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Programação

Segunda-feira, 23 de maio de 2013

14:00

Pré-Abertura

Projeto Tela Crítica

EXIBIÇÃO DO FILME “A QUE HORAS ELA VOLTA”

Coordenação: Bruno Chapadeiro (UEL)

Dr. Ariovaldo Santos (UEL)

18:00

Mostra CineTrabalho

Abertura

19:30

Abertura

Dr. Giovanni Alves (UNESP-RET)

Lançamentos de Livros

20:00

Mesa de Abertura:

TRABALHO E CRISE DO CAPITALISMO GLOBAL

Coordenação: Francisco Corsi (UNESP)

Dr. Alfredo Saad Filho (London University)

Terça-feira, 24 de maio de 2014

9:00

Manhã

Mesa:

CRISE DO NEODESENVOLVIMENTISMO E POLÍTICAS SOCIAIS NO BRASIL

Coordenação: Dr Roberto Leme Batista (Unespar)

Dr. Edvânia Lourenço (UNESP-Franca)

Eliana Borges (SDAS/SP)

Dr. Evilásio Salvador (UnB)

15:30

Sessão de Comunicações

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17:00

Sessão

Mostra CineTrabalho

19:30

Noite

Mesa:

POLÍTICA, ECONOMIA E LUTAS SOCIAIS NO BRASIL

Coordenação: Daniel Mota (ADESAT)

Breno Altman - Jornalista

Gilberto Maringoni (UFABC)

Dr. Helder Molina (UERJ)

Dr. Edilson Gracioli (UFU)

Quarta-feira, 25 de maio de 2014

9:00

Manhã

Mesa:

TRABALHO, REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA E SAÚDE DO TRABALHADOR

Coordenação: Araré de Carvalho Jr.

Vera Navarro (USP)

Simone Wolff (UEL)

Geraldo Pinto – UFTPR

14:00

Tarde

Sessão de Comunicações

16:00 h

Projeto CineTrabalho

Workshop:

PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE

João dos Santos Reis (UFSCar)

Araré de Carvalho (UNIFEB)

Exibição do vídeo-documentário: “Flávio, Professor”, de Giovanni Alves (2016)

17:00

Mostra CineTrabalho

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19:30

Noite

Mesa:

Trabalho, Economia e Política no Século XXI

Coordenação: Geraldo Pinto (UFTPR)

Dr. Antonio Carlos Mazzeo (UNESP/USP)

Dr. Ricardo Antunes (UNICAMP)

Quinta-feira, 26 de maio de 2016

Minicurso Especial

Fotografia e Vídeo aplicados à Pesquisa Social

A Metodologia do Projeto CineTrabalho”

9:00 – 12:30

Apresentação: A metodologia CineTrabalho

Dr. Giovanni Alves (UNESP)

Palestra: Jornalismo e a Arte da Edição de Vídeo

Marco Aurélio Mello – jornalista/TVT

Tarde

14:30

Apresentação:

Fotografia como recurso de pesquisa social: o Registro do Invisível:

Dr. Giovanni Alves (UNESP)

Palestra:

Fotografia e Memória Social: O olhar e a técnica

Denílson L. dos Santos Moreira - fotógrafo profissional, mestrando-USP.

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Orientações Gerais

Apresentação de comunicações de pesquisa

Grupos de Trabalho

1. No início dos trabalhos de cada GT, o grupo deve escolher uma

pessoa para coordenar os trabalhos de comunicação e outra

pessoa para cronometrar o tempo.

2. Cada participante deverá fazer a sua apresentação no tempo

máximo de 15 min.

Obs.: dependendo do número de presentes para apresentar

trabalhos o grupo pode reorganizar o tempo.

3. O debate das Apresentações deverá ser feito depois que todos

os trabalhos forem apresentados.

Observação: no final das apresentações o grupo deve

reorganizar o tempo para questionamentos e debate de cada

apresentação. Sugere-se aos participantes que anotem suas

dúvidas e questionamentos para intervenções no final das

apresentações.

4. Caso alguém queira utilizar Apresentação de Slides deve trazer

seu notebook, pois o Evento não fornecerá equipamento. Cada

sala de reunião dos GT´s tem projetor multimídia. Em caso de

dúvidas sobre problemas de operacionalização, deve-se

consultar a Equipe de Apoio e Organização.

5. Os Certificados de Participação serão entregues por via digital

(.pdf) para aqueles que fizeram a Comunicação de Pesquisa.

Haverá uma Lista de Presença.

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Terça-Feira

GT 1

Sala 49

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GT 1 - Trabalho e Políticas Educacionais

SALA 49 – 24/05 – 14 horas

A INDISSOCIABILIDADE CUIDAR-EDUCAR NAS POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO

INFANTIL NO BRASIL

Darlene Novacov Bogatschov (UEM)

[email protected]

Gesilaine Mucio Ferreira (UEM)

O artigo tem como objetivo analisar a relação indissociável entre cuidar/educar explicitadas

nas políticas para a educação infantil no Brasil a partir de 1990. Entre as fontes documentais

destacam-se a Resolução CNE/CEB nº 5/2009, a Lei nº 13.005/2014, o Referencial

Curricular Nacional para Educação Infantil (1998). Assim, apresentamos as raízes históricas

do assistencialismo no atendimento à infância no Brasil e, posteriormente, a mudança para o

caráter educacional no bojo da reforma educacional de 1990, finalmente destaca-se, o

aparato legislativo que regulamentou o atendimento à criança no Brasil após 1990 e que

enfatiza a indissociabilidade educar/cuidar como eixo da prática docente na educação

infantil. A análise, com base no materialismo histórico e em autores como Ricardo Antunes

e Lúcia M. W. Neves, revelou que ao assumir o discurso da indissociabilidade entre

cuidar/educar, o Estado Brasileiro correspondeu às exigências educacionais voltadas à

formação, desde a infância, de um novo homem ao molde da sociedade capitalista

mundializada.

Palavras-chave: Infância. Educar e Cuidar. Educação Infantil. Políticas Educacionais.

A EDUCAÇÃO COMO FERRAMENTA DE RESPOSTA ÀS NECESSIDADES DO

CAPITAL

Jakeline Plácido Marcon

Salete Silva

Dr. Renan Araújo

Resumo: O artigo propõe discutir a importância do contexto educacional, global e nacional,

em dialética com as transformações no interior do modo de produção capitalista, no sentido

em que o capital faz da escola mais um espaço contribuitivo de reprodução social em

concordância com a lógica do mercado. Serão analisadas as concepção Fordista/Toyotista de

produção e suas consequentes influências sobre a escola e as tendencias pedagógicas do

sistema educacional. Serão elencadas questões que expõem as contradições entre educação e

trabalho, no contexto histórico, no sentido de que a educação tornou-se mais uma ferramenta

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institucional, a serviço de sua reprodução social e produção do lucro, aprofundando a

extração da mais valia.

Palavras chaves: Organização do trabalho, Educação, Sociedade.

A EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA NO BRASIL: O

CASO DO INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO (IFMA)

Liliane Regina Santos Costa

[email protected]

RESUMO:

Este estudo apresenta a expansão do ensino profissional e tecnológico no Brasil,

especificado com o caso do Instituto Federal do Maranhão, por meio de seus sucesso e

dificuldades ou problemas enfrentados. Dessa forma, exemplificando problemas particulares

e gerais da expansão do ensino profissional e tecnológico. A metodologia de pesquisa fez

uso tanto bibliográfica como da pesquisa documental, tais como: Relatório de Gestão de

2012 e 2014, entre outros. Os resultados atingidos são excelentes e extremamente

perceptíveis para a massa da população maranhense, modificando a vida de muitos

estudantes e famílias que são atingidas com uma educação diferenciada de suas realidades

anteriores. Infelizmente, contexto político e econômico apresenta-se com uma possível

ameaça aos investimentos na educação técnica e tecnológica no Maranhão, bem como a

perda de conquistas em um cenário de incertezas futuras.

Palavras-chave: Educação. Ensino técnico. Tecnológico.

O SURGIMENTO DAS CASAS FAMILIARES RURAIS NO PARANÁ: A PEDAGOGIA

DA ALTERNÂNCIA

FREIRIA, Flavia Anunciati - UEL

[email protected]

GARCIA, Sandra Regina Oliveira. – UEL [email protected]

MARCELINO,Aquilane Beserra - UEL

[email protected]

SECORUM, Leticia Bassetto - UEL

[email protected]

RESUMO

O Objetivo deste estudo é compreender o surgimento das Casas Familiares Rurais no Paraná

e sua metodologia O estudo faz parte do projeto de pesquisa: A prática pedagógica como

mediação entre o conhecimento científico e o conhecimento tácito: A Pedagogia da

Alternância das Casas Familiares Rurais. A metodologia utilizada foi análise documental,

análise de referencial teórico e entrevistas. A metodologia da Pedagogia da Alternância nas

Casas Familiares Rurais - CFRs é originária da França, surgiu como uma necessidade de

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atender as especificidades de formação dos jovens filhos de pequenos agricultores do

campo. No Brasil as Casas Familiares Rurais surgiram na década de 60 no Espírito Santo, no

Paraná elas surgem no município de Barracão na década de 80 com intuito, assim como na

França, de uma educação voltada para a realidade dos jovens da área rural. A Pedagogia da

Alternância propicia um ambiente de integração família, comunidade e escola e sua proposta

pedagógica possibilita a relação intrínseca entre conhecimento científico e conhecimento

tácito. Esta aproximação dos conhecimentos científicos e tácitos procura possibilitar que o

jovem tenha a oportunidade de permanecer no campo, se assim o desejar.

PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA E A FORMAÇÃO DO JOVEM DO CAMPO

ALVES, Elisson Costa – UEL

[email protected]

ESTEVES Gabrieli Cristina - UEL

[email protected]

GARCIA, Sandra Regina de Oliveira – UEL

[email protected]

Este artigo apresenta os resultados parciais de um recorte da pesquisa que estamos

realizando sobre: A prática Pedagógica como mediação entre o conhecimento científico e o

conhecimento tácito, tendo a Pedagogia da Alternância desenvolvida pelas Casas Familiares

Rurais - CFR do Paraná como foco do trabalho. Como parte de nossas análises buscamos

compreender se esta metodologia traz alguma contribuição concreta na formação dos jovens

e quais os possíveis impactos na vida dos mesmos. Nosso caminho metodológico foi

primeiro o de compreender a Educação do Campo e seus grandes desafios no Brasil e a

Pedagogia da Alternância que se coloca como uma alternativa para os jovens do campo nele

permanecerem a partir outras condições, tendo uma relação indissociável do conhecimento

científico e tácito na condução do processo formativo, o que levaria estes jovens a

autonomia intelectual e consequentemente a sua emancipação. Num segundo momento

ouviremos as famílias e os jovens no sentindo de compreendermos se a proposta da

Pedagogia da Alternância tem um campo fértil para sua materialização. Os resultados

parciais apontam que A Educação do campo no Brasil ainda não se constituiu como política

de acesso a todos e que as CFRs no Paraná tem se aproximado das expectativas das famílias

e dos jovens do campo.

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PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA E FORMAÇÃO HUMANA INTEGRAL: UMA

APROXIMAÇÃO POSSÍVEL?

BURQUE, Vera Lúcia – SEED/PR

[email protected]

BÚFALO, Katia Silva – SEED/PR

[email protected]

FERREIRA, Maria das Graças –UEL

[email protected]

GARCIA, Sandra Regina de O. – UEL

[email protected]

RESUMO

O artigo apresenta uma revisão de literatura com o objetivo de expor a produção científica

existente sobre a Pedagogia da Alternância e a relação com a Educação do Campo e

Educação Profissional que ocorrem nas Casas Familiares Rurais -CFRs. Constitui etapa do

Projeto de Pesquisa :A prática pedagógica como mediação entre o conhecimento científico e

o conhecimento tácito: A Pedagogia da Alternância das Casas Familiares Rurais , em

andamento, que tem como objeto principal compreender se a relação entre conhecimento

científico e conhecimento tácito através da metodologia da Pedagogia da Alternância,

possibilita um novo modelo pedagógico que favoreça a formação humana integral, ou seja, a

autonomia intelectual e a emancipação dos jovens filhos de agricultores familiares. O texto

enfatiza as características da Alternância e sua trajetória como proposta para a Educação do

Campo. A metodologia utilizada até o momento foi de revisão teórica e análise documental

da Associação Regional das Casas familiares Rurais da Região Sul – ARCAFAR SUL.

A DIMENSÃO IDEOLÓGICA DO COOPERATIVISMO EDUCACIONAL NO ESTADO

DE GOIÁS

Marcelo Augusto de Lacerda Borges

[email protected].

Resumo

Na sociogênese do cooperativismo como forma alternativa de produção no capitalismo, no

século XIX, as cooperativas de trabalhadores dividiam aqueles que consideravam a sua

potencialidade revolucionária, daqueles que depositavam em sua realização um caráter

integrativo e reformista. No final do século XX e início do século XXI, o debate sobre os

alcances e limites do cooperativismo é ressignificado: as experiências socialistas do modelo

soviético sucumbiram, a perversidade da produção regida pelo capital persevera, o operariado

não superou revolucionariamente o modelo capitalista e a crise do modelo societal fordista

trouxe na torrente dos acontecimentos, o enfraquecimento do poder sindical, o

desmantelamento dos direitos sociais e trabalhistas, a precarização do trabalho e a elevação

das taxas de desemprego. Nesse quadro histórico, emoldurado pela lógica da reestruturação

produtiva, o presente trabalho busca apresentar parcialmente o resultado de pesquisa sobre o

viés ideológico – ideologia no sentido marxiano consoante à “falsificação do real” – do

cooperativismo educacional no estado de Goiás, no cenário das transformações operadas pela

ordem capitalista contemporânea, ressaltando as interfaces entre o trabalho e a educação.

Palavras-chave: Cooperativismo; Reestruturação; Trabalho; Educação.

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FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES E PEDAGOGOS QUE ATUAM NO

ENSINO MÉDIO – PACTO NACIONAL PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO

MÉDIO

FERREIRA, Maria das Graças - UEL

[email protected]

GARCIA,Sandra Regina de Oliveira – UEL

[email protected]

PERRUDE,Marleide Rodrigues da Silva –UEL

[email protected]

PIASSA,Zuleika Aparecida Claro UEL

[email protected]

Resumo

O Programa Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio – Formação continuada

de professores e equipes pedagógicas - é uma ação coordenada pelo Ministério da Educação

em todas as unidades da Federação, com a participação das instituições de ensino superior

públicas e as secretarias de estado de educação. No Paraná a UEL é responsável pela

formação dos professores e equipes pedagógicas do ensino médio, vinculados aos núcleos

regionais de educação do norte do estado. O programa privilegia a articulação entre teoria e

prática no processo de formação docente e considera a escola como lócus formativo. Propõe

a reconstrução coletiva do projeto político-pedagógico, tendo como fio condutor os sujeitos

do ensino médio e a formação humana integral. Em termos metodológicos, compreende o

professor como um sujeito epistêmico, que elabora e produz conhecimentos com base na

compreensão da realidade e na perspectiva de transformação da sociedade. Apresentamos os

resultados do programa, coletado por meio de questionários que foram respondidos pelos

participantes. Os resultados preliminares apontam os avanços e fragilidades da formação

inicial e continuada do professor do Ensino Médio.

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GT2

Sala 54

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GT 2A - Estado e Políticas Públicas no Campo e na Cidade

SALA 54 – 24/05 – 14 horas

PRONATEC APRENDIZ: a permanência da dualidade e da precarização na formação

profissionalizante do jovem trabalhador aprendiz

Janaína Cristina Buiar

UTFPR - PPGTE – Curitiba - PR

[email protected]

Nilson Marcos Dias Garcia

UTFPR – PPGTE e DAFIS;

UFPR – PPGE – Curitiba - PR

[email protected]

Resumo:

Relata um estudo sobre o Documento Referência do Programa Nacional de Acesso ao

Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), modalidade Aprendiz e analisa algumas de suas

contradições. Pautando-se em pressupostos de uma perspectiva histórico-crítica, bem como

em resultados de processos investigativos que envolveram a vigente Lei da Aprendizagem

(Lei nº 10.097, de 19/12/2000) e o Decreto nº. 5.598/2005 que a regulamentou, o estudo

descreveu sob que forma e em que condições o Programa em questão foi implantado como

política pública de formação profissional. Visando contextualizar à investigação, num

primeiro momento descreve-se, muito que brevemente, aspectos da trajetória da Educação

Profissional no Brasil tendo como foco a implantação do Pronatec Aprendiz e seus reflexos

na formação destes jovens trabalhadores, do qual, aprofundando sua análise, é apresentada

sua concepção norteadora e seus objetivos. Finalizando, busca-se pontuar algumas

contradições do referido documento, procurando demonstrar que esta política pública, além

de reiterar a dualidade estrutural entre educação geral e profissional, tem promovido uma

formação visando o trabalho simples, não produzindo qualificações que venham abordar o

trabalho complexo.

Palavras-Chave: Pronatec Aprendiz; Lei da Aprendizagem; Educação Profissional;

Trabalhador Aprendiz; Dualidade Estrutural.

AS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS ENQUANTO CATEGORIA DAS POLÍTICAS

PÚBLICAS REFORMISTAS NO BRASIL: UMA ANÁLISE DAS O.S

(ORGANIZAÇÕES SOCIAIS) ENQUANTO ESTRUTURA DE “PRECARIZAÇÃO” DO

TRABALHO.

FERNANDA BARCELLOS MATHIASI

Orientador: José Alcides Figueiredo Santos

PPGCSO-UFJF

[email protected]

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RESUMO:

O presente trabalho acadêmico objetiva-se analisar a relação das Organizações Sociais

(O.S), enquanto uma das categorias presentes em um conjunto de Políticas Públicas de

caráter neoliberal, do denominado Plano Diretor de Reforma do Estado Brasileiro, pensado

pelo governo FHC no ano de 1995, com as condições de trabalho enfrentadas pelos seus

funcionários (MACIEL et all, 2014). O primeiro capítulo será o estado-da-arte da área de

políticas públicas (SOUZA, 2006), para depois, focar especificamente nas O.S. enquanto

categoria e estrutura auxiliar de aplicação de demais políticas públicas, sendo as O.S.

concebidas a partir do estabelecimento da Lei (Lei 9637/98) (GUASQUE, 2008). Objetiva-

se verificar os resultados produzidos pelas O.S, nos dezoito anos de existência, no mercado

de trabalho (BRAVO e MENEZES, 2011). Diante da problemática exposta, pretende-se

observar a situação conjuntural dos trabalhadores das O.S., avaliando as condições objetivas

e subjetivas, por meio de relatos feitos por movimentos sociais e sindicatos, que indicam as

O.S. como estrutura de “precarização” do trabalho (BRAVO e MENEZES, 2011). Dessa

forma, o estudo pretende contribuir para problematizar discussões sobre políticas públicas

que afetem diretamente o mercado de trabalho, e, principalmente, que geram a precarização

das condições de trabalho.

POLÍTICAS PÚBLICAS GOVERNAMENTAIS COMO MEIO DE AUXÍLIO PARA A

MELHORIA DA REFORMA AGRÁRIA NO BRASIL

Juliana Adono da Silva

Camila Lima da Silva

Larissa Mascaro Gomes da Silva de Castro

Resumo:

A pesquisa aborda aspectos referentes à situação da Reforma Agrária no Brasil, para, a partir

de análise histórica, aferir a efetividade de políticas públicas governamentais. Analisará se a

Reforma Agrária no Brasil é eficaz e produz justiça social, e se o princípio da função social

da propriedade cumpre seu papel adequadamente, bem como se as hipóteses constitucionais

de desapropriação contemplam as necessidades dos cidadãos e da manutenção do bem-estar

social. Aponta, também, a importância do MST nesse processo, como um mecanismo de

pressão, por melhor distribuição de terras no Brasil. Para tanto, utilizando-se do método

hipotético-dedutivo, será realizada pesquisa bibliográfica, com levantamento de dados junto

com organismos nacionais e internacionais. Por fim, conclui-se que embora o Estado tenha o

poder (e o dever) de realizar a Reforma Agrária no Brasil, políticas públicas diversas devem

ser implementadas para garantia da efetividade de melhor distribuição de terras e de acesso

igualitário à propriedade.

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POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCENTIVO AO EMPREENDEDORISMO NO SETOR DE

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI) E AS CONSEQUÊNCIAS PARA O MERCADO

DE TRABALHO DO MUNICÍPIO DE LONDRINA-PR

Leonardo Antonio Silvano Ferreira

Com a inserção de políticas públicas de incentivo ao empreendedorismo no Brasil nos

últimos anos, são percebidas mudanças no mercado de trabalho. O objetivo desta pesquisa,

consistiu em analisar as políticas públicas de desenvolvimento, emprego/renda e de

incentivos aos pequenos negócios do setor de tecnologia da informação (TI) e as

consequências para o mercado de trabalho do município de Londrina-PR. A metodologia

avaliou dados quantitativos, mediante coleta e análise de dados, e qualitativa, pelo

levantamento de políticas públicas, e entrevistas, com trabalhadores e microempresários do

setor de TI, objeto desta pesquisa. Estas empresas realizam os processos de trabalho

relativos aos elos-fim das cadeias produtivas e de valor das transnacionais. Procuramos neste

percurso, contemplar algumas questões: Como atua o Estado e quais as políticas públicas de

incentivo ao empreendedorismo nas cadeias produtivas e de valor do setor de TI? De que

forma as MPMEs se inserem nesta reorganização produtiva? Os resultados nos indicam que

pode estar havendo um novo modelo de inserção precária, ainda que formal, nos processos

de trabalho dessas cadeias produtivas e de valor, além de que, estas novas relações entre

trabalhador e empresa têm influenciado a legislação trabalhista, abalando o pilar de direitos

conquistados historicamente pela classe trabalhadora.

Palavras-chave: Políticas públicas de desenvolvimento. Empreendedorismo. Mercado de

Trabalho. Setor de tecnologia da informação.

BRASIL E URUGUAI: DUAS EXPERIÊNCIAS DE HABITAÇÃO DE INTERESSE

SOCIAL NA AMÉRICA LATINA NO INÍCIO DO SÉCULO XXI

Tiago Vieira Rodrigues Dumont

Secretaria de Educação de SP

[email protected]

Este trabalho tem por objetivo analisar a política habitacional para população de baixa renda

surgida no Brasil e Uruguai no contexto geopolítico mundial pós-Guerra Fria. Tendo como

horizonte uma perspectiva sociológica, propomos refletir se as políticas habitacionais

adotadas pelo Estado e/ou governo, tanto no Brasil como no Uruguai, apontam alguma

solução para os problemas urbanos enfrentados pela população de baixa renda do continente

no início do século XXI, assim como, se elas retratam todo um campo do pensamento

econômico, político e social de uma época. A partir de um estudo bibliográfico e, da analise

dos dados publicados pelos órgãos oficiais de cada país buscamos construir nossas

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problematizações. Desse modo, uma das nossas hipóteses seria que a implementação do

modelo habitacional urbano-industrial e/ou empresarial no Brasil, de um lado e, o modelo de

autogestão no Uruguai, por outro, apontam caminhos distintos, que, no devir, construíram

contextos semelhantes no que tange a sua modernização e organização, revelando, assim, os

limites e os possíveis da política habitacional para população de baixa renda na América

Latina.

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AS MULHERES NOS GOVERNOS LULA (2003-2010)

Alecilda Aparecida Alves Oliveira

Universidade Federal de Uberlândia

([email protected])

Os governos Lula (2003-2010) possibilitaram grandes avanços para a questão das mulheres.

A criação da Secretaria de Política para Mulheres (SPM), com status ministerial e orçamento

próprio, a convocação de Conferências Nacionais voltadas para este público, a priorização

das mulheres como beneficiárias do programa Bolsa Família e o programa de combate a

violência são marcas significativas deste período. As Conferências são instrumentos de

participação social com espaços destinados a examinar, debater e formular proposições para

as políticas públicas. Este trabalho analisa os documentos da I e II Conferência Nacional de

Políticas para as Mulheres (CNPM), ocorridas respectivamente nos anos de 2004 e 2007. O

corpus desta análise consiste nos Anais das duas Conferências com o objetivo de mapear,

através do emprego da metodologia de análise de conteúdo, a temática da participação social

no processo de formulação das políticas públicas para as mulheres. Para tanto, realizou-se a

leitura dos documentos e elencou-se as seguintes categorias de análise: o papel do Estado;

participação social; cidadania; e empoderamento.

ESTADO – SINDICALISMO NO BRASIL E NO CONTEXTO LATINO AMERICANO

Albany Mendonça Silva /UFRB

[email protected]

Resumo:

Este trabalho discute a relação entre Estado e Sindicato, na perspectiva de problematizar

como o Estado, ao longo da história, interfere no cenário político de lutas de classes e,

consequentemente, no processo de resistências dos trabalhadores, buscando identificar os

avanços, retrocessos e as implicações da organização sindical no Brasil e América Latina.

Tal perspectiva se fundamenta na Teoria Crítica, pois esta possibilita estabelecer as

mediações necessárias para analisar as questões centrais que têm impulsionado tal dinâmica,

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relacionando suas contribuições e rebatimentos no contexto histórico. Para tanto, situamos o

debate da relação entre Estado e Política, destacando os papéis da luta de classes e do Estado

Monopolista, bem como os conflitos na relação entre Estado e Sindicatos no capitalismo

contemporâneo no contexto latino-americano a partir de uma análise histórico-bibliográfica

e de fontes primárias.

Palavras-chave: Crise do capital; Estado; Sindicalismo; América Latina.

DILEMAS DA TRANSIÇÃO E AS POSSIBILIDADES DE FORMAÇÃO E

TRANSFORMAÇÃO DO SER SOCIAL

Fernanda Márcia Carlos de Oliveira

Universidade Federal de Minas Gerais

[email protected]

Resumo:

Em 1917, Vladimir Ilitch Ulianov Lenin (1870-1924) redigiu um clássico da teoria marxista.

No clímax da sua vida intelectual e política, escreveu O Estado e a revolução. A

problemática envolvendo a transição ao comunismo e o papel do proletariado na revolução

configura-se como um dos grandes debates apresentados pelo autor. No entanto, as

experiências históricas que objetivaram transformar radicalmente as estruturas da sociedade

demonstraram limites, fragilidades e confirmaram a importância da discussão que envolve a

tomada do poder através do Estado. Nesta perspectiva, considerando as recentes

manifestações populares que levaram, em vários países do mundo, milhares de trabalhadores

às ruas reivindicando melhores condições de vida e as canalizações das insatisfações para as

eleições parlamentares, questiona-se: quais os resultados obtidos com as experiências

históricas? Como se constitui um período de transição? Quais os limites e possibilidades de

formação e transformação do ser social? Deste modo, o objetivo deste artigo é analisar as

atuais configurações do Estado, tendo como referência teórica central, a análise

desenvolvida na obra O Estado e a revolução. A metodologia proposta será a realização de

uma leitura e análise imanente. Buscaremos, por fim, verificar as possibilidades postas pela

educação para a formação e transformação social.

LIMITES DA PARTICIPAÇÃO POLÍTICA NOS CONSELHOS DE

ACOMPANHAMENTO E CONTROLE SOCIAL DA EDUCAÇÃO.

