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Produções do coletivo de professores e alunos da EMEF Nossa Senhora de Fátima.
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1
ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
CONTA HISTÓRIAS...
Caderno 6 2012/2013
2
CRÉDITOS
EMEF Nossa Senhora de Fátima Rua A, n.15 – Bom Jesus Porto Alegre-RS Tel. (051) 3338-3695 [email protected],com.br Coletivo de Educadores - Educação de Jovens e Adultos: André Rodrigues Horta (Matemática), Andréia Brugalli (Ts Iniciais), Carlos Eduardo Berwanger (Ed. Física), Éverton Eliéser Dias Silva (Inglês), João Nely Niederaurer (Ed. Física), João Rudimar Kunz (Biblioteca), Kelly da Silva Moraes (História), Mara Denise Medaglia Leães Martins(Bibioteca) Marcia Nunes de Vargas (Arte Educação), Marisa Flores (Totalidades Iniciais), Miriam Moschen Silveira (Ciências), Suzane Hubner Alves (Geografia), Suzi Maria Petró (Português), Coordenação Pedagógica: Marco Mello Coordenação Cultural: Marcos Flores Biblioteca: João Rudimar Kunz Vice-Direção: Maria de Lourdes Morey Pivetta Fabiana Muller Machado Diretor: Sérgio Mayer Produções: Educandos das Totalidades 1 a 6, durante os anos letivos de 2012 e 2013. Arte da Capa: Luiz Francisco Vaz Silveira Fotografias: Educadores e Educandos da EJA, Coletivo da Cooperativa de Comunicação Comunitária
HORTA, André; KUNZ, João Rudimar; PETRÓ, Suzi Maria; MELLO, Marco (Orgs.) A Educação de Jovens e Adultos conta Histórias... Porto Alegre: EMEF Nossa Senhora de Fátima, Educação de Jovens e Adultos,
2012/2013, n.6.
3
ÍNDICE
Apresentação 6
Introdução Capítulo I – Histórias de vida: produções a partir da leitura de Simone Saueressig Caça-Palavras - Ts iniciais e profª Andréia Brugalli 10
A Superação em Pessoa - Ariel Naiara – T5 11
O Menino de Ipanema - Mariana Tavares da Silva – T5 13
Uma Menina Rebelde - Murillo Machado Silva – T5 15
Novo Rumo - Jean Felipe Lima da Silva – T5 16
A Família do Campo - Adilson Dias - T5 18
A Dor de uma Perda - Francielle Souza – T6 20
A História de um Menino - Cleidielen da Luz – T6 21
A Noite de Cláudio - Filipe Santana Mendonça – T6 22
A Vida de Natacha - Tamires Silva da Silva – T6 23
A Morte Bate na Porta - Maxsuel Oliveira - T6 24
Capítulo II – Liberdade
A Suposta Liberdade - Erick Messias Neves – T5 27
A Liberdade de Pensar - Dienifer Franciele Santos - T6 28
Liberdade - Juliane Silva de Moura - T5 28
A Conquista da Liberdade - Tiago Soares - T6 29
Capítulo III – Heróis e heroínas do cotidiano
Uma Heroína - Marimar Gonçalves - T5 32
Minha Heroína - Marcos da Silva - T5 32
Obrigado por Existir - Brenda Nunes da Silva T5 33
Uma História de Superção - Thalia Lima – T4 34
Meus Heróis - Juliano Fraga de Souza – T4 35
O Exemplo do Thiago - Tiago Medeiros - T4 35
4
Heroínas - Alisson Gomes – T5 36
Se todas Fossem Assim - Pâmela Ribeiro – T5 37
Heróis sem Superpoderes - Daniela Albu. - T5 38
A Dona Jussara - Stephanie Santos - T4 38
Uma Guerreira -Keila Mirelly Oliveira – T4 39
Sonho de um Jovem - Camila Martins – T6 40
Meu Pai e minha Mãe - Geovane Savicki - T6 41
O Esforço compensa - João Carlos Fernandes – T6 42
Superação - Kerolin Alexandra Silva Santos - T6 43
O Guri - Luis Felipe Alves da Silva - T 6 44
Capítulo IV - Periferia lado bom: Uma (nova) leitura de
mundo a partir da obra de Ferréz.
Análise do conceito de Literatura Marginal: 47
Contos e Crônicas: proposta de trabalho: 47
Produção Escrita 47
Documentário Literatura e Resistência 48
Análise da proposta de alguns romances do escritor 48
Trabalho Interdisciplinar 49
RAP Como Poesia e Proposta Social - Prof. Magda Teresinha
da Silva e alunos(as) da C30 50
Gabriela Linhares 51
Marcelo R. S. Júnior 52
Jéssica R. de Rodrigues 52
Ismael Pedroso 53
Análise de Charges 54
Beleza Negra 55
Favelas de Papelão e a Estética da Periferia 56
A Experiência da Realização de um Curta Metragem na EJA
57
5
Vida na Periferia 58
Produções textuais: o estudo da narrativa curta e o recurso da
intertextualidade 59
O Grande Assalto
Recontado por Bruna Mariane Silva– T6. 60
Recontado por Isaac Cordova de Oliveira - T5 61
Recontado por Kerolin e Marco Aurélio – T6 62
Fábrica de Vilões de Ferréz
Recontado por Brenda Nunes e Juliano Fraga - T5. 63
O Estudo e a produção da Enumeração Caótica 64
Ferréz - Keila, Thalia e Tiago – T4 64
Fragmentos - Keila, Tiago e Stephanie - T4 65
Voz 470 66
6
APRESENTAÇÃO
Para ouvir o que o outro tem a dizer é preciso escutar.
Os alunos da Educação de Jovens e Adultos da EMEF
Nossa Senhora de Fátima têm muito a dizer. Querem falar
sobre seu cotidiano de luta e sofrimento; falar sobre as
injustiças e mazelas sociais; falar, sobretudo, de um país que
ainda não é para todos.
Para além dos dramas e tragédias pessoais, o que
permeia esses textos é um desejo profundo de vida, de vida
digna, de busca incessante pela felicidade, pela superação da
dor mirando no exemplo de heróis do cotidiano.
Os alunos e professores trazem o 6º caderno com suas
produções que refletem sua trajetória, sua história. É
fundamental escutar o que eles têm a dizer pois seus textos
são repletos de um desejo profundo de superação. Parabéns a
todos!
Convido, você leitor, a ler e escutar estas histórias
fascinantes. Muitas parecem ficção; outras, a mais pura e nua
realidade.
Sérgio Luís Mayer - Diretor
7
INTRODUÇÃO
Todos nós temos algo a contar, a narrar, a refletir desde o vivido e do imaginado. E fazer isso, no contexto da uma escola pública que atende estudantes jovens, adultos e idosos adquire um significado ainda mais especial. Trata-se de lutar com a palavra, de recuperar a humanidade muitas vezes perdida ou roubada, de acender novamente a chama da esperança e alimentar sonhos e lutar por uma vida melhor, que passa necessariamente pelo acesso, permanência e sucesso na trajetória escolar, muitas vezes acidentada, que caracteriza o perfil dos estudantes da EJA Esta é uma mostra significativa do trabalho realizado ao longo de 2012 e 2013 pelas Totalidades de Conhecimento da EJA da EMEF Nossa Senhora de Fátima, cujo volume 6 temos a satisfação de apresentar. A realidade vivida pelos alunos e alunas da EJA tem como características a fragilidade social, exclusão, drogadição, tráfico e subemprego. A comunidade está na expectativa de mudanças na organização territorial das famílias da Bom Jesus, em função da expansão de um grande empreendimento imobiliário que tem tensionado os moradores quanto à incerteza de sua permanência neste espaço. Encontraremos aqui nos quatro capítulos que compõem este Caderno o resultado de um trabalho coletivo e em muitos momentos interdisciplinar. Com esta publicação "A EJA Fátima conta histórias" reafirmamos o compromisso da divulgação da produção de nossos educandos e educandas que evidencia o processo de amadurecimento e reflexão em relação às suas aspirações. Ler e escrever o mundo com emoção, criatividade e compromisso é talvez uma das principais tarefas da escola pública popular. Acreditamos nisso e convidamos a que você adentre nesse universo que essa publicação possibilita. Venha se emocionar e aprender com a arte de viver, com as histórias de superação, com o jogo de cintura e os sonhos que povoam o imaginário desses jovens.
8
I – Histórias de vida:
produções a partir da leitura
de Simone Saueressig
9
No ano de 2012 fomos contemplados com a visita da
escritora Simone Saueressig à nossa escola através do projeto
Adote um escritor.
Para conhecê-la melhor, acessamos seu blog e lemos
uma série de seus textos. Inspirados nessa leitura, os alunos
criaram as suas histórias e fizeram cartazes e outros trabalhos
manuais.
Os alunos das Ts Inicias leram as crônicas A balconista,
Hibernação, Caixa de Pandora e Matéria-prima. A partir desta
última fizeram vários objetos e brinquedos com sucatas,
criaram caça-palavras e fizeram pesquisas sobre a utilidade do
material reciclável. Os da T5 leram várias crônicas e o conto O
galpão e criaram as suas histórias inspirados nessas leituras.
Os da T6 leram várias crônicas e o livro Um vulto na escuridão
e a partir dessa leitura criaram as suas histórias.
Simone Saueressig é escritora de texto denso, cheio de
realidades extremas, capazes de produzir emoções fortes no
leitor. Como ela mesma diz em sua crônica Tapada: “Porque
para mim, particularmente, a palavra e a leitura têm que ser
isso: prazer, verdade pessoal, desejo. Viver na cobertura deve
ser bom, mas é na calçada que a literatura de verdade é
escrita, mesmo que esteja recheada de sacis, gnomos, bruxas
e cavaleiros andantes. O resto não é literatura, é matemática;
matemática financeira”.
A seguir são apresentados os textos produzidos pelos
alunos. Também eles falando de vivências marcantes, cheios
de vida e de realidade, bem ao estilo da escritora que leram e
adoraram.
10
CAÇA-PALAVRAS
Ts iniciais e profª Andréia Brugalli
Encontre 7 palavras relacionadas ao trabalho
desenvolvido sobre o projeto adote um escritor.
No mês de novembro desse ano, receberemos pelo
projeto adote um escritor, a escritora gaúcha Simone
Sauerssig.
Lemos vários dos seus contos, como: caminhada, a
balconista e hibernação e escolhemos o que se chama
matéria-prima.
Esse conto fala da ferramenta mais poderosa da espécie
humana: a imaginação.
Gostamos tanto do que lemos que resolvemos juntar
muitos materias e sucatas.
