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A Voz do Estado de São Paulo - Ano V - Edição 66 - abril - Circulação Nacional - R$ 1,50 - 06 Caixa Postal 3014 CEP 06210-970 e-mail: [email protected] www.leiaojornal.com.br Lembre-se: não há sábio sem o pleno conhecimento da Biblia, a Palavra de Deus O Senhor Jesus Cristo esta voltando prepara-te Leia a Biblia a Palavra de Deus Leia a Biblia e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará O Senhor Jesus Cristo esta voltando prepara-te Leia a Biblia a Palavra de Deus Leia a Biblia e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará Somos livres por sermos escravos da lei Sorria: Jesus Te Ama Sorria: Jesus Te Ama Somos livres por sermos escravos da lei Circulam nesta edição 30.709 exemplares O JORNAL MAIS PERSEGUIDO DO BRASIL Uma guerra sem refresco A guerra travada entre a pequena Dolly e a gigante Coca- Cola envolve em seus bastidores pressão a fornecedores e, até, um possível envolvimento de órgãos públicos. Pág. 4, 5, 6 e 7 Acompanhe na próxima edição de Leia O Jornal o aprofundamento da discussão sobre a reconstrução de Jerusalém em Del Castilho no Rio de Janeiro, por Edir Macedo e seus sequazes. Igreja Universal quer reconstruir Jerusalém Fernando Chucre visita a redação de Leia O Jornal Gil Arantes: oito anos que mudaram Barueri Benedito Fernandes com Silvinho: todo apoio ao governador Cláudio Lembo Ex-vereador Clarindo luta pela unidade em Barueri A serpente rasteja e prepara o bote Pág. 02 Pág. 10 Pág. 03 Pág. 07 Os oito anos da administração Gil Arantes, iniciada em 1º de janeiro de 1997 e encerrada em 31 de dezembro de 2004, marcará o futuro de cada barueriense. Massacre na justiça Se o massacre do Carandiru já constitui mancha indelével na história brasileira, a ação da Justiça nesse caso a agrava. Pág. 10 Pág. 08 Leia a Mensagem de Cristo O poder da oração Pág. 09 Por ser o melhor refrigerante do Brasil e da América Latina, a Dolly sofre retaliação da multinacional Coca Cola. As realizações na área da infância garantiram a Gil o título de “Prefeito Amigo da Criança” Clarindo ao lado de seu grande amigo prefeito Rubens Furlan. Os bons tempos voltarão. Pré candidato Fernando Chucre e Jamo Little Brown Futuro candidato a deputado federal Silvinho Peccioli (a dir) acompanhou o prefeito Benedito Fernandes durante o evento Codonho: teimoso, persistente, corajoso, atrevido, nacionalista, patriota, orgulho brasileiro, exemplo a ser seguido Dolly, orgulho nacional Edir Macedo: partido próprio para tomar o poder

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Lembre-se: não há sábiosem o pleno

conhecimento da Biblia,a Palavra de DeusO Senhor

Jesus Cristo estavoltando prepara-te

Leia a Biblia a Palavra de DeusLeia a Biblia e conhecereis a

verdade e a verdade voslibertará

O SenhorJesus Cristo esta

voltando prepara-teLeia a Biblia a Palavra de DeusLeia a Biblia e conhecereis a

verdade e a verdade voslibertará Somos livres por sermos

escravos da lei

Sorria: Jesus Te AmaSorria: Jesus Te Ama

Somos livres por sermosescravos da lei

Circulam nestaedição 30.709exemplares

O JORNAL MAIS

PERSEGUIDO

DO BRASIL

Uma guerra sem refresco

A guerra travada entre apequena Dolly e a gigante Coca-Cola envolve em seus bastidores

pressão a fornecedores e, até,um possível envolvimento de

órgãos públicos.Pág. 4, 5, 6 e 7

Acompanhe na próximaedição de Leia O Jornal o

aprofundamento dadiscussão sobre a

reconstrução de Jerusalémem Del Castilho no Rio deJaneiro, por Edir Macedo e

seus sequazes.

Igreja Universal quer

reconstruir Jerusalém

FernandoChucrevisita a

redação deLeia O Jornal

Gil Arantes: oito anosque mudaram Barueri

Benedito

Fernandes

com Silvinho:

todo apoio ao

governador

Cláudio Lembo

Ex-vereadorClarindoluta pelaunidade emBarueri

A serpenterasteja e prepara

o botePág. 02

Pág. 10

Pág. 03

Pág. 07

Os oito anos daadministração GilArantes, iniciadaem 1º de janeiro de1997 e encerradaem 31 de dezembrode 2004, marcará ofuturo de cadabarueriense.

Massacre na justiçaSe o massacre do Carandiru já constitui mancha indelével na

história brasileira, a ação da Justiça nesse caso a agrava. Pág. 10

Pág. 08

Leia a Mensagem de CristoO poder da oração

Pág. 09

Por ser o melhor refrigerante do Brasil e da América Latina, a Dolly sofre retaliação da multinacional Coca Cola.

As realizações na área da infância garantiram a Gil o títulode “Prefeito Amigo da Criança”

Clarindo ao lado de seu grande amigo prefeitoRubens Furlan. Os bons tempos voltarão.

Pré candidato Fernando Chucre e Jamo Little Brown

Futuro candidato a deputado federal Silvinho Peccioli (a dir)acompanhou o prefeito Benedito Fernandes durante o evento

Codonho: teimoso, persistente,corajoso, atrevido, nacionalista,patriota, orgulho brasileiro, exemploa ser seguido

Dolly, orgulho nacional

Edir Macedo:partidopróprio paratomar o poder

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DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO ESTÁ VOLTANDO - JESUS É BOMPágina 2 Edição 67

Editorial

Pérolas & Pedregulhospor Francisco Marcos

Nestes tempos de sensacionaise milionários apliques e da ver-dadeira reverência a que cada vezmaiores parcelas dos nossosconterrâneos se dignam a pres-tar, louvando e festejando os pro-tagonistas de formidáveis tram-biques e maracutaias (até comdanças da pizza), é de se lembraro velho e já desgastado jargãodo nosso mais celebrado jurista,Rui Barbosa:

“de tanto ver triunfar as nuli-dades, de tanto ver crescer as in-justiças, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos ho-mens, o homem chega a desani-mar-se da virtude, a rir-se da hon-ra e a ter vergonha de ser hones-to”.

Nada mais atual e emblemáti-co. Difícil acrescentar-se a essasantigas frases – na verdade tãofortes e tão presentes – qualquertipo de complemento em face aoterror e à insegurança jurídica quehoje vivenciamos nesta nossaabençoada, mas tão pobre e tãovilipendiada, Nação. É um jogode tudo ou nada. Tudo pelo po-der, afastando-se de vez e comforça total (a força do Estado) asnoções mais elementares de di-reito, de ética, de moral e de hon-ra.

Interesses gigantescos e reco-nhecidamente fenomenais ali-mentados no seio da Nação ealém dos nossos mares e das nos-sas fronteiras, utilizam-se de ver-dadeiros fantoches para impor atoda a população nacional a po-breza, a miséria e a mais ampla etotal falta de perspectivas; olhospostos apenas e tão somente napossibilidade de lucros e de lu-cros cada vez mais crescentes le-vam de roldão princípios elemen-tares da vida em sociedade e, pa-ralelamente, numa ação finamen-te orquestrada, tão inexorávelquanto irreversível, sucateiam e

ATÉ TU BRANT“Juízo que, constituindo-se na

encruzilhada onde se encontramos espíritos ligados aos gruposmais diversos, se exprime e semodifica sem ser condicionadanecessariamente pela aproxima-ção física dos indivíduos” – de-finição sociológica de opinião.

Quanto a povo temos: “con-junto de indivíduos que falam amesma língua, têm costumes ehábitos idênticos, afinidade deinteresses, uma história e tradi-ções comuns”.

Brant eu conheço como parla-mentar afinado com questões tri-butárias, mas como adepto dosofismo eu desconhecia. Deveter aprendido com o filósofo JoséGenoíno, conviveram por muitosanos na Câmara, que “uma coisaé uma coisa e outra coisa é outracoisa”.

Brant afirmou: “povo e opiniãopública nada têm em comum”. JáBenedito Valadares perguntavase alguém sabia qual era o ende-reço do povo. Com sua catiliná-ria Brant forneceu aos demaisenvolvidos nos processos decassação a receita milagrosa parauma pizza segura e de fácil di-gestão entre seus pares.

“Nunca se mente tanto comoantes das eleições, nas guerras,depois de uma pescaria e duran-te uma comissão parlamentar deinquérito”.

***LENÇOL SANTISTA

Sarney que nos idos da déca-da de 50 abateu a oligarquia deVitorino Freire no Maranhão, eimplantou a sua própria, perten-cia à “banda de música” daUDN.

De salto em salto por ironia dodestino chegou ao posto de pre-sidente, “o poeta virou presiden-te”, teve uma recaída e voltou aser poeta. Hoje deixou os lençóismaranhenses e dedica-se ao len-çol santista. Ele gosta muito doMaranhão e de mar.

***PROFETAS DO ACONTECIDO

O sociólogo que dirigiu? poroito anos a nação ataca nos jor-nais com muitas perguntas. Deveser pela afirmativa de que a per-gunta é a base da filosofia. Rei-nou por oito anos, doou grandeparte do patrimônio nacional, au-mentou a dívida. O equilíbrio foitotal: não temos nada e devemostudo.Não questiono a privatiza-

O que acontece com a ética, com

a moral e com a honestidade?lançam ao lixo as nossas mais im-portantes instituições.

De nada valeria ser repetitivo eaqui demonstrar ao leitor a situa-ção em que se encontram as nos-sas áreas de saúde, educação, se-gurança, previdência, trabalho eaté mesmo a dos direitos mais ele-mentares e comezinhos, como odireito à vida, à propriedade e o delivremente contratar; leis apenasliterais, lançadas ao espaço side-ral e, na prática, inacessíveis e ina-tingíveis pelos pobres cidadãosque delas se vêem obrigados a sesocorrer.

Para uns poucos (no poder ounas suas bordas) sucatear insti-tuições públicas é um negóciomilionário. Você tem plano de saú-de? Seus filhos estudam em esco-las públicas? Você paga seguran-ça particular? Além das taxas, tari-fas, impostos e outros apliquesvocê também paga para que o lo-cal onde você mora seja cuidadopor particulares em questões rela-cionadas à infra-estrutura, limpe-za, asfalto e manutenção?

O que efetivamente ocorreucom a ética, a moral e a honra dealguns tempos a esta data? Ar-gumentam alguns que a síndro-me da corrupção, “o toma lá dácá”, a barganha e a “lei de Ger-son” são braços de uma antigacultura em nosso País. Somos –por descendência e natureza –fracos, falsos e corruptos e, emtendo possibilidade ou no exer-cício de qualquer cargo – mini-mamente relevante que seja – nãotitubeamos em esmagar os nos-sos semelhantes para assim ob-ter qualquer tipo de vantagem,ainda que por mínima e insignifi-cante que possa parecer. Ser cor-rupto e venal é uma cultura naci-onal, afirmam os mais céticos.

Ocorre que no decorrer dos oitoanos de FHC e agora, nestes últi-mos quatro, a corrupção escan-

carou-se de tal maneira que nemmesmo o Conselho de Ética (nãose sabe se é para rir ou para cho-rar) vai conseguir sobreviver atantas e tão visíveis negociatasdos homens que se encontram nopoder e que o exercem em nossonome. A bem da verdade, os ru-mos demarcados pelo grupo nopoder antes deste, voltados a pri-vilegiar os organismos financei-ros nacionais e internacionaisforam até mesmo exacerbados:nunca os bancos e as instituiçõesfinanceiras lucraram tanto comonos últimos 12 anos (oito de FHCe mais quatro do atual). O povo,porém, ganhou em contrapartidao “fome zero”, a “bolsa família”,o “vale-transporte”, “vale-ali-mentação” etc. Ou seja, expan-diu-se de forma geométrica e uni-versal a miséria que hoje assolatoda a nação.

A sofrida classe média (em viasde extinção) se vê presa fácil dosabutres que rondam o desastre.Na maior parte das grandes cida-des do interior, o poder públicomunicipal, numa ação orquestra-da com grupos interessados emprivatizar a administração e a se-gurança pública, nos mesmosmoldes do já ocorreu no passadocom a saúde (planos de saúde) ecom a educação (escolas particu-lares), cria a esdrúxula figura de“loteamentos fechados”. Dessaforma o poder público exime-sede suas responsabilidades cons-titucionais de responder pela ma-nutenção, obras e serviços nes-ses locais e, sob o comando de‘associações’, cria miniprefeitu-ras particulares. Miniprefeiturascom o poder de tributar os cida-dãos e ir à Justiça para receber oque voluntariamente gastou.Mais criminoso do que essa per-versa maquinação é o fato de oPoder Judiciário, em muitas desuas comarcas, verem com bons

ção e sim a maneira afoita comofoi conduzida, as moedas podres,financiamentos do BNDES, inde-xação das tarifas. As mazelas fo-ram tantas que os mais rancoro-sos chamaram-na de piratização.

Outro profeta é Delfin Neto,originariamente Delfino, por vin-te anos foi o czar da economia,não resolveu coisa nenhuma.Legalizou a agiotagem com o im-posto sobre operações financei-ras, complicou o protesto paraos cheques sem fundos. “So-freu” um borbulhante exílio emParis como embaixador. Palpitan-te ou palpitosa é a sua colabora-ção atualmente.

“O silêncio é, algu-mas vezes, mais eloqüente doque os discursos”.

***REDUÇÃO DE IMPOSTOSEstá sendo praticada pela atu-

al administração federal, só façoum pequeno reparo, o comparti-lhamento é entre a União, o Es-tado e o Município, este comocaudatário será atingido, ficarácom a receita menor ainda. Im-posto só não basta. Explique-sea União, como é que ficam ascontribuições? Simplesmentecontinua como está? A contri-buição pertence à União. Conti-nuará servindo para aumentar osuperávit primário para o encan-tamento do Partido Financeiro!!

“É gostoso ocupar a sombraalheia”

***PESQUISA

Revela um dado momento. Sevocê estudá-la devidamente,item por item, terá um panoramafuturo corrigível. Vamos tomarcuidado para não banalizar apesquisa, jogando estatística nalata do lixo. Os que se sentemprejudicados pelo resultado dapesquisa, perdedores momentâ-neos, devem trabalhar para cor-rigir as possíveis falhas indica-das pela pesquisa.

“Chore na cama que é lugarquente”

***TV DIGITAL

Pelo andar da carruagem estainovação não estará disponívelem 2006. Há interesses demaisem jogo; é briga de cachorrogrande. O galã do Triângulo Mi-neiro, Hélio Costa, porta voz doSistema Globo de Televisão,contrariou interesses poderosos.

Como é muito hááábil poderá sesafar. A conferir

“Muita esperteza acaba engo-lindo o esperto”

***FRANQUIA

Modalidade de investimento/negócio que já existe há muitosanos no Brasil (postos de gaso-lina, lojas Dr. Scholl e outras me-nos votadas), pegou foco nosúltimos vinte e cinco anos. NaRegião Metropolitana de Cam-pinas (RMC) já temos vários in-vestidores virando Joana D Arc,compraram franquias e não con-seguiram implantá-las. Másterfranqueadores apelam para aschicanas jurídicas, não devol-vem o dinheiro, o pessoal estáno ora veja. A bronca maior estáno setor de café, é bom lembrarque nós devemos contar semprecom a orientação de um advoga-do, dar uma de fran ciscano etentar economizar leva para obarato que sai caro.

“Não chore sobre o café quedeixou de ser servido”

***PAULO ROBERTO SEVERO

PIMENTADeputado federal PT-RS, em

primeira legislatura é atuante ecom presença nos trabalhos daCâmara; 86,4 por cento em 2003,82,1 por cento em 2004 e 77,4 porcento em 2005, a diferença estáregistrada com “missão oficial au-torizada”. Nosso herói cometeuato explícito, notório e documen-tado de quebra de decoro parla-mentar. Tudo televisionado aovivo pela TV Câmara, tentou plan-tar uma lista “fajuta” na CPI quan-do da inquirição do grande “la-ranjal” chamado Marcos Valério.

Romeu Queiroz que confessouter recebido dinheiro do “rural-duto” foi absolvido em plenário,Paulo Pimenta passou batido. Nomínimo foi uma “minipizza”.

“Democracia é o império dalei” ou FOI?

***ESCREVENDO DE FLORESLúcia Santaella, Dispore pelo

lado maternal e Santaella pelolado paternal, é uma luminar dasemiótica. Doutora em Teoria Li-terária pela PUC-São Paulo, compassagens pelas universidadesde: Indiana(EUA), Berlim e Kas-sel na Alemanha. Premio Jabutiem 2002. É minha contemporâ-

Uma das mais assustadorasnotícias do atual quadro políticobrasileiro passou praticamentedespercebida, confinada em pe-quenas notas de páginas inter-nas dos jornais. Os comentaris-tas políticos, preocupados como mar de lama que nos avassala,ao que me consta não lhe dedica-ram maior atenção. É preocupan-te. É como se a fundação do Par-tido Nazista em 1920 tivesse sidonoticiada em três linhas.

Tornou-se realidade: a IgrejaUniversal do Reino de Deus, sei-ta fundada pelo bispo Edir Ma-cedo, que até então se utilizarade variadas legendas para atingirseus objetivos, agora passa a dis-por de um partido político pró-prio, o PMR, que aliás está mu-dando de nome e passará a sechamar Partido Republicano. Jáconta com um senador, MarceloCrivella, o sobrinho do senhorMacedo que fala bem e tem carade santo, embora tenha sido fla-grado anos atrás, em vídeo quepassou na televisão, gargalhan-do eufórico, em meio a seus par-ceiros, enquanto jogavam para oalto aos punhados as montanhasde notas arrancadas dos fiéis,quase todos pessoas humildes ede pouca instrução.

E mais ainda, a nova agremia-ção conseguiu a filiação do vice-presidente da República, JoséAlencar, e anunciou que vai lan-çá-lo candidato à Presidência, napróxima eleição. Alencar, que nodizer do colunista Arnaldo Jaborassumiu sem constrangimento aposição de coroinha de Macedo,não explicou as razões para a suanova opção política. “Esse é o prin-cipal projeto político do partidocriado pela Igreja Universal doReino de Deus”, informa o repór-ter Gerson Camarotti, na pequenamatéria que O Globo dedicou aoassunto, no último dia 4 de outu-bro. Acrescenta que o novo parti-do só filiou dois deputados, JoséDivino e Vieira Reis, que deixaramo PMDB do Rio, porque Crivellaacha fundamental uma bancadapequena e um partido enxuto“para poder negociar com outraslegendas o apoio à candidaturapresidencial de Alencar.”

“Queremos um partido enxuto,para trocar o apoio de outros par-tidos pelo voto no Zé”, declarouo supracitado Crivella, numa inti-midade com a segunda autorida-de do País de dar água na boca amuita gente boa.

Ou seja, o tal Partido Republi-cano não está brincando, ofere-ce o menos relevante para tentardar o bote e abocanhar logo oposto que numa república comoa nossa tem foros imperiais.

Sinto o impulso de ser repetiti-vo e peço desculpas por reprodu-zir abaixo trecho de crônica já di-vulgada neste espaço meses atráse intitulada “O ovo da serpente”:

“Conhecida seita nasceu noPaís; em poucos anos prosperoua ponto de estender seus tentá-culos por dezenas de países. Oque prega ela? Além da lenga-lenga, comum a todas, da salva-ção da alma, defende crençasmedievais, como a suposição deque as pessoas ficam doentesnão pela ação de micróbios maspor falta de fé e porque demôni-os apossam-se dos seus corpos.É como se séculos de cultura eciência e figuras como Pasteur eOswaldo Cruz nunca houvessemexistido. Além disso, extorque ascamadas mais carentes, por meioda cobrança de dízimos e contri-buições incessantemente recla-madas. Desse modo amontooufortuna gigantesca, empregadaem investimentos financeiros,construção de templos que riva-lizam em imponência com os deigrejas milenares e, em boa parte,no estabelecimento de uma redede comunicação de massa gigan-tesca, que lhe permite não só

olhos a instituição desses impos-tos para instituições particulares.O que pode ser constatado como aceitar e dar andamento a açõesde cobrança sem sequer atentarpara o fato de não haver nenhumdocumento, de responsabilidadedos moradores e dos proprietári-os, que os vinculem às tais ‘as-sociações’.

Mais grave, porém, que a misé-ria e a falta de perspectivas é adestruição cabal de grande partedas nossas instituições. Assimque chegou ao poder, o grupo queprocura por todos os meios lá semanter liquidou, primeiramente, aferramenta política (o partido) quepara lá o conduziu. Os escânda-los envolvendo José Genoino, seuirmão e outros altos dirigentes daagremiação praticamente, se opovo tiver um mínimo de memó-ria, liquidou quaisquer pretensõesque esses senhores possam ter navida pública.