Daniel Marques de Freitas

Elias Canuto Brandão

Resumo:

O presente estudo busca compreender a participação política, através de conselhos de

educação, na fiscalização e melhoraria do processo democrático educacional, contribuindo e

fiscalizando as ações do poder público nos gastos com educação. Nosso objetivo sustenta-se

na problemática que envolve a possibilidade de ampliação da democracia através dos

Conselhos de Controle e Acompanhamento Social (CCAS). Investigamos os limites que

impedem uma participação política mais efetiva da sociedade civil, dificultando que as

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escolas públicas sejam de qualidade, independente onde a escola esteja localizada, nas

cidades ou no campo. O Estudo foi realizado a partir de leituras e pesquisas sobre diferentes

estudiosos da área, visando compreender a problemática da participação política e os limites

desta dentro dos Conselhos de Controle e Acompanhamento Social da Educação, na maioria

das vezes manipulados politicamente pelos gestores públicos da escola, do município, estado

ou federação.

Palavras-chave: Educação. Participação política. Conselhos de fiscalização.

ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DA UNESCO E DO BANCO MUNDIAL NA EDUCAÇÃO

ESPECIAL INCLUSIVA BRASILEIRA

Gesilaine Mucio Ferreira (UEM)

[email protected]

Darlene Novacov Bogatschov (UEM)

Resumo:

Este trabalho, de natureza teórica, tem como objetivo analisar a influência da Organização

das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e do Banco Mundial

nas políticas públicas brasileiras para a educação especial na perspectiva da inclusão escolar

aprovadas pós 1990. Destacam-se entre as fontes da pesquisa, documentos brasileiros e da

UNESCO e do Banco Mundial que contemplam a educação especial inclusiva como: a

Declaração de Salamanca, de 1994, e as Orientações para a inclusão: garantindo o acesso à

educação para todos, de 2005, da UNESCO; o Relatório Mundial sobre a deficiência, de

2011, do Banco Mundial; a Lei 9.394/96, a Resolução CNE/CEB nº 2/2001 e a Política

Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, de 2008. A análise

destes documentos, alicerçada no materialismo histórico e em autores como Ricardo

Antunes, Roger Dale e Lucia M. W. Neves, demonstrou a correspondência entre as

recomendações educacionais da UNESCO e do Banco Mundial e as políticas públicas

brasileiras para a educação inclusiva. Também evidenciou que estas recomendações e

políticas, revestidas de um discurso humanitário e inclusivo, contraditoriamente,

materializam as políticas neoliberais e reproduzem as relações excludentes do capitalismo.

Palavras-chave: Educação Especial. Inclusão. UNESCO. Banco Mundial. Brasil.

ESTADO, CAPITALISMO E REPRODUÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO: NOTAS

INTRODUTÓRIAS

Mossicléia Mendes da Silva

Universidade Estadual do Rio de Janeiro

[email protected]

Maria Clara de Arruda Barbosa

Universidade Estácio de Sá

[email protected]

Resumo:

O atual quadro reitera as análises de importantes autores da tradição marxista acerca da

imprescindibilidade do Estado na garantia das condições gerais para a reprodução do modo

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de produção capitalista. Isto nos coloca a necessidade de retomarmos o debate acerca da

importância do Estado no quadro geral do capital. Deste modo, o objetivo do presente artigo

é fazer uma discussão inicial acerca da importância do Estado na garantia das condições de

reprodução ampliada do capital, abordando sinteticamente tal processo no Brasil e a

importância que a política de assistência social assume como importante mecanismo de

reprodução da força de trabalho. A discussão está estruturada em três partes. Na primeira,

problematizamos a funcionalidade do Estado na reprodução do capital. Na sequência,

particularizamos esta discussão abordando a importância e centralidade do Estado na

formação e dinamização do capitalismo no Brasil. A terceira parte é constituída por

reflexões acerca da política social brasileira, com enfoque para os governos petistas e a

centralidade assumida pela política de assistência social. Recorremos à revisão bibliográfica

como metodologia de produção deste ensaio.

A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS PARA AS

FAMÍLIAS E ENTIDADES BENEFICIÁRIAS NA REGIÃO DA NOVA ALTA

PAULISTA

Fernando Veloso – FCT/UNESP – Presidente Prudente

Bolsista: FAPESP -

E-mail: [email protected]

Resumo:

O texto tem como objetivo analisar os efeitos da distribuição dos produtos do Programa de

Aquisição de Alimentos (PAA) na modalidade Doação Simultânea que compra dos

agricultores familiares e, posteriormente são doados para famílias carentes e entidades da

rede assistencial nos municípios de Adamantina, Tupi Paulista e Paulicéia localizados no

oeste paulista. Em termos de procedimentos metodológicos realizamos: revisão

bibliográfica, coleta de dados de fonte secundária e a realização de pesquisa de campo por

meio de entrevistas com agentes municipais, representes de associações, entidades e famílias

beneficiárias. Constatamos que desde o ano de 2014, as normativas do programa exigem que

órgãos ligados diretamente ao poder público municipal (Fundos de Assistência Municipal/

Banco de Alimentos) realizem o controle, pesagem e distribuição dos produtos para

entidades e famílias beneficiárias. Nesse sentido, verificamos que prioritariamente famílias

que estão Cadastro Único dos Programas Sociais - CADUNICO, em situação de

vulnerabilidade social estão sendo beneficiadas pelos produtos, principalmente nos

municípios de Paulicéia e Tupi Paulista.

AS CASAS FAMILIARES RURAIS E A CONTRIBUIÇÃO PARA A

INSERÇÃO PROFISSIONAL DOS JOVENS

Humberto Rodrigues de Lima

[email protected]

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Resumo:

As Casas Familiares Rurais, tem como objetivo, formar jovens filhos de pequenos

agricultores rurais, utilizando a Pedagogia da Alternância. A Pedagogia da Alternância é

uma metodologia que que foi criada na França no pós-guerra para atender a juventude do

campo. Ela se estrutura no tempo Casa Familiar, onde o jovem tem aceso ao conhecimento

científico e o tempo família possibilitando que o jovem faça a relação entre o conhecimento

científico e o conhecimento tácito que é desenvolvido nas propriedades. A presente

pesquisa foi realizada em 03 Casas Familiares Rurais, localizadas nos municípios de Santa

Maria D`Oeste, Sapopema e Pinhão, no estado do Paraná onde buscamos identificar se o

ensino, nestas unidades educacionais que desenvolvem o ensino médio técnico integrado a

educação profissional, através da Pedagogia da Alternância, tem contribuído, efetivamente,

para a inserção profissional dos jovens egressos destas três escolas. A partir do

conhecimento prévio do currículo escolar desenvolvido nestas instituições, buscamos

analisar, se o proposto enquanto qualificação técnica profissional, ofertada aos seus alunos,

está surtindo efeito no tocante a inserção destes no mundo do trabalho. A análise iniciou

com entrevistas com os alunos em curso, alunos egressos, professores, coordenadores,

monitores e pais de alunos, bem como com a análise documental e visita aos locais de

trabalho dos jovens pesquisados. A conclusão é que, as CFRs têm alcançado os objetivos

propostos de qualificar tecnicamente seus alunos, com base em uma metodologia que

promove o acesso ao conhecimento relacionando a teoria à prática, vivenciada em todo seu

processo formativo. Foi constatado também que a inserção profissional dos jovens egressos

é fato concreto observado nos resultados da pesquisa que ora apresentamos.

. EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO OMNILATERAL DOS POVOS DO CAMPO

Geandro de Souza Alves dos Santos - UNESPAR

Elias Canuto Brandão - UNESPAR

Resumo

O artigo “Educação e formação omnilateral dos povos do campo” tem a intencionalidade de

discutir os aspectos educativos da educação dos povos do campo, contrapondo a tese da

formação para a vida em sociedade e para o mundo do trabalho. A discussão dar-se-á à luz

do pensamento marxista, considerando a Educação do Campo, objeto de possibilidade de

emancipação humana nos aspectos políticos sociais e culturais, através da categoria trabalho.

O artigo demarca a importância da educação dos povos do campo como política pública e

como elemento crítico norteador das contendas acerca da formação omnilateral destes

povos, sendo importante sua ressignificação na construção do debate sobre a exploração e

expropriação, tanto do trabalho humano, quanto da terra como meio de produção capitalista

em uma sociedade contemporânea na qual a educação está cada vez mais concentrada nos

centros urbanos, em detrimento dos povos que residem nas áreas rurais. Para o feito,

utilizamos o método materialismo histórico dialético, possibilitando-nos fazer a discussão da

educação dos povos do campo diante da formação omnilaterial para o trabalho no campo.

Palavras-chave: Educação dos povos do Campo; Políticas Públicas; Trabalho.

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GT 3

Sala 57

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GT 3A - Sindicalismo, Movimentos Sociais e Formas de Resistência

SALA 57 – 24/05 – 14 horas

PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO PELA TERCEIRIZAÇÃO E A NECESSIDADE DA

APLICAÇÃO DA SUBORDINAÇÃO ESTRUTURAL NA ATIVIDADE-MEIO

Renata Canevaroli de Souza

[email protected]

A subordinação jurídica prevista na legislação trabalhista é pilar para a configuração da

relação de emprego com consequente formação de vínculo empregatício em seus moldes

padrões. No entanto, com o desenvolvimento das atividades em meio ao cenário capitalista,

a relação de emprego sofreu flexibilização prejudicial, como a terceirização. Objeto do

presente trabalho, a subordinação estrutural, ou seja, o comando exercido pelas tomadoras

de serviços sobre o funcionário inserido em atividades-meio possui extrema importância no

cenário do capital e trabalhista, dado o andamento do Projeto de Lei 4.330/2004. Este prevê

regulamentação e possibilidade de terceirização, até então combatida pelo poder judiciário,

amparado pela súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho. Assim, mediante análise

bibliográfica e jurisprudencial, pode-se constatar o crescimento de atividades terceirizadas,

que realizam a subordinação estrutural, ilustrada pela inserção do trabalhador na cadeia

produtiva essencial da empresa, que busca mascarar obrigações e responsabilidades

trabalhistas diretas, que ensejariam consequente formação de vínculo e equiparação aos

empregados da tomadora de serviços.

Palavras-chave: Subordinação estrutural. Intermediação de mão-de-obra. Súmula 331 TST.

Terceirização ilícita.

“LA TRAICIÓN DE FRONDIZI AL JUSTICIANISMO HÁ SIDO TAMBIÉN SU TRAICIÓN

AL PUEBLO”: O MOVIMENTO PERONISTA E O DESARROLLISMO FRONDICISTA

(1958-1962)

Leonardo da Rocha Botega

Universidade Federal de Santa Maria

[email protected]

Resumo:

A deposição do presidente Perón pelo golpe de Estado que instalou a Revolução Libertadora

em 1955, inaugurou um período onde a principal força política argentina, o peronismo, foi

colocada na ilegalidade. Em fevereiro de 1958, graças ao apoio dos proscritos peronistas,

Arturo Frondizi foi eleito presidente. Tal apoio teve como base o compromisso do então

candidato com um conjunto de reivindicações pactuadas diretamente com Perón. A ação do

novo governo foi orientada a partir da proposta do desarrollismo, um sólido programa

econômico que objetivava a industrialização como forma de superação do

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subdesenvolvimento. Porém, a fragilidade política do governo frondicistas em meio a uma

realidade marcada pela polarização peronismo-antiperonismo e pela tutela da direita militar

sobre suas ações, fatores que levaram a derrubada do presidente em março de 1962, levaram

ao não cumprimento de pontos considerados estratégicos do pacto com o peronismo. A

partir destas considerações o presente artigo tem como objetivo promover uma síntese

dialética sobre as posições do movimento peronista diante do desarrollismo frondizista

tendo como fontes de pesquisa os documentos da resistência peronista ao longo do período

1958-1962.

O SINDICALISMO BANCÁRIO NOS GOVERNOS DO PT (2003-2015)

José Luiz Soares (PPGSA/UFRJ)

[email protected]

Como interpretar o sindicalismo brasileiro praticado durante os governos do Partido dos

Trabalhadores (PT)? Estaria ele em crise ou não? Os sindicatos foram cooptados pelos

governos? Eles deram respostas à altura dos desafios postos para o mundo do trabalho

contemporâneo? Com o presente trabalho pretendemos contribuir para responder a questões

como essas, tomando o sindicalismo bancário como estudo de caso. Mais que uma análise

geral, refletimos sobre como esse sindicalismo específico atuou durante os governos

petistas. O trabalho apresenta um quadro a respeito das mobilizações realizadas pelos

bancários, destacando resumidamente sua agenda de atuação, formas de ação, conquistas e

reveses. À luz deste quadro, problematizamos imagens largamente utilizadas nas

interpretações a respeito do sindicalismo brasileiro contemporâneo, quais sejam as ideias de

crise, de cooptação e de burocratização sindical. A pesquisa teve como fontes: 1) materiais

de organizações sindicais (jornais, sites, panfletos etc.); 2) observação direta em

assembleias, conferências, reuniões e piquetes; 3) entrevistas com dirigentes sindicais e

bancários da base, inclusive das oposições sindicais, no Rio de Janeiro e em São Paulo; e 4)

exame bibliográfico.

O SINDICALISMO NO TEMPO

Naíres Raimunda Gomes Farias

Universidade Federal de Maranhão

[email protected]

Resumo:

Este trabalho analisa a contemporaneidade das estratégias do Sindicato dos Metalúrgicos do

Maranhão no trato dos trabalhadores do chão de fábrica da ALUMAR

(Alumínio/Maranhão). Os resultados observam estratégias do âmbito fabril ao extramuros,

priorizando a parada de horas na entrada da empresa, desde que esgotadas todas as

possibilidades de negociação com o patronato. Conta com o referencial teórico, partilhado

pelas análises do sindicalismo propositivo de Lojkine (1999), Rodrigues (2002), Leite

(1997), Bresciani (1997), Ramalho (1994) e pela perspectiva sindical classista de Antunes

(1995 e 1995a), Boito (1999) e Alves (2000), recorrendo à análise de estratégia sindical de

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Cardoso (1998) e ao debate sobre controle, consentimento e resistência operária de Carvalho

(1997). Categorías históricas: sindicalismo, trabalhador e chão de fábrica. A condução

metodológica contou com uma pesquisa bibliográfica, documental e de campo, junto aos

trabalhadores do processo imediato da produção do alumínio. As conclusões destacam

mudanças no trato das divergências entre partes e enfatizam a negociação e o confronto

como importantes estratégias sindicais, inclusive de contestação à lógica do capital.

Finalmente, apresenta as considerações finas e a bibliografia recorrida no trato da temática.

MILITARES EM REVOLTA: MOBILIZAÇÃO POLÍTICA DOS MARINHEIROS

BRASILEIROS NO CONTEXTO DA GUERRA DA COREIA (1950-1953)

Ricardo Santos da Silva

[email protected]

Este trabalho tem como objetivo investigar a mobilização política dos marinheiros da

Marinha de Guerra do Brasil que atuaram no contexto da Guerra da Coreia (1950-1953),

quando se debatia no país, se o Brasil deveria participar do conflito asiático. Esta abordagem

tem como ponto de partida o pós-guerra e o desencadeamento da Guerra Fria, momento em

que este confronto ideológico e multifacetado politicamente ganha contornos de um conflito

entre capitalismo x comunismo, e que na ocasião esteve próximo de uma guerra nuclear. Se

o perigo comunista havia sido a justificativa do presidente Getúlio Vargas para instaurar a

ditadura do Estado Novo; na Guerra da Coreia, o inimigo continuava sendo o mesmo. O

referencial teórico é o modelo Instrumental de Esquerda. Esta pesquisa tem como objetivo

central verificar a hipótese de que um grupo de marinheiros de esquerda e muitos deles

pertencentes ao Antimil (Setor Militar do PCB) atuaram e desenvolveram sua ação política

com a finalidade de impedir que o governo brasileiro enviasse uma força expedicionária

para combater na Guerra da Coreia. Em suma, buscaremos entender o processo de luta e

mobilização bem como o mecanismo de repressão institucional que se abateu contra os

marinheiros na Marinha de Guerra Brasileira.

JUNHO DE 2013, NOVEMBRO DE 2015: AS ESCOLAS DE LUTA DA JUVENTUDE

DO PROLETARIADO MARGINAL

Luciana Brito

[email protected]

Resumo:

Do interior de uma convulsiva crise do capital, emerge a retomada de formas de ação

coletiva desviantes do espectro de influência do Partido dos Trabalhadores, hegemônico no

Brasil desde o início dos anos 80. O impacto do processo inaugura um novo ciclo na luta de

classes no Brasil, desencadeado pelas manifestações contra o aumento de tarifa no primeiro

semestre de 2013 e coroado pelo movimento de ocupações de escolas paulistas no segundo

semestre de 2015. Nosso propósito é estabelecer uma relação de continuidade entre as lutas,

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associando os episódios a partir de uma série de similaridades que revelam um padrão de

resistência do proletariado marginal, cujas marcas principais são o protagonismo da

juventude, a insubordinação e a apropriação da violência. Para tanto, procedemos uma

análise da nova conjuntura pós junho de 2013, além de discutir a construção conceitual e a

caracterização do que chamamos proletariado marginal, enquanto fração da classe

trabalhadora, bem como sua constituição enquanto força coletiva, nos apoiando na

abordagem coletivista - legado teórico de Proudhon e Bakunin – e com o auxílio das

elaborações de Alain Bihr, Georges Gurvitch, Andrey Ferreira e de alguns comentadores de

ambos os levantes.

O MTST E AS PRÁTICAS DE OCUPAÇÃO URBANA EM FORTALEZA

Leonardo Anderson Ricardo Vieira

Resumo:

Esta pesquisa em andamento investiga a composição social do MTST (Movimento dos

Trabalhadores Sem Teto) a partir das experiências construídas no entorno das ocupações

realizadas por este, a partir do ano de 2014 em Fortaleza. Me volto sobre aqueles que se

reivindicam como membros do mesmo, dos seus sujeitos, numa abordagem de perto e de

dentro, a partir das suas “práticas de ocupação urbana” nesta cidade. Tenho como ponto de

partida o que vi e o que escutei durante a minha vivência com os ocupantes durante a Copa

do Povo, primeira ocupação realizada pelo MTST em Fortaleza, no dia 04 de julho de 2014.

Consideramos que os “sem-teto” representem uma relevante parcela daqueles que vivem do

trabalho porém, que não conseguem por meio deste, a obtenção dos meios necessários para

o acesso à moradia digna.. Opto pela coleta, interpretação e produção de dados obtidos

através de pesquisa bibliográfica acerca dos movimentos populares, movimentos sociais

urbanos, cidade e estado na contemporaneidade, aliados à entrevistas estruturadas e

semiestruturadas com os que ocupam, em meio a uma limitada vivência presente nesta

pesquisação.

SAÚDE DO TRABALHADOR NO MOVIMENTO SINDICAL: A EXPERIÊNCIA DO

SINDISPREVRS

Fabiane Konowaluk Santos Machado

Psicóloga da Secretaria de Saúde do trabalhador/SINDISPREV-RS. Doutora em Serviço

Social/PUCRS. Pós-Doutora em Psicologia Social e Institucional/UFRGS

Francyele Melgarejo

Assistente Social da Secretaria de Saúde do Trabalhador/SINDISPREV-RS

Carmen Beatriz Fosch

Diretora do SINDISPREVRS

Ana Carolina Sá

Graduanda de Psicologia/UFRGS

Luciana Marin

Graduanda em Serviço Social/UNISINOS

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Resumo:

O presente artigo trata da experiência interdisciplinar da Saúde doTrabalhador no

movimento sindical, junto ao Sindicato dosTrabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e

Previdência no RioGrande do Sul (SINDISPREV-RS) em Porto Alegre. O tema érelevante,

pois implica no aporte que área propõe à instituição,utilizando-se de seus referenciais

teórico-metodológicos orientados aoplanejamento e execução de suas ações junto à

categoria. A partir dodiagnóstico das condições de trabalho, observa-se a

crescenteprecarização do serviço público federal, o que demandam novas açõespara a

intervenção sindical. Este trabalho é fruto de 02 anos de ações desenvolvidas pela Secretaria

de Saúde do Trabalhador junto ao SINDISPREVRS e, a partir desta iniciativa, foi possível

construir um diagnóstico situacional da saúde dos servidores federais da Saúde, Trabalho e

Previdência Social, informações não publicizadas pelo governo federal. O resultado é o

fortalecimento das ações do sindicato perante a luta contra a precarização do serviço público

federal, bem como exigir a proteção da saúde dos trabalhadores federais diante dos agravos

sofridos no cotidiano de trabalho nas políticas públicas e sociais.

Palavras-chave: Saúde do Trabalhador, Sindicalismo, Políticas Públicas e Sociais.

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GT 4

Sala 62

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GT 4A - Marxismo, Trabalho e Educação

SALA 62 – 24/05 – 14 horas

A FORMAÇÃO DO CAPITALISMO NA AMÉRICA LATINA: PECULIARIDADES DAS

POLÍTICAS SOCIAIS

Karolinne Krízia da Silva Ferreira

Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Serviço Social

na Universidade Federal de Alagoas – UFAL.

[email protected]

Maria Adriana da Silva Torres

Professora Drª da Universidade Federal de Alagoas – UFAL.

[email protected]

O presente trabalho versa sobre a emblemática discussão da formação capitalista na América

Latina, tendo em vista suas particularidades e concomitantemente as peculiaridades que

marcam as políticas sociais neste continente. Tem sido vasta a produção e literatura sobre a

formação socioeconômica do capitalismo na América Latina, porém na maioria dos estudos

se anulam os principais elementos que demarcam essa formação, isto é, processos

econômicos, sociais e culturais cujo caráter é de dominação e exploração, passando a

determinar a realidade social da América Latina e por sua vez desencadeando um quadro de

desigualdades sociais ainda mais acentuado. Deste cenário crítico iniciou-se a elaboração

das medidas sociais (leia-se políticas sociais) com vista a atender as expressões dessas

desigualdades. A pesquisa de base teórica foi orientada pelo método histórico dialético, no

vigoro esforço de retomar inicialmente os fundamentos da formação deste continente, para

posteriormente delinear a configuração peculiar das politicais sociais demandas pela intensa

desigualdade desencadeada pelas relações capitalista. Assim, a relevância do estudo consiste

em desmistificar a relação dos países centrais e periféricos como mero evolucionismo

histórico e contextualizar as condições objetivas que põem a necessidade da emersão das

políticas sociais.

O TRABALHO COMO VOCAÇÃO: O OBJETIVO DOS GINÁSIOS ORIENTADOS

PARA O TRABALHO

Joice Estacheski

Universidade Federal de São Carlos

[email protected]

O presente trabalho é resultado das primeiras reflexões e análises históricas referente ao

projeto de doutorado em andamento, o qual tem por objeto de estudo os denominados

GOT’s, ou, Ginásios Orientados para o Trabalho, também conhecidos como Escolas

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Polivalente, do Estado do Paraná. É salutar enfatizar que tais instituições foram criadas no

contexto da ditadura civil-militar brasileira, à luz da Lei 5.692/71. O projeto dos GOT’s teve

financiamento estadunidense por meio dos acordos MEC-USAID, sendo planejado e

acompanhado por técnicos norte-americanos. A política educacional da qual tratamos

estendeu a obrigatoriedade da escolarização de quatro para oito anos, no entanto, com o

claro objetivo de “vocacionar” os estudantes para o trabalho. Mas para qual (is) trabalho (s)?

À luz do materialismo histórico-dialético, pretendemos estabelecer a relação trabalho-

educação na conjuntura política e econômica do contexto da década de 1970 de forma a

evidenciar os interesses subjacentes à ampliação da escolarização, bem como a necessidade

de criação destas instituições. O objeto aqui apresentado pode ser considerado ignóbil ao

campo da pesquisa acadêmica, uma vez que pouco se produziu a respeito, sendo, portanto,

um tema a ser explorado enquanto política pública voltada à classe trabalhadora.

O ENSINO PÚBLICO E SUAS CONTRADIÇÕES: EDUCAR PARA O TRABALHO X

EDUCAR PARA O MERCADO DE TRABALHO.

Ezilda Franco de Sousa/UNESPAR – Campus Paranavai. [email protected]

Cíntia Cristiane de Andrade /UNESPAR – Campus de Paranavaí.

[email protected]

Elias Canuto Brandão/UESPAR – Campus Paranavaí. [email protected]

Grupo de Trabalho – Trabalho e Políticas Educacionais

Resumo

Este estudo parte da análise das dificuldades vivenciadas pelos profissionais da escola

pública, no que se refere ao cumprimento de seu papel social. Retoma brevemente a história

da educação no Brasil e tece um paralelo entre a educação que se pretende para as classes

trabalhadoras e as que se propõem nas políticas educacionais de cada momento histórico.

Para o feito, analisa as duas vertentes pedagógicas que definem o papel da escola: Liberal e

Progressista, e os determinantes ideológicos presentes em cada uma. Constata o papel

reprodutor da educação, no sentido de manutenção da sociedade capitalista, assim como o

seu potencial transformador, no sentido de emancipação das classes populares,

fundamentando-se em educadores como: Dermeval Saviani, Paulo Freire, José Carlos

Libâneo, Cipriano Carlos Luckesi, Istévan Mézáros e outros. Busca, por fim, nas teorias

progressistas, a compreensão dos interesses que permeiam as políticas públicas de educação

neste início de século XXI e o necessário enfrentamento das imposições que não respondem

aos reais interesses dos educandos e educadores da escola pública.

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VIOLAÇÃO DO DIREITO À EDUCAÇÃO DOS POVOS DO CAMPO

Elias Canuto Brandão

[email protected]

Resumo:

Este estudo discute a violação do direito às políticas educacionais para os povos do campo

por parte do Estado brasileiro, ao praticar ações pontuais como a falta de apoio a

financiamentos e fechamento de escolas no campo, investindo no transporte das crianças,

adolescentes e jovens às escolas centralizadas nas cidades. A questão é a ausência do Estado

e suas políticas educacionais seletivas, o que contribui com o monopólio do agronegócio e

da agroindústria e com a ausência de políticas agrícolas, levando o campo e os pequenos

agricultores às piores situações – atraso intencional –, visando sucumbi-los. Para o estudo,

utilizamo-nos do método materialismo histórico dialético, oportunizando-nos fazer a crítica

ao modelo social e político vigente no Brasil a partir da violação do direito à educação onde

a demanda os trabalhadores se encontram – no campo.

Palavras-chave: Violação do direito à educação. Povos do Campo. Monopólio. Agronegócio.

Agroindústria.

TRABALHO DOCENTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CONDIÇÕES OBJETIVAS E

SUBJETIVAS DA PRÁTICA PEDAGÓGICA

Luara Alexandre dos Santos ([email protected]; PIC-UEM)

Profa. Dra. Lucinéia Maria Lazaretti

([email protected]; DTP/UEM)

RESUMO

O presente artigo refere-se a um estudo bibliográfico agregado ao resultado de observações

feitas durante a disciplina de Estágio Curricular Supervisionado na Educação Infantil, do

curso de Pedagogia, no ano de 2014, em uma Universidade Estadual do interior do Paraná.

