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Rede Marista RS | DF | Amazônia Eu vi, ouvi, conheço, desci Ex 3, 7-8

Cadernos Pastorais 3 " Eu vi, ouvi, conheço e desci"

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Publicação da Coordenação de Pastoral, é um subsídio embasado nas prioridades estabelecidas nas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Rede Marista. Busca oferecer elementos para o aprofundamento da nossa ação evangelizadora, através de temáticas específicas.

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Rede Marista RS | DF | AmazôniaRede Marista RS | DF | Amazônia

Eu vi, ouvi,Eu vi, ouvi,Eu vi, ouvi,conheço, desci

Ex 3, 7-8

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ÊXODO 3, 7-8

Javé disse: “Eu vi muito bem a miséria do meu povo que

está no Egito. Ouvi o seu clamor contra seus opressores,

e conheço os seus sofrimentos. Por isso, desci para libertá-lo do poder dos egípcios e para fazê-lo subir dessa terra para uma terra fértil e espaçosa, terra onde corre leite e mel, o território dos cananeus, heteus, amorreus, ferezeus, heveus e jebuseus”.

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EU VI... OUVI... CONHEÇO... E DESCI...

Este Caderno Pastoral chega até você com a proposta de desafi á-lo a uma experiência, a um encontro profundo de escuta e olhar atento com e para os Montagnes de hoje.

No encontro com Montagne, Champagnat fez a experi-ência de ver um jovem em condições precárias, ouvir suas angústias e desejos, conhecer a realidade de uma família e a situação que levou à morte prematura esse jovem. A partir dessa escuta atenta e olhar sensível, ‘desceu’ para a realidade em que estava inserido, ali na paróquia de La Valla. Do encontro com o jovem Montagne, surgiu a deci-são de fundar o Instituto dos Irmãos Maristas.

Portanto, o título/temática que este Caderno traz é mais que uma referência bíblica, é um método/convi-te para uma experiência profunda de encontro com os Montagnes atuais. Os Montagnes de hoje podem estar bem mais próximos de você do que imagina. Tenha um olhar atento e uma escuta sensível.

Como Maristas que desejam contribuir para a forma-ção humana e cristã das crianças, adolescentes, jovens e adultos, faz-se necessário conhecer, estudar, levar em conta a realidade em que estão inseridos/as e colocar--se em movimento, partir para a ação.

É para isso que este subsídio apresenta um texto de referência, proposta para encontro de formação, de ce-lebração e dicas de como abordar o assunto.

Que a Boa Mãe e São Marcelino Champagnat nos acom-panhem nesta experiência, neste encontro.

Apresentação

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Texto referência Uma experiência necessária 8

Encontro de formação Experiencie 26

Celebração da Palavra Tendas de acolhida e caminhos de encontros

32

Dicas Músicas 44

Orações 54

Texto 58

Pesquisas 60

Livros 62

Vídeos 64

Filmes 65

Sumário

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A família1 de Marcelino Champagnat vivenciou de forma bastante próxima a Revolução Francesa, pelas consequên-cias que o episódio trouxe para toda a França e também por-que o seu pai, João Batista Champagnat, esteve muito aten-to a tudo o que estava acontecendo. Ele tinha consciência que deveria educar os/as fi lhos/as para a futura sociedade francesa que estava começando a se desenhar.

Texto referência

Uma experiência necessária...Um sonho!

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Texto referência

A história da alfabetização2 de Marcelino está de acordo com o que se podia encontrar na zona rural da França, nessa época. Entrou na escola tardiamente, pois o povoado de Rosey, onde vivia, era um local afastado. Teve uma experiência escolar bastante traumática. O método utilizado para a aprendizagem era o individual, em que cada estudante lia em voz alta a lição para o professor. Certo dia, ao ser chamado a ler, um estudan-te tomou o lugar de Marcelino e o professor lhe deu “uma grande bofetada”. Assustado com o fato, Marceli-no recusou-se a voltar à escola, mas manteve o desejo de estudar. Prova disso é que em 1803, após receber um convite para entrar no seminário, não pensou duas vezes em responder sim.

1. Cf. Lanfrey, André. Marcelino Champagnat e os Irmãos Maristas: professores, congreganistas no século XIX, p. 52-55.

2. Ibidem, p. 55-56.

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3. Ibidem, p. 56-59.

4. Ibidem, p. 59-60.

5. Ibidem, p. 64.

No decorrer das etapas formativas no seminário3, con-tinuou a pensar no fato que havia presenciado na escola. Isso foi alimentando o sonho de fazer algo em benefício da educação de crianças e jovens. Costumava dizer: “fi -carei muito feliz em contribuir para que outros tenham as vantagens que eu mesmo não tive” (Lanfrey, 2013, p.60). Esse mesmo desejo fez com que se juntasse a um grupo de seminaristas4 que alimentava a ideia de encon-trar um caminho para bem educar as crianças e jovens.

No dia 23 de julho de 1816, um dia após serem orde-nados padres, esse mesmo grupo, ainda cheios de so-nhos, dirigiu-se ao Santuário de Fourvière, em Lyon e, aos pés de Nossa Senhora, fez sua promessa de fundar a Sociedade de Maria.

Um acontecimento fundante!

Pouco depois de ordenado padre, Champagnat foi no-meado coadjutor na paróquia de La Valla5, vilarejo com cerca de dois mil habitantes, pessoas boas, simples, sem instrução e com muita fé. Entre as suas atividades habi-tuais, costumava visitar os doentes.

O encontro de jovens moribundos com o padre era coisa relativamente comum e poderia produzir, na maior parte dos sacerdotes, não mais que a satisfação do dever cumprido. Em 28 de outubro de 1816, Marcelino Cham-pagnat é chamado para atender um desses jovens: João Batista Montagne, em seu leito de morte. Surpreendeu--se ao ver que o rapaz de 16 anos ignorava a existência

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Texto referência

de Deus. Pacientemente, expressou-lhe toda a solidarie-dade e preparou-o para morrer. Esse encontro, no en-tanto, gerou algo maior em Marcelino – ele percebera que não havia mais tempo a esperar, era preciso agir. Champagnat globalizou esse encontro, pois representa-va o mundo das crianças e jovens ameaçados de morte em plena juventude. Ele se reencontrou nesse jovem.

Assim como o jovem Montagne, Marcelino também foi habitante de um povoado. Quando tinha a mesma idade do rapaz, um padre se apresentou para convidá-lo a ir ao seminário. Sofreu como esse jovem, pela ignorância, mas dela pôde escapar. Já o jovem não teve a mesma sorte. Habitante das montanhas afastadas, ele foi abandona-do à “própria sorte”, o que para o padre Champagnat é a origem de morte simbólica, pela ignorância; de morte física, por falta de cuidados, e de morte espiritual, pelo desconhecimento das verdades necessárias à salvação.

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No semblante desse jovem doente, Champagnat conse-guiu enfi m unifi car em si mesmo dois sentimentos profun-dos: o de criança mal instruída (fracasso escolar) e o velho desejo de fazer algo em benefício das crianças e jovens.

O jovem Montagne6 fez o seu projeto tornar-se concre-to. É seu irmão. Ambos têm histórias semelhantes7. E é também a mesma história de crianças, jovens e adultos abandonados à sua rudeza e à sua ignorância nas vilas, nos municípios, estados, países, no mundo. Lá onde mui-tos teriam visto um fato banal ou um problema concre-to e urgente, Champagnat toma consciência de que não deve se ocupar, nesse momento, com aqueles que estão distante, em outro lugar, mas com a paróquia onde se en-contra (CF Lanfrey, 2012, p.66-67). Por ser responsável por esse povo, que tem de agora em diante um rosto/semblante, ele se julga no dever de agir imediatamente ali onde está, na paróquia de La Valla.