Soltamos a imaginação, criando muitos objetos.
Estamos ansiosos pelo Adote um escritor do próximo
ano.
M A N C I O M X I W I R R B C D A N B Y C S B O Z E U
I S X Z H J A T C A G N Z O E X T Y W B C F G A I J Z
T E O C O N T O S F H M N R Z V I C V D J K L E N F E
V Z F G J K E I R R T E S C R I T O R A M S R A I T O
F A G I Z L R A C O T S U U M T P D Z B P S C K L W Y
H D R O T S I Z A E K C C X I M W C R P R Z T O I H S
Z O B F D V A J N Z R S A E P Q E K P O K T S G H T I
B T O S H Z P N M S S Ç T U V Q I L T F X V D F E G W
N E J S M W R G T P Q A A L I T I M A G I N A Ç A O U
O J L Ç V A I G R S T O R P Q I Y J E D Z M K X Y V E
C K R Y L S M S Y X W K P M D F U S K L J U N E S X O
P R T M U I A S D J H O Z R E S I M O N E H T I K L E
11
A SUPERAÇÃO EM PESSOA
Ariel Naiara – T5
Era uma vez uma menina chamada Juliana. Ela tinha 14
anos e morava com sua mãe e dois irmãos. Juliana nunca
conheceu seu pai, mas nem por isso era uma menina diferente
das outras de sua rua. Ela era alegre, divertida e carinhosa.
Além disso, Juliana era muito estudiosa e obediente. Ajudava
sua mãe que trabalhava fora sem reclamar, pois sabia que sua
mãe precisava de ajuda em casa, já que ficava o dia todo fora
de casa e voltava à noite cansada de tanto trabalhar. Juliana e
sua mãe não tinham muita intimidade por culpa do trabalho e
do pouco tempo que sua mãe tinha livre. Ela então passava a
maior parte do tempo cuidando dos seus irmãos e quando eles
iam para o colégio ela ficava na internet desenhando e nas
redes sociais. Como ela sempre foi uma ótima aluna, sua mãe
nem se preocupava muito com suas notas. Mas Juliana chegou
em casa com uma nota vermelha e sua mãe a proibiu de mexer
12
no computador. Na verdade ela estava com problemas na
escola porque tinha uma garota que vivia implicando com ela.
Então ela contou para sua mãe mesmo com medo e essa
menina foi expulsa do colégio. Juliana passou por vários
problemas por causa disso e já não era mais aquela menina
estudiosa que sua mãe conhecia. Ela saiu do castigo e voltou a
usar o computar direto. Em um dia normal Juliana estava no
MSN conversando com suas amigas da escola quando sua
prima a chamou para conversar e começou a contar que tinha
um menino da sua escola que queria conhecê-la. Sua prima
então viu que seu amigo estava online e convidou Juliana para
conversarem juntos. Ela aceitou e começou a conversar com
esse menino que se chamava Lucas. Ele tinha 16 anos e eles
se tornaram grandes amigos. Conversavam todos os dias, sem
falta. Eles entravam na internet ao mesmo tempo para não
perderem nem um tempo da sua conversa. Mas Juliana tinha
um problema: ela estava gostando do Lucas e queria ser mais
que uma amiga. Então ela contou a ele, que respondeu a
mesma coisa: que queria ser mais que um amigo dela. Juliana
e Lucas marcaram de se encontrar no dia 27 de fevereiro, às
15h30m na casa de sua prima. Quando Lucas chegou lá, ela
ficou encantada e abriu um baita sorriso. Juliana havia
encontrado o amor de sua vida sem nem encostar nele. Ela já
sabia disso e era verdade. Juliana começou a namorar e eles
se viam quase todos os dias. Mas uma grande coisa estava
para acontecer: Juliana estava grávida de Lucas. Apavorada,
achando que ele ia querer terminar o namoro, ligou pra ele
contando e perguntando o que faria com a gravidez. Por um
momento passou pela sua cabeça abortar, mas seu namorado
disse que isso era errado e que ele assumiria o bebê. Eles iam
dar um jeito e iam criar a criança juntos. Lucas imediatamente
arrumou um emprego e Juliana tinha que criar coragem para
13
contar a sua mãe. Ela contou. Sua mãe ficou muito triste ao
saber, mas disse que nada iria mudar, exceto sua adolescência
que ia ter que esperar um pouco, pois ela ia ser mãe e teria
que aprender a cuidar de um bebê. Isadora nasceu. Era uma
menina linda, grande e saudável. Juliana esperou ela fazer
alguns meses e voltou a estudar para terminar o colégio e se
formar para depois conseguir um emprego bom e que não
tirasse tanto do seu tempo com sua filha e com seu namorado
pois, Juliana levava uma lição da vida. Ela não queria que sua
filha passasse pelo mesmo problema que ela havia passado na
infância com sua mãe: a falta de comunicação. Juliana queria
estar o tempo todo ali do lado de sua filha. Ficar com ela nas
horas difíceis e nas horas boas e alegres. Ela arrumou um
emprego ótimo e podia passar o resto da tarde com sua filha e
seu namorado. Eles foram morar juntos e criaram a sua própria
família. Hoje Juliana tem 25 anos e Lucas tem 27. Sua filha
Isadora já está enorme, com 10 anos. Eles construíram uma
casa enorme e Isadora tem um quarto só para ela, todo rosa,
com brilho. Coisa que quando pequena Juliana nunca havia
podido ter porque era a mais velha e seus irmãos é que
ganhavam as coisas. Hoje Juliana é feliz e não ficou magoada
ou triste com sua mãe pela falta de carinho e atenção quando
era pequena. Muito pelo contrário ela usou isso como
experiência e nunca deixou nada faltar para sua filha. E vive
ainda muito feliz com sua vida e sua família, lembrando que
essa vida de hoje antigamente já foi muito complicada.
O MENINO DE IPANEMA
Mariana Tavares da Silva – T5
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Era um dia um menino que se chamava Felipe. Ele
morava com sua mãe Marlene, seu pai Matheus e seus dois
irmãos, a Júlia e o Júlio. A vida deles era muito boa e feliz, até
um dia sua mãe sofrer um acidente quando estava na parada
de ônibus. Um carro atravessou o ponto de ônibus onde ela
estava, bateu nela e infelizmente ela ficou doente (afetou a
mente dela). Ela só não podia sair sozinha; o resto ela fazia
sozinha.
Depois do acidente, já fazia um ano, o pai de Felipe
começou a beber. E ele não se cuidava mais. Depois de um
tempo ele foi ao médico. O médico falou que ele estava
sofrendo de abstinência ou de mal estar físico ou mental por
falta do álcool. Os irmãos do Felipe não iam mais à aula. E
também andavam com pessoas que usavam drogas e até
roubavam e matavam por dinheiro. E às vezes por diversão,
quando estavam drogados. Só o Felipe que não entrou nessa.
Ele continuou a cuidar de sua mãe quando podia.
Depois de um tempo a Júlia e o Júlio começaram a fumar
drogas. A mãe, dona Marlene, não conseguia tomar conta da
Júlia nem do Júlio. Daí ela conseguiu um abrigo para deixá-los.
Ali no abrigo continuaram arrumando problemas. A dona
Marlene ficou muito triste por ficar longe deles. Mas sabia que
ia ser bom para eles. Só que eles não conseguiam ficar no
abrigo e também começaram a roubar o abrigo: algumas
coisas como TV, rádio, roupas das crianças, tudo para trocar
por drogas. Eles fugiam todas as vezes que se sentiam presos
e quando sentiam falta das drogas.
Um tempo depois o Felipe foi para o abrigo porque ele
andava sujo e sozinho pela rua. E também não ia mais à
escola. Até que um dia o juiz foi na casa dele buscá-lo. A dona
Marlene ficou muito triste porque achava que não ia mais vê-lo,
mas ela conseguiu uma sapiencial para pedir para ir ver o seu
15
filho lá no abrigo. O acordo foi que ela podia ir vê-lo de 15 em
15 dias no abrigo. Ela ficou muito feliz por ele ter uma chance
de ter uma vida melhor do que seus irmãos e ter uma boa
educação.
Enquanto o Felipe e a dona Marlene estavam passando
por tudo isso, seu pai foi internado numa clínica para
recuperação de dependentes de álcool e seus continuavam a
usar drogas perigosas, tipo LSD e cocaína, que já estavam
afetando os sentidos de sua consciência e seus irmãos
sentimentos pela própria mãe. E depois de um tempo um outro
irmão, o Vinícius, morreu por causa das drogas que ele usava
diariamente. E a Júlia foi internada numa clínica de
recuperação de dependentes químicos.
Já fazia muito tempo e ela já estava muito melhor do que
antes. Sua mãe ficou muito feliz por ela ter saído das drogas. E
quando era tempo começou a dar tudo certo para a família de
dona Marlene. A Júlia e o Felipe estavam se comportando.
Depois de um tempo a Júlia saiu da clínica recuperada e tinha
uma surpresa que ninguém estava esperando. Naquele tempo
quando ela foi para a clínica ela estava grávida de um belo
menino chamado Michael. A sua mãe ficou muito feliz com o
netinho e com todos os filhos que restaram, mas sentia muita
falta de seu filho Vinícius. Mas fazer o quê? Não deu tempo de
salvá-lo; já era muito tarde.
O marido de dona Marlene, depois de 7 anos, já estava
quase libertado da bebida. Então ele pôde voltar para sua
casa. Assim eles viveram felizes para sempre.
UMA MENINA REBELDE
Murillo Machado Silva – T5
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Era uma menina chamada Lucinda. Era muito rebelde,
não trabalhava e não queria nada da vida. Roubava para ir ao
baile e comprar drogas. Ficou devendo dinheiro para o
traficante. Ele a levou para o mato e a estuprou. Ela falou para
mãe, mas a mãe dela não deu bola pra sua filha e mandou-a
embora de casa. Sem dinheiro, foi roubar em uma casa e não
sabia que nesta casa morava um policial. Tomou um tiro e foi
para o hospital. Depois de duas semanas foi pra casa. Três
meses depois voltou ao hospital e soube que seu filho nasceria
com problemas e prometeu a Deus que se seu filho
melhorasse não roubaria mais ninguém. Poucos meses depois
seu filho nasceu e, como ela prometeu, arrumou um emprego e
ajudava famílias carentes e pessoas desabrigadas. Depois
soube que tinha uma doença transmissível muito forte que não
tinha cura. Sentada na porta de casa seu filho olhou para seus
olhos e disse:
- mãe eu te amo muito.
Cansada, ela deitou em sua cama, fechou os olhos e
morreu. E foi lembrada como mãe Lucinda.