O objetivo foi analisar quais eram as condições objetivas e subjetivas do trabalho docente

em uma turma de centro de educação infantil do Município. Realizamos estudos e reflexões

fundamentados na teoria histórico-cultural em relação aos dados obtidos por meio de

observações participativas na turma com crianças entre 2 e 3 anos. Constatamos algumas

condições que inviabilizam o trabalho docente: número superior de alunos permitidos por

profissional; ausência de planejamento e organização do trabalho docente; professores com

formação não específica para atuação na educação infantil; precariedade de recursos e

materiais. Essas condições não garantem um processo educativo de qualidade na formação e

desenvolvimento das crianças. A par desses limites, apontamos algumas possibilidades que

condizem com as condições subjetivas: garantida a formação docente de qualidade e

específica, desde a inicial como a continuada, esse pode atuar de maneira a viabilizar

organização e planejamento do ensino que contribuam com a aprendizagem das crianças.

PALAVRAS-CHAVE: Educação Infantil; Trabalho Docente: Teoria Histórico-Cultural.

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O TRABALHO DOCENTE NA ATUALIDADE:

COMO OS PROFESSORES DE GOIÁS CONCEBEM A PROFISSÃO?

Luciene Correia Santos de Oliveira Luz

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia PPGS/UFG, Bolsista FAPEG

[email protected]

Roberta Rodrigues Ponciano

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Educação PPGED/UFU; Bolsista PIQS/IFG

[email protected]

Luciana Charão de Oliveira

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação PPGED/UFU; Bolsista CAPES

[email protected]

Adriana C. Omena Santos

Docente no Programa de Pós-graduação em Educação PPGED/UFU

[email protected]

Resumo:

A educação escolar e atuação docente são vistas como essenciais para a formação dos

indivíduos, mas a docência tem sido historicamente desvalorizada, marcada pela

precarização e intensificação do trabalho. Nesse contexto professores dedicam suas vidas

visando atingir o êxito e a eficiência desenvolvendo estratégias diversas em busca de

constantes atualizações requeridas pelo mercado neoliberal. Partindo desta constatação, esta

pesquisa teve como objetivo compreender como a profissão docente é concebida por

profissionais que atuam e/ou atuaram, por pelo menos 10 anos na educação básica pública

no Estado de Goiás. A pesquisa de cunho qualitativo e quantitativo teve como instrumento

de coleta de dados o questionário semi-estruturado e foi realizada com professores

possibilitando o delineamento de seus perfis e concepções sobre o “ser professor” na

atualidade. Contribuições teóricas de Paro, Frigotto, Libâneo, Amorim, Sadi, Lucena, Tardif,

Schwartz, Fernández Enguita, Alves, dentre outros, fundamentaram tal pesquisa em

andamento. Os dados em processo de análise permitem aferir que a acomodação e a

adaptação dos professores com relação aos problemas que os cerceiam configuram como

estratégias para permanecerem na profissão docente.

A REVOLUÇÃO FRANCESA E AS ORIGENS DA ESCOLA PÚBLICA

PEREIRA, K. C. P.

FAVARO, N. A. L. G.

UNESPAR – Campus Paranavaí

Resumo:

O objetivo desta pesquisa é analisar as origens da escola pública e os objetivos a ela

atribuídos no período histórico constituído pela Revolução Francesa. Com base no

referencial do materialismo histórico, foi feita a análise das relações econômicas e sociais

mais amplas e das lutas de classes que determinaram dialeticamente este fenômeno

histórico, a fim de apreender o complexo processo que culminou com a implantação da

escola pública. Tal proposta emergiu em meio à transição da sociedade feudal para a

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capitalista, acirrando-se o debate durante a Revolução Francesa. A discussão não foi

uniforme, pois a criação da escola pública foi alvo de distintas posições teórico-políticas.

Embora a pesquisa não tenha sido concluída, é possível afirmar que essa luta é decorrente

dos embates que envolveram a constituição de relações sociais capitalistas, trazendo

posições mais ou menos radicais, conforme os interesses das classes sociais envolvidas. Sem

pretender esgotar tal problemática, espera-se que a compreensão desses acontecimentos

traga elementos para a análise crítica das funções atribuídas à escola pública desde os seus

primórdios, subsidiando a reflexão de suas funções e perspectivas atuais.

Palavras-chave: Escola pública; Revolução Francesa; Luta de classes.

A LUTA CONTRA O EUROCENTRISMO DEVERIA INTERESSAR AOS

EDUCADORES MARXISTAS?

Alessandro de Melo – PPGE/UNICENTRO

Alysson Eduardo de Carvalho Aquino – PPGTE/UTFPR

Este artigo, de discussão bibliográfica, aborda a necessidade dos educadores marxistas

questionarem os fundamentos eurocêntricos de seus projetos educativos. O objeto de análise

é a chamada Pedagogia Histórico-Crítica – PHC, cujo conteúdo é permeado de elementos

eurocêntricos, dentre os quais podemos destacar dois: a adoção da estratégia da revolução

mundial e a centralidade da ciência moderna. Para a PHC, a ciência moderna é o

“conhecimento mais avançado” produzido pela humanidade e que deve ser socializado pela

escola, desconhecendo ou desconsiderando a vinculação deste conhecimento com o processo

colonizador e as influências de outras culturas na produção deste arcabouço ocidental. A

estratégia de revolução mundial adotada por esta teoria pedagógica é outro problema porque,

de fato, não considera as formas de luta já existentes em nosso continente, que já sinalizam

com outras possibilidades de emancipação. Pleiteia-se a formulação de uma pedagogia

crítica não eurocêntrica, que de fato formule projetos emancipatórios desde uma perspectiva

contextualizada com a genealogia histórico-social latino-americana, o que necessita nova

formulação teórico-pedagógica das esquerdas marxistas.

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GT 5

Sala 55

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GT 5A - Trabalho, Economia e Sociedade

SALA 55 - Dia 24/05 – 14 horas

CRISE, TRABALHO E A DEMONIZAÇÃO DO GOVERNO PT PELOS

NEOPENTECOSTAIS.

Otávio Barduzzi Rodrigues da Costa

[email protected]

CNPq

Resumo:

Este artigo visa analisar os discursos midiáticos e relatos de história oral, que expressam a

impressão existente entre os neopentecostais que os governos Lula e Dilma no Brasil têm

uma finalidade mítica – religiosa demoníaca e que ambos os governos estariam ligados

misticamente a entidade representativa do mal satânica. Utilizando da historia oral e

antropologia interpretativa de Geertz, vamos mostrar que a maioria dos crentes pensa que a

ascensão desses governos no Brasil, nos últimos 13 anos, seriam indícios de sua crença em

um apocalipse próximo. Isso se deve à ascensão da teologia da prosperidade que tem claras

ligações com a expansão do neoliberalismo. Aliado a isso a crise do trabalho tem

demonstrado queda de receitas de dizimo na igreja e as lideranças dessas tem que achar um

culpado. Um culpado nacional, que está em posição de governo é o alvo mais provável já

que muita dessas igrejas também tem ligações intrínsecas com o aparato midiático que

também tem atacado esses governos. Quer mostrar nesse trabalho os relatos e as crenças dos

fieis e pastores bem como traçar os motivos e consequências para a política e universo

religioso nacional.

O CENÁRIO DE CRISE DO NEODESENVOLVIMENTISMO E DO NEOPOPULISMO E

SEUS REFLEXOS NOS RUMOS DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: O CASO DO

PRONATEC

Ricardo Afonso Ferreira de Vasconcelos.

Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia (PPGTE).

Docente do Instituto Federal do Pará (IFPA)-Campus Belém.

[email protected]

Mário Lopes Amorim.

Doutor em Educação pela USP. Docente do PPGTE-UTFPR.

[email protected]

Resumo

O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) foi criado em

2011 com o objetivo de expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação

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profissional e tecnológica no país, na esteira de uma conjuntura econômica marcada pela

expansão do emprego e retomada do crescimento econômico ocorridas durante os governos

neopopulistas/neodesenvolvimentistas de Lula (2003-2010) e inserida numa lógica de

atendimento às demandas de um suposto “apagão” de mão de obra qualificada. Isto posto,

este artigo pretende analisar aspectos da crise do neodesenvolvimentismo/neopopulismo no

governo Dilma (2011-2014) e seus reflexos sobre os rumos da política de educação

profissional, especialmente no caso do PRONATEC, utilizando-se para tanto de

pressupostos e paradigmas do método dialético-materialista e as reflexões teóricas de

autores das áreas da economia, ciência política, sociologia e educação profissional, tais

como, Bresser-Pereira, Reynaldo Gonçalves, André Singer, David Maciel, Giovanni Alves e

Gaudêncio Frigotto.

-Palavras-chave: Neodesenvolvimentismo; Neopopulismo; PRONATEC.

A ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO NO SÉCULO XXI: UMA

REFLEXÃO A RESPEITO DE SEU PAPEL COMO FONTE DE DIREITO

TRABALHISTA EM FACE À ASCENSÃO DE NOVOS ATORES

Laura Pimentel Barbosa

[email protected]

RESUMO

Fundada em 1919, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) é uma das mais antigas

Instituições Internacionais ainda em atuação. Sua fundação foi o resultado das demandas das

classes trabalhadoras dos países europeus que desde o século XIX reivindicaram pela

regularização das leis trabalhistas para promover a sua dignidade e segurança. A OIT,

portanto, foi organizada de forma tripartite, para garantir a representação das organizações

trabalhistas ao mesmo patamar que a dos empregadores durante os processos de negociação

e elaboração de diretrizes e Convenções. Nesse sentido, a OIT foi importante para a

harmonização dos direitos trabalhistas ao redor do mundo. A partir de suas indicações e

princípios, as legislações trabalhistas de diversos países foram, de certo modo, padronizadas.

Contudo, a partir do final do século XX, o papel da OIT como fonte de direito trabalhista

internacional passa a decrescer em relação à crescente influência de outras organizações,

geridas por outros atores. A partir dessas constatações, esse trabalho pretende desenvolver

uma reflexão a respeito das razões pelas quais a OIT perde a sua centralidade, e quais as

possíveis consequências para as legislações trabalhistas no século XXI.

Palavras-chave: Organização Internacional do Trabalho, organizações internacionais, Direito

Internacional, Relações Internacionais.

NAS FÍMBRIAS DO SISTEMA: AS OFICINAS DE TRABALHO INFORMAL DO

CENTRO COMUNITÁRIO “NOVA MARÍLIA” (SP).

BERTO, Vanessa de Faria. Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília.

[email protected]

A proposta deste trabalho, defendido e aprovado em Dissertação de Mestrado, é o

conhecimento dos papéis históricos das trabalhadoras de oficinas comunitárias que

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compunham o quadro de membros do Centro Comunitário Nova Marília (SP). Através de

intensa pesquisa etnográfica, pôde-se perceber que tais mulheres eram as principais

provedoras de suas famílias, vivendo precariamente do trabalho informal e temporário, em

atividades malvistas, equilibrando-se na linha tênue entre miséria e parca sobrevivência,

tentando oferecer alguma perspectiva de futuro a seus filhos, engajando-se em movimentos

locais de reivindicação de melhorias para sua comunidade (movimentos cuja organização se

estabeleceu e se manteve, em grande parte, por conta do esforço delas). Vale ressaltar que o

destaque dado ao Centro Comunitário do bairro justifica-se por ser o principal meio de se

fazer reivindicações políticas, já que o lugar era frequentemente visitado por candidatos e

políticos locais, que ali se apresentavam durante campanhas ou vinham prestar contas de

seus mandatos. Por fim, era o Centro Comunitário seu ponto de encontro por excelência; é

ali que elas trabalhavam, faziam suas festas, rezavam seus cultos, promoviam campanhas de

benfeitoria pública e, por vezes, durante esse processo chamado vida, conquistavam alguns

direitos.

AUTOMAÇÃO E TRABALHO: UMA ANÁLISE A PARTIR DA CRÍTICA DA

ECONOMIA POLÍTICA DE MARX

Isabela Cavalca Lucio Machado

[email protected]

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Geraldo Augusto Pinto

[email protected]

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

RESUMO

Propõe-se analisar nesta comunicação o tema da automação e sua relação com o trabalho

humano. Mais especificamente, buscar-se-á demonstrar que, em sua forma moderna e

contemporânea, a automação é um fenômeno não apenas tecnológico, mas social e

econômico – portanto, também político –, cujo desenvolvimento tem respondido às

necessidades de exploração do trabalho humano sob o avanço da industrialização no modo

de produção capitalista. Partindo-se da análise de Karl Marx em “O capital: crítica da

economia política”, complementada por outros estudos, o objetivo é perfazer a trajetória da

argumentação do autor nessa obra, demonstrando o papel fundante do trabalho na formação

do gênero humano e as consequências de sua redução à mera condição de força de trabalho

assalariada, fornecedora de mais-valor, processo este que foi consolidado pela fábrica

automatizada, tal qual a conhecemos hoje.

Palavras-chave: Automação, Trabalho, Industrialização, Karl Marx.

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A LEGALIDADE DO DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS NO

SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO

Ana Cláudia dos Santos Rocha

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, campus Três Lagoas/MS –

[email protected]

Ikaro Eduardo Seolin

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, campus Três Lagoas/MS –

[email protected]

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo analisar e elucidar o implemento do direito de greve

dos servidores públicos no direito brasileiro através da Constituição Federal de 1988 até a

atualidade. Também será explorada a sua correlação com a Convenção nº 151 e a

Recomendação nº 159 da Organização Internacional do Trabalho na Administração

Pública, firmada em 1978. Neste contexto, defende-se a relevância do movimento

paredista no sentido de obter melhores condições no ambiente laboral, visto que não há

Lei Complementar que regula o direito ao exercício de greve na administração pública.

Portanto, por meio de pesquisa descritiva e explicativa, busca-se perquirir o exercício de

um direito constitucionalmente previsto no ordenamento jurídico pátrio. Por fim,

utilizando-se do método dedutivo, o estudo será embasado na legislação laboral brasileira,

bem como em estudos bibliográfico e jurisprudencial que estipula o devido exercício do

direito de greve, relacionando tanto o Direito do Trabalho quanto o Direito

Administrativo.

CRISE E NEOLIBERALISMO: O FORTALECIMENTO DA MACROECONOMIA

PERVERSA NO BRASIL E SEUS REFLEXOS NA ESTRUTURA ECONÔMICA

NACIONAL DE FHC À LULA.

VAZ, V. R. C. Pós-Graduação Unesp Marília

[email protected]

Resumo:

Com o fim da “primeira década perdida”, o Brasil estava com sua economia estagnada, com

um enorme endividamento e sem perspectiva de retomada do crescimento. A convicção das

lideranças políticas como Fernando Henrique Cardoso era seguir as recomendações

econômicas ortodoxas propostas pelos países centrais. Contudo, o que ocorreu foi, ao invés

do retorno ao crescimento, o aumento da vulnerabilidade externa, o descontrole da dívida, a

diminuição do Estado e das forças produtivas nacionais. FHC, o homem que consolidou o

neoliberalismo enquanto hegemonia no país, abriu a economia brasileira e destruiu o sonho

desenvolvimentista de consolidar um projeto de nação. Passado seus oito anos de governo, a

classe trabalhadora deposita sua confiança em Lula que, nascido em berço sindical, se

coloca contrário ao projeto neoliberal de desenvolvimento e da macroeconomia ortodoxa.

Apesar disto, é possível relatar em seu primeiro mandato uma relativa continuidade nas

políticas de FHC. Dentre as justificativas para este fenômeno estão as de que Lula recebeu o

país com uma “herança maldita”, ou da impossibilidade de romper com o “modelo Liberal

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Periférico”. A proposta aqui levantada se constitui na análise do projeto econômico da época

e a possível tentativa de rompimento com o neoliberalismo no primeiro mandato de Lula

(2003-2006).

TRABALHO DECENTE, RELAÇÕES DE PODER E VISIBILIDADES DOS AGENTES

SOCIAIS NO MATO GROSSO DO SUL, NO PERÍODO DE 2010 A 2015

Dra Dolores P. Ribeiro Coutinho

Universidade Católica Dom Bosco-UCDB

[email protected]

Dr José Carlos Taveira

Universidade Católica Dom Bosco-UCDB

[email protected]

Dr Josemar de Campos Maciel

Universidade Católica Dom Bosco-UCDB

[email protected]

Ms Ricardo Souza Pereira

Universidade Católica Dom Bosco-UCDB

[email protected]

Dr Milton Pasquotto Mariani

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul-UFMS

[email protected]

Esp. Diego André Santana

Instituto Federal de Mato Grosso do Sul-IFMS

[email protected]

Resumo:

A investigação que se desenvolve pelos pesquisadores vinculados ao Grupo de Pesquisa

Trabalho, desenvolvimento e inclusão social, objetiva categorizar de forma exploratória, por

intermédio da atuação do Ministério Público do Trabalho-MPT da 24ª Região-MS as

violações coletivas aos princípios do Trabalho Decente, as relações de poder existentes e as

(in)visibilidades dos agentes sociais envolvidos no desenvolvimento do Estado do Mato

Grosso do Sul, no período de 2010 a 2015. Trata-se de pesquisa quantitativa e qualitativa,

por meio do método indutivo e abordagem interdisciplinar com uso de procedimentos de

coleta e análise de dados, que propiciam não apenas o conhecimento e a interpretação da

realidade vivenciada pelos agentes sociais, mas a dinâmica das relações de forças contidas

nas permanências e transformações da estrutura social, estáveis ou inéditas, conjunturais ou

estruturais, como fenômenos sociais bilaterais na medida em que são relacionadas. Assim

sendo, a vida em sociedade poderá revelar condutas simbólicas que perpassam a maneira

como se constrói a relação entre o indivíduo e a sociedade e entre os socii, contribuindo para

implementação de políticas públicas e o Desenvolvimento Local includente.

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Palavras-chave: Desenvolvimento Local. Invisibilidades. Relações de Poder. Trabalho

Decente.

INFORMALIDADE NO SETOR CALÇADISTA BRASILEIRO: UM ESTUDO

COMPARADO ENTRE TRÊS MUNICÍPIOS

Luís Henrique Silva Ferreira

(Doutorando em Ciências Sociais – Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais –

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUCMINAS) [email protected]

André Junqueira Caetano

(Ph. D. em Sociologia. Professor Adjunto IV– Programa de Pós-graduação em Ciências

Sociais – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUCMINAS)

Resumo: O setor calçadista brasileiro é um importante ramo da indústria de transformação,

ocupando, de acordo com o Censo de 2010, cerca de 470.000 de trabalhadores. O objetivo

deste trabalho é analisar a evolução dos mercados de trabalho do setor calçadista de três

municípios brasileiros, localizados em diferentes regiões do território nacional, a partir de

uma perspectiva comparativa. Os municípios selecionados foram Nova Serrana em Minas

Gerais, Sapiranga no Rio Grande do Sul e Camocim no Ceará. A metodologia utilizada foi

de ordem quantitativa, a partir da análise dos dados das amostras dos Censos Demográficos

dos anos 2000 e 2010, a partir das variáveis de trabalho. Os principais resultados

encontrados dão conta que, em Nova Serrana, houve crescimento dos postos de trabalho,

redução da informalidade, aumento da participação feminina e destacada participação de

migrantes em ambos os anos. Em Sapiranga, percebeu-se aumento da informalidade,

redução nos postos de trabalho, aliados ao aumento da participação feminina e pouca

migração. Em Camocim, a indústria de calçados possui pouca representatividade nos anos

estudados.

AS RELAÇÕES DE TRABALHO X ESPAÇOS DE NEGOCIAÇÃO DOS ASSISTENTES

SOCIAIS NA POLÍTICA DE ASSISTENCIA SOCIAL DA REGIÃO DE

PARANAVAÍ/PR

Priscila Semzezem, docente da UNESPAR - campus Paranavaí/PR;

[email protected]

Thaís Gaspar Mendes da Silva

Doutoranda em Serviço Social pela

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

(UNESP) - campus Franca/SP

e docente da UNESPAR - campus Paranavaí/PR.

Juliana Carolina Jorge

discente do curso de Serviço Social da UNESPAR - campus Paranavaí/PR.

Fundação Araucária.

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Nathália da Silva Araújo

discente do curso de Serviço Social da UNESPAR - campus Paranavaí.

Fundação Araucária.

Resumo

Este trabalho tem como objetivo apresentar um panorama da região de Paranavaí/PR no que

tange as relações de trabalho X espaços de negociação dos assistentes sociais inseridos na

política de assistência social. Constitui-se como parte de duas pesquisas em andamento

desenvolvidas por docentes e discentes da UNESPAR que tratam sobre a organização dos

serviços socioassistenciais; relações e condições de trabalho dos assistentes sociais inseridos

na assistência social. As pesquisas têm por universo os 29 municípios de abrangência do

Escritório Regional (ER) de Paranavaí - Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social

do Estado do Paraná (SEDES). Trata-se de pesquisa de campo, de natureza quali-

quantitativa, que teve como instrumento de coleta de dados, a aplicação de questionário com

perguntas fechadas aos assistentes sociais inseridos nos serviços socioassistenciais de

abrangência do ER de Paranavaí. Dos 29 municípios, obteve-se a devolutiva de 17. O

caminho reflexivo vem se desenvolvendo pela sistematização dos dados das pesquisas e o

diálogo entre autores que discutem as temáticas: trabalho, a precarização das relações e

condições de trabalho e o trabalho do assistente social, pautados em uma concepção crítica.

METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS PARA O FORTALECIMENTO DA

AUTONOMIA DOS EMPREENDIMENTOS DE CATADORES DE MATERIAIS

RECICLÁVEIS

Ana Maria Rodrigues de Carvalho

Unesp Assis

Docente no curso de Psicologia

Coordenadora da Incubadora de Cooperativas Populares

[email protected]

Felipe Leonardo dos Santos

Unesp Assis

Graduado em Psicologia

Bolsista de apoio técnico na Incubadora de Cooperativas Populares da Unesp Assis

[email protected]

Pâmela Massoni Bardella Oliveira

Unesp Assis

Graduada em Psicologia

Bolsista de apoio técnico na Incubadora de Cooperativas Populares da Unesp Assis

[email protected]

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Resumo:

Em 2013, a Incubadora de Cooperativas Populares da Unesp Assis respondeu ao edital

MCTI/SECIS/MTE/SENAES/CNPq N°89/2013, propondo a execução do projeto

“Sistematização de uma Metodologia de Incubação Fortalecedora do Desenvolvimento e da

Autonomia de Grupos Populares”, objetivando validar, sistematizar e socializar a aplicação

de uma ferramenta de diagnóstico participativo em empreendimentos de catadores de

materiais recicláveis. Neste trabalho buscamos problematizar algumas propostas de

metodologias que promovam a construção participativa e inclusiva de saberes,

contrariamente aos modelos de pesquisa científica tradicionais. Destacamos a prática da

Educação Popular como condição sine qua non para viabilizar a utilização de metodologias

como a pesquisa participante, de modo que os catadores possam ser protagonistas nos

processos de trabalho em seus empreendimentos. Para isso, adotamos o referencial teórico

crítico derivado da Teoria da Práxis, de metodologias participativas, dos princípios da

Economia Solidária, do Cooperativismo e da Educação Popular. O projeto com duração de

dois anos encontra-se em fase final de execução.

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GT 7A

Sala 61

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GT 7A - Trabalho e Saúde do Trabalhador

SALA 61 – 24/05 – 14 horas

TRABALHO E ADOECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE: UMA ANÁLISE

DIALÉTICA DESSA RELAÇÃO

Roberta Peixoto Nogueira

Universidade Federal de Uberlândia

Ailton Souza Aragão

Universidade Federal do Triângulo Mineiro

[email protected]

O trabalho tem sua relevância na explicação das muitas formas de sociabilidade humana; na

produção do ser-estar no mundo. Contudo, em sua historicidade, constata-se a reprodução

estrutural de condições causadora de impactos no processo saúde-doença coletivos,

conferindo, assim, um duplo papel. Logo, intimidade da relação homem-trabalho que

adquire complementaridade dialética. Movimento paradoxal identificado na produção do

adoecimento dos trabalhadores do setor saúde cujas relações são mediadas pela ótica (ética)

do cuidado. Trata-se de estudo de revisão de literatura realizada em bases indexadas

norteada pelos termos de busca “trabalho”,“adoecimento” e “profissionais da saúde”. O

adoecimento “no” e “pelo” trabalho têm sido uma constante, com implicações individuais e

coletivas; quando debruçamos sobre os profissionais da saúde verificam-se as contradições

entre os processos de trabalhos institucionais e a realização pessoal que impactam no

cuidado dos pacientes. Urge aprofundar a investigação dos condicionantes envolvidos nos

processos e relações de trabalho em geral, no qual se inscrevem os profissionais da saúde,

vislumbrando possibilidades de crítica e de superação dos elementos produtores do

adoecimento.

O ASSÉDIO MORAL E SUAS IMPLICAÇÕES NA AUTONOMIA DO PROFISSIONAL

DE SERVIÇO SOCIAL

Marcela Cristina Chaddad

[email protected]

Drª Maria Virginia Righetti Fernandes Camilo Professora

Resumo:

A trajetória histórica de construção do Serviço Social tem um recorte de gênero: uma

categoria predominantemente feminina. No Brasil, o quadro de mulheres compõe 90% do

conjunto de profissionais. O assistente social, se associando à figura da mulher, sofre a

discriminação social no mercado de trabalho. O estudou abordou a relação: assédio moral e

exercício profissional do Serviço Social – tendo o assédio moral como uma forma de

violência no trabalho da mulher. Analisou o assédio moral vivenciado pelos assistentes

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sociais em sua inserção institucional, a partir das condições técnicas e éticas de trabalho,

analisando-o à luz da relação capital /trabalho. Pressupôs o processo de exploração do

trabalho, tendo a categoria trabalho como direito humano fundamental. A construção do

objeto da pesquisa partiu das reflexões do processo de exploração de trabalho, na análise

conjuntural e estrutural da precarização das condições e relações de trabalho. Utilizou-se da

pesquisa bibliográfica e de campo, baseando-se na abordagem qualitativa. Os resultados

apontaram relações de assédio moral, as quais foram identificadas, pelos participantes, como

fenômeno particular em detrimento da causalidade intrínseca à relação capital/trabalho e de

seu fenômeno coletivo, o qual atinge a classe trabalhadora, com recorte a grupos

vulneráveis, violando direito humano.

A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO E OS REFLEXOS NA SAÚDE DOS

TRABALHADORES DE UM SERVIÇO PÚBLICO DE SAÚDE MENTAL

Yasmin Livia Queiroz & Vera Lucia Navarro

[email protected]

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto,

FFCLRP-USP

As mudanças ocorridas no mundo do trabalho nas últimas décadas atingiram os

trabalhadores de diferentes setores da economia, os trabalhadores da saúde não ficaram

imunes a tais mudanças que, em geral, intensificaram, desvalorizaram e precarizaram o

trabalho. Nesse sentido, há que se considerar as transformações ocorridas no mundo do

trabalho e especialmente os movimentos de reforma do setor da saúde, que promoveram

mudanças tanto na gestão quanto na organização dos processos de trabalho em saúde e em

saúde mental. Esta pesquisa que encontra-se em andamento trata do trabalho de profissionais

da área de saúde mental e tem por objetivo principal investigar a relação entre o trabalho e a

saúde daqueles profissionais. Está sendo desenvolvida com trabalhadores do Centro de

Atenção Psicossocial (CAPS) da cidade de Uberlândia do estado de Minas Gerais. A

pesquisa de cunho qualitativo tem seu embasamento teórico e metodológico fundado no

materialismo histórico-dialético. A análise preliminar dos dados permitiu identificar

precárias condições de trabalho, altos índices de estresse e esgotamento emocional entre os

trabalhadores; que os mesmo estão submetidos a longas jornadas de trabalho; baixos salários

e que a falta de infraestrutura da instituição dificulta o trabalho, trazendo insegurança e

ansiedade.

