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CAESP - Artes
Aula 11 - 10/05/2018RENASCIMENTO: PRIMADO DA ARTE COMO SABER, FAZER E CONHECER
Características gerais do Renascimento: 1495 - 1520
O Renascimento é um período de apogeu das
primeiras experiências e tentativas do Pré-
Renascimento nas Artes e na Arquitetura.
Também a solidificação da imagem do artista como
um gênio criador muito maior do que apenas o hábil
produtor de peças artesanais.
O que foi revolucionário na época e persiste até hoje
como uma das formas de avaliação da qualidade de
um artista.
Masaccio: Santíssima Trindade (1427)
Características gerais do Renascimento: 1495 - 1520
É a época dos grandes “gênios” da pintura e da
escultura. Homens que realizavam a ideia de união de
saberes múltiplos para o processo de construção da
obra de arte.
No Renascimento o próprio processo de produção da
obra de arte passa por uma transformação completa.
É necessário um planejamento prévio para a
produção de uma obra específica. Esse planejamento
exige o domínio de diversos saberes que vão muito
além da produção artística.
Sandro Botticelli: Adoração dos Magos (1482)
Renascimento: Leonardo da Vinci
Ao contrário dos pintores que o precederam, da Vinci não
pintava procurando delinear contornos na composição, mas a
representação de corpos. As formas vão sendo materializadas
aos poucos como quando são vistas no espaço real. Mas
nunca estão completamente visíveis e bem definidas como se
fossem vistas artificialmente.
Esse é o método do claro-escuro (chiaroscuro*), onde as formas
não estão segregadas de forma abrupta umas das outras ou
dos outros elementos da composição, mas unidas e separadas
através de espaços de penumbra que trazem ao mesmo
tempo a continuidade e a segregação.
A pintura de da Vinci também busca revelar a subjetividade de
cada um dos elementos da obra através da expressão facial e
do gesto das personagens.
Renascimento: Leonardo da Vinci
A pintura da “Última Ceia” é um excelente exemplo
para observamos uma das transformações na pintura
renascentista em relação à pré-renascentista. Nela,
da Vinci vai iniciar a composição da obra pelas
personagens, e a arquitetura será uma ornamentação
fornecedora de suporte de equilíbrio de composição
para o conjunto da obra.
Lembre que no Pré-Renascimento, a arquitetura era
uma parte importante da obra onde as figuras dos
seres vivos eram “encaixadas” nelas.
Leonardo da Vinci: Adoração dos Reis Magos (1481)
Renascimento: Leonardo da Vinci
Outro ponto importante na obra é a simbologia. A
“Última Ceia” é repleta de elementos simbólicos, o
mais fácil de ser percebido é que a figura do Cristo
está no centro de toda a obra e as linhas de fuga
convergem para o alto da sua cabeça. No fundo
arquitetônico, o frontão acima da cabeça do Cristo
se assemelha a uma auréola que ele mesmo não
possui.
Esse Cristo sem auréola será excelente para lembrar
do Humanismo renascentista em contraposição ao
Espiritualismo medieval.
Leonardo da Vinci – Última Ceia 1495-98
Leonardo da Vinci – Última Ceia 1495-98
Leonardo da Vinci – Última Ceia 1495-98
Renascimento: Leonardo da Vinci
A busca da pintura como instrumento de revelação da
subjetividade das personagens pode ser observado na “Última
Ceia” através da análise da postura e da expressão de cada
um dos apóstolos na mesa. Cada um deles está representado
de forma tal que se possa buscar conhecer a sua psique e a
relação que tinha com o Cristo.
O próprio da Vinci escrevera em seus cadernos de anotação
que a intenção da pintura era revelar “a intenção da alma
humana”. Porém, não é apenas aos sentimentos em sua
característica momentânea, passageira, mas àquilo que está
na essência da psique da pessoa representada, o cerne da
personalidade.
Certamente que vemos aqui mais uma vez que a pintura exige
não apenas a habilidade técnica, mas o profundo
conhecimento sobre a subjetividade humana.
Leonardo da Vinci – A Virgem dos Rochedos (1483-86)
Leonardo da Vinci: Anunciação (1472-73)
Renascimento: Michelangelo
Um dos exemplos mais elucidativos que temos da
estrutura desse novo modo de projetar e realizar a
obra de arte é a pintura da Capela Cistina por
Michelangelo.
A obra de arte é uma tarefa artística e intelectual ao
mesmo tempo.
Michelangelo era um homem que acreditava
piamente na força criadora do “gênio humano”
como uma REALIDADE VIVA com realização no plano
do mundo sensorial. Ou seja, existe um gênio em
algumas pessoas, e esse gênio se manifesta
fisicamente no mundo material possibilitando a
criação das obras de arte.
Michelangelo – Capela Sistina 1508-12
Michelangelo – Capela Sistina 1508-12
Michelangelo – Capela Sistina 1508-12
Michelangelo – Capela Sistina 1508-12
Michelangelo – Capela Sistina 1508-12
Michelangelo – Capela Sistina 1508-12
Renascimento: Michelangelo
Ele era muito mais um escultor que um pintor.
Basicamente ele trabalhava com a ideia de que a
Arte não era uma arte e/ou ciência apenas, mas uma
“criação dos homens” análoga à criação divina.
A Arte era uma superação da técnica (criação
mecânica e científica).
E esse ato criador era melhor manifestado através da
escultura que traz para o mundo sensível a forma
completa daquilo que está dentro da mente do
artista.
Sobre Michelangelo, assistam ao filme: “Agonia e Êxtase” de 1965
Renascimento: Michelangelo
A pintura não teria esse poder tão completo, pois ela
deverá ficar aferroada ao espaço bidimensional,
obrigando o artista a representar menos dos corpos,
sendo capaz apenas de imitar (através da
perspectiva e da técnica do chiaroscuro) as formas
reais e as esculpidas. É como se a pintura fosse um
resumo (menor) da escultura.
Na escultura, para ele, existia uma analogia entre a
criação divina, pois, na lenda cristã, o deus cria o
homem a partir de uma estátua de barro, que recebe
o sopro vital.
Renascimento: Michelangelo
A escultura seria a única capaz de libertar os corpos
do reduzido e “falso” espaço bidimensional do
desenho e da pintura. Apenas através da inteireza da
obra escultural é que seria possível ter o ápice da
expressão artística como realização do divino através
do gênio humano.
A escultura de Michelangelo buscava no gigantismo
de suas estátuas (e.g. David = 4m), uma simbologia da
grandeza da alma humana que supera a
materialidade.
Michelangelo – Pietá 1498 –1499
Michelangelo – Pietá 1498 –1499
Michelangelo – Pietá 1498 –1499
Michelangelo – Pietá 1498 –1499
Michelangelo - David 1501-04
Michelangelo - David 1501-04
Donatello Davi (1430 a 1432) e Michelangelo - David 1501-04
Prof. Heleno Licurgo do Amaral <[email protected]>
Muito obrigado. Bons estudos!