Upload
marcia-rosane-tenorio-calado
View
218
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Informática na Educação: O Uso de Software "Educativo" Aborda os desafios pedagógicos do uso do computador nas escolas e , mais especificamente, do uso das novas TIC como apoio ao ensino na educação infantil.
Citation preview
Márcia Rosane Tenório Calado¹
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO: O USO DE SOFTWARE “EDUCATIVO”
RESUMO
Este artigo objetiva abordar os desafios pedagógicos do uso do computador nas
escolas e, mais especificamente, do uso das novas tecnologias como apoio ao ensino na
educação infantil. A implantação da informática na educação exige um planejamento
antecipado que envolve a análise dos aspectos positivos e negativos dos objetivos a
alcançar com o uso do computador pelas crianças. Nesse ponto encontraremos a
necessidade dos professores estarem engajados e preparados para participar da interação
máquinas e alunos, uma vez que essa mediação se dá na sala de informática associado a
um software educacional interfere diretamente no desenvolvimento do aluno. A escolha
e a aplicação de um software educacional adequado, que contenha um embasamento
teórico-metodológico favorável a sua aplicação em contextos específicos, depende
bastante da familiaridade e dos conhecimentos das ferramentas computacionais por
parte dos professores, influindo bastante no desempenho dos alunos.
Palavras-chave: Escola, Software, Computador, Educação Infantil.
INTRODUÇÃO
Pensar no espaço que a Educação possui numa sociedade pós-moderna exige que
se considere as inúmeras transformações que perpassam as demais esferas sociais e,
sobretudo, as influências das novas Tecnologias da Informação e Comunicação.
Estamos na era da informação e o cenário atual nos permite dizer que observar o
indivíduo como tábua rasa, sem grandes manifestações e meramente receptivo das
mudanças que ocorrem a sua volta é um grande equívoco.
¹ graduada em Letras pela FFPG/UPE- 1983 – Especialista em Gestão Escolar pela FFPG/UPE - 1979
Aluna em Acesso ao Mestrado em Inovação Pedagógica pela Universidade da Madeira – UMa - Funchal - Portugal. Analista em Gestão Educacional – Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia – SECTEC – PE – Brasil.
Email: [email protected].
Enquanto instituição formadora das identidades sociais, a escola precisa manter-
se atualizada às mudanças que estão além de seus muros, interagirem com as demais
instâncias e receber de braços abertos às inovações que se espalham por esse mundo
dito globalizado. Claro que receber bem tais inovações não implica dizer que a escola
estará fechada a uma análise crítica e apurada do que adentra suas práticas. Trata-se de
perceber nas TIC uma nova forma de lidar com o conhecimento, baseada
fundamentalmente na aprendizagem, rompendo com o paradigma de ensino unilateral
de instrução programática. Toffler em seu livro O Choque do Futuro (s/d), já preconiza
as consequências que envolvem as novas mudanças da sociedade:
Mesmo sem compreender seu impacto potencial, estamos acelerando o ritmo
generalizado de mudanças na sociedade. Estamos forçando as pessoas a se
adaptarem a um objetivo de vida, a se defrontarem com situações inéditas e a
dominá-las em intervalos cada vez mais curtos. Nós as estamos forçando a
escolher entre opções que se multiplicam rapidamente. Estamos, em outras
palavras, forçando-as a processar informações num ritmo muito mais rápido
do que era necessário nas sociedades de lento desenvolvimento. Não há
muitas dúvidas de que estamos sujeitando pelo menos algumas delas ao
superestímulo cognitivo. (TOFFLER, s/d, p.286)
A educação concebida como um processo dialógico busca a formação dos
indivíduos para a vida, transformando-os em sujeitos ativos em seu meio. Considerar o
aluno e sua complexidade, seu universo cultural e econômico é fundamental para uma
aproximação da educação democrática, que respeite as diferenças e se integre bem as
novas formas de aprender que envolvem a escola hoje. Como afirma Toffler (s/d):
O fracasso em diversificar a educação dentro do sistema irá levar
simplesmente ao crescimento das oportunidades de uma educação alternativa
fora do sistema. (...) Vemos aqui, portanto, uma importante força cultural da
sociedade – a educação – sendo pressionada para diversificar seus produtos
exatamente como vem fazendo a economia. E aqui, exatamente como no
reino da produção material, a nova tecnologia, em vez de ampliar a
padronização, está nos levando à diversidade superindustrial. (TOFFLER,
s/d, p.224).