Assim se estabelece em Champagnat um dos traços de seu projeto e de sua espiritualidade: ocupar-se dos mais pobres, dos mais rudes, de todos os que estão à margem, órfãos, mendigos, miseráveis..., pelos quais, mais tarde, fundaria um Instituto capaz de contribuir para dignifi car suas vidas.

6. Ibidem, p. 65.

7. Ibidem, p. 66-67.

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Texto referência

Os Montagnes de hoje!8

1. Perfi l dos/as jovens brasileiros/as:O Brasil nunca antes teve tantos jovens. Segundo o

Senso de 20109, a população jovem no Brasil, compre-endida na faixa de 15 a 29 anos, era de cerca de 51,3 milhões, correspondendo a 1/4 da população total do País (15 a 17 anos, 20%; 18 a 24, 47%; 25 a 29, 33%)10.

Confi ra alguns dados sobre o perfi l dos/as jovens:

• Distribuição entre homens e mulheres:

8. Serve para complemento desta refl exão o que consta em Cadernos Pastorais 1: Juventudes. Ano 2013, p. 7-15.

9. IBGE 2010.

10. Todos os dados que seguem foram retirados da Agenda Juventude Brasil: pesquisa nacional sobre o perfi l e opinião dos jovens brasileiros em 2013, acessado no dia 30 de outubro, http://participatorio.juventude.gov.br/bookmarks/view/219096/agenda-juventude-brasil-pesquisa-nacional-sobre-per%EF%AC%81l-e-opiniao-dos-jovens-brasileiros-2013

18 a 24 anos

15 a 17 anos20%

25 a 29 anos

47%

33%

Homens

Mulheres

49,6%

50,4%

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• Quanto à cor: seis em cada dez entrevistados decla-rou-se de cor parda (45%) ou preta (15%); 1/3 de cor branca (34%);

• Quanto à religião:

Parda

Preta

Branca

45%

15%

34%

Católicos

Evangélicos

Sem religião

Ateus

56%

27%

16%

1%

• Situação de domicílio entre campo e cidade:

Cidade

Campo

84,8%

15,2%

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Texto referência

• Situação familiar: a maior parte é solteiro/a (66%) e vive com os pais (61%); 32% são casados ou vivem com seus cônjuges; 40% são os que têm fi lhos/as, mas essa condição varia profundamente segundo o sexo: enquanto pouco mais de um quarto (28%) dos homens são pais, mais da metade das mulheres (54%) vive a condição de maternidade;

Solteiro

Têm filhos/as

Homens são pais

Mulheres são mães

Vive com os pais

São casados ou vivem com seus cônjuges

66%

40%

28%

54%

61%

32%

• Situação socioeconômica: considerando a renda domi-ciliar per capita, 28% estão nos estratos baixos (até R$ 290,00/mês), 50% nos médios e 11% nos estratos altos (acima de R$ 1.018,00/ mês);

Estratos baixos

Estratos médios

Estratos altos

28%

50%

11%

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• Condição de atividade: normalmente se percebe os/as jovens apenas na sua condição de estudante. Mas quando se observa o conjunto da população ju-venil brasileira, em relação à sua condição de ativi-dade, nota-se que ela está mais presente no mundo do trabalho (74%, sendo que 53% trabalha e 21% procura trabalho) do que na escola (37%). É impor-tante anotar, também, que mais de um 1/5 desses jovens vivem conjuntamente os dois mundos, ao conciliar escola e trabalho (14%) ou ao procurar trabalho enquanto estuda (8%), ou seja, o trabalho faz ou fez parte da experiência de vida de quatro em cada cinco jovens brasileiros;

Trabalha

Procura trabalho

Concilia escola e trabalho

Procura trabalho enquanto estuda

53%

21%

14%

8%

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• Situação escolar: 25% têm sua escolaridade limitada ao Ensino Fundamental (completo ou incompleto), ou seja, um em cada quatro jovens ainda não atingiu o nível mais fun-damental do ensino; 59% têm sua escolaridade localizada no Ensino Médio (39% já concluídos); 13% chegaram ao Ensino Superior;

Ensino Fundamental

Ensino Médio

Ensino Superior

Ensino Médio já concluído

25%

59%

13%

39%

• Relação com as tecnologias de comunicação e informa-ção: todas as pesquisas recentes apontam a velocidade com que as novas gerações absorvem o uso das novas tec-nologias de informação e comunicação: 83% citam a TV aberta como principal meio para se informar “sobre o Brasil e o mundo”; 56% dizem ser a internet, que é citada duas vezes mais que jornais (23%) e revistas impressos (5%);

TV

Internet

Jornais

Jornais

83%

56%

23%

5%

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11. Sobre a morte de jovens no Brasil, recomendamos consultar Mapa da Violência – homicídios e juventudes no Brasil 2014 http://mapadaviolencia.org.br/pdf2014/Mapa2014_JovensBrasil.pdf .

• Segurança e violência: 51% já perderam alguém próximo (amigos/as, tios/as ou irmãos/ãs... ou seja, companheiro/a de geração) de forma violenta por aci-dente de carro ou homicídio; 49% nunca perderam ne-nhum parente. A taxa de homicídios juvenis, que era de 42,4 por 100 mil jovens, foi para 53,4; a taxa de mortes em acidentes de transporte, que era de 24,7 passou para 27,7; os suicídios passaram de 4,9 para 6,111 .

Perderam alguém próximo

nunca perderam nenhum parente

taxa de homicídios juvenis, por 100 mil jovens

taxa de homicídios juvenis, por 100 mil jovens atualmente

taxa de mortes em acidentes de transporte atualmente

suicídios atualmente

51%

49%

42,4%

53,4%

27,7%

6,1%

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2. Algumas dimensões da condição juvenil no BrasilDesejando contribuir para a formação humana das

juventudes que se encontram nas Unidades Maristas, faz-se necessário levar em conta a realidade onde estão inseridos/as. Uma das formas é buscar os dados especí-fi cos que podem ampliar o conhecimento e a compre-ensão de sua realidade. É por meio dessas compreen-sões que podemos reorientar nossas imagens, visões e formas de lidar com os/as jovens educandos/estudantes com os quais convivemos.

Daí a importância de conhecer algumas dimensões que são fundamentais da condição juvenil no Brasil, es-perando que sirvam de possíveis chaves de análise para aprofundar a compreensão em torno das juventudes:

Texto referência

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• Culturas juvenis12 : a partir da década de 1990, assis-timos a uma nova forma de visibilidade dos/as jovens em que a dimensão simbólica e expressiva é cada vez mais utilizada como forma de comunicação, expressa nos comportamentos e atitudes pelos quais se posi-cionam diante de si mesmos e da sociedade – música, dança, vídeo, corpo e visual, dentre outras linguagens culturais, demarcando uma identidade juvenil. Os gru-pos culturais constituem o meio privilegiado para que se introduzam na esfera pública e é um dos poucos espaços de construção da autoestima, possibilitando--lhes identidades positivas. Querem ser reconheci-dos, querem visibilidade, enfi m, querem ser alguém em contextos que, comumente, os tornam invisíveis, ninguéns na multidão. É importante ressaltar que as práticas culturais juvenis não são homogêneas.