NOVO RUMO
Jean Felipe Lima da Silva – T5
Era uma vez um garoto muito levado que se chamava
Lucas. Ele era era um garoto muito pegador. Ia em festas e em
aniversários só para ficar com as gurias das festas.
Um certo dia ele saía cedo para jogar o lixo fora e se
encontrou com uns vizinhos dele que iam à igreja. E
aproveitando, os vizinhos o convidaram para ir também e
Lucas respondeu:
- Hoje não. Quem sabe amanhã!
17
E um dos vizinhos respondeu:
- Você já pensou pra onde você vai se Jesus voltar
amanhã?
Depois de fazer essa pergunta foram à igreja. E aquela
pergunta incomodou o Lucas pelo resto do dia. Passado um
dia, Lucas, indo para o colégio de ônibus, viu uns mendigos na
rua pela janela e pensou: será que o que eu estou vivendo é o
melhor? Depois disso lembrou do que os vizinhos dele tinham
falado e fez a mesma pergunta a um amigo e o amigo
respondeu:
- Ah Lucas, eu vou querer ir à igreja só quando eu ficar
bem velhinho!
No dia seguinte o amigo dele morreu porque foi
atropelado. Por isso Lucas pensou: vou na igreja, pois quero
ver quem é esse Jesus de quem eles me falaram.
Então ele foi a igreja e chegando lá ele encontrou com os
seus vizinhos e de novo um deles perguntou para o Lucas:
- Pensou?
E Lucas respondeu:
- Estou confuso e quero saber quem é esse Jesus a
quem eu vejo vocês adorarem tão felizes. Olhando vocês
pensei que minha vida não é tão feliz quanto a de vocês e eu
tenho tudo que eu preciso. O que me falta? E um dos seus
vizinhos respondeu:
- Falta paz em sua vida agitada, falta descanso de
incomodações e, principalmente, falta um amigo verdadeiro,
que não minta, que seja aconselhador, que o apoie em suas
decisões. Quer que eu fale o nome dele? É Jesus Cristo !!!
E depois disso ele começou a estudar a bíblia e a
conhecer Jesus Cristo. E passou tempos de estudo e começou
a pensar em seus erros e começou a se desculpar com as
pessoas a quem ele magoou.
18
Depois se tornou um grande missionário.
A FAMÍLIA DO CAMPO
Adilson Dias - T5
Era mais ou menos o ano de 1942 em quando uma
família saiu de sua cidade natal, para ser mais preciso do
interior, para tentar uma vida melhor na cidade grande.
Chegando na cidade, o homem, pai de família, foi
procurar um lugar para morar com sua família. Ele tinha quatro
filhos que se chamavam: Rubem, José, Jéssica e Benjamim.
Rubem era o mais velho. Ele era alto, forte e conhecedor
do campo, mas inexperiente na cidade. José era esperto,
risonho, rápido e conhecedor de animais. Jéssica, a filha do
meio, cuidava da casa com sua mãe, Judite, que cozinhava
muito bem. E como o seu marido Antônio não conseguia
trabalho, elas faziam comida para vender e com isso ele foram
sobrevivendo a cada dia. Benjamim era o bebê. Chorava muito
para mamar e sua mãe, sempre pronta, cuidava de seu lindo
nenê sem tristeza alguma.
Judite era uma mulher forte, trabalhadora, sempre alegre
e feliz. Além de cozinhar, ainda lavava roupa para fora. Um
certo dia Antônio, Rubem e José saíram em mais uma tentativa
de conseguir um emprego. Sem nunca perder a esperança,
saíram cedo. José queria trabalhar com animais e foi para a
cidade de Sapucaia do Sul onde conseguiu um emprego no
zoológico.Ele ficou muito feliz. Rubem conseguiu na construção
civil. Não foi difícil, pois ele era alto e forte e logo o chefe o
contratou.
Antônio, que era homem experiente da roça, não tinha
conseguido nada, também por não ter estudo. Ele ficou triste e
abatido, mas sua esposa o incentivava todos os dias. Um certo
19
dia ele falou com seu amigo chamado Pedro, que era porteiro
de um prédio muito lindo no centro de Porto Alegre. E ele,
vendo a dificuldade da família, resolveu ajudar e pensou: vou
ajudar o Antônio. Pedro falou com seu patrão, o Sr Jeremias:
- Jeremias, o senhor está precisando de um zelador?
Seu Jeremias respondeu:
- Sim Pedro, você conhece alguém?
- Sim senhor Jeremias, tenho uma pessoa certa para o
trabalho.
- Então vá buscar essa pessoa rápido!
Pedro saiu eufórico e chegou na casa de Antônio
gritando:
- Vizinho, vizinho tenho uma ótima noticia para o senhor!
Antônio, ansioso e espantado, saiu correndo e disse:
- O que aconteceu homem? Fale logo! Que gritaria é
essa!?
E pedro começou a contar o que havia acontecido:
- Olha Antônio, conversando com meu patrão perguntei a
ele se precisava de alguém para trabalhar no prédio como
zelador. E ele me respondeu que sim. Então arrumei o trabalho
pra você!
Antônio abriu um sorriso largo no rosto e chorou ao
mesmo tempo. Pedro sem entender nada perguntou:
- Por que está chorando homem?
Ele respondeu:
- Estou chorando de alegria porque eu já estava
querendo ir embora e você, meu amigo, traz essa notícia
maravilhosa!
Ele então abraçou Pedro e lhe agradeceu feliz. Antônio
juntou a família e contou a novidade do seu trabalho e todos
ficaram felizes. Eles pagaram o aluguel de sua casa. Jéssica
foi para a escola e José e Rubem seguiram trabalhando felizes.
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Judite, que nunca desistiu, agradeceu a Deus por sua família
estar feliz.
Essa é realidade de muitas famílias que vêm do interior
do Estado tentar realizar seus sonhos e acabam passando por
muitas dificuldades por não terem tido oportunidades de ir a
uma escola ou apenas aprender uma profissão, mas nunca
desistem dos seus sonhos e projetos. E você que tem essa
oportunidade, não a desperdice!
A DOR DE UMA PERDA
Francielle Souza – T6
Havia uma menina. A mãe dela estava muito doente.
Quando ela tinha cinco anos, via a mãe dela triste sozinha, já
que seu pai tinha morrido quando ela tinha três anos e desde
então a mãe dela não se casou com mais ninguém.
A menina não aguentava mais ver sua mãe doente, e sua
mãe sempre ficava feliz quando estava com ela.
- Filha, a mamãe está bem! Isso já vai passar!
Mas ela sabia que não iria.
Todas as noites a mãe dela lia um livro e dava boa noite
para ela. Ela fingia dormir e quando a mãe dela saia do quarto
ela levantava da cama e rezava dizendo:
- Papai do céu, faz minha mamãe melhorar! Só isso que
lhe peço!
A cada dia que passava a mãe dela só piorava e ela
sofria mais e mais com isso. Ela se trancava no quarto,
chorava e pensava o que seria dela sem sua mãe do seu lado.
Dois anos depois, quando ela fez sete anos, a mãe dela
estava com um câncer maligno. Todos sabiam, menos ela, que
21
a mãe não iria sobreviver. Mas para a menina todos falavam
que ela estava bem.
Cinco dias depois a mãe dela morreu. E tiveram que
contar para a menina. A tia dela chegou e falou:
Chorando a tia dizia: - Meu amor, mamãe não melhorou e
não vai mais voltar!
Ela dizia:
- E agora titia, o que eu vou fazer sem minha mamãe?
Ela era tudo pra mim! Quero minha mamãe de volta! Não vou
aguentar ficar sem ela! Eu sei, meu amor, mas temos que ser
fortes e tentar superar isso, ok?! Sempre vou estar do seu lado.
Ela foi no enterro da mãe dela e só chorava. Depois teve
de ir com sua tia para casa.
Até hoje, sempre no mesmo horário de dormir, ela pega o
mesmo livro que a mãe dela lia para ela.
Dez anos depois ela ainda sente a falta da mulher mais
importante da vida dela. Desde então ela nunca mais esqueceu
dessa lembrança.
A HISTÓRIA DE UM MENINO
Cleidielen da Luz – T6
Havia um menino que morava com sua mãe. Seu pai
estava preso. Sua mãe trabalhava muito e não dava atenção
para seu filho. O menino estudava em uma escola ali perto de
sua casa.
Num belo dia o menino, indo para o colégio, encontrou
uns amigos na esquina. Eles estavam fumando maconha. Mas
o menino não sabia ainda, pois tinha apenas 13 anos. Os
amigos dele lhe ofereceram maconha para fumar. Diziam que
era bom e os deixava mais atraentes e as meninas gostavam
disso.
22
O menino não queria fazer isso, mas como ele ainda não
tinha muito apoio de sua mãe e o carinho de seu pai, porque
estava preso, ficou pensando e acabou aceitando o convite dos
seus amigos. Em pouco tempo estava ele ali fumando drogas.
Passou o tempo e sua mãe ficou sabendo que seu filho estava
fumando drogas. Ela não acreditou quando disseram para ela.
Quando ela o pegou fumando, deu-lhe um belo de um xingão,
mas sabia que isso não iria resolver.
O menino já não queria mais ficar nessa vida. Aí pediu
ajuda a sua mãe, que com muito esforço lhe ajudou. Levou-o a
uma clínica de reabilitação. Ali ele ficou por 2 anos se tratando.
Passou o tempo e ele já estava bem, sem nenhum vício.
Seu pai já tinha saído da cadeia. Sua mãe ficou muito feliz e
começou a dar muito mais amor e carinho para o menino, que
prometeu nunca mais fumar aquelas porcarias que só iriam lhe
fazer mal.
A NOITE DE CLÁUDIO
Filipe Santana Mendonça – T6
Era uma vez um menino que se chamava Cláudio. Ele
tinha apenas sete anos e tinha um medo imenso do escuro,
tanto que dormia de luz acesa. Uma certa noite seus pais
foram sair e ele ficou em casa sozinho, jogando vídeo game.
Ele estava tão entretido jogando que nem viu seus pais saírem.
Até que deu um apagão na sua casa. Ficou tudo escuro e
Cláudio logo ficou desesperado, chamando sua mãe:
- Mãe, vem aqui me buscar!
Aí ninguém lhe respondeu. Foi então que ele ficou mais
desesperado, pois percebeu que estava sozinho em casa.
Então Cláudio abriu a porta do seu quarto. Quando abriu a
23
porta do quarto ele viu alguma coisa se mexendo no corredor.