Palavras-chave: Profissionais de Saúde. Saúde Mental. Trabalho e Saúde

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SAÚDE MENTAL E TRABALHO: SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS PELA EQUIPE DA

SAÚDE DA FAMÍLIA AO ADOECIMENTO DOS USUÁRIOS

Maria Madalena Lazari Kawashima

Faculdades Integradas de Jaú

[email protected]

Foi investigado os significados atribuídos por uma equipe de saúde da família quanto aos

problemas de saúde mental dos usuários e sua relação com o trabalho em uma cidade de

porte médio do estado de São Paulo com todos os trabalhadores das várias categorias de uma

equipe da Estratégia da Saúde da Família. A coleta de dados realizada por meio de

entrevistas individuais com um roteiro semi-estruturado e analisados segundo a abordagem

sócio-histórica, através da elaboração de núcleos de significação de acordo com o método

explicativo de Vigotski. Os resultados revelaram: A identificação dos transtornos de saúde

mental é facilitada pela proximidade da equipe com a comunidade; A equipe faz nexo entre

o adoecimento mental e o trabalho nas instituições, ao associar a organização de trabalho

corroído pela pressão, intensificação, exploração, assédio moral, e indiretamente quando o

sofrimento físico e o desemprego levam ao adoecimento mental. O trabalho para equipe

significa sobrevivência e adoecimento para o usuário trabalhador, entretanto a organização

do trabalho da equipe é influenciada pelas políticas públicas e a precarização de seu

trabalho, restringindo a atuação em saúde do trabalhador às ações pontuais, desconectas de

uma rede mais ampla de atuação.

OS AGENTES DE RISCO OCUPACIONAL: SUAS INFLUÊNCIAS NA

PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO DE MOTORISTA E COBRADOR, DO GÊNERO

FEMININO, NO TRANSPORTE COLETIVO URBANO DE UBERLÂNDIA-MG

Sueli Matos Souza Chagas

[email protected]

RESUMO

O nexo entre trabalho e saúde é uma área de estudos desde Hipócrates (400 a.C.), precursor

da medicina, continuando com Ramazzihi (1633-1714), precursor da medicina do trabalho.

A inserção laboral da mulher, no transporte coletivo, em Uberlândia (MG), e as doenças

relacionadas à precarização do trabalho são temática deste estudo. Por isso, o objetivo geral

deste estudo é elaborar um Diagnóstico de Situação de Saúde dos motoristas/cobradores do

gênero feminino. A metodologia empregada será pesquisa bibliográfica exploratória, com

levantamento de dados quantitativos da amostra, coletados no Centro de Referência em

Saúde do Trabalhador (CEREST-UDI) e SINAN NET no período de 2012 a 2015; análise

dos dados e a relação dos mesmos com os referenciais teóricos pertinentes.

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Palavras-chave: Precarização do trabalho. Saúde do Trabalhador. Trabalho feminino.

Transporte coletivo.

PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL DO INSS: UMA ANÁLISE DA

REALIDADE DA GERÊNCIA EXECUTIVA DE MARINGÁ/PR NO ANO DE 2015

Christiane Karla Spielmann (autora)

[email protected]

Flávia Xavier de Carvalho (co-autora)

Doutoranda em Ciências Sociais Aplicadas – UEPG

[email protected]

Resumo:

Para os trabalhadores que necessitem de habilitação e reabilitação profissional no Brasil,

existem medidas de proteção social que dão espaço a políticas de (re)inserção. O Ministério

do Trabalho e Previdência Social por meio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)

tem por obrigatoriedade contribuir para o retorno dos trabalhadores ao mercado de trabalho.

Nesta perspectiva o objeto de estudo proposto é uma análise quantitativa e qualitativa do

Programa de Reabilitação Profissional na Gerência Executiva do INSS de Maringá-Pr, no

ano de 2015. As considerações aqui desenvolvidas são frutos de pesquisas bibliográfica e

documental. O artigo objetivou apresentar indicadores estatísticos sobre a Reabilitação

Profissional na região noroeste do Paraná, bem como dialogar cientificamente com a

realidade social dos municípios. Oportuno ressaltar que as análises teórico metodológicas

foram construídas a luz do referencial histórico crítico. Destaca-se como categorias

analíticas, o Trabalho e a Reabilitação Profissional. Em síntese o artigo tece discussões

contemporâneas acerca do programa e, consequentemente do mundo do trabalho, buscamos

evidenciar e interpretar a cena capitalista que os trabalhadores "reabilitados" estão

envolvidos. Conclui-se que novos estudos que compreendem os processos de trabalho são

necessários, assim como a construção de práticas que sugiram mudanças na forma como o

trabalho é organizado.

UM OLHAR SOBRE O PROCESSO SAÚDE–DOENÇA DO DOCENTE DE

UNIVERSIDADE PÚBLICA

Abadia de Fátima Rosa Macedo

Universidade Federal de Uberlândia-MG

[email protected]

Profª Drª Lucianne Sant’Anna de Menezes

Universidade Federal de Uberlândia-MG

[email protected]

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O presente trabalho traz aspectos da pesquisa, em desenvolvimento desde 2015 no Mestrado

em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, da Universidade Federal de Uberlândia-MG,

sobre o processo saúde-doença (Asa Cristina Laurell e Edith Seligmann-Silva), no contexto

da docência em universidade pública, tendo em vista o aumento do número de professores

que têm procurado o Setor de Atendimento à Saúde da UFU. Trata-se de um estudo na

interface dos campos da psicodinâmica do trabalho, da saúde do trabalhador e da sociologia

do trabalho (Ricardo Antunes), em que o objetivo geral é examinar como a teoria de Dejours

poderia colaborar na compreensão do processo saúde-doença do professor de universidade

pública; o objetivo principal é investigar as condições de trabalho que podem gerar

sofrimento docente, procurando sistematizar um conhecimento que colabore no

planejamento de ações para o Setor que visem à saúde do professor da UFU. Os resultados

parciais (Leda G. Freitas e Ana M. Mendes) mostram que o sofrimento é fruto da complexa

relação entre a burocratização do ensino e os discentes, a desvalorização social do ofício e as

novas configurações da organização do trabalho que tendem a precarização do trabalho

docente.

A INEFICÁCIA DAS LEIS PARA A RETIRADA DO TRABALHADOR DO LOCAL

INSALUBRE E PERIGOSO

Flávio José Alves

[email protected]

Universidade de Marília-UNIMAR

RESUMO:

O local de trabalho insalubre é caracterizado pela presença de agentes químicos, físicos ou

biológicos que causam males à saúde; já os agentes que caracterizam o local de trabalho

como perigoso são os inflamáveis, explosivos, energia elétrica, roubos ou outras espécies de

violência física nas atividades profissionais ou patrimoniais, causando risco de vida. Porém,

o trabalhador exposto a um local de trabalho insalubre e ao mesmo tempo perigoso deverá,

conforme legislação atual, escolher pela percepção de apenas um dos adicionais. A presente

pesquisa bibliográfica objetiva refletir sobre a atual situação do trabalhador exposto a dois

ou mais causadores de danos à saúde no trabalho e levantar possíveis soluções para retirar o

trabalhador do local que degrade a sua saúde, proporcionando assim uma prestação de

serviço mais digna. Temos como hipótese que a falta de Leis que levem o empregador a

retirar esses causadores de doenças dos locais de trabalho e o não pagamento de forma

cumulada dos adicionais contribui para a continuidade da situação degradante, pois para o

empregador é mais rentável pagar por um adicional do que retirá-lo do local de trabalho.

Nossa sociedade capitalista, que tem como finalidade maior o lucro, como coloca Marx,

preza pelo acumulo de riquezas e faz com que o operário seja ignorado dentro do processo

de produção.

Palavras-chave: Insalubridade. Periculosidade. Saúde do Trabalhador.

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GT 8A

Sala 58

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GT 8A - Trabalho, Tecnologia e Reestruturação Produtiva

SALA 58 – 24/05 – 14 horas

IMPACTOS DA TECNOLOGIA A PARTIR DA REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA

SOBRE O MUNDO DO TRABALHO

Alessandra Aparecida Franco

Universidade Federal de Uberlândia

[email protected]

Cleide Francisca de Souza Tano

Universidade Federal de Uberlândia

[email protected]

Resumo:

Alterações ocorridas no setor produtivo com o avanço tecnológico tem impactado

significativamente a geração de emprego e inserção profissional de trabalhadores no

mercado de trabalho. Isso porque, segundo Hobsbawm (1995), a reestruturação produtiva

priorizou o desenvolvimento econômico em detrimento do desenvolvimento social e

ambiental. Os novos modos de produção segundo Hirata (2013) passaram a exigir cada vez

mais do trabalhador uma busca constante por conhecimento e qualificação. Com uma

perspectiva epistemológica materialista histórica, este artigo apresenta como objeto de

estudo, os impactos do avanço tecnológico e da reestruturação produtiva ocorrida no século

XX sobre o mundo do trabalho. A base teórica da pesquisa bibliográfica fundamenta-se nas

obras de Marx, Engel, Hobsbawm e Hirata, e a documental nas ações do Estado no sentido

de alinhar desenvolvimento e política de aperfeiçoamento dos processos produtivos e

inserção profissional, via expansão da educação tecnológica e profissionalizante. Os

resultados nos remetem a reflexões sobre o tema permitindo inferir considerações sobre o

mundo do trabalho contemporâneo e sobre o papel do Estado. Do mesmo modo desperta

novos olhares acerca desta temática.

A MECANIZAÇÃO DO CORTE DA CANA EM ALAGOAS E O SEU IMPACTO

SOBRE OS TRABALHADORES CANAVIEIROS LOCAIS

João Paulo Santos

[email protected]

Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas

O objetivo desse trabalho é demonstrar como as transformações ocorridas nos últimos dez

anos (2005-15) na agroindústria sucroalcooleira alagoana modificaram as relações de

trabalho e emprego no tocante ao aumento da precariedade e da instabilidade,

principalmente após a implantação do sistema de corte mecanizado. Neste sentido, faz-se

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necessário observar, não apenas a nova morfologia que se desenha nos canaviais a partir do

processo de mecanização, mas, buscar apreender os objetivos do capital agroindustrial

sucroalcooleiro em abraçar uma tendência até então conhecida nos canaviais do sudeste do

país, que nos faz questionar quais as razões do descompasso de Alagoas se comparado com

outros estados produtores. Assim, consideramos neste estudo, o trabalhador canavieiro

assalariado, precarizado e flexibilizado pelas atuais relações de trabalho dessa agroindústria.

Com contratos de trabalho por tempo determinado, o safrista/temporário, submetidos a uma

atividade de caráter sazonal como a do corte da cana. Instrumentalizamos o trabalho sobre a

ótica das categorias marxianas, somado a um conjunto de métodos qualitativos e

quantitativos, primários e secundários.

A REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA DO CAPITAL NO BRASIL SOB A ORDEM

NEOLIBERAL: A DEGRADAÇÃO DA SUBJETIVIDADE DO TRABALHADOR

TERCEIRIZADO

Sandra Oliveira Mayer Barros

[email protected]

Universidade Federal de São Carlos

RESUMO

Após os “trinta anos gloriosos” (1945 a 1975) e a derrocada do Estado de Bem-Estar Social,

o capitalismo tinha urgência em retomar suas taxas de lucro. Com a exploração máxima do

trabalhador e a flexibilização das regras e relações de trabalho, a terceirização da mão de

obra surgiu como promessa para a redução de gastos privados e públicos e eficiência

produtiva em tempos globalizados e concorrenciais. Esta conjuntura teve grandes reflexos

no mundo todo e a fim de captar e discorrer sobre influência no Brasil, esta pesquisa tem

como objetivo promover uma análise teórica do avanço e da degradação da subjetividade

que é promovida pelo crescimento da terceirização sob os auspícios da ordem neoliberal.

Para tanto, a investigação foi orientada pelos referenciais que dialogam sobre as temáticas da

reestruturação produtiva do capital através do fordismo e após, da captura da subjetividade

traçada pelo regime de acumulação flexível. Denota-se ao final que o regime de acumulação

flexível e o modelo de desenvolvimento de cunho liberal são conflitantes com as políticas de

proteção sociais historicamente constituídos no Brasil, sendo urgente a ação dos atores

sociais para o estabelecimento de políticas de trabalho socialmente justas.

Palavras-chave: Terceirização, precarização da mão de obra, subjetividade, reestruturação

produtiva do capital.

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O TRABALHO NOS CANAVIAIS PAULISTA NO CONTEXTO DA

REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA

Maria Joseli Barreto

Doutoranda pelo Programa de Pós Graduação em Geografia da FCT/UNESP/Presidente

Prudente. Membro do Centro de Estudos de Geografia e Trabalho – CEGeT.

[email protected]

Antonio Thomaz Junior

Professor dos Cursos de Graduação e de Pós-Graduação em Geografia da

FCT/UNESP/Presidente Prudente. Coord. do Centro de Estudos de Geografia e Trabalho -

CEGeT.

[email protected]

Resumo: O processo de reestruturação que temos observado nos canaviais paulistas nos

últimos anos não ocorre de maneira isolada, mas situado no interior do processo geral de

mudanças, que atingiu amplamente o mundo do trabalho durante o século XX, marcado

pelo fordismo/taylorismo e, mais tarde, na virada do terceiro milênio, pela acumulação

flexível. Frente a esse cenário, buscaremos nesse texto apresentar algumas considerações

sobre o crescente processo de reestruturação produtiva posto no âmbito do capital

agroindustrial canavieiro, e os rebatimentos dessas mudanças para os trabalhadores e

trabalhadoras envolvidos no seu processo de produção. Em termos de procedimentos

metodológicos buscamos nos embasar em reflexões teóricas sobre a temática em questão,

análise de documentos que abordam as mudanças no processo produtivo da cana-de-açúcar,

análise de dados de fonte secundária e trabalhos de campos.

O NEOLIBERALISMO, A REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA E A FLEXIBILIZAÇÃO

DO TRABALHO NO BRASIL NOS ANOS 1990: EFEITOS E REPERCUSSÕES SOBRE

O TRABALHO E O EMPREGO.

Márcia Naiar Cerdote Pedroso

Universidade Federal de Santa Maria

[email protected]

Resumo:

As últimas décadas do Século XX trouxeram impactantes mudanças e transformações sobre

a economia, o trabalho e o emprego no Brasil. Com a crise do modelo desenvolvimentista, o

modelo político-ideológico neoliberal tornou-se hegemônico ao longo dos anos 1990. Nesse

contexto ocorreu um aprofundamento da reestruturação produtiva, com os modelos flexíveis

assumindo o caráter de paradigmas dominantes na produção e no trabalho. Nesse sentido,

tem-se como objetivo analisar a repercussão das estratégias de inovações produtivas sobre as

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condições do trabalho e do emprego ao longo do referido período. Para tanto, ampara-se no

método dialético para buscar a compreensão da totalidade histórica e das inter-relações entre

as transformações econômicas, sociais e políticas. As principais fontes utilizadas foram: as

pesquisas do Dieese e do IBGE, a base de dados do Banco Central do Brasil, a legislação

trabalhistas do período, ainda tendo como suporte uma ampla bibliografia sobre a temática.

Os principais resultados observados demonstraram aumentos do desemprego; evolução da

informalização das ocupações e declínio do segmento organizado do trabalho; flexibilização

da legislação trabalhista; aumentos da rotatividade e intensificação do trabalho; compressão

e corrosão do salário mínimo.

TRABALHO, CONHECIMENTO E REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA: OS

IMPACTOS SOBRE O PROFESSOR E SUA FORMAÇÃO

Rodrigo Roncato

Universidade Estadual de Goiás – FAPEG

[email protected]

Este artigo é um ensaio teórico, onde apresentamos uma discussão crítica referente ao

trabalho docente na contemporaneidade e sua relação com a estrutura produtiva do

capitalismo. O objetivo foi compreender como se caracteriza e se localiza o trabalho docente

na atualidade, e os aspectos que o conduziram a ser encarado como trabalho produtivo e de

extrema relevância pela economia global. A partir da compreensão sócio-histórica e política

dos fatos e acontecimentos, que produziram uma série de transformações no campo

econômico nas últimas três décadas, destacamos os valores e os interesses que passam a

reestruturar o modo de acumulação do capital, mencionando a importância dada ao

conhecimento e a informação neste processo. Tudo isso para identificar como a educação e,

consequentemente o professor, passam a ser também impactados. O texto está fundamentado

em referências que se vinculam ao pensamento materialista-dialético, e está organizado a

partir de categorias (Reestruturação produtiva; Trabalho imaterial; Trabalho produtivo;

Trabalho docente), que nos possibilitaram analisar como trabalho docente, subsumido aos

interesses de mercado, tem perdido sua dimensão humana e tornado progressivamente mais

proletarizado, alienado e controlado, uma vez que tem sido assumido como ação importante

para a manutenção dos interesses dominantes.

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O TRABALHO NA PECUÁRIA LEITEIRA EM CORUMBAÍBA (GO): OS DESAFIOS

DOS TRABALHADORES E DAS TRABALHADORAS NO CONTEXTO DA

REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA DO CAPITAL

Janãine Daniela Pimentel Lino Carneiro

Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Geografia (PPGeo/IESA/UFG)

[email protected]

A sociedade atual se caracteriza por uma série de mudanças na estruturação do capital e no

mundo do trabalho. A classe trabalhadora, formada por homens e mulheres, se torna cada

vez mais heterogênea, contraditória e complexa. Para compreendê-la é necessário se ater aos

diferentes elementos que a compõem, no geral e em suas especificidades. Nesse texto,

pretende-se refletir acerca dos desafios e enfrentamentos dos trabalhadores e das

trabalhadoras do campo que se dedicam à atividade leiteira em Corumbaíba (GO) - que se

caracteriza pela heterogeneidade. Tais sujeitos vivenciam as conquistas e os enfretamentos

do mercado de trabalho, experienciando as contradições entre a emancipação e a

precarização. As reflexões apresentadas foram construídas a partir de um referencial teórico

que aborda as temáticas: relação capital/trabalho, reestruturação produtiva e setor laticinista.

Ademais, são acrescidos dados secundários sobre os/as trabalhadores/as e sobre o trabalho

na pecuária leiteira, além da observação participante e das entrevistas realizadas com os/as

trabalhadores/as. Assim, espera-se contribuir para o entendimento do trabalho no campo em

Corumbaíba (GO), a partir da reestruturação produtiva, da tecnificação da produção, da

feminização do trabalho, da relação campo-cidade e das inúmeras contradições que

envolvem o seu cotidiano.

Palavras-chaves: Reestruturação produtiva; trabalho; pecuária leiteira.

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS SOBRE A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NA

SOCIEDADE CAPITALISTA

Autora: Danielle Neves dos Santos Regis

Universidade Estadual do Paraná-UNESPAR

Co-autor: Ubiratan Augusto Domingues Batista

Universidade Estadual do Paraná-UNESPAR

O presente trabalho faz parte de um estudo monográfico desenvolvido no curso de

Pedagogia, o qual tem por finalidade analisar a precarização do trabalho docente na

sociedade capitalista. Para que pudéssemos refletir sobre o objeto em questão analisamos

nesse artigo como se dá a organização do trabalho nas sociedades pré e capitalista, afim de

compreender os fatores que culminaram em sua transição. Este artigo divide-se dois

momentos. Inicialmente retratamos a estrutura organizacional do feudalismo a partir de

autores como Pereira e Gioia (2006), Hubermann (1987) e Marx (1994), visando discutir

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sobre a divisão de classes e os modos de produção pré-capitalista, como o artesanato e a

manufatura. Em seguida, apresentamos a consolidação do sistema econômico mundial atual,

que vivenciou transformações econômicas e sociais ocorridas na sociedade nos últimos três

séculos. Utilizamos como aporte teórico os estudos de Antunes (2007), Alves (2007) e

Braveman (1981) para compreender a estrutura e organização dos três importantes modelos

de organização do trabalho que emergiram nos séculos XIV e XX – o Fordismo, o

Taylorismo e o Toyotismo.

DO FORDISMO AO TOYOTISMO: A MERCADORIZAÇÃO DE UMA EMPRESA

PÚBLICA

César Alexandre dos Santos

UNESPAR – Universidade Estadual do Paraná

[email protected]

Este artigo é um resultado parcial de estudo de caso realizado numa empresa pública do

Setor Elétrico brasileiro que sofreu uma intensa “mercadorização” a partir da década de

2000 após a tentativa frustrada de sua privatização. Demonstraremos como esse processo foi

facilitado pela subordinação ideológica do Governo às demandas liberalizantes do mercado.

O estudo demonstra como a “nova” morfologia mundializada do capital, constituída no final

do século XX, influenciou todas empresas (públicas e privadas), afetando diretamente o

mundo do trabalho, flexibilizando processos de produção e levando a “substituição” do

modelo de organização fordista/taylorista tradicional, pelo toyotismo (modelo flexível).

Enfocaremos aspectos práticos da transição fordista para acumulação flexível no interior da

empresa, resultantes da reestruturação produtiva. Verificaremos as características que

permitem determinar o cariz “toyotista” da empresa e, como isso está alinhado ao

neoliberalismo vigente. Demonstraremos que, apesar de permanecer na condição de

“estatal”, a empresa assumiu uma gestão muito similar às companhias privadas. Ao final,

demonstraremos aspectos internos, como o “programa de qualidade”, que favoreceram a

“mercadorização” e a profunda transformação dos processos de produção e de trabalho na

empresa.

Palavras-chave: Capitalismo, mercadorização, fordismo, toyotismo, reestruturação

produtiva, empresa pública.

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GT 9A

Sala 60

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GT 9A – Trabalho e Teorias sociais

SALA 60 – 24/05 – 14 horas

EDUCAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO NA DÉCADA DE 1930 NO BRASIL

Eraldo Leme Batista

RESUMO

O Instituto de Organização Racional do Trabalho foi criado em 1931, centralizando as

discussões do projeto industrial para o país, bem como as discussões sobre as proposta para

a educação profissional, que deveria se pensada na perspectiva da formação de novo

trabalhador, para um indústria em processo de crescimento. Defendemos a tese de que este

instituto empresarial tornou-se também uma instituição educacional por excelência, pois

formulava, divulgava e defendia teses referentes à educação e educação profissional. Tese

fundamental para entendermos este período histórico e a questão da educação, pois a

historiografia até o presente momento, não considerava esta organização como sendo

educacional, mas apenas industrial o que deixava uma lacuna na historiografia, pois

escolanovistas como Lourenço Filho, Fernando Azevedo, Noemy Silveira e professores da

escola politécnica de São Paulo, foram fundadores do IDORT e articuladores do pensamento

educacional no interior desta instituição, contando com apoio e contribuição de Roberto

Mange, engenheiro e professor responsável pela elaboração de projetos voltados para a

formação de trabalhadores.

Palavras-chave: Educação profissional, racionalização, taylorismo.

TRABALHO: DIMENSÕES, SIGNIFICADOS E AMPLIAÇÃO DO CONCEITO

Viviane Nascimento Silva

Doutoranda e Mestre em Desenvolvimento Social / PPGDS / Unimontes.

Professora / Instituto Federal da Bahia – IFBA E-mail: [email protected]

Gilmar Ribeiro dos Santos

Doutor / Universidade Estadual de Minas Gerais - UFMG / Professor / Universidade

Estadual de Montes Claros – Unimontes / Brasil E-mail: [email protected]

Sarah Jane Alves Durães

Doutora / Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC SP / Professora /

Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes / Brasil E-mail: sj-

[email protected]

Resumo:

Este artigo objetiva a realização de reflexões teóricas em torno do significado e a função do

trabalho na sociedade. Uma visita aos clássicos sobretudo Emile Durkheim e Karl Marx,

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permite problematizar as conotações assumidas pelo trabalho, perpassando uma trajetória

histórica do trabalho até apontar algumas das contradições do modo de produção capitalista.

Ao elucidar aspectos da reestruturação produtiva traz à tona possibilidades de debate acerca

do processo de desconstrução e ampliação do próprio conceito de trabalho. A necessidade de

refletir sobre o trabalho é fundamental para compreender as modificações e contradições

assumidas enquanto categoria teórica e experiência prática no decorrer da história da

humanidade. Se a análise decorrer dos princípios relativos aos sistemas de produção e

reprodução da sociedade, certamente será possível perceber com maior clareza os motivos

que conduziram e conduzem às recorrentes transformações no mundo do trabalho. As

condições necessárias para exercer o trabalho ou demandadas a partir da sua realização

também se modificam de acordo com o contexto econômico, histórico, político, social e

cultural em que vivem os homens em sociedade.

TRABALHO E EDUCAÇÃO NA REPRODUÇÃO SOCIAL DO HOMEM

Vanderlei Amboni

[email protected]

Universidade Estadual do Paraná – Campus de Paranavaí

RESUMO

O presente artigo trata do trabalho e da educação como base ontológica do homem e seu

processo de reprodução social. Partimos do trabalho como princípio da vida humana que

nasce em meio à luta pela existência da vida, portanto, produto de sua autoatividade, mas

traz a educação como polo de reprodução social mediado pelo trabalho. A problemática do

estudo situa trabalho e educação como expressão do ser social materializado em homem que

necessita reproduzir sua condição social de homem, pois como ser vivo necessita comer,

beber, vestir-se, ter moradia etc, e isto se conquista pela transformação da natureza na

criação de produtos com valor de uso. Para esse fim, o estudo e análise do objeto trabalho e

educação tem como referência Marx, Engels e autores marxistas como Lukács, Fromm,

Frigotto, Saviani etc, onde buscar-se-á destacar as posições teóricas dos referidos autores

sobre a base material que funda o ser social, mas aprofundamos o estudo do ser social sob o

capitalismo.

Palavras-chave: Trabalho. Educação. Ser Social. Reprodução Social. Capitalismo.

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CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS SOBRE O TRABALHO E O TEMPO DISPONÍVEL

Marcela Andresa Semeghini Pereira

[email protected]

Resumo

Esta pesquisa faz uma análise teórica do tema trabalho e tempo disponível. Para

compreensão do ser social e de seu desenvolvimento a partir das formas anteriores, sua

articulação com estas, sua fundamentação nelas e a distinção em relação a elas, é essencial a

análise do trabalho. O trabalho funda o ser social e nele encontra a sua raiz, sendo uma

atividade teleológica, consciente e livre, mediadora do necessário e eterno intercâmbio

material com a natureza, pelo qual o homem produz bens, valor de uso que suprem

necessidades humanas, seja qual forma a natureza e a origem delas. Com o processo de

industrialização, não é apenas a combinação e o espírito coletivo do trabalho que se

transferem à máquina na grande indústria, mas que a própria capacidade produtiva do

trabalhador passa a ser substituída pela máquina, passagem essa somente possível pela

aplicação da ciência à produção, ciência essa que faz parte de uma atividade social que não é

trabalho produtivo. A riqueza vai deixando de ser criada pelo trabalho vivo e passa a ser

criada pelo trabalho morto. No movimento em que o capitalismo engendra sua dissolução,

graças à incrementação do processo produtivo em razão da ciência produzida no tempo de

não-trabalho, o tempo de trabalho deixa de ser a medida da riqueza que passa a ser o tempo

disponível que, além produzir ciência também produz, arte, socialibilidade, esportes, lazer.