12. Cf. DAYRELL, Juarez & CARRANO, Paulo & MAIA, Carla Linhares (orgs.). Diálogo, sujeitos, currículos, p. 115-117.

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• Sociabilidade13: se desenvolve nos grupos de pares, nos espaços e tempos do lazer e da diversão, mas tam-bém está presente nos espaços institucionais como na escola, universidade, trabalho. Os amigos do gru-po constituem o espelho de sua própria identidade, um meio pelo qual fi xam similitudes e diferenças em relação aos outros, enfi m, um espaço de afi nidades e afetividades; é com quem fazem os programas, trocam ideias, buscam formas de se afi rmar diante de outros grupos juvenis e do mundo adulto, criando o eu e um nós distintos. Através da socialização, procuram romper com tudo aquilo que os prendem ao mundo infantil, buscando outros referenciais para a construção da sua identidade fora da família. É o momento privilegiado de se descobrirem como indivíduos e sujeitos, de ex-perimentações, de descobertas e testes das próprias potencialidades e de demandas de autonomia que se

Texto referência

13. Ibidem, p. 117-118.

Sociabilidade13 se desenvolve nos grupos de pares,

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efetivam no exercício de escolhas, buscando um senti-do para a existência individual. A sociabilidade parece responder às suas necessidades de comunicação, de solidariedade, de democracia, de autonomia, de trocas afetivas e, principalmente, de identidade.

• Construção das identidades14: quando falamos em identidade não estamos nos referindo a um eu interior natural, mas à elaboração que cada um faz por meio das relações que estabelece com o mundo e com os outros a partir do grupo social a que pertence, do con-texto familiar, das experiências individuais e de acor-do com os valores, ideias e normas que organizam sua visão de mundo. A identidade é uma relação social e, sobretudo, interação, carregando consigo uma tensão entre autorreconhecimento e heterreconhecimento. É um processo permeado por descobertas, emoções, am-bivalências e confl itos que os jovens se defrontam com perguntas como: quem sou eu? Para onde vou? Qual rumo devo dar à minha vida? Questões cruciais que re-metem à formação da identidade e ao projeto de vida.

14. Ibidem, p. 122-126.

metem à formação da identidade e ao projeto de vida.

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• Projetos de vida15: a juventude é um momento pri-vilegiado para dar um sentido para a vida. A busca por sentido está marcando essa geração. Em qual-quer refl exão com maior profundidade sobre o que está acontecendo com os jovens é possível perceber que, na maioria das vezes, eles não encontram sen-tido nem para suas vidas, nem para tudo o que está acontecendo na sociedade. Diante disso, reagem de muitas formas: desistindo de sonhos, da escola, da universidade, do trabalho. É preciso ajudar os jovens a pensarem em suas vidas , a refl etir sobre si mesmo e sobre o contexto onde vivem, circulam, estudam, tra-balham. Provocar a refl exão, ajudar na elaboração das perguntas e incentivar para buscarem as respostas é fundamental nesse mundo de muitas incertezas.

Muitos dos problemas que os educadores/professo-res enfrentam no dia a dia do ato educativo são de-correntes de incompreensões sobre os contextos, os cotidianos e as histórias de vida dos jovens. É preciso conhecer suas trajetórias não escolares, suas experi-ências e seus espaços e tempos por meio dos quais constroem seus modos de vida. Propiciar espaçotem-pos educativos e promover processos de aprendiza-gem para que – os/as jovens educandos/estudantes – reconheçam a si mesmos e aos outros, deveria ser meta prioritária das Unidades Maristas.

Texto referência

15. Ibidem, p. 135-149.

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Para ref letir1. Como fazer com que os/as adolescentes e jovens

sejam sujeitos de suas próprias vidas e, assim, promotores da democracia?

2. Que educandos/estudantes as Unidades Maristas estão ajudando a construir?

3. Que experiências somos desafiados/as a viver com os/as Montagnes de hoje?

Bibliografia:• AGENDA JUVENTUDE BRASIL. Pesquisa nacional sobre o perfi l e

opinião dos jovens brasileiros em 2013. Brasília: Participatório, 2013.

• DAMON, William. O que o jovem quer da vida? Como pais e pro-fessores podem orientar e motivar os adolescentes. São Paulo: Summus editorial, 2009.

• DAYRELL, Juarez & CARRANO, Paulo & MAIA, Carla Linhares (orgs.). Diálogo, sujeitos, currículos - juventudes e Ensino Médio: sujei-tos e currículos em diálogo. Belo Horizonte: editora UFMG, 2014.

• LANFREY, André. Marcelino Champagnat e os Irmãos Maristas: professores, congreganistas no século XIX. Brasília: UMBRASIL, 2013.

• WAISELFISZ, Julio Jacobo. Homicídios e juventude no Brasil - mapa da violência. Brasília: Centro Brasileiro de estudos Latino--Americanos e Flacso Brasil, 2013.

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Apresentação

Experiencie

Encontro de formação

Esta é uma proposta aberta e adaptável para o planejamen-to, preparação e execução do encontro. Os interlocutores são as crianças, adolescentes, jovens e adultos.

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Encontro de formação

Preparação

Solicitar anteriormente (pelo menos dois dias an-tes): que cada participante traga para o encontro uma foto, quadro, manchete de notícia que traduza a se-guinte ideia: o que você viu nestes últimos dias e acha que “todas as pessoas do mundo deveriam fazer o mesmo”? Pode-se estimular que perguntem a familia-res também. O importante é trazer algo para que todos possam visualizar.

Ambiente: espaço que possibilite sentar-se em círcu-lo, acomode o grupo e permita o uso dos recursos ne-cessários para o encontro. Colocar ao centro do circulo um tecido branco ou organizar um varal para que as ima-gens sejam dispostas para a visualização. Se optar pelo varal, faça-o de forma que fi que no centro do círculo.

Materiais: fotos, quadros, manchetes de notícias, vela, bíblia, cartolina ou papel pardo, pincéis atômicos, vio-lão, livro de cantos Cantando.

Desenvolvimento

1. Antes de entrar no ambiente, pedir que cada participan-te coloque o que trouxe no espaço preparado (sobre o tecido ou varal) e, ao entrar, cantar ou escutar a música O que é o que é (Toquinho) ou Aquarela.

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2. Quando estiverem em círculo, convidar para contar como foi a tarefa de buscar imagens, solicitar a alguém, o que chamou a atenção, aonde buscou, que difi culdades teve, o que descobriu, etc. Cuidar para não utilizar todo o tempo do encontro com isso.

3. Ao fi nalizar essa primeira partilha, enquanto acende-se uma vela colocada entre as imagens, entoar um refrão que evoque a presença do Espírito Santo, ou outro.

4. Convidar para visualizar as imagens com calma, em si-lêncio, procurando ver detalhes, descobrir algum segre-do. Não é necessário que se veja todas, mas que se per-mita ser tocado/a por aquilo que se vê. Enquanto isso, pode-se ouvir uma música calma.

5. Motivar para descrever o que cada um trouxe e, quando terminar o relato, pedir para evidenciar “o que deve ser feito por todas as pessoas do mundo” a partir da imagem apresentada. A cada “coisa a ser feita” escrever em um papel pardo/cartolina ou outro local que possa ser visua-lizado por todas as pessoas presentes.

