas anotaes

    Os movimentos de conservacionismo e preservacionismo

    Apesar de os alunos de Ensino Mdio j terem tido contato com os termos preservacionismo e conservacionismo, bem provvel que no saibam que no se tratam de sin-nimos. O senso comum leva as pessoas a achar que qualquer ato que indique a proteo de um ser vivo, de uma espcie ou mesmo de um ecossistema um ato de preservao. No necessariamente, de acordo com a concepo dos movimentos de conservacionismo e preservacionismo.

    Neste primeiro momento, pretende-se que os alunos possam compreender esses dois movimentos, suas origens e diferen-as. Para isso, um texto com as informaes sobre os movi-mentos de conservacionismo e preservacionismo dever ser apresentado e trabalhado com seus alunos, de modo que, ao final da atividade, alm de terem adquirido e compreendido esses termos, eles tambm tenham desenvolvido habilidades prprias da leitura e da compreenso de textos.

    A elaborao de um cronograma com a turma sempre importante, pois todos tero com antecipao o que vo fazer e quando ocorrero as etapas de execuo.

    Atividade 1 Trabalho com texto

    Objetivo

    Estimular nos alunos a leitura reflexiva de textos sobre os movimentos do conservacionismo ou preservacionismo para que conheam suas diferenas bsicas.

    Planejamento

    Aps a leitura do texto, ser realizada uma discusso cole-tiva. Em seguida, os alunos elaboraro snteses do texto.

    Primeiro momento

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  • PROGRAMA CULTURA CURRCULO56

    Suas anotaes

    Encaminhamento

    1. Comece a atividade contando aos alunos que, a partir des-te momento, eles vo desenvolver um projeto do qual far parte uma visita a um lugar de aprender. Explique-lhes como ser o produto final, no caso um debate em que eles devero, em uma simulao de audincia pblica, apresentar uma proposta de criao de um lugar de aprender (obs.: caso os alunos j tenham realizado a visita, podero trabalhar com o local visitado).

    Essa proposta dever se apoiar em argumentaes convin-centes e bem embasadas luz dos movimentos conserva-cionistas ou preservacionistas.

    2. Depois, disponibilize cpias do texto a seguir que traz a diferena bsica entre os conceitos de conservao e pre-servao, alm de outros termos de uma perspectiva his-trica bem esclarecedora.

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  • MEIO AMBIENTE: SABER CUIDAR 57

    Suas anotaes

    Afinal, qual a diferena entre conservao e preservao? comum haver confuso entre os termos conservao e preservao.

    Muitas vezes usados para significar a mesma coisa, na verdade expressam

    ideias que tm origem em razes e posturas distintas. Conservacionismo e

    preservacionismo so correntes ideolgicas que representam relacionamentos

    diferentes do ser humano com a natureza

    PreservacionismoUm precursor do pensamento ambientalista foi John Muir, para quem a

    natureza tinha valor intrnseco. Mesmo que em sua poca ainda no houvesse

    distino desses termos, Muir hoje seria considerado um preservacionista,

    pois ficou conhecido por seu deslumbramento pela natureza em geral e

    compartilhou suas emoes em vrios textos e livros que se tornaram

    marcos do movimento ecolgico que se formaria mais tarde. Compreendia a

    continuidade que inerente natureza, como mostra este seu trecho: Os dias

    quentes e ruminantes so cheios de vida e pensamentos de vida por vir, como

    as sementes que amadurecem contendo o prximo vero, ou uma centena de

    veres. Ao enfocar a natureza sem a interferncia humana e sem pensar no

    uso que determinados elementos poderiam representar, Muir se destaca por

    seu amor pelo mundo natural.

    Com o correr do tempo, o preservacionismo tornou-se