Concluiu-se que a organização científica do trabalho não amplia o tempo disponível do

funcionário, embora haja a redução do tempo de trabalho necessário, há ampliação do

trabalho excedente e, também, este não se desliga quando está fora do tempo e do espaço de

trabalho. A orientação teórico-metodológica destes apontamentos compreendeu o

materialismo histórico dialético, estabelecendo uma conexão com o conhecimento teórico e

a realidade histórica objetiva.

Palavras-chave: Ser Social; Tempo Disponível; Trabalho.

CONSERVADORISMO LIBERAL E CLASSES MÉDIAS: UMA ANÁLISE DO “VEM

PRA RUA” E DO “MOVIMENTO BRASIL LIVRE”

Gustavo Casasanta Firmino

[email protected]

Resumo:

O presente artigo é resultado de uma pesquisa em andamento, e tem por objeto dois

movimentos sociais que ganharam bastante destaque na conjuntura política brasileira

recente: o “Vem Pra Rua” e o “Movimento Brasil Livre”. Tais movimentos adquiriram

notabilidade ao contribuírem para a organização de passeatas e marchas que reuniram

centenas de milhares de pessoas em várias das principais cidades do país, tendo como alvo

preferencial de seus protestos o Governo Federal, os partidos políticos em geral (e o Partido

dos Trabalhadores, em específico), o sistema político e a corrupção. A renúncia da

Presidente da República e a defesa (genérica) de preceitos vinculados ao liberalismo

econômico e ao “livre mercado”, têm constituído os dois principais motes do Vem Pra Rua e

do Movimento Brasil Livre. Por meio de análise empírica, nos interessa compreender em

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que medida a ideologia, plataforma reivindicativa e composição social dos protestos

convocados pelos movimentos estabelece pontos de contato com as classes médias e, mais

especificamente, com dois segmentos específicos daquelas: a “classe média intermediária” e

a “alta classe média”.

TRABALHO E CULTURA: UM DIÁLOGO A PARTIR DA TEORIA DE ANDRÉ GORZ

André Peralta Grillo/ UFJF

[email protected]

Resumo:

Os estudos sobre cultura e arte e os sobre o “mundo do trabalho” em geral se encontram em

campos separados, apesar de algumas obras de referência sobre profissões e “trabalhadores

da cultura” e o mercado de trabalho dos artistas, como as de Howard Becker e Pierre-Michel

Menger. Meu objetivo é fazer recurso ao arcabouço teórico da sociologia do trabalho para o

estudo do mundo do trabalho da cultura e da arte no Brasil contemporâneo, focando na

atividade e nas relações dos “produtores culturais” (e menos no mercado de trabalho dos

artistas), a partir da análise do desenvolvimento da interpretação de André Gorz acerca das

mudanças no mundo do trabalho, desde seu clássico (e polêmico) “Adeus ao Proletariado”,

até sua obra tardia “O Imaterial”. Esta análise é cotejada com a necessária contextualização

e as muitas críticas, no âmbito da sociologia do trabalho brasileira, ao autor, assim como a

discussão mais específica da sociologia da cultura. Tudo isso considerado, busco demonstrar

que a teoria de André Gorz apresenta relevante potencial heurístico para o estudo da

atividade de produção cultural no Brasil contemporâneo.

JUVENTUDE E INDÚSTRIA CULTURAL: A PRODUÇÃO DE BENS CULTURAIS EM

MASSA NA ERA DA GLOBALIZAÇÃO.

Igor Mateus Batista, UNESPAR Campus de Paranavaí.

Renan Araújo, UNESPAR Campus de Paranavaí.

Fundação Araucária.

RESUMO

O trabalho agora apresentado reflete os resultados bibliográficos, portanto parciais, da nossa

pesquisa em andamento. Em nossos estudos temos nos debruçados sobre o cotidiano e as

formas da reprodução social estranhada, processo particularmente verificado quando da

relação entre a juventude e a indústria cultural na sociedade contemporânea. Para tanto,

partimos do pressuposto de que a juventude se constitui enquanto categoria social

contraditória com potencial de transformação/conservação radical da sociedade. Logo,

justamente por conter potencial enquanto segmento social produtor de ações relacionadas à

contracultura, dialeticamente, no plano objetivo e subjetivo, de acordo com a lógica

expansiva e de controle do capital, são convertidos no segmento “eixo” para consumo dos

“produtos” típicos da indústria cultural. Temos então, que a indústria cultural inaugurada

com ascensão da produção em massa fordista, incorporou uma gama variada da produção de

bens culturais em massa para as massas que, ao massificar o acesso à cultura, outrora tida

como “superior”, promoveu o esvaziamento da ideologia e da crítica que os animava. A

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expansão da produção desenvolveu a “cultura do consumo” padronizado e homogeneizado,

atingindo um leque maior de indivíduos na era da globalização. Trata-se de processos

correlatos às formas de “dominação” econômica/cultural ampliada à época da produção

flexível contemporânea sob a hegemonia do capital especulativo/financeiro. Interessa-nos,

por ora, discorrer sobre uma ampla literatura que discute justamente essas temáticas, Adorno

(2002), Bosi (1972), Fontenelle (2002), Padilha (2006), Groppo (2000) entre outros.

O DESENVOLVIMENTO DAS RELAÇÕES DE PRODUÇÃO CAPITALISTA NO

SÉCULO XX: APROXIMAÇÕES ÀS IMPLICAÇÕES SOBRE A CLASSE

TRABALHADORA

Maria Dalva Casimiro da Silva

Doutora em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

Professora da Escola de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense – UFF/PURO

[email protected]

Lourival Souza Felix

Mestrando do Programa de Pós-graduação em Serviço Social e Política Social da

Universidade Estadual de Londrina – UEL

[email protected]

RESUMO

Neste artigo apresentamos a nossa análise acerca do desenvolvimento do modo de produção

capitalista no século XX destacando em nossa pesquisa as múltiplas formulações do Estado

e a sua construção enquanto instrumento de reafirmação do capital. Há que se compreender

que nas contradições imanentes ao capitalismo, o Estado assume uma funcionalidade que, no

processo histórico de seu desenvolvimento, não nos permite atribuí-las, aos interesses das

classes trabalhadoras e de seus segmentos. Ao contrário, seus mecanismos e estratégias

apresentam íntimas e reservadas relações com o ideário burguês, cujos interesses vêm sendo

mantidos e fortalecidos, à longa data, não por uma, mas pelas múltiplas “ofensivas do

capital” nos marcos das relações sociais capitalistas situadas no cenário contemporâneo.

Neste sentido, o Estado tem uma identidade, que não está vinculada aos objetivos das classes

populares, da classe que vive do trabalho ou dos grupos sociais organizados, mas sim das

classes dominantes, que vivem da exploração do trabalho e da dilaceração dos direitos

sociais. Nos servimos do materialismo histórico dialético enquanto referencial a fim de

apreendermos criticamente a imanência do objeto analisado considerando a realidade em sua

dinamicidade e a partir das suas contradições por meio do pensamento marxiano de autores

contemporâneos.

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TECNOLOGIA E EXPLORAÇÃO DO TRABALHO ASSALARIADO: O MAIS-VALOR

ABSOLUTO E O MAIS-VALOR RELATIVO NA TEORIA DO VALOR-TRABALHO

EM MARX

Gabriela Caramuru Teles

[email protected]

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Geraldo Augusto Pinto

[email protected]

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

RESUMO

O presente trabalho faz parte de uma investigação de mestrado que tem como objeto de

estudo a tecnologia enquanto mediação intensificadora da superexploração do trabalho na

América Latina. O marco teórico escolhido para analisar tal realidade são os autores Karl

Marx e Ruy Mauro Marini. A parte da pesquisa apresentada nessa oportunidade refere-se à

teoria do valor-trabalho de Karl Marx, principalmente no que tange aos dois tipos de

extração de mais-valor: o mais-valor absoluto e o mais-valor relativo. A produção do valor

por meio da compra e consumo da força de trabalho como mercadoria, o mais-valor gerado

dentro da jornada de trabalho, o aumento da produtividade decorrente do incremento

tecnológico e a possibilidade de barateamento das mercadorias e redução do tempo de

trabalho necessário, são temas centrais nesta análise. O objetivo é compreender as formas

tradicionais de exploração do trabalho nos países capitalistas centrais para, na sequência,

com o arcabouço teórico da teoria do valor-trabalho em Marx, analisar a superexploração do

trabalho na América Latina.

Palavras-chave: Teoria do Valor-Trabalho – Karl Marx; Tecnologia; Exploração do

Trabalho.

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GT 10A

Sala 59

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GT 10A – Precarização do trabalho, capitalismo e classes sociais

SALA 59 – 24/05 – 14 horas

A CONCILIAÇÃO JUDICIAL TRABALHISTA: SOLUÇÃO DE CONFLITOS OU

FLEXIBILIZAÇÃO DOS DIREITOS?

Walkiria Martinez Heinrich Ferrer

[email protected]

Universidade de Marília/UNIMAR

Resumo

Como consequência imediata da crise política e econômica, o custo social se faz presente,

evidenciado pela alta na taxa de desemprego. Com a liberação em massa da mão de-obra do

mercado de trabalho formal verifica-se um aumento do número de processos da Justiça do

Trabalho, 2,6 milhões em 2015. Essa elevação justifica-se de várias formas; por parte do

trabalhador como uma esperança em reverter uma rescisão contratual que não atendeu suas

expectativas, como também pelos próprios empregadores, pois com a recusa inicial do

acerto trabalhista busca um favorecimento por meio de acordo judicial. Há correntes que

interpretam a conciliação judicial trabalhista como um meio de reduzir o ganho efetivo do

trabalhador. Pois, embora seja hipossuficiente na relação entre empregador e empregado,

existe a possibilidade de o trabalhador aceitar o que for oferecido no momento da

conciliação, pois na maioria das vezes encontra-se em situação de extrema necessidade.

Indiscutível a constatação de que, por meio da conciliação é possível atingir maior

celeridade da Justiça do Trabalho, mas torna-se de extrema importância a verificação de uma

possível flexibilização dos direitos trabalhistas em nome da imediaticidade das demandas

trabalhistas.

A RESIGNIFICAÇÃO DO TRABALHO DO CATADOR: IDENTIDADE, REDE E

TERRITÓRIO

Felizardo Tchiengo Bartolomeu Costa

Doutorando do curso de Psicologia, Unesp/Assis

[email protected]

Laura Basoli

Mestranda do curso de Psicologia, Unesp/Assis

Bolsista/Cnpq

[email protected]

Resumo:

Este texto objetiva uma reflexão sobre o trabalho de assessoria de uma incubadora

universitária de cooperativas populares com base na incursão a campo, ocorrida por ocasião

de um convênio com a SENAES/CNPq. Este se propunha à sistematização de uma

metodologia de incubação fortalecedora do desenvolvimento e da autonomia de grupos

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populares, com o intuito de desenvolver uma tecnologia social priorizando a transferência de

conhecimento, a partir da relação direta entre universidade e grupos populares, promovendo

a construção de saberes coletivamente. Definiu-se como objeto de estudo o universo do

catador de material reciclável organizado e sua relação com a comunidade (população, poder

público, indústria e movimentos sociais), articulando com as categorias identidade, território

e rede. O referencial teórico articula a Filosofia da Práxis; Educação Popular; Economia

Solidária e Cooperativismo Popular. Esta empreitada durou dois anos e encontra-se neste

momento em fase de finalização e socialização dos resultados, alguns dos quais colocamos a

seguir: A identidade “Catador” é um marcador histórico-político do reconhecimento da

categoria pelos atores do território. Este último é um cenário político de disputas que

provocam tensões nas relações de poder. Nele o catador se articula em uma rede de relações,

que lhe permite resistir às várias formas de exploração e dominação.

Palavras-chave: Catador, identidade, território, redes, educação popular, economia solidária.

O TRABALHO INFANTO-JUVENIL: UM MAL A SER COMBATIDO

Thiago Medeiros Caron

Mestrando na Univem – Marília/SP

Andrea Antico Soares

Mestre e Professora na Univem – Marília/SP

Resumo:

O labor infanto-juvenil é uma antiga realidade. O Brasil, ao firmar-se sob o preceito

fundamental da dignidade humana, estabeleceu a observância obrigatória de mencionado

primado constitucional. Pari passu, ainda que se considere o labor instrumento de edificação

do homem, este realizado de forma extemporânea, é uma das piores formas de aviltamento

da dignidade humana, que deve ser veemente combatido. Utilizando-se do método

hipotético-dedutivo, por meio de consulta a obras doutrinária, artigo de renomados

articulistas e análise de julgados, o presente estudo busca analisar esta relação dignidade vs.

trabalho, partindo, de início, da análise do labor sob a ótica constitucional. Em um segundo

momento, proceder-se-á a análise do labor infanto-juvenil, como forma de aviltamento da

dignidade do ser humano, retratando as implicações deste na vida do menor. Tratar-se-á

ainda o contrato de aprendizagem, e do risco que este representa como utilizado como meio

para fraudar a legislação laboral, encerrando a pesquisa, apresentando alguns esforços já

engendrados no combate do labor infantil, bem como propondo algumas mudanças,

principalmente a necessidade de uma mudança de paradigma social como meio eficaz de

combate a este tipo de barbárie.

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TRABALHO DOCENTE NA PUC-GO

Gustavo de Faria Lopes UFG/IFG

Doutorando/professor

Resumo

Este artigo tem como propósito realizar breve revisão de textos e categorias produzidos por

Marx e a partir disto justificar a adoção deste referencial teórico em projeto meu relativo ao

exame das condições enfrentadas pelos trabalhadores docentes da PUC- GO. Neste artigo

levanto o problema de pesquisa do referido projeto e a forma do tratamento metodológico a

ser adotado no procedimento de futura investigação a ser desenvolvida. O artigo está

dividido em três partes principais. Na primeira parte realizo breve discussão teórico-

metodológico. Nesta parte discorro sobre a cientificidade e validade do método de Marx

como aporte teórico deixando a segunda parte do texto destinada ao problema da

categorização do trabalho docente. Argumento como o materialismo histórico dialético

permite perceber o trabalho, especificamente o trabalho docente enquanto uma mercadoria.

A terceira e última parte deste artigo refere-se à forma de operacionalizar o problema de

pesquisa, isto é estabelecer a forma adequada de abordar a realidade e perceber a partir desta

as condições em que se manifesta o trabalho docente na instituição ao longo do tempo.

Palavras-chave: Trabalho docente; Mercantilização da educação; Marxismo.

CAPITAL, TRABALHO E EDUCAÇÃO: DA PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO NO

TELEMARKETING À EMANCIPAÇÃO HUMANA

Cainã Domit Vieira

Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)

Lenir Aparecida Mainardes da Silva

Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)

RESUMO:

O objeto do presente artigo é a análise da situação contemporânea do atendente do

telemarketing a partir do atual perfil profissional traçado por Jessé de Souza em sua obra

“Os batalhadores brasileiros”, com a consideração das peculiaridades traçadas também por

Dejours e Ricardo Antunes, de modo a trabalhar o vínculo de sua situação ao capital, ao

trabalho e à educação, levando-se em conta sobretudo as questões da precarização do

trabalho e da insuficiência da qualificação mínima (conclusão do ensino médio) para a

garantia de estabilidade no mercado formal de trabalho brasileiro, implicando na sujeição de

jovens brasileiros à situação de jornada exaustiva e/ou de trabalho em condições

degradantes. Neste aspecto, será abordado, por meio de pesquisa bibliográfica, o trabalho

informal no campo informatizado, assim como a tendência atual diante do elevado número

de concluintes de ensino médio – situação decorrente da “democratização escolar”

mencionada por Jessé de Souza – e, em contrapartida, a perspectiva da educação como

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estratégia possível à emancipação humana a partir da filosofia marxista resgata por Ivo

Tonet, István Mészáros, Maria Cristina Paniago e Sérgio Lessa.

PALAVRAS-CHAVES: Capital; Trabalho; Educação; Atendente de telemarketing;

Emancipação.

O MUNDO DO TRABALHO NO BRASIL, OS ENFRENTAMENTOS DOS

TRABALHADORES E DO DIREITO DO TRABALHO NA DÉCADA DE 1990 E PÓS-

2002

Vanderlei Schneider de Lima

Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG

[email protected]

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo principal perceber, através da análise e reflexão

bibliográfica, os desafios apresentados à classe trabalhadora em duas diferentes conjunturas

econômicas e políticas, a década de 1990 e os anos pós 2002. Num primeiro momento

pretende-se retomar as bases do processo de flexibilização e desregulamentação do Direito

do Trabalho propalado e implementado na última década do século XX, com o

reconhecimento das alterações legislativas que emergiram naquela época e o “legado” desse

processo para a década seguinte. Na sequência se pretende reconhecer a problemática para o

mundo do trabalho decorrente da intensificação do processo de globalização e dos efeitos

causados pela própria internacionalização do trabalho. Vislumbra-se compreender a nova

morfologia do trabalho e os problemas acarretados ao cenário do trabalho nos últimos anos,

interpretando as consequências da precarização das relações de trabalho e as condições do

homem-que- trabalha no Brasil. Nesse contexto, buscar-se-á, entender o processo de perda

de identidade de classe do trabalhador brasileiro e a cooptação do capital sobre o trabalho;

bem como os efeitos da quebra do coletivo nas relações de trabalho e as implicações na luta

pela efetividade e consolidação do Direito do Trabalho.

Palavras chave: Direito do Trabalho. Flexibilização. Precarização. Cooptação. Mercado de

trabalho.

A PROTEÇÃO JUSTRABALHISTA DO TRABALHADOR IMIGRANTE NA RELAÇÃO

COM OS DIREITOS SOCIAIS FUNDAMENTAIS

Marcelo Alves da Silva

[email protected]

Resumo:

A presente pesquisa versa sobre a condição jurídica do trabalhador imigrante numa

perspectiva dos direitos sociais como direitos fundamentais. Com o crescimento dos fluxos

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migratórios no Brasil, se faz necessário o estudo da temática. Utilizando-se de uma pesquisa

bibliográfica e documental, o trabalho busca analisar o fenômeno da migração e a

consequente internacionalização dos espaços nacionais; identificar as diferentes categorias

de imigrantes, verificar se os seus direitos fundamentais são respeitados. Constata-se que

muitas vezes os imigrantes encontram barreiras na própria legislação pois as normas são

reflexos da sociedade, e por muitas vezes não são aceitos e tornam-se socialmente excluídos.

Entende-se como solução fundamental a quebra de barreiras que segregam o estrangeiro,

pois os direitos sociais fundamentais são protegidos internacionalmente e a partir de uma

mudança do pensamento social é que se pode pensar em uma mudança normativa, com base

em uma universalização à proteção do trabalho do imigrante.

Palavras-chaves: Imigrantes; Trabalhadores; Direitos; Direitos Sociais

QUALIDADE DE VIDA DO TRABALHADOR DOCENTE

Cíntia Cristiane de Andrade /UNESPAR – Campus de Paranavaí.

[email protected]

Ezilda Franco de Sousa /UNESPAR – Campus de Paranavaí.

[email protected]

Aníbal Pagamunici/ UNESPAR – Campus de Paranavaí.

E-mail: [email protected]

RESUMO

Nos dias atuais, o mundo do trabalho tem sofrido modificações que atingem toda a

sociedade, incluindo a categoria profissional dos professores. Simultaneamente, a temática

Qualidade de Vida no Trabalho - QVT vem ganhando destaque e importância no cenário

social, e esta abrange os estilos de vida, as expectativas e os projetos de vida da coletividade

e dos indivíduos. O referencial bibliográfico contemplou os seguintes pesquisadores:

Contaifer et al (2003), Ferreira (1998), Freitas (2002), Lipp (2004), Moreira et al (2010) e

Nóvoa (1996). Assim, realizou-se um estudo sobre a QVT de uma amostra de professores de

um Colégio do NRE de Paranavaí, mediante entrevista. Os resultados evidenciaram uma

categoria profissional que sofre as consequências de uma rotina com carga horária semanal

superior a 40h, com efeitos perceptíveis de estresse em suas falas e que para estes

profissionais, o principal sinônimo de QVT é ter condições adequadas para a execução do

seu trabalho. Desse modo, espera-se que este estudo contribua para que os governantes e as

equipes gestoras das escolas repensem as condições ofertadas para os professores e se

preocupem com a promoção da QVT, de modo a se precaver dos efeitos avassaladores do

estresse à saúde dos docentes.

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TRABALHO E JUVENTUDE: VIDA E TRABALHO DO JOVEM COMERCIÁRIO EM

SÃO PAULO

Rafaela Semíramis Suiron

UNESP/Marília

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

[email protected]

RESUMO

O presente artigo tem o intuito de analisar as condições de trabalho e de vida do jovem

empregado comerciário brasileiro. Para isto, selecionamos depoimentos de alguns

trabalhadores e trabalhadoras da empresa C&A do Estado de São Paulo, descrevendo e

examinando suas experiências de vida e trabalho. As questões que orientam a pesquisa (em

fase de execução), dizem respeito às contradições das relações capitalistas de produção no

século XXI, circunscritas à problemática da inserção ocupacional juvenil no Brasil.

Geralmente, no caso do ramo comerciário, essa inserção representa a experiência do

primeiro emprego, e, comumente está associada à precariedade salarial e a instabilidade nos

postos de trabalho. Partindo desse pressuposto, apresentamos neste trabalho os relatos de

três trabalhadores (as) comerciários (as) entre 18 a 23 anos de idade que trabalham na

empresa supracitada. O foco dado a seus depoimentos será sobre suas experiências de

trabalho, vida pessoal e suas expectativas de futuro. Neste sentido, a discussão versa entre o

debate com a literatura que aborda a temática trabalho e juventude, dando ênfase às

transformações ocorridas sobre o mundo do trabalho durante o ciclo neodesenvolvimentista

no país. A metodologia empregada se respalda em entrevistas semiestruturadas, revisão

bibliográfica e análise de fontes secundárias.

Palavras-chave: Trabalho, juventude, comerciários, precarização.

CRISE DO CAPITAL E REGRESSÃO DE DIREITOS DO TRABALHO

Mauri Antônio da Silva UFSC - Programa de Pós-Graduação em Serviço Social

[email protected] RESUMO

O objetivo do trabalho é apresentar os impactos da crise capitalista mundial sobre os direitos

sociais e trabalhistas, que resultam na desvalorização da força de trabalho por meio da

redução dos salários diretos, no aumento das taxas de desemprego e na diminuição dos

direitos sociais. No Brasil, ataques aos direitos dos trabalhadores estão manifestados em

documento apresentado no ano 2012 pela Confederação Nacional das Industrias denominado

“101 propostas para modernização trabalhista”. O estudo se baseia na teoria social crítica

de Marx e tem como objeto de análise, a gênese, a constituição e a crise do capital.

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OS IMPACTOS DAS REFORMAS EDUCACIONAIS BRASILEIRAS NO TRABALHO

DOCENTE DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR (IFES)

MINEIRAS

Profª Ms. (doutoranda) Noádia Munhoz Pereira PPGED/UFU/FAPEMIG

[email protected]

ProfªDrª. (phd) Fabiane Santana Previtali PPGED/UFU/FAPEMIG

[email protected]

RESUMO

A pesquisa analisa a importância do dimensionamento político que é dado ao trabalho

docente, visto que, a instituição universitária está vinculada a formação de profissionais de

qualidade social referenciada. Sendo assim, cumpre entender a real intenção da

reestruturação do capital no contexto de sua função mercadológica definida pelas relações de

trabalho na modernidade que no intento de responder os interesses do sistema produtivo

desenvolve uma nova configuração do trabalho docente no ensino superior. Também, busca

apreender, as transformações das políticas educacionais como um dos componentes do

trabalho docente assumindo uma posição clara de interrogação, abertura, dúvida, diálogo e

aperfeiçoamento. Neste sentido, tem como objetivo traduzir a reforma da educação superior

na busca de uma modelo de gestão do trabalho docente; analisar os impactos das diretrizes

legais e suas influências no direcionamento das inovações para o trabalho docente; e por fim

identificar a redefinição do conceito de reestruturação produtiva, ou seja, como o trabalho é

entendido e como o trabalhador entende a qualificação para o seu trabalho. Para

desenvolvimento metodológico da pesquisa contamos com o depoimento dos professores de

sete IFES mineiras que aderiram o programa de expansão do atual governo. Portanto, frente

a lógica racional e empresarial imposta aos espaços formativos torna-se urgente identificar a

concepção de gestão que são incorporadas nos discursos científicos de viabilização de uma

nova política do trabalho docente.

Palavras chaves: Política educacionais, trabalho docente e IFES mineiras.

O TRABALHO DOCENTE NO CONTEXTO DA UNIVERSIDADE ABERTA DO

BRASIL (UAB)

Profº. Me. (doutorando) Wiliam Douglas Guilherme UNESP/Marília

[email protected]

Profª. Me. (doutoranda) Noádia Munhoz Pereira PPGED/UFU

[email protected]

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RESUMO

O presente estudo analisa o contexto de implementação de políticas educacionais

empreendidas em nome de reformas modernizantes para o ensino superior. Neste sentido, a

reconstrução do papel do Estado gerencialista é marcante no tocante as demandas advindas

do mercado de trabalho. Após a adesão ao projeto de expansão das instituições federais de

ensino superior (IFES) o chamado para processos de racionalização na gestão pública

despertam para a instrumentalização de mecanismos de processos educacionais menos

formativos e de forte apelo para a ampliação das mídias digitais amparadas pela produção da

ciência e tecnologia por meios cada vez mais informatizados. A exemplo, temos o projeto

UAB que tem a intenção de profissionalizar os saberes e as práticas curriculares

fragmentando a formação dos cursos de licenciatura. Amparados pela teoria marxista

problematizaremos as profundas transformações da organização do capital sob influência da

reestruturação produtiva materializadas em uma nova onda de difusão de inovações

tecnológicas e organizacionais ao longo das últimas décadas. Um novo padrão de relações

de trabalho e uma nova dinâmica de modo de produção enseja um novo trabalhador para a

modernidade.

Palavras chaves: Reestruturação Produtiva. Trabalho Docente. Universidade Aberta do

Brasil (UAB).

O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL EM TEMPOS DE CAPITAL FETICHE:

TRABALHO, EXPLORAÇÃO E PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO

FERREIRA, Silvia Aline Silva

MARTINS, Robson Luis

VIUDES, Paula Nascimento

[email protected]

Resumo:

O presente artigo tem como objetivo compreender e analisar o processo de trabalho do

Assistente Social frente ao movimento contemporâneo do capitalismo apresentando algumas

reflexões acerca das condições de trabalho e atuação profissional em seu cotidiano. Tal

trabalho é parte da estrutura social que a partir do sistema capitalista provoca alienação,

precarização aliena, precariza e impõe o trabalho forçado como processo fundamental para

acumulação capitalista e a produção da mais valia. Vale destacar que o referido artigo trará à

luz do debate uma análise crítica sobre do o avanço do capitalismo e da luta de classes, a

partir da análise da atuação do Assistente Social enquanto trabalhador inserido na divisão

sócio técnica do trabalho. Assim, argumenta-se que é imprescindível que o Assistente Social

desenvolva sua prática comprometida com os interesses da classe trabalhadora, visando a

garantia dos direitos sociais conquistados ao longo da história, entre eles o trabalho, bem

como sua expansão, ciente de que, ao fazê-lo, atua pelo fortalecimento de sua categoria

profissional. O artigo foi construído a partir de pesquisa bibliográfica e de campo, onde

foram realizadas entrevistas com Assistentes Sociais que atuam como supervisores de

campo de estágio de uma faculdade na Nova Alta Paulista, além de análises de dados para

compreender o tema abordado.