2. Quando estiverem em círculo, convidar para contar

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Encontro de formação

6. Quando forem concluídos os relatos, ler tudo o que foi coletado para identifi car se não há “coisas a serem feitas” que são iguais. Conduzir a refl exão para criar um consen-so sobre quais são as “coisas que todas as pessoas do mundo deveriam fazer” a partir do que foi registrado. O grupo deverá pensar como publicar esse consenso, di-vulgando lembretes nos espaços físicos da própria Uni-dade, criando grupo no Facebook, criando matéria para o site da Unidade, entre outras opções. Não se esquecer de defi nir responsabilidades e marcar datas, se necessário.

7. Depois dessa ação do grupo/turma, provocar um com-promisso pessoal. Cada pessoa deverá escolher uma das “coisas que todas as pessoas do mundo deveriam fazer” e fazer. Então, conduza para que cada participante faça a sua escolha, dê tempo para isso e, em seguida, convide para que pense sobre como irá realizar a ação, com quem, que coisas estão envolvidas. Nesse momento, pode-se colocar de fundo a música Comece do Jorge Trevisol ou Dias melhores do Jota Quest.Dias melhores do Jota Quest.Dias melhores do Jota Quest.Dias melhores

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8. Quando sentir que cada um defi niu minimamente os passos a serem dados, proponha que, após realizar a ex-periência/prática sobre algo que “todas as pessoas do mundo deveriam fazer o mesmo”, a pessoa deverá en-contrar-se com alguém que você percebe que não realiza que o você fez e conte como foi a sua experiência. Tam-bém pode optar pela mesma pessoa que você procurou para pedir a imagem antes do encontro. Não siga adiante se alguém tiver dúvida em relação a estes passos.

9. Num gesto que conduz para a conclusão do encontro, apresentar a Bíblia cantando um refrão e ler o texto do Êxodo 3, 7-10.

10. Reserve tempo para meditação do texto lido e propo-nha a seguinte pergunta: que fatos/situações ao meu redor eu preciso VER, OUVIR e CONHECER?

11. Convidar para partilha da pergunta meditada.

12. Para fi nalizar, cantar Quando encontro um menino nº 182 ou Alma missionária nº 163 do livro Cantando.

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Tendas de acolhida e caminhos de encontro

Celebração da Palavra

Está é uma sugestão de Celebração da Palavra, inspirada na Leitura Orante.

Pode e deve ser adaptada conforme a realidade de cada Unida-de, considerando interlocutores, espaço físico, hora do dia, etc. O importante é que se mantenha o aspecto vivencial da proposta.

Apresentação

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Celebração da Palavra

AMBIENTE

Ambientar o espaço com uma tenda, de preferência que ela seja colorida.

Pode ser também uma tenda para cada parte do rito, para que cada uma seja percorrida na mística do caminho.

No centro do espaço celebrativo/tenda, pode ser de-senhado um caminho e nele fotos ou elementos que identifi quem as crianças, adolescentes e jovens da mis-são Marista.

Escolher música instrumental ou outra que contribua na harmonização das pessoas com o espaço preparado para celebrar.

O espaço deve proporcionar que as pessoas fi quem em círculos ou semicírculos.

SIMBOLOGIA

• A tenda como sinal da acolhida e relacionamento, de adaptação aos novos tempos, do movimento que é necessário fazer constantemente para a missão, pois a tenda é itinerante.

• O caminho, tanto de Champagnat ao encontro do jo-vem Montagne, como os nossos caminhos pessoais, que fazemos ao encontro das crianças, adolescentes e jovens, Montagnes de hoje, nos desafi am.

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REFRÃO MEDITATIVO

Sugestão de canto

Seja bendito quem chega, seja bendito quem chega,

Trazendo paz, trazendo paz, trazendo a paz do Senhor.

A tenda da acolhida e sensibilização

Animador/a:

O reconhecimento da necessidade do outro fez de Jesus e Champagnat pessoas abertas às realidades de seus povos e espaços onde estavam inseridos.

O encontro com o jovem Montagne foi uma experiên-cia que marcou profundamente a vida de São Marcelino Champagnat e, deste fato, as juventudes tornaram-se o lugar fundante para realizar a missão Marista.

Inspirados por Jesus de Nazaré e nosso fundador, tam-bém somos desafi ados a caminhar ao encontro dos Mon-tagnes de hoje, lá onde se encontram. Com a atenção necessária deste “ir”, para o “como” e ao “desde onde”.

No desafi o de olhar o mundo com os olhos das crian-ças, adolescentes e jovens pobres, vamos caminhar des-cobrindo Deus no rosto, na palavra e na vida deles.

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Celebração da Palavra

SUGESTÃO DE CANTO

Nº 338, Anunciação, do livro Cantando.

Animador/a:

Para melhor entender o que Deus quer nos dizer com Sua Palavra, vamos seguir os passos da Leitura Orante. Eles nos convidarão a colocar o ouvido e o coração em escuta. Vamos para a primeira tenda:

Tenda da escuta

(Acender uma vela, convidar alguém para apresentar a Palavra de Deus, enquanto canta-se o refrão Pela palavra de Deus, saberemos por onde andar ou outro apropriado. Terminando, o/a leitor/a proclama o texto de Lc 7, 11- 17. Ao concluir, pode-se cantar novamente o refrão anterior)

Obs.: importante disponibilizar o texto em bíblias uma para cada pessoa. Caso não tiver uma bíblia por pessoa, se optarem por projeção, fazê-la somente após a procla-mação feita pelo leitor/a.

Animador/a:

Este é o espaçotempo para que cada um retome a lei-tura proclamada para responder à seguinte pergunta: O que o texto diz? Não é hora, ainda, da interpretação e nem de se preocupar com aquilo que entendi do texto. O importante agora é saber objetivamente o que o tex-to diz, de que fato se trata, quem são os personagens,

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onde acontece, quais são os detalhes da narração. Me-ditemos, então, sobre o que o texto diz.

(Pode-se utilizar uma música instrumental).

Animador/a:

Conclui o momento de meditação da primeira tenda entoando o refrão Vem, vamos embora, que esperar não é saber... e segue para a segunda tenda.

Tenda do discernimento

Neste momento, para melhor compreensão e inter-pretação do texto, sugere-se fazer a “tradução” do texto bíblico, dando elementos para que cada participante

construa mensagens sobre o que o texto lhes diz. Al-guns pontos são indicados:

• Em Lucas 7, 11-17 narra-se a caminhada fúnebre de um jovem. Sua mãe está ali. Ele, o jovem, está presen-te, mas não mais existe, está morto. O jovem morto na narração, segundo a comunidade de Lucas, era fi lho único. A dor de uma mãe que perde o único fi lho não deve ser nada fácil. Perder o que temos de único signi-fi ca muito. Signifi ca perder muito. Muitas vezes, toma proporções que o sentimento é de ter perdido tudo.

• Naim (em hebraico signifi ca Aldeia da consolação) signifi ca aconchego, tranquilidade, calma, o que nos leva a crer que aquele era um bom lugar de se viver. Está localizada no sopé do monte Tabor, sendo uma

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Celebração da Palavra

vila muito pobre, formada por pequenos agriculto-res que viviam das plantações de oliveira, cultivo do trigo, plantações de uvas, fi gos e criação de animais nas encostas da montanha. Naim não está distante da cidade de Cafarnaum, apenas um dia de caminhada, ou Tiberíades, capital da província, ou Nazaré e outras cidades da região.

• Ser mulher (segundo o texto, uma mulher chorava a morte do fi lho, não fala de um pai) é muito difí-cil, mesmo em nossos dias. Ser mulher israelita no tempo de Jesus, era ser alvo de grande discriminação imposta pelas tradições Judaicas e Lei escrita nos livros sagrados, porque a constituição familiar era de estrutura patriarcal. O sustento da casa era trazi-do pelo trabalho do marido. As mulheres, dentro do mundo Judaico, raramente saíam à rua antes do seu casamento e mesmo depois de casadas, quando saí-am, tapavam o rosto com um véu, como hoje ainda os muçulmanos radicais preservam.