Então ele fechou a porta do seu quarto lentamente para que a
coisa que ele tinha visto não o pegasse. Ficou no quarto
debaixo da cama só observando para ver se a coisa que ele
tinha visto ia entrar no quarto.
Cláudio ficou um bom tempo debaixo da cama, até que
ouviu um barulho estranho em frente a seu quarto. Ele ficou
com tanto medo que ficou que nem uma pedra. Parecia que
nem respirava. Ficou ali até voltar a luz. Quando voltou a luz,
Cláudio saiu debaixo da cama lentamente e ficou em frente à
porta pensando se deveria abrir a porta ou não. Foi então que
ele decidiu sair do quarto.
Quando ele abriu a porta, percebeu que o que ele tinha
visto se mexendo era a cortina e o som estranho era o vento
soprando contra a janela. Foi aí que ele viu que era apenas sua
imaginação.
Depois desse acontecimento todo, Cláudio foi para sala
ver um filme, mas estava tão cansado que acabou dormindo no
sofá. Quando seus pais chegaram, Cláudio estava dormindo. E
o seu pai o levou para cama para descansar dessa longa noite
estranha.
E assim foi a história do Cláudio.
A VIDA DE NATACHA
Tamires Silva da Silva – T6
Natacha é uma menina que sofria com a ausência da sua
mãe. Seu pai a criou desde seus dois anos de idade, quando a
sua mãe foi embora.
Quando Natacha atingiu sua adolescência ela começou a
ficar rebelde. A partir do momento em que a Natacha conheceu
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uma turma de adolescentes, ela começou a se comportar mal,
a tirar notas ruins no colégio, começou a se vestir mal, a usar
roupas rasgadas e a pintar os olhos de preto.
Seu pai sabia que ela estava sofrendo, mas ele não sabia
o que fazer. Contudo, ele não gostava de ver sua filha
sofrendo. Natacha começou a fazer coisas que ela aprendeu
na rua: toda as noites ela fugia para pichar muros, paredes e
até monumentos históricos. Natacha sabia que o que ela
estava fazendo era errado, mas na pichação ela expressava
todo o seu sofrimento e sua raiva pela ausência da sua mãe.
Um dia o seu pai a pegou pichando e ficou muito
decepcionado com a filha. Ele podia entender o seu sofrimento,
mas não aceitava isso que ela estava fazendo.
Desde aquele dia Natacha parou de pichar e decidiu
fazer curso de grafite. Seu pai a apoiou e disse que melhor era
ela se interessar numa coisa que ela gostasse. Desde o dia
que ela começou a fazer grafite, ela conheceu pessoas novas
que lhe faziam bem. Seus pais estavam orgulhosos com a sua
filha, que decidiu seguir sua vida em frente com o seu pai.
Um dia, quando ela ia completar dezesseis anos de
idade, sua mãe ligou, bem no dia do seu aniversário. Ela ficou
muito feliz e decidiu perdoar sua mãe e se perdoar por tudo o
que tinha feito de errado. Desde esse dia ela começou a se
tornar uma pessoa melhor.
A MORTE BATE NA PORTA
Maxsuel Cordova de Oliveira - T6
Era uma noite escura e chuvosa naquela cidade e na
casa 73 só estava uma adolescente, já que os pais haviam
saído. A garota estava sentada no sofá bebendo refrigerante,
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comendo pipoca e assistindo a um filme de terror quando
alguém bateu na porta .
Ela resolveu atender, mas quando atendeu não havia
ninguém na porta. Então ela achou que era alguma brincadeira
e continuou assistindo ao filme. Daí bateram novamente na
porta. Ela atendeu e novamente não havia ninguém, Já irritada,
ela fechou a porta.
Meia hora depois, o telefone tocou. A ligação era a cobrar
e a garota atendeu, pois achou que poderia ser importante. Ela
perguntou quem era e uma voz seca respondeu:
- É a morte!
A garota pensou; não acreditava em outro trote e
desligou o telefone. Mas quando ela se sentou no sofá de
repente a pipoca caiu no chão, a garrafa de refrigerante
quebrou, a TV desligou e as luzes piscaram até se apagarem
totalmente. A esta altura a jovem já viu um sujeito usando uma
túnica ensanguentada com capuz e segurando com suas mãos
de esqueleto uma foice suja de sangue se aproximar de casa.
Ela resolveu colocar o sofá na porta para que o sujeito não
conseguisse entrar, mas o sujeito (que era a morte) quebrou
uma janela e entrou. E a jovem só teve tempo de gritar
enquanto era degolada pela morte.
Uma hora depois os pais da jovem chegaram em casa e
ficaram apavorados ao verem o corpo sem cabeça pendurado
na escada. E se mudaram no dia seguinte ...
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II – LIBERDADE
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Durante os trabalhos do semestre com as totalidades finais foi assistido ao filme Escritores da Liberdade. A partir disto, as turmas foram desafiadas a refletir sobre a realidade de cada uma e os obstáculos precisavam ser transpostos para que se possa alcançar a liberdade.
Essas reflexões resultaram em uma produção textual em que os alunos procuraram tematizar a gestão da liberdade.
Nas páginas a seguir, encontram-se os textos produzidos pelos alunos.
A SUPOSTA LIBERDADE
Erick Messias Neves – T5
Vivemos e falamos tanto da liberdade e sobre o que ela
nos proporciona diariamente.
Vivemos livres ou ainda somos escravizados?
Vivemos numa sociedade em que tudo é referente à
liberdade.
Não muito distante de hoje, 23 de novembro, me peguei
pensando em liberdade.
A mídia nos fala que somos livres, mas sabemos que não
funciona assim. Nos obrigam a sustentar o nosso vício, nos
dizem “compre só marcas caras, não se preocupe com seu
intelecto e, claro, não perca a nossa querida e amada novela
diária”. E nos obrigam a nos autodenominar livres.
A minha realidade é muito diferente da sua realidade.
Então isso é prova de que minha liberdade é distinta da sua
liberdade.
Liberdade e justiça são medidas do mesmo jeito, só que
cada um as usa conforme quer ou precisa.
Acho que se eu fosse falar de liberdade usaria essa
frase: Somos robôs programados para crer que somos livres!!!
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A LIBERDADE DE PENSAR
Dienifer Franciele Santos dos Santos - T6.
O mundo impõe muitos limites, barreiras e obstáculos.
Por isso faz com que queiramos atravessá-los, seja da maneira
difícil - como pela ruindade, maldade e por egoísmo -, ou pela
maneira fácil, que às vezes pode ser tão cansativa como a
primeira mas em compensação temos nossa consciência
tranquila e no fim somos recompensados de várias formas.
Todos esses limites, barreira e obstáculos fazem
lutarmos pela liberdade.
Não a liberdade comum, mas a liberdade de pensarmos,
de querermos alguma coisa, de fazermos acontecer e de
sermos quem realmente somos.
A liberdade é da nossa natureza. Nós não gostamos de
ser presos e de receber ordens. A liberdade é algo que todos
possuímos, mas que nem todos conseguem!
Então, se você quer alguma coisa, lute por ela, de cabeça
erguida!
LIBERDADE
Juliane Silva de Moura - T5
Liberdade pode ser vista de uma forma diferente para
cada um. Pode ser uma coisa boa como pode ser também uma
coisa ruim... Eu defino liberdade respeitar os direitos dos outros
e ter conceitos corretos, sem ninguém para impedir de poder
escolher o caminho que você quer seguir, sendo responsável
por sua escolha.
Por uma forma de vida melhor, escolho viver livre, é
claro. Quem é que gosta de ficar preso em um lugar sem ter
contato com as pessoas que gosta? Prefiro deixar de fazer
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muita coisa que gostaria em vez de ficar preso em uma prisão
ou coisa do tipo, levando a minha vida mais a sério. Tudo um
dia se resolve.
A CONQUISTA DA LIBERDADE
Tiago Soares - T6
Liberdade é o ato de se tornar livre de alguma forma.
Tanto de prisões de onde alguém deve estar há muito tempo
querendo sair, quanto de hospitais em que pessoas doentes
não aguentam mais ficar, pois queriam estar na rua, livres
Liberdade pode ser diversas coisas. Mas para mim liberdade é
você ter direito de se expressar, ter direito de andar na rua sem
preocupações, sem motivos para se esconder.
Por exemplo, quando alguém caminha bem pois acaba
de quitar todas suas dívidas. Para mim ela está livre, pois
livrou-se de uma grande dor de cabeça. Isso é estar livre. A
liberdade é você poder sair na rua sem medo de tomar um tiro,
ser assaltado ou presenciar alguma forma de violência. Até
porque como as coisas estão nas vilas, no bairros nobres, é
mais seguro estar preso do que solto.
Liberdade é o analfabeto poder ter opinião, liberdade de
expressão. Isso já foi feito pelo ex-presidente Lula, que teve
coragem de se expressar e assumir um país.
Isso tudo é liberdade. Até quando você ama alguém e
esse alguém é de outra religião, outros costumes e seus pais o
proíbem, aí você luta por esse alguém até conseguir. Isso é um
ato de liberdade
Liberdade se resume em diversas coisas ou maneiras de
agir, de tomar decisões, lutar por algo. Enfim, ser livre porque
você conquistou isso, a sua liberdade.
30
III – HERÓIS E HEROÍNAS
DO COTIDIANO
31
Com o objetivo de estimular a leitura e escrita através de
diferentes estratégias, recorremos a um longa metragem que
fornecesse elementos que auxiliassem a compreender a
realidade. Dentro dessa ideia, surgiu o filme Uma história de
amor e fúria. O longa é uma animação dirigida por Luiz
Bolognese. A história, baseada na mitologia indígena, narra o
amor entre um herói imortal - escolhido para lutar eternamente
contra Anhangá, signo da morte e destruição - e Janaína, a
mulher por quem ele é apaixonado por 600 anos. O herói
assume vários personagens ao longo do tempo, mantendo seu
espírito de luta, especialmente porque seu amor o alimenta.
Janaína morre e renasce em cada episódio.
O filme aborda quatro eventos da História do Brasil,
contados a partir do ponto de vista dos vencidos. Três deles
são reais. A guerra entre Tupiniquins e Tupinambás, no início
da colonização portuguesa, em 1565; a Balaiada, revolta
ocorrida no Maranhão em 1825 e a guerrilha urbana no período
da ditadura militar em 1968. O último evento é uma projeção do
futuro, em 2096. O filme mostra a violência que se tornou
intrínseca na sociedade brasileira, mas também o amor que
mantém acesa a chama da luta política e o desejo de
transformação.