As novas formas de conceber o processo educativo convergem atualmente com
as ideias de Piaget (1974) quando este diz que a aprendizagem acontece basicamente
através da interação social que se realiza na sala de aula, convergindo assim com muitas
ideias de Vygotsky a respeito do tema. No entanto, para Vygotsky (1998) o ambiente
social serve como modelo para as construções do indivíduo, agindo como fonte de seus
conhecimentos socialmente construídos. A aprendizagem, assim como o
desenvolvimento, é alcançada através da associação dos modelos construídos com a
motivação da criança em alcançá-los. Vygotsky (1998) retoma então seu conceito de
Zona de Desenvolvimento Proximal, ponto de instabilidade que provoca o aprendizado.
Dessa forma, percebe-se na teoria vygotskiana que o desenvolvimento da criança
é consequência de seu aprendizado que adquire em seu cotidiano, observando os outros
indivíduos e internalizando suas ações numa apropriação de modelos observados. Já
para Piaget o desenvolvimento é o motivador da aprendizagem, entendendo que o
desenvolvimento cognitivo provém da equilibração, interação do aluno com seu meio e
com outros fatores influentes como genética e experiências. Assim, o aprendizado
acontece na sequência: formação dos esquemas, assimilação desses esquemas,
acomodação, adaptação e, por fim, assimilação dos mesmos.
Vygotsky (1998) afirma que há uma disparidade entre os processos de
desenvolvimento e os processos de aprendizagem. Para ele o processo de aprendizagem
precede o processo de desenvolvimento e é mediada pela ZDP, que funciona como uma
área de dissonância cognitiva referente ao potencial de aprendizagem. A partir dessas
constatações afirma-se que para Vygotsky (1998) a aprendizagem é um processo social
no qual o conhecimento é construído através das interações sociais que o aprendiz atua
em seus contextos. No âmbito educacional, essa interação social ultrapassa a
comunicação entre professor e aluno, incluindo também o ambiente em que ocorre a
comunicação.
As novas formas de aquisição da informação convergem para um
aperfeiçoamento das formas de adquiri-las, sugerindo uma mudança, há muito
necessitada, do sistema de ensino como um todo. Essa visão do futuro já influi
significativamente nas práticas atuais de muitos professores, no entanto, essa mudança
precisa estabelecer vínculos com as raízes da escola, ser assimilado pelo currículo
implantado e bem aceito na cultura vigente, rompendo com a escola meramente
instrucionista do período da Revolução Industrial. Acreditando nas previsões de Toffler
(s/d, p. 224) “dentro de 30 anos, os sistemas educacionais (...) terão rompido
decisivamente com a pedagogia de produção em massa do passado, e terão penetrado
numa era de diversidade educacional baseada no poder libertador das novas máquinas”.
AS TIC E A FORMAÇÃO DOCENTE
Diante das novas realidades que circulam a sociedade, incluindo as TIC, a escola
precisa oferecer qualidade de ensino ajustando as didáticas de seus professores,
aprimorando-os e reciclando-os para atenderem as especificidades das novas
tecnologias. É necessário que o professor tenha uma compreensão completa da
linguagem informacional e dos demais meios de informação, como as mídias e
multimídias.