• A viúva, se não tivesse pelo menos um fi lho que pu-desse herdar as terras de seu pai, continuava de certa maneira ligada ao seu falecido marido e deveria espe-rar que algum dos seus cunhados a tomasse como mais uma de suas mulheres em respeito à memória de seu irmão (chamada Lei do Levirato). Só depois dos seus cunhados a rejeitarem e depois de cumpridos os rituais que constam é que ela poderia tentar novo casamento.

Assim, a expressão que aparece no texto é “viúva po-bre” levando-nos a imaginar uma viúva que não tives-se mais fi lhos, nem cunhados que a recebessem, nem quaisquer meios de subsistência.

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Animador/a:

Vamos voltar à pergunta dessa tenda e no silêncio de nossa meditação vamos reponder: o que o texto me diz?

Concluir o tempo de permanência nesta tenda com o refrão meditativo

Estes lábios meus vem abrir, Senhor! Cante esta minha boca sempre o teu louvor!

(e caminha-se para a terceira tenda)

Tenda da partilha

Diante do texto bíblico e de alguns dados sobre o contexto da época, qual a nossa interpretação, o que podemos falar sobre o que ouvimos? O que o texto

me faz dizer?Dar tempo para que cada qual busque as suas repos-

tas. Uma música instrumental pode ajudar na meditação.

Quando o tempo propício chegar, convidar para que as pessoas partilhem as respostas sobre o que o texto me faz dizer.

Animador/a:

Conclui as partilhas entoando o refrão Tua palavra é lâmpada para meus pés e segue para a quarta tenda.

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Celebração da Palavra

TENDA DA SOLIDARIEDADE

Leitura do texto: O encontro de Champagnat com o jo-vem Montagne.

Sugestão de uso do texto. Página 119, do livro Cami-nho de Educação e amadurecimento na fé. A Mística da Pastoral Juvenil Marista ou Página 14, do livro Champag-nat, Um jeito de ser.

A partir do texto bíblico, que retoma o encontro de Jesus com o jovem da cidade de Naim, e Champagnat, com o Jovem Montagne, o quarto passo da leitura orante nos propõe a responder à seguinte pergunta: O que o texto

me faz fazer? Que gesto concreto, individualmen-te ou como Unidade, se pode fazer para suscitar cami-nhos de encontros e tendas de solidariedade?

Esse gesto concreto pode ser partilhado em duplas, ou como Unidade, um diálogo aberto.

E que esse compromisso seja registrado em algo que possa ser colocado no caminho que está disposto no centro da tenda.

SALMO

Após o gesto concreto, que o compromisso possa ser reafi rmado com o cântico do Salmo 143 (142), como su-gestão, canção do Ofício Divino da Juventude.

O Salmo também pode ser declamado em forma de poesia.

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Um canto novo ao Senhor eu vou cantar!Na minha viola o meu Deus quero louvar!

Bendito seja o Senhor, que conduz a história.Que fortalece seu povo, e sustenta sua luta.O seu nome é rochedo, que salva e liberta.Nele a esperança da vida, escudo e certeza de nossa vitória.

Quem somos nós criaturas pra tanto carinho?O ser humano é tão frágil qual sombra que passa.Olhe pra nossa pobreza nos livre e guardeDas ondas turvas da morte, das mãos do opressor e do falso caminho.

Que esta nação cresça livre em pleno vigor.Gente irradiando a beleza da arte divina.Nossas colheitas transbordem de toda fartura!Feliz o povo fraterno. Que vive a justiça e pertence ao Senhor.

SUGESTÃO DE ENVIO

Pode ser uma dança circular ou uma grande ciranda, em que se possa fazer memória do que foi celebrado, vivenciado, acalentado no coração de cada um/a e dos caminhos que serão feitos aos encontros dos Montag-nes de hoje!

Caminhamos pela luz de Deus, Caminhamos pela luz de Deus, Caminhamos, sempre, caminhamos, ôôCaminhamos pela luz de Deus.

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FilmesOraçõesTextoMúsicas

Livros

VídeosPesquisas

Dicas

Na Área do Pastoralista (maristas.org.br/pastoral) você encontra os materiais colocados como sugestão, pode fa-zer downloads das letras e áudios das músicas e orações e ter acesso aos links dos vídeos e às pesquisas colocadas como sugestão para aprofundamento.

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AmémCompositor: Fernando Anitelli

Pelo retrovisor enxergamos tudo ao contrárioLetras, lados, lestesO relógio de pulso pula de uma mão para outra e na verdade...nada mudaA criança que me pediu dez centavos é um homem de idadeno meu retrovisorA menina debruçando favores toda sujaÉ mãe de fi lhos que não conheceVendeu-os por açúcarPrendas de quermesseA placa do carro da frente se inverte quando passo por eleE nesse tráfego acelero o que possoAcho que não ultrapasso e quando o faço nem notoO farol fecha...Outras fl ores e carros surgem

em meu retrovisorRetrovisor é passadoÉ de vez em quando... do meu ladoNunca é na frenteÉ o segundo mais tarde... próximo... seguinteÉ o que passou e muitas vezes ninguém viuRetrovisor nos mostra o que fi cou; o que partiuO que agora só fi cou no pensamentoRetrovisor é mesmice em dia de trânsito lentoRetrovisor mostra meus olhos com lembranças mal resolvidasMostra as ruas que escolhi... calçadas e avenidasDeixa explícito que se vou pra frenteCoisas fi cam para trásA gente só nunca sabe... que coisas são essas

Músicas

Dicas

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Direitos e deveresCompositor: Toquinho

Crianças, iguais são seus deveres e direitos.Crianças, viver sem preconceito é bem melhor.Crianças, a infância não demora, logo, logo vai passar,Vamos todos juntos brincar.

Meninos e meninas,Não olhem cor, nem religião, nem raça.Chamem os quem não têm mamãe,Que o papai tá lá no céu,E os que dormem lá na praça.

Meninos e meninas,Não olhem raça, religião nem cor.Chamem os fi lhos do bombeiro,Os dois gêmeos do padeiroE o caçula do doutor.

Crianças, a vida tem virtudes e defeitos.Crianças, viver em harmonia é bem melhor.Crianças, a infância não demora, logo, logo vai passar,Vamos todos juntos brincar.

Meninos e meninas,O futuro ninguém adivinha.Chamem os quem não têm ninguém,Pois criança é tambémO menino trombadinha.Meninos e meninas,Não olhem cor nem raça ou religião.Bons amigos valem ouro,A amizade é um tesouroGuardado no coração.

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EsquadrosCompositor: Belchior

Eu ando pelo mundoPrestando atenção em coresQue eu não sei o nomeCores de AlmodóvarCores de Frida KahloCores!

Passeio pelo escuroEu presto muita atençãoNo que meu irmão ouveE como uma segunda peleUm calo, uma cascaUma cápsula protetoraAi, Eu quero chegar antesPra sinalizarO estar de cada coisaFiltrar seus graus

Eu ando pelo mundoDivertindo genteChorando ao telefoneE vendo doer a fomeNos meninos que têm fome

Pela janela do quartoPela janela do carroPela tela, pela janelaQuem é ela? Quem é ela?