Na seqüência, rolaram as cabe-ças de ministros de Estado (JoséDirceu, Luiz Gushiken, Palocci) eparece que ainda outros irão. OCongresso Nacional (Câmara dosDeputados e Senado Federal)desmoralizou-se em face de tan-tos escândalos e de tantas nego-ciatas. O STF, depois da tumultu-ada passagem do ex-ministro daJustiça de FHC, Nelson Jobim,tem pela frente a dura tarefa dosoerguimento moral.

O que será que ainda resta pordestruir para que os nossos con-terrâneos abram os olhos e numrepente de consciência e ilumina-ção dêem um basta a essa corjade bandidos que, travestidos depolíticos, buscam apenas e tão so-mente saquear a Nação? Como dizem seu livro o ilustre escritor Jai-me Pinsky “O Brasil te futuro?”.

A meu ver, depende de comovamos votar, não é?

Jamo Little Brown

nea no Instituto de EducaçãoBarão do Rio Branco, em Catan-duva-SP. Tenho a satisfação deter presenciado o início da car-reira desta “mignon” na estatu-ra e “grand” no conhecimento ededicação.

“Os melhores perfumes estãonos menores frascos”

***TELECOMUNICAÇÃO

“Espelhinhos” concorrentesdas grandes empresas telefôni-cas, desenvolvem uma estraté-gia de marketing notável. Prati-cam uma política de pequenospassos, capacitam seus profis-sionais, não utilizam a grandemídia publicitária, valorizam ainternet, criam sites inteligentese de fácil consulta.Comem o min-gau pelas bordas, afirmação ga-úcha, mas sempre válida. Asgrandes oferecem SUPER, SIMe as pequenas tarifas realimen-tes econômicas, sem truque esem magia, e muito menos alar-de.

Se o atendimento das chama-das pequeno aos seus usuáriostiver um apelo humano: Atençãoe carinho. Dispensando a vozmecânica e falando com pesso-as, que se cuidem as arrogantes.

“A arrogância não é privilégiodos sábios, mas sim dos igno-rantes”.

***MERECIMENTOAMBIVALENTE

Petistas e tucanos se merecem,muito, muito, muito.O que dife-rencia é o estilo, tucano tem su-tileza, petistas arroubos, bazófi-as e bravatas. Os tucanos falam,mas não dizem, os petistas falame agridem.

Pena que nosso rincão conti-nua um deserto de homens,quando surge alguém diferenteé cooPTado ou esmagado. Oscenários para a grande farsa es-tão sendo montados, até queenfim teremos um espetáculo,que não é do crescimento, masdo xingamento. Há um quarto deséculo estamos patinando, ojogo do cachangá, tira, põe, dei-xa fica.

“As almas dos governantes edos opositores são atiradas aomesmo molde”

Francisco Marcos, publici-tário e cientista político lato

[email protected]

A serpente rasteja

e prepara o bote

multiplicar o poder de proselitis-mo como influenciar a opiniãopública em questões decisivaspara o futuro do País. Sua redenacional de televisão conta comjornalistas e vedetes do entrete-nimento contratados por salári-os astronômicos e consolida-secada vez mais como uma efetivaopção de audiência em massa.

O mais impressionante é queessa seita não hesita em confes-sar que seu objetivo não é ape-nas amealhar almas para uma su-posta futura bem-aventurança noreino dos céus, mas sim que temum objetivo de conquista, a lon-

go prazo (aqui vejoque subestimei a tur-ma!), do poder tempo-ral, tendo para issoconstituído braçospolíticos, que se infil-tram por diversas or-ganizações partidári-as, embora concen-trando-se sobretudoem uma ou duas.

Nesse ponto temosde reconhecer: pode-se acusá-los de mui-tas coisas, menos denão serem sinceros.Ou seja, corremos o

risco, se forem bem-sucedidos, determos um dia instalado no Paíso mais retrógrado de todos os re-gimes políticos, o teocrático,como bem exemplificam governoscomo os dos aiatolás no Irã oudos talibãs no Afeganistão. E omais assustador de tudo é que,de certa forma, essa gente queexorciza demônios e possessõesem pleno século XXI já chegoude fato ao poder, como base par-lamentar e aliada do partido po-pular, supostamente de esquer-da, eleito com o objetivo declara-do de modernizar o País e curar eeducar seu povo. Será que votosnuma eleição ou no Congressojustificam isso? Será que justifi-cam tudo?

Capitalistas, inclusive judeus,financiaram Hitler como uma bar-reira ao comunismo, na ilusão deque poderiam controlá-lo no mo-mento que quisessem; todo mun-do sabe o que aconteceu. Agora,rumamos em silêncio para a pos-sibilidade de que nossos filhosou netos venham a viver numestado teocrático, embora muitospossam achar essa hipótese des-prezível, quem sabe até risível.Mas foi com base na indiferençae na incredulidade, é bom insistir,que os nazistas tomaram o podere desencadearam o apocalipse.”

O que falta a Universal expli-car é para que quer o domíniopolítico do País – eleito, não hádúvida, Alencar serviria apenasde escada para essa gente, domesmo modo que o velho presi-dente von Hindenburg serviu deescada para Hitler em fevereirode 1934.

A serpente saiu do ovo, rastejae arma o bote. Quando é que asforças vivas e conscientes destePaís vão abrir os olhos e se mobi-lizar contra essa ameaça? Ou seráque estão todos hipnotizados eparalisados, como a presa dianteda cobra, à espera de que o pioraconteça?

Catástrofe anunciadaÉ só questão de tempo: os ci-

entistas alertam, assim que o ví-rus da gripe das aves passar porligeira mutação, milhões de pes-soas serão contaminadas e mor-rerão no mundo inteiro, numa re-petição da tragédia da gripe es-panhola de 1918. Tragédiascomo essas são um estímulo aofundamentalismo religioso: sem-pre há algum pastor para anun-ciar que se trata de um castigodivino, por causa dos pecadosdos homens.

Rubem Mauro Machado,fonte: site ABI

Edir Macedo: partido própriopara tomar o poder

O vice-presidente José Alencar, aliado aEdir Macedo

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DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO ESTÁ VOLTANDO - JESUS É BOM Edição 67 Página 3

Do ponto de vista popular, oalinhamos junto aos mais des-tacados prefeitos da região enos vemos na obrigação de en-dossar a opinião de muitos dosnossos cidadãos que o vêemcomo melhor prefeito do Bra-sil.

Sua maneira de ser, agir e vi-ver reflete a grandiosidade doser humano que ele é. Dotadode acentuada sensibilidade epreocupação com o bem-estardos seus semelhantes, ele nãoé, em verdade, diferente dosgrandes tocadores de obras, oque lhe tem permitido fazeravançar e humanizar a maispobre e sofrida cidade da Gran-de São Paulo.

Se não fosse o bastante, omunicípio ainda se vê sufoca-do pela obrigação do laudêmioao município de Barueri, impo-sição legal que somente se ser-ve ao benefício de ricas e abas-tadas famílias e às multinacio-nais. O laudêmio, uma espéciede IPTU, embora de valor irri-sório, é uma taxa cobrada emfavor dos índios. Também de-veria estar a serviço de Carapi-cuíba e de seu povo por ser,originariamente, também umaex-aldeia indígena.

Deixamos isso para técnicose especialistas tributários, noslimitando a enaltecer este ho-mem simples, honesto, bondo-so, caridoso, íntegro e que - porser dócil e gentil - se tornou vo-luntariamente escravo de seupovo. Até sua privacidade eledeixou de lado, colocando-sediariamente desde as quatro damanhã e até altas horas da noi-te ao lado das pessoas necessi-tadas as quais, em fila na suaporta, lhe trazem todos os ti-pos de problemas e de reivindi-cações. De alguma forma, re-solve ou minimiza os problemase todos se vêem atendidos e sa-tisfeitos com a atenção e o res-peito quelhes de-monstra amaior auto-ridade domunicípio.

Cidadãodiferencia-do, ele nas-ceu paraservir e nãopara ser ser-vido e temencontradono seio dasua família,principal-mente por parte da sua esposa,o maior apoio para dedicar-seao bem dos cidadão e por fazeravançar a sua cidade.

Como todo ser humano, tam-bém comete erros e falhas. Coma ajuda do ex-prefeito de Osas-co, Silas Bortolosso, aprende-mos a admirá-lo e a gostar delecomo a pessoa simples que é.Às vezes, por simplicidade epureza, fazemos dele um cen-tralizador, quando na verdade é

Tributo a Fuad Chucre

O melhor prefeitodo Brasil

a sua maneira, o seu jeitão ca-racterístico de administrar asua sofrida cidade de forma pes-soal e direta, demonstrandocom a sua presença o respeitoaos cidadãos da sofrida popu-lação de Carapicuíba.

Pelo seu jeitão de ser, muitasvezes assume compromissoscom muitos que o procuram e– agenda atabalhoada - nãocomparece aos encontros, pelofato de conviver com a perife-ria, atendendo a população.

Por isso, são muitos os quedesistem de procurá-lo. Chucre,que quer dizer bravio e selva-gem, representa bem a perso-nalidade de Fuad Chucre, umguerreiro sempre pronto a lu-tar para melhorar as condiçõesde vida da população.

Não obstante suas falhas,Fuad é um ser humano muitoespecial, gostem dele como eleé e terão um bravo e grandeamigo ao seu lado. Que Deusabençoe seus secretários, prin-cipalmente os da Fazenda, Dé-cio Vieira de Souza, Saúde, Edu-cação e Obras, para que o pre-feito tenha muita paz e, com aajuda de Deus, administrar cominteligência e probidade as dí-vidas e os graves problemas deCarapicuíba.

Saiba prefeito Fuad que o Se-nhor Jesus Cristo te ama e eutambém. Muito obrigado.

Muito embora conhecendopouco a personalidade do pre-feito Fuad, temos certeza deque ele merece este título demelhor prefeito humano doPaís, pela competência de ad-ministrar desgraças, pobreza,doença, fome, miséria, desem-prego. Sejam também abenço-ados, por questão de justiça, osdemais milhares de prefeitos demunicípios pobres do Brasil,que como ele carregam em seusombros todas as dificuldadesdo seu povo.

Entre to-dos os pro-b l e m a s ,Carapicuí-ba não temsequer umterreno ade-quado pró-prio paraseu aterrosani tár io .Acostuma-do a lidarcom todosesses pro-b l e m a s ,imaginem

se o Fuad fosse prefeito de ummunicípio rico, como São Ber-nardo ou Barueri, pois o dinhei-ro que sobra naqueles municí-pios falta em Carapicuíba. E aúnica coisa que Fuad não temdireito a administrar é dinheiro.Mesmo assim esse gigante ain-da tem coragem e força pararespirar fundo e de todo cora-ção, mesmo sem direito à pri-vacidade, dizer agradecido aDeus que vale a pena ser útil,como prefeito, ao operosopovo trabalhador da sua queri-da Carapicuíba. Por isso, só po-demos, carinhosamente, dizerque Fuad Chucre não tem sóum coração de boi, mas um co-ração de elefante, capaz de abri-gar todo seu povo. Homenagemde Leia O Jornal

Jamo Little Brown

Prefeito Fuad Chucre de Carapicuiba/SP

Fuad: Significa coração e indicauma pessoa que se envolve em

tudo o que faz e, por isso, sente-se feliz com cada vitória que

obtém por menor que seja. Emgeral, na verdade, alcança

quase sempre grandes vitórias.

Fernando Chucre visita a redação de Leia O JornalSimples e humilde como seu

pai (Fuad Chucre, prefeito deCarapicuíba), Fernando Chucrevisitou a redação de Leia O Jor-nal. Na condição de pré-candi-dato pelo PSDB à Câmara dosDeputados, Fernando Chucrefalou da importância da repre-sentação legislativa, tanto esta-dual quanto federal, como for-ma de minimizar os problemasda região Oeste. Em especialdas cidades mais pobres, comoCarapicuíba, que são “inadmi-nistráveis” sem os repasses deverbas do governo.

Há quatro anos, FernandoChucre foi candidato a deputa-do federal a pedido de seu pai,Fuad. Trabalhando há 18 anosem seu próprio escritório de Ar-quitetura, Fernando até entãohavia se mantido distante dapolítica. “Vivo do meu trabalhocomo arquiteto”, diz. Atenden-do ao pedido de Fuad, Fernan-do candidatou-se e foi bem aco-lhido pelos eleitores da região:conquistou 98.300 votos, sen-do primeiro suplente do PSDB,uma legenda que exige um co-eficiente de votação bastanteelevado.

Mesmo sem ser eleito, o re-sultado animou Fernando a par-ticipar mais de perto da políticaestadual do seu partido, tornado-se membro do diretório estaduale coordenador da Grande SãoPaulo Oeste, que hoje reúne oitomunicípios. No ano passado,aceitou o convite do prefeitoFuad e foi durante quatro mesessecretário de Indústria. “Aceiteio cargo com uma missão esta-belecida: montar um balcão quefacilitasse a emissão de docu-mentos para os empresários”,conta Fernando que só ficou naSecretaria até firmar os convê-nios com a Receita Federal, Jun-ta Comercial e demais órgãos etreinar os funcionários. Segun-do ele, hoje os empresários con-seguem toda documentação emtorno de 48 horas.

Fernando sempre defendeuque o prefeito de Carapicuíbadeveria ser o candidato a depu-tado federal, pois, em sua opi-nião, mais do que um bom pre-feito, Carapicuíba precisa dedeputados que lutem para tra-zer recursos. “Devido a todosos problemas já conhecidos:ser a segunda menor renda percapita do Estado, ser cidadedormitório, entre outros, Cara-picuíba não pode sobreviversem recursos ex-ternos”, defende.

Em princípio,Fernando descar-ta uma futuracandidatura sua aprefeito da cida-de, justamentepor acreditar naimportância dedeputados lutan-do para trazer re-cursos federais e estaduais,além de conhecer a batalha di-ária de seu pai, para suprir asdespesas básicas da prefeitura.

Caso seja confirmado candi-dato, Fernando acredita que esteano, pela projeção nacional doPSBD (o ex-governador Geral-do Alckmin candidato à Presi-dência da República e o ex-pre-feito José Serra candidato aogoverno do Estado) o esforçode campanha poderá ser menore será possível manter a mesmavotação. Outro fator que certa-mente favorecerá a candidaturade Fernando Chucre é seu dina-mismo jovem e o fato de queserá seu primeiro mandato.“Existe um desejo muito fortede renovação do quadro políti-co em Brasília, principalmentepor essa seqüência de deputa-dos legislando em causa própriaque se tem visto”, analisa.

Por outro lado, Fernando estábem consciente das dificulda-

des que poderá enfrentar naCâmara dos Deputados. “Con-verso bastante com políticosque foram prefeitos na região,como Rubens Furlan e CelsoGiglio, e se elegeram deputadosfederais e não gostaram da ex-periência de Brasília”. Aindaassim, Fernando projeta con-centrar seu trabalho em progra-mas que possam gerar recur-sos para as cidades da região.Entre eles, está a criação de umaassessoria parlamentar paranortear projetos para municípi-os da Região Oeste. “O que setem visto são deputados se ele-gerem por determinada regiãoe depois tentarem criar em ou-tras partes do Estado. Queroconcentrar o meu mandato naluta pela melhoria da RegiãoOeste”, explica Fernando.

Ao falar da importância des-sa base parlamentar, Fernando

cita como exem-plo, o GrandeABC que temquase o mesmonúmero de eleito-res e conta comdez deputados,enquanto a regiãoOeste tem três.Já na área de as-sessoria parla-mentar, confor-

me Fernando o município deSantana de Parnaíba é o únicobem estruturado na busca porverbas externas – Barueri tam-bém é bem estruturada mais porser rica, não busca recursos

fora. Fernando atribui essa es-trutura de Santana de Parnaíbaà competência do prefeito Be-nedito Fernandes, que já foisubprefeito da Freguesia do Óna administração Jânio Qua-dros em São Paulo.

Fernandes foi também secre-tário de Fuad Chucre em Cara-picuíba. “É um homem sério,competente e que muito ajudoua dinamizar a imagem do pre-feito”, diz Fernando. Para ele,B e n e d i t oFernandesfoi substitu-ído à alturapor Décio,o atual Se-cretário deFinanças:“Décio étão sério,competen-te e corre-t í s s i m oquanto Fer-nandes”.

Sobre a administração FuadChucre, Fernando ressalta a lutado prefeito para bem servir opovo pobre de Carapicuíba.“Quando ele não está na cidade,está no gabinete do governadorou nos dos secretários tentandobuscar verbas para os projetosda cidade”. Segundo Fernando,o governo do Estado, desde Ma-rio Covas e depois com Geral-do Alckmin tem sido um verda-deiro parceiro de Carapicuíba,sempre ajudando em tudo quefoi possível, repassando as ver-

(fundo de compensação dosmunicípios que não tem arre-cadação suficiente), Fernandocita a construção da Fatec e adesapropriação da Inac, ondeserá construído um centro so-cial urbano. “É a criatividade daadministração usada em favorda população de Carapicuíba”,explica. Isso porque o Fumeftem uma trava legal: são recur-sos municipais que só podemser utilizados no sistema viário

ou detranspor-te de in-t e r e s s emetropo-l i t a n o .Então ogovernode Cara-p i c u í b abusca ali-ar o inte-resse dapopula -ção e en-

contrar brechas para a utiliza-ção desses recursos.

Para este ano, o prefeito FuadChucre dará continuidade àobra na área do Inac, próximaao Ariston, região com poucoinfra-estrutura para a popula-ção. Ali já está em fase de tér-mino a construção do Batalhãoda Polícia Militar e serão cons-truídos creche, pré-escola,campos de futebol, quatro qua-dras cobertas, centro de con-vivência para a terceira idade.Ou seja, uma obra que reuniráuma série de equipamentos pú-blicos para o bem-estar da po-pulação de Carapicuíba.

Aproveitamos para chamar aatenção do prefeito Fuad e deseu filho Fernando Chucre paraa retaliação que estamos so-frendo por parte do seu gabi-nete e do secretário de comu-nicação engenheiro Guilhermee sra. Taís, só pelo fato de naedição 64 termos feito uma ho-menagem ao sr. Fuad, colocan-do-o como o melhor prefeito doBrasil, conforme matéria quereproduzimos ao lado.

É lamentável que as notíciasboas o gabinete não deixe che-gar ao conhecimento do prefei-to. Só as más. A não ser que hajacontra-ordem por parte do pre-feito. Afinal o candidato Fernan-do Chucre se comprometeu averificar por que Leia O Jornalnão tem recebido releases e aenviá-los. O fechamento foi atra-sado e um dia e meio depois nemas notícias nem o futuro candi-dato retornou com informações.

Jamo Little Brown

“Devido a todos osproblemas já

conhecidos, Carapicuíbanão pode sobreviver sem

recursos externos.”

“Existe um desejo muito forte derenovação do quadro político em

Brasília, principalmente por essaseqüência de deputados legislando

em causa própria que se temvisto”Fernando Chucre visita a

redação de Leia O Jornal

Pré candidato a deputado federal, Fernando Chucre visita a redação de Leia O Jornal

Fernando Chucre quer ajudar municípios pobres da região Oeste

Parabéns pela Vitória. A Justi-ça prevaleceu. Parabéns, também,pelo discurso claro e realista, clas-sificando setores da imprensacomo falsos e hipócritas. Feliz-mente, na nossa visão – em quepese estarmos em campos ideo-lógicos diferentes – não apenasantevimos a sua vitória como aela nos unimos, levando aos nos-sos leitores de todo o Brasil o“perverso e maquiavélico” planourdido contra Vossa Excelência.Infelizmente, eles conseguiramparte dos objetivos: o de impediro vôo de V. Exa. para cargos maisaltos. Porém, vão-se os anéis e

Caro Deputado João Paulo Cunhaficam os dedos. A luta continua.

Perseguido e estigmatizado quetenho sido ao longo de grandeparte da minha vida, sem culpaformada e apenas por questõesideológicas, sei e respeito os diase as aflitivas horas que V. Exa. vi-veu. Felizmente, seus pares tive-ram luz e reconheceram a impro-cedência das denúncias. De por-tas e coração aberto, aceite o nos-so reconhecimento pelo formidá-vel e gigantesco trabalho que V.Exa. realiza pela nossa Cidade epela nossa Região. Parabéns.

Leia O JornalJamo Litlle Brown.

bas disponíveis. “Esperamospoder retribuir a parceria ajudan-do o governador Alckmin emsua caminhada rumo ao Paláciodo Planalto”, diz.

Entre as obras que Fuad Chu-cre está realizando a partir dorepasse de verbas do Fumef

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DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO ESTÁ VOLTANDO - JESUS É BOMPágina 4 Edição 67

COCA X DOLLY

Uma guerra sem refrescoMarina Amaral

Dois homens se cumprimen-tam em um escritório no bairrodo Itaim Bibi, em São Paulo.Trocam apresentações, não seconhecem pessoalmente. A por-ta da sala do anfitrião está abertae duas microcâmaras ocultascaptam o momento em que oempresário Laerte Codonhoconduz o consultor Luiz Eduar-do Capistrano do Amaral a umapoltrona e senta-se à sua frenteno sofá.