O computador não veio para substituir o professor, ao menos não por enquanto,
mas para ajudá-lo em suas atividades, favorecendo e estimulando seus alunos a
desenvolverem novas capacidades. Mesmo existindo a resistência de muitos professores
às inovações tecnológicas geralmente por razões culturais que envolvem o medo de
perder o status social até por não dominarem a tecnologia graças à falta de preparo em
sua formação. A aceitação tem acontecido a pequenos passos, mas já é perceptível a
existência de uma gana de professores bastante receptivos a chegada das TIC nas
escolas, inspirados pelo dinamismo, inovação e aperfeiçoamento das competências dos
alunos em trabalhos já desenvolvidos com o uso dessas ferramentas. Mesmo Piaget
afirma a relevância do papel do professor como mediador do conhecimento uma vez
que o trabalho docente consegue abarcar, com sensibilidade, questões que refletem a
complexidade do indivíduo, capacidade que o computador ainda não possui.
É óbvio que o professor enquanto organizador permanece indispensável no
sentido de criar as situações e de arquitetar os projetos iniciais que
introduzam os problemas significativos à criança. Em segundo lugar, ele é
necessário para proporcionar contra-exemplos que forcem a reflexão e a
reconsideração das soluções rápidas. O que é desejado é que o professor
deixe de ser um expositor satisfeito em transmitir soluções prontas; o seu
papel deveria ser aquele de um mentor, estimulando a iniciativa e a pesquisa.
(PIAGET, 1987, p16).
A formação inicial do professor nas universidades, assim como sua formação
continuada, precisa atender as novas mudanças presentes na sociedade do século XXI e
que acompanham a instituição escolar em seu trabalho. Adquirir habilidades cognitivas
e operativas para o uso dos softwares defende Fino (2001, p. 8), “demostra que o
acomodamento na tradição, na rotina e na falta de imaginação não são inevitáveis”.
Trabalhando bastante na questão da implantação de softwares no ambiente
escolar, Fino (2001) defende claramente que o papel do professor nesse processo, indo
mais além e apontando as falhas que a falta de preparo dos docentes, tanto em sua
formação inicial quanto após iniciar suas atividades educativas efetivamente tem
impossibilitado o desenvolvimento satisfatório dessas ferramentas. Destaca ainda que a
formação continuada deva fazer parte do cotidiano dos professores, em especial
daqueles que não foram agraciados com formação para uma sociedade aos moldes pós-
modernos.
Por outro lado, uma grande parte dos professores das escolas não superiores
fez a sua formação inicial sem ter tido qualquer espécie de formação
relacionada com o uso de software, independente do rótulo com que se
apresente, e tem anos a fio de serviço em escolas onde essas matérias tem
ficado a cargo de um pequeno grupo de docentes mais pioneiros ou, na pior
das hipóteses, onde pura e simplesmente não tem havido máquinas
disponíveis para correr software. (FINO, 2003, p.2)
Aqui chegamos a uma reflexão bastante decorrente, a formação inicial docente
não é o suficiente para que o professor atue por toda sua carreira. Na verdade, a
formação inicial deve funcionar como alavanca impulsora para um maior
aperfeiçoamento das práticas pedagógica, uma vez conhecendo os caminhos a trilhar
deve percorrê-los com ímpeto e dedicação. O professor precisa exigir de si o que tanto
deseja para seus alunos, desenvolver a capacidade de aprender a aprender e,
principalmente, encontrar motivação para buscar seus conhecimentos. Kensky (1997,
p.72) diz ainda que “favoráveis ou não, é chegado o momento em que nós, profissionais
da educação, que temos o conhecimento e a informação como nossas matérias-primas,
enfrentemos os desafios oriundos das novas tecnologias”.
Exemplo do projeto EDUCOM, desenvolvido pela UNICAMP, o trabalho de
formação de docentes precisa objetivar, como diz MORAES (2002, p.45), “Analisar a
viabilidade de se informatizar o ensino público brasileiro; testar diferentes linguagens
de computador; adaptar a informática aos valores nacionais e desenvolver experiências
com o uso de diversos programas com os alunos”.
Cabe ainda ressaltar os aspectos que envolvem o currículo adotado pelas escolas.