Eu vejo tudo enquadradoRemoto controleEu ando pelo mundoE os automóveis corremPara quê?As crianças corremPara onde?Transito entre dois ladosDe um ladoEu gosto de opostosExponho o meu modoMe mostroEu canto para quem?

Pela janela do quartoPela janela do carroPela tela, pela janelaQuem é ela? Quem é ela?Eu vejo tudo enquadradoRemoto controle

Eu ando pelo mundoE meus amigos, cadê?Minha alegria, meu cansaçoMeu amor, cadê você?Eu acordeiNão tem ninguém ao lado

Dicas

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Pela janela do quartoPela janela do carroPela tela, pela janelaQuem é ela? Quem é ela?Eu vejo tudo enquadradoRemoto controle

Eu ando pelo mundoE meus amigos, cadê?Minha alegria, meu cansaçoMeu amor cadê você?Eu acordeiNão tem ninguém ao lado

Pela janela do quartoPela janela do carroPela tela, pela janelaQuem é ela? Quem é ela?Eu vejo tudo enquadradoRemoto controle

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A juventude quer viverLetra: Wesley, PC, Jennifer, Jorge e Graça

A juventude quer viver...Na luta contra o extermínio e a favor da vida

A juventude quer viver... (é pela vida, a favor da vida)

Não sou o seu futuro, somos todos o agora,Não quero ser mais um, eu quero é ver na história.O meu protagonismo somado com o seuE um outro mundo que é possível. Aconteceu!

Sujeito de direito, sou assim como vocêQuero minha singularidade, você vai verNão julgue, não critique, deixe eu me mostrarE com muita surpresa você vai se encantar.

Me dizem que Eu posso mudar a sociedadeMas quando eu me revelo, não falam a verdade

Eu quero é mais trabalho, saúde e educaçãoE ter minha igualdade perante a Nação.

Meu corpo não é objeto, eu tenho a noçãoE digo não ao consumismo que aumenta a erosãoRespeito minha vida e a do meu paísA terra, o vento a água eu quero é ser feliz.

Sou jovem e sou pobre sou negro e sou felizÀs vezes também choro, assim é que eu me fi zAssumo o compromisso. Eu quero ser melhor, masNão aceito a morte, e o extermínio! (Eu quero vida)

Escutem o que eu digo, vamos participar,Um Não à violência, você pode falar,É com a gratidão que vamos revelar

Dicas

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Que a paz vence a ilusão da morte nos calar.

Eu penso, Eu sonho, eu vivo e às vezes perco a féAté acho que é o fi m, mas não dobro e fi co em péEu olho para trás e vejo o que conseguiE volto a lutar pelo que é melhor pra mim.

Formar, e educar, superar e acolher,Lutar em prol da vida aqui vamos viver,

Em meio a essa guerra somos todos mais que irmãosJá temos a nossa tela pra pintar essa Nação. (a consciência).Vim, Senhor, aqui para oferecer

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Quando a fé rugeCompositor: Fernando Anitelli

Se é na sutileza,Que reside a exuberância.Busco ressonância,...nos ideais do amor.Liquidifi caram,As relações da lida.Não há mais-valiaHá agonia, há temor.

Quem de pé fi cará?Se a luta acomodarDiga quem nos dirá?Quem viver, provará!

Nossa emancipação!Nossa emancipação!

Parece que enferrujou,A bala perdida que me alcançaA ferradura que me calça,A alça, a lança tranca,A resistência necessária

Oxidou,A ponte, a fonte,A chance de fundir o que rachouE difundir pra geraçõesA demanda do mundo é amar!

Quem de pé fi cará?Se a luta acomodarDiga quem nos dirá?Quem viver, provará!

Nossa emancipação!Nossa emancipação!

Quando há ferrugem, no meu coração de lata!Quando há ferrugem, no meu coração de lata!É quando a fé ruge, e o meu coração dilata!É quando a fé ruge, e o meu coração dilata!

Dicas

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Pai Nosso dos Mártires Compositor: Cireneu Kuhn

O, o, o, o, O, o, o, oPai nosso, dos pobres marginalizadosPai nosso, dos mártires, dos torturados.Teu nome é santifi cado naqueles que morrem defendendo a vida,Teu nome é glorifi cado, quando a justiça é nossa medidaTeu reino é de liberdade, de fraternidade, paz e comunhãoMaldita toda a violência que devora a vida pela repressão.O, o, o, o, O, o, o, o

Queremos fazer Tua vontade, és o verdadeiro Deus libertador,Não vamos seguir as doutrinas corrompidas pelo poder opressor.

Pedimos-Te o pão da vida,O pão da segurança,O pão das multidões.O pão que traz humanidade, Que constrói o homem em vez de canhões

Perdoa-nos quando por medo fi camos calados diante da morte,Perdoa e destrói os reinos em que a corrupção é a lei mais forte.Protege-nos da crueldade, Do esquadrão da morte, Dos prevalecidosPai nosso revolucionário,Parceiro dos pobres, Deus dos oprimidosPai nosso, revolucionário, Parceiro dos pobres,Deus dos oprimidosO, o, o, o, O, o, o, o

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Mundo jovemCompositor: Negra Li

Ei mundo jovem, mundo jovem, mundo jovemO futuro é de vocêsEi mundo jovem, mundo jovem, mundo jovemVocês sabem viverEi mundo jovem, mundo jovem, mundo jovemO mundo é de vocêsEi mundo jovem, mundo jovemLivre pra viver.Como pode o homem viver e esquecer o futuro?Sabe que ele planta hoje amanhã os jovens que colherão os frutosVisam o poder, fama, lucro, dinheiro sujo. É inútil.Sabedoria é bem melhor do que isso tudo. É o nosso escudo.Pra gente mudar o mundo é só estar junto não é pedir muito.Basta ceder um pouco, respeitar o outro, amarem todos, ser justo.Na lembrança a infância, inocência de criança é a esperança.É tempo de mudança, confi ança.

Ei mundo jovem...Homens de pouca fé reclamam daquilo, disso.Se sentem sozinhos, mas nunca evitam fazer inimigosDê exemplo aos seus fi lhos, a vida é como é.Ensine-os a não enfrentar e sim desviar dos confl itos.Todos têm dentro de si, um pouco de herói e um pouco de covardePra se desculpar enfi m, é preciso de muita coragemNunca é tarde, quem tem atitude e força de vontade faz sua parte,Não é um covarde!Ei mundo jovem...Quem não quer viver a liberdade de um jovem?Quem não quer viver sem preocupar-se com a morte?Então não ignore. O mundo chora quando chovesó você não vê, e insiste em perder sua juventudeEstá dentro de você sua virtude, é poder escolherEntão mude pelo bem, não seja rude.

Dicas

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Sugestões de cantos que estão no livro Cantando:

• Quando encontro um menino – Número 182 • Um coração, uma missão – Número 185 • O mesmo rosto – Número 244

Cidadão de papelãoCompositor: Fernando Anitelli/Maíra Viana

O cara que catava papelão pediuUm pingado quente, em maus lençóis, nem vozNem terno, nem tampouco ternuraÀ margem de toda rua, sem identifi cação, sei nãoUm homem de pedra, de pó, de pé no chãoDe pé na cova, sem vocação, sem convicção

À margem de toda canduraÀ margem de toda canduraÀ margem de toda canduraUm cara, um papo, um sopapo, um papelãoCria a dor, cria e aturaCria a dor, cria e aturaCria a dor, cria e atura

O cara que catava papelão pediuUm pingado quente, em maus lençóis, a sósNem farda, nem tampouco fartura

Sem papel, sem assinaturaSe reciclando vai, se vaiÀ margem de toda canduraÀ margem de toda canduraHomem de pedra, de pó, de pé no chãoNão habita, se habituaNão habita, se habitua

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OraçõesPai Nosso, Pai de todos

Pai Nosso, Pai de todosnão és nosso, mas és de todos.Pai da vida, Pai do amor,por isso, as crianças, contigo são Deus.Pai Nosso que estás na terra,todos te vemos e cremosem ti quando juntos somos como uma só criança.