A reunião é de trabalho. Ca-pistrano, como é conhecido nomercado o ex-executivo damaior engarrafadora da Coca-Cola no Brasil, a mexicana Pa-namco (Panamerican

Beverages Inc., hoje Coca-Cola Femsa, também mexica-na), foi chamado por Codonho,proprietário da marca Dolly Re-frigerantes, para prestar umaconsultoria, atividade que exer-ce depois de deixar o cargo dediretor na Spal, a engarrafado-ra da Panamco na região daGrande São Paulo, Campinas,Santos e Mato Grosso do Sul.

O consultor não tem motivospara desconfiar do verdadeiromotivo da reunião marcada pelodono da Dolly. O setor de re-frigerantes no Brasil produziu11,9 bilhões de litros em 2002.A Coca-Cola detém 50 por cen-to, a AmBev (Brahma, Antarc-tica e distribuição da marcaPepsi), 17 por cento, e 750 fa-bricantes regionais (os chama-dos tubaineiros) dividem os 33por cento restantes. O cresci-mento vem sendo pequeno –3,3 por cento de 2001 para2002 – e cada ponto percentu-al do mercado é ferozmente dis-putado por grandes e pequenas,motivo suficiente para que apequena Dolly, com 1,6 porcento do mercado nacional(ACNielsen, 2002), pudesseestar interessada em contrataros serviços de um ex-executi-vo da empresa líder.

O relógio das microcâmarasmarca 17h48m32s, 12 de junhode 2003. A primeira interven-ção é de Codonho: está preci-sando de alguém que “conheceo jogo” e quer saber se o con-vidado não tem mais vínculoscom a Coca-Cola. Depois dedeixar formalmente a Panamco,Capistrano trabalhou mais umtempo para a empresa comoconsultor. Mas agora, afirmaele, está livre. A Coca-Cola Fe-msa – companhia mexicana daqual a Coca-Cola Company de-tém 39,6 por cento das ações –adquiriu recentemente a Pana-mco por 3,6 bilhões de dóla-res, tornando-se a maior engar-rafadora da América Latina e asegunda maior engarrafadoramundial de Coca-Cola, atrásapenas da Coca-Cola Bottle-ment, dos Estados Unidos.

Quatro minutos depois, a se-cretária entra trazendo uma ban-deja. O visitante se serve de uís-que com gelo, o anfitrião pre-fere um guaraná Dolly. A con-versa segue mais relaxada.

“Como a Coca-Cola podedeixar um cara como você sol-to?”, pergunta o empresário. Oexecutivo sorri, lisonjeado. Dizque optou pela independência eque está examinando uma novaproposta de consultoria daCoca-Cola Femsa. A Spal, daqual ele foi diretor, atua no mer-cado das maiores regiões me-tropolitanas paulistas, o maisdisputado do País, e respondepor parte importante da dívidade 800 milhões de dólares daPanamco, absorvida na transa-ção mexicana. A situação difí-cil em que se encontrava Ca-pistrano antes da transação é otema da conversa captada pe-las câmaras agora e Codonhovai conduzindo o assunto paraas estratégias usadas pela Spalcontra a concorrência. “Con-tra mim também”, provoca odono da Dolly.

O ex-executivo sorri, entrecúmplice e sem graça. “Quan-do me disseram que você que-ria falar comigo, pensei: será

Inexplicavelmente quase sem ruído, já que há denúncias gravadas – o que em certos casos faz a alegria da mídia grande –, essa guerra

protagonizada pela marca mais famosa do mundo encerra em seus bastidores sabores insuspeitados, como se verá a seguir.

que ele quer me matar, bater emmim...”, brinca.

Codonho finge abrir o jogo:“Eu tenho apanhado barbarida-de, estou sendo sacaneado otempo todo, é fiscalização daReceita, ação do Ministério Pú-blico, pressão nos meus forne-cedores. Quero alguém que dêo diagnóstico, localize de ondeparte a pressão”.

Capistrano admite que “reali-zou diversas estratégias” paratirar pontos dos concorrentesem São Paulo, principalmentedos chamados produtores re-gionais a quem chama de “cai-piras”, excluindo seu cliente empotencial, é claro.

É a deixa para o dono da Dollyencostá-lo na parede: “Ninguémmelhor do que quem fez a bom-ba para desativar a bomba”.

Capistrano nega que seja oúnico responsável – “há coisasorquestradas há anos” –, masadmite que agiu contra a Dolly,principalmente pressionando osfornecedores de insumos (em-balagens, rótulos, açúcar e ado-çante) a não vender para a em-presa. “Eu não podia fazer nadailegal”, completa, em tom degozação. “Senão eu já tinha tidosucesso há muito mais tempo,eliminado a concorrência hámuito mais tempo. No Méxiconão tem concorrência.”

“Por quê? Como poderia serfeito isso?”, interessa-se o em-presário.

“Liquida, mata as pessoas to-das!”

“Não brinca, não, mas matafisicamente também?”, pergun-ta Codonho, aparentementeperplexo.

E o outro, rindo: “Fisicamen-te, se for necessário. No Méxi-co são treze famílias no mer-cado de refrigerantes, então oué Coca ou é Pepsi”.

Codonho estimula o papo, re-afirma o interesse em contra-tar os serviços do consultor. Emtom profissional, Capistrano diz:“Confesso que vim preparadopara tudo, menos para essacontra-estratégia”. O relógiodas câmaras marca18h59m10s. O telefone acabade tocar – é a senha para tro-car a fita de vídeo enquantoCodonho finge falar com al-guém. Quando “desliga” o te-lefone, vai direto ao ponto:“Como posso te remunerar?”Negociam rapidamente. A ques-tão se complica quando batenos cifrões. Capistrano quersaber os números da Dolly: fa-turamento, porcentagem demercado que tem – “chuta” 10por cento da Grande São Paulo(6,8 por cento em 2002, segun-do a Nielsen), mas Codonhonão entrega o ouro e pede queo consultor calcule quanto valeo seu tempo para “desarmar abomba” em sessenta dias. Dezmil reais mensais é o valor ini-cial. O negócio parece que vaiandar. Capistrano propõe cha-mar seu ex-chefe, Jorge Giganti– que dirigiu a Panamco depoisde ter presidido a Coca-Cola doBrasil, do México e da Argenti-

na – para ajudá-los. Argumentaque seria um articulador depeso e, “embora não precise dedinheiro, nesse negócio da Fe-msa ele ganhou 5 milhões dedólares e vai ganhar a quintaaposentadoria, talvez precise deum desafiozinho”.

Codonho dá corda e acusaGiganti de ter sido o responsá-vel pela “operação contra aDolly”. O outro retruca, irôni-co: “Não, o Jorge Giganti nãofez nada pra te matar, absolu-tamente. Claro, só me chamoue disse para eu fazer o que fos-se necessário”.

“Por que pra cima de mim?”“Coca-Cola é Coca-Cola”,

responde Capistrano. “Então,agrediu a Coca-Cola é fatal.Tem que ter reação. Se vocêbatesse só na Fanta, no Kuat,não sei o que e tal... Mas o pro-blema é que num determinadomomento há uma análise de quea Dolly estava tirando clientesda cola, da Coca-Cola.”

“Mas chegou-se a essa análi-se?”

“Sim, pelos números, vocêrealmente pode fazer uma aná-lise desse tipo.” (O guaraná An-tarctica é o segundo refrigeran-te mais vendido no País, aCoca-Cola o primeiro. Desdeque chegou ao País, a Coca-Cola briga para diminuir a par-ticipação do sabor guaraná nosetor.) “O sabor guaraná estáganhando do sabor cola fomen-tado por guaranás de segundalinha: Dolly, Convenção etc.Então, isso começa a ser real-mente o calcanhar-de-aquiles.”

“Isso tudo precisamos estu-dar”, diz Codonho.

“Preciso de sessenta dias paraentrar de cabeça nisso”, res-ponde Capistrano. E ressalva:“Saí da Panamco para mudarde negócio. Tive de demitir 15mil pessoas enquanto estava lá,não é brincadeira. Sou um caramuito ético, muito leal, não seise sou o cara que você colo-cou na cabeça. O que fiz comvocê era negócio. Achava quevocê estava no mesmo ritmo,entendeu? (...) Particularmen-te, nós dois temos essa simbi-ose, eu não queria conhecervocê, eu não queria falar comvocê porque eu tinha uma mis-são que foi dada pelo presiden-te, o Giganti disse...”.

“E qual era a missão?”, inter-rompe, ansioso, Codonho.

“A missão era tirar você domercado. Você tinha 5, 6, 7, 8pontos, eu tinha que tirar 4 pon-tos da concorrência”, explica oex-executivo.

“Você fechou o cerco”, dizCodonho, parecendo sentido.

Truco. O relógio das câma-ras marca 19h31m49. A segun-da dose de uísque é servida. Atensão se dissipa.

“Infelizmente, o seu únicoazar é que eu podia ter saídoum ano antes de lá. Ganheimais um ano pra fazer isso.”

“Filho da p.”, diz entre risoso dono da Dolly.

O outro também ri: “E, eu tedigo, o pior é o seguinte: não

ganhei muito dinheiro comisso”.

“Nesse ano, você me cutu-cou...”

“Cutuquei porque era umatentativa de orientação praCoca-Cola, de treinamento paraeles, do que eles poderiam fa-zer para um dia chegar a 70pontos de mercado de novo,que eles nunca mais vão ter.”

“Espera aí, vocês estavamfazendo protótipo em cima demim?”

Capistrano confirma: “Erauma visão do que eles poderi-am fazer pra, de novo, algumdia chegar a 70 por cento demercado. Esse desafio eu as-sumi em Atlanta (sede da Coca-Cola Company). Como é que oBrasil pode ajudar a chegar a70 por cento de novo? Digo,vou tentar mostrar os caminhospor lá”.

“E pau na Dolly, coitada daDolly.”

Ao que Capistrano responde:“Era uma, mas as outras, coma continuidade, iam sofrerigual”.

Codonhopuxa umponto quec o n s i d e r aparte da ar-mação. Per-gunta sobreuma portariada Receita –a instruçãonormativaSRF nº.034, de 1999 – que obriga osprodutores de garrafa PET (es-sas de plástico) a relatar em mi-núcias suas transações com asindústrias de refrigerantes parao controle fiscal do volumevendido.

“Vocês conseguiram fazer umnegócio do caramba, aquela foivocê, todos os produtores degarrafas terem que dar um re-latório para a Receita.”

Capistrano se envaidece:“Essa, sim, essa foi”.

“Essa foi sua. Parabéns!”“Essa foi a única...”Codonho interrompe: “Era o

‘relatório Capistrano’, falavamassim. Então, quer dizer, o Ca-pistrano quer saber quanto quero mercado e ele mandou a Re-ceita implantar um negócio des-ses...”.

O outro se limita a sorrir.São quase 8 da noite, é Dia

dos Namorados, os dois deci-dem continuar a conversa nodia seguinte. O diálogo final éem clima de franca “amizade”.

“Você conhece a fábrica deDiadema?”, pergunta Codonho,referindo-se à Ragi Refrigeran-tes, a principal engarrafadora desua marca.

“Não. Aliás, já passei perto.Quando mandava o pessoal fi-car... Só passava para fiscali-zar se estava todo mundo ano-tando tudo, todos os caminhõesetc.” (risos)

“Filho da p.! (risos) Você fa-zia isso?”

“Alguém tinha que fazer...”“Filho da p.”, repete Laerte,

ainda rindo, deixando escaparum tapa um tanto violento nosofá. “Era você que mandavaaté isso...”

“Não tinha muito problema,não. Tinha terceiros que fazi-am lá, que pesquisavam com ostransportadores (para obter in-formações sobre volume distri-buído e os pontos de venda daDolly), mas o óbvio, o básico ésempre o básico.”

Em tom de brincadeira, Ca-pistrano pergunta: “Por quevocê não me procurou antes,me ofereceu 1 milhão de re-ais...?” E aí, falando sério: “Vejabem, talvez eu não aceitasse,sou um cara muito ético. Masa Coca-Cola me convenceu afazer coisas, com falsas pro-messas...”.

Pausa para o almoço. Há duashoras assisto às fitas ao lado deLaerte Codonho no mesmo es-critório onde foram gravadas,com o objetivo de provar que aDolly havia sido vítima de con-corrência desleal e abuso de po-der econômico por parte da en-garrafadora da Coca-Cola, se-gundo Codonho. Ele conta quepassou a desconfiar de que Ca-pistrano estivesse por trás deseus reveses nos negócios de-pois que lhe disseram que osvendedores da Spal andavamdistribuindo cópias de um e-mail difamatório contra a Dolly– dizendo que o refrigerantedava câncer – em mercadinhos,creches, pontos de ônibus, igre-jas. “Um pastor chegou a ler oe-mail durante o culto”, diz.Suas desconfianças aumenta-ram quando um de seus forne-cedores lhe disse que o ex-di-retor da Spal lhe propusera con-trato com a Coca-Cola em tro-ca do corte na venda de emba-lagens PET para a Dolly. Ao fi-car sabendo que o outro estavafora da Coca-Cola, marcou en-tão uma reunião como se fossecontratá-lo para uma consulto-ria. Acabou gravando “mais de30 horas de reunião”, diz, quan-do insisto em assistir às fitasna íntegra – a imprensa havia

r e c e b i d otrechos se-lecionadospor sua as-sessoria deimprensa.Por fim,como elenão con-corda emceder cópi-as das fitas– “há no-

mes que preciso preservar” –,combinamos assistir no seu es-critório, na íntegra, às três fi-tas referentes às reuniões gra-vadas nos dias 12, 13 e 17 dejunho, que constam do inqué-rito policial 695/01 instauradona 3ª Delegacia de Diadema apartir de um B.O. registradopor Laerte Codonho a propósi-to do e-mail difamatório. Asgravações das outras duas reu-niões com Capistrano foramparcialmente divulgadas à im-prensa, mas preferi ignorá-las,uma vez que não foram aferi-das pela perícia nem disponibi-lizadas na íntegra.

Depois de um sanduíche, va-mos para a segunda fita.

Lobby na receita?13 de junho, 9h57m. As mi-

crocâmaras registram um Ca-pistrano engravatado com novaproposta sobre a consultoriapedida pela Dolly: “O que vocêquer vai envolver outras pes-soas, você tem idéia da com-plexidade disso? Vou ter de mededicar full time, o preço não émais aquele padrão”.

Acrescenta que vai estudar ocaso para ver como tirar Co-donho de suas dificuldades.Além dos prejuízos econômi-cos, há os processos por ra-zões fiscais.

“Há coisas difíceis de rever-ter, os processos, não dá paraparar agora. Mas as coisas vãoacabar se resolvendo de umamaneira ou outra. Sempre temuma solução. A solução talvez

seja você vender a marca: ‘Voume livrar enquanto posso sairo melhor possível’. Talvez sejaa última solução para resolvero problema. E pode ser que ain-da haja coisas a fazer...”

Codonho cutuca: “Por quevocês não compraram a ope-ração naquela época? Sairiamais barato...”.

“Você tem uma marca queeventualmente pode ser manti-da”, continua Capistrano, semse abalar.

“Quanto vale?”“Bem, não conheço seus re-

sultados. Pelo que sei, uns 20,30 milhões, mais ou menos opreço da Simba (marca criadapela Coca-Cola para vender umrefrigerante mais barato e ga-nhar parte do mercado dos “re-frigerecos”, já vendida).”

O dono da Dolly não concor-da com a avaliação. Para mim,diz ter certeza de que a Spalqueria detonar a marca e depoiscomprá-la barato. De Capistra-no cobra: “Eu quero sabercomo você vai desarmar a bom-ba. Vocês infiltraram gente parame espionar, no Ministério Pú-blico, na Receita...”

Capistrano nega ter coopta-do o antigo contador da Dollypara passar informações e tam-bém ter subornado o fiscal daReceita denunciado por Codo-nho na Corregedoria. Diz quenão sabia que um consultorcontratado pela Spal para aju-dar a tirar pontos dos concor-rentes no mercado trabalhavapara o dono da Dolly exatamen-te na área fiscal. Mas admite:

“Quando nós armamos a es-tratégia, tinha vários pontos.Era com fornecedores, com aReceita Federal, com o Minis-tério Público, entendeu, tinhatoda essa espionagem para for-mular os volumes... Tinha in-clusive muitas coisas que nemchegaram a ser feitas. Não seinem o que vocês iam fazer. Nãoia ter matéria-prima no merca-do pra ninguém...”, volta a di-zer.

“Não ia adiantar a gente es-pernear, brigar, pôr polícia...”

“Por algum tempo, vocês sóiam poder espernear. Mas eunão precisava de um ano dedomínio total, precisava de doismeses. Dois meses com maté-ria-prima limitada, controlada,pingando, já eram o suficientepara a gente destruir toda a par-ticipação de mercado que osprodutores menores tinham.Quer dizer, a estratégia nuncafoi bolada pra matar ninguém,eu sou um cara humano”, brin-ca, rindo. “Toda a minha estra-tégia era dar de 55 a 60 pontospara a Coca-Cola. Nunca pre-vemos o desaparecimento deninguém. A estratégia não eraliquidar, e sim restringir. Então,a matéria-prima era o ideal.” Econtinua, referindo-se às acu-sações de Codonho de que aSpal teria cooptado funcionári-os de órgãos públicos: “A açãona Justiça é lenta, demorada,confusa. A Coca-Cola tem in-clusive muita dificuldade de fa-zer pagamentos”.

“Como assim?”, interessa-seCodonho.

“Porque é o tal negócio:como a relação com os fran-queados era muito complicadanaquele momento... Quem vocêacha que tem dinheiro livre nomercado? A Coca-Cola? Não é.São os franqueados.”, entrega.

“Que é a própria Coca-Cola...”, retruca Codonho.

“É e não é. Mas, se você estáem briga com a Coca-Cola, estátendo prejuízo todo mês e nãoconsegue pagar a conta dela,você acha que ainda vai inves-tir todo o teu caixa 2 em ativi-dades para beneficiar a Coca-Cola?” E muda de assunto. Ad-mite que procurou “informa-ções fiscais” contra a Dollyatravés de dados obtidos comos fornecedores sobre as com-pras da empresa. “É mais oumenos óbvio que você tem debuscar as brechas com os for-

“Dois meses já eram osuficiente para a gente destruir

toda a participação demercado que os produtores

menores tinham.”

Por ser o melhor refrigerante, a Dolly sofre retaliação da multinacional Coca Cola

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DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO ESTÁ VOLTANDO - JESUS É BOM Edição 67 Página 5

necedores.”Codonho lança uma carta na

mesa. Pede que Capistrano de-ponha, diz que precisa de pro-vas documentais da atuação daCoca-Cola contra ele.

Capistrano não responde.Continua a falar da pressão so-bre os fornecedores, o que pa-rece ser sua especialidade.Lembra a portaria da Receita,aquela que Codonho chamou de“relatório Capistrano”:

“Essas coisas levaram os for-necedores a entender que eunão só tinha força como faziao que prometia. A portaria saía,não saía, enrolava pra caram-ba, e saiu e o pessoal não que-ria cumprir. Eu disse: quem nãoatender não vai mais ser forne-cedor. Como a essa altura eutinha vários fornecedores, por-que também fiz a diversifica-ção de fornecedores, um pou-co contrária à tese de menorcusto, mas com finalidades es-tratégicas de ter mais podersobre todos, então a gente con-seguiu que isso prosperasse.Realmente foi a primeira pan-cada, todo mundo ficou commedo.”

Volta a falar no contrato deconsultoria, ainda não assina-do. Repete: vai precisar de maisdinheiro, o assunto exige dedi-cação. Mais uma vez pede au-torização para consultar o ex-presidente da Panamco, JorgeGiganti. Nada fica acertado, anão ser a próxima reunião.

Ética e caixa 217 de junho, o reloginho mar-

ca 17h42 no vídeo. De roupaesporte, Capistrano se serve deuísque antes de entrar na con-versa. Fala sobre um instituto(o Etco), diz que a idéia partiuda Associação dos Fabricantesde Coca-Cola como resposta apressões da Company:

“Essa linha ética está sendocada vez mais exigida pelas em-presas multinacionais. Depois,inclusive, dos últimos eventosnos Estados Unidos (caso En-ron), não sei se você tem acom-panhado o que está acontecen-do, há uma nova lei que obrigatodas as empresas que têmações negociadas no mercadoamericano a se submeter a ela,que vai punir de forma exem-plar os executivos que se en-volverem em tramóias.”

Codonho ironiza: “Pô, essescaras estão querendo que esseinstituto vá cacifar esse negó-cio com a Coca-Cola operandodo jeito que opera?”