Após a exibição do filme, realizamos uma atividade
reflexiva que contou com três momentos e que combinou o
trabalho em grupo e a produção individual. Primeiramente,
houve uma discussão no grande grupo motivada pelas
seguintes questões: O que eu vi? O que eu senti? O que eu
compreendi? Em seguida, cada aluno recebeu um material
para esquematização das informações abordadas no longa.
Por fim, foi realizada uma produção textual individual, a partir
das histórias de vida e trabalho de cada um, tendo como
temática inicial os heróis e heroínas populares e da vida real,
32
que inspiram nossos esforços por uma vida boa, digna e com
justiça social. Algumas das produções seguem reproduzidas a
seguir.
UMA HEROÍNA
Marimar Gonçalves - T5
Heroína para mim é a minha mãe Margarete. Ela tem 38
anos, gosta de limpar a casa, de assistir TV, é noveleira, gosta
de assistir filmes, gosta de se vestir esportivamente.
Ela é uma heroína para mim porque não sabe ler e nem
escrever, mas isto não a impede de nada, ela vende lixa no
centro quase todos os dias, para ter dinheiro para nós.
Eu acho que o trabalho dela é muito difícil porque as
pessoas quase não compram suas lixas, mas ela tem amigas
que já a conhecem, que a ajudam com dinheiro. Minha querida
é aposentada por causa do problema de pressão alta que ela
tem.
Eu, Marimar, estou estudando para, no futuro, poder
ajudar a minha mãe a ter uma vida melhor. Esta é minha
heroína Margarete, que merece tanto.
MINHA HEROÍNA
Marcos da Silva - T5
Minha mãe é uma ótima pessoa, muito calma e
atenciosa com todos da família e também ótima conselheira.
Minha mãe se chama Ivone Bandeira da Silva. Ela me
criou, bem como todos os meus irmãos praticamente sozinha.
Ela ia trabalhar e me levava junto com ela; não me deixava
com ninguém para eu não ser judiado. Até hoje ela faz isso
com os meus irmãos. Ela faz tudo, não deixa eles fazerem
33
nada e isso me deixa muito brabo porque eles ficam muito mal
acostumados, e ela já não tem mais idade para fazer tudo em
casa. Minha mãe está sempre em primeiro lugar para mim.
Ela sempre vai ser minha heroína, acima de tudo. Ela me
criou e é a única pessoa que vai estar sempre com as portas
abertas para eu ter um lugar para sempre voltar e uma mãe
para poder abraçar. Isto é a melhor coisa da vida.
OBRIGADO POR EXISTIR
Brenda Nunes da Silva - T5
Minha grande heroína é uma pessoa protetora, que não
deixa fazer o mal o mal a nós: minha mãe Sulene. Ela é uma
pessoa protetora, cuidadosa, carinhosa. Ela nos ajuda quando
estamos em apuros. Dá-nos aquele apoio quando precisamos
de carinho. Ela, uma vez, me chamou para conversar. Quando
eu estava em apuros me colocou sentada na cadeira e falou:
- Tu estás num caminho que não vai acabar bem, tu vais
te dar muito mal, andando com essas pessoas. Precisas
arrumar boas companhias! Se tu não te arrumares, podes
entrar numa fria e não mais sair dela. Agora pensa no que eu
te falei e sai dessa porque, com essas pessoas, tu não vais
chegar a lugar nenhum. Só vais arrumar uma briga e acabar no
hospital. Entendeu? Qualquer coisa me avisa.
Eu disse: - Obrigado minha mãe
Ela disse: - De nada, só estou fazendo meu trabalho de
mãe.
Ela é muito importante, porque faz parte da minha vida.
Se não fosse por esta heroína, eu não estava aqui hoje. Sulene
é minha melhor amiga. Ela me dá muito carinho e me salva dos
perigos. Quero que ela sempre esteja do meu lado para o que
34
der e vier. Adoro ver filmes com ela, principalmente, as novelas
da tarde como “Cuidado com anjo”, “Rubi” e o “privilegio de
amar.” MINHA HEROÍNA, OBRIGADO POR EXISTIR!
UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO
Thalia Lima – T4
Paula é uma menina que morava numa fazenda no
município de Montenegro com seu pai e sua bisavó. Quando
ela fez 16 anos, sua bisavó faleceu e, então, ela foi com seu
pai morar em Porto Alegre. Pouco tempo depois, seu pai
também faleceu. Aí ela foi morar com a sua mãe. Sua mãe,
então, começou a obrigá-la a vender seu corpo.
Depois de meio ano nesta vida, Paula conseguiu fugir e
foi morar na rua. Logo depois, ela descobriu que estava grávida
de gêmeos. Como naquele tempo ela fumava muito crack,
acabou perdendo seus filhos. Então ela conheceu um rapaz e
foi morar com ele. Quando ele descobriu que ela estava
esperando um filho dele, ele a mandou embora. Então, ela foi
morar novamente na rua e foi ali que o filho dela nasceu.
Quando Paula estava morando com seu filho na rua, ela
encontrou um rapaz que a assumiu, juntamente com o filho.
Eles, então, foram morar com ele. No entanto, eles brigaram e
ela se separou dele. Depois de um tempo, eles voltaram, mas
ela estava esperando um filho de outro homem. Então ele
assumiu ela e os dois filhos dela. Depois disso ele não se
separaram e tiveram mais duas filhas.
Hoje a Paula é uma mulher muito responsável. Ela faz
todo o serviço de casa e cuida muito bem dos seus filhos e
nunca deixa faltar nada para eles.
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MEUS HERÓIS
Juliano Fraga de Souza – T4
Meus pais são os meus heróis.
Os meus pais são pessoas legais, e eles trabalham muito
para tentar dar o melhor para nós.
Eles gostam muito de ir para a praça para tentar relaxar
um pouco e também para ficar um pouco com a família, porque
eles não têm tempo suficiente para ficar com a gente. Eles
sempre pedem para nós estudarmos e sermos alguém na vida,
porque eles não tiveram muitas chances na vida de estudar.
Os meus pais sempre foram meus heróis desde sempre.
Eles tiveram que largar quase tudo para cuidar de mim no
hospital, porque deu um problema comigo quando eu era ainda
bebê, porque eu fui operado com 4 meses e eles pensavam
que eu não ia conseguir sobreviver a uma operação de risco.
Eu fui operado por causa de uma veia do coração que se
rompeu. Desde aí eles tiveram que me cuidar por muito tempo
e por isso eu sou muito grato por eles terem me cuidado até os
16 anos de idade.
Os meus pais sempre serão muitos importantes para mim
e por isso eu quero estar vivo para dar tudo que eles
precisarem, porque eles nunca deixaram eu e meus irmãos
passarmos fome e até, quando tinha pouca comida, eles não
comiam só para dar para nós. Eu vou retribuir tudo o que eles
me deram de melhor. Eu vou ficar com os meus pais até o dia
que Deus quiser levá-los para o céu.
Eu amo minha mãe Elisa e meu pai Alcemar !
O EXEMPLO DE THIAGO
Tiago Ferreira Medeiros - T4
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Thiago era um homem de 30 anos de idade. Ele morava
no Rio de Janeiro, na favela da Rocinha. Tinha uma boa
família, com três filhos. Durante a semana ele trabalhava em
obras. Ele dava duro para sustentar a sua família.
Num domingo de tarde, às 3 horas, ele estava indo num
passeio. Ele ia levar a sua família no parque. Quando ele
estava andando na rua com seu veículo, aconteceu um tiroteio.
Um grupo de bandidos fortemente armados havia assaltado um
banco e estava fugindo da polícia. Quando viu, Thiago estava
com a sua família no meio daquela guerra.
Com o Thiago felizmente não aconteceu nada. Mas a sua
mulher levou um tiro e ficou paralítica numa cadeira de rodas.
Mas ele nunca abandonou a sua esposa. Ao contrário, ficou do
lado dela e nunca a traiu. Desde então ele trabalha bastante
para poder cuidar da sua esposa e dos seus filhos.
Hoje os filhos de Thiago cresceram homens
responsáveis, honestos e trabalhadores. Graças ao exemplo
que tiveram do seu pai.
HEROÍNAS
Alisson Guilherme Souza Gomes – T5
Minhas heroínas são minha mãe Divaldina e minha irmã
Daiane. Minha mãe é uma pessoa que trabalha atualmente
com reciclagem, que não é uma coisa fácil, porque ela chega
com dor nos braços e estressada. Minha heroína ainda,
quando chega em casa, faz a comida, cozinhando pratos que
minhas irmãs ainda não sabem fazer.
Daiane, minha irmã, é uma pessoa que trabalha
atualmente como vendedora. Às vezes não é fácil, porque ela
tem que ser vendedora e mãe ao mesmo tempo. Minha heroína
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ainda, ao chegar em casa, tem que limpar, cozinhar e ainda
cuidar da Renatinha, que está aprendendo a andar.
Essas são as heroínas da minha vida. Eu as admiro
porque elas têm vontade de viver a vida. Admiro-as pela
bravura e pela capacidade que elas têm de enfrentar as
dificuldades.
Amo minha mãe Diva e minha irmã Daiane.
SE TODAS FOSSE ASSIM...
Pâmela Ribeiro de Ribeiro – T5
A minha heroína é minha mãe porque ela é uma pessoa
muito boa de coração. Ela sempre ajuda os mais necessitado
ela não pensa só nela, ela procura saber como vai nossa
vizinha. Ela tem 5 filhos e não tem como fazer a necessidade
deles todos´ porque ela recebe menos de um salário mínimo. E
a minha mãe às vezes manda roupas para minha vizinha para
ajudá-la. A minha mãe cuida dos filhos dessa vizinha para ela
fazer faxina. Minha vizinha não tem marido e ela tem que se
virar sozinha. Minha mãe está sempre a ajudando porque ela
tem um bebê de 3 meses e minha mãe o cuida para que as
outras crianças possam estudar.
Como já sou mãe, eu me inspiro nesta grande pessoa,
que é minha querida mãe, que tanto ajuda os outros. Eu
procuro me inspirar nesta pessoa tão importante para dar
educação para o meu filho, João Gabriel.
Se todas as mães fossem assim, o mundo seria bem
melhor!
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HERÓIS SEM SUPERPODERES
Daniela Albuquerque - T5
Hoje em dia, ser um herói é privilégio para poucos, se
analisarmos o corre-corre, as opções que temos e as
dificuldades vindas juntamente com o trabalho de cada um.
Mas, com tantos problemas, vemos a garra de certos
profissionais em várias áreas, principalmente os que fazem o
serviço de defesa pública.
Pensamos nas dificuldades do corpo de bombeiros da
brigada militar ou mesmo dos bombeiros civis que atuam em
todos os tipos de acidentes.