Se pensarmos em novas formas de aprender, precisamos expandir também nossa forma
de observar o conhecimento. Buscar com o apoio do computador e do software novos
conteúdos e contextos estimulantes da aprendizagem sem romper com a tradição de
transformar conhecimento em blocos de conteúdos pré-determinados por idade ou
mesmo classe é dar um passo para o futuro ancorado em práticas do passado. Papert
(1994) um dos defensores do conhecimento construído pela autonomia do indivíduo em
adquiri-los, afirma que para que haja motivação, fator imprescindível para a
aprendizagem, os conteúdos oferecidos pela escola precisam prever a abrangência da
curiosidade dos alunos, chegando a alimentá-la.
A aprendizagem de um assunto morto requer um ato de esculpir o
conhecimento em bocados ensináveis para que o professor possa alimentar
seus alunos com um de cada vez e isso leva direto a tradicional parafernália
de currículo, hierarquia e controle. Aprender-em-uso libera os estudantes
para aprender de uma forma pessoal, e isso, por sua vez, libera os professores
para oferecer aos seus alunos algo mais pessoal e mais gratificante para
ambos os lados. Essa perspectiva, porém, não surge sem problemas, e alguns
professores poderão vê-la mais como uma ameaça do que como uma
libertação. (PAPERT, 1994, p. 62).
O conceito de aprendizado para Papert, descrito no Construcionismo, relaciona-
se bastante com as idéias de Piaget e sua corrente construtivista ao mostrar que a
aprendizagem decorre da interação do aluno com seu meio, confluindo com a
importância de aprender assuntos teóricos com o apoio da prática.
AVALIAÇÃO DE SOFTWARE EDUCATIVO
A evolução da globalização tem transformado o computador num dos meios de
informação e comunicação mais abrangentes do século XXI. Essa máquina possibilita a
criação e difusão de diversos tipos de programas criados para atender as necessidades
humanas, tornando a vida mais prática e rápida. Para tanto, classificar um software
como “educativo”, determinando que sua aplicação possua posições favoráveis e
cabíveis independente dos diversos contextos educacionais a que se pode aplicá-los,
pode deturpar as expectativas positivas de sua aplicação na educação.
Como é óbvio, do ponto de vista do computador, todo software é apenas
software: se tiver sido concebido para correr em determinada plataforma,
correrá nessa plataforma. As distinções são feitas pelos humanos. E, muitas
vezes, a linha que delimita o que é e o que não é, é tão tênue, que nós, os
humanos, não nos conseguimos por de acordo. Se não aceitarmos como
definitivo o rótulo das empresas que vendem software “educativo”, estamos,
a partir daí entregues a nós próprios, que é como quem diz, muito melhor
entregues. (FINO, 2003, p.5).
Classificar um software como educativo exige observar alguns critérios de
seleção para que se possa visualizar sua aplicação na educação. A partir da concepção
do software surgem elementos importantes a observar, como a interação proposta, o
ressalte dado ao ensino ou a aprendizagem, entre outros. Dessa forma, avaliar um
software do ponto de vista construtivista/construcionista permite ao professor ampliar
seu uso e especificá-lo para melhor desenvolver as capacidades cognitivas de seus
alunos.
O objetivo do uso de um software na educação deve ligar-se a idéia de aluno
aprendiz, capaz de interagir com o programa transformando-o num ambiente de
aprendizagem significativo, gerando novos conhecimentos que serão usados pelo aluno
dentro e fora da escola (CHAVES, 1988). Em suma, para que a aprendizagem oferecida
pela escola promova o desenvolvimento dos alunos é necessário que os professores
promovam situações de aprendizagem utilizando o computador, com apoio de
softwares, enfatizando a principal idéia disseminada pelo construtivismo. Assim sendo,
a formação intelectual do aluno está atrelada a ênfase no saber “aprender a aprender”.