Capistrano segue explicandoque o combate à sonegação fis-cal vai aumentar através docontrole direto da cadeia de pro-dução pela Receita. “Precisa verse eles vão ficar só nas portari-as ou se vão partir para a con-tagem física. Se realmente vãoconseguir implantar os medido-res de vazão, controlar o fluxode produção de cada um. Issoé uma coisa que o Hoche (Pul-cherio, executivo da área finan-ceira da Coca-Cola) havia co-mentado comigo há dois anosporque ele achava que ia ser asolução.”

“Quem estava implantandoisso, a Coca-Cola?”

“Não, que eu saiba é uma por-taria” (é a medida provisória nº.2.158-35).

“Sim, mas quem trabalhou foia Coca-Cola para isso?”

“Isso era um plano da Asso-ciação dos Fabricantes”, res-ponde Capistrano.

“Uma pergunta: quem man-da é quem paga, você concor-da comigo?”, pergunta Codo-nho.

O outro assente com a cabe-ça.

“Segundo, quem paga é quefaz os seus rebates e está como caixa 2 na mão. Quem é ohomem hoje que está com ocaixa 2?”

“Eu acho que essa verba estásendo repassada pela Associa-ção dos Fabricantes.”

“E o que vinha do caixa 2?”,pergunta Codonho.

“Vinha de sucata, muita su-cata, sobra, coisa vendida paraterceiros. Obras, principalmen-te civis. Você faz um contrato,o cara vai construir, o cara re-cebe 50 milhões para construir5 mil metros quadrados e de-volve 20 milhões em granaviva.”

“Como funcionava o esque-ma?”

“Mesmo esquema, os distri-buidores recebiam e, comomuitas vezes repassavam amercadoria sem nota para ter-ceiros, faziam o caixa 2 deles epassavam uma parte”, entregaCapistrano. “Sempre a cordaestouraria...”

“Do lado mais fraco.”

“Do lado de quem fez, foi odistribuidor, ou o transportador,ou o construtor lá. Não tem ris-co”, diz Capistrano.

Codonho pergunta se JorgeGiganti entraria “nessa”. Se de-poria a seu favor. O outro res-ponde que seriam precisos mi-lhões de dólares. “Não sei o quevocê quer que ele deponha...”,acrescenta.

“Depor as sacanagens, quetentaram me quebrar...”

O outro se diz em dúvida.Reconhece que o nome de Gi-ganti seria “bombástico”. Pro-mete falar com o ex-chefe.Confirma, a pedido de Codo-nho, que outro “consultor” in-dependente havia sido contra-tado para roubar mercado daconcorrência – teria recebido 2milhões de reais quando a Niel-sen registrou 2 pontos de cres-cimento na fatia da Spal. Juraque não sabia que o mesmoconsultor trabalhava para a Do-lly, na área de tributos. Codo-nho quer que Capistrano arru-me documentos que provem acontratação do sujeito. O outrodiz que não sabe se tem comofazer isso.

Codonho insiste, sem suces-so.

Dá cadeia?Fui à 3ª Delegacia de Diade-

ma, onde corre o inquérito po-licial sobre o tal e-mail difama-tório. O delegado Marcos Da-rio da Silva me mostrou os do-cumentos. Havia versões detodo tipo do e-mail, até manus-critas e enviadas pelo Correio.Li também os dois depoimen-tos de Capistrano – no primei-ro, de 21 de agosto de 2003,ele limita-se a dizer que saiu daSpal em 1999 e, portanto, nãoera mais funcionário da Pana-mco à época dos fatos – e asdeclarações do representantejurídico da Spal, Marco Auré-lio Éboli, confirmando que Ca-pistrano havia sido demitido daempresa em dezembro de 2000e trabalhado mais 12 mesescomo consultor contratado,exatamente como consta dasfitas.

Houve um segundo depoi-mento de Capistrano, quando odelegado o interrogou já com atranscrição das fitas feita pelaperícia do Instituto de Crimi-nalística de São Bernardo.

“Esse é o único documentoimportante do inquérito”, afir-ma o delegado, referindo-se aolaudo que atesta: “Não há ves-tígios de edição nas fitas”.

Nesse novo depoimento,prestado em dezembro de 2003– portanto, depois que a Dollyjá tinha aberto um procedimentopara averiguar o caso na Secre-taria de Direito Econômico doMinistério da Justiça, com cer-ta repercussão no Congresso ena imprensa especializada emnegócios –, Capistrano admiteque realmente trabalhou na Spalno período descrito por Éboli.Também declara que não sabiaque estava sendo gravado, masnão confirma o conteúdo daconversa, alegando não se lem-brar de seu “inteiro teor”.

Nega que tivesse sido con-tratado pela Spal para desesta-bilizar a Dolly e também a au-toria do e-mail difamatório. Econta sua versão da história:reuniu-se com o dono da Do-lly, que estaria interessado emcontratar os seus serviços, e anegociação teria sido fechadapor 25 mil reais mensais. A con-versa então teria tomado outrorumo. Disse que “Laerte (Co-donho) fazia várias perguntase, para não desagradá-lo, con-tei-lhe diversas blagues”, pas-sando a dar “respostas dúbias”à medida que seu novo patrãoo pressionava para confirmarque havia sido contratado pela

Spal para o espionar e prejudi-car sua empresa. Afirmou que,nas últimas reuniões, Codonho“lhe revelou o plano de usá-locomo instrumento de ameaça àCoca-Cola com a finalidade deobter uma recompensa de 100milhões de dólares para que umescândalo fosse evitado”, comoregistra o escrivão da delega-cia, e que ele deveria “ir aoMéxico para conversar direta-mente com os diretores da Fe-msa e pedir a quantia mencio-nada”. Quando “descobriu queo único objetivo de Laerte eraesse, recusou-se a participar dequalquer esquema”.

Laerte Codonho diz que asacusações de chantagem sãomentirosas e que teria sidoameaçado por Capistrano paravender a Dolly, e também ad-vertido de que se fizesse “qual-quer denúncia à imprensa seriarechaçada por todos os lados,com força desproporcional”,segundo o que teria anotado.

Não pude entrevistar Capis-trano. Seu advogado, RobertoTelhada, prometeu que me re-ceberia e que sondaria seu cli-ente a respeito, mas uma sema-na depois deixou de atendermeus telefonemas. Por isso nãoconsegui esclarecer de formadefinitiva por que Capistrano eCodonho brigaram.

O delegado Marcos Darioacha que “essa investigação nãovai dar em nada. Será difícilprovar qualquer versão”. Paraele, “o processo importante é oque está no Cade, que lida comessa questão de concorrênciadesleal”. Depois, me pergunta:“O que é blague?” “Uma espé-cie de piada”, digo, me dandoconta de que era exatamenteisso o que eu iria procurar sa-ber. Não no sentido semântico,claro.

Blague?Mais exato do que eu na ex-

plicação ao delegado, o Auréliodefine blague como pilhéria, ditoespirituoso. Durante pelo me-nos oito horas e quarenta mi-nutos (a que assisti), o senhorLuiz Eduardo Capistrano doAmaral, diretor de compras eaquisições estratégicas da mai-or engarrafadora de Coca-Colano Brasil durante três anos,contou “blagues” bastante de-talhadas ao senhor Laerte Co-donho sem saber que estavasendo gravado. Pelo menos nastrês primeiras reuniões. Depoisteria motivo para desconfiardisso, de acordo com sua ver-são da história. As “blagues” sereferem ao modus operandi nãosó da Panamco, mas tambémda Associação Nacional de Fa-bricantes de Coca-Cola e daprópria Company. Denúnciasgraves e não comprovadas,mas que partiram de um ex-executivo que teria condiçõesde fazê-las.

Decidi investigar como ope-ra a Coca-Cola no Brasil deacordo com outras fontes, paraver se o que foi dito por Capis-trano faz sentido dentro domercado de refrigerantes noBrasil. Alguns nomes tiveram deser mantidos em sigilo: não éfácil brigar com a Coca-Cola.

Estive também no escritóriode Ismael Corte Inácio, advo-gado de Codonho e de JúlioRequena Mazzi, dono da RagiRefrigerantes (ex-Dolly Refri-gerantes), a maior fabricantedos refrigerantes e respectivosconcentrados da marca Dollynas versões diet e normal dossabores guaraná, limão, cola elaranja. Mazzi é o que se cha-ma de “franqueado master”,uma espécie de Panamco daDolly, em Diadema. O advoga-do me entregou cópias de to-dos os processos relacionadosao caso: um procedimento ad-

ministrativo de 12 de agosto de2003 que apura se há indíciosde concorrência desleal e abu-so de poder econômico porparte da Coca-Cola contra aDolly, na Secretaria de DireitoEconômico (SDE), ainda nãoconcluído; um ofício do sub-procurador da República Moa-cir Guimarães de Morais Filho,que atua junto ao Cade, pedin-do em 9 de março de 2004 aabertura de inquérito na PolíciaFederal, com o depoimento detrês fornecedores da Dolly con-firmando as pressões do ex-di-retor da Spal para não venderinsumos para a empresa; umaqueixa-crime por difamaçãooferecida pela Ragi contra LuizEduardo Capistrano do Amaralem 10 de dezembro de 2003;uma ação indenizatória movidaem 25 de fevereiro de 2004 pelaRagi Refrigerantes contra aSpal pelos prejuízos que teriacausado por práticas anticon-correnciais contra a empresa;uma denúncia contra um fiscalda Receita e um ex-contador daDolly na Corregedoria da Re-ceita Federal feita por LaerteCodonho (a sindicância foi ins-taurada, mas ainda não conclu-ída); e uma representação deJúlio Mazzi contra o procura-dor Márcio Schusterschitz, queo teria “perseguido”. O procu-rador se afastou por vontadeprópria dos processos movidoscontra a Dolly, alegando sus-peição. Das três denúncias fei-tas em menos de um ano porele – que atua na 3ª Vara Fede-ral de São Bernardo do Campo–, uma não foi aceita e duas setornaram processos e estão cor-rendo na Justiça: ambos contraa Ragi Refrigerantes, por deli-tos de natureza fiscal. O pro-curador também entrou comuma ação civil pública contra aRagi Refrigerantes e a DietDolly, firma que pertencia aLaerte Codo-nho e outros,e n c e r r a d aem 1998.Atualmente,a firma deCodonho sechama Det-tal-Part, donada marcaDolly, locali-zada naquelepequeno es-critório do Itaim Bibi.

O advogado me informou ain-da que a Coca-Cola entrou comuma ação civil contra a Dettal-Part e a Ragi Refrigerantes em3 de março de 2004. Apesar demuita insistência, nem a asses-sora de imprensa designada es-pecialmente para a crise Dollyx Coca, Lalá Aranha, da Com-panhia de Notícias, nem o ge-rente de comunicação da Coca-Cola, Maurício Bacellar, nemKarla Camargo, indicada comoassessora de imprensa daCoca-Cola Femsa, atenderam aminhas solicitações de entrevis-tas e informações sobre o caso.

Não foi atendido nem mes-mo o pedido para que um dosadvogados da empresa tomas-se ciência do teor das denúnci-as.

A companhiaO empresário Antônio Carlos

Vidigal descreve, no livro-de-núncia Emoção pra Valer, osBastidores de uma Franquia,sua ida em 1986 à sede daCoca-Cola, em Atlanta, sul dosEstados Unidos, onde foi nego-ciar, em seu nome e do primoRoberto Vidigal, a compra dafranquia da Coca-Cola no Riode Janeiro – a primeira fábricaconstruída pela multinacionalno Brasil, em 1942. Pagaram 57milhões de dólares. Ao assumira direção da fábrica, Vidigal des-cobriria que patrimônio e ren-

Cada brasileiro toma 66 litros

de refrigerante por ano,

menos da metade do que

um mexicano e 3,3 vezes

menos do que um americano.

tabilidade da empresa haviamsido supervalorizados nos do-cumentos exibidos na hora davenda, e que haviam sido reti-rados fundos e transferidospara os Estados Unidos depoisde realizada a transação. À épo-ca, o presidente da Coca-Colano Brasil era Jorge Giganti, opresidente da Panamco citadopor Capistrano. “Isso não es-tava no espírito do negócio”,escreve delicadamente Vidigal,que cita várias outras passagenssobre o tipo de relacionamentoque a Company mantém comseus franqueados no livro edi-tado pela Rocco em 1995, umano depois de ele ter revendidoa empresa para a Embolletado-ra Andina, engarrafadora daCoca-Cola no Chile.

O direito de usar a marca –presente em 200 países – cus-ta além do dinheiro desembol-sado, conforme Vidigal. Quan-do adquiriu a franquia, ele que-ria que a Coca-Cola mantives-se uma participação acionáriana empresa, mas a Company sóvenderia os 100 por cento. Vi-digal acabou aceitando e assi-nou um contrato de cinco anos,renováveis, de acordo com ele,um risco para quem gasta mi-lhões de dólares em um negó-cio e pode perder a marca an-tes mesmo de reaver o investi-do. O preço do concentradovendido pela Coca-Cola parafabricar o refrigerante tambémpode subir de repente, conta olivro, mas não o preço final, emrazão da concorrência.

Essas seriam as condiçõesoferecidas aos interessados emparticipar do Sistema Coca-Cola, que em 2003 trouxe umfaturamento de 21 bilhões dedólares à Coca-Cola Companye lucro 43 por cento maior queo de 2002, apesar da queda de6 por cento nas vendas do se-tor de refrigerantes no mundoe da situação de quase estagna-ção nas taxas de crescimentodas vendas da própria Coca-Cola. A principal acionista daCompany é a fundação Woo-druff e o maior investidor ex-terno é Warren Buffett, um gi-gante do mercado financeiroque integra o conselho de ad-ministração em Atlanta.

Até meados da década de 90,a estratégia era lucrar o máxi-mo com a marca através de umsistema de franquias no qual ovalor pelo uso da marca é em-butido no preço do concentra-do produzido exclusivamentepor ela, Company. Foi dessamaneira que a multinacionalcresceu de forma assombrosa,fazendo seu valor de mercadopassar de 4,3 bilhões de dóla-res em 1981 para impressionan-tes 180 bilhões de dólares em1997, segundo a revista Exa-me. Mas o mundo se tornoupequeno para ela, que passou a

c o b i ç a rmaior parti-cipação noslucros dasengarrafa-doras. Emum primei-ro movi-mento, foiconcentra-da a opera-ção em seteempresas-

âncoras, megaengarrafadorascom participação acionária daCompany. A Panamco e a Fe-msa – hoje fundidas na Coca-Cola Femsa – são duas delas,responsáveis pelos maioresmercados consumidores domundo depois do americano: oMéxico e o Brasil. Aqui detém25 por cento do setor. Daí apreocupação da Coca-ColaCompany com a repercussãodo caso Dolly – a Spal fazia par-te do grupo no qual tinha parti-cipação acionária à época dosfatos relatados por Capistranonas fitas gravadas por Codonho.

No Brasil, essa estratégia deconcentração foi maior do queem outros países, porque onosso mercado é consideradoum dos mais importantes – oterceiro do mundo – e um dosmais difíceis para a indústria derefrigerantes: cada brasileirotoma 66 litros de refrigerantepor ano, menos da metade doque um mexicano, o segundomercado consumidor, e 3,3vezes menos do que um ameri-cano, o primeiro. As tentativasde aumentar o consumo de re-frigerantes têm obtido resulta-dos pífios – menos de 10 porcento nos últimos oito anos, oque significa que grandes mar-cas, como a Coca-Cola, têm dedisputar um mercado quaseestagnado com um númerocada vez maior e bem-sucedi-do de concorrentes – os cha-

mados tubaineiros – capazes decolocar produtos no mercadopor até metade do preço cobra-do por elas. Para reverter essatendência, a Company resolveuir à ofensiva contra os concor-rentes. Recomprou as franqui-as de Minas Gerais e do Espíri-to Santo e, no Nordeste, ondeas marcas regionais já tinhammais de 40 por cento do mer-cado, criou uma nova empresaem associação com a engarra-fadora do Ceará, a Norsa, dogrupo Jereissati. O grupo Nor-sa/Coca-Cola (48,6 por centodas ações da Coca-Cola, 40 porcento do grupo Jereissati e 11,3por cento do grupo Aragão, doPiauí) tornou-se a maior engar-rafadora da marca na região,controlando as operações doCeará, Bahia, Rio Grande doNorte e Piauí. A Coca-Cola tam-bém comprou o controle acio-nário da Cia. Maranhense deRefrigerantes, fabricante deuma das marcas regionais maistradicionais, o guaraná Jesus.Em 2002 e 2003, a participa-ção da Coca-Cola no volumetotal de refrigerantes vendidosna região aumentou 2,5 porcento. O ganho foi todo emcima das tubaínas, cuja fatia nomercado caiu de 42,8 para 38,8por cento. Quatro pontos,como diria Capistrano.

O sistema Coca-ColaA par dessa estratégia, a mul-

tinacional aumentou a partici-pação acionária no que chamade Sistema Coca-Cola do Bra-sil, hoje formado por 16 gru-pos empresariais proprietáriosdas 42 engarrafadoras e pelaDivisão Brasil da Coca-ColaCompany, representada porduas pessoas jurídicas: a Reco-farma Indústrias do AmazonasLtda. – a fábrica de concentra-do sediada na Zona Franca deManaus, que tem cerca de 400empregados – e a Coca-ColaIndústrias Ltda., sediada naPraia do Botafogo, Rio de Ja-neiro, que tem como funcioná-rios apenas os seis principaisexecutivos da subsidiária bra-sileira contratados diretamentepela Company para zelar porseus interesses. São eles que re-produzem as diretrizes da mul-tinacional no Brasil, cuidam dasrelações institucionais e formu-lam as estratégias de marketing,cujas despesas são divididasentre a Company e as engarra-fadoras e também são parcial-mente embutidas no preço doconcentrado.

O site da Coca-Cola anunciaque “o Sistema Coca-Cola noBrasil contribuiu com R$ 1,9bilhão em impostos federais,estaduais e municipais em2002”. A esmagadora maioriadesses impostos recai sobre osegundo elo da cadeia de pro-dução de refrigerantes – as en-garrafadoras –, uma vez que aCompany goza, com sua Re-cofarma, a fábrica do concen-trado, dos muitos benefíciosfiscais da Zona Franca de Ma-naus. Para aliviar essa carga, asengarrafadoras encontrarammaneiras legais de se creditarde alguns impostos que seriampagos pela Recofarma, não fos-sem tais benefícios fiscais. Em1998, elas entraram com ummandado de segurança no Su-premo Tribunal Federal paragarantir o direito de descontardo IPI devido o que já havia sidopago pelo primeiro elo da ca-deia produtiva, como determi-na a lei que definiu o impostocomo não-cumulativo, e obti-veram sentença favorável.Acontece que, no caso, o pri-meiro elo é a Coca-Cola brasi-leira em Manaus, isenta de IPI.Criou-se a absurda situação naqual um imposto não pago peloprimeiro elo (Coca-Cola) trans-forma-se em crédito (por issomesmo chamado de crédito fic-to, ou seja, fictício) para o se-gundo elo da cadeia (engarra-fadoras), que desconta tal “cré-dito” do total de IPI devido. Oprocurador-geral da FazendaNacional, Manoel Felipe RegoBrandão, reconhece o inusita-do da situação. “Tentamos ar-gumentar na época, mas per-demos, agora esse debate tor-nou-se estéril”, conforma-se oprocurador, cuja função é de-fender os interesses do Fisco.

A Company, como todas asempresas grandes, conta comum time de primeira linha em“engenharia tributária”, a com-plexa ciência de economizar emimpostos sem ferir a lei. Já osprodutores regionais, que nãotêm indústrias sediadas emManaus e não contam com tan-to expertise, são obrigados a

Capistrano, ex-diretor da Coca Cola, sai da delegacia após prestar depoimento. Prova do poder damáfia contra a Dolly

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DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO ESTÁ VOLTANDO - JESUS É BOMPágina 6 Edição 67

“O bom lobista é um

Garrincha, um Rivellino, mestre

em driblar adversidades, que

gosta de superar ou contornar

os ‘não pode’.”

interpretações mais literais, oque pode resultar em uma car-ga fiscal bem maior.

Os especialistas em tributosdas grandes indústrias de refri-gerantes também conhecem emdetalhes os ralos da evasão fis-cal, não para uso próprio, cla-ro. Podem opinar e até mesmoajudar a combater a sonegaçãofiscal no País: a Associação Bra-sileira das Indústrias de Refri-gerantes (ABIR) – dirigida porrepresentantes da Coca-Cola eda AmBev – firmou um convê-nio com a Receita Federal paraimplantar um sistema de medi-dores de vazão que vai ligar ele-tronicamente as unidades fabrisde todas as indústrias de refri-gerante à Receita, possibilitan-do o controle de volume pro-duzido a partir da fábrica. Ovolume é a chamada pauta fis-cal para o cálculo de IPI e ICMSpróprio e retido.