Santifi camos teu nome por-que assim somos tu, e assim vivemos teu Reino em nós.Como vamos falar do teu Rei-no na terra se não a sentimos dentro de nós?Tua vontade a fazemos quan-do todas as meninas e todos os meninos, os chineses, os índios, os chiapanecos, os esquimós, os ucranianos, os pigmeus...os sentimos a todos em nosso coração.

O pão que cada dia nos dás, o agradecemos de verdade, quando nós vivemos para que o tenham todas as crianças porque igual como tu nos dás a nós, nós o damos a eles.Assim todos entendem isso que tu és um Deus bom, que nos perdoas todas as coisas que não fazemos como tu queres. No permitas que nos esque-çamos destas coisas, e que recordemos as que temos que viver sempre aqui na terra, igual que quando estamos contigo no céu. Amém. Pai Nosso, Pai de todos,não és nosso, mas és de todos.Pai da vida, Pai do amor,por isso, as crianças, contigo são Deus.

Dicas

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Oração da ousadiaLivro: Dinâmicas para a vida em grupo

Senhor, no despertar deste milênio, a juventude brasileira deseja ser uma semente de esperança, fazendo crescer o amor, o perdão e a verdade. Nos confl itos que nos envol-vem, também no confl ito de gerações, faze que saibamos redescobrir, sempre, nossos valores. Munidos pela fé em Ti,façamos do Teu Projeto uma obra concreta no meio juvenil.

Infunde, Senhor, em toda a juventude espalhada pelos vários continentesa garra de denunciar tudo o que mata, a garra de anunciar a Boa Notícia, e a garra de aprender as lições de Teu Filho deixando em nós e em muitos pegadas que apontem o caminho, não deixando que se perca a nossa linda caminhada.

Acende em nossos corações a certeza de realizarmos os sonhos e anseios de nossa experiência bebida na fonte do Teu Evangelho.Que o fogo do Teu Espírito transforme a nossa vida.

Senhor, ousando olhar para frente vislumbramos um futuro onde a juventude marcha como um elo de transformação social, unindo jovens de todas as cores e raças, de todos os credos e de todos os amores.

Que a Tua graça e sabedoria nos acompanhe e nos leve, sempre a carregar, com o amor do Teu Filho, a bandeira de Tua justiça. Pedimos isso por meio de Maria Aparecida, Tua e nossa mãe. Amém.”

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É por AmorAutor: Zé Vicente

É por amor!Sim, é por amor à vida que cantamos e tantas vezes choramos também.

É por amor à vida que estamos lutando e vamos andando lentamente para buscar a luze a liberdade das manhãs de sol!

É por amor! Sim, é por amor à vida, evidentemente, que encaramos de frente essa imensa dor que se nos impõe nesse reinado amargo do ódio presente!

É por amor à vida que estamos nas ruas, nas praças, nas estradas e gritamos palavras de ordem de uma nova ordem!

Sim, é por amor É por amor à vida que marchamos nas madrugadas de lua nova levando nos braços a fúria das tempestades prontos a resgatar a terra que nos tomaram. Vamos replantar as fl ores e as sementes Que há séculos estão em cio!

É por amor! Sim, é por amor à vida que profundamente doloridos recolhemos em nossos braços os que foram brutalmente feridos e quando já não podemos devolver-lhes a respiração nós comungamos de seu sangue e os fazemos ressuscitar em milhares de vidas e sorrisos!

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É por amor! Sim, é por amor à vida que escrevemos nas pedras os poemas da esperança rebelde que pichamos nos muros e nas portas as frases corajosas de um futuro novo que dançamos nas festas de sábado no batuque do carnaval de um povo livre!

É por amor que nos abraçamos Que nos beijamos na esquina e já não tememos andar de braços dados seguindo a bandeira da paz e da ternura consequente!

É por amor! Sim, é por amor à vida que desesperadamente amamos!

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TextoSolidão dos meninosLivro: Tempos urgentes

Há aqui no meu corpoDentro e fora de mimUm menino pequeninoÁs vezes vibrante e sonhador

Por vezes solitário Como o canário presoNa gaiola de TotaMeu irmão mais moço!

Verdadeiro como qualquer meninoOriginal e trapaceiro como qualquer garoto.

Há momentos em que se perdeNos mais altos voos da fantasia e liberdade

Há instantes em que soluçaPor carinhos e caríciasQue eu adultoJá não consigo entender e atender.

Há, aqui, dentro e foraDestas ruas e praças do meu paísMeninos e meninasMilhões atéAos quais nem mesmo se chamam: “Crianças”Mas “menores carentes”!

Estão aí pra quem quiser ver e tocarGeniais como qualquer criançaExplodindo em voos de rasante energiaPorta-vozes dos recados do futuro...

A qualquer hora deste nosso tempoPodem ser encontrado em soluçosJogados feito restos, no lixoTraídos, delinquentes de todos nós!

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Antes de chegarem nas praçasViveram e tristemente ainda vivemPelos camposSujeitos a maus-tratos sem fi mFeito burrinhos de cargaNesta amarga e indecifrável solidãoMuitos já envelheceram antes dos dezPra cada ano de fome e resistênciaPode-se contar rugas em seus rostosDe pele, osso e sonho.São os meninos da terraDeste meu Brasil!

Psiu! Moço e moça!Ei, mulheres e homens!Dá pra cuidar com urgente carinhoDesta criança solitária e lindaAbandonada cá dentro da gruta de nosso peito?

Certamente ela vai desabrocharEm solidário abraço de amorImpetuoso amorAos outros meninos e meninasDa terra, da rua e do coraçãoDesta pátria!

Eu juroQue o futuro sorrirá!

E veremos com certeza e surpresaOs papéis da lei e dos estatutosRecortados, feito bandeirinhasSalpicados de letras mortasEnfeitando os caminhos e as praçasNo dia da Festa dos Meninos!

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PesquisasMapa da violência

Mapa da Violência é uma série de estudos, sob responsabili-dade do sociólogo Julio Jacobo Waiselfi sz, que aborda os dados da violência em relação aos jovens.

A última pesquisa é Os Jovens do Brasil, panorama da evolu-ção da violência dirigida contra os jovens no período compre-endido entre 1980 e 2012.

Pesquisa Juventude levada em conta

Pesquisa que teve como objetivo conhecer a demografi a da população jovem hoje e ouvir as prioridades das juventudes para traçar a Agenda Jovem.

Relatório sobre a violência homofóbica no Brasil

Dados ofi ciais sobre as violações de Direitos Humanos da população LGBT reportadas ao Poder Público Federal por meio do Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil, no ano de 2012. Os Dados demonstram que a grande maioria concentra--se na população jovem.

Dicas

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Violência contra a juventude negra no Brasil (Pesquisa de opinião pública).

Pesquisa inédita de opinião pública.

Ela é parte do protocolo de intenções fi rmado entre o Se-nado Federal e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir/PR), no âmbito da campanha Igualdade Racial é Pra Valer.