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Quarta-Feira

GT 1B

Sala 49

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GT 1B – Trabalho e Políticas Educacionais

SALA 49 – 25/05 – 14 horas

TRABALHO E A FORMAÇAO DOS PROFESSORES: REFLEXÕES SOBRE A

TRAJETÓRIA DOS ALUNOS DO PARFOR/UEL

PASQUINI, Regina Célia Guapo

Universidade Estadual de Londrina

PERRUDE, Marleide Rodrigues da Silva

Universidade Estadual de Londrina

SILVA, Ana Lucia Ferreira da

Universidade Estadual de Londrina

[email protected]

Resumo:

Esse trabalho trata de pesquisa em andamento que discute as condições de formação dos

alunos professores que frequentam o Programa Emergencial de Formação de Professores

(PARFOR), ofertado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). A realidade do

professor, em especial dos que frequentam o PARFOR, é marcada pela precariedade das

condições de trabalho, a desvalorização profissional, as precárias condições de trabalho

frente, à falta de investimento público na estrutura física e pedagógica das escolas públicas,

dentre outros fatores que têm degradado a condição de trabalho docente, além das

contradições postas pelas políticas contemporâneas de formação e profissionalização.

Propõe-se a análise bibliográfica sobre a categoria trabalho, a política de formação de

professores no Brasil e os instrumentos legais de regulamentação do PARFOR.

Considerando a atual estrutura das relações de trabalho de professores, a discussão tem

propiciado reflexões e constatações acerca de sua formação inicial e continuada no curso em

análise, mostrando as dificuldades da implementação dessa política, além de evidenciar as

precariedades de condições dos estudantes professores tanto no processo de formação,

quanto das suas condições de trabalho.

Palavras-chave: Formação; PARFOR/UEL; Precarização do Trabalho.

EDUCAÇÃO E TRABALHO NA PEDAGOGIA DO MOVIMENTO DOS

TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA (MST)

Ellen Felício dos Santos

Neusa Maria Dal Ri

Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP, Campus de Marília

[email protected]

[email protected]

CNPq

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RESUMO:

Apresentam-se as discussões e resultados de pesquisa bibliográfica e documental sobre a

relação entre trabalho e educação na pedagogia do MST. A pedagogia do MST apresenta

princípios pedagógicos e filosóficos. Objetivando compreender como ocorre a relação entre

trabalho e educação na pedagogia do MST, o recorte, para esta comunicação, focaliza o

princípio pedagógico denominado Educação para o trabalho e pelo trabalho. A literatura e

os documentos analisados mostram que atrelar trabalho e educação é uma condição para a

efetivação dos objetivos políticos e pedagógicos do MST, e pode ser entendida em duas

dimensões: a) educação ligada ao mundo do trabalho; b) o trabalho como princípio

pedagógico. Combinar educação e trabalho é um instrumento fundamental para desenvolver

várias dimensões da proposta educacional do MST. A tese do trabalho como princípio

educativo aplicada pelo MST remonta às análises de Marx e Engels sobre a educação e às

suas propostas de união do ensino com o trabalho produtivo, bem como às experiências da

escola do trabalho implantadas nas décadas de 1920 e 1930 na URSS por educadores

soviéticos.

REFLEXÕES SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE AS CATEGORIAS TRABALHO E

PRÁXIS NAS ‘DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A FORMAÇÃO

INICIAL EM NÍVEL SUPERIOR E PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA’ DOS

PROFESSORES NO BRASIL

Rodrigo Diego de Souza

Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica (UFSC)

Agência Financiadora: CAPES

[email protected]

Resumo:

Este artigo emerge da pesquisa de doutorado em torno das Políticas de Formação de

Professores, em andamento no ‘INOVAEDUC’ - Grupo de Estudos, Pesquisas e

Intervenções "Inovação Educacional, Práticas Educativas e Formação de Professores"

(UFSC/UFSM/UNESP-Bauru); e apresenta reflexões sobre as relações entre as categorias

Trabalho e Práxis nas ‘Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial em Nível

Superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de

segunda licenciatura) e para a formação continuada’ dos professores no Brasil (DCN, 2015),

a qual está em processo de implantação nas licenciaturas até julho de 2017. O estudo em

torno deste documento evidenciou lacunas conceituais e desapropriações na abordagem e

associação das categorias Trabalho e Práxis diante da perspectiva marxista destes conceitos,

o que sinalizou para a discussão sobre estas lacunas a partir de referenciais (Marx, Luckács,

Vázquez, entre outros) que viabilizaram um estudo crítico ao apontar para reflexões em

torno destas diretrizes, constatando-se principalmente fragilidades teóricas e/ou “modismos

semânticos” no uso das categorias supracitadas, ao apresentar o Trabalho despolitizado no

fazer docente e alinhado a lógica neoliberal do capital, associando a esse “modelo” de

Trabalho a categoria Práxis apenas como associação teoria-prática, desapropriando o rigor

conceitual de ambas as categorias.

Palavras-chave: Formação de Professores. Políticas Educacionais. Práxis. Trabalho.

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O LIVRO DIDÁTICO COMO UMA DAS EXPRESSÕES DA EDUCAÇÃO ENQUANTO

IDEOLOGIA DE CLASSE OU COMO A GLOBO EXCLUIU UM LIVRO DIDÁTICO

CRÍTICO NO BRASIL

Matheus Rodrigues Lima Affonso Garcia (UFSC)

Joel Nunes da Silva (UFSC)

Gabriel Martins (UFRJ)

RESUMO: No presente trabalho realizamos uma análise crítica acerca da exclusão do guia

do Programa Nacional do Livro Didático – PNLD do livro didático de história Nova

História Crítica (2005) do autor Mario Schmidt. Com o objetivo de compreender os motivos

da exclusão de um livro didático de caráter mais crítico que os demais que permeiam o

referido Programa, analisamos a hipótese dessa exclusão se relacionar com um determinado

projeto de educação que a classe dominante possui e que na ocasião se expressou por

polêmica levantada por artigo do atual Diretor Geral de Jornalismo do maior grupo de

comunicação do Brasil, o grupo Globo (2007). Para isso, além de utilizar como alicerce

teórico autores da tradição marxista, cotejamos o último edital que possibilitou que a obra

analisada entrasse no guia do PNLD com o edital subsequente à exclusão desta obra e

expomos a relação que a Educação formal, consciência e classes sociais, de modo a expor o

caráter do Estado enquanto árbitro amortecedor do conflito de classes e também de ente que

arbitra em favor das classes dominantes.

DIREITO À EDUCAÇÃO: analisando políticas públicas de apoio à permanência escolar na

Educação Profissional e Tecnológica

Maria Alexsandra Joelma Dal Pizzol Coelho

Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Curitiba/PR

Programa de Pós Graduação em Tecnologia- PPGTE

Dr. Nilson Marcos Dias Garcia

Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Curitiba/PR

Programa de Pós Graduação em Tecnologia- PPGTE

RESUMO:

São apresentados resultados de pesquisa que analisou aspectos das políticas públicas de

apoio à permanência escolar de alunos de cursos de formação profissional e tecnológica,

visando estabelecer relações entre as ações previstas e os respectivos índices de permanência

e abandono. Realizada entre 2011 e 2013 com alunos de cursos técnicos concomitantes e

subsequentes em Mecânica, Eletroeletrônica e Eletrotécnica de Joinville e Jaraguá do

Sul/SC, envolveu 270 estudantes permanecentes e 25 que os abandonaram. De caráter

qualitativo e natureza exploratória, foi desenvolvida através de aplicação de questionários e

realização de entrevistas, tendo como referência autores que discutem criticamente as atuais

políticas de apoio à permanência escolar, como Kuenzer, Frigotto, Carmen Moraes e

Rosemary Dore, dentre outros. Os resultados permitiram inferir, a partir da demonstração de

desconhecimento por parte dos próprios alunos por ele beneficiados que, da forma como está

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sendo aplicado, o Plano Nacional de Assistência Estudantil, que estimula a permanência

escolar, não tem atingido plenamente seus objetivos. Também revelaram a necessidade de

uma avaliação mais sistematizada do Plano e uma melhor identificação das carências dos

estudantes que podem ser atendidas pela instituição, seja por políticas nacionais ou ações

institucionais.

Palavras-chave: Permanência escolar; Abandono escolar; Políticas públicas; Educação

profissional.

O MUNDO DO TRABALHO E A EDUCAÇÃO PROFISSIONALIZANTE:

PERCEPÇÕES DOS ESTUDANTES DO IFPR – CAMPUS IRATI

Ana Claudia Marochi – PPGE/UNICENTRO

Janice Teresinha Wollmer Terencio – PPGE/UNICENTRO

Alessandro de Melo – PPGE/UNICENTRO

O presente artigo é fruto da pesquisa desenvolvido no IFPR – Campus Irati e tem como

problemática saber como os estudantes estão percebendo o mundo do trabalho e como se dá

a sua inserção no mercado, em especial na cidade de Irati. Como objetivo geral a

compreensão da relação trabalho e educação no âmbito da educação profissional, em

especial na indústria e objetivos específicos a percepção pelos alunos do mundo do trabalho

e sua relação com o ensino profissionalizante, a compreensão de como se dá essa relação,

sua projeção no mundo do trabalho e o processo de absorção do capital humano gerado pelo

IFPR nas indústrias locais, entendendo que para os industriais o que se pretende com a

formação técnica é a flexibilização deste estudante. Utilizou-se como instrumento,

aproximadamente, 136 questionários, aplicados para alunos dos cursos de Ensino Médio

Técnico entre 2015 e 2016. Constatou-se que os alunos tem a percepção de que a cidade tem

sua economia voltada para a prestação de serviço e agricultura e que há pouca atividade

industrial e que os cursos ofertados não atendem a demanda local, ou seja, não há coerência

entre a oferta de cursos no IFPR e os arranjos produtivos. O artigo tem como aporte teórico-

metodológico a teoria social de Marx (2007), dentre outros estudiosos que serão arrolados.

O ENSINO MÉDIO NO BRASIL: PROPOSTAS SOCIAIS DE INCLUSÃO E A

EFETIVAÇÃO DA EXCLUSÃO

Aparecida das Graças Geraldo

Doutoranda em Educação Escolar – UNESP Araraquara

[email protected]

José Luís Vieira de Almeida

Docente da Universidade Estadual Paulista IBILCE

[email protected]

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Sabemos que a educação no Brasil é um acontecimento tardio e um caso emblemático.

Nasceu como uma política separatista, entre a educação que deveria ser oferecida aos índios,

negros e colonos pobres e a educação destinada à elite colonial. O objetivo dessa pesquisa é

analisar a vida acadêmica dos estudantes do ensino médio, último segmento da educação

básica e refletir sobre ensino de qualidade, ingresso no ensino superior e mercado de

trabalho. Para o aporte teórico, Abramovay (2003); Pochmann (2003); Marx (2004);

Lombardi (2008); Araújo (2008); Batista e Gomes (2011); Moehlecke (2012); LDB 5692/71

e LDB 9394/96. Para conhecer o universo do ensino médio público, foram entrevistados 78

estudantes, sendo 43 entrevistas do sexo feminino e 35 entrevistas do sexo masculino, de 8

instituições escolares da periferia da cidade de São Paulo em 2014-2015. Como eixo

metodológico, os estudantes responderam um questionário, no qual 100% afirmaram o

desejo de dar continuidade aos estudos, ingressando no ensino superior. Entretanto 96% dos

estudantes evidenciaram o despreparo para dar continuidade aos estudos e para ingressar no

mercado de trabalho. A análise nos leva a refletir sobre o princípio da educação pública e

sua proposta de inclusão social, que na atualidade contribuí para a reprodução do fracasso

escolar e social.

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GT 5B

Sala 56

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GT 5B - Trabalho, Economia e Sociedade

SALA 56 – 25/05 – 14 horas

A EMPRESA DA FÉ

Kaliane Santos Oliveira

[email protected]

Este trabalho possui como objetivo analisar a relação empresarial da fé no cenário político

no Brasil contemporâneo. Nosso enfoque reside no pastor Silas Malafaia, Associação Vitoria

em Cristo (AVEC) e Assembleia de Deus Vitória em Cristo ambas lideradas pelo pastor.

Sustenta-se a hipótese que mediante a sua influência no campo pentecostal o líder religioso,

organiza seus templos nos moldes de funcionamento comparados a uma empresa de grande

porte. Sua atuação é bem-sucedida, em boa parte, por ação dos recursos midiáticos utilizados

pelo pastor como, o seu jornal online verdade gospel e seus vídeos na rede youtube, afim de

atrair pessoas para evangelho propiciando uma aliança com fiel, -similar aos cartões de

fidelidade utilizados em grandes corporações, induzindo o crente a se vestir, ler e até mesmo

assegurar seus bens com produtos vendidos ou recomendados pelo pastor. Através de fontes

primárias e secundárias, busca-se confirmar o caráter empresarial de sua igreja e associação,

que estão cada vez mais distantes do ideal pentecostal de ganho de almas para Cristo.

O NARCOTRÁFICO NA FRONTEIRA BRASIL – PARAGUAI: CONSIDERAÇÕES

SOBRE O MUNDO DO TRABALHO E DO CRIME

Caroline Andressa Momente Melo

Professora de Sociologia vínculo SEED/PR

[email protected]

Resumo:

Este trabalho, em fase inicial, visa compreender como se estrutura a economia ilícita

correspondente ao narcotráfico, que ocorre na faixa de fronteira entre o Brasil e o Paraguai,

abarcando os municípios de Guaíra – PR à Ponta Porã – MS. O narcotráfico se insere no

escopo das relações sociais de produção e de trabalho, todavia não se enquadra totalmente as

relações capitalistas clássicas, problematiza-se assim como se constitui e se organiza esta

economia paralela, logo, ilícita? E qual a sua relação com a economia lícita? Para tanto serão

utilizados como referenciais teóricos (TELLES e HIRATA, 2007); outra discussão que se

impõe refere-se as “mercadorias políticas” (MISSE, 1995, 1997 e 2002); há também a

necessidade de captar o processo de lavagem de dinheiro (SALAMA, 2002). A orientação

metodológica abrange o materialismo histórico dialético, conforme o narcotráfico será

abordado na sua determinação econômica, considerando que este método desvela a

realidade, por meio da análise das relações de produção, estas por sua vez, constituem o todo

social. Inicialmente, ocorrerá a análise de literatura e levantamento de dados oficiais através

da Polícia Rodoviária Federal do Brasil e Secretaria Nacional Antidrogas; posteriormente

utilizar-se-á um conjunto de técnicas, visando abranger a diversidade de situações.

Palavras-chave: Narcotráfico. Fronteira. Economia Ilícita.

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UMA ANÁLISE SOBRE OS EMPREENDIMENTOS DE CATADORAS E CATADORES

DE MATERIAL RECICLÁVEL DA CIDADE DE UBERLÂNDIA À LUZ DOS

CONCEITOS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA E INFORMALIDADE.

Luiz Paulo de Melo Costa

[email protected]

Universidade Federal de Uberlândia

Resumo:

Este trabalho está inserido numa pesquisa, ainda em andamento, no Programa de Pós

Graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Uberlândia. Propõe-se a fazer

uma análise da Coleta Seletiva de Uberlândia quanto à incorporação das demandas –

econômicas e políticas – das catadoras e catadores de material reciclável na cidade. Para

além da própria política de coleta seletiva, este trabalho tem como objeto de estudo a

organização das catadoras e catadores em empreendimentos de tipo solidário e suas relações

com o poder público municipal a fim de compreender a dinâmica econômica (mercado da

reciclagem) e das relações de trabalho estabelecidas internamente e com a prefeitura. O

referencial teórico a ser usado será não somente a revisão bibliográfica como também a

discussão sobre limites e perspectivas dos conceitos de associativismo, cooperativismo,

economia solidária, reciclagem, trabalho informal e sua relação de funcionalidade na atual

etapa do capitalismo neoliberal.

MUNDIALIZAÇÃO DO CAPITAL E NEOLIBERALISMO: O SERVIÇO SOCIAL FACE

À NOVA CONFORMAÇÃO DA QUESTÃO SOCIAL

Marina Coutinho de Carvalho Pereira

Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências da Saúde

Universidade Federal de São Paulo

Resumo:

O presente trabalho trata, inicialmente, acerca da centralidade da questão social como objeto

de intervenção do Serviço Social. Em seguida, analisa a escalada da mundialização

financeira e o advento do neoliberalismo a níveis mundiais, para recuperar parte das

mudanças que ambos têm causado no Brasil principalmente a partir da década de 1990. A

nova conformação da questão social é apreendida no esteio deste processo, sendo apontados

alguns dos desafios e estratégias de seu enfrentamento pela profissão, com ênfase nas

políticas públicas. O objetivo é atualizar a discussão acerca da questão social e sua relação

com a mundialização e o neoliberalismo de forma crítico-propositiva.

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GESTÃO DO PROCESSO PRODUTIVO NA ECONOMIA SOLIDÁRIA

Ana Maria Rodrigues de Carvalho

Carlos Rodrigues Ladeia

Jessica Silva Gottschalk

Resumo:

Desde 2001, a Incubadora de Cooperativas Populares Unesp Assis vem escrevendo sua

história em parceria com associações e cooperativas populares, em sua maioria de catadores

de materiais recicláveis, apoiando estes grupos em sua formação, fortalecimento e

desenvolvimento como empreendimentos econômicos solidários. Em 2012, a equipe da

Incubadora e lideranças dos grupos de catadores assessorados construíram uma ferramenta

com o objetivo de identificar o grau de desenvolvimento e autonomia em que se encontrava

o empreendimento. O Roteiro de Identificação da Situação Atual da Associação ou

Cooperativa de Catadores - RISAAC, uma tecnologia social, foi constituído a partir de três

grandes temas, abordando questões específicas do cotidiano dos catadores. Por meio de

convênio com a SENAES/MTE, o projeto de avaliação vem sendo realizado. Destacamos do

roteiro o tema “Gestão do Processo Produtivo” que analisa o modo como o grupo organiza

sua produção, com quem comercializa, a quantidade e a qualidade dos meios de produção

que possuem e a relação, nem sempre direta, entre os resultados da coleta seletiva e os

valores das “retiradas” ao fim do mês, nem sempre satisfatórias. O presente trabalho

pretende discutir como este modo de produzir na Economia Solidária coexiste com o modo

de produção capitalista e quais as consequências dessa relação no cotidiano dos catadores,

não somente no plano econômico, mas principalmente no cultural e subjetivo.

INSERÇÃO DE EGRESSOS DA PRISÃO NO MERCADO DE TRABALHO

Roseni Inês Marconato Pinto

Universidade Estadual de Ponta Grossa/PR

[email protected]

Lenir Aparecida Mainardes da Silva

Universidade Estadual de Ponta Grossa/PR

[email protected]

Resumo:

O presente texto aborda as possibilidades de inserção no mercado de trabalho dos egressos

da prisão, a partir da experiência do Patronato de Ponta Grossa/PR, que se efetiva através da

constituição de redes intersetoriais. Inicialmente, situam-se os egressos no contexto mais

amplo, enquanto segmento da classe trabalhadora. Autores como Wacquant, Antunes,

Thompson, Jaccoud, Mendes e Wünsch, possibilitam compreender a situação dos egressos

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das prisões no contexto de desigualdades sociais e pobreza, que fomentam o crescimento da

violência e a prática de delitos, onde o crime e a inserção no mercado informal de trabalho,

muitas vezes, são alternativas à sobrevivência ou manutenção das condições de vida dos

pobres. Traz a importância da proteção social, via inserção no mercado formal trabalho, e as

dificuldades enfrentadas pelos egressos em decorrência de sua trajetória histórica de

desproteção social, refletida no perfil educacional e na pouca qualificação para o trabalho.

Donde torna-se mister uma intervenção intersetorial em rede com outras políticas públicas e

organizações. Tais categorias embasam-se, especialmente, em Sposati, Pereira e

Bourguignon, articuladas a dados empíricos nacionais e da intervenção do Patronato de

Ponta Grossa/PR.

GENTE AMBEV: A TRAJETÓRIA DO MODELO DE GESTÃO DO TRABALHO QUE

LEVOU A PRIMEIRA MULTINACIONAL BRASILEIRA AO CENTRO DO

CAPITALISMO MUNDIAL

Carlos Eduardo Batista, mestre em História Social

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo: PUC-SP

[email protected]

Bolsista da CAPES

Resumo:

A Ambev é resultado da fusão Antarctica e da Brahma. Desde a sua origem, em 1999, ela

apresenta crescimento financeiro e expansão em sua área de atuação, que atualmente

abrange toda América Latina, Caribe e Canadá. O crescimento da Ambev é explicado por

sua trajetória de fusões, em especial com a Interbrew, em 2003, e com a Anheuser-Buch, em

2008, de tal modo que a Ambev, atualmente, compõe a holding AB-InBev, com operações

globais. Apesar das operações internacionais, os Relatórios Anuais da empresa apontam que

a força motriz deste crescimento são: a Cultura e a Gente Ambev, ou seja, no modo como é

exercido o controle social do trabalho dentro da companhia. Partindo da premissa que a

“gestão do trabalho” é construída socialmente, resgatou-se como era exercido o controle

social do trabalho Brahma, antes desta ser adquirida pelo Banco Garantia. Depois analisou-

se a reestruturação produtiva que deu à Brahma enorme vantagem em relação à Antarctica.

Em seguida analisamos a fusão com a Antarctica e como o trabalho passou a ser controlado

na Ambev e na InBev. Para isso, analisamos o boletim sindical Saca Rolha, publicado entre

1985 e 1990, pelo Sindicato São Paulo. Além disso, colhemos o depoimento de 15

trabalhadores e da esposa de um deles, que tiveram experiências na Filial Jacareí (SP), entre

1989 e 2010. Também analisamos a repercussão dada pela Gazeta Mercantil à fusão entre a

Brahma e Antarctica, bem como os Relatórios Anuais da Ambev entre 2000 e 2010. Grosso

modo, podemos dizer que no centro da “gestão” estão a remuneração variável de acordo

com o desempenho e a política de redução de custos. Iniciadas na Brahma, elas foram

intensificadas na Ambev e na InBev. Identificamos que a expansão da Companhia permitiu a

inauguração de rituais de violência, tendo como álibi as políticas de redução de custos e a

remuneração variável.

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O DIREITO À DIFERENÇA NAS RELAÇÕES TRABALHISTAS E O DIREITO AO

DESCANSO ANTES DA SOBREJORNADA À MULHER

Larissa Mascaro Gomes da Silva de Castro

UFMS e UFPA

[email protected]

Resumo:

Na atualidade, mesmo existindo legislação nacional e internacional protetiva da igualdade

entre homens a mulheres no âmbito do trabalho, a desigualdade ainda persiste. As mulheres

passam por diversas formas de exclusão e discriminação no mercado de trabalho,

decorrentes de uma cultura baseada na sociedade patriarcal, disseminada por séculos, o que

ocasiona persistente desrespeito as normas de direitos trabalhistas, comuns nas sociedades

onde se dão a superexploração de trabalhadores, tal como a sociedade brasileira. A pesquisa

objetiva analisar as conquistas jurídicas e sociais da mulher no âmbito do direito do trabalho,

especialmente no que concerne a igualdade de direitos e respeito às diferenças biológicas e

culturais nas questões relativas a jornada de trabalho. Para tanto, a partir do método

dialético, busca-se estudar a situação jurídica e social de trabalho da mulher na atualidade,

principalmente na transição do século XX para o século XXI, destacando-se os valores do

trabalho como direito fundamental e social à todo ser humano; distinguindo-se a igualdade

jurídica formal e a igualdade material, com enfoque na emancipação da mulher trabalhadora

e garantia de seus direitos laborais, principalmente quanto a proteção contra sobrejornada.

GEOGRAFIA DA FOME: UM ESTUDO ACERCA DAS EXPRESSÕES DA QUESTÃO

ALIMENTAR NA SOCIEDADE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA

Franciele A. Buratto Beal – acadêmica Unioeste campus Toledo – PR.

[email protected]

Resumo

O presente artigo apresenta uma agenda de pesquisa acadêmica para o trabalho de conclusão

de curso do mestrado em Serviço Social da Unioeste campus Toledo, cujo objeto de estudo é

a questão alimentar na sociedade brasileira contemporânea e os principais instrumentos de

enfrentamento à insegurança alimentar e nutricional no país. Metodologicamente, parte-se

de alguns aspectos do estudo de Josué de Castro sobre a geografia da fome no Brasil,

procurando confrontá-los com a realidade socioeconômica da sociedade brasileira,

fundamentando-se do referencial teórico dos autores Josué de Castro, Renato Maluff, Sonia

Rocha e Claude Fischler. As discussões acerca da questão alimentar e nutricional buscam

aqui compreender o ato alimentar humano como um fenômeno que ultrapassa questão

biológica e fisiológica do indivíduo que tem em sua concepção uma intrínseca relação com

questões antropológicas, socioculturais e econômicas. Assim, pretende-se problematizar a

questão alimentar pela ótica das expressões da questão social, cuja natureza é política,

econômica e cultural.

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ORGANISMOS MULTILATERAIS E OS INTERESSES NA INTERFACE TRABALHO

E EDUCAÇÃO

Valter de Jesus Leite (UNIOESTE/Cascavel)

E-mail: [email protected]

Liliam Faria Porto Borges (UNIOESTE/Cascavel)

E-mail: [email protected]

Resumo:

O presente texto objetiva evidenciar os interesses dos organismos multilaterais na interface

trabalho e educação por trás da retórica de combate e eliminação da pobreza. Para tal, é

realizado uma análise documental das produções e relatórios dos organismos multilaterais

enquanto desdobramento da Conferência Mundial sobre Educação Para Todos (1990), assim

como, estudo bibliográfico de autores debatem a temática. Verifica-se nos documentos a

interface entre trabalho e educação sob a égide do combate e eliminação da pobreza, a

educação assume, assim, um caráter salvacionista e a orientação das reformas educacionais

se dão em face da dinâmica do capital prover as necessidades básicas de aprendizagem,

competências, habilidades e qualificações necessárias para o desenvolvimento econômico e

social, na busca de uma suposta equidade social. Ainda por traz do binômio pobreza-

segurança, a veemência política-ideológica de seu direcionamento de reformas estruturais

nas políticas educacionais está na pretensão de combater a pobreza por propiciar clima

desfavorável aos negócios. Nessa perspectiva, educação colabora na sustentação do controle

político da burguesia mundial sobre os processos educativos direcionados para

reestruturação produtiva na divisão internacional do trabalho. Conclui-se que a interface

“educação e trabalho” nesta perspectiva, assume um caráter pragmático e unidimensional

para formação de recursos humanos – o chamado Capital Humano.