É a essa sofisticada invençãoque se refere Capistrano quan-do fala de um certo instituto,bancado pela associação dosengarrafadores de Coca-Cola,que pretende fechar o cercocontra a sonegação. Lembre-mos este trecho: “Precisa verse eles vão ficar só nas portari-as ou se vão partir para a con-tagem física, se realmente vãoconseguir implantar os medido-res de vazão, controlar o fluxode produção de cada um. Issoé uma coisa que o Hoche haviacomentado comigo há doisanos porque ele achava que iaser a solução”.

É exatamente este persona-gem, Hoche José Pulcherio,que me explica como vai fun-cionar o sistema, na tripla con-dição de vice-presidente da Riode Janeiro Refrescos (a mes-ma franquia da Coca-Cola quefoi dos Vidigal), presidente daABIR e conselheiro do Etco –Instituto Brasileiro de ÉticaConcorrencial. A Coca-Cola ea ABIR patrocinam o projeto,cuja defesa institucional é feitapelo Etco.

Entusiasta da idéia há mais dedez anos – conheceu o sistemana Venezuela no começo da dé-cada de 90, onde é usado nasindústrias de cerveja –, Hochetambém pode ser consideradoo seu articulador: “A AmBevcomprou uma marca na Vene-zuela e conheceu o mesmo sis-tema, e aí desenvolvemos aidéia juntos, que acabou sendomuito bem recebida pela Recei-ta”, explica. Os equipamentosestão sendo testados – seria aprimeira vez no mundo o seuuso em linhas de produção derefrigerantes – e, assim queaprovados, serão postos à ven-da. “É um investimento que teráde ser feito pelos fabricantes,que deverá ser encarado comoa compra de qualquer equipa-mento. Quem não tiver comopagá-lo não tem condições decontinuar no ramo”, diz, quan-do pergunto se o preço não otornará inacessível para fabri-cantes pequenos.

O sistema é tão sofisticado, quesabe reconhecer se o que estáenchendo as embalagens é águaou refrigerante – detecta o gás ealgumas características químico-físicas da bebida, segundo meexplica Hoche. Pelo jeito, sere-mos pioneiros em tecnologia decontrole de evasão fiscal no se-tor de refrigerantes, o que nãodeixa de ser um belo exemplo deparceria pública e privada. A me-dida provisória nº. 2.158-35, as-sinada pelo ex-presidente Fernan-do Henrique Cardoso em agostode 2001, traz a exigência dosmedidores de vazão em um deseus muitos artigos, provavel-mente sem que FHC tenha amenor idéia do que seja isso.Quase ninguém tem. O Etco sedefine como uma associação semfins lucrativos que congrega re-presentantes da indústria de ci-garros, combustíveis, cervejas erefrigerante, com o objetivo de“delimitar parâmetros éticos paraa concorrência e estimular açõeseficazes contra a evasão fiscal, afalsificação de produtos e o con-trabando”, conforme seus esta-tutos. Hoche faz um cálculo. Deacordo com ele, os tubaineirosdetêm mais de 30 por cento domercado de refrigerante, mas 90por cento dos impostos do setorsão pagos pelas engarrafadorasda AmBev e da Coca-Cola. Emsua visão, isso configura concor-rência desleal e, portanto, mere-ce a atenção do Etco, o novoguardião da ética empresarial. Se-gundo o site da entidade, seu pre-sidente é o ex-deputado paulistaEmerson Kapaz, que perdeu areeleição para a Câmara em 2002apesar da torcida da Coca-Cola,que contribuiu com 100 mil re-ais para sua campanha, de acor-

do com o TSE.Para o consultor de marke-

ting Adalberto Viviani, especia-lista no setor, o principal fatorpara o crescimento das marcasregionais – ou tubaínas – foi asubstituição dos vasilhames devidro dos refrigerantes pelasembalagens PET (principalmen-te as garrafas de 2 litros), o quereduziu custos e dificuldades dedistribuição, facilitando a colo-cação dessas marcas menoresnos pontos de venda (supermer-cados, padarias etc.). As gar-rafas plásticas embalam 80 porcento do volume de refrigeran-tes produzido no Brasil atual-mente. Nada que não possa serrevertido, acredita a Coca-Cola,que vem investindo no retornodas garrafas de vidro ao mer-cado desde o final de 2002.

“A Coca-Cola cometeu umerro estratégico ao adotar asembalagens PET, agora vamosver se tem força para inverteruma tendência consagrada pe-las indústrias de refrigerante”,diz Viviani, explicando que, alémde facilitar a distribuição paraos produtores de menor capa-cidade logística, a embalagemplástica eliminou a fidelidade àsgrandes marcas, garantida pelanecessidade de retornar os cas-cos tanto pelos consumidorescomo pelos pontos de venda.

Embora sejam mais caras doque as garrafas PET, as garra-fas de vidro reduziriam os cus-tos de embalagem para as in-dústrias capazes de arcar coma complexidade de distribuiçãode vasilhames retornáveis, umavez que podem reutilizá-los. Oscustos poderiam ser menoresainda se a Abipet – AssociaçãoBrasileira de Produtores deEmbalagens PET – não estives-se atenta à capacidade de arti-culação política dos novos de-fensores das garrafas de vidro.Ao examinar a lei que estabele-ce a reforma tributária, apro-vada em dezembro passado, osfabricantes de PET foram sur-preendidos com a inclusão deoito artigos – até então ignora-dos por eles – que dispunhamespecificamente sobre a co-brança de Cofins sobre emba-lagens produzidas para o setorde refrigerantes. De acordocom o texto aprovado pelo Con-gresso, as embalagens PET eas latas seriam muito mais one-radas que os concorrentes queproduzem garrafas de vidro,excluídas da medida.

“É uma especificidade queprovoca estranheza dentro deuma lei tão ampla, ainda maisporque a indústria de refrige-rantes é apenas um dentre ossetores que compram as nos-sas embalagens – vendemospara a indústria de alimentos epara outras também”, diz Ro-bert Somogyi, presidente daAmcor, uma das maiores fabri-cantes do setor. “Mas, ao exa-minar a lei, descobrimos outrasespecificidades no setor decombustíveis, de remédios etc.Quem saberá como foram pa-rar ali? Nós não estamos emBrasília acompanhando todas asemendas apresentadas no Con-gresso”, diz.

A Abipet reagiu e conseguiumarcar uma audiência, em ja-neiro, com o secretário da Re-ceita, Jorge Rachid. Ouviramdele que o objetivo da regula-mentação – elaborada por téc-nicos do próprio órgão – é di-minuir a evasão fiscal do setoraumentando a carga tributáriados elos mais organizados dacadeia: os fabricantes de refri-gerantes e os de embalagem. “Osecretário nos disse que nãotem como controlar o cara quevende latinha de refrigerante na

praia”, conta Somogyi, “masexplicamos que, do jeito que es-tava, haveria uma migração emmassa das maiores indústrias derefrigerante para as garrafas devidro.”

O secretário também teria fi-cado sensibilizado com outroargumento, dessa vez usadopara rebater uma bandeira mui-to usada pela indústria de refri-gerantes, a de que os tubainei-ros sonegariam impostos e,portanto, só poderiam ser con-trolados através do elo anteriorda cadeia, o dos produtores dePET. “Seria injusto atribuir aosprodutores regionais (tubainei-ros) a responsabilidade pelaevasão fiscal no setor”, diz. “Amaioria deles paga os impostose o volume de evasão é grandedemais para que seja atribuídoexclusivamente a eles”, explicao presidente da Abipet, AlfredoSetti.

Por fim, os produtores dePET conseguiram convencer aReceita a corrigir “as distorçõesdo mercado” provocadas pelalei, sendo então incluídas as gar-rafas de vidro – retornáveis ounão – na nova regulamentação.“Uma vitória”, comemora a as-sociação, que ensaia uma pre-sença mais efetiva em Brasíliapara evitar novas surpresas.

Uma aula com JackCorrea

Ele é saudado pelos própriosconcorrentes como um dosmaiores lobistas do mercado.Teve desempenho brilhante naFiat antes de assumir a vice-pre-sidência de assuntos estratégi-cos e relações governamentaisda Coca-Cola. Por obra e gra-ça de Jack Correa, a equipe dopresidente Collor concedeu àFiat a felicidade de vender ocarro popular sozinha no mer-cado durante um ano e quatromeses. Seu segredo? Ele éaquele que é amigo da secretá-ria, vai visitar o ministro e co-nhece o porteiro, a faxineira,conhece todo mundo em Bra-sília e todo mundo o conhece,me dizem na capital federal.

E ele gosta de exibir essa artede bem manejar as palavras eas relações, como fez em umapalestra realizada no FórumEmpresarial Brasil, em 2000,ano em que a Dolly teria sidovítima da Coca-Cola. A trans-crição está na Internet e sua fi-delidade me foi garantida porAlexandre Barros, organizadordo evento. Na introdução, Cor-rea explica por que a Coca-Company mantém um escritó-rio e um vice-presidente emBrasília, apesar de suas opera-ções estarem concentradas emManaus e no Rio:

“A questão chave é o pesoque a empresa dá à questão dorelacionamento com o gover-no. Montar uma estrutura emBrasília requer uma perspecti-va de longo prazo. É precisonão só conhecer as pessoas,mas criar vínculos com elas.Desembarcar em Brasília semconhecer bem a pessoa comquem vai falar, sua história devida, sua linha de ação, é com-plicado, perigoso e caro. Nocaso de ter que mudar uma le-gislação danosa para a empre-sa, quem não é conhecido,quem não está lá mostrando acara, quem não tem o que di-zer ficará eternamente de lon-ge admirando o que está acon-tecendo. Há consultorias emBrasília de profissionais egres-sos da Receita. Eles conhecemtodo mundo, sabem todos oscaminhos. O erro é ir direto semconhecer a pessoa.” Define-se:“O bom lobista é um Garrin-cha, um Rivellino, mestre em

driblar adversidades, que gostade superar ou contornar os ‘nãopode’. Eu sou limitado pelocódigo de conduta da Coca-Cola. Quem brincar com issosai da empresa. O código meproíbe de sentar com um par-lamentar e fazer qualquer tipode acordo, pois há uma lei(americana) contra isso, possoir preso. Gosto de fazer as coi-sas com competência, driblan-do os impedimentos que apa-recem”.

Também explica, didatica-mente, “o que é exatamente ogoverno para uma empresa quetem um produto nacional quevende em muitos ou todos osEstados”. Dá conselhos decomo influenciar ministros egovernadores, como ganhar asimpatia de presidentes e pre-feitos. Discorre sobre as pos-sibilidades de acionar as embai-xadas estrangeiras para ajudaras empresas com sede fora doPaís: “Muitas medidas que po-dem beneficiar uma empresa –ou parar de prejudicar – são to-madas para fazer bonito peran-te uma embaixada”. Depois falado Congresso:

“O Congresso tem um papelcrucial, um grande poder de de-finir situações no Executivo emfunção dos votos, ameaçandoque não vai votar um projetode interesse do governo. O ple-nário parece muito importante,mas o que conta, realmente, sãoas comissões temáticas, ondeas leis são discutidas. Sugiroque vocês evitem participar dequalquer audiência pública nes-sas comissões. Sempre se sabea que horas começa a audiên-cia e nunca se sabe quando nemcomo acaba – ultimamente, temacabado com prisão.”

Poder de fogoCodonho também montou

seu esquema. Contratou umaassessora de imprensa experi-ente – Marli Gonçalves, que tra-balha na Brickmann Associados– e foi para Brasília fazer lobbyno Congresso, como ensinaJack. Codonho conhece políti-cos: aos 26 anos, em 1987,depois de ter enfrentado umlobby de usineiros, conseguiulicença para fabricar o primei-ro refrigerante dietético do país,o Diet Dolly. Também exerceuum cargo público no governoCollor, foi diretor da Conab –Cia. Nacional de Abastecimen-to –, na área de comercializa-ção de produtos agrícolas. Eleé técnico agrícola.

Nada que se compare ao po-der de fogo da Coca-Cola, evi-dentemente. De acordo com oTSE, o Sistema Coca-Coladoou 9,9 milhões de reais aoscandidatos às eleições de 2002.A Recofarma (Coca-Cola Com-pany) dooudois terços,e as engar-rafadoras,um terço.Três mi-lhões de re-ais foramdivid idosigualmenteentre trêscandidatosa presiden-te: Lula, Ciro Gomes e JoséSerra. Dez candidatos a sena-dor foram beneficiados – cin-co receberam doações superi-ores a 100 mil reais: Tasso Je-reissati (PSDB/CE), Dante deOliveira (PSDB/MT), TeotônioVilela (PSDB/AL), Arthur Vir-gílio (PSDB/AM) e RoseanaSarney (PFL/MA). Os interes-ses na Zona Franca de Manausvaleram 750 mil reais de doa-ção ao candidato a governadorCarlos Eduardo de Souza Bra-ga (PPS-AM), mais do dobroconcedido aos que vêm a se-guir nas preferências da empre-sa: o governador Aécio Cunha(PSDB/MG) e a governadoraRosinha Matheus ficaram com300 mil reais cada um. Entreos candidatos à Câmara, 12 fo-ram contemplados com os mes-mos 100 mil reais. Quatro nãoforam eleitos, três atuam na Co-missão de Finanças e Tributa-ção – Francisco Dornelles (PP/RJ), Pauderney Avelino (PFL/AM) e Osório Adriano (dono daengarrafadora da Coca-Cola noDistrito Federal), com o refor-ço de Mussa de Jesus Demes(PFL/PI), que recebeu 40 milreais – e dois em outras comis-sões referentes à questão tribu-tária: Herculano Anghinetti (PP/MG) e Ronaldo Vasconcellos(PL/MG), que também atua naCPI da Pirataria.

O lobby de Codonho conse-guiu abrir uma brecha para co-locar o caso Dolly x Coca-Colaem pauta na Comissão de De-

fesa do Consumidor da Câma-ra pouco depois de entrar como procedimento contra a Coca-Cola na SDE, aquele ainda nãoconcluído. O deputado CelsoRussomano, membro dessacomissão, passou a falar emCPI depois de assistir a trechosdas fitas de Codonho. Em se-tembro, intermediou um en-contro realizado na Câmara en-tre o dono da Dolly e a Coca-Cola representada pelo diretorjurídico Rodrigo Caracas, pelodiretor de Comunicação, Eduar-do Simbalista, e pelo já conhe-cido Jack Correa, além de maisdois advogados. Segundo Co-donho, os executivos ouviramsua versão dos fatos e uma de-núncia feita por ele sobre eva-são de ICMS que teria sido pra-ticada pela Spal, apelidada de“Operação Pangaia”. Uma novareunião foi marcada, sempre deacordo com o relato do donoda Dolly, no hotel Meliá, em SãoPaulo, dessa vez com o diretorda Spal, Jorge Torres, que lheteria perguntado quanto queriapara que as duas partes entras-sem em acordo. “Disse quequeria receber uma indenizaçãopelos prejuízos sofridos na épo-ca e uma multa como reconhe-cimento de que eles tinham er-rado”, conta Codonho. Na ter-ceira reunião, o dono da Dollyteria sido inquirido diretamentesobre o valor desejado. “Disseque queria 1 bilhão, 1 quatri-lhão”, despista, “eles só esta-vam ganhando tempo.”

A tentativa de acordo adiou aofensiva do dono da Dolly naComissão de Defesa do Con-sumidor. Finalmente, no dia 14de novembro, Russomanoapresentou um requerimento deaudiência pública – em que Ca-pistrano, Codonho e represen-tantes da Coca-Cola Femsa se-riam convidados a explicar seuenvolvimento no caso Dolly xCoca-Cola para os deputadosda comissão. Cinco dias depois,o requerimento foi retirado dapauta. O requerimento foi rea-presentado pelo deputado e no-vamente rejeitado, dessa vezsem a sua presença na casa, oque é proibido pelo regimentointerno. Quem defendeu a re-jeição foi o deputado ArnaldoFaria de Sá, que nem sequer fazparte da comissão.

Duas outras comissões daCâmara se interessariam pelocaso Dolly x Coca-Cola: a deTributação e Finanças e a de Fis-calização e Controle. Na primei-ra, a Coca-Cola estava bem pro-tegida e a audiência não foi apro-vada, principalmente pela atua-ção do deputado Osório Adria-no, dono da franquia de Coca-Cola em Brasília. Na segundacomissão, o requerimento deaudiência pública foi aprovado

p o runani-midadeno dia31 demarçod e2 0 0 4 .O sconvi-tes fo-r a menvia-

dos a Codonho, Capistrano e aopresidente da Coca-Cola do Bra-sil, Brian Smith, para uma pri-meira rodada de depoimentosno dia 13 de abril. Na vésperado dia marcado, o deputado Ar-naldo Faria de Sá, embora tam-bém não faça parte dessa co-missão, entrou com um reque-rimento ao presidente da Câma-ra, João Paulo Cunha, alegan-do problemas regimentais navotação que aprovara o reque-rimento. Cunha acatou os ar-gumentos de Faria de Sá e aaudiência foi cancelada.

No outro front de batalha, amídia, a Dolly obteve um su-cesso relativo com a ofensivacapitaneada por sua assessoriade imprensa, que, além de umamultiplicidade de releases sobreo caso, enviou trechos das fi-tas e transcrições delas aos ve-ículos de comunicação. O Es-tadão e o Globo publicaram pe-quenas matérias no caderno denegócios. Folha e Veja silencia-ram. Os únicos veículos quecobriram direito o caso foramo jornal Valor Econômico e arevista IstoÉ Dinheiro, publica-ções segmentadas. Para furaro que interpretou como blo-queio, Codonho publicou em 18de dezembro de 2003 um anún-cio no Wall Street Journal con-tando a história e conseguiu re-percussão na mídia americana– foi entrevistado até pela CNN.Três dias depois, apareceu natelevisão brasileira em horáriocomprado na Rede TV!, falan-

do sobre o caso e exibindo tre-chos das fitas. Um novo pro-grama na mesma emissora foiao ar uma semana depois. ADolly então recebeu centenas decartas e e-mails, muitos comdenúncias contra a Coca-Colaque teriam sido feitas até porpessoas que trabalham na mul-tinacional, segundo contam La-erte Codonho e sua assessora.No final do mês de janeiro, OPasquim publica uma entrevis-ta de capa com Codonho, naqual ele anuncia, bombastica-mente, ter provas de que Ale-xandre Paes Santos, famosolobista de Brasília, tinha sidocontratado pela Coca-Cola paraatuar no caso Dolly.

APS, como é chamado pormuitos, tem relações bem co-nhecidas pela mídia e pelos po-líticos de Brasília com o depu-tado Arnaldo Faria de Sá, omesmo que atuou para impediras audiências públicas nas te-midas comissões temáticas re-feridas por Jack em sua instru-tiva palestra. Depois de um lon-go período de glória, APS caí-ra em desgraça ao arranjar en-crenca com o então ministro daSaúde, José Serra – em umcaso envolvendo denúncias so-bre funcionários do seu minis-tério. Amargou um período deostracismo e voltou à cargasubstituindo a “marca APS”,queimada no mercado, pela si-gla IPA – Instituto de Pesqui-sas Avançadas –, fundado porele e três empregados seus.Através dessa nova sigla é queteria sido contratado por 120mil reais para “minimizar e, sepossível, eliminar o risco de tera Coca-Cola e/ou Femsa con-vocadas para uma audiênciapública na Câmara dos Depu-tados com relação ao caso Do-lly para preservar a imagem dosistema Coca-Cola”, conformerelatório interno da Coca-Cola,cuja cópia foi distribuída emuma coletiva de imprensa con-vocada por Codonho, que tam-bém entregou o que seria umaprestação de contas de DanielCarvalho Mendonça, subordina-do de Jack Correa, pedindo re-embolso de um almoço comAPS e um técnico da SDE –Secretaria de Direito Econômi-co –, ligada ao Ministério daJustiça.

As digitais de Jack Correaaparecem em outro tipo de lo-bby, esse do tipo “positivo”. Nofinal de agosto de 2003, poucodepois de a Dolly entrar comaquele procedimento de con-corrência desleal na SDE, aCoca-Cola comunicou ao pre-sidente Lula que “expandiriasua rede de restaurantes popu-lares a 1 real alinhada ao pro-grama Fome Zero”. A “rede”,na verdade, contava com umúnico restaurante do tipo, ban-cado pelo engarrafador gaúchoda Coca-Cola e inaugurado emabril de 2003. Lula prometeuque compareceria à inaugura-ção do próximo restaurante ecumpriu o que disse no dia 18de março deste ano. Acaboudando uma bela retribuição àmultinacional. Em seu discur-so, disse: “Quando eu era maisjovem, ser antiamericano eranão tomar Coca-Cola. Agoraque estou mais maduro, desco-bri que não há nada melhor doque tomar uma Coca-Cola ge-lada principalmente quando seacorda de madrugada”.

Coca-Cola é isso aí.