Segundo Valente (1993), os softwares educativos podem ser divididos em dois
grandes grupos quanto à abordagem educacional embasada no uso do computador: o
computador como máquina de ensinar e o computador como ferramenta de
aprendizagem. Enquanto máquina de ensinar a abordagem educacional baseia-se na
instrução programada e auxiliada pelo computador, desenvolvendo softwares que
substituem os livros, funcionando similarmente. “Os softwares que implementam essa
abordagem são os tutoriais, exercício e prática (‘drill and practice’), jogos e simulação”
(VALENTE, 1993, p.4).
Já na abordagem que envolve o computador como ferramenta de aprendizagem,
“o computador não é mais o instrumento que ensina o aprendiz, mais a ferramenta com
o qual o aluno desenvolve algo e, portanto, o aprendizado ocorre pelo fato de estar
executando uma tarefa por intermédio do computador” (VALENTE, 1993, p.7). Nessa
perspectiva o foco torna-se a aprendizagem do aluno que, com a criação de seus
artefatos, aprendem com independência.
No entanto, quando utilizar um programa onde o computador atue ensinando
determinado assunto o professor também pode explorar a capacidade de reflexão de
seus alunos, estimulando-os no trato de programas já elaborados a criarem seus próprios
artefatos, softwares que atentam as necessidades que os alunos encontraram em seu
contato. Vygotsky (1998) observa bem que essa capacidade do aluno quando diz:
A criança tem capacidade criadora que é muito importante para o
desenvolvimento geral de sua maturação. Criança não se limita em seus jogos
a recordar experiências vividas, senão que a reelaboram criativamente,
combinando-as entre si e edificando-as com elos novos da realidade de
acordo com suas afeiçoes e necessidades. (VYGOTSKY, 1998, p.15)
Para que esta ferramenta seja utilizada no trato educacional devem ser
estabelecidos pressupostos dos aspectos pedagógicos a serem abordados pelos
softwares. Entre os vários aspectos pedagógicos definidos por vários estudiosos da área,
tomarei como base àqueles defendidos por Zacharias (2005), a ver:
· Elaborar formas de representação em diversos níveis;
· Estabelecer relações de ações e consequências das atividades;
· Permitir ações antecipadas e promover a análise dos resultados de tais ações;
· Desenvolver o planejamento sequencial de ações realizadas;
· Desenvolver ações coordenadas perceptivo-motoras experimentadas inicialmente com
o corpo;
· Incrementar essas ações com experiências informáticas;
· Contribuir para o avanço da criança na construção de conceitos informáticos.
· Aguçar percepções e motivar a curiosidade;
· Desenvolver a atenção, a concentração e a memória;
· Aprender novas habilidades através do entretenimento;
· Propiciar a interação do aluno com a máquina através da possibilidade de controlá-la e
perceber os diferentes resultados da variação de controles;
· Expandir o estilo cognitivo pessoal;
· Promover a convivência em grupo e estabelecer conceitos em seu próprio ritmo
· Abordar o erro de forma construtiva (ZACHARIAS, 2005).
Portanto, para um desenvolvimento satisfatório do trabalho com softwares
educacionais é preciso que o aluno seja capaz de corresponder às solicitações do
trabalho com a informática, tanto estando no período de educação infantil, quanto nas
demais séries de ensino. Os softwares são tecnologias que precisam de uma estruturação
sequencial de seu uso para que seja utilizado como ferramenta de aprendizagem.
Valente (2005) defende que o principal ponto da aplicação da informática na educação
deve ser a evolução das práticas educativas, assim, é imprescindível a avaliação do
material a ser utilizado, no caso o software, antes de ser feito o trabalho com as
crianças.
CONCLUSÃO
O Homem há muitos anos utiliza formas variadas de comunicação para se expressar
evoluindo cada vez mais com o acúmulo de informações. Essas formas de expressão
têm evoluído a ponto de podermos nos comunicar em tempo real com pessoas que estão
a quilômetros de distância. As mudanças permeiam a sociedade e é impregnada de
novas maneiras de perceber o mundo e a formação do indivíduo. Como afirma Toffler
(s/d, p.283) “em suma, quanto mais rapidamente o ambiente mudar e se inovar, mais o
indivíduo necessitará de processar informações a fim de tomar decisões efetivas e
racionais”.