Eles não têm capas, nem poderes especiais, mas têm a
coragem para dar suas vidas pela de outras pessoas, animais
e bens de terceiros.
Pode ser um animalzinho em apuros, pessoas em
acidentes, afogamentos, incêndios florestais ou residencias, lá
estão estes homens e mulheres, lutando com muita vontade,
apesar de todas as dificuldades enfrentadas.
Assim sendo, damos os parabéns aos heróis do fogo,
pessoas simples que têm, acima de tudo, seriedade no que
fazem. A estes bombeiros somos gratos por sua boa vontade e
valor profissional que, com certeza, são reconhecidos no
mundo todo por sua dedicação e amor ao próximo.
A DONA JUSSARA
Stephanie Santos - T4
A dona Jussara: esta é a minha avó. Ela é uma pessoa
guerreira e é muito trabalhadora.
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Minha avó é uma pessoa que ajuda as netas para que
elas não sofram na vida. Apesar de termos pais, eles não
moram conosco, apesar de procurarem auxiliar minha avó, pois
ela tem bastante idade.
Minha avó trabalha de segunda a segunda como
cuidadora de uma pessoa idosa. Ela quase não teve descanso
até agora nesta vida.
Eu tenho muito orgulho da minha avó Jussara e também
da minha mãe. Elas são presentes na minha vida e são muito
especiais.
UMA GUERREIRA
Keila Mirelly dos Santos Oliveira – T4
Uma mulher chamada Maria que adorava curtir a vida,
mas a mãe dela era bem carrasca com ela. Numa destas
aventuras, ela teve uma filha chamada Yara. Ttudo bem, mas
criando esta filha, ela teve outra que se chamou Yasmin. Como
ela não tinha como sustentar as duas, ele teve que entregar
uma das meninas para o pai.
Ela começou a se envolver com outro homem chamado
Tadeu. Neste envolvimento, ela teve duas filhas chamadas
Mirelle e Tuane. No entanto, ela sofria muito na mão desse
homem: ele batia nela, batia nas filhas e até chegou a dizer
que as filhas não eram dele.
Um dia, a Maria foi pedir um copo de leite para ele, que
não gostou e grudou a cabeça dela num vidro de um carro até
sair sangue. Tempos depois, quando ela foi defender a filha,
ele a encheu de socos novamente. Nesse momento, em que
ele a estava soqueando, ela perdeu o bebê que estava
carregando na barriga, que também era dele.
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Passando o Natal e o Ano Novo, as crianças não tinham
o que comemorar. Elas ficavam olhando os outros festejando e
elas não tinham nada. Maria teve uma bela decisão: não iria
mais deixar as filhas passarem por isto. Ela foi à luta e
começou a trabalhar como doméstica em várias casas. Cada
dia, ela vinha com dinheiro para casa, e a vida dela melhorava
cada vez mais. Dentro de casa, agora, só entravam coisas
boas.
Hoje, ela continua trabalhando em serviços gerais. A vida
dela está se tornando cada vez melhor. Às vezes, ela chega
reclamando, mas ela para e pensa: “não quero voltar à vida em
que eu estava.”
Maria está na luta, não deixando nada faltar em casa,
sempre ensinando à filhas coisas que ela nunca aprendeu.
Sempre incentivando-as a estudar, para que tenham um futuro
melhor e não passem o que ela passou na vida.
SONHO DE UM JOVEM
Camila da Silva Martins – T6
Era uma vez um jovem que sonhava em ser médico. Ele
terminou o Ensino Médio com 18 anos e logo começou a
faculdade. Quando fez vinte anos, perdeu sua mãe e teve que
trabalhar, pois em São Paulo as coisas eram muito difíceis e
ele só tinha seu pai e seu irmão. Mas nunca desistiu de seu
sonho. Mesmo com muita dificuldade, sempre confiou em
Deus, pois seu sonho sempre foi salvar vidas. Seu sonho maior
era salvar vidas de crianças.
Enfim, terminou a faculdade com 23 anos, graças a Deus.
Aí logo começou a trabalhar no hospital São Magno. Começou
ganhando muito bem, juntou um dinheiro para comprar uma
casa para seu pai e seu irmão. Logo conseguiu comprar a casa
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e seu pai ficou muito feliz e muito orgulhoso de seu filho. Mas
ele precisava de uma coisa para ser feliz por completo: uma
esposa. Com 30 anos conheceu uma enfermeira muito bonita,
loira dos olhos verdes e convidou-a para ir jantar com ele. Ela
aceitou e começaram a namorar. Quando fizeram três meses
juntos, ele convido-a para almoçar no domingo na casa dele,
para conhecer seu pai. E ela aceitou e ficou muito feliz, pois
estava muito apaixonada. Enfim chegou o domingo e ela foi no
almoço muito nervosa. Ela adorou o pai do namorado e seu
irmão.
Quando fizeram um ano juntos, ele convidou-a para viajar
e ela aceitou. Então eles foram de carro. Na estrada aconteceu
um acidente horrível e ela se machucou muito. Ele tentou
salvá-la, pois não estava muito machucado. Mas não
conseguiu salvar a vida de sua namorada. Ele ficou muito
triste. Podia te largado sua carreira, mas não, foi em frente,
levantou sua cabeça e foi em frente salvar cada dia mais vidas.
Ele disse: “Não consegui salvar a vida da minha amada
mas salvarei muitas outras vidas, pois Deus está comigo.”
MEU PAI E MINHA MÃE
Geovane Rodrigues Savicki - T6
Meu pai é meu herói porque ele me criou e desde
pequeno me deu tudo que ele poderia me dar: educação. Me
ensinou a ser um homem de verdade, nunca bater numa
mulher e sempre lutar pelos meus sonhos e nunca fazer o mal;
sempre ajudando e respeitando as pessoas que nós gostamos.
A nunca roubar nada de ninguém e nunca usar drogas, nunca
matar nenhuma pessoa e fazer sempre o certo.
''Minha Mãe, Minha Rainha. Sou Maloqueiro sim minha
vida é Periferia''. Minha mãe também me criou e me deu
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educação, sempre me mostrou o caminho certo e nunca me
deu motivo para usar drogas. Sempre me ajudou a correr atrás
do meu sonho e lutar pelos meus direitos, mas sempre fazendo
o bem, nunca o mal. Que pena que meu irmão nunca ouviu os
conselhos da minha mãe! Olha onde ele está hoje: na cadeia,
roubando e fazendo mal para pessoas, traficando, apanhando
da polícia, sempre indo preso e sempre roubando das pessoas.
O ESFORÇO COMPENSA
João Carlos Brandão Fernandes – T6
“Essa é a história de um rapaz que trabalha durante o dia
e estuda à noite para ter uma qualidade de vida melhor.”
Começa assim: Paulo César, apelido PC, é um rapaz
esforçado que se levanta às 6:50 da manhã, de segunda a
sexta-feira para ir ao trabalho, que inicia às 08:00 da manhã.
Ele trabalha no Bairro Navegantes, onde desempenha a função
de auxiliar de refrigeração. Ele tem como tarefa auxiliar seu
colega de serviço, alcançando ferramentas e carregando
aparelhos de ar condicionado. Isso durante o dia, porque no fim
da tarde, quando solta do serviço, às 17:48, ele pega seu
automóvel para ir até sua residência para tomar banho e
enfrentar uma jornada de aula na escola Nossa Senhora de
Fátima, que fica no bairro Bom Jesus, onde ele mora. Ele tem
que aguentar a jornada de aula que inicia às 19:00 e termina às
22:30. Para ele não é fácil vir do serviço cansado e ter que
assistir às aulas. Ele faz esse esforço para poder concluir o
Ensino Fundamental e começar o Ensino Médio para poder
fazer cursos e concursos que pedem tal formação, para então
ganhar um salário melhor e poder levar uma vida melhor, com
dignidade, e poder ter tudo que seu esforço puder lhe dar.
43
SUPERAÇÃO
Kerolin Alexandra Silva Santos - T6
Alfredo era um menino que nasceu no interior do sul do
Brasil. Era de uma família muito humilde. Seus pais
trabalhavam muito para dar o mínimo de conforto para seus
filhos. Alfredo foi crescendo e já pegou a postura de
responsável. E com apenas onze anos começou a trabalhar
para ajudar seus pais com as despesas de casa, afinal era o
irmão mais velho e mesmo em casa sempre cuidou de seus
irmãos.
Com 16 anos, então Alfredo decidiu sair de casa para
morar sozinho. Foi quando conheceu sua primeira namorada,
Idalina, que era vizinha da casa de seus pais. Eles tinham a
mesma idade. Namoraram por um ano e meio. Ai então Idalina
engravidou e eles se casaram, tiveram sua primeira filha
chamada Carine, e com muita dificuldade financeira resolveram
tentar a vida na cidade grande. Alfredo achou que morando na
cidade as coisas iriam melhorar. Engano seu. Longe da família,
Alfredo se desequilibrou ainda mais. Trabalhava durante o dia
de reciclagem e à noite de guarda. E mesmo assim o dinheiro
que ganhava era muito pouco, pois na cidade ganhava mais,
mas também tudo era mais caro. Então sua vida financeira
estava até pior.
Depois de um tempo sua esposa Idalina descobriu uma
grave doença que a levou à morte. Desesperado, com sua filha
para criar sozinho e com a perda de sua esposa, perdeu o
serviço e se entregou a uma outra realidade, a bebida. Alfredo
bebia dia e noite. Sua filha tinha apenas 7 anos e vivia solta no
mundo; era cuidada por Deus.
Então um dia Alfredo acordou bem cedo, pegou sua filha,
e foi reciclar e conseguiu alguns trocados. E voltou para sua
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terra natal, onde ainda moravam seus quatro irmãos e seus
velhos pais, que logo o acolheram em sua casa, onde teve o
aconchego familiar e os velhos conselhos de seus pais. Diziam
para ele: - vai trabalhar por sua filha, que nesse momento
infelizmente não tem mais a mãe. Mas tem você que deve
cuidar e lhe dar educação, como nós fizemos com você e seus
irmãos.
Então Alfredo começou a trabalhar, seguindo o conselho
de seus pais, e se esforçar muito para dar todo o conforto
possível para sua única filha, fruto do amor dele e de Idalina.
O GURI
Luis Felipe Alves da Silva - T 6
Havia um homem que tinha uma família. Ele era super
educado com as pessoas. Ele tinha dois filhos que gostavam
muito de futebol. Eles torciam para o mesmo time que o pai e a
mãe deles.