Em BrasíliaA IstoÉ Dinheiro foi um dos

poucos veículos a publicar oconteúdo dos documentos dis-tribuídos por Codonho na co-letiva e também a resposta daCoca-Cola dizendo que contra-tara uma assessoria do IPA,que, por sua vez, havia subcon-tratado Alexandre Paes Santos,mas não reconhecia a legitimi-dade das cópias dos documen-tos distribuídos pela Dolly. Noentanto, duas outras cópias doque seriam documentos inter-nos da Coca-Cola – e consta-vam do kit da imprensa na oca-sião da coletiva – permaneci-am inéditas até o momento emque concluo esta matéria: umaproposta de trabalho dirigida àCoca-Cola Indústrias Ltda. pelaIdéias, Fatos e Texto, Consul-toria em Comunicação & Es-tratégias, assinada por LuísCosta Pinto, com data de 19 denovembro de 2003; e uma notafiscal no valor de 30 mil reaisemitida pela mesma empresacontra a Recofarma no dia 2 dedezembro do mesmo ano.

Lula, como chamam LuísCosta Pinto na imprensa, é umjornalista premiado, que exer-

Codonho: teimoso, persistente, corajoso, atrevido, nacionalista,patriota, orgulho brasileiro, exemplo a ser seguido

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Page 7: Caixa Postal 3014 CEP 06210-970 e-mail: leiaojornal ...§ão-67.pdf · de tudo ou nada. Tudo pelo po-der, afastando-se de vez e com força total (a força do Estado) as ... cassação

DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO ESTÁ VOLTANDO - JESUS É BOM Edição 65 Página 7

A Coca-Cola comunicou ao

presidente Lula que

“expandiria sua rede de

restaurantes populares a 1 real

alinhada ao programa Fome

Zero”. A ”rede” na verdade

contava com um único

restaurante do tipo.

ceu cargos importantes em gran-des veículos de comunicação:Veja, Época, O Globo, CorreioBraziliense, Folha de S. Paulo.Desde a campanha à presidênciada Câmara assessora João PauloCunha, daí o impacto da revela-ção feita pela Dolly, especialmen-te pelo teor da proposta de traba-lho que teria sido enviada à Coca-Cola, que diz na introdução: “Oobjetivo é manter uma fina sinto-nia com os formadores de opi-nião da mídia sobre as falsas de-núncias que estão a chegar às re-dações de São Paulo e Rio de Ja-neiro que envolvem o nome daCoca-Cola e de empresas a ela li-gadas. Além disso, estreitar o re-lacionamento desses formadoresde opinião da mídia com a dire-ção da empresa. Também é mis-são da IFT traçar um panoramado trânsito dessas falsas denún-cias no Congresso Nacional econversar com parlamentaressobre as tentativas de promovereventuais desdobramentos dessescasos no Parlamento”. Em segui-da, vem um “roteiro de trabalho”cujo item 1 diz: “Monitoramentodos trabalhos da Comissão Per-manente de Defesa do Consumi-dor em relação à tentativa de semarcar uma audiência pública paradebater evasão de divisas e rela-cionar tal assunto à Coca-Cola. Aprimeira rodada já empreendida foiplenamente satisfatória”. A data,19 de novembro, é o dia em quefoi retirado de pauta o requerimen-to de Russomano na citada co-missão.

Ligo para o celular de Lula econto rapidamente o caso. Logode cara, ele explica que não é as-sessor de imprensa de Cunha, esim consultor de imagem e co-municação da presidência da Câ-mara. Combinamos nos encon-trar no Salão Verde da Câmara.Mostro a minuta do contrato, umpaper, segundo ele me explica de-pois de se recuperar da perplexi-dade inicial: “Como esse cara con-seguiu documentos internos daCoca-Cola?” Depois começa a lera cópia do que ele próprio teriaescrito. Topa com a frase “moni-toramento dos trabalhos da Co-missão Permanente de Defesa doConsumidor...”. “Falta uma pala-vra aqui, meu compromisso eramonitorar a cobertura dos traba-lhos e não as comissões”, indig-na-se.

“Então, o documento é falso?”,pergunto.

Antes de responder, ele me dáuma aula de “ética”: “Acho que aprimeira coisa que um repórter temque fazer é perguntar como a Dollyteve acesso a isso, que trabalhode pirataria ou de espionagem estápor trás disso? É legítimo a gentepublicar o objeto de algo que foisurrupiado? E nesse caso aqui nãoreconheço. Acho que tem um pro-blema com esse documento, temduas assinaturas, eu não produziesse documento com essas duasassinaturas”.

Pergunto qual era a natureza deseu trabalho para a Coca-Cola.“Eu precisava saber como a his-tória da denúncia da Dolly estava

chegando à mídia em Brasília, aosrepórteres que cobrem negócios,Cade, SDE, tal, aqui no Congres-so ou no Poder Executivo. Eu pre-cisava ter uma percepção dessadenúncia entre os formadores deopinião. Precisava saber comoisso estava batendo nas comis-sões, mas não perante os depu-tados. Eu nunca falei, e aí desa-fio qualquer pessoa a provar ocontrário, nunca conversei comnenhum deputado sobre Coca-Cola, Dolly. Jamais. Foi semprea respeito da imprensa, esse é meumétier. Por outro lado, sentei coma Coca-Cola pra dizer o que es-tava erradono tratamen-to deles coma mídia. Meutrabalho é efe-tivamente eeminen t e -mente de con-sultoria paraessa área deimagem. Eucobro pra darconselho.”

Depois ex-plica que co-meçou a tra-balhar paraJoão PauloCunha apóster feito a campanha de Ciro Go-mes à presidência, a campanhaao segundo turno do atual gover-nador do Ceará, Lúcio Alcânta-ra, e um trabalho coordenado porDuda Mendonça para a prefeitu-ra de São Paulo – “uma análise

de mídia bastante extensa”. Nacampanha de João Paulo à presi-dência da Câmara, sua empresafoi contratada pelo PT via DNA,uma agência de Belo Horizonte.Diz que não tem vínculos funcio-nais com a Câmara: “A minha em-presa é contratada pela Câmarados Deputados através de umaagência de propaganda licitadapara dar consultoria de imagem àpresidência da Câmara e aos de-putados da mesa da Câmara,tal...”. De repente lembra que, noperíodo em que trabalhou para aCoca-Cola, estava sem contratoformal com a Câmara dos Depu-

tados: “Foium perío-do de tran-sição entrea Ogilvy –que haviame contra-tado – e aS M P B ,que mecontratoude novodepois deum gap dealguns me-ses que pe-gou justa-mente essefinal de

ano”.“Mas essa foi uma questão for-

mal, não? Você continuou traba-lhando...”, pergunto.

“Reduzi drasticamente os meuscontatos aqui. Agora, assim comopresto serviço para a Câmara dos

Deputados, eu prestei serviço paraa Coca-Cola, para a TAM, para oDuda Mendonça...” Conta que foicontratado por Jack Correa, ovice-presidente institucional daCoca-Cola, de quem é amigo des-de 1992.

EpílogoTrês dias depois desse diálogo

e da remarcação da audiência pú-blica na Câmara para o dia 29 deabril, policiais da 3ª Delegacia deEstelionato do Departamento deInvestigações Gerais, acompanha-dos de Fernando Ramazzini, au-tor da denúncia e diretor da Asso-ciação Brasileira de Combate à Fal-sificação – da qual a Coca-Cola éassociada –, invadiram a Fat Man,uma pequena distribuidora de be-bidas localizada em Sapopemba,bairro da periferia de São Paulo.Encontraram no lugar um únicofuncionário, além de uma peque-na quantidade de refrigerantesDolly e notas fiscais de baixo va-lor preenchidas a mão. Disse Ra-mazzini a Raquel Balarin, repórterdo jornal Valor Econômico: “Ofuncionário nos disse que foracontratado e recebia ordens deum senhor chamado Esaú Vespú-cio Domingues, que é sócio doescritório de contabilidade queatende as empresas do grupoDolly”. Os policiais foram ao es-critório de contabilidade Raucci &Domingues, onde teriam sidoapreendidos outros documentosque comprovariam sonegação fis-cal por parte da Dolly, na opiniãodo mesmo Ramazzini. Rogério

Raucci, sócio de Domingues, dis-se à repórter do Valor que a FatMan é uma distribuidora peque-na, onde apenas o comércio davizinhança faz a retirada de refri-gerantes, e confirmou que seu es-critório presta serviços para a RagiRefrigerantes. “Mas isso não con-figura que a distribuidora tenhaqualquer relação com a Dolly”,diz.

Raucci entrou com representa-ção na Corregedoria da PolíciaCivil porque os policiais teriaminvadido o escritório sem manda-do judicial e coagido os funcioná-rios a comparecer na delegaciacom documentos. A Secretaria daFazenda de São Paulo, “que, se-gundo a denúncia da ABCF, esta-ria acompanhando o caso, infor-mou que não acompanhou e nãoparticipou da operação policial”,conclui a notícia assinada por Ra-quel Balarin.

Talvez por coisas assim o con-sultor Viviani tenha me respondi-do da seguinte forma quando per-guntei se a Dolly estava lucrandoem marketing ao brigar com a lí-der do mercado: “Ela deve estarcolhendo alguns frutos, brasileirogosta de ficar do lado do mais fra-co. Por outro lado, quanto vale amarca Dolly agora? Comprá-lasignificaria comprar uma brigacom uma das empresas mais for-tes do mundo”.

Fonte: Caros Amigos, jorna-lista Marina Amaral – transcritocom autorização por Jamo Lit-tle Brown.

Mesmo desempregado, o ex-vereador Clarindo se esforça pelamanutenção da unidade político-administrativa de Barueri

O ex-vereador Clarindo Apare-cido da Silva Filho visitou a reda-ção de Leia O Jornal, ocasião emque concedeu entrevista exclusi-va, fazendo uma avaliação sobreo desenvolvimento da cidade deBarueri e a situação política atu-al. Em 22 anos de vida pública,Clarindo acompanhou de perto odesenvolvimento da cidade e otrabalho dos últimos prefeitos.Para ele, Gil Arantes é um pacifi-cador, sempre realizando em seusoito anos de mandato a políticade apaziguar, tendo conseguidouma administração sem entreve-ro, o que sem dúvida contribuiupara o crescimento ordenado eque salta aos olhos da cidade emsua administração. Durante suaentrevista, Clarindo fez questãode ressaltar que todos os homensque ocupam cargos públicos, sejao presidente, os governadores eos prefeitos, inclusive o de Baru-eri, o fazem única e exclusivamen-te pela vontade de Deus. “O fu-turo desses homens públicosdependerá de como eles usaremo presente. Ele permanecerá en-quanto estiver debaixo da mão deDeus. Isso é bíblico”.

A entrevista foi interrompidapor um telefonema pelo celular deuma pessoa informando ao Cla-rindo que o prefeito Rubens Fur-lan, desinformado e provandoainda não conhecer o feitio do ex-vereador, não obstante convive-rem a décadas, haveria feito co-mentários inverídicos. Furlandeve ter mais cuidado em filtrarsuas informações. Principalmen-te porque uma das condições im-postas pelo senhor Clarindo paraconceder entrevista a Leia O Jor-nal foi de que o que ele falassefosse publicado na íntegra e pre-ferencialmente sem ofensa aquem quer que fosse, principal-mente ao seu amigo Furlan.

Isso porque fica claro que umadas coisas que mais preocupamao senhor Clarindo é a continua-ção da unidade político-adminis-trativa de Barueri, sem a qual omunicípio poderá sofrer soluçãode continuidade no seu desen-volvimento.

Por outro lado, percebe-se quealgo não vai bem, por mais esfor-ço que o senhor Clarindo façapara não demonstrar seu huma-no sentimento sobre alguns epi-sódios que vêm acontecendo na

Sabesp, fui Primeiro Secretário daMesa. Enfim durante todos osmandatos sempre fui muito pre-sente na Câmara.

Leia – Com quantos prefeitosda administração de Baruerivocê conviveu durante sua vida pú-blica?

Clarindo – Como vereador, tra-balhei com o prefeito RubensFurlan, de 83 a 88 e de 93 a 96;com Carlos Alberto Bel Correia,de 89 a 92; e com Gilberto Mace-do Gil Arantes de 97 a 2004.

Leia – Você chegou a exercercargos na administração muni-cipal?

Clarindo – Sim, no mandato doprefeito Gil, exerci o cargo de se-cretário municipal à frente da Se-cretaria de Gestões Intergoverna-mentais e com Furlan, por umtempo, na Secretaria de Desen-volvimento Urbano.

Leia – Hoje Barueri toda co-menta que o prefeito RubensFurlan voltou muito diferente; osfuncionários estão extremamen-te descontentes. A que se atribuiisso?

Clarindo – Bom, as pessoasmesmo que não queiram passampor algumas mudanças na medi-da em que têm consciência daresponsabilidade que passam ater quando se elegem para admi-nistrar uma cidade do porte deBarueri hoje. Isto cria na pessoauma certa ansiedade em razão datransformação que a cidade so-freu durante os oito anos de man-dato do Gil. Portanto eu não creioque ele tenha voltado diferente.Ele continua sendo o mesmo Fur-lanzinho que o povo conhece:intempestivo, arrojado, bom ora-dor, carismático, enfim o grandepolítico que é. Quanto ao descon-tentamento dos servidores, achoque é necessário dar um tempoao prefeito para se adaptar nestanova embarcação que ele estápilotando. Tem que se conside-rar que ele estava acostumadocom um teto-teco e de repente lheentregam um supersônico namão. É de convir comigo que,embora sendo competente, é ne-cessário um tempo para ter o co-mando absoluta da máquina. Opovo lhe conferiu o mandato porconfiar nele e ter a certeza de queele sabe o que faz, portanto, não

cidade. Mesmo assim, ele deixa aentender que tanto o prefeitoFurlan, a Câmara Municipal, ocandidato a deputado estadualGil Arantes e todas as autorida-des civis e militares, funcionári-os municipais, desde o gari até omais alto escalão da administra-ção do município, precisam dacolaboração de homens pacifica-dores e conselheiros, como porexemplo Wagih Sales Nemer, paraque a manutenção da unidadepolítica tenha continuidade. En-fim pessoas que sejam algodãoentre cristais, como por exemploo próprio Gil Arantes.

O prefeito Furlan com certezanão dará crédito a certas infor-mações infundadas, principal-mente quando essas informaçõessão oriundas de pessoas, nãoobstante humanas e dignas damisericórdia de Deus, mas quenão passam de pobres, infelizese marginalizados da política e dasociedade e que só servem parapor curare e azedume para quehaja divisão.

Como aconteceu com Leia OJornal, que muito se preocupacom a felicidade do povo de Ba-rueri, a ponto de, mesmo sendovítima, como foi o senhor Clarin-do de calúnia e injúria, evitar pro-vocar desunião.

Leia O Jornal vem a público, sempuxa-saquismo, mas a bem da

verdade e em respeito aos seusleitores, informar que há mesesfiscaliza a conduta do senhor Cla-rindo, para tirar dele alguma pala-vra ou pensamentos contrários àadministração atual da cidade,mas ao contrário, ele sempre, àmoda Gil Arantes, agiu de formaconselheira e pacificadora, nãodando direito a quem quer queseja de usar sua imagem para pro-vocar a ira do seu amigo prefeitoFurlan.

Não obstante hoje estar desem-pregado, depois de 22 anos tra-balhando pela coletividade, comovereador, secretário, presidenteda Câmara e às vezes mal enten-dido, Clarindo faz questão de de-monstrar gratidão e amizade aoex-prefeito Gil Arantes e ao pre-feito Rubens Furlan, pelo fato decomo representante de uma enti-dade religiosa nunca ter tido umareivindicação de sua entidadedeixado de ser atendida.

Parecer da redação: É pena queum homem com a experiência ededicação à vida pública comoClarindo se encontre à procura deemprego. E a cicatriz que está nocoração de Clarindo é fruto doabandono daqueles que ele con-siderava seus companheiros. Afi-nal de todo o secretariado, ape-nas o secretário Carlos Zicardi sepreocupou em ligar e perguntarse ele necessitava de algo.

Leia O Jornal – Clarindo vocêestá na vida pública em Baruerihá quanto tempo?

Clarindo – Hoje na verdadenão estou na vida pública, isto é,exercendo mandato.

Leia – Quantos mandatos vocêexerceu como vereador. Quaiscargos ocupou na Câmara?

Clarindo – Exerci cinco man-datos. Iniciei em 83 e terminei meuúltimo mandato em 31 de dezem-bro de 2004. Nesses 22 anos fuipresidente da Câmara por duasvezes, fui presidente da Comis-são de Justiça e Redação, presi-dente da Comissão Pró-Seguran-ça, presidente da Comissão Pró-

duvido que fará um grande go-verno e o que me leva a crer nis-so é o fato de ter sonhos maisaltos. E isto serve como combus-tível que lhe dá a energia neces-sária para trabalhar como vem tra-balhando, contemplando todasas regiões do município ao mes-mo tempo, com equipamentospúblicos e projetos sociais, dan-do ao povo o que necessita.

Leia – Qual a avaliação quevocê faz do município hoje emtermos gerais?

Clarindo – Barueri tem marca-do presença na região. Aliás mar-cou presença no mundo, quandotivemos a Campanha do Selo e aimagem do município foi paratodo o mundo. Hoje a cidade ocu-pa um cenário político de desta-que. Está destacado também coma quase erradicação da mortali-dade infantil, na questão da se-gurança, com uma guarda muni-cipal com efetivo de quase 600homens e dois distritos policiaisequipados e mantidos pelo mu-nicípio; a educação também édestaque; a saúde é consideradade primeiro mundo. O Furlan fezuma revolução no Sameb, incre-mentando as acomodações, dan-do mais conforto aos pacientes.Está dando continuidade às obrasiniciadas no governo Gil Arantes,como o hospital e a faculdade elicitando novas obras. Eu diriaque a cidade está em pleno va-por.

Leia – Como se explica que umacidade tão desenvolvida tenha umcomércio ainda tão incipiente,muito menor que outras cidadesvizinhas?

Clarindo – Veja, hoje Barueri

possui 150 mil postos de traba-lho. Desses, 50 mil são ocupadospor munícipes baruerienses. Osoutros 100 mil são trabalhadoresde outras cidades. Ou seja, aspessoas ganham em Barueri egastam fora. E mesmo daqueles50 mil muitos preferem fazer suascompras fora. Agora se está dan-do atenção especial ao novo cen-tro comercial e espera-se que sejamais atrativo. Até mesmo porquea falta de locais para estacionarno centro atrapalha o desenvol-vimento do comércio.

Leia – Como você vê o retornodo prefeito Furlan ao PMDB?

Clarindo – A raiz política doFurlan está no PMDB, desde ostempos de MDB, que era o parti-do mais forte na cidade na épocado Bittencourt. Furlan era muitoativo e participou de todas ascampanhas do PMDB: diretas já,anistia, democracia já. Então é obom filho voltando a casa, fazen-do lembra a parábola bíblica dofilho pródigo.

Leia – Quais são as perspecti-vas da candidatura Gil Arantes adeputado estadual?

Clarindo – A grande chance deser bem votado vai depender decomo será desenvolvida a políti-ca local. Se a política for bem de-senvolvida ele pode ser um dosmais votados da região, porque aadministração de Barueri reflete naregião. O prefeito Fuad Chucre, deCarapicuíba, o prefeito PaulinhoBururu, de Jandira, nutrem simpa-tia pelo Gil. O mesmo acontece emSantana de Parnaíba, Pirapora eaté em Osasco. Mas a sustenta-ção da candidatura dele tem quepartir de Barueri.

Leia – Leia O Jornal ofereceua candidatura do Gil ao Sergio Ya-mato e ao Silas Bortolosso, queviram com grande simpatia a pos-sibilidade de se procurados peloGil lhe darem o apoio devido.

Clarindo – São apoios impor-tantes. Porque que o Gil precisamarcar sua liderança sendo bemvotado nessa eleição e ficar à al-tura da liderança de Rubens Fur-lan. A votação determinará o fu-turo político do Gil.

Leia – Você concorda que eledeve sair das cercanias e buscarvotos também fora, como emOsasco e Carapicuíba?

Clarindo – Sim.

Clarindo e o diretor de Leia O Jornal, Jamo Little Brown

Ao lado de Rubens Furlan Entre seus amigos Furlan e Gil Arantes

Com... e Gil Arantes

BARUERI

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DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO ESTÁ VOLTANDO - JESUS É BOMPágina 8 Edição 67

Contar a história de sucesso deum município em oito anos, base-ado em números e estatísticas érelativamente fácil. Difícil muitasvezes é traduzir os números e di-zer o quanto eles representam defato a quem mais interessa: as pes-soas. Os oito anos da administra-ção Gil Arantes, iniciada em 1º dejaneiro de 1997 e encerrada em 31de dezembro de 2004, marcará ofuturo de cada barueriense. É umahistória impossível de se ignorar,uma história de trabalho, suces-so, crescimento e otimismo.