A educação tem sentido as influências dessas inovações. Hoje encontramos no
mercado, softwares desenvolvidos com a característica principal de tomar o aluno
passivo na aquisição das informações, transformando o laboratório de informática no
reflexo computadorizado das aulas tradicionais. Também existem os jogos, softwares de
entretenimento que muitas vezes não estão entrelaçados com aspectos didáticos, mas
relevantemente associado com a diversão.
Há outros softwares educativos que promovem um aproveitamento pedagógico
enriquecedor, permitindo ao aluno ir muito mais além através de simulações da prática,
no qual se aprende ao interagir com o real e, ao mesmo tempo, assimilar conteúdos
didáticos. Temos ainda os jogos educacionais, que permitem obter aprendizagem
produtiva diluída em diversão. Muitas são as vantagens e desvantagens desses
programas, desde sua aplicabilidade à forma como atende didaticamente as
necessidades do professor.
Fino (2003) defendendo a natureza de um software de acordo com a
aplicabilidade que se insere diz que “o que decide se um determinado programa de
computador é educativo é a maneira como é sugerida a sua exploração, o contexto de
exploração, e não como vêm rotulados, ou a tradição que lhes costuma ser associada”
(FINO, 2003, p. 7). Sendo assim, cabe ao professor um importante papel nesse processo
já que para realizar essas avaliações e intervenções o professor precisa conhecer mais e
mais a forma como as crianças aprendem e, ainda, como aguçar esse aprendizado para
que se torne um hábito para toda vida.
REFERÊNCIAS
CHAVES, E.O.C. O uso de computadores em escolas: fundamentos In: Chaves, E.O.C.;
Setzer, V.W. O uso de computadores em escolas: fundamentos e críticas. São Paulo:
Scipione, 1988.
FINO, C. N. Escola da Pena: o emergir de uma nova Cultura. In: Estrela, Albano &
Ferreira, Júlia (Editores). Tecnologias em Educação, Estudos e Ivestigações. Actas do
ao X Colóquio Internacional da AFIRSE/APELF. (pp. 390 – 401). Lisboa: Universidade
de Lisboa, 2001. Disponível em: http://www3.uma.pt/carlosfino/publicacoes/10.pdf
Acesso em: 02 de jan. de 2011.
__________. Avaliar Software “Educativo”. In: Actas da III Conferência Internacional
de Informação e Comunicação na Educação. (pp. 689 – 694) Braga: Universidade do
Minho, 2003. Disponível em: http://www3.uma.pt/carlosfino/publicacoes/16.pdf Acesso
em: 11 de jan. de 2011.
KENSKI, V. M. Novas tecnologias, o redirecionamento do espaço e do tempo e os
impactos no trabalho docente. São Paulo: FEUSP, 1997.
MORAES, Raquel de A. Rumos da Informática Educativa no Brasil. Brasília-DF:
Plano, 2002.
PAPERT, S. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1994.
PIAGET, J. Aprendizagem e Conhecimento. São Paulo: Freitas Bastos, 1974.
_______. Seis estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense, 1987.
TOFFLER, Alvin. O Choque do Futuro. Lisboa: Livros do Brasil, s/d.
VALENTE, José A. Computadores e Conhecimento: repensando a educação.
Campinas: Gráfica da UNICAMP. 1993.
_______________. Informática na Educação: Instrucionismo x construcionismo. 2005.
Disponível em:
http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=18&texto=1021 Acesso
em: 11 de jan. de 2011. (Documento on-line)
VYGOTSKY, L.S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
ZACHARIAS, V. L. C. F. Princípios didáticos do uso do computador. Disponível em
http://www.centrorefeducacional.com.br/utliza.html Acesso em: 06 de jan. de 2011.