Agenda juventude Brasil: pesquisa nacional sobre perfi l e opinião dos jovens brasileiros 2013

A Agenda Juventude Brasil tem explorado novas questões, cruzamentos de dados, percepções e opiniões dos jovens de modo a iluminar os interesses e comportamento da juventu-de brasileira.

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LivrosO que o Jovem Quer da Vida ? Autor: William Damon Editora: Summus editorial

Baseado em entrevistas, o autor desvenda a mente dos jo-vens desmotivados e expõe sua confusão e ansiedade a res-peito do que deveriam fazer da vida, para uma vida plena em todos os sentidos.

Juventude e Ensino médio: Diálogo, sujeitos, currículosOrganizadores: Juarez Dayrell, Paulo Carrano, Carla Linhares Maia.Editora: UFMG

O livro trata do tema juventude e sua relação com o Ensino Mé-dio. Traz refl exões sobre a realidade juvenil brasileira, as múlti-plas dimensões da condição de ser jovem, assim como o debate em torno do currículo para o Ensino Médio, enfatizando questões como trabalho, cultura, ciência e tecnologia.

O tempo real dos jovens: juventude como experiên-cia acumuladaAutores: Paulo Cesar Pontes Fraga e Jorge Atilio Silva IulianelliEditora: Letra capital

Os autores apresentam alguns cenários que afetam os jo-vens nas cidades e no campo, chamando a atenção para a con-tribuição da juventude para a superação das desigualdades.

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Jovens em tempo realAutor: Paulo Cesar Pontes Fraga e Jorge Atilio Silva IulianelliEditora: DP&A

Embora não sendo possível cunhar uma defi nição única de juventude, por não se tratar de natureza única, os textos des-ta coletânea conservam certa homogeneidade temática: a dos males que afl igem os jovens pobres brasileiros. As ques-tões vão desde desemprego, preconceito racial, passando pela exploração sexual até as medidas judiciais severas.

Cibercultura, juventude e alteridade: aprenden-do-ensinando com o outro no facebookAutor: Dilton Ribeiro do Couto Junior Editora: Paco Editorial

A obra evidencia o que está sendo produzido nas intera-ções estabelecidas nas redes sociais, descrevendo o fenô-meno e imergindo na moda da cibercultura.

Mobilidade religiosa: linguagens, juventude e políticaAutor: Pedro Ribeiro de Oliveira e Geraldo de MoriEditora: Paulinas

O lugar da religião e da espiritualidade nas juventudes e como os jovens se situam dentro desse processo de redese-nho do panorama religioso nacional são alguns dos pontos abordados na publicação.

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VídeosDia Montagnehttp://www.youtube.com/watch?v=mfCpXt-xtlA

Vídeo, que através de desenhos, conta o encontro de Cham-pagnat com o Jovem Montagne e nos ajuda a refl etir e a celebrar o Bicentenário de Fundação do Instituto Marista.

Redução da maioridade penal?https://www.youtube.com/watch?v=axPD7tAbRhs#t=16

Marcelo Ribeiro Freixo, professor e político brasileiro, discorre sobre a temática da redução da maioridade penal, em que faz a analogia de em qual banco queremos que os adolescentes e jovens sentem. Nos bancos das escolas ou nos dos réus?

Direitos Humanos para Crianças http://www.youtube.com/watch?v=j33hoi_Cn7Y

Desenho animado que trata da realidade de quatro crianças que intervêm em diferentes contextos socioculturais para de-fender e garantir os direitos humanos.

Dicas

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FilmesNome do Filme: Pro dia nascer feliz

Duração: 89 minutos

País/ano de produção: Brasil/2006

Classifi cação Indicativa: Livre

Enfoque: Educação, desigualdade social, relações hu-manas, aprendizagem.

Sinopse: Trata-se de um diário de observação da vida de adolescentes e jovens no Brasil em escolas públicas e particulares de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco.

O documentário fl agra as angústias e inquietações dos estudantes e como eles se relacionam no ambiente fun-damental para sua formação.

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Nome do Filme: Juízo

Duração: 90 minutos

País/ano de produção: Brasil/ 2007

Classifi cação indicativa: 16 anos

Enfoque: Jovens pobres, menores, diante da lei, denún-cia social.

Sinopse: Juízo acompanha a trajetória de jovens com menos de 18 anos de idade diante da lei. Meninas e meninos pobres entre o instante da prisão e o do julga-mento por roubo, tráfi co, homicídio. Como a identifi ca-ção de jovens infratores é vedada por lei, no fi lme eles são representados por jovens não infratores que vivem em condições sociais similares.

Todos os demais personagens de Juízo - juízes, promo-tores, defensores são pessoas reais fi lmadas durante as audiências na II Vara da Justiça do Rio de Janeiro e du-rante visitas ao Instituto Padre Severino, local de reclu-são dos menores infratores.

Dicas

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Nome do Filme: Quando a casa é a rua

Duração: 35 minutos

País/ano de produção: Brasil - México/2012

Classifi cação indicativa: Livre

Enfoque: Realidade de vida de crianças e adolescentes nas ruas, violação de direitos, contextos de vulnerabilidade.

Sinopse: O documentário faz refl exões sobre o que leva crianças, adolescentes e jovens a viver nas ruas. E pro-cura responder a essa e outras perguntas com depoi-mentos e imagens cotidianas de jovens que cresceram nas ruas da cidade do México e do Rio de Janeiro.

Debate a implementação de políticas e práticas mais adequadas e efetivas para crianças e adolescentes em contextos de vulnerabilidade e violação de direitos.

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Nome do Filme: Crianças invisíveis

Duração: 116 minutos

País/ano de produção: Itália/2005

Classifi cação indicativa: Livre

Enfoque: Vulnerabilidade da população infantojuvenil.

Sinopse: Formado por sete curtas realizados no Brasil, Itália, Inglaterra, África, Sérvia-Montenegro, EUA, China e Estados Unidos, o fi lme foi produzido para despertar a atenção ao sofrimento das crianças em situações difí-ceis por todo o mundo.

Seja coletando sucata nas ruas de São Paulo ou rouban-do para viver em Nápoles e no interior da Sérvia, os fi l-mes são protagonizados por personagens infantis que lidam com uma dura realidade, na qual crescer muito cedo acaba sendo a única saída.

Dicas

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Nome do Filme: A invenção da infância

Duração: 26 minutos

País/ano de produção: Brasil/2000

Classifi cação indicativa: Livre

Enfoque: Inclusão, infância, sociedade.

Sinopse: Denunciando grandes diferenças sociais apre-senta, alternadamente, realidades extremamente distin-tas. De um lado, famílias de baixo poder aquisitivo, onde o índice de mortalidade infantil é elevado. As crianças que sobrevivem são impelidas a trabalhar para obterem recursos, mesmo que mínimos, para subsistência. De outro lado, famílias com melhores condições fi nanceiras exigem que suas crianças preencham seu tempo com atividades mais referidas aos ideais sociais.

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ExpedienteCadernos Pastorais | “ Eu vi, ouvi, conheço e desci” | nº 3 | Ano 2015

Organização: Coordenação de Pastoral - Ir. Valdícer Fachi, Karen Theline Silva, Laura Aparicio, Jaqueline Debastiani, José Jair Ribeiro, Marcos José Broc.Produção: Assessoria de Comunicação CorporativaProjeto Gráfi co: Design de MariaFotos: Arquivo Coordenação de Pastoral e Portal do Instituto MaristaRevisão: Ir. Salvador Durante

Rede Marista RS | DFRua Ir. José Otão, 11 – Bom Fim90035-060 – Porto Alegre - RS

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