Palavras-chave: Organismos multilaterais; Trabalho e educação; Capital Humano.

CADEIAS ESTENDIDAS DE VALOR E A IMPORTÂNCIA DAS MICRO, PEQUENAS

E MEDIAS EMPRESAS PARA A ATUAL FASE DO CAPITALISMO: UM ESTUDO

SOBRE DE SETOR DE SOFTWARE DE LONDRINA- PR.

Wilson Sanches

Universidade Norte do Paraná (Unopar)

e-mail: [email protected]

O processo produtivo capitalista atual é caracterizado pela dispersão global e as conexões

em rede. Essas conexões se dão entre as grandes empresas internacionais e as micro,

pequenas e medias empresas locais. O que se busca dentro dessas relações é o processo de

valorização da mercadoria. A pesquisa aponta para uma nova complexa divisão

internacional do trabalho que pode ser mais perceptível no setor de serviço, como é o caso

do software, mas pode atingir os setores mais tradicionais da produção capitalista e que pode

ser melhor compreendida a partir das cadeias estendidas de valores. Neste sentido, é objetivo

desta pesquisa descobrir a atuação destas cadeias estendidas de valores a partir das micro,

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pequenas e medias empresas do setor de software do município de Londrina, norte do

Paraná, bem como contribuir para a construção de um referencial teórico metodológico para

compreender melhor a atual configuração da divisão internacional do trabalho.

TRÊS NOTAS EM RELAÇÃO AO SETOR SUCROENERGÉTICO BRASILEIRO,

TENDO COMO REFERÊNCIA O PLANO NACIONAL DE AGROENERGIA

Juliana Cristina Teixeira Domingues (Universidade Estadual do Paraná- UNESPAR)

Lais Bianca Palagano Zanin (Universidade Estadual do Paraná- UNESPAR)

Roberto Jose de Brito Neto (Universidade Estadual do Paraná- UNESPAR)

Resumo:

A finalidade central desse estudo é apresentar após o fim do período estipulado para a

execução do Plano Nacional de Agroenergia estabelecido entre o quinquênio 2006-2011, os

resultados iniciais obtidos em âmbito nacional em relação a três categorias específicas:

participação do Setor Sucroenergético no Balanço Energético Nacional; indicadores sociais

em relação ao mercado de trabalho sucroenergético e parâmetros de desenvolvimento social

e humano nas duas principais regiões de produção de cana-de-açúcar localizadas no norte-

nordeste e centro-sul brasileiro. Tratou-se de uma abordagem estritamente qualitativa,

baseada em pesquisa documental, técnica e bibliográfica, sendo utilizados como fonte de

dados relatórios oficiais de agências nacionais como: Instituto Brasileiro de Geografia

Estatística, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento (PNUD/Brasil), Ministério de Minas e Energia (MME). Como resultado,

verificou-se que em nenhuma das três categorias pesquisadas os objetivos propostos pelo

Plano Nacional de Agroenergia foram alcançados.

Palavras-chave: Setor Sucroenergético, Plano Nacional de Agroenergia, Política Agrícola

Brasileira, Matriz Energética Nacional, Posto de trabalho e Índice de Desenvolvimento

Humano.

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GT 6A

Sala 57

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GT 6A - Trabalho, Gênero, Infância e Educação

SALA 57 – 25/05 – 14 horas

DESIGUALDADE DE GÊNERO NO TRABALHO: UM ESTUDO SOBRE DIVISÃO

SEXUAL DO TRABALHO E TRABALHO A DOMICÍLIO NA INDÚSTRIA

CALÇADISTA EM TRÊS MUNICÍPIOS BRASILEIROS NOS ANOS 2000 E 2010

Luís Henrique Silva Ferreira

(Doutorando em Ciências Sociais – Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais –

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUCMINAS)

[email protected]

André Junqueira Caetano – (Ph. D. em Sociologia. Professor Adjunto IV– Programa de

Pós-graduação em Ciências Sociais – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais –

PUCMINAS)

Resumo:

O presente artigo tem como objetivo analisar duas importantes variáveis nos estudos sobre

mercado de trabalho: a divisão sexual e o trabalho a domicílio. Especificamente na indústria

calçadista, de acordo com Navarro (2006), no Brasil, convivem na produção desse

segmento, empresas grandes, médias, pequenas e micro, associadas a uma variada gama de

unidades produtivas especializadas na confecção de determinadas partes do calçado,

denominadas “bancas ou ateliês”. Segundo Piccinini (1992), geralmente, os integrantes

dessas “bancas ou ateliês” realizam suas tarefas em domicílio, sendo essas unidades

produtivas constituídas principalmente por: mulheres, crianças e eventualmente homens que

já trabalharam na indústria calçadista. A base de dados utilizada foram os Censos dos anos

2000 e 2010 e os principais resultados encontrados dão conta que houve uma entrada em

larga escala das mulheres na indústria calçadista, principalmente na informalidade e em

relação ao trabalho a domicílio, percebeu-se maior participação feminina.

AS FACES DO TRABALHO FEMININO: O TRABALHO DAS MULHERES EM UM

FRIGORÍFICO DE AVES

MARCATTI, Amanda Aparecida

Universidade Federal de Minas Gerais

[email protected]

RESUMO:

O objetivo deste artigo é analisar e discutir o trabalho, tendo como centralidade de analise o

trabalho das mulheres em um frigorífico de aves, que tem majoritariamente o emprego da

mão de obra feminina neste setor. Utilizou-se como metodologia a entrevista

semiestruturada com trabalhadoras/res de um frigorífico de aves da região Metropolitana de

Belo Horizonte: ao todo, foram entrevistados 10 trabalhadores, no ano de 2013-2014. A

principio para compreensão teórica do tema focalizou-se a análise macro da caracterização

do trabalho nos frigoríficos brasileiros, a partir da análise do trabalho no sistema capitalista

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de produção, como também das suas formas de gerência e controle neste tipo de produção.

Posteriormente nos aprofundamos a partir dos relatos das mulheres na analise sobre o

trabalho feminino e suas condições de realização como também as consequenciais do

mesmo para a vida destas trabalhadoras. Os resultados da pesquisa apontam que o trabalho

no frigorífico de aves é marcado pela degradação da saúde física e metal das trabalhadoras,

que o executam em jornadas exaustivas de trabalho diário, sobre forte pressão e controle da

gerência, cadenciados pelo ritmo das máquinas, com baixos salários, combinada a uma

jornada densa de trabalho doméstico.

MULHER E TRABALHO: PRINCIPAIS APONTAMENTOS

Karoline Dutra Szul

Universidade Estadual de Ponta Grossa

[email protected]

Nayara Beatriz Stahlschmitd Corsi

Universidade Estadual de Ponta Grossa

[email protected]

Lenir Aparecida Mainardes da Silva

Universidade Estadual de Ponta Grossa

[email protected]

RESUMO:

Este trabalho busca compreender a desigualdade de gênero entre homens e mulheres no

mercado de trabalho. É resultado do projeto iniciação científica que está inserido na linha de

pesquisa de proteção social e cidadania na Universidade Estadual de Ponta Grossa. Como

categorias de análise teremos as relações de gênero e a divisão sexual do trabalho. O gênero

é uma categoria construída historicamente e a sociedade capitalista está fortemente

associada à desigualdade de gênero entre homens e mulheres, principalmente no mercado de

trabalho. O presente trabalho pretende, a partir da pesquisa bibliográfica, perceber como os

pesquisadores apontam as dificuldades em relação a inserção e êxito da mulher no mercado

de trabalho no Brasil. Apesar dos diversos direitos conquistados pelas mulheres na questão

trabalhista, nota-se que, além de representarem o menor número em relação aos homens no

mercado, há ainda uma certa precarização dos empregos.

Palavras-chave: Gênero. Mulher. Desigualdade. Trabalho

A QUEM PERTENCE O TRABALHO DAS MULHERES?

Nayara André Damião,

Mestranda em Serviço Social e Política Social,

da Universidade Estadual de Londrina. E-mail: [email protected]

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Resumo

Com base na leitura sobre os escritos do jovem Marx e do questionamento, a partir dos

estudos acerca da divisão sexual do trabalho e o uso do tempo das mulheres, apresentamos a

reflexão sobre a dupla exploração da mulher enquanto classe social e enquanto “o segundo

sexo” na sociedade patriarcal e capitalista, além da apropriação desta sobre seu trabalho não

remunerado para se reproduzir socialmente. Marx, nos Manuscritos Econômico-Filosóficos,

questiona a quem pertence o produto do trabalho produzido pelo trabalhador: questionamos,

então, a quem pertence o produto do trabalho não remunerado e invisível desempenhado

pelas mulheres. Além dos estudos do jovem Marx, consideramos na análise as ideias

defendidas por Kergoat (2000), que afirma a divisão e hierarquização do trabalho segundo o

sexo, bem como de Aguirre (2007) sobre a instrumentalização do trabalho não remunerado

da mulher. Assim, acreditamos ser possível estabelecer uma relação entre a exploração de

classe, explícita no capital, e a de gênero, exercida pelo patriarcado, sob as quais as

mulheres estão submetidas. Nesse cenário de intensa exploração da mulher, como é possível

que alcancemos a emancipação, no sentido mais verdadeiro e real?

Palavras-chave: divisão sexual do trabalho; patriarcado; trabalho não remunerado;

marxismo.

MULHER, TRABALHO E PROTEÇÃO SOCIAL: METAMORFOSES NA

CONTEMPORANEIDADE

Bárbara Weinert Ferreira Nogueira

[email protected].

Resumo:

O presente artigo objetiva tecer reflexões sobre as metamorfoses do mundo do trabalho na

contemporaneidade. A intenção é compreender nessa análise o movimento de inserção da

mulher naquele universo, marcado por processos contraditórios de rupturas e continuidades,

e os rebatimentos dessas transformações no âmbito familiar. Partindo do binômio opressão-

exploração, compreender a divisão sócio-sexual do trabalho se faz fundamental,

principalmente quando constatamos que as mulheres são, em nível mundial, aquelas que

menos têm acesso aos sistemas de proteção social. Na era das cadeias produtivas de valor, o

trabalho feminino remunerado continua sendo sinônimo de menores salários, flexibilização e

precariedade. Um estudo da OIT (2016) aponta que serão necessários 70 anos, caso

continuemos no mesmo ritmo, para que as mulheres alcancem igualdade salarial. A ofensiva

do capital sobre o trabalho e os direitos sociais nas últimas décadas vêm impactando

diretamente sobre as famílias, as quais têm sido obrigadas a buscar as mais variadas saídas

para as situações que as afligem. Fundamentaremos nossas proposições com base nos

estudos de Silver (2005), Harvey (2005), Antunes (1995, 2005), Dal Rosso (2008) e Huws

(2014) e em dados atuais da Organização Internacional do Trabalho e do IBGE.

Palavras-chave: Trabalho. Financeirização. Divisão sexual do trabalho. Relações de gênero.

Família. Proteção Social.

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A HISTÓRIA DA MULHER NA EDUCAÇÃO E NO MAGISTÉRIO NO BRASIL

PEREIRA, A. C. F.

[email protected]

FAVARO, N. A. L. G.

UNESPAR – Campus Paranavaí

RESUMO:

O processo de feminização do magistério no Brasil é discutido neste artigo e visa

fundamentar uma análise crítica acerca da possível relação entre este fato histórico e a atual

desvalorização da carreira docente. Nosso ponto de partida está pautado em um eixo teórico-

metodológico que concebe tais acontecimentos a partir das relações sociais de produção da

vida. Há atualmente uma preocupante desmotivação para o exercício dessa profissão, que

afeta mulheres e homens, ameaçando o funcionamento das instituições escolares brasileiras,

o que demonstra a importância da discussão de tal temática. A análise aqui exposta, parte

integrante de uma pesquisa em andamento, retoma a trajetória das mulheres, sua inserção na

docência e as lutas femininas para serem aceitas nesse espaço, além de identificar

brevemente a atual situação da docência no Brasil. O perfil docente ainda é

predominantemente feminino até os anos iniciais da educação básica, alterando-se a partir

do ensino médio e superior, o que denota a necessidade de novas investigações desse

fenômeno. Pretende-se problematizar as possíveis relações desse processo com a atual

desvalorização dessa profissão, possibilitando novas discussões ao debate atual sobre a

carreira docente, seus desafios, as atuais condições de trabalho e suas reinvindicações.

Palavras-chave: História da mulher; Feminização do magistério; Desvalorização docente.

DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO E MERCADO DE TRABALHO NO BRASIL

Givaldo Alves da Silva

[email protected]

Marinez Barbosa Marques

Unespar/Paranavaí

Grupo gênero, trabalho e políticas

públicas

Resumo:

A questão da divisão sexual do trabalho é um tema de grande visibilidade nas sociedades

contemporâneas, sobretudo, a partir da expansão dos movimentos feministas que teve um

grande impulso na década de 1970. Cabe destacar que a divisão sexual do trabalho é a forma

da divisão do trabalho social que decorre das relações sociais de sexo e que essa forma é

adaptada a cada sociedade no espaço e no tempo. Dentre as discussões que se relacionam à

divisão sexual do trabalho, está a forma (desigual) como homens e mulheres se inserem no

mercado de trabalho. O presente texto tem por objetivo mostrar, de forma introdutória, como

está a inserção da mulher no mercado de trabalho hoje no Brasil. Para tanto, buscou-se

fundamentar a divisão sexual do trabalho, especialmente a partir do contexto da

reestruturação produtiva do capitalismo e também apresentar alguns dados que pudessem

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ilustrar o quadro atual no cenário brasileiro. Trata-se de um quadro da realidade exposto a

partir de dados estatísticos. Percebeu-se que a participação feminina no mercado de trabalho

tem sido ampliada sobremaneira, sobretudo nos últimos 50 anos, entretanto, há ainda muito

o que ser construído a fim de que se possa falar em igualdade entre homens e mulheres. Um

dos pontos que mais chama a atenção neste sentido é o fato das mulheres terem, no geral,

maior nível de escolaridade e mesmo assim terem remuneração menor que a dos homens.

A CRÍTICA ONTOLÓGICA DO DIREITO: A INSTRUMENTALIDADE DO DIREITO

NA PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO DA MULHER

Ana Beatriz Cruz Nunes

[email protected]

Fernanda Cristina Barros Marcondes

Historicamente, a exigência de um povo por direitos está atrelada a uma perspectiva

legalista, ou seja, na exigência de direitos positivados. No entanto, as diversas teorias

críticas do direito latinoamericanas estiveram intimamente ligadas a contextos

revolucionários ou de luta organizada de movimentos sociais, exigindo conceitos jurídicos

embasados na consciência e experiência histórica de classe explorada. Nesse sentido,

entendemos que para solucionar as demandas específicas advindas da produção capitalista

no atual contexto de globalização, reestruturação produtiva e crise econômica mundial, o

Direito positivado é insuficiente e ineficaz para a realização plena da justiça e da cidadania.

Portanto, a partir da crítica ontológica do Direito, entendemos que compreender a

centralidade do trabalho é fundamental para a crítica da realidade histórica e das

transformações pelas quais o mundo do trabalho, a classe trabalhadora e os movimentos

operários e sindicais passaram nas últimas décadas. Assim, analisaremos o reflexo de tal

dinâmica no pólo industrial calçadista de Franca/SP, cuja consequência mais latente é a

domicialização e a ampliação da exploração do trabalho da mulher, num contexto de

precarização do trabalho e em desrespeito aos direitos trabalhistas conquistados através da

luta dos movimentos operários e sindicais.

A PERMANÊNCIA DAS DESIGUALDADES DE SEXO NA FORMAÇÃO DE

TÉCNICOS DE NÍVEL MÉDIO NO BRASIL

Liliane Bordignon

[email protected]

FE – Unicamp

RESUMO

O objetivo deste trabalho é analisar a participação de mulheres em cursos técnicos de nível

médio no Brasil a partir de estatísticas educacionais oficiais (Censo Escolar MEC/INEP –

2009-2013). Partimos do pressuposto de que o ensino técnico é um reduto de formação de

jovens trabalhadores que procuram meios de (re)inserção no mercado de trabalho. A

hipótese que levantamos é que há uma permanência das desigualdades de sexo, orientada

pelas diferentes escolhas profissionais que, em geral, são direcionadas pela posição das

diferentes carreiras no mundo do trabalho, muitas vezes classificadas, historicamente, entre

“femininas” e “masculinas” e relacionadas aos “papéis” que cada sexo assume na família e

na sociedade. No Brasil, as barreiras jurídicas e políticas que impediam as mulheres de

frequentarem cursos profissionalizantes ou mesmo de se escolarizar não são a causa da

manutenção das diferenças entre homens e mulheres nos cursos técnicos de nível médio. A

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profissionalização está aberta juridicamente para a “livre escolha” dos indivíduos e muito já

se avançou quanto a escolarização das mulheres em nível técnico, principalmente, nas

últimas quatro décadas. No entanto, a baixa frequência de mulheres em determinados cursos

permanece e mostra a latência da desigualdade de sexo em determinadas áreas profissionais.

TRABALHO DECENTE E RELAÇÕES DE GÊNERO: RESPONSABILIDADES

FAMILIARES, IGUALDADE DE OPORTUNIDADES E NEGOCIAÇÕES COLETIVAS

Volney Campos dos Santos

(niversidade Estadual de Ponta Grossa)

Lenir Aparecida Mainardes da Silva

(Universidade Estadual de Ponta Grossa)

A igualdade de gênero no trabalho é reconhecida como fundamental na promoção de uma

justiça social. Porém, a participação feminina enfrenta limitações que constituem

verdadeiras barreiras a um trabalho produtivo adequadamente remunerado, exercido em

condições de liberdade, igualdade, segurança, dignidade e livre de discriminação. Muitas

dessas limitações estão relacionadas à permanência de uma divisão sexual do trabalho na

qual as mulheres aparecem como principais responsáveis pelos afazeres domésticos e

cuidados com a família. As responsabilidades familiares podem constituir uma barreira

importante ao acesso ao mercado de trabalho, já que essas responsabilidades recaem

desproporcionadamente sobre elas. O artigo objetiva discutir a articulação entre trabalho

decente, relações de gênero e igualdade de oportunidades no trabalho. O argumento central é

que divisão sexual do trabalho constitui-se em elemento central na consolidação das

barreiras enfrentadas pelas trabalhadoras, especialmente quanto ao acúmulo quase exclusivo

das responsabilidades familiares. Assim, busca-se investigar, analisar e difundir as

iniciativas da Organização Internacional do Trabalho na construção do Trabalho Decente e o

papel que desempenham na criação de ambientes de trabalho mais equitativos.

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GT 7B

Sala 58

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GT 7B - Trabalho e Saúde do Trabalhador

SALA 58 – 25/05 – 14 horas

SAÚDE DO TRABALHADOR: UM ESTUDO SOBRE ACIDENTES E DOENÇAS

RELACIONADAS AO TRABALHO DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DA AGÊNCIA DA

PREVIDÊNCIA SOCIAL DE UMUARAMA

Viviane Aparecida Pereira Peres

[email protected]

Tatiane Martins

Keity Ayumi Akimura

Resumo:

Na perspectiva de conhecer o processo de saúde doença do trabalhador(a) e caracterizar os

acidentes e doenças relacionadas ao trabalho da área de abrangência da Agência da

Previdência Social de Umuarama/PR, apresenta-se o presente texto, objetivando realizar um

breve estudo no sentido de conhecer as atividades econômicas que geram maior incidência

regional, delineando o perfil dos trabalhadores que acessaram o auxílio doença e foram

afastados do trabalho no período de 2010 à 2015, utilizando a base de dados do Instituto

Nacional do Seguro Social – INSS, através de pesquisa de abordagem transversal e

descritiva. Identificou-se, a morbidade dos trabalhadores, a relação dos riscos a saúde com

ramos de atividade, visualizando as problemáticas dos seus processos produtivos. Evidencia-

se, que a pesquisa aponta os grupos de trabalhadores mais vulneráveis aos agravos a saúde e

os ramos de atividade que tem impactado no adoecimento através de seus processos de

trabalho, em termos de condicionantes e determinantes, sendo estas informações, a base para

a construção de novas práticas de proteção e promoção no contexto de Saúde do

Trabalhador, bem como, contribui para traçar ações intersetoriais para minimizar os agravos

a saúde dos trabalhadores.

GESTÃO E SAÚDE: ASPECTOS EPISTEMOLÓGICOS E TÉCNICOS NA RELAÇÃO

ENTRE GESTÃO E SAÚDE DO TRABALHADOR NO CONTEXTO BRASILEIRO DO

SÉCULO XXI

André Luís Vizzaccaro-Amaral

Departamento de Psicologia Social e Institucional

Universidade Estadual de Londrina

Este trabalho vincula-se ao curso de Master of Business Administration em Gestão

Estratégica de Negócios, realizado pela USP, e foi elaborado com dados da supervisão de

estágio curricular em Psicologia do Trabalho junto ao curso de Psicologia da UEL,

desenvolvido na empresa júnior do mesmo curso e da mesma universidade. Partindo da

realidade aviltante para a saúde do trabalhador em todo o mundo, sobretudo após a

hegemonia do modelo toytotista de produção desde os anos 1990, com maior impacto em

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países em desenvolvimento, como o Brasil, este estudo procurou ater-se aos aspectos

epistemológicos e técnicos na relação entre gestão e saúde do trabalhador no contexto

brasileiro do século XXI, de modo a analisar, na perspectiva das ciências gerenciais, seus

limites e alcances e a avaliar, numa dimensão multidisciplinar, possíveis modos de

intervenção. Utilizou-se do paradigma qualitativo, do método dialético e dos pressupostos da

Psicossociologia. Analisou-se 461 documentos e entrevistou-se profissionais de 07

indústrias e de 07 organizações do setor terciário da região de Londrina-PR. Os resultados

revelam poucos estudos sobre saúde do trabalhador no campo da gestão, sobretudo de saúde

mental do trabalhador, e mero “formalismo” quanto às questões legais no que tange às ações

por parte das organizações produtivas de maior porte.

A HISTORICIDADE DO PROCESSO SAÚDE-TRABALHO – QUE SAÚDE? QUE

TRABALHO?

Joana Alice Ribeiro de Freitas – Universidade de São Paulo ([email protected])

Vera Lucia Navarro –

Universidade de São Paulo

Resumo:

A saúde e suas determinações instigam estudos e observações de diversas áreas do saber

desde a Antiguidade greco-romana. Entre os possíveis determinantes estavam ambiente,

sazonalidade, posição social, entre outros, além, é claro, do trabalho. Datam da segunda

metade do século XVI referências a doenças pulmonares em mineiros e no ano de 1700

Ramazzini lista doenças relacionadas a mais de cinquenta profissões. Percebe-se, então, que

saúde e trabalho estão direta ou indiretamente relacionados ao longo de grande parte da

história. Discutir saúde em suas relações com o trabalho não pode prescindir, pois, de

compreender o que é trabalho e a que trabalho se reporta historicamente. Acrescenta-se a

isso que reconhecer o caráter histórico do trabalho é também reconhecer que cada formação

social incidirá em diferentes relações entre trabalho e saúde, ou seja, o adoecimento de

trabalhadores também é revestido de caráter histórico. Dito isto, o presente artigo discutirá

diferentes formas de organização do trabalho circunscritas ao modo de produção de

capitalista, articulando este panorama das relações de trabalho com desdobramentos

objetivos e subjetivos na realidade concreta de trabalhadores e as possíveis consequências à

saúde que podem ser sentidas pelos mesmos. Em paralelo, delinear-se-á de que forma a

relação trabalho-saúde é tratada em cada um dos momentos históricos.

EXAMES MÉDICOS PERIÓDICOS NA POLÍTICA DE ATENÇÃO À SAÚDE DO

SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL: LEGALIDADE E FRAGILIDADES NO CONTEXTO

DA SAÚDE DO TRABALHADOR

Raquel Alves dos Santos

Diretoria de Qualidade de Vida e Saúde do Servidor –

UR SIASS Uberlândia-MG

[email protected]

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Resumo:

A prática dos exames médicos periódicos (EMP), enquanto instrumento de gestão da saúde

dos servidores públicos, tem se mostrado um desafio aos gestores das unidades responsáveis

pela sua execução devido, dentre outras razões, à proposta inovadora de gestão contida na

Política de Atenção à Saúde do Servidor (PASS), que contempla os eixos de promoção e

vigilância à saúde, assistência e perícia, e estabelece que o perfil epidemiológico obtido a

partir dos exames médicos periódicos seja a base para a proposição de políticas de

prevenção e promoção à saúde desses trabalhadores (Brasil, MPOG, Decreto nº 6.856/2009).

Isso se constitui em um desafio na medida em que adesão aos referidos exames tem ficado

muito abaixo do desejado. Aliadas a isso, questões relacionadas à operacionalização do

Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor – SIASS, cujo propósito é viabilizar a

aplicação dessa política, tais como a dificuldade de acesso dos servidores e indisponibilidade

de relatórios aos gestores locais, parecem dificultar o alcance dos objetivos propostos. Este

trabalho pretende discutir a prática dos exames médicos periódicos no serviço público

federal com base na PASS e suas fragilidades, tendo em vista o contexto da Saúde do

Trabalhador.

SUJEITOS COLETIVOS NA LUTA CONTRA A EBSERH: UM ESTUDO DO

HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UFTM

Aline Cristina do Prado Maríngolo

Bacharel em Serviço Social

E-mail: [email protected]

Dr.ª Rosana Freitas Arantes

Assistente Social

Docente da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)

E-mail: [email protected]

Resumo:

Na contemporaneidade, a política de saúde tem sido alvo de contrarreformas num contexto

neoliberal, de ascensão dos modelos privatizantes de gestão na saúde. Nesse sentido, acirra

os processos de terceirização da gestão da força de trabalho e da flexibilização das relações.

Nesse quadro, as lutas sociais no âmbito da saúde se direcionam para a defesa do SUS como

política pública de direito social e da gestão dos recursos de saúde diretamente pelo Estado,

nas quais se destaca a Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde. Objeto de estudo: As

lutas e resistências dos sujeitos coletivos frente ao processo de implantação da Empresa

Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) em Uberaba/MG. Referencial teórico-

metodológico: O estudo é um recorte do TCC. Através do materialismo histórico e dialético

apresentamos as mediações necessárias para a compreensão dos aspectos universais,

particulares e singulares que perpassam pelo objeto estudado. Para a realização do estudo

utilizamos a pesquisa bibliográfica e documental como meio de coleta dos dados.

Resultados: Os resultados apontaram que apesar da hegemonia da crítica a lógica gerencial

de mercado da EBSERH, esta tem se consolidado na gestão dos HU’s.

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GT 9B

Sala 59

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GT 9B – Trabalho e Teorias sociais

SALA 59 – 25/05 – 14 horas

GEORGES FRIEDMANN: UMA CRÍTICA AO PAI DA SOCIOLOGIA DO TRABALHO.

Ricardo Colturato Festi – doutorando em sociologia pela UNICAMP.