Um certo dia um dos filhos dele brigou no colégio por
causa de time de futebol. Daí o pai dele foi no colégio para
resolver o problema. E o pai do outro guri também foi lá. E um
disse que brigaram porque o outro falou que o time dele era
ruim. E o outro falou que ele tinha falado mal do time dele. Mas
a verdade era que os dois nunca tinham ido a um estádio de
futebol. E daí planejaram a briga para eles voltarem a ser
amigos. Então os dois contaram para os pais que na verdade
fizeram isso porque nunca tinham ido a um estádio e queriam
ir. O pai dos irmãos era rico e falou para ele que ia levá-lo. O
pai do outro era pobre e falou que não dava para ir porque não
tinha dinheiro. Daí o guri falou para o outro com quem tinha
brigado que não ia pode ver um jogo porque o pai dele não
45
tinha dinheiro. Então o guri teve a ideia de pedir a mesada do
pai dele, rico, e dar para o pai pobre levar o guri para o estádio.
E ele levou.
O guri pobre nunca soube de onde tinha vindo o dinheiro
para levá-lo ao estádio. E depois de velho, ele foi descobrir. E o
guri rico ficou como meu herói da história.
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IV – Periferia lado bom:
Uma (nova) leitura do mundo a partir da obra de Ferréz
47
Na educação, sempre se deve desenvolver uma
proposta de trabalho que facilite, provoque, proporcione,
estimule, encaminhe o desenvolvimento e aprimoramento do
ser humano. Para que isto ocorresse, realizou-se uma série de
atividades que buscasse alcançar este objetivo, desde a leitura
da obra do escritor até a realização de atividades comparativas
entre a obra de Ferréz e outras já realizadas ao longo do
semestre, como a exibição de cinematografia. Dentro deste
conceito, realizou-se a seguinte proposta de trabalho:
Produção desenvolvida com o documentário “Literatura e
Resistência”, contos, crônicas, romance, novela, poesias, HQ e
letras de raps.
Análise do conceito de Literatura Marginal:
• O que é e como o escritor se insere neste conceito.
Contos e Crônicas: proposta de trabalho:
• Análise do gênero e suas características.
• Análise interpretativa social e linguística
Produção Escrita:
Reescrita dos contos Fábrica de Fazer Vilões,
O Grande Assalto, Pão Doce (da obra Ninguém é Inocente em
São Paulo) e “Relógios (texto postado na internet).
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Documentário Literatura e
Resistência:
• Observação e análise da
proposta do artista Ferréz.
Seu comprometimento social.
Análise da proposta social do
gênero Crônica:
• Interpretação das narrativas
Sobreviver em São Paulo de
Ferréz e Eu amo esta cidade
de Marcelo Rubens Paiva.
Análise da proposta de alguns romances do escritor:
• Capão Pecado e
Manual Prático do
Ódio..
• Leitura e análise das
obras HQ Desterro,
Amanhecer Esmeralda
e O Pote Mágico.
• Análise da proposta
literária, social e
semiótica das obras.
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Trabalho Interdisciplinar:
• Estudos sobre a localidade de Capão Redondo e sua
formação.
• Semelhanças e diferenças entre a comunidade paulista
e a gaúcha Bom Jesus.
• O futuro da comunidade Bom Jesus frente aos grandes
empreendimentos imobiliários que estão chegando à
região.
• Trabalho com o filme Uma história de amor e fúria o
mito do herói e o anti-herói na sociedade. Estudos sobre
o herói e o anti-herói na literatura ferreana.
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RAP COMO POESIA E PROPOSTA SOCIAL
Prof. Magda Teresinha da Silva e alunos(as) da C30
O desenvolvimento da leitura e da escrita, na nossa
sociedade de um modo geral, e mais especificamente para aqueles cujo acesso ao universo da produção escrita é limitado, muitas vezes até impedido, pela condição socioeconômica, tem, cada vez mais, como espaço privilegiado a escola. Nesse contexto, ler e escrever se constituem em ferramentas essenciais para o acesso ao saber historicamente produzido, bem como o protagonismo na produção de conhecimento, permeados pela postura crítica frente à realidade e exercício pleno da cidadania.
Desse modo, a atuação da escola na formação de alunos leitores e produtores de textos significativos assume papel relevante. Para nós, alunos e professores da EMEF Nossa Senhora de Fátima, a vinda do escritor paulista Ferréz à escola, através do programa Adote um escritor, ofereceu total condição para essa atuação.
No primeiro momento, os alunos de C30 assistiram ao documentário sobre Ferréz, Literatura e Resistência, tomando contato com a surpreendente história de vida do escritor, morador de um bairro de periferia de São Paulo, mas que, contrariando ao que comumente acontece, não sucumbiu à violência nem à impotência diante de uma realidade cruel. Foi, como leitor voraz, no diálogo com os textos lidos, e como leitor crítico do mundo a sua volta, buscando compreender o porquê da situação de miséria e de violência, que Ferréz tornou-se um fomentador da leitura e da escrita, para que as pessoas excluídas tivessem voz, pois elas têm história, têm necessidades, anseios, assim como têm direito a satisfazer tais necessidades, a fazer projetos e a aspirar a uma vida melhor.
51
A partir da escuta do texto de Ferréz, Eu queria ter e ser, do CD Determinação, os alunos foram convidados a recriar a poesia, refletindo sobre si mesmos, sobre os seus sentimentos, os seus desejos, a vida. A opção pela poesia se deve ao interesse demonstrado pelos alunos por esse gênero textual, todos adolescentes, buscando compreender as suas transformações, procurando respostas para as suas dúvidas, tentando enfrentar os seus medos e, em meio a tudo isso, com uma imensa necessidade de partilhar os seus sentimentos. O resultado são textos ricos de significados, sobretudo, de que as pessoas precisam se sentir mais amadas.
Eu queria poder entender as regras da vida. Eu queria poder estar prevenida da dor de um amor. Eu queria comer e não engordar. Eu queria que o amor nunca acabasse. Eu queria que minha família fosse eterna. Eu queria que não houvesse armas. Eu queria que toda maldade virasse amor. Eu queria que toda lágrima de tristeza virasse
felicidade. Eu queria que toda violência virasse amizade. Eu queria que todo pesadelo fosse só um sonho. Eu queria poder realizar meus sonhos.
52
Eu queria que todo mundo tivesse só amor no coração.
Eu queria passar por provas fáceis na vida. Eu queria errar menos e acertar mais. Eu queria não ter ciúmes. Eu que ria ser feliz com a minha família ao meu lado.
Gabriela Linhares
Eu queria saber o dia de amanhã. Eu queria saber se vou estar bem, minha família,
meus amigos, meu cachorro, o policial, o gari, o bancário e até o empresário.
Eu queria pedir desculpas para meu pai, por aquela janela que eu quebrei sem querer. Mas não pedi, por quê?
Eu queria poder mudar o mundo com uma palavra tão simples: PAZ...
Se fosse necessário, eu morreria pela causa. Eu queria ser aquele super-herói que salva os jovens
das drogas. Eu queria recuperar a juventude, mas descubro que
sou jovem... Quero ser alguém na vida e sei que posso. Gostaria de dar mais risadas, mas não dá. Todo jovem tem seu objetivo. Qual é o seu?
Marcelo R. S. Júnior
Eu queria ter pais que se gostassem Eu queria ter uma família unida. Eu queria ser poeta e expressar meus sentimentos. Eu queria ser alegre todos os dias. Eu queria ter mais amigos. Eu queria ter sido amiga de todos da escola. Eu queria ser mais corajosa e não ter medo de nada. Eu queria ser uma criança inocente para sempre. Eu queria ter um dia só com as minhas amigas.
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Eu queria ter um amor de verdade. Eu queria ser uma borboleta e viver livre para voar. Eu queria ser uma flor e enfeitar um jardim. Eu queria ter dinheiro e ajudar os sem-teto. Eu queria ter uma vida normal. Eu queria ter uma música da minha história de vida.
Jéssica R. de Rodrigues
Eu queria ser Deus. Eu queria ter o poder de fazer viver alguém que eu amo. Eu queria ser outra pessoa para sentir o que ela sente. Eu queria que os outros me compreendessem. Eu queria poder ter um mundo só pra mim. Eu queria ser invisível para ouvir o que os outros falam de mim. Eu queria ter olhos de gavião, só para ver quem eu gosto de perto. Eu queria ser algo mais para alguém. Eu queria poder ter meu avô perto de mim, mas não dá. Eu queria ter alguém que soubesse o que eu sinto... Deixa... só as fadas sabem disso.
Ismael Pedroso
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ANÁLISE DE CHARGES
Análise de charges sobre o Brasil, tendo como temas:
educação, saúde e grandes manifestações sociais.
Comparativismo com a literatura do escritor e seu papel social
com o selo 1Dasul
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BELEZA NEGRA
Proposta de trabalho na disciplina de arte-educação:
estudos sobre a personagem Manhã como representante da
beleza brasileira afrodescendente. Confecção de penteados
com tranças na representação do embelezamento da figura
feminina
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FAVELAS DE PAPELÃO E A ESTÉTICA DA PERIFERIA
Dentro da proposta de trabalho, a disciplina de Arte-
Educação conseguiu resgatar, junto à Totalidade 5, os estudos
desenvolvidos com geometrização de formas na construção de
maquetes que representam áreas da periferia. A partir do
suporte cinematográfico do documentário O Gigante do
Papelão, que registra a produção do artista plástico carioca
Sérgio Cézar, foi possível estabelecer ligações entre a estética
visual e a estética literária, desde a visão de seus moradores.
57
A EXPERIÊNCIA DE REALIZAÇÃO DE UM
CURTA-METRAGEM NA EJA
A leitura coletiva da narrativa Desterro de Ferréz
operacionalizou o envolvimento de seus participantes numa
obra de cinematografia que uniu diferentes linguagens:
palavras, sons, cores e imagens num processo criador.
Neste trabalho, buscou-se uma integração de esforços
na direção de facilitar e
estimular o crescimento e
aprimoramento dos alunos em
diferentes áreas do cinema:
escrita de um roteiro, ângulo de
filmagem, interpretação cênica
dos personagens, composição
de cenário, seriedade na
observação do silêncio e tantos
outros que são necessários para
a composição de uma obra
visual e sonora.
O filme de curta-
metragem Vida na Periferia,
resultante desse processo, foi
fruto de criação coletiva dos
alunos da Totalidade 6, sob
direção da Profa. Márcia Vargas e com a colaboração na
edição dos alunos da Cooperativa de Comunicação
Comunitária 470, sob a coordenação da Profa. Geórgia Decker.