Foi em 1985, durante a primeiraadministração do prefeito RubensFurlan que Gil assumiu a Secreta-ria de Esportes. Tomou para si oencargo de disciplinar o futebolmunicipal, numa época em queeram comuns as agressões a árbi-tros e bandeiras. A medida foi drás-tica: o primeiro campeonato da eraGil Arantes tinha como regra a eli-minação do jogador que agredis-se um árbitro. Mas não apenas docampeonato; estaria permanente-mente impedido de atuar em qual-quer categoria do futebol munici-pal; se na mesma partida mais deum jogador agredisse, o time seriaeliminado. “Parecia que o mundoia desabar sobre minha cabeça.Houve então muita pressão sobreo prefeito, mas o Furlan me deuapoio”, confessa Gil. Gil foi secre-tário de Esportes até 1988, quan-do Carlos Alberto Bel Correa foieleito prefeito. Assumiu a entãoSecretaria de Edificações Públicas,que se tornaria Secretaria deObras quatro anos depois.

O prefeito no seu bairroGil Arantes foi eleito pela pri-

meira vez prefeito de Barueri, em1996, com 65.728 votos, cerca de70% do total de votos válidos, ten-do sido escolhido candidato dogrupo político conduzido pelo pre-feito Rubens Furlan no início de

Gil Arantes: oito anos que mudaram Barueri

3X4, emissão de carteira de iden-tidade e profissional, assistênciajurídica e de saúde, lazer e infor-mação, além do gabinete do pre-feito e da primeira dama, abertopara ouvir a população do bairro.

Educação para mudar ahistória

Na época em que Gil assumiu, oEstado começava o processo demunicipalização do ensino. O pre-feito viu na medida uma grandeoportunidade de trazer a Barueri aresponsabilidade pela Educação,com a intenção real de transfor-mar o setor. Municipalizar o ensi-no era encurtar as distâncias en-tre as necessidades dos alunos eprofessores em relação à soluçãoefetiva dos problemas da educa-ção. As falhas foram corrigidascom muita rapidez e, acima detudo, conhecimento de causa –ninguém melhor que o próprio mu-nicípio para conhecer os proble-

mas de suas escolas.Em 2004, sete anos após o iní-

cio da municipalização – com umarede que atende mais de 60 milalunos em vários níveis, cerca dedois mil educadores, entre pro-fessores, diretores, orientadoreseducacionais, coordenadores pe-dagógicos, diretores assistentes,diretores e supervisores –, o sis-tema municipal de ensino era mo-delo de qualidade para todo oPaís. Ao término de seu mandatoBarueri contava com 47 Escolas

Municipaisde EnsinoFundamen-tal, atenden-do 43 milalunos de 1ªa 8ª séries;11 EscolasMaternais,com 2,2 milalunos; e 20EMEIs, com14.996 alu-nos.

A municipalização, na qual foipioneira, foi o primeiro passo. Aadministração passou a oferecera melhor estrutura para o setor. Agrade curricular foi especialmenteestudada. Os alunos de 1ª a 4ª sé-ries passaram a ter aulas de Inglês,Filosofia, Educação Artística eEducação Musical. Passou-se aestabelecer um padrão educacio-nal no município para que alunosde bairros diferentes tivessem as

mesmas oportunidades e níveis dequalidade de ensino.

Para ter sucesso, o trabalhoprecisava necessariamente pas-sar pela requalificação dos pro-fessores, muitos deles na verda-de não preparados à nova filoso-fia da educação municipal. E erapreciso um grande projeto paraessa qualificação; um lugar quepudesse reunir todo o aparato deaperfeiçoamento constante a es-

ses professores. A idéia foi cons-truir um local próprio onde todosos professores tivessem a mes-ma filosofia de educação: nasciao Centro de Aperfeiçoamento deProfessores, que une modernida-de à dinâmicaapaixonanteda educação.Um projeto pi-oneiro e de su-cesso em todoo Brasil.

Outra açãofoi a inserçãode Barueri, em2001, no Bol-sa-Escola fe-deral, progra-ma em que fa-mílias compro-v a d a m e n t ecarentes e que tinham filhos ma-triculados em escolas públicaspodiam receber uma ajuda de cus-to equivalente a R$ 15 por mêspor filho, até o limite de três fi-lhos na faixa etária de 6 a 15 anos.A meta do governo federal eraatingir 10% da população, queequivaliam, naquela ocasião, a2.389 famílias de Barueri. No en-tanto, o total de famílias que ti-nham direito ao benefício era deaproximadamente 5.700 pessoas.Gil Arantes então criou o benefí-cio municipal para atender essasfamílias. O cartão Bolsa-EscolaMunicipal beneficiava, em junhode 2004, 4.942 famílias.

Ecologicamente corretaBarueri fez um trabalho pionei-

ro no Brasil, despertando a cons-ciência da Agenda 21 nas comu-nidades escolares. A Agenda 21 éum programa de ação baseadonum documento de 40 capítulosque constitui a mais ousada eabrangente tentativa já realizadade promover, em escala mundial,um novo padrão de desenvolvi-mento, conciliando métodos deproteção ambiental, justiça sociale eficiência econômica. Para suaefetiva implantação em Barueri, aSecretaria Municipal de MeioAmbiente realizou em 2004 um in-tenso trabalho de conscientizaçãodas bases do município, por inter-médio da comunidade escolar.

Também investiu na coleta se-letiva de lixo, que a priori apenasdesperta a consciência ambien-tal, via reciclagem, mas que emBarueri, além de ter de fato alcan-çado boa parcela de baruerienses,permitiu a criação de uma coope-rativa de ex-catadores de lixo. ACooperiyara é o destino final detodo o lixo reciclável recolhidopela Coleta Seletiva de Lixo. Pordia, a cooperativa recebe cerca de

a prestar atendimento diferencia-do a cada mãe e criança atendidaem Barueri. O programa foi umdos componentes que ajudarama fazer cair o índice de mortalida-de infantil em 2004, em estudo daFundação Seade, destacandoBarueri, entre os municípios compopulação acima de 200 mil habi-tantes, mantendo o primeiro lu-gar no ranking da região da Gran-de São Paulo.

Toda a atenção com a criança,seja na prática da cidadania (Auto-ridades Mirins) e do lazer (Brincan-do nas Férias, entre tantos outrosprojetos), na educação e no com-bate à mortalidade infantil, foi co-roada com uma das mais importan-tes menções que Barueri recebeuaté hoje, da Fundação Abrinq: oselo “Prefeito Amigo da Criança”.

Atendendo seres-humanos

Atualmente a rede de saúde emBarueri conta com o Centro deEspecialidades 1 e 15 UnidadesBásicas de Saúde, distribuídaspelos principais bairros da cida-de, para consultas ambulatoriaiscom agendamento prévio, quecontam com as seguintes especi-alidades: clínica geral, obstetrícia,pediatria e ginecologia. Além des-sas especialidades, conta ainda

com atendimento de dermatologia,otorrinolaringologia, cirurgia vas-cular, neurologia, endocrinologia,nutrição, pequenas cirurgias, or-topedia, gastroenterologia, endos-copia, ultra-som, eletrocardiogra-ma, reumatologia, fisioterapia (in-clusive para portadores de neces-sidades especiais), odontologia etisiologia. O sistema de saúde dis-põe de três prontos-socorros queoferecem atendimento para casosde emergência/urgência (24 horas)e exames de Raios X.

Guarda MunicipalPara atacar a violência, a guarda

municipal foi ampliada: de 300 guar-das em 1997, Gil Arantes o efetivoaté 2004 chegou em 600 homenscom uma frota de cem viaturas.Também, em 1999, pediu ao secre-tário de Estado deSegurança Públi-ca, o aumento doefetivo policial dobatalhão da PMem Barueri, quenaquela épocapossuía 110 ho-mens para atuarem todo o municí-pio. Também im-plantou um distri-to policial. Implan-tou a Lei Seca, que limitou o horá-rio de funcionamento de bares esimiliares. Em outro momento o ad-ministração municipal proibiu a re-

alização do carnaval de rua.“Peguei um momento de Barue-

ri muito delicado. Ficou na minhamão a organização dessa cidade,e tive sim algumas perdas políti-cas com isso. Infelizmente, cama-das da sociedade entendiam queisso era um prejuízo a elas, mas oimportante era a maioria, a cidadecomo um todo. São medidas que apopulação vai desfrutar só daquia anos, não são resultados imedi-atos”, diz Gil Arantes.

Sistema viário e obrasA partir de 1997, Barueri passou

a se preocupar em não somenteresolver problemas pontuais deacesso a bairro, como prever futu-ros problemas de trânsito dentrode uma cidade que precisaria demais artérias para escoar seu de-senvolvimento. Nesse sentido aparte de Barueri do Corredor Oes-te foi concluída com recursos mu-nicipais; foi concluído o últimotrecho de duplicação da EstradaVelha de Itapevi; foram realizadasvárias obras de interligação Cen-tro/Aldeia/Alphaville, incluindo aPonte Antonio Macedo Arantes.

Com tantas obras, a cara de al-guns bairros foi sendo mudada.A construção do Parque Munici-pal, do Centro de Eventos e Mu-seu da Bíblia, muito contribuiupara isso. Também foram cons-truídos dois viadutos sobre ostrilhos da CPTM, dando fim aosconstantes acidentes com trens.

Política de empregoApesar do crescimento empre-

sarial em Barueri, a mão-de-obrada cidade continuava desempre-gada. A prefeitura adotou uma sé-rie de ações para qualificação dostrabalhadores, incluindo uma se-cretaria específica. “Quando assu-mi a prefeitura em 1997, cerca de17% das vagas de emprego na ci-dade eram ocupadas por barueri-enses. Hoje nós estamos esbar-rando em 35% a 36%”, lembra Gil.

Também se preocupou com quemnão consegue se colocar no merca-do de trabalho. Criado em 1999, oPrograma de Auxílio ao Desempre-gado (Proad) tem o objetivo de apro-veitar temporariamente o desempre-gado na prestação de serviço nasrepartições públicas, por um perío-do de nove meses. Da mesma for-ma, a primeira dama, Silvia Arantes,conduziu diversos programas daPromoção Social que visavam so-correr os desempregados.

A fibra e obstinação para organi-zar uma cidade, com medidas drás-ticas que não agradam a alguns,certamente têm uma inspiração fácilde compreender: a família, onde asociedade toda tem suas sementes.“Sempre, em todas as ações, querofazer para as famílias aquilo que en-tendo ser o melhor para a minha fa-mília”, revela Gil Arantes. Para ele, omais importante é ter terminado seusoito anos de governo com a consci-ência tranqüila. “Eu sei que fiz o má-

ximo pela cidade,e fiz até muitomais do que ima-ginava. Só nãoenxerga a mu-dança de Barueriquem não querver. Investimosno ser humano,mostramos paraa população oquanto é impor-tante ela gostar

da cidade onde vive, e governar Ba-rueri para mim foi um orgulho, e es-pero um dia voltar a governar nos-sa cidade”, diz.

1995. Durante sua campanha, Gilcomeçou uma agenda de visitas ereuniões com a população. “Fizmuitas reuniões, em todos os bair-ros, em todos os locais. Naquelacampanha chegava a fazer duasou até três reuniões no mesmo dia,numa mesma noite, fazia reuniãode sábado, fazia reuniões de do-mingo, além dos comícios no perí-odo eleitoral, e mesmo antes doperíodo eleitoral”, conta Gil.

Eleito, já na primeira reuniãocom o secretariado falava da idéiade montarum projeto,espécie de“prefeituraitinerante”,a fim de darà popula-ção maisque a opor-t u n i d a d ede falar dosproblemasde determi-nado bair-ro, como acesso a diversos ser-viços gratuitos de direito. Era oembrião do megaprojeto “O Pre-feito no Seu Bairro”, que nasceucomo piloto, mas tomou corpo eapoio da população, transforman-do-se num grande sucesso pú-blico.

Realizado em oito regiões porano, o projeto levava à popula-ção diversos serviços gratuitos,como corte de cabelo, fotografia

cinco toneladas de material reci-clável, e os trabalhadores tiramdo programa, muitas vezes, o sus-tento de sua família.

Amigo da criançaForam muitas

as ações dedi-cadas à criançapela gestão GilArantes. “Apreocupaçãonão deve ser sócom a educa-ção escolar,mas com a qua-lidade de vidadentro decasa”, preconi-zava Gil, já noinício de suaprimeira ges-

tão. Assim, da Febem que o Esta-do quis enfiar goela abaixo de Ba-rueri, nasceria um dos mais impor-tantes projetos voltados à crian-ça: a Brinquedoteca. A Brinque-doteca de Barueri está estrutura-da e funcionando apoiada em cin-co grandes módulos de tal modoque cada um atue efetivamente noenvolvimento da criança com áre-as de estimulação para o seu de-senvolvimento pleno. A experiên-cia na ala pediátrica do Sameb deuorigem a outro programa: o Brin-cando em Domicílio, que atendeem casa a criança enferma.

Outro projeto pioneiro de Baru-eri é o “Autoridades Mirins”. Du-rante as comemorações da Sema-na da Criança em outubro de 1997,o governo municipal programouuma atividade que mudaria a ma-neira das autoridades e do adultoperceber, se relacionar e ouvir acriança, e delas também ampliaremsua visão quanto às autoridades.O programa consiste na substitui-ção simbólica de crianças nos car-gos de autoridades dos PoderesExecutivo, Legislativo, Judiciárioe do empresariado.

Em novembro de 1997, a cida-de ganhava sua maternidade mu-nicipal, um projeto iniciado nagestão Furlan. Com o tempo, aatenção à criança que nascia emBarueri motivou outras iniciati-vas. Lançado em outubro de 2003,o projeto Criança Cidadã passou

O megaprojeto “O Prefeito no SeuBairro” nasceu como piloto, mas

tomou corpo e apoio dapopulação, transformando-senum grande sucesso público.

Municipalizar o ensino eraencurtar as distâncias entreas necessidades dos alunose professores em relação à

solução efetiva dosproblemas da educação

“Sempre, em todas asações, quero fazer paraas famílias aquilo que

entendo ser o melhor paraa minha família”

As realizaçõesna área da

infânciagarantiram a

Gil o título de“Prefeito

Amigo daCriança”

A sucessão de obras realizadas por Gil mudou a cara da cidade

Educação foi ponto forte emseu governo

Nos oito anos de administração Gil buscou estar próximo ao povo

A família de Gil foi a inspiradora para suas realizações

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DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO ESTÁ VOLTANDO - JESUS É BOM Edição 67 Página 9

Diga não ao HoróscopoJaneiro

Salmista Davi“Elevo os olhos para os

montes: de onde me virá osocorro? O meu socorro vemdo Senhor, que fez o céu e aterra. Não deixará vacilar oteu pé; aquele que te guardanão tosquenejará”. (Salmos121:1-3)

FevereiroSábio Salomão

“A resposta branda desviao furor, mas a palavra durasuscita a ira. A língua dossábios adorna a sabedoria,mas a boca dos tolos derra-ma a estultícia”. (Provérbios15:1 e 2)

MarçoProfeta Jeremias

“Porque a confusão devo-rou o trabalho de nossos pais,desde a nossa mocidade: assuas ovelhas, e as suas va-cas, e os seus filhos, e assuas filhas. Jazemos na nos-sa vergonha e estamos co-bertos da nossa confusão,porque pecamos contra oSenhor, nosso Deus, nós enossos pais, desde a nossamocidade até o dia de hoje;e não demos ouvidos à vozdo Senhor, nosso Deus.”.(Jeremias 3:24-25)

AbrilEvangelista S. João

“Veio para o que era seu, eos seus não o receberam.Mas a todos quantos o rece-beram deu-lhes o poder deserem feitos filhos Deus: aosque crêem em seu nome, osquais não nasceram do san-gue, nem da vontade da car-ne, nem da vontade do va-rão, mas de Deus.”. (João1:11-13)

MaioSalvador Jesus Cristo“Não julgueis, e não sereis

julgados; não condeneis, e nãosereis condenados; soltai esoltar-vos-ão. Daí, e ser-vos-á dado; boa medida, recalca-da, sacudida e transbordandovos darão; porque com a mes-ma medida com que medirdestambém vos medirão denovo.” (Lucas 6:37 e 38)

JunhoProfeta Isaías

“Buscá-los-ás, mas não osacharás; e os que pelejaramcontigo tornar-se-ão nada, ecomo coisa que não é nada,os que guerrearam contra ti.Porque eu, o Senhor, teu Deus,te tomo pela tua mão direita ete digo: não temas, que eu teajudo”. (Isaías 41:12 e 13)

JulhoEvangelista S. Marcos“E ele disse aos seus discí-

pulos que lhe tivessem sem-pre pronto um barquinho juntodele, por causa da multidão,para que o não comprimisse,porque tinha curado a muitos,de tal maneira que todos quan-tos tinham algum mal se arro-javam sobre ele, para lhe to-carem.” (Marcos 3:9 e 10)

AgostoApóstolo S. Tiago

“O vosso ouro e a vossa pra-ta se enferrujaram; e a sua fer-rugem dará testemunho contravós e comerá como fogo a vos-sa carne. Entesourastes para osúltimos dias. Eis que o saláriodos trabalhadores que ceifaramas vossas terras e que por vósfoi diminuído clama; e os cla-mores dos que ceifaram entra-ram nos ouvidos do Senhor dosExércitos”. (Tiago 5:3 e 4)

SetembroApóstolo S. Pedro

“Portanto, cingindo os lom-bos do vosso entendimento,sede sóbrios e esperai intei-ramente na graça que vosofereceu na revelação deJesus Cristo, como filhos obe-dientes, não vos conformeiscom as concupiscências queantes havia em vossa igno-rância”. (1 Pedro 1:13 e 14)

OutubroEvangelista S. Lucas“Todo vale se encherá, e se

abaixará todo monte e outei-ro; e o que é tortuoso se endi-reitará, e os caminhos esca-brosos se aplainarão; e todaa carne verá a salvação deDeus”. (Lucas 3:5 e 6)

NovembroLegislador Moisés

“Vedes aqui vos tenho en-sinado estatutos e juízos,como me mandou o Senhor,meu Deus, para que assimfaçais no meio da terra a qualides a herdar. Guardai-os,pois, e fazei-os, porque estaserá a vossa sabedoria e ovosso entendimento peranteos olhos dos povos que ouvi-rão todos estes estatutos edirão: Só este grande povo égente sábia e inteligente”.(Deuteronômio 4:5 e 6)

DezembroApóstolo S. Paulo

“Porque do céu se mani-festa a ira de Deus sobretoda impiedade e injustiçados homens que detêm a ver-dade em injustiça. Porquan-to o que de Deus se podeconhecer neles se manifes-ta, porque Deus lho manifes-tou”. (Romanos 1:18 e 19)

Mensagem de Cristo para edificação de sua alma

Jamo Little Brown

RE

SP

OS

TA

SDireito de RespostaPor sermos escravos da lei para sermos livres abrimos democraticamente espaço para direito

de resposta às pessoas que se sentirem ofendidas, independentemente de ação judicial, ficando como

juízo competente os endereços de redação e impressão que constam do expediente desse jornal,

conforme lei de imprensa. Sendo que as matérias assinadas não expressam o pensamento desse jornal.

Somos livres por sermos escravo da lei!

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Palavras cruzadas da BIBLÍA

Clínica da Assembléia de Deustraz esperança a crianças

Conhecida pelo zelo e carinhono cuidado a crianças contami-nadas pelo vírus HIV, a ClínicaEsperança de Amparo à Criança(Ceacri), ligada à AD em PortoAlegre, tem experimentado osmilagres de Deus desde a suafundação. Com direção e corpode funcionários evangélicos emsua maioria, a ONG abriga atual-mente 20 crianças, de 0 a 9 anos,que foram abandonadas pelas fa-mílias. Até hoje passaram pela clí-nica mais de 50 meninos e meni-nas, dos quais 18 foram adota-dos por terem simplesmente ne-gativado a doença. Isso mesmo:apesar de a Aids ser considerauma doença sem cura aos olhoshumanos, Deus tem realizado pro-dígios neste lugar.

De acordo com a presidente ediretora da Clínica Esperança, Lói-de Linhares Colisse, membro daAD em Porto Alegre, o trabalho,fundado em 1999, foi fruto doamor da missionária Mary Taran-ger, que precisou se afastar dasatividades para cuidar da saúde.Ela é esposa de um dos pioneirosdo Movimento Pentecostal noRio Grande do Sul, o missionárioNils Taranger, já falecido, que di-rigiu por décadas a AD gaúcha.“A irmã Mary foi procurada parahospedar uma criança soroposi-tiva, e se incomodou de não po-der integrá-la a outras crianças.Então Deus a tocou para come-çar um trabalho de abrigar somen-te portadoras do vírus HIV”, ex-plica Lóide.