Resumo:

Esta comunicação analisará e problematizará a obra de Georges Friedmann (1902-1977), um

dos fundadores da sociologia do trabalho na França. Ao longo de sua vida, o autor se

dedicou a estudar a indústria e o trabalho organizados pelo sistema taylorista-fordista. No

período do pós-guerra, Friedmann dirigiu importantes pesquisas empíricas no meio

industrial com o objetivo de compreender os impactos das transformações técnico-

organizacionais sobre os trabalhadores. Seu livro Problèmes humains du machinisme

industriel (1946) foi uma referência teórica obrigatória a muitas gerações que analisaram o

mundo do trabalho. Apesar de crítico do trabalho parcelar, monótono e desumanizador do

taylorismo, o autor acreditava que o desenvolvimento das forças produtivas, que

apresentaria o seu ponto alto no automatismo industrial, preparava as condições objetivas

para a emancipação do trabalho. Nosso estudo entende que a visão contemplativa de

Friedmann ao progresso técnico e ao ideário de modernização da sociedade se explica pelo

seu entendimento das categorias trabalho produtivo e alienação (trabalho estranhado).

TRABALHO, CONSTRUÇÃO DO SER SOCIAL E ÉTICA

Márcia Sgarbieiro

Programa de Estudos Pós Graduados em Serviço Social

PUC-SP – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Resumo:

O presente texto é parte do primeiro capítulo da tese de doutorado em Serviço Social na

PUC-SP sobre a ética e a produção do conhecimento. Pensando na ética como uma

categoria, questiono sobre o lugar da ética na construção do ser social e quais suas categorias

fundantes. Para responder a esta problematização, partiremos da categoria fundante do ser

social: o trabalho. Este ser social se relaciona com a natureza para suprir suas necessidades

através do trabalho. Este é a forma de objetivação mais primária e em Marx o trabalho é

categoria central. Ao mesmo tempo em que o homem transforma a natureza, esta, já

transformada pelo trabalho, também o transforma. A própria natureza do homem se modifica

pela potencialidade de transformação desenvolvida durante a transformação da natureza.

Para entender a ética, penso na concepção ontológica, ou seja, no contexto da construção do

ser social através do trabalho. Com base na teoria social de Marx e na ontologia do ser social

de Lukács, entendo que o ser social é um ser ético. Finalizamos o texto discorrendo sobre a

capacidade ética do ser social no desenvolvimento da sociabilidade.

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TOTALIDADE, TRABALHO E INTERDISCIPLINARIDADE

Ana Paula Nunes

Universidade Estadual do Oeste do Paraná-UNIOESTE

Resumo:

Entendendo que o trabalho tem sua centralidade na constituição do ser social, sendo o –

trabalho- o elemento responsável por elevar os homens e mulheres a patamares superiores de

sociabilidade. O tema que abordamos nesse artigo reflete sobre as mudanças no modo de

produção capitalista no século XXI e a interface com a discussão de interdisciplinaridade.

São marcas da gestão e da produção toyotista, um trabalhador polivalente e multifuncional,

tais marcas, irão para além do chão de fábrica, e exigirão da sociedade um projeto de

educação, escola e vida para seus “novos trabalhadores”. Compreendemos que o trabalho,

com destaque ao trabalho sobre a égide do capital, implica em determinações no campo da

ciência do conhecimento. A totalidade como dimensão analítica, contribui nesses

apontamentos iniciais e evidencia a necessidade de conhecer a sociedade como totalidade,

isto é, como uma realidade complexa e articulada, formada por mediações.

O MUNDO DO TRABALHO SOB ATAQUE: CRISE ESTRUTURAL DO CAPITAL,

MEDIDAS CONTRATENDENCIAIS E A ATUAL SITUAÇÃO DA CLASSE

TRABALHADORA

Caio Antunes, UFG

[email protected]

Hugo Leonardo Fonseca Silva, UFG

[email protected]

Joana Alice de Freitas, USP, bolsista CAPES

[email protected]

Lívia de Cássia Godoi Moraes, UFES

[email protected]

Resumo:

As crises não são, de modo algum, incidentais, muito menos acidentais, mas sim parte

inerente do sistema social do capital em sua lógica de crescimento e acumulação pautada na

exploração do trabalho/produção de mais-valor. Tais crises, que eclodem ora na esfera

comercial, ora na esfera industrial e se apresentam com regularidade cíclica (já apontada por

Engels em 1843), por serem resolvidas no interior do próprio sistema do capital, isto é, sem

que sejam enfrentadas suas causas, mas apenas alguns de seus desdobramentos, acabam por

se apresentar de forma cada vez mais profunda, até que, nos anos de 1968-73 do século

passado, atingiram seu ponto de saturação absoluto, marcando aquilo que Mészáros chamou

de crise estrutural do sistema do capital. Dentre as respostas imediatas buscadas pelo capital

para enfrentar esta crise estão, além da já notória intensificação das taxas de exploração do

trabalho, a reestruturação produtiva, o neoliberalismo e a financeirização do capital. Tais

medidas acabaram por impor uma ordem de importantes mudanças e reorganizações nas

relações de produção existentes, o que por sua vez incidiu sobremaneira sobre a totalidade

dos processos formativos humanos e trouxe importantes impactos sobre a vida e a saúde dos

trabalhadores e trabalhadoras.

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O PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO DO SER HUMANO

Caio Antunes, UFG

[email protected]

RESUMO:

O ser humano é uma parte da natureza e relaciona-se com esta a fim de garantir sua

existência humana, isto é, a fim de efetivar sua reprodução social. Entretanto, como parte

específica da natureza, de um lado, dotado de forças essenciais capazes de garantir sua

sobrevivência e, de outro, com necessidades específicas postas por sua condição de ser

natural, o ser humano estabelece uma ordem específica de metabolismo com a natureza

circundante, de modo a nela efetivar certas transformações no intuito de adequá-la às suas

necessidades não mais imediatamente naturais, isto é, já tornadas humanas. Esta relação de

transformação direcionada à finalidade de adequar a matéria natural às necessidade humanas

é o trabalho. O processo de trabalho, portanto, faz de uma parte específica da natureza algo

novo: o ser humano e faz, ao mesmo tempo, com que o próprio ser humano humanize-se,

complexifique-se como ser cada vez mais humano; numa palavra: forme-se. É então a

categoria trabalho que engendra a origem e o desenvolvimento, a gênese e a sucessão, a

ontologia e a história do ser social e constitui, por conseguinte, o elemento fulcral da teoria

da formação humana presente na obra marxiana.

SOCIEDADE CIVIL E ESTADO EM HEGEL E MARX

Fábio César da Fonseca

Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM

fonsecafabiocesar@gmail.

Com Este trabalho analisa, a partir de uma perspectiva metodológica dialética, sentidos e

contradições sobre a sociedade civil e o Estado em Hegel e Marx. Marx faz uma análise

minuciosa da Crítica da Filosofia do direito de Hegel, afirmando e reafirmando que Hegel

inverte a verdadeira relação, ao tomar o sujeito como predicado e o predicado como sujeito,

entre a sociedade civil e o Estado, ou seja, o Estado é o grande sujeito, o agir racional da

Idéia (Espírito), que direciona a formação da sociedade civil e da família. Ao analisar ponto

a ponto – direito público, constituição, poder soberano, poder governamental e poder

legislativo, serviço público, burocracia, etc. – desta obra de Hegel, Marx desmistifica o

misticismo, o idealismo que sustenta a teoria hegeliana da política e do Estado,

estabelecendo um olhar sobre o mundo real dos homens, isto é, a sociedade civil é que é

determinante do Estado, cuja ação se faz em consonância com as forças econômicas e

sociais que estão em jogo no espaço e no tempo.

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GT 10B

Sala 60

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GT 10B – Precarização do trabalho, capitalismo e classes sociais

SALA 60 – 25/05 – 14 horas

AS CONSEQUÊNCIAS DO SISTEMA CAPITALISTA PARA A CLASSE

TRABALHADORA: UMA POSSÍVEL RELAÇÃO ENTRE O DESEMPREGO E O

SUICÍDIO

Walter Araújo de Albuquerque

Mestrando em Serviço social pela Universidade Federal de Alagoas- UFAL

[email protected]

Edivanda Maria Rodrigues da Silva

Mestranda em Serviço Social pela Universidade Federal de Sergipe - UFS

Jéssica Gomes Viana

Graduada em Serviço Social pelo Centro Universitario Tiradentes de Alagoas - UNIT

Resumo:

O objetivo deste artigo é entender a possível relação que existe entre o desemprego e o

suicídio, na lógica da sociabilidade capitalista. Para tanto, buscou-se explanar uma discussão

à respeito das categorias do modo de produção capitalista destacando o desemprego como

intrínseco à sua lógica; as transformações no mundo do trabalho como condições para a

atenuação do desemprego estrututral e também trazer apontamentos sobre a possível relação

entre o desemprego e o suicídio. Mediante a pesquisa bibliográfica de cunho histórico-

crítico dialético buscou-se atingir os objetivos designados. A pesquisa aponta que o suicídio

na atual sociabilidade pode estar ligado ao desemprego justamente por este ter influenciado

na vida dos trabalhadores de forma negativa, levando-os muitas vezes ao desespero extremo

uma vez que não conseguem mais manter suas condições de subsistência. Conclui-se, que o

suicídio é parte integrante dos problemas relacionados ao desemprego – desemprego este

fundamental na dinâmica da sociabilidade capitalista.

USO ABUSIVO E DEPENDÊNCIA DE ÁLCOOL EM TRABALHADORES DA

CONSTRUÇÃO CIVIL: AÇÕES DESENVOLVIDAS PELO CENTRO DE REFERÊNCIA

EM SAÚDE DO TRABALHADOR/REGIONAL UBERABA

Josiana Dias Silva Trajano (CEREST / Regional de Uberaba), e-mail:

[email protected]

Alline Alves de Sousa (CEREST / Regional de Uberaba),

e-mail: [email protected]

O trabalho é um fator psicossocial de risco para o alcoolismo crônico, especialmente em

ocupações socialmente desprestigiadas, assim como profissionais da construção civil

(Ministério da Saúde, 2011). O presente trabalho tem o objetivo de promover ações

educativas e de assistência à saúde com trabalhadores da construção civil, visando

identificar possíveis casos de uso abusivo e dependência do álcool. Trata-se de uma

iniciativa do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador – CEREST/Regional Uberaba

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em parceria com o Departamento de Atenção Básica e com o Centro de Atenção

Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD). Foram realizadas três ações em duas construtoras

de Uberaba em outubro e novembro de 2015. Utilizou-se o teste AUDIT (Teste de

Identificação de Desordens Devido ao Uso de Álcool) que foi autoaplicado, coletivamente

de forma voluntaria. Todos os participantes receberam devolutivas dos resultados do teste.

Os trabalhadores que se enquadraram na zona III (padrão de uso nocivo de álcool) e na zona

IV (grande chance de ter um diagnóstico de dependência) de classificação de risco do

AUDIT foram encaminhados para atendimento no CAPS AD. 172 trabalhadores

participaram das ações, destes 61 foram encaminhados para tratamento quanto ao uso

abusivo e dependência do álcool. Espera-se que estas ações possam contribuir para a

prevenção do adoecimento no trabalho na construção civil.

A PRECARIEDADE NO JUDICIÁRIO EM TEMPOS DE AUSTERIDADE: UMA

ANÁLISE SOBRE OS SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DO PARANÁ

Pablo Almada

[email protected].

Fernanda Demarco Frozza

[email protected]

RESUMO

O presente artigo procura contribuir para a discussão da precariedade do trabalho no

funcionalismo público, tomando como base, o processo de precarização do trabalho dos

servidores do Judiciário do Estado do Paraná. Nesse sentido, argumenta-se que a atual crise

da faceta financeira da mundialização do capital apresenta reflexos significativos em torno

do funcionalismo público brasileiro, sobretudo, no que tange ao modelo meritocrático de

seleção, às condições de trabalho, aos critérios de produtividade estabelecidos. Parte dessa

reflexão, portanto, deve ser aportada em termos da inserção e modernização tecnológica do

Judiciário, bem como o estabelecimento de produtividade por metas o que resulta em um

modelo just-in-time de organização e julgamento de processos. Por outro lado, deve-se ter

em conta a situação laboral dos estratos mais baixos desse setor que, ao contrário dos altos

cargos magistrados, são marcados por desigualdades nas condições salariais e de trabalho,

refletindo problemas que se colocam na eficácia laboral para efetivação da justiça no Brasil.

Assim, o artigo procurará compreender como essas questões foram mobilizadas no caso da

greve dos servidores do judiciários do Estado do Paraná em 2015, para compreender os

limites da atual situação laboral, refletindo dualidades em termos das questões salariais e de

qualificação.

Palavras-chave: Precarização, Judiciário, Austeridade, Estado do Paraná, Justiça

ENTRE AS COSTURAS DA CIDADE DE SÃO PAULO: TRAJETÓRIAS E

NARRATIVAS DE TRABALHADORES E TRABALHADORAS MIGRANTES

TRANSNACIONAIS LATINO-AMERICANOS E A FLEXIBILIZAÇÃO DO

TRABALHO.

Julia Ferreira Scavitti – UNIFESP. [email protected]. CAPES.

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Resumo:

A pesquisa, iniciada em 2015 e ainda em andamento, tem como objetivo central a reflexão

acerca da imigração latino-americana para a cidade de São Paulo em articulação com o

desenvolvimento de formas flexíveis de trabalho – hoje frequentemente caracterizadas como

trabalho análogo ao de escravo. Para tanto, optou-se pela metodologia qualitativa, que

envolve trabalho de campo e realização de entrevistas em profundidade com migrantes

transnacionais que circulam pela cidade e constroem suas trajetórias de vida através da

migração e do trabalho. Também se faz necessaria a revisão bibliográfica de autores que

discutem trabalho, mais especificamente as transformações a partir da crise econômica da

década de 1980 e da reestruturação produtiva decorrente, que afeta também o Brasil, quando

surgem em maior número as oficinas de costura por onde esses migrantes costumam se

inserir e/ou passar em algum momento de suas trajetórias migratórias. Trata-se de uma

forma de precarização do trabalho para a qual se tiram políticas de conscientização e

combate, gerando a necessidade de reflexões profundas e constantes sobre tais formas de

trabalho e quem são esses trabalhadores e trabalhadoras, atores e sujeitos dessas

transformações.

FORMAÇÃO PROFISSIONAL E ENSINO SUPERIOR EM TEMPOS DE CRISE DO

CAPITAL E DE PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO: DILEMAS E REFLEXÕES EM

TORNO DA CONFORMAÇÃO DO PRECARIADO NO BRASIL

Eliana Costa Guerra - UFRN

Hiago Trindade – UFRJ

[email protected]

Liliane Nascimento - UFRN

Resumo

Na dinâmica de produção e reprodução da sociedade, determinações de ordem política e

econômica impulsionam o modo de produção capitalista a operar transformações que

impactam toda a vida social. Assim, sob a égide do neoliberalismo, destacamos o conjunto

de medidas que vêm sendo orquestradas pelo Estado ajustador no âmbito da Educação, cujas

implicações se expressam, de um lado, na ampliação das unidades de ensino e, no seu

avesso, na redução dos recursos destinados à manutenção da política assim como na

exponenciação de formas de trabalho cada vez mais precarizadas. Neste contexto

contraditório, são impostas exigências de qualificação profissional estabelecidas,

atualmente, para inserção dos diversos segmentos sociais, em especial, para a população

jovem, no mundo do trabalho, nesses tempos de liofilização, de empresa enxuta e de

elevação da composição orgânica do capital, em sua parte constante. Nesse sentido, a partir

da perspectiva crítico-dialética, objetivamos proceder a uma revisão de literatura

especializada para compreender e problematizar as simbioses expressas nas configurações

alcançadas pelo sistema de ensino no Brasil, com destaque para o lugar ocupado pelo

precariado na realidade contemporânea.

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DA INSERÇÃO DO IDOSO NO MERCADO DE TRABALHO E SEU DIREITO AO

MEIO AMBIENTE DE TRABALHO EQUIIBRADO

JOÃO LUCAS ZANONI DA SILVA – UFMS/CPTL

[email protected]

NORMA SUELI PADILHA – UFMS/CPTL

[email protected]

RESUMO

Contemporaneamente vê-se um crescimento acirrado do número de idosos brasileiros devido

as melhores condições de vida proporcionadas pelo avanço científico e tecnológico,

refletindo-se na ampliação do período economicamente ativo destes indivíduos, os quais,

muitas vezes, por necessidades financeiras, aceitam empregos com menores garantias

trabalhistas do que lhes é de direito, como, por exemplo, a informalidade e baixas

remunerações. Mediante isto, o presente estudo concentra-se em elucidar a importância do

meio ambiente do trabalho equilibrado destes indivíduos, como um direito fundamental,

tutelado diretamente pelo artigo 200, VIII, da Constituição Federal de 1988. Para tanto, será

adotado o método dedutivo, quantitativo e qualitativo, primando-se pela pesquisa

bibliográfica, tendo como base as doutrinas que versam sobre o meio ambiente do trabalho

sadio, a Constituição Federal de 1988, o Estatuto do Idoso e as Leis 6.938/81 e 8.842/99 e

dados estatísticos do IBGE. Em consonância o arcabouço teórico, busca-se demonstrar a

necessidade de preservação do meio ambiente laboral, considerando-se a maior

vulnerabilidade psicofísica da população idosa economicamente ativa, e o fato de que está

população pode apresentar problemas de saúde que poderão ser agravados de acordo com as

condições do meio laboral no qual será inserida.

PALAVRAS CHAVE: Idosos; Meio Ambiente; Trabalho

DEGRADAÇÃO DO TRABALHO NO CAMPO NA REGIÃO METROPOLITANA DE

CURITIBA

MARCOCCIA, Patrícia Correia de Paula Marcoccia – UEPG

pa.tyleo12@gmailcom

PEREIRA, Maria de Fátima Rodrigues – UTP

[email protected]

RESUMO:

O objetivo deste desta proposta de comunicação é apresentar a morfologia do trabalho no

campo na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), com ênfase no Terceiro Anel.

Utilizaram-se documentos disponibilizados publicamente no Sistema Público de Emprego e

Renda (ISPER), Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), Ministério do Trabalho e

Emprego (MTE) e Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social

(IPARDES). Este estudo orienta-se pela teoria social e abordagem marxista do

conhecimento que possibilita apontar o predomínio do trabalho temporário nesta Região, por

outro lado, concentra-se o maior número de trabalhadores familiares, os quais estão sob

impactos de degradação, a saber: a) os membros da família não se dedicam totalmente a

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produção; a maioria dos produtores familiares e não familiares não estão associados a

cooperativas e/ou entidades de classe e o nível de instrução predominante entre os

produtores familiares e não familiares e pessoas de 10 anos e mais ocupadas em atividades

agrícolas é o Ensino Fundamental Incompleto. Constatou-se que a situação é de degradação

dos trabalhadores privados que possuem os meios de produção da sua existência enquanto

classe expandem-se, apenas, as condições de sobrevivência e reprodução controlada da sua

força de trabalho sob os ditames do capital.

Palavras chave: trabalho; degradação; campo.

DIGNIFICAR O VALOR DO TRABALHO COMO MEIO DE INCLUSÃO SOCIAL

PELO RESPEITO AO TRABALHO DECENTE

Ms. Maucir Pauletti

Universidade Católica Dom Bosco

[email protected]

Dra Dolores Pereira Ribeiro Coutinho

Universidade Católica Dom Bosco

[email protected]

Mariitha Thays Alves Soares

Universidade Católica Dom Bosco

[email protected]

Resumo:

O presente trabalho pretende resgatar a instituição do salário (mínimo) como forma/meio

suficiente para garantir a subsistência dos direitos sociais da família do trabalhador, bem

como seu nefasto processo de mitigação do seu poder de compra. Neste contexto, tomando

como base a idéia de trabalho decente definido/construído pela OIT – Organização

Internacional do Trabalho e os contrapontos em seu processo de definição, repensar,

inclusive, o próprio conceito e o entendimento de Trabalho Decente, que parte da

perspectiva do trabalhador e da idéia de uma relação de trabalho digna. A investigação

dedutiva, que utilizará bibliografia e estatísticas oficiais terá como ponto de partida poder de

compra do salário, desde sua instituição na década de 40, até os dias atuais para verificar

como se deu, o processo de mitigação de compra via planos econômicos implicando, hoje,

em numerário insuficiente para atender o disposto no art. 6º da CF, indistintamente, aos que

vendem sua força de trabalho em troca de uma remuneração.

Palavras-chave: precarização do trabalho; salário mínimo; Trabalho Decente.

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SUICÍDIO E OCUPAÇÃO FUNCIONAL NA 20ª REGIÃO DE SAÚDE DO PARANÁ

Vânia Frigotto

[email protected]

Manoela de Carvalho

Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Resumo:

A região oeste do Paraná é reconhecida nacionalmente por sua atividade agrícola inserida no

contexto econômico altamente produtivo e lucrativo do agronegócio. No entanto, o modelo

de produção adotado nesta atividade tem sido questionado por suas consequências à saúde

da população e, especialmente, a saúde do trabalhador rural. Objetivos: descrever a

incidência de suicídios e as características dos casos segundo a ocupação funcional,

abordando faixa etária, gênero e escolaridade dos óbitos por lesões autoprovocadas

intencionalmente em dezoito municípios de abrangência da 20ª Regional de Saúde no Estado

do Paraná, no período de 2008 a 2015. Método: utilizou-se o Sistema de Informações sobre

Mortalidade (SIM/DATASUS), o aplicativo TABWIN e o site do Ministério do Trabalho e

Emprego. Resultados: Houve no período estudado (ou pesquisado) 290 óbitos por suicídio

classificados em diferentes grupos de trabalho. Isto reflete particularmente, em sua maioria,

nos trabalhadores rurais, revelando uma preocupação às políticas sociais e de saúde quanto à

relação existente entre o trabalho neste setor e a preservação da saúde destes trabalhadores.

PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE DE INSTITUIÇÕES PRIVADAS DE

ENSINO SUPERIOR E OS REBATIMENTOS EM SUA SAÚDE: Um estudo sobre

precarização do trabalho e adoecimento de docentes de Instituições Privadas de Ensino

Superior na Macrorregião de São José do Rio Preto.

Carvalho A. J. – Doutorando UNESP - Marília

Alves, G. (orientador)

[email protected]

O trabalho em desenvolvimento investiga as condições de trabalho, qualidade de vida e

saúde dos docentes do complexo vivo das Instituições Privadas de Ensino Superior da região

administrativa de São José do Rio Preto. Nosso objetivo é expor, num primeiro momento, a

natureza do processo de trabalho do docente no Brasil, com atenção, ao setor Privado. Num

segundo momento, investigaremos as condições salariais, condições de contrato de trabalho

e as condições do ambiente de trabalho e seus impactos sobre a vida cotidiana de professores

do ensino superior privado na região de São José do Rio Preto. Por último, iremos discutir a

partir da percepção crítica da saúde do docente das Instituições Privadas de Ensino Superior,

as dimensões da precarização do trabalho no Brasil.

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ESTÁGIO: COMPLEMENTO À FORMAÇÃO EDUCACIONAL OU TRABALHO

PRECARIZADO?

Givaldo Alves da Silva

Unespar/Paravavaí

A precarização do trabalho tem sido um expediente largamente usado pelo capital desde

sempre, acentuando-se nos momentos de maior liberalização da economia com o objetivo de

se obter redução dos custos de produtos e serviços. Em muitos casos, o próprio Estado

contribui com a precarização. É o caso dos estágios que tem se tornado uma forma fácil de

precarizar o trabalho de jovens em todo o Brasil. Além de formular leis que permitem a

contratação de trabalho precário, o Estado também se vale do expediente da precarização

com o objetivo de reduzir as despesas com pessoal. Assim, o estágio que em essência

deveria ser um complemento à formação profissional, tornou-se uma das formas de

exploração de trabalho precarizado mais comuns na atualidade. O presente trabalho

corresponde à fase inicial de uma pesquisa que tem por objetivo compreender as relações de

estágio estão acontecendo, inclusive do ponto de vista da legalidade. Para isso, foi proposta

uma pesquisa bibliográfica e uma investigação de campo no intuito conhecer melhor as

condições às quais estão submetidos os jovens estagiários do campus de uma universidade

do Noroeste do Paraná. A pesquisa está em andamento e os resultados apresentados aqui

referem-se à fase de levantamento e discussão bibliográfica.

Palavras-chave: estágio, formação profissional, trabalho precarizado.

FÁBRICA DE SARDINHA: UMA EXPERIÊNCIA DE

PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO NO MUNÍCIPIO DE SÃO GONÇALO/RJ

Patrícia Santiago de Medeiros Corrêa

Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Direito- UFF

[email protected]

RESUMO: O objetivo deste trabalho é avaliar a partir do estudo de caso de uma pequena

Fábrica de Sardinha, localizada em São Gonçalo (RJ), como as mudanças ocorridas no

mundo do trabalho a partir da década de 1990, debatidas por diversos teóricos marxistas, se

apresentam na prática, afetando a realidade dos trabalhadores. A ofensiva neoliberal e

reestruturação produtiva significaram um aumento da precarização das relações de trabalho

e do modo de vida dos trabalhadores, estabelecendo diferentes formas de exploração. Neste

contexto, experiências de trabalho antes condenáveis foram sendo naturalizadas através do

uso de ideologias que afetam a consciência dos explorados incorrendo em um processo de

captura da subjetividade. Através da observação participante este estudo buscará apreender o

olhar dos trabalhadores da Fábrica de Sardinha sobre suas próprias relações trabalho em uma

pequena unidade produtiva, onde o trabalho manual é parte essencial do processo de

produção e os almejados direitos trabalhistas e previdenciários não foram efetivados.

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CONSIDERAÇÕES SOBRE O CENÁRIO ENFRENTADO PELA TRABALHADORA

PRECARIZADA NO CONTEXTO DE ASCENSÃO DO CONSERVADORISMO NO

BRASIL

Carla Appolinário de Castro

Liziane Pinto Correia

Hudson Silva dos Santos

O enraizamento do neoliberalismo no país minimizou os direitos da classe trabalhadora,

principalmente com a incorporação da precarização à legislação pátria. Como objeto central

serão apresentadas as implicações da ofensiva neoliberal e do conservadorismo, na vida de

mulheres que ocupam postos de trabalho precarizado. A partir de um aporte teórico

marxista, de dados numéricos oficiais, de matérias jornalísticas e de periódicos, serão

discutidas as principais mudanças na legislação que demonstram essa institucionalização da

precarização do trabalho como alicerce do neoliberalismo e como esta precarização se dá

para as mulheres da classe trabalhadora. A partir do conceito de divisão sexual do trabalho,

debateremos o atual cenário de crise e como ele se relaciona com a vida destas mulheres. O

atual período é de perdas de direitos para toda classe trabalhadora, mas, para as mulheres do

mundo do trabalho precarizado este momento apresenta-se na sua pior forma. O capitalismo

avança com o patriarcado, o neoliberalismo brasileiro propicia uma ascensão conservadora.

Esta é verificada através de projetos de leis que tem por objetivo institucionalizar a

desigualdade nas relações de gênero na sociedade, enquanto também avançam projetos de

leis que restringem ao máximo os direitos dos trabalhadores, o que contribui diretamente

para a manutenção do neoliberalismo.

ATENÇÃO

Reproduzimos ipsis literis o RESUMO enviado por cada

pesquisador inscrito. Qualquer erro na forma de Apresentação

dos dados do Trabalho Inscrito é de plena responsabilidade dos

autores do Resumo.