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VIDA NA PERIFERIA
Elenco: Anne Caroline Costa dos Santos, Bruna Fontoura, Camila Martins, Gabriela Ribeiro, Geovani Savicki, Jean Felipe Silva, João Fernandes, Kerolin Santos, Mariana Silva, Marco Aurélio Carvalho, Patrick Lopes. Participação Especial: Miriam Moschen Silveira Dublagem: Muryllo Silva da Costa, Larissa Silva, Guilherme Declerque de Almeida, Márcia Vargas, Jean Felipe Lima da Silva Direção: Prof. Márcia Vargas Agradecimentos: a todos os professores da EJA e em Especial ao Jornal Voz 470 e Professora Goergia Decker
Acesse em: http://www.youtube.com/watch?v=ukNfy9AvTYA
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PRODUÇÕES TEXTUAIS: O ESTUDO DA NARRATIVA CURTA E O RECURSO DA INTERTEXTUALIDADE
Com os estudos realizados em torno de narrativas
curtas de Ferréz, os alunos produziram contos em que ocorreu
a mudança do ponto de vista do narrador.
O GRANDE ASSALTO
Recontado por Bruna Mariane Silva da Silva– T6.
Eu, um jovem traficante, estava na Avenida Santo
Amaro às 4h da madruga, quando avistei um porco, logo a
minha frente, tentei desviar e fui para trás de um ônibus que
estava parado. Minha charanga estava cheia de drogas, que eu
iria vender lá na boca da periferia.
Um mendigo parou em frente de uma loja de gente
poderosa e percebeu que havia uma lixeira na sua frente com
um pedaço de pão dentro dela. Ele foi até a lixeira para pegar o
pão. Uma senhora avisou a outra. Mesmo que tudo aquilo
fosse inocente, elas se sentiram ameaçadas pelo mendigo.
Então, chamaram o porco. Nessa hora, eles vieram correndo,
pois era pedido de duas madames e não de um pobre da
periferia.
Sorte foi a minha. Os filhos da puta logo iam me
enxertar, se não fosse aquele pé rapado e as velhas dondocas.
Na real, fiquei com medo, mas tinha que sair dali, caso
contrário iria para o xadrez. Os porco pegaram o pobre
mendigo e não prenderam porque pegar o pão de uma lixeira
não é crime.
Tive muita sorte naquela porra!
60
Quem tava com a zika do bagulho era o pé rapado
chinelo. Na real, me safei como sempre. Os porco nunca vão
me pegar na correria!
Onde fica a droga de justiça neste país?
O GRANDE ASSALTO
Recontado por Isaac Cordova de Oliveira - T5
Eu estava
policiando na Avenida
Santo Amaro às 13 h.
Eu vi um mendigo do
caramba, fedorento,
estranho, todo frau, em
frente a uma loja de
autoescola aberta,
notando as bolas
promocionais amarradas
na porta. Desci da
viatura, olhei para todos
e me aproximei do
mendigo.
Na avenida,
havia também um
ônibus parado, com
vários passageiros.
Notei um senhor
sentado no banco do
ônibus. Ouvi ele dizer
bem alto que havia um mendigo todo podre na rua, parado em
frente à autoescola. Percebi também uma louca de uma loira
61
me olhando, assim como outras pessoas. Acho que estavam
esperando minha reação. O que chamou a minha atenção
também foi um cara em um carrão bem bacana com cara de
culpado. Acho que estava com droga, provavelmente, iria
vender na faculdade. Como eu não queria me incomodar,
resolvi encarar o puto do mendigo, pois era mais fácil, menos
papel para preencher na delegacia.
Ele roubou umas bolas promocionais e eu já cheguei
nele dando uns chutes e socos. Depois levei ele para a
delegacia e todos me aplaudiram. Ganhei o dia!
O GRANDE ASSALTO
Recontado por Kerolin e Marco Aurélio – T6
Estava eu parado em frente a uma concessionária mais
ou menos pelas 13h.
Estava com uma fome do caralho, acabei pensando em
roubar as bolas promocionais que tinha na concessionária que,
com certeza, para o dono não iriam fazer falta.
Em um certo momento, parou um carro, que pelo
modelo, não era nem um pouco barato. O cara tava com uma
cara de espiado a fu. Parecia que escondia algo.
Eu reparei em um ônibus que passa todos os dias.
Percebi que as pessoas estavam de bico em mim, mas nem
dei bola. Por mim que se fodam. Na real, me dar algo para
comer, ninguém vai.
A fome apertou e eu decidi pegar as bolas e saí
correndo. As pessoas no ônibus notaram e começaram a gritar
“Olha o neguinho ladrão. Pega ladrão!”
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Logo apareceu um policial que veio atrás de mim
rapidamente. Na correria, deixei as bolas caírem, mas, mesmo
assim, o filho da puta me pegou e me botou na viatura.
Na verdade, o cara do carrão deveria tá com droga no
carro, mas como estava bem vestido, num carrão, o puto do
policial nem deu bola e veio atrás de mim, que na real, só
queria um dinheiro pra comprar algo pra comer.
FÁBRICA DE FAZER VILÕES DE FERRÉZ
Recontado por Brenda Nunes e Juliano Fraga - Turma T5.
Meu nome é Jean, trabalho na Rota. Meu chefe é muito
doidão. Certa vez, ele resolveu avacalhar no Capão Redondo.
Ele escolheu um bar todo arrumadinho, mandou eu arrebentar
a porta e entramos dando porrada em todo mundo.
Uma pobre nega começou a chorar e disse que o filho
dela tava dormindo lá em cima.
- Acorda, preto!
- O quê, O quê...
- Mas o quê...
- Vamo logo, porra...
- Ai, peraí, o que tá acontecendo.
- Levanta logo, preto, desce pro bar.
- Mas eu...
- Desce pro bar, porra!
- Tô indo.
A nega começou a chorar.
- Você trabalha em que, seu nego? – Perguntou meu
chefe.
- Tô desempregado!
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Eu fiquei com pena, mas meu chefe foi longo xingando
e dando porrada. Chamou até a pobre mulher de vaca puta.
Puta que pariu, eu até fiquei com pena do guri que encheu o
olho d’água.
O louco do meu chefe mandou todo mundo apaga a luz.
Eu tentei interferi e ele me chamou de trouxa e depois deu um
tiro no teto. E daí nós fomo embora e eles ficaram no bar....
O ESTUDO E A PRODUÇÃO DA ENUMERAÇÃO CAÓTICA
Com a Totalidade 04, estudou-se o recurso expressivo da enumeração caótica, analisando produções de escritores consagrados como Walt Whitman.
Na produção coletiva, listaram-se substantivos concretos e abstratos que dessem subsídios para a elaboração de um texto semelhante àqueles lidos. Como recurso argumentativo nesta produção, utilizou-se a possibilidade de escrita de palavras que viessem do geral para o particular, contrapondo polos negativos com positivos.
FERRÉZ
Keila, Thalia e Tiago – T4
Ferréz → América, Brasil, São Paulo Capital, Capão Redondo,
denúncia, hip-hop, Rota, morte, perda, insegurança, tristeza,
abandono, dor, solidão, vazio, raiva, maldade, lentidão,
investigação, amargura e ódio.
Ferréz ∞ Literatura, Mundo, Música, Emprego, 1Dasul,
Camisetas, Hip-Hop, Fé, Confiança, Segurança, Perdão,
Desculpa, Amizade, Conquista, Doçura, Saúde, Paz,
Educação, Bibliotecas, Bondade, Felicidade, Sabedoria,
64
Alegria, Mansidão, Vida e Esperança, Capão Redondo, São
Paulo Capital, Brasil, América do Sul, Mundo....
FRAGMENTOS
Brasil, RS, POA, Zona Leste, Bom Jesus
Keila, Tiago e Stephanie - T4
Morte, maconha, cocaína, pedra, loló, lança-perfume, bolinha,
polícia civil, correria, disfarce, pular casas, cercas, tiros,
barulho, sangue, morte, prisão.
Escola, Nossa Senhora de Fátima, Educação, Ensino, Opinião,
Amizade, Leitura, Aprendizado, Colaboração, Respeito, Paz,
Saúde, Liberdade, Foco, Fé, Felicidade, Infinito.....
Ferréz – O Pote Mágico, O Grande Assalto, Relógios, O Pão e
a Revolução, Fábrica de Fazer Vilões, Heróis.....
Capão Pecado, Manual Prático do ódio, Desterro, Contos,
Crônicas, Amanhecer Esmeralda, Intertextualidade,
Conhecimento, Sabedoria Aprendizado, Infinito...
65
A cooperativa de comunicação comunitária que atende
alunos da comunidade da Bom Jesus. Essa cooperativa integra
um projeto chamado Cidade Escola e oferece aulas de
informática, rádio e jornal, identificados pelo nome VOZ 470,
sendo este o número da linha do ônibus do nosso bairro. Nas
aulas de rádio fazemos gravações de áudio, vinhetas e
também colocamos música no recreio. Na informática fazemos
digitação de textos no computador, usamos os programas
paint, editor de textos, criamos blogs e atualmente estamos
aprendendo novas ferramentas de informática como o Linux
Educacional, LibreOffice. Enfim, nos apropriando de novos
conhecimentos assim como compartilhando saberes com
nossa comunidade escolar. No jornal cobrimos eventos como a
Festa Junina, fazemos Jornal Mural além de termos uma
parceria com a EJA na cobertura de eventos, tais como o
projeto Adote um Escritor, bem como na montagem e edição
de trabalhos em mídia.
Conheça nossas produções por via de nossas mídias
eletrônicas:
www.voz470.blogspot.com
www.facebook.com/jornalvoz470
email para contato: [email protected]
Responsáveis: Georgia Decker
Supervisora: Márcia Centeno
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FRAGMENTOS
Brasil, RS, POA, Zona Leste, Bom Jesus
Morte, maconha, cocaína, pedra, loló, lança-perfume,
bolinha, polícia civil, correria, disfarce, pular casas, cercas,
tiros, barulho, sangue, morte, prisão.
Escola, Nossa Senhora de Fátima, Educação, Ensino, Opinião,
Amizade, Leitura, Aprendizado, Colaboração, Respeito, Paz,
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Capão Pecado, Manual Prático do ódio, Desterro, Contos,
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.Conhecimento, Sabedoria Aprendizado, Infinito...
“O processo de aprendizagem na
alfabetização de adultos está envolvida na prática de ler, de interpretar o que lêem, de escrever, de contar, de aumentar os conhecimentos que já
têm e de conhecer o que ainda não conhecem, para
melhor interpretar o que acontece na nossa realidade”
Paulo Freire