Infectologista especialista emAids pediátrica, Marinella DellaNegra é responsável pela equipeque cuida de crianças HIV positi-vo no Hospital Emilio Ribas, emSão Paulo. Segundo ela, é impos-sível uma criança negativar a do-ença depois de infectada. “Nin-guém negativa o HIV, ou é ela éinfectada ou não. Se ela tomarmedicamento corretamente e fizertudo que se preconiza, pode con-viver com a doença. Infelizmentea Aids ainda não tem cura”, dissea médica. Mas contrariando to-talmente o laudo médico, o desa-parecimento do vírus foi consta-tado em quase 20 crianças. “Amedicina tem resistência em ad-mitir um milagre. Mas o fato é quenenhuma das mães de nossas cri-anças fez um tratamento sequer,e ainda assim essas crianças ne-gativaram. E isso só aconteceudevido à poderosa mão de Deus”,testificou a responsável pela clí-nica, que teve o prazer de ver to-das essas crianças curadas, ado-tadas ou de volta a suas famílias.

A parte espiritual realmente temfeito a diferença na condução daCeacri. Seguindo os preceitos daEducação Cristã, a casa tem ensi-nado às crianças o caminho noqual devem andar. Segundo Lói-de, além dos cultos matinais diá-rios, as crianças visitam váriasigrejas e se apresentam com hi-nos. “Formamos um coral com

Lar de crianças soropositivas em Porto Alegre é cenário de milagres

elas, e quando são convidadasvão com muita alegria e disposi-ção”, conta a diretora.

Somado a todo aparato estru-tural da clínica, as crianças con-tam ainda com a cobertura espiri-tual da AD em Porto Alegre. Se-gundo o líder da igreja, o pastorUbiratan Batista Job, a clínica éum braço da obra social da igreja.“Ainda que ela tenha vida pró-pria, a igreja e os membros parti-cipam da manutenção da clínica.Existem obreiros escalados quesempre estão lá levando a Pala-vra, orando e orientando-os. Além

disso, eles também parti-cipam dos cultos”, contao pastor, que também épresidente da Convençãoda AD no Rio Grande do Sul (Ci-epadergs).

Encaminhadas até a clínica atra-vés do Conselho Tutelar ou peloJuizado da Infância e da Juven-tude, as crianças, além de muitoamor, recebem abrigo, alimenta-ção, vestuário e tratamento mé-dico. “O Grupo Hospitalar Con-ceição, por meio do INSS, nospresta todo serviço em relação àsaúde delas”, conta a diretora,acrescentando que o trabalho émantido com doações de pesso-as físicas e jurídicas. Devido àseriedade do trabalho, há doisanos a Ceacri foi reconhecida pelaOrganização das Nações Unidaspara a Educação, Ciência e Cul-

tura (Unesco), sendo uma das trêsinstituições gaúchas seleciona-das a receber doação da Funda-ção Bill Gates.

Pioneira neste perfil de atendi-mento, a clínica é um acalanto àscrianças e também ao ConselhoTutelar da região, como relata oconselheiro Cirilo Fae. “Para nós, émuito bom saber que existe umainstituição séria, que tem feito essetrabalho exemplar”, elogia o con-selheiro, lembrando que o Estadotambém fornece o amparo neces-sário. “Temos acompanhado o ser-viço social da clínica bem de perto.

Juntos tentamosde todas as manei-ras fazer com que acriança não seja es-quecida pela famí-lia enquanto estáno abrigo”, contaCirilo.

Criado há umano e meio, o servi-ço social da clínica

tem buscado o resgate da históriade cada criança, fato esse que temcolaborado para o desenvolvimen-to de cada criança. “Junto à Previ-dência Social e ao fórum dos con-selhos, tentamos localizar os fami-liares delas. Por meio dessa ‘inves-tigação’, estamos montando umálbum com a história de cada um”,explica a assistente social da Cea-cri, Sílvia Lúcia Fiukuoka.

Os planos para o futuro são ain-da maiores. Segundo a diretora Lói-de, está sendo construído um pré-dio em um terreno que vai aumentarem cinco vezes a capacidade físicado local. “Vai ficar muito bom. Va-mos abrigar um número muito maiorde crianças”, anima-se Lóide.

Cristo exortou à oração. Comesta exortação e com a dádiva daoração o Senhor pôs nas mãosdos homens um poder inestimá-vel. O todo-poderoso, em pala-vras claras e inequívocas, com-promete-se a atender-nos a pre-ce conquanto que esta Lhe sejadirigida com fé e em nome de Je-sus. O estímulo à oração é umanota promissória assinada porCristo. Podemos apresentá-la,pois Ele próprio comprometeu-sea resgatá-la. “A oração constitui-se no maior poder deste mundo,pois ela é capaz de mover a mãod’Aquele que rege o universo”.A oração encerra possibilidadesjamais vistas; ela pode transfor-mar tudo: homens, suas dificul-dades e situações embaraçadas.Não há barreira para a oração.

É exatamente por este motivoque Satanás se empenha ao má-ximo em afastar-nos da oração.Sabe ele que, mesmo realizandograndes obras no reino de Deus,não lhe somos prejudiciais. Masele sabe também que lhe invadi-mos o domínio e lhe arrebatamosa presa, ao orarmos com persis-tência. Um quadro expressivo,pintado por antigo mestre, exem-plifica este estado de coisas. Oquadro mostra uma balança. A umdos pratos estão agarrados cin-co demônios; no outro prato estásentado um garoto, orando; e abalança pende fortemente para olado do menino. Eis o poder daoração, da verdadeira oração!

O poder da oraçãoNinguém está mais necessita-

do da oração do que o homematarefado, o homem que não temtempo, pois tendo cada hora dodia tomada por um compromisso,como poderá este homem fugir aonervosismo da pressa, às crisesde impaciência, à amargura dodesgosto?

Somente a oração pode fazercom que supere a tudo, porqueassim estará invocando sobre oseu trabalho a bênção de Deus, abênção da qual tudo depende.

Amolar a foice jamais cegou ocorte; de igual modo a oraçãonunca impede o andamento doserviço. Como é possível esque-cer a necessidade constante deamolar o nosso instrumento detrabalho, isto é, de orarmos semcessar, em se tratando de obra tãoimportante como a salvação eter-na? A vida de oração reflete-se nonosso trabalho; refletir-se-á nofruto de nossa vida e, finalmente,também na seara; a vida de ora-ção se refletirá igualmente em vi-tória nas dificuldades e provações.

As cadeias do pecado rompem-se quando Jesus é invocado,quando Ele, em adoração, é glori-ficado e louvado como Senhorredivivo, que ressurgiu vitoriosa-mente do sepulcro e que pôs oinimigo por estrado de seus pés.É sob o efeito da oração que emadoração glorifica do Senhor, queo Deus vivo põe-se em ação; Suaonipotência e força resolvemqualquer necessidade e proble-

ma; Seu amor conforta e sara.Deus é um Senhor por demaismaravilhoso! Que Redentor é Ele!Que Salvador inigualável! Quevencedor formidável! Que Rei!

Quando aprenderemos a invo-cá-lo, em adoração, com os no-mes que Lhe descrevem a subli-me natureza? Os céus e a terradeverá proclamar incessantemen-te os louvores de um Senhor tãomaravilhoso! Como esperamosglorificá-Lo na eternidade, se aquinão o fazemos?

Orar significa apresentar-seperante o Santo Deus, significamarcar audiência com o Rei dosreis. Como poderemos compare-cer à sua presença, não estandopurificados? Como orar se nãoLhe entregamos inteiramente anossa vontade? Deus nos aten-derá as orações somente quandorogarmos de acordo com Suavontade. Submeter-se a uma vidade oração implica fazer uma revi-são profunda da nossa vida.

Por que não nos expormos àluz divina, à Sua verdade, parasermos libertados? O assunto éde suma importância: Deus quertransformar a nossa vida em vidade oração, o que vale dizer, emvida cheia de poder, em vida vi-toriosa na contemplação de suaglória. E pela oração Deus nãoquer apenas transformar nossasvidas, dando-lhes sentido e fru-tificando-as. Pela oração Deusquer transformar-te em portadorde Sua bênção para muitos.

A clínica,dirigida pelairmã LóideLinhares (àesquerda) temtrazidoesperançapara criançassoropositivas

Crianças da clínicalouvam a Deus; novas

instalações estão sendoconstruídas para

ampliar o número decrianças atendidas.

Page 10: Caixa Postal 3014 CEP 06210-970 e-mail: leiaojornal ...§ão-67.pdf · de tudo ou nada. Tudo pelo po-der, afastando-se de vez e com força total (a força do Estado) as ... cassação

DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO ESTÁ VOLTANDO - JESUS É BOMPágina 10 Edição 67

SANTANA DE PARNAÍBA

Os moradores do bairroChácara Solar de Santana deParnaíba, João Pereira dosSantos, de 111 anos, e AnaMaria de Jesus Pinheiros Pin-to, de 97, completaram 85 anosde casados no dia 1º de abril.Para comemorar a data, foirealizada uma cerimônia naIgreja Assembléia de Deus, nobairro da Fazendinha, nos mes-mos moldes de uma cerimô-nia tradicional.

A história do casal mais ve-lho da Região Oeste começouem 1921, quando eles se uni-ram oficialmente na cidade deAraçoari, no Vale do Jequiti-nhonha, no Estado de MinasGerais. Da união do casal nas-ceram oito filhos e destes vie-ram outros 72 novos membrosentre netos, bisnetos e tatara-netos.

A filha caçula de 60 anos deidade, Zolina do Carmo Delfi-

A Secretaria Municipal deAssistência Social realizou, nosdias 1º e 3 de abril, nos resi-denciais Alpha 6 e 3, mais umaetapa do projeto Bota-Fora.Foram arrecadados móveis,brinquedos, eletroeletrônicos,utensílios domésticos e roupas.A primeira-dama e presidentedo Fundo Social de Solidarie-dade, Ângela Fernandes,acompanhou a operação nosábado e fez questão de agra-decer pessoalmente aos cola-boradores.

Tudo o que foi arrecadadono Bota-Fora segue para oBazar da Solidariedade daAssistência Social, localizadona Avenida Brasil, nº 355, noJardim São Luiz. O dinheiroobtido com a venda é reverti-do para o Fundo Social de So-lidariedade de Santana de Par-naíba e transformado em com-pras de aparelhos ortopédicose cadeiras de rodas, que sãodistribuídos à população ca-rente.

O Bota-Fora não tem datacerta para acontecer. Toda avez que um grupo de pessoasse mobiliza, entra em contato

Cerimônia comemora 85 anos deunião do casal mais velho da região

tana de Parnaíba. De acordocom o último Índice Paulistade Responsabilidade Social(IRPS) de 2003, pesquisa re-alizada pelo SEADE, o muni-cípio possui hoje o melhor in-dicador de longevidade daRegião Metropolitana de SãoPaulo.

Além disso, o município os-tenta o segundo melhor Índi-ce de Desenvolvimento Hu-mano (IDH) da Região Me-tropolitana. E, recentemente,o Programa das Nações Uni-das para o Desenvolvimento(PNUD), responsável pelaelaboração do IDH, fez umarevisão do último ranking na-cional e elevou o município emduas posições. Antes em 25º,o município possui agora o 23ºmelhor índice de desenvolvi-mento humano do País.

Fonte: Secom Santanade Parnaíba

no Soares, assistiu à cerimôniamuito emocionada. “É maravi-lhoso ainda ter meus pais aomeu lado. A união deles foi se-lada pelos anjos”, disse.

Além dos parentes e amigos,o prefeito Benedito Fernandese a primeira-dama Ângela

Fernandes também prestigia-ram a festa do casal.

LongevidadeA comemoração de 85 anos

de casamento de João Perei-ra dos Santos e Ana Maria deJesus Pinheiros Pinto não énenhuma surpresa para San-

Prefeitura arrecada

doações em Alphaville

com o projeto Bota-Fora

com a Assistência Social para,juntos, marcarem o dia do re-colhimento das doações. Paraesta empreitada, a prefeituraconta com a parceria da em-presa Ultragaz, que cede ca-minhão, motorista e ajudante.

Para a moradora do Alpha3, Nilza Bedin, a ação teveótimos resultados. “Com cer-teza, essa foi a maior doaçãodo projeto bota-fora que ocor-reu no Alpha 3. Ao todo, fo-ram dois caminhões e umaKombi cheios de objetos emateriais”, destaca Nilza, queé diretora social do condomí-nio.

No dia 8, a operação Bota-Fora foi no Residencial 18 doForte e; no dia 20 de maio seráa vez dos moradores do Alpha11 realizarem a ação, lembran-do que as doações acontecemsempre a partir das 10 horas.Quem tiver interesse em par-ticipar do Bota-Fora pode li-gar para a Rede Permanentede Doações da Secretaria deAssistência Social, pelo tele-fone 4154-2363.

Fonte: Secom Santanade Parnaíba

Em 31 de março, o prefeitode Santana de Parnaíba Bene-dito Fernandes (PFL) prestigioua cerimônia de transmissão docargo de governador do Esta-do de São Paulo para CláudioLembo (também do PFL), queassume o governo com a saídade Geraldo Alckmin, candidatooficial do PSDB à presidênciada República.

O evento aconteceu no Palá-cio dos Bandeirantes, sede dogoverno estadual, e contoucom a presença dos secretári-os de Estado – os anteriores,da gestão Alckmin e os novos,da gestão Lembo –; do presi-dente da Federação das Indús-trias do Estado de São Paulo(FIESP), Paulo Skaf; do presi-dente do Rabinato da Congre-gação Israelita Paulista, HenrySobel; do arcebispo de SãoPaulo, o cardeal Dom CláudioHummes; do prefeito da capi-tal, Gilberto Kassab; e do pre-sidente do PFL, o senador Jor-ge Bornhausen; além de outrasautoridades civis e militares.

Após receber o pavilhão degovernador do Estado das mãosde Alckmin e assinar o decretode nomeação dos novos secre-

O presbítero José AntonioSimão louva ao Senhor JesusCristo com simplicidade, muitoamor, devoção e dedicaçãosacerdotal. José Antonio Simãonasceu no município alagoanode Ibateguara (antiga Piquete),em 19 de agosto de 1940. Filhode Antonio Simão de Sales ede dona Maria Amélia da Con-ceição; casado com ElizeteGomes Simão (que já dorme noSenhor), com quem teve cincofilhos: Orlando, Welington, Elil-de, Ricardo e Eurides. Hoje seacha desposado de dona Ma-ria José Sales Simão.

Convertendo-se a Cristo, oEspírito Santo o inspirou acompor dezenas de hinos, dosquais muitos estão gravadospelo compositor, bem comopor outros cantores. De sua

Sávio Barletta

Roberto Andrade

Sávio Barletta e Roberto Andrade

Benedito Fernandes prestigia posse do governador

Cláudio Lembo no Palácio dos Bandeirantes

tários, Cláudio Lembo disseque sua gestão dará continui-dade às ações do governo Al-ckmin. “Prosseguirei com seusatos, como se ele estivesse nopalácio. A preservação do sen-tido ético do governador estarápresente aqui todos os dias”,disse Lembo.

Discursando logo em segui-da, Alckmin elogiou a posturade seu sucessor. “Estou con-victo de que São Paulo está emótimas mãos. O mais alto graude sabedoria é a humildade, e oCláudio Lembo começa com opé direito”, disse Alckmin, quetambém comentou sobre sua

gestão e o seu desafio de con-correr à Presidência da Repú-blica. “O Estado de São Paulotem mantido suas contas, mes-mo com os altos juros e o bai-xo dinamismo da economia noPaís. Não quero que essa novajornada seja uma luta política,daqueles que querem o poderpara si, para os seus ou para oseu partido”. E acrescentou:“Estamos em um país de opor-tunidades, com um povo tra-balhador, criativo, que tem tudopara estar na liderança do de-senvolvimento sustentável mun-dial”, finalizou.

Entre as diversas autoridades

políticas estava o prefeito deSantana de Parnaíba BeneditoFernandes, que aproveitou paracomentar sobre o que espera dogoverno Lembo. “O professorCláudio Lembo ao longo de suavida adquiriu uma grande ex-periência política e nós julga-mos que ele vai fazer um go-verno muito bom para o Esta-do de São Paulo, devido à suacompetência como homem pú-blico”, comentou o prefeito.

PerfilCláudio Lembo nasceu em

São Paulo, em 12 de outubrode 1934. Foi Secretário de Ne-gócios Extraordinários do ex-prefeito Olavo Setúbal, em1974, e Secretário de Negóci-os Jurídicos do prefeito JânioQuadros de 1986 a 1989. Con-correu ao Senado em 1978 e avice-presidente da república em1990. Em 2002, foi eleito vice-governador de São Paulo.

Advogado desde 1959, Lem-bo é professor de Direito e foiDiretor para assuntos legislati-vos do Banco Itaú e reitor daUniversidade Mackenzie de1997 a 2002.

Fonte: Secom Santana deParnaíba

O prefeito Benedito Fernandes e a primeira-dama ÂngelaFernandes fizeram questão de participar da festa

Futuro candidato a deputado federal Silvinho Peccioli (a dir)acompanhou o prefeito Benedito Fernandes durante o evento

Ao fundo, a presidente do Fundo Social de Solidariedade deSantana de Parnaíba, Ângela Fernandes

Massacre na justiçaSe o massacre do Carandiru já constitui mancha indelével na

história brasileira, a ação da Justiça nesse caso a agravaAfronta a idéia de justiça a de-

cisão do Tribunal de Justiça (TJ)de São Paulo de reverter conde-nação em primeira instância e ab-solver o coronel Ubiratan Guima-rães, o comandante da operaçãopolicial que resultou no massa-cre do Carandiru, em 1992, noqual 111 presos foram mortosdurante uma rebelião.

Com a anulação parcial do pri-meiro julgamento, de 2001, noqual o oficial fora sentenciado a632 anos de prisão, os membrosmais antigos do TJ afirmam que,do ponto de vista do Direito, amatança jamais ocorreu.

Não foram responsabilizadosnem o governador do Estado àépoca, Luiz Antonio Fleury Filho,nem o secretário da Segurança,nem o comandante da operação,nem, até o momento, nenhum dospoliciais envolvidos.

A situação em que se deu oacontecimento de 1992 era extre-mamente difícil e perigosa para apolícia. Uma rebelião precisavaser debelada, e o governo optou

Pedi com lágrimaslavra tem se produzido doisCDs: Chamado por Jesus ePedi com lágrimas. Atualmen-te se prepara para o lançamen-to de seu terceiro CD.

Vale a pena salientar queJosé Simão sofre as mesmashumilhações e perseguiçõesque os autores dos hinos daHarpa Cristã das Assembléi-as de Deus, principalmente ohino 15. Ao convidar o cantorSimão, saiba que seu ministé-rio é o de tão somente agra-dar a Deus e a igreja do Se-nhor Jesus Cristo, ao contrá-rio de muitos cantores merce-nários e metaleiros.

Contatos:Tel: (11) 3605-0703

Jamo Little Brown

pela invasão.O que ocorreu a partir daí per-

manece controverso. Mas é evi-dente, por seu desfecho, que aoperação foi desastrosamenteconduzida, o que, portanto, su-gere que seu comandante é pelomenos co-responsável pelas mor-tes.

Houve incoerência do júri. Aoresponderem ao questionário, os

jurados afirmaramque o coronel agira“no estrito cumpri-mento do dever”,mas a seguir disse-ram que ele atuaracom “excesso”,ponto que funda-mentou a acusaçãode co-autoria comdolo eventual.

A contradição te-ria justificado a anu-lação total do julga-mento e a realizaçãode um novo juízo; ja-mais a absolvição doréu. Não há notíciade outra tecnicalida-de semântica quetenha livrado umacusado de 632anos de pena. Espe-ra-se que o Superi-or Tribunal de Jus-tiça reforme a deci-são do TJ paulista.

Se o massacre doCarandiru já consti-tui mancha indelé-vel na história bra-

sileira, a ação da Justiça nessecaso a agrava.

Entre os homicídios e o primei-ro julgamento, transcorreramnove anos. A única condenaçãoobtida foi revertida cinco anosdepois. Os outros processos ain-da em curso não foram julgados.Tudo isso contribui para reforçara impressão – não de todo equi-vocada – de que este é o país da

impunidade.Fonte: editorial da “Folha

de SP” 17/02/2006)Nota da Redação: Por conta da

luta contra a impunidade, váriosórgãos de imprensa do País, queousaram afirmar que o governa-dor Fleury, ao menos de ofício,teria sido o culpado por este mas-sacre, foram processados e con-denados cível e criminalmente apagarem indenização por perdase danos morais. A SA O Estado deS. Paulo, o Estadão, na pessoa doseu diretor-presidente Ruy Mes-quita, e Leia O Jornal, o jornal maisperseguido do País, e seu diretorAlcides Jamo Little Brown, tam-bém foram condenados. O ex-go-vernador Fleury usou a condena-ção contida nos autos contra RuyMesquita nos autos contra Leia oJornal em sua defesa.

Jamo Little Brown

O Jornal mais perseguido do Brasil

Deputado Fleury Coronel Ubiratan